GABRIELA WERNER CADERNO TFG - ABTAR

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AB TAR


CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO ORIENTADOR: DANI HIRANO

AB TAR

GABRIELA WERNER PASSADOR SÃO PAULO 2021


Reconheço e agradeço de princípio a todos os integrantes da minha família, aqueles que me dão as respostas nos momentos de dúvida e acolhem nos momentos de alegria. Agradeço a minha mãe por sempre incentivar a criatividade dentro de casa, por saber, antes de mim mesma, o que o meu futuro me reserva e me guiar por todos os caminhos de mãos dadas. Agradeço meu pai pelas incansáveis conversas, as milhares de perguntas e o melhor colo do mundo sempre que precisei, sou sua maior fã.

Em seguida, gostaria de agradecer meus professores, que por mais abstrata que fosse a ideia, me fizeram fundamentar e racionalizar uma intuição do que seria esse projeto. Primeiro meu orientador Dani Hirano, que divido todo o esforço e as conquistas desse Trabalho Final de Graduação. Em seguida os professores Vasco de Mello e Ivanir Reis Neves Abreu, que me deram as referências e o primeiro passo para chegarmos até aqui.

agradecimentos

Agradeço por fim a faculdade e ao corpo docente, aos colegas de curso e amigos que conquistei durante esse ciclo de cinco anos. Vocês foram fundamentais.

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índice

motivação

referências

cenários

desenvolvimento habitação mínima

pagina 10 - 13

pagina 14 - 19

pagina 20 - 21

pagina 24 - 29

desenvolvimento módulo construtivo

desenvolvimento estrutura acoplável

local de estudo

considerações finais

pagina 30 - 45

pagina 46 - 59

pagina 60 - 65

pagina 67

- Justificativa

- Casa desmontável, Jean Prouvé 1947

- Emergencial

- Requisito

- Requisitos

- Emergencial - baixo custo

- Cenário Paulista

- Objetivo

- Shelter With Diginity, Framlab, 2018

- Habitacional

- Dimensões

- Dimensões

- Habitacional - médio custo

- Edifício Garagem Automática da Luz

- Metodologia

- U Build, Studio Bark, 2019

- Turismo

- Modulação

- Turismo - alto custo

- Conclusão

- Encaixe - Ferramentas - Material - Tamanhos - Variações

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transportar acoplar remontar transportar acoplar remontar transportar acoplar remontar transportar acoplar remontar

motivação

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motivação

transportar acoplar remontar Ao subirmos no topo do mais alto prédio, localizado no mais alto morro da cidade, a imensidão urbana nos tirará o fôlego, a impermanência do organismo urbano demonstrará a vida que corre e se transforma incessantemente pelos seus caminhos e a dureza e invariabilidade do concreto que trará proporcional contraposição às formas orgânicas que são observadas. E ao descermos, a escala diminui, mas tudo ainda se resume a impermanência, o movimento expansivo ininterrupto das cidades, que contrasta com os muros de concreto, maciços e eternos. A história nos mostra que a perduração da arquitetura sempre foi vista como um dos grandes objetivos, deixando rastros de quem fomos e como fomos para a história, pautado na intenção de que sirva de legado, para as futuras gerações, preservamos Stonehenge, visitamos o Coliseu e nos emocionamos em Châteu Comtal. A ininterrupta existência das construções tem o seu propósito, mas não podemos sustentar a ideia de que tudo há de ser perpétuo. O contemporâneo nos relembra a todo momento de que não há mais espaço para a eternidade. A arquitetura histórica é conservada por ser relevante enredo do momento presente e deve servir para ensinar e exemplificar as tecnologias e as necessidades de tal época. Historicamente, a tecnologia construtiva se encaminha para materiais cada vez mais duráveis, quanto mais sólidos e resistentes, melhor. Nos castelos, criamos paredes de pedra autoportantes para nos protegermos de ataques inimigos e posteriormente nos empilhamos em prédios de concreto para que pudéssemos domiciliar a superpopulação da espécie.

