House of night 08 despertada

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CAPÍTULO UM

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Neferet Um inquietante senso de irritação despertou Neferet. Antes dela realmente se afastar deste lugar amorfo entre sonhos e realidade, ela buscou com seus longos e elegantes dedos e sentiu Kalona. O braço que ela tocou era musculoso. Sua pele era suave e forte e agradável sob seus dedos. Todo este toque era diminuto, como carícias com plumas. Ele se agitou e se virou avidamente para ela. — Minha Deusa?— Sua voz estava grossa do sono e do início do renovado desejo. Ele a aborreceu. Eles todos aborreciam-na porque eles não eram ele. — Deixe-me... Kronos. — Ela teve que parar, e buscar em sua memória para se lembrar de seu ridículo e excessivamente ambicioso nome. — Deusa, eu fiz algo que a desagradou? Neferet lançou um olhar para ele. O jovem Guerreiro Filho de Erebus estava reclinado na cama ao lado dela, sua bela face exposta, sua expressão solícita, seus olhos de água-marinha surpreendentes na pouca iluminação de seu quarto à luz de velas conforme eles tinham estado mais cedo este dia quando

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ela observou-o treinando no pátio do castelo. Ele tinha atiçado seus desejos então, e com um olhar convidativo para ela, ele tinha prontamente vindo a ela e inutilmente, embora entusiasmadamente, aceitou provar que ele era um deus em mais formas do que apenas no homônimo. O problema era que Neferet tinha estado deitando-se com um imortal, portanto ela sabia muito intimamente exatamente quão impostor este Kronos realmente era. — Respirar, — Neferet disse, encontrando os olhos azuis dele com um olhar entediado. — Respirar, Deusa? — Sua testa, decorada por uma tatuagem que era suposto representar o armamento de bola e maça1, mas para Neferet parecia mais como os afetados fogos de artifício de Quatro de Julho, entalhados numa confusão. — Você me perguntou o que você fez para me desagradar e eu falei: você está respirando. E muito próximo de mim. Isso me desagrada. É hora de você sair de minha cama. — Neferet acenou e estalou seus dedos para ele em despedida. — Vá. Agora. Ela quase riu alto do franco olhar ferido e chocado dele. O jovem tinha realmente acreditado que ele podia substituir seu Consorte divino? A impertinência do pensamento alimentou sua cólera. No canto dos aposentos de Neferet, sombras dentro de 1

Bola e maça: http://4imgs.com/306/x/jk507_FULL.jpg

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sombras agitaram-se em antecipação. Embora ela não admitisse, ela sentia sua agitação. Isso a agradava. — Kronos, você estava me distraindo, e por um breve momento você me deu um certo prazer. — Neferet tocou-o novamente, agora não tão delicadamente, e as pontas de seus dedos deixaram vergões em relevos idênticos descendo por seu antebraço. O jovem guerreiro não recuou ou se afastou. Ao invés disso ele tremeu sob seu toque e sua respiração se intensificou. Neferet sorriu. Ela sabia que ele precisava de dor para sentir desejo no instante em que seus olhos se encontraram. — Eu daria a você mais prazer, se você me permitisse, — ele disse. Neferet sorriu. Sua língua agitou-se lentamente, lambendo os lábios ao vê-lo observá-la. — Talvez no futuro. Talvez. Por agora eu quero que você me deixe e, é claro, continue a me adorar. — Eu poderia te mostrar o quanto eu desejo adorá-la novamente. — A última palavra foi dita como uma carícia verbal, e, equivocadamente, Kronos alcançou-a. Como se fosse seu direito tocá-la. Como se seus desejos fossem subservientes às suas necessidades e desejos. Um pequeno eco do passado distante de Neferet — uma época em que ela pensava ter enterrado junto com sua humanidade — atravessou suas sepultadas lembranças. Ela

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sentiu o toque de seu pai e sentiu o mesmo cheiro forte de sua respiração rançosa e embebida em álcool enquanto sua infância invadia o presente. A resposta de Neferet foi instantânea. Tão fácil como respirar, ela retirou sua mão do braço do guerreiro e estendeua, palmas para fora, para os locais mais próximos das sombras à espreita nos cantos de seu aposento. Escuridão respondeu ao seu toque ainda mais rapidamente do que Kronos tinha respondido. Ela sentiu o frio mortal e se divertiu na sensação, especialmente enquanto isto bania as crescentes memórias. Com um movimento casual, ela dispersou a Escuridão em Kronos, dizendo, — Se é dor que você deseja, então prove meu fogo frio. A Escuridão que Neferet arremessou em Kronos penetrou sua pele jovem e macia ansiosamente, cortando sulcos vermelhos no antebraço que ela tinha tão recentemente acariciado. Ele gemeu, mas desta vez mais de medo do que de paixão. — Agora faça o que eu mando. Deixe-me. E lembre-se, jovem guerreiro, uma deusa escolhe quando, onde e como ela é tocada. Não se exceda novamente. Apertando seu braço sangrento, Kronos inclinou-se para Neferet. — Sim, minha Deusa. — Qual deusa? Seja específico, Guerreiro! Eu não quero ser chamada por títulos ambíguos. Sua resposta foi instantânea. — Encarnação de Nyx. Este é

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seu título, minha Deusa. Seu minucioso olhar suavizou. O rosto de Neferet relaxou em sua máscara de beleza e calidez. — Muito bem, Kronos. Muito bem. Vê o quão fácil é me agradar? Capturado em seu olhar esmeralda, Kronos assentiu com a cabeça uma vez, então empunhando sua mão direita sobre seu coração ele disse, — Sim, minha Deusa, minha Nyx, — e saiu com uma reverência de sua câmara. Neferet sorriu novamente. Não era importante que ela não era a Encarnação de Nyx. A verdade era que Neferet não estava interessada em ser escalada para o papel de uma deusa encarnada. — Isso implica que eu sou menor que uma deusa, — ela falou para as sombras amontoadas em volta dela. O que era importante era o poder – e se o título de Encarnação de Nyx ajudasse-a a adquirir o poder, especialmente com os Guerreiros Filhos de Erebus, então este era o título pelo qual ela seria chamada. — Mas eu aspiro mais, muito mais do que ficar parada na sombra de uma deusa. Logo ela estaria pronta para dar o próximo passo, e Neferet sabia que muitos dos Filhos de Erebus poderiam ser manipulados para ficar ao seu lado. Oh, não em número suficiente para realmente influenciar uma batalha com sua força física, mas o suficiente deles para fragmentar a moral dos Guerreiros, colocando irmão contra irmão. Homens, ela pensou desdenhosamente, tão facilmente enganados pelas máscaras de beleza e título, e tão facilmente usados a meu favor. O pensamento agradou-a, mas não era distração suficiente

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para impedir Neferet de deixar sua cama inquietamente. Ela se envolveu em um roupão de seda pura e saiu de sua câmara para o corredor. Antes de estar ciente de suas ações ela estava se dirigindo para a escada que a levaria para as entranhas do castelo. Sombras dentro de sombras acumularam-se depois de Neferet, sombrios ímãs atraídos por sua agitação. Ela sabia que elas se moviam com ela. Ela sabia que elas eram perigosas e que elas se alimentavam de sua inquietação, sua raiva, sua mente agitada. Mas, estranhamente, ela encontrava um certo conforto em sua presença. Ela parou apenas uma vez em sua descida. Por que eu estou indo até ele novamente? Por que eu estou permitindo-o invadir meus pensamentos esta noite? Neferet sacudiu sua cabeça como se para expulsar as palavras em silêncio e disse na estreita e vazia escada, dirigindo-se para a Escuridão que pairava atentamente ao seu redor. — Eu vou porque é o que eu desejo fazer. Kalona é meu Consorte. Ele foi ferido me servindo. É natural que eu pense nele. Com um sorriso de auto-satisfação Neferet continuou descendo a espiralada escada, facilmente reprimindo a verdade: que Kalona tinha sido ferido por que ela tinha aprisionado ele, e o serviço que ele executou para ela foi forçado. Ela chegou ao calabouço, esculpido há séculos da terra rochosa que compõe a Ilha de Capri no nível mais inferior do castelo, e moveu-se silenciosamente pelo corredor iluminado

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por tochas. O Guerreiro Filho de Erebus vigiando fora do quarto trancado não pôde esconder seu choque de surpresa. O sorriso de Neferet se alargou. O olhar dele chocado, tingido com medo, disse-lhe que ela estava ficando melhor e melhor em parecer se materializar a partir do nada, exceto sombras e noite. Isso iluminou seu humor, mas não o bastante para acrescentar a suavidade de um sorriso para temperar a borda cruel de comando em sua voz. — Deixe-me. Eu desejo estar sozinha com meu Consorte. O Filho de Erebus hesitou apenas um momento, mas a ligeira pausa foi o bastante para Neferet fazer uma nota mental sobre se certificar em poucos dias de que este Guerreiro em particular poderia ser chamado de volta para Veneza. Talvez por causa de um chamado de emergência de alguém próximo dele... — Sacerdotisa, eu deixarei você para sua privacidade. Mas estarei próximo ao alcance de sua voz e responderei seu chamado se precisar de mim. — Sem encontrar seus olhos, o Guerreiro colocou a mão em punho sobre o coração e curvouse – embora muito ligeiramente para satisfazê-la. Neferet observou-o retirar-se para o estreito corredor. — Sim, — ela sussurrou para as sombras. — Eu posso sentir que algo realmente lamentável acontecerá com este cara. Alisando a pura seda de sua capa, ela se virou para a porta de madeira fechada. Neferet respirou fundo o ar úmido do calabouço. Ela jogou seu grosso cabelo castanho para trás de

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seu rosto, expondo sua beleza como se preparando para a batalha. Neferet ondeou sua mão para a porta e esta se abriu para ela. Ela entrou no quarto. Kalona jazia diretamente no chão de terra. Ela queria fazer uma cama pra ele, mas a discrição havia ditado suas ações. Ela estava simplesmente sendo sábia. Ele tinha que completar sua missão para ela — o que era melhor para ele. Se seu corpo recuperasse muito de sua força imortal, isto poderia ser uma distração para Kalona, uma infeliz distração. Especialmente porque ele tinha jurado atuar como sua espada no Outromundo e livrá-los da inconveniência que Zoey Redbird tinha se tornado para eles neste momento, nesta realidade. Neferet se aproximou do corpo dele. Seu Consorte jazia deitado de costas, nu, com apenas suas asas de ônix como um véu cobrindo-o. Ela afundou-se graciosamente de joelhos e em seguida inclinou-se, diante dele, no grosso tapete de pele que ela ordenou que fosse colocado ao lado dele para sua conveniência. Neferet suspirou. Ela tocou o lado do rosto de Kalona. Sua carne estava fria, como sempre, mas sem vida. Ele não mostrava reação alguma à sua presença. — O que está demorando tanto, meu amor? Você não poderia descartar uma criança chata mais rapidamente? Neferet acariciou-o novamente; desta vez sua mão escorregou do rosto dele para baixo na curva de seu pescoço,

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sobre seu peito, para descansar sobre os recortes que definiam a linha dos músculos de seu abdômen e cintura. — Lembre-se de seu juramento e cumpra-o para que eu possa abrir meus braços e minha cama a você de novo. Pelo sangue e a Escuridão você jurou evitar que Zoey Redbird retorne ao seu corpo, destruindo assim a ela para que eu possa governar este mágico mundo moderno. — Neferet acariciou novamente a fina cintura do imortal caído, sorrindo secretamente para si mesma. — Oh, e é claro que você deve estar ao meu lado enquanto eu governar. Invisível para os tolos Filhos de Erebus que deviam ser espiões do Alto Conselho, a negra teia como de aranha que mantinha Kalona preso contra a terra estremeceu e se moveu, escovando seus frios tentáculos contra a mão de Neferet. Distraída momentaneamente por seu frio sedutor, Neferet abriu a palma de sua mão para a Escuridão e permitiu que isso envolvesse seu pulso, cortando sempre tão ligeiramente sua carne – apenas o suficiente para temporariamente saciar sua luxúria sem fim por sangue. Lembre-se de seu juramento... As palavras pairaram ao seu redor como o vento de inverno através dos ramos desnudados. Neferet franziu a testa. Ela não precisa ser lembrada. É claro que ela estava ciente de seu juramento. Em troca para Escuridão aceitar sua oferta – prendendo o corpo de Kalona e forçando sua alma para o Outromundo – ela tinha concordado de sacrificar a vida de um inocente que a Escuridão tinha sido

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incapaz de macular. O juramento permanece. O negócio se mantém, mesmo que Kalona falhe, Tsi Sgili... Mais uma vez as palavras sussurraram ao seu redor. — Kalona não falhará! — Neferet gritou, totalmente indignada que mesmo Escuridão ousaria castigá-la. — E ele deve, eu liguei seu espírito ao meu para comandar tanto quanto ele for imortal, então mesmo no fracasso há vitória para mim. Mas ele não falhará. — Ela repetiu as palavras, lenta e distintamente, recuperando o controle sobre seu temperamento cada vez mais volátil. Escuridão lambeu a palma de sua mão. A dor, por menor que fosse, agradou-a, e ela olhou para os tentáculos afetuosamente, como se eles fossem simplesmente mais gatinhos ansiosos por disputar sua atenção. — Queridos, sejam pacientes. A missão dele não está completa. Meu Kalona ainda está como uma concha. Eu só posso supor que Zoey definha no Outromundo – não completamente viva, e, infelizmente, ainda não morta. Os fios que seguravam seu pulso tremeram, e por um instante Neferet pensou ter ouvido um zombeteiro riso ressoando ao longe. Mas ela não teve tempo de considerar as implicações de tal som – se era real ou apenas um elemento do mundo da Escuridão se expandindo e poder que consumia mais e mais do que uma vez ela conheceu como realidade – porque neste

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instante o corpo aprisionado de Kalona sacudiu espasmodicamente e ele atraiu uma profunda e ofegante respiração. Seu olhar foi imediatamente para o rosto dele, então ela testemunhou o horror de seus olhos abrindo, mesmo que eles não fossem nada exceto vazias órbitas sangrentas. — Kalona! Meu amor! — Neferet estava de joelhos, debruçada sobre ele, suas mãos tremulando ao redor do rosto dele. A Escuridão que tinha estado acariciando seus pulsos tremeu com uma repentina sacudida de energia, fazendo-a recuar antes que eles atirassem em seu corpo e se juntasse a uma miríade de tentáculos pegajosos que, como teias, pairaram e pulsaram contra o teto de pedra do calabouço. Antes de Neferet poder formar um comando para chamar um tentáculo para ela — para ordenar uma explicação para tal comportamento bizarro — um flash cegante de luz, tão brilhante e reluzente que ela teve que proteger seus olhos, explodiu no teto. A teia de Escuridão pegou-a, cortando a luz com desumana nitidez e envolvendo-a. Kalona abriu sua boca com um grito silencioso. — O que é isso? Eu exijo saber o que está acontecendo! — Neferet gritou. Seu Consorte retornou, Tsi Sgili.

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Neferet encarou como o globo de luz aprisionada foi arrancado do ar, e, com um terrível chiado, Escuridão introduziu a alma de Kalona através das órbitas de seus olhos de volta em seu corpo. O imortal alado se contorceu de dor. Suas mãos ergueram para cobrir seu rosto, e ele deu ofegantes e irregulares respirações. — Kalona! Meu Consorte! — Como ela teria feito quando ela era uma jovem médica, Neferet se moveu automaticamente. Ela apertou as palmas das mãos sobre as mãos de Kalona, rápida e eficientemente se concentrando, e disse, — Acalme-o... remova sua dor... faça a sua agonia como o sol vermelho se pondo no horizonte – que se vai após um golpe momentâneo através do céu noturno em espera. O estremecimento que afundou o corpo de Kalona começou a diminuir quase instantaneamente. O imortal alado respirou profundamente. Embora suas mãos tremiam, ele apertou fortemente Neferet, removendo-os de seu rosto. Então abriu os olhos. Eles eram da cor de âmbar profundo de uísque, claros e coerentes. Ele era completamente ele mesmo novamente. — Você voltou para mim! — Por um momento Neferet estava tão cheia de alívio de que ele estava acordado e consciente que ela quase chorou. — Sua missão está completa. — Neferet afastou os tentáculos que teimosamente agarravam o corpo de Kalona, franzindo a testa para eles porque eles pareciam tão relutantes em retirar seu domínio sobre seu

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amante. — Tire-me da terra. — Sua voz estava rouca de desuso, mas suas palavras estavam lúcidas. — Para o céu. Eu preciso ver o céu. — Sim, é claro, meu amor. — Neferet acenou para a porta e esta se reabriu. — Guerreiro! Meu Consorte despertou. Ajudeo para o telhado do castelo! O Filho de Erebus que a incomodou muito recentemente obedeceu a seu comando sem questionar, embora Neferet notasse que ele parecia chocado com a súbita reanimação de Kalona. Espere até que você saiba tudo sobre isso. Neferet deu-lhe um sorriso superior. Muito em breve você e os outros Guerreiros acatarão ordens somente de mim — ou você perecerá. O pensamento agradou-a enquanto ela seguia os dois homens para fora das entranhas da antiga fortaleza de Capri, para cima e para cima até que finalmente eles emergiram da longa extensão de degraus de pedra para o telhado. Passava da meia-noite. A lua pendurava em direção ao horizonte, amarela e pesada embora não cheia ainda. — Ajude-o até o banco e depois nos deixe, — Neferet ordenou, apontando para a bancada de mármore esculpido que descansava perto da borda do telhado do castelo, proporcionando uma vista verdadeiramente magnífica do brilhante Mediterrâneo. Mas Neferet não tinha interesse na beleza que a rodeava. Ela acenou para longe do Guerreiro,

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dispensando-o de sua atenção mesmo sabendo que ele estaria notificando o Alto Conselho que a alma de seu Consorte havia retornado para seu corpo. Isso não importava agora. Isso poderia ser tratado mais tarde. Somente duas coisas importavam agora: Kalona tinha retornado para ela, e Zoey Redbird estava morta.

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Neferet — Fale para mim. Conte-me tudo devagar e claramente. Eu quero guardar cada palavra. — Neferet foi para Kalona, ajoelhando-se em frente a ele, acariciando as suaves e escuras asas que se abriam frouxamente ao redor do imortal enquanto ele sentava no banco, rosto erguido para o céu da noite, o corpo bronzeado banhado no brilho dourado da lua. Ela tentou evitar a si própria de tremer em antecipação de seu toque — do retorno de sua fria paixão, seu frígido ardor. — O que você gostaria que eu dissesse? — ele não encontrou os olhos dela. Ao contrário, ele abriu seu rosto para o céu, como se ele pudesse beber do firmamento acima deles. A pergunta dele a pegou de surpresa. Sua luxúria diminuiu e sua mão cessou as caricias na asa dele. — Eu gostaria que você me desse detalhes de nossa vitória então assim eu poderia saborear recontando-a com você. — Ela falou vagarosamente, achando que talvez seu cérebro pudesse ainda estar ligeiramente confuso do recente deslocamento de sua alma. — Nossa vitória?— ele disse.

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Os olhos verdes de Neferet estreitaram-se. — Certamente. Você é meu Consorte. Sua vitória é minha, assim como a minha é sua. — Sua benevolência é quase divina. Você se tornou deusa durante a minha ausência? — Neferet o estudou atenciosamente. Ele ainda não a estava olhando; sua voz era quase inexpressiva. Ele estava sendo insolente? Ela ignorou sua pergunta, embora tenha continuado a observá-lo atentamente. — O que aconteceu no Outromundo? Como Zoey morreu? Ela sabia o que ele iria dizer no instante que seus olhos âmbares finalmente encontraram os dela, entretanto infantilmente ela cobriu as orelhas e começou a sacudir sua cabeça de um lado pro outro enquanto ele falava as palavras que eram como um golpe de espada em sua alma. — Zoey Redbird não está morta. Neferet ergueu-se e forçou suas mãos longe de suas orelhas. Ela caminhou vários passos distante de Kalona, encarando desatentamente a safira líquida do mar à noite. Ela respirou devagar, cuidadosamente, tentando controlar suas emoções ferventes. Quando finalmente ela soube que podia fazê-lo sem gritar de raiva para o céu, ela falou. — Por quê? Por que você não completou sua conquista? — Isso era sua conquista, Neferet. Nunca minha. Você me forçou a retornar para o reino do qual eu fui banido. O que aconteceu era previsível: Os amigos de Zoey se reuniram com

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ela. Com a ajuda deles, ela curou sua alma despedaçada e se encontrou novamente. — Por que você não impediu isso de acontecer?— Sua voz estava gélida. Ela não fez mais do que olhar para ele. — Nyx. Neferet ouviu o nome deixar seus lábios como se ele tivesse dito uma oração — suave, baixo, reverente. Ciúme se lançou nela. — O que tem a deusa?— ela quase cuspiu a pergunta. — Ela interveio. — Ela fez o quê? — Neferet girou ao redor. Descrença tingida com medo fez suas palavras ofegantes, incrédulas. — Você espera que eu acredite que Nyx realmente interferiu com uma escolha mortal? — Não,— Kalona disse, soando cansado novamente. — Ela não interferiu; ela interveio, e apenas depois que Zoey já tinha curado a si própria. Nyx a abençoou por isso. Essa benção era parte dela e da salvação de seu Guerreiro. — Zoey vive.— A voz de Neferet era plana, fria, sem vida. — Ela vive. — Então você me deve subserviência de sua alma imortal. — Ela começou a se afastar dele, em direção a saída do último andar. — Onde você está indo? O que acontecerá agora?

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Desgostosa pelo que ela percebeu como fraqueza na voz dele, Neferet virou-se para ele. Ela empertigou-se alta e orgulhosa, e estendeu os braços para que os viscosos fios que pulsavam ao redor dela pudessem escovar sua pele livremente, carinhosamente. — O que acontecerá em seguida? É simples. Eu irei me assegurar de que Zoey seja atraída de volta para Oklahoma. Lá, em meus próprios termos, eu irei completar a tarefa que você falhou. Para seu retraimento o imortal perguntou, — E sobre mim? Neferet pausou e olhou por cima de seu ombro. — Você irá retornar a Tulsa, também, apenas separadamente. Eu preciso de você, mas você não pode estar comigo publicamente. Você não lembra, meu amor, que você é um assassino agora? A morte de Heath Luck foi um feito seu. — Nosso feito, — ele disse. Ela sorriu sedosamente. — Não de acordo com o Alto Conselho. — Ela encontrou seus olhos. — Isso é o que vai acontecer. Eu preciso que você recupere sua força rapidamente. Ao anoitecer de amanhã eu terei que reportar ao Alto Conselho que sua alma retornou ao seu corpo, e que você confessou para mim que matou o garoto humano porque você pensou que o ódio dele por mim era uma ameaça. Eu irei contar a eles que porque você acreditou que você estava me protegendo, eu fui misericordiosa na sua punição. Eu apenas o tive açoitado cem vezes e então bani você do meu lado por cem anos.

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Kalona lutou para sentar. Neferet estava satisfeita em ver um flash de raiva brilhar em seus olhos âmbar. — Você espera estar destituída do meu toque por um século? — É claro que não. Eu graciosamente permitirei que você retorne para o meu lado depois que seus machucados estiverem curados. Até então eu ainda terei o seu toque; isso será simplesmente distante dos curiosos olhos do público. Seu semblante acendeu. Ela pensou quão arrogante ele parecia, mesmo enfraquecido e derrotado. — Quanto tempo você espera que eu me esconda nas sombras, fingindo curar de ferimentos inexistentes? — Eu espero que você esteja ausente do meu lado até seus ferimentos realmente curarem. — Com um rápido, preciso movimento, Neferet trouxe seu pulso para seus lábios e mordeu profundamente, instantaneamente desenhando um circulo de sangue. Depois ela começou a fazer um movimento rotativo com seu braço erguido, esquadrinhando através do ar enquanto viscosos fios de Escuridão deslizavam avidamente ao redor de seu pulso, atando-se ao sangue como sanguessugas. Ela rangeu os dentes juntos, obrigando-se a permanecer firme, mesmo quando a rigidez dos tentáculos a apunhalava de novo e de novo. Quando eles pareceram inchados o suficiente, Neferet falou suavemente, amavelmente para eles. — Você tomou o seu pagamento. Agora você deve fazer meu apelo. — Ela olhou dos palpitantes fios da Escuridão para seu amante imortal.

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— Chicoteie-o profundamente. Cem vezes. — Neferet atirou a Escuridão em Kalona. O imortal enfraquecido apenas teve tempo de abrir as asas e começar a saltar para a borda do castelo. Os fios de navalha o pegaram no meio do caminho. Eles enrolaram-se na base de suas asas na sensível base onde elas encontram sua coluna. Em vez de saltar do telhado ele foi preso e jogado contra as antigas pedras da balaustrada enquanto a Escuridão começava lentamente, metodicamente a fatiar sulcos na pele nua de suas costas. Neferet observou até que sua orgulhosa, linda cabeça afundasse em derrota e seu corpo estremecesse convulsivamente com cada corte. — Não o marque permanentemente. Eu planejo desfrutar da sua bela pele novamente, — ela disse antes de voltar suas costas para Kalona e andar com determinação do telhado ensopado de sangue. — Parece que eu devo fazer tudo eu mesma, e há tanto a fazer... tanto a fazer..., — ela sussurrou para a Escuridão que esvoaçava ao redor de seus tornozelos. Das sombras dentro das sombras Neferet pensou ter pegado o contorno de um enorme touro a observando com aprovação e prazer. Neferet sorriu.

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Zoey Pela zilionésima vez eu pensei sobre quão maravilhosa a sala do trono de Sgiach era. Ela era uma antiga rainha vampira, a Grande Captora de Cabeças, super-poderosa e cercada por seus próprios Guerreiros pessoais conhecidos como Guardiões. Maldição, de volta ao dia em que ela tinha justamente ido ao Alto Conselho Vampyro e vencido, mas seu castelo não era um mau-cartaz-de-uma-versão-medieval-decamping (eca). O castelo de Sgiach era uma fortaleza, mas isso era — como eles dizem aqui na Escócia — um elegante castelo. Eu juro que a visão de cada janela para o mar, mas especialmente sua sala do trono, é tão inacreditável que parece como se isso estivesse em HD TV e não na minha frente, na vida real. — É lindo aqui. — Ok, falar comigo mesma – especialmente logo após ter estado, bem, tipo meio louca no Outromundo — poderia possivelmente ser uma idéia nãomuito-boa. Eu suspirei e encolhi de ombros. — O que seja. Sem Nala aqui, Stark a maior parte das vezes fora de si, Aphrodite fazendo coisas que eu prefiro não imaginar com Darius, e Sgiach fora fazendo algo mágico ou chutando

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traseiros em treinamento tipo super-herói com Seoras, falar comigo mesma parece a única opção. — Eu estava simplesmente verificando meu email — nada mágico ou chuta-traseiros sobre isso. Eu suponho que ela poderia ter-me feito pular. Quero dizer, a rainha pareceu materializar-se no ar ao meu lado, mas eu acho que ser toda despedaçada e louca no Outromundo tinha me dado uma alta tolerância à aparições. Além disso, eu sentia uma ligação estranha com esta rainha vampira. Yeah, ela era inspiradora e tinha poderes doidos e tudo, mas nas semanas desde que Stark e eu tínhamos voltado, ela tinha sido um acessório ao meu lado. Enquanto Aphrodite e Darius brincavam de beijinhos e andavam de mãos dadas na praia, e enquanto Stark dormia e dormia e dormia, Sgiach e eu passávamos tempo juntas. Umas vezes conversando — outras não. Ela era, eu decidi dias atrás, a mulher mais legal, vamp ou não, que eu já conheci. — Você está brincando, né? Você é uma antiga guerreira rainha que vive em um castelo em uma ilha que ninguém pode entrar sem sua permissão, e você está verificando seu email? Parece como mágica pra mim. Sgiach riu. — Ciência algumas vezes parece mais misteriosa que magia, ou pelo menos eu sempre pensei assim. O que me lembra — eu tenho estado considerando quão curioso é que a luz do dia afete seu Guardião com tal debilitante severidade. — Isto não é precisamente o Stark. Quero dizer, tem sido

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problema pra ele recentemente. Por que, bem, por que ele está ferido. — Eu parei, tropeçando nas palavras sem querer admitir o quão difícil era de ver meu Guerreiro e Guardião tão obviamente desordenado. — Isso realmente não é comum para ele. Ele pode normalmente ficar consciente durante o dia, mesmo que ele não possa estar diretamente sob a luz do sol. Todos os vampiros vermelhos e calouros são iguais sobre isso. O sol faz isso a eles. — Bem, jovem rainha, pode ser uma nítida desvantagem que o seu Guardião seja incapaz de proteger você durante o dia. Eu encolhi os ombros, ainda que suas palavras tenham enviado um estremecimento que poderia ser premonição descendo por minha coluna. — É, bem, recentemente eu tenho aprendido a cuidar de mim mesma. Eu acho que eu posso administrar umas poucas horas do dia por mim mesma, — Eu disse isso com uma acidez que surpreendeu a mim mesma. O olhar verde-ambarino de Sgiach segurou o meu. — Não permita que ela te endureça. — Ela? — A Escuridão e a luta contra ela. — Eu não tenho que ser dura pra lutar? — Eu me lembrei de Kalona sendo espetado à parede na arena do Outromundo com sua própria lança, e meu estômago apertou. Ela sacudiu sua cabeça e a luz do dia desaparecendo pegou

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a faixa de seu cabelo prateado, o fazendo reluzir como uma mistura de canela e ouro. — Não, você precisa ser forte. Você precisa ser sábia. Você precisa se conhecer e confiar somente naqueles que são dignos. Se você permitir que a batalha contra a Escuridão endureça você, você perderá a perspectiva. Eu olhei para longe, observando fixamente as águas cinzaazuladas que rodeavam a Ilha de Skye. O sol estava encontrando o oceano, refletindo delicadas cores rosa e coral através do céu anoitecendo. Era lindo e tranqüilo e parecia completamente normal. Parada ali era difícil de imaginar que suspenso ao redor do mundo lá fora estava o mal e Escuridão e morte. Mas a Escuridão multiplicada em zilhões.

estava

ali

fora,

provavelmente

Kalona não tinha me matado, e isso ia realmente, realmente chatear Neferet. Apenas o pensamento do que isso significava, de que eu teria que lidar com ela e Kalona e todos aqueles horríveis touros-de-merda que estavam com eles novamente me fez sentir extremamente cansada. Eu virei pra longe da janela, enquadrei meus ombros, e encarei Sgiach. — E se eu não quiser lutar mais? E se eu quiser ficar aqui pelo menos por um tempo? Stark não é ele mesmo. Ele precisa repousar e melhorar. Eu já enviei aquela mensagem para o Alto Conselho sobre Kalona. Eles sabem que ele matou Heath

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e então veio atrás de mim, e que Neferet estava totalmente envolvida nisso e se aliou à Escuridão. O Alto Conselho pode lidar com Neferet. Maldição, adultos precisam lidar com ela e a sórdida e perversa confusão que ela continua a tentar fazer da vida. Sgiach não disse nada, então eu respirei fundo e continuei balbuciando. — Eu sou uma criança. Dezessete. Apenas. Eu sou ruim em geometria. Meu espanhol é péssimo. Não posso nem mesmo votar ainda. Lutar contra o mal não é minha responsabilidade – me formar no ensino médio e, esperançosamente, fazer a Mudança são. Minha alma foi despedaçada e meu namorado foi morto. Eu não mereço um descanso? Apenas um pequeno descanso? Totalmente me surpreendendo, Sgiach sorriu e disse, — Sim, Zoey, eu acredito que você merece. — Você que dizer que eu posso ficar aqui? — O quanto você desejar. Eu sei o que sentir a pressão do mundo muito forte ao redor. Aqui, como você disse, o mundo só é permitido entrar sob minhas ordens — e a maioria das vezes eu ordeno que ele fique longe. — E a luta contra Escuridão e o mal e sei lá o quê? — Isso estará lá quando você retornar. — Uau. Sério? — Sério. Fique em minha ilha até que sua alma esteja

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verdadeiramente descansada e restaurada, e sua consciência te diga para retornar a seu mundo e sua vida lá. Eu ignorei a pequena aflição que eu senti com a palavra consciência. — Stark pode ficar, também, certo? — É claro. Uma rainha deve sempre ter seu Guardião ao seu lado. — Falando nisso, — Eu disse rapidamente, satisfeita de dirigir o assunto longe de questões de consciência e de combater o mal, — Há quanto tempo Seoras tem sido seu Guardião? Os olhos da rainha suavizaram e seu sorriso se tornou doce, cálido e até mesmo mais bonito. — Seoras se tornou meu Guardião Jurado há mais de quinhentos anos atrás. — Santa merda! Quinhentos anos? Quantos anos você tem? Sgiach riu. — Depois de certo ponto, você acha que a idade é relevante? — E não ser educado perguntar a idade de uma moça. Mesmo se ele não tivesse dito nada, eu saberia que Seoras tinha entrado na sala. A expressão de Sgiach mudava quando ele estava ao redor. Era como se ele ligasse um interruptor e fizesse algo suave e cálido brilhar dentro dela. E quando ele olhou de volta pra ela, só por um momento, ele não parecia tão ríspido e ferido pelas batalhas e tão eu-prefiro-chutar-seutraseiro-do-que-falar-com-você.

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A rainha riu e tocou o braço de seu Guardião com uma intimidade que me fez esperar que Stark e eu pudéssemos encontrar pelo menos uma pequena parte do que os dois tinham. E se ele me chamasse de moça depois de quinhentos anos, seria muito legal, também. Heath teria me chamado de moça. Bem, seria mais como garota. Ou talvez Zo – para sempre apenas Zo. Mas Heath estava morto e enterrado e ele nunca mais me chamaria de alguma coisa novamente. — Ele estar esperando por você, jovem rainha. Chocada, eu encarei Seoras. — Heath? O olhar do Guerreiro era sábio e compreensivo, sua voz gentil. — Aye, seu Heath provavelmente esperar você em algum lugar no futuro, mas é de seu Guardião que eu falar. — Stark! Oh, bom, ele está acordado. — Eu sei que eu soei culpada. Eu não queria ficar pensando sobre Heath, mas era difícil não fazer. Ele tinha sido parte de minha vida desde que eu tinha nove anos – e morto só há poucas semanas. Eu mentalmente me sacudi, me inclinei rapidamente para Sgiach, e parti para a porta. — Ele non estar em seus aposentos, — Seoras disse. — O garoto estar perto do bosque. Ele pediu para você encontrá-lo lá. — Ele está fora? — Eu parei, surpresa. Desde que Stark tinha voltado do Outromundo, ele estava muito fraco para fazer algo além de comer, dormir, e jogar no computador com

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Seoras, o que era geralmente uma visão super estranha – era como um encontro escolar de Braveheart e Call of Duty2. — Aye, a moça estar cansada da neura com sua maquiagem e agora estar agindo como um Guardião adequado de novo. Eu coloquei minha mão no quadril e estreitei os olhos para o velho Guerreiro. — Ele quase morreu. Você cortou-o em pedaços. Ele estava no Outromundo. Dê a ele um descanso. Aff. — Aye, bem, ele non estar atualmente morto, estar? Eu rolei meus olhos. — Você disse que ele está no bosque? — Aye. — Positivo. Enquanto eu corria através do corredor, a voz de Sgiach me seguiu. — Leve este lindo lenço que você comprou na vila. É uma noite fria. Eu pensei que isso era um tipo de coisa meio estranha para Sgiach dizer. Quero dizer, sim, era frio (e geralmente molhado) em Skye, mas calouros e vamps não sentiam mudanças climáticas como humanos sentiam. Mas, o que seja. Quando uma rainha guerreira fala pra você fazer algo, geralmente é melhor você fazer. Então eu desviei para o enorme quarto que eu compartilhava com Stark e peguei o lenço que eu enrolei no final dossel da cama. Ele era de caxemira de cor creme, tecido com fios de ouro, e eu pensei que ele era provavelmente mais 2

Braveheart e Call of Duty são nomes de jogos de computador.

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bonito pendurado contra as cortinas vermelhas da cama do que ao redor de meu pescoço. Eu parei um instante, olhando para a cama que eu estive compartilhando com Stark pelas últimas semanas. Eu tinha me enrolado com ele, segurado sua mão, e descansado minha cabeça em seu ombro enquanto o observava dormir. Mas foi só isso. Ele não tinha sequer tentado me provocar sobre o que fazer com ele. Droga! Ele está muito ferido! Eu me encolhi mentalmente enquanto contava quantas vezes Stark sofreu por minha causa: uma flecha quase o matou porque ele tinha tomado o tiro que foi dirigido para mim; ele foi cortado e depois destruiu uma parte de si mesmo para entrar no Outromundo e se juntar a mim; ele foi mortalmente ferido por Kalona porque ele acreditava que era a única maneira de alcançar o que foi destruído dentro de mim. Mas eu o salvei também, eu me lembrei. Stark estava certo – assistir Kalona brutalizá-lo tinha feito eu me recompor, e por causa disso Nyx forçou Kalona a exalar um pouco de imortalidade no corpo de Stark, retornando sua vida e pagando a dívida que ele devia por matar Heath. Eu andei através do castelo lindamente decorado, acenando para os Guerreiros que se inclinavam respeitosamente para mim, e pensava sobre Stark, automaticamente pegando meu ritmo. O que ele estava pensando, arrastando-se para fora depois do que ele tinha passado?

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Maldição, eu não sabia o que ele estava pensando. Ele estava diferente desde que nós voltamos. Bem, é claro que ele está diferente, eu disse a mim mesma com firmeza, sentindo-me péssima e desleal. Meu Guerreiro fez uma jornada para o Outromundo, morreu, foi ressuscitado por um imortal, e em seguida voltou para um corpo que estava fraco e ferido. Mas antes disso. Antes de nós retornarmos ao mundo real, algo tinha acontecido entre nós. Algo tinha mudado para nós. Ou pelo menos eu achava que tinha. Nós estávamos superíntimos no Outromundo. Beber de mim tinha sido uma experiência incrível. Tinha sido mais do que sexo. Sim, isso foi bom. Muito, muito bom. Isso tinha curado-o, reforçado-o, e, de alguma forma, isso tinha fixado o que quer que seja que ainda estava quebrado dentro de mim, permitindo que minhas tatuagens retornassem. E esta nova proximidade com Stark tinha feito a perda de Heath suportável. Então, porque eu estava me sentindo tão deprimida? O que estava errado comigo? Merda. E não sabia. Uma mãe saberia. Eu pensei em minha mãe e senti uma inesperada e terrível solidão. Sim, ela tinha bagunçado e basicamente tinha elegido o novo marido acima de mim, mas ela ainda era minha mãe. Eu sinto falta dela, a pequena voz em minha cabeça admitiu. Então eu sacudi minha cabeça. Não. Eu

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ainda tinha uma "mãe". Minha avó era isso e muito mais para mim. — É da Vovó que eu sinto falta. — E então, é claro, eu senti culpa porque desde que eu voltei eu nem sequer tinha ligado pra ela. Ok, certo, eu sabia que Vovó sentiria que minha alma tinha retornado – disso eu estava segura. Ela sempre tinha sido super intuitiva, especialmente sobre mim. Mas eu devia ter ligado pra ela. Sentindo-me verdadeiramente decepcionada comigo mesma e triste, eu mordi meus lábios e enrolei o lenço de caxemira em volta de meu pescoço, segurando as pontas juntas enquanto eu fazia meu caminho através da ponte tipo fosso e o vento gelado açoitava em minha volta. Os Guerreiros estavam acendendo as tochas e eu cumprimentei os caras que se inclinaram para mim. Eu tentei não olhar para os assustadores crânios empalados que emolduravam as tochas. Sério mesmo. Caveiras. Como de pessoas reais mortas. Bem, eles estavam todos velhos e enrugados e praticamente sem carne, mas ainda, nojento. Mantendo meus olhos cuidadosamente afastados, eu segui o caminho elevado sobre a área pantanosa que cercava o lado de terra do castelo. Quando eu cheguei à estrada estreita virei à esquerda. O Bosque Sagrado começava justamente pouco depois do castelo, parecendo se alongar indefinidamente à distância do outro lado da estrada. Eu sabia onde estava não porque eu me lembrei sendo carregada, como um cadáver, passando por

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aqui em meu caminho até Sgiach. Eu sabia onde estava porque durante as últimas semanas, enquanto Stark estava se recuperando, eu tinha me sentido atraída para o bosque. Quando eu não estava com a rainha, ou Aphrodite, ou verificando Stark, eu estava dando longas caminhadas dentro dele. Ele me lembrava o Outromundo, e o fato de que esta memória confortava e me arrepiava ao mesmo tempo era assustador. Ainda, eu tinha visitado o Bosque Sagrado, ou como Seoras chamava, o Croabh, mas eu sempre vinha nele durante as horas do dia. Nunca depois do pôr-do-sol. Nunca à noite. Eu andei ao longo da estrada. Tochas alinhavam a rua. Elas lançavam sombras tremulantes contra a borda do bosque, dando suficiente luz para que eu pudesse entrever o musguento e mágico mundo dentro do limite das eternas árvores. Ele parecia diferente sem o sol tornando vivente a copa de galhos. Ele não era mais familiar, e eu senti um formigamento em toda minha pele, como se meus sentidos estivessem em super alerta. Meus olhos continuaram sendo puxados para as sombras dentro do bosque. Elas eram mais escuras do que deveriam ser? Havia algo não muito certo escondido ali dentro? Eu estremeci, e foi quando um movimento mais para baixo da estrada pegou a borda de minha visão. Meu coração deslizou pelo meu peito enquanto eu espreitava diante de mim, meio que esperando asas e frieza, maldade e loucura...

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Em vez disso o que eu vi teve meu coração deslizando por outras razões. Stark estava ali, parado na frente de duas árvores que foram torcidas juntas formando uma única. As árvores entrelaçadas estavam decoradas com tiras de pano atados juntos – algumas eram vivamente coloridas, outras estavam usadas, desbotadas e esfarrapadas. Era a versão mortal da árvore de pendurar que tinha estado diante do Bosque de Nyx no Outromundo, mas só porque esta estava no mundo "real" não queria dizer que era menos espetacular. Especialmente quando o cara parado na frente dela, olhando para seus ramos, estava vestindo o xadrez MacUallis cor-de-terra, no tradicional jeito de Guerreiro, completo com adaga e sporran3 e todo tipo sexy de metal cravejado com apetrechos de couro (como Damien diria). Eu olhei para ele como se o tivesse visto por anos. Stark parecia forte e saudável e totalmente lindo. Eu estava me distraindo por saber exatamente o que os carinhas escoceses faziam, ou não faziam, vestiam por baixo daqueles kilts quando ele se virou para mim. Seu sorriso iluminou seus olhos. — Eu posso quase ouvir o que você está pensando. Minhas bochechas ficaram quentes instantaneamente, especialmente visto que Stark tinha a habilidade de sentir

Sporran: tipo de uma bolsa de couro usada com a tradicional roupa escocesa. http://www.kommandokilts.com/sporrans/SporranPlnBlk.jpg 3

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minhas emoções. — Você não deveria estar ouvindo a menos que eu estivesse em perigo. Seu sorriso se tornou convencido e seus olhos brilharam maliciosamente. — Então não pense tão alto. Mas você está certa. Eu não deveria estar ouvindo porque o que eu estava obtendo de você era oposto ao que eu chamo de perigo. — Espertinho, — eu disse, mas eu não consegui deixar de sorrir de volta. — Sim, este sou eu, mas eu sou seu espertinho. Stark estendeu sua mão para mim enquanto eu chegava ao seu lado, e nossos dedos se entrelaçaram. Seu toque era quente, sua mão forte e firme. Nesta proximidade dele eu pude ver que ele ainda tinha olheiras sob seus olhos, mas ele não estava tão mortalmente pálido quanto ele tinha estado. — Você é você de novo! — Sim, isso me levou um tempo; meu sono tem sido estranho – não tão tranqüilo como deveria ser, mas é como um interruptor que ligou dentro de mim hoje e eu finalmente recarreguei. — Estou contente. Tenho estado tão preocupada com você. — Enquanto eu disse isso eu percebi o quão verdadeiro era, e eu também desabafei, — Eu senti sua falta, também. Ele apertou minha mão e me puxou para perto dele. Toda sua pretensiosa brincadeira evaporou. — Eu sei. Você se sentiu distante e assustada. O que houve com isso? Eu comecei a dizer que ele estava errado – que eu estava

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apenas lhe dando algum espaço para ficar bem, mas as palavras que se formaram e saíram de meus lábios eram mais honestas. — Você se machucou muito por causa de mim. — Não por causa de você, Z. Eu me machuquei porque é isso que a Escuridão faz, tenta destruir aqueles de nós que lutam pela Luz. — É, bem, eu desejo que a Escuridão possa pegar alguém mais por um tempo e deixar você descansar. Ele me bateu com seu ombro. — Eu sabia no que estava me metendo quando me jurei a você. Eu estava bem com isso então—eu estou bem com isso agora—e eu ainda estarei bem com isso daqui a cinqüenta anos. E, Z, realmente não me faz parecer muito viril e todo Guardião quando você diz que a Escuridão me "pegou". — Olha, eu estou sendo séria. Você quer saber o que está acontecendo comigo, bem, eu tenho estado preocupada que você tivesse se machucado muito. — Eu hesitei, lutando contra lágrimas inesperadas quando eu finalmente entendi. — Tanto que você não pudesse ficar bem. E então você me deixaria, também. A presença de Heath era tão tangível ali entre nós que eu meio que esperei vê-lo sair do bosque e dizer, Ei, Zo. Sem chorar. Você sempre tem catarro quando você chora. E é claro que o pensamento fez mais difícil ainda para eu não gritar. — Me ouça, Zoey. Eu sou seu Guardião. Você é minha rainha; Isso é mais que uma Alta Sacerdotisa, então nossa

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ligação é mais forte que um comum Juramento de Guerreiro. Eu pisquei forte. — Isso é bom, porque parece que coisas ruins continuam tentando me separar de todos que eu amo. — Nada irá me separar de você, Z. Eu fiz meu juramento por isso. — Ele sorriu, e havia esta confidência e confiança e amor em seus olhos que ele fez minha respiração prender em minha garganta. — Você nunca se livrará de mim, mo bann ri. — Bom, — eu disse suavemente, inclinando minha cabeça no ombro dele enquanto ele me puxava para dentro do meiocírculo de seu braço. — Eu estou cansada de toda esta coisa de partir. Ele beijou minha testa, murmurando contra minha pele, — Sim, eu também. — Na realidade, eu acho que a verdade é que eu estou cansada. É fase. Eu preciso de recarga, também. — Eu olhei para ele. — Estaria bem pra você se ficarmos aqui? Eu-eu apenas não quero ir embora e voltar. . . para. . . — Eu hesitei, incerta de como colocar o que eu sentia em palavras. — Para tudo, o bom e o mau. Eu sei o que você quer dizer, — disse meu Guardião. — É legal com Sgiach? — Ela disse que nós podemos ficar o tempo que minha consciência me permitir, — eu disse, sorrindo um pouco ironicamente. — E justo agora minha consciência está definitivamente me deixando. — Parece bom para mim. Eu não estou com pressa de voltar para todo o drama de Neferet que está esperando por

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nós. — Então, ficamos por enquanto? Stark me abraçou. — Nós ficaremos até que você diga o contrário. Eu fechei meus olhos e descansei nos braços de Stark, sentindo como se um enorme peso tivesse sido tirado de mim. Quando ele perguntou, — Ei, você faria uma coisa comigo? Minha resposta foi imediata e fácil, — Sim, qualquer coisa. Eu podia o senti-lo rindo. — Esta resposta me faz querer mudar o que eu ia pedir pra você fazer. — Não este tipo de coisa. — Eu dei-lhe um pequeno empurrão, mesmo embora eu estivesse sentido uma onda de alívio de que Stark estava definitivamente agindo como Stark novamente. — Não? — Seu olhar foi de meus olhos para meus lábios, e de repente ele parecia menos arrogante e mais faminto – e aquele olhar me deu calafrio no estômago. Então ele se inclinou e me beijou, forte e demorado, e ele tirou totalmente meu fôlego. — Tem certeza que não quer dizer este tipo de coisa? — ele perguntou, sua voz baixa e mais grossa que a habitual. — Não. Sim. Ele riu. — Qual vai ser? — Eu não sei. Eu não posso pensar quando você me beija assim, — eu disse a ele honestamente.

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— Então eu terei que fazer mais deste tipo de beijo, — ele disse. — Ok, — Eu disse, sentindo-me tonta e estranhamente fraca. — Ok, — Ele repetiu. — Mas mais tarde. Agora eu vou lhe mostrar quão forte Guardião eu sou e pular para a pergunta inicial que eu ia te fazer. — Ele enfiou a mão na bolsa de couro que estava amarrada em seu corpo e puxou uma longa e estreita faixa do xadrez MacUallis, levantando-o para que ele flutuasse suavemente com a brisa. — Zoey Redbird, você amarraria seus desejos e seus sonhos para o futuro comigo em um nó na árvore de pendurar? Eu hesitei por apenas um segundo – apenas o tempo suficiente para sentir a aguda dor que era a ausência de Heath, a ausência de uma discussão futura que nunca aconteceria – e então eu pisquei meus olhos limpos de lágrimas e respondi meu Guardião Guerreiro. — Sim, Stark, eu amarrarei meus desejos e sonhos para o futuro com você.

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Zoey — Eu tenho que fazer o quê com meu cachecol de caxemira? — Partir uma tira dele, — Stark disse. — Você tem certeza? — Yeah, eu consegui as instruções direto de Seoras. Isso e um monte de comentários espertinhos sobre minha educação ser tristemente deficiente e alguma coisa sobre não diferenciar minha bunda da minha orelha ou meu cotovelo, e alguma coisa também sobre eu ser um pateta, e eu não sei o que diabos isso significa. — Pateta? Tipo o do desenho? — Eu acho que sim... Stark e eu balançamos nossas cabeças, em total concordância sobre Seoras e sua estranheza. — De qualquer modo, — Stark continuou, — ele disse que os pedaços de tecido têm que ser alguma coisa que seja minha e alguma coisa que seja sua, e que sejam especiais para cada um de nós. — Ele sorriu e puxou meu tremulante, caro e lindo novo cachecol. —

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Você gosta um bocado dessa coisa, não gosta? — É, o suficiente para não querer desfiá-lo. Stark riu, puxou o punhal da bainha de sua cintura e me entregou. — Bom, então ele amarrado com a minha manta fará um forte laço entre nós. — Yeah, esse manto não custou a você oitenta euros, que é mais de cem dólares. Eu acho, — eu murmurei enquanto pegava o punhal. Ao invés de me deixar pegá-lo dele, Stark hesitou. Seus olhos encontraram os meus. — Você está certa. Isso não me custou dinheiro. Custou-me sangue. Meus ombros caíram. — Eu sinto muito. Olhe só pra mim, reclamando sobre dinheiro e um cachecol. Ah, inferno! Eu estou começando a soar como Aphrodite. Stark revirou o punhal para que ficasse pressionado contra seu peito sobre seu coração. — Se você se transformar em Aphrodite, eu mesmo vou me apunhalar. — Se eu me transformar em Aphrodite, me apunhale primeiro. — Eu peguei o punhal, e dessa vez ele o deu para mim. — Combinado. — Ele sorriu. — Combinado, — eu disse, e depois eu rasguei a ponta do meu novo cachecol franjado e com um rápido puxão eu arranquei uma longa e fina tira dele. — Agora o que? — Escolha um galho. Seoras disse que eu tenho que

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segurar o meu pedaço, e você o seu. Nós os amarramos juntos, e o desejo que nós fizermos para nós será amarrado junto. — Sério? Isso é super romântico. — Yeah, eu sei. — Ele se aproximou e traçou minha bochecha com um dedo. — Isso me fez desejar fazê-lo, apenas por você. Eu olhei dentro de seus olhos e disse exatamente o que eu estava pensando. — Você é o melhor Guardião no mundo. Stark balançou sua cabeça, sua expressão rígida. — Eu não sou. Não diga isso. Como ele havia feito em mim, eu tracei sua bochecha com um dedo. — Para mim, Stark. Para mim você é o melhor Guardião no mundo. Ele relaxou um pouco. — Por você, eu tentarei ser. Eu olhei dentro de seus olhos para a antiga árvore. — Lá. — Eu apontei para um galho baixo bifurcado, que criava com folhas e ramos o que se parecia com um coração. — Aquele é nosso lugar. Juntos nós fomos para a árvore. Então, como o Guardião de Sgiach tinha instruído, Stark e eu amarramos o manto MacUallis cor-de-terra e meu longo e tremulante cor creme juntos. Nossos dedos se roçaram enquanto nós enrolávamos a ultima parte do nó, nossos olhos encontraram-se. — Meu desejo para nós é que nosso futuro seja forte, assim como esse nó, — Stark disse.

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— Meu desejo para nós é que nosso futuro seja juntos, assim como esse nó, — eu disse. Nós selamos nossos desejos com um beijo que me fez perder a respiração. Eu estava me inclinando em Stark para beijá-lo de novo quando ele pegou minha mão e disse, — Você me deixaria te mostrar uma coisa? — Ok, claro, — eu disse, apenas pensando que naquele momento eu deixaria Stark me mostrar qualquer coisa. Ele começou a me guiar dentro do bosque, mas ele sentiu minha hesitação porque ele apertou minha mão e sorriu para mim. — Ei, não há nada aqui que possa machucar você, e se houvesse eu protegeria você. Eu prometo. — Eu sei. Me desculpe. — Eu engoli através do estranho nó de medo que tinha se formado na minha garganta, apertei sua mão de volta, e nós adentramos o bosque. — Você está de volta, Z. Realmente de volta. E você está segura. — Isso não te lembra o Outromundo também? — eu falei quietamente e Stark teve que se inclinar para me ouvir. — Sim, mas de um bom modo. — Eu também, a maior parte do tempo. Eu sinto coisas aqui que me fazem pensar em Nyx e seu reino. — Eu acho que isso tem alguma coisa a ver com quão velho esse lugar é, e quanto à parte do mundo ele tem estado. Ok, está logo aqui, — ele disse. — Seoras estava me falando

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sobre isso, e eu pensei ter visto bem antes de você aparecer. Isso é o que eu queria mostrar a você. — Stark apontou direto a frente de nós, e eu ofeguei em prazer. Uma das árvores estava brilhando. De dentro das linhas escarpadas da sua espessa casca, uma suave luz azul brilhava como se a árvore tivesse veias luminosas. — É maravilhoso! O que é isso? — Eu estou certo que há uma explicação cientifica — provavelmente alguma coisa sobre plantas fosforescentes e coisas assim, mas eu prefiro acreditar que é mágico, magia escocesa, — Stark disse. Eu olhei acima para ele, sorri, e puxei seu manto. — Eu gosto de chamar isso de magia também. E falando em coisas escocesas, eu estou seriamente gostando de você nessa roupa. Ele olhou para si mesmo. — Yeah, estranho que o que é basicamente um vestido feito de lã possa parecer tão viril. Eu dei risadinha. — Eu gostaria de ouvir você dizer a Seoras e o resto dos Guerreiros que eles estão usando vestidos de lã. — Inferno, não. Eu acabei de vir do Outromundo, mas isso não significa que eu tenha desejo de morrer. — Então ele pareceu reconsiderar o que eu tinha acabado de dizer, e adicionou, — Você gostou de mim nisto, hein? Eu cruzei os braços e andei um círculo ao redor dele, dando a ele uma séria avaliação enquanto ele me observava. As cores do manto MacUallis sempre me lembraram da terra –

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estranho o suficiente, da suja terra vermelha de Oklahoma para ser especifica. Aquele distinto marrom desbotado era misturado com folhas novas mais claras e cascas cinzaenegrecido, leve tipo folhas-recém-mudadas. Ele o usava do modo antigo, como Seoras tinha ensinado a ele, dobrando todos aqueles metros de material a mão e, em seguida, enrolando-se nele e prendendo-o com cintos e broches antigos legais (exceto que eu não acho que caras Guerreiros chamem de broches). Ele tinha outro pedaço do manto que ele podia por sobre os seus ombros, o que era uma boa coisa, porque exceto pela coisa do cinto cruzado de couro, tudo o que ele usava sobre o peito era uma camiseta sem mangas, que deixava muito da sua pele nua. Ele clareou sua garganta. Seu meio sorriso o fez parecer um garotinho e um tanto nervoso. — Então? Eu passei na sua inspeção, minha rainha? — Totalmente. — Eu sorri. — Com um enorme dez. Eu gostei disso, que mesmo embora ele fosse um grande e duro Guardião, ele pareceu aliviado. — Grato em ouvir isso. Levando em conta o quão conveniente é toda essa lã. — Ele pegou minha mão e me guiou para perto da árvore brilhante, e sentou-se espalhando parte de seu manto sobre o musgo. — Sente-se, Z. — Não se importe se eu sentar, — eu disse, encolhendo-me ao lado dele. Stark me puxou para dentro de seus braços e dobrou a ponta do kilt sobre mim assim eu fiquei aquecida,

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encasulada no que eu sentia como um adorável sanduíche de Guerreiro-e-manta. Nós ficamos lá no que pareceu como um longo tempo. Nós não falamos. Pelo contrário, nós nos afundamos em um lindo e confortável silêncio. Parecia certo estar nos braços de Stark. Seguro. E quando as mãos dele começaram a se mover traçando o padrão de minhas tatuagens, primeiro no meu rosto e depois abaixo no meu pescoço, senti isso certo, também. — Eu estou feliz que elas voltaram, — Stark disse suavemente. — Foi por causa de você, — eu sussurrei de volta. — Pelo que você me fez sentir no Outromundo. Ele sorriu e beijou minha testa. — Você quer dizer assustada e histérica? — Não, — eu disse, tocando seu rosto. — Você me fez sentir viva de novo. Seus lábios foram da minha testa para minha boca. Ele me beijou profundamente, depois contra meus lábios ele disse, — É bom ouvir isso, porque a coisa toda com Heath, e quase perder você, me fez saber uma coisa de verdade que eu só sabia superficialmente antes. Eu não posso viver sem você, Zoey. Talvez eu seja apenas seu Guardião, e você tenha outro consorte ou mesmo um companheiro, mas quem quer que seja que você tenha na sua vida não vai mudar quem eu sou para você. Eu nunca mais serei enfurecido ou egoísta de novo com

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você. Eu juro. — Ele suspirou e pressionou sua testa contra a minha. — Obrigada, — eu disse. — Mesmo que isso soe um tanto como se você estivesse me entregando para outros caras. Ele se afastou, franziu para mim e disse, — Isso é besteira, Z. — Bem, você acabou de dizer que está bem pra você se eu estou com— — Não! — ele me sacudiu um pouco. — Eu não disse que estava bem com você ficando com outros caras. Eu disse que eu não deixaria isso quebrar o que nós temos. — O que nós temos? — Um ao outro. Para sempre. — Isso é suficiente para mim, Stark. — Eu envolvi meu braço ao redor de seus ombros. — Você faria uma coisa por mim? — Sim, qualquer coisa, — ele ecoou minha resposta, fazendo nós dois sorrirmos. — Me beije como você fez ainda a pouco para que eu não possa pensar. — Eu posso cuidar disso, — ele disse. O beijo de Stark começou devagar e doce, mas não durou assim por muito tempo. Enquanto ele aprofundava o beijo, suas mãos começaram a explorar meu corpo. Quando ele alcançou a borda inferior da minha camiseta ele hesitou, e foi

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durante aquele pequeno momento de hesitação que eu fiz minha decisão. Eu queria Stark. Eu queria tudo dele. Eu me afastei dele para que pudesse olhar dentro de seus olhos. Nós estávamos ambos respirando difícil e ele automaticamente se inclinou para mim, como se ele não pudesse suportar não ficar pressionado contra o meu corpo. — Espere. — Eu pus minha mão plana contra seu peito. — Desculpe. — A voz dele soava rouca. — Eu não queria pegar pesado. — Não, não é isso. Você não está pegando pesado. Eu só queria... bem... — eu hesitei, tentando fazer minha mente funcionar através da névoa de desejo que eu estava sentido por ele. — Ah, inferno. Eu irei te mostrar o que eu quero. — Antes que eu pudesse ficar tímida ou envergonhada, eu levantei. Stark estava me observando com uma expressão que era curiosidade mistura com calor, mas quando eu tirei minha camiseta, soltei-a e sai dos meus jeans a curiosidade foi embora e seus olhos pareceram escurecer com o calor. Eu me deitei dentro da segurança de seus braços, amando a sensação da aspereza de seu manto contra a suavidade da minha pele nua. — Você é tão linda, — Stark disse, traçando o padrão de minhas tatuagens que envolviam minha cintura. Seu toque me fez tremer. — Você está assustada? — ele perguntou, me puxando mais perto. — Eu não estou tremendo porque estou assustada, — eu sussurrei contra seus lábios entre beijos. — Eu estou tremendo

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pelo tanto que eu quero você. — Você está segura? — Totalmente segura. Eu amo você, Stark. — Eu amo você, também, Zoey. Stark me tomou em seus braços então, e com suas mãos e seus lábios, ele bloqueou fora o mundo, me fazendo pensar apenas nele – querer apenas estar com ele. Seu toque baniu a feia memória de Loren, e o erro que eu tinha cometido me entregando a ele, dentro da névoa do passado. Ao mesmo tempo Stark acalmou a dor deixada dentro de mim pela perda de Heath. Eu iria sempre sentir falta de Heath, mas ele tinha sido humano, e enquanto Stark fazia amor comigo eu entendi que eu eventualmente teria tido que dizer adeus a Heath. Stark era meu futuro – meu Guerreiro – meu Guardião – meu amor. Quando Stark desenrolou o manto MacUallis ao redor de seu corpo e deitou nu ao meu lado, ele se inclinou e eu senti sua língua contra a pulsação em meu pescoço, e então um breve toque questionador de seus dentes. — Sim, — eu disse, surpresa pelo ofegante, estranho som de minha voz. Eu mudei meu corpo para assim os lábios de Stark pressionarem mais firmemente contra meu pescoço, enquanto eu beijava a forte, suave curva onde seu ombro encontra seu bíceps. Com minha própria pergunta silenciosa, eu deixei meus dentes roçarem sua pele. — Oh, deusa, sim! Por favor, Zoey. Por favor. Eu não podia esperar mais. Eu mordisquei sua pele ao

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mesmo tempo que ele mordeu gentilmente no meu pescoço, e com o quente, doce sabor de seu sangue meu corpo estava preenchido com nossos sentimentos compartilhados. O vinculo entre nós estava como fogo – se queimava e consumia, quase dolorosamente em sua intensidade. Quase insuportável em seu prazer. Nós agarramos um ao outro, bocas pressionadas contra pele, corpo contra corpo. Tudo que eu podia sentir era Stark. Tudo que eu podia ouvir era o som de nossos corações batendo em sintonia juntos. Eu não podia dizer onde eu terminava e onde ele começava. Eu não podia dizer qual prazer era meu, ou qual prazer era dele.

*** Nós não saímos do bosque por horas. Depois eu lembraria aquela noite como uma das mais felizes da minha vida. No caos do futuro, a memória de ser envolvida pelos braços de Stark, compartilhando toques e sonhos, e por aquele momento ser totalmente, completamente inteira, seria algo que eu acalentaria, como o brilho das luzes de velas na escuridão das noites. Bem mais tarde nós andamos vagarosamente de volta ao castelo. Nossos dedos entrelaçados juntos, nossos lados roçando-se intimamente. Nós tínhamos acabado de atravessar a ponte do fosso, e eu estava tão envolvida em Stark que eu nem mesmo notei as cabeças estacadas. Na verdade, eu não tinha notado nada de nada até a voz de Aphrodite se

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intrometer. — Oh, pelo amor do saco plástico. Vocês dois poderiam ser mais óbvios? Eu ergui minha cabeça sonhadoramente do ombro de Stark e vi Aphrodite parada em uma poça de luz de tocha na entrada do castelo, o pé batendo em aborrecimento. — Minha beleza, deixe-os estar. Eles mereceram seu pedaço de felicidade. — Veio a profunda voz de Darius das sombras ao lado dela. Uma fina sobrancelha loira ergueu-se zombeteiramente. — Eu não acho que felicidade é o pedaço que ela acabou de dar a Stark. — Sério, mesmo a sua rudeza não pode me incomodar nesse momento, — eu disse a ela. — Pode me incomodar, entretanto, — Stark disse. — Você não deveria estar arrancando fora as asas de gaivotas ou as patas dos caranguejos? Aphrodite agiu como se Stark não tivesse falado e andou para mim. — Isso é verdade? — O que é verdade? Que você é uma dor na bunda? — eu disse. Stark bufou. — Isso definitivamente é verdade. — Se isso é verdade, então você vai dizer a ele. Eu não vou ficar o ouvindo-o cair em prantos. Aphrodite acenou seu iphone ao redor, usando-o para

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pontuar suas palavras. — Aff, você está agindo super louca, mesmo para você, — eu disse. — Você precisa de intervenção terapêutica de compras? O. Que. É. Verdade? — eu falei vagarosamente, fingindo que ela era uma aprendiz-de-inglês-como-segundalíngua. — É verdade o que a Rainha de Toda Maldita Coisa Skye acabou de me dizer que você não está partindo com a gente amanhã? Que você está ficando aqui? — Oh. — Eu embaralhei meus pés, me perguntando por que eu devia sentir culpa. — Aham, isso é verdade. — Ótimo. Apenas ótimo. Então, como eu disse antes, você conta a ele. — Ele quem? — Jack. Aqui. Ele vai explodir em lágrimas irritadas e arruinar sua maquiagem, o que fará com que ele soluce ainda mais. E eu não quero ter nada a ver com ranho de gay. Nada a ver. — Aphrodite acertou a tela de seu telefone. Estava chamando quando ela o deu para mim. Jack soou doce, mas defensivo quando ele atendeu. — Aphrodite, se você vai dizer mais alguma coisa sobre o Ritual então eu acho que você não deveria dizer mais nada. Além do mais, eu não vou ouvir você porque eu estou ocupado desafiando a gravidade. Assim não. — Er, oi, Jack, — eu disse.

