Revista Seleção Brasileira

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ÍNDICE 4..................História 5..................Maiores artilheiros 6..................Jogo Inesquecível 8..................Trajetória nas conquistas 10.................Maiores artilheiros século XXI 12.................O maior jogador de todos 13.................Curiosidades sobre Pelé 14.................Mascote da seleção 15.................País do futebol 16.................De Pelé a Neymar 17.................Matéri especial 18.................Com brilho e humildade

PATROCINADORES

APOIO

Diretor Editorial Gabriel Vinicius

Diagramação Lucas Lima

Layout Luiz Adriano

Coordenador Editorial Vinicius de Oliveira

Fotográfo Eduardo Pereira

Reportagem Felipe Melo Gustavo Gómez

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História

Formada oficialmente em 1914, a seleção brasileira de futebol é uma das mais bem sucedidas do mundo. O time, que surgiu ao mesmo tempo que a Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, é a seleção com mais títulos de copas mundiais. Ostentando cinco taças de campeonatos mundiais. A seleção viveu entre 1958 e 1970 a sua era de ouro, consagrando jogadores como Pelé e Garrincha, que são ovacionados até hoje. Dessa maneira, durante os mais de 100 anos de história a seleção brasileira já teve altos e baixos. Mas, segue invicta na liderança em títulos e participações com copas do mundo.

A seleção brasileira de futebol foi fundada oficialmente em 1914. Ao mesmo tempo nascia a CBF, antiga Federação Brasileira de Sports. Por outro lado, antes do primeiro jogo oficial houve uma fase chamada de pré-seleção. Nessa etapa equipes combinadas de clubes regionais jogavam contra países vizinhos. Essa fase durou de 1906 a 1913. O primeiro jogo oficial da seleção ocorreu no dia 21 de julho de 1914, no campo do Fluminense e foi contra Exeter City, da Inglaterra. A partida terminou com a vitória da seleção brasileira, por 2 a 0. No entanto, alguns jornais ingleses da época noticiaram o resultado como tendo sido um empate.

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Ainda em 1914 o time teve mais dois jogos, os dois contra a Argentina. Um amistoso e um para que fosse decidido o campeão da Copa Roca. Um destes jogos, em 27 de setembro garantiu ao Brasil o primeiro título em uma competição. O primeiro título relevante da história da seleção foi conquistado em 1919 em um jogo contra o Uruguai. A partida ocorreu pelo campeonato Sul-Americano, em um estádio construído pelo Fluminense, especialmente para a ocasião. Uma curiosidade é que o Brasil é o único país do mundo que já foi classificado para todas as edições da copa do mundo.

A primeira camisa usada pelo Brasil em Copas do Mundo era branca, com detalhes em azul nas colas e manga. Em uma época sem constantes trocas no uniforme, o Brasil viajou para a Itália, em 1934, com a mesma camisa usada no Mundial de 1930.


MAIORES ARTILHEIROS DA SELEÇÃO 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Pelé - 77 Ronaldo - 62 Neymar - 61 Romário - 55 Zico - 48 Bebeto - 39 Rivaldo - 35 Jairzinho - 33 Ronaldinho - 33 Tostão - 32

A seleção brasileira sempre foi uma grande vitrine de craques e goleadores. A única seleção pentacampeã mundial conta com uma história recheada de personagens icônicos e marcantes. Não apenas de grandes goleiros, defensores e meias são formados os grandes times. É claro que atacantes ganham mais destaque porque, normalmente, são os que mais balançam as redes e o Brasil conta com vários dos melhores do jogo. Na lista dos maiores goleadores com a camisa do Brasil, há o rei Pelé em primeiro lugar. O lendário jogador do Santos conquistou três dos cinco títulos mundiais do Brasil (em 1958, 1962 e na icônica Copa de 1970). Ele é o goleador máximo do país com 77 gols anotados, como já era de se esperar. Nomes míticos como de Zico, Jairzinho e Tostão aparecem entre os 10 que mais balançaram as redes. O único em atividade na lista é Neymar, que soma 61 tentos e é o 3º maior artilheiro da seleção canarinho.

A seleção brasileira já contou com vários craques neste século, mas Neymar aparece como hegemônico em termos de números com a camisa amarela. Mesmo com apenas um título oficial, a Copa das Confederações de 2013, ele lidera com larga margem a lista de assistências do time nacional neste século. Ao todo, o atacante do PSG já deu 45 passes para gols de companheiros pela seleção. Cobrador oficial de escanteios e faltas laterais, Neymar ainda complementa o número sendo o grande armador da equipe com bola rolando, saindo da esquerda para o meio, principalmente.

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Jogo Inesquecível

Jogão das quartas de final da campanha do tetracampeonato da Seleção Brasileira, autor de gol decisivo, Branco comenta Para muitos torcedores, o jogo mais importante da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994. Pelas quartas de final da campanha do inesquecível tetracampeonato, Brasil e Holanda fizeram um jogão de cinco gols capaz de testar o psicológico dos atletas em campo e, principalmente, a condição cardíaca do brasileiro. O duelo ficou marcado pelas reviravoltas no meio da partida, a comemoração “nãna neném” de Bebeto e, claro, pelo golaço de falta do lateral esquerdo Branco.

Atual coordenador das categorias de base da CBF, Branco é um dos principais personagens daquele confronto. Na reta final da partida, o camisa 6 se agiganta e protagoniza os minutos mais decisivos do duelo. - Estava muito quente naquele dia. Muitos falavam que eu não daria conta de marcar o Overmars, um dos pontas mais rápidos daquele momento. Mas foi ele quem teve que correr atrás de mim. Esse jogo mudou a minha vida e marcou para sempre a minha carreira. Até hoje recebo muito carinho dos torcedores por conta deste gol. O Brasil estava 24 anos sem ganhar Copa do Mundo. Era uma responsabilidade muito grande. Ninguém iria tirar aquele título de nós - recorda Branco.

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Ficha Técnica: Copa do Mundo FIFA 1994 Brasil 3 x 2 Holanda - Quartas de final Estádio Cottom Bowl, Dallas (EUA) BRASIL: Taffarel, Jorginho, Aldair, Márcio Santos, Branco, Mauro Silva, Dunga, Mazinho, Zinho, Bebeto e Romário. HOLANDA: Ed de Goeij, Aron Winter, Stan Valckx, Ronald Koeman, Rob Witschge, Jan Wouters, Frank Rijkaard, Wim Jonk, Marc Overmars, Dennis Bergkamp e Peter van Vossen.


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Todo mundo tenta, mas só o Brasil é penta!

Veja a trajetório da seleção em seus títulos mundiais De Copa do Mundo ninguém entende mais do que o Brasil. Único país a disputar as 20 edições do evento esportivo mais importante do planeta, o Brasil também é detentor das principais marcas da competição: cinco vezes campeão, é quem mais vezes levantou a taça do Mundial, ganhou jogos (67) e fez gols (210). Individualmente, nossos craques também têm os recordes mais expressivos do torneio. Pelé, por exemplo, é o único tricampeão e Cafu, com 16 triunfos, o atleta com mais vitórias. Dentre os maiores campeões do mundo, a seleção brasileira impera.

COPA DE 1958 No dia 29 junho de 1958, o Brasil goleou a Suécia por 5 a 2 e conquistou a sua primeira Copa. Mais do que isso, revelou ao mundo o maior jogador de todos os tempos. Aquela vitória também serviu para enterrar o fantasma da derrota sofrida para o Uruguai na decisão de 1950.Inspirado e entrosado, o trio de ataque formado por Pelé, Garrincha e Vavá destruiu os adversário.Para entrar na história faltava o título. E ele veio contra os donos da casa. Pelé marcou dois gols. O primeiro foi uma pintura. O garoto ajeitou a bola com o peito, deu um chapéu e bateu. Um lance que deixou os súditos boquiabertos. E ainda viriam outros nas Copas seguintes.

