CHEIOS E VAZIOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2016
COMO ESTRATÉGIA PROJETUAL NA ARQUITETURA
GABRIELA MARTINATO ASSALI
COMPOSIÇÃO DOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GABRIELA MARTINATO ASSALI
COMPOSIÇÃO DOS CHEIOS E VAZIOS COMO ESTRATÉGIA PROJETUAL NA ARQUITETURA
Trabalho Final de Curso apresentado como requisito para conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Moura Lacerda. Orientadora Prof. Me. Tânia Maria Bulhões Figueira.
Ribeirão Preto 2016
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGRADECIMENTOS E DEDICATÓRIA
Agradeço a minha querida orientadora Tânia, que não mediu em momento algum esforços,a todos os Professores do Centro Universitário Moura Lacerda em especial ao Professor Onésimo Lima, aos meus amigos Gabriel Aukar e Natascha pela parceria e amizade de todos os dias, e a todos os outros inumeros amigos que contribuirão direta e indiretamente para esse trabalho. Dedico este trabalho aos meus
amados pais,
Claudinei e Maria Rosa, por todo apoio e confiança ao longo desses anos, a meu querido irmão Eduardo, e ao meu amor Pedro Henrique pelo incentivo e dedicação. À vocês todo meu amor e gratidão.
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
composição teórica
60 referência bibliográfica o projeto 40
27 casa vila matilde
25 casa com três pátios
21 immeubles ville
17 gifu
SUMÁRIO
26 o objeto
24 resgatehistórico
20 influencias físicas e piscicologicas
16 composição plástica
referência projetual
levantamentos da área 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
O arquiteto possui como parte de suas funções a concepção de formas e espaços habitáveis, essa concepção da forma deriva-se na plástica do edifício, que além de produzir o ambiente esteticamente, também influencia nas suas qualidades físicas. A plástica da arquitetura obtida através da composição em cheios e vazios, será utilizada no presente trabalho, como conceito, sendo que o aprofundamento deste resultará no partido projetual do presente trabalho. Derivado dessa composição o vazio como elemento estruturador do espaço arquitetônico e urbano age como controlador climático possibilitando qualidade ambiental da edificação e produzindo benefícios psicológicos de seus usuários. Tomaremos como fundamentação teórica uma tipologia que baseia seu conceito na composição em cheios e vazios. A tipologia da casa pátio, com origem nos princípios da civilização, é uma das mais antigas formas edificadas, segundo Odebrecht (2004). Possuindo como espaço fundamental da edificação o espaço vazio, será feita uma referência as origens da casa pátio, apresentando alguns exemplos da antiguidade, trata-se de uma tipologia que se difundiu e disseminou , exercendo influências em varias épocas e países. A partir dessa retomada, conseguiremos compreender a composição dessa tipologia como conceito no movimento moderno. Após o aprofundamento teórico, apresentaremos as justificativas por se escolher como objeto a ser projetado, a habitação e sendo essa contemporânea , a escolha da área de intervenção e a caracterização de seus condicionantes físicos. Tendo em vista qualificações subjetivas (conforto psíquico) e técnicas (conforto ambiental, térmico, acústico, redução de impactos ambientais e etc.) advindas deste conceito de projeto; será apresentado leituras e análises de quatro projetos em diferentes épocas, essas servirão como “materialização”|exemplificação do conceito apresentado e discutido em cada capítulo da composição teórica e portanto sempre vinculadas a estes.
14
COMPOSIÇÃO TEÓRICA
15
REFERÊNCIA PROJETUAL
A
composição formal dos edifícios, que os determinam física e plasticamente, é constituída por diversos
COMPOSIÇÃO PLÁSTICA
parâmetros. Odebrecht(2004) estabelece alguns desses: para ela, a composição dos espaços depende da escala entre o homem e o objeto; da relação entre espaço disponível e forma edificada; do contraste das densidades de massa que ocupam o espaço; de estímulos que se modificam conforme o uso dos materiais e de suas características de opacidade, transparência ou reflexão; da incidência de luz e seus efeitos através das dimensões, posições e tipos de abertura; das cores que possuem como característica a rápida identificação visual; da quantidade e disposição do mobiliário; dentre outros detalhes construtivos e decorativos. Ela nos ressalta, ainda, que o manejo das citadas características promovem sensações físicas e psicológicas aos usuários em relação aos espaços que habitam, trabalham percorrem, etc.
Dos parâmetros apresentados por Odebrecht, o contraste das densidades de massa que ocupam os espaços é o principal parâmetro para a composição plástica em cheios e vazios. Juntamente com esse e outros parâmetros como veremos a seguir, e tendo o vazio como estruturador do espaço, conseguimos promover estados e aspectos para o local que tornam essa composição ainda
mais
complexa
e interessante.
As dimensões das aberturas e a transparência dos planos de separação do exterior (vazio) em relação
COMPOSIÇÃO TEÓRICA
ao interior (cheio) proporcionam para o espaço a possibilidades de integração e fluidez. A grande dimensão das aber-
16
turas além de integrar os espaços pode tornar-lo mais dinâmicos tendo seus limites mais indefinidos do exterior para o interior. A transparência dos planos de separação, portanto a materialidade das esquadrias produz ao espaço juntamente com as grandes aberturas a propriedade deste fluir em todos os sentidos e direções, como ilustra a figura 01.
[Fig. 01 e Fig. 02] Residência Castor Delgado Perez, a grande abertura com portas de vidro corrrediças permite a integração espacial entre a sala e o jardim. |Livro Rino Levi:arquitetura e cidade , 2001|
O edifício Gifu Kitagata da arquiteta Kazuyo Sejima faz parte de um conjunto habitacional composto por outros três grandes edifícios de habitação, projetados por Elizabeth Diller, Akiko Takahashi e Catherine Hawley. Sejima projeta um edifício em que a premissa é o espaço unitário, articu[Fig.04] Espaço vazio lado para uma classe social menos favorecida. Dessa maneira a arquiteta Espaço cheio constrói um edifício onde o partido é IMPLANTAÇÃO criar em um único edifício diversas tipologias habitacionais que se adequam as necessidades dos seus habitantes. O edifício foi implantado no limite do terreno, para que seu interior se transformasse em espaço coletivo de interação social .
Edifícios
Zona Industrial [Fig.03]
VAZIOS O terraço totalizando 107 vaios é um local semi-publico ele pode ser acessado tanto por dentro da habitação quanto pelo corredor de acesso, além da bela vista que se tem ele também ajuda na ventilação do edifício (ver figira ao lado).