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Eu podia quase ver seu sorriso resplandecer através do fone. — Zoey! Oi! Oooh, é tão legal que você não esteja morta, ou mesmo tipo-morta. Oh, oh, Afrodite contou a você o que nós estamos planejando para amanhã depois que você voltar? Ohminhadeusa vai ser tão totalmente legal! — Não, Jack. Aphrodite não me disse por que— — Bom! Eu tenho que contar a você. Então, nós vamos ter um Ritual de Celebração especial das Filhas e Filhos da Noite, com nomes próprios e tal, porque você ser despedaçada é grande coisa. — Jack, eu tenho que— — Não, não, não, você não tem que fazer nada. Eu tenho tudo sob controle. Eu mesmo tenho a comida planejada, bem, com a ajuda de Damien, é claro. Eu quero dizer... Eu suspirei e esperei que ele desse uma pausa para respirar. — Vê, te disse, — Aphrodite falou sob sua respiração enquanto Jack jorrava. — Ele vai gritar quando você estourar sua pequena bolha cor-de-rosa. — ...e minha parte favorita é quando você vem para o circulo eu estarei cantando ‘Defying Gravity.’ Você sabe, como o Kurt fez em Glee, exceto que eu realmente vou atingir aquela nota alta. Então o que você acha? Eu fechei meus olhos, tomei uma profunda respiração, e disse, — eu acho que você realmente é um bom amigo.

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— Oooh! Obrigado! — Mas vamos adiar o Ritual. — Adiar? Como assim? — a voz dele já soava trêmula. — Por que... — eu hesitei. Droga. Aphrodite estava certa. Ele provavelmente iria chorar. Stark pegou o telefone gentilmente da minha mão e pressionou o botão do viva-voz. — Ei aí, Jack, — ele disse. — Oi, Stark! — Você poderia me fazer um favor? — Ohminhadeusa! É claro! — Bem, eu ainda estou meio fora disso pela coisa do Outromundo e tudo mais. Aphrodite e Darius estão voltando amanhã, mas Zoey vai ficar aqui em Skye comigo enquanto eu fico mais forte. Então você poderia deixar os outros saberem que nós não vamos voltar para Tulsa por mais ou menos umas duas semanas? Apenas transmita minhas palavras e suavize as coisas? Eu segurei minha respiração, esperando pelas lágrimas, mas ao invés Jack soou totalmente crescido e maduro. — Absolutamente. Não se preocupe, Stark. Eu deixarei Lenobia e Damien e todo mundo saber. E Z, sem problemas. Nós podemos definitivamente adiar. Isso só me dará mais tempo para praticar minha canção e descobrir como fazer espadas de origami para decorações. Eu pensei em pendurá-las em uma linha de pesca, aquelas que a gente vê através, assim elas

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pareceriam como se estivessem, você sabe, desafiando a gravidade. Eu sorri e vocalizei um obrigada para Stark. — Parece perfeito, Jack. Eu não me preocuparei com nada se você está a cargo da decoração e da música. A risada feliz de Jack estourou. — Será um ótimo Ritual! Você não perde por esperar. Stark, apenas fique bem. Oh, e Aphrodite, você não deveria assumir que eu vou debulhar em lágrimas ao primeiro sinal de uma mudança de planos na festa. Afrodite franziu a testa para o telefone. — Como diabos você sabe o que eu assumi? — Eu sou gay. Eu sei coisas. — Tanto faz. Diga adeus, Jack. Meu telefone está em roaming, — Aphrodite disse. — Adeus, Jack! — Jack disse, dando risadinha, enquanto Aphrodite tomava o telefone de Stark e terminava a ligação. — Isso foi melhor do que eu pensei que seria, — eu disse para Aphrodite. — É "ela" levou isso na boa. Pergunto-me como a outra irá receber isso, desde que ela é exponencialmente pior que Srta. Jack. — Olhe, Afrodite, Damien não é um gay extravagante, não que haja alguma coisa errada com isso. Mas eu realmente desejo que você fosse mais legal sobre eles dois.

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— Oh, por favor. Eu não estou falando sobre seus gays. Eu estou falando sobre Neferet. — Neferet! — minha voz estava aguda. Eu odiei mesmo dizer o nome dela. — O que você ouviu sobre ela? — Nada, e é exatamente por isso que estou preocupada. Mas, hey, Z não perca seu sono por isso. Depois de tudo, você vai ficar aqui, em Skye, com um zilhão de grandes e fortes caras — e Stark — para proteger você, enquanto o resto de nós meros mortais continuamos na coisa toda de bem versus mal, Escuridão versus Luz, batalha épica, blá, blá, blá etecetera adicione náusea. Aphrodite se virou e marchou acima as escadas frontais do castelo. — Aphrodite uma mera mortal? Eu pensei que seu nível dor-na-bunda estava bem além de mero, — Stark disse. — Eu ouvi isso! — Aphrodite gritou sobre seu ombro. — Oh, e PSI Z, eu tinha uma bagagem de emergência, como eu não tinha o suficiente delas, então eu estou confiscando aquela mala que você comprou outro dia. Eu estou desligada para fazer algum poderoso empacotamento. Até depois, camponeses. — Ela bateu a grossa porta de madeira do castelo, o que realmente levou mais algum crédito. — Ela é magnífica, — Darius disse, sorrindo orgulhosamente enquanto ele saltava os degraus e seguia Aphrodite. — Eu posso pensar em várias palavras com m que ela pode

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ser. Magnífica não é uma delas, — Stark resmungou. — Mongol e malvada passaram na minha cabeça, — eu disse. — Esterco veio na minha, — Stark disse. — Esterco? — Eu acho que ela é cheia de merda, mas não quis usar essa palavra, então isso foi o mais perto de um sinônimo que eu consegui, — ele disse. — Hilário, — eu disse. Então eu uni meu braço com o dele. — Você só está tentando me distrair da coisa sobre Neferet, não está? — Está funcionando? — Não de verdade. O braço de Stark deslizou ao meu redor. — Então eu terei que trabalhar em minha habilidade distrativa. Braço com braço, nós andamos para a entrada do castelo. Eu deixei Stark me divertir com sua lista de palavras com m que se encaixavam mais com Aphrodite do que magnífica, e tentei recuperar a sensação contente de felicidade que eu tinha sentido tão recentemente e tão brevemente. Eu me mantive dizendo a mim mesma que Neferet estava a um mundo de distancia – e os adultos daquele mundo podiam lidar com ela. Enquanto Stark abria a porta do castelo para mim, alguma coisa atraiu minha visão para cima e meus olhos prenderam na bandeira que agitava-se orgulhosamente sobre o domínio de

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Sgiach. Eu pausei, apreciando a beleza do poderoso touro negro com a forma da Deusa brilhando dentro de seu corpo. Bem então, um rastro de névoa ergueu-se das águas que ladeavam o castelo, alterando minha visão da bandeira e mudando o touro negro para um fantasmagórico branco enquanto isso apagava a imagem da Deusa completamente. O medo percorreu através do meu corpo. — O que é isso? — instantaneamente alerta, Stark se moveu para o meu lado. Eu pisquei. A fumaça se dissipou e a bandeira mudou de volta a sua forma adequada. — Nada, — eu disse rapidamente. — Só eu sendo paranóica. — Ei, eu estou bem aqui. Você não tem que ser paranóica; você não tem que se preocupar. Eu posso proteger você. Stark me tomou em seus braços e me segurou apertadamente, bloqueando o mundo fora e o que meu coração estava tentando me dizer.

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Stevie Rae — Você não é você mesma. Você percebe? Stevie Rae levantou o olhar para Kramisha. — Tudo que estou fazendo é apenas sentar aqui, cuidando de minha própria vida. — Ela parou, deixando a sugestão ao contrário de você suspensa no ar. — Como isso é não ser eu mesma? — Você escolheu o canto mais escuro e estranho de todo este lugar. Você soprou as velas de modo que ficou ainda mais escuro. E você está sentada aqui se lamentando tão alto que eu quase posso ouvir seus pensamentos. — Você não pode ouvir meus pensamentos. O duro tom da voz de Stevie Rae fez os olhos de Kramisha se ampliarem. — É claro que eu não posso. Não há nenhuma necessidade de você ficar tão ofendida. Eu disse quase. Eu não sou Sookie Stackhouse. Além disso, mesmo se eu fosse eu não ouviria seus pensamentos. Isto seria grosseiro e minha mãe me educou melhor que isso. — Kramisha sentou próxima a Stevie Rae no pequeno banco de madeira. — Falando disso, eu sou a única que pensa que os lobisomens são mais quentes que Bill e Eric juntos?

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— Kramisha, não estrague a terceira temporada de True Blood para mim. Eu ainda não terminei meus DVDs da segunda temporada. — Bem, eu só estou dizendo, para se preparar pra umas certas gostosuras de quatro patas. — Sério. Não se atreva a me dizer mais nada. — Ok, ok, mas a coisa toda de lobo-monstro-cara-quente é algo do qual eu preciso falar pra você. — Este banco é feito de madeira. Madeira é igual a terra. O que significa que eu posso provavelmente imaginar um jeito de fazer esta porcaria te acertar se você estragar True Blood pra mim. — Você poderia relaxar? Eu já parei. Eu tenho algo mais pra nós discutirmos antes de nós irmos para o que eu sei que será uma consideravelmente chata Reunião do Conselho. — Isto é parte do que nós temos que fazer. Eu sou uma Alta Sacerdotisa. Você é um Poeta Laureado. Nós temos que ir às Reuniões do Conselho. — Stevie Rae soltou uma longa baforada de ar e sentiu seus ombros caírem. — Caramba, ficarei feliz quando Z estiver de volta aqui amanhã. — Sim, sim, eu entendo. O que eu não entendo é o que você tem na cabeça que te deixa tão confusa que você parece virada do avesso. — Meu namorado perdeu a droga da cabeça e desapareceu da face da terra. Minha melhor amiga quase morreu no Outromundo. Os calouros vermelhos – os outros – ainda estão

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aí fora em algum lugar fazendo Bubba-sabe-o-que, que eu tenho certeza que significa comendo pessoas. E no topo disso tudo é suposto que eu seja uma Alta Sacerdotisa, embora eu nem tenha certeza do que isto tudo significa. Eu acho que é o suficiente pra bagunçar a cabeça de alguém. — É, isso é. Mas não é o suficiente que continuem me dando poemas estranhos onde todos têm o mesmo tema bizarro. Eles são sobre você e bestas, e eu quero saber porquê. — Kramisha, eu não sei sobre o que você está falando. Stevie Rae começou a se levantar, mas Kramisha enfiou a mão em sua enorme bolsa e puxou um pedaço de papel de cor violeta que tinha sua forte escrita rabiscada em todo ele. Com outra profunda exalação, Stevie Rae sentou-se e estendeu a mão. — Tudo bem, deixe-me ver. — Eu escrevi ambos sobre este papel. O velho e o novo. Algo me disse que você poderia precisar refrescar sua memória. Stevie Rae não disse nada. Seus olhos foram para o primeiro poema no papel. Ela levou seu tempo lendo-o. Não porque ela precisava refrescar sua memória. Ela não precisava. Cada linha do poema tinha sido cauterizada em sua mente.

A Vermelha anda na Luz lombos cingidos por sua parte na batalha apocalíptica

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A Escuridão se esconde em diferentes formas Veja além do corpo, cor, mentiras e tempestades emocionais Alie-se a ele; pague com seu coração embora a confiança não pode ser dada a não ser que a Escuridão em você parta. Veja com a alma e não com seus olhos porque para dançar com bestas você precisa penetrar seu disfarce. Stevie Rae disse a si mesma que não choraria, mas seu coração estava ferido e quebrado. O poema tinha razão. Ela tinha visto Rephaim com sua alma, não co seus olhos. Ela tinha afastado a Escuridão e confiado e aceitado ele – e por causa disso, porque ela se aliou com uma besta, ela pagou com seu coração. Ela ainda estava pagando com seu coração. Relutantemente, Stevie Rae olhou para o segundo poema na página – o novo poema. Lembrando-se de não reagir, não deixar seu rosto transparecer nada, ela começou a ler:

Bestas podem ser belas Sonhos tornam-se desejos Realidade muda com a razão Confie na sua verdade Homem... monstro... mistério... magia Ouça com seu coração Veja sem desprezo

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O amor não perderá Confie na verdade dele Sua promessa é a prova O teste é tempo A fé liberta Se houver coragem para mudar.

A boca de Stevie Rae estava seca. — Sinto muito, eu não posso te ajudar. Eu não sei sobre o que estas coisas são. — Ela tentou entregar o pedaço de papel para Kramisha, mas as mãos da poetiza estavam cruzadas sobre o peito. — Você não é uma boa mentirosa, Stevie Rae. — Não é inteligente chamar sua Alta Sacerdotisa de mentirosa. — Havia uma ponta de maldade na voz de Stevie Rae que fez Kramisha sacudir sua cabeça. — O que está acontecendo com você? Você está lidando com algo que está de corroendo de dentro para fora. Se você fosse você mesma, estaria falando comigo. Você estaria tentando descobrir isso. — Eu não consigo entender esta coisa de poesia! Isso é uma metáfora e simbolismo e previsões confusas e estranhas. — Isto é uma maldita mentira, — Kramisha disse. — Nós temos tentado descobrir estas coisas. Zoey tem tentado. Você e eu temos tentado, ou pelo menos tentamos o suficiente para levar a palavra para Z no Outromundo. E isso ajudou. Stark

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disse que ajudou. — Kramisha apontou para o primeiro poema. — Parte deste aqui se tornou realidade. Você conheceu as bestas. Aqueles touros. Você está diferente desde então. Agora eu trouxe outro destes poemas de bestas. Eu sei que eles são para você. E eu sei que você sabe mais do que está dizendo. — Olha, fique fora de meus negócios, Kramisha. — Stevie Rae se levantou, saiu da alcova, e enquanto ela caminhava direto para Dragon Lankford ela gritou de volta para Kramisha, — E eu estou muito bem falando sobre esta coisa de besta. — Ei, wow, que história é essa? — A mão forte de Dragon firmou Stevie Rae quando ela tropeçou por causa da colisão. — Você disse coisa de besta? — Sim, ela disse. — Kramisha apontou para a página do caderno na mão de Stevie Rae. — Dois poemas vieram a mim, um no dia que Stevie Rae se emaranhou com os touros, e o segundo apenas pouco tempo atrás. Ela não quer dar atenção a eles. — Eu não disse que eu não daria atenção a eles. Eu só disse que eu quero cuidar de minhas coisas por mim mesma sem nenhum sujeito de merda no universo bisbilhotar. — Você me considera um sujeito de merda? — Dragon perguntou. Stevie Rae se obrigou a encontrar seu olhar. — Não, claro que não.

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— E você está de acordo comigo de que os poemas de Kramisha são importantes. — Bem, sim. — Então você não pode simplesmente ignorá-los. — Dragon descansou a mão no ombro de Stevie Rae. — Eu sei como é querer manter sua vida privada, mas você está numa posição onde existem coisas mais importantes que a sua privacidade. — Eu sei disso, mas eu posso lidar com isso sozinha. — Você não lidou com os touros, — Kramisha disse. — Eles ainda aconteceram. — Eles se foram, não foram? Então eu lidei com eles muito bem. — Eu me lembro de ter visto você depois da batalha com o touro. Você estava gravemente ferida. Se você tivesse entendido o aviso de Kramisha, o custo pra você não teria sido tão grande. E depois há o fato de um Corvo Escarnecedor apareceu, e ele poderia até mesmo ser aquela criatura Rephaim. Esse monstro ainda está lá fora em algum lugar e é um perigo para todos nós. Então, você tem que entender, jovem sacerdotisa, que um prenúncio significa pra você não poder manter a privacidade porque isso toca a vida de outras pessoas. Stevie Rae olhou nos olhos de Dragon. Suas palavras eram fortes. Seu tom era amável. Mas era suspeita e raiva que ela viu em sua expressão, ou era só a dor que tinha estado

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obscurecendo-o desde a morte de sua esposa? Enquanto ela hesitou, Dragon continuou, — A besta matou Anastasia. Nós não podemos permitir que outro inocente seja tocado por estas criaturas da Escuridão se nós pudermos prevenir. Você sabe que eu falo a verdade, Stevie Rae. — E-eu sei, — ela gaguejou, tentando ordenar suas palavras. Rephaim matou Anastasia na noite em que Darius atirou nele no céu. Ninguém jamais esquece isso – eu nunca esqueço isso, especialmente agora que as coisas mudaram. Passaram semanas e eu não o vi. Absolutamente. Nosso Imprint ainda permanece. Eu posso sentir isso, mas eu não tenho sentido nada a mais dele. E esta falta de sentimento tomou a decisão por Stevie Rae. — Ok, você está certo. Eu preciso de ajuda com isso. — Talvez esta seja a forma que tinha que ser, ela pensou enquanto entregava os poemas a Dragon. Talvez Dragon descubra meu segredo, e quando isto acontecer tudo será destruído: Rephaim, nosso Imprint, e meu coração. Mas no fim isto estará acabado. Enquanto Dragon lia o poema Stevie Rae observou sua expressão obscurecer. Quando ele finalmente olhou da página para dentro de seus olhos, não havia dúvidas em sua preocupação. — O segundo touro que você conjurou, o preto que derrotou o touro mal, que tipo de conexão você teve com ele? Stevie Rae tentou não mostrar o quão aliviada ela estava de que Dragon estava se concentrando nos touros e não a questionando sobre Rephaim.

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— Eu não sei se você pode chamar isso de uma conexão, mas eu pensei que ele era bonito. Ele era negro, mas não havia Escuridão nele. Ele era incrível – como o céu noturno, ou a terra. — A terra... — Dragon parecia estar pensando em voz alta. — Se o touro lembrou você de seu elemento, talvez isso seja o bastante para vocês dois permanecerem conectados. — Mas nós sabemos que ele é bom, — Kramisha disse. — Não há mistério sobre isso. Os poemas não estão falando sobre ele. — Então? — Stevie Rae não pode esconder sua irritação. Kramisha era como um cão raivoso com um osso. Ela não largava isso. — Então, o poema, especialmente o último, é sobre confiar na verdade. Nós já sabemos que ele é bom. Você pode confiar no touro negro. Por que você precisa do poema pra dizer isso? — Kramisha, como eu tentei te falar antes, eu não sei. — Eu apenas não acho que ele está falando sobre o touro negro, — Kramisha disse. — Sobre o que mais ele poderia estar falando? Eu não conheço outras bestas. — Stevie Rae disse as palavras rápido, como se a rapidez pudesse afastar a mentira. — Você disse que Dallas tem uma nova afinidade incomum, e que ele pareceu ter ficado louco. Correto? — Dragon perguntou.

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— É, basicamente, — Stevie Rae disse. — A referência besta poderia ser simbólica para Dallas. O poema pode significar que você precisa confiar na humanidade que ainda está dentro dele, — Dragon disse. — Eu não sei nada sobre isso, — Stevie Rae disse. — Ela era uma quente confusão e super louco da última vez que eu o vi. Eu quero dizer, ele estava dizendo alguma coisa seriamente estranha sobre o Corvo Escarnecedor que ele viu. — O Encontro do Conselho está chamando para a sessão! — A voz de Lenobia percorreu o corredor da porta aberta da Câmara do Conselho. — Você se importa se eu ficar com isso? — Dragon ergueu o pedaço de papel enquanto começava a descer o corredor. — Vou copiar isso, e então devolver a você, mas eu gostaria da chance de estudar e considerar o poema mais profundamente. — Sim, tudo bem por mim, — Stevie Rae disse. — Bem, estou contente que nós temos seu cérebro trabalhando nisso, Dragon, — Kramisha disse. — Eu também, — Stevie Rae disse, tentando soar como se estivesse falando a verdade. Dragon parou. — Eu não vou compartilhar isso com ninguém, apenas alguns vampyros que eu acredito que possam nos ajudar a entender o significado do poema. Eu entendo seu desejo de privacidade. — Eu falarei com Zoey sobre isso assim que ela chegar

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amanhã, — Stevie Rae disse. Dragon fez uma careta. — Eu acho que você deve compartilhar o poema com Zoey, mas, infelizmente, ela não retornará amanhã para a House of Night. — O quê? Por que não? — Aparentemente Stark não está bem o bastante para viajar, então Sgiach concedeu-os permissão para permanecer em Skye indefinidamente. — Zoey te disse isso? — Stevie Rae não podia acreditar que sua MAPS4 tinha ligado para Dragon e não para ela. O que Z estava pensando? — Não, ela e Stark falaram com Jack. — Oh, o Ritual de Celebração. — Stevie Rae assentiu em compreensão. Z não tinha escondido nada dela. Jack tinha estado super alvoroçado sobre o Ritual que ele tinha se encarregado da música, comida, e decorações – ele tinha provavelmente ligado pra ela com uma lista inteira de perguntas como: Qual é a sua cor favorita? E Doritos ou Ruffles? — O menino gay é extremamente obsessivo. Espero que ele não tenha perdido sua maldita cabeça quando descobriu que Z não virá pra casa amanhã. — Na verdade, ele está usando o tempo extra para praticar a música que ele quer cantar, e ele está adornando-a, — Dragon disse. 4

MAPS: Melhor Amiga Para Sempre.

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— Que a Deusa nos ajude, — Kramisha disse. — Se ele tentar pendurar arco-íris e unicórnios em todos os lugares e fazer todos nós vestirmos aqueles casacos de penas – de novo – eu apenas direi um maldito não. — Espadas de origami, — Dragon disse. — Como? — Stevie Rae tinha certeza que não tinha ouvido corretamente. Dragon riu. — Jack apareceu na Casa de Batalha e pediu uma claymore para que ele pudesse ter um exemplo real para trabalhar. Em honra a Stark, ele usará espadas de origami penduradas com linha de pesca. Ele disse que elas parecerão como a música. — Porque elas estarão desafiando a gravidade. — Stevie Rae não podia deixar de rir. Ela fez seu coração se animar. Ele era muito fofo para palavras. — Eu espero que ele não as faça em papel rosa. Isto não ficará legal. Eles chegaram à porta da Câmara do Conselho, e antes de entrarem na sala já cheia, Stevie Rae ouviu Dragon dizer, — Rosa não. Roxo. Eu o vi carregando uma resma de papel roxo. Stevie Rae ainda estava rindo quando Lenobia pediu por silêncio à Reunião do Conselho. Nos próximos dias, ela se lembraria de seu riso e desejaria poder resistir à imagem de Jack fazendo espadas roxas de papel e cantando "Defying Gravity", eternamente olhando para o lado brilhante da vida, eternamente doce, eternamente feliz, e, mais importante,

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eternamente segura.

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Jack — Duq, o que é isso, linda garota? Por que você está sendo tão psicótica hoje? — Jack puxou a pilha de origamis roxa de debaixo da labradora dourada e os colocou fora do alcance do bumbum da cadela no banquinho de madeira que ele estava usando como uma mesa de exposição e apoio de espada. A enorme cachorra bufou, bateu seu rabo no chão, e correu para mais perto de Jack. Ele suspirou e deu a ela um amável, porém exasperado, olhar. — Você não tem que ficar atada ao meu lado. Está tudo bem. Eu só estou decorando. — Ela está sendo mais do que um pouco co-dependente hoje, — Damien disse, dobrando suas pernas e sentando na grama ao lado de Jack. Jack parou de trabalhar no papel que ele tinha estado dobrando em forma de espada e acariciou a macia cabeça de Duquesa. — Você acha que ela pode sentir que S-T-A-R-K não está se sentindo cem por cento? Você acha que ela sabe que ele não virá amanhã? — Bem, talvez. Ela é extraordinariamente inteligente, mas meu palpite é que ela esteja mais preocupada com você

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escalando ai em cima do que com Stark estando cansado e atrasado. Jack apontou seu dedo para a escada de dois metros que estava aberta e pronta não tão longe deles. — Oh, não há nada para Duq ou você se preocuparem. Essa escada é perfeitamente segura. Ela até mesmo possui um trinco que a faz totalmente firme. — Eu não sei. É horrível lá em cima. — Damien deu aos degraus mais altos da escada um olhar desconfiado. — Não, não é tão ruim. Além disso, não é como se eu estivesse escalando até o topo – ou pelo menos não muito. Esta pobre árvore tem galhos que estão pendurados agora. Você sabe, desde que ele irrompeu por baixo dela. — Jack disse a última frase em um sussurro. Damien clareou sua garganta e deu ao grande carvalho sob o qual eles estavam sentados o mesmo olhar desconfiado que ele deu à escada. — Ok, não fique louco, mas eu realmente preciso falar com você sobre a escolha deste lugar em particular para o Ritual de Celebração da Zoey. Jack ergueu sua mão, palmas para fora, no gesto universal de pare. — Eu já sei que as pessoas terão problemas com este local. Eu apenas decidi que minhas razões a favor dele são melhores que as razões contra ele. — Querido, você sempre tem as melhores intenções, — Damien tomou a mão de Jack e a segurou com ambas as mãos. — Mas eu acho que dessa vez você precisa considerar que você

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pode ser o único que consegue ver alguma coisa positiva neste lugar. A Professora Nolan e Loren Blake foram mortos aqui. Kalona escapou da terra, abriu o chão e partiu a árvore bem aqui. Isso não se parece exatamente muito festivo para mim. A mão livre de Jack cobriu a de Damien. — Este é um lugar de poder, certo? — Correto, — Damien disse. — E poder não é negativo ou positivo na sua forma não usada. Ele é apenas uma dessas características quando forças externas tomam seu controle e o influenciam. Certo? Damien pausou, considerou e então relutantemente assentiu. — Sim, eu suponho que você esteja correto de novo. — Bem, eu sinto que o poder deste lugar – esta árvore dividida e essa área aqui pela parede leste – tem sido mal utilizado. Ele merece uma chance de ser usado pela Luz e bondade de novo. Eu quero dar a ele essa chance; eu tenho que fazer isso. Alguma coisa dentro de mim está me dizendo que eu preciso estar aqui, deixando o Ritual de Celebração da Zoey pronto para seu retorno, mesmo que ela e Stark cheguem tarde demais. Damien suspirou. — Você sabe que eu nunca iria pedir que você desconsiderasse seus sentimentos. — Então você irá me apoiar nisso? Mesmo quando todos estão dizendo que seu namorado é super louco? Damien sorriu para ele. — Ninguém está dizendo que você é super louco. Eles estão dizendo que a sua zelosa necessidade

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em decorar e organizar manchou o seu julgamento. Jack riu. — Eu aposto que eles não falam zelosa ou manchou. — As palavras deles são sinônimas, embora inferiores. — Esse é meu Damien — o mestre das palavras! — E este é meu Jack – o otimista. — Damien se inclinou em Jack e o beijou gentilmente nos lábios. — Você faça o que tiver que fazer aqui. Eu sei que Zoey estará sensibilizada, quando ela finalmente chegar a casa. — Ele pausou, sorriu tristemente para os olhos confiantes de Jack, e adicionou, — Querido, você entende que Zoey pode não estar voltando por um bom tempo? Eu sei o que Stark disse para você, e eu não falei com a própria Zoey ainda, mas Aphrodite diz que Zoey não é ela mesma – que ela não está realmente ficando em Skye por causa de Stark. Ela está ficando lá porque ela está deslocada do mundo. — Eu apenas não acredito nisso, Damien, — Jack disse firmemente. — Eu não quero acreditar nisso também, mas os fatos são que Zoey não está voltando com Aphrodite e Darius, e ela não está realmente falando com ninguém sobre quando ela estará retornando. Então tem toda a questão sobre Heath. Zoey volta para Tulsa, e você sabe que ela terá que enfrentar o fato de que Heath não está aqui – que ele nunca estará aqui novamente. — É terrível, não é? — Jack disse. Seus olhos se encontraram em perfeito entendimento. — Perder alguém que você ama tanto seria horrível. Isso tem que

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ter mudado a Zoey. — É claro que mudou, mas ela ainda é a nossa Z. Eu tenho o forte pressentimento que ela estará conosco mais cedo do que você pensa, — Jack disse. Damien suspirou. — Eu espero que você esteja certo. — Ei, você mesmo admite que eu estou um bocado certo. Eu estarei certo sobre Zoey voltar logo, também. Eu apenas sei isso. — Ok, bem, eu vou acreditar em você, a maior parte porque eu amo sua atitude positiva. Jack sorriu e deu a ele um rápido beijo. — Obrigado! — Bem, quer Z volte em uma semana ou um mês, eu ainda não estou cem por cento certo se é boa idéia você pendurar espadas de papel fora em uma árvore quando você não sabe quando precisará destas decorações. E se chover amanhã? — Oh, eu não vou pendurar todas, bobo! Eu só estou fazendo um teste em algumas delas para ter certeza que tenho as dobras perfeitas assim elas irão balançar direito. — Este é o motivo de você ter a claymore aqui? Ela parece horrivelmente afiada, e, bem, exposta encostada na mesa desse tipo. Não deveria estar com a ponta para baixo? O olhar de Jack seguiu o de Damien por onde a longa espada prata descansava, punho no chão, lâmina pra cima e brilhando na bruxuleante luz dos lampiões a gás que iluminavam a escola à noite.

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— Bem, Dragon me deu estritas instruções, que eu ouvi na maior parte, mesmo embora eu tenha me mantido distraído por quão triste ele parecia. Você sabe, eu não acho que ele está indo muito bem. Jack disse a última parte em uma voz apressada como se ele não quisesse que Duquesa o ouvisse. Damien suspirou e enroscou sua mão nas de Jack. — Eu não acho que ele esteja lidando muito bem, também. — Yeah, ele estava me falando a coisa sobre não por a parte pontuda da espada dentro do chão porque isso a faria embotar ou algo parecido, e tudo que eu podia pensar era sobre quão escuro os círculos sob seus olhos estavam, — Jack disse. — Querido, eu não acho que ele tem conseguido dormir, — Damien disse tristemente. — Eu não devia tê-lo incomodado para emprestar uma espada, mas eu queria usar um exemplar de verdade para criar os origamis e não apenas uma fotografia. — Eu não acho que você esteja incomodando Dragon. A morte de Anastasia é uma coisa na qual ele terá que trabalhar a respeito. Eu sinto muito dizer isso, mas não há nada que nós podemos ou não podemos fazer para mudar isso. E de qualquer forma, você teve uma excelente idéia. Seu origami está parecendo bem realista. Jack se contorceu com prazer. — Ooh! Você acha mesmo? Damien pôs seu braço ao redor dele e o manteve perto. — Absolutamente. Você é um excelente decorador, Jack.

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Jack se aconchegou a ele. — Obrigado. Você é o melhor namorado do mundo. Damien riu. — Não é difícil de ser com você. Ei, você precisa de alguma ajuda dobrando as espadas? Foi a vez de Jack rir. — Não. Você não é bom nem com embalagens de presentes, assim eu chuto que origami não é um de seus muitos talentos. Mas eu posso usar a sua ajuda com alguma coisa a mais. — Jack deu à duquesa um olhar aguçado, depois se inclinou perto de Damien e sussurrou em seu ouvido. — Você poderia pegar Duq para uma caminhada. Ela não irá me deixar sozinho e ela fica bagunçando meus papéis. — Ok, sem problemas. Eu ia mesmo dar uma volta. Você sabe o que eles dizem: um gay gorducho não é um gay feliz. Duq pode dar algumas voltas comigo. Ela ficará muito exausta para sua obsessão por você. — É tão fofo que você se exercite. — Você não diz isso quando eu estou quente e suado depois, — Damien disse enquanto ele se erguia e pescava a correia de Duquesa do gramado. — Ei, algumas vezes eu gosto de você quente e suado, — Jack disse, sorrindo para ele. — Então talvez eu não tome banho depois de tudo, — Damien disse. — Talvez essa seja realmente uma boa idéia, — Jack disse.

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— Ou talvez você devesse tomar o banho comigo. O sorriso de Jack aumentou. — Agora isso é mais do que talvez essa seja realmente uma boa idéia. — Mordaz, — Damien disse, inclinando-se para beijá-lo profundamente. — Lingüista, — Jack disse antes de beijá-lo de volta. Duquesa contorceu seu caminho entre eles, bufando e abanando e lambendo ambos. — Oh, linda garota! Nós amamos você, também! — Jack disse, beijando Duquesa em seu focinho macio. — Vamos lá, vamos fazer algum exercício assim nós ficamos apropriadamente esbeltos e atrativos para Jack, — Damien disse, puxando a correia da grande cadela. Ela o seguiu, mas com óbvia hesitação. — Está tudo ok. Ele a trará de volta em breve, — Jack disse. — Yep, nós veremos Jack em breve, Duq. — Ei, — Jack gritou atrás deles. — Eu amo vocês dois! Damien virou, pegou a pata de Duquesa e acenou-a para Jack, e gritou, — Nós amamos você, também! — Depois eles caminharam pra longe, Duquesa latindo animadamente enquanto Damien fingia persegui-la. Jack os observou ir. — Eles são os melhores, sempre, — ele disse suavemente. A espada que ele tinha acabado de dobrar era a ultima de

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cinco que ele havia feito. Uma para cada um dos elementos, Jack disse a si mesmo. Eu irei pendurar estes cinco e deixá-los serem testados. Enquanto ele cortava a linha de pesca e a transpassava através do último, os olhos de Jack mantiveram-se subindo, procurando os pontos certos para pendurar os enfeites. Mas ele não precisou procurar longe. A árvore parecia estar mostrando a ele onde ele precisava ir. O espesso tronco havia quase sido dividido em dois, fazendo com que os maciços lados do antigo carvalho se inclinassem, de modo que os galhos pendiam perigosamente perto do chão. Onde antes Kalona tinha escapado da terra, os galhos mais baixos não podiam ser alcançados sem a escada de seis metros, agora sua escada de dois metros e meio dava a Jack mais que a altura suficiente. — Lá em cima. Bem lá no alto é onde o primeiro deve ir. — Jack olhou para cima direto de onde ele estava sentado, ao lado da mesinha, onde um dos principais galhos da árvore balançava diretamente sobre ele como um braço protegendo. — É perfeito porque vai ficar pendurado bem sobre onde eu fiz todas as espadas. — Jack puxou a escada para mais perto da mesa e segurou a primeira das cinco espadas de papel pela comprida linha de pesca que atou ao punho. — Oh, oops. Quase esqueci. Tenho que praticar, — ele disse para si mesmo, pausando para apertar os controles na base portátil do iphone que ele tinha trazido pra fora com a mesa.

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Algo mudou dentro de mim Algo não é o mesmo Eu estou jogando pelas regras Do jogo de outro alguém... A voz de Rachel começou a canção, forte e clara. Jack pausou com um pé no primeiro degrau da escada, e quando Kurt assumiu a canção ele cantou juntou com ele, igualando seu doce tenor, nota por nota.

Tarde demais para o segundo palpite Tarde demais para voltar a dormir… Jack subiu a escada enquanto ele e Kurt cantavam, fingindo que ele estava subindo os degraus da Radio City Music Hall onde o elenco de Glee tinha encenado a turnê na primavera passada.

É hora de confiar em meus instintos Fechar meus olhos: e saltar! Ele alcançou o topo da escada, pausou e começou o primeiro refrão com Kurt e Rachel enquanto ele estendia a mão e entrelaçava a linha de pesca através dos ramos nus de inverno. Ele estava cantarolando junto com as próximas estrofes de Rachel, esperando pela parte de Kurt de novo, quando um movimento na base da árvore chamou sua atenção

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e seu olhar mudou para o tronco danificado. Jack arfou. Ele estava certo que tinha visto, bem ali, a imagem de uma linda mulher. A imagem estava escura e indistinta, mas enquanto Kurt cantava sobre a perda do amor ele achava que tinha perdido, a mulher se tornou clara, maior, mais distinta. — Nyx? — Jack sussurrou, assombrado. Como um véu se erguendo a mulher se tornou, de repente, completamente visível. Ela ergueu sua cabeça e sorriu acima para Jack, tão esquisitamente amável como ela era má. — Sim, pequeno Jack. Você pode me chamar de Nyx. — Neferet! O que você está fazendo aqui? — a pergunta escapou dele antes que ele pudesse pensar. — Na verdade, neste momento, eu estou aqui por causa de você. — De m-mim? — Sim, você vê, eu preciso de sua ajuda. Eu sei o quanto você gosta de ajudar os outros. Esse é o porquê de eu ter vindo por você, Jack. Você não gostaria de fazer uma coisa por mim? Eu posso prometer a você que eu farei isso valer à pena. — Valer à pena? O que você quer dizer? — Jack odiou que sua voz tenha soado estridente. — Eu quis dizer que se você fizer uma pequena coisa por mim, então eu farei uma pequena coisa por você, também. Eu tenho estado longe dos calouros da House of Night por muito tempo. Talvez eu tenha perdido o jeito sobre o que faz seus

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corações baterem. Você poderia me ajudar – me guiar – me mostrar. Em retorno eu iria recompensá-lo. Pense sobre seus sonhos, o que é que você iria querer fazer com sua longa vida depois da Mudança. Eu posso fazer seus sonhos virarem realidade. Jack sorriu e jogou seus braços abertos. — Mas eu já estou vivendo meu sonho. Eu estou aqui, em um lindo lugar, com amigos que se tornaram minha família. O que mais alguém poderia querer? A expressão de Neferet endureceu. Sua voz era de pedra. — O que mais você poderia querer? Que tal domínio sobre este "belo lugar"? Beleza não dura. Amigos e família apodrecem. Poder é a única coisa que dura pra sempre. Jack respondeu de coração. — Não, amor dura para sempre. A risada de Neferet foi zombadora. — Não seja tão criança. Eu estou oferecendo a você muito mais que amor. Jack olhou para Neferet – realmente olhou para ela. Ela havia mudado, e em seu coração ele sabia o porquê. Ela tinha aceitado o mal. Inteiramente, completamente, totalmente. Ele tinha entendido isso antes de realmente saber isso. Não há nada de Luz ou de mim deixado dentro dela. A voz em sua mente era gentil e amável, e deu a ele a coragem de clarear a secura de sua garganta e olhar Neferet diretamente em seus frios olhos esmeralda. — Não querendo ser arrogante nem nada, Neferet, mas eu não quero nada do que você está oferecendo. Eu não posso ajudá-la. Você e eu, bem, nós não estamos do mesmo

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lado. — Ele começou a descer a escada. — Fique onde você está! Ele não sabia como, mas as palavras de Neferet comandaram seu corpo. Pareceu como se ele fosse de repente amarrado firmemente, congelado no lugar em uma gaiola de gelo invisível. — Seu garoto insolente! você realmente acha que pode me desafiar?

Beije-me em despedida Eu estou desafiando a gravidade… — Sim, — ele disse enquanto a voz de Kurt ecoava ao redor dele. — Porque eu estou no lado de Nyx, não no seu. Então apenas me deixe ir, Neferet. Eu realmente não te ajudarei. — Aqui é onde você está errado, seu inocente incorruptível. Você acabou de provar que você vai me ajudar, muito. — Neferet ergueu suas mãos, fazendo um movimento rotacional ao seu redor. — Como eu prometi, aqui está ele. Jack não tinha idéia de com quem ela falava, mas suas palavras fizeram sua pele arrepiar. Indefeso, ele assistiu ela deixar a sombra da árvore. Ela parecia deslizar para longe dele e em direção a calçada que a levaria ao prédio central da House of Night.

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Com uma estranha observação ele percebeu que seus movimentos eram mais répteis que humanos. Por um instante ele pensou que ela realmente estava partindo – pensou que ele estava seguro. Mas quando ela alcançou a calçada ela olhou de volta para ele, e sacudiu sua cabeça, rindo suavemente. — Você fez isso quase fácil demais para mim, garoto, com sua honrável recusa à minha oferta. — Ela fez um movimento jogando para a espada. De olhos arregalados, Jack estava certo de ter visto alguma coisa preta se enrolar ao redor do punho. A espada virou, virou, virou até estar diretamente apontada para ele.

Pretendo comprar O desafio à gravidade Dê-me um beijo de adeus Estou desafiando a gravidade Acho que vou tentar Desafiar a gravidade E você não me deixará pra baixo O doce tenor de Jack estava vibrando através dos galhos do carvalho quebrado quando os resquícios de Neferet, a mágica que esperava jogou-o fora do topo da escada. Ele caiu horrivelmente para a espada que o esperava, mas enquanto a lâmina perfurou seu pescoço, antes da dor e morte e Escuridão tocá-lo, seu espírito explodiu para fora de seu corpo. Ele abriu

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os olhos para se encontrar parado em um prado incrível na base de uma árvore que se parecia com a que Kalona havia destruído, apenas que esta árvore estava inteira e verde, e, além disso, havia uma mulher vestida em uma túnica prateada brilhante. Ela era tão amável que Jack pensou que ele poderia encará-la para sempre. Ele a conheceu instantaneamente. Ele sempre a conheceria. — Olá, Nyx, — ele disse suavemente. A Deusa sorriu. — Olá, Jack. — Eu estou morto, não estou? O sorriso de Nyx não mudou. — Você está, meu maravilhoso, lindo e intangível filho. Jack hesitou, então disse, — Isso não parece tão ruim, esta coisa de estar morto. — Você descobrirá que não é. — Eu sentirei falta de Damien. — Você estará com ele novamente. Algumas almas encontram-se de novo e de novo. A sua irá; você tem meu juramento nisso. — Eu fiz certo lá atrás? — Você foi perfeito, meu filho. — Então Nyx, a Deusa da Noite, abriu seus braços e envolveu Jack, e com seu toque os últimos resquícios da dor mortal e da tristeza e perda dissolveram-se de seu espírito, deixando amor — apenas e sempre amor. E Jack conheceu a perfeita felicidade.

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Rephaim Um momento antes de seu pai aparecer, a consistência do ar mudou. Ele tinha que saber que Pai retornou do Outromundo no instante em que isso ocorreu. Como ele pode não ter percebido isso? Ele tinha estado com Stevie Rae. Ela tinha sentido Zoey se tornar inteira novamente exatamente como o conhecimento de seu pai tinha vindo a ele. Stevie Rae... Tinha passado menos de quinze dias desde que ele esteve em sua presença, falado com ela, tocado-a, mas parecia que seu tempo juntos tinha sido uma eternidade atrás. Se Rephaim vivesse por outro século ele não esqueceria o que tinha acontecido entre eles justo antes de Pai ter retornado para este reino. O garoto humano na fonte tinha sido ele. Isso não tinha nenhum sentido racional, mas isso não o tornava menos verdadeiro. Ele tinha tocado Stevie Rae e imaginado, pelo tempo de uma batida do coração, o que podia ter sido. Ele podia ter amado-a. Ele podia ter protegido-a.

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Ele podia ter escolhido Luz sobre Escuridão. Mas o que poderia ter acontecido não era realidade — não era pra ser. Ele tinha sido criado de ódio e luxúria, dor e Escuridão. Ele era um monstro. Não era humano. Não era imortal. Não era uma besta. Monstro. Monstros não sonhavam. Monstros não desejavam nada exceto sangue e destruição. Monstros não conheciam – não podiam conhecer – amor ou felicidade: eles não eram criados com esta habilidade. Então, como é possível que ele sinta falta dela? Por que este terrível vazio em sua alma desde que Stevie Rae tinha ido embora? Por que ele se sentia apenas parcialmente vivo sem ela? E por que ele fez tanto para ser melhor, mais forte, mais sábio, e bom, realmente bom para ela? Ele poderia estar ficando louco? Rephaim andava ritmadamente para frente e para trás através da varanda do último piso da deserta mansão Gilcrease. Era depois da meia-noite e a área do museu estava quieta, mas desde a limpeza após a tempestade de gelo que tinha começado gravemente, o local estava se tornando cada vez mais ocupado durante as horas do dia. Eu tenho que partir e encontrar um outro lugar. Um lugar

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seguro. Eu deveria deixar Tulsa e fazer uma fortaleza no deserto deste imenso país. Ele sabia que era a coisa mais esperta para fazer, a coisa racional para fazer, mas algo o compeliu para ficar. Rephaim disse para si mesmo que isso era simplesmente que ele esperava agora que seu pai tinha retornado para este reino, que ele também retornaria para Tulsa, e ele estava esperando aqui para sua volta – para dá-lo um propósito e direção. Mas no fundo de seu coração ele sabia a verdade. Ele não queria deixar este lugar porque Stevie Rae estava aqui, e mesmo embora ele não pudesse se permitir contatá-la, ela ainda estava próxima, ao alcance, se apenas ele ousasse. Então, no meio de seu ritmo e suas auto-recriminações, o ar em volta dele se tornou pesado, espesso com um poder imortal que Rephaim conhecia tão bem quanto seu próprio nome. Algo repuxou dentro dele, como se o poder que flutuava na noite tivesse se unido a ele e estava usando-o como uma âncora para se colocar cada vez mais perto. Rephaim se reforçou, física e mentalmente, concentrou-se em sua ilusória magia imortal, e de bom grado aceitou a conexão, sem se importar que isso fosse doloroso e esgotante e enchia-o com uma sufocante onda de claustrofobia. O céu noturno sobre ele escureceu. O vento aumentou, espancando Rephaim. O Corvo Escarnecedor manteve-se firme. Quando o magnífico imortal alado, seu pai, Kalona,

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Guerreiro de Nyx deposto, desceu dos céus e pousou diante dele, Rephaim automaticamente caiu de joelhos, curvando-se em fidelidade. — Fiquei surpreso ao sentir que você permaneceu aqui, — Kalona disse sem dar a seu filho permissão de se levantar. — Por que você não me seguiu à Itália? Com a cabeça ainda curvada, Rephaim respondeu. — Eu estava mortalmente ferido. Eu apenas me recuperei. Eu pensei que seria mais prudente esperá-lo aqui. — Ferido? Sim, eu me lembro. Um tiro e a queda do céu. Você pode se levantar, Rephaim. — Obrigado, Pai. — Rephaim parou e encarou seu pai, e então estava feliz porque seu rosto não traiu suas emoções facilmente. Kalona parecia como se ele estivesse doente! Sua pele bronzeada estava em uma tonalidade pálida. Seus incomuns olhos de âmbar estavam sombreados com olheiras. Ele até mesmo parecia magro. — Você está bem, Pai? — É claro que estou bem; eu sou um imortal! — o ser alado explodiu. Então ele acenou e esfregou cansadamente a mão em seu rosto. — Ela me prendeu dentro da terra, eu já estava ferido, e ser preso por este elemento fez minha recuperação antes de minha libertação impossível – e desde então isto tem acontecido devagar. — Então Neferet prendeu você. — Cuidadosamente, Rephaim manteve seu tom neutro. — Prendeu, mas eu poderia não ter sido aprisionado tão

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facilmente se Zoey Redbird não atacasse meu espírito, — ele disse amargamente. — Todavia, a caloura vive, — Rephaim disse. — Ela vive! — Kalona rugiu, elevando-se sobre seu filho e causando que o Corvo Escarnecedor tropeçasse para trás. Mas exatamente tão rápido quanto sua raiva explodiu, ela falhou, deixando o imortal parecer cansado novamente. Ele exalou uma longa respiração, e em uma voz mais razoável repetiu, — Sim, Zoey vive, embora eu acredite que ela estará para sempre mudada por sua experiência no Outromundo. — Kalona olhou fixamente a noite. — Todos que passam algum tempo no reino de Nyx são alterados por ele. — Então Nyx te permitiu entrar no Outromundo? — Rephaim não pôde parar de perguntar. Ele preparou-se para uma repreensão de seu pai, mas enquanto Kalona falava, sua voz estava surpreendentemente introspectiva, quase gentil. — Ela permitiu. E eu a vi. Uma vez. Brevemente. Foi por causa da intervenção da Deusa que este malditos-sejam-osdeuses Stark ainda respira e caminha pela terra. — Stark seguiu Zoey ao Outromundo, e ele vive? — Ele vive, embora não deveria. – Enquanto Kalona falava, ele esfregou distraidamente uma mancha em seu peito, sobre seu coração. — Eu suspeito que aqueles touros intrometidos tenham algo a ver com sua sobrevivência. — Os touros negro e branco? Escuridão e Luz? — Rephaim provou a bile de medo no fundo de sua garganta enquanto

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lembrava a pelagem lisa e lúgubre do touro branco, o infinito mal em seus olhos, e a dor em brasa que a criatura causou a ele. — O que é isso? — O perceptivo olhar de Kalona espetou seu filho. — Por que você olha assim? — Eles se manifestaram aqui, em Tulsa, há pouco mais de uma semana atrás. — O que os trouxe aqui? Rephaim hesitou, seu coração batendo dolorosamente em seu peito. O que ele poderia admitir? O que ele poderia dizer? — Rephaim, fale! — Foi a Vermelha — a jovem Alta Sacerdotisa. Ela invocou a presença dos touros. Foi o touro branco que a deu o conhecimento que ajudou Stark a achar o caminho para o Outromundo. — Como você sabe disso? — A voz de Kalona era como a morte. — Eu testemunhei parte da invocação. Eu estava tão ferido que eu não acreditava que poderia me recuperar, que eu poderia alguma vez voar novamente. Quando o touro branco manifestou, ele me fortaleceu e me atraiu para seu círculo. Foi onde eu observei a Vermelha conseguindo sua informação sobre isso. — Você foi curado, mas você não capturou a Vermelha? Não a parou antes que ela pudesse retornar para a House of

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Night e ajudar Stark? — Eu não pude pará-la. O touro negro manifestou e a Luz baniu a Escuridão, protegendo a Vermelha, — ele disse honestamente. — eu estou aqui desde então, recuperando minha força e, quando eu senti que você retornou para este reino, eu tenho estado esperando por você. Kalona olhou fixamente para seu filho. Rephaim encontrou seu olhar firmemente. Kalona acenou devagar. — Foi bom você ter me esperado aqui. Há muito que se deixou de fazer em Tulsa. Esta House of Night em breve pertencerá a Tsi Sgili. — Neferet retornou também? O Alto Conselho não a prendeu? Kalona riu. — O Alto Conselho é formado por tolos ingênuos. A Tsi Sgili me culpou pelos recentes eventos, e me puniu publicamente açoitando-me e depois me banindo de seu lado. O Conselho foi pacificado. Chocado, Rephaim sacudiu sua cabeça. O tom de seu pai era leve, quase engraçado, mas seu olhar era sombrio – seu corpo enfraquecido e ferido. — Pai, eu não entendo. Açoitou? Você permitiu que Neferet— Com velocidade imortal, a mão de Kalona estava de repente na garganta de seu filho. O enorme Corvo Escarnecedor foi levantado do chão como se ele não pesasse mais do que suas finas penas negras.

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— Não cometa o erro de acreditar que porque eu fui ferido eu também estou fraco. — Eu não faria isso. — A voz de Rephaim era um pouco mais de que um silvo sufocado. Seus rostos estavam próximos. Os olhos âmbares de Kalona brilhavam com raivoso calor. — Pai, — Rephaim ofegou. — Eu não quis desrespeitar. Kalona o derrubou, e seu filho contorceu-se sobre seus pés. O imortal ergueu sua cabeça e jogou seus braços abertos como se ele pudesse pegar o céu. — Ela ainda me aprisiona! — ele gritou. Rephaim atraiu o ar e esfregou sua garganta, então as palavras de seu pai penetraram a confusão de seus pensamentos e ele olhou para cima para seu pai. O rosto do imortal estava distorcido como se em agonia – seus olhos estavam assombrados. Rephaim bem devagar se colocou sobre seus pés, e aproximou-se dele cuidadosamente. — O que ela fez? Os braços de Kalona caíram dos lados, mas seu rosto permaneceu aberto para o céu. — Eu fiz a ela o juramento de que eu destruiria Zoey Redbird. A caloura vive. Eu quebrei meu juramento. O sangue de Rephaim ficou gelado. — A quebra do juramento tem uma penalidade. Ele não falou como uma pergunta, mas Kalona assentiu. —

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Tem. — O que você deve a Neferet? — Ela detém o domínio sobre meu espírito enquanto eu for imortal. — Por todos os deuses e deusas, estamos ambos perdidos então! — Rephaim não pôde evitar que as palavras escapassem. Kalona virou para ele e seu filho viu que um brilho dissimulado tinha substituído a raiva em seus olhos. — Neferet tem sido imortal por menos que uma respiração no tempo deste mundo. Eu tenho sido por incontáveis eras. Se há uma lição que eu aprendi em incontáveis vidas, é que não há nada que seja inquebrável. Nada. Nem o mais forte coração, nem a mais pura alma – nem mesmo o mais vinculante dos juramentos. — Você sabe como quebrar o domínio dela sobre você? — Não, mas eu sei que se eu der a ela o que ela mais deseja, ela estará distraída enquanto eu descubro como quebrar o juramento que eu fiz a ela. — Pai, — Rephaim disse hesitantemente, — sempre há uma conseqüência para um juramento quebrado. Você não pode simplesmente ficar sujeito a outro se quebrar este segundo juramento? — Eu não posso pensar em uma conseqüência que eu não pagaria feliz para me livrar do domínio de Neferet.

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A raiva fria e mortal na voz de Kalona fez que a garganta de Rephaim ficasse seca. Ele sabia que quando seu pai estava assim, a única coisa que ele podia fazer era concordar com ele, para ajudá-lo em o tudo o que ele buscar, para pegar a tempestade silenciosamente, sem pensar, ao lado de Kalona. Ele estava acostumado às emoções voláteis de Kalona. O que Rephaim não estava acostumado era a se sentir ressentido por elas. Rephaim podia sentir o olhar do imortal estudando-o. O corvo escarnecedor limpou sua garganta e disse o que ele sabia que seu pai esperava ouvir. — O que é isso que Neferet tanto deseja e como nós daremos isso a ela? A expressão de Kalona relaxou um pouco. — A Tsi Sgili deseja mais poder para dominar os humanos. Nós damos isso a ela ajudando-a a começar a guerra entre vampyros e humanos. Ela quer usar a guerra como uma desculpa para a destruição do Alto Conselho. Sem eles, a sociedade vampyra estará em desordem e Neferet, usando o título de Encarnação de Nyx, governará. — Mas os vampyros se tornaram muito racionais, muito civilizados, para uma guerra com humanos. Eu acho que eles poderiam se retirar da sociedade antes que eles pudessem lutar. — Isso é verdade para a maioria dos vampyros, mas você está esquecendo a nova raça de sanguessugas que a Tsi Sgili

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criou. Eles não parecem ter os mesmos escrúpulos. — Os calouros vermelhos, — Rephaim disse. — Ah, mas eles não são todos calouros, são? Eu ouvi que outro dos garotos tinha Mudado. E então há a nova Alta Sacerdotisa, a Vermelha. Eu não estou certo se ela é dedicada à Luz como sua amiga Zoey. Rephaim sentiu como se o punho de um gigante estivesse se fechando em volta de seu coração. — A Vermelha invocou o touro negro – a manifestação da Luz. Eu não acho que ela pode ser influenciada para longe do caminho da Deusa. — Você disse que ela também conjurou o touro da Escuridão, não disse? — Eu disse, mas pelo que eu observei, ela não apelou pela Escuridão intencionalmente. Kalona riu. — Neferet me falou que Stevie Rae estava completamente diferente quando foi ressuscitada. A Vermelha revelada na Escuridão! — E então ela Mudou, como Stark. Ambos estão comprometidos com Nyx agora. — Não, Stark está comprometido é com Zoey Redbird. Eu não acredito que a Vermelha formou qualquer ligação deste tipo. Cuidadosamente Rephaim permaneceu em silêncio. — Quanto mais eu penso nisso, mais eu gosto da idéia. Neferet ganha poder se nós usarmos a Vermelha, e Zoey perde

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alguém próximo a ela. Sim, isso me agrada. Muito. Rephaim estava tentando peneirar a mistura de medo, pânico e caos em sua mente e evocar uma resposta que pudesse distrair Kalona de sua busca por Stevie Rae quando o ar em sua volta ondulou o mudou. Sombras dentro de sombras pareceram estremecer brevemente, mas extasiadamente. Seus olhos interrogantes foram da Escuridão espreitando nos cantos do telhado, para seu pai. Kalona acenou e sorriu amargamente. — A Tsi Sgili pagou seu débito para a Escuridão; ela sacrificou a vida de um inocente que não poderia ser corrompido. O sangue de Rephaim martelou em seus ouvidos, e por um instante ele estava barbaramente, inacreditavelmente amedrontado por Stevie Rae. E então ele percebeu Não, não pode ser Stevie Rae que Neferet sacrificou. Stevie Rae foi manchada pela Escuridão. Por hora, desta ameaça ela está segura. — Quem Neferet matou? — Rephaim estava tão distraído pelo alívio que ele falou as palavras sem pensar. — Que possível diferença faz para você saber quem a Tsi Sgili sacrificou? A mente de Rephaim se concentrou no aqui e agora rapidamente. — Eu estou apenas curioso. — Eu sinto uma mudança em você, meu filho. Rephaim encontrou o olhar de seu pai firmemente. — Eu cheguei perto da morte, Pai. Foi uma experiência decepcionante. Você deve lembrar que eu compartilho apenas

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uma porção de sua imortalidade. O resto de mim é humano, e, portanto, mortal. Kalona acenou rapidamente em reconhecimento. — Eu esqueci que você está amedrontado pela humanidade que há em você. — Mortalidade, não humanidade. Eu não sou humano, — ele disse amargamente. Kalona estudou-o. — Como você conseguiu sobreviver à suas feridas? Rephaim olhou para longe de seu pai e respondeu tão verdadeiramente quanto possível. — Eu não estou totalmente certo de como ou até mesmo por que eu sobrevivi. — Eu nunca entenderei porque Stevie Rae me salvou, sua mente adicionou silenciosamente. — Muito deste tempo continua a ser um borrão para mim. — Como não é importante. O porquê é obvio – você sobreviveu para me servir, como você tem feito por toda sua vida. — Sim, Pai, — ele disse automaticamente. Então, para cobrir a falta de esperança que até mesmo ele pôde ouvir em sua voz, ele acrescentou, — E a seu serviço eu devo dizê-lo que eu não posso permanecer aqui. Kalona elevou sua sobrancelha questionadoramente. — O que você está dizendo? — Este lugar, — seu braço varreu em volta deles para mostrar o terreno Gilcrease. — Há muitos humanos presentes

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desde que o gelo se foi. Nós não podemos ficar aqui. — Rephaim deu uma profunda respiração e continuou, — Talvez fosse mais sábio para você e para eu deixar Tulsa por um tempo. — Claro que nós não podemos deixar Tulsa. Eu já expliquei a você que eu preciso distrair a Tsi Sgili então eu posso me libertar de seu vínculo. Que é o melhor a se fazer aqui, usando a Vermelha e seus calouros. Mas você está correto de perceber que este lugar não é adequado para nós. — Então não seria nosso dever deixar a cidade até que possamos descobrir uma melhor localização? — Por que você continua com esta insistência de que nós devemos nos afastar daqui quando eu deixei claro pra você que nós precisamos permanecer aqui? Rephaim respirou profundamente e disse apenas, — Eu cansei da cidade. — Então, reúna as reservas de força que tem dentro de você como herança de meu sangue! — Kalona comandou, claramente aborrecido. — Nós permanecemos em Tulsa por tanto tempo quanto levar para alcançar meu objetivo. Neferet já considerou onde eu devo ficar. Ela exige que eu esteja perto, mas ela sabe que eu não devo ser visto, pelo menos não imediatamente. — Kalona pausou, fazendo uma careta de raiva por ser tão obviamente controlado pela Tsi Sgili. — Nós nos mudaremos, esta noite, para o prédio que Neferet adquiriu. Logo nós começaremos a caçar os calouros vermelhos, e sua Alta Sacerdotisa. — O olhar de Kalona se

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deslocou para as asas de seu filho. — Você é capaz de voar novamente, não é? — Sou, Pai. — Então, chega desta conversa inútil. Vamos para o céu e começar a escalada para nosso futuro, e nossa liberdade. O imortal estendeu suas enormes asas e pulou do telhado do deserto Solar Gilcrease. Rephaim hesitou, tentando pensar – respirar – para entender o que ele estava fazendo. Do canto do telhado uma imagem piscou, e o espírito que estava assombrando-o desde que ele chegou, quebrado e sangrando, apareceu. — Você não pode deixar seu pai machucá-la. Você sabe disso, certo? — Pela última vez, fora daqui, aparição, — Rephaim disse enquanto ele desdobrava suas asas e se preparava para seguir seu pai. — Você tem que ajudar Stevie Rae. Rephaim curvou-se em cima dela. — Por que eu tenho? Eu sou um monstro – ela pode não ser nada para mim. A criança sorriu. — Muito tarde, ela já significa algo pra você. Além disso, existe outra razão para você ajudá-la. — Por quê? — Rephaim perguntou cansadamente. — Porque você não é todo monstro. Você é parte garoto e isso significa que algum dia você morrerá. Quando você morrer, existe apenas uma coisa que você poderá levar com

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você para a eternidade. — E o que é essa coisa? O sorriso dela estava radiante. — Amor, seu bobo! Você pode levar amor com você. Então, você vê, você tem que salvála ou você se arrependerá para sempre. Rephaim olhou fixamente a menina. — Obrigado, — ele disse suavemente antes de saltar na escuridão.

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Stevie Rae — Eu acho que vocês deviam dar uma pausa para Zoey. Depois do que ela passou, podia ter umas férias, — Stevie Rae disse. — Se isso é tudo que é, — Erik disse. — O que isso quer dizer? — O negócio é que ela não está planejando voltar. Absolutamente. — Isso é simplesmente idiota. — Você tem falado com ela? — Erik perguntou. — Não, você tem? — ela respondeu. — Não. — Na verdade, Erik levantou um ponto válido, — Lenobia disse. — Ninguém tem falado com Zoey. Jack disse que ela não estava voltando. Eu tenho falado com Aphrodite. Ela e Darius estão, de fato, chegando logo. Zoey não está fazendo ou recebendo ligações. — Zoey está cansada. Stark ainda está uma bagunça. Não

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foi isso que Jack relatou? — Stevie Rae disse. — Sim, — Dragon Lankford disse. — Mas a verdade é, nós mal temos falado com Zoey desde seu retorno do Outromundo. — Ok, sério, por que isso é coisa tão grande? Vocês estão agindo como se Z fosse algum aluno fujão, e não uma Alta Sacerdotisa chuta-bundas. — Bem, por uma coisa, isso nos concerne porque ela tem muito poder. Com poder vem responsabilidade. Você sabe disso. — Lenobia disse. — E então está a questão de Neferet e Kalona. — Aqui, eu preciso falar, — Professora Penthasilea disse. — Eu não sou a única de nós que recebeu a mais recente mensagem do Alto Conselho. Não há Neferet e Kalona. Neferet se separou de seu Consorte desde que o espírito dele retornou ao seu corpo e ele recuperou a consciência. Neferet açoitou-o publicamente, e então o baniu de seu lado, e da sociedade vampyra por um século. Neferet liderou sua punição pelo crime de matar o garoto humano. O Conselho superior deliberou que Kalona, e não Neferet, foi o responsável pelo crime. — Sim, nós sabemos disso, mas—, — Lenobia começou. — Sobre o que vocês estão falando? — Stevie Rae interrompeu, sentindo como se sua cabeça fosse explodir. — Parece que nós não estamos na lista de e-mail. — Kramisha disse, parecendo tão assustada quanto Stevie Rae.

