REQUALIFICAÇÃO URBANA - PARQUE URBANO LINEAR E REVITALIZAÇÃO DO EIXO VIÁRIO - PARQUE URBANO LINEARO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

REQUALIFICAÇÃO URBANA - PARQUE URBANO LINEAR E REVITALIZAÇÃO DO EIXO VIÁRIO

Gabriela Azevedo da Silva Orientadora: Profa. Dra. Vera Lúcia Blat Migliorini Avaliadoras: Profa. Ms. Ana Luisa Miranda Profa. Dra. Débora Prado Zamboni RIBEIRÃO PRETO 2020


Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. S58r Silva, Gabriela Azevedo da Requalificação urbana: parque urbano linear e revitalização do eixo viário/ Gabriela Azevedo da Silva - Ribeirão Preto, 2020. 152p.il Trabalho de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá Orientador: Dra. Vera Lúcia Blat Migliorini 1. Requalificação 2. Parque 3. Urbano I. Migliorini, Vera Lúcia Blat II. Título CDU 712.253 Bibliotecária Responsável: Iandra M. H. Fernandes CRB8 9878

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Dedico este meu Trabalho Final de Graduação, aos meus pais, Paulo e Patrícia, que durante toda minha graduação, estiveram ao meu lado, me apoiando, me incentivando e me dando todo o suporte necessário para que eu chegasse até aqui e realizasse um sonho que nunca foi apenas meu, mas um sonho que cultivamos juntos. Me formar arquiteta e urbanista é o meu agradecimento a vocês por toda a edução familiar e religiosa e, pelo amor dedicado a mim! Serei eternamente grata! Obrigada! Eu amo muito vocês!

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SITUAÇÃO URBANA

Aspectos socioconômicos . Áreas verdes . Hierarquia viária funcional . Mobilidade . Uso e ocupação do solo . Principais equipamentos . Mobiliário urbano . Dinâmicas de uso .

O INÍCIO

pág. 10

Introdução . Objetivos . Justificativa . Problemática . Metodologia .

pág. 36

O LUGAR

Histórico . Áreas de intervenção . Antigas revitalizações . Análise da legislação .

QUADRO TEÓRICO

Áreas verdes urbanas . Percepção ambiental . Dinâmicas de vitalidade . Mobilidade .

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pág. 28

pág. 20

O PARQUE

Levantamento geral . Praça do museu . Orla do lago . Sambódromo .


ág. 54

pág. 64

O EIXO VIÁRIO

o projeto

Levantamento geral . 01 . Av. Prefeito Hélio Bastos e Av. Amélia Cutrale . 02 . Av. Pedro Paschoal . 03 . Av. Quito Stamato . 04 . Rua dos Andradas . 05 . Av. dos Antunes . 06 . Av. Sérgio Sessa Stamato . 07 . Av. Prefeito Hércules Pereira Hortal .

Parque urbano linear do lago . Configuração do parque . Relação do Parque e o Eixo . Programa arquitetônico . Passarela . Pontos de apoio containers . Tecnologias sustentáveis . Materiais e mobiliários .

pág. 102

ANEXO E REFERÊNCIAS

pág. 92 SOLUÇÕES PROJETUAIS

Mapa Síntese e Diagnóstico da área . Conceito . Partido . Ordenamento dos espaços . Plano de massas e Diretrizes .

PROJETOS DE REFERÊNCIA Estratégias dos projetos de referência . Parque Alagável Minghu . Parque da Juventude . Revitalização da Orla de Búzios . Ponte Puji Road, Xangai . Síntese . Análise do questionário .

pág. 80


Introdução . Objetivos . Justificativa . Problemática . Metodologia .

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Introdução .

Figura 1 - Imagem de satélite da cidade de Bebedouro, destaque nas áreas de intervenção. Fonte: GoogleMaps

O presente Trabalho Final de Graduação (TFG) encerra um ciclo de formação acadêmica, no âmbito de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pelo Centro Universitário Barão de Mauá e, consiste na requalificação urbana de um eixo viário integrado e de um espaço de lazer e convivência na cidade de Bebedouro. Através da Requalificação Urbana, torna-se exequível (re) pensar os espaços da cidade em função das características físicas e dos elementos culturais que estabelecem uma ligação com o passado e que despertam sentimentos de pertença pelos usuários e moradores. Importa destacar a requalificação como processo planejado que pretende impulsionar a habitabilidade e competitividade das cidades, além da valorização de elementos (humanos e naturais) considerados importantes para a construção e consolidação da identidade individual ou coletiva. Na área de estudo escolhida, o sistema viário conta com avenidas radiais conectadas em forma de anel viário, possuindo ciclovias de lazer que operam nos finais de semana nas avenidas que circundam a área de lazer na região central da cidade (conhecida como “Região do Lago”).


O município de Bebedouro localiza-se entre duas sub-bacias hidrográficas: a do rio Turvo e a do Pardo/Moji-Guaçu, sendo cortado por pequenos córregos: Bebedouro, Consulta e Parati. O Consulta, ao passar pelo centro da cidade, transforma-se num grande lago artificial, com dois quilômetros de comprimento e largura que varia entre 50 (funil da Ponte da avenida Donina Valadão Furquim) e 300 metros. A proposta de intervenção resultaria na requalificação dos espaços, transformando-os em um Parque Linear Urbano, ou seja, uma área urbana com função ecológica, estética e de lazer. Nesta região integrada, as distâncias entre equipamentos como o Shopping Center (círculo laranja no mapa ilustrado na Figura 1), o Museu da cidade, o Clube e o centro (delimitação pontilhada no mesmo mapa) são curtas, e poderiam ser vencidas tranquilamente a pé se estes fossem conectados de maneira eficaz, oferecendo não apenas condições adequadas de circulação, mas também atrativos para que isso aconteça de forma natural e orgânica. Desta forma, pode-se salientar que a área em questão necessita de um projeto que equilibre a relação entre pedestres, transporte individual e transporte coletivo, os espaços públicos e também o meio ambiente.

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objetivos . Face ao exposto, o objetivo geral do trabalho é desenvolver o projeto de um Parque Urbano Linear do lago artificial de Bebedouro (SP) conectando-o com a requalificação do Anel Viário da cidade, através da valorização da mobilidade ativa, preservação e integração do ambiente natural existente, visando a qualidade do espaço urbano e sua utilização pelos usuários. Desta forma, os objetivos específicos fundamentam-se em três principais linhas de ação: 01: Sistema Viário e Mobilidade; 02: O Parque do lago e a vegetação; 03: O mobiliário e linguagem gráfica; • Identificar e analisar a dinâmica da população em suas principais atividades de lazer e mobilidade; • Desenvolver, através da intervenção urbana, espaços integrados ao longo do eixo viário; • Potencializar pedestres e ciclistas, melhorando a mobilidade em geral e promovendo novas conexões; • Projetar espaços que supram as necessidades de diferentes usuários, em diferentes momentos do dia; • Propor um projeto paisagístico específico para Parque Urbano e que se expanda ao longo do eixo viário;

Figura 2 - Vista do Lago Artificial de Bebedouro. Fonte: www. camarabebedouro. sp.gov.br



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JUSTIFICATIVA .

Figura 3 - Foto da Região do Lago. Fonte: Arquivo do Jornal Bebedouro em Foco.

Este Trabalho Final de Graduação (TFG) possui a finalidade acadêmica de promover uma discussão sobre a relação entre a cidade e o indivíduo, os espaços públicos e de lazer, mobilidade ativa e outros itens que envolvem o projeto e que, poderão dar suporte e subsídios a outros estudantes do Curso de Arquitetura e Urbanismo que se interessem pelo assunto, uma vez que, pautado em grandes nomes dentro das questões urbanas como Jane Jacobs, Jan Gehl e Vicente del Rio, o trabalho oferece uma maneira de pensar a cidade que a torne mais ativa, viva e humana. Nesse sentido, apresenta notável relevância social, pois implica a melhoria da qualidade de vida da população, através da construção e recuperação de equipamentos e infraestruturas, valorizando o espaço público, dinamizando as atividades ali realizadas com melhorias urbanas de acessibilidade, mobilidade e de sua própria paisagem. Indubitavelmente, o trabalho apresenta grande relevância ambiental pela atenção em relação à arborização e ao microclima que o projeto será capaz de gerar para a cidade e, consequentemente, para a população, incorporando a natureza como elemento de articulação e promovendo a participação ativa e contemplativa

da mesma no território, e a conscientização a respeito dos benefícios da arborização para o ecossistema urbano. As áreas verdes possuem função ecológica, paisagística e recreativa, qualidade estética funcional e ambiental, com grande vantagem por proporcionar à população urbana o convívio próximo com áreas naturais, paisagens verdes, fauna e flora.

PROBLÉMÁTICA . Como moradora e usuária deste local, é possível identificar as necessidades, problemas e potenciais da área em questão, e propor uma melhor utilização da área de estudo pelos moradores. O principal foco deste TFG é o entorno imediato do Lago Artificial de Bebedouro, que conta com grande número de áreas verdes e locais para encontro, lazer com a família, permanência e que, aos poucos, está sendo tomada por usuários de drogas que depredam o local, assim como os grandes canteiros centrais das avenidas que compreendem o eixo do anel viário, que hoje não são bem utilizados e possuem tamanho potencial para oferecer à cidade um outro conceito em termos de mobilidade ativa, integração e paisagem. A requalificação urbana se tornou o instrumento capaz de

propor a melhoria da condição de vida da população, promovendo a construção e recuperação de equipamentos e infraestruturas e a valorização do espaço público com medidas de dinamização socioeconômica. Além disso, possui carácter mobilizador, acelerador e estratégico, estando principalmente voltada para o estabelecimento de novos padrões de organização e utilização dos espaços na cidade. A revitalização urbana obriga a intervir na melhoria da qualidade do ambiente urbano, das condições socioeconómicas ou no quadro de vida de um determinado território (‘território de revitalização urbana’), baseando-se numa visão global, actuando de forma integrada e concertando um grande número de domínios e dimensões de intervenção. A sua actuação não é rígida, mas adapta-se às realidades territoriais nas quais intervém, pretendendo coordenar e adaptar os recursos existentes e potenciais, públicos e privados, apelando à população e às entidades que as representam para serem co-autoras do processo de revitalização. (Guerra, et al., 2005 p. 23)


A revitalização urbana, enquanto processo de trazer “nova vida” ou trazer “de novo” dinâmicas perdidas, desenvolve uma perspectiva de organização e vitalidade, assim também como trata de um conceito complexo. As estratégias, as metodologias e os instrumentos de revitalização podem abranger muitas vertentes, desenvolvidas por outros modelos de intervenção na transformação do espaço urbano. O conceito pode ser entendido como uma estratégia e um processo, diferenciandose da geral ideia dos programas urbanísticos. Neste sentido, a revitalização urbana desenvolve estratégias e promove um processo com caráter inclusivo e integrador, capaz de provocar o sentimento de pertença entre os usuários daquele espaço, sendo um instrumento de gestão coletiva com capacidade para utilizar como recursos próprios programas urbanos muito diferenciados, de cunho mais social, econômico ou cultural, além da valorização ambiental. Diversos autores qualificam uma “área revitalizada”, como uma área capaz de gerar atividades vivas, relações entre os públicos e diversidade dos usos. Atividades vivas sugerem vitalidade, energia, animação, o que exige a presença de pessoas, o que acarreta também a movimentação econômica.

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As relações entre diferentes níveis sociais proporcionam troca de experiências culturais que enriquecem a cidade; “uma a cada dez pessoas em espaços públicos num dia de verão normal estava diretamente envolvida em alguma atividade direcionada a seus concidadãos, muitas das outras pessoas e atividades estavam em seu entorno ou direcionadas a estas novas atividades urbanas” (Gehl, 2013 p. 15)

Não se pode deixar de esclarecer que a revitalização exige uma abordagem preventiva e não só reparadora dos problemas, incentivando programas e investimentos para evitar a degradação física e social destes espaços da cidade, agindo sobretudo no nível local, adaptando-se às especificidades da área e agindo para impedir os problemas futuros. O presente TFG busca se aproximar da problemática da definição conceitual da requalificação e revitalização urbana e da evolução destes processos ao longo dos anos, aproximando-se da busca por compreender os efeitos das intervenções no espaço urbano contemporâneo e suas implicações.

Figura 4 - Vista da Orla do Lago Artificial. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020.



metodologia . Foi necessário, para fundamentar este trabalho, o desenvolvimento de pesquisas teóricas e empíricas, que deram subsídios para o adequado desenvolvimento do projeto de Requalificação Urbana. A pesquisa teórica deste TFG foi pautada nas seguintes palavras chave: Requalificação Urbana, Parque linear, Eixo Viário, Mobilidade Ativa, Intervenção Urbana, Integração, Convivência, Passagem, Meio Ambiente, Espaços Verdes, Revitalização e Lazer na cidade. Também foram adotados alguns textos base, tais como: 01: Cidade para pessoas, de Jan Gehl (Gehl, 2013): O autor aborda, de forma aprofundada e objetiva, questões que são fundamentais à qualidade de vida na cidade e que se refletem na escala dos espaços, nas soluções de mobilidade, nas dinâmicas que favorecem a vitalidade, sustentabilidade e segurança das áreas urbanas, na valorização dos espaços públicos, nas possibilidades de expressão individual e coletiva, na beleza daquilo que pode ser apreendido ao nível do observador. 02: Morte e vida de grandes cidades de, Jane Jacobs (Jacobs, 1961): Baseia-se em questionar o desenvolvimento do planejamento urbano nas cidades e os princípios de reurbanização em

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contrapartida às questões de natureza socioeconômica. O seu foco principal decorre do indispensável conhecimento sobre o funcionamento e necessidades das cidades para, com isso, acumular informações em prol das diretrizes coerentes para o planejamento urbano. 03: Introdução ao desenho urbano no processo de planejamento, de Vicente del Rio (Rio, 1985): O autor trata do Desenho Urbano em sua origem, definição e metodologias básicas, apresentando ainda possibilidades no processo do planejamento das cidades. É um grande auxiliador no âmbito acadêmico, voltado, principalmente, para estudantes de arquitetura que queiram embasar suas pesquisas, apontando o desprezo por parte da sociedade, em relação às estruturas urbanas bem pensadas, geradas a partir da situação caótica da política e da economia. A pesquisa documental demandou levantamento de dados sobre o objeto de estudo em fontes secundárias e a leitura de projetos de referência, a fim de reunir material suficiente para nortear o trabalho e reforçar o conteúdo estudado sobre o tema. A pesquisa dos projetos de referência baseou-se em abordagens semelhantes às que se pretende exibir neste TFG, tais como Projetos de Requalificação urbana e Criação

de Parques Lineares Urbanos que tenham como objetivo a criação de um local onde a vida urbana possa se reconciliar com a natureza, possibilitem a melhoria da qualidade de espaços pequenos e design inclusivo que ofereça atividades para diversas faixas etárias, equilibrando as necessidades de lazer das pessoas e a qualidade ambiental, além de formas que incitem a reflexão e a atividade nestes espaços. Também foram considerados como critérios para seleção das referências projetuais: a utilização tecnologias de construção como sistemas de tratamento de águas pluviais, sistemas de drenagem urbana, materiais e formas contemporâneas, além da implementação de um ambiente de lazer em meio à cidade, permitindo que esse conjunto de ideias possa levar a uma solução projetual integrada e humanista e que atendam aos objetivos deste TFG. O embasamento empírico acontecerá através de: 01: Visitas nos locais: A visita, tanto na Região do Lago, quanto no decorrer das avenidas do anel viário servirá para identificar o uso destes locais, analisar visualmente o espaço, fazer a percepção do meio ambiente e seu comportamento. Os instrumentos utilizados para alcançar estes objetivos serão tabelas demonstrativas e fotos, que servirão para embasar o


trabalho, demonstrando através de imagens o comportamento dos usuários, a estética do local e as diferentes tipologias no decorrer do anel viário. 02: Levantamento de Informações: Essas informações, como o levantamento do local, morfologia urbana, identificação da hierarquia física viária e fluxo diário de meios de transporte nas avenidas, assim como dimensionamento dos espaços a serem requalificados, serão realizados a partir de visitas para medição e serão representadas através de croquis dos locais, plantas técnicas e gráficos, e também compatibilização das áreas através do mapa da cidade, que serão demonstrados como base de todo o desenho da requalificação; e 03: Pesquisa com o público local: O contato direto com o público e usuários do local, tanto nas avenidas, quanto no próprio Complexo do Lago, ilustrarão as necessidades reais para uma requalificação de qualidade. Os instrumentos utilizados para alcançar estes objetivos serão questionários elaborados através da plataforma do Google Forms e serão demonstradas no trabalho a partir de tabelas e gráficos. Figura 5 - Vista do Lago Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020.