[Fig.04]
[Fig.05]
PROGRAMA O edifício é totalmente residencial, seu principal diferencial são que as habitações, são divididas em quatro módulos, terraço, dormitório, cômodo tradicional japonês e cozinha/comedor, esses módulos possibilitam uma variedade de plantas pois eles são agrupados de acordo com a necessidade de cada família, segundo partido da arquiteta cada habitação é pensada para um perfil familiar distinto.
2.50 2.30
[Fig.06] Espaço de higiene Dormitórios Sala Japonesa Terraço Cozinha
[Fig.07]
[Fig.08]
[Fig.09]
EDIFÍCIO GIFU| KAZUYO SEGIMA 1998
ESQUEMA ANALITICO DE VAZIOS E CHEIOS EM CORTE.
PARTIDO
REFERÊNCIA PROJETUAL
Assentamento Precário
17
Além dos parâmetros acima relacionados a flexibilidade de uso dos vazios e sua independência em relação
COMPOSIÇÃO TEÓRICA
COMPOSIÇÃO PLÁSTICA
a massa geométrica, dão origem a uma grande gama de possibilidades tectônicas, utilizando o espaço não somente
18
com a restrita função ao uso físico, mas também (e principalmente) sua função escultural. Trata-se, então, de um elemento em potencial, por meio do qual tudo é possível.
A circulação vertical é representada por escadas que se ligam estruturalmente a fachada do edifício , segundo a arquiteta a opção do edifício não possuir elevadores foi para baratear a manutenção do mesmo. A circulação horizontal acontece por dois corredores um publico que se encontra na fachada norte e um privado na fachada sul.
Circulação Publica Circulação Privada Circulação vertical chegadas
Acesso de pedestres
[Fig.10]
Acesso de Veículos Locais de estacionamento
EDIFÍCIO GIFU| KAZUYO SEGIMA 1998
CIRCULAÇÃO
[Fig.11]
FFECHAMENTOS E VEDAÇÕES
[Fig.12]
Fechamentos das paredes são feitos em painéis de estrutura em alumínio com reforço em metal, lã mineral para o isolamento e por fim reboco e pintura.
[Fig.13]
O sistema de pilares e vigas repetem-se durante todo o edifício. Isso ocorre pois os módulos (terraço, dormitório, cômodo tradicional japonês e cozinha/comedor) definidos pela arquiteta possuem a mesma dimensão.
[Fig.14]
[Fig.15]
REFERÊNCIA PROJETUAL
SISTEMA ESTRUTURAL
19
INFLUENCIAS FÍSICAS E PISCICOLOGICAS
N
este capítulo vamos salientar os benefícios alcançados através da composição plástica
de cheios e vazios , apresentando assim justificativas dessa composição como estratégia de projeto. Quando
pensamos
em
cheios
e
vazios,
nos
remetemos
a
um
determinado
local
geográfico
preenchido de massa e, em contrapartida um outro local não preenchido de massa. Porém, no âmbito da arquitetura, o vazio possui significados que vão além dessa simples conexão objetiva entre espaço físico e seu preenchimento ou falta deste.Fuão(apud MEZZECAPA; 2015, p.1) completa que: O vazio que os arquitetos pensaram e pensam é o vazio típico do que chamamos 'interior' e sempre foi um espaço completo, com uma finalidade, uma função, um 'vazio preparado', arquitetado para uma ocupação.
Apropriando do conteúdo da citação de Fuão , o vazio será utilizado neste trabalho como estruturador do projeto, isso ocorrerá devido os benefícios alcançados através dele para com o espaço físico propriamente dito e sua influência no psicológico dos usuários. Podendo ter variabilidade em sua implantação, o vazio é um elemento essencialmente dinâmico, que adota a forma geométrica que lhe é dada e que permeia os espaços por sua fluidez. Sendo suas possibilidades espaciais dinâmicas, o vazio torna-se estimulante para a capacidade
COMPOSIÇÃO TEÓRICA
criativa proporcionando a geração de recintos permeáveis vertical e horizontalmente, interiores ou exteriores.
20
Além da grande possibilidade criativa possibilitada pelo vazio na construção plástica do edifício, ele também possui excelência enquanto provedor de benefícios físicos e psicológicos aos seus usuários.
A questão ambiental tem se revelado um dos temas fundamentais da arquitetura nos séculos XX e XXI. Segundo Lamberts(1997): Condições climáticas urbanas inadequadas significam perda da qualidade de vida para uma parte da população, enquanto para outra, conduzem ao aporte de energia para o condicionamento térmico das edificações. Em consequência, aumentam as construções de usinas hidrelétricas, termoelétricas ou atômicas, de grande impacto sobre o meio ambiente (LAMBERTS et al.,1997). O autor completa ainda que preocupação com o meio ambiente na contemporaneidade visa o equilíbrio entre homem e natureza. Esse equilíbrio pode ser alcançado a partir de uma arquitetura que busca o respeito e integração com o meio ambiente e a redução de impactos negativos sobre este.
Possuindo como conceituação o vazio, e levando em conta a necessidade ambiental contemporânea, o vazio proposto por este trabalho busca proporcionar a criação de microclimas e visa estabelecer, assim uma relação harmoniosa entre edifício, o meio ambiente e o usuário. No contexto em que se promovem os princípios de conforto
Acesso de pedestres
Pilares Pátio Descoberto Pátio Coberto Circulação Publica Horizontal Vertical Circulação Particular Vertical [Fig.18]
CIRCULAÇÃO
PROGRAMA
A circulação pública possui um único núcleo vertical , sendo a distribuição do fluxo feito por corredores horizontais, esses ocorrem alternadamente ao longo dos pavimentos. Por se tratar se unidades duplex a circulação vertical também se faz presente em cada unidade habitacional.
Na escala do edifício possui um pátio interno descoberto, já na escala das habitações o programa resume-se no primeiro andar em terraço jardim, sala de estar , cozinha áreas de serviço e pequeno escritório, já no primeiro andar se encontram os quartos e o banheiro.
[Fig.19]
IMPLANTAÇÃO
Margeada por um jardim a Immeuble-Villa pode ser implantado vertical ou horizontalmente. Verticalmente o edifício é implantado em “U”, tendo um pátio interno descoberto e seus andares espelhados, mantendo a simetria derivada do clássico, possui cinco pavimentos, sendo quatro duplex e um terraço.
ABERTURAS SISTEMA ESTRUTURAL A estrutura resume-se em pilares, distribuídos ordenadamente no espaço. A sala de estar recebe fechamento em vidro, já o terraço jardim não recebe nenhum tipo de fechamento.
