Bordeaux | #01 2009

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ANO 1: N. 01 junho | 2009 R$8,50

Christiane Torloni Dondoca na novela, ativista na vida real

CIÚME demais pode fazer ele te trair Até que ponto a desconfiança é normal e quando ela se torna inimiga da relação

CASA, COMIDA E ROUPA LAVADA Filhos trintões querem a comodidade de morar com os pais

Existe SEXO ousado após o CASAMENTO? Uma se casou virgem e a outra já conheceu todos os motéis de BH. As duas contam seus truques para manter o tesão no relacionamento

AUTO-EXAME NA BERLINDA Você sozinha pode não detectar o câncer de mama

Beleza sob medida

Cabelos compridos: você também pode. Maquiagem para toda ocasião. E um especial de moda para você aproveitar peças descoladas do guarda-roupa da sua filha

9dicas

PARA COMPRAR SEU NOTEBOOK


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CARTA À LEITORA Revista Bordeaux Você mesma, pela primeira vez A vida inteira você teve que se preocupar com os outros. Primeiro foram seus pais. Ser boa filha, estudiosa, dar orgulho à família. Depois o casamento, o marido, a casa. Então vieram os filhos e suas noites de sono nunca mais foram as mesmas. Nesse meio tempo, também foi preciso batalhar pela carreira e se virar para fazer tudo sempre linda e cheirosa. Agora que a criançada cresceu e a casa está arrumada, você cuida de si mesma. BORDEAUX é para você, que planeja viajar, quer aprender mais um idioma e pensa em fazer aquela aula de violão que sempre deixou para depois. Essa primeira edição vem recheada de histórias para te inspirar. Uma mulher que se casou virgem e demorou anos para ousar na cama e outra que já conheceu todos os motéis de Belo Horizonte contam como fizeram para reacender a chama no casamento, ou mesmo para nunca deixar que ela se apagasse. Outras lutaram contra o câncer, ou voltaram a estudar depois de vários anos se dedicando à família. Tem também quem compre briga para defender a Amazônia. Interpretando uma dondoca que não encara a realidade na novela das oito, Cristiane Torloni mostra aqui que frivolidade não é a dela. Pelo contrário, a atriz usa sua fama para mobilizar mais de um milhão de brasileiros para o que acontece em nossas florestas. Sem se esquecer da aparência: aos 52 anos, Cristiane esbanja elegância e um corpo de dar inveja em muita menina de 20. Por falar em beleza, você também pode aprender a fazer, em trinta minutos, um visual que realça suas melhores características. Nossa expert Marjorie Campos oferece dicas que acompanham sua experiência. Na moda, BORDEAUX também valoriza mulheres de verdade: no ensaio feito com mãe e filha mostramos como dar cara nova à mesma peça, apenas mudando a combinação. Aliás, dicas não faltam. Escolher o notebook perfeito, se organizar com vários cremes, eleger um bom restaurante de comida árabe... Em toda BORDEAUX, falaremos também sobre como lidar com pais idosos e dependentes. Queremos auxiliar você a resolver todas as suas preocupações, mas

principalmente, a preocupar-se mais com você mesma. Nossa colunista Vera Veiga estreia com uma emocionante reflexão sobre o tempo vivido e o tempo por viver. Vale a pena ler enquanto termina o dia com um delicioso escalda pés.

Marjorie saiu de Juiz de Fora especialmente para o ensaio de Bordeaux

Mãe e filha se divertem durante o ensaio de moda

Carlinhos prepara nossas modelos para o ensaio de cabelos


CARTAS À REDACAO Aci tem velenis nit num augait delendit lutpat. Re verostrud delit iriliquis exerill.. FINALMENTE UMA REVISTA FEITA PARA MIM In ut ulputatue miniamcor sum vel utem vero odolore euisit aute dionummy nos alit aute feu facidunt aute exer atisl ing eu feu faccummy nim vel del et diat dolobor tionse mincipit. ulputatue miniamcor sum vel utem vero odolore euisit aute dionummy.

PARABÉNS PELA INICIATIVA Wisl in heniam dions num iuscidunt wiscili quatuer ciniam, consed et, vel ulla facipit landre dolorem velesed del do con eugiat exer sit, sed eugait iriusci lluptat. ulputatue miniamcor sum vel utem vero odolore euisit aute dionummy facipit landre.

Débora Araújo Diniz, Belo Horizonte - MG, por email

Maria Helena Alvarenga, São Paulo - SP, por email

MERGULHO NO UNIVERSO FEMININO In ut ulputatue miniamcor sum vel utem vero odolore euisit aute dionummy nos alit aute feu facidunt aute exer atisl ing eu feu faccummy nim vel del et diat dolobor tionse mincipit wisl in heniam dions num feu faccummy. Andréa Beltrão, Rio de Janeiro - RJ, por email

ADOREI A PRIMEIRA EDIÇÃO In ut ulputatue miniamcor sum vel utem vero odolore euisit aute dionummy nos alit aute feu facidunt aute exer atisl ing eu feu faccummy nim vel del et diat dolobor tionse mincipit. Maria Helena Alvarenga, São Paulo - SP, por email Reprodução da entrevista com Elza Soares, publicada em junho

RESPEITO E SERIEDADE In ut ulputatue miniamcor sum vel utem vero odolore euisit aute dionummy nos alit aute feu facidunt aute exer atisl ing eu feu faccummy nim vel del et diat dolobor tionse mincipit wisl in heniam dions num Tat, ver sustis nulput autat, volor ipsuscin henibh etumsan dipiscilit veliquisi. Ros at vel ipisi. Ommodipit verci bla faci blam veros adiatue eros ad tem verilit praestissed dolor irit doloreet, si. It volorem volor sequat iril dolore dolutatie vel dignit autpat inim autpat. Rilla facidunt am, sim ver sustrud dolor ing eu faccum aliquam, quat. Dui bla aut ulluptat at. Ulputat, core vulputem. Ent del dolobor in ut ut nulluptat utat.

FALE CONOSCO Envie cartas ou e-mails para esta seção com seu nome completo, RG, endereço e telefone. A revista BORDEAUX se reserva ao direito de, sem alterar o conteúdo, resumir e adaptar os textos publicados. As correspondências devem ser endereçadas à seção Cartas, Av. Afonso Pena, 1.781, 8º andar, CEP 30130-004, Belo Horizonte,MG.Osemails,aoendereçoeletrônico: cartas@revistabordeaux.com.br

EXPEDIENTE Diretora de Redação: Silvia Amélia Redatora-Chefe: Silvia Amélia Diretor de Arte: Ricardo Portilho Editores: Fernanda Cristo, Tatiana Gibram, Lívia Machado e Bernardo Miranda Editores Assistentes: Fernanda Cristo, Tatiana Gibram, Lívia Machado e Bernardo Miranda Repórteres: Fernanda Cristo, Tatiana Gibram, Lívia Machado e Bernardo Miranda Revisão: Igor Lage Editora de Arte: Gabriela Rabelo Designer: Gabriela Rabelo Colunista: Vera Veiga Designer Assistente: Vinícius Raposa Guimarães Estagiária: Rafaela Neto Fotografia: Samuel Mendes, Felipe Zig, Clara Meurer e Igor Vilas-Boas Edição de imagens: Gabriela Rabelo, Clara Meurer e Vinícius Raposa Guimarães Colaboradores: Carlos Magalhães, Marjorie Campos, Selma de Araújo Antunes, Mariana Antunes, Kátia Leal Massote, Mara Sales de Carvalho, Cláudia Penna Rodrigues, Elizete Magalhães e Vanessa Campos Tiragem: 1.000 exemplares Impressão: Áster Graf BORDEAUX VIRTUAL Redatora-Chefe: Silvia Amélia Diretor de Arte: Ricardo Portilho Editores: Fernanda Cristo, Tatiana Gibram, Lívia Machado e Bernardo Miranda Editores Assistentes: Fernanda Cristo, Tatiana Gibram, Lívia Machado e Bernardo Miranda Repórteres: Fernanda Cristo, Tatiana Gibram, Lívia Machado e Bernardo Miranda www.bordeauxonline.com.br


índice ANO 1: N. 01 junho / 2009

ESPECIAL

Sem mistérios Menopausa, hormônios, filhos e genética podem ser algumas causas das modificações estéticas que a vagina sofre ao longo da vida. Se você

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INCÔMODO INDISPENSÁVEL

Elas superaram o câncer de mama graças ao diagnóstico precoce. Siga o exemplo dessas mulheres e deixe de lado o medo de fazer a mamografia.

MAGRA E 72 SAUDÁVEL Leite e queijo podem ser grandes aliados na luta contra a balança. O segredo está no cálcio, que além de ajudar a emagrecer, combate a osteoporose.

está insatisfeita, não se acanhe. Bordeaux explica tudo que você sempre quis saber sobre a “dita-cuja", mas nunca soube direito para quem perguntar.

Pelo prazer de

15 aprender

27 MAQUIAGEM

Voltar a estudar rejuvenesce e melhora a auto-estima. Descubra por quê!

Descubra uma série de truques que toda mulher pode usar para realçar a beleza em apenas 30 minutos de produção.

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PERFIL

SUZANA ARAÚJO, MISS BRASIL 1978 A história da mulher que foi eleita a mais bonita do país há 31 anos e hoje leva uma vida comum no interior.

43 GERAÇÃO CANGURU Filhos com mais de 30 anos que continuam morando com os pais explicam porque não abrem mão da mordomia materna.

99 Reflexão Filósofos e religiosos explicam a diferença entre compaixão e dó.

CORPO E MENTE

75

80 MODA Sabe aquelas peças da sua filha que você queria usar, mas não tem coragem? Podem ficar ótimas em você. Só depende da combinação.

33 CABELO Cabelos compridos não são só para as adolescentes ou os roqueiros. Deixar as madeixas crescerem é uma questão de estilo, idependente da idade.

26 34

NOSSOS PAIS

Sem confusão

O que fazer agora, quando quem precisa de cuidados são eles?

Tantos cremes às vezes te deixam perdida? Aprenda a combinar vários hidratantes ao mesmo tempo.

COTIDIANO

MODA E BELEZA


DESTAQUE

Cristiane Torloni 08

Sem crise na cama

bem estar respiração

10 o mundo em notas

Sexo é uma delícia, mas depois de vários anos de casamento fica difícil manter o tesão. Quem deu a volta por cima conta que inovar é preciso!

ciência e saúde 12 em notas

20

126

bem estar escalda pés

102 nossos pais Entre uma personagem e outra, a Christiane Torloni da vida real está sempre defendendo alguma causa. Dessa vez a luta é para salvar a floresta amazônica.

54

CAPA

128

131

profissionais e serviços

COLUNA DA VERA

Entre retratos e sonhos

MAIS

49 CIÚME

62 FLAMENCO

Quando o sentimento se torna o maior inimigo na luta contra a infidelidade. O drama de quem desconfiou de cada passo e acabou perdendo o companheiro.

Considerada a dança da expressão, o flamenco faz você se sentir mais sexy e melhora a concentração.

118 TURISMO 108

UM NOTEBOOK PARA CHAMAR DE SEU Processador, memória ram, bluetooth, HD. Tudo que você precisa saber antes de comprar seu laptop.

60

vitrine erótica

Géis, cremes e aparatos para apimentar sua relação (ou para você se divertir sozinha).

A DOIS

114

PASSO A PASSO da câmera digital

Friozinho, chocolate, vinho... Quer cenário melhor para uma viagem a dois? Então vamos para a Serra, tchê!

116 GASTRONOMIA As maravilhas da cozinha árabe além do óbvio ululante: babaganush, falafel, fatuche, e a divina kafta de cordeiro.

Sete dicas para aproveitar melhor os recursos de sua câmera e sair bem na foto.

106 VER E OUVIR

TECNOLOGIA

LAZER

PARA LER,



BEM-ESTAR RESPIRAÇÃO Nos momentos de tensão o conselho é parar e respirar profundamente. Mas fazer o contrário também pode ser bom. Muito utilizada na Ioga, a respiração de sopro rápido, popularmente conhecida como “cachorrinho”, leva a uma hiperoxigenação do sangue. E isso não é bom só para o cérebro: quando bombeamos oxigênio no sangue, fazemos o mesmo com os músculos. É uma descontração generalizada, que ajuda a aliviar tensões emocionais. Uma boa respiração, aliás, favorece todo o corpo. Faz bem para a memória e até melhora prisão de ventre. E respirar pode ser encarado como exercício. No dia a dia, o ideal é fazer igual aos recém-nascidos. A barriga cresce quando o ar entra e murcha quando ele sai. Não custa tentar!


O mundo em notas Vibre com ele Comprar uma espécie de vibrador, em grandes lojas varejistas e que sirva tanto para você quanto para seu marido, soa um tanto absurdo? Pois isso está muito próximo de se tornar realidade, com a nova linha de produtos da gigante Phillips. O primeiro da categoria “Relationship Care” a ser lançado é uma série de massageadores íntimos, como esses da foto. Eles são os primeiros estimuladores não penetrantes projetados para que os casais usem juntos. Os equipamentos - que de tão bem desenhados podem servir como peças de decoração - custam em torno de U$ 160, o par.

Bolsa com valor Ela não é uma Louis Vuitton, uma Prada, muito menos uma Gucci. A marca não é o que mais importa nessa bolsinha de mão da Chica Bacana. E o que mais importa? A exclusividade. Se você está cansada de ver tantos modelos parecidos, é hora de ficar mais antenada na internet, em busca de blogs que vendem bolsas feitas em baixíssima escala. O modelo da foto sai por R$ 35,00 e pode ser encontrado no site www.chicabacana.wordpress.com. Acesse e confira os outros modelos. Se você tem habilidade com costura e artesanato, aproveite para se inspirar.

Calcinhas que marcam A maioria das mulheres evita aquelas calcinhas que apertam e deixam marcas na pele. Mas não é que tem gosto para tudo? A curiosa calcinha criada pela designer holandesa Ninette van Kamp possui pequenas jóias em alto relevo do lado de dentro. Quando a “usuária” senta, ou mesmo quando veste uma calça mais apertada, as pedrinhas pressionam a pele e imprimem nela uma imagem. Um bumbum cheio de furinhos - que não sejam celulites, é claro - pode ser atraente?


Para qualquer lugar Parecem até fruto da imaginação, mas estes painéis com estampas cortadas a laser são peças criadas pelo famoso designer Tord Boontje. Esse holandês explora em suas produções as formas da natureza, com camadas visuais para criar objetos líricos e ultra detalhados. Os painéis f loridos podem ser utilizados como divisórias de ambientes, cortinas, ou até mesmo como enfeite central da sua sala de estar. O limite de uso é a criatividade. Eles são comercializados em caixas com seis unidades, no valor de U$ 60,00. Você pode encontrá-los pelo site www.aplusrstore.com.

Cheiro Ambiente O novo catálogo de produtos da Flavor League, uma marca de papel de parede badalada de Nova Orleans, nos Estados Unidos, vem com um cheiro todo especial. Depois das estampas figurarem em diversos lugares – que vão de estandes na Art Basel de Miami ao clipe do roqueiro Lenny Kravitz –, seus criadores bolaram uma novidade para a clientela. A linha “Fruit Cocktail Collection" possui papéis de parede coloridos e divertidos e que (surpresa!) trazem o cheirinho da estampa. Você pode decorar sua cozinha com o papel “B-a-n-a-n-a-s-!”, “Cherry Forever” ou “Tutti Frutti”. O cheiro de frutas pode ser ótimo para abrir o apetite, logo pela manhã. Disponível em: www.f lavorleague.com.