A arquitetura vem de maneira a solucionar os problemas, porém criamos outros. As construções fizeram com que deixássemos os nossos rastros de uma maneira tão concreta que para apagarmos e contarmos uma nova história naquele local, é necessário que ponhamos tudo para baixo, explodindo e destruindo para sempre aqueles pedaços de matéria que um dia foram paredes, pisos e telhados, tornando- se entulho, um inútil e espaçoso entulho. A partir de uma rápida avaliação do modo em que as novas gerações se desdobram, observa-se uma maneira de viver cada vez mais imprevisível, itinerante e efêmera. A globalização não necessita da estabilidade tão desejada nas antigas gerações, conceitos como “casa própria” ou “criar raízes” são ultrapassados, hoje moram em apartamentos alugados pelo período que se fazem úteis e procuram que sejam perto de onde necessitam estar, seja isso o trabalho, o metrô ou qualquer outro ponto de referência do cotidiano daquele momento. Essas moradias que são cada vez mais sucintas espacialmente, além de conversarem com o ambiente urbano que falta terrenos para novas construções, também são consequência do funcionalismo contemporâneo. Espaços menores permitem que possam aproveitar em totalidade tudo que é proporcionado. E quando viajam, não se preocupam mais com a burocracia dos hotéis, preferem a aplicativos como Airbnb, onde podem experienciar novas alternativas ao cotidiano. Essa globalização permitiu, também, que fosse criada uma consciência social que se responsabiliza, a todo o momento, pela forma em que deixamos esses rastros.

Baseado nisso, entende-se que habitar não pode ser sinônimo de alteração do meio de forma incorrigível, deve ser algo que retorna ao normal no momento que nos retiramos daquele local. Essa então é a motivação principal para o desenvolvimento desse projeto, buscar uma nova forma de moradia, entendendo o habitar como uma consequência dos ideais dessa geração. Com isso, é criado uma metodologia construtiva e estrutural desmontável, escorada nos conceitos de transportar, acoplar e remontar (TAR), que permite que seja inserida na solidez urbana atual.

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motivação

arquitetura adaptável é a tendência e a consequência do novo modo de habitar espaços híbridos nomadismo urbano consciência ambiental

empenas cegas: os restos de fachadas que se criam na cidade, paredões gigantescos com alto potencial de aproveitamento, mas pouco explorado

reestruturação familiar flexibilidade espacial adensamento

estrutura desmontável: a arquitetura moderna busca reduzir o impacto que provoca no meio, contemplando a possibilidade de relocação e arma zenamento tanto da habitação quanto da estrutura de acoplagem

AB(TAR) as cidades e a natureza sem a necessidade de alteração direta do meio 13


referências

Casa Desmontável 8x8 Jean Prouvé Tipo de arquitetura: Casa pré-fabricada

Local: França

Ano: 1947

Criada como uma solução para as necessidades pós-guerra, a Casa Desmontável é a primeira ideia do que uma casa pré-fabricada viria a ser. Jean Prouvé, designer, arquiteto e engenheiro francês, dedicou a sua vida a criar inovações na área da arquitetura e do mobiliário, sendo essa uma das suas principais contribuições para o pensamento arquitetónico contemporâneo. Ele acreditava que o material deveria ser utilizado com propósito, juntamente dando a devida importância a estética, suas peças são verdadeiras obras inspiradoras sobre o funcionalismo. A casa tem 64m² e a sua estrutura é composta de chapas dobradas. Com um sistema estrutural patenteado como “Pórtico Axial”, duas pernas são o principal apoio no centro da estrutura que se monta ao redor delas. A casa é revestida por madeira e pode ser montada em questão de minutos. A tecnologia utilizada também foi posta a prova no projeto “Casa de Alumínio na Metrópole” que ganhou uma competição do Ministério da Educação de projetar uma escola rural que pudesse ser fabricada em massa, por ser pré-fabricada Em 2010 o projeto foi modernizado, por Galerie Patrick Senguin, para fornecer eletricidade, água e banheiros e com o objetivo de ser uma residência para férias e atualmente as estruturas originais estão exibidas em Paris.