Áreas verdes urbanas . Percepção ambiental . Dinâmicas de vitalidade . Mobilidade .

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A percepção da população sobre o ambiente e mais especificamente sobre as Áreas Verdes de lazer, a Mobilidade e a Vitalidade atribuída aos espaços são elementos indispensáveis para a melhoria do ambiente urbano como um todo e de diferentes fatores como o valor atribuído a esses espaços pela população e como esta percebe as condições ambientais e de vida naquele espaço. As áreas verdes urbanas, como espaços livres de construções, podem reforçar a ideia de preservação, fazendo surgir o tema da sustentabilidade urbana, capaz de não só melhorar a qualidade dos espaços, mas também da vida daqueles que os frequentam. Dessa forma, a requalificação deve incluir o usuário como fator primordial para a adequada fruição desses espaços.

ÁREAS VERDES URBANAS . As áreas verdes são muito importantes para a qualidade ambiental das cidades, uma vez que assumem um papel de equilíbrio entre o espaço urbano e o meio ambiente. Nesse sentido, Jane Jacobs nos apresenta uma realidade tão próxima a nós e afirma que reverter esse quadro é essencial para a eficácia do Parque Urbano.

Um parque de bairro genérico, que esteja preso a qualquer tipo de inércia funcional de seu entorno, fica inexoravelmente vazio por boa parte do dia. E aí se estabelece um círculo vicioso. Mesmo que o vazio não seja atingido por várias espécies de praga, ele exerce pouca atração devido ao número restrito de frequentadores potenciais. Chega a entediálos terrivelmente, porque a agonia é enfadonha. Nas cidades, a animação e a variedade atraem mais animação; a apatia e a monotonia repelem a vida. E esse é um princípio crucial não apenas para o desempenho social das cidades, mas também para seu desempenho econômico. (Jacobs, 1961 p. 74)

Seguindo este raciocínio, propor a vitalidade nesse espaço é indispensável para o bom funcionamento do parque urbano de lazer, e as consequências vão desde as questões ambientais de conscientização e preservação do meio ambiente, até a movimentação econômica e, obviamente, social. Os usuários que frequentam esses espaços consideram o Parque Urbano área propícia à prática de atividades de lazer e recreação (descansar, refletir, namorar, encontrar amigos, caminhar e evitar o sedentarismo, além de também ativar os

pequenos comércios e prestações de serviços locais), sendo assim um eficaz instrumento de socialização comunitária, alcançando um nítido propósito de minimizar os impactos ruins da urbanização, possibilitando uma integração espacial entre áreas e edificações. Os Parques Urbanos ainda promovem permeabilidade e fertilidade, em contraposição aos solos “de concreto e pixe” das cidades e, além disso, são capazes de contribuir para o crescimento e desenvolvimento econômico e urbanístico das cidades. De maneira geral, com o crescimento urbano desacerbado e a criação de áreas industriais e de comércio, as cidades perderam a maior parte do seu meio natural e, para solucionar muitos dos problemas ambientais causados por esse crescimento, tem sido comum a prática de políticas ambientais, implantando áreas verdes em meios urbanos por possuírem função ecológica, paisagística e recreativa, qualidade estética, funcional e ambiental nas cidades e, em se tratando de parques urbanos, como já mencionado anteriormente, apresentam inúmeras funções, além de contribuírem para a sustentabilidade e criação de microclimas nos centros urbanos. As características urbanísticas das áreas verdes, que vão desde o modelo de praça eclética do século XIX, com sua visão romântica de


recriar espaços que remetessem a paraísos perdidos e campos bucólicos, destinados apenas à contemplação e passeios, até os dias de hoje, em que se procura recriar condições naturais dentro da paisagem urbana, transformando esses espaços em locais de sociabilidade e contato com a natureza, fazem parte da evolução desses espaços verdes públicos de lazer. A grande vantagem dos Parques Urbanos é proporcionar à população o convívio próximo com áreas naturais, paisagens verdes, fauna e flora e, em consequência, se tornam uma ferramenta para a conscientização ambiental da população, além de proporcionar lazer e recreação aos seus visitantes, podendo conter em sua extensão espaços de cultura, educação, infraestrutura para a prática de atividades físicas e esportivas. Nesse sentido, um Parque Urbano na cidade de Bebedouro valorizaria o município, que hoje já é uma cidade referência da região, considerando suas infraestruturas, fazendo com que ela se torne mais atrativa em relação aos equipamentos de lazer e recreação, trazendo melhorias ambientais e, principalmente, para a população como um todo, se tornando o ponto principal deste trabalho (TFG).

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Figura 6 - Imagem aérea da “Praça da Prefeitura de Bebedouro”. Fonte: www. camarabebedouro. sp.gov.br


PERCEPÇÃO AMBIENTAL . A compreensão da relação que a população possui com o espaço verde e de lazer, sua sensação de prazer e a escolha de uso do espaço em seu dia-a-dia como formação de um imaginário que leva as pessoas a escolherem as áreas verdes urbanas para a satisfação de sua necessidade de lazer, descanso e integração com outras pessoas é imprescindível para o desenvolvimento de um projeto de requalificação ou revitalização urbana, principalmente voltada aos espaços verdes públicos. Resumidamente pode-se afirmar que o homem se comunica através de um processo cognitivo, que é a construção do sentido em nossas mentes. Este processo possui frases distintas: percepção (campo sensorial), seleção (campo da memória), atribuição de significados (campo do raciocínio), num curso que leva dois fins precisos, ou seja, ação e memorização. (Pradella, et al., 2015 p. 92)

A percepção humana, orientada pelos sentidos, é fundamental para a avaliação da relação do homem com o meio em que vive. Portanto, o estudo da Percepção Ambiental é capaz de subsidiar o reconhecimento de uma unidade visual no desenho urbano. Seguindo esse pensamento, o

psicólogo-ambiental David Canter (1977 apud Del Rio, 1985) confirma apresentando três esferas da consciência humana em que se permite criar “um sentido do lugar”, através da sobreposição das atividades ou usos, atributos físicos e as concepções e imagens que se têm do local, em que se nota a importância do desenho urbano para os usuários e deste último para o processo de planejamento urbano, através de suas interrelações e comportamentos, o que nos sugere Vicente del Rio, ao “pensar o desenho urbano” não só embasado em teorias, mas levando em consideração as mutações e adaptações pela apropriação coletiva dos usuários. “O que permeia as teorias adotadas talvez seja a tentativa de buscar sempre dimensões de análise e atuação sob a ótica do usuário. Ou seja, as formas com que ele vê, sente, compreende, utiliza e se apropria da cidade. (Rio, 1985 p. 69)”

Nesse sentido, Gordon Cullen (1961 apud Del Rio, 1985) apresenta três maneiras em que o ambiente gera respostas emocionais nos usuários: a ótica, o lugar e o conteúdo. A primeira, considerando as reações a partir de nossas experiências meramente visuais, a segunda, remetendo-se à posição do usuário em relação a edificação e, em último, referente

ao conteúdo e experiências que criamos, portanto, mais uma vez relaciona a pessoa com o espaço através da percepção urbana, buscando através de toda essa compreensão, atender a lógica das qualidades de estética do espaço da cidade. Direcionando aos espaços públicos de lazer, morar próximo a áreas de parques e praças bem arborizadas, por exemplo, atinge respostas emocionais em pessoas obesas e depressivas, causando efeitos benéficos à saúde, o que, relacionando com o projeto a ser proposto neste trabalho, é um dos intuitos de se estudar as percepções ambientais, a melhora da qualidade de vida das pessoas, além da qualidade dos espaços, visualmente falando, vinculado à estética da cidade.


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DINÂMICAS DE VITALIDADE . A requalificação do espaço urbano decorre de processos variados e, muitas vezes, contraditórios. A rejeição de um modelo único de “boa cidade”, o reconhecimento dos diferentes olhares e da necessidade de um espaço urbano diversificado conduzem à maior flexibilização na produção deste espaço. A ideia de vitalidade urbana procura sintetizar o conjunto de qualidades de um espaço no qual as pessoas apreciem estar, geralmente concentrador de múltiplas atividades e relações econômicas, interação social, diversidade de usos e a “qualidade vibrante dos lugares”. Se tivermos como meta que a mistura de usos seja suficientemente complexa para prover a segurança urbana, o contato do público e a interação de usos, ela precisa de uma quantidade enorme de componentes. (Jacobs, 1961 p. 104)

Figura 7 - Imagem noturna da Orla do Lago Artificial de Bebedouro Fonte: www. bebedouro.sp.gov.br

Segundo Jacobs, incentivar a diversidade de usos seria a melhor forma de combater a “grande praga da monotonia”, resultante do planejamento setorizado e monofuncional, promovendo segurança, atratividade e interação entre as pessoas. Assim, os principais fundamentos da revitalização de áreas urbanas

de baixa vitalidade e integração seriam os mesmos: promoção da diversidade através de um diagnóstico das carências de usos principais, tamanho das áreas, distribuição das atividades e tipos de edifícios. Considerando o tema deste TFG, um grande parque linear ligado à um eixo viário, o caminhar, além de ser um assunto de mobilidade, também gera um potencial para outras atividades ilustrando diversas variações, favorecendo a vitalidade dos espaços – o caminhar rápido com destino a chegar, o andar apreciando o espaço e o tempo, o caminhar lento de um idoso, o caminhar como exercício físico e até mesmo a correria das crianças, todos esses remetem aos diversos usos que o espaço acolhe em seu dia-a-dia e que são causadores de atividades sociais no espaço. “Cabeças voltam-se para os lados, os pedestres viramse e param para ver tudo, ou cumprimentar ou falar com alguém.” (Gehl, 2013 p. 132)

Nesse sentido, a própria requalificação dos espaços no âmbito da melhoria da própria infraestrutura torna-se um agente que permite essa vitalidade, pois se o espaço permite o caminhar, o estar, o se exercitar, o consumir, entre outros, os usuários serão atraídos e convidados a utilizar esses locais, o que evidencia que


um tema está relacionado ao outro, portanto, se o espaço é bem pensado, criam-se espaços de lazer verdes, ocorre a vitalidade e ocorre a mobilidade. Gehl (2013) defende essa posição citando como exemplo o corte de relações que as escadas causam quando dividem os espaços, impedindo o caminhar e as atividades dos usuários e também a pavimentação irregular que impede certas utilizações, retratando que o espaço favorece (ou não) a vitalidade da cidade, assim como as condições iluminação. “A qualidade urbana é tão crucial para atividades opcionais que a extensão das atividades estacionárias pode ser usada como padrão para medir a qualidade da cidade, assim como de seu espaço.” (Gehl, 2013 p. 146)

Assim, uma boa cidade pode ser reconhecida pela quantidade de pessoas que não então andando, ou seja, que encontram atrativos e espaços que ofereçam recreações. Este tema caminha de encontro com o projeto a ser proposto por lidar com problemas que impedem a vitalidade dos espaços: Calçadão irregular, Avenida que divide o calçadão e os bares, espaços para permanecer sem nenhum conforto ou atrativo como observados por Gehl (2013), entre outros fatores como espaços para trocas democráticas e manifestações,

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sejam elas políticas, religiosas ou culturais, além do próprio mau uso do espaço hoje existente, sendo importante ponto de discussão para este projeto.

MOBILIDADE . Será que a diversidade provoca congestionamentos de trânsito? O congestionamento de trânsito é provocado por veículos, não pelas pessoas em si. Nos lugares em que poucas pessoas se instalaram, em vez de uma grande concentração delas, ou nos lugares em que a combinação de usos diferentes não é muito frequente, qualquer ponto de atração particular realmente ocasiona congestionamento de trânsito. (Jacobs, 1961 p. 158)

Quanto mais conectado, bem servido de transportes e “bem localizado” um local, mais valorizado ele é, e, em áreas urbanas diversificadas; e quanto mais variadas e concentradas forem as atividades, maior a oportunidade para a população caminhar e se mover. Até mesmo as pessoas que forem de carro ou de transporte público às áreas como as propostas neste TFG, vão diversificar sua mobilidade e caminhar até lá, pois serão convidadas através dos atrativos de vivacidade.

Proporcionar condições de deslocamentos acessíveis e adequados permite o acesso, a integração e o convívio dos habitantes com as cidades e o principal objetivo da Mobilidade Ativa que se pretende propor é a valorização do transporte público, pedestres e ciclistas. Há algum tempo, vem-se tentando propor espaços mais acessíveis a todos, com segurança para o pedestre, e com a opção por meio de transportes não poluentes e com incentivo à bicicleta. Quando se pensa em cidade para as pessoas, logo pensa-se em mobilidade, acessibilidade, e por vezes estes assuntos podem se confundir, pois se tem várias definições. O conceito de mobilidade está relacionado com o deslocamento das pessoas no espaço urbano, que deve facilitar o percurso das pessoas e não dificultar, por meio de ruas limpas, seguras, arborizadas, pouco ruidosas, com calçadas amplas, dotadas de mobiliário urbano confortável, iluminação adequada, sinalização e com total acessibilidade. A cidade para as pessoas está focada nas pessoas e não nos veículos. A partir deste pressuposto, o tempo dos semáforos deveria dar importância à necessidade dos pedestres e não ao fluxo do trânsito. Voltando os olhares para o uso de bicicletas, o qual é um dos


objetivos deste trabalho, Gehl (2013 p. 194) cita exemplificando um modal simples e que é um elemento chave para a mobilidade ativa que se pretende defender associada à diminuição dos automóveis na área de estudo. “Os ciclistas representam um tipo diferente e uma forma mais rápida de trafego à pé, mas em termos de experiências sensoriais, vida e movimento, eles são parte do resto da vida urbana. Naturalmente, ciclistas também são bem vindos para apoiar a promoção de cidades vivas, seguras, sustentáveis e saudáveis.”