CIDADES ITINERANTES A capital de Cuba e também cidade natal do artista plástico Carlos Garaicoa, além de outros locais ao redor do mundo, são tema de uma exposição que viaja pelo Brasil. Havana e as outras cidades se exibem em 20 peças, criadas a partir de uma reflexão do artista, que utiliza a arquitetura local como base para a compreensão da essência de cada povo. Essa pode ser percebida, segundo Garaicoa, pelo modo como as pessoas se relacionam com o lugar em que vivem. Para ele, toda matéria é válida como suporte de uma idéia: fotos, vídeos, pedras, fios, pregos, vidros. A exposição, que está no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, de 24 de abril a 14 de junho, é uma verdadeira profusão de sentidos. Vale a pena experimentar! Outras informações pelo site: www.gcs.mg.gov.br.


Ciência eem Saúde notas REVOLUÇÃO

O fim da tintura se aproxima

Está comprovado: cabelos brancos não são sinal de sabedoria ou preocupação, mas sim de um acúmulo de substâncias nas raízes. Segundo cientistas britânicos da Universidade de Bradford, o que faz a cabeleira ir perdendo a cor é um excesso de peróxido de hidrogênio nas raízes. Isso acontece porque as enzimas que deveriam “quebrar” esse elemento param de ser produzidas pelo organismo. Por causa disso, a produção de melanina, que dá cor aos cabelos, fica prejudicada. A expectativa agora é descobrir um tratamento mais eficiente do que apenas colorir os cabelos com tintas artificiais. De acordo com os pesquisadores, o estudo pode ajudar, ainda, a entender o vitiligo, doença que causa uma despigmentação da pele e atinge famosos como Luiza Brunet e o rapper Rappin Hood.

FREUD EXPLICA

Cigarro afeta mais as mulheres Psicologicamente, o tabaco gera efeitos mais intensos nas mulheres que nos homens. A constatação é do Hospital do Câncer de São Paulo, que mostra também que temos mais dificuldades para abandonar o vício. O levantamento foi feito com seis mil mulheres e concluiu que, em metade dos casos, a dependência do cigarro é exclusivamente psicológica. Os autores da pesquisa afirmam que muitas mulheres associam parar de fumar com ganho de peso. O aumento, no entanto, é relativamente pequeno (cerca de 4 kg), e pode ser evitado se houver acompanhamento de um especialista. Os males causados pelo cigarro à saúde da mulher já são conhecidos: aumento do risco de câncer de pulmão, boca, esôfago, laringe, faringe e garganta e até menopausa precoce. Que tal começar uma dieta e largar o cigarro?

ALIADO

Chicletes ajuda a emagrecer Cientistas americanos do Centro de Pesquisas Biomédicas Pennington, no estado de Lousiana, descobriram que pessoas que mascam chicletes sem açúcar regularmente comem menos guloseimas e, por isso, ingerem menos calorias durante o dia. Estudos anteriores já apontavam o poder das gomas de mascar na diminuição do consumo de alimentos açucarados, mas essa pesquisa analisou o teor nutricional dos alimentos escolhidos por voluntários, depois que eles mascaram chicletes sem açúcar. O resultado foi que essas pessoas relataram uma diminuição na sensação de fome e no desejo por doces. De acordo com os coordenadores do estudo, ele demonstra que o chicletes (sem açúcar, claro) pode ser uma ferramenta para controlar o apetite e um grande aliado nas dietas.

VOCÊ SABIA ? Até um ano depois que a mulher para de menstruar ainda existe o risco de ficar grávida. O ideal é esperar outros 12 meses antes de suspender completamente as medidas anticoncepcionais. Atualmente, 50% das pessoas com AIDS no mundo são mulheres. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde no começo deste ano mostra que o número de casos da doença entre mulheres com mais de 50 anos triplicou na última década. Em 1996, havia 3,7 casos por 100 mil habitantes do sexo feminino, enquanto em 2009, o índice subiu para 11,6 para cada 100 mil habitantes. O estudo mostra ainda que 70% das mulheres nessa idade não usam camisinha. Um susto pode realmente curar uma crise de soluços. A explicação é simples: o que causa esse incômodo é um súbito fechamento da glote (abertura na laringe que serve de passagem do ar para os pulmões), junto com uma contração repentina do diafragma (músculo que separa o tórax do abdome). Ao levar um susto, a pessoa tende a fazer uma respiração forte, aumentando o volume de ar nos pulmões. O órgão, por sua vez, pressiona o diafragma, fazendo com que ele estique e volte a funcionar normalmente.


Sem medo de agulha Se você nunca tomou alguma das vacinas abaixo, é bom procurar o posto de saúde mais próximo ou alguma clínica particular. Elas são indispensáveis para pessoas na idade adulta: 1. Tétano e difteria (dupla):

4. Hepatite A:

Deve ser tomada uma vez a cada dez anos. É encontrada em postos de saúde. Em clínicas particulares custa, em média, R$ 100,00.

Duas doses ao longo da vida. Não é disponibilizada em postos de saúde e custa entre R$ 73,00 e R$ 85,00 em clínicas particulares.

2. Catapora:

5. Hepatite B:

Quem nunca teve a doença, nem tomou a vacina na infância, deve tomar duas doses na vida adulta. Não é encontrada em postos de saúde. Em clínicas particulares, o preço médio é R$ 95,00 a dose.

São três doses ao longo da vida. Os postos de saúde oferecem apenas para as pessoas com até 20 anos. O custo da vacina numa clínica particular varia entre R$ 50,00 e R$ 60,00.

3. Sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral):

A recomendação da Organização Mundial de Saúde é uma dose anual, pois sempre que é identificada uma mutação nos virus influenza A, B e C, novos componentes são adicionados à vacina. O preço médio é R$ 30,00. De tempos em tempos são realizadas campanhas para vacinar a população com mais de 60 anos.

Uma vez na vida já é o suficiente. Por isso, se já tomou quando criança, não precisa mais - nem se já teve algumas das três doenças. Também é encontrada em postos de saúde. Em clínicas particulares o preço médio é R$ 45,00 a dose.

6. Gripe:

DE OLHOS BEM ABERTOS Ao contrário do que se pensa, a insônia não é uma doença, mas um sintoma de vários males. As causas são variadas e vão desde depressão e ansiedade a problemas hormonais, mudanças do fuso horário, hábitos inadequados e predisposição genética. Não conseguir pregar o olho uma noite inteira é apenas o caso mais clássico do problema, mas quem tem sono picado ou acorda cedo demais também pode sofrer desse distúrbio. Se ele durar mais de três semanas, pode se tornar crônico e então é hora de buscar ajuda. Para saber se é o seu caso, responda ao teste abaixo.

MINI-TESTE: Você tem insônia?

FONTE: Instituto do Sono - Unifesp

NUNCA RARAMENTE ÀS VEZES FREQUENTEMENTE SEMPRE

1. Você demora mais de uma hora para conseguir adormecer à noite? 2. Tem mais de dois despertares durante a noite? 3. Você acorda de madrugada, até duas horas antes do habitual, e não consegue adormecer novamente? 4. Você sente que dorme uma quantidade insuficiente de horas? 5. Você acorda cansado, apesar de ter dormido à noite? 6. Você fica cansado e sonolento durante o dia? 7. Você cochila em situações inadequadas durante o dia, como em reuniões de trabalho, no trânsito ou na frente do computador? 8. Você toma remédio para dormir?

PONTUAÇÃO Nunca: 0 pontos Raramente: 1 ponto Às vezes: 5 pontos Frequentemente: 20 pontos Sempre: 25 pontos RESULTADO 0 a 8 pontos Parabéns, você dorme feito um anjo. 9 a 19 pontos De vez em quando você tem problemas para dormir, mas não há nada com que se preocupar. 20 a 50 pontos Os indícios são de insônia. Procure um médico para tirar a dúvida Mais de 50 pontos Você tem insônia e precisa de tratamento.


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FOTO: Samuel Mendes

PELO PRAZER

de aprender

por I TATIANA GIBRAM

Depois de anos distantes das salas de aula, criando os filhos, muitas mulheres decidem encarar novamente os livros, pelo gosto de estudar ou pela possibilidade de um novo futuro profissional.


COTIDIANO

“Essa conquista é minha. Conhecimento ninguém tira”. É com sentimento de dever cumprido que Aparecida Lage, 50 anos, termina sua maratona rumo à conquista de diplomas. A advogada, que acabou de concluir uma pós-graduação em Direito do Trabalho, já enfrentou muitos anos de sala de aula. Sua jornada acadêmica em cursos superiores começou quando ela tinha 22 anos e fez Letras em uma faculdade de Itabira, sua cidade natal, a 111 km de Belo Horizonte. “Eu queria fazer Direito, mas não tinha na minha cidade. Na época, era difícil uma moça ir morar sozinha, isso nem era cogitado. Muitas mulheres nem faziam curso superior”, lembra. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois de uma expansão acelerada nas décadas de 60 e 70, com taxa média anual de crescimento de 18% (entre 1962 e 1969), o sistema de educação superior no Brasil ficou praticamente estagnado na década de 80. Os dados da inserção diferencial de homens e mulheres no sistema escolar, medida através do contingente de estudantes matriculados nos três níveis de ensino, apontavam, nessa época, um nítido desequilíbrio no ensino superior, em favor do sexo masculino: apenas 36,7% dos estudantes eram mulheres. O sonho de Aparecida foi apenas adiado. Logo que acabou sua primeira faculdade, ela passou em um concurso e começou a trabalhar na área jurídica da Vale. Na época, a empresa ainda era estatal e ela sentia que seu futuro estava garantido. Com o tempo, passou a ter receio da acomodação do emprego público. “A Vale foi privatizada e o mercado já sinalizava algumas mudanças. Comecei a ter medo de perder o emprego”. Em meio a esta insegurança e à criação dos dois filhos, Igor e Amanda, na época com 11 e 9 anos, respectivamente, Aparecida decidiu que ainda estava em tempo de correr atrás de outro diploma. Estudou por conta própria e passou para o curso de Letras na Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi), que lhe daria a licenciatura plena. “Eu precisava cursar apenas mais três períodos para que

Essa fase foi muito conturbada, pois meu marido não aceitava a ideia. Ele me dizia que os meus filhos precisavam mais de mim do que a faculdade, o trabalho. Ele me questionava quem iria cuidar deles, mas a minha resposta era sempre a mesma: “eles têm pai”.

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O retorno à escola significa antes de tudo a realização de um sonho, mas, além disso, vem trazendo outros benefícios. Voltar a estudar tem significado uma melhoria na qualidade de vida quanto às relações interpessoais, na vida familiar e na sociedade em que vivem, pois agora se sentem mais seguras para debater e opinar. tivesse essa espécie de licenciatura. A que eu tinha antes era curta, poderia dar aulas apenas até a oitava série”, explica. Mas Aparecida ainda não estava satisfeita: enfrentou seis meses de cursinho e conseguiu passar no vestibular para Direito, na primeira turma que foi aberta em Itabira, ainda em 2001. “Essa fase foi muito conturbada, pois meu marido não aceitava a ideia. Ele me dizia que os meus filhos precisavam mais de mim do que a faculdade, o trabalho. Ele me questionava quem iria cuidar deles, mas a minha resposta era sempre a mesma: ‘eles têm pai’”.

BENEFÍCIOS DA VOLTA

A insatisfação do marido foi dando lugar a certo orgulho, respeito. Aparecida era muito estudiosa e vivia às voltas com os livros. Como trabalhava e não tinha tempo para estudar durante a semana, se trancava em casa aos sábados e domingos. “O preço que você paga por estudar mais tarde é caro. Solteira é outra coisa. Você não tem marido, filhos, acaba tendo mais espaço para si mesma. Eu era muito cobrada até mesmo por meus amigos e pela minha família, pois eu não podia ir nas confraternizações do final de semana e muitos não entendiam o meu esforço”, diz. Se as privações e dificuldades foram muitas, os benefícios também estiveram presentes. Assim que começou o curso de Direito, Aparecida se transformou. Fez uma lipoescultura, mudou seu jeito de se vestir, se pentear e até trocou seu carro por um mais novo. “Eu ia assistir aula maquiada, de salto, com muitas bijuterias. Acabei influenciando o jeito como as meninas da sala se vestiam. Na sexta-feira era uma briga só para ver quem pegava meu colar emprestado para sair”, diverte-se. Ela conta que o clima no meio dos jovens era leve e gostoso, muito diferente das preocupações que ela tinha. “Para as meninas, o problema era o namorado que não ia ao encontro, o garoto que não quis ficar. O oposto dos meus problemas domésticos”. Aparecida se tornou um exemplo de esforço e dedicação para os filhos. “Como sempre fui


FOTO: Samuel Mendes

Depois de voltar para a faculdade, Aparecida fez uma lipoescultura e trocou de carro

boa aluna, eu incitava isso neles. A gente ficava disputando para ver quem tirava notas maiores”, comenta. A sua persistência era tanta que logo que finalizou a faculdade, passou, de primeira, no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). De acordo com a mestre em educação pela UFMG, Isamara Coura, que desenvolveu uma pesquisa sobre as expectativas e motivações que levam pessoas a voltarem a estudar depois de muitos anos fora da sala de aula, vários são os fatores que contribuem para esse quadro. Dentre eles, a forma como elas passam a ser vistas por seus amigos e familiares, como exemplos a serem seguidos. “O retorno à escola significa, antes de tudo, a realização de

Eu cuidei dos meus filhos e agora estou tendo tempo para viver a minha vida profissional, enquanto eles fazem o contrário; estão construindo a vida profissional deles, para só depois cuidarem dos filhos.


COTIDIANO

um sonho, mas, além disso, vem trazendo outros benefícios. Voltar a estudar tem significado uma melhoria na qualidade de vida quanto às relações interpessoais, pois agora se sentem mais seguras para debater e opinar”, afirma Isamara. A pesquisadora revela que, após retornar à sala de aula, essas mulheres melhoram sua saúde, uma vez que estão o tempo todo ativando a memória e, até mesmo, a imagem que têm de si: “elas se sentem como pessoas capazes, inteligentes e participantes da sociedade em que vivem. Por mais que muitas não tenham o objetivo de exercer uma profissão, fazer uma faculdade auxilia na realização pessoal”, diz.

É SÓ COMEÇAR

Ao contrário de Aparecida, que fez seu primeiro curso superior ainda jovem, Laura Galuppo Teixeira, de 49 anos, completou o Ensino Médio aos 21 e logo depois parou de estudar. Casou, teve dois filhos e só retornou à sala de aula aos 40, quando cansou de ser dona de casa. “Eu queria mudar de vida, pois senti que estava na minha hora”, recorda a estudante. Depois de enfrentar, por um ano, um cursinho preparatório para o vestibular, Laura, que estava há 22 anos sem estudar, passou de primeira para o curso de Biblioteconomia da UFMG. Na época, ela também foi aprovada em Pedagogia na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), mas não cursou. Assim que terminou a graduação, Laura já

A universidade me ajudou a entender melhor o que os meus filhos pensavam e viviam, mas, ao mesmo tempo, é uma carga muito pesada. Às vezes, não dá tempo de fazer outras coisas que eu gosto.

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A pesquisadora Ismara Coura, mestre em educação pela UFMG, explica que as mulheres que retornam à sala de aula melhoram sua saúde, uma vez que estão o tempo todo ativando a memória e até mesmo a imagem que têm de si: “Elas se sentem como pessoas capazes, inteligentes e participantes da sociedade em que vivem. Por mais que muitas não tenham o objetivo de exercer uma profissão, fazer uma faculdade auxilia na realização pessoal”. engatou uma especialização em Gestão Estratégica da Informação, na mesma universidade. Hoje, faz um curso de tecnólogo na área de processos gerenciais na Faculdade UNA. De acordo com ela, sua vida mudou bastante depois que voltou a estudar. “A universidade me ajudou a entender melhor o que os meus filhos pensavam e viviam, mas é uma carga muito pesada. Às vezes, não dá tempo de fazer outras coisas que eu gosto”, desabafa. Laura conta que a família sentiu muito com a mudança. “Antes, eu ficava em casa, cuidando de tudo e via meus filhos sempre. Eu estava presente. Agora, vivo numa correria enorme. Eu cuidei dos meus filhos e hoje estou tendo tempo para viver a minha vida profissional, enquanto eles fazem o contrário; estão construindo a vida profissional deles, para só depois cuidarem dos filhos”, conclui.

