ENSINANDO PARA A NEURODIVERSIDADE GUIA PARA DIFICULDADES ESPECÍFICAS DE APRENDIZADO
DISLEXIA Leitura, escrita e soletra
DEL DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM Falar, entender e comunicar
TDAH TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE Atenção, níveis de atividade e impulsividade
Déficits em comum: Atenção Organização Memória de trabalho Manejo de tempo Habilidades de escuta Percepção sensorial Velocidade de processamento
Aritmética
TEA TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Gabriela Heilbraun Schwartz Psicologia Educacional UFSC/CFH 2020.2
DISCALCULIA
Interaçao social, comunicação, interesses e comportamento
OBJETIVO O objetivo é prover melhor entendimento da diversidade de aprendizado, e um kit básico de estratégias para os professores desenvolverem confiança e habilidades ao se depararem com a variedade das necessidades educacionais.
MATERIAL Apresentação de leis sobre a educação inclusiva, explicações de termos e métodos de abordagem.
MÉTODOS A abordagem neurodiversa provê uma alternativa de educação inclusiva, baseada em relatos e a prática de ensinar para as diferentes dimensões das habilidades e dificuldades de cada indivíduo, ao invés de ensinar para um rótulo.
Lei nº 9.394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, artigo 59 Preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos estudantes currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências; e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Também define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24, inciso V) e “[...] oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37).
Lei nº 7.853/89 - 1999 pelo Decreto nº 3.298 Dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a educação especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da educação especial ao ensino regular.
1973 - Centro Nacional de Educação (CENESP) Criado no MEC, é responsável pela gerência da educação especial no Brasil e impulsionou ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência e à superdotação, com campanhas e ações isoladas do Estado.
Constituição Federal 1988 Tem como um de seus objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º inciso IV). Artigo 205 define a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. Artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola”, como um dos princípios para o ensino e, garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).
PNEEPEI - Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva A PNEEPEI assegura a inclusão escolar ao público da Educação Especial; reafirma sua transversalidade (da Educação Infantil à Superior); torna obrigatória a matrícula de estudantes com deficiência na rede regular de ensino, bem como a oferta das condições necessárias para que estes/as frequentem as aulas e obtenham êxito nos estudos; prevê a formação docente para o atendimento educacional especializado, bem como a qualificação dos demais educadores, com a participação da família e da sociedade.
NEUROTÍPICOS
É a descrição de indivíduos que apresentam desenvolvimento intelectual e cognitivos típicos. Enquanto formaram-se sociedades, também foi-se implementado formas de ensino de matemática, leitura e as formas de interação expressas e sutis entre si às novas gerações. Esses indivíduos adquirem habilidades físicas, verbais, intelectuais e sociais em um ritmo específico e atingem marcos padronizados no desenvolvimento. Neurotípicos também demonstram comportamentos comumente esperados, tais quais a facilidade de controle de volume de fala de acordo com a situação e não acham estressante a manutenção do contato visual. Geralmente conseguem navegar contextos sociais complexos, têm boas habilidades de comunicação, estabelecem conexões sociais de forma mais fácil e conseguem funcionar em ambiente com distrações e estimulante sem se sobrecarregarem.
NEURODIVERGENTES A ideia da neurodiversidade é levar em conta as variações humanas em geral, no cérebro em relação ao aprendizado, humor, atenção, sociabilidade e outras funções mentais que não patologizam essas condições, ou seja, não são vistas como anormais ou não saudáveis, mas sim como diferenças em ser entendido e trabalhado com. Judy Singer, socióloga autista australiana, criou esse termo em 1990 como uma forma de rejeição ao modelo médico de deficiência. Aprofundando, entramos na neurodivergência, pois os cérebros desses indivíduos neurodivergentes divergem do que é típico na população em geral. Não há como uma pessoa ser “diversa”, pois diversidade se aplica a grupo. Mesmo que nem todos se proclamam assim, fez com que pessoas possam viver de forma mais abrangente ao invés de serem deixadas em estado de isolamento. Não se procura a cura, e sim a celebração das diferenças entre os cérebros. Dispraxia, Dislexia, Discalculia, TDAH, TEA, DEL.
ESTATÍSTICAS
23,9 %
45
13
da população total
milhões de brasileiros
milhões apresentavam graves impedimentos
Segundo o IBGE, no ano de 2010, cerca de 45 milhões de brasileiros (23,9% da população total) possuíam algum tipo de deficiência. Entre esses, cerca de 13 milhões apresentavam graves impedimentos de natureza física, visual, auditiva ou intelectual. Na questão interseccional entre gênero e deficiência, as expectativas
que
a
sociedade
tem
das
mulheres
com
impedimentos corporais muitas vezes as excluem do direito ao exercício da sexualidade, do trabalho de qualquer natureza e da maternidade. Há uma significação cultural de que as mulheres com impedimentos de natureza física são incapazes de cumprir os papéis tradicionais de dona de casa, esposa, trabalhadora e mãe. (Dhungana, 2006; Joseph, 2005-2006; McDonald et al., 2007).