Tal solução é facilmente defendida pela segurança que as bicicletas trazem em relação aos acidentes de trânsito que ocorrem nas cidades, por serem sustentáveis em um mundo em que a poluição, os combustíveis fósseis se tornou um desafio e também pela questão da saúde dos usuários, promovendo, além do exercício físico, um lazer.

Figura 8 - Foto: Assessoria Municipal de Imprensa/ Prefeitura de Bebedouro. Fonte: Site da Prefeitura de Bebedouro.


Histórico . Áreas de intervenção . Antigas revitalizações . Análise da legislação .

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HISTÓRICO . “Nossa cidade nasceu de um sonho a céu aberto, à beira de um córrego conhecido como ‘bebedor’, cuja água era procurada por tropeiros e boiadeiros, animais fatigados por longas caminhadas através do sertão”. (Filho, 1884)

Figura 9 - Imagem da Praça da Matriz de São João Batista. Fonte: Jornal Impacto Bebedouro

A região compreendida entre os rios Pardo e Turvo, em 1885, era sítio de pousada dos tropeiros e boiadeiros que vinham para a cidade de Jaboticabal (atualmente, a 42 km de Bebedouro). Num córrego existente, conhecido por Bebedouro, os animais saciavam a sede. Então, o nome de Bebedouro passou a pertencer ao povoado nascente. A trajetória histórica marca sua fundação em 1884 e a criação do Primeiro Distrito de em 1886, delimitando sua área geográfica, ainda pertencendo ao município de Jaboticabal; Elevada a Distrito de Paz em 1892, passando a chamar-se Bebedouro, e em 1894, emancipação político/ administrativa, desvinculando-se de Jaboticabal. Os fundadores da localidade adquiriram do Jaboticabalense Corrêa e Mesquita uma gleba de terras, e o patrimônio adquirido pelos fundadores foi doado a São João Batista, seu Padroeiro, em 3 de maio de 1884, deu-se início ao povoado.


Após a emancipação, o Município povoou-se rapidamente e, em 1901, os trilhos da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, puseram Bebedouro em comunicação com a Capital. No início do século XX, sua economia girava em função da lavoura do café. Após a crise de 1929, a laranja substitui o café e o município chegou a ser o maior produtor mundial de laranja.

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Atualmente, produz também canade-açúcar em grande escala. No esquema a cima pode-se observar a dinâmica de expansão urbana através das décadas, sendo a partir do ano 1979, que começa a expansão urbana atingir áreas distantes da ocupação dos 90 anos anteriores de sua história, com alteração significativa do perímetro, onde um grande número de loteamentos foi implantado e

outras áreas não foram ocupadas viabilizando legalmente o aumento da área urbana e favorecendo a especulação imobiliária. Atualmente, a cidade, já bem estruturada, conta com 91 bairros, mais distritos e povoados, com população estimada próximo à 80 mil habitantes, de acordo com o último senso do IBGE realizado em 2010 apontando 75.035 pessoas. (IBGE, 2019)


Áreas de interesse .

Figura 10 - Foto do Lago Artificial e da Praça dedicada à Santa Paula Frassinetti em 1990 e Praça Benedicto Silveira sendo contruída para ser inaugurada em 1996. Fonte: Arquivo do Jornal Bebedouro em Foco – Ricardo Costa.

Para o presente Trabalho Final de Graduação, foram escolhidos importantes pontos chave da cidade de Bebedouro, que são o Anel Viário e a Região do Lago (englobando o Sambódromo), a fim de dar maior qualidade a estes espaços de grande importância na história de Bebedouro. O Lago Artificial de foi construído em meados dos anos 60, sendo inaugurado em 3 de maio de 1968, aniversário de 84 anos da fundação da cidade. Importante ressaltar que o Departamento de Engenharia da cidade foi criado somente no ano de 1975, sendo assim, as aprovações de projetos urbanos como este do lago artificial eram realizadas no Posto de Saúde, por um médico Sanitarista. Somente a partir da criação do Setor de Engenharia, na Prefeitura, que os projetos urbanos passaram a ser aproados pelos Engenheiros da cidade. A inauguração do Lago Artificial em 1968, se tornou um marco para as pessoas da cidade, sendo lugar que ainda representa muito para todos os moradores, como um lugar de encontro, e de lazer, motivo para destacar essa área da cidade e promover a requalificação, a fim de trazer de volta esse sentimento nos munícipes.


O anel viário foi inaugurado apenas no dia 3 de maio de 1981, no primeiro mandato do Prefeito Hélio de Almeida Bastos, pelo o engenheiro civil Suhail Ismael, cujo trabalho sempre esteve voltado ao desenvolvimento de Bebedouro, juntamente com o topógrafo Gerson Baenninger. Na Figura 11, pode-se identificar a região onde hoje se encontram o Sambódromo da cidade e suas praças, chamadas de Parque Centenário, que só foi construída 10 anos após a inauguração do anel viário, em 1991. Após esse período, durante a gestão do prefeito Edne José Piffer (1989 – 1992) a região chamada de Parque Centenário, que é dividido em três praças: Praça Santa Paula Frassinetti, Praça Benedicto Silveira e Praça do “Muro de Berlim”, onde foram colocadas placas comemorativas ao Centenário de Bebedouro, começa a ser construída e inaugurada juntamente com o Sambódromo da cidade, em 1992. Em 1996, esta região já estava bem consolidada e era considerada ponto de encontro dos moradores da cidade. Figura 11 - Imagem aérea da inauguração do Anel Viário em 3 de maio de 1981, com desfile de inauguração. Fonte: Arquivo do Jornal Bebedouro em Foco – Ricardo Costa.

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ANTIGAS REVITALIZAÇÕES . A primeira obra de requalificação da região do lago foi realizada pela Prefeitura de Bebedouro, por meio do Departamento de Obras, promovendo o desassoreamento do lago artificial retirando cerca de 3.000 caminhões de resíduos, o equivalente a 15 mil metros cúbicos de sujeira no ano de 2013. O processo de desassoreamento consiste em retirar do fundo do lago, através do uso de máquinas, todo tipo de lixo e detritos depositados. A deposição de resíduos se deu ao longo dos anos, aumentada por fortes chuvas, onde estiveram acumulados cada vez mais, areia, lixo e detritos. Tudo foi agravado pela falta de manutenção, adiada ano após ano, passando a responsabilidade de um governo para outro. A situação do lago ficou caótica, ocasionando inclusive enchentes catastróficas. Posteriormente, em 18 de junho de 2016 é inaugurado o Parque da Família, que conta com eco academia, eco parque, quadras, minicidade de trânsito, pista de caminhada, ciclovia e trilha ecológica. O lugar estava abandonado há mais de 10 anos, e com a revitalização pôde abrigar famílias durante os finais de semana como mais um programa destro do Sambódromo. Também, o projeto da Ciclofaixa, inaugurada um pouco antes, em

dezembro de 2015 conta com o total de 3.700 metros, sendo 1.850 metros em cada lado das avenidas e um metro e meio de largura. A faixa é reservada exclusivamente aos ciclistas, aos domingos e feriados, das 7h às 14h. Já nos demais dias, os automóveis têm permissão para transitar nesse espaço. A Ciclofaixa foi uma importante revitalização para a Orla do lago, pois valorizou ainda mais a saúde, mobilidade e lazer da população da cidade. Em 2017, a reabertura do Museu de Armas, Veículos e Máquinas Eduardo André Matarazzo, fundado em 1968 por Eduardo Matarazzo, a entidade funcionou durante 50 anos em parceria com a Prefeitura Municipal de Bebedouro, que cuidava da manutenção do local, enquanto a Família Matarazzo cuidava de seu acervo. Porém, por falta de verbas para continuar funcionando, o Museu fechou em 2016. A Família Matarazzo entrega o comando para a Prefeitura da cidade e para o Clube Esplendor, clube de colecionadores de carros antigos, reinaugurando em 2017 para visitação. O museu conserva um acervo de quase 300 peças, em que se destaca a coleção de aproximadamente 90 automóveis, a maioria dos quais fabricada entre as décadas de 1900 e 1950. O museu também possui núcleos

menores de aeronaves (de caças a aviões comerciais de grande porte), locomotivas, motocicletas, carros de combate e armamento bélico em geral, motores de grande porte, aparelhos de comunicação e outros objetos antigos diversos. A reinauguração do Museu do Automóvel, como é conhecido pelos moradores se tornou mais um item a ser visitado na orla do lago, chamando a atenção de turistas e colecionadores devido ao seu acervo riquíssimo. Por último, a revitalização da Orla do Lago, contando com implantação de postes de iluminação em toda a extensão entre o Museu e o Sambódromo, além de uma passarela metálica que une a Praça Santa Paula Frassinetti à outra margem do lago, e a Avenida Hugo Turchetto, local muito utilizado pelas pessoas da cidade para a prática de atividades físicas, beneficiando não só a população no âmbito da cultura, mas também consolidando um ponto turístico estratégico da cidade de Bebedouro, por ser uma das amostras mais ricas da região, e por também estar vinculada ao espaço do Lago, em que as famílias ao saírem do passeio ao museu, podem apreciar o lago, seus espaços de lazer e contemplação.


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análise da legislação .

Figura 12 Imagem do lago em 2013 durante a obra de desassoreamento. Fonte: Arquivo pessoal do morador Vanderlei Bocato.

Bebedouro conta com Plano Diretor e sua legislação vigente segue as Leis complementares nº 43 de 5 de setembro de 2006 e nº 89 de 23 de dezembro de 2011, as quais adequam o Plano Diretor de Bebedouro às diretrizes e instrumentos instituídos pela Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade. As políticas e normas explicitadas nestas leis complementares têm por finalidade realizar o pleno desenvolvimento das funções sociais do município, da área urbana e rural e da propriedade, mediante o uso socialmente justo e ecologicamente equilibrado de seu território, assegurando o bemestar de seus habitantes. As leis complementares 43/2006 e 89/2011 vieram disciplinar o uso e ocupação, porém a questão é de difícil solução, inclusive culturalmente, pois parte da população não aceita restrição de uso quando lhes afetam os interesses, apesar de entenderem os conflitos de vizinhança. A falta de fiscalização também leva ao descumprimento da legislação por parte da população quanto aos índices urbanísticos, em especial quanto à ocupação irregular dos recuos obrigatórios, principalmente, e extrapolação da taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento permitido,

tendo como consequência, o uso do recuo frontal, mesmo que em caráter precário, inviabiliza a adequação de vários lotes onde o gabarito está inadequado. O descumprimento ao Código de Obras também gerou edificações insalubres e irregulares, prejudicando o morador e ocasionando perdas aos cofres públicos, uma vez que gera gastos em outros setores, como o da saúde, por exemplo. Mas os avanços na legislação possibilitaram a proteção das áreas de preservação permanente, situadas ao longo dos córregos que cortam a área urbana, e restringiu o crescimento urbano em áreas que podem afetar a qualidade e quantidade de água nos reservatórios de abastecimento público. O sistema viário apresenta regular capacidade de integração entre os setores da área urbana, considerando o elevado número de barreiras físicas naturais (córregos) e antrópicas (rodovias), e o baixo número de travessias (pontes, passarelas e viadutos) para transpor essas barreiras. Porém algumas vias têm caráter e demanda maior do que a prevista no Plano Diretor, causando alguns problemas, como congestionamentos em horários de pico, dimensão das vias muito menores que a demanda de automóveis, transporte de veículos pesados em vias não autorizadas,

entre outros fatores que são de difícil solução. Na cidade de Bebedouro várias vias estruturantes e secundárias estão em parte inadequadas ao gabarito das vias oficiais, isto se deve ao fato das mesmas terem sido implantadas antes da aprovação do Plano Diretor, portanto, não se encaixam no padrão previsto. O Plano Diretor prevê a necessidade de alargamento destas vias, mas o alto custo com indenizações imobiliárias, ou mesmo o desgaste político e social, inviabiliza ou desestimula esta adequação, sendo que nos últimos 20 anos não ocorreu nenhum alargamento de via oficial, exceto alguns, mas em detrimento da circulação dos pedestres, o que é um indicativo da manutenção destas vias com o gabarito menor do que o previsto, e da adoção de soluções alternativas para manutenção da fluidez e interligação viária das regiões da cidade, com garantia de mobilidade dos pedestres.


Aspectos socioconômicos . Áreas verdes . Hierarquia viária funcional . Mobilidade . Uso e ocupação do solo . Principais equipamentos . Mobiliário urbano . Dinâmicas de uso.

Figura 13 Imagem do amanhecer da cidade. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020.

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ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS . Segundo o IBGE (2010), a renda domiciliar mensal das famílias da cidade de Bebedouro é predominante na faixa de 3 a 5 salários mínimos (25,67%), seguida da faixa de 1 a 2 salários mínimos (20,59%) e de 2 a 3 salários mínimos (20,59%), sendo que o padrão das edificações foi determinado considerando a renda domiciliar e a quantidade de sanitários e ligação de energia elétrica. No Mapa (Mapa Socioeconômico) ilustrado na próxima página, são identificadas as áreas de Maior Renda e de Baixa Renda presentes na área de estudo, em que através de uma leitura sensível destas localidades, pôdese observar, além das fachadas das residências, o tamanho dos lotes e suas distribuições, assim como o índice demográfico dos bairros segundo o IBGE (2010). Nas regiões em rosa claro, são demarcados os condomínios fechados, nos quais pode-se observar a influência do Shopping Center da cidade e também a Região do Lago Artificial, pois se concentram próximos a essas localidades, todos eles de alto padrão, renda classificada entre 5 a 20 salários mínimos, com mais de 2 sanitários por residência.

As regiões em laranja representam os bairros de médioalto e alto padrão, classificados com renda entre 3 e 15 salários mínimos, e pelo menos metade da população com dois ou mais sanitários por residência. Pode-se observar, no mapa, os lotes, como são maiores e menos recortados, também localizados no entorno do Eixo do Anel Viário, próximos ao Shopping e à região do Lago. Já nas regiões marcadas em cinza escuro, estão localidades da cidade de padrão baixo, com renda entre ¼ a 2 salários mínimos. São bairros da cidade em que se pode observar os lotes menores e mais recortados, além da densidade populacional ser bem maior que as duas últimas regiões mencionadas. As diferenças visuais entre os condomínios fechados e bairros de alto padrão e os bairros de baixa renda são bem discrepantes, porém, como se vê no mapa socioeconômico, não se encontram muito distantes um do outro, apenas, identifica-se que os bairros mais pobres se encontram na periferia do Eixo do Anel Viário, afastados da região Central da Cidade.


