Guia da Saúde Lésbica e Bissexual

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APRESENTAÇÃO

A

saúde de mulheres que fazem sexo com outras mulheres tem sido um assunto pouco abordado no cotidiano brasileiro. As orientações dos cuidados necessários geralmente focam na parcela heterossexual da população, mas as chances de contrair doenças ou infecções sexualmente transmissíveis são iguais entre homens e mulheres independentemente de sua orientação. Para tratar desse assunto, é preciso quebrar alguns tabus e abandonar a ver-

gonha e a timidez. Cuidar da saúde do corpo deve ser motivo de orgulho, pois demonstra maturidade, responsabilidade e respeito consigo e com a(s) parceira(s). Esse guia pretende abordar o assunto abertamente com o objetivo de conscientizar mulheres sobre a importância de realizar exames médicos com frequência e manter um contato sincero com os profissionais de saúde, além de difundir informações e encorajar enfrentamentos necessários.

Editora-Chefe

Maria Eugênia

Projeto Gráfico

Gabriela Silva

Projeto Editorial

Maria K R Silva Scarlett de Mattos

Ilustrações

Anna Paula Rodrigues


PRECISAMOS FALAR SOBRE DST’S

Q

ualquer mulher está vulnerável a TODAS as doenças transmitidas pelo sexo, independente do gênero da pessoa com quem transou. Algumas das mais perigosas de se contrair são: HPV A infecção pelo Papiloma Vírus Humano é uma das mais comum do mundo e, ao contrário do que muitos acreditam, lésbicas não estão imunes. O micro-organismo é o responsável pela maioria dos tumores no colo do útero e pode provocar verrugas genitais. Hepatites B e C Hemorragia digestiva, cirrose hepática, icterícia e, até mesmo, câncer de fígado são alguns dos problemas que os vírus da hepatite podem provocar. Muitas vezes, essas doenças só são descobertas quando estão em estágio avançado.

AIDS Não tem cura. A síndrome, causada pelo vírus HIV, fragiliza as defesas do organismo e abre portas para doenças oportunistas. Mesmo sem ter se manifestado, pode ser transmitida para outras pessoas. Clamídia Não provoca sintomas na maioria dos casos, mas, quando infecta as vias reprodutoras, pode causar infertilidade, doença inflamatória pélvica e aumenta as chances de um feto se implantar fora do útero. É bom lembrar que ardência, corrimento, mau cheiro e dor na região íntima são maus sinais, e é importante procurar ajuda o quanto antes. Mas, nem todas as DSTs apresentam sintomas, por isso, ir ao ginecologista periodicamente é fundamental. Proteja-se!


É TEMPO DE SE

PREVENIR

P

ara além do próprio tabu envolvendo a sexualidade feminina, alguns mitos dizem que mulheres que fazem sexo com outras mulheres não precisam de proteção ou que não pegam doenças sexuais. Para não correr risco de se infectar, além do uso de preservativos e modos de barreira quanto o acompanhamento ginecológico, com consultas e exames clínicos.

anos. Mesmo o HIV, que diminui no sexo entre duas vaginas, exigem cuidado, já que são baixas as pesquisas sobre índice de infecção. Infelizmente, a invisibilidade provoca a carência de pesquisas e interesse da indústria em oferecer meios de prevenção para o sexo entre mulheres. Não há muitas opções de preservativos para as mulheres; contudo, há formas de adaptá-los para um sexo seguro.

Sabemos que a visita ao/a ginecologista pode ser um período de exposição ao preconceito, Geralmente é feito o uso do preservativo masmas saiba que você tem direito, seja na rede culino para o uso de dildos/vibradores, que pública quanto na privada, a um devem ser trocados a cada uso atendimento humanizado, em Não só bissexu- ou dedeiras e luvas. Para o sexo que a orientação sexual e práticas ais podem contrair oral, pode-se usar a camisinha, comuns com a(s) parceira(s) pos- DSTs por se envol- feminina ou masculina (cortando sam ser discutidas normalmente, ver com homens, a ponta da camisinha, enrolando-a a fim de se ter uma consulta mais como as lésbicas ao e cortando o anel), ou o plástico eficiente e clara o sexo saudável. filme, colocando sobre a vagina.

se envolver em um Profissionais em média indicam sexo sem proteção. O casal que deseja relação sem uma frequência média de um ano, enquanto alguns podem ser mais flexíveis, indicando de dois a três anos, dependendo da idade da mulher. Exames de rotina, como o papanicolau, forma de averiguar o HPV e se rastraer o câncer de colo de útero, deve ser feito por mulheres acima de 25 anos, anualmente, e depois de dois resultados normais, a cada três

proteção deve fazer a troca de sorologias (exames de HIV, sífilis e hepatites) para garantir sua segurança. Aconselha-se isso àquelas que tenham uma relação estável – e mesmo com parceira fixa, o uso de preservativos pode ser feito.


QUER SABER MAIS?

E

stes são alguns caminhos onde você pode se sentir acolhida, obter informações e tirar dúvidas na internet: Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde Organização Não Governamental, que desenvolve desde 1981 um trabalho com especial foco na atenção primária em saúde das mulheres, com uma perspectiva feminista e humanizada.

Canal das Bee Não só um canal contra a homofobia. Um canal contra o preconceito, contra a transfobia, a bifobia, a lesbofobia, o machismo. Um canal a favor da diversão, do riso e de viver a vida do jeito que você quiser.

Marias do Brejo Um casal de mulheres negras que buscam passar repr esentati vidade a partir de vídeos onde falam um pouco da suas vidas e vivências!

Louie Ponto Segundo sua própria descrição: mesSAPATOMICA tranda em crítica No canal Sapatomi- feminista, youtuber, ca, Bianka Carbonie- vegetariana e louca ri fala sobre lifestyle dos gatos! lésbico, cultura, relacionamento, sexo, estilo, ativismo e mais!


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