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Enquanto o relógio do lado de fora começou a badalar a meia-noite, Neferet caminhou de dentro da porta oculta que era a entrada da Alta Sacerdotisa para a Câmara do Conselho de Tulsa. Ela se moveu cheia de propósito para a enorme mesa redonda. Sua voz era como chicote e cheia de confiança e comando. — Vejo que eu retornei não muito cedo. Alguém poderia me explicar por que nós começamos a permitir o acesso de calouros a nossas Reuniões do Conselho? — Kramisha é mais do que apenas calouro. Ela é uma Poetisa Laureada e uma Profetisa. Adicionado ao fato de que eu sou uma Alta Sacerdotisa e eu a convidei – tudo isso dá a ela o direito de estar nesta Reunião do Conselho. — Stevie Rae engoliu o medo doentio que veio confrontando Neferet e estava incrivelmente aliviada que sua voz soou firme quando ela finalmente liberou as palavras do fundo de sua garganta. — E por que você não está na cadeia pelo assassinato de Heath? — Cadeia? — O sorriso de Neferet era cruel. — Que descaramento! Eu sou uma Alta Sacerdotisa, uma que ganhou este título e não um que foi dado por negligência. — E você ainda evita a pergunta de sua culpabilidade no assassinato do humano, — Dragon disse. — Eu também não recebi comunicação do Alto Conselho Vampyro. Eu gostaria de uma explicação de sua presença, e por que você não foi responsabilizada pelo comportamento de seu Consorte. Stevie

Rae

esperou

que

Neferet

explodisse

ao

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questionamento de Dragon, mas em vez disso sua expressão suavizou e seus olhos verdes encheram de pena. A voz de Neferet estava cálida e compreensiva quando ela respondeu ao Mestre das Espadas. — Eu imagino que o Alto Conselho está segurando sua comunicação porque eles estão cientes que você ainda está sofrendo profundamente por sua companheira perdida. O rosto de Dragon empalideceu, mas seus olhos azuis endureceram. — Eu não perdi Anastasia. Ela foi tirada de mim. Assassinada por uma criatura que foi uma criação de seu Consorte, agindo sob seu comando. — Eu entendo como sua dor pode macular seu julgamento, mas você precisa saber que Rephaim e outros Corvos Escarnecedores não estavam sob ordens de prejudicar ninguém. Pelo contrário, eles foram ordenados a proteger. Quando Zoey e seus amigos colocaram fogo na House of Night e roubaram nossos cavalos, eles tomaram isso como um ataque. Eles apenas reagiram. Stevie Rae e Lenobia compartilharam um rápido olhar que telegrafou não os deixe saber quem estava envolvido nisso, e Stevie Rae manteve sua boca fechada, se recusando a dar a parte da participação de Lenobia na "fuga" de Zoey. — Eles mataram minha companheira, — Dragon disse, chamando para ele a atenção de todos. — E por isso eu estarei eternamente triste, — Neferet disse. — Anastasia era uma boa amiga para mim.

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— Você perseguiu Zoey e Darius e o resto do bando, — Stevie Rae disse. — Você nos ameaçou. Você ordenou que Stark atirasse em Zoey. Como você se desculpa de tudo isso? O belo rosto de Neferet pareceu se deformar. Ela se inclinou sobre a mesa e chorou baixinho. — Eu sei... Eu sei. Eu fui fraca. Eu deixei o imortal alado contaminar minha mente. Ele disse que Zoey precisava ser destruída, e porque eu acreditava que ele era a Encarnação de Erebus, eu também acreditei nele. — Oh, isso é apenas um monte de merda, — Stevie Rae disse. Os olhos esmeralda de Neferet espetaram-na. — Você nunca se importou com alguém só pra descobrir depois que ele era apenas um monstro disfarçado? Stevie Rae sentiu todo o sangue drenado de seu rosto. Ela respondeu da única forma que sabia – com a verdade. — Na minha vida, monstros não se disfarçam. — Você Sacerdotisa.

não

respondeu

minha

pergunta,

jovem

Stevie Rae ergueu seu queixo. — Eu responderei sua pergunta. Não, eu nunca me importei com alguém e não soube quem ele era desde o começo. E se você tá falando sobre Dallas, eu sabia que ele podia ter problemas, mas eu nunca esperei que ele se virasse para a Escuridão e fosse todo louco. O sorriso de Neferet foi esperto. — Sim, eu ouvi sobre Dallas. Tão triste... tão triste.

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— Neferet, eu ainda preciso entender a decisão do Alto Conselho. Como Mestre de Espadas e Líder dos Filhos de Erebus desta House of Night, eu tenho o direito de ser informado sobre qualquer coisa que possa comprometer a segurança de nossa escola, estando eu de luto ou não, — Dragon disse, parecendo pálido, mas determinado. — Você está certo, Mestre de Espadas. É realmente muito simples. Quando a alma do imortal retornou para seu corpo, ele confessou para mim que ele matou o garoto humano porque ele pensou que o ódio de Heath por mim fosse uma ameaça. — Neferet sacudiu a cabeça, parecendo triste e arrependida. — A pobre criança tinha de algum modo se convencido de que eu era culpada pela morte da professora Nolan e Loren Blake. Kalona acreditou que executando Heath ele estava me protegendo. — Ela sacudiu sua cabeça. — Ele esteve afastado deste mundo por muito tempo. Ele realmente não entendia que o humano não podia representar nenhuma ameaça para mim. Sua ação executando Heath foi apenas um equivocado Guerreiro protegendo sua Alta Sacerdotisa, o que foi porque o Alto Conselho e eu temos sido tão misericordiosos em sua punição. Como alguns de vocês já estão cientes, Kalona foi açoitado cem vezes e então banido da sociedade vampyra e do meu lado por um século inteiro. Houve um longo momento de silêncio, então Penthasilea disse, — Parece que todo este desastre foi um trágico malentendido após outro, mas certamente nós todos pagamos o bastante pelo que aconteceu no passado. O importante agora é que a escola se reúna novamente e nós todos continuemos com

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nossas vidas. — Eu me curvo a sua sabedoria e experiência, professora Penthasilea, — Neferet disse, inclinando sua cabeça respeitosamente. Então ela virou para encarar Dragon. — Este, na verdade, foi um momento difícil para muitos de nós, mas você pagou o preço mais alto, Mestre de Espadas. Então, é para você que eu preciso olhar para a absolvição de meus erros, pessoais e profissionais. Você pode possivelmente levar a House of Night a uma nova era, criando uma Fênix das cinzas de nosso sofrimento? Stevie Rae queria gritar a Dragon que Neferet estava enganando a todos — que o que aconteceu na House of Night não foi um trágico engano, foi um trágico desvio de poder de Neferet e Kalona. Mas seu coração se afundou enquanto ela observava Dragon inclinar sua cabeça e com uma voz completamente inconsolável e derrotada, dizer, — Eu gostaria que todos nós seguíssemos em frente, porque se nós não fizermos isso, eu temo que não sobreviva à perda de minha companheira. Lenobia parecia que queria falar, mas quando Dragon começou a soluçar, ela ficou em silêncio e se dirigiu a seu lado para confortá-lo. Isso me permite enfrentar Neferet, Stevie Rae pensou, e olhou para Kramisha, que estava observando Neferet com um aberto olhar de mas-que-porra-é-essa. Ok, então isso permite a mim e Kramisha enfrentar Neferet, Stevie Rae corrigiu dentro de sua cabeça. Ela enquadrou os ombros e se preparou para o

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confronto épico que era certo acontecer quando ela chamasse as merdas da caída Alta Sacerdotisa. Naquele momento um estranho ruído penetrou pela janela da Câmara do Alto Conselho que tinha sido deixada aberta para o ar fresco da noite. Foi um horrível e triste som, e causou que os pequenos pelos dos braços de Stevie Rae se levantassem. — O que é isso? — Stevie Rae disse, sua cabeça virando — juntamente com a de todos os outros – para a janela aberta. — Eu nunca ouvi nada como isso, — Kramisha disse. — E isso me dá arrepios. — Isso é um animal. E ele está com dor. — Dragon instantaneamente se recompôs, sua expressão mudou, e ele era, novamente, um Guerreiro e não um amante com o coração partido. Ele se levantou e cruzou a Câmara do Conselho até a janela. — Um gato? — Penthasilea disse, parecendo aflita. — Eu não posso ver daqui. Está vindo do lado leste do campus, — Dragon disse, virando-se da janela e dirigindo-se para a porta propositadamente. — Oh, Deusa! Eu acho que conheço o som. — Trágica e quebrada, a voz de Neferet tinha todos eles dirigindo a atenção de volta para ela. — Esse é o uivo de um cão, e o único cão neste campus é o Labrador de Stark, Duquesa. Aconteceu algo a Stark? Stevie Rae observou Neferet pressionar uma mão magra

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contra sua garganta, como se para conter as batidas de seu coração pelo terrível pensamento de que algo poderia ter acontecido com Stark. Stevie Rae queria esbofeteá-la. Neferet poderia ter recebido um Oscar de Melhor Performance Trágica da Líder Cadela. É isso aí. Ela não a deixaria ir embora com esta porcaria. Mas Stevie Rae não teve a chance de confrontar Neferet. No momento em que Dragon abriu a porta para o corredor, uma cacofonia de sons inundou todos. Calouros estavam correndo diante da Câmara do Conselho. A maioria deles estava chorando e gritando, mas sobre todos os ruídos — sobre até mesmo o horrível uivo — um som tornou-se distintamente reconhecível: o lamento de uma pessoa em luto. Entre a tristeza do luto, Stevie Rae reconheceu a voz. — Oh, não, — ela disse, correndo pelo corredor. — É Damien. Stevie Rae estava adiante até mesmo de Dragon, e quando ela abriu a porta para fora da escola, ela trombou com Drew Partain com tanta força que ambos caíram no chão. — Caramba, Drew! Saia de minha— — Jack está morto! — Drew gritou, colocando-se sobre seus pés, e puxando-a com ele. — Lá em cima, na árvore quebrada na parede Leste. Isso é ruim. Muito ruim. Apresse-se – Damien precisa de você! Stevie Rae sentiu uma onda de náusea enquanto ela processava o que Drew estava dizendo. E então ela foi varrida

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com Drew em uma onda de vampyros e calouros enquanto todos corriam pelo campus. Quando Stevie Rae chegou à árvore ela teve um terrível momento de déjà vu. O sangue. Havia tanto sangue em toda parte! Ela voltou para a noite em que a flecha de Stark abriu seu corpo e drenou praticamente todo o sangue de sua vida para fora dele neste mesmo lugar. Só que desta vez não era ela. Desta vez era o gentil e doce Jack e ele estava realmente morto, então era dez vezes mais terrível. Por um instante a cena pareceu não fazer sentido para ela porque ninguém se moveu – ninguém falou. Não havia sons exceto o uivo de Duquesa e o lamento de Damien. O garoto e a cadela estavam agachados ao lado de Jack, que jazia deitado, de bruços, sobre a grama encharcada de sangue, com a ponta da longa espada aparecendo a vários centímetros da parte de trás de seu pescoço. Ela deve ter corrido atravessando ele com tamanha força que quase separou sua cabeça de seu corpo. — Oh, Deusa! O que aconteceu aqui? — Foi Neferet quem descongelou todo mundo. Ela se apressou até Jack, inclinandose para descansar a mão suavemente sobre seu corpo. — O calouro está morto, — ela disse solenemente. Damien olhou para cima. Stevie Rae viu seus olhos. Eles estavam cheios de dor e horror, e, talvez, apenas talvez, até mesmo sombras de loucura. Enquanto ele olhava fixamente para Neferet ela observou seu rosto já pálido quase incolor, e isso a sacudiu.

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— Eu acho que você deve deixá-lo sozinho, — Stevie Rae disse, movendo-se para que ela ficasse entre Neferet e Jack e Damien. — Eu sou a Alta Sacerdotisa aqui. Este é o meu lugar para lidar com esta tragédia. O melhor para Damien é que você se afaste e deixe os adultos resolvam tudo isto, — Neferet disse. Seu tom foi razoável, mas Stevie Rae estava olhando dentro de seus olhos esmeralda e viu algo mexer ali que fez sua pele arrepiar. Stevie Rae podia sentir todos a observando. Ela sabia que havia algum acerto no que Neferet estava dizendo – ela não tinha sido uma Alta Sacerdotisa por tempo suficiente para saber como lidar com algo tão horrível quanto o que aconteceu esta noite. Caramba, ela era apenas uma Alta Sacerdotisa porque não havia nenhuma outra caloura vermelha que tinha Mudado. Ela tinha algum direito de falar como "Alta Sacerdotisa" de Damien? Stevie Rae ficou ali, em silêncio e lutando com suas próprias inseguranças. Neferet ignorou-a e agachou ao lado de Damien, pegando sua mão e forçando-o a olhá-la. — Damien, eu sei que você está em choque, mas você precisa se controlar e nos dizer como isso aconteceu com Jack. Damien piscou cegamente para Neferet, e então Stevie Rae viu a visão dele clara e ele se focou nela. Ele arrancou sua mão das dela. Sacudindo sua cabeça para trás e para frente, para trás e para frente, ele começou a chorar, — Não! Não! Não! Foi isso. Stevie Rae tinha tido o bastante. Ela não se

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importava se o universo inteirinho não pudesse ver através da merda de Neferet. Ela não ia deixá-la aterrorizar o pobre Damien. — O que aconteceu? Você está perguntando o que aconteceu? Como se fosse apenas uma coincidência Jack ser assassinado ao mesmo tempo em que você aparece de volta aqui na escola? — Stevie se moveu de volta para o lado de Damien, pegando sua mão. — Você pode enganar-ou-tratar o Alto Conselho cego-como-um-morcego. Você pode até mesmo falar que algumas dessas boas pessoas acreditando que você ainda está do nosso lado, mas Damien e Zoey e... — ela parou enquanto ouviu dois semelhantes suspiros de horror enquanto as gêmeas corriam. — Shaunee, Erin, Stark e eu. Nós não vamos acreditar que você é uma boa moça. Então, porque você não explica o que aconteceu aqui? Neferet sacudiu sua cabeça, parecendo triste e tragicamente bela. — Eu sinto pena por você, Stevie Rae. Você costumava ser uma doce e amorosa caloura. Eu não sei o que aconteceu a você. Stevie Rae sentiu ódio atravessá-la. Seu corpo tremeu com a força dele. — Você sabe melhor que qualquer um desta terra o que aconteceu comigo. Ela não pode se ajudar. A raiva era muita. Stevie Rae começou a se mover para a frente de Neferet. Neste momento não havia nada que ela queria mais que envolver suas mãos em volta da garganta da vampyra e apertar e apertar e apertar até que ela não respirasse – não fosse mais uma ameaça.

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Mas Damien não afrouxou seu aperto em sua mão. Essa ligação de toque e confiança entre eles, bem como o sussurro quebrado de Damien, a deteve. — Ela não fez isso. Eu vi acontecer e ela não fez isso. Stevie Rae hesitou, olhando para Damien. — O que você quer dizer, querido? — Eu estava muito longe. Apenas fora da porta da casa de campo. Duquesa não me deixou correr. Ela ficou me puxando de volta para lá. Eu finalmente cedi a ela. — a voz de Damien estava agitada e ele falava em afiadas rajadas de palavras. — Ela me fez ficar preocupado. Então eu estava olhando. Eu vi. — Ele começou a chorar de novo. — Eu vi Jack cair do topo da escada e sobre a espada. Não havia ninguém perto dele. Absolutamente ninguém. Stevie Rae se virou para Damien e puxou-o para seus braços. Enquanto ela fazia isso ela sentiu mais dois pares de braços envolvendo-os enquanto as gêmeas se juntavam a seu círculo, segurando-os firmemente. — Neferet estava conosco na Câmara do Conselho quando este horrível acidente aconteceu, — Dragon disse solenemente, tocando gentilmente o cabelo de Jack. — Ela não foi responsável por esta morte. Stevie Rae não podia olhar para o corpo ferido do pobre Jack, então ela estava observando Neferet quando Dragon falou. Porém ela viu o flash de vitória presunçoso que passou por seu rosto, rapidamente substituído por um experiente

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olhar de tristeza e preocupação. Ela o matou. Eu não sei como, e eu não posso provar isso agora, mas ela matou. Então, tão rápido quanto este pensamento se formou, outro veio seguido: Zoey acreditaria em mim. Ela me ajudará a descobrir como expor Neferet. Zoey tem que voltar.

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Zoey Então, Stark e eu tínhamos feito aquilo. — Eu não sinto nada diferente, — eu disse à árvore mais próxima. — Quero dizer, exceto por me sentir mais próxima de Stark e meio que dolorida em locais inconfessáveis, e é isso. — Andei até um pequeno riacho que borbulhava alegremente e olhei para baixo. O sol estava se pondo, mas tinha sido um dia incomumente claro, um dia frio na ilha e o céu ainda bastante do dramático coral e luz dourada que eu pude ver meu reflexo. Eu me observei. Eu parecia como, bem, eu. — Ok, então tecnicamente eu fiz isso uma vez antes, mas tinha sido uma coisa completamente diferente. — Eu suspirei. Loren Blake tinha sido um erro gigantesco. James Stark era totalmente diferente, como era o compromisso que tínhamos feito um ao outro. — Então, eu não devia parecer diferente agora que eu estou em um Relacionamento Real? — Eu olhei para o meu reflexo. Eu não parecia mais velha? Mais experiente? Mais sábia? Na verdade, não. O olhar de soslaio só me fez parecer míope. — E Aphrodite provavelmente diria que isso me daria

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rugas também. Uma pequena pontada me atravessou enquanto me lembrava dizendo adeus a Aphrodite e Darius na noite anterior. Ela tinha sido previsivelmente sarcástica, e mais do que uma pequena vaca sobre eu não voltar para Tulsa com ela, mas nosso abraço tinha sido apertado e genuíno, e eu sabia que sentiria falta dela. Eu já sentia falta dela. Eu sentia falta de Stevie Rae e Damien, Jack e as Gêmeas também. — E Nala, — Eu falei para o meu reflexo. Mas eu sentia falta suficiente deles para voltar para o mundo real? O Suficiente para enfrentar tudo e prosseguir com a escola para possivelmente lutar com a Escuridão e Neferet? — Não. Não, você não sente. — Dizer tornou isso ainda mais verdadeiro. Eu podia sentir alguns dos eu sinto falta deles serem diluídos pela serenidade da ilha de Sgiach. — É a magia aqui. Se eu pudesse enviar para meu gato, eu juro que ficaria para sempre aqui. A risada de Sgiach era suave e musical. — Por que tendemos a sentir mais falta de nossos animais de estimação do que das pessoas? — Ela estava sorrindo enquanto se juntava a mim no riacho. — Acho que é por que não podemos fazer videoconferência via Skype com eles. Quero dizer, eu sei que eu posso voltar ao castelo e falar com Stevie Rae, mas eu tentei fazer esta coisa de videoconferência com Nala. Ela parece

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apenas confusa e até mesmo mais descontente do que ela normalmente é, o que seria malditamente descontente. — Se gatos entendessem tecnologia e tivessem polegares opostos, eles governariam o mundo, — disse a rainha. Eu ri. — Não deixe Nala ouvir você dizendo isso. Ela governa seu mundo. — Você está certa. Mab acredita que ela governa seu mundo, absolutamente. Mab era o gigante de Sgiach, gata de pelos longos preto e branco que eu estava apenas começando a conhecer. Eu acho que ela tinha possivelmente, tipo, mil anos e a maioria estando apenas semi-consciente e mal se movendo na extremidade da cama da rainha. Stark e eu começamos a chamá-la de Gata Morta, mas não próximos aos ouvidos de Sgiach. — Por mundo você quer dizer seu quarto? — Exatamente, — Sgiach disse. Nós duas rimos, e então a rainha caminhou até uma grande rocha coberta de musgos não muito longe do riacho. Ela sentou graciosamente e então deu um tapinha na área do tamanho de uma cadeira ao lado dela. Eu me juntei a ela, me perguntando se meus movimentos um dia seriam tão graciosos e majestosos como os dela – e eu duvidei disso. — Você pode enviar sua Nala para cá. Vampyros conhecidos voam com animais de companhia. Seria apenas questão de apresentar a carteira de vacinação para entrar em Skye.

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— Uau, sério? — Sério. É claro que isso significa que você precisa se comprometer de ficar aqui pelo menos vários meses. Gatos não viajam particularmente bem – e movê-los de um fuso horário para outro, e então voltar outra vez, realmente não é bom para eles. Eu olhei dentro dos olhos de Sgiach e disse exatamente o que eu estava pensando, — Quanto mais tempo eu fico aqui, mais tenho a certeza de que não quero sair, mas eu sei que isto é provavelmente irresponsabilidade minha me esconder do mundo real assim. Quero dizer, — Eu me apressei quando vi a preocupação crescer em seu olhar, — não é como se Skye não fosse real e tudo. E eu sei que passei por um monte de coisas ruins ultimamente, então está bem pra mim dar uma pausa. Mas eu ainda estou na escola. Eu suponho que tenha que voltar. Eventualmente. — Você se sentiria assim se a escola viesse até você? — O que você quer dizer? — Desde que você entrou em minha vida eu comecei a refletir sobre o mundo — ou melhor — em quão separada dele eu me tornei. Sim, eu tenho internet. Sim, eu tenho TV via satélite. Mas eu não tenho novos seguidores. Eu não tenho Guerreiros estudantes e jovens Guardiões. Ou pelo menos não até você e Stark chegarem. Eu acho que eu perdi a energia e a absorção de jovens mentes. — Sgiach olhou para longe de mim e profundamente no bosque. — Sua chegada aqui despertou algo que estava dormindo em minha ilha. Eu sinto uma

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mudança vindo no mundo, maior que a influência da ciência moderna e da tecnologia. Eu posso ignorar isso e deixar minha ilha voltar a dormir, talvez nos tornar completamente separados do mundo e deus problemas, talvez até mesmo se perder para as brumas do tempo – como Avalon e as Amazonas. Ou eu posso me abrir para isso, encontrar os desafios que isso pode trazer. — A rainha encontrou meu olhar novamente. — Eu escolhi permitir que minha ilha despertasse. Está na hora da House of Night de Skye aceitar sangue novo. — Você retirará o feitiço de proteção? Seu sorriso foi irônico. — Não enquanto eu viver, e, espero, enquanto meu sucessor viver, e, eventualmente seus sucessores, vivam, Skye permanecerá protegida e separada do mundo moderno. Mas eu acho que eu podia enviar para fora uma Chamada de Guerreiros. Houve um tempo que Skye treinou os melhores e mais brilhantes dos Filhos de Erebus. — Mas então você se separou do Alto Conselho Vampyro, certo? — Correto. Talvez eu possa começar, lentamente, a remendar esta separação, especialmente se eu tiver uma jovem Alta Sacerdotisa como uma de meus trainees. Eu senti uma agitação de excitação. — Eu? Você quer dizer eu? — Sim, na verdade. Você e seu Guardião têm uma conexão com esta ilha. Eu gostaria de ver onde esta conexão nos leva. — Uau, estou seriamente honrada. Muito obrigada. —

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Minha mente estava zumbindo! Se Skye se tornasse uma House of Night ativa não seria como se eu estivesse me escondendo de todos aqui. Seria mais como se eu tivesse me transferido para outra escola. Eu pensei sobre Damien e o resto do bando e me perguntei se eles pensariam sobre vir para Skye também. — Haveria um lugar aqui para calouros que não são Guerreiros em formação? — Eu perguntei. — Nós podemos discutir isso. — Sgiach parou, pareceu tomar uma decisão, e adicionou, — Você sabe, não sabe, que esta ilha é rica em tradições mágicas que abrangem mais do que treinamento de Guerreiros e meus Guardiões? — Não. Quero dizer, sim. Tipo, é óbvio que você é magia, e você é basicamente esta ilha. — Eu tenho estado aqui por tanto tempo que muitos me vêem como a ilha, mas eu sou mais uma cuidadora desta magia do que possuidora dela. — O que você quer dizer? — Descubra por si mesma, jovem rainha. Você tem uma afinidade por cada um dos elementos. Estenda a mão e veja o que a ilha tem para lhe ensinar. Quando a incerteza me fez hesitar, Sgiach persuadiu, — Tente o primeiro elemento, ar. Apenas chame-o para você e observe. — Ok. Bem, aí vai. — Eu me levantei e me movi a alguns metros de Sgiach, numa área coberta de musgos que estava meio que limpa de rochas. Dei três profundas e limpas

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respirações, estabelecendo a sensação familiar de estar concentrada. Instintivamente eu virei meu rosto para o leste e chamei: — Ar, por favor, venha a mim. Eu estava acostumada à resposta do elemento. Eu estava acostumada à brisa mexendo em torno de mim como um cachorrinho ansioso, mas toda a minha experiência com minhas afinidades não me preparou para o que aconteceu em seguida. O ar não apenas respondeu – ele me envolveu. Ele girou em torno de mim poderosamente, sentindo estranhamente palpável, o que realmente deve ter sido louco porque o ar não é palpável. Ele ainda era invisível em toda parte. E então eu engasguei porque percebi que o ar tinha se tornado palpável! Flutuando em meu redor, no meio do impetuoso vento que surgiu para mim ao meu chamado, estavam as formas de belos seres. Eles eram brilhantes e etéreos, um pouco transparentes. Enquanto eu estava embasbacada para eles, eles mudavam de forma – algumas vezes parecendo com lindas mulheres, algumas vezes parecendo com borboletas, e então eles mudaram e pareceram com a linda queda de folhas à deriva em seu próprio vento. — O que são eles? — Eu perguntei em voz baixa. Por sua própria vontade, eu levantei minha mão e observei as folhas mudarem para brilhantes e coloridos beija-flores, que se acomodaram na palma de minha mão estendida. — Duendes do Ar. Eles costumam estar em todo lugar, mas eles deixaram o mundo moderno. Eles preferem os bosques antigos e as velhas estradas. E esta ilha tem ambos. —

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Sgiach sorriu e abriu sua própria mão para um elfo que tomou a forma de uma pequena mulher com asas de libélula e dançou, tecendo dentro e fora de seus dedos. — É bom ver que eles vêm pra você. Raramente há muitos deles em um lugar, mesmo aqui no bosque. Tente outro elemento. Desta vez ela não precisou me persuadir ainda mais. Eu me virei para o sul e chamei, — Fogo, por favor, venha a mim! Como brilhantes fogos de artifício, duendes explodiram a natureza em volta de mim, fazendo cócegas em meu corpo com o calor controlado de suas chamas e me fazendo rir. — Eles me lembram os fogos de Quatro de Julho! O sorriso de Sgiach combinou com o meu. — Eu raramente vejo os duendes do fogo. Eu estou muito próxima da água e do ar – fogo quase nunca se mostra para mim. — Que vergonha, — eu repreendi. — Vocês rapazes devem deixar Sgiach vê-los – ela é um dos caras bons! Instantaneamente os duendes em volta de mim começaram a se agitar loucamente. Eu podia sentir o desconforto irradiando a partir deles. — Oh, não! Diga a eles que você está brincando. Fogo é terrivelmente sensível e volátil, eu não quero que eles causem um acidente, — disse Sgiach. — Ei, rapazes, me desculpem! Eu estava só brincando. Está tudo bem, de verdade. — Eu suspirei de alívio quando os duendes do fogo se acomodaram em uma vibração menos frenética. Eu olhei para Sgiach. — É seguro chamar os outros

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elementos? — É claro, apenas seja cuidadosa com o que você fala. Sua afinidade é poderosa, mesmo sem estar em um lugar rico em magia ancestral como este bosque. — Eu serei. — Eu dei mais três respirações limpas e estava certa que tinha novamente me concentrado. Então eu virei no sentido horário para olhar o oeste. — Água, por favor, venha a mim. — E me achei banhada no elemento. Duendes escorregadios e frescos se esfregaram contra minha pele, brilhando com a iridescência da água. Eles brincaram ao redor, me fazendo pensar em sereias e golfinhos, águas-vivas e cavalos marinhos. — Isto é seriamente super legal! — Duendes da água são especialmente fortes em Skye, — Sgiach disse, acariciando uma pequena criatura em forma de estrela que nadava em volta dela. Eu virei para o norte. — Terra, venha a mim! — O bosque ganhou vida. As árvores brilharam de alegria, e de seus antigos troncos retorcidos emergiram seres da floresta que me fizeram lembrar de coisas que deveriam estar em Valfenda 5 com os elfos de Tolkien – ou talvez até mesmo na selva de Avatar-3D. Eu coloquei minha atenção no centro de meu círculo improvisado e chamei o elemento final, — Espírito, por favor, venha a mim, também. Desta vez Sgiach ofegou. — Eu nunca vi os cinco grupos 5

Valfenda: no original Rivendell, é uma cidade fictícia criada por Tolkien.

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de duendes juntos como isso. Isto é magnífico. — Ohminhadeusa! Isto é incrível! O ar em volta de mim, já vivo com seres diáfanos, estava cheio com tal esplendor que de repente trouxe Nyx à mente, e o brilho de seu sorriso. — Você quer experimentar mais? — Sgiach me perguntou. — É claro, — Eu disse sem hesitação. — Venha aqui, então. Me dê sua mão. — Cercada pelos duendes anciões que personificaram os elementos, eu me aproximei de Sgiach e estendi minha mão para ela. Ela pegou minha mão direita na sua esquerda e virou para que minha palma ficasse para cima. — Você confia em mim? — Sim, eu confio em você. — eu disse. — Bom. Isso machucará apenas por um instante. Com um movimento extremamente rápido, ela roçou a dura e afiada unha de seu dedo indicador direito através da palma de minha mão. Eu não vacilei. Eu não me movi. Mas eu suguei um monte de ar. Todavia ela estava certa – isso machucava só por um instante. Sgiach virou minha mão e o sangue começou a gotejar dela, mas antes que pudesse tocar o chão musgoso abaixo de nós, a rainha capturou as gotas escarlates. Acumulando-as em sua própria mão, ela deixou as gotas empoçarem, e então, falando palavras que eu senti mais do que ouvi, porém não entendi absolutamente nada, ela jogou o sangue, espalhando

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em um círculo em volta de nós. Então algo verdadeiramente incrível aconteceu. Cada duende tocado pelas gotas de meu sangue, por um momento, fez-se carne. Eles não eram mais elementais etéreos, apenas tufos e rastros de ar, fogo, água, terra e espírito. O que meu sangue tocou se tornou realidade — vivos, respirando, pássaros e fadas, tritões e ninfas da floresta. E eles dançaram e celebraram. Suas risadas pintaram o céu escurecido com alegria e magia. — Isto é a magia ancestral. Você tocou coisas aqui que têm estado adormecidas por eras. Nenhum outro despertou as fadas. Nenhum outro foi capaz, — Sgiach falou e então lentamente, majestosamente, ela inclinou sua cabeça em minha homenagem. Completamente absorta na maravilha dos cinco elementos, eu peguei a mão da Rainha de Skye, percebendo que meu sangue tinha parado de escorrer no instante que ela tinha jogado-o em nossa volta. — Eu posso compartilhar isso com outros calouros? Se você permitir que eles venham aqui, eu posso ensinar à nova geração como alcançar a magia ancestral? Ela sorriu para mim através de lágrimas que eu esperava que fossem de felicidade. — Sim, Zoey. Porque se você não pode construir a ponte entre o mundo antigo e o moderno, eu não sei quem pode. Mas por agora, aproveite este momento. A realidade que seu sangue criou logo desaparecerá. Dance com eles, jovem rainha. Deixe-me saber que há esperança de que o

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mundo de hoje não esqueceu completamente o passado. Suas palavras funcionaram em mim como um incentivo, e, em tempo para o som dos sinos e flautas e címbalos que eu ouvi de repente, eu comecei a dançar com as criaturas que meu sangue tinha solidificado. Olhando para trás, eu devia ter prestado mais atenção ao perfil pontiagudo de chifres que eu vislumbrei enquanto eu rodopiava e saltava, de braços dados com as fadas. Eu deveria ter percebido a cor do pelo do touro e o brilho de seu olho. Eu deveria ter mencionado sua presença para Sgiach. Muito poderia ter sido evitado, ou pelo menos antecipado, se eu soubesse melhor. Mas esta noite eu dancei em inocência pela novidade da magia ancestral revelada, alheia a quaisquer conseqüências mais desastrosas do que me sentir cansada e exausta e precisando de uma grande janta e umas boas oito horas de sono.

*** — Você estava certa. Não durou muito tempo, — Eu disse, respirando com dificuldade enquanto eu sentava perto de Sgiach em sua pedra musgosa. — Nós não podemos fazer algo para que eles possam ficar mais tempo? Eles parecem tão felizes por estarem reais.

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— As fadas são seres indescritíveis. Eles apenas devem obediência a seu elemento, ou a aqueles que o manejam. Eu pisquei em surpresa. — Você quer dizer que eles são leais a mim? — Eu acredito que são, embora eu não possa dizer com certeza visto que eu não tenho verdadeira afinidade a um elemento, embora eu seja uma aliada da água e do vento, assim como sou protetora e rainha desta ilha. — Huh. Então, eu posso chamá-los para mim, mesmo se eu for embora de Skye? Sgiach sorriu. — E porque você alguma vez iria querer fazer isso? Eu ri com ela, neste momento sem entender porque no mundo eu iria querer deixar esta mágica e mística ilha. — Aye, se eu tivesse seguido o som da tagarelice de mulheres, eu sabia que encontraria vocês duas. O sorriso de Sgiach cresceu e se tornou cálido. Seoras se juntou a nós no bosque, se movendo para o lado da rainha. Ela o tocou apenas por um instante em seu forte antebraço, mas este toque estava cheio com muitas vidas de amor, confiança e intimidade. — Olá, meu Guardião. Você trouxe o arco e as flechas para ela? Os lábios de Seoras se torceram. — Aye, é claro que eu trazer. — O antigo Guerreiro virou e eu pude ver que ele

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segurava um intrincado arco curvo feito de madeira negra. A combinação de aljava de couro cheia com flechas de penas vermelhas estava pendurada em seu ombro. — Bom. — Ela sorriu em apreciação a ele antes de virar seu olhar para mim. — Zoey, você aprendeu muito hoje. Seu Guardião precisa de uma lição para acreditar na magia e bons dons dados pela Deusa também. — Sgiach pegou o arco e as flechas de Seoras e ofereceu-os para mim. — Pegue estes para Stark. Ele esteve tempo demais sem eles. — Você realmente acha que isto é uma boa idéia? — Eu perguntei a Sgiach, olhando de soslaio para o arco e as flechas. — O que eu acho é que seu Stark não estará completo a menos que ele aceite seu dom dado pela Deusa. — Ele tem a claymore no Outromundo. Não podia ser sua arma aqui também? Sgiach apenas olhou para mim, a sombra da magia que nós apenas experimentamos ainda refletia em seus olhos verdes. Eu suspirei. E, relutantemente, estendi minha mão para pegar o arco e a aljava de flechas dela. — Ele não está realmente confortável com isso, — Eu disse. — Aye, mas ele deve estar, — Seoras disse. — Você não diria isso se você soubesse tudo que rolou junto desta coisa, — Eu disse. — Se ser que ele non pode perder sua marca e seu

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significado, então, aye, eu sei disso, tanto quanto a culpa que ele carregar pela morte de seu mentor, — Seoras disse. — Ele te contou sobre isso. — Contou. — E você ainda acha que ele deve voltar a usar seu arco? — Não é tanto o que Seoras pensa quanto o fato do que ele sabe, de séculos de experiência, o que acontece quando um dom dado pela Deusa para um Guardião é ignorado, — Sgiach disse. — O que acontece? — A mesma coisa que acontecer se uma Alta Sacerdotisa tenta se afastar do caminho que sua Deusa abriu diante dela, — Seoras disse. — Como Neferet, — Eu sussurrei. — Aye, — ele disse. — Como a Alta Sacerdotisa caída que maculou sua House of Night e causar a morte de seu Consorte. — Apesar de toda a verdade você deve saber que não é necessariamente tão terrível a escolha entre bem e mal quando um Guardião, ou um Guerreiro, ignora seus dons de sua Deusa e se desvia de seu caminho. Algumas vezes isso apenas significa uma vida vazia e tão mundana quanto possível para um vampyro, — Sgiach explicou. — Mas se ser um Guerreiro, cujos dons ser poderosos, ou um que enfrentar a Escuridão, foi tocado pela luta contra o mal — bem, este Guerreiro não poder sumir tão facilmente no

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esquecimento, — Seoras disse. — E Stark é ambos, — Eu disse. — Realmente ele é. Continue a confiar em mim, Zoey. É melhor para o seu Guardião caminhar no caminho traçado para ele do que se esgueirar, e, talvez, ficar preso nas sombras, — Sgiach disse. — Eu vejo seu ponto, mas fazer com que ele use seu arco novamente não será fácil. — Ach, bem, você ter magia ancestral para chamar enquanto você está aqui em nossa ilha, não ter agora? Eu olhei de Seoras para Sgiach. Eles estavam certos. Eu senti isso em meu interior. Stark não podia se esconder dos dons que Nyx deu pra ele mais do que eu podia negar minha conexão com os cinco elementos. — Ok, eu o convencerei. Onde ele está, a propósito? — O moço estar inquieto, — Seoras disse. — Eu o vi andando pela costa do castelo. Meu coração se apertou. Nós tínhamos apenas decidido no dia anterior que nós ficaríamos aqui em Skye, indefinidamente. E depois do que tinha acontecido com Sgiach e eu, eu mal podia suportar pensar em ir embora. — Mas ele parecia estar bem com a nossa permanência, — Eu falei meus pensamentos em voz alta. — O que estar errado com ele non ser tanto onde ele está, mas sim quem ele ser, — Seoras disse.

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— Huh? — Eu disse brilhantemente. — Zoey, o que Seoras quer dizer é que você achará a agitação de seu Guardião muito elevada embora ele seja um Guerreiro completo novamente, — Sgiach disse. — E um Guerreiro completo usar todos os seus dons, — Seoras disse peremptoriamente. — Vá até ele e ajude-o a se tornar completo novamente, — Sgiach disse. — Como? — Eu perguntei. — Ach, mulher, use seu cérebro dado pela Deusa e descubra isto por si mesma. — Com um gentil empurrão em um movimento enxotando, a rainha e seu Guardião me enviaram do bosque. Eu suspirei, mentalmente arranhei minha cabeça, e comecei a me dirigir ao litoral apenas me perguntando que diabos a palavras ach era.

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Zoey Distraída pensando sobre Stark, eu fiz meu caminho descendo a escada de pedra escorregadia que circulava em volta da base do castelo, desaguando na costa rochosa onde o edifício de Sgiach tinha sido construído, de modo que era como um penhasco e totalmente imponente. O sol estava começando a se por, permitindo que o céu retivesse algo de sua iluminação, mas eu estava feliz com as filas de tochas que se projetavam da base de pedra da fundação do castelo. Stark estava sozinho. Suas costas estavam viradas para mim e eu consegui observá-lo enquanto eu escolhia meu caminho através da costa para ele. Ele segurava um grande escudo de couro em uma das mãos, e uma longa claymore na outra, e ele estava praticando golpes e defesas como se ele estivesse enfrentando um perigoso, porém invisível, inimigo. Eu me movi silenciosamente, levando meu tempo e apreciando a visão. Ele tinha ficado mais alto de repente? E mais musculoso? Ele estava suando e respirando com dificuldade, e ele parecia

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forte e muito, muito viril e como um perigoso-Guerreiroantigo em seu kilt. Eu me lembrei de como foi sentir seu corpo contra o meu na noite anterior, e como tínhamos dormido agarradinhos, e meu estômago deu um estranho pequeno solavanco. Ele me faz sentir segura, e eu o amo. Eu poderia ficar aqui com ele, longe do resto do mundo, para sempre. Um arrepio passou por mim com o pensamento e eu estremeci. Neste momento Stark baixou sua guarda e se virou. Eu vi o alerta de preocupação em seus olhos que só desapareceu quando eu sorri e acenei para ele. Então seu olhar foi para o que eu estava segurando na mão que eu estava acenando, e seu sorriso de boas-vindas desapareceu, embora ele abrisse seus braços para mim, me abraçou e me deu um longo beijo. — Ei, você parece sexy quando faz esta coisa de espada, — eu disse. — Isto se chama treinamento. E eu não tenho que parecer sexy, Z. Eu tenho que parecer intimidante. — Oh, você parece. Você parece. Eu estava praticamente morrendo de medo. — Eu coloquei meu pior sotaque de falso sulista e pressionei as costas de minha mão em minha testa como se eu fosse desmaiar. — Você realmente não é muito boa em sotaques, madame, — ele disse em um realmente bom falso sotaque sulista. Então

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ele pegou minha mão e segurou-a contra seu peito diretamente sobre seu coração, se movendo para perto de mim. — Mas se você quiser, Senhorita Zoey, eu posso tentar ensiná-la. Ok, eu sei que é bobagem, mas seu sotaque de cavalheiro sulista fez meus joelhos enfraquecerem – e então suas palavras verdadeiramente atravessaram a neblina de luxúria que estava inflamando por ele, e de repente eu sabia como começar a deixá-lo confortável com seu arco novamente. — Ei, eu estou sem esperanças quanto a sotaque, mas existe algo que você pode me ensinar. — Aye, mulher, ter muito que eu poder ensinar a você agora, — ele olhou maliciosamente, soando completamente como Seoras. Eu o beijei. — Fique bem. Eu estou falando sobre isso. — eu ergui o arco. — Eu sempre pensei que arco e flecha era legal, mas eu na verdade não sei muito sobe isso. Você poderia me ensinar? Por favor? Stark deu um passo se afastando de mim, dando ao arco um olhar desconfiado. — Zoe, você sabe que eu não deveria atirar com isso. — Não. O que você não deve fazer é machucar algo que está vivo. Bem, a menos que a coisa viva precise estar morta. Mas eu não estou te pedindo para atirar. Eu estou pedindo para me ensinar como atirar. — Por que toda esta repentina vontade de aprender? — Bem, faz sentido. Nós vamos ficar um tempo aqui,

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certo? — Certo. — E Guerreiros têm sido treinados aqui por, algo tipo, zilhões de anos. Certo? — Certo, novamente. Eu sorri para ele, tentando suavizar as coisas. — Eu realmente gosto quando você admite que eu esteja certa. Novamente. Enfim, você é um Guerreiro. Nós estamos aqui. Eu gostaria de aprender algum tipo de habilidade de Guerreiro. Isto é muito pesado para mim. — Eu apontei para a claymore. — Além disso, isso é bonito. — Eu levantei o elegante arco. — Não importa quão bonito isto seja, você precisa se lembrar que isto é uma arma. Isto pode matar, especialmente se eu estiver atirando. — Se você atirar e tiver intenção de matar, — eu disse. — Algumas vezes enganos acontecem, — ele disse, parecendo assombrado por memórias de seu passado. Eu descansei minha mão em seu braço. — Você é mais velho agora. Mais esperto. Você não cometerá os mesmos erros novamente. — Ele apenas me olhou sem falar, então eu levantei o arco novamente e continuei. — Ok, me mostre como isso funciona. — Nós não temos um alvo. — Claro que temos. — Eu bati no escudo de couro usado

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que ele tinha deitado no chão quando eu cheguei. — Apóie isso entre algumas rochas um pouco afastadas. Eu vou tentar atirar nele – depois você apóia isso em pé e volte para cá fora de minha linha de tiro, é claro. — Oh, é claro, — ele disse. Parecendo resignado e infeliz, ele caminhou uns passos para longe de nós, amontoando algumas pedras em volta até que o escudo ficou semi-inclinado entre duas das pedras, em seguida ele voltou para mim. Relutantemente, ele pegou o arco e colocou a aljava com as flechas aos nossos pés. — Assim é como você segura o arco. — Ele demonstrou segurando firme a corda enquanto eu observava. — E as flechas ficam aqui. — Ele apoiou a flecha na lateral do arco, apontou para baixo e para longe de nós. — Você a prende assim. Estas flechas são fáceis de saber de que forma preparar porque as penas pretas devem ser viradas assim, com uma vermelha para cima desta forma. — Enquanto falava Stark começou a relaxar. Suas mãos conheciam o arco, e conheciam a flecha. Era óbvio que ele podia fazer de olhos fechados o que ele estava me mostrando – e fazer isso rápido e bem. — Plante suas pernas firmemente, separadas com a distância aproximada dos quadris, assim. — Ele demonstrou e eu chequei suas excelentes pernas, o que era uma das muitas razões de eu gostar dele começar a usar o kilt todo o tempo. — E então você levanta o arco, e, segurando a flecha entre seus primeiros dois dedos, puxe a corda para trás, esticada. — Ele explicou o que eu deveria fazer, mas ele parou a

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demonstração. — Observe a flecha, mas mire um pouco mais abaixo. Isto ajudará a ajustar a distância e o vento. Quando você estiver pronta, solte. Tenha cuidado ao curvar seu braço esquerdo ou você vai bater nele e conseguir uma contusão feia. — Ele estendeu o arco para mim. — Vá em frente. Tente. — Mostre-me, — eu disse simplesmente. — Zoey, eu não acho que eu deveria. — Stark, o alvo é um escudo de couro. Ele não está vivo. Não há nada vivo, nem mesmo remotamente vivo, ligado a ele. Apenas mire no centro do escudo e me mostre como se faz. — Ele hesitou. Eu apoiei minha mão em seu peito e me inclinei para frente. Ele me encontrou no meio do caminho. Nosso beijo foi doce, mas e pude sentir a tensão em seu corpo. — Ei, — eu disse suavemente, ainda tocando seu peito. — Tente confiar em você mesmo tanto quanto eu confio em você. Você é meu Guerreiro, meu Guardião. Você precisa usar o arco porque é seu dom dado pela Deusa. Eu sei que você o usará inteligentemente. Eu sei por que eu conheço você. Você é bom. Você lutou por ser bom, e você venceu. — Mas eu não sou completamente bom, Z, — ele disse, parecendo totalmente frustrado. — Eu vi a parte mal de mim. Ele estava lá – real – no Outromundo. — E você o derrotou. — Para sempre? Eu acho que não. Eu não acho que isso seja possível.

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— Ei, ninguém é completamente bom. Nem mesmo eu. Quero dizer, se algum aluno inteligente deixar seu teste à mostra em geometria, eu estou te dizendo – eu olho. Ele sorriu pelo tempo de uma respiração, então a tensão estava de volta em seu rosto. — Você brinca sobre isso, mas isso é diferente para mim. Eu acho que é diferente para todos os calouros vermelhos e até mesmo para Stevie Rae. Uma vez que você conheça a Escuridão, Escuridão real, haverá sempre uma sombra em sua alma. — Não, — eu disse firmemente. — Não uma sombra. Apenas um tipo de experiência diferente. Você e o resto dos calouros vermelhos tiveram uma experiência que nós não tivemos. Isso não faz de vocês parte das sombras da Escuridão – isso faz de vocês experientes nisso. Isso pode ser uma boa coisa se você usar seu conhecimento extra para lutar pelo bem, e é isso que você faz. — Algumas vezes eu me preocupo que seja mais do que isso, — ele disse devagar, olhando dentro de meus olhos como se ele estivesse à procura de uma verdade oculta. — O que você quer dizer? — Escuridão é territorial, possessiva. Uma vez que ela tenha um pedaço de você, ela não deixa ir embora. — Escuridão não tem nenhuma escolha se você opta pelo caminho da Deusa, e você optou. Ele não pode vencer a Luz.

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— Mas eu não estou certo se a Luz pode alguma vez realmente vencer a Escuridão, também. Há um equilíbrio para as coisas, Z. — O que não quer dizer que você não pode escolher os lados. E você escolheu. Confie em si mesmo. Completamente, — eu repeti. Stark continuou olhando em meus olhos como se ele estivesse agarrando uma corda salva-vidas. — Contanto que você me veja como bom – contanto que você acredite em mim – eu posso confiar em mim mesmo porque eu confio em você, Zoey. E eu amo você. — Eu também amo você, Guardião, — eu disse. Ele me beijou, e então, em um movimento que foi tão rápido, gracioso e letal, Stark puxou para trás o arco e deixou a flecha voar. Ela acertou com finalidade o centro absoluto do alvo. — Uau, — eu disse. — Isto é maravilhoso. Você é maravilhoso. Ele deu um longo suspiro, e com ele a tensão que tinha estado tão óbvia em seu corpo pareceu se esvair também. Stark sorriu seu lindo e convencido sorriso. — Centro do alvo, Z. Eu acertei o alvo morto. — Claro que sim, seu bobo. Você não pode perder. — É, está certo. E isso é apenas um alvo.

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— Você vai me ensinar ou não? E desta vez não vá tão rápido. Vá devagar. Mostre-me. — Sim, sim, claro. Ok, aqui. — Ele mirou e atirou mais devagar, dando-me tempo para seguir seus movimentos. E a segunda flecha dividiu a primeira no meio. — Oh, ops. Eu tinha esquecido sobre isso. Eu costumava gastar um monte de flechas desta forma. — Aqui, minha vez. Eu aposto que não terei este problema. Eu tentei fazer como Stark tinha feito, mas terminei atirando uma flecha curta e vendo-a escorregar nas pedras lisas e molhadas. — Bem, droga. Isto é definitivamente mais difícil do que parece, — eu disse. — Aqui. Eu mostrarei a você. Você não está se posicionando corretamente. — Ele foi para trás de mim, encaixando seus braços sobre os meus e se aconchegando contra meu traseiro. — Pense em si mesma como uma antiga rainha guerreira. Fique de pé forte e orgulhosa. Ombros para trás! Queixo para cima! — Eu fiz como ele disse, e dentro do poderoso círculo de seus braços me senti transformar em alguém poderoso e majestoso. Suas mãos guiaram as minhas para puxar o arco esticado. — Fique forme e forte – concentrese, — ele sussurrou. Juntos nós miramos o alvo, e enquanto nós soltamos a flecha, eu pude sentir a sacudida que se alastrou por seu corpo e meu e guiou a flecha para o centro mortal do alvo novamente, dividindo as duas anteriores.

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Eu me virei e sorri para meu Guardião. — O que você tem é mágico. É especial. Você tem que usar isso, Stark. Você tem que usar. — Eu senti falta disso, — ele disse, falando tão baixinho que eu tive que me esforçar para ouvi-lo. — Eu realmente não me sinto certo se não estiver ligado ao meu arco. — É porque através dele você está ligado à Nyx. Ela te deu seu dom. — Talvez eu possa recomeçar aqui. Este lugar parece diferente para mim. De alguma forma eu sinto como se eu pertencesse a este lugar – como se nós pertencêssemos a este lugar. — Eu também sinto isso. E parece como se fosse assim sempre desde que eu senti esta segurança e felicidade. — Eu andei para dentro de seus braços. — Sgiach me disse que ela começará a abrir a ilha para Guerreiros novamente – e também para outros calouros com dons. — Eu sorri para Stark. — Você sabe, como calouros com afinidades especiais. — Oh, você quer dizer como afinidades pelos elementos? — É, isto é exatamente o que eu quis dizer. — Eu o abracei e falei em seu peito. — Eu quero ficar aqui. Eu quero mesmo. Stark acariciou meus cabelos e beijou o topo de minha cabeça. — Eu sei que você quer, Z. E eu estou com você. Eu sempre estarei com você. — Talvez aqui possamos nos livrar da Escuridão que Neferet e Kalona têm tentado trazer para nós, — eu disse.

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Stark me segurou apertadamente. — Eu espero que sim, Z. Eu realmente espero que sim. — Você acha que poderia ser suficiente ter apenas uma parte do mundo a salvo da Escuridão? Isto seria ainda percorrer o caminho da Deusa mesmo se eu estiver apenas percorrendo-o aqui? — Bem, eu não sou expert, mas faz sentido para mim que o que é importante é que você está tentando fazer o seu melhor para permanecer fiel à Nyx. Eu não vejo como o lugar que você está fazendo isso seja algo importante. — Eu entendo porque Sgiach não deixa este lugar, — eu disse. — Eu também, Z. Stark me abraçou então, e eu senti os lugares agredidos e feridos dentro de mim começarem a aquecer, e, lentamente, eu comecei a me curar. Stark Ele sentia Zoey malditamente bem em seus braços. Quando Stark pensava em quão perto ele esteve de perdê-la, ainda assustava-o tanto que sentia seu estômago doente. Eu fiz isso. Eu fui até ela no Outromundo e me certifiquei que ela voltasse comigo. Ela está a salvo agora e eu sempre a manterei desta maneira. — Ei, você está pensando muito, — Zoey disse. Enrolada com ele na grande cama que eles compartilhavam, ela acariciou seu pescoço e beijou sua bochecha. — Eu posso quase ouvir as engrenagens girando dentro de sua cabeça.

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— Sou eu quem é suposto ter as super habilidades psíquicas. — Ele disse com um tom de brincadeira, mas ao mesmo tempo Stark deu um pequeno empurrão mental e deslizou em volta apenas dos arredores da psiquê dela – não perto o bastante dos reais pensamentos dela para chateá-la com suas escutas, mas apenas próximo o suficiente para se certificar que ela realmente se sentia segura e feliz. — Quer saber de uma coisa? — ela perguntou, com um som hesitante para sua voz. Stark se apoiou em seu cotovelo e sorriu para ela. — Você está brincando, Z? Eu quero saber tudo. — Pare com isso, eu estou sendo séria. — Eu também! — Ela deu a ele um olhar e ele a beijou na testa. — Ok, tudo bem. Estou sendo sério. O que é? — Eu, humm, realmente gosto quando você me toca. A sobrancelha de Stark se levantou e ele teve que lutar para não abrir um sorriso gigante. — Bem, isso é bom. — Ele observou as bochechas dela ficarem rosadas e um pequeno sorriso escapou. — Eu suponho que isto seja realmente bom. Zoey mordeu seus lábios. — Você gosta disso? Stark então não pode deixar de rir. — Você está brincando, certo? — Não. Mortalmente. Séria. Quero dizer, como vou saber? Eu não sou exatamente experiente — não como você.

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Agora suas bochechas estavam em chamas e ele pensou que ela parecia mega desconfortável, o que amorteceu seu riso. A última coisa que ele queria fazer era embaraçá-la ou fazê-la se sentir estranha sobre o que estava acontecendo entre eles. — Ei. — Ele acariciou sua bochecha corada. — Estar com você é além de impressionante. E, Zoey, você está errada. Você é mais experiente que eu sobre amor. — Quando ela começou a falar ele pressionou seu dedo contra seus lábios. — Não, me deixe dizer isso. Sim, eu tive sexo antes. Mas eu nunca estive amando. Nunca até você. Você é minha primeira, e será minha última. Ela sorriu para ele com tanto amor e confiança que ele pensou que seu coração podia bater fora de seu peito. Era apenas Zoey – poderia ser apenas Zoey para ele. — Você faria amor comigo de novo? — Ela sussurrou. Como resposta a ela Stark a segurou até mesmo mais perto e deu um longo e lento beijo. Seu último pensamento antes que tudo desse errado foi, eu nunca estive tão feliz em minha vida...

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Kalona Ele podia sentir Neferet se aproximar e se endureceu, treinando sua expressão e camuflando o ódio que ele tinha começado a sentir por ela com uma atitude cuidadosa de expectativa e comodidade. Kalona ia dar tempo ao tempo. Se havia uma coisa que o imortal entendia, era o poder da paciência. — Neferet se aproxima, — ele falou a Rephaim. Seu filho estava de pé diante de um dos vários conjuntos de grandes portas de vidro que davam para a enorme varanda, que era característica predominante do loft de cobertura que a Tsi Sgili tinha comprado. A cobertura significava toda a opulência que Neferet ansiava e a privacidade e o acesso ao telhado que ele requeria. — Ela teve um Imprint com você? A pergunta de Rephaim trouxe os pensamentos de Kalona de volta rapidamente. — Imprint? Neferet e eu? Que pergunta estranha para você me fazer. Rephaim virou da paisagem da cidade de Tulsa para seu

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pai. — Você pode sentir sua aproximação. Eu assumo que ela provou seu sangue e vocês tiverem um Imprint. — Ninguém prova o sangue de um imortal. As portas do elevador soaram um pouco antes de abrirem e Kalona virou a tempo de ver Neferet andar a passos largos através do chão de mármore brilhante. Ela movia-se graciosamente, com um deslizar que aqueles que eram menos informados acreditariam ser vampyrico. Kalona conhecia de forma diferente. Ele entendia que seu movimento tinha se convertido, mudado, evoluído – exatamente como ela tinha se convertido, mudado e, finalmente evoluído para um ser muito mais que vampyro. — Minha rainha, — ele disse, curvando-se respeitosamente para ela. O sorriso de Neferet era perigosamente belo. Sinuosa, ela envolveu um braço em volta do ombro dele e exerceu mais pressão do que o necessário. Obedientemente, Kalona se inclinou para que ela pudesse pressionar seus lábios contra os dele. Ele deixou sua mente em branco. Seu corpo só respondeu, aprofundando o beijo, deixando que a língua dela entrasse em sua boca. Tão abruptamente quanto tinha começado, Neferet terminou o abraço. Olhando sobre o ombro dele ela disse, — Rephaim, eu pensei que você estivesse morto. — Ferido, não morto. Eu me curei e aguardei o retorno de meu pai, — Rephaim disse.

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Kalona pensou que embora as palavras de seu filho fossem apropriadas e respeitosas, havia algo sobre seu tom que estava fora, apesar de sempre ter sido difícil ler Rephaim visto que seu aspecto de animal tende a mascarar qualquer emoção que ele tivesse. Se, de fato, ele tivesse alguma emoção que poderia ser classificada como humana. — Eu me informei que você se permitiu ser manchado por calouros da House of Night de Tulsa. — Escuridão chamou. Eu respondi. Ali havia calouros que eram irrelevantes para mim, — Rephaim disse. — Não apenas calouros – Stevie Rae estava ali também. Ela viu você. — Como eu disse antes, estes seres são irrelevantes para mim. — Ainda assim, foi um erro você ter permitido alguém saber que você está aqui, e eu não tolero erros, — Neferet disse. Kalona viu os olhos dela começarem a assumir uma tonalidade avermelhada. A raiva se agitou dentro dele. Que ele fosse escravo de Neferet era ruim o bastante – que seu filho favorito fosse castigado e importunado por ela era intolerável. — Na verdade, minha Rainha, pode funcionar a nosso favor que eles estejam avisados que Rephaim permanece em Tulsa. É suposto que eu esteja banido do seu lado, então eu não posso ser visto aqui. Se a multidão da House of Night local ouve rumores de um ser alado, eles assumirão que um

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Corvo Escarnecedor espreita à noite, e não haverá nenhum pensamento de mim. Neferet levantou uma arqueada sobrancelha âmbar. — Um ponto bem aceito, meu amor alado, especialmente enquanto vocês dois trabalham para trazer a tratante caloura vermelha para mim. — Como você diz, minha Rainha, — Kalona disse suavemente. — Eu quero Zoey de volta para Tulsa. — Neferet abruptamente mudou o sujeito. — Aqueles idiotas na House of Night me disseram que ela se recusa a deixar Skye. Ela não está dentro de meu alcance ali — e eu a quero muito dentro de meu alcance. — A morte do inocente deve causar seu retorno, — Rephaim disse. Os olhos verdes de Neferet se estreitaram. — E como você sabe sobre esta morte? — Nós sentimos, — Kalona disse. — Escuridão se deleitou nisso. O sorriso de Neferet foi selvagem. — Que lindo que você sentiu. A morte daquele garoto ridículo foi agradável. Embora eu esteja preocupada que isto possa ter o efeito oposto em Zoey. Em vez de fazê-la vir correndo de volta para seu fraco e queixoso grupo de amigos, isto pode incentivar sua decisão de ficar escondida naquela ilha. — Talvez você deva ferir alguém mais perto de Zoey. A

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Vermelha é como uma irmã para ela, — Kalona disse. — Verdade, e aquela miserável Aphrodite tornou-se próxima a ela também, — Neferet disse, batendo levemente em seu queixo, considerando. Um barulho estranho vindo de seu filho chamou a atenção de Kalona para Rephaim. — Você tem algo a acrescentar, meu filho? — Zoey está se escondendo em Skye. Ela acredita que você não pode alcançá-la ali, não é verdade? — Rephaim perguntou. — Nós não podemos, — Neferet disse, a irritação fazendo sua voz dura e fria. — Ninguém pode violar as fronteiras do reino de Sgiach. — Você quer dizer como ninguém era capaz de violar as fronteiras do Reino de Nyx? — Rephaim disse. Neferet espetou-o com seus olhos esmeralda. — Você tem coragem de ser impertinente? — Faça seu ponto, Rephaim, — Kalona disse. — Pai, você já violou uma fronteira aparentemente inviolável entrando no Outromundo de Nyx, mesmo depois da própria Deusa ter banido você. Use sua conexão com Zoey. Alcance-a através de seus sonhos. Deixe-a saber que ela não pode se esconder de você. Isto, a morte de seu amigo, e o retorno de Neferet para sua House of Night devem ser o bastante para persuadir a Alta Sacerdotisa da reclusão.

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— Ela não é uma Alta Sacerdotisa. Ela é uma caloura! E a House of Night de Tulsa é minha, não dela! — Neferet praticamente gritou. — Não, eu estou farta da conexão de seu pai com ela. Isto não provocou sua morte, então eu quero isto cortado. Se for para Zoey desistir de Sgiach, eu farei isso usando Stevie Rae ou Aphrodite – ou talvez ambas. Elas precisam de uma lição para me mostrar o devido respeito. — Como você desejar, minha Rainha, — Kalona disse, enviando a seu filho um afiado olhar. Rephaim encontrou seu olhar, hesitou, e então ele também curvou sua cabeça e disse suavemente, — Como você desejar... — Bom, então é isso. Rephaim, as notícias locais dizem que houve ação de gangues próximo a Will Roger High School. A gangue está cortando gargantas e drenando o sangue. Eu acredito que se nós seguirmos esta gangue acharemos os tratantes calouros vermelhos. Faça isso. Discretamente. Rephaim não falou, mas ele curvou sua cabeça em concordância. — E agora eu irei me luxuriar naquela linda banheira de mármore no outro quarto. Kalona, meu amor, eu me juntarei a você em nossa cama logo. — Minha Rainha, você não queria que eu procurasse os calouros vermelhos com Rephaim? — Não esta noite. Esta noite eu preciso de um serviço mais pessoal de você. Nós estivemos muito tempo afastados. — Ela deslizou uma unha vermelha para baixo até o peito de Kalona

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e ele teve que se forçar para não se afastar dela. Ela deve ter visto algo de seu desejo de evitar o toque, entretanto, porque suas próximas palavras foram frias e duras. — Eu desagradei você? — Claro que não. Como você podia possivelmente me desagradar? Eu estarei pronto e disposto para você, como sempre. — E você estará em minha cama, aguardando meu prazer, — ela disse. Com um cruel sorriso ela se virou e caminhou para o enorme aposento que ocupava metade da cobertura palaciana, fechando as portas duplas para o banheiro com uma dramática batida que Kalona pensou que soava muito parecido com um carcereiro fechando a porta da prisão. Ele e Rephaim permaneceram imóveis e em silêncio por quase um minuto inteiro. Quando o imortal finalmente falou, sua voz estava grossa com raiva reprimida. — Não há preço demasiadamente alto para pagar para quebrar a influência que ela tem sobre mim. — Kalona esfregou a mão sobre seu peito como se ele pudesse limpar o toque dela. — Ela trata você como se você fosse seu servo. — Não por toda a eternidade, ela não fará, — Kalona disse severamente. — No momento ela faz, todavia. Ela ainda exige que você fique afastado de Zoey, e você tem estado ligado à donzela Cherokee que compartilha a alma dela por séculos!

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O desgosto na voz de seu filho era o reflexo dos próprios pensamentos de Kalona. — Não, — ele disse calmamente, falando mais para si mesmo do que para seu filho. — A Tsi Sgili pode acreditar que comanda cada movimento meu, mas embora ela pense nela mesma como uma deusa, ela não é onisciente. Ela não pode saber tudo. Ela não verá tudo. — As enormes asas de Kalona mexeram-se inquietas, refletindo sua agitação. — Eu acredito que você está correto, meu filho. Isso pode incentivar Zoey a deixar a antiga Ilha de Skye se ela entender que mesmo ali ela não pode escapar de sua conexão comigo. — Isso parece lógico, — Rephaim disse. — A garota se esconde ali para evitar você. Mostre a ela que seus poderes são muito grandes para isso, quer a Tsi Sgili aprove isso ou não. — Eu não preciso da aprovação daquela criatura. — Exatamente, — Rephaim disse. — Meu filho, vá para o céu noturno e acompanhe os calouros trapaceiros. Isso pacificará Neferet. O que eu realmente desejo que você faça é procurar e observar Stevie Rae. Observe-a cuidadosamente. Note aonde ela vai e o que ela faz, mas não a capture ainda. Eu acredito que os poderes dela estão ligados à Escuridão. Eu acredito que ela possa ter uso para nós, mas primeiro sua amizade com Zoey e com a House of Night tem que ser corrompida. Ela precisa ter uma fraqueza. Se nós a observarmos por tempo o bastante descobriremos. — Kalona parou, então ele riu, mas o som foi totalmente sem graça. — Fraquezas podem ser encantadoras.

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— Encantadoras, Pai? Kalona olhou para seu filho, se perguntando por sua expressão estranha. — Encantadoras, de fato. Talvez você tenha estado muito afastado do mundo que você não se lembra do poder de uma simples fraqueza humana. — Eu... eu não sou humano, Pai. Suas fraquezas são difíceis de eu entender. — É claro... é claro, apenas ache e observe a Vermelha. Vou pensar no que fazer com ela de lá, — Kalona disse com desdém. — E enquanto eu espero a próxima ordem de Neferet, — ele falou a palavra com um sorriso de escárnio, como se falar disso fosse desagradável, — eu procurarei o reino dos sonhos e darei a Zoey – assim como a Neferet – uma lição de esconde-esconde. — Sim, Pai, — Rephaim disse. Kalona observou-o abrir as portas duplas e andar para fora no telhado de pedra. Rephaim atravessou a varanda para o balcão tipo balaustrada que cercava a beira, pulou em sua borda plana, e então abriu suas enormes asas de ébano e mergulhou silenciosamente, graciosamente, na noite, deslizando em preto e quase invisível no horizonte de Tulsa. Kalona invejou Rephaim por um momento, desejando que ele também pudesse pular do telhado do majestoso edifício chamado Mayo e deslizar no negro céu do predador, caçando, procurando, achando. Mas não. Esta noite haveria outro trabalho de caça que ele

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completaria. Este não o levaria para o céu, mas poderia também, de sua própria maneira, se gratificante. Terror pode ser gratificante. Por um instante ele se lembrou da última vez que ele tinha visto Zoey. Foi no mesmo momento em que seu espírito tinha sido banido do Outromundo e ele retornou para seu corpo. O terror então tinha sido o seu, causado por sua incapacidade de manter a alma de Zoey no Outromundo, e assim matá-la. Escuridão, sob a direção do juramento de Neferet, selado pelo sangue dela e sua aceitação, tinha sido capaz de controlá-lo – de capturar sua alma. Kalona estremeceu. Ele já havia intercambiado com a Escuridão, mas ele nunca tinha dado a ela domínio sobre sua alma imortal. A experiência não foi agradável. Não foi a dor que tinha sido tão desagradável, embora, de fato, isto tenha sido ótimo. Não foi o desamparo que ele tinha conhecido quando os tentáculos da Besta tinham-no encarcerado. Seu terror foi causado pela rejeição de Nyx. — Você alguma vez me perdoará? — ele perguntou a ela. A resposta da Deusa tinha cortado-o mais do que a claymore do Guardião Stark: — Se você alguma vez for digno de perdão você pode perguntar isso para mim. Até então, não. — Mas o mais terrível golpe tinha sido dado com as próximas palavras dela. — Você pagará à minha filha o que você deve a ela, e então você retornará para o mundo e as conseqüências que o esperam lá, sabendo

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disso, meu Guerreiro caído, seu espírito, assim como seu corpo, estão proibidos de entrar em meu reino. E então ela tinha abandonado-o para as garras da Escuridão, banindo-o novamente sem um segundo olhar. Isto era pior que a primeira vez. Quando ele tinha caído tinha sido sua escolha, e Nyx não tinha sido fria e indiferente. Foi diferente da segunda vez. O terror que o caráter definitivo do exílio causou o assombraria pela eternidade, assim como faria este último vislumbre agridoce que ele teve de sua Deusa. — Não. Eu não pensarei sobre isso. Este tem sido meu caminho. Nyx não tem sido minha Deusa por séculos, nem eu poderia querer retornar para minha vida como seu Guerreiro, para sempre o segundo para Erebus em seus olhos. — Kalona falou para o céu noturno, olhando para seu filho, e então ele fechou a porta para a noite fria de janeiro e com isso, uma vez mais, fechou seu coração para Nyx. Com propósito renovado o imortal atravessou a cobertura, passando as janelas com vitrais, a reluzente barra de madeira, as luminárias pendentes, e os móveis de veludo, e entrou no luxuoso aposento. Ele olhou para as portas duplas fechadas do banheiro, através das quais ele podia ouvir a água correndo, enchendo a enorme banheira na qual Neferet amava tanto se deliciar. Ele podia sentir o cheiro que ela sempre adicionava à água fervente, do óleo que era uma mistura de jasmim que floresce à noite e cravo, feito especialmente para ela na House of Night de paris. O cheiro parecia deslizar por debaixo da porta e encher o ar em volta dele como uma manta sufocante.

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Desgostoso, Kalona se virou e percorreu seus passos através da cobertura. Sem hesitar ele foi para conjunto de portas de vidro mais próximo que dava para o telhado, abriuo, e engoliu em seco o ar puro e frio da noite. Ela viria para ele, procurá-lo-ia, achá-lo-ia ali, sob o céu aberto, quando ela se dignasse a descer tão baixo a ponto de realmente olhar para ele. Ela puni-lo-ia por não estar em sua cama, esperando agradá-la como se ele fosse seu prostituto. Kalona rosnou. Não foi há tanto tempo que, atraída por seu poder, ela tinha estado encantada com ele. Ele se perguntou brevemente se ele poderia decidir escravizá-la para ele quando ele quebrasse o domínio dela sobre sua alma. O pensamento deu a ele algum prazer. Mais tarde. Ele consideraria isso mais tarde. Agora o tempo era curto e ele tinha muito a fazer antes que ele tivesse, uma vez mais, que acalmar Neferet. Kalona caminhou até o parapeito de pedra grossa que era decorado tão bem como era forte. Ele abriu suas enormes asas negras, mas ao invés de pular do último andar e saborear o ar noturno, o imortal deitou no piso de pedra, fechando suas asas sobre ele, como um casulo. Ele ignorou a frieza da pedra debaixo dele e sentiu apenas a força do ilimitado céu sobre ele e a magia ancestral que

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flutuava livre e sedutora na noite. Kalona fechou seus olhos e devagar... devagar... respirou para dentro e para fora. Enquanto a respiração deixava-o, Kalona também liberou todos os pensamentos de Neferet. Quando ele atraiu sua próxima respiração ele puxou, dentro de seus pulmões, seu corpo e seu espírito, o invisível poder que enchia a noite sobre a qual seu sangue imortal deuo autoridade. E então ele atraiu para ele pensamentos de Zoey. Seus olhos – da cor de ônix. Sua boca exuberante. A forte marca de seus antepassados Cherokee que informava-o suas características e assim lembrava-o da outra donzela cuja alma ela compartilhava e cujo corpo tinha uma vez capturado e confortadoo. — Ache Zoey Redbird. — O fato de Kalona impor sua voz baixo não fez menor o comando enquanto ele conjurou de seu sangue e da noite um poder tão antigo que fez o mundo parecer jovem. — Leve meu espírito a ela. Siga nossa conexão. Se ela estiver no Reino dos Sonhos, ela não pode se esconder de mim. Nosso espírito se conhece muito bem. Agora vá! Esta despedida de seu espírito não foi nada parecido com o que tinha acontecido quando a Escuridão, ordenada por Neferet, tinha roubado sua alma. Esta foi uma elevação suave – uma agradável sensação de voar que era familiar e aprazível. Não eram os tentáculos pegajosos da Escuridão que ele seguiu, mas ao invés disso o turbilhão de energia que se escondia nas

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ondulações entre as correntes do céu. O espírito liberado de Kalona moveu-se rapidamente e com objetivo para leste a uma velocidade incompreensível para uma mente mortal. Ele hesitou rapidamente quando alcançou a Ilha de Skye, surpreso de que o feitiço protetor que Sgiach tinha colocado na ilha há tanto tempo poderia dar até mesmo a ele uma pausa. Ela era, de fato, uma vampyra poderosa. Ele pensou que foi uma pena ela não ter respondido ao seu chamado no lugar de Neferet. Então ele não perdeu mais tempo com pensamentos ociosos e seu espírito golpeou a barreira de Sgiach e deixou-o flutuar para baixo, lenta, mas firmemente, diante do castelo da rainha vampyra. Seu espírito deu uma pausa mais uma vez quando passou pelo bosque que crescia exuberante e profundo e próximo ao castelo da Grande Captora de Cabeças e seus Guardiões. As digitais da Deusa estavam sobre todo o lugar. Isso fez sua alma estremecer com a dor que transcendia do reino físico. O bosque não o impediu. Não proibiu-o de passar. Apenas causou a ele um agonizante momento de recordação. Assim como o bosque de Nyx que eu nunca verei novamente... Kalona se virou da verdejante prova da bênção de Nyx para alguém e permitiu que seu espírito fosse atraído para o castelo de Sgiach. Ele acharia Zoey ali. Se ela estava dormindo, ele poderia seguir sua conexão e entrar no místico Reino dos

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Sonhos. Enquanto ele passava sobre o terreno olhou com aprovação para as cabeças humanas e o óbvio estado de pronto-para-abatalha do antigo lugar. Afundando através da espessa pedra cinza que estava manchada com o brilhante mármore da ilha, Kalona considerou quanto ele preferiria estar vivendo ali ao invés da gaiola dourada da cobertura de Mayo em Tulsa. Ele precisava completar sua tarefa e forçar Zoey a voltar para a House of Night. Como os movimentos em um complexo jogo de xadrez, era apenas mais uma rainha que tinha que ser capturada e então ele poderia ser livre. Seu espírito se afundou mais e mais. Usando sua visão da alma, o poder através do qual seu sangue imortal fez visível a ele as camadas de realidade que levantavam e mudavam, turvavam e ondulavam tudo em volta do mundo mortal, ele se concentrou no Reino dos Sonhos, a sensacional lasca de realidade que não era completamente corpórea, nem era apenas espiritual, e puxou esticado o fio da ligação que ele tinha seguido, sabendo que quando a cacofonia de cores da mudança realidades clareasse, ele poderia se juntar a Zoey ali. Kalona estava relaxado e confiante, e, portanto, completamente despreparado para o que aconteceu depois. Ele sentiu um puxão estranho, como se seu espírito tivesse se tornado grãos de areia sendo forçados a atravessar o estreito túnel de uma ampulheta. À primeira vista, seus sentidos começaram a se estabilizar. O que ele viu chocou-o tanto que ele quase perdeu a linha da

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viagem do espírito e foi sacudido de volta a seu corpo. Zoey sorriu para ele com uma expressão cheia de carinho e confiança. Pelas sombras da realidade que o cercavam, Kalona soube imediatamente que ele não tinha entrado no Reino dos Sonhos. Ele olhou para Zoey, mal ousando respirar. E o sentido do tato retornou a ele. Ela estava envolvida em seus braços, seu corpo nu, flexível e quente, pressionado contra ele. Ela tocou seu rosto, deixando os dedos permanecerem em seus lábios. Seus quadris automaticamente levantaram para ela e ela fez um pequeno som de prazer enquanto seus olhos fechados vibraram e os lábios dela foram de encontro aos dele. Exatamente antes de ela beijá-lo e ele se instalar profundamente dentro do corpo dela, o sentido de audição de Kalona retornou. — Eu amo você também, Stark, — ela disse, e começou a fazer amor com ele. O prazer foi tão inesperado – o choque tão intenso – que a conexão foi cortada. Com a respiração irregular, Kalona se puxou para seus pés e encostou-se contra a balaustrada do telhado. O sangue bombeou quente e rápido através de seu corpo. Ele sacudiu sua cabeça em descrença. — Stark, — Kalona disse o nome para a noite, raciocinando em voz alta. — A conexão que eu segui não era a de Zoey. A

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conexão era de Stark. — Ele entendeu, e então se sentiu um idiota por não prever o que tinha acontecido. — No Outromundo eu soprei o espírito de minha alma imortal dentro dele. Alguma parte do espírito, obviamente, permaneceu. — O sorriso que revelou o rosto do imortal foi tão feroz quanto seu furioso sangue. — E agora eu tenho acesso ao Guardião e Guerreiro jurado de Zoey Redbird. — Kalona abriu suas asas, deixou cair para trás sua cabeça, e deu sua triunfante gargalhada na noite. — O que é tão divertido e porque você não está me esperando na minha cama? Kalona virou para ver Neferet parada nua na porta da suíte, um olhar de irritação em seu altivo rosto. Mas este olhar rapidamente mudou quando ela olhou para seu corpo completamente excitado. — Eu não sou divertido, estou feliz. E eu estou aqui porque eu quero tomar você no telhado com o céu aberto estendendo-se acima de nós. — Ele caminhou até Neferet, levantou-a, carregou-a de volta para a grande varanda, fechou seus olhos e imaginou cabelos olhos e pretos enquanto ela a fez chorar de prazer de novo e de novo.

Stark A primeira vez isso aconteceu tão rápido que Stark não

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pode estar certo, totalmente, absolutamente certo, que isso tinha acontecido de fato. Mas ele devia ter ouvido seus instintos. Suas entranhas disseram-no que algo tinha dado errado, muito errado, mesmo que isso tenha sido só por uns poucos minutos. Ele estava na cama com Zoey. Eles conversaram e riram e basicamente tiveram um bom momento a sós. O castelo era incrível. Sgiach e Seoras e o resto dos Guerreiros eram ótimos, mas Stark era realmente um solitário. Aqui em Skye, não importa o quão legal isso era, alguém estava sempre por perto. Só porque o locar foi tirado do mundo "real" não o tornava menos ativo. Havia merda acontecendo constantemente – treinamento e manutenção do castelo, negociações com habitantes locais e tal. E isso sem levar e, conta que ele se associou com Seoras, o que queria dizer que ele era mais ou menos o escravo/servente garoto/traste para comédia do velho cara. Então havia os garrons6. Ele nunca tinha sido realmente um garoto de cavalos, mas os garrons das terras altas eram animais maravilhosos, mesmo se eles pareciam produzir uma montoeira de merda de cavalo que era totalmente fora de proporção pra seu tamanho. Stark devia saber. Ele passou a maior parte daquela noite empurrando isso, e quando ele fez alguns comentários improvisados que, claro, poderia ter soado como reclamação, Seoras e alguns outros velhos Guerreiros

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Garrons: uma raça de cavalos. http://www.ardverikie.com/assets/horses.jpg

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com sotaque irlandês, cabeça raspada, e barba cor de gengibre tinham começado a chamá-lo de Ach, pobre pequenina Mary com doces e suaves mãos de moça. Sem precisar dizer, ele estava seriamente feliz de estar sozinho com Z. Ela cheirava tão malditamente bem e senti-a tão malditamente bem que ele teve que ficar se lembrando que isto não era um sonho. Eles não estavam ainda no Outromundo. Isto era real e Zoey era sua. Isto tinha acontecido entre os profundos e quentes beijos que fizeram-no sentir como se fosse explodir. Ele tinha apenas falado que a amava, e Z tinha sorrido para ele. De repente algo dentro dele havia mudado. Ele se sentia mais pesado e estranhamente forte. E havia a estranha sensação de choque que sacudiu todas as suas terminações nervosas. Ela o beijou então, e, como de costume quando Z o beijava, tinha sido mais do que um bocado difícil para ele pensar, mas ele sabia que algo estava fora. Ele se sentiu chocado. E isso era bizarro como o inferno porque ele e Z tinham estado se beijando e mais – muito mais – por um tempo. Era como se em algum lugar dentro dele, mas separado dele, havia um cara que estava totalmente surpreso com o que estava acontecendo entre ele e Z. Então ele começou a fazer amor com Z e havia uma sensação crepitante de espanto. Isto parecia estranho, mas tudo se intensificou quando ele tocou Zoey. E isso tinha ido embora tão rapidamente quanto começou, deixando Z em seus

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braços, fundindo-o de modo que a única coisa enchendo seu coração mente, corpo e alma era ela... só ela. Depois Stark tentou recordar o que parecia tão estranho – o que aborreceu-o muito. Mas na hora em que o sol estava nascendo, ele estava mergulhando em um feliz e exausto sono, e isso apenas não parecia mais tão importante. Depois de tudo, por que ele devia se preocupar? Zoey estava escondida em segurança em seus braços.

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Rephaim O Corvo Escarnecedor se deixou cair do telhado do edifício Mayo, de dezessete andares. Asas estendidas, ele subiu sobre o centro da cidade, sua plumagem negra tornando-o quase invisível. Como se humanos alguma vez olhassem para cima – pobres criaturas terrestres. Estranho que apesar de Stevie Rae ser humana, ele nunca pensava nela como uma parte do resto da horda patética e sem asas. Stevie Rae... Seu vôo vacilou. Sua velocidade diminuiu. Não. Não pense nela agora. Eu tenho que estar bem longe primeiro e ter a certeza de que os meus pensamentos são meus mesmo. Pai não precisa pensar que algo está errado. E Neferet não pode nunca, nunca saber. Rephaim fechou sua mente para tudo exceto o céu noturno e propositalmente fez um longo e lento círculo, assegurandose de que Kalona não tinha mudado de opinião e desafiado Neferet para se juntar a ele. Quando ele percebeu que ele tinha a noite só para si, ele se posicionou de modo que se dirigia para o nordeste em uma trajetória de vôo que o levaria

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primeiro para o antigo depósito de Tulsa e depois para a Will Rogers High School e para a cena da suposta violência de gangues que tinha recentemente assolado aquela parte da cidade. Ele concordava com Neferet de que a causa dos ataques era mais como os trapaceiros calouros vermelhos. Isto era tudo no qual ele concordava com Neferet, todavia. Rephaim voou silenciosamente e rapidamente ao prédio do depósito abandonado. Circulando-o, ele usou sua visão aguçada para procurar até mesmo uma lufada de movimento que pudesse trair a presença de algum vampyro ou calouro, vermelho ou azul. Ele estudou o prédio com uma estranha mistura de antecipação e relutância. O que ele faria se Stevie Rae tivesse voltado e recuperado o porão e a série labiríntica de túneis sob ele para seus calouros? Ele seria capaz de permanecer em silêncio e invisível no céu noturno, ou ele se deixaria ser descoberto por ela? Antes que ele pudesse formular uma resposta a verdade veio a ele: ele não teria que tomar esta decisão. Stevie Rae não estava ali no depósito. Ele saberia se ela estivesse perto. O conhecimento se estabeleceu sobre ele como uma mortalha, e com uma longa exalação Rephaim mergulhou no telhado do depósito. Finalmente completamente sozinho, ele se permitiu pensar na terrível avalanche de eventos que começaram este dia. Rephaim dobrou com força suas asas nas costas e andou a passos largos.

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A Tsi Sgili estava tecendo a teia do destino que poderia revelar o mundo de Rephaim. Pai estava caminhando para usar Stevie Rae em sua guerra com Neferet pelo domínio sobre seu espírito. Pai poderia usar qualquer um para vencer esta guerra. No momento seguinte em que Rephaim teve este pensamento ele instantaneamente rejeitou-o, automaticamente reagindo como ele teria antes de Stevie Rae ter entrado em sua vida. — Entrado em minha vida? — Rephaim riu sem humor. — Está mais como se ela tivesse entrado em minha alma e meu corpo. — Ele parou seu caminhar, lembrando-se de como era sentir o belo e puro poder da terra fluindo e curando-o. Ele sacudiu sua cabeça. — Não para mim, — ele disse para a noite. — Meu lugar não é com ela; é impossível. Meu lugar é onde sempre foi, com meu pai na Escuridão. Rephaim olhou para suas mãos, descansando sobre a ponta enferrujada de uma grade de metal. Ele não era homem ou vampyro, imortal ou humano. Ele era um monstro. Mas isso significava que ele podia assistir friamente enquanto Stevie Rae era usada por seu pai e abusada pela Tsi Sgili? Ou pior, ele podia ter parte em sua captura? Ela não me trairia. Mesmo se eu capturá-la, Stevie Rae não trairia nossa ligação. Ainda olhando para suas mãos, Rephaim percebeu onde ele estava parado, em que grade sua não estava segurando, e ele recuou. Foi aqui que os renegados calouros vermelhos tinham aprisionado-os — aqui que Stevie Rae quase perdeu sua vida — e aqui que ela tinha estado tão mortalmente ferida

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que ele tinha permitido-a de beber dele... ter um Imprint com ele... — Por todos os deuses, se eu apenas pudesse voltar atrás! — ele gritou para o céu. As palavras ecoaram em volta dele, repetindo, zombando. Seus ombros caíram e sua cabeça se curvou enquanto sua mão alisava a superfície da bruta grade de ferro. — O que eu devia fazer? — Rephaim sussurrou a pergunta. Nenhuma resposta veio, mas ele não esperava uma. Ao invés disso ele retirou seu toque do ferro e se recompôs. — Eu farei o que eu sempre fiz. Seguirei as ordens de meu pai. Se eu puder fazer isso, e, ao menos em uma pequena escala proteger Stevie Rae, então que assim seja. Se eu não posso protegê-la, então que assim seja. Meu caminho foi escolhido em minha concepção. Eu não posso me desviar dele agora. — Suas palavras soaram tão frias quanto a noite de janeiro, mas seu coração estava quente, como se o que ele tinha dito fez seu sangue ferver no centro de seu corpo. Sem mais hesitação, Rephaim saltou do telhado do depósito e continuou em sua rota leste, voando poucos quilômetros para o centro da Will Rogers High School. O prédio principal estava situado em uma pequena elevação ao lado de um campo aberto. Era grande e retangular e feito de tijolos coloridos que pareciam areia na luz da lua. Ele foi atraído para a parte central da estrutura, a primeira de duas grandes e esculpidas torres que se elevavam dele. Foi ali que ele pousou. Foi também onde ele imediatamente assumiu uma

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postura defensiva. Ele podia cheirá-los. O cheiro dos renegados calouros vermelhos estava em todo o lugar. Movendo-se furtivamente, Rephaim se posicionou para que pudesse espiar o terreno na frente da escola. Ele viu umas poucas árvores, grandes e pequenas, uma longa extensão de gramado, e nada mais. Rephaim esperou. Não demorou muito. Ele sabia que não demoraria. O amanhecer estava muito próximo. Então ele esperava ver os calouros — ele só não esperava vê-los caminhar ousadamente para a porta da frente da escola, fedendo a sangue fresco e comandados pelo recentemente Mudado Dallas. Nicole estava envolvida nele. Aquele grande pateta Kurtis obviamente pensou que ele era algum tipo de guarda-costas porque enquanto Dallas pressionava sua mão contra uma das portas de ferro de cor ferrugem, o superdesenvolvido calouro parou na ponta dos degraus de concreto, olhando para fora e segurando uma arma como se ele pensasse que ele sabia o que fazer com ela. Rephaim sacudiu sua cabeça em desgosto. Kurtis não olhou para cima. Nenhum dos calouros, ou nem mesmo Dallas, olharam para cima. Ele não era mais a criatura quebrada que eles capturaram e usaram; eles não tinham idéia de quão patéticos e vulneráveis eles eram de seu ataque. Mas Rephaim não atacou. Ele esperou e observou. Houve um som crepitante e Nicole se agarrou brevemente

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contra Dallas. — Oh, sim, baby! Faça sua magia. — Sua voz se elevou na noite enquanto Dallas ria e abria a porta não muito trancada ou com alarme. — Vamos, — Dalas disse a Nicole, parecendo mais velho e mais duro que Rephaim se lembrava. — O amanhecer está próximo e há algo que vocês precisam cuidar antes do sol nascer. Nicole esfregou sua mão na frente de sua calça enquanto o resto dos calouros vermelhos ria. — Então vamos até os túneis do porão assim eu posso caminhar nisso. Ela levou os calouros para dentro da escola. Dallas esperou do lado de fora até que eles estivessem todos dentro, então seguiu-os, fechando a porta. Em outro momento Rephaim ouviu um som crepitante como antes e então tudo ficou quieto. E quando, no momento seguinte, o guarda de segurança dirigiu preguiçosamente por ali, tudo ainda estava calmo. Ele, também, não olhou para cima para ver o enorme Corvo Escarnecedor agachado no topo da torre da escola. Quando o guarda dirigiu para longe Rephaim saltou para a noite, sua mente zumbindo acompanhando as batidas de suas asas. Dallas estava liderando os renegados calouros vermelhos. Ele estava controlando a magia moderna e seu mundo e isso talvez o permitisse acesso aos prédios. Will Rogers High School era onde eles estavam fazendo seu ninho.

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Stevie Rae iria querer saber disso. Ela iria precisar saber disso. Ela ainda se sentia responsável por eles, mesmo embora eles tivessem tentado matá-la. E Dallas, o que ela ainda sentia por ele? Apenas pensar em vê-la nos braços de Dallas fazia-o ficar com raiva. Mas ela tinha escolhido ele acima de Dallas. Simples e completamente. Não que isso fizesse alguma diferença agora. Foi então que Rephaim percebeu que a direção que ele estava voando era muito longe do sul para levá-lo de volta ao edifício Mayo. Ao invés disso ele estava deslizando sobre o centro de Tulsa, passando pela vagamente acesa abadia das freiras Beneditinas, cortando a Utica Square, e, silenciosamente se aproximando da parede de pedra – que protegia o campus. Seu vôo vacilou. Vampyros podiam olhar para cima. Rephaim bateu suas asas contra o céu noturno, se elevando para cima e para cima. Então, muito alto para ser facilmente visto, ele contornou o campus, mergulhando silenciosamente do lado de fora da parede leste em uma poça de sombras entre os postes. Dali ele se moveu de sombra em sombra, usando a escuridão de suas penas para misturá-lo à noite. Ele ouviu um estranho uivo antes de chegar à parede. Era um som cheio de desespero e desgosto que cortou até mesmo ele aos ossos. O que está fazendo este uivo terrível? Ele soube a resposta quase tão rápido quanto ele formulou

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o pensamento. A cadela. A cadela de Stark. Durante uma de suas crises de falar sem parar, Stevie Rae tinha dito a ele como um de seus amigos, o garoto chamado Jack, tinha mais ou menos tomado posse da cadela de Stark enquanto ele se transformava num calouro vermelho, e o quão próximos o garoto e a cadela tinham se tornado e ela pensava que era uma boa coisa para ambos porque a cadela era muito esperta e Jack era muito doce. Enquanto ele se lembrava das palavras de Stevie Rae, tudo se encaixou no lugar. No momento em que ele alcançou os limites da escola e ouviu o choro que acompanhava o terrível uivo, Rephaim soube o que ele veria quando ele cuidadosamente e silenciosamente escalou a parede e espiou a cena de devastação diante dele. Ele olhou. Ele não pôde parar a si mesmo. Ele queria ver Stevie Rae — apenas vê-la. Depois de tudo, ele não poderia fazer nada exceto olhá-la — Rephaim definitivamente não podia permitir que algum dos vampyros o vissem. Ele estava certo; o inocente ao qual o sangue havia pago a dívida de Neferet para Escuridão tinha sido o amigo de Stevie Rae, Jack. Sob a árvore quebrada pela qual Kalona tinha escapado de sua prisão na terra, um menino ajoelhou-se, soluçando "Jack!" de novo e de novo ao lado da cadela no meio da grama ensangüentada. O corpo não estava mais lá, mas a poça de sangue estava. Rephaim se perguntou se alguém mais seria capaz de detectar o fato de que havia muito menos sangue do que deveria. Escuridão tinha se alimentado intensamente do

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presente de Neferet. Ao lado do menino chorando, o Mestre de Espadas da escola, Dragon Lankford, parou silenciosamente, sua mão no ombro dele. Os três estavam sozinhos. Stevie Rae não estava ali. Rephaim estava tentando se convencer que era melhor assim. Era realmente uma coisa boa que ela não estivesse ali — talvez ela não o tivesse visto – quando uma onda de sentimentos invadiu-o: tristeza, preocupação, e dor todos misturados nele. Então, com seus braços cheios com um grande gato cor de trigo, Stevie Rae correu para o trio de luto. Foi tão bom vê-la que Rephaim quase se esqueceu de respirar. — Duquesa, você tem que parar com isso agora. — Sua voz distintamente acentuada inundou-o como uma chuva de primavera no deserto. Ele observou-a se agachar ao lado da grande cadela, colocando o gato entre suas pernas. O felino instantaneamente começou a se esfregar contra a cadela, como se ele estivesse tentando amenizar sua dor. Rephaim piscou em surpresa quando a cadela de fato se aquietou e começou a lamber o gato. — Boa garota. Deixe Cameron ajudá-la. — Stevie Rae olhou para cima para o Mestre de Espadas. Rephaim o viu acenar quase imperceptivelmente. Ela voltou sua atenção para o garoto chorando. Escavando o bolso de sua calça jeans, ela puxou pra fora um maço de tecido, e entregou para ele. — Damien, querido, você precisa parar com isso agora também. Você vai ficar doente.

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Damien pegou o tecido e limpou rapidamente seu rosto. Em uma voz trêmula ele disse, — Eu nã-não me importo. Stevie Rae tocou sua bochecha. — Eu sei que você não se importa, mas seu gato precisa de você, e Duquesa também. Além disso, querido, Jack ficaria realmente chateado se ele visse você assim. — Jack não me verá novamente. — Damien tinha parado de chorar, mas sua voz soava terrível. Pareceu para Rephaim que ele podia ouvir o coração do garoto quebrando dentro dele. — Eu não acredito nisso por nenhum segundo, — Stevie Rae disse firmemente. — E se você realmente pensar sobre isso, nem mesmo você acredita. Damien olhou para ela com olhos assombrados. — Eu não consigo pensar agora, Stevie Rae. Tudo que eu posso fazer é sentir. — Uma parte da tristeza passará, — Dragon disse em uma voz que soou tão quebrada quanto a de Damien. — O suficiente de modo que você será capaz de pensar outra vez. — Certo. Ouça Dragon. Quando você puder pensar de novo, você poderá achar um fio da Deusa dentro de você. Siga o fio. Lembre-se que há um Outromundo que nós podemos todos compartilhar. Jack está lá agora. Algum dia você o verá novamente lá. — Damien olhou de Stevie Rae para o Mestre de Espadas. — Você tem sido capaz de fazer isso? Isso fez a perda de

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Anastasia mais fácil? — Nada faz perdê-la mais fácil. Exatamente agora eu ainda estou procurando o fio de nossa Deusa. Rephaim sentiu um terrível enjôo dentro dele conforme percebeu que ele tinha causado a dor que o Mestre de Espadas estava sentindo. Ele tinha matado a professora de feitiços e rituais, Anastasia Lankford. Ela era companheira de Dragon. Ele tinha feito isso tão friamente, com absoluta ausência de quaisquer sentimentos exceto, talvez, aborrecimento por ter sido retardado pelo curto tempo que tinha tomado para dominar e destruí-la. Eu a matei sem nenhum pensamento por alguém ou ninguém exceto minha necessidade de seguir o Pai, fazer sua oferta. Eu sou um monstro. Rephaim não pôde parar de olhar para o Mestre de Espadas. Ele carregava sua dor como uma capa o envolvendo. Ele podia quase literalmente ver o buraco vazio que a ausência de sua companheira tinha deixado em sua vida. E Rephaim, pela primeira vez em seus séculos de longa vida, sentiu remorso por suas ações. Ele não pensou que fizera algum som, algum movimento, mas ele soube quando o olhar de Stevie Rae encontrou-o. Lentamente, ele olhou de Dragon para a vampyra com quem ele tivera um Imprint. Seus olhos se encontraram; seus olhares se fixaram. As emoções dela o engoliram como se ela tivesse propositalmente dirigido-as para ele.

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Primeiro, sentiu o choque dela ao vê-lo. Isso deixou-o ruborizado e quase envergonhado. Então ele sentiu sua tristeza — profunda, gravada, dolorosa. Ele tentou telegrafar sua própria tristeza para ele, esperando que de alguma forma ela fosse capaz de entender o quanto ele sentia falta dela e o quão triste ele estava por ter alguma parte no luto que ela estava experimentando. Então a raiva socou-o com tamanha força que Rephaim quase perdeu seu agarre na parede de pedra. Ele sacudiu sua cabeça de um lado para o outro, de um lado para o outro, incerto se ele estava negando a raiva dela, ou a razão para isso. — Eu quero que você e Duquesa venham comigo, Damien. Vocês precisam ficar longe deste lugar. Coisas ruins aconteceram aqui. Coisas ruins estão ainda estão espreitando em volta daqui. Eu posso sentir. Vamos. Agora. — Ela falou para o garoto ajoelhado, mas seu olhou nunca deixou o de Rephaim. A resposta do Mestre de Espadas foi rápida. Seus olhos varreram a área e Rephaim congelou, desejando que as sombras e a noite o encobrissem. — O que é isso? O que há ali? — Dragon perguntou. — Escuridão. — Stevie Rae ainda estava olhando para ele quando ela falou esta simples palavra como se estivesse apunhalando seu coração. — Manchada, irresgatável, Escuridão. — Então ela virou de costas para ele com desdém. — Meu instinto diz que não há nada digno de levantar sua espada, mas vamos dar o fora daqui do mesmo jeito.

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— Concordo, — Dragon disse, embora Rephaim tenha ouvido relutância em sua voz. Ele será uma força a ser considerada no futuro, Rephaim reconheceu a si mesmo. E Stevie Rae? Sua Stevie Rae. O que ela será? Será que ela realmente me odeia? Será que ela me rejeita totalmente? Ele vasculhou os sentimentos dela enquanto observava-a pegar a mão de Damien e ajudá-lo a se levantar, e então conduzir ele, a cadela, o gato, e Dragon para longe em direção aos dormitórios. Ele certamente sentiu a raiva e a tristeza dela, e ele entendeu aqueles sentimentos. Mas ódio? Ela realmente o odiava? Ele não sabia ao certo, mas Rephaim acreditou, no fundo de seu coração, que ele merecia seu ódio. Não, ele não tinha matado Jack, mas ele era aliado com as forças que mataram. Eu sou filho de meu pai. Isso é tudo o que eu sei ser. É minha única opção. Depois que Stevie Rae se foi Rephaim se puxou para o topo da parede. Ele deu um início de uma corrida e pulou no céu. Batendo suas enormes asas contra a noite, ele circulou em volta do cauteloso campus e se dirigiu de volta para o telhado do edifício Mayo. Eu mereço seu ódio... eu mereço seu ódio... eu mereço seu ódio... A ladainha batia em sua mente ao mesmo tempo em que os golpes de suas asas. Seu próprio desespero e luto se juntaram com o eco da tristeza e raiva de Stevie Rae. A umidade do gelado céu noturno se misturou com suas lágrimas enquanto o rosto de Rephaim era banhado pela luz da lua e pelas perdas.

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Stevie Rae — Oh, pelo amor do saco plástico! Você está me dizendo que ninguém ligou pra Zoey? — Aphrodite disse. Stevie Rae pegou Aphrodite pelo braço, e, com um aperto que talvez fosse mais firme que o necessário, guiou-a para a porta do dormitório de Damien. Na soleira da porta ela parou e ambas olharam para trás para a cama, onde Damien estava curvado com Duquesa e seu gato, Cameron. Garoto, cadela, e gato tinham finalmente, apenas uns minutos antes, caído num sono induzido pela dor e exaustão. Silenciosamente, Stevie Rae apontou seu dedo de Aphrodite para o corredor. Aphrodite zombou. Stevie Rae cruzou seus braços e se plantou no chão. — Fora, — ela murmurou, — agora. — Então ela a seguiu para fora do quarto e fechou a porta suavemente atrás delas. — E mantenha sua maldita voz baixa aqui também, — Stevie Rae sussurrou ferozmente. — Certo. Vou falar baixo. Jack está morto e ninguém ligou para Z? — ela repetiu seu pergunta, muito menos espalhafatosamente.

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— Não. Eu não tive muito tempo. Damien tem estado histérico. Duquesa tem estado histérica. A escola num maldito tumulto. Eu sou a única fodida Alta Sacerdotisa que não está, supostamente, trancada em seu quarto rezando ou o que quer que seja, então eu tenho estado ocupada limpando a tempestade de merda daqui e o fato de que um garoto muito bom morreu. — Sim, eu entendo isso e eu estou triste também e tal, mas Zoey precisar vir para cá e vir já. Se você estava muito ocupada para faze isso, então devia ter deixado um dos professores ligar para ela. Quanto mais cedo ela souber mais cedo ela estará aqui. Darius correu até elas e pegou a mão de Aphrodite. — Foi Neferet, né?! Aquela puta matou Jack, — Aphrodite perguntou a ele. — Não é possível, — Darius e Stevie Rae disseram juntos. Stevie Rae deu a Aphrodite um irritado olhar de eu-te-disse enquanto Darius explicava. — Neferet estava, na verdade, na Reunião do Conselho da escola quando Jack caiu da escada. Não apenas Damien viu Jack cair, mas outra testemunha corrobora com o tempo. Drew Partain estava atravessando o terreno quando ele ouviu a música que Jack estava cantando. Ele disse que ele ouviu apenas uma parte da música porque o sino do relógio do Templo de Nyx começou a anunciar meia-noite, ou pelo menos foi por isso que ele pensou não ter ouvido mais a voz de Jack.

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— Mas foi realmente quando Jack morreu, — Stevie Rae disse, sua voz foi dura e lisa porque esta era a única forma que ela podia manter para não parecer tão abalada quanto ela se sentia. — Sim, o tempo está certo, — Darius disse. — E você tem certeza que Neferet estava na reunião? — Aphrodite disse. — Eu ouvi o relógio tocando enquanto ela estava falando, — Stevie Rae disse. — Eu ainda não acredito nem por um instante que ela não está por trás da morte dele, — Aphrodite disse. — Eu não discordo de você, Aphrodite. Neferet é mais escorregadia que merda de galinha em telhado de alumínio, mas fatos são fatos. Ela estava na frente de todos nós quando Jack caiu da escada. — Ok, sério, urgh com suas analogias caipiras. E sobre a coisa toda da espada? Como no inferno isto pode ter "acidentalmente" — ela gesticulou as aspas no ar — quase arrancado a cabeça dele? — As espadas devem ser posicionadas com o punho para baixo e a ponta para cima. Dragon explicou isso para Jack. Conforme o garoto caiu na lâmina, o punho foi afundado no chão, impalando-o. Tecnicamente, isto pode ter sido um acidente. Aphrodite passou a mão tremendo sobre seu rosto. — Isso é horrível. Realmente horrível. Mas isto não foi um maldito

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acidente. — Eu não acho que algum de nós acredita que Neferet é inocente da morte do garoto, mas o que nós acreditamos e o que nós podemos provar são duas coisas bem diferentes. O Alto Conselho já decidiu uma vez a favor de Neferet, e, basicamente, contra nós. Se nós formos a eles com mais suposição e nenhuma prova de suas transgressões, nós só vamos nos fazer mais desacreditados, — Darius disse. — Eu peguei isso, mas isso me irrita, — Aphrodite disse. — Isso irrita a todos nós, — Stevie Rae disse. — E muito, muito mesmo. Pescando uma pontada incomum de dureza na voz de Stevie Rae, Aphrodite levantou uma sobrancelha para ela. — Sim, e vamos usar alguma dessa irritação para chutar a vaca do inferno para fora daqui de uma vez por todas. — Qual é sua idéia? — Stevie Rae disse. — Primeiro, tirar o traseiro da Zoey das férias e trazer para cá. Neferet odeia Z. Ela irá contra ela – ela sempre vai. Só que desta vez nós todos estaremos observando e esperando e nós teremos provas que nem mesmo o Alto Conselho fã-de-Neferet será capaz de ignorar. — Sem esperar por uma resposta de nenhum deles, Aphrodite puxou seu iPhone de sua bolsa metálica, digitou seu código, e disse, — Ligue para Zoey. — Eu ia fazer isso, — Stevie Rae disse. Aphrodite rolou seus olhos. — O que quer que seja. Você está também. Malditamente. Atrasada. Além disso, você é

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muito boazinha. O que Z precisa é de uma grande dose de junte-sua-merda-e-faça-a-coisa-certa. Eu sou a garota para supri-la assim. — Ela parou, ouviu, e rolou seus olhos novamente. — É seu revoltante correio de voz do Disney Channel dizendo Ei, pessoas! Deixem-me uma mensagem e tenham um dia legal, Aphrodite citou em uma voz super-animada, ela respirou profundamente, esperando pelo bip. E Stevie Rae tomou o telefone de sua mão, falando rapidamente nele. — Z, sou eu, não Aphrodite. Eu preciso que você me ligue no instante em que receber esta mensagem. É importante. — Ela apertou o botão de finalizar chamada para desligar e entregou para Aphrodite. — Ok, vamos ter um papo realmente direto. Só porque eu tento ser um ser humano decente não significa que eu seja muito boazinha. É ruim o bastante o que aconteceu com Jack. Saber sobre isso em uma mensagem é super, super ruim. Além disso, eu não acho que seja uma boa idéia surtar a Zoey assim, especialmente tão logo depois que sua alma foi despedaçada. Aphrodite pegou o iPhone de Stevie Rae. — Veja. Nós não temos tempo para ficar preocupados com os sentimentos de Zoey. Ela precisa colocar suas roupas de grande garota Alta Sacerdotisa e agir. — Não, veja você. — Stevie Rae deu um passo para frente e entrou no espaço pessoal de Aphrodite, fazendo Darius automaticamente se aproximar mais dela. — Z não precisa colocar roupas de Alta Sacerdotisa. Ela é uma. Mas ela passou pela perda de alguém que ela ama. E isto é algo que você

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realmente não entende. Cuidar de seus sentimentos no momento não é mimá-la. É ser sua amiga. Algumas vezes todos nós precisamos apenas de um pouco de proteção de nossos amigos. — Ela olhou para Darius, sacudindo sua cabeça. — Não, isso não significa que você precisa proteger Aphrodite de mim. Caramba, Darius, o que há de errado com você? Darius capturou e prendeu seu olhar. — Por um momento seus olhos brilharam vermelhos. Stevie Rae se certificou de que sua expressão não mudasse. — É, bem, eu não estou surpresa. Ver Neferet caminhar por aí sem sofrer nenhuma conseqüência pelo que aconteceu com Jack tem sido muito difícil para mim. Você se sentiria da mesma forma se estivesse aqui e visse isso acontecer. — Eu imagino que me sentiria, mas meus olhos não cintilariam vermelhos, — Darius disse. — Morra e reviva e então venha me falar sobre isso, — Stevie Rae disse. Ela virou para Aphrodite. — Eu tenho coisas para fazer enquanto Damien está dormindo. Você e Darius podem ficar aqui e manter os olhos nele? Nem por um milissegundo eu acredito que Neferet está trancada em seu quarto orando à Nyx pelo resto da noite como ela quer que todos acreditem. — Sim, nós ficaremos, — Aphrodite disse. — Se ele acordar, seja legal, — Stevie Rae disse. — Não seja idiota. É claro que eu serei legal.

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— Bom. Estarei de volta logo, mas se você precisar de uma pausa, chame as Gêmeas e elas te substituirão. — O que seja. Adeus. — Tchau. — Stevie Rae correu pelo corredor, sentindo o questionador olhar de Darius seguindo-a com uma intensidade que era um peso físico. Eu tenho que parar de deixar Darius me fazer sentir culpada! Ela falou para si mesma rudemente. Eu não fiz nada errado. Então e daí se meus olhos brilham vermelhos quando estou chateada? Isso não tem nada a ver com o fato de eu ter tido um Imprint com Rephaim. Eu o deixei. Esta noite eu o ignorei. É, eu tenho que achá-lo e perguntá-lo que infernos ele sabe sobre o que aconteceu com Jack, mas não porque eu quero. Porque eu tenho. Ela disse silenciosamente para si mesma esta grande e velha mentira, e estava tão distraída por seus pensamentos que ela quase passou através de Erik. — Ei, uh, Stevie Rae. Damien está bem? — Bem, o que você acha, Erik? Seu namorado, quem ele amava, simplesmente morreu de uma forma realmente terrível. Não, ele não está bem. Mas ele está dormindo. Finalmente. — Você sabe, você não tem que ser assim. Eu realmente estou preocupado com ele, e eu me importo com Jack também. Stevie Rae deu uma boa olhada para Erik. Ele parecia uma merda, o que era totalmente incomum para o belo-garoto Erik. E ele obviamente esteve chorando. Então ela se lembrou que ele tinha sido companheiro de quarto de Jack, e também tinha

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sido realmente legal em defender Jack quando o idiota do Thor tentou pegá-lo por ser gay. — Me desculpe, — ela disse, tocando o braço de Erik. — Eu estou apenas muito chateada com tudo isso, também. Eu não tenho razão para ser uma P com você. Aqui, vamos começar de novo. Ela deu uma respiração e sorriu tristemente. — Damien está dormindo agora, mas ele não está bem. Ele precisará de amigos como você quando acordar. Obrigada por perguntar e obrigada por estar aqui por ele. Erik assentiu e apertou sua mão rapidamente. — Obrigada você. Eu sei que você não gosta muito de mim, pelo que aconteceu entre Zoey e eu, mas eu sou realmente amigo de Damien. Deixe-me saber se há algo que eu possa fazer para ajudar. — Erik parou, olhando de um lado para o outro no corredor, como se para se certificar de que estavam sozinhos, e então deu um passo mais perto de Stevie Rae e baixou sua voz. — Neferet tem algo a ver com isto, né?! Os olhos de Stevie Rae se ampliaram de surpresa. — O que faz você dizer isso? — Eu sei que ela não é quem ela finge ser. Eu tenho a visto ser ela mesma, e isso não é bonito. — Sim, bem, você está certo. A verdadeira Neferet não é bonita. Mas justo como eu você viu que ela estava direto na nossa frente quando Jack morreu. — Ainda assim, você acha que ela está por trás disso. Isso não era uma pergunta, mas Stevie Rae acenou como

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uma silenciosa resposta de sim. — Eu sabia. Esta House of Night é uma merda. Eu estava certo em dizer sim para a House of Night de Los Angeles. Stevie Rae sacudiu sua cabeça. — Então é isso? É isso que você faz quando sabe que algo mal está acontecendo? Você foge. — O que pode fazer um vampyro contra Neferet? O Alto Conselho reintegrou-a; eles estão do lado dela. — Um vampyro não pode fazer muito. Uma cambada de nós se juntando pode. — Umas poucas crianças e uma vamp aqui e ali? Contra a poderosa Alta Sacerdotisa e o Alto Conselho? Isso é insano. — Não, insano é virar de costas e deixar os caras maus ganharem. — Ei, eu tenho uma vida esperando por mim – uma boa vida, atuando como um chuta-bundas, fama, fortuna, e toda esta coisa. Como você pode me culpar por não querer me misturar na confusão de Neferet? — Quer saber uma coisa Erik? Tudo que eu direi a você é: o mal vence quando as pessoas boas não fazem nada, — Stevie Rae disse. — Bem, eu estou tecnicamente fazendo algo. Eu estou indo embora. Ei, você já pensou sobre isso — se todas as pessoas boas fossem embora e deixassem o mal se aborrecer por jogar sozinho e fosse para casa também?

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— Eu costumava a achar que você era o cara mais legal que eu conheci, — ela disse tristemente. Os olhos azuis de Erik brilharam com humor e ele sorriu seu sorriso de cem-watts para ela. — E agora você tem certeza que eu sou? — Nah. Agora eu sei que você é um garoto fraco e egoísta que tem quase tudo o que sempre quis só por causa de sua aparência. E isto não é legal de fato. Ela sacudiu sua cabeça para o olhar atordoado dele e começou a se afastar. Sobre seu ombro ela falou, — Talvez algum dia você encontrará algo pelo que você se importe o bastante para defender. — É, e talvez algum dia você e Zoey perceberão que não é realmente o trabalho de vocês salvar o mundo! — ele gritou depois dela. Stevie Rae nem se deu ao trabalho de olhar para ele. Erik era um idiota. A House of Night de Tulsa estaria melhor sem seu traseiro fraco arrastando-os para baixo. A vida estava ficando realmente difícil, e isso significava que a vida precisava continuar — e os maricas precisavam partir. Exatamente como John Wayne, era hora de reunir as tropas. — E, infernos não, não era estranho que minhas tropas incluíam um Corvo Escarnecedor, — Stevie Rae murmurou para si mesma enquanto corria para fora para o estacionamento e para o Bug de Z. — Eu não estou realmente indo me reunir a ele. Eu só estou indo obter informação dele. De novo. — Propositadamente, ela bloqueou sua mente para o que tinha acontecido entre ela e Rephaim da última vez que

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ela tinha "apenas precisado de informação dele". — Ei, Stevie Rae, você e eu precisamos– Sem parar em sua corrida para o carro, Stevie Rae levantou a mão e cortou a fala de Kramisha. — Agora não. Não tenho tempo. — Eu só estava dizendo que– — Não! — Stevie Rae gritou sua frustração para Kramisha, que parou e olhou fixamente para ela. — O que quer que você queira dizer para mim, pode esperar. Eu não gosto de parecer ruim pra você, mas eu tenho coisas para fazer e tenho exatamente duas horas e cinco minutos para fazê-las e o sol surgir. — Então ela deixou Kramisha parada em sua poeira enquanto ela corria os últimos metros para o Bug, ligou-o, colocou-o em marcha, e praticamente escapuliu para fora do estacionamento dos estudantes. Ela levou cerca de sete minutos chegar aos terrenos Gilcrease. Ela não dirigiu o carro até lá. A tempestade de gelo tinha sido limpa e a rede elétrica estava funcionando novamente, então tudo estava trancado firmemente. Stevie Rae desligou o Bug ao lado da rodovia atrás de uma grande árvore. Automaticamente cobrindo-se com o poder que ela extraiu da terra, ela foi diretamente para a decrépita mansão. A porta não foi problema. Ninguém tinha se importado de trancar ainda. De fato, enquanto ela fazia seu caminho através da velha casa e subia para o telhado, ela detectou

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pouquíssimas mudanças da última vez que ela tinha estado ali. — Rephaim? — Ela chamou seu nome. Sua voz pareceu estranha e muito alta na noite fria e vazia. A porta para o armário onde ele tinha feito seu ninho estava aberta, mas ele não estava agachado dentro. Ela foi para fora no telhado da varanda. Que, também, estava vazio. O lugar todo estava deserto. Mas elas sabiam que ele não estava ali desde que ela entrou nos terrenos do museu. Se Rephaim estivesse ali ela teria sentido-o, exatamente como ela o sentiu mais cedo quando ele esteve na House of Night, observando-a. Seu Imprint os conectava – enquanto estivesse ali, intacto, ele os ligaria. — Rephaim, onde você está agora? — ela perguntou para o silencioso céu. E então os pensamentos de Stevie Rae desaceleraram e se reorganizaram, e ela teve a resposta; ela a tinha todo o tempo. Tudo que ela tinha que fazer era tirar seu orgulho, sua mágoa e sua raiva fora do caminho e a resposta estava ali, esperando. Seu Imprint os conectava — enquanto estivesse ali, intacto, ele os ligaria. Ela não tinha que encontrá-lo. Rephaim a encontraria. Stevie Rae sentou no meio do telhado e olhou para o norte. Ela deu um longo e profunda suspirou e exalou. Com sua próxima respiração ela se concentrou em atrair todos os aromas da terra em volta dela. Ela pôde cheirar a fria umidade dos ramos nus do inverno, na crepitância do solo congelado, a riqueza do arenito de Oklahoma que se espalhava pelo

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terreno. Atraindo a força da terra com sua respiração, Stevie Rae disse, — Encontre Rephaim. Diga-o para vir até mim. Diga-o que eu preciso dele. — Então ela liberou o poder da terra com sua exalação. Seus olhos tivessem estado abertos, Stevie Rae teria visto o brilho verde que girava em torno dela. Ela teria também visto que enquanto ele corria na noite para realizar sua ordem, ele estava sombreado por um brilho vermelho.

Rephaim Ele estava circulando o edifício Mayo, temendo pousar e encarar Kalona e Neferet, quando sentiu o chamado de Stevie Rae. Ele soube que era ela instantaneamente. Ele reconheceu a sensação da terra enquanto o poder se elevava do terreno e se enroscava nas correntes de ar para encontrá-lo. Ela chama você... Este era todo o incentivo que Rephaim necessitava. Não importava quanta raiva ela estava dele. Não importava o quanto ela o odiava — ela estava chamando ele. E se ela chamava, ele responderia. Em seu coração ele sabia, que não importava o que, ele sempre tentaria responder. Ele se lembrou das últimas palavras de Stevie Rae para ele... Quando você decidir que seu coração importa para você o tanto

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quanto importa para mim, venha e me encontre novamente. Deve ser fácil. Apenas siga seu coração... Rephaim desligou a parte de sua mente que lhe dizia que ele não podia estar com ela — que ele não podia se importar com ela. Eles tinham estado afastados por mais de uma semana. Ele tinha sentido cada dia desta semana como se fossem uma era. Como ele tinha pensado que alguma vez poderia ficar completamente afastado dela? Seu sangue clamou por estar com ela. Mesmo enfrentar a raiva dela era melhor do que nada. E ele precisava vê-la. Precisava achar um jeito de avisá-la sobre Neferet. Sobre o Pai, também. — Não! — ele gritou dentro de sua mente. Ele não podia trair seu pai. Mas eu não posso trair Stevie Rae também, ele pensou freneticamente. Eu acharei um equilíbrio. Eu acharei uma forma. Eu preciso achar. Incerto do que exatamente ele estava indo fazer, Rephaim calou seus fervilhantes pensamentos e se concentrou em seguir a trilha de brilhante verde de volta para Stevie Rae, como se fosse sua salvação.

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Stevie Rae Ela estava esperando por ele com tal intensidade de concentração que Stevie Rae não teve problema para sentir quando Rephaim se aproximou de Gilcrease. Quando ele mergulhou graciosamente do céu ela estava parada de pé, olhando para cima, observando-o. Ela pretendia ser totalmente fria. Ele era inimigo. Era suposto que ela se lembrasse disso. Mas no instante em que ele pousou seus olhos fechados, e, sem fôlego, ele falou, — Eu ouvi seu chamado. Eu vim. Isso foi tudo o que levou. Apenas o som de sua maravilhosa e familiar voz. Stevie Rae se apressou para os braços dele e enfiou seu rosto nas penas do ombro dele. — Ohminhaboadeusa, eu senti tanta falta sua! — Eu senti sua falta também, — ele disse, segurando-a firmemente para ele. Eles ficaram desta forma, tremendo nos braços um do outro, pelo que pareceu a ela muito tempo. Stevie Rae bebeu do cheiro dele — da impressionante mistura de sangue mortal e imortal que pulsava através do corpo dele. E então, de repente, como se tivesse ocorrido a ambos que

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uma vez eles não podiam fazer o que estavam fazendo, Stevie Rae e Rephaim quebraram o abraço e deram um passo para longe um do outro. — Então, uhh, você está bem? — ela perguntou a ele. Ele assentiu com a cabeça. — Estou. E você? Você está segura? Você não foi ferida quando Jack foi morto hoje? — Como você sabia que Jack foi morto? — A voz dela estava afiada. — Eu senti sua tristeza. Eu fui à House of Night para me certificar de que você estava bem. Foi quando eu vi você e seus amigos. E-eu ouvi o garoto chorando por Jack. — Ele hesitou nas palavras, tentando escolhê-las cuidadosamente e honestamente. — Isso e sua tristeza me disseram que ele estava morto. — Você sabe alguma coisa sobre a morte dele? — Talvez. Que tipo de garoto era Jack? — Jack era bom e doce, e poderia ter sido o melhor de todos nós. O que você sabe, Rephaim? — Eu sei por quê ele morreu. — Me diga. — Neferet devia à Escuridão uma dívida de vida como pagamento por prender a alma imortal de me pai. A dívida tinha que ser paga pelo sacrifício de alguém que fosse inocente e incorruptível pela Escuridão. — Este era Jack; ela o matou. É frustrante tudo isso porque

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parece que Neferet não fez! Ela estava falando para o Alto Conselho da escola, bem na minha frente, quando o acidente de Jack aconteceu. — A Tsi Sgili usou-o para alimentar a Escuridão. Ela precisava estar ausente. Ela precisou apenas marcá-lo como seu sacrifício e em seguida enviar os tentáculos da Escuridão para prosseguir com a morte real. Ela não teve que testemunhar a morte. — Como eu posso provar que ela foi responsável? — Você não pode. A ação acabou. A dívida dela foi paga. — Droga! Estou tão louca que poderia cuspir pregos! Neferet continua se mantendo afastada de toda esta horrível merda. Ela continua vencendo. Eu não entendo por quê. Isso não está certo, Rephaim. Isso apenas não está certo. — Stevie Rae piscou forte, forçando de volta lágrimas de frustração. Por um momento, Rephaim tocou seu ombro e ela se permitiu se apoiar na mão dele, obtendo conforto do contato com ele. Então, ele puxou sua mão de volta e disse, — Toda esta raiva. Toda esta frustração e tristeza. Eu senti isso de você mais cedo esta noite também, e eu pensei... — Ele hesitou, obviamente tentando decidir se queria continuar falando. — O quê? — ela disse suavemente. — Você pensou o quê? Ele encontrou seus olhos de novo. — Eu pensei que era a mim que você odiava. Que era de mim que você estava com tanta raiva. Eu ouvi você também. Você falou ao Mestre de Espadas que a manchada, irresgatável Escuridão espreitava lá

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fora. Você estava olhando fixamente para mim quando você disse isso. Stevie Rae assentiu. — É, eu vi você, e eu sabia que se eu não dissesse algo para tirar Dragon e Damien dali, eles veriam você também. — Então você não estava falando de mim? Foi a vez de Stevie Rae hesitar. Ela suspirou. — Eu estava seriamente zangada, assustada e chateada. Eu não estava pensando em minhas palavras. Eu estava apenas reagindo porque eu estava com medo. — Ela parou novamente e então adicionou, — Eu não quis dizer nada contra você, mas Rephaim, eu preciso saber o que está havendo com Kalona e Neferet. Rephaim se virou e caminhou devagar para a borda do telhado. Ela o seguiu e parou ao lado dele enquanto eles observavam a noite tranqüila. — Está quase amanhecendo, — Rephaim disse. Stevie Rae deu de ombros. — Eu tenho cerca de meia hora antes do sol nascer. Só levará dez minutos mais ou menos para voltar para escola. — Você devia partir agora e não correr nenhum risco. O sol pode te causar muitos danos, mesmo com meu sangue em você. — Eu sei. Eu irei logo. — Stevie Rae suspirou. — Então, você não me dirá o que está acontecendo com seu pai, não é?!

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Ele se virou para olhar para ela de novo. — O que você pensaria de mim se soubesse que eu traí meu pai? — Ele não é um cara bom, Rephaim. Ele não merece sua proteção; — Mas ele é meu pai, — Rephaim disse. Stevie Rae pensou que Rephaim parecia exausto. Ela queria pegar a mão dele, dizer a ele que estava bem. Mas ela não podia. Como diabos isso estaria bem com ele em um lado e ela no outro? — Eu não posso lutar contra isto, — ela finalmente disse. — Você terá que se entender com o que Kalona é e não é para você mesmo. Mas você tem que entender que eu tenho que manter meu povo seguro, e eu sei que ele está trabalhando diretamente ao lado de Neferet, não importa o que ela diga. — Meu pai está sujeito a ela! — Rephaim desabafou. — O que você quer dizer? — Ele não matou Zoey, então ele não cumpriu seu juramento a Neferet, e agora a Tsi Sgili detém o domínio sobre sua alma imortal. — Oh, ótimo! Então Kalona é como uma arma carregada que Neferet está segurando. Rephaim sacudiu sua cabeça. — Ele deveria ser, mas meu pai não serve bem aos outros. Ele se irrita facilmente sob o comando dela. Eu acredito que a analogia seria mais exata se você disser que Pai é como uma arma carregada com problemas no gatilho que Neferet está segurando.

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— Você terá que ser mais específico que isso. Dê-me um exemplo – o que você que dizer? — Ela tentou afastar a empolgação de sua voz, mas pelo modo que os olhos dele se fecharam para ela, Stevie Rae sabia que ela não tinha obtido êxito. — Eu não irei traí-lo. — Ok, legal. Eu saquei isso. Mas isso significa que você não pode me ajudar? Rephaim encarou-a em silêncio por tanto tempo que ela pensou que ele não fosse responder, e ela estava tentando formular outra pergunta em sua cabeça quando ele finalmente disse, — Eu quero te ajudar, e eu irei desde que isso não signifique trair meu pai. — Isso parece muito como o primeiro acordo que eu e você fizemos, e não terminou tão mal, né? — ela perguntou, sorrindo para ele. — Não, não tão mal. — E, de verdade, não estamos basicamente nós todos contra Neferet? — Eu estou, — ele disse firmemente. — E seu papai? — Ele quer se livrar do controle dela. — Bem, isso é praticamente a mesma coisa que estar do nosso lado. — Eu não posso estar do seu lado, Stevie Rae. Você tem

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que se lembrar disso. — Então você lutaria contra mim? — Ela encontrou seu olhar de frente. — Eu não poderia machucar você. — Bem, então... — Não, — ele interrompeu. — Ser incapaz de te machucar é diferente que lutar por você. — Você lutaria por mim. Você já lutou. Rephaim segurou a mão dela, apertando como se através do toque ele pudesse fazê-la entendê-lo. — Eu nunca lutei com meu pai por você. — Rephaim, você se lembra do garoto que nós vimos na fonte? — Ela mudou o aperto dele em sua mão e entrelaçou seus dedos com os dele. Ele não falou. Ele apenas acenou com a cabeça. — Você sabe que ele está dentro de você, não sabe? Novamente, Rephaim acenou com a cabeça, desta vez devagar e hesitantemente. — Aquele garoto dentro de você é o filho de sua mama. Não de Kalona. Não se esqueça dela. E não se esqueça daquele garoto e pelo que ele tinha lutado também. Ok? Antes que Rephaim pudesse responder, O telefone de

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Stevie Rae tocou com "Only Prettier" de Miranda Lambert 7. Ela largou a mão de Rephaim e tateou pelo telefone na bolsa, dizendo, — É o toque da Z! Eu tenho que falar com ela. Ela não sabe sobre Jack ainda. Antes que ela pudesse pressionar o botão de atender, a mão de Rephaim segurou a dela. — Zoey precisa retornar a Tulsa. Esta é uma maneira em que todos nós podemos lutar contra Neferet. A Tsi Sgili odeia Zoey, e a presença dela aqui será uma distração. — Uma distração de quê? — Stevie Rae perguntou justo antes de apertar o botão de atender e falar rapidamente no telefone, dizendo, — Z, agüenta aí. Eu tenho que te falar algo importante, mas preciso de um segundo. A voz de Zoey veio através da linha parecendo como se ela estivesse falando do fundo de um poço. — Sem problemas, mas me ligue de volta, tá? Eu estou seriamente em roaming. — Ligarei em duas sacudidas do rabo de um gato morto, — Stevie Rae disse. — Você sabe como isso soa grosseiro? Stevie Rae sorriu no telefone. — Sim e tchau. — Você quer dizer eca e tchau. Falo com você em um segundo. A linha desconectou e Stevie Rae olhou para Rephaim. — Only Prettier, de Miranda Lambert: http://letras.terra.com.br/mirandalambert/1558293/ 7

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Então explique sobre Neferet. — Meu pai deseja descobrir uma forma de romper a ligação que une ele a Neferet. Para isso, ele vai precisar que ela esteja distraída. A obsessão dela com Zoey é uma excelente distração, assim como é o desejo dela de usar os renegados calouros vermelhos em sua guerra contra os humanos. As sobrancelhas de Stevie Rae se levantaram. — Não há nenhuma guerra acontecendo entre vampyros e humanos. — Se Neferet quiser fazer, haverá. — Ok, bem, nós temos que ter certeza que isto não acontecerá. Parece que Z realmente precisa voltar para casa. — Eles querem usar você também, — Rephaim desabafou. — Hã? Eles quem? Eu? Para que? Rephaim desviou o olhar dela e falou muito rapidamente. — Neferet e meu Pai. Eles não acreditam que você escolheu firmemente o caminho da Deusa. Eles pensam que você pode ser persuadida a mudar para o lado da Escuridão. — Rephaim, Não há nem mesmo uma mínima chance disso. Eu não sou perfeita. Eu tenho defeitos. Mas eu escolhi Nyx e Luz quando eu recuperei minha humanidade. Eu nunca mudarei esta escolha. — Eu nunca duvidei disse, Stevie Rae, mas eles não conhecem você como eu conheço. — E Neferet e Kalona não podem nunca descobrir sobre nós também, podem?

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— Seria muito ruim se eles descobrissem. — Muito ruim pra você ou pra mim? — Para nós dois. Stevie Rae suspirou. — Ok, então eu serei cuidadosa. — Ela tocou seu braço. — Seja cuidadoso também. Ele assentiu. — Você devia voltar. Ligue para Zoey enquanto você dirige. O amanhecer está próximo. — É, é, eu sei, — ela disse, mas nenhum deles se moveu. — E eu preciso voltar, — ele disse, como se estivesse tentando se convencer. — Espere,você não tem ficado mais aqui? — Não. A tempestade de gelo passou e aqui existem muitos humanos na área agora. — Bem, onde você está? — Stevie Rae, eu não posso te dizer isso! — Porque você está com seu papai, certo? — Quando ele não falou, ela continuou. — Ei, não é como se eu já não soubesse que isso é uma completa armação. Embora Neferet tenha anunciado a punição de cem-chicotadas-e-baniu-Kalonapor-um-século. — Ela o chicoteou. Os tentáculos da Escuridão cortaram-no cem vezes. Stevie Rae estremeceu, se lembrando quão horroroso apenas o toque de um daqueles fios tinha sido. — Bem, eu não

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desejaria isso para ninguém. — Ela encontrou os olhos de Rephaim. — Mas a parte sobre ele ser banido do lado de Neferet por um século é armação, certo? Rephaim deu um rápido e quase imperceptível aceno. — E você não me falará onde você tem ficado porque é onde seu Kalona tem ficado também? Ele deu um outro ligeiro aceno. Ela suspirou novamente. — Então se eu precisar ver você eu tenho que espreitar em torno de algum antigo edifício assustador em algum lugar ou algo assim? — Não! Você mantenha-se segura e em lugares públicos. Stevie Rae, se você precisar de mim venha aqui e me chame como você fez esta noite. Prometa-me que você não irá sair tentando me encontrar, — ele disse, dando uma pequena sacudida no braço dela. — Tá bom, tá bom. Eu prometo. Mas esta coisa de preocupação-com-você tem mão dupla. Rephaim, eu sei que ele é seu pai, mas ele também está em alguma coisa ruim. Eu apenas não quero que ele te leve para baixo com ele. Então seja cuidadoso, tá bom? — Serei cuidadoso, — ele disse. — Stevie Rae, esta noite eu vi os calouros vermelhos renegados. Eles estão fazendo seu ninho na Will Rogers High School. Dallas se juntou a eles. — Rephaim, por favor, não conte a Kalona e Neferet. — Para que então você possa mostrá-los bondade e

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humanidade e eles possam ter outra oportunidade de matá-la? — ele gritou pra ela. — Não! Apenas porque eu tento ser legal não quer dizer que eu sou estúpida ou fraca. Aff, o que há com você e Aphrodite? Eu não iria correr pra falar com eles todos sozinha. Inferno, Rephaim, eu não tentaria argumentar com eles, de qualquer modo. Eu já experimentei que isto não funciona. O que quer que eu faça seria com Lenobia e Dragon e Z, no mínimo. Basicamente, eu apenas não os quero se juntando a Neferet, então eu não quero que ela saiba sobre eles. — É muito tarde. Foi Neferet que me colocou no rastro deles esta noite. Stevie Rae, eu peço que você fique longe dos vermelhos renegados. Eles não significam nada exceto desgraça pra você. — Serei cuidadosa. Eu já te disse que serei. Mas eu sou uma Alta Sacerdotisa e os calouros vermelhos são minha responsabilidade. — Os que escolheram Escuridão não são sua responsabilidade. E Dallas há muito não é um calouro. Ele não é sua responsabilidade. O sorriso de Stevie Rae estava torto. — Você está com inveja de Dallas? — Não seja ridícula. Eu simplesmente não quero vê-la machucada novamente. Pare de mudar o sujeito. — Ei, Dallas não é mais meu namorado, — ela disse. — Eu sei disso.

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— Você tem certeza? — Sim. É claro. — Ele se sacudiu e suas asas se desdobraram. Stevie Rae ficou sem respiração enquanto o observava. — Ligue para sua Z enquanto você dirige de volta para a segurança da escola. Verei você novamente em breve. — Mantenha-se seguro, tá? Ele virou para ela e colocou o rosto dela em sua mão. Stevie Rae fechou os olhos e permaneceu ali, obtendo conforto e força de seu toque. Muito cedo o conforto se foi. Muito cedo ele se foi. Ela abriu seus olhos para observar suas majestosas asas batendo contra o ar noturno e elevando-o mais alto, mais alto, até que ele desapareceu na meramente discernível luminosidade do céu oriental. Rephaim estava certo. Estava muito perto do amanhecer para seu conforto. Stevie Rae apertou a rediscagem enquanto se apressava através da mansão deserta e voltava para o Bug. — Ei, Z. Sou eu. Eu tenho uma coisa difícil pra te falar, então prepare-se...

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Zoey — Z? Você ainda está aí? Você está bem? Diga alguma coisa. A preocupação na voz de Stevie Rae me fez limpar o muco e as lágrimas de meu rosto com a manga de minha blusa e meio que me recompor. — Estou aqui. N-não bem, afinal, — eu disse com um pequeno soluço. — Eu sei, eu sei. É horrível. — E não há chance de um erro? Jack está realmente morto? — Eu sabia em meu coração que era ridículo ter cruzado meus dedos e fechado meus olhos quando perguntei, mas eu tinha que tentar esta pequena bobagem de menina. Por favor, por favor que não seja verdade... — Ele está realmente morto, — Stevie Rae disse através de suas próprias lágrimas. — Não há erro, Z. — É difícil de acreditar, e isso simplesmente não é justo! — Parecia bom enlouquecer, melhor que se derrubar por completo em catarro e lágrimas inúteis. — Jack era o cara mais

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doce do mundo. Ele não merecia o que aconteceu com ele. — Não, — Stevie Rae disse em uma voz tremente. — Ele não merecia isso. E-eu quero acreditar que ele está com Nyx e que ela está cuidando dele muito bem. Você esteve lá – no Outromundo, eu quero dizer. É verdade que é maravilhoso lá? Sua pergunta apertou meu coração. — Eu sei que nós nunca falamos sobre isso, mas você não esteve lá, antes, você sabe, quando você... — Não! — Ela disse como se quisesse cortar minhas palavras. — Eu não me lembro muito daquela vez,mas eu sei que eu não estava em nenhum lugar legal. E eu não vi Nyx. As palavras vieram para mim conforme eu comecei a falar e eu sabia em minha alma que Nyx estava falando através de mim. — Stevie Rae, quando você morreu Nyx estava com você. Você é sua filha. Você deve se lembrar disso sempre. Eu não sei por que você e as outras crianças morreram e reviveram, mas eu posso te dizer que estou cem por cento certa de que Nyx nunca abandonou você. Você apenas tomou um caminho diferente de Jack. Ele está no Outromundo com a Deusa, e ele está mais feliz do que ele jamais esteve em toda sua vida. É difícil de entender para nós que estamos aqui, mas eu vi isso com Heath. Por alguma razão, era hora de Heath morrer, e ele pertencia ali, com Nyx. Assim como Jack também pertence àquele lugar, agora. Eu sei em meu coração que eles estão ambos completamente em paz. — Promete?

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— Absolutamente. Nós temos que ser fortes por cada um aqui, e acredite que nós iremos vê-los novamente um dia. — Se você diz isso, eu acredito, Z, — ela disse, sua voz parecendo melhor. — Você realmente precisa voltar pra casa. Não sou apenas eu que preciso ouvir de nossa Alta Sacerdotisa o discurso de que tudo-vai-ficar-bem. — Damien está muito mal, hein? — É, estou preocupada com ele, e as Gêmeas, e o resto das crianças. Droga, Z, eu estou preocupada até mesmo com Dragon. É como se o mundo inteiro estivesse mergulhando em tristeza. — Eu não sabia o que dizer. Não, não é verdade. Eu sabia o que queria dizer: eu quero gritar, se o mundo inteiro está mergulhando em tristeza porque eu iria querer voltar? Mas eu sabia que isto era fraco e errado de muitas maneiras diferentes. Então ao invés eu disse, meio sem jeito, — Nós vamos atravessar isso, nós conseguiremos. — É, nós vamos! — ela disse firmemente. — Ok, olhe, juntas você e eu, seremos capazes de descobrir um jeito de mostrar que Neferet é mal para o Alto Conselho de uma vez por todas. — Eu ainda não posso acreditar que eles compraram esta tonelada de merdas que ela empurrou para eles, — eu disse. — Nem eu. Eu acho que isso basicamente veio da palavra de uma Alta Sacerdotisa contra um garoto humano morto. Heath perdeu.

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— Neferet não é mais uma Alta Sacerdotisa! Droga, isso me irrita! E agora não é apenas Heath, mas Jack. Ela pagará pelo que ela fez, Stevie Rae. Eu me certificarei que ela pague. — Ela tem que ser detida. — Sim, ela tem. — Eu sabia que nós estávamos certas – que nós tínhamos que lutar para tirar Neferet do poder, mas o simples pensamento disso me esgotou. Até mesmo eu ouvi a exaustão em minha voz. Eu estava cansada de corpo e alma, verdadeiramente doente e cansada de lutar contra o mal de Neferet. Parecia que a cada passo adiante que eu dava, eu estava, de alguma forma, por fim, não importava o quê, dando dois passos para trás. — Ei, você não está nisto sozinha. — Obrigada, Stevie Rae. Eu sei que não. E de qualquer forma, isto não é de fato sobre mim. Isto é sobre fazer o que é certo por Heath e Jack e Anastasia e quem mais Neferet e sua horda do mal decida massacrar da próxima vez. — É, você pode dizer isso, mas o mal fez uma merda de um dano muito grande em você recentemente. — É verdade, mas eu ainda estou de pé. Um montão de outras pessoas não está. — Eu sequei meu rosto com minha manga novamente, desejando ter um Kleenex. — Falando de mal, morte e tudo mais: Você viu Kalona? De nenhuma forma Neferet realmente o açoitou e o baniu. Ele está totalmente em tudo com ela. Isso quer dizer que se ela está em Tulsa, ele está em Tulsa.

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— Bem, os rumores são que ela realmente o açoitou, — Stevie Rae disse. Eu bufei. — Isso, imaginei. É suposto que ele seja seu Consorte, então ela o tem derrotado. Uau. Eu meio que sabia que ele gostava de dor, mas até mesmo eu estou surpresa dele ter concordado com isso. — Bem, os rumores são que ele não concordou exatamente com isso. — Oh, por favor. Neferet é assustadora, mas ela não pode mandar em um imortal. — Parece que ela pode mandar neste. Ela está tipo meio que controlando-o porquê ele falhou eu sua, uh, covarde missão de aniquilar você. Eu pude ouvir o humor que Stevie Rae estava tentando adicionar a sua voz e eu tentei dar uma risadinha pra seu benefício, mas eu acho que ambas de nós sabíamos que o engraçado nem de longe começava a superar o horrível. — Bem, cê sabe, ser comandado por Neferet é algo que Kalona não vai gostar, e faz pouco tempo que ele teve uma grande e velha dose de não gostar de algo, — eu disse. — Eu ouvi você. Eu acho que é provável que Kalona esteja aqui em algum lugar escondido em volta de todos em sua desagradável sombra, e por isso eu quero dizer a virilha dela, — Stevie Rae disse. — Eca! — Isso me fez rir, e a risada de Stevie Rae se juntou a minha. Por um momento nós éramos as MAPS novamente,

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quebrando a proliferação de merda em nosso mundo. Infelizmente, logo as partes pouco agradáveis de nosso mundo se intrometeram e nossa risada e esta desfaleceu mais rápido do que de costume. Eu suspirei e disse, — Então, durante todos estes rumores e outras coisas você de fato não chegou a ver Kalona, né? — Não, mas estou mantendo meus olhos abertos. — Bom, porque pegar aquele idiota com Neferet depois do que ela falou para o Alto Conselho que tinha banido-o por um século seria definitivamente um passo adiante para provar que ela não é o que todos pensam, — eu disse. — Oh, enquanto você mantém seus olhos abertos, lembre-se de tê-los apontados para cima. O que quer que Kalona seja, aqueles brutos garotos-pássaro dele eventualmente aparecerão também. Não há jeito de eu pensar que eles todos desapareceram de repente. — Ok. É. Peguei isso. — E Stark não me disse que de fato apareceu um Corvo Escarnecedor em Tulsa? — eu parei, tentando me lembrar o que ele tinha dito. — É, um foi visto uma vez, mas não foi mais visto desde então. — A voz de Stevie Rae pareceu estranha, toda apertada como se ela estivesse com dificuldade para falar. Infernos, como eu poderia culpá-la? Eu basicamente deixei-a ali segurando a peteca em minha House of Night. O mero pensamento sobre o que ela tinha atravessado com Jack e Damien fez eu me sentir doente.

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— Ei, seja cuidadosa, tá? Eu não posso continuar de pé se alguma coisa acontecer a você, — eu disse. — Não se preocupe. Serei cuidadosa. — Bom. Então, o pôr do sol é em pouco mais de duas horas. Assim que Stark se levantar nós pegaremos nossas coisas e estaremos no primeiro avião para casa, — eu me ouvi dizer, mesmo que isso tenha feito meu estômago se revirar. — Oh, Z! Estou tão feliz! Além de estar precisando de você aqui, eu senti tanta saudade. Eu sorri para o telefone. — Senti saudade de você também. E será bom estar em casa, — eu menti. — Então me envie uma mensagem de texto quando você souber que horas vocês chegarão. Se eu não estiver em meu caixão estarei lá pra encontrar vocês. — Stevie Rae, você não dorme em um caixão, — eu disse. — Eu poderia muito bem dormir porque eu estou realmente morta para o mundo quando o sol se eleva. — É, Stark também. — Ei, como está seu carinha? Se sentindo melhor? — Ele está bem. — Eu parei e adicionei, — Realmente bem, na verdade. Fiel à sua função, o radar de MAPS de Stevie Rae leu as entrelinhas. — Oh, nuh uh. Vocês não fizeram? — E se tivermos feito? — eu pude sentir minhas bochechas

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se esquentarem. — Então eu diria um grande yee haw ao estilo de Oklahoma! — Bem, um até breve yee haw então. — Detalhes. Eu quero muitos detalhes, — ela disse, e então deu um bocejo gigantesco. — Você terá detalhes, — eu disse. — Está amanhecendo aí? — Passou um pouquinho, enfraquecendo rápido, Z.

na

verdade.

Estou

— Sem problemas. Durma um pouco. Verei você em breve, Stevie Rae. — Até breve, donzela, — ela disse junto de outro bocejo. Eu terminei a ligação e subi para olhar Stark onde ele dormia como um cara morto em sua cama com dossel. Que eu estava totalmente apaixonada por Stark não era a questão, mas justo então eu poderia realmente, realmente ter gostado se eu pudesse sacudir seus ombros e tê-lo acordado como um cara normal. Mas eu sabia que seria inútil até mesmo tentar levantá-lo mais cedo. Hoje o sol estava incomumente brilhante em Skye — Eu quero dizer, super brilhante e sem nenhum indício de nuvens. Não havia jeito de que Stark fosse capaz de se comunicar decentemente comigo por — eu olhei para o relógio — mais duas horas e meia. Bem, por fim isto me deu tempo para empacotar e também encontrar a rainha e contar as novidades a ela — que eu estava partindo deste lugar que parecia tão certo, tão como um lar para mim, este lugar que

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Sgiach tinha decidido trazer de volta para o mundo real novamente, pelo menos algo do tipo, por causa do que eu tinha trazido de volta para a sua vida. E agora, eu estava tirando de volta e deixando isto tudo para trás por que... Meu cérebro entendeu o balbuciante caos de meus pensamentos e tudo se encaixou no lugar. — Porque este não é meu lar, — eu sussurrei. — Meu lar é Tulsa. É onde eu pertenço. — Eu sorri tristemente para meu Guardião adormecido. — É onde eu pertenço. — Eu senti a retidão disso mesmo enquanto eu percebia tudo que estava esperando por mim lá – e tudo que eu estava perdendo indo embora daqui. — É hora de eu ir para casa, — eu disse com firmeza.

*** — Diga alguma coisa. Qualquer coisa. Por favor. — Eu apenas desembuchei tudo para Sgiach e Seoras. Naturalmente, contar a história da horrível morte de Jack me fez chorar copiosamente e com muco. De novo. E então eu balbuciava sobre ter que ir para casa e ser uma adequada Alta Sacerdotisa mesmo que eu não estivesse cem por cento certa do que isso realmente significava, enquanto os dois me observavam silenciosamente com expressões que pareciam sábias e ilegíveis ao mesmo tempo. — A morte de um amigo é sempre difícil de suportar. É duas vezes mais difícil se acontece tão cedo – tão jovem, —

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Sgiach disse. — Eu sinto muito por sua perda. — Obrigada, — eu disse. — Isso ainda não parece real. — Aye, bem, mas parecerá, moça, — Seoras disse gentilmente. — Você dever se lembrar, todavia, que uma rainha põe de lado o luto pelo dever. Você não poder pensar com clareza se a cabeça estiver cheia de pesar. — Eu não acho que sou velha o bastante para tudo isso, — eu disse. — Ninguém é, criança, — Sgiach disse. — Eu gostaria que você considerasse uma coisa antes que vocês nos deixem. Quando você perguntou se podia permanecer aqui em Skye, eu disse que você poderia ficar aqui até que sua consciência mandasse você partir. É a sua consciência falando com você agora, dizendo que é a hora certa para você partir, ou é a maquinação de outros que está– — Ok, pare, — eu disse. — Neferet provavelmente acredita que está me manipulando pra voltar, mas a verdade é que eu tenho que voltar para Tulsa porque é minha casa. — Eu encontrei os olhos de Sgiach enquanto continuava falando, esperando que ela pudesse entender. — Eu amo isto aqui. Em muitos níveis parece certo estar aqui — tão certo que seria muito fácil para eu ficar aqui. Mas, como você disse, o caminho da Deusa não é fácil — fazer o certo não é fácil. Se eu ficar aqui e ignorar minha casa, eu não estarei ignorando apenas minha consciência, mas eu estarei virando as costas para o caminho da Deusa.

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Sgiach assentiu, parecendo satisfeita. — Então seu retorno é por motivo de poder, não de manipulação, embora Neferet não saberá disso. Ela acreditará que apenas bastou uma simples morte para induzir você a fazer a jogada dela. — A morte de Jack não é uma coisa simples, — eu disse irada. — Não, isso não ser simples pra você, mas uma criatura da Escuridão mata rapidamente, facilmente, e com nenhum pensamento a não ser seu próprio ganho, — Seoras disse. — E por causa disso Neferet não compreenderá que você retornou a Tulsa porque foi sua escolha seguir o caminho da Luz e de Nyx. Ela subestimará você por causa disso, — Sgiach disse. — Obrigada. Eu me lembrarei disso. — Eu encontrei o olhar claro e forte de Sgiach. — Você e Seoras e o resto dos Guardiões que quiserem podem vir comigo, você sabe. Com vocês ao meu lado não há forma de Neferet vencer. A resposta de Sgiach foi instantânea. — Se eu deixar minha ilha as conseqüências disso agitariam o Alto Conselho. Nós coexistimos com eles em paz por séculos porque eu escolhi me abster das políticas e restrições da sociedade vampyra. Se eu me juntasse ao mundo moderno eles não seriam capazes de continuar fingindo que eu não existo. — E se isso for uma coisa boa? Quero dizer, pra mim parece que está na hora do Alto Conselho ser sacudido, e a sociedade vamp com ele. Eles acreditam em Neferet e deixaram-na

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fugir matando pessoas – pessoas inocentes. — Minha voz estava forte e afiada e por um momento eu pensei que eu soava quase como uma verdadeira rainha. — Esta não ser nossa batalha, moça, — Seoras disse. — Por que não? Por que lutar contra o mal não é sua batalha também? — eu circulei o Guardião de Sgiach. — O que faz você pensar que nós não lutamos contra o mal aqui? — Foi Sgiach que me respondeu. — Você foi tocada pela magia ancestral desde que você chegou aqui. Diga-me honestamente, antes você alguma vez sentiu algo como isso lá fora em seu mundo? — Não, não senti. — Eu sacudi minha cabeça lentamente. — O que nós temos feito ser lutar para manter os antigos caminhos, — Seoras disse. — E isso não poder ser feito em Tulsa. — Como você pode estar tão certo? — Eu perguntei. — Porque não há nenhuma magia ancestral deixada lá! — Sgiach disse, quase gritando de frustração. Ela se virou de costas e caminhou até a enorme janela panorâmica que dava para o pôr do sol na água azul-acinzentada que cercava Skye. Suas costas estavam duras com a tensão, sua voz apertada com a tristeza. — Lá fora naquele seu mundo, a mística e maravilhosa magia ancestral, onde o touro negro era venerado junto com a Deusa, onde o equilíbrio masculino e feminino era respeitado, e onde até mesmo as pedras e árvores tinham alma, tinham nomes, tem sido destruída pela civilização, a

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intolerância e o esquecimento. As pessoas hoje, vampyros e humanos semelhantemente, acreditam que a terra é apenas uma coisa morta onde eles vivem – que é de alguma forma errado ou mal ou bárbaro ouvir as vozes das almas do mundo, e então o coração e a nobreza de um modo de vida inteiro secou e murchou... — E encontrou abrigo aqui, — Seoras continuou quando a voz de Sgiach falhou. Ele se moveu para o lado dela. As costas dela estavam viradas para mim, mas ele me encarou. Levemente Seoras tocou o ombro dela e então deixou seus dedos se arrastarem até o braço dela para pegar a mão da rainha. Eu pude ver o corpo dela reagir a seu toque. Era como se através dele ela achasse seu centro. Antes dela se virar para mim, eu a vi apertar e então soltar a mão dele, e quando nossos olhos se encontraram novamente ela estava, mais uma vez, imponente, forte e calma. — Nós somos o último baluarte dos caminhos ancestrais. Tem sido minha tarefa por séculos proteger a magia ancestral. O solo aqui ainda é sagrado. Por venerar o touro negro e respeitar sua contraparte, o touro branco, o equilíbrio ancestral é mantido e há um pequeno lugar deixado neste mundo que se lembra. — Se lembra? — Aye, se lembra do tempo em que honra significar mais que a si mesmo, e lealdade não ser uma opção ou uma reflexão tardia, — Seoras disse solenemente.

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— Mas eu vejo algo disso em Tulsa. Há honra e lealdade ali também, e muitos do povo de minha avó, os Cherokee, ainda respeitam o solo. — Até certo ponto isto pode ser verdade, mas pense no bosque – como você se sentiu nele. Pense em como este solo fala com você, — Sgiach disse. — Eu sei que você o ouve. Eu vejo isso em você. Você sentiu algo realmente como isso fora de minha ilha? — Sim, — eu disse antes de realmente pensar. — O bosque no Outromundo parece muito com o bosque ao longo da estrada para o castelo. — Então eu percebi o que eu estava dizendo, e Sgiach de repente fez sentido. — É isso, não é? Você realmente tem um pedaço da magia de Nyx aqui. — De certa forma. O que eu tenho de fato é até mesmo mais antigo que a Deusa. Você vê, Zoey, Nyx não foi perdida para o mundo. Ainda. Seu equilíbrio masculino foi, e eu temo que por causa disto o equilíbrio entre bem e mal, Luz e Escuridão, foi perdido também. — Aye, nós sabemos que foi, — Seoras corrigiu-a gentilmente. — Kalona. Ele é parte desta coisa fora-de-equilíbrio. — eu disse. — É verdade que ele costumava ser Guerreiro de Nyx. De alguma forma isso ficou fora de lugar, junto com um monte de outras coisas quando ele apareceu em nosso mundo, porque aqui não é onde ele pertence. — Saber isso não me fez sentir culpada por ele, ou mal por ele, me fez começar a entender o ar de desespero que eu tinha sentido muitas vezes

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em volta dele. E isto era conhecimento. Com conhecimento vem o poder. — Então você vê porque é tão importante que eu não deixe minha ilha, — Sgiach disse. — Vejo, — eu disse relutantemente. — Mas eu ainda acho que você pode estar errada sobre não ter magia ancestral deixada no mundo aí fora. O touro negro se materializou em Tulsa, lembra-se? — Aye, mas não antes que o touro branco se materializasse primeiro, — Seoras disse. — Zoey, eu gostaria muito de acreditar que o mundo lá fora não destruiu inteiramente a magia ancestral, e que causa disso há algo que eu quero que te dar. Sgiach alcançou e desenroscou um longo colar de prata do conjunto de colares entrelaçados que estavam pendurados em seu pescoço. Ela levantou a delicada corrente sobre sua cabeça e segurou-a no alto, no nível de meus olhos. Pendurada na corrente de prata estava uma pedra redonda perfeita leitosa que era suave e macia e me lembrou de um Life Saver8 sabor de coco. As tochas que os Guerreiros começaram a acender piscaram contra a superfície da pedra, fazendo-a brilhar, e eu reconheci a pedra. — É um pedaço do mármore de Skye, — eu disse.

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— É — um pedaço especial do mármore de Skye chamado de pedra do profeta. Foi achado a mais de cinco séculos atrás por um Guerreiro em sua jornada Xamânica enquanto ele corria na Cordilheira Cuillin nesta mesma ilha, — Sgiach disse. — Um Guerreiro numa jornada Xamânica? Isto não acontece com muita freqüência, — eu disse. Sgiach sorriu e seu olhar foi do pedaço de mármore pendurado para Seoras. — Cerca de uma vez a cada quinhentos anos isso acontece. — Aye, isto estar quase certo, — Seoras disse, retornando seu sorriso com uma intimidade que fez eu me sentir como se devesse olhar para longe. — Em minha opinião, uma vez a cada quinhentos anos é mais que o bastante para algum pobre carinha Guerreiro fazer esta coisa de Xamã. Meu estômago deu um pequeno e bobo aperto de prazer ao som de sua voz e eu olhei da rainha e seu Guardião para ver Stark de pé nas sombras atrás da porta em arco, amarrotado e olhando de soslaio para o que restava da luz da janela panorâmica. Ele estava vestindo jeans e uma camisa, e ele parecia muito como seu antigo eu que uma pontada de saudade de casa — a primeira real que eu senti desde que eu retornei do Outromundo — passou através de mim. Eu estou indo para casa. O pensamento me fez sorrir enquanto eu corria para Stark. Sgiach fez um gesto com sua mão. As pesadas cortinas foram fechadas cobrindo a última luz do sol, permitindo que Stark saísse das sombras e me pegasse em seus

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braços. — Ei, eu pensei que você não estaria de pé por mais uma hora mais ou menos, — eu disse, abraçando-o apertadamente. — Você estava chateada, e isso me despertou, — ele sussurrou em meu ouvido. — Além disso, eu estava tendo algum sonho estranho. Eu fui para trás então eu pude olhar em seus olhos. — Jack está morto. Stark começou a sacudir sua cabeça em negação, e então parou, tocou minha bochecha, e deu um longo suspiro. — Isso foi o que eu senti. Sua tristeza. Z, eu sinto muito. Que diabos aconteceu? — Oficialmente um acidente. Na verdade foi Neferet, mas ninguém pode provar, — eu disse. — Quando nós vamos para Tulsa? Eu sorri agradecendo a ele enquanto Sgiach disse, — Esta noite. Nós podemos arranjar pra vocês partirem tão logo tenham suas malas feitas e estejam prontos. — Então, o que há com esta pedra? — Stark perguntou, pegando minha mão. Sgiach a levantou novamente. Eu estava pensando em quão bonita ela parecia quando ela retorceu suavemente na corrente e meu olhar foi puxado para o círculo perfeito no centro. O mundo se estreitou e desapareceu em volta de mim enquanto todo o meu ser se concentrou no buraco na pedra

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porque por um instante eu tive um vislumbre da sala através do buraco. A sala sumiu! Lutando contra uma onda de vertigem nauseante, eu olhei fixamente através da pedra de profeta para o que parecia como um mundo submarino. Figuras flutuavam e passavam em volta, todas em tons de turquesa e topázio, cristal e safira. Eu pensei ter visto asas, barbatanas e longas e espiraladas cascatas de cabelo flutuando. Sereias? Ou são artêmias9? Eu perdi completamente a cabeça, foi meu último pensamento antes de eu perder minha batalha com a tontura e terminar estatelada sobre minhas costas no chão. — Zoey! Olhe para mim! Diga algo! Stark, parecendo completamente assustado, estava curvado sobre mim. Ele me segurava pelos ombros e estava no momento sacudindo o inferno fora de mim. — Ei, pare, — eu disse fracamente, tentando sem sucesso afastá-lo. — Apenas deixe-a respirar. Ela ficará bem em um instante, — veio a supercalma voz de Sgiach. — Ela desmaiou. Isto não é normal, — Stark disse. Ele ainda estava segurando meus ombros, mas tinha parado de sacudir meu cérebro. — Eu estou consciente e estou bem aqui, — eu disse. — Me 9

Artêmias: http://pt.wikipedia.org/wiki/Art%C3%AAmia

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ajude a sentar. A carranca de Stark dizia que ele preferia não fazer, mas ele fez como eu pedi. — Beba isto, — Sgiach segurava um cálice de vinho sob meu nariz que eu pude sentir o cheiro e estava fortemente misturado com sangue. Eu segurei-o e bebi profundamente enquanto ela dizia, — E é normal uma Alta Sacerdotisa desmaiar da primeira vez que ela usa o poder de uma pedra de profeta, especialmente se ela está despreparada para isso. Sentindo-me muito melhor depois do vinho sanguinolento (eca, mas yumm), eu levantei minhas sobrancelhas pra ela e me levantei. — Você não poderia ter me preparado para isso? — Aye, mas então a pedra de profeta só funcionar para algumas Altas Sacerdotisas, e se não funcionasse pra você, você não ter seu orgulho ferido, não é? — Seoras disse. Eu esfreguei meu traseiro. — Eu acho que eu preferiria arriscar ferir meu orgulho ao invés de ferir minha bunda. Ok, que diabos eu vi? — Com o que parecia? — Sgiach perguntou. — Um estranho aquário submarino através daquele pequeno buraco. — Eu apontei na direção da pedra, mas fui cuidadosa para não olhá-la. Sgiach sorriu. — Sim, e onde você viu seres como este antes? Eu pisquei compreendendo, — O bosque! Eles são

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duendes da água. — De fato, — Sgiach assentiu. — Então isso é como um descobridor de magia? — Stark perguntou, dando à pedra um olhar de soslaio. — É, quando usado por uma Alta Sacerdotisa com o tipo certo de poder. — Sgiach levantou a corrente e colocou-a em meu pescoço. A pedra de profeta se posicionou entre meus seios, parecendo quente como se estivesse viva. — Isto realmente encontra magia? — eu pus minha mão reverentemente sobre a pedra. — Apenas um tipo, — Sgiach disse. — Magia da água? — Eu perguntei confusa. — Não ser o elemento que importa. Ser a própria magia, — Seoras disse. Antes que eu pudesse dizer o huh que estava obviamente estampado em meu rosto, Sgiach explicou, — Uma pedra de profeta está em sintonia apenas com a mais ancestral das magias: o tipo que eu protejo em minha ilha. Eu estou presenteando você com isso então você poderá, de fato, reconhecer os Antigos, se algum ainda existir no mundo lá fora. — Se ela achar algum tipo desta magia, o que ela deve fazer? — Stark perguntou ainda dando à pedra olhares desconfiados. — Alegrar-se ou correr, dependendo do que você

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descobrir, — Sgiach disse com um sorriso irônico. — Lembrar, moça, foi a magia ancestral que enviar seu Guerreiro para o Outromundo, e a magia ancestral fazer dele seu Guardião, — Seoras disse. — Isto não ter sido enfraquecido pela civilização. Eu fechei minha mão em volta da pedra de profeta, a memória de Seoras parado sobre Stark, como em transe, cortando-o de novo e de novo de tal modo que seu sangue escorria pelo antigo sulco na pedra que eles chamavam de Seol ne Gigh, o Leito do Espírito. De repente eu percebi que eu estava tremendo. Então a mão quente e forte de Stark cobriu a minha e eu olhei em seu olhar firme. — Não se preocupe. Eu estarei com você, e seja a hora de correr ou se alegrar, nós estaremos juntos. Eu sempre estarei em suas costas, Z. Então, pelo menos naquele momento, eu me senti segura.

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Stevie Rae — Ela está realmente vindo pra casa? A voz de Damien estava tão suave e trêmula que Stevie Rae teve que se abaixar sobre a cama para ouvi-lo. Seus olhos estavam opacos e mais que um pouco vagos, e ela não pôde dizer se era por causa do coquetel de remédios/sangue que os vamps na enfermaria tinham dado a ele que estavam de fato funcionando, ou se ele estava ainda em choque. — Você tá brincando? Z pegou o primeiro avião pra sair de lá. Ela estará em casa em cerca de três horas. Se você quiser, você pode vir ao aeroporto comigo para pegar ela e Stark. — Stevie Rae estava sentada na borda da cama de Damien, então era fácil para ela esfregar a cabeça de Duquesa – uma vez que a cadela estava curvada em volta de Damien. Quando ele não deu nenhuma resposta exceto o olhar em branco para a parede em sua frente, ela deu à Duquesa um outro afago. Em retorno a Labradora bateu o rabo debilmente uma vez, duas. — Você é uma ótima cadela e tudo o que há de bom nisso, — Stevie Rae falou à Labradora dourada. Duquesa abriu seus olhos e deu a Stevie Rae um emotivo olhar, mas seu rabo não sacudiu

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novamente e ela não fez seu usual bufo de cachorro feliz. Stevie Rae fez uma carranca. Ela estava parecendo magra? — Damien, querido, Duq tem recebido algo pra comer ultimamente? Ele piscou para ela, parecendo confuso, olhando para o cachorro enrolado em volta dele, e então seus olhos de fato começaram a limpar, mas entes que ele pudesse dizer algo a voz de Neferet veio por trás de Stevie Rae, embora ela não tinha ouvido a vamp entrar no quarto. — Stevie Rae, Damien está em um estado muito frágil emocionalmente no momento. Ele não deveria ter que se preocupar com tais trivialidades como alimentar um cão ou agir como um mordomo comum indo ao aeroporto receber um calouro. Neferet passou por ela. Cheia de preocupação materna, ela se abaixou sobre Damien. Stevie Rae automaticamente se levantou e se colocou a uns metros distante. Ela poderia ter jurado que algo nas sombras que circulavam em volta da bainha do longo vestido de seda de Neferet tinha começado a deslizar em direção a ela. Em uma reação similar, Duquesa se afastou de Damien e se enroscou melancolicamente no final da cama, juntando-se ao gato ainda adormecido dele, todo o tempo mantendo seu olhar treinado sem piscar em Damien. — Desde quando buscar um amigo no aeroporto é trabalho de mordomo? E acredite em mim — eu sei o que é o trabalho de um mordomo.

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Stevie Rae olhou para a porta onde Aphrodite parecia ter simplesmente se materializado. Bem, me bata e me chame de bebê — eu estou tão por fora que não consigo ouvir mais nada? Stevie Rae pensou. — Aphrodite, eu tenho algo a dizer a você que se aplica a todos neste quarto, — Neferet disse, soando régia e super-nocontrole. Aphrodite colocou uma mão em sua fina cintura, e disse, — É? O quê? — Eu decidi que o funeral de Jack deve ser da mesma maneira que o de um vampyro completamente Mudado. A pira funerária dele será acesa esta noite, assim que Zoey chegar na House of Night. — Você está esperando pela Zoey? Por quê? — Stevie Rae perguntou. — Porque ela era uma boa amiga de Jack, é claro. Mas, mais importante é que, por causa da confusão que reinou aqui quando eu estava sob a influência de Kalona, Zoey serviu como Alta Sacerdotisa de Jack. Este momento infeliz, é felizmente passado, mas é justo que Zoey acenda a pira de Jack. Stevie Rae pensou em quão horrível era que os belos olhos esmeralda de Neferet pudessem parecer tão perfeitamente inocentes, mesmo enquanto ela estava tecendo uma teia de enganos e mentiras. Ela queria muito gritar para a Tsi Sgili que ela sabia seu segredo; que Kalona estava aqui e ela estava

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controlando-o, e não o inverso. Que ela nunca esteve sob influência dele. Neferet soube desde o início quem e o que Kalona era, e o que ela estava fazendo agora era tirar seu traseiro da reta. Mas o próprio terrível segredo de Stevie Rae parou as palavras em sua garganta. Ela ouviu Aphrodite engolir o fôlego, como se ela estivesse se preparando para começar o negócio de vá-se-danar, mas neste momento Damien atraiu a atenção de todos para ele quando colocou sua cabeça nas mãos e começou a soluçar, dizendo entrecortadamente, — E-eu apenas não p-posso compreender como ele se foi. Stevie Rae empurrou passando em volta de Neferet e puxou Damien para seus braços. Ela estava feliz de ver Aphrodite passar para o outro lado da cama e descansar sua mão no ombro de Damien. Ambas as garotas deram a Neferet olhares estreitos de desconfiança e desgosto. O rosto de Neferet permaneceu triste, mas impassivo, como se ela conhecesse a tristeza de Damien, mas ela deixou isso do lado de fora e não em seu interior. — Damien, deixarei você no consolo de seus amigos. O Vôo de Zoey aterriza no Aeroporto Internacional de Tulsa às 21:58 esta noite. Eu preparei a pira funerária para meia-noite exatamente, pois é um momento propício. Vejo vocês lá. — Neferet deixou o quarto, fechando a porta atrás dela com um quase inaudível clique. — Fodida puta mentirosa, — Aphrodite disse sob sua respiração. — Por que ela está se fingindo de legal?

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— Ela está seriamente metida em algo, — Stevie Rae disse enquanto Damien chorava em seu ombro. — Eu não posso fazer isso. — Damien de repente se levantou e se afastou de ambas. Ele sacudiu sua cabeça de um lado pro outro, de um lado pro outro. Os fortes soluços tinham parado, mas as lágrimas continuavam a escorrer por suas bochechas. Duquesa rastejou até ele, e deitou em seu colo, com o nariz apontado próximo a sua bochecha. Cammy se enrolou firmemente contra o lado dele. Damien envolveu um braço em volta da grande cadela dourada, e o outro em volta de seu gato. — Eu não posso dizer adeus para Jack e lidar com o drama de Neferet. — Ele olhou de Stevie Rae para Aphrodite. — Eu entendo porque a alma de Zoey se despedaçou. — Não não não não não. — Aphrodite se abaixou sobre ele o pôs seu dedo no rosto de Damien. — Eu não vou lidar com este estresse novamente. Jack estar morto é ruim. Muito ruim. Mas você mantenha-se inteiro. — Por nós, — Stevie Rae adicionou em um tom muito suave, dando a Aphrodite um olhar seja legal! — Mantenha-se inteiro por seus amigos. Nós quase perdemos Zoey. Nós perdemos Jack e Heath. Nós não podemos perder você também. — Eu não posso mais lutar com ela, — Damien disse. — Eu não tenho mais coração. — Ele ainda está aí, — Stevie Rae disse suavemente. — Está apenas ferido.

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— Ele se curará, — Aphrodite disse, não indelicadamente. Os olhos de Damien estavam brilhando com lágrimas quando ele olhou para ela. — Como você sabe? Seu coração nunca foi ferido. — Ele voltou seu olhar para Stevie Rae. — Nem o seu. — Enquanto Damien continuava a falar, as lágrimas caíram mais rápido e mais rápido por suas bochechas. — Não deixem seu coração ser ferido. Isso dói demais. Stevie Rae engoliu. Ela não podia contar a ele – ela não podia contar a nenhum deles, mas o quanto mais ela se importava com Rephaim, mais seu coração era ferido a cada dia. — Zoey está se curando, e ela perdeu o Heath, — Aphrodite disse. — Se ela pode fazer isso, você também pode, Damien. — E ela está realmente vindo pra casa? — Damien repetiu a pergunta do início. — Sim, — Aphrodite e Stevie Rae disseram juntas. — Ok. Bom. É. Ficará melhor quando Zoey estiver aqui, — Damien disse, ainda abraçando Duquesa, com Cameron apertado ao seu lado. — Ei, Duquesa e Cammy parecem que precisam de uma janta. — Aphrodite disse. Stevie Rae estava surpresa de vê-la alcançar, e, tentar acariciar a cabeça da cadela. — Não vejo nenhuma comida de cachorro aqui, e tudo que Cammy tem é esta coisa miserável e seca. Francamente, Malévola nem olha

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para coisas que não se pareçam com peixe fresco. O que acha de Darius me ajudar a trazer alguma comida pra eles? A menos que você prefira ficar sozinho. Aí então, eu posso levar Cammy e Duquesa comigo e alimentá-los pra você. Os olhos de Damien se alargaram e rolaram. — Não! Não leve eles. Eu quero que eles fiquem aqui comigo. — Ok, ok, sem problemas. Darius pode pegar a comida da Duquesa, — Stevie Rae falou, se perguntando em que diabos Aphrodite estava pensando. Não havia jeito de que Damien precisasse ficar sem aqueles animais. — A comida e as coisas de Duq estão no quarto de Jack, — Damien disse, terminando em um pequeno soluço. — Você quer que tragamos todas as coisas dela para cá? — Stevie Rae perguntou, pegando a mão de Damien. — Sim, — ele sussurrou. Então seu corpo estremeceu e seu rosto empalideceu ainda mais do que já estava. — E não deixem-nos jogar as coisas de Jack fora! Eu tenho que vê-las! Eu tenho que passar por isso! — Estou na sua frente com isso. Não há forma de eu deixar aqueles vamps colocarem suas garras nas coleções super legais de Jack. Eu deleguei a responsabilidade de empacotar as coisas dele e escondê-las para as Gêmeas, — Aphrodite disse, com olhar presunçoso. Damien, claramente esquecendo por apenas um instante que seu mundo estava imerso em tragédia, quase sorriu. — Você conseguiu que as Gêmeas façam algo?

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— Com certeza, — Aphrodite disse. — O que isso te custou? — Stevie Rae perguntou. Aphrodite fez uma careta. — Duas camisas da nova coleção do Hale Bob. — Mas eu não sabia que as coisas de primavera dele já estavam à venda, — Damien disse. — A: Olá – feliz10 que você saiba disso, e b: as coleções estão sempre à venda mais cedo se você é podre de rico e sua mãe "conhece" alguém, — ela disse, gesticulando as aspas da palavra no ar. — Quem é Hale Bob? — Stevie Rae perguntou. — Oh, pelo amor do saco plástico, — Aphrodite disse. — Apenas venha comigo. Você pode me ajudar a carregar os apetrechos da cachorra. — E com isso você quer dizer eu carregá-los, certo? — Certo. — Aphrodite se abaixou, e, como se ela fizesse isso todos os dias, beijou Damien no topo da cabeça. — Voltarei com os trecos da cachorra e do gato. Oh, quer que eu traga a Malévola? Ela.. — Não! — Damien e Stevie Rae disseram juntos com tons gêmeos de horror.

Feliz: no original a palavra é gay, que significa feliz e também é usada para se referir a uma pessoa que é homossexual. Neste caso a personagem faz uma brincadeira com a palavra para os dois sentidos. 10

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Aphrodite levantou seu queixo indignadamente. — É tão típico que ninguém entenda aquela magnífica criatura exceto eu. — Vejo você logo, — Stevie Rae falou a Damien, e beijou-o na bochecha. Do lado de fora, no corredor, Stevie Rae encarou Aphrodite. — Sério, até mesmo você não pode ter pensado que levar aqueles animais pra longe dele seria uma boa idéia. Aphrodite rolou seus olhos e jogou seu cabelo para trás. — Claro que não, sua débil mental. Eu sabia que isso o deixaria horrorizado e começaria a tirá-lo deste estado superdeprimido-desprovido-de-reação, coisa que, de certo, aconteceu. Darius e eu traremos a comida para o zoológico, e, apenas coincidentemente, pararemos no salão de jantar e pegaremos alguma coisa pra levar pra nosso jantar, traremos o bastante pra ele, e Damien é muito princesa pra nos expulsar ou deixar prepararmos nossa refeição sozinhos. Et voilà! Damien tem algo em seu estômago antes de ter que atravessar todo o horror de toda a pira funerária. — Neferet está preparando algo realmente, realmente mau, — Stevie Rae disse. — Conte com isso, — Aphrodite disse. — Bem, por fim isto acontecerá na frente de todos, então ela não pode tipo matá-la. Aphrodite levantou suas sobrancelhas desdenhosamente para Stevie Rae. — Na frente de todos Neferet libertou Kalona,

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matou Shekinah, e tenteou mandar Stark, que é incapaz de errar o alvo em que diabos ele atira, a atirar uma flecha em você uma vez e em Z na outra vez. Seriamente, caipira, siga a pista. — Bem, havia circunstâncias atenuantes comigo, e Neferet não mandou Stark atirar em Z na frente de toda a escola, apenas na nossa frente e de um bando de freiras. É claro que agora ela está dizendo que Kalona obrigou-a a fazer ambas as coisas. Além disso, ainda é nossa palavra contra a dela. Ninguém ouve adolescentes, ou freiras, para o que importa. — Você duvida por um instante sequer que Neferet pode fazer o que quiser esta noite como se fosse uma criança inocente? — Aphrodite parou para uma careta. — Deusa, eu não suporto bebês – uh, todo esse vomitar e comer e cagar e coisas assim. Além disso, eles esticam seus.. — Sério? — Stevie Rae interrompeu seu discurso. — Eu não estou falando de partes de meninas e bebês com você. — Eu estava apenas usando uma analogia, estúpida. Basicamente, nós estaremos dentro de alguma merda em apenas umas poucas horas. Então prepare Z enquanto eu tento sustentar Damien para que ele não se dissolva numa poça de lágrimas, catarro e angústia esta noite. — Sabe, você não pode fingir ser toda "eu não me importo com Damien" comigo depois de eu ver você beijá-lo no topo de sua cabeça. — Coisa que eu negarei pelo resto de minha muito longa e

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atrativa vida, — Aphrodite disse. — Aphrodite, você nunca irá perder a obsessão consigo mesma? Stevie Rae e Aphrodite deram uma parada de repente quando Kramisha se levantou das sombras na beira da varanda do dormitório das garotas. — Eu vou ter que examinar meus olhos. Eu não posso ver uma droga até que ela esteja direto na minha frente, — Stevie Rae disse. — Não é você, — Aphrodite disse em uma voz inexpressiva. — É Kramisha. Ela está de preto. Sombras são pretas – portanto a razão pela qual não a vimos. Kramisha se levantou e olhou para baixo de seu nariz para Aphrodite. — Não, você apenas não... — Oh, por favor, guarde isso pra si. — Aphrodite murmurou passando por ela até a porta do dormitório. — Preconceito, opressão, os Homens, blá, blá, eca, blá. Eu sou a maior minoria aqui, então nem mesmo tente jogar isso em mim. Kramisha piscou duas vezes e olhou tão surpresa quanto Stevie Rae. — Uh, Aphrodite, — Stevie Rae disse. — Você parece a Barbie. Como no inferno você pode ser uma minoria? Aphrodite apontou para sua própria testa, que estava completamente branca e sem Marcas. — Humana numa escola

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cheia de calouros e vamps igual mi-no-ria. Ela abriu a porta e se contorceu no prédio. — Essa garota não é humana, — Kramisha disse. — Eu diria mais como uma cadela louca, mas eu não quero ofender as cadelas. Stevie Rae exalou um longo e sofrido suspiro. — Eu sei. Você está certa. Ela realmente não é legal, mesmo quando ela está sendo legal. Para ela. Se é que isso faz algum sentido. — Não faz, mas você não está fazendo muito sentido em geral, ultimamente, Stevie Rae, — Kramisha disse. — Sabe de uma coisa? Eu não preciso disso agora e eu não sei o que você quer dizer e neste momento eu não me importo. Vejo você mais tarde, Kramisha. Stevie Rae começou a andar, mas Kramisha parou firme em seu caminho. Ela alisou para trás a borda externa de sua peruca e disse, — Você não tem razão para ter este tom de ódio em sua voz comigo. — Meu tom não é de ódio. Meu tom é de irritação e cansaço. — Nah. É de ódio e você sabe disso. Você não deveria mentir muito. Você não é muito boa nisso. — Muito bem. Não mentirei muito. — Stevie Rae limpou sua garganta, deu uma pequena sacudida como um gato pego em um banho de primavera, colocou um grande e falso sorriso em seu rosto, e recomeçou em um tom de voz super brilhante.

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— Ei, amiga, bom ver você, mas eu tenho que ir agora! Kramisha levantou as sobrancelhas. — Ok, primeiro, não diga "amiga". Você parece aquela garota daquele filme antigo, As Patricinhas de Beverly Hills. A loura que Stacey Dash transformou em algo popular. Nada. Bom. Segundo, você não pode fugir agora porque eu tenho que te dar... — Kramisha! — Sacudindo sua cabeça, Stevie Rae se afastou do pedaço de papel roxo que Kramisha estava dando pra ela. — Eu sou apenas uma pessoa! Eu não posso dirigir nada mais agora além do monte de merda que eu já estou presa — desculpe o meu Francês. Mas você tem que manter seus poemas proféticos pra si mesma. Pelo menos até Z chegar, resolver tudo, e me ajudar a ter certeza de que Damien não se jogará do topo do prédio mais próximo. Kramisha estreitou o olhar para ela. — Pena que você não é apenas uma pessoa. — Mas que carambolas você quer dizer? Claro que eu sou uma pessoa. G-Zuis, eu desejava que houvesse mais que uma de mim. Então eu poderia manter um olho em Damien, me certificar de que Dragon não está totalmente insano, pegar Zoey no maldito aeroporto a tempo e descobrir o que está havendo com ela, arrumar alguma porcaria pra comer, e começar a lidar com o fato de que Neferet está tramando um pastoreio de gatos11 de enormes proporções esta noite no funeral de Jack. Oh, e talvez uma eu poderia tomar um longo banho

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Pastoreio de gatos: expressão usada para se referir a algo extremamente difícil.

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de espumas e ouvir meu Kenny Chesney enquanto eu leio o fim de Somente Deus por Testemunha12. — Somente Deus por Testemunha? Você quer dizer aquela história do Titanic que eu li no ano passado na aula de Literatura? — É. Nós tínhamos apenas começado a ler quando eu morri e revivi, então eu nunca terminei de ler. Eu meio que gostei da história. — Aqui. Vou te ajudar. O NAVIO AFUNDA. ELES MORREM. Fim. Agora, nós podemos, por favor, seguir para algo mais importante? — Ela levantou o pedaço de papel roxo de novo. — Sim, detestável, eu sei o que acontece, mas isso não quer dizer que não é uma boa história. — Stevie Rae prendeu um cacho loiro atrás da orelha. — Você disse que eu não conto bem mentiras? Ok, aqui vai a verdade. Minha mamãe diria que eu tenho muita porcaria no meu prato agora para pegar mais uma garfada de estresse-frango-frito, então vamos deixar a coisa do poema de lado por enquanto. Surpreendendo totalmente Stevie Rae, Kramisha deu um grande passo em seu espaço pessoal, e então a segurou pelos ombros. Olhando fixamente em seus olhos, ela disse, — Você não é apenas uma pessoa. Você é uma Alta Sacerdotisa. Uma Alta Sacerdotisa Vermelha. A única deles. Isso que dizer que Somente Deus por Testemunha: título nacional do filme/livro "A Night to Remember". 12

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você tem que lidar com o estresse. Um monte dele. Especialmente agora quando Neferet está criando todo tipo de bagunça ensandecida. — Eu se disso, mas... Kramisha sacudiu forte seus ombros, e cortou-a dizendo, — Jack está morto. Eles não falaram quem é o próximo. — Então a Poetiza Laureada piscou algumas vezes, franzindo sua suave testa marrom, se inclinou para frente, e deu uma gigante farejada no ar próximo ao rosto de Stevie Rae. Stevie Rae se puxou de seu aperto de torno e deu um passo para trás. — Você está me farejando? — Sim. Você cheira estranho. Eu percebi isso antes. Quando você estava no hospital. — E daí? — E daí que isso me lembra de algo. — Sua mãe? — Stevie Rae disse com uma forçada indiferença. — Nem mesmo vá por este lado. E enquanto eu penso nisso, onde você está indo? — Supõe-se que eu devia estar ajudando Aphrodite a pegar umas coisas pra alimentar o gato de Damien e a Duquesa. Então eu tenho que buscar a Z no aeroporto e deixála saber que Neferet decidiu ficar d elado e deixá-la acender a pira funerária de Jack. Esta noite. — É, nós ouvimos sobre isso. Não parece certo pra mim.

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— Zoey acender a pira de Jack? — Não, Neferet deixá-la fazer isso. — Kramisha coçou a cabeça e sua peruca amarela se moveu de um lado para o outro. — Então, esta é a parada: deixe Aphrodite cuidar das coisas de Damien agora. Você precisa sair daqui, — ela parou e acenou com a mão longa e unhas douradas para as árvores que circulavam o campus da House of Night — e faça esta coisa-de-comunicação-com-a-terra-brilhante-verde que você faz. De novo. — Kramisha, eu não tenho tempo pra fazer isso. — Eu não fiz ainda. Você precisa se recarregar antes que todo o inferno seja solto. Veja, eu não estou realmente certa se Zoey está preparada para o que pode acontecer esta noite. Ao invés de dar um chega-pra-lá em Kramisha e seu eu mandão, Stevie Rae hesitou e pensou sobre o que ela estava falando. — Você deve estar certa, — ela disse lentamente. — Ela não quer voltar, você sabe disso, né? — Kramisha disse. Stevie Rae enquadrou os ombros. — Bem, você quereria? Ela passou por muita coisa. — Eu não acho que eu fosse querer, por isso eu estou te dizendo, porque eu entendo. Mas Zoey não é a única de nós que atravessou muita coisa ultimamente. Alguns de nós ainda estão passando por muitas coisas. Nós temos que aprender a cuidar de nossos negócios e lidar com isso. — Ei, ela está voltando — ela está lidando com isso, —

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Stevie Rae disse. — Eu não estava apenas falando sobre Zoey. — Kramisha dobrou o pedaço de papel roxo no meio e entregou para Stevie Rae, que pegou relutantemente; quando ela assentiu com a cabeça e começou a desdobrá-lo, Kramisha sacudiu sua cabeça. — Você não precisa ler na minha frente. — Stevie Rae olhou para a Poetisa Laureada com um ponto de interrogação marcado em seu rosto. — Olhe, exatamente agora eu tenho que falar com você como uma Poetiza Laureada para sua Alta Sacerdotisa, então você precisa ouvir. Pegue este poema e vá para as árvores. Leia-o ali. Pense muito bem sobre ele. O que quer que você tenha feito, você precisa fazer uma mudança. Este é o terceiro aviso sério que eu recebo sobre você. Pare de ignorar a verdade, Stevie Rae, porque isso não afeta apenas você mesma. Você está me ouvindo? Stevie Rae deu uma profunda respiração. — Estou te ouvindo. — Bom, vá agora. — Kramisha começou a entrar no dormitório. — Ei, você poderia explicar para Aphrodite que eu tenho algo a fazer, então eu não virei? Kramisha olhou sobre seu ombro para Stevie Rae. — É, mas você me deverá um jantar no Red Lobster. — É, tá. Eu gosto do Lobster, — Stevie Rae disse. — Eu vou pedir o que eu quiser. — Claro que sim, — Stevie Rae murmurou, suspirou de

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novo, e se dirigiu para as รกrvores.

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Stevie Rae Stevie Rae não estava completamente certa sobre o que o poema significava, mas ela tinha certeza de que Kramisha estava certa — ela precisava parar de ignorar a verdade e mudar. A parte difícil era, ela não estava certa se ela podia encontrar a verdade mais, muito menos saber como mudar as coisas. Ela olhou para o poema. Sua visão noturna era tão boa que ela nem mesmo teve que movê-lo para fora das sombras sob o antigo carvalho que delimitavam a Utica Street ao lado do campus e ao lado da rodovia que se dirigia para a entrada da escola. — Haiku é sempre tão malditamente confuso, — ela murmurou enquanto relia o poema de três linhas novamente:

Você precisa dizer ao seu coração O manto de segredos sufoca Liberdade: dele para escolher. Era sobre Rephaim. E ela. De novo. Stevie Rae sentou seu traseiro na base da grande árvore e deixou suas costas

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descansarem contra sua grossa casca, confortando-se com a sensação de força que o carvalho exalava. Eu devo dizer ao meu coração, mas o que eu diria? E eu sei que manter este segredo está me sufocando, mas não há ninguém para quem eu possa falar sobre Rephaim. Liberdade é dele para escolher? Infernos, é, mas o pai dele mantém um controle tão duro com ele que ele não enxerga. Stevie Rae pensou em quão irônico era que um antigo imortal e seu filho meio-pássaro, meio-imortal tinham o que era basicamente uma versão à moda antiga do mesmo relacionamento abusivo pai/filho que um zilhão de outras crianças que ela conhecia tinham com seus pais babacas. Kalona tratara-o como um escravo e o fizera acreditar nestas besteiras sobre si mesmo por tanto tempo que Rephaim nem mesmo percebia o quão errado isso era. Então, é claro, era igualmente confuso ela estar onde estava com Rephaim – com Imprint e ligada a ele por causa da dívida da promessa que ela fez ao touro negro da Luz. — Bem, não realmente apenas por causa da dívida, — Stevie Rae sussurrou para si mesma. Ela tinha sido atraída a ele antes disso. — Eu g-gosto dele. — Ela tropeçou nas palavras, mesmo embora a noite estivesse silenciosa e apenas as árvores ouvintes estavam presentes. — Eu queria saber se isto é por causa de nosso Imprint ou porque há realmente algo, alguém dentro dele que valha a pena. Ela sentou ali, observando a teia de galhos nus de inverno sobre sua cabeça. E então, já que ela estava se abrindo para as árvores, ela adicionou, — A verdade é que eu não deveria vê-lo

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novamente. — Apenas imaginar Dragon descobrindo que ela havia salvado e tinha um Imprint com a criatura que matou Anastasia fez que ela se sentisse como se quisesse vomitar. — Talvez a parte sobre liberdade do poema quer dizer que se eu parar de vê-lo, Rephaim poderá escolher ir embora. Talvez nosso Imprint sumirá se nós ficarmos afastados. — Apenas o pensamento disso fez com que ela quisesse vomitar também. — Eu realmente queria que alguém pudesse me dizer o que fazer, — ela disse sombriamente, descansando seu queixo nas mãos. Como se respondendo a ela, a brisa noturna trouxe o som de alguém soluçando. Franzindo a testa, Stevie Rae se levantou, ergueu a cabeça, e escutou. Definitivamente alguém estava chorando compulsivamente. Ela não queria, de fato, seguir o som. A verdade era, ela tinha chorado mais que o suficiente ultimamente, secado suas reservas, mas o choro era tão profundamente triste, que ela não pôde ignorá-lo – não estaria certo ignorar. Então Stevie Rae deixou o choro guiá-la para a pequena estrada que terminava no grande e negro portão de ferro que era a entrada principal da escola. De início ela não entendeu o que estava vendo. É, ela podia dizer que a pessoa chorando era uma mulher, e ela estava fora do portão da House of Night. Quando Stevie Rae se aproximou pôde ver que a mulher estava ajoelhada em frente ao portão, exatamente no lado direito dele. Ela inclinou-se para o que parecia ser uma grande coroa de flores funerária

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feita de cravos rosa de plástico e coisas verdes contra a pilastra de pedra. Na frente da coroa ela tinha acendido uma vela verde, e, enquanto ela continuava a chorar, estava pegando uma fotografia de sua bolsa. Foi quando a mulher atraiu a fotografia para seus lábios para beijá-la que os olhos de Stevie Rae capturaram seu rosto. — Mama! Ela mal sussurrou a palavra, mas a cabeça de sua mãe se levantou e seus olhos instantaneamente acharam Stevie Rae. — Stevie Rae, bebê? Ao som da voz de sua mãe, o nó que estava se formando no estômago de Stevie Rae de repente se dissolveu, e ela correu para o portão. Com nenhum outro pensamento exceto alcançar sua mãe, Stevie Rae escalou a parede de pedra facilmente, aterrizando do outro lado. — Stevie Rae? — ela repetiu, desta vez em um questionante sussurro. Achando impossível falar, Stevie Rae apenas acenou com a cabeça, fazendo as lágrimas que tinham começado a encher seus olhos inundou e se derramou sobre seu rosto. — Oh, bebê, estou tão feliz de conseguir vê-la uma vez mais. — Sua mãe limpou seu rosto com um lenço de pano antigo que ela estava segurando em uma das mãos, fazendo um óbvio esforço para parar de chorar. — Querida, você está feliz onde quer que você esteja? — Sem esperar por uma resposta, ela continuou falando, olhando fixamente para o

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rosto de Stevie Rae como se estivesse tentando memorizá-lo. — Eu senti tanto sua falta. Eu queria ter vindo antes e deixado esta coroa para você, e a vela e esta fotografia realmente fofa, mas eu não pude vir para cá por causa da tempestade. Então, quando as estradas foram abertas, eu não pude vir por causa de mim mesma, porque visitar este lugar e deixar todas estas coisas aqui faria disso o fim. Você realmente estaria morta. — Ela murmurou a palavra, incapaz de falar. — Oh, Mama! Eu senti tanta falta de você também! — Stevie Rae se atirou em seus braços, enfiou seu rosto no casaco azul de sua mãe, e respirando o cheiro de lar, chorou com todo seu coração. — Oh, querida. Vai dar tudo certo. Você verá. Tudo ficará bem. — Ela acalmou e deu um tapinha nas costas de Stevie Rae e a abraçou bem forte. Finalmente, depois do que parecia ser horas, Stevie Rae foi capaz de olhar para sua mãe. Virginia "Ginny" Johnson sorriu entre suas lágrimas e beijou sua filha, primeiro na testa e então gentilmente em seus lábios. Depois disso, ela alcançou dentro do bolso de seu casaco e puxou um segundo lenço, este ainda dobrado. — Foi bom eu ter comprado mais de um. — Obrigada, Mama. Você sempre vem preparada. — Stevie Rae sorriu e secou seu rosto e assoou seu nariz. — Você não tem nenhum daqueles cookies de chocolate, tem? Sua mãe franziu a testa. — Bebê, como você pode comer? — Bem, com minha boca como eu sempre comi.

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— Bebê, — ela disse, parecendo cada vez mais confusa. — Eu não me importo que você esteja se comunicando através do mundo dos espíritos. — Mama Johnson disse a última parte com um tom meio que "woo-woo" para sua voz e tentou fazer gestos meio místicos com as mãos. — Estou apenas realmente feliz de poder ver minha menina novamente, mas eu tenho que admitir que levará um tempo para eu me acostumar com a idéia de você ser um fantasma, e essa coisa toda, especialmente um que chora lágrimas reais e come. Isso simplesmente não faz muito sentido. — Mama, eu não sou um fantasma. — Você é algum tipo de aparição? De novo, bebê, isso não importa para mim. Eu ainda amarei você. Eu virei aqui e te visitarei muitas e muitas vezes se for isso que você quer para assombrar. Eu só estou perguntando para que eu possa saber. — Mama, eu não estou morta. Bem, não mais. — Bebê, você teve uma experiência paranormal? — Mama, você não tem idéia. — E você não está morta? Absolutamente? — Mama Johnson perguntou. — Não, e eu realmente não sei por quê. Parece que eu morri, mas então eu voltei, e agora eu tenho isto, — Stevie Rae apontou para as Marcas de tatuagem vermelha de videiras e folhas que preenchiam seu rosto. — Aparentemente, eu sou a primeira Vampyra Vermelha Alta Sacerdotisa.

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Mama Johnson tinha parado de chorar, mas à explicação de Stevie Rae, lágrimas encheram seus olhos e transbordaram novamente. — Não morta..., — ela sussurrou entre soluços. — Não morta... Stevie Rae foi para os braços de sua mãe novamente e apertou-a forte. — Eu sinto muito por não ter ido contar a você. Eu queria. Eu realmente, realmente queria. Foi só que, bem, eu não era eu mesma assim que eu revivi. E então todo o Hades explodiu na escola. Eu não podia me afastar, e eu não podia simplesmente ligar pra você. Quero dizer, como você liga pra sua mama e diz, "Oi, não desligue. Sou realmente eu e eu não estou mais morta." Eu acho que eu apenas não soube o que fazer. Desculpe-me, — ela repetiu, fechando seus olhos e abraçando sua mãe com tudo que ela tinha. — Não, não, está bem. Está bem. Tudo que importa é que você está aqui e bem. — Sua mama se separou de Stevie Rae para que ela pudesse olhá-la enquanto secava seus olhos. — Você está bem, não está, bebê? — Estou bem, Mama. Mama Johnson estendeu a mão segurou o queixo de Stevie Rae, forçando sua filha a encontrar seu olhar. Ela sacudiu sua cabeça e em sua voz de mãe firme e familiar, disse, — Não é legal mentir para sua mama. Stevie Rae não sabia o que dizer. Ela olhou fixamente para sua mãe enquanto a represa de segredos, mentiras e saudades começou a quebrar dentro dela.

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Mama Johnson pegou as mãos de sua filha, cada uma delas, e olhou em seus olhos. — Estou aqui. Eu amo você. Diga-me, bebê, — ela disse suavemente. — É ruim, — Stevie Rae disse. — Muito ruim. A voz de sua mãe estava cheia de amor e de calidez. — Bebê, não existe nada tão ruim quanto você estar morta. Isso foi o que decidiu Stevie Rae – o amor incondicional de sua mama. Ela deu uma profunda respiração, e quando soltou o ar, desabafou, — Eu tenho um Imprint com um monstro, Mama. Uma criatura que é metade humano e metade pássaro. Ele fez coisas más. Coisas más de verdade. Ele até mesmo matou pessoas. A expressão de Mama Johnson não mudou, mas sua pegada à mãe de Stevie Rae se apertou. — Esta criatura está aqui? Em Tulsa? Stevie Rae assentiu. — Entretanto, ele está se escondendo. Ninguém na House of Night sabe sobre ele e eu. — Nem mesmo Zoey? — Não, especialmente Zoey. Ela teria surtado. Diabos, Mama, todos que eu conheço surtariam. Eu sei que eu vou dar um jeito. Tenho que dar, mas não sei o que fazer. É tão horrível. Todos me odiarão. Ninguém entenderá. — Nem todos odiarão você, bebê. Eu não odeio você. Stevie Rae suspirou e sorriu. — Mas você é minha mama. É seu trabalho me amar.

