Uma Carta
um ensaio fotográfico
Por Gabriela Maia
O
trabalho final do curso Núcleo Piratininga de Comunicação é escolher um trecho do livro “História das Lutas dos Trabalhadores no Brasil”, por Vito Giannotti, e fazer algo de livre escolha. Resolvi fazer mais que apenas um simples ensaio fotográfico de comparação e escrevi esse texto para expressar o meu aprendizado durante os 7 meses de curso. Não fiz nada muito elaborado, me faltou um pouco de criatividade, talvez. Quando li o sumário do livro, logo meus olhos bateram no capítulo 2, que fala do nascimento da classe operária no Brasil. Eu não poderia deixar de citar no meu trabalho, a classe operária de maior destaque na nossa história: a dos escravos. É um pequeníssmo trecho na página 50/51, que cita a época dos escravos no Rio de Janeiro e outros locais no Brasil. Mas por que eu peguei um trecho tão minúsculo de meia página ou dois parágrafos? Porque eu sempre estudei a história pela perspectiva dos livros da escola, no Mato Grosso do Sul, tão distante do que os olhos realmente podem ver. Meu primeiro contato real com a história do Brasil imperial foi em Petrópolis. Aos corredores do Museu Imperial, eu pude ver e sentir, talvez até imaginar tudo o que aconteceu entre aquelas paredes. Festas, jantares e claro... os equipamentos de tortura usado nos negros que trabalhavam nas fazendas dos barões de café da época. Mas eu pude realmente sentir mais da história quando explorei a região portuária do Rio para fazer trabalhos do curso de jornalismo. Quando eu soube onde era a chegada, onde estavam os corpos e ainda onde resiste o movimento negro, é como se dessa vez, eu estivesse estudando a
história de verdade. Não aquelas misógenas páginas dos livros de história contando coisas que apenas o lado do imperador e barões, dos ricos, das fortunas e colocando os negros em segundo plano, quando eles foram os maiores conquistadores de direitos que ainda resistem ao preconceito diário por causa de sua cor. É incrível sentir a presença do movimento negro grafitado nos muros, a resistência num local ao qual os deixam ter sua essência e sua cultura. Talvez eu não possa, nem que por um milésimo de segundo, entender como foi e como é para eles viver num mundo branco, sem cor, sem compaixão, racista e preconceituoso. Eu nunca vou saber como é sofrer o preconceito de ser negra, pois sou branca. O que importa, para mim, é poder sentir a presença da história nos dias de hoje, não fazer se esquecer dos árduos períodos de tortura e apoiar o emponderamento da mulher negra e de sua beleza. O que o curso do NPC fez para mim, como estudante de jornalismo e como pessoa, foi desconstruir preconceitos e visões erradas que eu tinha à respeito de n questões. Uma das razões ao qual eu, feito a doida que sou, correr atrás de mostrar o lado das minorias em cada trabalho que faço, de não ter medo e de honrar a profissão ao qual escolhi. Faço o último trabalho em agradecimento aos inesquecíveis dias de aprendizado, que com toda certeza, eu levarei comigo em todos os meus dias. E a coragem que tive que aprender a ter, para sair de Seropédica, sem conhecer o Rio, e ir às aulas todos os sábados, mesmo levando meia hora para achar o local. Ampliei meus horizontes e diminuí meus medos. À todos os integrantes do curso, muito obrigada!
O Rio Antigo
Desembarque de escravos no Cais do Valongo (JM Rugendas) – 1835 / Fonte: http://diariodorio.com/historia-do-cais-do-valongo/
O Porto do Rio no Princípio do Século Fonte: https://reconversaourbana.wordpress.com/2011/08/30/)
Memorial CemitĂŠrio dos Pretos Novos Fonte: http:// pt.slideshare. net/011207/cemiteio-dospretos-novos
Cais da Imperatriz – Portal dos Pretos Novos Fonte: http://www0.rio.rj.gov.br/patrimonio/ proj_cais_imperatriz.shtm
Navio negreiro transportando escravos aficanos Fonte: http://cfrbpensandoalto.blogspot.com.br/2011/12/ pretos-novos-arqueologia-e-historia-da.html
Avenida Caes do Porto – RJ Fonte: https:// historiadorio. wordpress.com/
Cais da Imperatriz Fonte: http://diariodorio.com/historia-do-cais-do-valongo/
Valongo e Pedra da Prainha Fonte: http://www.rioecultura.com.br/coluna_patrimonio/ coluna_patrimonio.asp?patrim_cod=44
Quitandeiras em rua do Rio de Janeiro, 1875 Marc Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles / Fonte: http:// www.historiailustrada.com.br/2014/04/raras-fotografiasescravos-brasileiros.html
Museu Imperial antigamete Fonte:Fonte: %2BHenrique%2BRevert%2BKlumb%2B%2Bcerca%2Bde%2B1860.jpg
Perimetral do Museu do AmanhĂŁ Fonte: http://diariodorio.com/exposicao-sobre-perimetral-no-museu-do-amanha/
Petrรณpolis antigamente Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/ images?q=tbn:ANd9GcQUMykb-QAo-zAzg_DOF3T4c70jXFoZeqA6_ OVQsq283-nkbF4W1g
O Rio Hoje
Cais do Porto
Museu do AmanhĂŁ
Pedra do Sal
Instituto e Memorial dos Pretos Novos
Cais do Porto
Instituto e Memorial dos Pretos Novos
Museu Imperial Petrรณpolis
Petrรณpolis
Cais do Valongo
Uma Carta
um ensaio fotográfico
Gabriela Maia- Outubro 2016 NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação