Dietoterapia Em Pediatria

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Dietoterapia em Pediatria

CONTEÚDOS PROVA 1 ANEMIAS 2 DIABETES 3 DISLIPIDEMIAS 4

OBESIDADE

5 ALERGIAS


1 ANEMIAS CARENCIAIS Baixo nível de hemoglobina no sangue

Anemia

devido a pouca quantidade de eritrócitos

psicológicos e comportamentais; pode

na

ou a pouca hemoglobina em cada célula,

levar

ou ambos. Decorrente da insuficiência

deletérias

no aporte de nutrientes à medula óssea.

desenvolvimento

a

infância:

repercussões de

cognitivas

importantes

longo

prazo

de

e

e no

habilidades

motoras;

provocar

Os eritrócitos são as células vermelhas

dificuldade

(hemácias) e as hemácias são geradas na

linguagem;

medula óssea.

desenvolvimento cerebral; debilitar a defesa

Os

principais

elementos

nutritivos

na

distúrbios

aprendizagem

da

comprometer

imunológica,

ocorrência

e/ou

o

facilitando

a

agravamento

de

envolvidos na formação dos eritrócitos

doenças infecciosas; gerar alteração do

são:

paladar e apetite.

Ácido

fólico

e

Vitamina

B12

(importantes na proliferação celular)

Anemias carenciais: por deficiência de

Ferro (importante para a síntese do

Ferro,

heme).

Proteínas,

A

hemoglobina

realiza

o

transporte de O2. Os rins produzem

Ácido

fólico,

Zinco,

Vitamina

Cobre,

B12,

Vitamina

E

(hemolítica).

eritropoetina em resposta à menor disponibilidade de O2.

I. ANEMIA FERROPRIVA (MUITO COMUM) O ferro é o metal mais presente no nosso corpo e apresenta diversas funções: é fundamental para a homeostase celular, transporte de oxigênio, síntese de DNA, metabolismo energético, cofator para as enzimas de cadeia respiratória mitocondrial.

Eritrócitos microcíticos e hipocrômicos

Sinais e sintomas: cansaço generalizado,

Porque

atrofia

anemia continua crescendo? Problema

das

papilas

irritabilidade,

respiração

gustativas, ofegante,

no

o

número

abastecimento

de

pessoas

(suplemento

com não

dificuldade de aprendizagem, distúrbios

chega no posto de saúde), distribuição

de

estomatite

(medicamento não é passado para as

angular, unhas quebradiças e rugosas,

conduta

e

percepção,

mães), consumo (paciente não segue as

palidez de pele e mucosas, perda de

recomendações)

apetite e apatia.

Hemoglobina: ptn presente no interior do eritrócito Microcíticos: pequenos

2

Hipocrômicos:

↓ concentração de hemoglobina


Valores de referência do

Valores de referência do

Valores de referência da

recém-nascido

bebê até 1 ano

criança

Eritrograma Hemoglobina

13,5 a 19,5 g/dL

11,0 a 13,0 g/dL

11,5 a 14,8 g/dL

Hematócrito

44 a 62%

36 a 44%

37 a 44%

Valores de referência do recém-nascido Deficiência de Fe na dieta

Etiopatologia

↓ ingestão do nutriente

Dieta vegetariana, anorexia

Dificuldade de absorção gastrointestinal de Fe

Doença

↓ absorção

celíaca,

gastrite

atrófica,

gastrite

por

Helicobacter pylori.

Perda de sangue gastrointestinal

Esofagite, gastrite, úlcera péptica, pólipos no cólon,

↑ excreção ou das perdas

doença inflamatória intestinal, infecção parasítica

Perda de sangue urogenital

↑ excreção ou das perdas

Menometrorragia, hematúria, neoplasias urogenital Dádivas de sangue repetidas, hemodiálise crônica,

Perda de sangue - outras causas

hemorragia traumática

Aumento do imput de Fe

↑ necessidades fisiológicas Desordens raras no metabolismo do Fe Defeitos do transporte ou metabolismo

Tratamento da Anemia Ferropriva: Reposição de Fe por via oral com dose

Qual é o objetivo da nutrição com a

terapêutica 3 a 5 mg/kg/dia.

dietoterapia?

A suplementação deve ser continuada

Aumentar reservas orgânicas de Ferro e

visando a reposição dos estoques de

facilitar a biodisponibilidade do Fe. Fe

ferro (~2 a 6 meses ou até obtenção de

Heme (carnes - Fe2+) X Ferro não heme (leguminosas transferrina.

O

Fe3+)** Fe

heme

ferritina é

ferritina

e

melhor

Valores

absorvido.

maior

que

15

esperados:

entre

30

e

300

mcg/dL - sais de Fe; sulfato ferroso, ou fumarato

Redução da Biodisponibilidade de Fe:

ferroso e gluconato ferroso;

Fitatos: cereais não refinados, farelos, farinhas

sérica

microgramas/dL).

não

refinadas,

- sais férricos e aminoquelatos

alimentos

- reposição parenteral de ferro

enriquecidos com fibra. Polifenóis: café, cacau e chás

Medidas Preventivas:

Oxalatos: espinafre

Administração

Cálcio: leite e derivados

da

suplementação

profilática de sulfato ferroso.

Aumento da Biodisponibilidade do Fe: Carne, vit C e vit A

3


Público

Conduta

Crianças de 6 a 24 meses

e 400 mcg de ácido fólico

Mulheres no pós-parto e pós-aborto

Situação

40 mg de ferro elementar

Recomendação revisada

Recém-nascidos a termo, de peso adequado para a gestacional

aleitamento

1 mg de ferro elementar/kg 40 mg de ferro elementar

Gestantes

idade

Periodicidade

em

materno

1 mg de ferro elementar/ kg peso/ dia a partir do 3º mês até 24º mês de vida

Diariamente até completar 24 meses

Diariamente até o final da gestação Diariamente até o terceiro mês pósparto e até o terceiro mês pós-aborto

Situação

Recomendação revisada

Recém-nascidos

2 mg/kg de peso/dia, a

pré-termo

com

partir de 30 dias durante

peso entre 2500

1 ano. Após este período,

e 1500g

1 mg/kg/dia mais 1 ano.

exclusivo ou não. Recém-nascidos a termo, de peso adequado em

1 mg de ferro elementar/

uso de menos de 500

kg de peso/ dia a partir do

mL de fórmula infantil

3º mês até 24º mês de vida

Recém-nascidos

3 mg/kg de peso/dia, a

pré-termo

com

partir de 30 dias durante

peso entre 1500 e

1 ano. Após este período,

1000g

1 mg/kg/dia mais 1 ano.

por dia Recém-nascidos a termo com

peso

inferior

a

2500g

2 mg/kg de peso/dia, a partir de 30 dias durante 1 ano. Após este período, 1 mg/kg/dia mais 1 ano.

4 mg/kg de peso/dia, a

Recém-nascidos pré-termo peso

com

inferior

1000g

a

partir de 30 dias durante 1 ano. Após este período, 1 mg/kg/dia mais 1 ano.

Recém-nascido nasce com uma reserva significativa de Fe. Ao começar a respirar e a usar o pulmão, o recém-nascido tem um troca importante dessa hemoglobina sérica.

II. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA Deficiência de vitamina B12 e/ou de ácido fólico Consequências da síntese inadequada de DNA

Folato

Modificação do ciclo celular, retardo da

Coenzima em várias reações celulares

duplicação, defeitos no reparo do DNA.

fundamentais,

A síntese de RNA não está alterada, não

celular. É um micronutriente crítico na

há redução da formação de proteínas

neurogênese.

citoplasmáticas e do crescimento celular, consequentemente grandes

com

haverá

células

anormalidades

hematológicas.

↓DNA ↑RNA

menor quantidade de células vermelhas, mas grandes 4

necessário

na

divisão


Causas mais comuns da anemia

Manifestações clínicas:

megaloblástica

Fraqueza, parestesias, dor na língua, atrofia

das

papilas

gustativas

Má nutrição da criança, deficiência de

(língua

folatos da gravidez

careca), estomatite angular, perda de

trimestre a dieta é capaz de suprir as

apetite, palidez de pele e mucosas.

demandas normais, mas que se torna insuficiente

Manifestações clínicas da deficiência de B12 Depressão,

déficit

de

quando

necessidades.

memória,

O

aumentam folato

é

as um

micronutriente crítico na neurogênese

distúrbios psiquiátricos.

→ geralmente no 3º

sendo necessária a suplementação com

a deficiência de folatos não causa

ácido fólico!

envolvimento do sistema nervoso, mas a deficiência durante a gravidez, aumenta a incidência de defeitos de tubo neural em recém-nascidos. Diagnóstico 1 Reconhecer

2 a

anemia

Distinguir

3 entre

as

megaloblástica presente

deficiência de vitamina

(

B12 e folato

hemoglobina,

hematócrito,

↑ VCM…)

Determinação da causa:

↓ ingestão do nutriente, ↓ absorção intestinal,

↓B12 defeitos do transporte ou ↑ ácido metilmalônico metabolismo, ↓ folato séricos ↑ excreção ou das perdas, história alimentar ↑ necessidades fisiológicas ou patológicas.

Dietoterapia

Medidas Preventivas

B12

Estímulo ao consumo de alimentos fonte

Aumentar o consumo de proteínas de

de B12.

origem animal, suplementação por VO

Para veganos: aleitamento materno com

até 1.000 mcg/dia, se por alterações do

suplementação/alimentos

FI: injeções de B12.

(>0,5 mcg/dia, do nascimento até aos 2 anos de idade); fórmulas lácteas: não é

Folato Aumentar legumes

o e

consumo frutas

necessário suplementação extra de B12 de

(frescos

vegetais, e

Estímulo ao consumo de alimentos

crus);

fonte de folato; suplementação pelo

suplementação por VO por 2-3 semanas

menos 30 dias antes da data em que se

(1 a 5 mg/dia).

→ Nos casos em que há concomitância

planeja engravidar; suplementação de gestantes: 600 mcg/dia e mulheres que

com carência de Fe, o tratamento deve ser

simultâneo,

caso

fortificados

contrário

tiveram uma criança com defeito de

não

fechamento do tubo neural: 4000mg,

haverá recuperação completa dos níveis

começando

de hemoglobina.

concepção. 5

um

mês

antes

da


III. ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE ZINCO Zinco: essencial para o crescimento e desenvolvimento normal durante a gestação, a infância e a adolescência. É improvável que a deficiência de Zn aconteça de forma isolada a outras deficiências nutricionais e problemas de saúde.

Redução da Biodisponibilidade de Zn:

Estratégias para evitar a deficiência: Estimular

a

melhora

do

Fitato, oxalato, taninos e polifenóis;

estado

✩leite de vaca✩ possui elevado teor em

nutricional da criança,

cálcio, caseína e fitato reduzindo ainda

Estimular alimentos fonte do Zn, Estimular

aleitamento

mais a absorção de Zinco.

materno

Aumento da Biodisponibilidade do Zn:

exclusivo, Promover

educação

alimentar

Aminoácidos (cisteína e histidina),

e

fosfatos, ácidos orgânicos e proteína

nutricional. Deficiência de Zinco em pessoas com

A

deficiência de Ferro

biodisponibilidade

de

zinco

depende da quantidade do ferro e do

A deficiência de Ferro causa alterações

cobre no sangue, pois há competição

estruturais do muco e das vilosidades e,

desses 2 metais com o Zn.

consequentemente,

diminuição

da

absorção de Zinco. Tratamento da anemia ferropriva: níveis adequados de ferro

→ deficiência de zinco

será corrigida. Para evitar o efeito desses micronutrientes um sobre o outro, se for necessário e uso conjunto, o zinco e o ferro devem ser utilizados separadamente para evitar interferência na absorção um do outro.

→ Cuidado com a suplementação do Fe

IV. ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE COBRE Cobre: manutenção do sistemas nervoso, cardiovascular, esquelético, tecido conjuntivo, catalisador na formação da hemoglobina. Na gravidez e em recém-nascidos: aumento da necessidade. É provável que a deficiência aconteça de forma isolada a outras deficiências nutricionais e problemas de saúde Alteração dos níveis de absorção do

Fontes: vegetais, cogumelos, legumes, grãos

integrais,

cevada,

cobre por metais:

nozes,

sementes, leite, fígado, carne bovina,

O aumento de zinco no organismo está

crustáceos

relacionado com a deficiência de cobre.

(caranguejo,

lagosta,

molusco) e chocolate

Com

o

excesso

de

zinco

um

aumento de metalotioneína, o qual faz o

complexo

metalotioneína-zinco,

consequentemente o Zn não conseguirá passar pelos enterócitos. O cobre se liga nessa enzima e não consegue passar pelo enterócito pra ir pra corrente 6

sanguínea.


V. ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE VITAMINA E PREMATUROS! Os recém nascidos têm reservas relativamente baixas. O prematuro apresenta um maior risco de deficiência, o qual podem desenvolver uma forma grave de anemia: anemia hemolítica!! Recém nascidos prematuros podem receber suplementos para prevenir problemas no desenvolvimento. O risco diminui com a idade, o leite materno e fórmula suprem as necessidades de vit E. Manifestações da Anemia Hemolítica (prematuros): Hemorragia

cerebral,

crescimento

anormal

de

vasos

sanguíneos

dos

olhos

(retinopatia da prematuridade), enfraquecimento dos músculos. Tipo I

2 DIABETES

Tipo II

O diabetes mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os metabolismos. DM tipo 1 1 2 3 4

- Tipo 1A: deficiência de insulina por destruição autoimune das células β; - Tipo 1B: deficiência de insulina de natureza idiopática. DM tipo 2: perda progressiva de secreção insulínica combinada com resistência à insulina DM gestacional: hiperglicemia de graus variados disgnosticada durante a gestação, na ausência de critéios de DM prévio. Outros tipos de DM: monogênicos, diabetes neonatal, secundários a endocrinopatias...

7


Estágios 1 Autoimunidade

2

Anticorpos positivos

Níveis glicêmicos

Normoglicemia

para diagnóstico

3 Anticorpos positivos

Anticorpos positivos Disglicemia: níveis glicêmicos

Hiperglicemia evidente e

alterados

de início recente. DM

pré-diabetes

(jejum entre 100 e 125 mg/dL, 2 horas no TOTG entre 140 e 199 mg/dL, ou HbA1c entre 5,7 e 6,4%)

Sintomas

Ausentes

Glicemia em jejum (mg/dL)

→ ≥ 126 mg/dL, 2h no TOG ≥ 200 mg/dL, ou HbA1c ≥ 6,5%. glicemia de jejum

Ausentes

Presentes

Glicose 2h após sobrecarga com

Glicose

75g de glicose

ao acaso

(mg/dL)

Observações

HbA1c (%)

110 mg/dL para Normoglicemia

< 100

< 140

-

< 5,7

normalidade de glicose em jejum. Positividade de qualquer

Pré-diabetes ou

risco

aumentado

≥ 100 e <126

≥ 140

-

e <200

dos parâmetros confirma 5,7

diagnóstico de pré-

e <6,5

diabetes

para DM Positividade de qualquer dos parâmetros confirma

≥ 200 com Diabetes estabelecido

≥ 126

≥ 200

sintomas

inequívocos de

diagnóstico de DM. Na

≥ 6,5

hiperglicemia

ausência de sintomas de hiperglicemia, é necessário confirmar o diagnóstico pela repetição de testes.

Glicemia Jejum ou pré-prandial

Não diabético (mg/dL)

Crianças e adolescentes

Adultos com DM 1

com DM1 (mg/dL)

(mg/dL)

65 a 100

65 a 100

70 a 130

Pós-prandial

80 a 126

90 a 180

< 180

Ao deitar

80 a 100

120 a 180

65 a 100

80 a 162

Na madrugada

Time in Range (TIR): tempo no alvo. O paciente acopla um sensor de glicose em seu braço e pode-se identificar a quantidade de glicose no seu sangue 24h por dia. No TIR podemos observar se na maior parte do tempo o paciente está com hipo ou hiperglicemia.

8


Complicações

A análise da causa de óbito, por tempo de início e

crônicas do diabetes:

duração do diabetes, mostra que o coma cetoacidótico

microvasculares e

é uma importante causa de óbito para os indivíduos

macrovasculares

com diagnóstico recente de DM1. Cetoacidose

Na maioria das vezes, a CAD é

Problemas na bomba de insulina

precipitada por fatores desencadeantes

Abuso de substâncias (álcool, cocaína)

identificáveis, dos quais os mais

Uso de medicamentos

comuns são as infecções (30-39%) e a

Transtornos alimentares (compulsão

omissão do uso de insulina (21-49%).

alimentar, bulimia).

Prevenção DM1 As proposições mais aceitáveis

✩ Medicamento

consistem em estimular o aleitamento

Medicamento: a escolha para o DM1 é a

materno e evitar a introdução do leite

utilização de insulina via subcutânea.

de vaca nos primeiros 3 meses de vida.

ESQUEMA BASAL - BOLUS ou SICI.

4 pilares do tratamento: medicamento + alimentação + exercício físico + educação

Conduta a Depender da Glicemia - Monitorização Hipoglicemia

Meta glicêmica

Como corrigir hipoglicemia?

Hiperglicemia Como corrigir hiperglicemia? 4 pilares

Glicemia entre 50 a 69 mg/dL: Ingerir 15g de CHO simples como: 3 balas moles; 1 colher de sopa de mel; 1 colher de sopa de açúcar Glicemia menor que 50 mg/dL: Ingerir 30g de CHO simples; Aguardar 15 minutos, caso glicemia menor que 70 mg/dL, repetir a operação

9


Macronutrientes

Ingestão diária recomendada

Carboidratos

Carboidratos totais: 45 a 60%. Não inferior a 130 g/dia

Sacarose

5%

Frutose

Não se recomenda sua adição aos alimentos

Fibra alimentar

Mínimo de 14 g/1.000 kcal. DM2: 30 a 50 g/dia

Gordura total

20 a 35% do VET

Ácidos graxos saturados

< 6% do VET

Ácidos graxos poli- insaturados

Completar de forma individualizada

Ácidos graxos monoinsaturados

5 a 15% do VET

Colesterol

< 300 mg/dia

Proteína

15 a 20% do VET

Micronutrientes

Ingestão diária recomendada

Vitaminas e Minerais

As mesmas recomendações da população sem diabetes

Sódio

Até 2.000 mg

O que uma pessoa com diabetes não pode comer: Sacarose

e

sacarose

não

alimentos são

contendo

proibidos

A

sacarose

pode

ser

inserida

no

para

contexto de uma alimentação saudável

indivíduos com diabetes, uma vez que

No entanto, se adicionada à

não aumentam a glicemia mais do que outros

CHO

quando

ingeridos

refeição, deve ter substituição

em

de outras fonte de CHO e compensada

quantidades equivalentes.

com doses adicionais de insulina (A).

“Não queremos que nossos pacientes com diabetes tenham transtornos alimentares advindos de restrições que não são baseadas em diretrizes.” Low Carb: resultados são inconclusivos. É um consenso que a monitorização da quantidade de CHO das refeições é uma estratégia útil para melhorar os níveis glicêmicos pós-prandiais. No entanto, a adesão a longo prazo da dieta LC é baixa Diário Alimentar:

/ /

Refeição:

Horário:

Alimento/Quantidade

:

Local:

CHO total:

CHO

Sentimento

Quantidade Qualidade Correlacionar alimentação com eventos e/ou sentimentos

10


Como evitar picos de glicemia? Escolher os melhores cho e misturar com ptn e gorduras!

Edulcorantes Ao

contrário

da

Exercício Físico medicação

Segundo

a

SBD,

para

crianças

e

oral/insulina e do monitoramento da

adolescentes, recomenda-se atividade

glicemia, os edulcorantes, comumente

física aeróbica com duração de 60

chamados

minutos por dia (recreativa) e sessão de

de

adoçantes,

não

são

essenciais ao tratamento de diabetes,

atividades

mas podem favorecer o convívio social

semana.

e a flexibilidade do plano alimentar.

Deve-se diminuir o paladar doce.

em

vigorosas

adultos,

3

vezes

indica-se

por

exercício

aeróbico moderado com duração de 150 minutos por semana, exercício

Contagem de CHO

aeróbico intenso de 75 minutos por

O monitoramento da ingestão de CHO,

semana

seja por contagem de CHO, seja por

intensidades, além de exercícios de

estimativa baseada na experiência, é

fortalecimento muscular no mínimo 2

fundamental

vezes por semana.

para

o

alcance

do

ou

combinação

das

duas

controle glicêmico. Educação dos pais

Assim, a contagem de CHO é uma importante ferramenta no tratamento

Educação em Diabetes: relacionada ao

do diabetes e deve ser inserida no

processo

contexto de uma alimentação saudável.

Equivalência

habilidades

Grama por grama

Padrão de CHO nas refeições. Substituição

por

quantidades

de

de

desenvolvimento específicas

incorporação necessárias

de para

atingir

estabelecidas

Mais complexo

tratamento do diabetes. prescrição.

CHO equivalentes.

11

a

ferramentas

Mais flexibilidade

Abordagem

em

e

de

cada

as

metas

etapa

comportamental:

do

menos


BOLUS CORREÇÃO glicemia atual - glicemia meta dose de insulina total diária

FATOR SENSIBILIDADE Regra dos 1800: 1800 dose de insulina total diária Regra dos 1800 apenas como ponto de partida, pode variar ao longo do dia!

Devo olhar a quantidade de CHO pela tabela de alimentos da SBD ou pelo rótulo nutricional?

Medida caseira X peso do alimento

Olhamos

o

rótulo

quando

este

estiver

disponível e a tabela de alimentos quando o rótulo não for fornecido.

Cuidado com raízes, cuscuz e macarrão.

12


CASO CLÍNICO 1 M.P.M. tem 12 anos de idade e DM1 há 1 anos. Atualmente usa 17 unidades de insulina degludeca às 7h e faz contagem de CHO com insulina aspartame (caneta refil com graduação de 1 em 1 unidade) conforme relações abaixo: 1:8 café da manhã

1:12 lanche da manhã

FS: 60

Meta glicêmica das refeições: 100 mg/dL

1:5 jantar

1:20 ceia

Diário de glicemias (mg/dL) Data

Pré café

20/10

215

Pós café

Pré almoço

108

99

Pós almoço

Pré jantar

126

90

Pós jantar 120

CHO (g) Data 20/10

Café 30

Lanche

Almoço

0

35

Lanche

Jantar

20

Ceia

35

10

1) Quantas unidades de insulina asparte a paciente usou pré café, pré almoço e pré ceia?

CASO CLÍNICO 2 Paciente M.X.C., sexo feminino, 3 anos, diagnosticada há 1 ano com DM1. Mora com os pais e um irmão de 5 anos. Faz esquema basal bolus e utiliza doses fixas das insulinas. Mãe relata tais dificuldades: 1. Paciente não aceita ter alimentação diferente do irmão; 2. Paciente sempre retorna com glicemia alta do colégio; 3. Paciente sempre tem hiperglicemia algumas horas pós hipoglicemia; 4. Paciente sempre dorme com glicemia alta por medo de baixar a glicemia na madrugada; 5. Paciente se recusa a comer, pois a mãe restringiu muitos alimentos fontes de carboidratos pelo fato da filha não estar conseguindo controle glicêmico adequado. Quais recomendações você daria a esta mãe?