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referências

Shelter With Diginity (Abrigo com Dignidade) Fram Lab Tipo de arquitetura: Abrigo emergencial modular parasitório

Local: Nova Iorque, Estados Unidos

Ano: 2018

Shelter With Diginity, ou Abrigo com Dignidade, é uma estudo de arquitetura do Framlab para capitalizar sobre as empenas cegas, denominadas de “terrenos verticais” da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, trazendo moradia para as pessoas em situação de rua. A estrutura base é formada por andaimes, onde módulos de habitação, produzidos por impressão 3D em forma hexagonal, se acoplam. Esses que buscam criar uma segunda camada ativa no topo da parede vazia, formando micro-bairros suspensos. Pensando em atender todas as estações que vão do calor extremo à neve, a construção externa é feita de aço e alumínio oxidado e o interior chapas de madeira para um ambiente macio e amigável para os usuários. Cada módulo busca responder a uma necessidade diferente, sendo compartimentado para os mais diversos usos, resultando em um espaço mínimo, adaptado às necessidades e desejos específicos de seu residente - com uma visão hexagonal da paisagem urbana externa.

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referências

U Build Studio Bark Tipo de arquitetura: Construção Modular

Local: Londres, Inglaterra

Ano:

U-Build é o termo que referencia o sistema de construção modular criado pelo Studio Bark, sendo um desejo de uma “arquitetura realmente acessível” para o indivíduo e as comunidades. Utilizando um kit de peças que permite a elaboração caixas tridimensionais feitas de madeira, que podem ser acopladas entre si para as mais diversas funções. Após a elaboração de um projeto do ambiente pretendido, os componentes são produzidos em fábrica e transportados até o local da construção, onde é montado pelos próprios usuários finais, utilizando ferramentas simples de trabalho. Os projetos podem vir a ser mobiliários, anexos de construções préexistentes, ambientes inteiros reformados ou até arquiteturas de grande escala, todos preservando a ideia de que possam ser facilmente desmontáveis, reciclados e reutilizados no final da vida do espaço.

2019

“O sistema U-Build é reutilizável, ambientalmente responsável e incrivelmente econômico, sem sacrificar a qualidade.” STUDIO BARK (2019)

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cenários de inserção

emergencial

habitacional

turismo

A imprevisibilidade da vida demanda que o pensamento arquitetônico emergencial esteja em cada etapa do projeto, “A arquitetura emergencial talvez seja a forma mais humana que a arquitetura pode ter, pois, provém para todos, sem distinções, sejam elas de raça, religião, ideologia política ou status social.” (MONTEIRO, 2012, p.14). Esse cenário prevê o uso de materiais de fácil acesso público, a rapidez na montagem e a possibilidade de ser reutilizado em diversos momentos. Sendo sugerido que os governos tenham estocado essas habitações desmontadas para tais eventuais desastres.

O cenário habitacional visa atender a demanda das cidades que não são equipadas o suficiente para a população que necessita das oportunidades urbanas. Os meios urbanos contam com diversas ramificações de arquiteturas mínimas que passam despercebidas, como os projetos de habitação social, os novos empreendimentos de 14m² perto das faculdades ou até mesmo as moradias irregulares nas áreas periféricas. O projeto busca então unificar os pontos positivos e regularizar aquilo que não está funcionando nesses modelos atuais, com um pensamento detalhado de todas as áreas que compõem a habitação mínima.

Por fim, no outro lado do espectro temos o total refinamento desse novo modo de habitar, que acaba se transformando em uma experiência por si só. O turismo em habitações mínimas está se popularizando pela busca da privacidade e da possibilidade de viver algo único, fugindo do sentimento da gentrificação. Aplicativos como Airbnb proporcionam experiências mais pessoais para os viajantes, e aqueles que hospedam trazem cada vez mais opções de locais isolados com habitações particulares, onde o externo e o interno se integram.

O momento presente é extremamente singular Ainda que coexistam 7 bilhões de vidas, tendo cada uma delas experiências particulares, houve um momento onde foi buscado uma resposta universal que solucionasse de forma definitiva as questões individuais. Porém, entende-se atualmente que a arquitetura deve prezar por entender o momento, local e atividade específica de cada uma delas, para que assim seja fiel a realidade. Por mais que, a generalização seja a maneira mais simples de realizar arquitetura, é também a forma mais rápida de destruição da singularidade individual, por isso esse novo pensamento de criar de uma habitação modular priorizando a flexibilidade da forma e traz a possibilidade de devolver a individualidade e a chance do usuário se expressar no seu habitat. Dessa forma, após entender o espectro de oportunidades para construir uma habitação que pudesse ser desmontável, transportável e acoplável em qualquer momento de necessidade, o projeto se expandiu a tentar atender da melhor forma esses momentos. Foram divididos então três grandes cenários de inserção, isso é, três exemplos reais de como o método construtivo modular, a habitação e a estrutura, podem solucionar eventuais lacunas sociais. Porém, seguindo os ensinamentos de Jean Prouvé “Não projete nada que não possa ser construído”, é reconhecido que os recursos e o tempo disponível para cada um dos cenários é singular.