[Fig.20]
E ACABAMENTOS
Tendo o terraço Jardim com pé direito duplo como principal abertura, todas as outras aberturas das unidades são voltadas para o ele. A sala de estar recebe fechamento em vidro que compõe a fachada
REFERÊNCIA PROJETUAL IMMEUBLES VILLAS| LE CORBUSIER 1922
ESQUEMA ANALITICO DE VAZIOS E PARTIDO Immeubles-villas introduziu, na ar- CHEIOS EM PLANTA. quitetura, uma idéia inovadora de jardim suspenso em um edifício residencial urbano em que cada apartamento pudesse ser conside[Fig.16] rado uma pequena casa com jar[Fig.17] dim, independentemente do pavimento em que se encontrasEspaço vazio se. Isso era possível pela introdução de um amplo terraço individual, transformado em jardim, que possibilita a todos o direito de sol, ar e vegetação. Espaço cheio
21
INFLUENCIAS FÍSICAS E PISCICOLOGICAS
[Fig.21]
[Fig.22]
[Fig.23]
ambiental, o vazio como ativador de um microclima, possibilita: a iluminação natural em um maior número de superfícies verticais, interiores e exteriores; ventilação através de sistemas de exaustão natural e a produção de espaços de transição entre ambientes externo e internos proporcionando isolamento acústico do interior em relação ao exterior.
Além
desses
benefícios,
o
espaço
permite-se
receber
a
introdução
de
jardins.
Ao atingirmos essa qualidade física do espaço vazio, estabelecemos um outro tipo de relação com o ambiente, o consideramos como um lugar. O lugar alude à vivencia que se interpreta ao espaço, representa toda
COMPOSIÇÃO TEÓRICA
a memória as emoções, as cores, as textura, os sons e a temperatura, etc. Estabelece-se uma relação harmo-
22
niosa, entre espaço e usuário, ou seja, o lugar traduz-se como uma arquitetura para o espírito dos usuários. Tão importante quanto os benefícios físicos, o edifício que incorpora o vazio é capaz de produzir benefícios psicológicos ao usuário. O vazio dentro do edifício pode ter como finalidade o isolamento, o intervalo ou até mesmo o encontro.
Pode-se associar o vazio do isolamento à filosofia Zen, a qual (segundo Odebrecht 2004) , esvaziarse significa desprender-se de qualquer apego material ou emocional, dar-se conta de que realmente não se possui nada e que nunca se há possuído nada. Conseguido através do isolamento interior, o espaço vazio em sua plenitude de isolamento pode proporcionar, esse estado de desprendimento e ausência. Intervalo é a cessação temporária; pausa, o vazio como intervalo assume essa mesma função dentro do edifício.
O intervalo além de produzir benefícios quanto ao visual plástico do edifício, também produz uma pausa para o indivíduo em suas questões emocionais quanto seus, questionamentos, pensamentos, etc. Preparado de
para
receber
vivencias
e
caracterizados
pela
o
estado
sentimentos solidão,
pela
emocional
pessoais ausência,
do
e
indivíduo,
coletivos, ou
pela
o esses
amizade,
vazio,
torna-se
sentimentos encontro,
um
espaço
podem
ser
socialização,
etc.
23
REFERÊNCIA PROJETUAL IMMEUBLES VILLAS| LE CORBUSIER 1922
A
través da conceituação sucinta do objeto casa-pátio, neste capítulo objetivamos a fundamentação
RESGATE HISTÓRICO
histórica do presente trabalhoSegundo Delgado (2013), os exemplos mais antigos de casa com pátio que se conhece, localizam-se na China e Índia, foram construídos aproximadamente em 3.000a.C. Considerada uma das mais antigas formas edificadas, essa tipologia difundiu e se disseminou com a expansão dos grandes Impérios principalmente o árabe e o romano.
Possuindo o espaço vazio como espaço fundamental da edificação, o pátio, tendo como finalidade
primeira proteger do exterior, trazia consigo uma gama de atributos qualitativos físicos, sensitivos e emocionais. Sendo nomeado de diferentes maneira o pátio, átrio, peristilo ou jardim interno, com representantes edificados em várias culturas, é elemento que se adapta de acordo com o clima, usos, costumes e religião do local onde é inserido, muitas vezes representando uma imagem de prestígio e ostentação.
O átrio e o peristilo serão apresentados mais profundamente neste capítulo, pois a arquitetura greco-ro-
mana é constituinte fundamental do objeto arquitetônico apresentado pelos modernistas do século XX, a casa pátio. Tendo um amplo emprego na arquitetura romana, o átrio teve como origem um compartimento da casa com
uma
abertura
no teto, possuía como atribuição a de recolher a água da
chuva.
Associado à água, ao ar e à luz, (fontes vitais para a vida) esse espaço transforma-se na habitação em um local
COMPOSIÇÃO TEÓRICA
nobre para a recepção de visitantes e do convívio familiar. Muito utilizado na casa grega, o pátio é ajardinado,
24
e
surge o conceito
de peristilo. Quando o pátio está rodeado por um conjunto de colunas, o corredor
coberto
circundante ao pátio recebe o nome de peristilo, esse possui como função a de proporcionar um espaço protegido, sombreado, intermediário entre o exterior e o interior do
edifício, como um espaço de transição.
“Os
uma
do do-a
arquitetos o
pátio em
modernistas
como
uma
conceito
arquitetura
do
século
XX,
realizaram
arquitetônico,
eles
sintetizaram
pensada
para
o
presente.”(
uma
ÁLVAREZ,
série
de
tipologia
do
apud,
propostas passado
ODEBRECHT,
utilizan-
transforman-
2004,
p.11)
.
Sendo ele um dos arquitetos mais expressivos do modernismo, Ludwig Mies Van der Rohe produ-
ziu diferentes projetos nos quais o pátio converte-se num espaço singular da casa. Mies distingue-se do conjunto de arquitetos de sua época, quando começa a elaborar projetos individualizados, inteiramente avessos a ideia de tipologias de baixo custo, idênticas e padronizadas que eram produzidas até então.
Em sua arquitetura o pátio, segundo Odebrecht (2004), resumia-se em um espaço delimitado por mu-
ros de vidro ou tijolo, que constituem planos ora translúcidos ora não, sem teto pelo qual se introduz o céu, no qual se detém uma parte da natureza, permitindo a definição de espaços ordenados de forma clara, simples, inteligível e fluida em uma estrutura minimalista que se limita a pele e esqueleto.A leitura
projetu-
al da Casa com Três Pátios do Mies, ilustra como foi aplicada em um projeto toda o conceito acima apresentado.
ESQUEMA ANALITICO DE VAZIOS E CHEIOS EM PLANTA
Este tipo de projeto permite ao arquiteto testar e desenvolver livremente ideias arquitetônicas genéricas, para ninguém e nenhum lugar em específico, capazes de inspirar projetos futuros. [Fig.24]
Espaço vazio Espaço cheio [Fig.25]
1
5
LEGENDA 4
PAREDES EXTERNAS PLANOS DE VIDRO
2
PLANOS DE CONCRETO
IMPLANTAÇÃO A casa é um para terrenos
experimento genéricos.