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— É trabalho de amigos amar você também, se eles forem verdadeiros amigos. — Mama Johnson parou, e então perguntou lentamente, — Bebê, esta criatura fez algo com você? Quero dizer, eu não sei muito sobre coisas de vampyros, mas todos sabem que ter um Imprint com um vampyro é uma coisa séria. Algo aconteceu pra você fazer isso com ele? Se for isso que aconteceu nós podemos ir à escola. Eles entenderão e precisarão ter alguma forma de ajudar você a se livrar dele. — Não, Mama. Eu tive um Imprint com Rephaim porque ele salvou minha vida. — Ele trouxe você de volta da morte? Stevie Rae sacudiu sua cabeça. — Não, eu não tenho certeza de como eu revivi, mas isso tem algo relacionado à Neferet. — Então eu devo agradecê-la, bebê. Talvez eu vá– — Não, Mama! Você tem que ficar longe da escola e longe de Neferet. O que quer que ela tenha feito não é porque ela é boa. Ela finge ser, mas ela é exatamente o oposto. — E esta criatura que você chama de Rephaim? — Ele tem estado do lado da Escuridão por muito tempo. Seu pai é realmente mau e ele bagunçou com sua cabeça. — Mas ele salvou sua vida? — Mama Johnson perguntou. — Duas vezes, Mama, e ele faria de novo. Eu sei que faria. — Bebê, pense bem antes de me responder duas perguntas.

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— Ok, Mama. — Primeira, Você vê algo bom nele? — Sim, — Stevie Rae disse sem hesitação. — Eu realmente vejo. — Segunda, ele machucaria você? Você está segura com ele? — Mama, ele encarou o monstro mais terrível que eu posso descrever para me salvar, e quando ele fez isso, o monstro se virou contra ele e feriu-o. Muito. Ele fez isso para que eu não me ferisse. Eu honestamente acho que ele morreria antes de me machucar. — Então, aqui está a verdade de meu coração pra você: eu nem sequer posso começar a imaginar como ele pode ser uma mistura de homem e pássaro, mas estou colocando de lado esta loucura porque ele salvou sua vida e você está ligada a ele. Isso quer dizer, meu bem, que quando chegar a hora dele escolher entre as coisas más de seu passado e um diferente futuro com você, se ele for forte o bastante escolherá você. — Mas meus amigos não o aceitarão, e pior que isso, os vampyros tentarão matá-lo. — Bebê, se seu Rephaim fez coisas más como você disse que ele fez, e eu acredito em você, ele terá conseqüências a sofrer. Isto é para ele, e não você. O que você precisa se lembrar é: as únicas atitudes pessoais que você pode controlar são as suas próprias. Você faz o que é certo, bebê. Você sempre foi boa nisso. Proteja-se. Levante-se pelo que você acredita. É

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isso – isso é tudo que eu posso fazer. E se este Rephaim ficar ao seu lado, você pode se surpreender com o que acontecerá. Stevie Rae pôde sentir seus olhos se enchendo de lágrimas de novo. — Ele disse que eu tinha que vê-la. Ele nunca conheceu sua mama. Ela foi estuprada por seu pai e morreu quando ele nasceu. Mas ele me disse, não muito tempo atrás, que eu tinha que achar uma forma de ver você. — Bebê, um monstro não diria isso. — Ele não é humano, Mama. — Stevie Rae estava segurando a mão de sua mãe tão forte que seus dedos estavam dormentes, mas ela não podia soltar. Ela não queria soltar. — Stevie Rae, você não é humana também, não mais, e isso não faz um pingo de diferença pra mim. Este garoto Rephaim salvou sua vida. Duas vezes. Então eu realmente não me importo se ele é parte rinoceronte e tem um chifre gigante em sua cabeça. Ele salvou minha menina, e você dirá a ele da próxima vez que vê-lo que ele ganhará um gigantesco abraço por isso. Um riso escapou da boca de Stevie Rae da imagem mental de sua mama abraçando Rephaim. — Eu direi a ele. O rosto de Mama Johnson endureceu em sua expressão séria. — Você sabe, quanto mais cedo você contar a todos sobre ele, melhor será, certo? — Eu sei. Eu tentarei. Tem muita coisa acontecendo agora e não é uma boa hora para eu despejar isso em todos.

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— Sempre é a hora certa para a verdade, — disse Mama Johnson. — Oh, Mama, eu não sei como me enfiei nesta confusão. — É claro que você sabe, bebê. Eu nem mesmo estava lá e posso dizer a você que algo fez esta criatura chegar até você, e que algo pode terminar sendo sua redenção. — Só se ele for forte o bastante, — Stevie Rae disse. — E eu não sei se ele é. Até onde eu sei ele, nunca se levantou contra o seu pai antes. — Seu pai aprovaria você estar com ele? Stevie Rae zombou, — Sem chances. — Mas ele salvou sua vida duas vezes e teve um Imprint com você. Bebê, pra mim isso diz que ele tem se levantado contra seu pai por agora. — Não, ele fez tudo isso enquanto seu pai estava, bem, deixe-me apenas dizer fora do país. Ele está de volta agora, e Rephaim voltou a fazer o que ele quer. — Sério? Como você sabe isso? — Ele me falou hoje quando ele... — As palavras de Stevie Rae se quebraram e ele arregalou seus olhos. Sua mãe sorriu e assentiu com a cabeça. — Vê? — Ohminhadeusa, você deve estar certa! — Claro que estou certa. Eu sou sua mama. — Amo você, Mama, — Stevie Rae disse.

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— E eu amo você também, minha bebê.

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b

Rephaim — Eu não posso acreditar que você está fazendo isso, — Kalona disse, andando de um lado para o outro através da varanda da cobertura do Mayo. — Estou fazendo isso porque é necessário, está na hora, e é a coisa certa a fazer! — A voz de Neferet aumentou enquanto ela falava como se estivesse explodindo de dentro para fora. — A coisa certa a fazer! Como se você fosse uma criatura da Luz? — Rephaim não pôde parar as palavras, nem mesmo simular sua voz para parecer qualquer coisa exceto incrédula. Neferet o rodeou. Ela levantou sua mão. Rephaim pôde ver tentáculos de poder se agitando no ar em volta dela, sendo absorvidas em sua pele, rastejando sob ela. A visão fez seu estômago se contrair enquanto ele se lembrava do terrível toque daqueles tentáculos da Escuridão. Automaticamente, ele deu um passo para longe dela. — Você está me questionando, criatura-pássaro? — Neferet pareceu que estava se preparando para arremessar a Escuridão nele.

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— Rephaim não questiona você, assim como eu não questiono você. — Seu pai se moveu para mais perto de Neferet, parando entre a Tsi Sgili e ele enquanto continuava a falar com a voz calma de autoridade. — Ambos estamos simplesmente surpresos. — Isto é o que Zoey e seus aliados esperariam de mim. Então, mesmo que isso me enjoe, eu vou me humilhar temporariamente. Fazendo isso eu deixo Zoey impotente. O tanto quanto ela sussurra contra mim, ela revelará ser a criança petulante que ela realmente é. — Eu pensava que você preferiria destruí-la do que humilhá-la, — Rephaim disse. Neferet zombou dele e falou para ele como se ele fosse um completo idiota. — Eu posso matá-la esta noite, mas não importa como eu orquestre isso, eu seria implicada. Até mesmo aqueles tontos do Alto Conselho seriam compelidos a vir aqui - me vigiar, e interferir em meus planos. Não, eu não estou pronta pra isso, e até que eu esteja, eu quero Zoey Redbird amordaçada e em seu devido lugar. Ela é uma simples caloura, e será tratada como tal daqui pra frente. E enquanto eu estou cuidando de Zoey estarei também visitando seu pequeno grupo de amigos — especialmente aquela que se intitula como Alta Sacerdotisa vermelha. — A risada de Neferet foi zombadora. — Stevie Rae? Uma Alta Sacerdotisa? Eu pretendo revelar o que ela realmente é.

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— E o que seria isso? — Rephaim teve que perguntar, embora ele tenha mantido o nível de sua voz, e sua expressão tão neutra como podia. — Ela é uma vampyra que conheceu, e até mesmo abraçou, a Escuridão. — No fim ela escolheu a Luz, — Rephaim disse, e percebeu que tinha falado muito rápido quando os olhos de Neferet se estreitaram. — Mas o fato de que a Escuridão tocou-a, a mudou para sempre, — Kalona disse. Neferet sorriu docemente para Kalona. — Você está perfeitamente certo, meu Consorte. — Como você pode saber se o toque da Escuridão tem um efeito reforçado na Vermelha? — Rephaim foi incapaz de se parar de perguntar. — É claro que tem. A Vermelha é uma vampyra poderosa sendo jovem e inexperiente, o que é exatamente porque ela pode ter um excelente uso para nós, — Kalona disse. — Eu acredito que exista mais em Stevie Rae do que ela tem mostrado a seus pequenos amigos. Eu a vi quando ela estava na Escuridão. Ela se deleitava com isso, — Neferet disse. — Eu disse que nós precisamos vigiá-la e ver o que está sob aquele brilhante e inocente exterior. — Neferet pronunciou as palavras sarcasticamente.

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— Como quisssssser, — Rephaim disse, e estava desgostoso de que a raiva que Neferet causou dentro dele tinha o feitoele sibilar como um animal. Neferet olhou fixamente para ele. — Eu sinto uma mudança em você. Rephaim se forçou a continuar encarando Neferet. — Na ausência de meu pai eu estive mais perto da morte e da Escuridão do que alguma vez durante toda minha longa vida. Se você sente uma mudança em mim, talvez seja isso. — Talvez, — Neferet disse lentamente. — E talvez não. Por que eu suspeito que você não esteja completamente satisfeito de seu pai e eu termos retornado para Tulsa? Rephaim se manteve completamente imóvel para que a Tsi Sgili não visse o ódio e a raiva que estavam inundando seu corpo. — Eu sou o filho favorito de meu pai. Como sempre, eu estou a seu lado. Os dias em que ele estava ausente foram os mais obscuros de minha vida. — Realmente? Que horrível pra você, — Neferet disse sarcasticamente. Então, desdenhosamente, ela desviou-se dele para encarar Kalona. — As palavras de seu filho favorito me lembraram – onde está o resto das criaturas que você chama de suas crianças? Certamente um punhado de calouros e freiras não conseguiu matar todos eles. A mandíbula de Kalona contraiu e relaxou e seus olhos se abriram âmbar. Reconhecendo que seu pai estava lutando para controlar sua raiva, Rephaim falou rapidamente. — Eu tenho

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irmãos sobreviventes. Eu os vi fugirem quando você e meu pai foram banidos. Os olhos de Neferet se estreitaram. — Eu não estou mais banida. Não mais, Rephaim pensou, encontrando o olhar dela sem piscar, mas um punhado de calouros e freiras conseguiu isso uma vez. Novamente, Kalona atraiu a atenção dela para ele. — Os outros não são como Rephaim. Eles precisam de ajuda para se esconderem na cidade sem ser detectados. Eles precisam achar lugares seguros para se aninharem mais distantes da civilização. — Quando ele falou, sua raiva apenas borbulhou sob a superfície de suas palavras e não ferveu, embora Rephaim se perguntou quão cega Neferet tinha se tornado. Ela realmente acreditava que era tão poderosa que poderia atormentar continuamente um antigo imortal sem pagar as conseqüências de sua ira? — Bem, nós estamos de volta. Eles deviam estar aqui. Eles são aberrações da natureza, mas eles têm suas utilidades. Durante as horas do dia eles podem ficar lá, bem distante de meus aposentos. — Ela acenou em direção à suíte luxuosa da cobertura. — À noite, eles podem espreitar por aqui e aguardar minhas ordens. — Você quer dizer minhas ordens. — Kalona não tinha levantado sua voz, mas o poder que retumbou através dela causou arrepios nos braços de Rephaim. — Meus filhos

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obedecem apenas a mim. Eles estão ligados a mim através de sangue e magia e tempo. Apenas eu posso controlá-los. — Então eu presumo que você pode controlá-los para trazê-los para cá? — Sim. — Bem, convoque-os ou faça Rephaim arrebanhá-los aqui, ou o que seja que você faça. Eu não posso esperar cuidar de tudo. — Como quiser, — Kalona disse, ecoando a declaração anterior de Rephaim. — Agora eu irei me humilhar diante de uma escola cheia de seres inferiores porque você não evitou que Zoey Redbird retornasse a este reino. — Seus olhos pareciam gelo verde. — E é por isso que agora você obedece apenas a mim. Esteja aqui quando eu retornar. — Neferet deixou a varanda. Seu longo manto devia ter prendido na porta que ela bateu atrás dela, mas no último instante ele ondulou e deslizou para perto do corpo da Tsi Sgili, envolvendo-se em seus tornozelos como uma pegajosa poça de alcatrão. Rephaim encarou seu pai, o antigo imortal que ele servira fielmente por séculos. — Como você pode permitir que ela fale com você assim? Que o use assim? Ela chamou meus irmãos de aberração da natureza, mas é ela que é o verdadeiro monstro! — Rephaim sabia que não devia ter falado com seu pai assim, mas ele não pôde se ajudar. Ver o orgulhoso e

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poderoso Kalona ser comandando como um servo era insuportável. Enquanto Kalona se aproximava Rephaim se preparou para o que certamente viria. Ele vira a ira de seu pai desencadeada antes — ele sabia o que esperar. Kalona desdobrou suas asas e se elevou sobre seu filho, mas o golpe que Rephaim esperava não veio. Ao invés disso quando ele encontrou o olhar de seu pai, ele viu desespero e não raiva. Parecendo um deus caído, Kalona disse, — Você também, não. Eu esperava dela desrespeito e deslealdade; ela traiu uma deusa para me libertar. Você, porém, eu nunca acreditei que você se viraria contra mim. — Pai! Eu não fiz isso! — Rephaim disse, afastando de sua mente todos os pensamentos de Stevie Rae. — Eu simplesmente não posso suportar o jeito que ela te trata. — É por isso que eu preciso descobrir uma maneira de quebrar este maldito juramento. — Kalona fez um som mudo de frustração e caminhou pelo parapeito de pedra, olhando para a noite. — Se apenas Nyx tivesse ficado fora da batalha com Stark. Então ele teria permanecido morto e eu sei em minha alma que Zoey nunca teria achado a força para retornar a este reino e seu corpo, não com dois de seus amores mortos. Rephaim seguiu seu pai no parapeito. — Morto? Você matou Stark no Outromundo? Kalona bufou, — É claro que eu matei aquele garoto. Eu e ele lutamos. Ele não tinha a possibilidade de me derrotar,

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mesmo que ele tenha conseguido se tornar um Guardião e defender Zoey contra você. — Nyx não ressuscitou Stark. Eu fiz. Rephaim piscou em choque. — Você? Kalona acenou com a cabeça e continuou a observar o céu noturno, sem encontrar o olhar de seu filho enquanto falava com uma voz tensa, como se tivesse que forçar cada palavra por sua garganta. — Eu matei Stark. Eu acreditei que Zoey recuaria e permaneceria no Outromundo com as almas de seu Guerreiro e companheiro. Ou talvez que o espírito dela se despedaçaria para sempre e ela se tornaria uma errante Caoinic Shi. — Kalona parou e então adicionou, — Embora eu não deseje este último para ela. Eu não a odeio como Neferet. Para Rephaim parecia que seu pai estava falando alto para si mesmo mais do que falando para ele, então quando Kalona fez silêncio ele estava silencioso e paciente, sem querer interrompê-lo, esperando que ele continuasse. — Zoey é mais forte do que eu esperava. — Kalona continuou falando para a noite. — Em vez de recuar ou se despedaçar, ela atacou. — O imortal alado riu com a lembrança. — Ela me espetou com minha própria lança e depois me ordenou que devolvesse a vida de Stark para pagar a dívida de vida que eu a devia por matar aquele garoto dela. Eu recusei, é claro. Incapaz de permanecer em silêncio, Rephaim desabafou, — Mas dívidas de vida são coisas poderosas, Pai.

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— Verdade, mas eu sou um poderoso imortal. As conseqüências que regem os mortais não se aplicam a mim. Os pensamentos de Rephaim, como um vento gelado, sussurraram por sua mente: Talvez ele esteja errado. Talvez o que está acontecendo com o Pai é parte das conseqüências dele ter se considerado muito poderoso para pagar. Mas Rephaim era muito esperto para corrigir Kalona, então ele simplesmente continuou, — Você negou isso a Zoey, e então o que aconteceu? — Nyx aconteceu, — Kalona disse amargamente. — Eu pude me negar a uma infantil Alta Sacerdotisa. Eu não pude me negar à Deusa. Eu nunca poderia me negar à Deusa. Eu soprei uma porção de minha imortalidade em Stark. Ele viveu. Zoey retornou a seu corpo e conseguiu resgatar seu Guerreiro do Outromundo também. E eu estou sob o controle da Tsi Sgili que eu acredito estar completamente insana. — Kalona olhou para Rephaim. — Se eu não quebrar este laço ela pode me enfiar na loucura com ela. Ela tem uma conexão com a Escuridão que eu não sentira em séculos. É tão poderosa quanto é sedutora e perigosa. — Você devia matar Zoey. — Rephaim falou as palavras lentamente, hesitantemente, se odiando por cada sílaba porque ele sabia a dor que a morte de Zoey causaria a Stevie Rae. — Eu, é claro, já considerei isso. — Rephaim segurou sua respiração quando Kalona parou. — E eu tenho que acreditar que matar Zoey Redbird seria uma ofensa aberta à Nyx. Eu não tenho servido à Deusa por muitas eras. Eu tenho feito

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coisas que ela veria como — Kalona parou novamente, desta vez lutando com suas palavras — imperdoáveis. Mas eu nunca tomei a vida de uma sacerdotisa a seu serviço. — Você teme Nyx? — Rephaim perguntou. — Somente um tolo não temeria a Deusa. Até mesmo Neferet evita a ira de Nyx não matando Zoey, embora a Tsi Sgili não admita isso para si mesma. — Neferet está tão inchada com a Escuridão que ela já não pensa racionalmente, — Rephaim disse. — Verdade, mas só porque ela é irracional não quer dizer que ela não seja inteligente. Por exemplo, eu acredito que ela pode estar correta sobre a Vermelha — ela pode ser usada ou talvez até mesmo se desviar do caminho que escolheu. Kalona encolheu os ombros. — Ou ela pode continuar ao lado de Zoey e ser destruída quando Neferet se levantar contra ela. — Pai, eu não acredito que Stevie Rae está simplesmente ao lado de Zoey. Eu acredito que ela está ao lado de Nyx também. Não seria lógico presumir que a primeira Alta Sacerdotisa vermelha de Nyx seria especial para a Deusa, e, portanto, deveria permanecer intocada como Zoey? — Suas palavras são válidas, meu filho. — Kalona acenou com a cabeça em uma solene concordância. — Se ela não se desviar do caminho da Deusa, eu não prejudicarei a Vermelha. Ao invés de mim, Neferet estará sujeita à ira de Nyx se ela destruir Stevie Rae.

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Rephaim manteve um apertado controle em sua voz e expressão. — Esta é uma sábia decisão, Pai. — Claro que há outras maneiras de impedir uma Alta Sacerdotisa sem matá-la. — O que você planeja fazer para impedir a Vermelha? — Rephaim perguntou. — Eu não planejo fazer nada à Vermelha até que Neferet consiga desviá-la de seu caminho, e então eu dirigirei seus poderes ou ficarei de lado enquanto Neferet a destrói. — Kalona acenou fora de questão. — Eu estava pensando em Zoey. Se Zoey pode ser persuadida de se levantar contra Neferet publicamente, a Tsi Sgili ficará completamente distraída. Eu e você podemos nos concentrar em quebrar meu laço com ela. — Mas, como Neferet disse, depois de hoje à noite se Zoey falar contra ela, será admoestada e desacreditada. Zoey é esperta o bastante para saber disso. Ela não baterá de frente com Neferet publicamente. Kalona sorriu. — Ah, mas e se seu Guerreiro, seu Guardião, a única pessoa nesta Terra que ela confia acima de todas as outras, começar a sussurrar para ela que ela não deveria permitir que Neferet fuja com suas maldades? Que ela precisa cumprir seu papel de Alta Sacerdotisa, não importam as supostas conseqüências, e se levantar contra Neferet. — Stark não faria isso.

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O sorriso de Kalona se ampliou. — Meu espírito pode entrar no corpo de Stark. Rephaim ofegou. — Como? Ainda rindo, Kalona encolheu seus largos ombros. — Eu não sei. Eu nunca experimentei isso antes. Então isto é mais do que entrar no reino dos sonhos e achar um espírito dormindo? — Muito mais. Stark estava completamente acordado e eu segui a conexão que eu acreditava que me levaria a A-ya no reino dos sonhos, se Zoey estivesse dormindo. A conexão me levou à Stark - dentro de Stark. Eu acredito que ele sentiu algo, mas eu não acredito que ele saiba que era eu. — Kalona inclinou a cabeça, considerando. — Talvez minha habilidade de misturar meu espírito com o dele seja o resultado da porção de minha imortalidade que eu soprei dentro dele. … Imortalidade que eu soprei dentro dele. As palavras de seu pai rodopiavam e rodopiavam na mente de Rephaim. Havia algo ali – algo que ambos deixaram escapar. — Você alguma vez compartilhou sua imortalidade com outro ser? O sorriso de Kalona se desfez. — Claro que não. Minha imortalidade não é um poder que eu desejaria compartilhar com outros. E de repente, o que esteve escapulindo dos pensamentos de Rephaim veio em compreensão. Não é de se admirar que Kalona parecesse diferente desde que retornou do

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Outromundo. Tudo fazia sentido agora. — Pai! Quais foram as palavras exatas do juramento que você fez a Neferet? Kalona franziu a testa para seu filho, mas recitou o juramento: — Se eu falhar em minha busca para destruir Zoey Redbird, caloura Alta Sacerdotisa de Nyx, Neferet manterá o domínio sobre meu espírito enquanto eu for um imortal. Excitação atravessou o corpo de Rephaim. — E como você sabe que Neferet tem realmente domínio sobre seu espírito? — Eu não destruí Zoey; ela deve ter domínio sobre mim. — Não, Pai. Se você compartilhou sua imortalidade com Stark, você já não é mais completamente um imortal, assim como Stark não é mais completamente um mortal. As condições do juramento não existem, nem existirão mais. Você não está verdadeiramente ligado à Neferet. — Eu não estou verdadeiramente ligado à Neferet? — A expressão de Kalona passou de descrença a choque, e finalmente a alegria. — Eu não acredito que você esteja, — Rephaim disse. — Só há uma maneira de ter certeza, — Kalona disse. Rephaim acenou com desobedecê-la abertamente.

a

cabeça.

Você

precisa

— Isso, meu filho, será um prazer. Enquanto ele observava seu pai jogar seus braços para trás e gritar alegremente para o céu, Rephaim soube que esta noite

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mudaria tudo, e n達o importava que ele tivesse achado uma maneira de se certificar de que Stevie Rae estivesse segura.

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Zoey — Você parece realmente cansado. — Eu toquei o rosto de Stark como se eu pudesse suavizar os círculos escuros sob seus olhos. — Eu pensei que você tinha dormido a maior parte do vôo. Stark beijou a palma de minha mão e fez o que parecia ser uma tentativa de seu sorriso pretensioso, na qual falhou miseravelmente. — Estou legal. É apenas cansaço do fuso horário. — Como você pode estar com problemas no fuso horário se eles ainda nem abriram as portas do avião? — Eu apontei meu queixo para a direção do comissário de bordo vampiro que estava ocupado fazendo o que quer que eles façam para abrir o avião depois de aterrissar. Havia um som de whoosh e a luz do cinto de segurança fez um som de ding! ding! Irritantemente barulhento. — Ali, as portas estão abertas. Eu posso estar com problemas no fuso horário agora, — Stark disse enquanto ele destravava seu cinto de segurança. Sabendo que ele estava repleto de besteiras, eu segurei seu

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pulso e o fiz ficar em seu assento. — Você sabe que eu posso dizer que algo está errado. Stark suspirou. — Eu apenas tive sonhos ruins novamente, isso é tudo. E quando eu despertei eu nem sequer pude realmente me lembrar deles. De alguma forma esta parece ser a pior parte. É provavelmente um estranho efeito colateral de ter estado no Outromundo. — Ótimo. Você tem TEPT. Eu conheço isso. Ei, eu acho que lembro de ler em um dos boletins informativos da House of Night que Dragon é um dos conselheiros da escola. Talvez você pudesse vê-lo e– — Não! — Stark interrompeu, e então beijou meu nariz quando eu franzi a testa para ele. — Pare de se preocupar. Estou bem. Eu não preciso falar com Dragon sobre meus sonhos ruins. Além disso, eu não sei que diabos é TEPT, mas soa muito com uma DST para seu adequado. Eu não pude fazer nada, dei uma risadinha. — Adequado? Você parece com o Seoras. — Aye, mulher, ser me obedecendo que você devia estar! Tirar seu traseiro de sua cadeira. Eu fiz uma carranca e balancei a cabeça. — Não. Me. Chame. De. Mulher. Além disso, é bizarro o quão bem você pode fazer este sotaque. — Ele tinha um ponto sobre sair do estúpido avião, não obstante, eu me levantei e esperei que ele pegasse minha mala de mão. Enquanto subíamos a rampa do avião eu adicionei, — E TEPT significa Transtorno de Estresse

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Pós-Traumático. — Como você sabe disso? — Eu digitei seus sintomas no Google e isso apareceu. — Você fez o quê? — ele disse tão alto que uma mulher vestindo uma blusa com apliques nos deu um olhar de quem comeu e não gostou. — Sssh. — Eu envolvi meu braço no seu para que pudéssemos falar sem ninguém fazer cara de babaca. — Veja, você tem agido estranho: cansado, distraído, irritado, e você está esquecendo coisas. Eu pesquisei no Google. TEPT apareceu. Você provavelmente precisa de aconselhamento. Ele me deu seu olhar de você-é-uma-mulher-insana. — Z, eu amo você. Eu a protegerei e ficarei ao seu lado o resto de minha vida. Mas você precisa parar de pesquisar no Google estas coisas relacionadas à saúde. Especialmente coisas relacionadas à minha saúde. — Eu quero apenas ser bem informada. — Você gosta de se assustar pesquisando coisas bizarras de saúde no Google. — E daí? Ele sorriu para mim, e desta vez ele fez seu olhar pretensioso e fofo. — Então você admite isso. — Não necessariamente, — Eu disse, acotovelando-o. Eu não consegui dizer nada mais porque exatamente depois eu estava envolvida no que parecia um mini tornado de

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Oklahoma. — Zoey! Ohminhadeusa, é tão bom ver você! Eu senti saudades como louca! Você está bem? É horrível sobre Jack, não é? — Stevie Rae estava me abraçando e chorando e falando, tudo ao mesmo tempo. — Oh, Stevie Rae, eu senti saudades também! — E então eu estava chorando com ela e nós ficamos apenas ali segurando apertando uma à outra como se o toque pudesse de alguma forma fazer tudo que estava louco e errado em nosso mundo melhor. Sobre os ombros de Stevie Rae eu vi Stark parado, sorrindo para nós. Ele estava tirando a pequena embalagem de Kleenex que ele mantinha no bolso de sua calça jeans desde que voltou do Outromundo, e eu pensava que talvez, apenas talvez, o toque adicionado ao amor poderia fazer quase tudo melhor em nosso mundo. — Vamos, — eu disse para Stevie Rae enquanto pegávamos os lenços de Stark e nós três caminhamos de braços dados através da gigante porta giratória que nos enviou para fora na noite fria de Tulsa. — Vamos para casa, e no caminho você pode me dizer tudo sobre o gigante e fedido monte de merda que está esperando por mim. — Olha a linguagem, u-we-tsi-a-ge-ya. — Vovó! — eu me desprendi de Stevie Rae e Stark e corri para seus braços. Eu a abracei forte, deixando o amor e o suave cheiro de lavanda me rodearem. — Oh, Vovó, estou tão feliz

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por você estar aqui! — U-we-tsi-a-ge-ya, filha, deixe-me olhar seu rosto. — Vovó me segurou à distância de seu braço, suas mãos em meus ombros, enquanto estudava meu rosto. — É verdade; você está inteira e bem novamente. — Ela fechou seus olhos e sacudiu meus ombros, murmurando, — Graças à Grande Mãe por isso. — Então nós estávamos nos abraçando e rindo ao mesmo tempo. — Como você soube que eu estaria aqui? — Eu perguntei quando eu finalmente fui capaz de parar de abraçá-la. — Seus super legais Sentidos de Aranha disseram a você? — Stevie Rae perguntou enquanto ela caminhou e abraçou a Vovó. — Não, — ela disse, mudando sua atenção de Stevie Rae para Stark, que estava olhando para ela. — Algo muito mais mundano. — Ela sorriu angelicalmente. — Ou eu suponho que deveria dizer alguém muito mais mundano, embora eu não saiba se mundano seria uma boa palavra para usar ao me referir a este valioso Guerreiro. — Stark? Você ligou para minha avó? — Ele me deu seu sorriso pretensioso e disse, — É, eu meio que tinha uma desculpa para ligar para outra linda mulher chamada Redbird. — Venha aqui, seu galanteador, — Vovó disse. Eu sacudi minha cabeça enquanto

Stark

abraçava

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carinhosamente a Vovó, como se ele não tivesse certeza se ela quebraria ou não. Ele tinha ligado para minha avó e avisado quando nosso avião chegava. Os olhos de Stark encontraram os meus sobre os ombros de Vovó. Obrigada, eu murmurei silenciosamente para ele. Seu sorriso se ampliou. Então Vovó estava ali a meu lado novamente, pegando minha mão. — Ei, que tal se eu e Stevie Rae pegássemos o carro enquanto você e sua avó conversam? Eu mal tive tempo de acenar que sim, e os dois se foram, deixando que eu e Vovó procurássemos um banco posicionado convenientemente perto. Nós sentamos por um momento sem dizer nada. Apenas seguramos nossas mãos e olhamos uma para a outra. Eu não percebi que estava chorando até Vovó delicadamente secar as lágrimas de meu rosto. — Eu sabia que você voltaria para nós, — ela disse. — Me desculpe por te preocupar. Desculpe-me por não ter– — Sssh, — Vovó me silenciou. — Não há necessidade de desculpas. Você fez seu melhor, e seu melhor é bom o bastante para mim. — Eu fui fraca, Vovó. Eu ainda sou fraca, — Eu disse honestamente. — Não, u-we-tsi-a-ge-ya, você é jovem, e isso é tudo. — Ela tocou meu rosto gentilmente. — Sinto muito por seu Heath. Sentirei saudades daquele jovem homem.

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— Sentirei também, — eu disse, piscando forte para não começar a chorar novamente. — Mas eu sinto que vocês se conhecerão novamente. Talvez nesta vida, talvez na próxima. Eu balancei a cabeça. — Foi isso que Heath disse também, antes de ir para o próximo reino do Outromundo. O sorriso de Vovó foi sereno. — O Outromundo – eu sei que foi sob circunstâncias de partir o coração, mas você ganhou um grande presente quando foi permitida a viajar ali e voltar. Suas palavras me fizeram pensar — pensar realmente. Desde que eu voltei ao mundo real tenho estado cansada e triste e confusa e então, finalmente, com Stark eu tenho estado contente e amando. — Mas eu não tenho sido grata, — eu disse as palavras em voz alta enquanto eu as percebi. — Eu não entendi o presente que me foi dado. — Eu queria me beijar na cabeça. — Eu sou uma droga de uma Alta Sacerdotisa, Vovó. Vovó riu. — Oh, Zoeybird, se isso fosse verdade você não se questionaria ou ligaria para suas tarefas e seus erros. Eu bufei. — Eu não acho que Altas Sacerdotisas cometam erros. — É claro que cometem. Como elas poderiam aprender e crescer? Eu comecei a dizer que eu tinha cometido erros suficientes para ter crescido como um zilhão de metros de altura, mas eu

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sabia que não era isso que Vovó queria dizer. Eu suspirei e disse, — Eu tenho um monte de falhas. — É sábia uma mulher que reconhece isso. — Tristeza fez seu sorriso se apagar. — Esta é uma das diferenças principais entre você e sua mãe. — Minha mãe. — Eu suspirei de novo. — Eu tenho pensado nela ultimamente. — Assim como eu. Linda tem estado em minha mente durante os últimos dias. Eu levantei minhas sobrancelhas para Vovó. Normalmente quando alguém estava ‚em sua mente‛ significava que algo estava acontecendo com a pessoa. — Você tem ouvido algo dela? — Não, mas acredito que logo ouvirei. Mantenha bons pensamentos para ela, u-we-tsi-a-ge-ya. — Manterei, — eu disse. Meu Bug apareceu então, parecendo familiar e fofo com sua pintura brilhante azul-água e cromo reluzente. — Melhor voltar para sua escola, Zoeybird. Você será necessária lá esta noite, — ela disse em sua voz-de-Vovó-nadatola. Nós nos levantamos e nos abraçamos de novo. Eu tive que me permitir me separar dela. — Você ficará em Tulsa esta noite, Vovó? — Oh, não, querida. Eu tenho muito a fazer. Haverá um

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grande powwow13 em Tahlequah amanhã e eu tenho que fazer lindos sachês de lavanda novos. — Ela sorriu para mim. — Eu bordei pássaros vermelhos14 neles. Eu ri e abracei-a uma última vez. — Guarde um para mim, ok? — Sempre, — ela disse. — Eu amo você, u-we-tsi-a-ge-ya. — Eu amo você também. — Eu disse. E então eu observei enquanto Stark pulava fora do Bug e pegava o braço da Vovó, ajudando-a a atravessar a movimentada rua entre o terminal de chegada do aeroporto e o estacionamento. Ele correu de volta para mim, desviando dos caros. Quando ele abriu a porta do carro para mim eu parei, pressionei minha mão em seu peito, e puxei sua camisa até que ele se inclinasse para que eu pudesse beijá-lo. — Você é o melhor Guerreiro do mundo, — eu sussurrei contra seus lábios. — Aye, — ele disse, olhos brilhando. Amassando-me no fundo de meu Bug eu encontrei os olhos de Stevie Rae no espelho retrovisor. — Obrigada por me dar um tempo a sós com minha avó. — Sem problema, Z. Eu amo sua avó. — É, eu também, — eu disse suavemente. Então eu endireitei meus ombros e, me sentido totalmente capaz, 13 14

Powwow: encontro de nativo-americanos. Pássaros vermelhos: em inglês redbirds, uma alusão ao sobrenome Redbird.

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continuei, — Ok. Então. Diga-me sobre a merda em que estou me preparando para pisar de volta na escola. — Segure seus cavalos porque esta é realmente uma merda muito fedida, — Stevie Rae disse enquanto sinalizava e se afastava do meio-fio. — Eu nem sequer gosto de cavalos, — eu disse. — Exatamente, — ela disse, o que não fez absolutamente nenhum sentido, além de me fazer sorrir. É, merda fedida ou não, eu estava realmente feliz de estar em casa.

*** — Eu ainda não acredito que o Alto Conselho possa ser tão ingênuo, — eu disse pelo que parecia ser a zilionésima vez enquanto Stevie Rae me ajudava a decidir que roupa eu usaria para acender a pira funerária de Jack. Eu estremeci. Sem bater, Aphrodite entrou de fininho no quarto. Ela deu uma olhada para o suéter preto de gola alta e mangas compridas e o jeans preto que eu estava segurando e disse, — Oh, pelo amor do saco plástico. Você não pode vestir isso. Você vai acender a pira funerária de um gay. Você sabe o quão mortificado Jack ficaria se ele visse você nisso, sem mencionar Damien? Isso parece como a roupa rejeita de Anita Blake do início dos anos 90. — Quem é Anita Blake? — Stevie Rae perguntou. — A garota caça-vampiro escrita por uma garota humana

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que tem um sentido de moda Totalmente Trágico. — Aphrodite estava vestindo um vestido cor de safira colado no corpo que era um pouco tremeluzente, mas não tanto quanto parecia um daqueles projetos de baile de formatura rejeitados da David’s Bridal. De fato, ela estava linda e elegante como normalmente é. Provavelmente porque Victoria, sua vendedora pessoal da super elegante Miss Jackson’s na Utica Square, tinha separado a droga da coisa para ela tão cedo quanto chegou e cobrado no cartão de crédito de platina de sua mãe. Suspiro. Isso meio que fez minha cabeça doer. Enfim, ela marchou para o meu closet, abriu-o, e depois de um desdenhoso olhar para meu armário pegou um vestido que ela tinha me dado na noite que eu participei de meu primeiro Ritual das Filhas da Noite. Ele era preto, de mangas longas, e (diferente de meu suéter e jeans) encantador. Era também recortado em volta do baixo e arredondado decote, as mangas esvoaçantes, e na borda tinham pequenas pedras vermelhas bordadas que brilhavam quando eu me movia e combinava perfeitamente com a tripla lua da Líder das Filhas da Noite pendurada em meu pescoço. Eu encontrei seus olhos. — Este vestido não tem boas recordações ligadas a ele, — eu disse. — É, bem, ele fica bem em você. É adequado. E, mais importante, Jack amaria-o completamente. Além disso, de acordo com minha mãe, as memórias mudam assim como as pessoas, especialmente se há bastante álcool envolvido. — Olhe, Aphrodite, não me diga que você estará bebendo

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esta noite. Isso simplesmente não é apropriado, — Stevie Rae disse. — Não, caipira. Ou pelo menos não até mais tarde, — Ela jogou o vestido para mim. — Agora vista isso e se apresse. As Gêmeas e Darius estão trazendo Damien para cá para podermos caminhar para a pira todos juntos — um show de solidariedade do bando nerd e tal, o que eu acredito ser uma boa decisão, — ela adicionou rapidamente quando Stevie Rae sugou o ar e abriu sua boca para interromper. — Oh, e oi. É bom ver você e seu namorado hipocondríaco de volta no mundo real. — Legal. Vestir isso. — Eu entrei em nosso banheiro, então coloquei minha cabeça para fora e encontrei os olhos azuis de Aphrodite. — Oh, e Stark é meu Guardião e Guerreiro em primeiro lugar primeiro, meu namorado em segundo. E com certeza que ele não é hipocondríaco. Você sabe muito bem. Você viu o que aconteceu com ele. — Huh, — Aphrodite zombou sob sua respiração. Eu ignorei o som rude, mas mantive a porta aberta para que eu pudesse falar com eles enquanto me vestia. Quando eu vi a pedra de vidente eu parei, e decidi deixá-la pendurada sob o vestido – de maneira nenhuma eu responderia perguntas sobre Skye e Sgiach hoje. Penteei meu cabelo rapidamente e disse, — Ei, galera, vocês acham que Neferet me deixará acender a pira porque ela espera que eu estrague tudo? — Diabos, eu esperava estragar tudo, por que ela não esperaria? — Bem, eu acho que o plano dela é muito mais nefasto do que você se atrapalhar com algumas palavras por estar falando

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alto, porque você se importava de verdade com Jack, — Stevie Rae disse. — Nef o quê? — disse Shaunee enquanto ela também entrava em meu quarto sem sequer dar um olá. — Fasto quem? — opinou Erin. — O que ela está fazendo, Gêmea? Tentando adquirir o vocabulário dispensável de Damien? — Parece totalmente que sim, Gêmea, — Shaunee replicou. — Eu gosto de palavras, e vocês duas vão chupar limão, — Stevie Rae disse. Aphrodite começou a sorrir e então cobriu sua risada com uma tosse enquanto eu saía do banheiro e olhava fixamente para eles. — Nós estamos nos aprontando para ir a um funeral. Eu acho que nós podemos mostrar um pouco mais de respeito por Jack, uma vez que ela era nosso amigo e tudo. As Gêmeas imediatamente pareceram contritas. Elas vieram até mim e cada uma me deu um abraço, murmurando dele e felizes por vocês voltarem. — Z tem um ponto a respeito de ser mais sério, e não apenas porque é o funeral de Jack e que isso é realmente horrível. Nós todos sabemos que não há forma de Neferet de repente decidir fazer a coisa certa e respeitar Zoey e seus poderes, — Stevie Rae disse. — Precisamos estar em guarda, — Eu concordei. — Fiquem perto de mim. Estejam prontos. Se eu tiver que lançar um círculo protetor, não acho que terei muito tempo para fazer.

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— Por que não lançamos um para começar? — Aphrodite disse. — Eu estava indo fazer isso, mas eu dei uma olhada no material sobre um funeral vampyro, e a Alta Sacerdotisa normalmente não lança um. É seu trabalho, bem, uh, quero dizer meu trabalho esta noite, permanecer como testemunha de respeito da perda de um companheiro vampyro, e ajudar a enviar o espírito do vampyro para o Outromundo de Nyx. Não há lançamento de círculo envolvido nisso, apenas orações para Nyx e coisas assim. — Você deve ser boa nisso, Z, já que você voltou há pouco do Outromundo, — Stevie Rae disse. — Eu apenas espero fazer Jack orgulhoso. — Eu senti as lágrimas começando a encher meus olhos e pisquei forte, forçando-as de volta. A última coisa que qualquer um dos meus amigos precisava era eu sendo uma bagunça chorona e catarrenta esta noite. — Então nenhum de vocês tem idéia do que Neferet fará? — Eu perguntei a eles. Houve um bocado de cabeças chacoalhando, e Aphrodite disse, — Tudo em que eu posso pensar é que ela tentará algo para humilhar você, mas eu não vejo como isso pode acontecer se você estiver calma e forte e concentrada no porquê de estarmos todos ali esta noite. — Por Jack, — Shaunee disse. — Para dizer tchau a ele, — Erin disse, sua voz um pouco abalada.

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— Bem, isso é legal e tudo, — Stevie Rae disse, e nós olhamos para ela. — Mas eu acho que funerais não importam como são, são mais para as pessoas deixadas para trás, como Damien. — Este é um ponto realmente bom, Stevie Rae. — Eu sorri para ela em gratidão. — Me lembrarei disso. Stevie Rae esclareceu sua voz. — Eu sei por que eu vi minha mama hoje, e ela estava meio que fazendo um mini funeral para mim. Foi o seu jeito de tentar dar um encerramento. Eu tive um momento de intenso choque enquanto as Gêmeas explodiam com ‚Ohminhadeusa, que horror!‛ — Ela veio aqui? — Aphrodite perguntou. Eu estava surpresa de quão gentil sua voz soou. Stevie Rae assentiu. — Ela estava lá fora na frente do portão deixando-me uma coroa fúnebre, mas na verdade o que ela estava fazendo era o que Damien estará tentando fazer esta noite: dizer adeus. — Você falou com ela, não falou? — Eu disse. — Quero dizer, ela sabe que você não está mais morta, certo? Stevie Rae sorriu, mesmo assim seus olhos ainda pareciam super tristes. — É, mas isso fez eu me sentir horrível por não ter ido a ela primeiro. Foi terrível vê-la chorar tanto. Eu fui até minha MAPS e abracei-a. — Bem, pelo menos ela sabe agora. — E pelo menos você tem uma mãe que se importa o

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bastante para chorar por você, — Aphrodite disse. Eu encontrei o olhar de Aphrodite com completa compreensão. — É, isso é verdade. — Vocês todas, por favor, suas mamas estariam chorando se algo acontecesse com vocês, — Stevie Rae disse. — A minha poderia em público porque é isto que se espera dela, e porque ela estaria tão super medicada que ela poderia se debulhar em lágrimas por nada, — Aphrodite disse brandamente. — Bem, eu acho que a minha poderia chorar também, mas teria sido tudo sobre como ela pôde ter feito isso comigo e que agora ela estava indo direto ao inferno e tudo por culpa dela. — Eu parei, então adicionei, — Minha avó diria que é muito ruim que minha mãe não entenda que há mais do que apenas uma resposta certa sobre a eternidade. — Eu sorri para meus amigos. — Eu sei por que eu estive lá e é maravilhoso. Realmente maravilhoso. — Jack está lá, não está? Seguro, no Outromundo, com a Deusa? Nós todos levantamos o olhar para ver Damien de pé na porta que as Gêmeas tinham deixado abertas. Darius estava de um lado dele e Stark estava do outro. Damien parecia absolutamente terrível, mesmo estando vestido imaculadamente em um Armani. Ele estava tão pálido que parecia que eu podia ver através de sua pele, e as sombras sob seus olhos pareciam hematomas. Eu caminhei até ele e

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peguei-o em meus braços. Ele parecia magro e frágil e totalmente não-Damien. — Sim. Ele está com Nyx. Eu dou minha palavra como uma de suas Alta Sacerdotisas. — Eu abracei-o e sussurrei, — Eu sinto tanto, Damien. Damien retornou meu abraço e então, com um esforço, se afastou. Ele não estava chorando. Em vez disso ele parecia drenado-vazio-desesperançado. — Eu estou pronto pra ir, e eu estou realmente feliz de você estar aqui. — Eu também. Gostaria de ter estado aqui antes. — Eu senti lágrimas começarem a ameaçar novamente. — Talvez eu pudesse ter– — Não, você não podia ter, — Aphrodite disse, se colocando ao meu lado. De novo, sua voz foi suave com compreensão e ela parecia ter mais que seus dezenove. — Você não podia impedir a morte de Heath. Você não poderia ser capaz de impedir a de Jack. — Meus olhos encontraram brevemente os de Stark e eu vi em seu olhar um reflexo do que eu estava pensando — que eu tinha impedido sua morte. Mesmo se isso significava que ele tinha pesadelos e ainda não estava cem por cento, pelo menos ele estava vivo. — Sério, pare com isso, Z, — Aphrodite disse. — Todos vocês — não comecem com o jogo de auto-culpa. A única responsável pela morte de Jack é Neferet. Nós sabemos disso, mesmo se ninguém mais saiba.

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— Eu não posso lidar com isso agora, — Damien disse, e por um instante eu pensei que ele poderia realmente desmaiar. — Nós temos que enfrentar Neferet esta noite? — Não, — eu disse rapidamente. — Eu não estou planejando nada assim. — Mas nós não podemos controlar o que ela fará, — Aphrodite disse. — Stark e eu ficaremos perto. O resto de vocês se certifique de estar próximos de Zoey e Damien. Nós não começaremos nada, mas se Neferet tentar ferir um de nós, estaremos preparados. — Eu a vi na frente do Conselho. Eu não acredito que ela fará algo tão óbvio quanto atacar Z, — Stevie Rae disse. — O que quer que ela faça, estaremos preparados, — Stark ecoou as palavras de Darius. — Eu não estarei pronto, — Damien disse. — Eu não acho que alguma vez serei capaz de lutar contra algo de novo. Eu peguei a mão de Damien na minha. — Bem, hoje à noite você não terá que fazer isso. Se houver uma batalha para ser lutada, seus amigos farão isso. Agora vamos ver Jack. Damien deu uma longa e trêmula respiração, assentiu, e nós deixamos meu quarto. Ainda segurando a mão de Damien, eu levei o grupo descendo as escadas e para fora da sala comum, o qual estava completamente vazio. Eu mentalmente enviei uma pequena oração à Deusa: Por favor,

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permita que todos estejam prontos lá fora — por favor, permita que Damien veja o quanto Jack era amado. Nós caminhamos pela calçada que havia em volta da parte da frente da escola. Eu sabia onde estávamos indo. Eu lembrava muito bem de que a pira de Anastasia tinha sido localizada no centro do pátio da escola, diretamente na frente do Templo de Nyx. Enquanto nos movíamos pela calçada em silêncio um pequeno ruído me chamou atenção e eu olhei para um banco que descansava sob uma Alaia15 próxima à frente da escola. Erik estava sentado ali, sozinho. Seu rosto estava em suas mãos e o som que eu tinha ouvido era ele chorando.

Alaia: no original, Redbud Tree, é um tipo de árvore também conhecida como Árvore-de-judas. http://www.paisagismodigital.com.br/port/item.aspx?id=101790Cercis-canadensis 15

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Zoey Eu quase continuei caminhando, mas então eu me lembrei que antes de atravessar a Mudança, Erik tinha sido companheiro de quarto de Jack. E por causa disso eu também me lembrei que simplesmente não importava o que tinha acontecido entre ele e eu. Eu estava servindo como uma Alta Sacerdotisa esta noite por Jack, e eu sabia sem sombra de dúvida que Jack não gostaria que eu deixasse Erik sentado ali fora por si mesmo, chorando. Além disso, eu tive um repentino flash em minha mente de quando Erik me encontrou chorando depois de meu primeiro e desastroso Ritual das Filhas da Noite. No passado ele tinha sido tão doce e profundo e tinha feito eu me sentir como se talvez eu pudesse realmente dirigir as loucuras que aconteciam nesta escola. Eu devia um favor a ele. Eu apertei a mão de Damien e fiz com que ele e todo o grupo parassem. — Querido, — eu disse a Damien, — eu quero que você vá com Stark e todos os outros para a pira. Há algo que eu tenho que fazer rapidinho. Além disso, de tudo

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que eu li sobre funeral vamp e tal, você — porque Jack era realmente seu Consorte — precisar passar um tempo meditando antes de a pira ser acesa. — Pelo menos eu esperava que fosse o que Damien precisava fazer. Como se tivesse se materializado em resposta à minhas palavras, uma vampyra saiu das sombras, vindo da direção da pira funerária. — Você está absolutamente correta, Zoey Redbird, — ela disse. Eu, juntamente com todos os meus amigos, demos a ela um olhar com grande interrogação. — Oh, eu devia ter me apresentado. — Ela me ofereceu seu antebraço no tradicional cumprimento vampyro. — Eu sou Beverly... — Ela parou, limpou sua garganta, e começou novamente. — Eu sou Professora Missal. A nova instrutora de Feitiços e Rituais. — Oh, humm, prazem em conhecê-la. — Eu devolvi seu cumprimento segurando seu antebraço. É, ela tinha uma tatuagem de vamp completa — um bonito padrão que me lembrou de notas musicais — mas eu juro que ela parecia mais jovem que Stevie Rae. — Hum, Professora Missal, poderia guiar Damien e o resto das crianças à pira? Há algo que eu preciso fazer aqui. — Claro. Tudo estará pronto para você. — Ela se virou para Damien e disse gentilmente, — Por favor, siga-me. Damien disse um fraco ok, mas ele olhou com olhos super vidrados. Contudo, ele começou a seguir a nova professora.

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Stark recuou. Seus olhos saltaram para as sombras e o banco no qual Erik estava sentado. Então voltaram para mim. — Por favor, — eu disse. — Eu preciso falar com ele. Confie em mim, ok? — Seu rosto relaxou. — Sem problemas, mo bann ri. — Antes de seguir Damien, ele adicionou suavemente em seu excelente sotaque escocês, — esperar por você eu estarei quando você terminar. — Obrigada. — Eu tentei falar para ele com meus olhos o quanto eu o amava e apreciava sua lealdade e sua confiança. Ele sorriu e se afastou com o resto do grupo. Bem, exceto por Aphrodite. E Darius, que pairava sobre ela como sua sombra. — O quê? — eu disse. — Como nós podemos deixar você sozinha? — Aphrodite rolou seus olhos. — Sério. Quão desinformada é você? Neferet orquestrou cortar a cabeça de Jack sem de fato estar presente. Eu e Darius não vamos te deixar sozinha para confortar o Erik Mala-sem-alça. Eu olhei para Darius, mas ele sacudiu sua cabeça e disse, — Sinto muito, Zoey, Aphrodite tem um ponto. — Vocês podem pelo menos ficar aqui atrás fora do alcance dos ouvidos? — Eu perguntei em exasperação. — Como se nós quiséssemos ouvir a droga do bebê chorão de Erik? Sem problema. Apenas se apresse. Ninguém precisa

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ficar esperando por causa de um mala-sem-alça, — Aphrodite disse. Eu sequer me incomodei de suspirar enquanto me afastava deles, caminhando para Erik. Ok, sério. O cara nem mesmo percebeu que eu estava ali. Eu estava parada na frente dele. Seu rosto estava em suas mãos e ele estava chorando. Chorando de verdade. Sabendo o excelente ator que ele era, eu limpei minha garganta e me aprontei para ser semi-sarcástica, ou pelo menos bastante passiva-agressiva. Quando ele levantou o olhar para mim tudo mudou. Seus olhos estavam inchados e vermelhos. Lágrimas encharcavam suas bochechas. Até mesmo catarro escorria de seu nariz. Ele piscou algumas vezes, como se estivesse sendo difícil focalizar em mim. — Oh, uh, Zoey, — ele disse, e fez um esforço para se recompor. Ele sentou ereto, e secou seu nariz catarrento em sua manga. — Hum, oi. Você está de volta. — É, eu cheguei há pouco tempo. Estou indo acender a pira de Jack. Quer vir comigo? Um soluço irrompeu de dentro dele. Erik baixou sua cabeça e começou a chorar. Foi totalmente horrível. Eu igualmente não sabia o que fazer. E eu juro que ouvi Aphrodite bufando ao longe. — Ei, — Eu sentei perto dele e meio sem jeito dei um tapinha em seu ombro. — Eu sei que é horrível. Vocês foram realmente bons amigos.

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Erik assentiu com sua cabeça. Eu pude ver que ele estava se esforçando para se manter sob controle, então eu sentei ali e balbuciei enquanto ele fungava e secava seu rosto em sua manga (eca). — Isso realmente fede. Jack era muito legal e doce e jovem e tudo para ter acontecido algo assim a ele. Nós vamos sentir tanta falta dele. — Neferet fez isso. — Ele falou baixinho, e eu o vi olhando em volta como se estivesse com medo de ser ouvido. — Eu não sei como. Maldição, eu nem mesmo sei por que, mas ela fez isso. — É, — eu disse. Nossos olhos se encontraram. — Você fará algo a respeito? — ele disse. Meu olhar não vacilou nem um pouco. — Certamente tudo que estiver em meu poder. Ele quase sorriu. — Bem, isso é bom o bastante para mim. — Ele secou seu rosto novamente e passou uma mão em seu cabelo. — Eu estava partindo. — Hã? — eu disse brilhantemente. — É, indo embora. Partindo da House of Night de Tulsa para a de L.A. Eles me querem lá – em Hollywood. Era para eu ser o próximo Brad Pitt. — Era? — eu perguntei, totalmente confusa. — O que está te impedindo?

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Lentamente, Erik levantou sua mão direita e estendeu-a, com a palma para cima, para mim. Eu pisquei várias vezes, sem realmente entender o que eu estava vendo. — É, isso é o que você está pensando, — ele disse. — É o Labirinto de Nyx. — É claro que eu reconheci a tatuagem em relevo cor de safira que preenchia sua palma, mas era como se minha mente estivesse com dificuldade de associar isso com meus olhos, e eu não estava captando até que a voz de Aphrodite veio por trás de mim. — Oh, pelo amor do saco plástico! Erik é um Rastreador. Os olhos de Erik foram de mim para Aphrodite. — Feliz agora? Continue e sorria. Você sabe que isso significa que eu não posso ir embora da House of Night de Tulsa por quatro anos – que eu tenho que ficar aqui e seguir a maldita essência e ser o imbecil que está presente quando cada criança, pelos próximos quatro anos, é Marcada e descobre que pode ou não morrer, mas por certo tem que mudar sua vida para sempre. Houve um momento de silêncio e então Aphrodite disse, — É isso que está incomodando você? Que você é o novo Rastreador e este é um trabalho duro, ou o que está realmente incomodando você é que você estará fora de Hollywood por quatro anos bem quando você estava certo que seria o próximo Brad Pitt? Eu girei rapidamente e a encarei. — Ele era companheiro de quarto de Jack! Você se lembra de como é perder um companheiro de quarto? — Eu vi sua expressão mudar e suavizar, mas eu apenas sacudi minha cabeça. — Não. Você e

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Darius vão. Eu seguirei vocês. — Quando Aphrodite ainda hesitou eu, falei diretamente ao Guerreiro. — Como sua Alta Sacerdotisa, estou ordenando. Eu quero ficar sozinha com Erik. Leve Aphrodite e me encontre na pira de Jack. Darius não hesitou nem um segundo. Ele se inclinou solenemente para mim, então pegou Aphrodite pelo cotovelo e literalmente puxou-a para longe. Eu suspirei profundamente e sentei perto de Erik no banco. — Desculpe por isso. Aphrodite não é má, mas como Stevie Rae diria, ela não é muito legal às vezes. Erik bufou. — Você não precisa me dizer isso. Eu e ela namoramos, se lembra? — Eu me lembro, — Eu disse calmamente. Então adicionei, — Eu e você namoramos também. — É, — ele disse. — Eu pensei que te amava. — Eu também pensei que te amava. Ele olhou para mim. — Nós estávamos errados? Eu olhei de volta para ele. Realmente olhei para ele. Deusa, ele era quente e seriamente de um jeito meio Superman/Clark Kent. Alto, moreno, de olhos azuis e musculoso. Mas havia mais do que isso. É, ele era controlador e arrogante, mas em algum lugar dentro dele eu sabia que havia um cara realmente, realmente bom. Eu apenas não era a garota certa para este cara. — É, estávamos errados, mas está tudo bem. Recentemente

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eu fui lembrada de que está tudo bem não ser perfeita, especialmente se você aprende com suas confusões. Então, o quanto nós aprendemos com a nossa? Eu acho que nós podemos ser melhores amigos em todo caso. Seus lindos lábios se levantaram. — Eu acho que você pode estar certa. — Além disso, — eu adicionei, empurrando-o com meu ombro, — eu não tenho bastantes caras sérios bonitos como meus amigos. — Eu sou um cara sério bonito. Quero dizer, um cara realmente sério que é também, como você diz, bonito. — É, você é, — eu disse. Então eu estendi minha mão. — Amigos? — Amigos. — Erik pegou minha mão na sua e então, com um sorriso jovial, ele escorregou graciosamente do banco para um dos joelhos. — Minha senhora, sempre seremos amigos. — Oh, ok, — eu disse, meio que sem fôlego, porque, bem, não importava o quanto eu amasse Stark, Erik era seriamente quente e um ator super bom. Ele se inclinou e beijou minha mão. Não em um horrendo jeito de eu-estou-tentando-me-enfiar-em-suas-calças, mas de um jeito de real cavalheiro. Ainda de joelhos, ele levantou o olhar para mim e disse, — Você tem que dizer algo esta noite que nos dê esperança e ajude Damien, porque exatamente agora muitos de nós estão apenas vagando ali se perguntando mas que droga? — e Damien seriamente não está bem.

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Meu coração se apertou. — Eu sei. — Bom. Não importa o que, eu acredito em você, Zoey. Eu suspirei. De novo. Ele sorriu e se levantou, me puxando com ele. — Então, por favor, deixe-me escoltar você ao funeral. Eu peguei o braço de Erik e caminhei para um futuro que eu sequer podia começar a imaginar.

*** Era uma terrível, triste e inacreditável visão. Ao menos da última vez que uma pira funerária foi queimada para um vampyro da House of Night, a escola inteira estava ali. Calouros e vampyros fizeram um enorme círculo em volta da estrutura tipo banco que tinha sido construída no centro do terreno da escola. Eu ainda podia ver a grama carbonizada que testemunhava o fato de que há pouco tempo o corpo de Anastasia Lankford foi consumido pelo fogo da Deusa no mesmo lugar. Porém a escola não tinha vindo testemunhar e mostrar respeito a ela. Muitos deles tinham estado sob o controle de Kalona — ou apenas aterrorizados. Esta noite era diferente. O controle de Kalona tinha sido quebrado e Jack estava tendo uma despedida de Guerreiro. Meus olhos acharam Dragon Lankford mesmo antes de eu olhar para a pira funerária. Ele estava parado atrás de Jack na sombra do carvalho mais próximo. Mas as sombras não

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cobriam sua dor. Eu pude ver lágrimas caindo silenciosamente em seu rosto esculpido. Deusa, ajude Dragon, foi minha primeira oração da noite. Ele é um bom homem. Ajude-o a achar paz. Então eu olhei para Jack. O que eu vi me fez engasgar e sorrir através de minhas lágrimas. Como era tradição em funerais vampyros, ele tinha sido envolvido, da cabeças aos pés, numa tradicional mortalha vampyra, mas a que cobria Jack era simplesmente roxa. Super cintilante. Super brilhante. Super roxa. — Ela realmente fez isso. — A voz chocada de Erik veio do meu lado. — Eu sabia que roxo era a cor favorita dele, então eu fui na The Dolphin na Utica Square e comprei lençóis roxos. Muitos deles. Então eu falei para Sapphire na enfermaria para envolver Jack neles, mesmo embora eu não acreditasse que ela realmente faria. Eu me virei para Erik, fiquei na ponta dos pés, e beijei sua bochecha. — Obrigada. Jack definitivamente amaria o que você fez. Você foi um bom amigo para ele, Erik. Ele assentiu e sorriu mas não disse nada, e eu vi que ele estava chorando novamente. Antes que eu me juntasse a ele e berrasse tanto que eu não pudesse ser confundida com nenhuma Alta Sacerdotisa, eu afastei meu olhar dele e meus olhos acharam Damien. Ele estava de joelhos na ponta da pira de Jack. Duquesa estava sentada ao lado dele e seu gato gorducho,

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Cammy, estava enroscado tristemente entre seus joelhos. Stark estava parado perto de Duquesa e eu pude ver que ele estava dando tapinhas nela e murmurando para a cadela e para Damien ao mesmo tempo. Stevie Rae estava perto de Stark, parecendo super miserável e aos prantos. Aphrodite estava do outro lado de Damien, com Darius bem atrás dela. As Gêmeas estavam em sua esquerda. E de cada lado de meu grupo de melhores amigos, a escola toda espalhada em um silencioso e respeitoso círculo em volta da pira. Muitos dos calouros e vampyros, incluindo Lenobia e a maioria dos professores, estavam segurando velas roxas. Parecia que ninguém, exceto Stark, estava falando, mas eu podia ouvir muitos soluços. Neferet não estava em nenhum lugar que pudesse ser vista. — Você pode fazer isso, — Erik sussurrou. — Como? — Eu mal falei a palavra. — Como você sempre faz – com a ajuda de Nyx. — ele disse. — Por favor, Nyx, me ajude. Eu não posso fazer isso sozinha, — eu sussurrei em voz alta. E então a Professora Missal estava ali, conduzindo-me para a frente. Então, me movendo com o que eu esperava que fossem passos confiantes de uma real Alta Sacerdotisa adulta, eu caminhei diretamente para Damien. Stark me viu primeiro. Quando seus olhos encontraram os meus eu não vi nem um pouco de inveja ou raiva, mesmo

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embora eu soubesse que Erik estava caminhando logo atrás de mim. Meu Guerreiro, meu Guardião, meu amante, afastou-se e curvou-se formalmente para mim. — Merry meet, Alta Sacerdotisa. — Sua voz soou sobre o terreno da escola. Todos se viraram para mim e, como se fosse um, a House of Night se inclinou, reconhecendo-me como sua Alta Sacerdotisa. Eu me senti como nunca havia sentido antes. Professores, vampyros, de centenas de anos, e os mais jovens calouros estavam todos olhando para mim – acreditando em mim, confiando em mim. Era tão aterrorizante como pavoroso. Nunca esqueça este sentimento, a voz da Deusa cantou através de minha mente. Uma verdadeira Alta Sacerdotisa é humilde assim como orgulhosa, e nunca esquece a responsabilidade que ser um líder implica. Eu parei diante de Damien e me inclinei para ele, punho fechado sobre meu coração. — Merry meet, Damien. — Então, não me importando de estar me desviando do texto da etiqueta de funeral vampyro que eu li no avião, eu peguei as mãos de Damien e puxei, de modo que ele se levantou. Eu envolvi meus braços em volta dele e repeti, — Merry meet, Damien. Ele soluçou uma vez. Seu corpo parecia rígido e ele se movia lentamente, como se ele estivesse com medo de se quebrar em um zilhão de pedaços, mas ele retornou meu abraço realmente forte. Antes de eu me afastar dele eu fechei meus olhos, me concentrei, e sussurrei, — Ar, venha para seu

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Damien. Encha-o com brandura e esperança, e ajude-o a passar por esta noite. — O Ar respondeu instantaneamente. Ele levantou meu cabelo e envolveu Damien e eu. Eu ouvi-o sugar uma respiração, e quando ele exalou, algo do terrível aperto saiu de seu corpo. Eu me afastei e encontrei seus olhos tristes. — Eu te amo, Damien. — Eu te amo também, Zoey. Vá em frente. — Ele acenou na direção do corpo de Jack envolvido em roxo. — Faça o que você tem que fazer. Eu sei que Jack não está realmente ali de qualquer forma. — Ele parou e engoliu um soluço e então adicionou, — Ele estaria feliz de ser você. Em vez de me debulhar em lágrimas e cair no chão em uma poça encharcada como eu queria, eu virei para encarar a pira e a House of Night. Eu dei duas respirações, deixei-as sair, e com a terceira eu sussurrei, — Espírito, venha a mim. Faça minha voz alta o bastante para todas ouvirem. — O elemento com o qual eu tenho mais afinidade me encheu e me fortaleceu. Quando eu comecei a falar minha voz era como um alerta da Deusa, e ecoou com som e espírito sobre o terreno da escola. — Jack não está aqui. Em nossas mentes todos entendemos isso. Damien disse exatamente isso para mim, mas esta noite eu quero que todos saibam disso. — Eu pude sentir todos os olhos em mim, e eu falei devagar e claramente as palavras que eram tocadas pela Deusa enquanto elas vinham à minha mente. — Eu estive no Outromundo e eu posso prometer a vocês que é lindo e maravilhoso e real como vocês querem

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acreditar em seus corações. Jack está lá. Ele não sente dor. Ele não está triste ou preocupado ou assustado. Ele está com Nyx em seus prados e bosques. — Eu parei e sorri através do brilho das lágrimas. — Ele provavelmente está brincando alegremente nos prados e bosques. — Eu ouvi a risadinha surpresa de Damien ecoar por alguns calouros. — Ele está encontrando amigos íntimos, como meu Heath, e provavelmente decorando como louco. — Aphrodite bufou e sorriu e Erik soltou um riso abafado. — Nós não podemos estar com ele agora. — Eu olhei para Damien. — É difícil. Eu sei que é difícil. Mas nós podemos ter certeza de que o veremos de novo — nesta vida ou na próxima. E quando isso acontecer, não importa quem nós somos ou onde nós estamos, eu prometo a vocês que uma coisa sobre nosso espírito, nossa essência, permanecerá a mesma: amor. Nosso amor vive e durará para sempre. E esta é uma promessa que eu sei que vem diretamente da Deusa. Stark me entregou um longo cajado de madeira que tinha uma coisa pegajosa enrolada na outra extremidade. Eu pegueio, mas antes de eu caminhar para a pira meus olhos encontraram Shaunee. — Você me ajudará? — Eu perguntei a ela. Ela secou suas lágrimas, encarou o sul, levantou seus braços, e em uma voz ampliada pelo amor e pela perda, ela chamou, — Fogo! Venha a mim! — As mãos que ela levantou sobre sua cabeça brilhavam enquanto, comigo, Shaunee caminhou para a ponta de pira gigante de madeira sobre a

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qual o corpo de Jack jazia. — Jack Swift, você foi um menino doce e especial. Eu sempre amarei você como um irmão e um amigo. Até a próxima vez que eu encontrar você, merry meet, merry part, e merry meet de novo. — Quando eu toquei o final de minha tocha na pira, Shaunee jogou seu elemento nela, instantaneamente acendendo-a com um brilho transcendental que cintilava amarelo e roxo. Eu estava me virando para Shaunee e abrindo minha boca para agradecê-la e a seu elemento quando a voz de Neferet perfurou a noite. — Zoey Redbird! Caloura Alta Sacerdotisa! Eu peço que você testemunhe!