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transportar acoplar remontar transportar acoplar remontar transportar acoplar remontar transportar acoplar remontar

desenvolvimento

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desenvolvimento habitação mínima

requisitos:

lazer

descanso

higiene

alimentação

infraestrutura

Destacando o cenário das habitações, por ser o mediano entre as três opções, esse servirá de objeto de estudo para a criação das dimensões do esqueleto da forma. Esse modelo prevê a utilização do espaço por duas pessoas. O mínimo é aquilo que atende as necessidades básicas para atingir o bem estar. Dessa forma, ao planejar uma habitação mínima, isso é, com a metragem quadrada reduzida ao essencial, é necessário saber quais são as necessidades básicas e como solucioná-las da melhor forma. Para isso é indispensável o estudo dos momentos elementares dentro das habitações, esses que foram enquadrados em quatro esferas: lazer, descanso, higiene e alimentação. Cada uma se interliga de alguma maneira para que o fluxo da casa permita uma transição entre elas sem grandes empecilhos. Esse primeiro estudo caracteriza uma habitação para duas pessoas, suprindo as necessidades dessa dinâmica e logo após são apresentados outras formas de habitar esse espaço.

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desenvolvimento habitação mínima

cozinha

banheiro 1,8m

1,5m

união 1,5m

1,2m

ch

uv eir o

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pa

ão

b

pia

od

ã alc

2,4m

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Começando pelos ambientes da esfera higiene e alimentação, referindo-se ao banheiro e a cozinha, que dependem do exterior ao necessitarem essencialmente da infraestrutura ligada à rede pública. A cozinha se triangulariza nas principais funções, um frigobar, um fogão de duas bocas e uma pia, além de todo o armazenamento nos vazios que foram criados. Suas dimensões representam uma metragem de 2,7m² em conceito aberto. Todas as instalações ocorrem por dentro dos módulos, que serão explicados mais adiante, já que são ocos e tem fácil acesso para eventuais manutenções. Ao seu lado, compartimentado pela única parede interna da habitação, um banheiro que conta com um vaso sanitário com pia embutida e um chuveiro, totalizando 1,8m². Nesses ambientes recomenda que a iluminação e ventilação desse cômodo seja feita zenitalmente, tanto pela privacidade quanto para total aproveitamento das paredes para armazenamento e encaixe das peças.

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quarto

sala

união

1,8m

1,8m

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1,5m

0,9cm

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O segundo momento se dá pelo lazer + descanso, esses que muitas vezes já são interligados. Para utilizar a área proposta de uma maneira mais eficiente, as camas são elevadas, liberando o espaço do chão para o ambiente multifuncional da sala/estudos/armazenamento. As camas se elevam do piso a uma altura de 1,60m, com a dimensão de 1,8 x 0,9m cada. Já o espaço multifuncional da área de lazer acomoda um sofá para duas pessoas, uma área de estudo e armazenamento. Compreendendo uma área dupla de 4,8m².

a

ad lev ae

m ca

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a

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ad lev ae

m ca

2,7

m

2,7

m

29


desenvolvimento módulo construtivo

requisitos: dimensões ergonomicas

estudo do dia a dia

facil transporte

material leve

montagem simples

encaixe

A construção tradicional de alvenaria não permite que tenhamos a flexibilidade esperada, pois além de ser fixa, quando pretende ser modificada, é necessário que se coloque tudo abaixo e recomece do zero. Por isso, inspirado nas placas U Build, o módulo construtivo procura um novo método, limpo e rápido, que atenda os requisitos de ter uma montagem e desmontagem simples, ser fácil de transportar e entender as dimensões ergonômicas do dia a dia.