PILARES PÁTIO 01 PÁTIO 02 3
PÁTIO 03 ACESSO DE PEDESTRES
[Fig.26]
[Fig.27]
ABERTURAS Aberta em todas as direções para a natureza circundante através de grandes painéis de vidro, a casa impõe mínima obstrução à vista, apenas poucas esquadrias e colunas esbeltas.
[Fig.28]
PROGRAMA
A casa não foi pensada para neINSTALAÇÕES HIDRAULICAS nhum tipo de família, mas se considerarmos suas dimensões, diAs instalações hidráulicas concentram- ficilmente pensamos que seu se nos planos de concreto(núcleo usuário seja uma única pessoa. O interior é livre para ser configurado rígido). não com paredes, mas com móveis, cortinas ou divisórias leves baixas, SISTEMAESTRUTURAL E F E C H A M E N T O S em torno de um núcleo de serviços fixo. Assim, o número, tamanho e A estrutura da Casa baseia-se em quatro anteparos opacos exter- posição dos quartos podem ser fanos de tijolos cerâmicos que sustentam a cobertura, pilares inter- cilmente adaptados de acordo com nos e um núcleo interno de paredes. Além dessas funções a motiva- as circunstâncias. De fato, a Casa ção dos anteparos opacos é possibilitar privacidade e permitir que a Núcleo foi concebida para adapvivência nesse espaço transcorra livre, de toda moral e coerção social. tar-se a diferentes famílias e locais.
REFERÊNCIA PROJETUAL CASA COM TRÊS PÁTIOS | MIES VAN DER ROHE
PARTIDO
25
O
presente trabalho inicia-se com a definição do partido arquitetônico, que utiliza-se
de um conceito historiográfico do pátio para sua fundamentação teórica. O partido é a composição plástica de cheios e vazios, pela qual o vazio é o elemento estruturador do espaço arquitetônico.
O OBJETO
Baseado nesse partido, o objeto arquitetônico a ser produzido é uma habitação plurifamiliar. Escolhida por se tratar de um ambiente de maior proximidade com o cotidiano humano, diferentemente dos espaços de trabalho, da rua, e dos locais públicos, que caracterizam-se por espaços temporários, a habitação em sua grande maioria é o local de maior permanência dos usuários da cidade.
Contudo, essa habitação, é uma habitação que leva em consideração o mundo atual, seus acontecimentos e
suas
necessidades, ela será portanto uma habitação que atenderá o indivíduo contemporâneo. Esse
indivíduo possui várias necessidades, porém, a que se sobressai para este trabalho é a questão da multiplicidade dos perfis familiares. Diferentemente da família nuclear burguesa do século XVIII e XIX, e do homem maquina moderno do século XX. Nos dias atuais existem uma diversidade de perfis familiares, essa
COMPOSIÇÃO TEÓRICA
diversidade é considerada por órgãos de pesquisa e estatística
26
brasileiros como o IBGE. Conforme ilustra a figura 1. Esse órgão divide os perfis familiares em cinco grupos. A saber: nuclear, unipessoal, casal de mesmo gênero, família estendida e composta, sendo que esses cinco grupos ainda são divididos em subgrupos. A partir dessas multiplicidades o projeto irá propor uma habitação contemporânea que abrigue essa diversidade de perfis em um mesmo edifício.
Ligado a essa multiplicidade de perfis, e por não se tratar de uma habitação de interesse social, determinaremos qual o extrato social brasileiro que mais se encaixa nessas premissas. O extrato escolhido foi o da classe C , conforme dados do IBGE ilustrados na figura 2 , ele
corresponde a 55% da população
brasileira, sendo a parcela com maior população e ,portanto, com maiores chances de se encontrar múltiplos perfis familiares, essa [Fig.29] Constituição Familiar Brasileira IBGE, 2010.Arte: parcela
apresenta
também
Jornal o Globo, 2012
ESQUEMA ANALITICO DE VAZIOS E CHEIOS EM PLANTA
A casa foi projeta para Dona Dalva de 74 anos que há décadas mora na Vila Matilde.Os Arquitetos partem da premissa de projetar um local funcional que atenda as necessidades da moradora, e fosse executado que com um orçamento restrito. Espaço vazio
[Fig.30]
sala com ventilção cruzada
GARAGEM PÁTIO SALA
Na área central da casa, o pátio cumpre a função essencial de iluminar e a ventilar. Esta área, serve também como extensões da cozinha e da área de serviço.
Espaço cheio
IMPLATAÇÃO
[Fig.32]
Térreo
[Fig.34]
LEGENDA TERRAÇO
Circulação vertical SUÍTE
Veículos Pedestres
Primeiro Pavimento
[Fig.33]
Aberturas(vidro+aluminio) Parede hidráulica
CIRCULAÇÃO E ACESSOS
Corredor Funcional circulação, área de higiene e trabalho (lavabo, cozinha e área de serviço) , para não perder nenhum espaço o corredor recebe diferentes atividades.
INSTALÇÕES
A implantação ocorre em um lote com 4,8 metros de largura por 25m de profundidade. Ocupando toda a sua largura no térreo o lote conta com um vazio na sua parte central esse vazio é responsável por iluminar e ventilar a habitação, tornando-se o ponto chave da implantação. Como no local já havia uma outra construção o terreno não sofreu alterações para este projeto. PROGRAMA
[Fig.35]
ABERTURAS E ACABAMENTOS As instalações hidráulicas são implantadas em dois núcleos um para banheiros e outra para área de serviços e cozinha. As aberturas possuem como material o vidro e o alumínio, elas são amplas e em sua grande maioria voltadas para o pátio Área de serviço e cozinha O acabamento é concreto aparente, além Banheiros de gerar uma economia para obra ele [Fig.36] é típico da arquitetura moderna paulista. SISTEMA ESTRUTURAL Além da questão de um orçamento limitado a moradora ainda necessitava de uma construção rápida, a solução foi então optar por fazer fechamentos em blocos de concreto e as lajes pré-fabricadas de concreto armado.
[Fig.31]
O programa no térreo se resume em atender a demanda da moradora, ele conta com: sala de estar e jantar, lavabo, cozinha, área de serviço e suíte. Na parte superior o projeto conta com uma suíte e um terraço verde que pode futuramente receber um outro cômodo se a moradora assim necessitar.
[Fig.38] [Fig.37]
REFERÊNCIA PROJETUAL CASA VILA MATILDE |TERRA E TUMA 2015
PARTIDO
27
uma
alta
variabilidade
de
renda
mensal
que
vai
de
2.000
reais
a
20.000
reais.