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COPA DE 1962 A seleção brasileira chegou à Copa de 1962 com nove jogadores campeões de 1958. A equipe, naturalmente, era favorita ao título, mas a lesão na coxa esquerda sofrida por Pelé logo na segunda partida, contra a Checoslováquia, colocou em dúvida a capacidade de o Brasil ser campeão. Mas para conquistar o bicampeonato mundial, o Brasil precisava de um craque capaz de desequilibrar jogos difíceis. E, na ausência de Pelé, esse jogador foi Mané Garrincha. Na final, Garrincha não balançou a rede. Isso, no entanto, não significa que não tenha atormentado a defesa da Checoslováquia, seleção que tratou de chamar de “aquela equipe com a camisa do São Cristóvão”. O show de Garrincha nos gramados chilenos naquela Copa fez com que o jornal francês L’Equipe o descrevesse como “o ponta-direita mais extraordinário que o futebol já conheceu.” COPA DE 1970 Quatro anos antes de construir uma das mais espetaculares seleções da história, o Brasil afundava em uma vexatória eliminação na Copa da Inglaterra. Da queda precoce em 66 à consagração de 70, a seleção passou por uma profunda reformulação que teve quatro trocas de técnico até a volta de Zagallo ao comando da equipe. À sua maneira, Zagallo modificou a equipe então conhecida como “as feras do Saldanha” e conseguiu melhorar uma engrenagem que já vinha embalada. De quebra, tinha Pelé no auge de sua forma física, e o Rei deu show na sua despedida em Copas até mesmo quando não fez gol: foi na estreia contra a Checoslováquia (vitória por 4 a 1), que ele tentou do meio de campo, que ficou conhecido até hoje como “o gol que Pelé não fez”. O Rei ainda eternizaria outros lances como o drible de corpo lendário sobre Mazurkiewicz contra o Uruguai na semifinal.


COPA DE 1994 A quarta conquista brasileira nasceu bem antes de Roberto Baggio mandar nas nuvens a última cobrança da Itália na decisão por pênaltis no Rose Bowl. A gênese do tetra teve início em 8 de setembro de 1993, quando Carlos Alberto Parreira pôs fim às brigas com Romário e convocou o atacante para a decisiva partida contra o Uruguai pelas Eliminatórias. Os dois gols que incendiaram o Maracanã e carimbaram o passaporte para os Estados Unidos foram apenas o prólogo da conquista. O Baixinho foi o sopro de talento em uma seleção que não encantou e muitas vezes foi criticada por não fazer jus à escola brasileira de jogo vertical e incisivo. Para tirar o País da fila de 24 anos, o treinador montou uma equipe muitas vezes burocrática, mas que poucas vezes passou por sufoco. Em um time morno, Romário era o toque de classe e carregou a equipe nas costas em praticamente todos os jogos. Foi ele quem marcou o primeiro (na vitória por 2 a 0 sobre a Rússia, na estreia) e o último (contra a Suécia, no apertado triunfo por 1 a 0 na semifinal) gol na campanha do tetra. Quando não balançou as redes, foi fundamental com passes precisos, como aquele que encontrou Bebeto para ele marcar o gol salvador da vitória nas oitavas de final contra os donos da casa em pleno 4 de julho - dia da Independência dos Estados Unidos.

COPA DE 2002 Quando Ronaldo venceu Oliver Kahn pela segunda vez naquela noite de 30 de junho de 2002, em Yokohama, não só coroou mais uma de suas voltas por cima na carreira como escreveu o mais improvável capítulo das conquistas brasileiras. O Brasil chegou à Ásia desacreditado e colecionando vexames como a eliminação para Honduras na Copa América. Antes do Mundial, França e Argentina despontavam como favoritas à conquista. Luiz Felipe Scolari, chamado às pressas para classificar a seleção, foi fundamental na conquista. Aguentou os duros golpes com sua resiliência habitual e bancou a aposta em Ronaldo, que vinha de gravíssima lesão no joelho. O treinador conseguiu fechar o grupo em torno do objetivo e criou a “família Scolari”, que pouco a pouco foi encorpando e atingiu seu ápice justamente na Copa. Além de Ronaldinho e Ronaldo, o Brasil contou com um mundial inspiradíssimo de Rivaldo - apontado por muitos como o melhor jogador da competição -, fechando a trinca de “R’s” que levou o País ao título. A sorte também foi parceira de Felipão. Do fraco grupo na primeira fase (Turquia, China e Costa Rica) ao erro de arbitragem de Peter Prendergast, que anulou erroneamente gol do belga Wilmots nas oitavas de final quando o jogo estava 0 a 0, passando pela incrível batida de roupa de Oliver Kahn que culminou no primeiro gol contra a Alemanha na decisão, o destino conspirou a favor do Brasil, que também mostrou um jogo sólido coletivo e foi derrubando os rivais um a um até conquistar o Penta com autoridade e justiça.