31


desenvolvimento módulo construtivo 30cm

modulação 10cm

dimensões

O módulo construtivo então surge em 5 placas, sendo essas, a base com dimensão de 30cm x 30cm, e quatro placas das laterais, tendo essas 30m x 10cm. As placas são posicionadas por encaixes simples macho e fêmea, e acopladas por pregos nos locais indicados e um módulo no outro é acoplado por dois parafusos mais robustos e alguns elementos de fixação.

10cm cm

cm

cm

30

30

cm

30

30

• camas • chuveiro • portas

2,40m

90cm

30cm

60cm

30cm

• circulação • sanitário • balcão cozinha

PARAFUSO SEXTAVADO

ARRUELA

ARRUELA

• pé direto

10

Ao analisar as dimensões do cotidiano, a medida de 30cm foi sobressalente ao se repetir diversas vezes de forma múltipla na ergonomia das habitações. A medida de 60cm se dá a circulação, os armários e os balcões da cozinha, 90cm temos a largura da cama, do chuveiro e das portas e 2,4m ela temos o pé direito. Além de ser uma dimensão boa para manuseio e transporte.

35

70

70

70

35

10

10 10 20 20

PORCA

20 10 10

*medidas em milimetros

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desenvolvimento módulo construtivo

ferramentas

tamanhos

variações

Para a montagem são necessários alguns itens de fixação, como os pregos e as porcas e também de peças de acabamento para uma aparência mais completa do módulo quando aberto.

Os módulos são feitos em três tamanhos padrão diferentes prezando a facilidade na montagem e que possam desempenhar as mais diversas funções dentro das habitações. Serão utilizados como as paredes, os pisos e até o mobiliário.

aberto

impermeável

• 1 face preenchida • divisões internas • armazenamento

• • • •

2 faces preenchidas revestido com lençol de borracha áreas molhadas leve e resistente

120cm

janela

Por se tratar do cenário habitacional, foi escolhido o compensado naval pela sua alta resistencia em áreas externas e bom manuseio para criação dos vincos dos encaixes. Outros materiais que também servem a mesma função, visando os cenários difrentes:

• 1 face preenchida • abertura opcional • ventilação zenital

canto

• peça em L • cantos internos e externos

30cm

Placa ecológica Treta Pak

60cm

material

Wisa-Brich 100% bétula 35


habitação mínima + módulo construtivo

tempo decorrido para montagem dessa habitação montagem total

1 pessoa

4,8m x 2,7m

total módulos construção paredes + piso + teto

tempo de montagem 1 módulo sólido

16m² 196 módulos

3min

3 pessoa

Além dos ambientes calculados anteriormente foi acrescentado uma área de circulação, entre o ambiente cozinha + banheiro e quarto + sala sendo, de 90cm de largura, e também, ao priorizar o bem estar do usuário, a habitação se amplia para o externo com uma área de varanda, sendo esse o quinto ambiente optativo. A habitação mínima totaliza-se então em 16m², com todas as condições de atender a dinâmica apresentada para a convivência de duas pessoas nesse espaço.

2 pessoa

metragem habitação

10h 5h 3h 37


39


41


mobiliário Frisando os principais conceitos de transportar, acoplar e remontar, o mobiliário inserido dentro das habitações se propõe também a ser momentâneo. A partir de um centro de apoio que servirá a diversas necessidades, dependendo do contexto, um depósito de elementos mobiliários que estarão disponíveis para aluguel pelo tempo em que se fizerem úteis a aquele usuário, sendo assim uma forma de manter uma continuidade após a estadia, enaltecendo a consciência ambiental de reduzir o uso único dos objetos, além de ser uma forma de arrecadar fundos para o local de acoplagem, criando um ciclo de demanda e atendimento, sem que os rastros fiquem eternos, esses que agora podem ser parte de diversas narrativas.

diferentes narrativas O espaço criado por quatro paredes possui infinitas possibilidades de ocupação, podendo ser personalizado dependendo do usuário e da sua dinâmica interna. Ao lado são apresentados mais dois layouts, o primeiro imaginando uma viagem em família de quatro pessoas, onde ter quatro camas é a prioridade máxima, seguida por um espaço ampliado para as refeições. Ao contrário do modelo seguinte, onde se imagina um casal jovem que necessita de uma grande área de trabalho e maior armazenamento, pois utilizam a habitação com fim residencial. Isso exemplifica algumas das possibilidades de moradia para essa “casca” criada, que será também utilizada pelo centro de apoio da estrutura, como a recepção, o refeitório, salas de coworking e outros momentos que se julgam importantes para tal cenário.