Antes, saiba que Quando se trata alguém com o olhar de que esse indivíduo é muito capaz, isso ajuda a torná-lo
capaz.
associados
ao
Entretanto, autismo,
os
desafios
TDAH,
dislexia,
discalculia ou DEL não somem só porque se afirma que eles têm benefícios. Essa cartilha não dá dicas que ensine a consertar esses indivíduos, e sim implicações práticas para tornar a navegação pelo sistema escolar menos complicada.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
O QUE É PONTOS POSITIVOS:
Honestos; Raramente julgam; Passionais; Ótima Memória Não são adeptos a expectativas sociais; Novos pontos de vista para problemas triviais.
É uma deficiência do desenvolvimento que pode causar desafios sociais, comunicacionais e comportamentais. IMPLICAÇÕES
Têm menos intensidade no pensamento abstrato. Tendem a processarem informações de forma visual, com menos ênfase na codificação da linguagem ou o uso da mesma para explicar seus pensamentos. ESPECTRO
"SE VOCÊ CONHECEU UM AUTISTA, VOCÊ CONHECEU UM AUTISTA" DR. STEPHEN SHORE
É apresentado como espectro pois se apresenta de forma distinta em cada indivíduo.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
COMUNICAÇÃO SOCIAL
INTERAÇÃO SOCIAL
COMPORTAMENTOS REPETITIVOS E INTERESSES RESTRITOS
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA Dificuldades com comunicação verbal e não verbal. Pode haver dificuldade no desenvolvimento das habilidades de fala, e habilidades não verbais que se dá em interpretar expressões faciais e tom de voz. Normalmente entende o significado, mas apresenta dificuldades em como variam de acordo com o contexto. Por exemplo, um tom de voz alto indica raiva ou animação, e autistas podem ter dificuldade em interpretar. Por ter compreensão e fala literal, pode, por exemplo, levar uma fala sarcástica a sério. Por apresentar problemas no desenvolvimento da Teoria da Mente, apresenta dificuldades em entender os desejos, intenções e crenças de outrem. Pode parecer indiferentes à outros, mas esse comportamento se dá para que se diminua sensações desprazerosas e sobrecarga. Pelas dificuldades de comunicações não verbais, como comunicação corporal e leitura facial, não conseguem interpretar direito certos comportamentos. São comportamentos auto estimulatórios, como forma de auto regulação, ajudando na ansiedade, concentração ou lidar com fortes sensações ou emoções. De baixa ordem, são os movimentos motores, chamados de ‘stimming’, enquanto os de alta ordem se referem a necessidade de rotina, rituais, insistência em mesmas coisas e interesses intensos. Os stimmings não devem ser controlados ou repreendidos, a não ser que o indivíduo possa se machucar. Se esse for o caso, deve-se direcionar para outro comportamento.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
#1. PRESUMA COMPETÊNCIA MESMO QUANDO VOCÊ NÃO VÊ OU OUVE AINDA Não assuma o retardo mental baseado em comportamento estranho e má comunicação. Não se tem nada a perder tratando outra pessoa com respeito. A superação da expectativa pode vir em seguida, ao dar aos alunos a liberdade de crescerem às expectativas. Da mesma forma, não assuma que os alunos não podem ouvi-lo ou entendê-lo quando você fala sobre eles. A escuta espionada tende a ser bem desenvolvida, se discreta, entre comunicadores atípicos, no propósito de conseguirem descobrir em quem confiar e em quem acredita neles. Tenha em mente: eles te ouvem.
#2. SORRIA E ESCUTE
O sorriso não é desperdiçado entre autistas. Normalmente se é sentido e o ambiente os afeta. Pessoas que são felizes, honestas, energéticas e não se levam tão a sério, ajudam a tornar tarefas mais atraentes. Quando trabalhando com autistas não verbais ou ecolalicos (que têm tendência à repetirem palavras de outros e sons), escutar pode parecer irrelevante. Porém escutar signifca fazer esforço em ouvir, notar ou prestar atenção. Se o aluno não está falando ou digitando, encontre outra maneira de ouvi-lo. Conheça seu passado, tendências, como passam seu tempo e o que lhes dá prazer. Descobrindo pelo menos um interesse, professores podem transformá-lo em fonte de ensino e socialização. Temas favoritos e familiares criam solo fértil para que eles iniciem e sustentem esforços para praticar habilidades acadêmicas e sociais que não vêm de forma fácil.