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Os maiores artilheiros da seleção brasileira neste século A seleção brasileira foi campeã do mundo no começo do século XXI e chegou a reunir quatro “melhores do mundo” em uma só ocasião, mas é outro nome que se destaca até aqui nos números do século. Neymar, com 61 gols, é disparado o nome que mais marcou pelo Brasil desde 2001. Dono de apenas um título oficial pela seleção principal, a Copa das Confederações de 2013, o atacante de Santos, Barcelona e PSG já balançou a rede em 61 oportunidades, quase o dobro de Kaká, segundo colocado no top 10 do período.

1º Neymar - 61 2º Kaká - 31

3º Ronaldo - 30 4º Robinho - 30 5º Adriano - 29 6º Luis Fabiano - 28 7º Ronaldinho - 27 8º Gabriel Jesus - 18 9º Fred - 18 10º Coutinho - 17

Eleito o melhor jogador do mundo pela FIFA, em 2007, o ex-meio-campista soma 31 bolas na rede pelo Brasil, superando em um tento tanto Ronaldo quanto Robinho, outro nome que se destacou na primeira década do século. A lista segue com goleadores de sucesso pelo país, como Luis Fabiano e Adriano. Da nova geração, Gabriel Jesus e Philippe Coutinho já conseguiram entrar no top-10.

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O maior jogador de todos os tempos Edson Arantes Nascimento a maior lenda do futebol mundial Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, nasceu na cidade de Três Corações, em Minas Gerais, no dia 21 de outubro de 1940. É considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos. Sua estreia profissional foi no Santos Futebol Clube, onde jogou por quase toda a sua carreira. Com a seleção brasileira, foi campeão do mundo em 1958, 1962 e 1970. No dia 19 de novembro de 1969, marcou o milésimo gol da carreira, na vitória do Santos por 2 a 1 sobre o Vasco. O jogo foi válido pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa, o campeonato brasileiro da época. Transformou-se em um mito do esporte, assim como um dos atletas e cidadãos brasileiros mais adorados do mundo. Sua última partida como jogador profissional foi no dia 1 de outubro, de 1977, pelo New York Cosmos. A partida foi justamente contra o Santos, e Pelé jogou um tempo em cada equipe, marcando um gol pelo time dos EUA, que venceu o Peixe por 2 a 1.

Pelé fez sua estreia na seleção brasileira no dia 7 de julho de 1957, com 17 anos incompletos, na Copa Rocca, no jogo contra a Argentina, no Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro, onde marcou seu primeiro gol pela seleção. No dia 15 de junho de 1958, com 17 anos, estreia na Copa do Mundo na Suécia, contra a União Soviética, ajudando o Brasil a levar o título marcado seis gols. Na copa do Chile em 1962, Pelé sofreu uma distensão muscular, no jogo contra a Checoslováquia, ficou fora da equipe e quem brilhou no seu lugar foi o jogador Garrincha. Pelé participou ainda da copa de 1966, na Inglaterra e da copa de 1970, no México, quando a seleção trouxe para o Brasil a taça Jules Rimet. O último jogo de Pelé pela seleção foi no Estádio do Maracanã em 18 de julho de 1971, na partida entre Brasil e Iugoslávia, com o placar de 2 a 2.