43


recepção

refeitório

coworking

CO WORKING

estufa

RECEPÇÃO

ATELIE

ateliê

45


desenvolvimento estrutura acoplável

“Uma intervenção parasita se coloca como um corpo estranho que deve ser por si mesmo provocativo, podendo inclusive, gerar certo desconforto, mas, também, configurar novas ocupações sócio espaciais na cidade.” (HASSENPFLUG, 2018)

construção adaptável

poucos elementos

economia de materia prima

materiais com alta resistencia

flexibilidade dos módulos

Priorizando o ideal transportar, acoplar e remontar, o local de inserção dessas habitações também deve ser flexível. Ou seja, deve conter poucos elementos estruturais e além da necessidade de ser feito de um material que permita a reutilização, como o aço. Para super aproveitar as preexistências das cidades, sem que altere o meio, a estrutura se dá de forma autoportante, podendo ou não ser anexada às milhares de empenas cegas dos grandes centros urbanos, criando assim um novo espaço útil. Essa estrutura se inspira nos ideais criados por Jean Prouvé e a forma do seu “Pórtico Axil” no projeto “Casa Desmontável”

espaço designado

47


4,5

0m

viga assimétrica

3,15m

Perfil H em aço, sua assimetria busca a eficiencia da forma ao alongar o braço que recebe o maior peso e transferir as cargas da estrutura para o pilar descentralizado.

estrutura acoplável 1º passo

cabo de aço Cabo de aço tensionado ao chão, com a inteção de reduzir os materiais, a solução do cabo de aço permite o equilibrio e a firmeza da estrutura. m 5,25

viga secundária de travamento As vigas de travamento em perfil H são o eixo de união entre as vigas assimétricas, dimensionando a largura entre as habitações.

0,2 5

m 0,40 m 0,2 5

m

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circulação - malha de grade Para evitar o acumulo da água da chuva e ser uma solução mais leve, são instaladas malhas de grades metálicas para a circulação horizontal na estrutura

estrutura acoplavel 2º passo

infraestrutura As vagas para as habitações são providas de plugs para a infraestrutura necessária, como água, energia e esgoto.

perfis metálicos Entre as vigas assimétrias e as vigas secundárias de travamento, são colocados perfis metálicos que servirão como a base para o chão das habitações e também como um suporte extra.

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reprodução em quantidade estrutura acoplável 3º passo

O tamanho padrão de cada unidade da estrutura (espaço para acoplagem da habitação) tem a dimensão de 4,50 x 5,60. Essas medidas são capazes de prever como será o preenchimento total da empena. Em conclusão os itens que formam cada unidade são: - viga assimétrica - pilar - cabos de aço tensionados - viga secundária de travamento - vigas específicas - infraestrutura - circulação horizontal - módulos

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caixa de circulação estrutura acoplável 4º passo

A circulação conta com um elevador de carga, para transporte dos materiais para a montagem das habitações e também como cicrulação vertical, e também com uma escada enclausurada com proteção corta fogo.

área extra Todos os andares também são providos com uma área extra de acoplagem para fins comuns como a recepção, coworking, depósito, entre outros. Essa que também pode servir como mirante.

55


“Simplificando, a arquitetura parasita é definida como um edifício anexado a uma estrutura maior existente. Ele se desenvolveu em resposta à necessidade de resolver problemas comuns da cidade, como altos aluguéis e falta de espaço, e até mesmo para fornecer uma trégua do calor sufocante conforme o congestionamento aumenta nas áreas urbanas”. (LO, 2017, CNN)

s

opção área extra

s

0

0.50

1

2

0

corte estrutura acoplável e habitações

0.50

1

4

2

4

planta baixa estrutura acoplável e habitações

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térreo livre

térreo estrito

sem empena

estrutura acoplável cenários implantações

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estudo de caso

transportar acoplar remontar transportar acoplar remontar transportar acoplar remontar transportar acoplar remontar 61