áreas verdes . Buscando compreender as relações e dinâmicas existentes entre os espaços de lazer ao ar livre, são apresentadas as áreas das praças e áreas verdes no Mapa (Mapa de áreas verdes), em que se pode observar o pequeno número de espaços para o uso do lazer, não atendendo à demanda existente entre os moradores da região de estudo, além da forte incidência de deslocamento que os moradores precisam fazer para chegarem nesses espaços e equipamentos que também não são de boa qualidade, ressaltando a necessidade da melhora e definição de atrativos por essas áreas verdes consolidadas, também arborizando mais essas áreas para levar um maior conforto ambiental. A região do Lago Artificial, onde se concentra maior número de áreas verdes, acabou se tornando, ao longo dos anos de evolução urbana da cidade, o maior espaço de Lazer verde para os moradores, não importando a distância, pois mesmo moradores de outras regiões da cidade que estão fora do Eixo do Anel Viário, se deslocam para essa região a procura de lazer para sua família, descanso e contato com a natureza em meio urbano, se fazendo necessária a requalificação deste espaço, uma vez que não apenas supre as necessidades do bairro em

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que se localiza, mas também em nível municipal pela carência de espaços como este nas outras localidades da cidade.



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HIERARQUIA FUNCIONAL .

VIÁRIA

Para a análise da hierarquia viária dentro da área de estudos, utilizou-se como referência o Plano de Mobilidade e Acessibilidade de Bebedouro, realizado em outubro de 2015, pela Prefeitura Municipal, a fim de embasar os tópicos a serem analisados no Eixo Viário, assim como o Plano Diretor da Cidade. Identificados no Mapa da Hierarquia Funcional Viária, a Área de estudos deste Trabalho Final de Graduação (TFG) acontece em meio a vias de fluxo intenso, denominadas pelo Plano Diretor da Cidade como Vias Arteriais Primárias, em que a incidência de veículos e de transporte público é bem grande em relação a outras localidades. Estas vias arteriais têm como principal função o tráfego de passagem, porém possuem interrupções, com cruzamentos e semáforos, permitindo o acesso direto aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, propiciando deslocamentos entre as regiões da cidade, possuindo 2 faixas de tráfego por sentido, com 3,50 m de largura cada e calçadas e 2,50 m. Apesar de não obrigatório em lei, o canteiro central de 2,50 m de largura é encontrado em apenas alguns trechos dessas vias, podendo ser maiores ou menores

dependendo do trecho, assim como os estacionamentos, que são permitidos em alguns pontos e outros não. Em laranja, no mapa, são demarcadas as Vias de Médio Fluxo que são definidas no Plano Diretor como Vias Arteriais Secundárias, possuindo características próximas às primárias, ligando outros bairros da cidade ao eixo do anel viário e ao centro da cidade, porém, são permitidos estacionamentos, possuem canteiros menores e estão associadas aos usos comerciais e de prestação de serviços. Algumas vias, demarcadas como vias de médio fluxo no mapa, são denominadas Vias Coletoras pelo Plano Diretor da cidade, coletando e, ainda, distribuindo os motoristas, permitindo o deslocamento dentro dos bairros, porém, mesmo sendo denominadas Coletoras, possuem dimensões e características de Vias Locais, porém com fluxo maior do que o esperado para elas. Com relação às coletoras secundárias existentes, há de se destacar que na zona central da cidade a maioria destas vias não tem a dimensão mínima de 14 metros prevista no Plano Diretor, pois se situam no centro histórico da cidade, onde as vias têm em média 10,5 metros de largura, e o alargamento destas vias torna-se quase inviável pelo adensamento da ocupação dos imóveis lindeiros e o alto custo da obra.


As vias em amarelo são Vias de Baixo Fluxo, denominadas locais, com tráfego recomendado de 30 km/h, permitindo o acesso local. Estas vias possuem faixas simples de 3,00 m de largura e calçadas de 2,50 m de largura, tendo uma faixa para estacionamento. Na área central da cidade, as vias não possuem dimensões adequadas para garantir a fluidez, agravando e comprometendo a mesma nas áreas geradoras de tráfego, como no Centro Comercial e regiões ao entorno de escolas como o Centro Universitário Unifafibe. Há três principais rodovias que atendem à cidade de Bebedouro e que são demonstradas na cor preta no mapa: A Rodovia Brigadeiro Faria Lima é o principal acesso para a capital paulista. A Rodovia Comendador Pedro Monteleone dá acesso ao município de Catanduva e à Rodovia Washington Luiz, para a chegada até São José do Rio Preto. Já a Rodovia Armando de Salles Oliveira, interliga Bebedouro a Sertãozinho e a Ribeirão Preto. Estas rodovias exercem um importante papel na integração e logística dos transportes de cargas da região e do estado. Esta destacada condição do município favorece o transporte de carga, assim como um possível terminal intermodal de cargas, associado ao transporte de carga ferroviário, ainda desativado na cidade.

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MOBILIDADE . A Mobilidade, em Bebedouro, não apresenta ações planejadas dentro de um contexto de atender a integração dos novos loteamentos com área central, onde se concentra o comércio local, principais serviços públicos, a Região de Lazer Central – Lago Artificial - entre outros e, apesar da existência do Plano Diretor desde 1997, a maioria dos projetos ligados à questão da mobilidade foram implantados, mas dentro de uma visão que não privilegiou a articulação entre o sistema viário, transporte coletivo e uso e ocupação do solo, apenas algumas ações requalificadoras como a as obras na Região do Lago em que houve a implantação de uma ciclofaixa. O Transporte coletivo é realizado através de 9 linhas pela cidade, porém não atende de forma eficiente a demanda e também não consegue atender todas as áreas como se pode ver no Mapa de Mobilidade demarcados com pontos azuis. Já em relação ao transporte cicloviário, nota-se que, apesar da existência da ciclovia nas Avenidas Sérgio Sessa Stamato e Av. Prefeito Hércules Pereira Hortal, marcada no mapa em vermelho, a mesma não possui continuidade para outras extensões da cidade, impossibilitando o a plena utilização desse modal.



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Figura 14 - Imagem aĂŠrea de parte do centro comercial. Fonte: Jornal Gazeta de Bebedouro


USO E OCUPAÇÃO DO SOLO. A análise do uso e da ocupação na área de estudos, identificando as quadras ao entorno do Eixo e também na Avenida Raul Furquim que dá acesso ao centro comercial da cidade, possibilitou a percepção de uma estrutura bem variável, apesar da predominância residencial em maior parte do trajeto, sinalizando que a área é servida de usos comerciais e de serviços, além de muitas instituições, vinculadas à essas principais vias. Notase a predominância dos usos comerciais e de serviços na área do centro da cidade, obviamente por ser uma área consolidada, e lindeiros aos eixos, e poucos usos dessa categoria espalhados pelos bairros. As áreas verdes acontecem vinculadas a esses usos, pois encontra-se praças somente próximas à essas avenidas e não no interior dos bairros. Vinculando ao mapa de ocupação do solo, gabarito, identifica-se que a ocupação acompanha essas áreas de usos mais comerciais. Bebedouro, sendo uma cidade em período de novos empreendimentos, ainda não pode considerada verticalizada, possuindo 13 prédios com mais de 12 pavimentos na cidade toda. Os lotes com residências e comércios com dois ou três

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pavimentos, estão vinculados às avenidas, ao centro da cidade e localidades de maior renda, porém, no restando da área, assim em toda a cidade, o uso residencial ocupa apenas um pavimento.

principais equipamentos. Os principais Equipamentos estão todos concentrados nesta área da cidade, entre as avenidas do Eixo do Anel Viário, Centro e próximos à Região do Lago como pode-se observar no Mapa de Equipamentos Urbanos. Um dos principais equipamentos que a cidade recebeu neste ano de 2020 é o Hospital Estadual, Equipamento de Saúde que não somente atende à população da cidade, mas também recebe pacientes de cidades da Região por possuir estrutura de UTI e mais leitos.



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Figura 15 - Imagem do Hospital Estadual. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020.


mobiliário urbano. O levantamento do Mobiliário Urbano e dos Elementos de Sinalização foi realizado no âmbito qualitativo pelo tamanho da área de estudo e pela dificuldade em fazer o levantamento mais pormenorizado devido às medidas de distanciamento para combater a Pandemia do Vírus Covid-19. Pode-se observar que os elementos de sinalização são mais ocorrentes que os elementos do mobiliário urbano, com algumas áreas bem carentes de pontos de ônibus e elementos para acessibilidade, porém, em uma visão geral se encontram em regular estado de conservação. Iniciando pelos pontos de ônibus, em 2016 o Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT) instalou na cidade 36 novos abrigos em diversos pontos da cidade com cobertura, assentos e espaço reservado para cadeirantes, uma vez que em 2015 novos ônibus urbanos passaram a rodar na cidade, mais modernos e com equipamentos de última geração, e assim era preciso implantar novos pontos para acompanhar a modernização e dar melhor qualidade à população usuária. Portanto, com apenas 4 anos de uso, os abrigos se encontram em bom estado pela conservação da população. Os postes de iluminação estão em ótimo estado, sendo que

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em algumas regiões da cidade, incluindo a Região do Lago, foram implantados, em 2018, novos postes de iluminação urbana para a melhoria da segurança nos locais e maior qualidade para os motoristas, e no ano de 2019, outras 116 luminárias antigas foram substituídas por novas lâmpadas de led, de 100 watts de potêncian nos bairros que ainda sofriam por falta de iluminação adequada. Embora a cidade conte com nova iluminação, em alguns pontos da área acontecem conflitos com outros elementos da morfologia urbana, principalmente com a arborização, que uma vez não sendo realizada a poda regular e adequada, as árvores cobrem as vias e calçadas com suas copas mantendo esses lugares escuros. Outros elementos como bueiros, bancos, elementos para acessibilidade e mobiliário para atividade física, entro outros, não são muitos, porém se encontram em bom estado de conservação como se pode ver nas imagens. A sinalização das vias atende ao sistema viário em sua maior parte, se fazendo mais presente em toda a extensão da cidade, exceto em alguns pontos específicos, onde se verifica a necessidade de sinalização semafórica, sinalização vertical, de advertência, e principalmente as de indicação, como as de serviços auxiliares, de interesse turístico, e também as placas educativas.

Figura 16 - Iluminação Pública na Orla do Lago. Fonte: Jornal Gazeta de Bebedouro



Levantamento geral . Praรงa do museu . Orla do lago . Sambรณdromo .

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levantamento geral. A área destinada ao projeto do Parque Urbano Linear na Região do Lago Artificial é cartão postal de Bebedouro, onde passeio, lazer, esportes e gastronomia se misturam e que, entregue à população em 1968, passou a ser um marco no desenvolvimento do município. Idealizada pelo prefeito, na época, Sérgio Sessa Stamato, que dá nome a uma das avenidas da Orla do Lago, foi declarada pelo mesmo como de utilidade pública para que fosse possível a desapropriação dos terrenos privados ao redor do Córrego da Consulta, com a finalidade de executar no local o plano de urbanização. O Lago Artificial ocupa área de 112.664,72m2, além de suas Praças na Extensão da Orla que formam a Região do Lago, conta com a Praça Santa Paula Frassinetti – fundadora da Congregação das Irmãs Dorotéias, inaugurada em 3 de maio de 1984, sendo a primeira cidade, no Brasil, a homenagear a Santa, dando seu nome a um espaço público e com a praça Benedicto Silveira, também chamada de Praça Cívica, ou como é comumente chamada “Muro de Berlim” – compondo, juntamente com o Sambódromo, o Marco Centenário da Cidade. O eaquema apresenta uma divisão sensível em três regiões de acordo com os usos.

Figura 17 - Esquema da divisão das áreas do Parque segundo os usos. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva junho/2020.


PRAÇA DO MUSEU . Devido às medidas de distanciamento enfrentadas neste período, a praça se encontra vazia, o contrário do que acontece durante todo o ano, em período normal, em que se conhece a praça pelo “Lazer Infantil”, com a presença de camas elásticas e playgrounds infláveis, food-truck de açaí, laches e batatas-fritas, carrinho de pipoca e algodão doce, bem propício à criançada e à convivência familiar! Essa praça é uma de duas com sanitários para a população, mesmo estando em péssimo estado, faz com que o lazer fique ainda mais completo. Aos domingos de manhã, acontece a feira dos artesãos da cidade, que montando suas barraquinhas nas praça e expondo seus artigos de artesanato ao som de música popular brasileira e cerveja artesanal, atraem adultos e suas famílias.

Figura 18 - Praça Carlos Gomes. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva junho/2020. Figura 19 - Praça Carlos Gomes e seu uso familiar (brinquedos). Fonte: Gabriela Azevedo da Silva novembro/2020.

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ORLA DO LAGO .

Figura 20 - Foto tirada na orla do lago, indicando seu uso através dos usuários, moradores da cidade. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - novembro /2020.

A Orla do Lago tem início com a primeira praça bem ao norte, conhecida como Praça da Comporta onde, além da própria Comporta que dá o nome, também há uma banca de jornais e revistas, e bancos para contemplação do lago. Além disso, por estar na esquina da Avenida Sérgio Sessa Stamato com a Rua São João, jovens utilizam a praça para fazer trotes nos alunos aprovados nas universidades, pedindo colaboração no semáforo, portanto, por suas características, abriga o uso de contemplação entre os idosos que frequentam a banca de jornais, porém, por sua localização, é ocupada por jovens no período da tarde aos finais de semana. Seguindo a Orla, encontra-se o Calçadão do Lago com seus decks, onde a utilização predominante é a permanência de jovens e adultos durante as tardes dos finais de semana, devido aos bares do outro lado da Avenida e também utilização do calçadão como pista de caminhada. Essa região tem alto índice de movimentação e permanência, demandando que viaturas policiais se instalem em alguns pontos para fazer o controle e a segurança da população aos finais de semana. Carros com seus sons ligados, grupos de amigos reunidos nos decks, música ao vivo nos bares, é

sempre um misto de informações que dão vida a este espaço, tanto à luz do dia, quanto à noite. O problema maior desta área se encontra no piso do passeio, que não atende às necessidades de permanência e grande fluxo de passagem, podendo-se encontrar locais com desníveis e buracos causados pelos deslocamentos dos elementos intertravados. Outro problema, porém não tão importante, é a quantidade de automóveis que passam e se mantêm estacionados nessa área durante os períodos de grande tumulto, que acabam atrapalhando a travessia das pessoas que passam pelo local e o fluxo seguro das bicicletas na ciclofaixa. Seguindo na Orla, A Praça Santa Paula Frassinetti é uma de duas praças com Banheiro para a população. Comporta food-trucks de lanches, espetinhos e doces variados, além de cama elástica para as crianças. Essa praça está mais voltada ao uso familiar, e não jovem. A grande problemática dessa área são as diferenças de níveis e a estrutura do calçamento, onde pode-se observar o piso bem rachado e lugares sobressaltados, oferecendo riscos aos pedestres. Também a má conservação dos banheiros públicos, que foram degradados pela população e a iluminação próxima a eles, que é prejudicada pela copa das árvores, deixando o local bem escuro.


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Figura 21 - Foto da construção do sambódromo de Bebedouro em 1991. Fonte: Arquivo do Jornal Bebedouro em Foco – Ricardo Costa.