A partir desse objeto delineado como habitação plurifamiliar contemporânea para a classe C, o local escolhido para a sua implantação apresenta conformidades vinculadas a classe média, como mostra o mapa da figura 3 (na página seguinte). Localizado grande parte na Zona Norte e pequena parte na Zona
O OBJETO
Oeste, a área escolhida é composta pelos bairros: Campos Elísios, Ipiranga, Vila América e Jardim Central Park.
A área apresenta ainda uma carga histórica. Essa carga corresponde à implantação de um núcleo colonial para colonos denominado Antônio Prado, que, na época era um núcleo urbano relativamente contíguo ao centro da cidade, instalado próximo à linha férrea, onde os fazendeiros doaram uma pequena
[Fig.39]População por classes, IBGE 2016.
parte de suas terras, essas em sua grande maioria pouco valorizadas, e construíram pequenas moradias para os imigrantes que ali chegavam. Esses, em troca da moradia e obter a permissão para cultivar gêneros alimentícios de subsistência trabalhavam nas lavouras de café.
COMPOSIÇÃO TEÓRICA
A qualidade espacial e física desse loteamento e das casas pouco importava, pois tratava-
28
se de uma população de baixíssima renda. A área em questão manteve as características espaciais do passado, onde as quadras são longilíneas, as testadas dos lotes são pequenas e a ocupação do quarteirão é máxima. O que resulta em quadras totalmente preenchidas e casas com pouca salubridade. Explorando de maneira contraria a ocupação espacial da área. O presente trabalho irá criar um contraponto os
ao
levantamentos
utilizar-se e
as
da
composição
análises
dos
em
cheios
condicionantes
e
vazios.
urbanísticos
Apresentaremos
na
do
seu
local
e
do
sequencia entorno.
29
REFERÊNCIA PROJETUAL CASA VILA MATILDE |TERRA E TUMA 2015
30
LEVANTAMENTOS DA ÁREA
31
LEVANTAMENTOS DA ÁREA
ÁREA DE ESTUDO A área de estudo é composta por quatro bairros, e foi delimitada a partir de um raio de 800 metros do núcleo central da área de intervenção. Esse valor de raio corresponde a escala de proximidade que o pedestre saudável segundo a OMS, consegue percorrer sem que seu corpo
RESTRIÇÕES LEGAIS
apresente sinais de esforço.
Localizada dentro da área urbana do município de Ribeirão Preto. A área de intervenção escolhida deve respeitar a legislação vigente. Para isso analisamos três mapas, sendo eles : Mapa de Macrozoneamento, Mapa de Áreas Especiais e Mapa de Zoneamento Industrial. Mapa de Macrozoneamento O município divide-se em cinco zonas de urbanização distintas, sendo que cada uma delas possuem diferentes restrições legais. A área de intervenção encontra-se em duas zonas, Zona de Urbanização Preferencial e Zona de Proteção Máxima. Zona de Urbanização Preferencial ZUP Área com infra estruturas e condições geomorfológicas que favorecem sua urbanização.
[Fig.40]
Permissão de densidades médias a altas. Característica que fortalecem a implantação de um edifício habitacional plurifamiliar, já que apresenta condições urbanísticas e de
LEVANTAMENTOS DA ÁREA
infra estrutura para suporte da construção e de utilização de seus futuros ocupantes.
32
Zona de Proteção Máxima ZPM Localizada nas margens dos rios( nesse caso nas margens do Ribeirão Preto), córregos e lagoas. Essa Zona ocupa uma pequena parcela da área de intervenção, não prejudicando a implantação de um edifício habitacional plurifamiliar. Mapa de Áreas Especiais Áreas de Uso Misto
[Fig.41]
São
áreas
tar
residências,
Portanto
onde
além
do
se
pode
implan-
comercio
e
serviços.
edifício
habitacional
é
permitido a instalação de outros equipamentos que poderão contribuir para pulação
que
ali
residir
e
seu
po-
entorno.
Mapa de Zoneamento Industrial. Área de uso misto – I (índice 1,5) AUM
Gabarito Máximo
10 metros
Densidade Populacional Máxima e Básica
2000 Hab/há e 850 Hab/ha
Coeficiente de Aproveitamento Máximo
5 vezes a área do terreno
Áreas Publicas para lotes acima de 10.000 m²
10% devem ser destinados para fins de sistema de área verde/lazer/instit ucional ou equipamentos.
Recuo
R= H/6 maior, igual a 2
Área Permeável
15% da dimensão total
Taxa de Ocupação
70%
-1 Complementando
o
mapa
de
áreas
peciais.
de
uso
misto
I,
a [Fig.42]
A
área
es-
prevê
instalação de equipamentos de menor
potencial poluidor, com índice de risco ambiental até
1,5
(um
e
meio).
NO
[Fig.43]
O mapa de vegetação ilustra que a maior extensão de área verde, encontra-se
ao longo do Ribeirão Preto, junto a Avenida Edu-
ardo Antônio Matarazzo. Este fato ocorre principalmente devido à obrigatoriedade da APP (Área de Preservação Permanente), que obriga a preservação da mata nativa ao longo de córregos, rios, nascentes
protegendo seu leito. São poucas as manchas de ve-
getação existentes no interior dos bairros, e quando existem, restringem-se às pequenas praças. A área de vegetação que se encontra ao longo da Avenida Rio Pardo está tolamente abandonada e poluída servindo de descarte de lixo dos moradores. As ruas, em sua, maioria são bem arborizadas com plantas de médio e pequeno porte tendo exceções com plantas de grande porte. Identificamos portanto a partir das analises acima que a maior parte da vegetação existente faz parte da APP do Ribeirão Preto e a exploração deste potencial pode trazer aos moradores desta área uma melhor qualidade de vida e interação com a natureza.
Devido
a
esta
potencialidade
existente
na
Gleba,
dessa
proximidade
com
este
tre-
cho de vegetação, aliado a Zona de Proteção Máxima e a falta de equipamentos de lazer, haverá a proposta da implantação de um parque na área de intervenção, que irá compor
a
propostas
de
composição
entre
cheios
e
vazios,
além
de
qualificar
o
ambiente.
LEVANTAMENTOS DA ÁREA
VEGETAÇÃO
SE
33
LEVANTAMENTOS DA ÁREA HIERARQUIA VIÁRIA E USO DO SOLO 34
Ao analisarmos o mapa de hierarquia viária, concluímos que o local necessita de implantação e
NO
de implantação e alargamento de vias, pois estas
SE
recebem um fluxo maior do que o suportado pelas mesmas. A exemplo disso temos a Avenida Eduardo Andréia Matarazzo, Avenida Rio Pardo, a Rua Pernambuco e um trecho da Capitão Salomão.