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
#3. ESPERE O que as pessoas neurotípicas muitas vezes percebem como "esperar" e "perdendo tempo", pode ser visto como estase. Autistas entendem a realidade de que nada é como parece ser, e ter tempo para processar, pensar e apenas ser é importante na rotina diária. Por exemplo, pode se ter a preferência em tirar uma foto mental da página e arquivá-la para que eu possa considerá-la e recordá-la no seu lazer. Isso não se encaixa na estrutura de muitas salas de aula onde se espera que os alunos criem respostas escritas imediatamente após a leitura. No entanto, permitir algum tempo de inatividade para contemplar palavras e planejar uma resposta em sala de aula, durante o dia, ou até mesmo da noite para o dia pode dar tempo para uma nova perspectiva se materializar. Afinal, o autismo é o prisma, não a prisão. Podem pensar diferente, mas ainda estão pensando.
#4 ABRA ESPAÇO PARA COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
A linguagem é uma forma esquisita de se comunicar talvez para muita gente, mas é ainda mais desafiador para autistas. Pode demorar anos para que se pense em uma linguagem. Mas antes desse desenvolvimento de linguagem, o pensamento não era ruim, só não era baseado em linguagem. Por exemplo, a escrita pode ser muito mais fácil pois dá o controle de cada pensamento para o autista e a possibilidade de quebrar em partes, ou seja, de letra em letra.
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
O QUE É
uma condição que o nome engana, uma neurodiversidade que tem uma atenção transitória, com um arranjo complexo e com tendencias contraditórias. Se tem o esteriótipo de que não conseguem prestar atenção por muito tempo em nada, mas cérebros TDAH’s não têm problema em focar em coisas que os interessam (conhecido como hiperfoco). IMPLICAÇÕES ALÉM DA ATENÇAO
Apresentam hiperatividade, a qual pode ser física ou mental, e a impulsividade. Sofrem com problemas na regulação da função executiva, que resulta em falta de planejamento e falta de critérios para iniciar atividades.
PONTOS POSITIVOS:
Personalidade carismática e engajada; Aventureiros; Criativos; Cheios de interesses; Aptos a explorar; Não são adeptos a expectativas sociais; Novos pontos de vista para problemas triviais.
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE
TIPO DESATENTO
TIPO HIPERATIVOIMPULSIVO
TIPO COMBINADO
Têm dificuldade em sustentar o esforço em atividades mais exigentes, evitando o envolvimento em tarefas que exijam esforço mental prolongado pois possuem um curto período de atenção e se distraem facilmente. Falta de atenção à detalhes e erros cometidos por descuido, mas não proposital. Parecem que não escutam pois podem estar concentrados em algum hiperfoco, têm problemas em entender e seguir instruções, estão sempre trocando de atividade e não conseguem se organizar de forma funcional. Taxados de preguiçosos.
Apresenta dificuldade em ficar sentado, especialmente em ambientes calmos, está constantemente se mexendo e também apresenta falta de concentração e está frequentemente conversando, interrompe conversas e não sabe dividir diálogo, age por impulso e tem pouco senso de perigo. Taxados de inconsequentes.
Apresenta simultaneamente as características dos dois tipos previamente citados.
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
#1 DEIXE OS ESTUDANTES SABEREM QUE A EXCELÊNCIA HUMANA VEM EM DIVERSAS FORMAS - ASSIM OS CONVIDAM A SEREM ELES MESMOS Se você não consegue identificar quais as habilidades do indivíduo, então observe e pergunte. Ele também pode não saber ainda, mas assisti-lo em busca de suas áreas de interesse é um bom local de começo, e também checar com outros adultos que fazem parte de sua vida. Encontrar em qual área o indivíduo com TDAH se sente mais competente e relaxado também resulta em um bom caminho de confiança e conexão. Pergunte qual parte do dia escolar o faz mais feliz ou calmo e o motivo. Toda semana, apresente um ponto que crie uma oportunidade para que ele se comunique, colabore ou aprenda de uma forma que intercale com suas habilidades, mesmo que isso signifique mudar a rotina da classe.
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
#2 NÃO FAÇA RESTRIÇÕES IRREALISTAS DE MOVIMENTO Estudantes com TDAH podem pensar melhor com seus corpos em movimento. Ao invés de assumir que eles devem sentar parados na aula, procure por oportunidades para que eles se movimentem. Quando designar trabalhos em grupos, encorage, por exemplo, eles a andarem pela sala enquanto falam suas ideias. Em discussões de classe, você pode convidar seus alunos a produzirem em uma cadeira de balanço ou em uma bola de pilates.
#3 CRIE ALGUMAS ROTINAS Para esses indivíduos, estruturas previsíveis são criticamente importantes. Pois rotinas em classe podem ajudar estudantes a entrar num padrão de pensamento eficiente. Ao designar horas definidas para atividades específicas, você pode criar um plano para a atenção e treinar seu foco em uma conexão por vez.