Figura 22 - Vista da Orla do Lago e da Chácara Furquim. Fonte: Arquivo do Jornal Bebedouro em Foco – Ricardo Costa.

Finalizando o levantamento na Orla do Lago, encontra-se a Praça Benedicto Silveira, também chamada de Praça Cívica, ou como é comumente chamada “Muro de Berlim”, onde o uso predominante é o Lazer Contemplativo, com espaços para caminhada próximo ao lago, gramado e bancos durante o percurso. Próximo à Via Av. Prefeito Hércules Pereira Hortal, ialguns food-trucks e no passeio, muito comum para a prática de caminhadas, há um “bolsão” com mobiliário de Academia ao Ar Livre. Os problemas encontrados nesta área vão, desde o calçamento inadequado e a falta de acessibilidade, até a precária condição da iluminação pública. Uma praça com diferentes níveis, arborizada e contemplativa, porém, abandonada e deixada às mãos dos usuários de drogas e moradores de rua que utilizam esses espaços à noite e acabam tornando a praça pouco segura para se frequentar, sendo que sua má utilização por estes usuários degrada cada vez mais o local.

SAMBÓDROMO . O sambódromo, inspirado na passarela do samba carioca, foi inaugurado no carnaval de 1992, denominado Parque Centenário possui ainda quadras de basquete, vôlei, campos de futebol e pista de skate, em espaço com 586 metros de comprimento e 77 metros de largura. As arquibancadas, com capacidade de acomodação para 10 mil pessoas, têm 435 metros. O Sambódromo da Cidade possui quadras de basquete, vôlei, campos de futebol, pista de skate, Eco Parque, Mini Cidade e palco para apresentações e arquibancada, conta com espaço de 586 metros de comprimento e 77 metros de largura. Esse espaço possui diversos usos durante o dia e atrações à noite, atendendo todo tipo de público, em qualquer situação, principalmente famílias. Além do espaço aberto do Sambódromo, ele também compreende um edifício linear ao longo da Avenida Prefeito Hércules Pereira Hortal, denominado “Incubadora de Empresas”, onde pequenas empresas que pretendem criar forças para ingressar no Mercado se estabelecem com benefícios de aluguel de espaço mais baixo que outros centros comerciais, entre outros.


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Levantamento geral . 01 . Av. Prefeiro Hélio de Almeida Bastos e Av. Amélia Bernardini Cutrale . 02 . Av. Pedro Paschoal . 03 . Av. Quito Stamato . 04 . Rua dos Andradas . 05 . Av. dos Antunes . 06 . Av. Sérgio Sessa Stamato . 07 . Av. Prefeito Hércules Pereira Hortal .

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01 . Av. Prefeiro Hélio de Almeida Bastos e Av. Amélia Bernardini Cutrale . As Avenidas Pref. Hélio de Almeida Bastos e Avenida Amélia Bernardini Cutrale são as Avenidas conhecidas pelos moradores como “Anel Viário”, que é tão importante na questão da mobilidade urbana na cidade, como já mencionado, constituída por vias de grande tráfego, interligando regiões e bairros da cidade. (Avenidas Alan Kardec, José Cutrale Junior, Amélia Bernardini Cutrale, Hércules Pereira Hortal, Sérgio Sessa Stamato, Edne José Piffer e o Viaduto dos Ferroviários). as avenidas comportam alguns comércios e prestações de serviços, além de, em sua maior extensão, facear com as plantações de laranja da Sucocitrico Cutrale, assim como o Hospital Estadual, que inaugura seu Leito de UTI para atender pacientes da região com casos confirmados de Covid-19, em 2020, e o Bebedouro Shopping Center. Devido ao seu grande canteiro central de 13 metros, as avenidas possuem potencial para implantar ciclovia e pista de Caminhada. Figura 23 - Esquema da Av. Prefeito Hélio de Almeida Bastos e Av. Amélia Bernardini Cutrale. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva junho/2020.

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Figura 24 - Foto tirada da Avenida Prefeito Hélio de A. Bastos através de veículo (vista do usuário) Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho /2020.



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02 . AV. PEDRO PASCHOAL . A Av. Pedro Paschoal é uma das Avenidas principais da cidade e abriga Equipamentos como a Rodoviária Municipal, O Mercadão e outros comércios e serviços, ligando bairros da cidade a esses usos.

Figura 25 - Foto tirada da Avenida Pedro Paschoal através de veículo (vista do usuário) Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho /2020.

Figura 26 - Esquema da Avevida Pedro Pascoal. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho/2020.


03 . AV. QUITO STAMATO . A Avenida Quito Stamato é a menor do Eixo e abriga a Escola Estadual Abílio Alves Marques e que dá acesso a Rodovia Armando Sales de Oliveira.

Figura 27 - Esquema da Avenida Quito Stamato. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva junho/2020.

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Figura 28 - Foto tirada da Avenida Quito Stamato através de veículo (vista do usuário) Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho /2020.



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04 . RUA DOS ANDRADAS . A Rua dos Andradas é a única Rua dentro do Eixo, possuindo apenas um sentido, e como esperado, recebe um fluxo que ela não comporta, provocando trânsito carregado nos horários de pico e atrapalhando a vida dos moradores dos lotes lindeiros.

Figura 29 - Foto tirada da Rua dos Andradas através de veículo (vista do usuário) Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho /2020.

Figura 30 - Esquema da Rua dos Andradas Fonte: Gabriela Azevedo da Silva junho/2020.


05 . AV. DOS ANTUNES . A Avenida dos Antunes contém o Corpo de Bombeiros e a Estação Cultural que foi a Estação Ferroviária da cidade.

Figura 31 - Esquema da Avenida dos Antunes. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho/2020.

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Figura 32 - Foto tirada da Avenida dos Antunes através de veículo (vista do usuário) Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho /2020.



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06 . AV. SÉRGIO SESSA STAMATO . A avenida Sérgio Sessa Stamato, homenageia o antigo Prefeito Sérgio Sessa Stamato (1964-1968) e hoje é conhecida como “Avenida do Lago”, abrigando bares e residências, O tiro de Guerra e o Museu do Automóvel. A primeira do Eixo a receber a ciclofaixa juntamente com a Avenida Prefeito Hércules Pereira Hortal.

Figura 33 - Foto tirada da Avenida Sérgio S. Stamato (vista do canteiro central) Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho /2020.

Figura 34 - Esquema da Avenida Sérgio Sessa Stamato. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho/2020.


07 . av prefeito hércules pereira hortal . A avenida Prefeito Hércules Pereira Hortal, é seguimento da Avenida Sérgio Sessa Stamato, acompanhando a mesma ordem de usos, dando acesso ao Sambódromo.

Figura 35 - Esquema da Avenida Prefeito Hércules Pereira Hortal. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva junho/2020.

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Figura 36 - Foto tirada da Avenida Prefeito Hércules Pereira Hortal através de veículo (vista do usuário) Fonte: Gabriela Azevedo da Silva - junho /2020.



Estratégias dos projetos de referência . Parque Alagável Minghu . Parque da Juventude . Revitalização da Orla de Búzios . Ponte Puji Road, Xangai . Síntese . Análise do questionário .

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estratégias dos projetos de referência . No intuito de encontrar estratégias para as soluções de projeto, foram selecionadas referências que, de alguma forma, beneficiam as cidades e as pessoas com soluções para o espaço público mais humanizado de acordo com as necessidades do projeto em cada caso. Reforçam a necessidade de implementação de parques que influenciam no cotidiano das pessoas e também na melhoria de vias com o intuito de valorizar o pedestre e o ciclista. Basicamente apresentam estratégias para a requalificação urbana visando soluções ambientalmente sustentáveis, incorporando a natureza como elemento de articulação principal, estratégias de dinamização dos espaços, trazendo “nova vida” ou trazendo “de novo” dinâmicas perdidas e por fim, soluções para mobilidade ativa, potencializando o uso de pedestres e ciclistas, melhorando a mobilidade e promovendo novas conexões, umas vez que os objetos de estudo deste TFG são um Espaço Público e um Eixo Viário. Figura 37 - Esquemas das estratégias dos Projetos de Referência. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva junho/2020.

SOLUÇÕES AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEIS Incorporar a natureza como elemento de articulação principal e soluções sustentáveis para requalificação.

SOLUÇÕES PARA MOBILIDADE ATIVA Potencializar o uso de pedestres e ciclistas, melhorando a mobilidade e promovendo novas conexões; SOLUÇÕES DE DINAMIZAÇÃO DOS ESPAÇOS Trazer “nova vida” com dinâmicas perdidas pela falta de cuidado e sentimento de pertença pela população.


PARQUE ALAGÁVEL MINGHU . O Parque Alagável Minghu, dos arquitetos paisagistas do escritório Turenscape, é um parque de alta performance e baixíssima manutenção com estratégias de dinamização dos espaços, além de incluir um modal associado ao uso dos pedestres, ligando todo o espaço do parque. O projeto propõe a transformação de um leito de rio canalizado e de áreas de terrenos que estavam deteriorados em espaços públicos de qualidade, recuperação de habitats nativos e gestão de limpeza das águas pluviais. Por localizar-se em uma cidade totalmente industrial, o projeto precisava enfrentar os desafios decorrentes dos impactos causados pelas fábricas de carvão, aço e cimento, além de sua própria situação geográfica – um vale cercado por colinas de calcário, com o rio correndo pelo centro (Rio Suichenghe, na cidade de Liupanshui, província de Guizhou). O projeto de regeneração foi encomendado pelo governo local como parte de uma campanha de melhoria ambiental para a cidade, pois a poluição das chaminés industriais gerava um espaço em que a população da cidade não conseguia frequentar, além das cheias que aconteciam no local. Portanto, estavam perdendo um rio para a poluição industrial e

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também para as ocupações ilegais, por ser um local pouco visitado e não possuir qualidade em espaços públicos para a população. Sendo assim, o projeto baseouse em três principais estratégias de ação: a remoção da margem de concreto do Rio, permitindo assim zonas ecológicas; a criação de grandes bacias para acomodar a água das cheias, formando grandes poças e terraços alagáveis; e a criação de caminhos para pedestres e ciclistas, além de espaços de convivência e integração, ligando os terraços alagáveis a espaços verdes em toda a extensão do parque. Estratégias: 1 . Caminhos para pedestres e ciclistas são dispostos nos espaços verdes ao longo dos caminhos de água formando um circuito ao redor e entre esses terraços alagáveis. 2 . A margem de concreto do rio foi removida para criar duas zonas ecológicas. 3 . Bacias de retenção e terraços alagáveis foram criados para reduzir o pico de fluxo de água e regular a água da chuva nas estações de cheia.

Figura 38 - Esquema resumo do Projeto do Parque Alagável. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020. Figura 39 - Imagem de uma das vistas do Parque Alagável. Fonte: https://www. archdaily.com.br



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PARQUE DA JUVENTUDE .

Figura 40 - Esquema Resumo do Projeto do Parque da Juventude. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020. Figura 41 - Imagem aérea do Parque da Juventude em São Paulo. Fonte: https://spcity. com.br/conhecao-parque-dajuventude/

O Parque da Juventude mudou a paisagem da zona norte da cidade de São Paulo, ao substituir o Complexo Penitenciário Carandiru, desativado após a rebelião de 1992 e parcialmente destruído em 2002, por uma área de lazer e entretenimento ao ar livre. Área de grande importância urbanística para a cidade, e por suas condições físicas e paisagísticas, visando o atendimento às demandas potenciais, o programa estabelecido resultou no Plano Diretor, proposta vencedora do Concurso Público realizado em 1999 pelo Governo do Estado e pelo IAB São Paulo. O Parque foi implantado no conjunto de áreas atualmente disponibilizadas pelo Estado, com aproximadamente 300.000 m2, porção significativa da área total do objeto do referido concurso. Todo o projeto paisagístico foi realizado em parceria com a arquiteta Rosa Kliass, definindo três setores que receberam tratamentos diferenciados: Parque Esportivo (1) Parque Central (2) e Parque Institucional (3) como podemos identificar no esquema. A setorização do parque por usos e a construção em etapas distintas proporcionam uma melhor execução e entrega mais eficiente à população usuária, além da implantação de equipamentos culturais que promovem a cultura,

educação e inclusão social, qualificando o espaço e a vida das pessoas. O Parque possui também 8 quadras poliesportivas, 2 quadras de tênis, pistas de skate, ciclovia, playground, pista para caminhada e corrida, estações de ginástica, sendo uma delas exclusiva para pessoas com deficiência, além de ruínas do antigo complexo penitenciário que podem ser visitadas. Há também uma área com grafites conferindo ao local um visual urbano e jovem, transformando o parque em uma galeria de arte a céu aberto. Sua área de alimentação conta com restaurante e lanchonete abertos todos os dias da semana além disso, o parque disponibiliza várias áreas onde é possível fazer piquenique. Estratégias: 1 . Construído para eternizar a lembrança de coisas memoráveis, ou concebido, erguido ou disposto de modo que se torne um fator de embelezamento e de magnificência nas cidades. 2 . A área funciona como um oásis, vislumbrando áreas verdes tratadas e desenho paisagístico respeitando espécies existentes. 3 . A interligação com a linha de metrô permite que além dos moradores da região, moradores de outras regiões possam facilmente deslocar-se ao Parque.


REVITALIZAÇÃO DA AV. JOSÉ BENTO RIBEIRO DANTAS E ORLA DE BÚZIOS . O projeto de Revitalização em Búzios partiu da necessidade de se melhorar algumas questões para conseguir acolher mais visitantes e turistas, porém vai além dos aspectos visuais, incorporando também a infraestrutura e o funcionamento da cidade como um todo, desde as questões de redirecionamento do esgoto, problemas causados pelo lixo na cidade que acarretavam enchentes e o próprio ecossistema degradado. Neste contexto, a leitura que aqui se apresenta concentra-se na parte do projeto que soluciona as questões da via da Orla de Búzios, onde o projeto melhora consideravelmente a relação dos pedestres, ciclistas e automóveis, assunto que vem de encontro com os problemas a serem resolvidos na área de estudo deste TFG. Para a Av. José B. R. Dantas, o projeto prevê a implementação de ciclovia segregada e segura, além do incremento do paisagismo e do mobiliário urbano, a melhoria e padronização das calçadas, o ordenamento das vagas de estacionamento, baias de transporte público, emergência e carga e descarga. O desenho do mobiliário urbano,

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além de criar identidade ao lugar, ao mesmo tempo qualifica esses equipamentos sob o ponto de vista da inclusão e acessibilidade. Para o Centro e a Orla Bardot, a intervenção priorizou a requalificação dos espaços de pedestres, o acréscimo e melhoria do mobiliário urbano e a arborização ao longo das calçadas. O projeto prevê a restrição de circulação de automóveis em áreas notáveis, como a Orla Bardot e a Pça. Santos Dumont. Estratégias: 1 . Uma revitalização que prevê a criação de ciclovias e rótulas (para evitar cruzamentos e sinais de trânsito), além de travessias elevadas de pedestres. 2 . Restrição do acesso de veículos ao Centro. 3 . A vocação turística da cidade é preservada, mas preserva a cidade das invasões de automóveis e de turistas. Figura 42 - Esque resumo do Projeto de Revitalização em Búzios Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020. Figura 43 Imagem do Projeto do Escritório Índio da Costa. Fonte: http:// indiodacosta.com/ projetos/buzios/



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High Loop : Ponte Puji Road, Xangai .