Universidades da terceira idade Fantini Coelho Leão, 71 anos, professora primária aposentada, participa, desde o começo do ano, do programa “Maturidade na Faculdade”, da Estácio de Sá. Projetos assim se tornaram comuns em faculdades de todo o país. A ideia é proporcionar bem-estar, cultura, lazer e relacionamento interpessoal para pessoas acima de 50 anos. São cursos de atualização com durações variadas. Na Estácio de Sá são seis semestres. O aluno ingressa sem passar por seleção e pode cursar aulas de psicologia, filosofia, história e cultura mineira, pintura, teatro, entre outras.

Fantini frequenta as aulas três vezes por semana, nas segundas, quartas e sextas, das 14 às 17h40. “São duas aulas por dia. Temos três matérias obrigatórias e três que podemos escolher. Eu faço teatro, imagem corporal e taishishuan”, conta. O curso não exige um mínimo de pontuação nas matérias, nem de frequência nas aulas. Tudo é uma questão de comprometimento do aluno. “A finalidade maior é tirar os mais velhos da monotonia, através do convívio com outras pessoas e do conhecimento. Isso já vale muito”, diz Fantini.


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Eduardo Rezende

por I BERNARDO MIRANDA

Papel principal Na vida real, Christiane Torloni atua, entre uma novela e outra, em projetos de mobilização social. Participou de campanhas contra a violência doméstica e pela saúde da mulher, e atualmente luta contra a devastação ambiental na floresta amazônica. Ela, que foi a “musa” do movimento pelas eleições diretas, empresta agora o corpo lindo à alienada dondoca Melissa, na novela Caminho das Índias


Christiane Torloni


CAPA

Foi quando visitou o Acre pela primera vez, em 2006, durante as gravações da minissérie Amazônia, que a atriz Christiane Torloni viu de perto o desmatamento na floresta amazônica. Nesse período em que esteve lá, ela visitou Xapuri, terra de Chico Mendes, que fica a aproximadamente três horas de Rio Branco. “O caminho é pura desolação. Terra arrasada, queimada, desolada... Quilômetros e quilômetros de pura destruição. Nada de fazendas, gado, gente ou floresta”, constatou. Ao chegar à casa do seringueiro, morto em 1988, Christiane viu as marcas de sangue que ainda permaneciam nas paredes da sala, provas do assassinato de Chico Mendes, que, mesmo com toda a luta, não conseguiu evitar o desmatamento na região. Depois de percorrer esse caminho desanimador, a atriz finalmente encontrou o seringal e pôde ver a floresta amazônica com toda a sua magnitude e grandiosidade Ela voltou das gravações disposta a fazer algo para salvar o que resta da f loresta. Assim, teve início a campanha para a assinatura do Manifesto dos Artistas pela Preservação da Amazônia – “Amazônia para Sempre”. As três primeiras rubricas foram dos atores Juca de Oliveira, Victor Fasano e, claro, da própria Christiane Torloni. Por fim, o documento teve 1,1 milhão de assinaturas e foi entregue no último dia 13 de maio aos parlamentares do

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Congresso Nacional. O manifesto foi pedido pelo governo do Acre, que vai expor o documento no Museu da Floresta como marco histórico da luta contra o desmatamento da Amazônia. No último dia 4 de junho, Christiane Torloni se encontrou com o presidente Luís Inácio Lula da Silva e com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Na ocasião, entregou a eles o documento "Amazônia Pra Sempre", que pede o cumprimento da meta “Desmatamento Zero” até 2015 e a criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ambiental. A luta da atriz continua. Agora ela faz campanha pelo acompanhamento da atividade parlamentar com relação aos projetos de lei que dizem respeito à Amazônia. O próximo projeto de Christiane é fazer com que todas as pessoas que assinaram o manifesto enviem emails aos senadores. O objetivo agora é mostrar indignação a respeito da aprovação das medidas provisórias que autorizam a pavimentação de estradas na Amazônia sem licenciamento ambiental e que regularizam as terras da União ocupadas por grileiros.

Christiane Ativista

O ativismo de Christiane não começou com a campanha contra o desmatamento. Ela também foi uma das


Divulgação

Entregando o manifesto da camapanha “Amazônia para sempre” ao presidente Lula

Na década de 80, ao lado de Tancredo Neves e Ulysses Guimarães

atrizes mais atuantes na campanha das “Diretas Já”, em 1984. Na época, Torloni foi considerada a musa do movimento e acompanhava políticos como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves nos comícios realizados pelo país. A atriz foi ao plenário da Câmara dos Deputados no dia da votação da emenda que previa a eleição direta para presidente da República. Ela não conteve o choro depois do anúncio da rejeição do projeto. A derrota foi considerada pela atriz a queda dos sonhos de milhões de pessoas que esperavam a redemocratização do país. Depois disso, a atriz participou ainda, em 2005, da campanha publicitária Bem Querer Mulher, pedindo o fim da violência doméstica e das agressões contra mulheres. Christiane também foi homenageada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por emprestar sua imagem a ações voltadas para a diminuição da taxa de mortalidade durante a gravidez e o parto. Por causa disso, ganhou um retrato feito pela artista plástica italiana Elisabetta Farina. Atualmente, a atriz é a embaixadora brasileira da exposição itinerante “Arte Em Prol da Saúde”, patrocinada pela OMS. O projeto visa à arrecadação

Durante a campanha das “Diretas Já”

Se você quiser aderir à campanha de Christiane Torloni, ainda dá tempo. É só acessar www.amazoniaprasempre.com.br

Acervo pessoal

Acervo pessoal

José Cruz/ABr

Com o colega Victor Fasano, entusiasta da campanha


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Divulgação

CAPA

Christiane foi vencedora da quinta edição da ”Dança dos famosos“ Como Melissa Cadore, em caminho das índais

de fundos para a ONG Viver e Sorrir, que auxilia crianças carentes prematuras e suas famílias, através da venda de quadros. Christiane também é madrinha de instituições de saúde, como o Hospital Infantil do Câncer de Belo Horizonte.

Divulgação

Christiane Atriz

Filha da atriz Lacy Corrêa dos Santos Torloni e do ator Geraldo Matheus, Christiane afirma que não escolheu a profissão, apenas seguiu sua vocação – que não demorou a se manifestar. Com apenas 13 anos, ela fez sua estreia na telinha, no programa Teatrinho Trol, da extinta TV Tupi. Voltou a atuar aos 18 anos, no especial de natal da rede Globo, em 1975. No ano seguinte, fez sua primeira novela: Duas vidas, de Janete Clair, interpretando a problemática Juliana. Depois disso, Christiane deu vida a mais 20 personagens de novelas, com destaque para a Diná, de A Viagem e a Helena, de Mulheres Apaixonadas. No teatro, a atriz participou de 12 peças, incluindo As preciosas ridículas, do dramaturgo francês Molière, e Salomé, do inglês Oscar Wilde. Na telona, Torloni marcou presença em 15 filmes, entre eles Perfume de Gardênia e Besame Mucho. No ano passado, a atriz participou do quadro Dança dos Famosos, do programa Domingão do Faustão e mostrou que dança tão bem quanto representa – ela foi a vencedora da 5ª edição do quadro. Christiane agora vive a personagem Melissa Cadore,


Divulgação

Na minissérie “Amazônia”, como Maria Alonso, amante do protagonista Galvez

na novela Caminho das Índias. Mulher do executivo Ramiro e mãe do esquizofrênico Tarso e da excêntrica Inês, sua única preocupação é cuidar da aparência – Melissa tem horror à velhice e é freqüentadora assídua de clinicas de estética. O grande drama da personagem, no entanto, é a doença do filho. Ela se recusa a aceitar a esquizofrenia de Tarso e não deixa que ele seja tratado.

Dramas da vida real

Em 1991, Christiane Torloni enfrentou o maior desafio de sua vida: se recuperar da trágica morte de seu filho Guilherme, um dos gêmeos que teve com o diretor Dennis Carvalho. O garoto, que na época tinha 12 anos, foi atingido pela caminhonete que a própria atriz manobrava em sua garagem. O automóvel se desgovernou e caiu de uma altura de 4,5 m. Depois do acidente, a atriz se mudou para Portugal, onde viveu por dois anos e meio na cidade de Cascais, a 22 km de Lisboa, numa espécie de autoexílio existencial. "Fui para Portugal para ficar quieta, parada, me cuidar e fazer um balanço que não me deixasse com medo da vida", conta a atriz, que sempre se emociona ao tocar no assunto. Nessa época, Christiane usou o trabalho como fonte de energia para encarar a vida. "Depois do acidente, que foi uma verdadeira prova de fogo – pois não existe para uma mãe um bem maior do que seu filho –, descobri que a vida é efêmera e aprendi a

me desapegar de tudo. E para uma atriz o palco é o lugar de maior desapego, compaixão, disponibilidade e amor que pode existir", disse. Ainda em Portugal, Torloni participou da peça Dez elevado a menos 42 – exctasis e teve que encarar o preconceito da crítica Portuguesa. A peça foi realizada com subsídios de U$ 150 mil, da Secretaria da Cultura de Lisboa. Seis meses antes de estrear, a montagem já era atacada por ter uma brasileira no elenco. Mesmo destratada pela imprensa local – que insinuou que Christiane obteve o patrocínio por ter tido um rápido romance com o secretário da Cultura local –, o espetáculo foi visto por 15 mil pessoas, em apresentações realizadas nas cidades do Porto e Lisboa. De volta ao Brasil, em 1994, Torloni mergulhou fundo no trabalho. Sua volta às novelas brasileiras aconteceu no mesmo ano, justamente na novela A Viagem, que apresentava uma visão espírita de vida e morte. Também em 1994, a atriz lutou junto com o diretor José Celso Martinez Corrêa para a reabertura do Teatro Oficina, onde logo depois encenou Hamlet. Saiba mais sobre o dia a dia de Christiane Torloni, sua carreira e sua atuação na campanha “Amazônia para sempre” acessando o blog da atriz: http://bloglog.globo.com/christianetorloni/


MODA E BELEZA

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O CREME COMPENSA Um para as mĂŁos, outro para os pĂŠs. Dois para o rosto e mais outro para as pernas. Ah, e claro, um para combater a celulite. Saiba como se organizar com tantos cremes ao mesmo tempo.


11 dicas de Bordeaux para combinar tantos cremes no dia a dia:

1. Toda pele necessita de hidratação. Umas mais que outras. Mesmo as peles oleosas precisam de um creminho todo dia, de preferência em gel ou oil free.

2. Não vale substituir o creme por um sabonete com hidratante. O

ideal é combinar os dois produtos, e evitar sabonetes com soda cáustica na composição, como os glicerinados. Por causa do teor alcalino, eles podem ressecar a pele.

3. Maquiagem não tira o efeito de um creme hidratante aplicado no

rosto. De acordo com a dermatologista Vanessa Machado, isso acontece porque

“o creme já vai ter sido absorvido antes de você passar a maquiagem”. O mesmo acontece com o protetor solar.

4. A ordem dos fatores altera o produto: com a pele limpa, passe

primeiro o hidratante, para depois aplicar o protetor solar. Se tiver que optar por um dos dois, fique com o protetor e não se esqueça de passar o produto também no pescoço.

5. O Fator de proteção solar é cumulativo. Se você usa um hidratante com FPS 15 e depois aplica um filtro solar do mesmo fator, a proteção aumenta para 30.

6. Alguns tipos de protetor solar por si só podem ajudar a hidratar o

rosto, se forem em creme ou loção. Já para quem prefere o filtro em gel, o

melhor é usar um hidratante antes.

7. O ideal seria ter dois cremes para o rosto. Normalmente, a chamada

“zona T”, formada por testa, nariz e queixo, é mais oleosa que as bochechas e a pele ao redor dos olhos e da boca.

8. Se você já usa um creme para celulite não precisa aplicar um hidratante por cima.

9. Passar muitos cremes, um em cima do outro, pode ser ruim. Um

produto pode dificultar ou facilitar em excesso a absorção do outro. Apenas um creme para cada área é suficiente.

10. O creme que você usa em outras partes do corpo não é muito

eficiente na hidratação dos pés. “A camada da pele nos pés é muito espessa. Por

isso a necessidade de cremes específicos para eles”, explica Vanessa Machado.

11. Já o creme específico para as mãos é mais indicado para quem sofre

de “dermatite de contato nas mãos” – uma espécie de alergia a produtos químicos como detergente, que faz a pele ficar mais ressecada. Esses cremes contêm hidratantes mais potentes, como a uréia e o óleo de silicone. Quem não tem alergia pode usar um hidratante comum.


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Clara Meurer

Maquiagem

SUA GRANDE ALIADA

A maquiagem muda qualquer pessoa. Para o resultado ser positivo, é preciso moderação. Aquelas indesejáveis rugas podem ser disfarçadas e você pode fazer isso sozinha. Bastam 30 minutos e algumas boas dicas para compor um visual básico, que realce o que você tem de melhor. BORDEAUX convidou a maquiadora mineira Marjorie Campos para produzir três mulheres, com destinos diferentes: um jantar romântico, um happy hour com os amigos e uma maratona de um dia inteiro de trabalho. O desafio era não exagerar na dose.


MODA E BELEZA

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DESTINO: JANTAR ROMÂNTICO

Clara Meurer

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Kátia Leal Massote, 47 anos, aposentada

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1. Para disfarçar as linhas de expressão, use um corretivo mais claro que a pele, antes da base. 2. Se a base for líquida, utilize uma esponjinha para espalhá-la. O truque é não encharcar a esponja. O resultado é uma cobertura leve e uniforme. Marjorie aconselha o uso de dois tons de base. Uma do tom da pele e outra mais escura, que deve ser passada apenas nas maçãs do rosto. Para que o batom não escorra, é importante fazer o contorno com o lápis de boca, no mesmo tom. Não esqueça de aplicar o blush, bem de leve, de fora para dentro – da orelha para a lateral do nariz. Evite cores fortes, para não parecer artificial. 3. Antes da sombra, passe um iluminador logo abaixo da sobrancelha. Marjorie utilizou uma cor metálica, pois a maquiagem é para a noite. Mas ela alerta: essa cor não deve ser utilizada por quem tem pálpebra caída. Essas devem optar por tons foscos. 4. Entre a pálpebra e o iluminador, tons coringas sempre caem bem: marrom, bege, rosa. Majorie explica que o segredo é conseguir um degradê, utilizando duas sombras. Outro truque da maquiadora é fazer um “v” no côncavo do olho, com uma cor mais escura, para dar profundidade no olhar. Mulheres com pálpebra caída devem se maquiar com o olho aberto, assim é possível saber até onde a pálpebra, de fato, vai. 5. Use e abuse dos cílios postiços, eles fazem toda a diferença no olhar. Marjorie aconselha cortá-los em pedaços para que eles se amoldem melhor ao formato de cada olho. Se você não consegue usar cílios postiços, a maquiadora dá uma dica para aumentar o tamanho dos seus: “use a máscara para cílios e passe um pó por cima. Pode ser da base ou até mesmo de uma sombra. Repita o procedimento quantas vezes achar necessário”. Finalize o look com o delineador: quanto mais fina for a linha, mais os cílios ganharão destaque.