Hoje com 79 anos, Pelé já fez três cirurgias, duas no quadril e uma na coluna. Com dificuldades para andar, se locomove em uma cadeira de rodas. No dia 2 de abril de 2019, depois de se encontrar com Mbappé, jogador do PSG, Pelé foi internado em um hospital em Paris. Ao receber alta, Pelé retornou ao Brasil e foi internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, com infeção urinária

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7 curiosidades sobre Pelé

Em sua carreira, marcou história no futebol nacional e mundial. Em sua vida, participou de filmes, compôs músicas e se envolveu em várias polêmicas. Promessa cumprida

Um craque precoce

Um craque precoce

Carreira musical

Nunca jogou na Europa

Rivalidade com Maradona

Desde pequeno, Pelé sempre teve uma forte ligação com o futebol. Aos nove anos, em uma história bastante conhecida, prometeu que ganharia uma Copa do Mundo para Dondinho, seu pai, logo após o Brasil perder para o Uruguai no Mundial de 1950. E não é que ele ganhou não só uma, mas três Copas do Mundo

Em 1958, com apenas 17 anos, Pelé foi artilheiro do Campeonato Paulista marcando 58 gols. No mesmo ano ele conquistou, junto com a seleção brasileira, a Copa do Mundo da Suécia, onde marcou cinco gols. É o campeão mais jovem da história das Copas do Mundo

Pelé só jogou oficialmente por dois clubes na carreira: Santos e o New York Cosmos, dos Estados Unidos, onde ficou de 1975 a 1977. O rei do futebol nunca defendeu nenhum clube europeu, algo impensável para grandes jogadores na atualidade

Em 1958, com apenas 17 anos, Pelé foi artilheiro do Campeonato Paulista marcando 58 gols. No mesmo ano ele conquistou, junto com a seleção brasileira, a Copa do Mundo da Suécia, onde marcou cinco gols. É o campeão mais jovem da história das Copas do Mundo

Pelé esteve sempre ligado à música. Ele já compôs canções e até participou de um álbum em conjunto com a cantora Elis Regina em 1969. Mas a música mais conhecida de Pelé é “ABC”, gravada em 1998 como parte da campanha Brasil em Ação, do governo federal, incentivando a alfabetização

Enquanto os brasileiros defendem Pelé, os argentinos acreditam que Maradona é o maior jogador da História. Mas a rivalidade fica só nisso. Os dois têm boa relação, e Pelé já foi entrevistado por Maradona em um antigo programa de TV do ex-jogador argentino

O armário da Vila Belmiro

Um dos maiores mistérios que envolvem a carreira de Pelé é o armário na Vila Belmiro, sede do Santos FC. Depois que o rei se aposentou, ele nunca mais foi aberto, só Pelé tem a chave, e o Santos já informou que nunca irá mexer nele ou revelar o conteúdo do armário. O próprio Pelé disse que não há nada demais guardado por lá, mas não deixa de ser algo bem curioso

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Mascote da Seleção

Você sabe por que o mascote da seleção brasileira é um canarinho? Tudo começou em 1954, quando um jovem de 19 anos chamado Adyr Garcia Schlee criou a primeira versão do mascote da Seleção do Brasil, associando a camiseta amarela dos jogadores à cor vibrante do canário, um animal popular entre os brasileiros. O público adorou a ideia, tanto que por décadas os jogadores foram informalmente chamados de Seleção canarinho. Porém, foi somente em 2014 que a mascote com a aparência de pássaro foi reconhecida pela CBF e passou a acompanhar o time em seus jogos. Na versão de 2014, o Canarinho era sorridente e representava a ideia de simpatia criada em torno do povo brasileiro. A sua imagem foi fortemente propagada pelo fato de a Copa em questão ter sido realizada no próprio Brasil, tanto que muitos produtos foram criados e comercializados pela CBF aproveitando a popularidade entre os jovens e crianças. Infelizmente, naquele ano a nossa Seleção foi desclassificada no mencionado jogo contra a Alemanha, o que gerou piadas e ironias em torno do pobre personagem risonho.

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O design do novo Canarinho, de semblante bem mais fechado, foi desenvolvido pela equipe de Gilberto Ratto em 2016, mas apareceu ao grande público apenas na temporada de jogos na Rússia. Segundo o seu criador, a nova figura não tinha nenhum objetivo de demonstrar a ideia de raiva, mas sim a vontade de vencer dos brasileiros. Essa explicação tornou-se oficial e a própria Confederação Brasileira de Futebol pronunciou-se contrária ao uso do termo Pistola para designar o personagem. Apesar do sucesso de sua mascote, o time brasileiro novamente não teve o desempenho esperado, já que foi eliminado nas quartas de final pelos belgas. Mais uma vez, os internautas não perderam tempo e transformaram o canário em protagonista de memes, tirinhas e charges que zombavam da própria desclassificação do Brasil na Copa


Brasil, o país do futebol

Você sabe por que o Brasil é o país do futebol? Começamos no final do século XIX, quando o Brasil abriu as fronteiras para 3000 famílias britânicas que chegaram para trabalhar no projeto da construção ferroviária em São Paulo. Naquela época estávamos começando o desenvolvimento industrial, mas o país sofria com a triste e dura história de exploração e escravidão. A família Miller decidiu enviar seu filho Charles para estudar na Inglaterra, e por lá permaneceu por alguns anos. Anos esses onde Charles Miller teve contato com o nascimento do Futebol. Aprendeu rapidamente as regras do jogo, desenvolveu técnica e habilidade. Charles começou a jogar pela universidade e assim permaneceu durante todo o seu tempo de estudo e tornou-se um jogador de destaque na Europa. Ao retornar ao Brasil, Charles trouxe uma bola e um livro de regras. Ele passou a promove-las na comunidade britânica de São Paulo e começaram as primeiras partidas de futebol. No início, os praticantes do futebol pertenciam a aristocracia, e a camada mais pobre da população só podia ver. Porém o interesse era tanto, que o esporte começou a ganhar espaço nas várzeas. Era uma forma da população pobre fugir da grande diferença social e educacional, pois o esporte podia ser praticado por qualquer um, em qualquer tipo de campo.

Por outro lado, o futebol tem sua autonomia na genialidade individual dos jogadores, como aconteceu com Leônidas, Pelé e Garrincha. Verdadeiros ídolos que levaram esperança e orgulho a uma nação. O time nacional foi campeão por cinco vezes na Copa do Mundo da Fifa, feito exclusivo da seleção canarinho em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, e é a única equipe a ter sucesso em se classificar para todas as competições da Copa do Mundo desde o início. Está sempre entre os times favoritos para ganhar um troféu. Com tantas conquistas, os brasileiros se tornaram o símbolo de um futebol mágico, que amedronta qualquer adversário. O futebol é como o mundo vê o Brasil e como os brasileiros se veem no mundo. O jogo simboliza não só a harmonia racial, juventude, inovação e habilidade, mas teve um papel fundamental na construção da identidade nacional brasileira, na medida em que foi se transformando numa “paixão nacional”, e compondo de maneira significativa o mosaico da cultura política nacional.

Assim como o carnaval e o samba, o futebol é um dos patrimônios culturais brasileiros. E por isso podemos dizer com orgulho que o Brasil é o país do futebol.

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De Pelé a Neymar

Camisa 10 da Seleção completa 70 anos São 70 anos desde o dia 24 de junho de 1950, quando Jair da Rosa Pinto usou pela primeira vez o número que seria imortalizado por Pelé e se tornaria o mais importante da história do futebol. O jornal O Globo fez um levantamento inédito, mostrando quais jogadores vestiram a camisa. Ao todo, segundo o jornal, foram 111 atletas que tiveram a honra de usar o “manto” como Rivellino, Zico, Ronaldinho Gaúcho e Neymar. O último a vestir a 10 do Brasil foi Lucas Paquetá, em dois amistosos do time de Tite. Veja o top-10 com mais jogos!