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE IMPLICAÇÕES PRÁTICAS #4 ENTENDA QUE TDAH’S SÃO PROPENSOS A ESTIMULAÇÃO INTENSA - E OS ENCORAJE A dopamina é a parte química do cérebro associada ao movimento, motivação e a recompensa. Por isso eles normalmente buscam muita estimulação (por isso representam a maioria dos maiores empresários, atletas e exploradores). Peça a esses estudantes ajuda com partes que envolvam movimento. Por exemplo, entregar materias, reorganizar o espaço para trabalhos em grupo e repassar mensagens entre grupos. Se você quer recompensá-los pelo trabalho, dê mais tempo no recreio ou a chance de eles por exemplo praticarem malabarismos, brincarem com bolas. Também pode adicionar um pouco de desafio físico, como se equilibrar em uma perna enquanto leem algo em voz alta ou escreverem suas respostas para a classe ao invés de respondela em voz alta.
#5 APRESENTE TAREFAS CLARAS E OBJETIVAS Por apresentarem problemas em objetificar e pontuar as necessidades do que se é pedido, podem se sentirem sobrecarregados com a falta de capacidade em conseguir organizar o principal em tarefas menores. Por exemplo, dê palavras chaves para a tarefa, uma lista do que se precisa para iniciar a tarefa, como pesquisa prévia, anotações, tema, rascunho e versão final.
DISLEXIA
O QUE É PONTOS POSITIVOS:
Criatividade; Habilidade de visualização; Habilidades de pensamento literal; Boa visão espacial; Boas habilidades de comunicação verbal; Altos níveis de motivação e persistência.
Devido ao padrão diferente da organização cerebral, o cérebro disléxico é conectado de forma ineficiente para o reconhecimento de palavras e na soletra. IMPLICAÇÕES
O cérebro disléxico pode sofrer com habilidades fundamentais de reconhecimento de palavras e soletração, mas parece ser exclusivamente adequado para formas sofisticadas de alfabetização. Mas isso não exclui a empareamento, frustração e dificuldade que os indivíduos taxados de disléxicos enfrentam em ambiente escolar.
DISLEXIA
DIFICULDADES FONOLÓGICAS
DIFICULDADES DE MEMÓRIA
DIFICULDADES VISUAIS
Indivíduos disléxicos podem apresentar a automaticidade de correspondência de som/letra
falta
de
Muitas vezes têm dificuldade em manter informações na memória de curto prazo e na recuperação das mesmas na memória de trabalho.
Dificuldade de rastrear com precisão, podem sofrer ao lerem no preto e branco ou desfocar com certas fontes.
DISLEXIA
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS #1 FAÇA A IMPRESSÃO VALER Saber que para alguns estudantes a leitura de textos impressos levará mais tempo, habilidade e coragem, crie motivos para que a leitura seja atraente e conectada com os objetivos e interesses do aluno. Por exemplo, um chef amador adolescente esteja inclinado a ler um livro de habilidades na cozinha, e jovens leitores que ainda não encontraram prazer na leitura impressa podem fazer conexões com histórias que incluem seus personagens favoritos de desenhos animados e filmes.
#2 ACOMODE AGORA Enquanto estudantes desenvolvem habilidades e estratégias para navegarem em um sistema educacional centrado na leitura em impressão em papel, eles ainda precisam acessar oportunidades para participarem e formas de demonstrarem suas habilidades. Não hesite em permitir que o conteúdo seja em forma de audiolivro, vídeo ou deixar os estudantes representarem seus entendimentos através de apresentações visuais ou orais. Disléxicos precisam de tempo e esforço contínuo para criar habilidades fundamentais de alfabetização e estratégias. Mas enquanto isso, o real propósito da alfabetização, que é compreensão e comunicação, não se deve ser deixada de lado. Garanta acesso a textos interessantes e significativos em diversas formas e permita que o conteúdo que deve ser produzido por eles seja transmitido de várias maneiras.
DISLEXIA
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS #3 INVISTA EM ESTRATÉGIAS QUE FUNCIONAM Estudantes são os primeiros a saberem se a intervenção está funcionando para eles ou não. Desenvolver habilidades de leitura, escrita e ortografia pode levar tempo e esforço significativos, por isso certifique-se de que o tempo e o esforço estão bem colocados na instrução que permite que os alunos construam seus pontos fortes, façam progressos visíveis e desenvolvam boa alfabetização.
#4 COMUNIQUE AS HABILIDADES E TAMBÉM OS PADRÕES DE DIFICULDADE QUE A DISLEXIA SIGNIFICA Vergonha e isolamento são efeitos comuns de estudantes com dificuldade na leitura. Na sua sala de aula, dê prioridade para garantir que indivíduos rotulados com desabilidades e seus colegas entendam os benefícios de times neurodiversos.