3 DISLIPIDEMIAS E ATEROSCLEROSE A dislipidemia é fator de risco para: Dislipidemia infância

↑ CT ↑ LDL-C ↑ TG ↓ HDL

Início precoce - DOHAD. Pode ser resultado de um aleitamento materno inadequado e/ou

introdução

alimentar

precoce

com

o

consumo

de

alimentos

adoçados,

processados e ultra, grupos alimentares isolados; além da introdução alimentar tardia de fontes vegetais e fibras. 13


Epidemiologia das causas no Brasil Hipertensão:

0,8

a

8%

na

infância

e

Sedentarismo: Variações de 40 a 92%

adolescência, está associada à sobrepeso e

Dislipidemias

obesidade

Tabagismo: Presente entre 3 e 12%

Sobrepeso e Obesidade: Maior do que 10%

dos adolescentes

na infância e adolescência Recomendações e Triagem

Avaliação do risco

Dosagem de colesterol total

Parentes 1º grau Colesterol total

História familiar

Análise das

positiva

lipoproteínas

≥ 240 mg/dL

Repetir colesterol total a

Colesterol total

cada 5 anos.

aceitável

Seguir recomendações de

< 150 mg/dL

dieta e

↓ fatores de risco

< 150 mg/dL Colesterol total

Repetir a

limítrofe

dosagem do

150-169 mg/dL

colesterol

≥ 150 mg/dL

Colesterol total

Análise das

elevado

≥ 170 mg/dL

lipoproteínas

Com o aumento da obesidade, a triagem foi ampliada para outros fatores como

hiperglicemia, resistência insulínica e HAS. Faixa etária

Triagem

(anos) > 2 anos

Não há indicação de triagem Triagem seletiva, crianças com fatores de risco como: história familiar de infarto

2a8

agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença arterial periférica em homens abaixo de 55 anos e mulheres abaixo de 65 anos. História familiar de hipercolesterolemia. Outros fatores de risco CV (hipertensão, diabetes melito...)

9 a 11 12 a 16 17 a 21

Triagem universal Triagem seletiva: casso ocorra história familiar positiva, ou em um novo fator de risco, recomenda-se a dosagem de dois perfis liídios em jejum. Triagem universal

14


Pontos de corte Em jejum

Lipídios

Sem jejum

Nível aceitável (mg/dL) Colesterol total

Nível aceitável (mg/dL)

< 170

< 170

LDL colesterol

< 110

< 110

HDL colesterol

> 45

> 45

0-9 anos

< 75

< 85

10-19 anos

<90

<100

Não-HDL-C

< 120

-

Apoliproteiína B

< 90

-

Triglicérides

Valores de colesterol total

≥ 230 mg/dL podem indicar hipercolesterolemia familiar.

Quando os valores de triglicérides forem superiores a 440 mg/dL, o médico assistente deve solicitar avaliação dos triglicérides após um jejum de 12h. Não HDL-C = (colesterol total - HDL-C)

Valores de referência lipídica - 2 a 19 anos Lípides

Desejáveis (mg/dL)

Limítrofes (mg/dL)

Aumentados (mg/dL)

CT

< 150

150-169

LDL-C

< 100

HDL-C

≥ 45

100-129

≥ 170 ≥ 130

TG

< 100

100-129

≥ 130

TG entre 100 e 200 mg/dL geralmente está relacionado à obesidade TG > 200 mg/dL, geralmente relacionado a alterações genéticas

Causas de dislipidemia

Causas de dislipidemia primária: Hipercolesterolemia, Hipertrigliceridemia e Hipolipidemia

Causas de dislipidemia secundária: Hábitos de vida: tabagismo, etilismo, dieta rica em CHO, dieta tica em gordura saturada Doenças: endocrinopatias, nefropatias, hepatopatias, cardiopatias, doenças de depósito, doenças do colágeno, outras.

Endocrinopatias: hipotireoidismo,

diabetes deficiência

melito, do

hormônio do crescimento, obesidade, síndrome do ovário policístico.

Medicamentos: corticosteroides, contraceptivos orais hormonais, esteroides anabólicos, antirretrovirais... 15


Alterações lipídicas nas principais dislipidemias secundárias Alterações lipídicas Distúrbios

↑ LDL

↑ Triglicérides

↓ HDL

Síndrome metabólica

Síndrome metabólica

Endócrino-

Hipotireoidismo

Diabetes mellitus

Diabetes mellitus

metabólicos

Anorexia nervosa

Obesidade

Obesidade

Hipotireoidismo Síndrome nefrótica

Outras doenças

Síndrome nefrótica

Hepatopatia

Insuficiência renal SIDA

Hábitos de vida

Álcool

Sedentarismo

Dieta rica em CHO

Tabagismo

Glicocorticoide Medicações

Progestágenos

Estrógenos

Esteroides

Ciclosporinas

Diuréticos

Anabolizantes

Tiazídicos

Betabloqueadores

Betabloqueadores

Isotretinoína

Formas mais Frequentes na Infância Hipercolesterolemia Familiar É um distúrbio autossômico dominante

LDL > 190 mg/dL após 3 meses de

determinada por uma grande série de

dieta

mutações (mais de 700 descritas). 5 a 10%

LDL > 160 mg/dL associado à hist. de

dos casos de eventos cardiovasculares em

doença coronariana precoce (< 55

< 50 anos. 35 milhões de indivíduos tem

anos H e < 60 anos M) em familiar de

hipercolesterolemia familiar.

1º grau. LDL > 130 mg/dL com um dos pais

O diagnóstico fenotípico da HF deve ser

tendo diagnóstico genético

suspeitado

LDL > 160 g/dL em um dos genitores

na

presença

de

história

familiar de doença coronariana precoce + elevação do LDL-C. As

alterações

sugerem

do

HF,

Testes

genéticos

para

investigar

mutações (LDL-R, Apo-B, PCK9) são perfil

lipídico

excluindo

que

causas

secundárias são:

indicados nas seguintes situações: Mutação genética em um dos pais Morte de um dos genitores por doença arterial coronariana precoce.