As Vias locais do projeto a serem implantadas, paralelamente a Via Norte estão previstas nas diretrizes viárias do município. Essas são utilizadas como diretrizes para determinar limites da área de intervenção. A criação de uma via de acesso local, permite a desaceleração e a restiçã do alto fluxo de veículos próximo aos edifícios habitacionais. [Fig.44]
Mapa
de
Uso
e
ocupação
Local destinado a construção de moradias para imigrantes no passado, ainda hoje como identificado no mapa possui a habitação como predomínio de seu uso e ocupação. Serviços e comércios são vinculados as vias de maior movimento.
[Fig.45]
NO
[Fig.46]
Através do levantamento, percebemos que em questão de quantidade de iluminação (posteamento), a área é bem servida, tendo todas as suas vias/ ruas iluminadas, apesar das ruas serem bem Iluminadas, não há mobiliários como bancos, para permanência de pessoas no local, estes concentram- se apenas nas poucas praças que ali existem. As lixeiras no interior dos bairros, são implantadas porem em pouca quantidade, sendo portanto insuficientes. A sinalização, realizada através de placas indicativas são suficientes elas ocorrem tanto nas vias de pequeno fluxo quanto nas vias de alto fluxo, já as faixas de pedestres são totalmente insuficientes, elas aparecem somente em pontos onde existem semáforos sendo que em todo restante da área elas não acontecem. A presença de semáforos é quase inexistente, restringindo-se, apenas, às avenidas, ou as ruas de maior fluxo, como é o caso da Avenida Marechal Costa e Silva, Rua Pernanbuco e Rua Capitão Salomão, pontos de ônibus obedecem a mesma distribuição dos semáforos, tendo sua predominância nas ruas de maior fluxo. A acessibilidade dentro dos pontos analisados pelo mapa de mobiliário representa o pior ponto devido sua importância no espaço urbano, quando acontecem na área aparecem próximo as praças.
Pensando na interação dos moradores da região com o local, o projeto apresentará diversos acessos não restritivos, onde toda a população poderá circular pelo seu interior, fazendo uso dos espaços de convívio coletivo, que apresentarão qualidades que área não apresenta como acessibilidade e bancos .
LEVANTAMENTOS DA ÁREA
EQUIPAMENTO URBANO
SE
35
NO
LEVANTAMENTOS DA ÁREA
MOBILIÁRIO URBANO
SE
36
[Fig.47]
A área de estudo apresenta uma grande quantidade de escolas públicas , que atendem diversas faixas etárias, desde o jardim de infância até o colegial,
a área apresenta ainda dois equipamentos educacionais sendo um
rior, essa grande diversidade de equipamentos
de nível técnico e outro supe-
educacionais é de grande beneficio para a área pois evita grandes deslocamen-
tos. Já para se ter acesso a equipamento públicos de saúde e de lazer são necessários deslocamentos , na área há somente um equipamento de saúde pública sendo que este atende a especialidade de saúde mental , o outro equipamento de saúde é particular restringindo portanto seu uso. Quanto aos equipamentos de lazer esses são inexistentes tanto no âmbito privado quanto público.
Pensando
neste
cal
a
para
maior
implantação
déficit,
será
de
equipamento
um
proposto de
dentro
do
espaço
do
lazer,
que
respeitará
edifício, o
meio
um
lo-
ambiente.
Derivada de um acontecimento histórico, NO
sendo este a Implantação do Núcleo Co-
tudo possui algumas características da ocupação passada, isso nos mostra que não houve mudanças radicais no local. Essas características podem ser observadas a partir do levantamento e da análise, dos mapas de gabarito e de figura fundo. Destinados aos imigrantes as moradias eram de baixo custo, portando possuíam gabaritos de no máximo dois pavimentos, o que caracteriza a horizontalidade da área, sendo que os edifícios com gabaritos
superior
a
três
pavimentos,
são pontuais e construídos atualmente. [Fig.48]
A máxima ocupação urbana da área, era de extrema importância para se conseguir a construção de mais moradias no século XIX, isso resultou em um traçado que permite a ocupação total da quadras. O projeto portanto apresentará partir
a
do partido arquitetonico em
cheios e vazios, uma nova implantação para a área , que será um contaponta a ocupação total da quadra.
[Fig.49]
LEVANTAMENTOS DA ÁREA
explicitado anteriormente, a área de es-
GABARITO E FIGURA FUNDO
lonial Antônio Prado no século XIX, fato já
SE
37
1
[Fig.50]
2 [Fig.49]
AREA DE IMPLANTAÇÃO
LEVANTAMENTOS DA ÁREA
3
38
[Fig.51]
[Fig.52]
VIAS IMPLANTADAS VIAS EXISTENTES
OPERAÇÃO URBANA
TOPOGRAFIA
8O
m
m
m
m
O
O
12
10
RELAÇÃO CENTRO|ÁREA DE INTERVENÇÃO A área de intervenção possui certa proximidade com o quadrilátero central, local que serve como centro de referência para comércios e serviços na escala da cidade. O terminal rodoviário, o Morro do São Bento e o Parque Maurilio Biagi também apresentam certa proximidade quando pensamos na escala dos transportes e não na escala dos pedestres.
[Fig.53]
LEVANTAMENTOS DA ÁREA
O
12
39
40
O PROJETO
41
O PROJETO
MOMORIAL JUSTIFICATIVO
O PROJETO 42
O CONCEITO
PARTIDO
O conceito do presente trabalho como apresentando anteriormente basia-se na composição plástica em cheios e vazio . Composição essa que tem como principal característica o contraste de densidades de massa Apartir do entendimento e aprofundamento deste obtivemos como partido do presente trabalho o vazio como elemento estruturador do espaço.
Os benefícios físicos e piscicologicos alacançados atraves do vazio são inumeros como ja ilustrado no capítulo de benefícios físicos e piscícologicos, portanto este torna-se o elemento estruturador do espaço pois o objetivo deste trabalho é proporcionar para o ambiente habitacional e seus ocupantes conforto ambiental e qualidade de vida. Foram aplicados no projeto vazios tanto na implantação quanto no edifício esses atingem a escala da vizinhança e do morador.
A criação da união dos dois edfícios em uma laje curva possibilitou a implantação dos equipamentos de lazer , neese espaço liberando ainda mais grande vazios no térreo.
NO SE
Implantação Inicial
Os vazios na escala do edfício foram propostos para que a unidade habitacional esteja sempre proxima á esses vazios Grandes cortes na topografia permite que o subsolo dos edifícios possam usufruir de um gande vazio que produz salubridade ao espaço.