#5 CULTIVE AS VANTAGENS DA DISLEXIA Se os estudantes devem sempre ter feito uma leitura independente prior à aula, eles talvez não sejam capazes de participarem por completo. Como alternativa, considere designar pequenas atividades em grupo e atividades que enfatizem o pensamento e a criatividade, ao invés do processamento textual como pré requisito para participação. Por exemplo, colocar estudantes disléxicos em posições que eles podem serem líderes nas tarefas de interpretação e resolução de problemas, ao invés de fazê-los lerem em voz alta.
DISLEXIA
Acrônimo MIND
Referente a habilidades avançadas em raciocínio Material, raciocínio Interconectado, raciocínio Narrativo e raciocínio Dinâmico.
*MIND = "mente" em inglês Criado por Broc e Fernette Eide (2012)
É uma perspectiva positiva, especialmente se você notar que essas habilidades estão alinhadas com alfabetização avançada relacionada a compreensão, fazer inferências e fazer conexões entre ideias. Eide pede para que se olhe além desses desafios e veja a dislexia além da dificuldade de leitura, e sim também como um estilo sistemático de processamento de linguagem que tem vantagens. Possuem habilidades que são valiosas em certas carreiras. A possibilidade de ver a situação por inteiro e não se perderam em pequenos detalhes ajuda muitos disléxicos a florescerem no mundo corporativo.
DISCALCULIA
O QUE É PONTOS POSITIVOS:
Criatividade; Habilidade de visualização; Habilidades de pensamento literal; Boa visão espacial; Boas habilidades de comunicação verbal; Altos níveis de motivação e persistência.
A dificuldade se dá na falta de habilidade de interpretação de símbolos numéricos e operações aritméticas, é inato e biológico, tendo nada a ver com aspectos ambientais. Sua definição é a disfunção de conexões neurais que processam a linguagem numérica, dificultando a aquisição e processamento de informação numérica. IMPLICAÇÕES
O aluno confundirá números e sinais e terá problemas com cálculos mentais e ideias abstratas. As ramificações se estendem a áreas significativas da vida diária, como o campo monetário, noção de tempo, organização e o entendimento de pesos e medidas. Isso pode influenciar de forma negativa oportunidades de trabalho.
DISCALCULIA
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
#1 SEJA CONCRETO Alunos com discalculia se beneficiam de representações visuais de problemas matemáticos. Assim, use diagramas e charts coloridos e claros, utilize objetos como moedas, blocos e jogos. Use exemplos concretos do dia a dia para conectar a matemática à vida real.
#2 TRABALHE COM A MEMÓRIA E CHEQUE COM O ALUNO Antes de iniciar a aula, relembre a aula passada brevemente, para que o aluno possa relembrar o que foi visto e poder estar de certa forma nivelado com o que será passado no dia. É frustrante que o aluno faça todos os exercícios para que no momento de correção, ver que todas as respostas estão erradas. Assim, professores podem checar após alguns exercícios feitos para conferir se ele está no caminho certo, e se não, aprender com seus erros de forma mais clara e menos frustrante. A utilização de frases de atenção para reconhecimento da necessidade, por exemplo, falar “isso é importante saber pois…”
DISCALCULIA
IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
#3 QUANTO MAIS, MELHOR É importante reconhecer que o problema matemático do aluno com discalculia não é falta de atenção ou preguiça. É quase como se fosse um bloqueio cerebral junto com uma sopa de números e letras. Então forneça e deixe o aluno ter apoio material, como calculadoras, a possibilidade de desenhar, fórmulas matemáticas e tempo extra, pois normalmente provas geram ansiedade devido ao tempo, o que faz com que se apressem e pulem passos.
#4 AJUDE A ORGANIZAR Há uma dificuldade em compreender o que se é pedido e a priorização de dados para que se dê início a resolução, assim, destaque as palavras chaves e os números principais. O uso de listas com múltiplos passos para resolução de problemas e algoritmos é benéfica, pode-se postar um passo a passo no quadro ou forneça ao aluno uma cópia para que ele tenha consigo.
DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM
O QUE É
É um termo usado para descrever as dificuldades em aprender e usar a linguagem. Crianças são descritas assim quando têm dificuldades na compreensão e no uso da linguagem para se comunicar e aprender. Suas dificuldades são especificamente a ver com o aprendizado e entendimento do uso da língua.
IMPLICAÇÕES
Indivíduos com essa dificuldade são tão capazes quanto seus pares, mas têm uma inabilidade em botar seus pensamentos em palavras (linguagem expressiva) e entender o que se está sendo dito para eles (linguagem receptiva). São habilidades fundamentais para leitura, aprendizado e sobrevivência no mundo social.
DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PRÁTICAS #1 SEJA CLARO Antes de requisitar algo para o indivíduo, fale o nome dele. Assim, ele sabe que a palavra está sendo dirigida à ele. Simplifique o que deseja em pequenos passos, assim ele tem o entendimento de todo o processo que deve ser feito e não gera frustração e desapontamento. Como há uma dificuldade na compreensão, fazer pausas entre frases ditas à ele, faz com que o indivíduo tenha tempo para pensar o que foi dito e conseguir formular uma resposta. De preferência, o aluno deve sentar na primeira carteira para que se tenha menos interferência sonora, e o professor pare de explicar enquanto está virado de frente para o quadro escrevendo.
#2 SEJA UM FEEDBACK A presença de qualquer barulho ou interferência faz com que fique mais complicado a compreensão do que foi dito. Cheque se foi entendido ou encoraje-os a perguntar o que não foi entendido. Perguntando se teve alguma palavra que não foi entendida, faça perguntas objetivas para ter certeza que houve o entendimento do que se foi pedido. Por exemplo, é pedido "pegue o brinquedo da sala e coloque na caixa de brinquedos". Pergunte “Onde você vai coloca-lo?”
DISTÚRBIO ESPECÍFICO DE LINGUAGEM IMPLICAÇÕES PRÁTICAS
#3 NÃO REPRIMA, ENCORAJE Dê bons modelos para a cópia ao invés de corrigir o que foi dito, pois a correção pode gerar vergonha ou frustração, atrapalhando o processo. Adicionar uma ou outra palavra na frase corrigida também é de bom uso para ajudar no desenvolvimento da fala. Por exemplo, é dito “aquele homem anda”, o educador pode confirmar “sim, aquele homem está andando na grama.” Encoraje o indivíduo a se comunicar de qualquer maneira, não apenas através de palavras. Ações e gestos os ajudam a desenvolver palavras. Essa dificuldade em transformar em palavras pode gerar raiva e frustração, reconheça e deixe o indivíduo sair da sala e ter um tempo para si para se recompor.
Vale notar
Como mencionado, professores não são profissionais capacitados em reconhecer distúrbios de aprendizado em sala de aula, por isso, esse material apresenta principalmente formas de se lidar com o que se já é reconhecido. Pequenos movimentos de interação dentro da sala de aula moldam o entendimento escolar para o estudante, deles mesmos e de outros. As implicações descritas acima são colocadas como um ponto de partida para reflexão e conversas que expandam mais e mais para pessoas os benefícios da neurodiversidade em salas de aula e além delas. Uma comunidade é a soma de suas partes. Faça sua parte. O mundo precisa exatamente de você.
Nos próximos slides, haverá um pequeno guia para que se reconheça pontos principais para o encaminhamento a um profissional especializado.
Sinais de deficiência na aprendizagem Não tentar o suficiente
Estudantes que parecem que não estão se esforçando, parecem preguiçosos ou não aplicados, podem estar tentando e muito, mas falhando e tentando esconder a vergonha de não conseguirem.
Fora de rota Se um estudante precisa constantemente ser lembrado do que fazer em seguida, pode-se pensar que não está prestando atenção, mas pode ser a dificuldade com a memória de trabalho - área de captação, processamento e criação de novas informações.
Não alcançar seu potencial
Se nota que um aluno deveria estar tendo sucesso, mas não está. Descrito como discrepância entre habilidade e aptidão, um vão entre o que deve ser capaz de fazer e o que ele realmente é capaz.
Sinais de deficiência na aprendizagem Se esconde
Má comportamento
Estudantes com dificuldades de aprendizado tentam esconder suas dificuldades de professores e colegas. Muito tímido, de canto em trabalhos de grupo, na última fileira podem estar tentando esconder uma dificuldade. Podem até estarem em dia com as tarefas, mas com grande esforço e impacto na auto estima.
Se esconder pode vir dessa forma, agindo com má comportamento, chamando atenção sendo os palhaços da turma para que os déficits passem despercebidos, serem opositores ou fingirem que não ligam para como estão indo na escola.
Não entrega tarefas Sofrem em entregar a tarefa em dia ou ela por completo. Todos de vez em quando não entregam a tempo, mas se rotineiramente o aluno falha em entregar, é um sinal.
Sinais de deficiência na aprendizagem Problema com tempo
Sofrem com manejo de tempo, transições e organização. Pode demorar a completar tarefas ou estar sempre atrasado para a escola.
Emocional
Por sofrerem para acompanharem colegas ou falharem na entrega de tarefas, resulta em um sentimento ruim sobre eles mesmos. Sofrem com sentimentos de vergonha e baixa auto estima. Sinais disso são frustração na escola, humor depreciativo ou depressivo.
Evitamento
Fazem grandes esforços para evitar situações escolares que engatilhar ansiedade ou estresse. Sinais são faltas em excesso, refusa de participação em atividades desafiadoras e matar aula.