Clara Meurer

ANTES

DESTINO: TRABALHO

Cláudia Penna Rodrigues, 42 anos, administradora de condomínios 1. Como o look de Cláudia é para o dia, a base utilizada no rosto é mais leve. No iluminador, ao invés de cores cintilantes, Marjorie utilizou um prateado fosco. No lugar do batom, a maquiadora passou um lápis de boca que tem durabilidade maior para enfrentar um dia inteiro de trabalho. Como Cláudia tem a pálpebra “gordinha”, é necessário acentuar o “v” do côncavo do olho, com uma cor mais escura que a da sombra. 2. A sobrancelha valoriza a maquiagem. Como as de Cláudia são pequenas, finas e com algumas falhas, Marjorie reforçou o desenho delas com um lápis específico. Utilizar um lápis comum de olho nem sempre traz o mesmo efeito. Muitos possuem uma coloração de fundo um pouco avermelhada, enquanto nos específicos para a sobrancelha essa coloração é acinzentada, mais natural. Para finalizar, penteie os fios com uma máscara incolor. 3. Até para o trabalho, Majorie aconselha o uso dos cílios postiços. A maquiadora faz a linha do delineador na parte de cima e de baixo do olho. “Passar delineador na parte de baixo, ao invés de lápis de olho, é uma boa estratégia, pois ele dura mais e você não precisa ficar retocando“, ensina.' Para mulheres que tem olho pequeno, como Cláudia, a tática é passar o delineador por fora do olho, porque causa uma sensação de que ele é maior. Para olhos grandes, se você quer diminuí-los, utilize o delineador na parte de dentro.

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Clara Meurer

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DESTINO: HAPPY HOUR COM AMIGOS Mara Sales de Carvalho, 60 anos, aposentada 1. Como Mara tem poucas rugas e manchas, Marjorie utilizou uma fina camada de base. Nos olhos, a maquiadora usou praticamente os mesmos tons de Cláudia, carregando um pouco menos na sombra. “Para a mulher madura, o estilo de maquiagem em relação a cor não costuma mudar muito, se a pessoa não quer errar. É melhor pecar pela falta do que pelo excesso”. Ter um estojo de sombras com cores mais neutras é essencial. Mara possui alguns fios brancos na sobrancelha. O conselho é usar uma tinta específica. “A embalagem é muito parecida com a de máscara para cílios. Ela costuma ser mais cara, mas compensa comprar pois dura muito tempo e o resultado é bastante positivo”. 2. Majorie caprichou na linha do delineador, tanto em cima, quanto embaixo, porque os olhos de Mara são grandes e marcantes. Na parte de baixo, a maquiadora fez a linha tanto por dentro, como por fora. Os cílios postiços estão presentes novamente. 3. O blush utilizado pela maquiadora foi de uma tonalidade mais clara, para que pudesse parecer natural, quase no tom da pele de Mara. Na boca, lápis de contorno um pouco mais forte que o batom. Se você tem a boca pequena, o lápis pode ser utilizado para aumentar o tamanho ou corrigir alguma falha. Para Marjorie, mulheres maduras ficam melhor com batons mais secos. “Gloss, por exemplo, sempre acaba escorrendo e entrando nas dobrinhas mais salientes da pele”.


Felipe Zig

Cabelos

NADA DE TESOURA

No livro “Chic: um guia básico de moda e estilo”, a consultora de moda Glória Kalil dá a dica: mulheres com mais de 40 anos não precisam, necessariamente, ter cabelos curtos. Não há nenhum motivo para buscar um novo visual se cabelos longos sempre caíram bem em você. “O cabelo curto é mais prático, mas nem sempre rejuvenesce”, diz o cabeleireiro Carlos Magalhães. Ele garante que o comprimento ideal depende do perfil, do tipo de rosto e da estrutura dos fios, e não da idade da mulher. Elizete, 47, e Vanessa, 41, mostram que com poucos cuidados – como corte das pontas, escova e creme para pentear – dá para ter cabelos compridos (e lindos!) depois dos 40.


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Felipe Zig

MODA E BELEZA

A escova ajuda a dar brilho ao cabelo e, segundo Carlos Magalhães, não faz mal, mesmo quando é feita diariamente. “O que não pode é escovar o cabelo quando ele ainda estiver muito encharcado, para não quebrar. A escova no cabelo liso tem que ser feita com ele quase seco. Se o cabelo for mais anelado, você pode escovar quando ele estiver um pouco mais molhado”.


Felipe Zig

Cabelos mĂŠdios, como o de Vanessa, sĂŁo os que permitem mais possibilidades de penteado. DĂĄ para ser diferente a cada dia!


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Felipe Zig

MODA E BELEZA

Apesar de ser um pouco complicado prender cabelos pesados como o de Elizete, o resultado ĂŠ lindo!


Felipe Zig

Elizete tem o cabelo volumoso e não fica bem com cortes mais curtos. “Quanto mais curto, mais volumoso. Nesses casos, ou tem que ser curtíssimo (tipo ‘joãozinho’) ou médio, na altura do ombro para baixo”, ensina o cabeleireiro Carlos Magalhães. O cabelo comprido também é ideal para mulheres que têm o pescoço curto, porque dá a impressão de alongamento.


Acervo Pessoal

ERA UMA VEZ

por I LÍVIA MACHADO

SUZANA ARAÚJO, MISS BRASIL 1978 Sair em capa de revista, aparecer em programa de televisão, receber aplausos pela rua e ser considerada a mulher mais bonita do país. Suzana Araújo, Miss Brasil 1978, viveu seu conto de fadas aos 19 anos. Hoje, aos 50, ela tem três filhos, um escritório de contabilidade, quase 30 anos de casamento e uns quilinhos a mais. Sem nenhuma intervenção cirúrgica, continua muito bonita.


Acervo Pessoal

“Hoje eles estão escolhendo umas meninas muito magras. Estão confundindo modelo com miss. Modelo é para vender roupa, miss não. Tem que ter umas curvinhas”. Antes do concurso de Miss Ipatinga, Suzana nunca tinha desfilado e suas medidas não deixavam dúvidas de que as curvas eram muito bem desenhadas: 57 kg em 1,72 m de altura, 89 cm de quadril e busto, 62 de cintura e 56 de coxa. Em 1977, Suzana concorreu ao Miss Ipatinga e ficou em segundo lugar. Um ano depois, foi convidada a representar o Clube de Ipatinga no concurso. O convite, inicialmente, foi feito a sua irmã mais nova, que não aceitou. Suzana pensou em recusar, pois já havia desfilado no ano anterior, mas acabou cedendo. Ela só não sabia que esse convite a levaria a Acapulco, no México, para disputar o título de mulher mais bonita do Universo. Vencedora no concurso municipal – após uma pequena polêmica, já que a moça morava em Coronel Fabriciano, cidade vizinha, e apenas trabalhava em Ipatinga – Suzana foi para Belo Horizonte se preparar para o Miss Minas Gerais, que aconteceria um mês depois, na cidade de Araxá. Durante o tempo em que ficaram na capital do estado, as 53 candidatas tiveram aulas de postura e andamento, além de experimentarem as roupas que iriam usar nos dois desfiles. No primeiro dia, maiô e traje típico. No segundo, maiô e vestido de gala. Suzana usou uma roupa prateada, que representava o aço exportado de Minas Gerais e um vestido rosa. Na época, o concurso era transmitido ao vivo pela extinta TV Tupi.

O tempo passou, mas o trunfo continua: o sorriso

Hoje eles estão escolhendo umas meninas muito magras. Estão confundindo modelo com miss. Modelo é para vender roupa, miss não. Tem que ter umas curvinhas. Depois de vencer o Miss Minas Gerais, Suzana começou a se preparar para o Miss Brasil, em Brasília. “Começa ali, você não é mais dona de você”, conta. Arrumar o traje típico - um vestido de “Dona Beja”, que havia sido usado pela Miss Araxá no concurso de Miss Minas Gerais -, fazer preparativos para as fotos, ensaio de passarela, visitar o governador. “É tudo muito corrido, não dá tempo de pensar no que está acontecendo”. Ela diz que não esperava ganhar o concurso nacional, nem considerava estar entre as favoritas, mas revela seu trunfo. “Quando eu fico nervosa, minha boca não fecha, não paro de sorrir. Um sorriso é tudo”. Passados mais de 30 anos, o sorriso é o mesmo das fotos de quando foi miss, grande e constante. O Miss Brasil foi em um sábado e na segunda-feira

Suzana já estava embarcando para o México, para disputar o Miss Universo. Depois de 17 dias, ela voltou a Ipatinga, onde tudo começou. A moça desfilou pela cidade em cima de um carro de bombeiros. As ruas estavam lotadas e a população orgulhosa de sua miss. Suzana não chegou a ficar entre as finalistas e a vencedora foi uma candidata da África do Sul. “É um conto de fadas, tudo que acontece é maravilhoso, mas a gente tem que colocar o pezinho no chão, porque é passageiro. Em 1978 o concurso de miss abria portas, mas nem tanto como hoje”, comenta.

VIDA DE MISS

Para a Miss Brasil eleita, a agenda de compromissos oficiais e a privação da liberdade duram um ano, até ela passar a faixa. Suzana foi morar com a tia em Belo Horizonte e só podia sair para ir a eventos programados. A miss não podia aparecer em qualquer lugar, nem tirar fotos de graça. Tudo era acertado com o coordenador, por meio de contratos. Até quando ia para Coronel Fabriciano, cidade onde nasceu, dois guardas ficavam na porta da casa de seus pais. Por outro lado, ela viajou muito. Passou por várias cidades mineiras, foi ao Maranhão, Paraná e Mato Grosso. Para trabalhar como modelo, mudou-se para o


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COTIDIANO

Rio de Janeiro. Fez alguns trabalhos, inclusive uma fotonovela da Revista Carinho, mas também deixou passar muitas oportunidades. “Os donos de agência me ligavam falando que havia um trabalho ótimo para eu fazer, que era para marcarmos um jantar para conversar melhor. E o medo? Eu era uma menina inexperiente, estava sozinha no Rio. Por que precisava ser combinado em um jantar? Não fui enfrentar. Hoje eu iria, sei que as coisas só acontecem se a gente deixar, ninguém nos obriga a nada”.

Acervo Pessoal

Tem tanta coisa para melhorar, eu quero sempre participar das mudanças. Tenho muitos sonhos.

Suzana em Brasília, durante a preparação para o Miss Brasil

Depois de três meses, Suzana voltou para Ipatinga. “Vi que para conseguir alguma coisa ali, sem ter alguém forte para ajudar, eu teria que passar por cima dos meus princípios. Algumas pessoas falam que eu não soube aproveitar o título. Para mim, ele foi muito bem aproveitado, eu estava no meu limite”, afirma. Foi quando ela conheceu seu atual marido, José Francisco. Mudaram para Belo Horizonte, tiveram três filhos e, mais tarde, foram para Leopoldina, no interior de Minas Gerais. Foi um tempo em que Suzana se dedicou inteiramente ao papel de mãe, sem medo de engordar, ficar flácida, com a pele caída. “Não consigo ficar pensando que eu não posso ter estrias. É muito mais gratificante ter estrias porque

Acervo Pessoal

Comemoração na volta para casa


Acervo Pessoal

Em 1978, Suzana é coroada mulher mais bonita do país

você gerou um filho, isso é bom demais!”. Na época em que foi coroada miss, mesmo sem se preocupar com dieta, os ponteiros da balança não ultrapassavam os 57,5 kg. Hoje não é tão fácil. “Quando chega certa idade, tem que fazer atividades para se manter em forma. Eu descuidei um pouco com a alimentação, tive filhos, uma vida sedentária, estresse”. Em 1978, quando ela foi consagrada a mulher mais bonita do Brasil, Suzana considerava sua beleza “normal”. Hoje a resposta é outra: “sou uma pessoa tão bem comigo mesma que me acho muito bonita”.

MULHER DE VERDADE

Em 1992, Suzana iniciou o curso de Ciências Contábeis em Leopoldina. “Foi uma época em que eu precisava voltar a estudar, queria fazer alguma coisa, ser mais útil”. Hoje ela é delegada do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais e faz parte do Grupo de Trabalho da Mulher Contabilista. Na

última eleição municipal, foi candidata a vereadora. “Tem tanta coisa para melhorar, eu quero sempre participar das mudanças. Tenho muitos sonhos”. É claro que ela ainda acompanha (e vibra!) o concurso de Miss Brasil, e vê como as coisas mudaram. “Acabou o glamour. Tiveram anos em que os organizadores colocaram as misses para desfilar de óculos escuros, com capinha preta e músicas muito agitadas. Não tem nada a ver. Antes a miss recebia uma coroa trabalhada com pedras e um manto bordado com as bandeiras de todos os estados. É uma noite de Cinderela, merece todo o glamour”. Mas nesse conto de fadas, o encanto não termina na última badalada da meia-noite. Ainda hoje, quando Suzana vai a Coronel Fabriciano, não sai na rua sem se arrumar. “Lá o pessoal acompanhou o concurso como se fosse Copa do Mundo. Tenho que sair produzida, porque me reconhecem”. Como ela mesma ensina, não existe ex-miss. Uma vez miss, sempre miss.


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Gabriela Rabelo

filhinhos DA MAMÃE

por I Lívia Machado

Sair da casa dos pais assim que possível é um plano descartado por muitos jovens. No conforto do lar materno, eles ficam livres das despesas, mas da liberdade, não abrem mão


Gabriela Rabelo

COTIDIANO 44


Gabriela Rabelo

Fernanda e Juarez Amaral, 52 e 54 anos, têm dois filhos: Alexandre, de 35, e Rodrigo, de 30. A família mora em um apartamento espaçoso no bairro Grajaú, em Belo Horizonte, com três quartos constantemente ocupados. É que Alexandre e Rodrigo, apesar de trabalharem e ganharem seu próprio dinheiro, continuam morando com os pais. Essa situação é cada vez mais comum. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, no país, 22,2% dos homens que têm entre 30 e 34 anos, ainda moram na casa dos pais. Os jovens adultos que, mesmo tendo adquirido independência financeira, continuam no lar materno, ganharam o nome de "Geração Canguru". Rodrigo nunca saiu de casa. Alexandre fez apenas uma tentativa, aos 18 anos, quando resolveu morar em São Paulo. Organizaram uma festa de despedida e, passados 20 dias, ele estava de volta. “Tem muita mordomia dentro de casa, para que ele vai ficar na rua?”, explica a mãe. A comodidade é realmente um fator que motiva muitos filhos a continuarem morando com os pais, mesmo quando já chegaram à idade adulta. Vagner Araponga, belorizontino de 33 anos, é filho único e fica pesaroso com a ideia de deixar a mãe, Marília, morando sozinha. Ele admite que, morando com a mãe, não recebe cobranças quanto a tarefas domésticas, o

que acaba pesando na escolha. “Não arrumo casa, nem lavo roupas, nem passo, nem cozinho. A comodidade é um fator importante”, assume Vagner. Na casa de Fernanda funciona assim: “eles bagunçam, eu arrumo”. De acordo com a mãe, o esquema só é quebrado quando a bagunça passa dos limites. Nesses dias, ela recusa-se a entrar no quarto até que os filhos dêem uma “ajeitadinha” nas coisas. “Mas no fim, sou eu que faço tudo”, conclui. Para a psicoterapeuta e psicóloga Mara Pusch, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a opção pela “dinâmica canguru” é própria de pessoas mais inseguras e acomodadas, que preferem manter-se na zona de conforto da casa dos pais em vez de ir atrás de algo que pode não dar certo. Mas ela observa que o comodismo é tanto da parte dos filhos quanto dos pais, que não querem perdê-los para a vida. “Parece que esta geração não quer perder nada, não quer abrir mão, os filhos do conforto e mimo e os

Parece que esta geração não quer perder nada; não quer abrir mão. Os filhos, do conforto e mimo, e os pais, da própria cria.


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Gabriela Rabelo

COTIDIANO

pais da própria cria”, explica a psicóloga. Eduardo Curtiss, 34 anos, servidor público federal em Ouro Preto, parece ter encontrado um meio termo. Ele morou com os pais até o ano passado, quando se mudou para viver com a namorada. O namoro terminou, mas ele continua no apartamento, sozinho. “Como meus pais moram perto, continuo tendo algumas regalias como roupa lavada e, às vezes, comida pronta”, conta Eduardo.