Figura 44 - Esquema revitalização urbana da ponte Puji Road. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020.

Figura 45 - Revitalização urbana da ponte Puji Road. Fonte: https://www. archdaily.com.br

100architects é o escritório de arquitetura responsável pelo projeto de revitalização urbana da ponte Puji Road, no centro da cidade de Xangai, na China. A transformação levou em consideração a criação de diversos espaços públicos de lazer e descanso tais como bancos, mesas, espreguiçadeiras, lounge além de uma arquibancada distribuídos em ‘bolsões’ ao longo da ponte. A transformação da icônica ponte que liga os distritos de Zhabei e Jing’an, cruzando o rio Suzhou, ocorre após a primeira reforma em 2009, por ocasião da Expo Xangai. À época, a estrutura fora modificada para “permitir o acesso de modais ativos de transporte, como bicicletas e patinetes, além dos pedestres, melhorando a conectividade” entre as duas margens. O 100architects propôs transformar a ponte em um parque elevado, substituindo o cinza escuro do asfalto por cores fortes e vibrantes, melhorando o sistema de circulação e adicionando bolsões funcionais. As circulações foram organizadas de acordo com a função (pedestres, bicicleta e moto) e as cores ajudam a distinguir e separar o uso de cada

espaço. O projeto segrega os tipos de mobilidade por cores, “criando uma hierarquia de ritmos pelos quais a ponte pode ser atravessada”. Uma pista linear na cor verde clara demarca o percurso de bicicletas e patinetes, ao passo que uma faixa sinuosa em magenta delimita o espaço para a circulação mais lenta dos pedestres. Zonas em ciano definem os espaços de parada e permanência, que incluem mirantes, áreas de piquenique, lounges e pequenos anfiteatros. Esses bolsões com funções sociais contrastam com o mobiliário urbano em cor amarela. Estratégias: 1 . Transformação de uma ponte existente em uma espécie de Parque Elevado. 2 . Possibilidade de diversificação de modais como pedestres, bicicletas e motocicletas. 3 . Criação de zonas de permanência, descanso e integração, além da utilização de cores para “adicionar vida” ao equipamento.


SÍNTESE . A partir da pesquisa dos referenciais teóricos, percebese que as experiências humanas possuem grande peso no Urbanismo, portanto, para o projeto do Parque Linear Urbano, pretende-se adotar tal ponto para reforçar o programa pensado e sugerido pela própria população da cidade, através da análise das opiniões da população pelo Questionário elaborado na plataforma do GoogleForms. Também, os três primeiros projetos de referência foram de importante ajuda neste processo de pensar soluções para as problemáticas semelhantes às encontradas no Estudo Preliminar, prezando por estratégias que visem à dinamização dos espaços públicos, implantação de cultura e lazer, soluções ambientalmente sustentáveis e que prezem pela educação ambiental da população e também estratégias de Mobilidade Ativa, priorizando pedestres e ciclistas. Em último, como elemento de inspiração, o projeto High Loop, da ponte Puji Road, no centro da cidade de Xangai, descoberto durante o processo de projeto, foi de extrema importância para a qualidade do projeto de Requalificação em questão.

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Figura 46 - Montagem das imagens de cada projeto de referência. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020.


ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO . O questionário, elaborado através da plataforma GoogleForms e disponibilizado, por meio de um link (anexo 1), para amigos das redes sociais e páginas de moradores da cidade, foi de grande importância para identificar a opinião dos moradores e usuários dessas áreas do levantamento e avaliar possíveis estratégias que estes veem como eficazes para a Requalificação, tanto da Região do Lago, quanto para o Eixo do Anel Viário. Foram enviadas 127 respostas, sendo que, 116 utilizam a Região do Lago para alguma finalidade, e 79,3% utilizam para o Lazer, 64 % vão à área para comer nos foodtrucks e bares e 51,7% utilizam a área para fazer caminhadas e se exercitar, ressaltando a sua função de Equipamento de Lazer da cidade e mesmo não possuindo melhores soluções urbanísticas, atende a população, sendo considerada por 96,9% um local necessário para a vida urbana na cidade de Bebedouro. Porém, mais de 50% dos entrevistados, descrevem a Região do Lago com pouca ou até nenhuma solução para acessibilidade, segundo os gráfico s gerados a partir das respostas, o que a torna, pouco atrativa e humanitária. Para a mesma região, não somente a questão da

acessibilidade, mas a segurança foi um ponto que influenciou no pensamento projetual, onde mais de 50% das respostam citam a Segurança, o Policiamento, e a Proteção, seguido pelas questões da própria manutenção do espaço, limpeza e cuidado com a vegetação, o mobiliário, o próprio lago, entre outros. É indubitável que uma problemática esteja relacionada à outra, uma vez que, faltando cuidados e manutenção com o espaço, a violência, drogas e pessoas em situação de rua começam a fazer parte da realidade do local e, da mesma forma a solução de uma problemática vem em consequência da solução da outra. Já em relação à mobilidade, 64,6% das respostas expressa que o Anel Viário atende as demandas de fluxo, porém, necessita de melhoras, como dito pelo público. 85,8% das pessoas, defendem que a ciclofaixa deve ser estendida às outras avenidas do Eixo e não apenas se limitar as Avenidas Sérgio Sessa Stamato e Prefeito Hércules Pereira Hortal, demonstrando a demanda deste modal pelos usuários. E como propostas de intervenção, grande parte das respostas se voltou a melhora da iluminação e sinalização, melhor utilização do espaço dos canteiros centrais.


Mapa Síntese e Diagnóstico da área . Conceito . Partido . Ordenamento dos espaços . Plano de massas e Diretrizes .

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MAPA SÍNTESE E DIAGNÓSTICO DA ÁREA . A infraestrutura, tais como a drenagem da área, possui um fator positivo o (Lago Artificial), onde toda a água que cai da chuva escoa, então as áreas próximas ao Lago não sofrem grandes alagamentos, porém a problemática acontece principalmente nas localidades próximas a Avenida Pedro Paschoal, devido ao seu nível e falta de local para escoamento desta área, sendo necessária soluções que evitem os alagamentos nessa localidade. Em relação aos equipamentos urbanos, identifica-se que há uma aglomeração de equipamentos no interior da área, não tão bem distribuídos, porém atende, de certa forma, à demanda da população dessa localidade, com exceção dos bairros de menor renda que acabam ficando mais distantes desses equipamentos. Em relação ao Uso e Ocupação do Solo, possui um perfil econômico variado com diversos condomínios, áreas de maior e menor renda, com predominância do primeiro pavimento na maior parte da área, diferenciando nas regiões mais comerciais e condomínios, com algumas variáveis. Nota-se regiões de predominância comercial e de prestação de serviços, ficando

próximas ao eixo e ao centro da cidade e no interior dos bairros, comércios pequenos que atendem à população. Analisando as vias, pode-se notar que algumas delas recebem fluxo maior do que o planejado para as mesmas, causando congestionamentos em horários de pico e pouca fruição. As avenidas do Eixo possuem dimensões que atendem à demanda, porém não são de qualidade, impossibilitando os usos de outros modais com as bicicletas. De maneira geral, Bebedouro vem se renovando e melhorando as questões que não eram relevantes no passado e que com a Evolução da cidade, passaram a fazer parte do cotidiano da população, porém, a Falta de um Equipamento de lazer de qualidade afeta não somente a área de estudos, mais também outras regiões da cidade, onde as pessoas precisam de um deslocamento grande para usufruir da Região do Lago, assim como outros equipamentos. Durante o período de análise da área, em meio à Pandemia do Vírus Covid-19, a região do Sambódromo da cidade foi utilizada pra resolver diversas questões do comércio e de lazer da cidade que antes não existia, fazendo com que se identifique mais uma vez a referida área como potencial para a cidade. Os feirantes, com o incentivo da Prefeitura Municipal, realizam durante os domingos, uma feira

livre com sistema drive thru, onde os mesmos podem continuar fazendo suas vendas e a população suas compras, mantendo a economia em funcionamento na época de isolamento social para o combate à pandemia. A feira, que anteriormente ao estado de pandemia, acontecia ao redor da Praça Valêncio de Barros, conhecida como “Praça da Prefeitura”, passou a acontecer na área do Sambódromo, sendo tomadas todas as recomendações do Ministério da Saúde, em que os carros são desinfectados, os visitantes recebem máscaras, sendo aferida a temperatura de cada pessoa antes de adentrar ao recinto. Da mesma forma, o mesmo espaço é cedido aos ambulantes, vendedores de alimentos todas as sextas-feiras e sábados das 18hs às 22hs com o mesmo sistema da Feira Livre Drive Trhu e também Cine Drive para as famílias no gramado do Sambódromo, oferecendo lazer para a população enfrentar a Pandemia do Covid-19 com responsabilidade. Soluções para esta área que ressaltam suas potencialidades, justificando mais uma vez a importância deste espaço.


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Figura 47 - Feira Livre Drive Trhu no Sambรณdromo de Bebedouro. Fonte: https://g1.globo.com/ sp/ribeirao-preto-franca/ sp-tem-feira-drive-thru-nosambodromo.ghtml


CONCEITO . Este TFG adota o conceito de reflexão, em que a ideia principal seria refletir as soluções arquitetônicas, urbanísticas e paisagísticas do Parque Urbano Linear e do Eixo Viário revitalizado, para toda a extensão da cidade, principalmente nos lugares que têm acesso imediato. É como se a revitalização “ESCORRESSE” como a água do lago, pelos espaços e fosse iluminando a cidade, valorizando, não só os espaços requalificados, mas o município como um todo. Unindo-se à reflexão, associa-se o conceito de conexão, uma vez que o Parque é onde ocorrem as interações, os encontros e as trocas, portanto, entende-se como essencial promover a conexão entre os espaços, o parque e o eixo, o parque e a cidade, o eixo e a cidade, permitindo a costura entre eles, criando novos fluxos e encontros. Também a conexão entre pessoas, que se afastam intuitivamente de lugares vazios e sem interações, sendo indispensável pensar na escala humana e garantir a atração, permanência, movimento e uso em diferentes horas do dia. Por fim, a conexão entre pessoa e espaço, especialmente o espaço verde, incorporando a natureza como elemento de articulação e promovendo a participação

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ativa e contemplativa da mesma no território, desenvolvendo a percepção ambiental e promovendo a conscientização da população. Sendo assim, a reflexão e a conexão são os conceitos norteadores do presente projeto.

Figura 48 Esquema de Conceito e Partido. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020. Figura 49 - Foto da maquete de Conceito do TFG desenvolvida na matéria de Expressão Gráfica, em que se expressa a ideia de reflexão. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – abril/2020.



PARTIDO . A partir das análises da morfologia urbana da área de intervenção, da análise das respostas do Questionário Online e do levantamento das potencialidades e problemáticas no Mapa Síntese, o programa de necessidades foi pensado respondendo três importantes perguntas: O que? Como? e Por quê? A primeira delas (O que?) faz menção aos desejos de atividades que o Parque Linear Urbano e seu Eixo Viário necessitam para serem requalificados, atendendo às demandas da cidade e da população munícipe. Responder a segunda delas (Como?) sugere a forma como se pretende responder as atividades propostas. Responder a última questão (Por quê?) é mais fácil devido à realidade que se observa no dia a dia na área. Essa questão enfatiza mais uma vez a necessidade de se Requalificar a Região do Lago Artificial e o Eixo. Partido Físico: Ausência de barreiras espaçciais e arquitetônicas, condições de travessias nas ruas, qualidade dos trajetos e ciclovias; Partido Estético: Mesma linguagem em todo o Parque e na extensão do Eixo do Anel Viário.

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ORDENAMENTO DOS ESPAÇOS . A partir da compreensão das análises feitas da área, cabe aqui expor as premissas para o ordenamento dos espaços, na tentativa de facilitar o acontecimento das relações e usos, a partir dos setores e visando os espaços fragilizados e a apreensão de suas potencialidades, além do desenvolvimento destes após a ação de requalificação. Dito isto, pretende-se adotar algumas soluções para os espaços como, a implantação de uma espécie de corredor verde, levando não só as características da arborização do Parque Urbano para toda a extensão do Eixo, mas também, as soluções de mobilidade, uma vez que no decorrer da Avenidas e Bairros, estão carentes de áreas de lazer verde e dinâmicas para mobilidade ativa e de valorização do pedestre. Também a valorização de espaços não utilizados da Orla do Lago para fazer parte do grande Parque, implantando outros equipamentos de Lazer e cultura. Implantação de mais pontos de ônibus que favoreçam as localidades de menor renda, como espaço fragilizado. Implantação de um Centro Esportivo, visando criar espaços com quadras poliesportivas externas, ginásio coberto que

possua apoio de vestiários, sanitários, piscinas, espaço para a prática de atividades infantis, pista de Skate, locais para ensino de dança, atividades como yoga e academia ao ar livre, centro de convivência para os idosos com atividades esportivas e culturais. Para o Centro Cultural, trazer a biblioteca municipal para e Estação Cultura, com espaços para ações sociais, entre outros. Consolidação de um espaço de convivência com suporte para os food-trucks e bares da Orla do Lago, além de espaços de permanência.

Figura 50 Esquema das demandas de usos da área - programa. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Junho/2020.



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PLANO DE DIRETRIZES .

MASSAS

E

Visando à requalificação urbana de um Eixo Viário Integrado e de um Espaço de Lazer e Convivência na cidade de Bebedouro e tendo como referência a análise dos aspectos que envolvem a questão da revitalização de espaços urbanos nas cidades, sobretudo, a verificada no recorte espacial escolhido, o projeto a ser desenvolvido será norteado por diretrizes gerais que permitam: • Efetivar a integração dos espaços através do eixo do anel viário, facilitando a mobilidade e levando o parque no decorrer das avenidas do Eixo; • Promover a diversidade de usos no Parque linear através de diferentes atrativos; • Aperfeiçoar e ampliar a Acessibilidade na Região do Lago e em todo o Eixo do Anel Viário; • Implantar programas e oficinas para integração da população marginalizada que frequentam os espaços do Parque; • Propiciar um uso racional do solo, através de tecnologias de construção que possibilitem a sustentabilidade, de maneira que também seja cumprida a função social da cidade; • Estabelecer medidas que assegurem a preservação ambiental; • Integrar ações entre os

equipamentos culturais e de lazer e promover a articulação do sistema de espaços livres públicos; • Implantar um Bosque/ Zoológico na localidade da Chácara Furquim, integrando ao Parque Linear. • Promover a segurança na circulação de pedestres no Parque Linear e nas vias do Eixo; • Empreender ações relacionadas ao sistema viário, mobilidade e de acessibilidade, com priorização do pedestre, e articulação de fluxos; • Promover a mobilidade urbana, de modo sustentável, induzindo a consolidação da malha viária urbana existente, priorizando os deslocamentos a pé, de bicicleta e de transporte coletivo; • Implantar o sistema cicloviário na cidade, não se restringindo apenas ao eixo; • Revitalizar a área central para utilização plena da infraestrutura já existente, priorizando a circulação não-motorizada, desenvolvendo caminhos preferenciais para pedestres, com percursos mais utilizados; • Definir Zonas de Baixa Velocidade: identificar vias para receber medidas de moderação do tráfego; • Melhorar e ampliar a infraestrutura de linhas e os pontos de parada de parada de ônibus; • Implantar terminais de integração para possibilitar a multiplicidade dos usos;


Parque urbano linear do lago . Configuração do Parque . Relação entre Vias e Parque . Programa arquitetônico . Passarela . Pontos de apoio - containers . Tecnologias sustentáveis . Materiais e mobiliários .

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parque urbano linear do lago . O nome escolhido para o Parque reforça o que hoje já possui identidde na cidade de Bebedouro como elemento de destaque: O lago. A logo criada remete aos pontos fortes do desenho de projeto demarcados pelo lago, o parque, a passarela e as ciclovias do eixo.

configuração do parque . O Espaço Público Urbano está intrinsicamente ligado à qualidade de vida da população, principalmente se tratando de um Parque Urbano Linear em que se pretende estender a qualidade espacial não somente pelo próprio espaço do parque, mas também pelas vias que o integra. Dessa forma, se tratando da cidade de Bebedouro, a implantação de um espaço de qualidade, gera perspectivas positivas à área de estudos. A área de intervenção do Parque se apresenta com Lago Artificial, espaços públicos já consolidados como a Orla do Lago e lotes privados onde se pretende a implantação de um Bosque/ Zoológico (Lote da Chácara Raul Furquim) para completar o Espaço de Lazer e recreação. Nas áreas das praças da

Orla do Lago, pretende-se a requalificação e dinamização dos usos já existentes, promovendo a unificação visual e estética do projeto e aproveitando melhor os espaços. Para o espaço do Sambódromo, pretende-se criar um Centro Esportivo, integrando os espaços já existentes naquela região a fim de trazer maior qualidade e recreação para crianças, jovens e idosos. As soluções para o Eixo Viário Integrado pretendem: criação de ciclovias e ligando ao centro comercial da cidade, corredor verde, integrando o parque aos bairros da cidade, implantação de tecnologias sustentáveis e identificar vias para receber medidas de moderação do tráfego e também melhorar e ampliar a infraestrutura de linhas e os pontos de parada de parada de ônibus próximos aos bairros de menor renda. Portanto, neste sentido, a proposta para o Parque Urbano revela a intenção da recuperação ambiental, presença de lazer e recreação aos moradores.

O parque é composto de: 1 . Ciclovia; 2 . Passarela e Caminhos para pedestres; 3 . Decks de permanência; 4 . Centro poliesportivo; 5 . Centro Cultural; 6 . Bosque Educativo; 7 . Extensão para o anel viário da cidade; A ideia para a ciclovia baseia-se no conceito de conexão e “abraça” o parque e o eixo viário de maneira mais externa, os caminhos, passarelas e decks se concentram na parte mais interna do parque, pois sugerem aglomeração de pedestres. Importante ressaltar que a vegetação, assim como o paisagismo neste projeto, além de todas as funções positivas dentro da cidade, possui também a função de “barreira física” protegendo o usuário em diversos pontos como próximos ao lago e no decorrer das vias. Mais a frente serão detalhadas cada um dos elementos que configuram o Parque.


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O Espaço Público Urbano está intrinsicamente ligado à qualidade de vida da população, principalmente se tratando de um Parque Urbano Linear em que se pretende estender a qualidade espacial não somente pelo próprio espaço do parque, mas também pelas vias que o integra. Dessa forma, se tratando da cidade de Bebedouro, a implantação de um espaço de qualidade, gera perspectivas positivas à área de estudos. A área de intervenção do Parque se apresenta com o Lago Artificial, espaços públicos já consolidados como a Orla do Lago e espaços para completar a área de Lazer e recreação. Nas áreas das praças da Orla do Lago, pretende-se a requalificação e dinamização dos usos já existentes, promovendo a unificação visual e estética do projeto e aproveitando melhor os espaços.

Para o espaço do Sambódromo, um Centro Poliesportivo, integrando os espaços já existentes naquela região a fim de trazer maior qualidade e recreação para crianças, jovens e idosos. Criação de um centro cultural próximo à estação cultural com espaço para eventos culturais a céu aberto, tudo interligado por uma grande passarela metálica. As soluções para o Eixo Viário Integrado pretendem: criação de ciclovias, corredor verde, integrando o parque aos bairros da cidade, implantação de tecnologias sustentáveis e identificar vias para receber medidas de moderação do tráfego e também melhorar e ampliar a infraestrutura de linhas e os pontos de parada de parada de ônibus próximos aos bairros de menor renda. Portanto, neste sentido, a proposta para o Parque Urbano revela a intenção da recuperação ambiental, presença de lazer e recreação aos moradores.


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relação entre vias e parque . A relação que se dá entre Parque e as Vias é essencial para o projeto, em que, o Eixo do Anel viário, tão importante para a cidade, “reflete” as qualidades urbanísticas que o Parque pode oferecer, levando à outros bairros mais arborização, mais qualidade no passeio e no transporte. Cada uma das avenidas apresenta uma forma única de se conectar com o Parque e será detalhada no projeto. 01 . Av. Prefeito Hélio de Almeida Bastos e Av. Amélia Bernardini Cutrale: Nestas avenidas, priorizou-se o grande canteiro central arborizado e que abriga a ciclovia. Como Tenologia Sustentável, utilizou-se jardins de chuva e biovaletas nos canteiros do passeio e central, assim como pisos drenantes na ciclovia e nas çalçadas. O Leito carroçável tem 10,5 metros de largura para um fluxo mais rápido de carros, assim como a proibição de faixa de estacionamento. 02 . Avenida Pedro Pascoal: Conta com ciclovia de duas faixas em seu canteiro central, além de arborização e utilização de biovaletas e jardins de chuva. o leito carroçável mantém a dimensão de 10,5 metros em cada sentido, assim como dimensões e qualidade dos passeios.

03 . Avenida Quito Stamato: Para o projeto desta avenida, devido suas dimensões, adotou-se ciclofeixa, ao contrário das outras avenidas, com apenas um sentido. os canteiros centrais são mínimos, com 70 cm, de jardim de chuva, passeios mais largos também com jardins de chuva. 04. Ruas Adolfo Pinto e dos Andradas: Estas ruas foram pensadas para atender ao eixo em cada sentido, a Rua Adolfo Pinto, atende ao fluxo de Avenida Quito Stamato a Avenida dos Antunes, já a Rua dos Andradas atende o eixo no sentido contrário, ambas com uma faia de ciclofaixa, passeios de 1,80 metros de largura e cantairos com 70 centímetro com arborização. 05. Avenida dos Antunes: Nesta avenida, a ciclofaixa localizase nas laterais, próximas aos passeios devido ao Centro Cultural implantado nesta avenida. 06 . Avenida Raul Furquim: Esta avenida, embora não esteja inserida no Fluxo do Eixo do Anel viário, tem grande influência sobre o mesmo, bem como na cidade, por ligar bairros mais periféricos ao centro comercial. Possui cliclovia de apenas um sentido em cada lado, com passeios e jardins de chuva. 07 . Rua Coronel João Manoel: Como a principal rua do centro comercial da cidade, a rua Cel. João Manoel, possui a demanda de limitar o transito de veículos

motorizados, priorizando o fluxo de pedestres, portanto, o projeto desenha um calçadão fechado para o transito de veículos, aceitando apenas entrada e saída em residências de algumas das quadras, contando apenas com permissão de veículos nas ruas que cortam o calçadão. Além da implantação de pisos drenantes, espaços arborizados e de convivência, favorecendo lojas, restaurantes e lanchonetes no decorrer do calçadão. 08 . Avenida Sérgio Sessa Stamato: Nesta avenida, uma de duas que compreendem a orla do lago, priorizou-se o pedestre com o alargamento do passeio e o ciclista com a ciclovia, além da redução de uma faixa de rolamento e proibição do estacionamento. Como tecnologia sustentável, utilizou-se biovaletas, jardins de chuva e pisos drenates, evitando alagamentos frequentes na região. 09 . Av. Prefeito Hércules Pereira Hortal: Esta avenida, segue o mesmo desenho e da Avenida Sérgio Sessa Stamato, com ciclovia, passeio alargado, jardins de chuva, biovaletas e pisos drenantes, além da proibição de estacionamento e apenas uma faixa de rolamento.


planta - av. prefeito hélio de almeida bastos e av. amélia bernardini cutrale .

perfil projetado - av. prefeito hélio de almeida bastos e av. amélia bernardini cutrale .

perfil existente - av. prefeito hélio de almeida bastos e av. amélia bernardini cutrale .

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01 . Av. Prefeito Hélio de Almeida Bastos e Av. Amélia Bernardini Cutrale: Nestas avenidas, priorizou-se o grande canteiro central arborizado e que abriga a ciclovia. Como Tenologia Sustentável, utilizou-se jardins de chuva e biovaletas nos canteiros do passeio e central, assim como pisos drenantes na ciclovia e nas çalçadas. O Leito carroçável tem 10,5 metros de largura para um fluxo mais rápido de carros, assim como a proibição de faixa de estacionamento.

Figura 51 Fotomontagem do espaço de canteiro central e ciclovia da Avenida 01. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.



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planta - avenida pedro paschoal .

02 . Avenida Pedro Pascoal: Conta com ciclovia de duas faixas em seu canteiro central, além de arborização e utilização de biovaletas e jardins de chuva. o leito carroçável mantém a dimensão de 10,5 metros em cada sentido, assim como dimensões e qualidade dos passeios. Figura 52 Fotomontagem do espaço de canteiro central e ciclovia da Avenida 02. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

perfil projetado - avenida pedro paschoal .

perfil existente - avenida pedro paschoal .


planta - avenida quito stamato .

perfil projetado - avenida quito stamato .

perfil existente - avenida quito stamato .

03 . Avenida Quito Stamato: Para o projeto desta avenida, devido suas dimensões, adotou-se ciclofeixa, ao contrário das outras avenidas, com apenas um sentido. os canteiros centrais são mínimos, com 70 cm, de jardim de chuva, passeios mais largos também com jardins de chuva. Figura 53 Fotomontagem do espaço de canteiro central e ciclovia da Avenida 03. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

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planta - avenida dos antunes .

perfil projetado - avenida dos antunes.

05. Avenida dos Antunes: Nesta avenida, a ciclofaixa localizase nas laterais, prĂłximas aos passeios devido ao Centro Cultural implantado nesta avenida.

Figura 54 Fotomontagem da Avenida 04. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

perfil existente - avenida dos antunes .


planta - av. raul furquim .

perfil projetado - av. raul furquim .

perfil existente - av. raul furquim .

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06 . Avenida Raul Furquim: Esta avenida, embora não esteja inserida no Fluxo do Eixo do Anel viário, tem grande influência sobre o mesmo, bem como na cidade, por ligar bairros mais periféricos ao centro comercial. Possui cliclovia de apenas um sentido em cada lado, com passeios e jardins de chuva.

Figura 55 Fotomontagem do espaço de canteiro central e ciclovia da Avenida Raul Furquim. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.



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planta - rua cel. joão manoel . (calçadão do centro)

perfil projetado - rua cel. joão manoel . (calçadão do centro)

Figura 56 Fotomontagem da Rua Cel. João Manoel. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

07 . Rua Coronel João Manoel: Como a principal rua do centro comercial da cidade, a rua Cel. João Manoel, possui a demanda de limitar o transito de veículos motorizados, priorizando o fluxo de pedestres, portanto, o projeto desenha um calçadão fechado para o transito de veículos, aceitando apenas entrada e saída em residências de algumas das quadras, contando apenas com permissão de veículos nas ruas que cortam o calçadão. Além da implantação de pisos drenantes, espaços arborizados e de convivência, favorecendo lojas, restaurantes e lanchonetes no decorrer do calçadão.

perfil existente - rua cel. joão manoel . (calçadão do centro)


planta - rua adolfo pinto .

planta - rua dos andradas .

perfil projetado - rua adolfo pinto .

perfil projetado - rua dos andradas .

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04. Ruas Adolfo Pinto e dos Andradas: Estas ruas foram pensadas para atender ao eixo em cada sentido, a Rua Adolfo Pinto, atende ao fluxo de Avenida Quito Stamato a Avenida dos Antunes, já a Rua dos Andradas atende o eixo no sentido contrário, ambas com uma faia de ciclofaixa, passeios de 1,80 metros de largura e cantairos com 70 centímetro com arborização.

Figura 57 Fotomontagem da Rua dos Andradas. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.



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planta - av. sérgio sessa stamato .

perfil projetado - av. sérgio sessa stamato .

08 . Avenida Sérgio Sessa Stamato: Nesta avenida, uma de duas que compreendem a orla do lago, priorizou-se o pedestre com o alargamento do passeio e o ciclista com a ciclovia, além da redução de uma faixa de rolamento e proibição do estacionamento. Como tecnologia sustentável, utilizou-se biovaletas, jardins de chuva e pisos drenates, evitando alagamentos frequentes na região. Figura 58 Fotomontagem da Avenida do Lago. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

perfil existente - av. sérgio sessa stamato .


planta - av. prefeito hércules pereira hortal .

perfil projetado - av. prefeito hércules pereira hortal .

perfil existente - av. prefeito hércules pereira hortal .

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09 . Av. Prefeito Hércules Pereira Hortal: Esta avenida, segue o mesmo desenho e da Avenida Sérgio Sessa Stamato, com ciclovia, passeio alargado, jardins de chuva, biovaletas e pisos drenantes, além da proibição de estacionamento e apenas uma faixa de rolamento.

Figura 59 Fotomontagem do espaço de canteiro central e ciclovia da Avenida do Sambódromo. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.



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PROGRAMA ARQUITETÔNICO .

Figura 60 Fotomontagem do lago com a passarela do projeto. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – setembro/2020.

A proposta para os equipamentos que irão compor o programa arquitetônico do Parque é simples e objetiva, instalados de maneira estratégica, considerando as áreas do parque já consolidadas como o sambódromo e a estação cultural. Os estacionamentos não foram projetados no decorrer do parque para justamente, valorizar o uso de bicicletas e o transporte coletivo, além do número de vias próximas que podem atender esse uso. As diretrizes para os equipamentos principais são: 01 . CENTRO POLIESPORTIVO Este equipamento irá integrar e complementar o espaço do sambódromo destinado a atividades físicas. Contendo quadras e campo de futebol, volei, basquete, e tênis, bem como pista de skate, academia ao ar livre, espaço de play-ground e campo gramado para integração e exercícios físicos como yoga e meditação. Ainda no sambódromo, salas destinadas para esportes como xadrez, dama, e atividades educativas de instituições da cidade. 02 . BOSQUE EDUCATIVO . O Bosque foi projetado para um terreno particular da àrea do Lago, onde hoje compreende a chácara Furquim, com mata nativa da região e parte da fauna preservada.