Inicialmente foram implntados quatro edifícios, a opção pela diminuição de um deles e a então verticalização dos outros edifícios para suprir essa retira se deu pois As unidades habitacionais de 40m2 são deslocadas frontalmente devido a insolação que seria insuficiente se esse não ocorresse, ao desloca-lo consegue-se ampliar a captação de luz com uma esquadria lateral
a
verticalização
na
implantação
dos edificios permite que somente uma pequena parte da área total seja ocupada o que prduz grandes vazios que além de gerar conforto ambiental para o edfício também atuarão na escala da vizinhança.
PROGRAMA DOS VAZIOS Partindo do levantamento feito na área de estudo, podemos concluir que a área é carente quanto à equipamentos de lazer contemplativo e ativo. Os vazios que receberão o lazer comtemplativo encontram-se no terreno ja os vazios que recebem o lazer ativo encontran-se no edifício.Os vazios que se encntram no edifício atedem escalas de publicos diferentes, alguns atendem a escala da vizinhança ja outros só atendem a escala do edifício. ESCALA VIZINHANÇA ESCALA EDIFICIO PROJEÇÃO
M E D I TA- J A R D I ÇÃO NAGEM
JARDINAGEM
BINQUELEIM E D I TADOTECA TURA ÇÃO L E I - BINQUEPROJETURA DOTECA ÇÃO L E I - M E D I TALEITURA TURA ÇÃO LEITURA
BINQUEPROJEDOTECA ÇÃO M E D I TAÇÃO LEIBINQUETURA DOTECA
PROJEÇÃO
MESAS DE JOGOS
MEDITAÇÃO APOIO LEIAPOIO COM|SERV COM|SERV TURA
PROJEÇÃO
PISCINA
JARDINAGEM JARDINAGEM MEDITAÇÃO
LEITURA
BINQUEDOTECA
MEDITAÇÃO JARDINAGEM
LEITURA
MEDITAÇÃO
LEITURA
BINQUEDOTECA
LEITURA
PROJEÇÃO
MEDITAÇÃO
PROJEÇÃO MEDITAÇÃO BINQUEDOTECA
LEITURA MEDITAÇÃO
VISTA E
QUADRA
BINQUEDOTECA MEDITAÇÃO BINQUEDOTECA
PROJEÇÃO MEDITAÇÃO
LEITURA PROJEÇÃO
VISTA D
P L A Y GROUND
QUADRA
O PROJETO VAZIOS
VISTA A
43
O PROJETO
UNIDADES HABITACIONAIS
EDIFÍCIO 1 VISTA D
44
EDIFÍCIO 1 VISTA E
PROGRAMA DOS VAZIOS
A Unidade Habitacional foi proposta para que todos os diferentes perfis familiares fossem atendidos. Dividida em módulos de 4m(L) x 10m(P), ela agrupa-se de diversas formas permitindo que o habitante opte pela dimensão que mais se adeque as suas necessidades.As unidades variam de 40 m², 80 m², 120 m² e 160 m². planta
corte
EDIFÍCIO 2 VISTA A O programa da Unidade Habitacional divide-se a partir das atividades desenvolvidas dentro da habitação, e não necessariamente em cômodos limitados. Essa divisão é feita por Marcelo Tramontano (1993),ele usa de seis componentes comuns dos programas arquitetônicos para criar novas configurações possíveis para os espaços. A divisão é feita por espaços de: convívio, repouso e isolamento, higiene, preparação de alimentos, estocagem e trabalho na habitação . Espaços de convívio: mesmo com os novos hábitos adquiridos atualmente pelo avanço da tecnologia, o espaço de convívio não deve perder a sua importância, o ser humano é sociável e precisa se relacionar. Espaço de repouso e isolamento: é um espaço totalmente oposto aos espaços de convívio, esse local é dedicado somente ao indivíduo.
120m2
DUPLEX 120m2
Espaço de higiene: O espaço de higiene abandona seu caráter de simples local de realização de tarefas pessoais, para tornar-se um lugar de prazer. O relaxamento e o exercício físico inserem-se em uma tendência de cuidados com a saúde e com o corpo. Espaço de preparação de alimentos: O espaço de preparação de alimentos foi um dos que sofreu maiores modificações no decorrer da história da habitação. A alteração de comportamentos, esboça uma tendência cada vez mais nítida: a redução da área da cozinha convencional e a supressão progressiva dos seus anexos (sala de jantar). Em alguns casos a cozinha ganha agora o status de espaço de convívio. Espaço de estocagem: A estocagem pode estar localizada em qualquer espaço da habitação atualmente, pois ela foi associada ao mobiliário.Espaço de trabalho na habitação: Os novos meios de telecomunicação propi-
serviço comercio
habitação
ciaram essa mudança no local de trabalho. Hoje ela pode estar em qualquer lugar, e dentro da habitação podem estar vinculadas principalmente aos ambientes de convívio
DUPLEX 80m2
DUPLEX 160m2
160m2 imagens dessa página estão na escala 1:250
UNIDADES HABITACIONAIS
40m2
O PROJETO
80m2
45
ESTRUTURA
[Fig.54]
O PROJETO
MEMORIAL DESCRITIVO
Os edifícios possuem sistema portante independente, constituídos por vigas e pilares. Em busca de vãos livres e com intuito de não diminuir consideravelmente o pé direito das habitações, utiliza-se a estrutura com viga invertida. A viga invertida permite ainda a mobilidade na rede hidráulica, através do espaço entre a laje estrutural e o piso elevado.
46
Quando é necessario o deslocamento das habitações de 40m 2 amplia-se somente a laje em dois metros
FECHAMENTOS FECHAMENTOS DE PAREDES DE DIVISÃO ENTRE AS HABITAÇÕES COM MONTANTES METÁLICOS E PLACA CIMENTÍCIA FECHAMENTOS DE PAREDES DE DIVISÕES INTERNAS GESSO ACARTONADO
[Fig.55]
ABERTURAS
INSOLAÇÃO Através do estudo de insolção apresentado,constatamos a necessidade de utilização de proteção solar em uma das fachadas do edifício. Utiliza-se como proteção esquadria de aluminio corrediça com brises de madeira articulados. Cada fachada recebe esquadria aonde a quantidade de brises corresponde com a insolação. Fachada com alta insolação esquadria com 08 brises articulados, média insolação, e brises articulados e baixa insolação 4 brises articulados.
O PROJETO
Das quatro faces que compões as unidades habitacionais apenas duas faces recem aberturas. Uma das faces a voltada para o o corredor de circulção recebe janela em fita com pé direto de 2,20 para manter a privacidade no interior das habitações, a outra face recebe grande abertura essa com guarda corpo de 1,1m e vidros corrediços
47
48
O PROJETO PROJETO 3D
49
O PROJETO PROJETO 3D
50
O PROJETO
51
O PROJETO
PROJETO 3D
ÁREA INSTITUCIONAL :3.000m2 Levando em consideração o levantamento de equipamentos públicos da área de estudo e detecando a carência de equipamentos de saúde, será proposta para a área institucional uma base de saúde que atendan a escala do bairro. Além da base de sáude e portanto justificando a área que ultrapassa a exigida pela legislação (5%da área total), essa área tamém receberá pequenos comercios e serviços esses na escala da vizinhança que irão suprir a necessidade dos modarodes dos edifícios.