LIBERDADE

Quando Fernanda Amaral era adolescente, sexo era um assunto proibido dentro de casa. Com seus filhos, a situação é bastante diferente. Desde que eles começaram a namorar, a família conversa naturalmente sobre o assunto e, agora, eles têm total liberdade para dormir com as namoradas em casa. “Inclusive, lá em casa só existe cama de casal”, conta Fernanda. Não são só as namoradas que têm passe livre na casa de Fernanda. “Os amigos [dos filhos] vão lá para casa, a gente toma cerveja junto, é divertido. A diferença minha para o mais velho é de apenas 17 anos, então a convivência é muito amigável”. Para ela, se não fosse assim, certamente os filhos já teriam se mudado. A psicóloga Mara Pusch diz que o problema da dinâmica canguru começa quando os pais querem ter controle sobre os filhos, que, por sua vez, acham que não devem dar satisfação aos pais. “Esta é a hora de rever a situação, pois, embora o filho seja um adulto,

a casa é dos pais, com regras e normas a serem seguidas e, caso ele não queira mais dar satisfação, está na hora de romper a dependência e ir em busca do próprio caminho”, aconselha.

DESPESAS

A comodidade de morar na casa dos pais não diz respeito exclusivamente às tarefas domésticas. Na maior parte dos casos, os filhos também ficam eximidos da responsabilidade com os gastos da casa. “Quando eu morava com meus pais, pagava minhas contas pessoais, mas as despesas eram deles quase que integralmente”, conta Eduardo. Alexandre e Rodrigo, filhos de Fernanda, também não ajudam nas contas, que são responsabilidade exclusiva dela e do marido. Ainda que os pais tenham o maior prazer em garantir conforto e mordomia aos filhos, é preciso deixá-los crescer. Morar sozinho é importante para que eles desenvolvam o senso de responsabilidade individual e alcancem a independência. Como a dinâmica da casa não depende do filho, ele tende a ser menos responsável do que se tivesse que se preocupar com limpeza, comida e contas a pagar. Maria Lúcia, mãe do Eduardo, gostou quando seu

Sozinho você se vira melhor, aprende mais, cresce mais. Porque morando junto, a gente faz tudo.


Gabriela Rabelo

filho tomou a decisão de se mudar. “O amor não se desfaz, mas é preciso cortar um pouco a dependência física e emocional. Os filhos têm que aprender a ser independentes, a ter responsabilidades. Os pais morrem, os irmãos se separam, eles precisam construir sua própria família”, aconselha Maria Lúcia. Ela, que é mãe de outros dois filhos, disse que sempre os incentivou a enfrentarem a vida e se relacionarem com outras pessoas. Apesar de haver universidades em Ouro Preto, cidade onde moram, Bruno, o caçula, foi incentivado a estudar fora. Ele formou-se em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa, mas voltou a morar na casa dos pais. De acordo com a mãe, é por pouco tempo. “Agora ele começou a ter independência financeira, daqui a pouco vai sentir vontade de criar o seu próprio espaço”, prevê. Já Fernanda faz o tipo “mãezona” e adora ter os filhos em casa. Mas reconhece que faria bem para eles morar sozinhos. “Sozinho você se vira melhor, aprende mais, cresce mais. Porque morando junto, a gente faz tudo”. Na casa dela o “tudo” inclui até deixar o pão e o suco preparados para os filhos comerem na hora do lanche. E de quem é a culpa? “A culpa maior é do meu marido, mas ele fala que a culpa é minha, então é dos dois”, conclui.

HORA DE SAIR

Para Mara Pusch, a idade certa para deixar a casa dos pais é aquela em que a vontade de ser independente fica mais forte. Independência envolve vontade de ficar consigo mesmo, de ter liberdade e autonomia,

de enfrentar a vida com as próprias pernas. Quando os filhos insistem em continuar na casa dos pais e os pais acham que já é hora deles se mudarem, é preciso incentivá-los e assegurá-los de que essa etapa faz parte da vida. O diálogo é fundamental, mas se não for suficiente, há profissionais especializados, como psicoterapeutas, que podem ajudar. Para Mara Pusch, o mais importante é saber que a saída da casa dos pais não é sinônimo de abandono, mas sim de maturidade e crescimento.

Geração Canguru A Geração Canguru é formada por jovens de classe média que, apesar de já terem curso superior e independência financeira, optam por continuar morando na casa dos pais. O nome é uma analogia ao mamífero australiano - na verdade, à fêmea da espécie, que carrega os filhotes em uma bolsa abdominal, até que eles estejam prontos para viver por conta própria. Até a década de 1980, morar sozinho era sinônimo de independência e autonomia para tomar as próprias decisões. Atualmente, os filhos dessa geração já não precisam sair da casa dos pais para adquirir liberdade. O resultado é que mais de oito milhões de brasileiros com idade entre 25 e 40 anos continuam morando com os pais.


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Igor Villas-Boas

culatra

Tiro pela

por I BERNARDO MIRANDA

Quem pensa que o ciúme é um tempero no relacionamento deve ter cuidado para não errar a mão. Um estudo feito na Universidade de São Paulo (USP) mostra que, em excesso, pode estimular a infidelidade.


A DOIS

Ficar tão possessiva a ponto de imaginar que aquela vizinha está paquerando seu marido, assim como a colega de trabalho dele, a atendente da padaria, sua melhor amiga... Cuidado: essa atitude pode ser a faísca que faltava para levar ao estopim da traição. Ou seja, a pessoa ciumenta sufoca o parceiro com desconfianças infundadas, que sugerem uma possibilidade de traição que ele nem havia pensado. A traição concreta ou fantasiada pode levar ao fim do relacionamento. Isso é chamado pelo psicólogo Thiago Almeida de “profecia auto realizadora da infidelidade”. Em sua dissertação de mestrado, Thiago constatou que o ciúme é um dos piores inimigos da fidelidade conjugal. O psicólogo fez uma pesquisa com casais residentes em São Paulo e percebeu que, na maioria dos casos de traição, os parceiros tinham ciúmes em excesso antes de serem traídos. “Muitas vezes a pessoa que sente ciúme insiste tanto na hipótese de infidelidade que desperta a atenção do parceiro para uma situação que antes ele nem encararia como uma real possibilidade de traição”, afirma. Celeste dos Anjos, 51, perdeu o marido depois de 12 anos de ciúme excessivo. Durante o casamento, ela checava as mensagens do celular dele, e chegava até a ligar para números que desconhecia causando, por várias vezes, constrangimentos com clientes do marido. “Quando, do outro lado, atendia uma mulher, eu já começava a tremer e imaginar tudo. Até perceber que a então amante era, na verdade, uma cliente do trabalho, o mal entendido já estava feito”, conta.

O mesmo ciúme que pode ser objetivo, pode crescer e virar um ciúme patológico. Têm mulheres que percebem que o homem pode ser infiel, mas pensam “comigo ele não vai fazer isto”. A mulher quer tanto manter o relacionamento que vai em frente mesmo diante destes sinais. Com tanto ciúme, o marido de Celeste despertou a atenção para outra, que virou sua amante e, hoje, é sua atual mulher. Mais que anunciar um possível relacionamento extra-conjugal, o ciúme pode acabar com a relação somente pela dificuldade de conviver com quem passa grande parte do tempo desconfiando do que não existe. Na novela Mulheres Apaixonadas, por exemplo, exibida em 2003 e reprisada este ano, a personagem Heloísa (Giulia Gam) atormentava o marido Sérgio (Marcelo Anthony) com desconfianças

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E quem pode ser um dos grandes aliados para ajudar a mulher a manter sua auto-estima pode ser o próprio parceiro. Segundo o terapeuta, o parceiro pode assumir a responsabilidade pela recuperação da parceira, fazendo ações que ajudem a aumentar sua auto-estima “Um elogio ou mais uma declaração, podem parecer coisas simples mas ajudam a acabar com a insegurança da parceira. excessivas. Na trama, a personagem Vidinha (Júlia Almeida), que sempre deu em cima de Sérgio – sem ser correspondida –­­, acabou ficando com o bonitão, que desistiu de Heloísa. O psicólogo Thiago Almeida chama atenção para esse efeito desestruturante que o ciúme pode ter. “É lógico que a possessividade atrapalha um relacionamento. Quando isso começa a incomodar demais é comum que o parceiro passe a procurar outra relação. Isso também pode causar infidelidade, já que em alguns casos a pessoa não termina o relacionamento antes de começar outro”, diz. Da mesma forma que o ciúme pode ser prejudicial para a relação, a indiferença a sinais de uma traição também não ajuda a manter a fidelidade. Nesses casos, a psicoterapeuta Clara Feldman afirma que a mulher também pode ter responsabilidade na traição do parceiro. “O mesmo ciúme que pode ser objetivo (a pessoa realmente está se envolvendo com outra) pode crescer e virar um ciúme patológico. Têm mulheres que percebem que o homem pode ser infiel, mas pensam ‘comigo ele não vai fazer isto’. Às vezes a mulher quer tanto manter o relacionamento que vai em frente mesmo diante destes sinais. Ela subestima o problema que vive e se superestima, pois acha que é capaz de mudar o outro e isso é impossível”, declara.

PROCURANDO AJUDA

Apesar de todo mundo sentir ciúmes, e algumas vezes com razão, é preciso tomar cuidado quando ele começa a afetar demais o relacionamento. Assim como a personagem da novela de Manoel Carlos, a funcionária pública Ana Maria, 45, era ciumenta a ponto de agredir o marido em suas crises de desconfiança. Com o fim do casamento, ela finalmente percebeu que o ciúme que sentia não era normal. Também como Heloísa, ela procurou ajuda no Grupo Mulheres que Amam Demais Anônimas (Mada). “Lá encontrei apoio, fé e esperança através das mulheres que já passaram por isso e estão se recuperando, mudando suas atitudes e


Igor Villas-Boas

também suas vidas, e aprendendo uma nova forma de se relacionar consigo mesma e com os outros, amando de forma saudável e construtiva”, afirma. Segundo Ana Maria, que hoje se considera em recuperação, as características de uma Mada são: carência afetiva, falta de amor próprio, falta de autoestima, medo da solidão, sofrimento, dependência e tentativa de controlar os outros em excesso. Uma das principais saídas para reduzir o ciúme é se esforçar para aumentar o amor próprio. O terapeuta Thiago Almeida afirma que só sente ciúme em excesso quem tem baixa autoestima. “O ciúme acontece somente quando existe uma comparação. Geralmente a pessoa ciumenta se compara com uma rival idealizada que seria superior a ela. Essa mania de comparação só é feita por quem tem baixa autoestima, já que quem confia no seu taco não precisa se comparar a ninguém para se sentir bonita e desejada, logo não tem tanto ciúmes”. Um dos grandes aliados para ajudar a mulher

O Terapeuta Thiago Almeida afirma que só sente ciúme em excesso quem tem baixa auto-estima: “O ciúme acontece somente quando existe uma comparação. Geralmente a pessoa ciumenta se compara com uma rival idealizada que seria superior a ela. Essa mania de comparação só é feita por quem tem baixa auto-estima, já que quem confia no seu taco não precisa se comparar a ninguém pra se sentir bonita e desejada, logo não tem ciúmes.”


A DOIS

a manter sua autoestima é o próprio parceiro. Segundo o terapeuta, o companheiro pode assumir a responsabilidade pela recuperação da parceira, tomando atitudes que ajudem a aumentar sua autoestima. “Um elogio ou uma declaração podem parecer coisas simples, mas ajudam a acabar com a insegurança. Essas pequenas ações, se acontecem constantemente no relacionamento, aumentam a autoestima da mulher que, por confiar mais em si mesma, tem menos ciúme”.

DOIS TIPOS

Para o psicólogo Thiago de Almeida, existem dois tipos de ciúme: o protecionista e o retaliador. O protecionista é o ciúme saudável, quando a mulher, por exemplo, tem mais atenção com o marido, por não querer perder o relacionamento de que tanto gosta. Assim o ciúme faz com que valorize mais o companheiro e até mesmo se cuide melhor. O terapeuta afirma que, nessas situações, “o casal passa a ser mais gentil um com o outro, cuidar mais de si mesmos e demonstrar o amor que sentem de várias formas, pretendendo afastar possíveis rivais que possam oferecer recursos iguais ou melhores”. No ciúme retaliador a pessoa acredita que já foi traída e por isso começa a ter atitudes para evitar que uma possível nova traição aconteça. “Nessa situação a pessoa impõe conseqüências negativas ao relacionamento. Ao hostilizar o parceiro, que o ciumento julga ser infiel, esse acredita evitar o desgaste da relação, ou mesmo inibir infidelidades futuras ou em andamento, o que, no fim das contas, só aumenta o desgaste do relacionamento”, afirma o terapeuta. A dona de casa Inez Moreira, 47, conseguiu transformar seu ciúme retaliador em protecionista. Ela ficava nervosa com atrasos mínimos do marido. “Se ele demorava 15 minutos para chegar do trabalho, eu já começava a imaginar que ele estava no motel com outra, essas coisas. Chegava até ligar para o

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porteiro da firma dele para saber se ele tinha saído havia muito tempo”. Hoje Inez já não tem o ciúme como algo que a incomoda. Segundo a dona de casa, essa melhora se deve principalmente à maturidade. “Com o tempo você percebe que o ciúme excessivo faz com que você viva a vida do outro e se negligencie. Eu sufocava tanto o meu marido com as minhas cobranças que não dava espaço para ele saber o que acontecia na minha vida. Isso é muito ruim”. Esse comportamento também era motivado pelo comportamento do marido. “Quando você percebe que quem você ama não está interessado em sua vida sua insegurança aumenta, já que não se sente valorizada”, completa. Hoje Inez conta que, ao invés de preocupar com o que o marido está fazendo, ela volta sua atenção para ser uma pessoa atraente e agradável. “Um pouquinho de ciúme funciona como um tempero para a relação. É bom saber que ele se preocupa com você e quer agradá-la, e é bom saber que ele também se sente mais valorizado quando você demonstra que se importa com o que acontece em sua vida”.

ATITUDES QUE DENUNCIAM CIÚME EXCESSIVO Imaginar coisas a partir de situações banais, como pequenos atrasos e telefonemas de mulheres desconhecidas. Invadir a privacidade, checando celular, email e correspondências, ou examinar bolsos, carteiras, recibos. Colocar o outro como a razão de sua vida, esquecendo outros interesses. Brigas constantes por ciúmes. Tentar limitar a vida social, proibindo o parceiro de ir a determinados lugares ou conversar com certas pessoas.

GRUPO MADA

Para o psicólogo Thiago de Almeida, existem dois tipos de ciúme: o protecionista e o retaliador. O protecionista é o ciúme saudável, quando a mulher, por exemplo, tem mais atenção com o marido, por não querer perder o relacionamento de que tanto gosta. Já no ciúme retaliador a pessoa acredita que já foi traída e por isso começa a ter atitudes para evitar que uma possível nova traição aconteça.

O Grupo tem, atualmente, mais de 40 reuniões semanais no Brasil, distribuídas em 13 Estados e no Distrito Federal. Para informações, acesse o site: www.grupomada.com.br Mada BH Rua Aimorés, 1123 - Funcionários / Belo Horizonte Reuniões: 2ª feira das 19h às 21h madabh@terra.com.br Mada Rio Rua Adalberto Aranha, nº 48 - Sala 206 - Tijuca Reunião: 3ª feira das 19h às 21h madarj1999@yahoo.com.br Mada São Paulo Rua Santa Ifigênia, nº 30 - Centro Reunião: 6ª feira das 19h30m às 21h30m grupomadacentrosp@yahoo.com.br


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Samuel Mendes


Sem crise NA CAMA por I TATIANA GIBRAM

Sexo e casamento longo podem andar juntos, e muito bem. Mulheres que investiram no relacionamento e inovaram na cama contam que o esforรงo vale a pena.