A proposta para o bosque educativo é incentivar na população, a preservação ambiental e a sustentabilidade. Pretende-se criar neste local, espaços para permanência, caminhos para contato com a natureza, pontos de apoio com banheiros e um edifício para palestras com escolas, galerias para a produção de arte por parte da população, além da administração do bosque. 03. PRAÇAS CONTEMPLATIVAS . As praças contemplativas, além de espaços para permanência e descanso, também um projeto de paisagismo para acolher os usuários. Nestas praças, a presença de carrinhos food-trucks também trarão maior dinâmica e vitalidade ao espaço, atendendo a grande área do parque, assim como pontos de apoios para a guarda civil municipal. 04 . ORLA DO LAGO - DECKS . A Orla do Lago foi pensada para o transito e permanência de pessoas. O passeio de 5 metros permite maior conforto no deslocamento e 10 decks no decorrer de toda a orla possibilitará a permanência e integração de pessoas. 05. CENTRO CULTURAL . Para o projeto do Centro Cultural, um edifício que abrigue a Biblioteca Municipal (hoje localizada no centro da cidade), assim como espaços de galerias para aulas de dança, pintura, música, entre

outras demandas culturais, cinema e teatro. Para área externa do mesmo edifício o projeto compreende um espaço para shows e um testro de arena. 06. PASSARELA . A passarela foi pensada como elemento de conexão e integranção com o espaço do Parque e os equipamentos que compreende, Centro Poliesportivo, praças e orla do lago, Bosque, Museu e Centro Cultural. Proposta única e marcante para a área, tem o intuito de potuar com expressividade e linguagem do projeto, além de promover diversidades de uso e integração entre os usuários. A passarela tem 6 metros de dimensão total, com faixa de passeio para os pedestres e duas faixas de ciclistas com 1,25 metros cada uma, além de espaços de permanência nos vértices dos triângulos formados e que variam com bancos, mesas, espaços para descanso e áreas arborizadas, além de pontos nas extremidades e vértices com elevadores e escadas para o acesso em partes elevadas.


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Figura 61 - Esquema da diversidade de usos da passarela elevada. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

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Passarela . A passarela, como dita anteriormente, foi um elemento essencial para o projeto do Parque Linear, atuando como Partido para o conceito de reflexão, conectando grandes elementos do projeto e fazendo com que os usuários interajam com o Lago e todos os espaços da orla e equipamentos ali já existentes. Além de conectar os espaços, a passarela também tem o intuito de gerar lazer e convivência, assim como o projeto adotado como referência da revitalização da ponte Puji Road, em Xangai, na China, em que priorizouse a criação de espaços para a permanência e condições para a integração de pedestres e ciclistas. Os pontos de integração e permanência se dão nos vértices da passarela em zig- zag a fim de promover até mesmo pontos de descanso após metros de caminhada. A passarela tem o objetivo de convidar o usuário a conhecer o parque por completo, seja ele, pedestre ou ciclista, com uma trajetória agradável e animada.

Figura 62 - Imagem da Ponte Puji Road. Fonte: https://www. plataformaarquite tura/cl


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Na planta a baixo, podemos ver sua dimensão total de aproximadamente 3 km de extensão e 6 metros de largura total, possuindo inclinação inferior a 8,33%, como sendo máxima permitida em norma, e no decorrer de 50 metros ou menos, chega em patamares de 6 metros e até mesmo nas áreas de convivência em nível para aliviar o percurso. Para conseguir vencer vãos de 25 metros entre os pilares, passando sobre espaços públicos e vias, a estrutura metálica foi a melhor opção para a passarela, utilizando pilares em perfil “H” de 70 cm, com espaçamento de 25 em 25 metros, a grande viga metálica em “i” de 90 cm de altura, que percorre toda a sua extenção no centro da passarela sobre os pilares únicos. Pequenas vigas para suportar o balanço de 3 metros de cada lado, recebendo outras vigas metálicas menores que dão base para o piso em madeira plástica e o guarda-corpo metálico indicados nos esquemas.

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O piso em madeira plástica, como detalhado na planta de um dos espaço de convivência, segue por toda a passarela em placas de 30 cm de largura, 6 metros de comprimento e 4 cm de espessura. São organizadas de maneira a aproveitar seu comprimento e proporcionar um um passeio agradável ao usuário, uma vez que são placas uniformes, com baixa manuenção e altíssima durabilidade, leveza e, principalmente, sustentáveis, como o projeto exige. O guarda-corpo metálico, foi pensado de forma a não poluir a visão do usuário, e consequentemente, trazendo segurança as pessoas. Assim como a estrutura, são projetados em amarelo para garantir a linguagem do projeto, com características peculiáres e bem marcantes. Para conseguir atender as necessidades dos usuários e manter a característica de “ora elevada do piso, ora tangente a ele”, foi pensada a utilização de escadas e elevadores em pontos estratégicos do Parque, utilizando do mesmo conceito em estrutura metálica e piso de madeira plática. Uma das áreas de convivência detalhadas ao lado, conferem espaços para sentar, mesas, espaços abertos para as crianças correrem e andarem com suas bicicletas e patins.


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pontos de containers .

Figura 63 Fotomontagem da vista completa da passarela no Parque Urbano do Lago. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020. Figura 64 - Esquema de um dos usos dos pontos de apoio no decorrer do Parque. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

apoio

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São propostos pontos de sanitários, lanchonetes para alimentação e bases da Guarda Civil Municial em alguns pontos do Parque para dar apoio aos demais programas e garantirem a segurança no Parque que é elemento pedido entre os moradores e usuários identificados no questionário realizado na fase inicial do projeto. Serão instalados em módulos de containers, uma vez que oferecem diversas vantagens de instalação e utilização. Os módulos possuem telhado verde, a fim de reduzir a temperatura climática em seu interior, captação de água pluvial e acompanhar a linguagem do Parque, e vistos de cima, não se sobressairão. Os Sanitários terão sistema de encanamento completo e serão conectados as redes de infraestrutura existentes. O sistema de captação de água para reuso, através do telhado verde, tem a função de complementar seu sistema de abastecimento em períodos de chuva. Os módulos de lanchonete para alimentação funcionarão como quiósques e barzinhos existentes no local atualmente, porém, mais equipados e fixos no Parque para o uso dos vendedores e dos usuários, conectados também à

rede de esgoto e água existente. O módulo que servirá como Base da Guarda Civil Municipal contará com equipamentos para a segurança e manutenção da ordem no decorrer do Parque. De forma geral, os pontos de apoio foram pensados em módulos de containers devido as suas vantagens na arquitetura e construção, sendo eles: 01 . Sustentabilidade: Reutilização de Containers marítimos, reuso de materiais, obra limpa, economia de recursos naturais e não gera entulhos. 02 . Economia: Baixo valor de compra e instalação. Custo de 15% e tempo 40% menor que nas construções em alvenaria. 03 . Durabilidade e Resistência: Vida longa e Resistência à intempéries. 04 . Praticidade, Flexibilidade e Versatilidade.

Figura 65 - Esquema dos diferentes módulos de apoio. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.


tecnologias sustentáveis Cada um dos projetos de referência, influenciou de alguma forma no que se pretende propor para as soluções tecnológicas no projeto de Requalificação e, através disso, se escolheu aplicalas para resolver problemas parecidos com os do projeto em questão, nas questões ambientais, de diversidade e vivacidade de uso e de mobilidade ativa. A tecnologia sustentável adotada neste projeto, consiste na conservação da natureza, aliada ao crescimento e desenvolvimento urbano e, desta forma, justifica a criação de locais que promovam as atividades sociais paralela aos cuidados com o meio ambiente. Estas tecnologias contemporâneas agregam à cidade, natureza, uma vez que permite a criação de paisagens naturais, protegendo os recursos hídricos e evitando enchentes, alagamentos e, consequentemente, a polução das águas do lago, além da melhoria do microclima, qualidade do ar e do solo. A maior fonte de poluição dos rios urbanos se dá pela poluição difusa, através do escoamento das águas pluviais que limpam as ruas e calçadas e descarregam a água nos corpos hídricos. Entendese por poluição difusa todos os cantaminantes provenientes do desgaste do asfalto, assim como resíduos deixados pelos

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carros, lixo e restos de materiais acumulados nas ruas e calçadas, despejo incorreto dos esgotos. Neste Trabalho Final de Graduação serão utilizadas as tecnologias dos Jardins de Chuva Biovaletas, Pisos Drenantes e Telhados Verdes. 01. Os Jardins de Chuva, conhecidos como Sistemas de biorretenção ou bacias de infiltração, são depressões topográficas que têm a função de receber a água das chuvas que escorre das áreas impermeabilizadas e tratar a poluição difusa. 02 . As Biovaletas são uma espécie de trincheiras com vegetação para filtrar a água, aumentando seu tempo de escoamento e remediando a poluição que fica retida nas raízes das plantas e na própria terra das valetas. O sistema é conectado ao sistema de drenagem que descarrega as águas no lago. 03 . Os pisos drenantes tem a importante função de captar a água das chuvas, fazendo com que ela penetre no solo, alimentando os lençóis freáticos, e não escorra, como ocorre nos pisos impermeáveis. 04 . Os telhados verdes consitem em uma cobertura vegetal sobre os telhados, agindo na absorção das chuvas, reduzindo as temperaturas nos dias quentes contribuindo para a eficiência energética das edificações.

No esquema ao lado, podese observar que a água da chuva irá escoar sobre a pavimentação do leito carroçável e, através das bocas de lobos nas laterais das sargetas, será direcionada para os jardins de chuva e biovaletas, onde a água será filtrada e absorvida pelo solo. Os pisos drenantes dos passeios permitirão que a água seja absorvida e filtrada pelo próprio solo e, a vegetação que também se faz muito presente, é composta por forrações, arbustos e árvores, agindo como importante barreira física e de tratamento para o solo. Também serão utilizados Placas Solares nos postes de iluminação, as quais armazenam energia solar, que é utilizada à noite para iluminar as lâmpadas de LED, a fim de suprir as necessidades de iluminação pública do parque urbano; A Iluminação pública será de LED, reduzindo cerca de 70% do consumo de energia, comparado com as lâmpadas comuns, sendo mais sustentável, requer menos manutenção e gera mais conforto visual e segurança;


Figura 66 - Esquema da tecnologia sustentáveis no container. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

Figura 68 - Esquema das tecnologias sustentáveis no perfil da via. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

Figura 67 - Esquema das tecnologias sustentáveis no perfil da via. Postes de iluminação Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.


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MATERIAIS E MOBILIÁRIOS .

Figura 69 - Esquema dos mobiliários e materiais a serem utilizados no projeto. Fonte: Gabriela Azevedo da Silva – Setembro/2020.

Os materiais escolhidos para o Projeto do Parque foram pensados a fim de não agredirem o meio ambiante e serem permeáveis. Os passeios serão revestidos de piso drenante comum, sendo placas de concreto poroso que permitem a absorção de água pelo solo, possuindo capacidade drenante superior a 90%. Já para as ciclovias, o piso escolhido é o piso drenante resinado, moldado in loco, apresentando alta resistência e durabilidade, sendo ideal para locais mais expostos a água, ciclovias e, é apenas um pouco mais custoso que o piso drenante comum, possuindo a mesma capacidade de absorção. A passarela será de estrutura metálica com piso de madeira plástica pintada distinguindo espaços para passeio, ciclofaixas e espaços para permanência. Os mobiliários serão de concreto, madeira plástica e metal pintado com as cores do projeto, desde bancos e mesas até lixeiras e postes de iluminação. Criativos e com diversas funções, se integrarão ao Parque de maneira divertida e que, no decorrer de todo o eixo, os próprios mobiliários façam referência ao Projeto do Parque.

As imagens ao lado, retiradas do site Pinterest, de autores desconhecidos, são uma forma de ilustrar as características gerais dos modelos idealizados para o parque A madeira plástica, escolhida como um dos elementos principais deste projeto, é 100% ecológica, produzida através de resíduos plásticos descartados em indústrias e até mesmo nas residências. Não contaminam o solo e nem as águas subterrêneas, além de evitar o desmatamento, possuindo alta durabilidade e resistência a abrasão, dispensando manutenção para o controle de pragas e umidade. Totens interativos também serão utilizados, onde os usuários podem obter todas as informações relacionadas à Área do Parque e outros locais da cidade de maneira simples e imediata; Alguns dos mobiliários podem ser feitos junto com a própria comunidade através de oficinas realizadas pelos centro cultural e o bosque educativo, de reciclagem, ações para consciêntização ambiental da comunidade e integração entre os usuários, produzindo sentimento de pertença e identidade pelos moradores da cidade.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .

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Diante desta importante etapa de minha graduação, quero agradecer, primeiramente, à Deus por me permitir vivenciar cada dia desses últimos cinco anos e por me dar forças para poder realizá-los com dedicação, aproveitando ao máximo todas as experiências que a universidade me proporcionou. Cresci muito e aprendi ainda mais! Obrigada, meu Deus, por me presentear com tanto! Agradeço à minha querida orientadora, Verinha, por toda a paciência, compreensão e apoio, além de toda a sabedoria que me transmitiu para que eu chegasse até aqui! Sou eternamente grata! Obrigada, Vera! Agradeço ao meu namorado, meu amor, Caio, que não mede esforços para me ajudar nesta batalha diária e que me incentiva a alcançar minha tão sonhada graduação! Obrigada meu amor, eu te amo! Agradeço aos meus pais, que não só neste último ano, mas em toda a minha vida e, todos estes anos de faculdade, aprenderam comigo e me ensinaram! Meu pai, como base nas dúvidas sobre obra e sobre a vida na construção civil. Minha mãe, me auxiliando em tudo, inclusive me ajudando a completar os mapas de uso e ocupação do solo, tirando fotos da área e fazendo correções nos meus textos. Obrigada! Eu amo vocês do tamanho do infinito. Este TFG é nosso! Aos meus amigos de sala, Leandro, Gustavo e Victor, que me ensinaram tanto e compartilharam comigo muitas alegrias durante esse tempo juntos! De maneira especial, o meu grupo, Paulo, Stéfani, Marcos Vinícius e Leonardo Zanata, que estiveram comigo em todos os trabalhos, provas e entregas, sofrendo junto, aprendendo junto e crescendo na profissão, obrigada! Vocês são amigos que eu quero levar para a vida toda! Ao meu amigo e companheiro de caminhada, Paulo Ivizi Neto, por toda a ajuda, amizade e parceria durante todos esses anos. Sem ele, a faculdade não seria a mesma! Sou eternamente grata à você, amigo! Obrigada! Agradeço a tantos profissionais arquitetos que estiveram comigo e que me ajudaram durante a minha graduação e estágios, em especial à Arquiteta e Urbanista Cristina Baenninger Mendes, de Bebedouro, por todo apoio e incentivo durante todo o curso, e se colocando sempre à disposição, me ajudando na coleta de informações para este TFG! Obrigada! Agradeço ao grupo Bebedouro em foco, pela disponibilização de informações valiosas da história da cidade de Bebedouro, e por me auxiliar nas respostas do questionário, compartilhando e respondendo! Obrigada!


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