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Zoey Eu não tive que procurar muito para achá-la. Neferet estava parada nos degraus do Templo de Nyx, à minha esquerda. Enquanto todos se viravam para sussurrar e observá-la, eu senti Stark se mover para meu lado, assim em apenas um rápido movimento e ele estaria entre eu e Neferet. Eu estava também consciente de Stevie Rae. De repente ela estava ali em meu outro lado, e pelas bordas de minha visão eu pude ver as Gêmeas e até mesmo Damien. Meu círculo de amigos me rodeou, deixando-me saber sem palavras que eles protegeriam minhas costas. Quando Neferet começou a caminhar em minha direção eu automaticamente comecei a me concentrar. Eu pensei, Ela deve ter se tornado totalmente, completamente insana para me pedir para dirigir o funeral e então me atacar na frente de toda a escola. Mas sã ou insana, realmente não importa. Ela ainda era má e perigosa e vinha contra mim, e Eu Não Ia Fugir. Então suas próximas palavras me chocaram quase tanto quanto o que ela começou a fazer.

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— Ouça-me, Zoey Redbird, Caloura Alta Sacerdotisa, e seja testemunha. Eu tenho errado com Nyx, você e esta House of Night. Sua voz era forte e clara e bela, e parecia fazer música no ar em volta dela. Ao mesmo tempo em que estava falando, Neferet começou a tirar suas roupas. Isso deveria ter sido embaraçoso, ou desconfortável, ou erótico, mas não era nenhuma destas coisas. Era simplesmente belo. — Eu tenho mentido para você e para minha Deusa. — Sua camisa caiu, flutuando atrás dela como uma pétala caindo de uma rosa. — Eu tenho enganado você e minha Deusa sobre minhas intenções. — Ela desenroscou a blusa de seda preta que estava vestindo e andou para fora dela como se ela fosse uma poça de água negra. Completamente nua, ela caminhou diretamente para mim. As chamas roxas e amarelas da pira de Jack cintilaram contra sua carne, fazendo com que ela parecesse como se também estivesse queimando, só que sem ser consumida. Quando ela me alcançou, caiu sobre seus joelhos, jogou sua cabeça para trás, e abriu seus braços, dizendo, — Pior de tudo, eu permiti que um homem me seduzisse para longe do amor de minha Deusa e de seu Caminho. Agora aqui, nua para você, nossa House of Night, e para Nyx, eu peço perdão por minhas transgressões, por eu achar que não posso viver esta terrível mentira por mais outro momento. — Enquanto terminava de falar ela baixou sua

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cabeça e seus braços e então formalmente, respeitosamente, profundamente, Neferet se curvou para mim. No completo silêncio que seguiu seu pronunciamento, minha mente zumbiu numa cacofonia de pensamentos conflitantes: Ela está fingindo — eu desejo que não esteja — é por causa dela que Heath e Jack estão mortos — ela é uma mestra manipuladora. Tentando imaginar o que eu deveria dizer – o que eu devia fazer — eu olhei em volta, impotente, por alguma pista. As Gêmeas e Damien estavam olhando de boca aberta para Neferet, totalmente chocados. Eu dei uma olhada para Aphrodite. Ela estava olhando para Neferet também, mas o olhar em seu rosto era explicitamente de desgosto. Stevie Rae e Stark estavam ambos olhando para mim. Ainda que levemente, sem dizer uma palavra, Stark sacudiu sua cabeça uma vez, não. Eu olhei dele para Stevie Rae, que gesticulou com os lábios para mim: ela mente. Com a respiração pesada, eu olhei fixamente em volta do círculo feito pela House of Night. Alguns estavam me olhando interrogativamente, em expectativa, mas a maioria deles estava olhando estupidamente para Neferet em admiração, obviamente soluçando com o que era um misto de felicidade e alívio. Neste momento, um pensamento tomou forma e fatiou como uma adaga através de todos os outros em minha mente: Se eu não aceitar suas desculpas a escola de virará contra mim. Eu parecerei uma fedelha vingativa, e é exatamente isso que Neferet quer.

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Eu não tinha escolha. Tudo que eu podia fazer era reagir e esperar que meus amigos confiassem em mim o bastante para saber que eu podia reconhecer a diferença entre verdade e manipulação. — Stark, me dê sua blusa, — Eu disse rapidamente. Ele não hesitou. Ele desabotoou sua blusa e estendeu-a para mim. Certificando-me de que minha voz ainda carregava o poder do espírito eu disse a ela, — Neferet, por mim eu te perdôo. Eu nunca quis ser sua inimiga. — Ela levantou o olhar para mim; seus olhos verdes estavam absolutamente sinceros. — Zoey, eu... — ela começou. Eu falei por cima dela, cortando o doce som de sua voz. — Mas eu posso falar somente por mim. Você terá que buscar a Deusa por seu perdão. Nyx conhece seu coração e sua alma, então será ali que você achará sua resposta. — Então eu já fiz isso, e encheu meu coração e minha alma de regozijo. Obrigada, Zoey Redbird, e obrigada, House of Night! Havia murmúrios em volta do círculo de ‚Obrigada, Deusa!‛ e ‚Seja abençoada!‛ Eu me obriguei a sorrir enquanto me inclinei e envolvi a camisa de Stark em seus ombros. — Por favor, levante. Você não deveria estar ajoelhada diante de mim. Neferet levantou graciosamente, e colocou a camisa de Stark, abotoando cuidadosamente. Então ela se virou para Damien. — Merry meet, Damien. Eu posso ter sua permissão

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para enviar minha oração pessoal pelo espírito de Jack para a Deusa? Damien não falou. Ele apenas acenou com a cabeça, e eu não podia dizer pela tristeza e dor em seu rosto se ele acreditava ou não na exibição de Neferet. Ela continuou a atuar com perfeição. — Obrigada. — Neferet caminhou para perto da pira de Jack, jogou sua cabeça para trás e levantou seus braços. Diferente de mim, ela não amplificou sua voz. Em vez disso, ela falou tão suavemente que nenhum de nós podia ouvi-la. Seu rosto estava inclinado tão alto que eu tinha uma perfeita visão dele. Sua expressão era serena e sincera, e eu me perguntei como era possível que algo que eu tinha certeza de ser tão podre por dentro pudesse ser tão lindo por fora. Eu acho que foi porque eu estava olhando tão fixamente pra ela, tentando achar uma falha em sua armadura, que eu vi tudo que aconteceu depois. A expressão de Neferet mudou. Seu rosto ainda estava inclinado para cima, mas era óbvio, ao menos para mim, que ela tinha visto algo acima de nós. Então eu ouvi. Foi um som meio familiar. Eu não o reconheci de longe, mesmo que ele tenha feito os cabelos de meus braços se arrepiarem. Eu não olhei para cima, contudo. Eu continuei olhando Neferet. O que quer que ela esteja olhando estava irritando e preocupando-a. Ela não mudou sua postura ou parou de fazer sua ‚oração‛, mas seus olhos buscaram em volta como se ela estivesse checando para ver se

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alguém mais tinha percebido o que ela tinha visto. Eu fechei minhas pálpebras esperando que parecesse como se eu estivesse orando, meditando, me concentrando — qualquer coisa exceto olhando-a. Eu dei alguns segundos, então abri meus olhos. Neferet definitivamente não estava olhando para mim. Ela estava olhando fixamente para Stevie Rae, mas minha MAPS não estava ciente disso. Stevie Rae estava muito ocupada olhando espantada para cima também. Só que sua expressão não estava irritada ou preocupada — estava radiante, como se ela estivesse olhando para algo que enchia seu coração com completa felicidade, completo amor. Confusa, eu olhei de volta para Neferet. Ela ainda estava observando Stevie Rae, e sua expressão tinha mudado de novo. Eu vi seus olhos se arregalarem, como se em entendimento, e então seu rosto estava cheio de prazer, como se o que ela tinha apenas imaginado a tinha feito super feliz. Eu não conseguia tirar meus olhos de Neferet, mas eu estava alcançando a mão de Stark automaticamente, como se eu soubesse que meu mundo estava ponto para explodir quando a voz de Dragon Lankford foi um toque de trombeta que mudou tudo. — Corvo Escarnecedor acima! Professores, levem os calouros para abrigo! Guerreiros, comigo! O tempo começou a se mover em velocidade rápida então. Stark me empurrou para trás dele enquanto ele começou a

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avançar. Eu o ouvi amaldiçoar, e eu sabia que era porque ele não tinha seu arco com ele. — Eu quero que você vá para o Templo de Nyx! — Stark gritou sobre o som explodindo ao nosso redor, já me movendo naquela direção. Sobre seu ombro eu pude ver o pandemônio que tinha se formado. Algumas das crianças estavam gritando; professores estavam chamando seus estudantes e tentando tranqüilizá-los; Guerreiros Filhos de Erebus de armas postas, prontos para entrar na batalha. Todos se moviam exceto Neferet e Stevie Rae. Neferet ainda estava parada ao lado da pira de Jack — ainda olhando fixamente para Stevie Rae e sorrindo. Stevie Rae parecia que tinha sido enraizada em seu lugar. Ela estava olhando fixamente para cima, sacudindo sua cabeça de um lado para o outro, de um lado para o outro, e ela estava soluçando. — Não, espere, — Eu disse a Stark, me movendo em volta dele de tal forma que ele desistiu de me empurrar para o templo. — Eu não posso ir. Stevie Rae está... — CAIA DO CÉU, BESTA IMUNDA! O grito de Neferet me cortou. Ela tinha arremessado seus braços para cima, dedos abertos como se estivesse tentando agarrar algo no ar. — Você pode ver isso? — Stark me perguntou com urgência, olhando fixamente para o céu.

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— O quê? Ver o quê? — Preto, pegajoso, tentáculos de Escuridão. — Ele fez uma careta em horror. — Ela está usando eles. E isso significa que ela estava mentindo como uma cadela sobre pedir perdão, — ele disse severamente. — Ela definitivamente ainda está aliada à Escuridão. Então não houve tempo de dizer nada mais porque, com um terrível grito, um enorme Corvo Escarnecedor caiu do céu, aterrissando em uma pilha no meio do terreno da escola. Eu o reconheci imediatamente. Era Rephaim, filho preferido de Kalona. — Matem essa coisa! — Neferet ordenou. Dragon Lankford não precisou da ordem. Ele já estava se movendo. Espada brilhando na luz do fogo, ele desceu sobre o Corvo Escarnecedor como um deus vingador. — Não! Não o machuque! — Stevie Rae gritou e se lançou entre Dragon e a criatura caída. Seus braços estavam levantados, palmas para fora, e ela estava brilhando verde, como se seu corpo tivesse se transformado de repente em musgo iridescente. Dragon bateu contra a barreira verde brilhante e foi jogado como se tivesse batido em uma gigante bola de borracha. Foi assustador e legal ao mesmo tempo. — Ah, infernos, — eu murmurei, já me movendo em direção a Stevie Rae. Eu tive um péssimo pressentimento sobre o que estava acontecendo. Um sentimento realmente, realmente mal.

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Stark não tentou me parar. Ele apenas disse, — Fique perto de mim e fora do alcance deste maldito pássaro. — Por que você está protegendo esta criatura, Stevie Rae? Você está aliada a isso? — Neferet estava parada ao lado de Dragon, que estava novamente de pé e literalmente tremendo com o esforço para não correr contra Stevie Rae de novo. Neferet parecia perplexa, mas seus olhos brilhavam ferozmente, como se ela fosse um gato e Stevie Rae fosse seu rato encurralado. Stevie Rae ignorou Neferet. Ela olhou para Dragon e disse, — Ele não está aqui para machucar ninguém. Eu prometo. — Liberte-me, Vermelha. — O Corvo Escarnecedor falou enquanto eu finalmente alcançava Dragon e Neferet. Ele, também, tinha se posto de pé, o que me surpreendeu porque parecia que a queda deveria tê-lo matado. Na verdade, a única evidência que eu podia ver dele ter se machucado era um corte em seu bíceps assustadoramente humano que estava apenas começando a escorrer sangue. Ele estava lentamente se afastando de Stevie Rae, exceto que uma estranha bolha verde tinha se formado em volta deles, e isso não o deixaria chegar muito longe dela. — Isto não é nada bom, Rephaim. Eu não continuarei mentindo e fingindo mais. — Stevie Rae olhou para Neferet e para a multidão de calouros e professores que tinham parado de correr para longe e em vez disso estavam observando-a, choque e horror nítidos em seus rostos. Então fechando sua mandíbula e elevando seu queixo, Stevie Rae olhou para trás

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para o Corvo Escarnecedor. — Eu não sou tão boa atriz. Eu nunca quis ser tão boa atriz. — Não faça isso. A voz do Corvo Escarnecedor me chocou. Não era porque ele parecia humano. Eu tinha o ouvidoele falar antes e eu sabia que se ele não estivesse silvando em raiva, ele podia falar como um cara qualquer. O que me chocou foi o tom de sua voz. Ele parecia assustado e muito, muito triste. — Isso já está feito, — Stevie Rae falou para ele. E então quando eu finalmente encontrei minha voz. — Que infernos está acontecendo, Stevie Rae? — Desculpe-me, Z. Eu queria te contar. Eu realmente queria te contar. Eu apenas não sabia como. — Os olhos de Stevie Rae suplicavam que eu entendesse. — Não sabia como contar o que? Então aquilo me acertou — o cheiro do sangue do Corvo Escarnecedor. Com uma onda de horror, eu conhecia aquele cheiro. Ele tinha estado em Stevie Rae antes, e eu percebi sobre o que ela estava falando, o que ela tinha estado tentando me dizer. — Você teve um Imprint com esta criatura. — Eu estava pensando as palavras, mas Neferet foi a única que disse a eles em voz alta. — Oh, Deusa, não, Stevie Rae, — Eu disse, meus lábios pareciam frios e entorpecidos. Em descrença, eu continuei

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sacudindo minha cabeça de um lado para o outro como se negando pudesse fazer todo este pesadelo desaparecer. — Como? — As palavras pareciam arrancadas de Dragon. — Não foi culpa dela, — O Corvo Escarnecedor disse. — Eu sou o responsável. — Não fale comigo, monstro. — Dragon parecia mortal. O olhar vermelho do Corvo Escarnecedor se moveu do Mestre de Espadas para mim. — Não a culpe, Zoey Redbird. — Porque você está falando comigo? — Eu gritei para ele. Ainda sacudindo minha cabeça eu olhei para Stevie Rae. — Como você pôde deixar isso acontecer? — Eu perguntei, e então eu fechei minha boca quando eu percebi o quanto eu de repente parecia com minha mãe. — Santa merda. Eu sabia que algo esquisito estava acontecendo com você, Stevie Rae, mas eu não tinha idéia de uma esquisitice deste nível, — Aphrodite disse, vindo para o meu lado. — Eu deveria ter dito algo, — Kramisha disse de muitos metros de distância onde ela estava parada ao lado das Gêmeas e Damien, que estavam olhando incrédulos de Stevie Rae para o Corvo Escarnecedor. — Eu sabia daqueles poemas sobre a besta e você e como era ruim. Eu apenas não sabia o quanto eles eram literais. — Por causa da aliança entre estes dois, a Escuridão já manchou a escola, — Neferet disse solenemente. — Esta criatura deve ser responsável pela morte de Jack.

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— Isto é um monte de besteiras! — Stevie Era disse. — Você matou Jack como sacrifício para a Escuridão porque ela deu a você o controle da alma de Kalona. Você sabe disso. E Rephaim sabe disso. É por isso que ele estava lá em cima observando você à distância. Ele queria estar certo de que você não faria nada terrível esta noite. Eu observei Stevie Era enfrentar Neferet e reconheci a força e o desespero que eu vi em minha MAPS, porque eu senti ambas as coisas nas vezes em que eu enfrentei Neferet também – especialmente no passado quando foi apenas eu contra Neferet e a escola inteira cheia de vamps e calouros não tinham nem pista de que ela era algo menos que perfeita. — Ele está absolutamente misturado a ela, — Neferet disse, falando para a multidão reunida. — Ambos devem ser destruídos de uma vez. Meu estômago embrulhou, com a certeza que eu sentia apenas quando eu estava sendo guiada pela Deusa, eu sabia que eu tinha que fazer algo. — Ok, basta. — Com Stark se movendo inquietamente ao meu lado e mantendo seu olhar treinado no garoto-pássaro, eu me movi para mais perto de Stevie Era. — Você tem que saber o quão ruim isso parece. — É, eu sei. — E você realmente tem um Imprint com ele? — É, eu tenho, — ela disse firmemente.

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— Ele te atacou ou algo assim? — Eu perguntei, tentando dar algum sentido a isso. — Não, Z, foi o oposto. Ele salvou minha vida. Duas vezes. — Claro que ele salvou. Você está unida à criatura e aliada com a Escuridão! — Neferet virou para encarar os espectadores calouros e vampyros. O brilho verde que rodeava Stevie Rae se intensificou ao mesmo tempo em que sua voz. — Rephaim me salvou da Escuridão. Ele foi a razão de eu ter sobrevivido a invocação acidental do touro branco. E só porque a maioria das pessoas não pode ver o que você está fazendo, nunca se esqueça de que eu posso. Eu vejo os tentáculos de Escuridão que seguem suas ordens. — Você parece muito familiar com este assunto, — Neferet disse. — Claro que eu sou, — Stevie Era disse iradamente. — Antes do sacrifício de Aphrodite eu estava cheia de Escuridão. Eu sempre a reconhecerei; da mesma forma que eu sempre escolherei a Luz sobre ela. — Mesmo? O sorriso de Neferet era presunçoso. — E foi isto que você fez quando escolheu esta criatura? Escolheu a Luz? Corvos Escarnecedores foram criados em raiva e violência e ódio. Eles vivem pela morte e destruição. Este aí matou Anastasia Lankford. Como pode ser confundido com a Luz e o Caminho da Deusa?

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— Isso está errado. — Rephaim não estava falando com Neferet. Ele estava olhando diretamente para Stevie Era. — O que eu era antes de conhecer você estava errado. Então você me achou e me tirou de um lugar sombrio. — Eu prendi minha respiração enquanto o Corvo Escarnecedor lentamente, gentilmente, tocou a bochecha de Stevie Era, secando uma lágrima. — Você me mostrou bondade e por um breve momento eu vislumbrei a felicidade. Isto é o bastante para mim. Liberte-me, Stevie Rae, minha Vermelha. Deixem que eles executem sua vingança sobre mim. Talvez Nyx tenha piedade de meu espírito e me deixe entrar em seu reino onde algum dia eu verei você novamente. Stevie Era sacudiu sua cabeça. — Não. Não posso. Não quero. Se eu sou sua, então você é meu também. Eu não deixarei você sem uma luta. — Isso significa que você lutará contra seus amigos por ele? — Eu gritei para ela, sentindo como se tudo estivesse saindo do controle. Calmamente, Stevie Era olhou para mim. Eu vi a resposta em seus olhos antes dela falar em uma voz triste, porém firme. — Se eu tiver que lutar, eu lutarei. — E então ela disse uma coisa – a única coisa — que finalmente fez sentido em toda esta louca confusão, e isso mudou tudo para mim. — Zoey, você teria lutado com todos para me proteger quando eu estava cheia da Escuridão, mesmo quando você não sabia ao certo se eu alguma vez seria eu mesma novamente. Ele já Mudou, Z.

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Ele deu as costas à Escuridão. Como eu poderia fazer menos por ele? — Esta coisa matou minha companheira! — Dragon berrou. — Por isso, assim como por um monte de outras ofensas, ele precisa morrer, — Neferet disse. — Stevie Era, se você escolher ficar com esta criatura, então você escolhe ficar contra a House of Night, e você merecerá perecer com ele. — Ok, não. Calma aí. — Eu disse. — Algumas vezes as coisas não são simplesmente preto e branco, e há mais de uma resposta correta. Dragon, eu sei que é horrível para você, mas deixe tudo apenas para dar uma respirada e afaste-se um segundo. Você não pode realmente estar falando de matar Stevie Rae. — Se ela fica com a Escuridão ela merece o mesmo destino que a criatura, — Neferet disse. — Oh, por favor. Você acabou de admitir que ficou ao lado da Escuridão, e Zoey perdoou você por isso, — Aphrodite disse. — Eu não estou dizendo que estou legal com esta estranheza toda de garoto-pássaro/Stevie Rae, mas como pode estar bem para você ser perdoada, mas não estar bem para eles dois? — Porque eu não estou mais sob influência da Escuridão, a qual foi personificada pelo pai desta criatura, — Neferet disse suavemente. — Eu não estou mais aliada a ele. Vamos perguntar à criatura se ele pode dizer o mesmo. — Ela olhou

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para o Corvo Escarnecedor. — Rephaim, você jura que não é mais filho de seu pai? Que você não está mais aliado a ele? Desta vez Rephaim respondeu diretamente a Neferet. — Apenas meu pai pode me libertar de seu serviço. Eu pude ver a presunção no rosto de Neferet. — E você pediu a Kalona que o libertasse? — Eu não. — Rephaim olhou de Neferet para Stevie Era. — Por favor entenda. — Eu entendo. Prometo que eu entendo, — ela falou para ele. Então ela gritou para Neferet. — Ele não pediu para Kalona libertá-lo porque ele não quer trair seu pai! — As razões dele para escolher a Escuridão não são importantes, — Neferet disse. — Na verdade, eu acho que são, — eu disse. — E outra coisa, nós estamos falando de Kalona como se ele estivesse aqui. Ele não deveria ter sido banido de seu lado? Neferet virou seus frios olhos verdes para mim. — O imortal não está mais ao meu lado. — Mas parece que ele está aqui em Tulsa. Se ele está banido, o que ele está fazendo aqui? Uh, Rephaim, — eu tropecei em seu nome. Era super estranho estar falando com a assustadora criatura como se ele fosse um cara comum. — Seu pai está em Tulsa? — E-eu não posso falar de meu pai, — o Corvo Escarnecedor disse pausadamente.

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— Eu não estou pedindo para você dizer algo ruim ou nem mesmo para nos dizer onde exatamente ele está, — eu disse. Eu fiquei surpresa de ser capaz de ver a angústia em seus olhos vermelhos. — Sinto muito. Eu não posso. — Veja! Ele não falará contra Kalona; ele não se colocará contra Kalona, — a voz de Neferet disparou. — E porque o Corvo Escarnecedor está aqui, nós sabemos que Kalona está também em Tulsa já, ou a caminho. Então quando ele atacar esta escola, como ele certamente fará, você estará, novamente, ao lado dele lutando contra nós. Rephaim virou seu olhar escarlate para Stevie era. Com uma voz cheia de desespero ele disse, — Eu não machucarei você, mas se meu pai e eu— Neferet cortou, — Dragon Lankford, como Alta Sacerdotisa desta House of Night eu ordeno que a proteja. Mate este vil Corvo Escarnecedor e quem estiver com ele. Eu vi Neferet levantar sua mão e movimentar seu punho em direção a Stevie Era. A bolha verde brilhante que tinha estado rodeando a ela e ao Corvo Escarnecedor estremeceu, e Stevie Era gemeu. O rosto dela ficou realmente pálido, e ela colocou sua mão no estômago como se estivesse ficando enjoada. — Stevie Era? — Eu comecei a ir até ela, mas Stark agarrou minha mão, me segurando. — Neferet está usando a Escuridão, — ele disse. — Você não pode ficar entre ela e Stevie Rae – isso derrubará você.

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— Escuridão? — A voz de Neferet soou inchada com o poder. — Eu não estou usando a Escuridão. Eu estou usando a justa vingança de uma deusa. Apenas isso pode me permitir quebrar esta barreira. Agora, Dragon! Mostre a esta criatura as conseqüências de ficar contra minha House of Night! Stevie Era gemeu novamente, e caiu sobre seus joelhos. O brilho verde desapareceu. Rephaim estava ajoelhado sobre Stevie Era, então suas costas estavam completamente expostas e vulneráveis à espada de Dragon. Eu levantei a mão que Stark não estava segurando, mas o que eu ia fazer? Atacar Dragon? Para salvar o Corvo Escarnecedor que matou sua companheira? Eu estava congelada. Eu não deixaria Dragon machucar Stevie Era, mas ele não estava atacando-a – ele estava atacando nosso inimigo, um inimigo no qual minha MAPS teve um Imprint. Era como ver um daqueles filmes de terror esperando pelo corte na garganta, pelo desmembramento, pela completa carnificina brutal para começar, apenas que este era real. Houve um grande som de woosh, como um vendaval controlado, e Kalona desceu do céu, pousando entre seu filho e Dragon. Ele tinha aquela terrível lança negra em sua mão, aquela que ele tinha materializado no Outromundo, e com isso ele defendeu o golpe do Mestre de Espadas com tanta força que colocou Dragon de joelhos. Os Filhos de Erebus entraram em ação. Mais de uma dúzia deles correram para defender seu Mestre de Espadas. Kalona

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era um borrão mortal, mas até mesmo ele estava se esforçando para lidar com tantos Guerreiros de uma vez. — Rephaim! Filho! — Kalona chamou-o. — Para mim! Defenda-me!

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Stevie Rae — Você não pode matar ninguém! — Stevie Rae gritou enquanto Rephaim pegou a espada do Filho de Erebus caído. Ele olhou para ela e sussurrou, — Force Kalona a ir contra a vontade de Neferet. É a única forma de acabar com isso. — Então ele correu para cumprir as ordens de seu pai. Forçar Kalona a ir contra Neferet? Sobre o que Rephaim está falando? Kalona não está sob o controle dela? Stevie Rae lutava para se levantar, mas aqueles terríveis tentáculos negros não tinham apenas cortado seu escudo da terra, eles tinham também drenado-a. Ela se sentia fraca e tonta e queria vomitar suas tripas. Então Zoey estava ali, agachada ao seu lado, e Stark estava de pé em guarda na frente das duas, se posicionando entre elas e a sangrenta batalha entre os Filhos de Erebus e Kalona e Rephaim. Stevie Rae olhou a tempo de ver a gigante espada se materializar na mão dele. Ela segurou o pulso de Zoey.

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— Não deixe Stark machucar Rephaim! — Stevie Rae pediu a sua MAPS. Zoey encontrou seus olhos. — Por favor, — ela disse. — Por favor, confie em mim. Zoey acenou uma vez, então chamou seu Guerreiro. — Não machuque Rephaim. Stark virou sua cabeça, embora ele não tenha tirado seus olhos da batalha. — Eu tenho a maldita certeza de que vou machucá-lo se ele atacar você, — ele retrucou. — Ele não atacará, — Stevie Rae disse. — Eu não apostaria nisso, — Aphrodite disse, correndo para as duas enquanto Darius, com sua própria espada desembainhada, se juntou a Stark, se juntando a barreira entre o perigo e suas sacerdotisas. — Caipira, você realmente fodeu tudo desta vez. — Odeio concordar com Aphrodiota, — Erin disse. — Eu realmente odeio isso, mas ela está certa, — Shaunee disse. Damien, parecendo abatido, ajoelhou-se no outro lado de Stevie Rae. — Nós podemos gritar com Stevie Rae depois. Agora, vamos apenas descobrir como tirá-la dessa confusão, — ele disse. — Vocês não entendem, — Stevie Rae falou para ele, seus olhos cheios de lágrimas. — Eu não quero sair disso, e a única coisa disso que é uma confusão é que todos vocês imaginam isso em vez de eu dizendo a vocês sobre Rephaim.

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Damien olhou fixamente para ela pelo que pareceu muito tempo antes de responder, — Oh, eu vejo. Eu entendo porque antes de eu o perder, eu aprendi muito sobre amor. Antes que Stevie Rae pudesse dizer algo mais, um doloroso grito de um dos Guerreiros Filhos de Erebus atraiu os olhos deles. Kalona tinha apenas esfaqueado-o na parte carnuda de sua coxa, e o jovem Guerreiro tinha ido abaixo, mas tão rápido quanto ele tinha caído, outro Guerreiro tirou-o do caminho e outro ainda tomou seu lugar, fechando a brecha no círculo mortal em volta dos seres alados. Eles estavam lutados costas com costas. Stevie Rae queria se enroscar e morrer enquanto observava os Guerreiros da House of Night estreitarem o ataque cada vez mais. Perfeitamente combinados, perfeitamente sintonizados, Kalona e Rephaim complementavam os movimentos um do outro. Em uma parte de seu cérebro, Stevie Rae podia reconhecer a beleza da dança letal que acontecia entre os Guerreiros e os seres alados – havia uma graça e simetria na luta que era inspiradora. Mas na maior parte de seu cérebro ela apenas queria gritar para Rephaim, Corra! Voe para longe! Dê o fora daqui! Salve-se! Um Guerreiro atacou Rephaim e no último momento ele desviou o golpe. Enjoada e assustada e quase completamente derrotada pela terrível falta de conhecimento do que estava acontecendo para ambos, Stevie Rae levou mais tempo do que deveria para realmente ver o que Rephaim estava fazendo – ou melhor, não estava fazendo. E quando percebeu isso, Stevie Rae sentiu a doce agitação da esperança.

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— Zoey, — ela apertou a mão de sua amiga, sem querer olhar para longe da batalha. — Observe Rephaim. Ele não está atacando. Ele não está machucando ninguém. Ele está apenas se defendendo. Zoey parou, observando, e então disse, — Você está certa. Stevie Rae, você está certa! Ele não está atacando. O orgulho por Rephaim faz o peito de Stevie Rae doer, conforme seu coração batia muito forte para ser mantido dentro de sua caixa torácica. Os Guerreiros continuavam atacando, brutal e mortalmente. Kalona continuava ferindo, mutilando, e, até mesmo matando. Rephaim continuou apenas se defendendo – ele bloqueou golpes, ele se esquivou e atacou, mas ele não feriu nenhum dos Guerreiros que estavam obviamente tentando matá-lo. — Ela tem razão, — Darius disse. — O Corvo Escarnecedor está totalmente na defensiva. — Pressionem eles! Matem-nos! — Neferet gritou. Stevie Rae tirou seu olhar de Rephaim tempo o bastante para olhá-la. Neferet parecia inchada com poder, deleitando-se na violência e destruição que acontecia diante dela. Por que ninguém mais via a terrível Escuridão que pulsava e deslizava excitada em volta dela, se envolvendo em suas pernas, acariciando seu corpo, se alimentando de seu poder, enquanto que, por sua vez, Neferet se alimentava da morte e da destruição à sua volta? Com o vingador Dragon Lankford liderando-os, os Guerreiros Filhos de Erebus redobraram seu ataque.

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— Eu tenho que acabar com isso, — Stevie Rae falou mais para si mesma do que em voz alta. — Antes que isso vá longe demais e ele não possa fazer nada a não ser matar alguém, eu tenho que acabar com isso. — Não há como parar isso, — Zoey disse calmamente. — Eu acho que Neferet planejou algo como isso todo o tempo. Kalona provavelmente está aqui porque ele falou para ele estar. — Kalona pode ser, mas Rephaim não, — Stevie Rae disse firmemente. — Ele veio aqui para se certificar que eu estaria bem, e eu não o deixarei cair por causa disso. Ainda observando a sangrenta luta, Stevie Rae imaginou ser uma árvore – um enorme e forte carvalho, e que suas pernas estavam fincando como raízes muito, muito abaixo nas profundezas da terra. Tão profundo que os pegajosos tentáculos de Neferet não podiam alcançá-la. E então ela se imaginou puxando poder do espírito da terra — rica e fértil e poderosa. A pura essência da terra surgiu em seu corpo. Stevie Rae ficou de pé. Ela afastou a mão de Z, e quando fez isso Stevie Rae captou uma visão de sua própria mão. Ela estava com um suave e familiar verde. Ela começou a caminhar para frente, em direção a Rephaim. — Whoa, onde você pensa que vai? — Stark perguntou. Ao lado dele Darius olhou firme e muito de seu jeito próprio. — Para dançar com bestas, você precisa penetrar seu disfarce. — A citação do poema de Kramisha atravessou sua mente, como um sonho.

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— Ok, muito louca? — Aphrodite disse. — Você precisa manter sua bunda aqui e fora daquela confusão ali. Stevie Rae ignorou Aphrodite e encarou os dois Guerreiros. — Eu tenho um Imprint com ele. Minha decisão está tomada. Se vocês tiverem que lutar comigo, então lutem, mas eu estou indo para Rephaim. — Ninguém está lutando com você, Stevie Rae, — Zoey disse. — Deixe-a ir, — ela disse para Stark e Darius. — Eu preciso de sua ajuda, — Stevie Rae disse a Zoey. — Se você confiar em mim, venha comigo e me dê uma carga com espírito. — Não! Você não pode se meter nisso, — Stark falou a Zoey. Zoey sorriu para ele. — Mas nós já nos metemos nisso com Kalona e nós vencemos, lembra? Stark bufou. — É, depois que eu morri. — Não se preocupe, Guardião. Eu salvarei você de novo se eu precisar. — Zoey se virou para Stevie Rae. — Você disse que Rephaim salvou sua vida? — Duas vezes, e ele teve que encarar a Escuridão para fazer isso. Rephaim tem bondade dentro dele. Você tem minha promessa nisso, Z. Por favor, por favor confie em mim. — Eu confio em você, eu sempre confiarei em você, — Zoey disse. — Estou indo com Stevie Rae, — ela falou para Stark, que não pareceu feliz com a notícia. — Estou indo também, — Damien disse, de olhos secos. —

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Se você precisar de ar, estarei ali por você. Eu ainda acredito no amor. — Eu não gosto da coisa-pássaro, mas ar não está indo sem fogo, — Shaunee disse. — Idem, Gêmea, — Erin disse. Stevie Rae olhou para cada um deles. — Obrigada todos vocês. Isso significa mais do que eu posso dizer. — Oh, pelo amor do saco plástico. Vamos salvar o nada atraente garoto-pássaro então a caipira pode viver infeliz para sempre, — Aphrodite disse. — É, vamos fazer isso, só retire o nada e o in da frase, — Stevie Rae disse, e com o círculo formado em volta dela, flanqueado por Stark e Darius, Stevie Rae dirigiu-os adiante. Ainda canalizando a terra, ela não hesitou, mas andou a passos largos para a cena de sangue e destruição, chegando tão perto como pode de Rephaim. — Não! — ele gritou, captando um vislumbre dela. — Fique afastada! — Para o inferno que eu vou! — Stevie Rae olhou para Damien. — Hora de brincar de cowboy. Chame o ar. Damien se virou para o leste. — Ar, eu preciso de você. Venha a mim! — O vento o envolveu, levantando os cabelos dele e de todos os outros. Stevie Rae levantou suas sobrancelhas para Shaunee, que rolou seus olhos, mas se virou para o sul e chamou, — Fogo,

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venha queimar para mim, baby! Enquanto o calor se juntava ao ar, e sem nenhuma sugestão, Erin se virou para o oeste e disse, — Água, venha e junte-se ao círculo! — O cheiro da chuva primaveril tocou seus rostos. Assim que a água se juntou a eles, Stevie Rae olhou para o norte e disse, — Terra, você já está comigo. Por favor, junte-se ao círculo também. — a ligação como uma raiz com o solo que já existia se intensificou, e Stevie Rae sabia que ela estava como um farol brilhando um verde-musgo cintilante. Do lado dela, Z disse, — Espírito, por favor complete nosso círculo. Houve uma maravilhosa sensação de bem estar que Stevie Rae sustentou enquanto dava um passo para fora do grupo, como se ela fosse a ponta de sua lança. Completamente cheia do poder de seu elemento, ela levantou seus braços, canalizando a atemporal e sábia força das árvores, e disse, — Terra, faça uma barreira para terminar esta luta. Por favor. — Ela apontou para os homens. — Ajude-a, ar, — Damien disse. — Acenda-a, fogo, — Shaunee disse. — Suporte-a, água, — Erin disse. — Encha-a, espírito, — Zoey disse. Stevie Rae sentiu um disparo de adrenalina correr do círculo da terra em volta dela, subindo através de seus pés, e em sua mão. Como uma videira, tentáculos verdes apareceram

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do chão, formando uma barreira tipo gaiola em volta de Rephaim e Kalona, interrompendo completamente a luta. Todos se viraram para olhá-la. — Assim, isto está melhor. Agora nós podemos descobrir isso, — Stevie Rae disse. — Então, Zoey e seu círculo – vocês decidiram se aliar com a Escuridão também, — Neferet disse. Antes que Z pudesse responder Stevie Rae disse, — Neferet, isso é tão deprimente como merda de esquilo. Z acabou de voltar de um passeio com Nyx no Outromundo. Ela chutou a bunda de Kalona dali, e trouxe seu Guerreiro de volta são e salvo com ela – algo que nenhuma outra Alta Sacerdotisa foi capaz de fazer jamais. Ela não é exatamente material da Escuridão. — Neferet abriu sua boca para falar e Stevie Rae a cortou. — Não! Eu ainda tenho uma coisa para dizer para você — não importa o quanto você seja idiota, eu quero que você saiba que eu nunca vou acreditar que você mudou. Você é uma mentirosa, e você realmente, de verdade não é legal. Eu vi o touro branco, e eu conheci a Escuridão com a qual você está brincando; eu sei exatamente a porcaria que você é. Infernos, Neferet, eu posso ver esta coisa deslizando em volta de você agora. Então. Vá. Para. O. Inferno. Ela virou suas costas para Neferet e se concentrou em Kalona. Ela abriu sua boca e de repente suas palavras sumiram. O imortal alado parecia um deus vingador. Seu peito nu estava sujo de sangue e sua lança negra escorria sangue. Seus olhos brilhavam de cor âmbar enquanto olhavam

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fixamente para ela com uma expressão que era um misto de diversão e desprezo. Como eu alguma vez pensei que podia enfrentá-lo? A mente de Stevie Rae gritava dentro de sua cabeça. Ele é tão poderoso, e eu não sou nada – apenas nada... — Reforce-a, espírito, — a voz de Zoey sussurrou para ela, carregada pelo vento que Damien tinha invocado. Stevie Rae desviou seu olhar do de Kalona, encontrando os olhos de Zoey. Sua MAPS sorriu. — Vá em frente. Termine o que você começou. Você pode fazer isso. Stevie Rae se inundou de gratidão. Enquanto seu olhar retornava para Kalona, ela puxou profundamente das raízes que ela imaginava conectando-a com seu elemento e com aquele cabo de poder, e o apoio de seus amigos, ela terminou o que tinha começado. — Ok, todos sabem que você costumava ser Guerreiro de Nyx, mas você está aqui porque algo estragou isso, — ela disse com naturalidade, — o que significa que você estragou isso. Isso também significa que mesmo que você tenha sido todo mal e outras coisas, você sabia sobre honra e lealdade e talvez até mesmo amor. Então eu tenho algo a te dizer sobre seu filho, e eu quero que você me ouça. Eu não sei como ou por que isso aconteceu, mas eu o amo, e eu acho que ele me ama. — Aqui ela parou e encontrou o olhar de Rephaim. — Eu amo, — ele disse clara e distintamente que sua voz foi levada a todos que observavam. — Eu amo você, Stevie Rae.

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Ela tomou um momento para sorrir para ele, repleta, cheia de orgulho e felicidade, e, sobre tudo, amor. Então ela novamente se concentrou em Kalona. — Sim, isto é estranho. Não, este nunca será um relacionamento normal, e a Deusa sabe que teremos que lidar com um montão de problemas com meus amigos, mas aqui vai o que é importante: eu posso dar bondade a Rephaim e uma vida onde ele conhecerá paz e felicidade. Mas eu não posso fazer isso a menos que você faça algo primeiro. Você tem que libertá-lo, Kalona. Você tem que deixá-lo fazer sua própria escolha entre ficar com você ou mudar seu caminho. Eu vou correr o risco e acreditar com todo meu ser que em algum lugar profundo aí dentro de você ainda é uma pequena parte do Guerreiro de Nyx, e que este Kalona, o que protegeu nossa Deusa, faria a coisa certa. Por favor, seja este Kalona de novo, mesmo que seja por apenas um momento. No longo silêncio onde Kalona olhava sem nem piscar para Stevie Rae, a voz de Neferet se intrometeu – desdenhosa e arrogante. — Chega desta charada boba. Cuidarei da barreira de grama. Dragon, vingue-se do Corvo Escarnecedor. E você, Kalona, eu ordeno que você seja banido de meu lado como foi antes. Nada mudou entre nós. — Enquanto ela falava, Stevie Rae observou-a puxar das sombras em volta deles, e de seu próprio coro, os deslizantes tentáculos negros que pareciam sempre estar próximos a ela agora. Stevie Rae se preparou. Isto estava caminhando para ser terrível, mas ela estava malditamente certa de não recuar, e isso significava que ela teria que enfrentar a Escuridão

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novamente. Mas exatamente enquanto ela sentia a primeira estocada de dor e frio, e a Escuridão drenada dentro da terra, o imortal alado elevou uma mão lentamente, e disse, — Parem! Eu estou há muito tempo aliado com a Escuridão. Obedeçam meu comando. Esta batalha não é sua. Vão embora! — Não! — Neferet gritou quando os tentáculos pegajosos, invisíveis para quase todos os que estavam presente, começaram a deslizar para longe para serem reabsorvidos pelas sombras de onde vieram. Neferet se virou para Kalona. — Criatura imbecil! O que você está fazendo? Eu ordeno que você parta. Você tem que me obedecer! Eu sou a Alta Sacerdotisa aqui! — Eu não estou sob suas ordens! Nem nunca estive. — O sorriso de Kalona era vitorioso e ele pareceu tão magnífico que por um momento a respiração de Stevie Rae parou à visão dele. — Eu não sei sobre o que você está falando, — Neferet se recuperou rapidamente. — Era eu que estava sob seu controle. Kalona olhou ao redor da escola, vendo os calouros de olhos arregalados e vampyros que estavam armados contra ele ou congelados em algum lugar entre seus desejos de correr dele e seus desejos de adorá-lo. — Ah, crianças de Nyx, como eu, muitos de vocês pararam de ouvir sua Deusa. Quando vocês aprenderão? Então o imortal alado olhou para sua direita. Rephaim

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estava parado ali, silenciosamente observando seu pai. — É verdade que você tem um Imprint com a Vermelha? — Sim, Pai. É verdade. — E você salvou a vida dela? Mais de uma vez? — Assim como ela salvou a minha vida, mais de uma vez. Foi ela quem realmente me curou da queda. Foi ela quem sarou a terrível ferida da Escuridão dentro de mim, depois de eu enfrentar o touro branco por ela. — Os olhos de Rephaim encontraram os de Stevie Rae. — Como recompensa por libertá-la da Escuridão, ela me tocou com o poder da Luz que ela exerce, este da terra. — Eu não fiz isso como recompensa. Eu fiz porque eu não podia ficar parada ali e ver você ferido, — disse Stevie Rae. Lentamente, como se fosse difícil para ele, Kalona levantou sua mão e descansou-a no ombro de seu filho. — Você sabe que ela nunca poderá amar você como uma mulher ama um homem? Você desejará para sempre algo que ela não pode, e não dará a você. — Pai, o que ela me deu é mais do que eu jamais conhecera antes. Stevie Rae viu uma torção de dor no rosto de Kalona, apenas por um instante. — Eu te dei amor como meu filho, meu filho favorito, — ele disse tão suavemente que ela teve que se esforçar para ouvi-lo. Rephaim hesitou e quando ele respondeu seu pai, Stevie

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Rae pode ouvir a crua honestidade em sua voz, e a dor que lhe custou a admissão. — Talvez em outro mundo, outra vida, isso pode ter sido verdade. Neste você me deu poder e disciplina e raiva, mas você não me deu amor. Nunca amor. Os olhos de Kalona brilharam, mas Stevie Rae pensou ter visto mais dor do que raiva dentro de suas profundezas âmbares. — Então neste mundo, nesta vida, eu darei a você mais uma coisa: escolha. Escolha, Rephaim. Escolha entre o pai que você tem servido e seguido fielmente por eras e o poder que este serviço tem proporcionado a você, e o amor desta vampyra Alta Sacerdotisa, que nunca será completamente sua porque ela sempre, sempre ficará horrorizada pelo monstro dentro de você. Os olhos de Rephaim buscaram os dela. Ela viu a dúvida neles e respondeu antes que ele pudesse perguntar em voz alta. — Eu não vejo um monstro quando olho para você — nem fora, nem dentro. Então eu não fico horrorizada por você. Eu amo você, Rephaim. Rephaim fechou seus olhos por um momento, e ela sentiu um tremor de inquietação. Ele era bom – Stevie Rae acreditava nisso, mas escolhe-la sobre seu pai mudaria o curso da vida dele para sempre. Talvez ele não pudesse – talvez que não quisesse – talvez ele – — Pai — Stevie Rae abriu seus olhos no instante em que ouviu a voz de Rephaim. Ele estava falando para Kalona, mas ele ainda estava olhando para ela. — Eu escolho Stevie Rae e o

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caminho da Deusa. O olhar dela disparou para Kalona a tempo de ver a careta de dor em seu rosto. — Então que assim seja. Deste dia em diante você não á mais meu filho. Ele parou e Rephaim mudou seu olhar dela para o imortal alado. — Eu gostaria de lhe oferecer a bênção de Nyx, mas há muito tempo ela não me ouve. Então em vez eu ofereço a você um conselho: se você a ama de todo seu interior, quando você perceber que ela não o ama da mesma forma – e ela não ama, não pode amar – isso matará tudo que existe em você. — Kalona desdobrou suas grandes asas, levantou ambos os braços, e proclamou, — Rephaim está livre de mim! Como eu disse. Que assim seja! Depois, Stevie Rae pensaria sobre este momento e na forma que o ar tremeu em volta de Rephaim com a libertação de seu pai imortal. Então tudo que ela pode fazer foi olhar fixamente de olhos arregalados para Rephaim enquanto o vermelho que tinha estado presente nos olhos dele por tanto tempo quanto ela esteve olhando dentro deles sumiu, deixando apenas os grandes olhos escuros de um garoto olhando para ela da cabeça do enorme corvo. Com as asas ainda estendidas, o corpo ainda magnífico pelo poder e, Stevie Rae gostaria de acreditar, pelo sofrimento que ele teria sentido em algum lugar dentro dele pela perda de seu filho, Kalona moveu seu olhar âmbar para Neferet. Ele não disse uma palavra. Ele apenas riu e então se lançou no céu noturno, deixando um rastro de riso zombeteiro atrás dela e

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uma outra coisa. Do ar uma simples pena branca caiu no chão aos pés de Stevie Rae. Isso a chocou tanto que a barreira que ela tinha erguido em volta de Rephaim se dissipou, mas ela estava olhando para a pena tão intensamente que Stevie Rae nem sequer percebeu que sua concentração tinha se desvaído completamente. Ela estava inclinando-se para pegar a pena quando Neferet chamou Dragou. — Agora que o imortal voou, mate seu filho. Eu não fui enganada por esta charada. Stevie Rae sentiu a dor terrivelmente familiar da Escuridão quebrando sua conexão com a terra, enfraquecendo-a. Ela foi incapaz até mesmo de gritar enquanto observava Dragon descer sobre Rephaim.

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Rephaim Rephaim nem mesmo teve tempo de perceber o que tinha acontecido quando Neferet ordenou sua morte. Ele estava observando Stevie Rae maravilhado enquanto ela olhava fixamente para algo branco na grama. Então, seguiu-se o caos. O brilho verde que tinha estado rodeando-o desapareceu. Stevie Rae ficou fantasmagoricamente pálida e balançava vertiginosamente. O Corvo Escarnecedor estava tão concentrado em Stevie Rae que ele nem percebeu que Dragon estava atacando, e então sua amiga Zoey estava de repente ali diante dele, se colocando entre ele e os vingadores Filhos de Erebus. — Não. Nós não atacamos quem escolhe o caminho da Deusa. — Ela falou em uma voz amplificada, e os Guerreiros pararam indecisos na frente dela. Rephaim percebeu que Stark tinha se movido para ficar de um lado dela, e Darius do outro. Ambos os Guerreiros tinham suas espadas erguidas, mas suas expressões mostravam pesar; era obvio que nenhum deles

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queria atacar seus irmãos. Minha culpa. É minha culpa que eles estão uns contra os outros. Os pensamentos de Rephaim eram um misto de auto-aversão e incerteza quando ele se apressou para Stevie Rae. — Você colocará Guerreiro contra Guerreiro? — Neferet perguntou a Zoey incredulamente. — Você colocará nossos Guerreiros para matar alguém a serviço de sua Deusa? — rebateu Zoey. — Então agora você é capaz de julgar o que há em outro coração? — Neferet disse parecendo presunçosa e sábia. — Nem mesmo uma Alta Sacerdotisa real é capaz de tal habilidade divina. Rephaim sentiu a mudança no ar antes dela se materializar. Era como se uma tempestade tivesse sido contida e brilhava e carregava o ar em volta deles. No meio da onda de poder, luz e som, a Grande Deusa da Noite, Nyx, apareceu. — Não, Neferet, Zoey pode não ser capaz de tal habilidade, mas eu posso. Cada tentáculo da Escuridão que tinha estado buscando e drenando e espreitando fugiu para longe do som de sua divina voz. Ao lado dele, Stevie Rae ofegou, como se ela tivesse soltado a respiração que tinha estado prendendo, e caiu de joelhos. De todos em sua volta Rephaim ouvia sussurros aterradores de ‚É Nyx!‛ ‚É a Deusa!‛ ‚Oh, seja abençoada!‛

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E então sua atenção foi consumida por Nyx. Ela era, de fato, a personificação da noite. Seu cabelo era como a lua cheia do caçador16, brilhando uma luminosidade prateada. Seus olhos eram o céu da lua nova – negro e sem limites. O resto de seu corpo era quase completamente transparente. Rephaim pensou ter captado um vislumbre de seda negra flutuando em uma brisa própria, e umas curvas femininas — e talvez até mesmo uma lua crescente tatuada em sua testa suave, mas por mais que ele tentasse focalizar na imagem da Deusa, mais transparente e incandescente ela se tornava. Foi então que ele percebeu que era o único ainda de pé. Todos tinham ajoelhado diante da Deusa, e ele também se ajoelhou. Ele rapidamente percebeu que não precisava se preocupar por sua resposta atrasada. A atenção de Nyx estava em outro lugar. Ela estava flutuando sobre Damien, que, ironicamente, não fazia idéia que ela estava se aproximando porque ele estava ajoelhado com sua cabeça curvada e seus olhos fechados. — Damien, meu filho, olhe para mim. Damien levantou sua cabeça, e seus olhos se abriram Full Hunters’ Moon, Blood Moon ou Sanguine Moon: é a primeira lua cheia de outubro. Com o cair das folhas e a engorda dos cervos, era o tempo de caçar e guardar provisões para o duro inverno que vinha pela frente. Como os campos já foram colhidos os caçadores podiam ver melhor a raposa e os animais que saíam para respigar (Apanhar as espigas deixadas no campo depois da ceifa.) e mais facilmente podiam caçá-los. 16

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arregalados de surpresa. — Oh, Nyx! É realmente você! Eu pensei que tinha imaginado você aqui. — Talvez, de certa forma, você tenha imaginado. Eu quero que você saiba que seu Jack está comigo, e ele é um dos espíritos mais puros e mais cheios de alegria que meu reino já conheceu. Lágrimas encheram e transbordaram dos olhos de Damien. — Obrigado. Obrigado por me dizer isso. Isso me ajudará a tentar superá-lo. — Meu filho, não há necessidade de superar Jack. Lembre-se dele, regozije-se no breve e lindo amor que vocês compartilharam. Escolha não significa esquecer ou superar, significa curar. Damien sorriu através de suas lágrimas. — Eu me lembrarei. Sempre lembrarei e escolherei seu caminho, Nyx. Eu dou minha palavra. A forma flutuante da Deusa se virou, então seu negro olhar passou pelo resto deles. Rephaim viu Nyx olhar carinhosamente para Zoey, que sorriu. — Merry meet, minha Deusa, — Zoey disse, chocando Rephaim com o íntimo tom de sua voz. Ela não deveria ser mais respeitosa – ter mais temor – ao se dirigir à Deusa? — Merry meet, Zoey Redbird! — a Deusa retornou o sorriso da caloura Alta Sacerdotisa, e ele pensou, por um momento, que ela parecia com uma garotinha delicadamente adorável – uma garotinha que era de repente familiar para ele. Com um sobressalto Rephaim a reconheceu. O fantasma! O fantasma

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tinha sido a Deusa! Então Nyx começou a falar, se dirigindo a toda a multidão, e seu semblante mudou para um ser etéreo tão brilhante e belo que era difícil olhar para ela e impossível pensar sobre qualquer coisa exceto as palavras que ela falava como uma sinfonia sobre todos eles. — Muita coisa aconteceu aqui esta noite. Escolhas foram feitas alterando o Espírito, o que significa, para alguns de vocês, novos caminhos de vida foram abertos. Para outros, seus caminhos foram selados, suas escolhas feitas há muito tempo. E ainda, outros de vocês estão com suas vidas à beira de um precipício. — O olhar da Deusa demorou em Neferet, que imediatamente curvou sua cabeça. — Você mudou, filha. Você não é mais a mesma. Sinceramente, eu ainda posso chamar você de filha? — Nyx! Grande Deusa! Como eu posso não ser sua filha? Neferet não levantou sua cabeça enquanto falava com a Deusa, e seu espesso cabelo caído cobria completamente seu rosto, ocultando sua expressão. — Esta noite você pediu por perdão. Zoey te deu uma resposta. Eu devo te dar outra. Perdão é um presente muito especial, e precisa ser merecido. — Eu peço humildemente que você compartilhe este presente especial comigo, Nyx, — Neferet disse, ainda curvando sua cabeça e escondendo seu rosto. — Quando você merecer o presente, o receberá. — Abruptamente, a Deusa se virou de Neferet, sua atenção se dirigindo para o Mestre de Espadas, que fechou seu punho

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sobre seu coração em respeito a ela. — Sua Anastasia está livre de dor e remorso. Você fará a escolha de Damien, e aprender a se alegrar no amor que você teve e seguir em frente, ou você escolherá destruir o que ela amava tanto em você – sua habilidade de ser forte e misericordioso ao mesmo tempo? Rephaim estava observando Dragon, esperando por uma resposta que não veio do Mestre de Espadas, quando Nyx falou seu nome. — Rephaim. Ele olhou completamente para o rosto de Nyx por apenas um instante, e então Rephaim se lembrou o que ele era e curvou sua cabeça envergonhado e falou as primeiras palavras que passaram por sua mente. — Por favor, não me olhe! Ele sentiu a mão de Stevie Rae deslizar na sua. — Não se preocupe. Ela não está aqui para puni-lo. — E como você sabe isso, jovem Alta Sacerdotisa? O aperto de Stevie Rae se intensificou espasmodicamente na mão dele, mas sua voz não vacilou. — Por que você pode ver no coração dele, e eu sei o que você encontrará. — O que você acredita que há no coração do Corvo Escarnecedor, Stevie Rae? — Bondade. E eu acho que ele não é mais um Corvo Escarnecedor. Seu pai o libertou. Então agora eu acho que ele é um novo tipo, um uh, um garoto-que-nunca-existiu-antes. — Ela tropeçou nas palavras, mas conseguiu terminar.

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— Eu vejo que você está ligada a ele, — foi a resposta enigmática da Deusa. — Estou, — ela disse firmemente. — Mesmo se sua ligação signifique dividir esta House of Night, e talvez, este mundo, em dois? — Minha mama costumava podar suas rosas, e eu pensava que ela estava machucando-as, talvez mantando-as. Quando eu a perguntei sobre isso ela me falou que algumas vezes você tem que cortar fora as coisas velhas para abrir espaço para as novas. Talvez seja tempo de cortar algumas coisas velhas, — Stevie Rae disse. Suas palavras surpreenderam-no tanto que Rephaim virou seus olhos do chão para Stevie Rae. Ela sorriu para ele e neste momento, ele desejou mais que qualquer coisa, que ele pudesse sorrir de volta para ela e pegá-la em seus braços como um garoto real seria capaz de fazer, porque o que ele viu em seus olhos era carinho, amor e felicidade sem nenhum vislumbre de remorso ou rejeição. Stevie Rae deu a ele força para olhar para a Deusa e encontrar seu infinito olhar. E o que ele viu ali era familiar porque o que refletia nos olhos de Nyx era o mesmo carinho e amor e felicidade que ele tinha visto dentro do olhar de Stevie Rae. Rephaim soltou a mão de Stevie Rae de modo que ele pudesse fechar seu punho sobre seu coração, na antiga e respeitosa saudação. — Merry meet, Deusa Nyx.

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— Merry meet, Rephaim, — ela disse. — Você é a única criança de Kalona a dar as costas para a ira e dor de sua concepção, e o ódio que tem preenchido sua longa vida, e buscar a Luz. — Nenhum dos outros teve Stevie Rae, — ele disse. — É verdade que ela influenciou sua escolha, mas você teve que estar aberto a ela e responder com Luz ao invés de Escuridão. — Esta não foi sempre a minha escolha. No passado eu fiz coisas terríveis. Estes Guerreiros estão certos em me quererem morto, — Rephaim disse. — Você se arrepende de seu passado? — Me arrependo. — Você escolhe um novo futuro onde você se promete a meu caminho? — Escolho. — Rephaim, filho do Guerreiro imortal caído Kalona, eu aceito você a meu serviço, e perdôo você pelos erros de seu passado. — Obrigado, Nyx. — A voz de Rephaim estava áspera com emoção enquanto ele falava com a Deusa, sua Deusa. — Você me agradecerá quando eu te disser que embora eu o perdoe e o aceite, há conseqüências que você deve pagar pelas escolhas de seu passado? — Não importa o que aconteça, eu a agradecerei pela eternidade. Eu juro, — ele disse sem hesitação. — Vamos esperar que você tenha muitos e muitos anos para viver

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com seu juramento. Saiba então que esta é sua conseqüência. — Nyx levantou seus braços como se ela pudesse pegar a lua na palma de suas mãos. Parecia para Rephaim que ela estava capturando luz das próprias estrelas. — Porque você tem despertado a humanidade em seu interior, eu irei, a cada noite do por do sol ao nascer do sol, presentear você com isso: a verdadeira forma que você merece. — A Deusa atirou o poder brilhante que tinha aderido entre suas mãos para ele. Ele estremeceu todo seu corpo, causando uma dor tão grande que ele gritou em agonia e se curvou no chão. Enquanto ele jazia ali, paralisado, a voz da Deusa era o único som que o atravessava. — Por reparação por seu passado, durante o dia você perderá sua verdadeira forma e retornará para esta de corvo, que não conhece nada exceto os desejos primários de uma besta. Considere bem como você usa sua humanidade. Aprenda com o passado e equilibre a besta. Assim eu falei – que assim seja! A dor estava começando a retroceder e Rephaim foi capaz de olhar para cima para a Deusa novamente enquanto ela abria seus braços para se dirigir a todos e disse alegremente, — Eu deixo o resto de você com meu amor, se vocês então escolherem aceitá-lo, e meu desejo de que vocês sejam sempre abençoados. Nyx desapareceu no que parecia uma explosão da lua. O brilho disso estava cegando, o que não ajudou Rephaim a confusão de Rephaim. Seu corpo se sentia estranho, desconhecido, tonto... Rephaim olhou para baixo para si mesmo. Seu choque foi tão intenso que ele não pode, por um momento, compreender o

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que ele viu. Por que eu estou dentro de um garoto? Passou através de sua mente. Foram os soluços de Stevie Rae que o atravessaram. Ele foi capaz de se concentrar nela e quando isso aconteceu, Rephaim percebeu que ela estava chorando e rindo ao mesmo tempo. — O que aconteceu? — ele perguntou, ainda não entendendo completamente. Stevie Rae não parecia capaz de falar porque ela apenas continuou chorando o que parecia ser lágrimas de felicidade. Uma mão entrou em sua linha de visão e ele olhou para cima para ver a caloura Alta Sacerdotisa, Zoey Redbird, sorrindo ironicamente para ele. Rephaim pegou sua mão estendida e deu uma pequena sacudida. — O que aconteceu é que nossa Deusa zapeou você dentro de um cara, — Zoey disse. A verdade caiu sobre ele então e quase o derrubou sobre seus joelhos novamente. — Eu sou humano. Completamente humano. — Rephaim olhou fixamente para baixo para o forte e alto corpo de um jovem guerreiro Cherokee. — É, você é, mas apenas durante a noite, — Zoey estava dizendo. — Durante o dia você será completamente um corvo. Rephaim mal a ouviu. Ele estava já se virando para Stevie Rae. Ele devia ter sido jogado para longe dela quando Nyx o mudou, porque ela não estava mais ao seu lado. Ela deu um pequeno e hesitante passo na direção dele e então parou,

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parecendo incerta e secando seu rosto. — Isto está — isto está mal? Eu pareço errado? — ele disse abruptamente. — Não, — ela disse, olhando fixamente nos olhos dele. — Você está perfeito. Absolutamente perfeito. Você é o garoto que nós vimos na fonte. — Será que você... eu posso... — sua voz foi sumindo. Rephaim estava também cheio de emoção para achar as palavras certas, então ele se moveu, fechando o espaço entre Stevie Rae e ele em dois longos, fortes e totalmente humanos passos. Sem hesitação ele a pegou em seus braços, e então ele fez o que ele mal tinha se permitido fazer em seus sonhos. Rephaim se inclinou e beijou os suaves lábios de Stevie Rae. Ele provou suas lágrimas e seu sorriso, e finalmente ele soube o que era ser verdadeiramente e completamente feliz. Então foi relutantemente que ele se afastou e falou a ela, — Espere. Tem algo que eu preciso fazer. Dragon Lankford foi fácil de achar. Embora todos estivessem olhando para ele e Stevie Rae, Rephaim sentiu o olhar do Mestre de Espadas distintivamente. Ele se aproximou de Dragon lentamente, sem fazer movimentos repentinos. Mesmo assim, os Guerreiros que estavam de cada lado dele mudaram, obviamente prontos para lutar do lado de seu Mestre de Espadas uma vez mais. Rephaim parou na frente de Dragon. Ele encontrou seu olhar e viu a dor e a raiva ali. Rephaim acenou entendendo. —

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Eu te causei uma grande perda. Eu não faço nenhuma desculpa pelo que eu era. Eu posso apenas dizer a você que eu estava errado. Eu não peço que você me perdoe como a Deusa perdoou. — Rephaim parou e se abaixou em um joelho. — O que eu peço é que você me permita reparar a dívida de vida que eu devo a você servindo-o. Se você me aceitar, enquanto eu respirar, irei, com minhas ações e minha honra, tentar reparar a perda de sua companheira. Dragon não disse nada. Ele apenas olhou fixamente para Rephaim enquanto antagônicas emoções passavam por seu rosto: ódio, desespero, raiva, e tristeza. Até que finalmente elas se uniram em uma máscara de fria determinação. — Levante de seus joelhos, criatura. — A voz de Dragon estava sem emoção. — Eu não posso aceitar seu juramento. Eu não posso nem mesmo olhar para você. Eu não permitirei que você me sirva. — Dragon, pense sobre o que você está dizendo, — Zoey Redbird falou, andando rapidamente para o lado de Rephaim com Stark perto dela. — Eu sei que é difícil – eu sei como é perder alguém que você ama, mas você tem que fazer uma escolha sobre como você vai continuar a partir daí, e parece que você está escolhendo Escuridão ao invés da Luz. Os olhos de Dragon eram cruéis, sua voz fria, enquanto ele respondia a jovem Alta Sacerdotisa. — Você disse que sabe como é perder um amor? Por quanto tempo você amou aquele garoto humano? Menos que uma década! Anastasia era minha companheira por mais de um século.