10. Leonardo

O lateral, e por vezes meia, fez 55 partidas pela Seleção entre 1990 e o início dos anos 2000. Em 23 delas, usou a camisa 10. Foi campeão da Copa de 94, da Copa das Confederações de 97 e da Copa América de 97.

9. Didi

Bicampeão do mundo pela Seleção em 58 e 62, Didi usou a 10 em 27 oportunidades. É um dos maiores jogadores da história do Brasil.

8. Raí

Imagina só usar a camisa 10 do Brasil em uma Copa e ainda ser campeão? É exatamente o caso de Raí, que vestiu o número em sete oportunidades no Mundial de 94 e outras 22 vezes jogos da Seleção.

7. Kaká

O craque, que brilhou por São Paulo, Milan e Real Madrid, foi o 10 na Copa de 2010. Ele usou a camisa por 33 vezes, em suas 95 aparições pelo time canarinho. Em 2002, quando foi campeão da Copa do Japão e da Coréia, Kaká era o camisa 23. Conquistou também a Copa das Confederações de 2005 e 2009.

6. Ronaldinho

A lista está começando a ficar cada vez mais pesada. O Bruxo, campeão do mundo pelo Brasil em 2002

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usando a 11, foi o número 10 por 50 vezes. Ronaldinho também conquistou pelo Brasil a Copa América de 1999 e a Copa das Confederações de 2005.

5. Zico

Abrindo o top-5, o Galinho. Um dos jogadores mais importantes da história da Seleção, mas que, infelizmente, nunca ganhou uma Copa. Os números de Zico pelo Brasil são impressionantes: 48 gols em 71 jogos. Foi o camisa 10 em 51 partidas.

4. Rivellino

Campeão do mundo em 70 vestindo a camisa 11, Rivellino foi o responsável por herdar de Pelé posteriormente o número 10. Vestiu a camisa por 65 vezes em 122 jogos pela Seleção.

3. Rivaldo

Em terceiro lugar, o camisa 10 da Copa de 2002: Rivaldo. O craque também havia vestido o mesmo número na Copa de 98, quando o Brasil perdeu a final para a França. Pela Seleção, além do Mundial, venceu a Copa das Confederações de 97 e a Copa América de 99. Fez 78 partidas pela Canarinho, das quais em 69 vestiu a 10.

2. Neymar

Desde a Copa das Confederações de 2013, da qual o Brasil foi campeão, a camisa 10 tem dono: Neymar Jr. O principal jogador da Seleção atualmente, apesar das críticas e polêmicas, tem números excelentes vestindo verde-amarelo. É o terceiro maior artilheiro da história do Brasil com 62 gols. Está a um de se igualar a Ronaldo no segundo posto e ficar só atrás de Pelé. Teve a honra de vestir a 10 em 70 partidas. Fez 78 partidas pela Canarinho, das quais em 69 vestiu a 10.

1. Pelé

O maior jogador da história do futebol é também o responsável por tornar o número tão mítico. O rei vestiu a 10 do Brasil por 105 vezes. Fez 95 gols pela Seleção, sendo disparadamente o maior artilheiro. Foi tricampeão do mundo (58, 62, 70), único jogador a atingir tal feito.


Especial

Seleção de 70 foi o maior time de todos os tempos? Não vi a Copa de 1970. Quando Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivelino, Gérson e companhia levantaram o tri na Cidade do México, meus pais sequer haviam se conhecido.Nasci em 1977, quando faltava só um ano para a Copa de 1978, para o Brasil buscar pela segunda vez repetir o feito de 1970. No total foram cinco copas perdidas até que, finalmente, conseguiu em 1994. Notaram no parágrafo anterior que o time titular de 1970 tinha 5 camisas 10? Essa introdução toda foi para deixar claro que para a minha geração existia uma manifesta e dramática relação entre a Copa de 1970 e a matemática. E agora, em 2020, quando se completam 50 anos do tri da Seleção, só consigo imaginar que já se passaram 26 anos desde 1994 que foi o ano do tetra, mas também o ano da frase que me marcou profundamente: “o Brasil está há 24 anos sem ganhar uma Copa.”