NOTAS PESSOAIS NOTAS PESSOAIS SOBRE NEURODIVERGÊNCIAS
É importante apontar que essas condições não foram adquiridas pelo ambiente, e sim que é uma forma estrutural cerebral que diverge da norma. Ou seja, não há terapias, remédios ou comportamentos que façam com que essas deficiências "desapareçam", pois faz parte desse indivíduo. Todas elas irão acompanhar o indivíduo desde o nascimento até sua morte. No TEA, um dos pontos principais para as complicações comunicacionais é a Teoria da Mente, a qual pode ser trabalhada mas nunca irá se equivaler à alguém que não nasceu com a condição. No TDAH, o ponto principal é na estrutura na região do córtex, que mesmo com medicamentos não terá os mesmo níveis de atividade que pessoas típicas. Todas essas deficiências apontam fortemente uma ligação hereditária.
ABA/ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA “VEJA, VOCÊ COMEÇA PRATICAMENTE DO ZERO QUANDO TRABALHA COM UMA CRIANÇA AUTISTA. VOCÊ TEM UMA PESSOA NO SENTIDO FÍSICO, MAS NÃO NO SENTIDO PSICOLÓGICO. UMA MANEIRA DE ENCARAR O TRABALHO DE AJUDAR CRIANÇAS AUTISTAS É VÊ-LO COMO UMA QUESTÃO DE CONSTRUIR UMA PESSOA. VOCÊ TEM A MATÉRIA-PRIMA, MAS PRECISA CONSTRUIR A PESSOA” - IVAR LØVAAS PARA A PSYCHOLOGY TODAY.
Ivar é o percursor da terapia ABA. Participou de um projeto “menino feminino", em que tentou normalizar as características femininas de um menino, para corrigir o desenvolvimento patológico sexual em meninos para a prevenção primária do transsexualismo. Essa terapia foi baseada em noções semelhantes que Løvaas incluiu em seus estudos sobre ABA. Em 1962, começou com o condicionamento e incentivos para melhorar contato visual, habilidades motoras e comportamentos. Foi usado aversivos físicos também no projeto “Gritos, tapas e amor, 1965". Uma das crianças não respondeu às repreensões e então foi submetida a terapia de choque. O objetivo principal era incentivar através de recompensas com comida, aprovação, carinho etc. Entretanto, pode ser visto como punição também, pois as refeições não eram regulares visto que apenas recebiam caso dessem respostas esperadas pelo terapeuta.
ABA/ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA
Terapia ABA é designada para treinar autistas em se tornarem membros “produtivos “ e “normais” da sociedade através de táticas abusivas e emocionalmente prejudiciais. A maioria dos terapeutas ABA não têm intenção em machucar os pacientes. Mesmo fazendo a terapia divertida e positiva, os objetivos não mudam. E são esses objetivos, como a terapia de conversão, que fazem um estrago a longo termo na psique humana. A razão para que pais e terapeutas não enxerguem como abusivo é que eles não veem no ponto de vista de um autista. Não consideram os sentimentos nem as necessidades emocionais. É a modificação do comportamento com um modelo baseado em recompensas e incentivo sistemático do comportamento social que são considerados adequados pelos cuidadores e intervencionistas. O paciente é motivado pela recompensa, para modificar um comportamento ao completar uma tarefa sem "aberrações comportamentais" predeterminadas na meta de tratamento, ou na demora da recompensa caso não atinja o que é desejado na ação.
ABA/ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA
#1 ABA NA SUA FORMA MAIS PURA, É UMA TERAPIA BASEADA EM CONFORMIDADE, E NÃO EM PENSAMENTO INDEPENDENTE.
De acordo com o estudo “Relembrando os danos ocultos das experiências da primeira infância com ABA”, autistas descreveram como na sua terapia o foco no comportamento não era compreende-los para apoio, mas identificar o que precisava mudar. Aprender por meio ABA em sua forma mais pura “baseiase em uma estratégia de ensino/recompensa para adaptar o comportamento” (Grindle e Remington, 2005) que considera indesejáveis, e “um dos componentes principais da aprendizagem e intervenção comportamental é a consistencia e a repetição” (Mohammadzaheri et al. 2014).
ABA/ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA #2 AUTISTAS NÃO GOSTAM
Num questionário feito online, mostra uma perspectiva sobre. Embora existam pessoas que gostam e tenham tido experiências boas, há um grande número que não. Sua experiência com ABA foi:
8.8%
23.5% 67.6%
Você considera sua experiência prejudicial emocionalmente ou traumática?
Positiva Negativa Neutra
8.8%
38.2% 52.9%
Seu terapeuta pediu para que reprima seus stims ou ter "mãos quietas"?