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Samuel Mendes

A DOIS

Trabalhar, administrar a casa e ainda estar linda para o marido e pronta para uma noite de sexo, não é fácil. Toda a correria do cotidiano, além das mudanças da idade, podem causar problemas na cama. “A agitação da vida e as necessidades do dia a dia fazem com que o homem e a mulher tenham que trabalhar muito. Eles chegam ao fim do dia cansados, sem vontade nenhuma de fazer sexo”, diz o sexólogo e ginecologista Joaquim Dias do Nascimento. Ele recomenda que o sexo seja um ato constantemente presente e que o casal procure estar relaxado. “É como levantar, tomar café, tomar banho, dormir, tem que acontecer sempre, porque faz parte das nossas vidas”. Muitas pessoas não conseguem encarar o sexo dessa maneira. Segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro, conduzido pelo Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (ProSex), 22% das mulheres de todas as idades têm problemas com relação ao desejo sexual. Na faixa de mais de 50 anos,

O corpo muda, mas a cabeça não pode mudar. Nós devemos sempre cultivar a mente, o físico e a sexualidade.

Basta ter diálogo, conversa, prazer em tocar no assunto e inovar. Assim, um acaba conhecendo melhor o outro, tendo mais intimidade.

o índice salta para 40%. Outra pesquisa realizada com as pacientes do Projeto Afrodite, do Setor de Sexualidade Feminina da Unifesp, apontou que as principais queixas das mulheres na maturidade são diminuição do desejo sexual (47%) e diminuição do desejo associada à dificuldade de atingir o orgasmo (18%), entre outras questões. Já entre os homens, o medo de perder o desejo sexual é tão grande quanto o medo de não ter renda (30,8% x 30,6%). A secretária executiva Soraya, de 39 anos, conseguiu contornar esses problemas e encarar o sexo com naturalidade em seus relacionamentos. “Eu sempre tive uma conversa muito aberta com todos os homens com quem me envolvi. Se você for uma pessoa reprimida, não vai se realizar sexualmente. Sexo é liberdade”, reflete. Soraya se casou pela primeira vez aos 24 anos, com seu primeiro namorado. O relacionamento durou oito anos. Ela conta que nunca deixou sua vida sexual cair na rotina e revela seu segredo.


Samuel Mendes

“Íamos a motel, acampamento, viajávamos muito. Tinha uma época em que eu conhecia todos os motéis de Belo Horizonte”, comenta. Joaquim completa as dicas para manter o tesão vivo durante todo o casamento. “Basta ter diálogo, conversa, prazer em tocar no assunto e inovar. Assim, um acaba conhecendo melhor o outro, tendo mais intimidade”. Segundo o sexólogo, o casal deve se preocupar em nunca abandonar a atividade sexual, pois uma vez que se deixa o sexo de lado, ele corre o risco de acabar para sempre no relacionamento.

CONTORNANDO OS PROBLEMAS

Se você for uma pessoa reprimida, não vai se realizar sexualmente. Sexo é liberdade. nenhuma experiência sexual, o sexo foi, durante muito tempo, um ato mecânico, sem graça. Eles só fizeram sexo oral depois de oito anos de casamento. “Além de tomar pílula anticoncepcional, que diminui o tesão, meu marido era um péssimo amante, não se preocupava comigo, com o que eu sentia. Ele procurava outras mulheres para se satisfazer e foi aí que eu percebi que a melhora da nossa relação sexual era fundamental para que o casamento não terminasse”, conta.

As mulheres no Brasil vêm lutando, há muitas décadas, pela sua liberdade sexual, seu direito ao prazer e pela possibilidade de se emanciparem da repressão familiar e da sociedade. Mas hoje, tanto elas quanto os homens são praticamente obrigados a apresentarem um ótimo desempenho na cama e a terem uma vida sexual bastante movimentada, sob pena de GRAU DE IMPORTÂNCIA DA SEXUALIDADE PARA A não continuarem casados ou serem HARMONIA DO CASAL taxados como fracassados. O fracasso foi o que quase CLASSIFICAÇÃO MULHERES HOMENS aconteceu na vida sexual de Beatriz*, Nada importante 0,9% 0,9% 47, casada há 22 anos. Ela contou Pouco importante 2,9% 3,1% com a ajuda de vídeos pornôs, livros Geralmente importante 41,0% 47,2% de contos eróticos e da imaginação Importantíssimo; prioridade 56,1% 48,8% para salvar o casamento. Como * Dados do estudo do Projeto de Sexualidade (Prosex) da USP se casou virgem, aos 25, e sem


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Samuel Mendes

A DOIS

Vai chegando o final de semana e a mulher pensa: agora eu não escapo, vou ter que transar! E muitas vezes ela não quer, acaba fingindo para agradar ao marido. De acordo com o sexólogo Joaquim Dias, muitas mulheres não têm vontade de fazer sexo, mas acabam cedendo para agradar ao marido e ser fiel à “ditadura sexual”. Já com os homens, isso acontece menos. Mas essa falta de vontade que, segundo ele, tem fundo psicológico ou fisiológico, pode ser resolvida. “Se o casal procura ajuda, os problemas podem melhorar em quase 100%. "Tem que entender que o corpo muda, mas a cabeça não pode mudar. Nós devemos sempre cultivar a mente, o físico e a sexualidade. Tudo isso caminha junto”, explica Joaquim. A libido pode diminuir quando se passa dos 50 anos. Nessa idade, o nível de testosterona decresce o que, conseqüentemente, produz uma queda no desejo sexual de homens e mulheres. “Se o problema for só esse, resolvemos com a reposição do hormônio, já que é uma causa fisiológica. Mas muitos casos de baixa de desejo sexual são emocionais, e aí se revolve com terapia”, esclarece o sexólogo.

A mulher, principalmente, quando entra na menopausa, passa por problemas de baixa de hormônio e tem dificuldades para transar. A vagina fica seca e a penetração pode incomodar bastante. Segundo Joaquim, a mulher ainda sofre com complexos em relação ao corpo, que já apresenta as transformações do tempo. “Ela começa a se achar feia e a pensar que o marido não liga mais para ela. Tudo isso contribui para que a sexualidade fique afetada”. Mas esses problemas também podem ser resolvidos com o auxílio de gel lubrificante ou terapia. Mesmo Soraya, que sempre soube contornar os problemas relacionados ao sexo, admite que a “dor de cabeça” existe no casamento. “Uma enxaqueca fora do comum. Pensei que nunca ia falar que eu tinha isso, mas ela acaba existindo mesmo. Você trabalha fora, estuda, administra a casa, faz muitas coisas e chega a noite exausta. Está fisicamente cansada e o seu psicológico esgotou. Seu marido só trabalhou, chegou cedo, já tomou banho e está que nem um lorde deitado na cama, esparramado, te esperando com aquele olhar fatal. É a hora que a enxaqueca aparece”, se diverte Soraya.

SAINDO DA ROTINA Atualmente, Soraya é casada com seu segundo marido, que é um pouco mais tímido que o primeiro. “Com ele eu tive que ter mais cuidado, para não assustar”, revela. Mesmo assim, o sexo continua tendo a mesma importância e freqüência que antes.


Samuel Mendes

Você trabalha fora, estuda, administra a casa, faz muitas coisas e chega a noite exausta. Está fisicamente cansada e o seu psicológico esgotou. Seu marido só trabalhou, chegou cedo, já tomou banho e está que nem um lorde deitado na cama, esparramado, te esperando com aquele olhar fatal. É a hora que a enxaqueca aparece. “Sexo não é tudo, mas é uns 80% do casamento. Os outros 20% são paciência, coisa que eu já não tenho. Então tenho que me garantir no resto mesmo”, conta em meio a risadas. O que deixa o sexo cair na rotina, na opinião de Soraya, é a preguiça. “Aquela ideia de que vou sempre fazer a mesma coisa. Papai e mamãe é uma posição que eu sempre odiei e a minha cama, para mim, é lugar sagrado, que eu uso para dormir. A mulher não pode

ter preguiça, cada uma tem que achar o jeito de fazer sexo que lhe dá mais prazer. Tem que fazer surpresas, usar apetrechos para apimentar”, aconselha. Até Beatriz, que não é tão experiente e ousada quanto Soraya, investe em aulas de dança do ventre e pole dance, para esquentar o relacionamento. “Meu marido tem muita sorte porque eu sou dedicada. Tem mulher que não se importa em estar com uma calcinha feia. Eu sempre durmo cheirosa, com camisola bonita. Ainda que tenha uma rotina, eu faço muita coisa para agradá-lo”, diz. Ela confessa que existem dias em que o cansaço e a presença dos dois filhos em casa dificultam a vida sexual, mas que esses fatores não são difíceis de lidar. “Às vezes deixamos os meninos com alguém e saímos para ir ao motel. Tem outros dias em que dá para fechar a porta do quarto e aproveitar um pouquinho. A gente não costuma deixar o ritmo cair, mantemos um padrão bom, mas 90% disso é graças a mim. Hoje eu tenho esse cuidado de tomar conta do sexo”. Outro fator que dificulta o sexo, na opinião de Soraya, é aquela sensação de que ele tem hora para acontecer. “Vai chegando o final de semana e a mulher pensa: agora eu não escapo, vou ter que transar. E muitas vezes ela não quer, acaba fingindo para agradar o marido”, diz. O sexólogo Joaquim Dias faz o mesmo alerta. Ele explica que ter hora definida é ruim, mas o casal deve fazer um esforço. “Sexo é o seguinte: não pode deixar pra lá”, afirma. *O nome foi trocado a pedido da entrevistada


Vitrine Erótica

Virginie (Kalya) Gel adstringente que proporciona um efeito de estreitamento do canal vaginal. Você deve aplicálo na área externa da vagina, 20 minutos antes da relação sexual.

KY Warming Ultra Gel (Johnson e Johnson) Lubrificante íntimo que esquenta suavemente em contato com a pele.

Pomada Japonesa Pode ser usada tanto em você, quanto nele. Passe uma pequena quantidade no local desejado. O resultado é um aquecimento instantâneo!

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FOTO: Samuel Mendes

Gel Comestível (Kero+) Com sabor de chocolate com pimenta, é ótimo para deixar a relação com um sabor diferente


Não importa se é para usar com ele ou sozinha. Ter em casa alguns lubrificantes, géis comestíveis e alguns apetrechos pode ajudar a apimentar sua vida sexual. Vergonha de ir ao sex shop não pode mais ser desculpa: muitos possuem sites de venda e a compra é feita com total discrição. Em geral, eles usam nomes fictícios para constar na fatura do seu cartão de crédito. Além disso, o produto será entregue em sua casa em uma embalagem comum, sem qualquer tipo de identificação da loja. Seus filhos podem até pensar que é um livro (ou três, dependendo do tamanho). Vamos às compras?

Semente de Uva (Feitiços Aromáticos) Óleo relaxante para massagem, com aroma de uva. Intt Loob (Intt) Sachês de óleo comestível com diferentes gostos.

Retarder (Santo) Gel que retarda o orgasmo masculino e prolonga a ereção. Age reduzindo a sensibilidade do pênis.

FOTO: Igor Villas-Boas

Preserv Gel (Preserv) Lubrificante íntimo com composição semelhante à lubrificação natural, proporcionando uma lubrificação discreta.


por I BERNARDO MIRANDA

se�ção

A DANÇA DA Mais que um bom exercício para o corpo, o flamenco permite

que toda mulher se sinta poderosa, atraente e feminina, independente de qualquer pneuzinho. Nascida na região da Andaluzia, no sul da Espanha, a dança mistura influências de ciganos, judeus e árabes e apresenta até características de danças indianas e africanas.


Lois Greenfield


LAZER

Um dos pontos marcantes do flamenco é a sensualidade nos movimentos de mãos, braços e pernas, além do sapateado. Mas nem adianta

a dançarina fazer tudo isso com perfeição, se não tiver uma expressão facial forte e comovente. Para a professora de flamenco, Flávia Piquera, não basta apenas técnica na hora de bailar, é preciso se envolver com a dança. “O flamenco faz você expressar, através da dança, o que está sentindo. Te ajuda a colocar os sentimentos para fora”, diz. Flávia explica ainda que, assim como é possível aprender os passos, com a prática, também se consegue aprimorar a expressão. “O que se aprende no flamenco vai além do que se apresenta no tablado. Por meio da dança consegui lidar com meus sentimentos de maneira mais tranquila e mostrá-los com mais transparência”, completa. A recíproca é verdadeira: a expressão facial por si só não faz uma boa dançarina de flamenco.

É necessário compreender os passos e executá-los com beleza. Braços e mãos são importantíssimos. Os movimentos suaves e circulares dos membros superiores, que lembram os da dança indiana, conferem feminilidade. Já quando os braços apontam para cima, a dançarina demonstra força e imponência. Os movimentos dos quadris, costas e ombros são originários da dança árabe. As palmas e o sapateado

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dão ritmo e velocidade ao bailar, além de serem formas de demonstrar qual estado de espírito é representado pela melodia apresentada. Como toda atividade física, o flamenco também traz benefícios para o corpo. A dança é um exercício

aeróbico, que queima entre 250 e 350 calorias a cada aula de uma hora e meia de duração. O movimento contínuo dos membros ativa a circulação sanguínea – o que pode prevenir, por exemplo, o aparecimento de varizes –, além de fortalecer pernas e braços. A dança também aumenta a concentração, afinal, não é fácil sapatear, tocar castanholas e movimentar mãos e braços – sem esquecer a expressão facial. Mas em seis meses já é possível fazer uma apresentação simples (sem castanholas). Executar tudo isso ao mesmo tempo também aumenta a lateralidade: a habilidade de realizar tarefas com os lados esquerdo e direito do corpo ao mesmo tempo. No início, o flamenco era praticado apenas por homens, mas com o tempo a dança se tornou mais feminina. Nas coreografias a mulher nunca se coloca

abaixo do homem: está sempre em pé de igualdade ou até em posição superior. A sensualidade da dança vem justamente dessa imponência feminina. De acordo com a professora Flávia, esse aspecto é um reflexo


Lois Greenfield

Apontar as mãos para cima demonstra força e imponência

da fortaleza da mulher espanhola e da sociedade notadamente matriarcal do país Ibérico, onde, pelo menos dentro de casa, quem comanda é a mulher. O flamenco não se encerra na dança. O canto e o toque de instrumentos também fazem parte da atividade. Segundo a professora e estudiosa de flamenco, Renata Barbosa, a prática começou apenas com o canto. Depois o violão flamenco passou a fazer parte da apresentação e, por fim, a dança entrou em cena, abrindo espaço para a participação da mulher. Com o passar do tempo, outros instrumentos foram incorporados ao flamenco. Hoje a apresentação pode contar ainda com o som das castanholas – que podem ser tocadas pela própria bailarina, enquanto dança – e do cajón, instrumento de percussão de origem peruana.

ONDE FAZER

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Cores como verde e roxo também fazem parte do vestuário

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FOTO: Samuel Mendes


por I FERNANDA CRISTO

aberto

DE PEITO

Não adianta fugir: a mamografia anual é essencial para detectar o câncer de mama precocemente. Segundo especialistas, autoexame só não basta


CORPO E MENTE

Aos 58 anos, a aposentada Julieta Franco, que agora tem 65, percebeu um nódulo no seio e resolveu procurar um ginecologista. O médico era também mastologista e pediu uma biópsia. No fim do mesmo ano, Julieta fez uma mastectomia - a cirurgia para retirada da mama. Depois vieram os tratamentos com quimio e radioterapia. Ela superou tudo e hoje se sente bem. “A cada seis meses, quando faço os exames novamente, é uma expectativa. São muitos exames, então fico preocupada. Mas quando acaba tudo, posso me desligar totalmente”, diz. O autoexame, ao contrário do que acreditam 83% das mulheres da região Sudeste com idade entre 35 e 65 anos, não é a melhor forma de diagnosticar a doença precocemente. Funcionou para Julieta, mas em muitos casos os nódulos não são facilmente percebidos apenas com o toque da própria mulher. Segundo a coordenadora do núcleo de Mastologia

Às vezes a mulher não faz o exame, nem é porque ela não quer. Não tem mamógrafo suficiente. Tem região, inclusive, que não tem mamógrafo público. do Hospital das Clínicas da UFMG, Soraya Zhouri, a prática do autoexame não diminui a mortalidade, nem aumenta a detecção. “Mas ele funciona como autoconhecimento”, explica. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) também não descarta a realização do autoexame, mas alerta que ele não substitui o exame físico realizado por um médico ou enfermeiro, muito menos a mamografia - que desde abril passou a ser

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gratuita no SUS para mulheres com idade acima dos 40 anos. Quase um terço (31%) das brasileiras com idade para fazerem mamografia nunca foram submetidas ao exame. O levantamento foi feito pelo DataFolha, com 1.800 mulheres, com idade entre 35 e 65 anos, de 17 capitais brasileiras, a pedido da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama). Para a mastologista Soraya Zhouri, isso é preocupante. “Às vezes a mulher não faz o exame, nem é porque ela não quer. Não tem mamógrafo suficiente. Tem região, inclusive, que não tem mamógrafo público. Eles estão concentrados nas capitais e a qualidade, às vezes, também é ruim”. Uma pesquisa do IBGE, de 2005, mostra que o Brasil tem apenas 3.245 mamógrafos. Desses, somente 479 estão na rede pública de saúde. Número para lá de insuficiente para atender as mais de 32 milhões de mulheres com mais de 40 anos do país. Enquanto isso, o câncer de mama continua sendo o que mais mata mulheres no Brasil. O atlas da Incidência de Câncer do Inca estima que foram 49.400 casos da doença em 2008, mais da metade deles na região Sudeste (28.430). Para o técnico da Divisão de Gestão da Rede Oncológica do INCA, Ronaldo Corrêa, há várias hipóteses que explicam isso, além dessa ser a região mais populosa do país. “Pode ser porque a população feminina nestes estados tem maior expectativa de vida, porque apresentam hábitos não saudáveis, ou mesmo porque os sistemas de informação de câncer e de mortalidade são mais ‘ativos’ do que em outras regiões”. Já para a presidente da Femama, Maira Caleffi, esses dados mostram que o cuidado com a saúde ainda não é prioridade na agenda das brasileiras. “Parece que o estereótipo da rainha do lar, que controla e resolve os problemas de todos os membros da família, mas esquece dos seus, continua arraigado”, argumenta.

NÚMEROS DA PESQUISA DATAFOLHA 80% 47% 6% 14%

das entrevistadas acreditam que o autoexame é a melhor forma de diagnosticar o câncer de mama precocemente citam a mamografia como forma de detecção da doença apontam a ultrasonografia e o apalpar ou toque do médico não souberam indicar nenhuma forma de diagnóstico

93%

das mulheres já fizeram algum exame para diagnosticar o câncer de mama. Dessas:

80% 69% 47%

já realizaram autoexame já fizeram mamografia já passaram por ultrasonografia

7% 33% 29% 22%

das entrevistas nunca fizeram qualquer tipo de exame. As justificativas: disseram que não perceberam nenhum sintoma ou não receberam indicação do médico assumem descuido com a saúde ou preguiça de realizar o exame apontam a dificuldade em marcar consultas ou exames


QUADRANTES DA MAMA E A INCIDÊNCIA DO CÂNCER O câncer de mama também atinge homens, mas eles representam apenas 1% dos casos. Um histórico de outros tipos de tumor, principalmente de endométrio, ovário ou cólon aumentam a probabilidade de um câncer de mama subsequente. O passado de cãncer de mama em parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) aumenta o risco da doença de 2 a 2,5 vezes. Em parentes de segundo e terceiro graus esse risco aumenta em 1,5 a 2 vezes.

Superior Interno

15% Aréola

18%

A culpa não é só das mulheres. De acordo com a Federação, uma parcela de 33% das entrevistadas não tem o hábito de fazer exames para detectar o câncer de mama por falta de indicação do próprio médico. Segundo Soraya Zhouri, a partir dos 40 anos, a mulher deve procurar o mastologista anualmente. “Quando a paciente atinge a idade de fazer a mamografia, ela é orientada que o exame é desconfortável, mas é necessário” diz.

MUDANDO A HISTÓRIA

Com a detecção precoce, as chances de cura chegam a 95%. Foi o caso da médica Maria de Lourdes Leal, de 50 anos. Ela conta que, em 1997, foi fazer um exame ginecológico, de rotina, e o médico detectou um nódulo. “Mas ele falou que eu ficasse confiante, porque eu tinha feito um exame há um ano, então era uma coisa recente”, lembra. Ela teve que retirar um quadrante da mama direita e depois passar por quimio e radioterapia, mas se recuperou. “Os médicos ajudavam, a família também, todo mundo me dava força”, recorda a médica. Esse apoio, aliás, também foi fundamental para superar a doença, segundo Maria de Lourdes. “Uma coisa que me ajudou muito é que sou médica e meu marido também. Eu confiava muito no que estava sendo proposto”. A mastologista Soraya Zhouri concorda. Para ela, confiar na equipe médica é fundamental

6% Inferior Interno

Superior Externo

50%

11% Inferior Externo

para o sucesso do tratamento. “A gente explica sobre a quimioterapia, radioterapia. Isso ajuda, porque a paciente fica cada vez mais confiante. Ela se entrega mais ao tratamento, vendo a equipe afinada, sabendo que está contando com bons profissionais”, explica. A professora conta que, no Hospital das Clínicas da UFMG, onde é coordenadora do núcleo de mastologia, há 25 anos os casos de câncer de mama são tratados por uma equipe formada por profissionais de várias áreas. “Quando a paciente recebe o diagnóstico, a gente já avisa que ela vai para uma reunião interdisciplinar. Ela conversa com o cirurgião, depois passa pela enfermeira e pela assistente social. Elas vão orientar quanto aos deveres e direitos que ela tem, passo a passo. Porque no consultório, às vezes não é possível dar essa orientação. Nessa reunião ela fica

A cada seis meses, quando faço os exames novamente, é uma expectativa. São muitos exames, então fico preocupada. Mas quando acaba tudo posso me desligar totalmente.


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também ciente de como vai ser o tratamento, se vai ter reconstrução imediata ou tardia”, esclarece. Para Maria de Lourdes, a parte mais difícil do tratamento foi a quimioterapia. “Ela é que tem mais efeitos colaterais, que incomodam muito. A gente fica meio depressiva. Mas o médico já tinha me avisado antes, que tudo isso poderia ocorrer e que depois passava. Na verdade eu dei conta bem. Não tive nenhum momento em que faltou esperança”, afirma. Segundo a médica, “prevenção nesta doença é tudo, porque muda a história”.

DE CABEÇA ERGUIDA

Além do tratamento interdisciplinar, a professora Soraya Zhouri defende também alguma forma de acompanhamento para os parceiros nos casos de câncer de mama. “Isto é uma coisa que a gente vê. Os maridos se afastam. São raras exceções os que ficam. A regra é o afastamento, até mesmo a separação”, constata. O principal motivo, segundo a mastologista, é o desconhecimento. “Por causa do medo, do estigma do câncer, eles têm dificuldade de viver com a companheira aqueles momentos difíceis”. A aposentada Julieta Franco, de 65 anos, teve sorte. “Meu marido me deu muito apoio, ficou do meu lado o tempo todo”, diz. No caso dela, o

suporte da família foi o que trouxe forças para levar o tratamento adiante. “Fui me tratar em Campinas (SP). Tenho família lá. Meus primos me deram total apoio. Eles não deixavam a peteca cair, faziam festas, churrascos”, lembra Julieta. Ela teve que retirar toda a mama, mas não quis colocar uma prótese depois. “Por mais bem feita que seja, não fica igual. Eu uso uma prótese com um sutiã”, conta. Para Julieta, uma das piores partes foi a radioterapia. “Minha pele é muito sensível, muito branca. Eu tive queimadura mesmo. Mas não tinha jeito, eu tinha que fazer o tratamento”. Outra lembrança ruim é a perda de cabelo. “Eu sempre fui muito vaidosa com cabelo, isso me preocupou. Mas eu fiz uma peruca e comecei a usar assim que começou o tratamento. Só pessoas mais próximas sabiam. Teve gente da família que nem percebeu que meu cabelo estava caindo”, recorda. Mesmo com tantas dificuldades, a aposentada faz questão de ressaltar a importância de “erguer a cabeça” durante o tratamento. “Não me deixei abater, tive muita coragem. Se você se deixar abater, pode entrar em depressão e isso diminui o sistema imunológico. O câncer é sempre visto como uma doença fatal, mas a gente tem que considerar como uma doença qualquer”, aconselha.

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Não pode faltar

UM COPO DUPLO Leite, o empurrãozinho que faltava na sua dieta

Imagine um mundo no qual quanto mais chocolate a gente come, mais fina é a nossa cintura; quanto mais fritura, menos celulite e quanto mais massa, mais firmes ficam os braços. E que, de quebra, esses alimentos nos deixassem bem dispostas e cheias de saúde. Uma pena, mas na realidade é preciso moderação para vencer a luta contra a balança. O leite e seus derivados são fiéis aliados: eles fazem com que as células do nosso organismo armazenem menos gorduras e queimem mais energia. O herói dessa história é o cálcio, que além de auxiliar na perda de peso é importantíssimo no combate à osteoporose. O consumo de cálcio ideal para mulheres adultas é de 1000 mg por dia, o que pode ser obtido com dois copos de leite, uma fatia de queijo mussarela, um pote de iogurte e uma colher de sopa de requeijão. O consumo diário de três ou quatro porções de laticínios pode potencializar a dieta em até 70%. Na hora de escolher os alimentos, evite cream cheese, sorvete e creme de leite, que são pobres em cálcio e têm muita gordura. Dê preferência ao leite e iogurte desnatados, requeijão light e queijo magro. É claro que não adianta substituir exercícios físicos e uma alimentação balanceada por dois copos de leite e uma colherada de queijo ralado.

100g de parmesão

100g de ricota

100g de cheddar

455 calorias 30g de gordura 42g de proteína 1376mg de cálcio 79mg de colesterol

104 calorias 4g de gordura 12g de proteína 60mg de cálcio 15mg de colesterol

411 calorias 32g de gordura 25g de proteína 729mg de cálcio 107mg de colesterol


Deve ser eliminado

NEM UM COPO Antes de aceitar o convite para o chopp no fim do expediente, pense no esforço que foi encher o prato de salada no horário do almoço.

Um grama de álcool contém sete calorias, enquanto um grama de carboidrato – considerado o vilão das dietas – tem, em média, quatro. Isso significa que cada copo de cerveja tem cerca de 90 calorias. Como a promessa de tomar “só um copinho” costuma não ir adiante, o melhor é reduzir drasticamente o consumo de álcool ou mesmo cortá-lo da dieta por um período. Não se engane: bebidas como whisky, vinho e licor são ainda mais calóricas, já que o teor alcoólico é maior. A vantagem é que é mais fácil ficar só em uma caipirinha do que em apenas um copo de cerveja. O álcool é uma caloria “vazia”, que não traz nenhum nutriente para o organismo e fica acumulado na forma de gordura corporal. Sem falar que, para recuperar o corpo no dia seguinte, o mais recomendado é o repouso. Ou seja, calorias a mais e exercícios a menos.

Veja a quantidade de calorias em um copo de 200ml:

Chopp | 84 Kcal Cerveja | 84 Kcal Vinho branco | 156 Kcal Vinho tinto | 148 Kcal Whisky | 480 Kcal

Martini | 280 Kcal Caipirinha | 502 Kcal Saquê | 290 Kcal Licor | 258 Kcal Vodka | 540 Kcal

Comparando alimentos

QUEIJOS

Os queijos são importantes na dieta, mas alguns são muito mais calóricos que outros

100g de mussarela

100g de provolone

100g de cottage

286 calorias 21g de gordura 21g de proteína 525mg de cálcio 79mg de colesterol

357 calorias 28g de gordura 25g de proteína 764mg de cálcio 71mg de colesterol

96 calorias 3,5g de gordura 13g de proteína 60mg de cálcio 15mg de colesterol


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por I Fernanda Cristo

Antes ou depois da menopausa, com ou sem filhos por parto normal, a vagina sofre modificações estéticas. Para quase tudo existe solução, desde perda da elasticidade a pelos brancos e excesso de pele nos grandes ou pequenos lábios. Procedimentos simples podem mudar sua vida.


ESPECIAL

Perereca, periquita, xaninha, xoxota, perseguida e por aí vai. A quantidade de apelidos para a “dita-cuja” mostra que falar da vagina – que, convenhamos, é uma palavra nada estimulante – até hoje não é algo fácil de se fazer. “Existe um certo pudor. A vagina é um órgão muito reservado”, comenta a ginecologista Ana Luiza Penido. Para deixar a timidez de lado, é só lembrar que toda mulher tem e que não existe um padrão de normalidade. Mesmo sem forma definida, se tem algo que você gostaria de mudar “lá”, não custa perguntar para um médico, pedir conselhos a uma amiga ou procurar fóruns na Internet. O menu de intervenções é variado e inclui até implante de pelos na região genital. “Da mesma forma que existe a cirurgia de transplante capilar para a região do cabelo, há também implante fio a fio na região genital feminina. Você retira uma área de cabelo doadora da cabeça e implanta na região genital, no caso de falhas ou diminuição da quantidade de pelos”, explica o cirurgião plástico Vinicius Melgaço. As cirurgias íntimas, como são conhecidas, também são chamadas de ninfoplastia. O termo “ninfa” vem do grego e significa “noiva”. “O objetivo da ninfoplastia é restaurar partes íntimas, no caso, a região genital feminina. O propósito é melhorar tanto a parte estética quanto a atividade sexual da paciente”, diz Vinícius. Segundo ele, a intervenção mais realizada atualmente é a retirada de mucosa, quando há excesso, na região dos pequenos ou grandes lábios. A cirurgia é simples. Dura cerca de 40 minutos e em 48 horas é possível ter uma recuperação quase total. “Você utiliza, na maior parte das vezes, pontos que são reabsorvidos pelo organismo, então não é preciso tirar esses pontos depois”, diz o cirurgião. Outro procedimento bastante conhecido é a cirurgia de reconstituição do períneo, o espaço limite entre o ânus e a vagina, que pode ser rompido durante o parto. Além da questão estética, esse “desabamento da parede vaginal”, na linguagem médica, pode trazer problemas como incontinência urinária ou dificuldade na evacuação. “Hoje essa cirurgia é menos comum, porque a maioria das pacientes estão fazendo

Muitas vezes as mulheres acabam ficando insatisfeitas, não tomam providências, acham que não é uma coisa que vale a pena fazer, ou acham que é arriscado, porque não procuram se informar. Mas as que acabam fazendo a cirurgia têm um grau de satisfação muito elevado.