16


Abordagem Diagnóstica 1. Classificação etiológica

2. Estratificação de risco cardiovascular 3. Orientação terapêutica

Idade, sexo; história da dislipidemia;

Exames

acompanhamento nutricional prévio;

antropométricos;

hábitos de vida e anamnese alimentar;

hemograma completo; sinais sugestivos de

doenças de base (diabetes, síndrome

depósitos

nefrótica,

hepatopatia,

xantomas);

medicamentos;

(saturados,

aids,

hipertireoidismo); exames laboratoriais.

físico

e

laboratorial: perfil

de

lipídios

(xantelasmas,

investigação trans,

sódio,

dados

lipídicos;

CHO

dietética simples,

frituras e alimentos competitivos)

Fatores que devem ser considerados: História familiar positiva: infarto, angina, morte súbita (em idade inferior a 55 anos para mulher e 65 anos para homens). Hipercolesterolemia familiar. hipertensão medicamentosa

hipertensão não medicamentosa

IMC > p97

tabagismo Tratamento

Mudanças no estilo de vida

Dieta

Atividade física moderada a vigorosa

Todos os maiores de 2 anos, mesmo

por pelo menos 1h/dia; tempo de telas

saudáveis:

no máximo 2h/dia; evitar o tabagismo e

Lipídios totais 25-30% VET

etilismo; melhorar o estilo alimentar

Saturados < 7-10% do VET

(diminuir o uso de açúcares simples e

Mono e poliinsaturados 20%

bebidas açucaradas). Drogas que alteram

Colesterol alimentar < 300 mg/dia

o

perfil

lipídico:

anticonvulsivantes;

Aumentar as fibras solúveis: 5 g/dia +

anti-hipertensivos;

imunossupressores;

idade da criança em anos, até 20 g/dia

drogas lícitas; esteróides sexuais.

Utilizar fitoesteróis (soja?) - 1 a 3 g/dia (a partir dos 5 anos) Ômega 3 - 1 a 4 g/dia (EPA e DHA) Idealmente - IMC/diade < p85 Para dislipidemia refratária ou

Considerar encaminhamento para

dislipidemias severas:

farmacoterapia:

< 25% do VET de lipídios

LDL > 190 mg/dL, sem fatores de risco;

< 7% de saturados

LDL > 160 mg/dL, com fatores de risco;

< 200 mg de colesterol

LDL > 130 mg/dL, com diabetes;

Atenção ao consumo de trans

TG > 500 mg/dL, com obesidade ou com

formas

monogênicas

de Classes de medicamentos

dislipidemias

a) estatinas, b) fibratos, c) resinas de troca.

17


Reconheça o paciente, acolha - lactação à 1ª infância:

Pergunte

aconselhe

o

sobre

o

abandono,

prepare

o

anos: Alertar pais sobre o aumento da de

sobre

mundo. o

contato,

Perguntar

à

aconselhe

a

criança sobre os efeitos. Prepare a criança para o seu desejo do “não” frente aos grupos,

acompanhe

aquelas

1. Algum de seus amigos fumam? 2. Seus pais fumam?

Reconheça o paciente, acolha - dos 5 aos 12

criança

o risco de fumar

hábito,

abandono e acompanhe o interesse.

consciência

Questionário para avaliar

que

demonstrarem o hábito.

→ comportamentos de risco/psicossociais.

3. Seus pais permitem que veja filmes acima do limite para sua idade? 4. Qual o seu grau de aproveitamento escolar? 5. Você pensa que poderia fumar no próximo ano? 6. Se seu amigo lhe oferecer um cigarro, você fuma?

Recomedações Gerais Avaliada aos 10 anos de idade <

10

anos

quando

Papel do profissional, da família, da

houver

histórico

escola e da comunidade

pessoal de doença

Acompanhamento regular

CT > 150 mg/dL e LDL > 100 mg/dL, em

Riscos adicionais (TDAH e fumo)

duas amostras, necessitam seguimento

Leve

Dieta e eventual uso de medicamento

psicológicos

dependem

aterosclerose na infância

da

intensidade

e

fatores

em

conta da

os

aspectos

prevenção

da

clínicos

4. OBESIDADE INFANTIL Aumento da prevalência; Repercussões biopsicossociais; Elevado percentual de insucessos terapêuticos e recidivas; Grande risco de crianças e adolescentes obesos se tornarem adultos obesos; Fatores de risco para diversas doenças ao longo da vida.

18


Fatores de risco para o desenvolvimento da obesidade infantil Genética/Epigenética

Peso ao Nascer

A obesidade da mãe, mesmo antes

Bebês

da gestação, correlaciona-se ao IMC

gestacional

da criança, na idade de 5 a 20 anos.

Bebês

Ambos pais obesos - risco 75%

gestacional

Um dos pais obeso - risco 50%

Cirurgia

Mães

crescimento intrauterino,

diabéticas

mau

controladas

durante a gestação

pequenos grandes

para para

bariátrica

a

idade

a

idade

materna:

oferta

calorias, macro e micronutrientes, perda de céls secretoras de grelina

Alimentação Alimentos

ricos

maternas (regulador do crescimento

em

gorduras

e desenvolvimento intrauterino):

e

↓ P ao nascer

açúcares e o uso de leite de vaca antes de um ano de idade

Comportamento Inatividade/sedentarismo

Aleitamento Materno

Sono inadequado

Introdução inadequada de alimentos

Uso inadequado do alimento (comer

Interrupção precoce do aleitamento

noturno,

materno

estresse, solidão, frustrações)

comer

em

resposta

ao

Classificação do RN Pelo peso ao nascer PN PN

Pela idade gestacional (IG)

≥ 4000g = macrossomia ≥ 2500g = peso adequado

IG < 37 semanas = RN pré-termo IG entre 37 e 42 semanas = RN de termo

PN < 2500g = RN de baixo peso

IG > 42 semanas = RN pós-termo

PN < 1500g = RN de muito baixo peso PN < 1000g = RN de muitíssimo baixo peso

A avaliação do RN de acordo com IG

PN < 800g = microprematuro

é realizada através das curvas de crescimento fetal. A mais utilizada é

Baixo

peso:

quando

a

a curva proposta por Ramos (1983),

criança

que utiliza o critério de percentil.

nasce com baixo peso o corpo irá tentar

se

equiparar

ao

peso

normal. A hipótese é que você acaba

demandando

amadurecimento

do

muito organismo

mais rápido do que o indivíduo

↠ Abaixo do percentil 10 = pequeno para a IG ↠ Igual ou acima do percentil 10 e igual ou inferior ao P90 = adequado para IG ↠ Acima do percentil 90 = grande para a IG

que nasceu com o peso normal o que gera um acúmulo de gordura futuro.