Sim Não De certa maneira
Sim Não
17.9%
26.5% 55,6%
Você sente que a terapia te ajudou a desenvolver habilidades que você usa no dia a dia? 8.8% Sim
35.3% 55.9%
Não De certa maneira
Pesquisa desenvolvida por um autista com participação de 34 indivíduos que se submeteram à ABA
ABA/ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA
#3 PODE CAUSAR TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO
Em um estudo, através de questionários online, com 460 autistas e pais de autistas, foi realizado para entender a prevalência de Estresse Pós Traumático em adultos e crianças submetidos à terapia ABA no início da infância. Quase metade (46%) dos entrevistados expostos à ABA atingiu a pontuação base para diagnóstico de Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT), e pontuações extremas de gravidade foram registrados em 47% do subgrupo afetado. Entrevistados de todas as idades que foram expostos à ABA eram 86% mais propensos a atender aos critérios de TEPT do que os entrevistados que eram não exposto à ABA. Adultos e crianças tiveram chances aumentadas (41% e 130%, respectivamente) de atender aos critérios de TEPT se eles foram expostos à ABA. Adultos e crianças sem exposição a ABA tinha 72% de chance de não relatar Estresse Pós Traumático (ETP). No momento do estudo, 41% dos cuidadores relataram o uso de intervenções baseadas em ABA. https://www.researchgate.net/publication/322239353_Evidence_of_increas ed_PTSD_symptoms_in_autistics_exposed_to_applied_behavior_analysis
ABA/ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA
#4 MASCARAR É PREJUDICIAL PARA AUTISTAS
Novos estudos mostram que mascarar os traços autistas está relacionado a um maior risco de suicídio e depressão. De acordo com relatos, eles devem repetir e aprender comportamentos e desaprender outros, o que faz com que o indivíduo mascare seus traços. Mesmo quando apenas recompensas são usadas, podem não ser tão úteis a longo prazo. De acordo com Milton, Damian (2018) “as recompensas podem ser dadas de forma inadequada (por exemplo, o bombardeio de elogios carregados de emoção, abraços e punições sendo potencialmente internalizados como recompensas)". “Por serem controladores, (as recompensas) provavelmente serão consideradas aversivo a longo prazo. Embora os alunos certamente gostariam da recompensa, nenhum de nós gosta de ter as mesmas coisas que desejamos usadas como alavancas para controlar nosso comportamento. É uma contingência do bem”. ABA pode trazer melhorias a curto prazo, mas esses estudos pedem uma reflexão sobre os impactos ao longo prazo, como ansiedade, depressão e trauma.
ABA/ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA
Ou seja, a terapia leva em conta apenas o comportamental, em que se ignora vontades e sentimentos dos autistas, pois o método vê seus comportamentos como aberração, sem compreender as razões pelas quais eles acontecem. Redirecionam comportamentos ditos "inadequados" pela sociedade de forma controversa. Além de que é muito comum dentro desse campo a teoria de que essa terapia pode "curar" o autismo. Como dito antes, é uma condição estrutural do cérebro, a qual não tem como "sair do espectro", o que ocorre é que autistas podem mascarar seus comportamentos ou fazerem estratégias de compensação, as quais são exaustivas mentalmente e podem levar ao cansaço extremo, isolamento ou explosão. Seus comportamentos são compensatórios, para amenizar alguma sobrecarga sensorial (sons, luzes, toques), sobrecarga emocional e para concentração. Reprimi-los prejudica essa compensação.
CONCLUSÃO
Por fim, espero que essas implicações práticas e insights possam ser aproveitadas e colocadas em prática, seja em âmbito escolar, quanto no dia a dia, ao se deparar com neurodivergências. É um trabalho bem pessoal para mim, que sei que essas pequenas visões e adaptações poderiam ter tornado a minha própria navegação mais fácil. O uso e apresentação desse trabalho, seja em formato de revista digital, seja em formato de slides, está autorizado, desde que sem alterações não autorizadas e com devido crédito.
MELTDOWN
etnegrevidorueN oirálubacoV
MASCARAMENTO É o ato consciente ou inconsciente de suprimir os traços autísticos /neurodivergentes ou acobertar com comportamentos neurotípicos. Pode levar ao diagnóstico incorreto (principalmente em mulheres), burnout ou meltdown.
Uma perda de controle interna ou externa, devido à demandas, estresse, muita ou pouca estimulação ou sobrecarga emocional. Não são chiliques, pois não tem como motivo obter algo. Pode ser choro, fuga, raiva, auto-mutilação e respiração irregular.
SHUTDOWN Outra reação pelas mesmas causas de um meltdown, mas ao invés de uma explosão, o indivíduo parcialmente ou totalmente se recolhe do ambiente. Ele se fecha nele mesmo.
BURNOUT O resultado de um acúmulo de estresse, mascaramento e navegação no mundo neurotípico. Se apresenta como exaustão, depressão, mais meltdowns, ideação suicida, ansiedade, raiva e a perda de certas habilidades.