estudo de caso são paulo, sp

Em uma cidade onde não existem mais terrenos disponíveis para serem construídos e a superpopulação cresce de forma exponencial, é necessário que ocorra uma busca por novas soluções. As empenas cegas são os paredões sem nenhuma abertura que se formam nas fachadas dos edifícios sem que sejam necessariamente partidos projetuais, normalmente são consequências do meio inserido ou de más práticas da arquitetura. O ambiente urbano está tão saturado desse elemento que chega a ser invisível, uma área de vazio inútil pois a solidez dos edifícios não permite que nada se crie naquele espaço. Cidades como São Paulo sentiram uma epidemia dos grandes paredões durante os anos 1950, que por uma questão sanitária, o código de obras de São Paulo não permitia que houvesse janelas nas faces sul do edifício. Isso fez com que o centro histórico que começava a ver a popularização dos edifícios carregasse essa característica até o momento atual. Por esse motivo, modelo de habitação e estrutura criada, vem a ser uma solução para habitar essas áreas que são invisíveis ao olhar paulistano.

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estudo de caso são paulo, sp edifício garagem automática aa luz Para uma representação tangível, foi escolhido na Avenida Prestes Maia o Edifício Garagem Automática da Luz, visando representar um cenário de habitação com o térreo livre, no centro histórico de São Paulo. Sua localização impressiona por estar em um dos logradouros mais importantes da cidade e servir de ligação para outras grandes áreas, já tendo sido considerada uma das vias com o maior fluxo de carros diários, um total de 76 mil.

Essa edificação funciona como uma solução de armazenamento dos carros de quem trabalha no entorno e por mais que não carregue nenhum atributo arquitetônico, ainda sim cumpre sua função social. Dessa forma, habitar as suas duas grandes empenas cegas seria a solução ideal, criando um térreo onde as principais atividades dos usuários seriam atendidas. A alteração do meio viria como uma adição e não como um recomeço, podendo ser um reflexo visual para todos que a cruzam diariamente sobre o consciente coletivo do que necessitamos para um novo modelo do habitar. 65


Após a análise de tais informações e estudos, conclui-se a necessidade de uma utilização consciente dos espaços. Ao criar uma habitação baseada nos conceitos de transportar, acoplar e remontar, conseguimos dar novas chances para locais historicamente inalteráveis, visto que o modelo de construção que foram desenvolvidos, está divergente das necessidades das futuras gerações. A habitação busca retomar o poder de criar espaços imprevisíveis, itinerantes e efêmeros, refletindo a essência de quem os habita. Desconstruir os conceitos enraizados na cultura da arquitetura é tão importante quanto desconstruir ela mesma.

considerações finais

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ANDERS, Gustavo Caminati. Abrigos temporários de caráter emergencial. 2007. 119 f.Dissertação (Mestrado em arquitetura) – Faculdade de Arquitetura Urbanismo. São Paulo. 2007. Disponível em:<www.teses.usp.br/teses/disponivel/16/16134/tde…/dissertacao.pdf.> Acesso em: 02 Dec 2021. BARDZINSKA-BONENBERG, Teresa. Parasitic Architecture: Theory and Practice of the Postmodern Era. International Conference on Applied Human Factors and Ergonomics, Jun 2018. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/318182156_Parasitic_Architecture_ Theory_and_Practice_of_the_Postmodern_Era> Acesso em: 02 Dec 2021 CASAGRANDE, Marco. Biourban Acupuncture. International Society of Biourbanism, 2013. Disponível em: <http://www.biourbanism.org/ biourban-acupuncture/> Acesso em: 28 Nov 2021 EDITORIAL, Equipo. “Cápsula habitacional oferece abrigo em situações de desastre natural” [Living Capsule Offers Shelter From Disasters ] 23 Dez 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo). Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/801886/capsula-habitacional-ofereceabrigo-em-situacoes-de-desastre-natural> Acesso em: 02 Dec 2021 HASSENPFLUG, Dieter. Sobre centralidade urbana. Arquitextos, São Paulo, ano 08, n. 085.00, Vitruvius, Jun 2007 Disponível em: <https:// vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.085/235>. Acesso em: 03 Dec 2021 LERNER, Jaime. Acupuntura Urbana. 5ª edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 2011 LO, Andrea. Why are designers creating parasite architecture?. CNN, 13 Out 2017. Disponível em: <https://edition.cnn.com/style/article/ parasite-architecture/index.html> Acesso em: 01 Dec 2021

bibliografia

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