→ Hiperplasia das células adiposas 19


Diagnóstico Anamnese

IMC/Idade

Conhecer comorbidades Complementar: dobras cutâneas e CA rel. CA/E

1. Anamnese História da obesidade: idade de início,

Antecedentes pessoais: peso ao nascer,

relação

desencadeantes,

ganho de peso acentuado no 1º ano de

de

vida,

com

tentativas

fatores

anteriores

tratamento,

uso

de

medicamentos

percepção da família sobre o problema.

predispõe a obesidade; na

Antecedentes

Antecedentes

familiares:

considera-se

alimentares:

que

tempo

de

risco cardiovascular familiar se houver,

aleitamento materno (reduz o risco de

em pais, avós, tios e tias, história de

desenvolvimento de obesidade), como

DCV antes dos 55 anos (H) e dos 65 anos

foi

(M), HAS...

complementar

Comportamento investigar

o

familiares

e

rendimento

e

estilo

de

vida:

escolar.

ansiedade,

depressão

alimentar.

Como

a

vai

para

da

da

e

alimentação

seus

aspectos

quantitativos e qualitativos.

com

Hábitos alimentares: informações sobre o dia alimentar habitual, frequência de

de

consumo dos alimentos mais calóricos.

compulsão

Investigar a dinâmica da refeição: onde

Presença e

introdução

escola,

comportamento colegas

a

ou

o

é realizada, se ocorre com ou sem a

escola,

a

presença de pais, irmãos, qual ambiente,

periodicidade e a duração das atividades

horários, intervalos, o tempo gasto, se

físicas curriculares e extra, tempo gasto

ocorre

com TV, videogames, computador e

concomitante de líquidos, como é a

celular; quais são as brincadeiras e

mastigação.

adolescente

criança a

atividades que eles preferem. Investigar bullying.

repetição,

se

ingestão

► Registro alimentar (7 dias) ► QFA com marcas ► REC 24h ► Lista de compras • Pode utilizar cartazes, desenhos

2. IMC/Idade Condição

Do nascimento até 5 anos

Sobrepeso

≥ -2 e ≤ +1 Escore Z > +1 e ≤ +2 Escore Z > +2 e ≤ +3

Obesidade

Escore Z > +3

Eutrófico Risco de sobrepeso

Escore Z

Obesidade grave

De 5 a 19 anos Escore Z

≥ -2 e ≤ +1

≤ +2 Escore Z > +2 e ≤ +3 Escore Z > +1 e

Escore Z > +3

20


Classificação do estado nutricional de acordo com IMC/IDADE por percentil e escore-z Percentil

≤ 97 > 97 e ≤ 99,9 > 85 e

> 99,9

Escore-z

≤ +2 > +2 e ≤ +3 > +1 e

> +3

0 - 5 anos incompletos

5 - 20 anos incompletos

Risco Sobrepeso

Sobrepeso

Sobrepeso

Obesidade

Obesidade

Obesidade grave

Complementar: CA/E

Percentil 90: foi associado com alterações metabólicas. Para realizar a circunferência abdominal deve-se marcar, inicialmente, o ponto médio entre a última costela fixa (décima) e a borda superior da crista ilíaca, local onde a fita será colocada.

Complementar: dobras cutâneas Sexo Masculino de raça branca: Pré-púberes: 1,25 (tric. + subesc.) - 0,008 (tric. + subesc.)² - 1,07 Púberes: 1,21 (tric. + subesc.) - 0,008 (tric. + subesc.)² - 3,4 Pós-púberes: 1,21 (tric. + subesc.) - 0,008 (tric. + subesc.)² - 5,5

Utilizar nas idades de 8 a 18 anos.

Sexo Masculino de raça negra: Pré-púberes: 1,21 (tric. + subesc.) - 0,008 (tric. + subesc.)² - 3,2 Púberes: 1,21 (tric. + subesc.) - 0,008 (tric. + subesc.)² - 5,2 Pós-púberes: 1,21 (tric. + subesc.) - 0,008 (tric. + subesc.)² - 6,8

21


Sexo Feminino (todas): 1,33 (tric. + subesc.) - 0,013 (tric. + subesc.)² - 2,5 Caso a soma das duas dobras cutâneas seja maior que 35mm, utilizar as equações abaixo: Homens: 0,783 (tric. + subesc.) + 1,6 Pontos

de

corte

para

excesso

Mulheres: 0,546 (tric. + subesc.) + 9,7

de

Meninos 25%

gordura corporal associados a fatores

Meninas 30%

de risco cardiovascular. (equações de Slaughter et al. 1988)

Avaliação das dobras individualmente por percentis: Ponto de corte > percentil 90: excesso de adiposidade (tabelas individuais) 3. Conhecer comorbidades Estratégias pouco documentadas em comparação com adultos; não há tratamento considerado

padrão

(papers

inconclusivos,

metodologias

diferentes).

As

recomendações atuais são baseadas nos 2 pilares: CONTROLE

Comorbidades

Ganho Ponderal

(eventualmente encontradas)

Manejo da Doença 1.

Incentivo alimentação saudável,

2.

Alimentação

balanceada,

com frutas e vegetais e exercício

estruturadas,

físico.

calórica, exercício físico supervisionado

Limitação

sedentárias tablets,

(TV,

de

atividades

celular,

games,

computadores).

Não

↓ IMC em 3 a 6 meses → próximo estágio.

alimentos

refeições densidade

(mín 60 min/dia), TV, cel, games, 1h/dia.

havendo

Automonitoramento

alimentares

e

de

exercício

(diários físico).

Retornos mensais ou semanais ajustados a necessidade. Dependendo da resposta, avaliar

→ próximo estágio. 22


3.

Atendimento

em

equipe

das

obesidade

medicações

infantil

Utilizar

incluindo

Resposta riscos

um

comportamental.

de

mais

comportamentais

e

inadequada

social,

enfermeiro

estágio

3,

de

Equipe

especialista

em

Desenvolver hábitos de alimentação e

psicólogo

ou em

primário

psicológico

+

resultados. Até 7 anos de idade - Principal objetivo:

físico. e

multidisciplinar

uso

cirurgia.

e pesquisa de avaliação e evolução dos

ao

comportamento, nutricionista e educador

nutricionista

e/ou

obesidade infantil, protocolos clínicos

especialista

Atendimento

anteriores,

estratégias

↑ saúde e ↓ motivação

Assistente

estratégias hipocalórica,

monitoramento.

→ considerar ir para estágio 4.

Além

alimentação

aconselhador

4.

multidisciplinar com experiência em

com parceria

programas comunitários, saúde pública, escolas locais.

atividade

física

saudáveis;

a

manutenção prolongada do peso ou a desaceleração da taxa de ganho de peso, possibilita um declínio gradual no IMC conforme a criança cresce em estatura; OBS: meta apropriada na ausência de complicações secundárias à obesidade.

Tratamento convencional brincadeiras que envolvam ↓ ingestão calórica e ↑ do gasto energético; ↑ atividade física vigorosa (≥ 1h/dia), ↓ Estágio 1 (3-6 meses)

Tratamento a longo prazo (retornos frequentes); Objetivo: manutenção do peso ( altura vai acarretar em

telas (< 1h/dia somando televisão,

↑ idade e

↓ de IMC);

computador, celular…),

videogame

metas

de

estático,

mudança

da

alimentação (sem menção de metas

Modificação comportamental

de

(envolvimento familiar no processo de

peso),

especialmente

para

adolescentes.

mudança)

Cirurgia bariátrica para adolescentes? Deve ser realizada em casos muito especiais. No Brasil, limite inferior de idade é 16 anos, Z-IMC

≥ +4, placa epifisária fechada, concordância do responsável legal e da

equipe multidisciplinar. O adolescente elegível para cirurgia bariátrica deve ter

comprometimento da saúde pela magnitude da obesidade, ter falhado após seis meses de tratamento convencional, e ainda, ter plena capacidade de decisão e garantia do envolvimento familiar.

23


Avaliar mudança de estágio de acordo com o IMC Planejamento da Perda de Peso (crianças e adolescentes)

↓ peso gradual; ↓ 0,5 kg/mês ✔ ↓ peso até 1 kg/semana ✔ Z-IMC > +3 = em 3 a 6 meses sem ↓ IMC na estratégia 1 deve-se partir para as Z-IMC > +2 = Z-IMC > +3 =

estratégias 2, 3 e 4: dieta mais estruturada, atividade física, participação familiar, retornos mais frequentes (semanais) com equipe multidisciplinar.

Manejo da Alimentação Objetivos - inclui 4 estratégias: (1) Manutenção do crescimento e saúde; (2) Tratar, minimizar ou evitar repercussões metabólicas; (3) Aumentar autoestima; (4) Criar hábito de vida saudável. Estágio de vida Crianças (3 a 18 anos)

Gasto energético total (kcal/dia) EER (kcal/dia) = gasto energético total GET = 144 (50,9 x idade [anos]) + AF x {(19,5 x peso [kg]) + 1.161,4 x altura (m)]}

Meninos Meninas

GET = 389 (41,2 x idade [anos]) + AF x {(15,0 x peso [kg]) + 701,6 x altura (m)]}

Manutenção do peso em crianças com sobrepeso e obesidade

Nível de atividade física Estágio de vida Meninos Meninas

Sedentário

Pouco ativo*

Ativo**

Muito ativo***

1,0

1,12

1,24

1,45

1,0

1,18

1,35

1,60

Coeficiente de AF para crianças e adolescentes (3 a 18 anos). Para manutenção do peso em crianças com risco de sobrepeso e com sobrepeso. AF *30 a 60 min diários de atividade moderada, **pelo menos, 60 min diários de atividade moderada; ***60 min de atividade física intensa ou 120 min de atividade moderada. Adolescentes com sobrepeso ou obesidade Meninos

GEB (kcal/dia) = 419,9 - (33,5 x idade [anos]) + (418 x altura [m] + 16,7 x peso [kg])

Meninas

GEB (kcal/dia) = 515,8 - (26,8 x idade [anos]) + (347 x altura [m] + 12,4 x peso [kg])

24


Distribuição de macronutrientes, segundo idade

Abordagem para o adolescente pós-estirão Perda de 0,5 kg/semana ou de 2 a 3 kg/mês: redução cerca de 500 kcal/dia; propor opções alimentares respeitando hábitos; meninas: considerar a menstruação e a influência da retenção hídrica; não substituir refeições por lanches, realizar desjejum; estratégias educativas: o indivíduo é o protagonista. Promoção

do

aleitamento

materno;

introdução

adequada

de

alimentação

complementar, de acordo com as recomendações técnicas; promoção adequada de horas de sono; valorização da alimentação saudável, estímulo ao conhecimento sobre a importância da atividade física e práticas corporais no desenvolvimento da criança e do adolescente; promoção de atividade físicas lúdicas e recreativas; observação do comportamento sedentário. Abordagens de comportamento: Entrevista

Abordagens de comportamento

Motivacional para Adolescentes

Ter atenção à sua alimentação,

Centrada

no

paciente,

reforça

planejar

a

sua

refeição

com

antecedência.

motivação intrínseca para a mudança, sem críticas ou julgamentos por parte do entrevistador. Estágios de Mudança de Comportamento:

O indivíduo como protagonista da mudança 1 Pré Contemplação (não reconhece problema ainda)

2

3

5 4

Contemplação

Decisão

Ação

(reconhece

(está pronto para

(está executando

problema)

mudar)

a mudança)

25

MANUTENÇÃO DA MUDANÇA


Quais são as recomendações para os pais ou responsáveis por crianças e adolescentes com obesidade? - COVID-19 Manter

as

limitando

orientações a

compra

nutricionais, de

Definir horários para o uso saudável

alimentos

das telas.

industrializados e de refeições prontas;

Manter

Estimular consumo de alimentos não

atualizada.

industrializados;

Deixar claro que o momento não é de

Manter,

estimular

e

participar

de

férias

a

e

caderneta

sim

de

uma

qual

as

vacinação

situação

atividades físicas entro de casa, e em

transitória,

ambientes seguros ao ar livre.

cotidianas devem ser cumpridas.

26

na

de

atividades


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