ÁREA TOTAL: 13.800m EDIFÍCIO 1[E1]: 12.700m2 EDIFÍCIO 2 [E2]: 7.700m2 Legenda Piso drenante
E1
Área permeável Coeficiente de aproveitamento
Área total construída: 20.400m2 Densidade Demografica Área Lote : Área Lote Habitacional:13.800m2= 1,38 ha Adota-se 850 Hab/Ha (DENSIDADE BÁSICA), portanto, no lote podem habitar 1071 pessoas. Média da família paulista -
MAPA ESQUEMÁTICO DE GABARITO 48 36 32 24
3,4 pessoas 1071/3,4 = 315 Unidades Habitacionais.
Total de Unidades Hanitacionais: 123 unidades Unidades de 40m2: 48 uni Unidades de 80m2: 46 uni Unidades de 120m2: 21 uni Unidades de 160m2: 8 uni
escala 1:500
O PROJETO
E2
IMPLANTAÇÃO
5x a área do terreno : 54.000m2
MOVIMETAÇÃO TOPGRÁFICA Aterro Corte
Curvas antes da movimentação
Legenda Piso drenante Área permeável
escala 1: 500
O PROJETO TÉRREO
Projeção da estrutura
Legenda Piso drenante
escala 1: 500
O PROJETO
PAVIMENTO INFERIOR
Área permeável
O PROJETO
escala 1: 250
PLANTA 7 ANDAR
O PROJETO
escala 1: 250
PLANTA 5 ANDAR
O PROJETO escala 1 : 250
O PROJETO
escala 1 : 250 CORTE BB
CORTE AA
O PROJETO escala 1 : 250
O PROJETO
escala 1 : 250 ELEVAÇÃO E2
ELEVAÇÃO E1
CAMPOS, M. A recorrência do pátio interno nas residências modernas. Scielo. São Paulo, v. 16, n.1, jun. 2008. DELGADO, A.I.R.L Estudo do Pátio na Habitação Unifamiliar:quatro casas de Álvaro Siza Vieira. 2013. 93.f .Dissertação (Mestrado Integrado em Arquitetura)-Universidade Beira Interior, Covilha, 2013. GUERRAND, R. Espaços privados. in: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da Vida Privada 4. São Paulo: Cia das Letras, 1991
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Fig.03 disponível em: http: afasiaarchzine.com/ Acessado 06/04/16
lamatilde Acessado 04/04/16 editado pela autora Fig.33 disponível em: http://www. http://www.archdaily.com.br/casavilamatilde Acessado 04/04/16 editado pela autora Fig.34 disponível em: http://www. http://www.archdaily.com.br/casavi-
autora Fig 06. disponível em: http:/ prezi.com/gifu / Acessado 16/04/16 editado pela
lamatilde Acessado 04/04/16 editado pela autora Fig.35 disponível em: http://www. http://www.archdaily.com.br/casavi-
autora Fig 07. disponível em: http:/ wiki.ead/gifu / Acessado 16/04/16 editado pela
lamatilde Acessado 04/04/16 editado pela autora Fig.36
autora Fig 08. disponível em: http:/ prezi.com/gifu / Acessado 16/04/16 editado pela
Fig 09. disponível em: http:/ prezi.com/gifu / Acessado 16/04/16 editado pela
Fig 10. disponível em: http:/ prezi.com/gifu / Acessado 16/04/16 editado pela autora
http://www.terraetuma.com.br
Acessado
disponível
em:
http://www.terraetuma.com.br
Acessado
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http://www.terraetuma.com.br
Acessado
04/04/16 Fig.38
autora
em:
04/04/16 Fig.37
autora
disponível
disponível
04/04/16 Fig40. Base Prefeitura de Ribeirao Preto Fig41. Base Prefeitura de Ribeirao Preto
Fig 11. disponível em: http: wiki.ead/gifu Acessado 16/04/16
Fig42. Base Prefeitura de Ribeirao Preto
Fig 12. disponível em: http: wiki.ead/gifu Acessado 16/04/16
Fig43. Base Prefeitura de Ribeirao Preto- alterado pela autora Fig44. Base Prefeitura de Ribeirao Preto- alterado pela autora
Fig 13. disponível em: http: wiki.ead/gifu Acessado 16/04/16
Fig45. Base Prefeitura de Ribeirao Preto- alterado pela autora
Fig 15. disponível em: http: wiki.ead/gifu Acessado 16/04/16 Fig 11. disponível
Fig46. Base Prefeitura de Ribeirao Preto- alterado pela autora
em: http: wiki.ead/gifu Acessado 16/04/16
Fig47. Base Prefeitura de Ribeirao Preto- alterado pela autora
Fig. 16disponível em: http://www.lecorbuisier.com Acessado 06/04/16
Fig48. Base Prefeitura de Ribeirao Preto- alterado pela autora Fig.49 disponível em: http://google.maps- alterado pela autora
Fig. 17. Produzida pela autora
Fig.50 disponível em: http://google.maps
Fig. 18 disponível em: http://www. http://www.lecorbuisier. Acessado 06/04/16
Fig.51 disponível em: http://google.maps
editado pela autora
Fig.52 disponível em: http://google.maps
Fig.19 disponível em: http://www. http://http: lecorbuisier. Acessado 06/04/16 editado pela autora
Fig.53 disponível em: http://google.maps- alterado pela autora Fig.54 disponível em: http://google.comimagensvigainvertida- alterado pela autora
Fig. 20. disponível em: http://www. http://www.archdaily.com.br/ lecorbuisier.
Fig.54 disponível em: http://google.maps.placacimenticia alterado
Acessado 06/04/16 editado pela autora
pela autora
Fig 24. disponível em: http://trespatios.blogspot.com.br 06/04/16 editado pela autora
Acessado
Fig 25.Produzida pela autora Fig 26. disponível em: http://www.lppm.com.br Acessado 06/04/16 Fig 27. disponível em: http: afasiaarchzine.com/ Acessado 06/04/16 Fig 28. disponível em: http: afasiaarchzine.com/ Acessado 06/04/16 Fig. 30 disponível em: http://www.elemental.com Acessado 06/04/16 Fig.31 Produzida pela autora Fig.32 disponível em: http://www. http://www.archdaily.com.br/casavi
LISTA DE FIGURAS
Fig 05. disponível em: http:/ prezi.com/gifu / Acessado 16/04/16 editado pela
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fig 04 Produzido pela autora