Na infância e na adolescência, quando o tempo passa muito mais devagar, durante séculos eu imaginei que voltar a ganhar uma Copa do Mundo era um sonho impossível. E que nunca mais poderia haver um time como aquele liderado pelo Pelé. Um time com Jairzinho, o único a marcar em todos os jogos do Mundial, além de Tostão, Rivelino, Gerson e do Capitão Carlos Alberto Torres e outros tantos craques.

Por isso tudo, senti uma emoção indescritível quando visitei o Estádio Azteca em 2019. Foi como e encontrar um pedaço perdido da minha própria história e ao mesmo tempo voltar à casa da feliz infância.

Passamos tanto tempo em 1970, revendo essa conquista, que ela pertence a todas as gerações, até quem não viu. É por isso que eu afirmo sem hesitar que a Seleção de 1970 é sim o maior time da história do Futebol e que teve o privilégio de ter um camisa 10 que é o maior jogador da história do futebol. Tudo em casa, tudo nosso.

Carter Batista, especial para a Revista da Seleção

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Com brilho e humildade

Pelé fez a grande Copa da carreira em 1970 Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, provou para quem ainda duvidava que, de fato, podia ser chamado de Rei. Há 50 anos, no dia 21 de junho de 1970, o eterno camisa 10 da Seleção Brasileira se despediu das Copas do Mundo em altíssimo estilo. Levou o tri com a Seleção Brasileira no México e terminou aquele Mundial, o terceiro e último da carreira, com atuações históricas e muita humildade. Ele não precisou ser o “cara” do time de Zagallo. Mas, ainda assim, foi o “cara”. “O Pelé podia fazer o que quisesse, tanto que, teoricamente, não jogava para ser o artilheiro. Foi uma grande Copa, uma Copa completa do Rei”, garantiu Rivellino, camisa 11 em 70,

Recorde em Copas

Pelé encerrou a Copa de 70 com a vice-artilharia do Brasil graças aos quatro gols feitos – Jairzinho foi o goleador do Mundial com sete. O maior brilho do Rei, que liderou nas finalizações entre os brasileiros (33), veio na coletividade. Foram seis assistências, a melhor marca da história das Copas. Contra a Inglaterra, no jogo mais difícil para o Brasil, o Rei recebeu de Tostão e serviu Jairzinho, que garantiu o 1 x 0, por exemplo. A na final, além de abrir o placar, Pelé contribuiu com dois passes para gols. O último encontrou o Capita para selar o 4 x 1 histórico.

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O ápice do Rei

O nível mostrado pelo astro do Santos e da Seleção foi, de fato, altíssimo. Algo que Clodoaldo, companheiro de Peixe e camisa 5 daquela Seleção, destacou. “Pelé atingiu o seu ápice em 70. Em tudo, reflexo, velocidade, condicionamento. A preparação foi muito adequada para a época. Ele, já sendo o melhor do mundo, atingiu um nível de condição física e técnica que fez a diferença”, disse, ao Onefootball. E, claro, os lances em que o Rei tentou, mas não fez, ficaram na memória de quem viu todo ao vivo. Lances em que Pelé foi Pelé.

Lances pra a história

O primeiro veio logo na primeira rodada da fase de grupos, contra a Tchecoslováquia. Percebeu o goleiro Viktor adiantado e, do próprio campo, quase marcou. A bola passou a cerca de 40 cm do gol. Já contra o Uruguai, na semifinal, foram dois. O primeiro após um tiro de meta cobrado pelo goleiro Ladislao Mazurkiewicz. O Rei chutou de primeira, quase surpreendendo o ídolo do Atlético-MG. Pouco depois, foi lançado por Tostão e, se tocar na bola, deu um drible de corpo em Mazurkiewicz, que teve sorte. A finalização do Rei foi para fora. Ao término da decisão contra a Itália, a invasão no gramado entrou para a história. Eram torcedores, jornalistas, soldados… E, claro, Pelé foi o mais procurado. Erguido, estava em seu trono. Nos braços dos súditos. Uma imagem para sempre.


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