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Rephaim viu Zoey recuar como se as palavras dele tivessem ferido fisicamente a ela, e Stark se moveu mais perto a seu lado, seu olhar se estreitou para o Mestre de Espadas. — E é por isso que uma criança não pode liderar uma House of Night. E nem ela pode ser uma Alta Sacerdotisa, não importa o quão indulgente nossa Deusa seja, — Neferet disse, se movendo sedosamente para o lado de Dragon e tocando seu braço com deferência. — Calma aí um segundo, Odiosa. Eu não me lembro de Nyx de fato dizer que perdoava você. Ela falou sobre se e presentes, mas me corrija se eu estiver errada, nada ali, Neferet, de que você foi perdoada, — Aphrodite disse. — Você não pertence a esta escola! — Neferet gritou para ela. — Você não é mais uma caloura! — Não, ela é uma Profetisa, lembra-se? — Zoey disse, soando calma e sábia. — Até mesmo o Alto Conselho disse isso. Ao invés de responder Zoey, Neferet se dirigiu à multidão de calouros e vampiros observadores. — Vocês vêem como eles distorcem as palavras da Deusa, apenas poucos momentos após ela ter aparecido para nós? Rephaim sabia que ela era má — sabia que ela não estava a serviço de Nyx há muito tempo, mas até mesmo ele teve que reconhecer o quão feroz e bela ela parecia. Ele também teve que reconhecer que os tentáculos da Escuridão tinham reaparecido e começado a deslizar para ela novamente,

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enchendo-a, alimento sua necessidade de poder. — Ninguém está distorcendo nada, — Zoey disse. — Nyx perdoou Rephaim e o transformou em um garoto. Ela também lembrou a Dragon que ele tinha uma escolha a fazer sobre seu futuro. E ela deixou você saber que perdão é um presente dela que tem que ser merecido. Isto é tudo que eu estou dizendo. Isto é tudo que qualquer um de nós está dizendo. — Dragon Lankford, como Mestre de Espadas e Líder dos Filhos de Erebus desta House of Night, você aceita esta — Neferet parou, olhando para Rephaim com repugnância. — esta aberração como um dos seus? — Não, — Dragon disse. — Não, eu não posso aceitá-lo. — Então eu não posso aceitá-lo também. Rephaim, não é permitido que você permaneça nesta House of Night. Vá embora, criatura suja, e repare seu passado em outro lugar. Rephaim não se moveu. Ele esperou que Neferet olhasse para ele. E então tranquilamente, nitidamente, ele disse, — Eu vejo você pelo que você é. — Vá embora! — ela gritou. Ele parou e olhou para longe do Mestre de Espadas e seu grupo de Guerreiros, mas Stevie Rae pegou sua mão e parou sua fuga. — Onde você for, eu vou, — ela disse. Ele sacudiu sua cabeça. — Eu não quero que você seja expulsa de seu lar por minha causa.

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Parecendo um pouco tímida, Stevie Rae tocou seu rosto. — Você não sabe que meu lar é onde você estiver? Ele cobriu a mão dela com a sua. Sem confiar em sua voz, ele acenou e sorriu para ela. Sorrir – era incrível o quão bom isso era! Stevie Rae tirou gentilmente sua mão da dele. — Eu estou indo com ele, — ela falou para a multidão. — Eu começarei outra House of Night nos túneis sob o depósito. Não é tão bonito quanto aqui, mas é muito amigável. — Você não pode começar uma House of Night sem aprovação do Alto Conselho, — Neferet vociferou. Os sussurros de choque da multidão observando lembraram Rephaim de vento de verão atravessando a grama da antiga pradaria – o som era interminável e inútil, a menos que você tivesse asas. A voz de Zoey Redbird rompeu através da multidão. — Se você tem uma rainha vampyra, e concorda em permanecer fora de políticas vampyras, o Alto Conselho irá muito bem deixá-la só. — Ela sorriu para Stevie Rae. — Coincidentemente, eu tenho sido exatamente, tipo assim, uma rainha. Que tal eu ir com você e Rephaim? Eu tornarei super extravagante qualquer dia. — Eu irei também, — Damien disse. Ele olhou uma última vez para a pira em chamas. — Eu escolho fazer um novo começo. — Nós vamos, — Shaunee disse.

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— Dito, Gêmea, — Erin ecoou. — Nosso quarto era muito pequeno aqui, de qualquer maneira. — Mas voltaremos por nossas coisas, — Shaunee disse. — Oh, diabos, sim, — Erin concordou. — Merda, — Aphrodite disse. — Eu soube disso quando esta noite explodiu. Eu simplesmente soube. Isto é um saco da mesma forma que Tulsa não ter um Nordstrom17, mas eu estou malditamente certa de não ficar aqui também. Enquanto Aphrodite se encostava contra seu Guerreiro e suspirava dramaticamente, cada um dos calouros vermelhos deu um passo para frente. Deixando a multidão, eles caminharam e pararam ao lado de Rephaim e Stevie Rae, Zoey e Stark, e do resto do círculo — o resto de seus amigos. — Isso significa que eu não posso ser o Poeta Laureado de todos os vampyros? — Kramisha perguntou enquanto se juntava a eles. — Ninguém exceto Nyx pode tirar isso de você, — Zoey disse. — Bom. Ela estava exatamente aqui e ela não me demitiu. Então eu acho que estou bem, — Kramisha disse. — Você não é nada se partir! Nenhum de vocês é! — Neferet gritou. — Bem, Neferet, é como isso, — Zoey disse. — algumas

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vezes nada mais seus amigos é igual a um montão de algo. — Isto nem mesmo faz sentido, — Neferet disse. — Para você pode não fazer sentido, — Rephaim disse, colocando seu braço em volta dos ombros de Stevie Rae. — Vamos para casa, — Stevie Rae disse, envolvendo seu braço em volta da cintura totalmente humana de Rephaim. — Parece ótimo para mim, — Zoey disse, pegando a mão de Stark. — Parece, para mim, que nós temos um montão de limpeza para fazer, — Kramisha murmurou enquanto começava a caminhar para longe. — O Alto Conselho Vampyro ouvirá sobre isso, — Neferet gritou atrás deles. Zoey parou tempo o bastante para gritar de volta sobre seu ombro, — É, bem, nós não seremos difíceis de alcançar. Nós temos internet e tudo. Além disso, muitos de nós vão estar de volta porque nós temos aulas. Esta ainda é nossa escola, mesmo que não seja nossa casa. — Oh, ótimo. É como se estivéssemos sendo beijados por fodidos desígnios, — Aphrodite disse. — O que são os desígnios? — Rephaim perguntou a Stevie Rae. Ela sorriu para ele e disse, — Isto quer dizer que nós estamos indo para um lugar totalmente diferente que algumas pessoas não acham tão legal.

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— Estou esperando por uma renovação urbana, — Aphrodite murmurou. Rephaim sabia que sua expressão era um enorme ponto de interrogação quando Stevie Rae riu e abraçou-o. — Não se preocupe. Nós teremos muito tempo para eu explicar estas coisas modernas. Por hora tudo que você precisa saber é que nós estamos juntos e que Aphrodite normalmente não é muito legal. Stevie Rae parou na ponta dos pés e beijou-o, e Rephaim deixou seu sabor e toque expulsar as vozes de seu passado e a assombrante memória do vento sob suas asas...

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Neferet Ela segurou-se sob o mais rigoroso controle e permitiu que Zoey e seu grupinho patético de amigos deixasse a House of Night embora quisesse muito liberar a Escuridão neles e pulverizá-los em nada. Em vez disso, cuidadosamente, secretamente, ela inalou, absorvendo os tentáculos de Escuridão que deslocavam-se sobre ela, deslizando deliciosamente de sombra em sombra. Quando ela se sentiu forte e confiante e sob controle novamente, ela se dirigiu a seus subordinados, àqueles que permaneceram em sua House of Night. — Alegrem-se, calouros e vampyros! A presença de Nyx esta noite é um sinal de seu favor. A Deusa falou de escolha e presentes e caminhos de vida. Infelizmente, nós vimos que Zoey Redbird e seus amigos escolheram tomar um caminho que conduz para longe de nós, e, portanto, longe de Nyx. Mas nós atravessaremos esta prova e perseveraremos, orando por

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nossa misericordiosa Deusa que aqueles calouros equivocados escolham retornar para nós. — Neferet pôde ver dúvida em alguns dos olhos de seus ouvintes. Com um movimento pouco perceptível, ela ondeou apenas seus dedos, apontando suas afiadas unhas longas e vermelhas na direção dos duvidosos — dos céticos. A Escuridão respondeu, dirigindo-os, se apegando a eles, fazendo com que suas mentes se confundissem pelas pontadas de dor, dúvida e medo, aparentemente sem origem. — Agora cada um de nós vai se retirar para sua câmara de clausura, cada um de nós acenderá uma vela da cor do elemento do qual temos proximidade. Eu acredito que Nyx ouvirá estas elementares orações canalizadas, e nos ajudará a atravessar este tempo de sofrimento e luta. — Neferet, e o corpo do calouro? Nós não deveríamos manter a vigília? — Dragon Lankford perguntou. Ela foi cuidadosa ao afastar o desdém de sua voz. — Você está certo de me lembrar, Mestre de Espadas. Aqueles que homenagearam Jack com velas de espírito roxas, devem jogálas na pira à medida que partirem. Os Guerreiros Filhos de Erebus manterão vigília sobre o corpo do pobre calouro pelo que resta da noite. — E desta forma eu me livrarei tanto do poder das velas do espírito quanto das chamas que as consomem, e a irritante presença de Guerreiros demais, Neferet pensou. — Como desejar, Sacerdotisa, — Dragon disse, inclinandose para ela. Ela mal o olhou. — Agora eu preciso me retirar. Eu acredito que a mensagem de Nyx para mim era ambígua. Uma parte

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disso ela sussurrou em meu coração, e ela me deu uma pausa. Agora eu devo orar e meditar. — O que Nyx disse te perturbou? Neferet já tinha começado a se afastar dos olhos curiosos da House of Night quando a voz de Lenobia a parou. Eu devia saber que ela não permaneceu aqui porque foi enganada por minha armadilha, Neferet silenciosamente para si mesma. Ela permaneceu para tornar o captor no cativo. Neferet considerou a Senhora dos Cavalos. Com um toque de seu dedo, ela enviou Escuridão em sua direção, e ficou então surpreendida, assim como preocupada, de ver o olhar de Lenobia disparar em torno dela como se ela pudesse de verdade ver os tentáculos. — Sim, o que Nyx disse, de fato, me perturbou, — Neferet falou abruptamente, atraindo a atenção de todos da Senhora dos Cavalos de volta para ela. — Eu posso dizer que a Deusa está profundamente preocupada com sua House of Night. Você a ouviu falar de uma divisão em nosso mundo – e isso aconteceu. Ela estava me avisando. Eu só desejo ter encontrado o meio de impedir que isto aconteça. — Mas ela perdoou Rephaim. Nós não podemos... — A Deusa perdoou a criatura. Mas isso significa que devemos suportá-lo em nosso meio? — Graciosamente, ela estendeu o braço em direção a Dragon Lankford, que estava parado miseravelmente na ponta da pira do calouro. — Nosso Filho de Erebus fez a escolha certa. Infelizmente, muitos

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calouros foram desviados por Zoey e Stevie Rae e suas palavras contaminadas. Como a própria Nyx disse esta noite, perdão é um presente que precisa ser merecido. Vamos esperar, pelo amor de Zoey, que ela continue a ter a boa vontade da Deusa, mas depois de suas ações aqui eu temo por ela. — Enquanto seu povo estava olhando entre elas e o lamentável e culpado espetáculo que o Mestre de Espadas fez, Neferet acariciou o ar, puxando das sombras mais e mais tentáculos de Escuridão. Então, com um rápido movimento, ela os enviou à multidão, suprimindo seu sorriso de satisfação quando os gemidos, a confusão, e os suspiros repletos de dor encheram seus ouvidos. — Partam – vão para seus quartos, orem e descansem. Esta noite foi totalmente desgastante para todos nós. Eu os deixarei agora, e como a Deusa disse, desejo que vocês sejam abençoados. Neferet alcançou o centro do terreno, murmurando sob sua respiração para a força anciã em sua volta, — Ele estará lá! Ele estará me esperando! — Ela reuniu seu poder até que se sentiu inchada, pulsando com o ritmo da Escuridão, e então se entregou para ela, deixando-a pegar seu novo corpo imortal e carregá-la nas asas incolores da morte, da dor e do desespero. Mas antes que ela pudesse alcançar o Mayo, e a opulenta cobertura onde ela sabia, ela estava certa de que Kalona estaria esperando por ela, Neferet sentiu uma grande mudança nos poderes que a carregavam. O frio a atingiu primeiro. Neferet não estava certa se ela ordenou aos poderes que parassem e permitiu-a fazer uma

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pausa, ou se o frio os congelou; de qualquer forma, ela se encontrou vomitada no meio do cruzamento entre a Peoria e a 11th Street. A Tsi Sgili se levantou e olhou ao redor, tentando se orientar. O cemitério à sua esquerda chamou sua atenção, e não simplesmente porque ele abrigava os restos mortais dos humanos, o que a divertia. Ela sentiu algo de dentro dele se aproximando. Com um movimento Neferet pegou um tentáculo de Escuridão recuando, se prendeu nele, e obrigou-o a levantá-la sobre a cerca de ferro que rodeava o cemitério. O que quer que isso fosse, ela podia senti-lo vindo em sua direção, chamando-a, e Neferet correu, lançando-se como um fantasma entre as antigas lápides e os monumentos em ruínas que os humanos achavam tão reconfortantes. Até ela finalmente chegar à parte mais central, onde quatro amplos caminhos pavimentados convergiam para formar um círculo onde estava pendurada uma bandeira Americana, havia uma única iluminação no cemitério – exceto por ele. Claro que Neferet o reconheceu. Ela havia captado vislumbres do touro branco antes, mas ele nunca tinha se materializado totalmente e aparecido para ela. Neferet ficou travada, sem palavras, pela perfeição dele. Seu pelo era um branco luminoso. Como uma magnífica pérola ele brilhava – aliciando, seduzindo, atraindo. Ela alcançou a camisa que Stark havia lhe dado para se cobrir, desnudando-se para o consumidor olhar negro do touro. Então Neferet caiu graciosamente de joelhos. Você se despiu para Nyx. Agora você se despe para mim? Você é

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tão desprendida de si, Rainha Tsi Sgili? A voz dele ressoou sombriamente na mente dela, enviando calafrios de antecipação através de seu corpo. — Eu não me despi para ela. Você, acima de todos, sabe disso. A Deusa e eu temos caminhos separados. Eu não sou mais mortal, e não desejo me subjugar a qualquer outra mulher. O touro mamute branco avançou, fazendo tremer o chão sob seus enormes cascos fendidos. O nariz dele quase não tocou a pele delicada dela, mas ele inalou seu cheiro e então sua fria respiração foi lançada, em torno de Neferet, acariciando seus mais sensíveis lugares, despertando seus mais secretos desejos. Então, ao invés de subjugação por uma deusa você escolhe perseguir um homem imortal caído? O olhar de Neferet encontrou os olhos insondáveis do touro negro. — Kalona não é nada para mim. Eu estava indo a ele para reclamar minha vingança pelo juramento que ele quebrou. É meu direito. Ele não quebrou o juramento. Isso não podia prendê-lo. A alma de Kalona não é mais totalmente imortal – ele tolamente deu uma parte dela. — Verdade? Que interessante... — O corpo de Neferet cantarolou em excitação às notícias. Eu vejo que você ainda está enfeitiçada pelo pensamento de usá-lo. Neferet levantou seu queixo e sacudiu seus longos cabelos

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ruivos. — Eu não estou enfeitiçada por Kalona. Eu só desejo subordiná-lo e usar seus poderes. Você é realmente uma criatura magnífica e desumana. A língua do touro serpenteou para fora. Ele lambeu a carne nua de Neferet, causando que ela arquejasse em intensa dor enquanto seu corpo estremecia com excitação. Foi mais de um século desde que tive tão desejável seguidora. A idéia me parece de repente atraente. Neferet ficou de joelhos diante dele. Lentamente, suavemente, ela se estendeu e o tocou. Seu couro era frio como gelo, mas escorregadio como água. Neferet sentiu seu corpo estremecer em antecipação. Ah, a voz dele ressoou através de sua mente, em penetrou em sua alma, fazendo sua cabeça tonta com o poder disso. Eu tinha esquecido o quão surpreendente o toque pode ser quando não é forçado. Não é freqüente que eu seja surpreendido, e eu me achei querendo oferecer algum favor à você em retorno. — Eu estaria disposta a aceitar qualquer favor que Escuridão fizesse por mim. A risada de sabedoria do touro reverberou por sua mente. Sim, eu realmente acredito que eu gostaria de te presentear com algo. — Um presente? — ela disse sem fôlego, amando a ironia de que as palavras da Encarnação da Escuridão refletissem aquelas de Nyx. — O que é? Agradaria a você saber que eu posso criar para você um Receptáculo, para tomar o lugar de Kalona? Ele seria seu para

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comandar – seu para usar como arma absoluta. — Ele seria poderoso? — A respiração de Neferet tinha aumentado. Se o sacrifício foi merecedor. Ele seria muito poderoso. — Eu sacrificaria qualquer coisa ou qualquer pessoa para a Escuridão, — Neferet disse. — Diga-me o que você deseja para a criação desta criatura, e eu darei à você. Para criar o Receptáculo, eu preciso ter o sangue da vida de uma mulher que possua antigos laços com a terra, passados para ela através de gerações de matriarcas. Quanto mais forte, mais pura e mais velha for a mulher, mais perfeito será o Receptáculo. — Humana ou vampyra? — Neferet perguntou. Humana – elas são mais completamente ligadas à terra, já que seus corpos retornam para a terra muito mais rapidamente do que o das vampyras. Neferet sorriu. — Eu sei exatamente quem seria o sacrifício perfeito. Se você me levar à ela esta noite, eu pegarei seu sangue para você. Os olhos negros do touro brilharam com o que Neferet pensou ser divertimento. Então ele dobrou suas patas dianteiras, tornando suas costas acessíveis à ela. Eu estou intrigado por sua oferta, minha desumana. Mostre-me o sacrifício. — Você deseja que eu te monte? Sem hesitação Neferet se levantou e andou em volta para o lado de seu suave e escorregadio lombo. Embora ele estivesse

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de joelhos, ela ainda teve que lutar para montá-lo. Então ela sentiu a familiar sensação do poder da Escuridão. Muito suavemente, ele levantou-a até que ela esteve montada sobre seu enorme lombo. Visualize em sua mente o lugar que você quer que eu a leve – o lugar onde seu sacrifício pode ser realizado – e eu levarei você lá. Neferet deitou-se para a frente, envolvendo seus braços em volta do enorme pescoço dele, e ela começou a visualizar campos de lavanda e uma adorável casinha de campo feita de pedra de Oklahoma com um acolhedor alpendre de madeira e grandes janelas revelando...

Linda Heffer Linda odiava admitir, mas por todos estes anos sua mãe tinha estado certa. — John Heffer é um su-li. — Ela disse em voz alta a palavra Cherokee para ‚desprezível‛, pela qual sua mãe tinha chamado John na primeira noite que eles se encontraram. — Bem, ele também é um mentiroso, idiota trapaceiro — mas um idiota sem nem um dólar em sua poupança e conta no banco, — ela disse presunçosamente. — Porque eu sequei-as ontem, logo depois de pegá-lo com a secretária da igreja curvada sobre ele em sua mesa de escritório! Suas mãos apertaram o volante de seu Intrepid e ela

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acendeu suas lanternas enquanto revivia a terrível cena outra vez em sua mente. Ela tinha pensando que seria uma surpresa legal fazer para ele um almoço especial e levá-lo em seu escritório. John tinha estado trabalhando tanto até tarde — fazendo tantas horasextras. Mas mesmo depois de todas aquelas horas de trabalho ele ainda mantinha tanto trabalho voluntário na igreja... Linda apertou seus lábios juntos. Bem, agora ela sabia o que ele realmente estava fazendo! Ou melhor, com quem ele tinha estado fazendo! Ela devia ter sabido. Todos os sinais estavam ali — ele tinha parado de prestar atenção nela, deixado de ir para casa, perdido peso, e até mesmo clareado seus dentes! Ele tinha tentado falar com ela. Ela sabia que ele tentaria. Ele tinha até mesmo tentado evitar que ela fugisse de seu escritório, mas tinha sido malditamente difícil persegui-la com as calças nos tornozelos. — A pior parte é que ele não me quer de volta porque me ama. Ele me quererá de volta para que ele não pareça mal. — Linda mordeu seu lábio e piscou forte, se recusando chorar. — Não, — ela admitiu em voz alta para si mesma. — A pior parte é que John nunca me amou. Ele apenas queria parecer como um perfeito homem de família, por isso ele precisava de mim. Nossa família nunca esteve nada perto de perfeita – nada perto de feliz. — Minha mãe estava certa. Zoey estava certa também. Pensar em Zoey fez com que finalmente as lágrimas

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rolassem sobre suas bochechas. Linda sentia falta de Zoey. De suas três crianças, ela tinha sido mais próxima de Zoey. Ela sorriu através das lágrimas, se lembrando como ela e Zoey costumavam ter geekends onde elas se amontoavam no sofá juntas, comiam um monte de porcarias, e assistiam Senhor dos Anéis, Harry Potter, ou até mesmo, algumas vezes, Star Wars. Quanto tempo passou desde que elas tinham feito isso? Anos. Elas fariam isso algumas novamente? Linda deu um pequeno soluço. Elas poderiam agora que Zoey estava na House of Night? Zoey iria querer vê-la novamente? Ela nunca se perdoaria se ela tiver deixado John bagunçar irreparavelmente seu relacionamento com Zoey. Esta era uma razão pelo que ela tinha pegado o carro, no meio da noite, e se dirigido para a casa da mãe. Linda queria falar com sua mãe sobre Zoey – sobre reparar seu relacionamento com Zoey. Linda também queria apoiar-se na força de sua mãe. Ela queria ajuda para ficar firme e não deixar que John falasse com ela sobre reconciliação. Mas mais que tudo, Linda queria sua mãe. Não importava se ela era uma mulher adulta com seus próprios filhos. Ela ainda precisava que os braços de sua mãe a segurassem, e que a voz de sua mãe a assegurasse de que tudo realmente estaria bem — que ela tomado a decisão certa. Linda estava tão compenetrada em seus pensamentos que

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ela quase perdeu a entrada para a casa de sua mãe. Ela freou forte e simplesmente fez um retorno certo. Então ela diminuiu o carro para que ele não deslizasse na rua de barro que levava dos campos de lavanda até a casa de sua mãe. Fazia mais de um ano desde que ela havia estado aqui, mas nada tinha mudado — e Linda estava agradecida por isso. Isso a fazia se sentir a salvo e normal novamente. A luz do alpendre de sua mãe estava acesa, e também tinha uma lâmpada acesa dentro. Linda sorriu enquanto estacionava e saía do carro. Era provavelmente aquela luminária de sereia de bronze de 1920 já que sua mãe gostava de ler até tarde da noite — só que isso não seria tarde para Sylvia Redbird. Quatro da manhã seria cedo para ela, era apenas ganhar tempo. Linda ia justamente bater no vidro da porta antes de abri-la quando ela viu o bilhete escrito em papel perfumado de lavanda e preso na porta. A distinta caligrafia de sua mãe dizia:

Querida Linda, eu senti que você poderia estar vindo, mas eu não pude ter certeza de quando você de fato chegaria, então eu me adiantei e peguei alguns sabonetes e sachês e coisas para a feirinha em Tahlequah. Estarei de volta amanhã. Como sempre, por favor, sinta-se em casa. Eu espero que você esteja aí quando eu voltar. Eu te amo.

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Linda suspirou. Tentando não se sentir desapontada e aborrecida com sua mãe, ela entrou. — Isso realmente não é sua culpa. Ela estaria aqui se eu não tivesse parado. — Ela estava acostumada à estranha forma de sua mãe saber sempre que fosse receber uma visita. — Parece que seu radar ainda funciona. Por um momento ela parou no meio da sala de estar, tentando decidir o que fazer. Talvez ela devesse voltar para Broken Arrow. Talvez John a deixasse sozinha por enquanto — ou pelo menos tempo o bastante para ela arrumar um advogado e enchê-lo de papéis. Mas ela tinha quebrado sua regra sobre nada de ficar até tarde à noite durante a semana, e seus filhos estavam nas casas dos amigos. Ela não tinha que voltar. Linda suspirou de novo, e desta vez ela inalou os cheiros da casa de sua mãe: lavanda, baunilha, e salva — cheiros reais de ervas de verdade e velas feitas à mão, tão diferentes dos Plug Ins que John insistia em usar ao invés ‚daquelas velas cobertas de fuligem e aquelas plantas velhas sujas.‛ E isso a decidiu. Linda caminhou para a cozinha de sua mãe e foi direto para a pequena, mas bem estocada adega de vinho e pegou um bom tinto. Ela beberia uma garrafa inteira de vinho e leria uma das séries de romance de sua mãe, e depois cambalear até o quarto de hóspedes, e ela estaria curtindo cada minuto disso. Amanhã sua mãe a daria um chá de ervas para curar sua ressaca, e ela também a ajudaria a descobrir como ter sua vida de volta no caminho certo — um caminho que não incluía John Heffer e incluía sua Zoey.

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— Heffer, que nome estúpido, — Linda disse, se servindo de uma taça de vinho e dando um longo e lento gole. — Este nome é uma das primeiras coisas que eu tirarei! — Ela estava procurando na prateleira de livros de sua mãe, tentando decidir entre ler algo sexy de Kresley Cole, Gena Showalter, o último de Jennifer Crusie, Maybe This Time (Talvez Desta Vez). E era isso — o ótimo título decidiu por ela porque talvez desta vez ela tivesse feito a coisa certa. Linda estava apenas se sentando na cadeira de sua mãe quando alguém bateu à porta três vezes. Em sua opinião, era completamente tarde para visitas, mas você nunca sabia o que esperar na casa de sua mãe, então Linda foi para a porta e abriu-a. A vampyra que estava de pé ali era assombrosamente bela, parecendo um pouco familiar, e totalmente, completamente nua.

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Neferet — Você não é Sylvia Redbird. — Neferet olhou para baixo de seu nariz desdenhosamente para a mulher sem graça que atendeu a porta. — Não, eu sou a filha dela, Linda. Minha mãe não está no momento, — ela disse, olhando em volta nervosamente. Neferet percebeu o exato momento em que os olhos da humana acharam o touro branco, porque eles se arregalaram em choque e o rosto dela foi drenado de toda sua pálida cor. — Oh! Isso é um... um... t-touro! Ele está fazendo o chão queimar? Rápido! Rápido! Entre para ficar segura. Eu pegarei um roupão para você vestir e depois chamarei o controle de animais ou a polícia ou alguém. Neferet sorriu e virou sua cabeça para que ela pudesse olhar para o touro também. Ele estava parado no meio do campo de lavandas mais próximo. Se não soubesse bem, poderia, de fato, parecer como se ele estivesse queimando tudo em sua volta.

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Neferet sabia bem. — Ele não está queimando o campo; ele está congelando-o. As plantas murchas apenas parecem queimadas. Na verdade, elas estão congeladas, — Neferet disse no mesmo tom prático que ela freqüentemente usava em sua sala de aula. — Eu — eu nunca vi um touro fazer isso antes. Neferet levantou uma sobrancelha para Linda. — Ele realmente parece com um touro comum para você? — Não, — Linda sussurrou. Então ela limpou sua garganta, e, obviamente tentando soar firme, disse para Neferet, — Me desculpe, eu estou confusa sobre o que está acontecendo aqui. Eu conheço você? Eu posso te ajudar? — Não há razão de você estar confusa ou preocupada. Eu sou Neferet, Alta Sacerdotisa da House of Night de Tulsa, e eu espero muitíssimo que você me ajude. Primeiro, me diga quando você espera que sua mãe volte. — Neferet manteve sua voz afável, embora sua mente fosse uma mistura de emoções: raiva, irritação, e um adorável calafrio de medo. — Oh, é por isso que você me parece familiar. Minha filha Zoey estuda nesta escola. — Sim, eu conheço a Zoey muito bem. — Neferet sorriu suavemente. — Quando você disse que sua mãe retornará? — Não até amanhã. Quer que eu dê seu recado a ela? E você gostaria, uh, de um roupão ou algo do tipo?

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— Sem recado e sem roupão. — Neferet deixou cair sua máscara de amabilidade. Ela levantou sua mão e alcançou muitos tentáculos de Escuridão das sombras à sua volta, então ela arremessou-os para a humana, ordenando, — Prendam-na e tragam-na aqui fora. — Quando Neferet não sentiu nenhuma das familiares dores que eram o pagamento por manipular os tentáculos inferiores de Escuridão, ela sorriu para o gigantesco touro e curvou sua cabeça em reconhecimento ao favor dele enquanto ela se aproximava dele. Você terá que me pagar mais tarde, minha desumana, ressoou através da mente dela. Neferet estremeceu em antecipação. Então os patéticos gritos da humana se intrometeram em seus pensamentos e ela fez um movimento sobre seu ombro, vociferando a ordem, — E silenciem-na! Eu não posso suportar este barulho. Os gritos de Linda pararam tão abruptamente como começaram. Neferet caminhou nas lavandas congeladas que rodeavam a besta, ignorando o frio em seus pés descalços e contra sua pele nua enquanto ela caminhava diretamente para a enorme cabeça e acariciava com um dedo pelo comprimento do chifre dele antes que ela caísse em uma graciosa reverência diante dele. Quando ela se levantou, sorriu na completa escuridão dos olhos dele e disse, — Eu tenho seu sacrifício. O olhar do touro se moveu sobre seu ombro. Esta não é uma velha e poderosa matriarca. Esta é uma patética dona de casa cuja vida tem sido consumida em fraqueza.

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— Verdade, mas a mãe dela é uma Mulher Sábia dos Cherokees. O sangue dela flui nas veias desta. Diluído. — Servirá como sacrifício ou não? Você pode usá-la para criar meu Receptáculo? Eu posso, mas seu Receptáculo será todavia tão perfeito como seu sacrifício, e esta mulher está longe de ser perfeita. — Mas você o investirá de poder que eu possa comandar? Farei isso. — Então meu desejo é de que você aceite este sacrifício. Eu não esperarei pela mãe quando eu posso ter a filha, e o mesmo sangue, agora. Como você desejar, minha desumana. Eu me cansei disto. Mate-a rapidamente e vamos nos mover para outras coisas. Neferet não falou. Ela se virou e caminhou para a humana. A mulher era patética. Ela não estava nem mesmo lutando. Tudo o que ela estava fazendo era soluçar silenciosamente enquanto os tentáculos de Escuridão cortavam linhas vermelhas através de sua boca e rosto, e todo em volta de seu corpo, onde eles a seguravam. — Eu preciso de uma espada. Agora. — Neferet estendeu sua mão para cima e instantaneamente dor e frio encheram-na com a forma de uma longa e negra adaga. Com um rápido movimento, Neferet cortou a garganta de Linda. Ela observou os olhos da mulher se ampliarem e depois rolarem para

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mostrar apenas suas partes brancas enquanto seu sangue de vida era drenado dela. Pegue ele todo.Não deixe nada do sangue ser desperdiçado. Ao comando do touro, os tentáculos de Escuridão contorceram-se todos sobre Linda, atacando sua garganta e qualquer outra parte de seu corpo que escorria sangue, e começaram a sugar. Hipnotizada, Neferet viu que cada tentáculo pulsante tinha um filamento que retornava ao touro, alimentando-o do sangue da humana. O touro gemeu de prazer. Quando a humana foi drenada até uma mera casca dela mesma, e o touro estava vibrando e inchado pela morte dela, Neferet se doou à Escuridão, total e completamente.

Heath — Vai logo, Neal! — Heath recuou seu braço e apontou para o receptor com a camisa do Golden Hurricane 18 escrito SWEENEY em letras garrafais nas costas. Sweeney pegou a bola, e então driblou e desviou em volta de um bando de caras em uniforme vermelho e bege para 18

Golden Hurricane é um time de futebol americano de Tulsa.

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fazer o touchdown. — Yeah! — Heath levantou seu punho, rindo e gritando. — Sweeney poderia pegar um mosquito nas costas de uma mosca! — Você está se divertindo, Heath Luck? Ao som da voz da Deusa Heath abaixou seu punho e deu a Nyx um sorriso de quase-culpado. — Uh, é. É ótimo aqui. Sempre tem um jogo onde eu possa ser o quaterback, o líder – receptores incríveis, ótimos fãs, e quando eu me canso do futebol há aquele lago logo no fim da rua. Ele possui tantos peixes que fariam um pescador profissional chorar. — E as garotas? Eu não vejo líderes de torcida, não vejo pecadoras. O sorriso de Heath vacilou. — Garotas? Não. Bem. Eu tenho apenas uma garota e ela não está aqui. Você sabe, Nyx. — Eu estava apenas checando. — O sorriso de Nyx foi radiante. — Você sentaria e conversaria comigo um pouco? — Sim, claro, — Heath disse. Nyx ondeou sua mão e a antiga réplica de um estádio de futebol desapareceu. De repente Heath se achou parado no precipício de um enorme desfiladeiro, tão profundo que o rio que corria através de seu fundo parecia apenas uma fina linha prateada. O sol estava se erguendo sobre a margem oposta do cume, e o céu estava manchado com os violetas e rosas e azuis de um belíssimo novo dia.

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Um movimento no ar chamou a atenção de Heath, e ele percebeu centenas, talvez milhares de pontos luminosos que estavam caindo no desfiladeiro. Ele pensou que alguns deles pareciam com pérolas eletrificadas, e outras com geodes19, e outras ainda tinham cores florescentes tão brilhantes que quase machucavam seus olhos. — Uau! É maravilhoso aqui em cima! — Ele protegeu seus olhos com sua mão. — O que são aquelas coisas? — Espíritos, — Nyx disse. — Sério, como fantasmas ou algo do tipo? — Um pouco. A maioria como você ou algo do tipo, — Nyx disse com um cálido sorriso. — Bem, isto é simplesmente estranho. Eu não me pareço nada com isso. Eu pareço comigo. — No momento sim, — Nyx disse. Heath olhou para baixo para si mesmo, apenas para se certificar de que ele ainda era, bem, ele. Aliviado com o que ele viu, olhou novamente para a Deusa. — Eu devo me preparar para mudar? — Isso depende totalmente de vo-cê, — Nyx disse. — Como vocês diriam em seu mundo: Eu tenho uma proposta para você. — Incrível! É legal receber uma proposta de uma Deusa! —

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Geode: http://pt.wikipedia.org/wiki/Geode

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Heath disse. Nyx franziu a testa para ele. — Não este tipo de proposta, Heath. — Oh. Uh. Desculpe-me. — Heath sentiu seu rosto ficando realmente quente. Caramba, ela era um retardado. — Eu não quis dizer nada desrespeitoso. Eu estava só brincando... — Ele gaguejou para parar, limpando seu rosto com sua mão. Quando ele olhou para a Deuas novamente, ela estava sorrindo ironicamente para ele. — Ok, — ele começou novamente, aliviado dela não tê-lo explodido com um raio ou algo do tipo. — Que proposta? — Excelente. É bom saber que eu tenho toda a sua atenção. Minha proposta é esta: escolha. Heath piscou. — Escolha? Entre o quê? — Eu estou tão feliz de você ter perguntado, — Nyx disse com apenas um pequeno sarcasmo em sua divina voz. — Eu estou dando a você uma escolha entre três futuros. Você pode escolher um dos três, mas saiba, antes de você ouvir as opções, que uma vez que você decida sobre um caminho, o resultado não está definido – apenas a sua decisão está definida. O que acontece após é deixado ao acaso, ao destino e recursos de sua alma. — Ok, acho que captei isso. Eu tenho que escolher uma coisa, mas uma vez que eu escolha, estarei completamente por mim mesmo? — Com a minha bênção, — ela adicionou.

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Heath sorriu. — Bem, assim espero. A Deusa não retornou seu sorriso. Em vez disso, ela encontrou seu olhar, e ele viu que todo o humor havia saído da expressão dela. — Eu dou a você minha bênção, mas apenas se você buscar meu caminho. Eu não posso abençoar um futuro em que você escolha a Escuridão. — Por que eu faria isso? Isso nem mesmo faz sentido, — Heath disse. — Ouça-me, meu filho, e pondere as escolhas que eu te ofereço; você entenderá então. — Ok, — ele disse, mas algo no tom da voz dela fez suas entranhas se contraírem. — A opção um é que você permaneça aqui neste reino. Você estará contente como tem estado. Você se divertirá eternamente com meus outros filhos repletos de alegria. — Contente não significa feliz, — Heath disse lentamente. — Eu sou um jogador, mas isso não significa que eu seja estúpido. — Claro que não, — disse a Deusa. — Opção dois: Você completa sua missão original e renasce. Isso pode significar que você fique aqui e se divirta por um século ou mais, mas você eventualmente pulará deste precipício e retornará ao reino mortal para renascer como um humano que eventualmente achará sua companheira de alma novamente.

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— Zoey! — Ele falou a palavra que veio à sua mente, e enquanto falava o nome dela Heath se perguntou por que isso tinha lhe tomado tanto tempo. O que havia de errado com ele? Por que ele tinha se esquecido dela? Por que ele não tinha... A mão de Nyx tocou seu braço suavemente. — Não se culpe. O Outromundo pode ser intoxicante. Você não esqueceu de verdade o seu amor – você jamais poderia esquecer. Você simplesmente permitiu que a criança dentro de você governasse por um tempo. Ele poderia, eventualmente, ter aberto caminho para o adulto, e você teria se lembrado de Zoey e de seu amor por ela. Sob circunstâncias normais este é o caminho das coisas. Mas o mundo hoje não é normal, e nem as circunstâncias são normais. Então, eu pedirei que a criança dentro de você cresça um pouco mais rápido, se você assim escolher. — Se isso tem haver com Zoey, então eu digo sim. —Então me ouça, Heath Luck. Você pode encontrar sua Zoey novamente se você escolher renascer como um humano; Eu darei a você minha promessa nisso. Você e ela estão destinados a estarem juntos, quer seja como vampyra e companheiro, ou vampyra e consorte. Isso acontecerá, e você pode fazer isso acontecer nesta vida. — Então eu... Sua mão levantada silenciou-o. — Há uma terceira opção pela qual você pode escolher. Como eu te falei o mundo mortal está mudando e se transformando. A grande sombra da Escuridão na forma do touro branco ganhou um inesperado

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reforço. O bem e o mal não estão mais equilibrados por causa disso. — Bem, você não pode apenas apagar algo e concertar isso? — Eu poderia se não tivesse presenteado meus filhos com o livre-arbítrio. — Sabe, às vezes as pessoas são estúpidas e precisam que digam o que fazer, — Heath disse. A expressão de Nyx permaneceu séria, mas seus olhos negros brilharam. — Se eu começar a tirar o livre-arbítrio e controlar as decisões de meus filhos e filhas, quando isto terminará? Eu não me tornaria simplesmente um mestre ventríloquo, e meus filhos marionetes? Heath suspirou. — Acho que você está certa. Quer dizer, você é uma deusa e tudo, então eu estou bem certo de que você sabe sobre o que está falando, porém isso não parece mais fácil. — O mais fácil raramente é o melhor, — ela disse. — É, eu sei. E isso é uma droga, — Heath disse. — Então, e a terceira opção? Você está tentando me dizer que tem relação com o bem e o mal? — Estou. Neferet se tornou um imortal, uma criatura da Escuridão. Esta noite ela se aliou com o mais puro mal que pode se manifestar no reino mortal, aquele touro branco. — Eu sei disso. Eu vi algo como isso que tentou nos pegar quando eu anteriormente morri.

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Nyx assentiu. — Sim, o touro branco foi despertado pelas mudanças entre o bem e o mal no mundo mortal. Passaram eras desde que ele vagueou entre os reinos como está fazendo hoje. Heath se perturbou de ver a Deusa estremecer. — O que está havendo? O que está acontecendo lá? — Neferet está sendo presenteada com um Receptáculo, uma criatura vazia, tipo um golem20, criada pela Escuridão através de um terrível sacrifício e luxúria, cobiça, ódio e dor – que ela pode controlar completamente. Ele será sua arma final, ou ao menos é isso que ela deseja. Se seu sacrifício fosse mais perfeito, o Receptáculo seria a arma perfeita da Escuridão, mas há uma falha na criação dele, e é aí que entra a sua escolha, Heath. — Eu não captei isso, — Heath disse. — O Receptáculo era para ser uma máquina sem alma, mas como o sacrifício que alimentou a criação dele deu errado, eu sou capaz de tocá-lo. Golem: é um ser artificial mítico, associado à tradição mística do judaísmo, particularmente à cabala, que pode ser trazido à vida através de um processo mágico. O golem é uma possível inspiração para outros seres criados artificialmente, tal como o homunculus na alquimia e o moderno Frankenstein (obra de Mary Shelley). No folclore judaico, o golem (‫ )גולם‬é um ser animado que é feito de material inanimado, muitas vezes visto como um gigante de pedra. No hebraico moderno a palavra golem significa "tolo", "imbecil", ou "estúpido". O nome é uma derivação da palavra gelem (‫)גלם‬, que significa "matéria-prima". http://pt.wikipedia.org/wiki/Golem 20

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— Como se ele tivesse um calcanhar de Aquiles? — Sim, um pouco como isso. Se você escolhesse esta opção eu usaria a falha na criação desta criatura, e, através desta fraqueza e colocaria sua alma dentro do Receptáculo vazio. Heath piscou, tentando captar a dimensão do que a Deusa estava dizendo. — Eu saberia que eu sou eu? — Você saberia apenas o que toda alma renascida sabe — a essência mais refinada do que você é. Isso nunca desaparece, não importa por quantas vidas você passe. Nyx parou, sorriu, e adicionou, — E, é claro, se você escolher, você também conhecerá o amor. Ele também nunca desaparece. Ele é apenas suprimido, ou não percebido, ou deixado de lado. — Espere, calma lá. Esta criatura está no mundo de Zoey? Neste momento? — Ele está sendo criado esta noite no mundo moderno de Zoey, sim. — Por Neferet, inimiga de Zo? — Sim. — Então Neferet usará este cara contra minha Zo? — Heath ficou totalmente puto. — Eu estou completamente certa de que este é o intento dela, — Nyx disse. — Huh, — ele bufou. — Comigo dentro dele, ela pode tentar, mas não vai chegar muito longe.

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— Antes de você fazer sua escolha final, você precisa entender: você não se reconhecerá. Heath terá morrido. Apenas sua essência permanecerá – sem suas memórias. E você estará habitando dentro de um ser criado para destruir o que você mais ama. Você pode muito bem sucumbir à Escuridão. — Nyx, ponto principal: Zo precisa de mim? — Precisa, — a Deusa disse. — Então eu pego a terceira opção. Eu quero ser colocado no Receptáculo, — Heath disse. O sorriso de Nyx foi radiante. — Eu estou orgulhosa de você, meu filho. Saiba que você retorna para o mundo moderno com minha bênção muito especial. Do ar acima dela, a Deusa arrancou um único cordão de algo que Heath achou parecido como um cintilante fio de prata tão brilhante e reluzente e belo que o fez ofegar. Ela envolveu seus dedos, de modo que o cordão cresceu para uma esfera de cerca de um quarto de seu tamanho que reluziu e brilhou com uma luz especial e antiga, como uma pedra da lua iluminada por dentro. — Isso é totalmente legal! O que é isso? — Magia do tipo mais antigo. Ela raramente está presente no mundo moderno; ela não suporta bem a civilização. Mas a magia anciã do touro branco criou um Receptáculo, então é correto que minha magia antiga esteja ali também. Enquanto Nyx continuava a falar, sua voz tomou um tom

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melodioso que parecia se misturar e complementar a beleza da esfera.

Uma janela dentro da alma para ver Luz e Magia eu envio contigo Seja forte, seja corajoso, faça a escolha certa Embora a Escuridão grite com uma terrível voz Saiba que eu estou observando você do alto E que sempre, sempre, a resposta é amor! A Deusa arremessou a esfera brilhante para ele e esta encheu os olhos de Heath, cegando-o com sua luz mágica e fazendo que ele cambaleasse para trás de modo que ele se sentiu tombando pela borda do desfiladeiro e caindo, caindo...

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Neferet Seu corpo doeu, mas Neferet não se importou. A verdade era que ela gostava da dor. Ela deu uma profunda respiração, automaticamente atraindo para ela os restos do poder do touro branco que deslizava nas sombras se formando no crepúsculo da madrugada. A Escuridão a reforçou. Neferet ignorou o sangue que cobria sua pele. Ela ficou de pé. O touro a havia deixado na varanda de sua cobertura. Kalona não estava lá dentro. Mas isso pouco importava para ela. Ela não o queria mais porque depois desta noite ela não precisaria dele. Neferet encarou o norte, a direção do elemento terra. Ela levantou seus braços e começou a ondear seus dedos pelo ar, alisando invisíveis e poderosos tentáculos antigos de magia e Escuridão. Então, em uma voz desprovida de toda emoção, Neferet falou o encantamento conforme o touro a tinha instruído.

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Da terra e do sangue você foi nascido Um pacto com a Escuridão eu tenho jurado Cheio de poder você ouvirá apenas minha voz Sua vida é minha; você não tem escolha Complete o pacto do touro esta noite E sempre, sempre se regozije em sua luz Escura! A Tsi Sgili lançou o inferno da Escuridão que tinha grudado em suas mãos diante dela. Ele bateu no chão de pedra da varanda, e, como uma coluna, se elevou, girando, contorcendo-se, transformando-se... Neferet observou, hipnotizada, enquanto o Receptáculo tomava forma, seu corpo unindo-se a partir da coluna de brilho que a lembrava muito do couro perolado do touro branco. Finalmente ele ficou de pé ali – ele parou de pé diante dela. Neferet balançou a cabeça em admiração. Ele era lindo, um macho absolutamente lindo e forte. Alto, e forte, e perfeitamente formado. Uma pessoa comum não veria nenhum indício da Escuridão nele. A pele que cobria seus poderosos músculos era suave e sem macula. O cabelo dele era longo e grosso e dourado como trigo no verão. Suas feições eram perfeitas — ele era impecável em sua fachada. — Ajoelhe-se para mim, e eu te darei seu nome. O Receptáculo obedeceu imediatamente, deixando-se cair em um joelho diante dela. Neferet sorriu e colocou sua mão manchada de sangue no

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topo de sua sedisa cabeça loira. — Eu te chamo Aurox, após os antigos touros do passado. — Sim, senhora. Eu sou Aurox, — O Receptáculo disse. Neferet começou a rir e rir e rir, sem se importar de que a histeria e loucura manchavam sua voz, sem se importar de que ela deixou Aurox ajoelhado na pedra do telhado esperando seu próximo comando, e sem se importar de que enquanto ela caminhava para longe o Receptáculo observava-a com olhos que cintilavam e brilhavam com uma antiga e especial luz como pedras da lua iluminadas por dentro...

Zoey — É, eu sei que Nyx o perdoou e o transformou em um garoto. Tipo assim, porque eu não sei quanto à você, mas eu não conheço nenhum outro garoto que se transforma em um pássaro durante o dia. — Stark parecia super cansado, mas não super cansado o bastante para parar de se preocupar. — Isso é sua conseqüência por todas as coisas ruins que ele fez, — Eu disse a Stark, me curvando contra ele e tentando ignorar o pôster da Jessica Alba na parede. Stark e eu tínhamos pegado o quarto de Dallas nos túneis sob o depósito. Eu tinha dado uma elementar fulminada. E todos tinham feito um monte da boa e antiga limpeza. Nós ainda tínhamos muito caminho à percorrer, mas ao menos o lugar estava habitável e

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era uma Zona-Livre-de-Neferet. — Certo, mas ainda é estranho que até apenas pouco tempo atrás ele era o filho favorito de Kalona, e um Corvo Escarnecedor, — Stark continuou. — Ei, não estou discordando de você. É estranho pra mim também, mas eu confio em Stevie Rae e ela o ama. — Eu levantei meu rosto fazendo Stark sorrir. — Até mesmo antes dele se livrar do bico e daquelas penas. Argh, etc. Eu tenho que conseguir a história toda dela. — Eu parei, pensando. — Eu me pergunto o que está acontecendo exatamente agora entre eles. — Não muito. O sol já subiu. Ele é um pássaro. Ei, Stevie Rae disse que ela o colocaria numa gaiola ou algo do tipo? Eu o beijei. — Ela não disse nada do tipo e você sabe disso! — Faz sentido pra mim. — Stark bocejou enormemente. — Mas o que quer que ela faça, você terá que esperar até o pôr do sol para descobrir. — Passou da sua hora de dormir, garotinho? — Eu perguntei, rindo pra ele. — Garotinho? Você está me afrontando, garota? — Afrontando? — Eu ri. — Sim, claro. Hahaha! — Venha cá, mulherrr! Stark começou a me fazer cócegas como louco e eu tentei revidar puxando os pelos de seus braços. Ele gritou (como uma garotinha) e então a coisa toda se transformou em uma

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luta onde eu, de alguma forma, acabei sendo presa. — Você se rende? — Stark perguntou. Com uma das mãos ele tinha meus dois pulsos e estava segurando meus braços sobre minha cabeça, fazendo cócegas em minha orelha com sua respiração ofegante. — Sem chance; você não manda em mim. — Eu lutei (inutilmente). Ok, eu admito que eu não me esforcei muito. Quero dizer, ele estava pressionado contra mim e totalmente sem me machucar — provavelmente Stark nunca me machucaria – e ele estava super quente, e eu o amava. — Na verdade, eu vou facilitar pra você. Tudo que eu tenho que fazer é chamar meus poderes elementais mega legais e seu atraente traseiro será chutado. — Atraente, huh? Você acha meu traseiro atraente? — Talvez, — Eu disse a ele, tentando não sorrir. — Mas isso não significa que eu não chamarei os elementos para chutá-lo. — Bem, então é melhor que eu mantenha sua boca ocupada, assim você não pode fazer isso, — ele disse. Quando ele começou a me beijar eu pensei que era uma coisa estranha e maravilhosa que algo tão simples, apenas um beijo, podia me fazer sentir tanto. Os lábios dele contra os meus eram suaves, e um maravilhoso contraste com seu forte corpo. Enquanto ele continuava me beijando eu parei de pensar em o quanto isso era maravilhoso porque ele me fez parar de raciocinar. Tudo que fiz foi sentir: seu corpo, meu corpo, nosso prazer.

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Então eu não tinha realmente estado pensando sobre o fato de que ele ainda estava segurando meus braços pelos pulsos, presos sobre minha cabeça. Eu não pensei nisso quando sua mão livre deslizou para cima a camisa extra-grande do Superman que eu estava usando como pijama. Eu ainda não pensei sobre isso quando sua mão se moveu sob minha camisa para a borda de minha calcinha. Eu só comecei a pensar sobre isso quando seu beijo mudou. Ele foi de suave para profundo e forte. Muito forte. Era como se ele tivesse de repente se tornado faminto, e eu fosse a refeição que saciaria sua fome. Eu tentei puxar meus pulsos de sua mão, mas seu aperto era firme. Eu virei minha cabeça e seus lábios deixaram minha boca para fazer uma trilha quente descendo meu pescoço. Eu estava tentando reorganizar minha mente — tentando imaginar o que estava me chateando tanto — quando ele me mordeu. Forte. A mordida não era como antes, como nossa primeira vez em Skye. Aquilo tinha sido algo que nós tínhamos compartilhado. Algo que ambos queríamos. Agora ele era bruto e possessivo e isso definitivamente não era algo que nós estávamos compartilhando. — Ai! — Eu puxei meus pulsos e consegui livrar uma mão de sua pegada. Com isso eu empurrei seu ombro. — Stark, isso machuca. Ele grunhiu e firmou seu corpo contra o meu, como se eu não tivesse falado ou empurrado-o. Eu senti seus dentes contra minha pele novamente e desta vez eu gritei, e, com minhas

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emoções, assim como meu corpo, eu empurrei forte ele — canalizando um monte de Sério! Você está me machucando! Ele se levantou sobre seus cotovelos e seu olhar encontrou o meu. Por um instante que durou menos de um segundo, eu vi algo dentro de seus olhos que fez minha alma estremecer. Eu me encolhi, Stark piscou, e olhou para mim com um gigante ponto de interrogação no rosto que se transformou em choque. Instantaneamente ele soltou meu pulso. — Merda! Desculpe-me, Zoey. Jesus, me desculpe! Você está machucada? Ele estava apalpando meu corpo todo um pouco freneticamente e eu afastei suas mãos com um tapa, franzindo a testa para ele. — O que você quer dizer com, eu estou machucada? Que merda há de errado com você? Isso foi muito grosseiro. Stark esfregou uma mão em seu rosto. — Eu não percebi — eu não seu por que... — Ele parou, respirou fundo, e começou novamente. — Me desculpe. Eu não sabia que eu estava machucando você. — Você me mordeu. Ele esfregou seu rosto de novo. — É, isso pareceu uma boa idéia na hora. — Isso machuca. — Eu esfreguei meu pescoço. — Me deixe ver. Eu afastei minha mão e ele observou meu pescoço. — Está

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um pouco vermelho, e nada mais. — Ele se inclinou e beijou o local dolorido urgentemente, e então disse, — Ei, eu realmente não pensei que tivesse mordido você tão forte. Sério, Z. — Sério, Stark, você mordeu. E você não soltou meus pulsos quando eu pedi. Stark soltou um longo suspiro. — Ok, bem, Eu me certificarei de que isso não aconteça novamente. É só que eu queria tanto você, e você me vira do avesso de uma forma... Ele parou e eu terminei a frase, — que você não pode se controlar? Que diabos é isso? — Não! Não, não é isso. Zoey, você não pode pensar isso. Eu sou seu Guerreiro, seu Guardião – é meu trabalho proteger você de quem possa te machucar. — Isso inclui a você mesmo? — Eu perguntei. Seu olhar encontrou o meu e se manteve. Em seus familiares olhos eu vi a confusão e tristeza e o amor – muito amor. — Isso inclui a mim mesmo. Você realmente acha que eu machuquei você de verdade? Eu suspirei. Mas que diabos que eu estava fazendo disso uma grande coisa? Então, ele tinha me carregado, prendido meus pulsos, me mordido, e não pulou no instante em que eu disse a ele bem alto. Ele era um cara. Qual era aquele dizer antigo? Se ele tem pneus ou testículos, vai te dar problemas. — Zoey, verdade, eu nunca deixaria você ser ferida. Eu dei a você meu juramento, além disso eu amo você e...

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— Ok, sssh. — Eu pressionei meu dedo contra seus lábios, calando-o. — Não, eu não acredito que você deixaria alguma coisa me machucar. Você está cansado. O sol já subiu. Nós tivemos um dia louco. Vamos apenas dormir e concordar em nada de mordidas. — Isso parece bom para mim. — Stark manteve seus braços abertos. — Você poderia vir aqui? Eu assenti e me aninhei nele. Seu toque estava normal: forte e seguro, mas muito, muito gentil. — Eu ando tendo problemas para dormir, — ele disse hesitantemente, depois ele beijou o topo de minha cabeça. — Eu sei – eu tenho dormido com você. Isso tem sido meio que óbvio. — Eu beijei seu ombro. — Não vai me perguntar se eu quero ir à terapia com Dragon Lankford desta vez? — Ele ficou. Ele não deixou a House of Night conosco, — eu disse. — Nenhum dos professores partiu conosco. Lenobia ficou, e você sabe que ela está cem por cento conosco. — É, mas ela não pode deixar aqueles cavalos, e não há forma de que nós os tragamos para cá, — eu disse. — De toda forma, Dragon está diferente. Ele parece mudado para mim. Ele não perdoaria Rephaim, mesmo depois de Nyx basicamente falar a ele que ele deveria. Eu pude sentir Stark acenando com a cabeça. — Isso é mau.

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Mas, você sabe, eu não perdoaria alguém que tivesse matado você também. — Seria como eu perdoar Kalona por Heath, — eu disse silenciosamente. Os braços de Stark me seguraram mais perto. — Você pode fazer isso? — Eu não sei. Eu honestamente não sei... — Eu hesitei, minhas palavras tropeçando. Ele me cutucou. — Continue. Pode me falar. Eu enrosquei meus dedos através de seu cabelo e disse, — No Outromundo, quando você estava, uh, morto — eu mal pude falar a palavra e me apressei para continuar — Nyx estava lá. — É, você me falou isso. Ela fez Kalona pagar sua dívida de vida por matar Heath, e me trouxe à vida. — Bem, o que eu não te contei foi que Kalona ficou super emotivo na frente de Nyx. Ele perguntou se ela alguma vez o perdoaria. — O que a Deusa disse? — Ela disse para ele perguntar de novo se alguma vez ele for digno do perdão dela. De fato, Nyx pareceu muito como esta noite quando ela falou para Neferet. Stark bufou. — Não é um sinal para Neferet e Kalona. — É, sem brincadeira. De qualquer forma, meu ponto é, bem, não que eu esteja pretendendo ser uma deusa ou algo

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assim, mas minha resposta sobre perdoar Kalona é muito como a de Nyx à ele e Neferet. Eu acho que perdão real é um presente que alguém tem que merecer, e eu nem tenho que me preocupar sobre Kalona me pedir perdão a menos que ele seja digno de sequer considerar isso, e eu simplesmente não vejo isso acontecendo. — Todavia, ele libertou Rephaim esta noite. — Eu pude ouvir as emoções conflitantes em sua voz. Eu as entendi. Eu as tinha também. — Eu tenho pensado sobre isso, e tudo que eu posso imaginar é que de alguma forma libertar Rephaim irá beneficiar Kalona, — eu disse. — O que significa que nós precisamos manter um olho em Rephaim, — Stark disse. — Você irá mencionar isso para Stevie Rae? — É, mas ela o ama, — eu disse. Ele assentiu novamente. — E quando você ama alguém nem sempre você o vê realisticamente. Eu me afastei apenas o suficiente para dá-lo O Olhar. — Você está dizendo isso por experiência própria? — Não, não, não, — ele disse rapidamente, me dando seu sorriso cansado, mas anda convencido. — Não experiência, apenas observação. — Stark me puxou gentilmente e eu me curvei contra ele novamente. — Está na hora de dormir agora. Deite sua cabeça, mulherrrr, e deixe-me ter meu descanso. — Ok, sério, você parece horrivelmente como Seoras. — Eu

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olhei para Stark e sacudi minha cabeça. — Se começar a crescer aquela coisa tipo uma barba branca como a dele, eu vou demiti-lo. Stark esfregou seu queixo com uma mão como se ele estivesse considerando isso. — Você não pode me demitir. Eu fui contratado para a toda a vida. — Eu vou parar de beijar você. — Sem barba para mim, moça. — Ele sorriu. Eu sorri de volta para ele, pensando em quão feliz eu estava de tê-lo ‚contratado por toda a vida‛, e o quanto eu esperava que ele fizesse seu ‚trabalho‛ por muito, muito tempo. — Ei, o que você acha disso: você cai no sono primeiro, e eu ficarei acordada por um tempo? — Eu acariciei sua bochecha. — Esta noite eu guardarei o Guardião. — Obrigado, — ele disse, sendo mais sério do que eu esperava. — Eu amo você, Zoey Redbird. — Eu amo você também, James Stark. Stark virou seu rosto e beijou dentro da palma de minha mão e na intrincada tatuagem da Deusa que se localizava ali. Conforme ele fechou seus olhos e seu corpo começou a relaxar, eu acariciei seus cabelos castanhos e me perguntei brevemente se ou quando Nyx adicionaria à minha incrível tatuagem. Ela tinha me dado Marcas, tirado-as – ou ao menos meus amigos disseram que elas se foram enquanto minha alma estava no Outromundo – e então Nyx as devolveu para mim novamente quando eu retornei à meu corpo.

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Talvez eu estivesse pronta agora — talvez eu não recebesse nenhuma outra. Eu estava tentando decidir se isto era uma coisa boa ou má quando minhas pálpebras se tornaram muito pesadas para manter abertas. Eu pensei em fechá-las, só por um tempinho. Stark estava definitivamente dormindo, então talvez não machucasse nada...

*** Sonhos são tão estranhos. Eu estava tendo um sonho de que eu estava voando como o Superman — você sabe, com minhas mãos na frente meio que como se estivesse me guiando, e a música tema dos antigos filmes legais do Superman, aqueles com o belíssimo Christopher Reeve, estava tocando em minha cabeça quando tudo mudou. A música foi substituída pela voz de minha mãe. — Eu estou morta! — ela disse. A voz de Nyx respondeu de longe, — Sim, Linda, você está. Meu estômago se contraiu. Isso é um sonho. É apenas um sonho realmente ruim! Olhe para baixo, minha criança. É importante que você testemunhe. Quando a voz da Deusa sussurrou através de minha mente eu soube que a realidade tinha se infiltrado no Reino dos Sonhos.

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Eu não queria. Eu realmente, realmente não queria, mas eu olhei para baixo. Abaixo de mim estava o que eu costumava a pensar como a entrada do Reino de Nyx. Havia uma vasta Escuridão dentro de onde eu pulei para conseguir meu espírito de volta em meu corpo. Então havia um arco de pedra esculpido sobre o duro barro, e no outro lado do arco estendia-se o bosque mágico de Nyx, começando com a etérea árvore de pendurar que era uma magnífica versão da que eu e Stark amarramos nossos sonhos para o outro durante aquele dia maravilhoso na ilha de Skye. E exatamente dentro da entrada arqueada do Outromundo minha mãe estava parada e pé, encarando Nyx. — Mãe! — Eu chamei, mas nem a Deusa nem minha mãe reagiram a minha voz. Testemunhe em silêncio, minha filha. Então eu pairei acima delas e observei enquanto lágrimas silenciosas escorriam em meu rosto. Minha mãe estava olhando fixamente para a Deusa. Finalmente, ela disse em uma voz baixa e assustada, — Então Deus é uma garota, ou meus pecados me enviaram para o Inferno? Nyx sorriu. — Aqui nós não estamos preocupadas sobre seus pecados passados. Aqui, em meu Outromundo, nós nos importamos apenas sobre nosso espírito e que essência ele escolhe carregar: Luz ou Escuridão. É uma coisa simples, na verdade.

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Mamãe mordeu o lábio por um segundo, e então disse, — Qual o meu carrega, Luz ou Escuridão? O sorriso de Nyx não vacilou. — Diga-me, Linda. Qual você escolheu? Meu coração se apertou enquanto eu observava minha mãe começar a chorar. — Até recentemente, eu acho que eu tenho estado mais do lado ruim. — Há uma enorme diferença entre ser fraco e ser mau, — Nyx disse. Mamãe assentiu. — Eu fui fraca. Eu não queria ser. É só que minha vida era como uma bola de neve descendo a montanha, e eu não podia achar o caminho para fora da avalanche. Mas eu estava tentando no final. Foi por isso que eu estava na casa de minha mãe. Eu estava retomando minha vida novamente – e junto com minha filha Zoey. Ela é... — Mamãe parou. Seus olhos se ampliaram quando ela entendeu. — Você é a Deusa de Zoey, Nyx! — De fato, eu sou. — Oh! Então Zoey estará aqui um dia? Eu me abracei; Ela me amava. Mamãe realmente me amava. — Ela estará, embora eu espere que não por muitos e muitos anos ainda. Hesitantemente, Mamãe perguntou, — Eu posso entrar e esperar por ela? — Pode. — Nyx estendeu seus braços abertos e declarou, —

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Bem vinda ao Outromundo, Linda Redbird. Deixe a dor e o pesar e a perda para trás, e traga consigo o amor. Sempre o amor. E então minha mãe e Nyx desapareceram em um clarão de luz brilhante. Eu despertei, deitada na beira da cama, me abraçando, chorando copiosamente. Stark despertou instantaneamente. — O que é? — Ele se apressou sobre mim e me puxou em seus braços. — É m-minha mãe. E-ela está morta, — Eu solucei. — E-ela realmente me amava. — Claro que ela amava, Z, claro que sim. Eu fechei meus olhos e deixei Stark me confortar enquanto eu chorava expulsando a dor e o pesar e a perda, até que tudo que eu senti foi o amor. Sempre o amor.

A Série House of Night continua em: (Novembro de 2011)

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