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Às vezes ela tem outros problemas de relacionamento e coloca isso como um problema principal. Então eu explico que a cirurgia vai melhorar fisicamente, o aspecto, a função, mas não vai resolver todos os problemas dela.

cesarianas e a quantidade de filhos está diminuindo”, analisa Ana Luiza Penido. O procedimento leva de 30 minutos a uma hora para ser feita e exige dois dias de repouso. Depois de uma semana é possível voltar às atividades normais, mas o sexo e os exercícios físicos só ficam liberados após 15 dias. O cardápio de cirurgias íntimas inclui ainda procedimentos para diminuir monte de vênus (púbis) volumoso e para preencher grandes lábios que murcharam após a menopausa. O primeiro é uma cirurgia plástica semelhante a uma lipoaspiração. A intervenção dura de 15 a 30 minutos, exige dois dias de repouso e em no máximo uma semana é possível retornar às atividades normais, inclusive relações sexuais. Já o procedimento para preencher os grandes lábios é feito com substâncias usadas para preenchimento facial. A cirurgia exige anestesia local e dura de 30 a 40 minutos. A recuperação leva, em média, duas semanas. Há ainda a polêmica cirurgia de reconstrução do hímen, a himenoplastia. “É uma cirurgia raríssima. Em 25 anos de profissão eu nunca fiz”, conta a ginecologista Ana Luiza. De acordo com ela, a intervenção é bastante simples. “Você vai pegar aquela película fina, que é o hímen, e vai dar dois pontinhos ali para reconstituir”, explica. Para a médica, o procedimento é recomendado apenas em casos de estupro ou acidentes. Mas nada impede que a cirurgia seja feita antes de uma segunda lua de mel, ou um novo casamento. O preço médio dessas intervenções varia entre R$ 3.000 a R$ 5.000 (honorários médicos), sem contar custos de internação e remédios. Algumas cirurgias consideradas reparadoras, como a reconstituição do períneo, podem, inclusive, ser cobertas pelos planos de saúde.

SOLUÇÃO ESTÉTICA O cirurgião plástico Vinicius Melgaço conta que a maioria das pacientes que se submetem a cirurgias da intimidade em seu consultório têm entre 35 e 50 anos. Segundo ele, raramente as mulheres vão direto ao assunto durante a consulta. “Boa parte delas faz um caminho. Primeiro, falam que a mama está incomodando, depois o abdome. Aí no final da história elas falam: ‘então vamos olhar só a parte da


Útero

Cérvix

Vagina

Monte de Vênus Clitóris Orifício Uretral

Grandes Lábios Pequenos Lábios

Períneo

Ânus

Orifício Vaginal


ESPECIAL

cirurgia da intimidade. Depois a gente pensa nas mamas e no abdome’”, relata. Mesmo assim, ele afirma que as pacientes, geralmente, chegam informadas sobre o assunto. “Na maior parte das vezes elas chegam com uma questão na cabeça. Elas têm alguma informação da internet, ou de alguma amiga mesmo, mas não sabem que é possível fazer a cirurgia para isso”, conta. A ginecologista Ana Luiza Penido reforça: “geralmente, se é parte estética, ela sabe o que está incomodando”. Segundo os médicos, as cirurgias são mais comuns do que se imagina. “Muitas vezes as mulheres acabam ficando insatisfeitas, não tomam providências, acham que não é uma coisa que vale a pena fazer, ou acham que é arriscado, porque não procuram se informar. Mas as que acabam fazendo a cirurgia têm um grau de satisfação muito elevado”, afirma Vinicius. O cirurgião alerta apenas que, apesar dos benefícios, a cirurgia não resolve problemas sexuais se eles também tiverem uma causa psicológica ou afetiva. “Às vezes ela tem outros problemas de relacionamento e coloca isso como um problema principal. Então eu explico que a cirurgia vai melhorar fisicamente, o aspecto, a função, mas não vai resolver todos os problemas dela”, aconselha.

SINTOMAS DO TEMPO Assim como a puberdade, a menopausa traz uma série de modificações para o corpo, principalmente no sistema reprodutor. Os pelos vão diminuindo e a vagina escurece. O útero diminui e o colo se alonga, podendo ficar mais rígido. Os ovários também ficam

Ginástica Íntima Para fortalecer os músculos circunvaginais, uma boa opção é o pompoarismo. A técnica consiste, basicamente, em controlar a contração e o relaxamento da musculatura. Dominando essas habilidades, a mulher consegue controlar os três anéis circunvaginais separadamente, o que pode trazer mais prazer durante o ato sexual. Existem cursos que ensinam a “malhação íntima”, mas é possível treinar alguns passos em casa. Para começar, basta contrair e soltar várias vezes seguidas os músculos da região vaginal diversas vezes por dia. Atenção: se você tensionar junto a musculatura do ânus, não está fazendo a atividade direito. O músculo a ser exercitado é o mesmo que interrompe o xixi ao meio. Existem ainda as atividades feitas com objetos como vibradores ou o bem-wa, as famosas “bolinhas tailandesas” – pares de esferas auto-vibratórias ligadas por um fio. Elas são usadas para treinar movimentos de sucção. Além das vantagens na vida sexual, o pompoarismo fortalece os músculos pélvicos, evitando a queda de bexiga e de útero e a incontinência urinária.

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menores e há uma perda da elasticidade vaginal. “Na menopausa, você tem uma queda grande do estradiol, o hormônio que mantém a lubrificação vaginal e que mantém o colágeno”, explica a ginecologista Ana Luiza Penido. Com essa perda, é comum a vagina se tornar menos elástica e lubrificada. Além de dificultar a relação sexual, essas mudanças podem trazer problemas de incontinência urinária, devido à diminuição da força muscular. A boa notícia é que existem remédios, hormonais ou não, para aliviar esses sintomas. Outra opção é o uso do gel lubrificante. Mas ele só resolve o problema momentaneamente. “Para resolver de uma forma mais persistente, tem que ser mesmo com o tratamento”, recomenda Ana Luiza. Outra coisa que muda com o tempo é a coloração dos pelos. “É igual na cabeça. Onde tiver pelo, eles podem ficar brancos, depende da idade e da genética”, esclarece a ginecologista. No começo, é possível pinçar os intrusos. Mas quando eles começam a prevalecer, o jeito é pintar com hena ou outros produtos naturais, ou assumir os efeitos da natureza. Só não vale depilar tudo. “O pelo existe com uma finalidade: proteger a vulva. Ele existe para o clitóris não ficar encostando em tudo”, garante Ana Luiza. Já a diminuição da quantidade é mais comum em mulheres mais velhas, na faixa dos 70 anos. Assim como o cabelo fica mais ralo com o tempo, os pelos da vulva ficam mais escassos com o passar dos anos, pois os folículos se tornam senis e não conseguem formar novos pelos, para substituir os que vão caindo.


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FOTO: Felipe Zig

Bordeau Sua filha rouba suas roupas? Pegue as dela tambĂŠm!


ux Moda Foi você quem comprou o primeiro sapato e escolheu o primeiro vestidinho da sua filha. Agora,

ela pode comprar as roupas sozinhas, mas não dispensa sua opinião e, vez ou outra, dá uma

passadinha pelo seu guarda-roupa para pegar as peças que mais gosta. Não fique para trás, dê uma olhada no dela também. Sem muito esforço, você vai garimpar preciosidades.

Os shorts curtos e as mini-saias ficam de fora, claro. As blusas que ela usa só com um top passam a sobrepor camisas e a combinação com os seus acessórios dá um ar mais maduro à produção.

Selma de Araújo Antunes, 47 anos, e sua filha Mariana, 19, mostram que o troca-troca de roupas dá certo.


Felipe Zig

MODA E BELEZA

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A blusa vermelha de Mariana ficou 贸tima na m茫e, Selma. O n贸 na cintura e as mangas bufantes s茫o super femininos e deixam o corpo mais acinturado.


Blusa vermelha Renner De quem é: Mariana Bermuda jeans Renner De quem é: Selma Vestido florido Antix De quem é: Mariana


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Short jeans C&A De quem é: Mariana

Lembra da blusa vermelha com mangas bufantes? É a vez de Mariana usá-la. A bermuda virou um shortinho, o cabelo foi preso em um rabo-de-cavalo e a produção ganhou ar juvenil.


Selma ficou linda com o vestido florido da filha! As cores fortes ficam bem em loiras e as mangas disfarรงam as indesejรกveis e inevitรกveis gordurinhas dos braรงos.


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Felipe Zig

Bata branca Feira Hippie De quem é: Selma Calça capri Renner De quem é: Selma

Confortável e casual, a bata branca sem acessórios é ótima para programas descontraídos.


Camisa pólo azul Renner De quem é: Mariana Short branco (acervo pessoal) De quem é: Mariana Tênis Branco Converse All Star De quem é: Mariana


Felipe Zig

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Vestido jeans K9 De quem é: Selma Bata branca Feira Hippie De quem é: Selma Faixa de onça Brecho De quem é: Mariana Pulseiras Feira Hippie De quem é: Mariana Calça jeans Vide Bula De quem é: Mariana


Mariana está há horas no telefone e com a blusa da mãe! É para matar de raiva? Para quebrar a seriedade da bata branca, ela combinou com uma faixa de onça e com pulseiras marfim, um charme!


Felipe Zig

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Blusa azul Tôa Tôa De quem é: Mariana Calça jeans Scanner De quem é: Selma Cordão Feira Hippie De quem é: Selma


Blusa branca Cortelle De quem é: Selma Calça jeans Scanner De quem é: Selma

A blusa branca de Selma fica elegante com a calça jeans escura. Já a produção de Mariana ganha descontração com o top aparecendo e a presilha no cabelo.


Felipe Zig

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Engana-se quem pensa que All Star é coisa da meninada. Esse dourado é da Selma, mas Mariana bem que gostou de pegá-lo emprestado. O short xadrez e a flor no cabelo Selma sabiamente deixou para a filha.


Short xadrez Renner De quem é: Mariana Tênis dourado Converse All Star De quem é: Selma Flor no cabelo Feira Hippie De quem é: Mariana


Felipe Zig

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Vestido acervo pessoal De quem é: Selma Vestido Calf Fashion De quem é: Mariana


Mãe e filha não são companheiras só na hora de escolher o modelito, elas fazem produção completa juntas. Mariana está colocando na mãe um aplique de rabo de cavalo loiro, da cor exata do cabelo (aproveite e veja na página 33 “Nada de tesoura”).


Felipe Zig

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A vida social está muito agitada, cheia de festas? Não precisa comprar um vestido para cada ocasião. Use o da sua filha, afinal, vocês frequentam lugares diferentes, com pessoas diferentes, ninguém vai perceber!


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Scumeck

Compaixão que sentimento é esse?

por I BERNARDO MIRANDA

A compaixão pode ser relacionada com misericórdia, piedade e dó. Na definição do dicionário, há poucas diferenças entre os conceitos, porém a compaixão pode ser interpretada de diversas maneiras, de acordo com perspectivas de filósofos e religiosos.

É comum ficarmos incomodados ao vermos crianças passando fome, pessoas sentindo dor ou em qualquer outra manifestação de sofrimento alheio. Isso é compaixão? Depende de qual visão você adotar. As religiões católica e budista têm a compaixão como uma das principais virtudes humanas. Para os católicos, a compaixão é a capacidade do ser humano de se deixar afetar pelo que acontece com outra pessoa. É quando, ao vermos uma pessoa sofrendo, nos sentimos afetados ao ponto de nos colocarmos no lugar dela. Assim, compartilhamos o sofrimento com o próximo, na tentativa de amenizar sua dor. O escritor e teólogo Leonardo Boff afirma que a compaixão cristã pode ser classificada como amor sofrido e solidário. “A compaixão liberta o outro da solidão. O terrível da dor não é tanto a dor em si, mas o sentir-se sozinho e abandonado na dor. A compaixão não permite que ninguém se sinta só. Não apenas os seres humanos, mas também outros seres, os animais, as florestas e o planeta inteiro”, diz.

A compaixão liberta o outro da solidão. O terrível da dor não é tanto a dor em si, mas o sentir-se sozinho e abandonado na dor. A compaixão não permite que ninguém se sinta só. Para os budistas, não é preciso sentir o que o outro sente para ter compaixão. A compaixão budista é o desejo de que os outros não sofram e acontece quando uma pessoa compreende o sofrimento alheio e, não só deseja que o outro pare de sofrer, mas entende que essa situação pode ser superada, pois o sofrimento é igual em toda criatura humana. Ou seja, se ele conseguiu superar, o outro


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também consegue. Dessa forma, no budismo só existe compaixão quando temos a consciência de que não somos diferentes do outro. O diretor do Centro Budista Maitreya, em Belo Horizonte, Kadam Antônio Carlos, afirma que a essência do sofrimento é uma só, mas se manifesta de diferentes formas nas pessoas. “O medo é um só. A diferença é que o que desperta medo em mim é uma barata e em você é uma cobra, mas o sentimento é o mesmo. Por isso, alguém que conseguiu compreender e vencer o seu medo pode ter compaixão por quem sente medo, já que ele não só deseja que aquela pessoa supere esse sentimento, como sabe que é possível acabar com ele”. Por isso, a compaixão não parte de alguém que se dispõe a sofrer junto com quem sofre, e sim de alguém que acredita na superação do sofrimento, uma vez que ele próprio conseguiu. Ainda segundo o diretor do centro budista, a compaixão é um sentimento que deriva sempre de alguém que tenha uma mente feliz e alegre e nunca gera tristeza em quem sente. A compaixão católica só se manifesta quando esse sentimento culmina em alguma ação que busque o fim do sofrimento alheio. Quando a compaixão acontece, ocorre a misericórdia, que são ações geradas pela compaixão. Assim, quando se sente compaixão por quem tem fome, por exemplo, esse sentimento vai gerar uma ação misericordiosa para que aquela pessoa possa comer. Segundo Boff, se nós não sentimos o outro, não

Não basta a razão analítica. Essa sabe que mais de um bilhão de pessoas está abaixo do nível da pobreza. Mas esse conhecimento não move ninguém. A razão cordial e sensível sabe que, por detrás deste número, há uma via-sacra de sofrimento. E então se dispõe a ir ao encontro, estar ao lado e a lutar politicamente para modificar as relações sociais que produzem esta miséria. nos comovemos diante de seu sofrimento, não nos mobilizamos. “Não basta a razão analítica. Essa sabe que mais de um bilhão de pessoas estão abaixo do nível da pobreza. Mas esse conhecimento não move ninguém. É uma informação fria. A razão cordial e sensível sabe que, por trás deste número, há uma viasacra de sofrimento. E então se dispõe a ir ao encontro, estar ao lado e a lutar politicamente para modificar as relações sociais que produzem esta miséria.”


COMPAIXÃO x DÓ As duas maneiras de interpretar a compaixão consideram o sentimento como diferente da sensação de dó. De acordo com o Padre Márcio Pimentel, da Arquidiocese de Belo Horizonte, a dó se diferencia da compaixão por não ser capaz de gerar uma

A dó é um sentimento válido, porque, pelo menos, demonstra uma preocupação com a situação do outro. Porém ao contrário da compaixão, a pena é passiva e não é capaz de retirar a pessoa do sofrimento.

ação que busque o fim do sofrimento. “A dó é um sentimento válido, porque, pelo menos, demonstra uma preocupação com a situação do outro. Porém, ao contrário da compaixão, a pena é passiva e não é capaz de retirar a pessoa do sofrimento”, explica. Já para os budistas, a dó se manifesta quando enxergamos o sofrimento do outro como algo diferente do que nos afeta. Segundo Kadam, essa sensação, ao invés de gerar esperança, como acontece na compaixão, desperta tristeza na pessoa que se depara com o sofrimento alheio. “A dó se manifesta quando, ao contrário de acreditarmos na superação do sofrimento, não aceitamos essa situação e ficamos deprimidos com o que vimos.” Padre Márcio Pimentel diz que muitas vezes, quando falamos “sinto dó por aquela pessoa”, estamos nos referindo, na verdade, ao sentimento de compaixão, mas por não termos clara a diferença dos dois sentimentos, não preocupamos em usar palavras diferentes.

O QUE DIZEM OS FILÓSOFOS ? No século XVII o filósofo holandês Spinoza considerou que a piedade (que para ele é o mesmo que dó) não poderia ser considerada uma virtude. Piedade, para o pensador, é somente a sensação de ficar triste com a dor alheia – o que aumenta o sofrimento no mundo, uma vez que a tristeza de um aumenta a tristeza do outro. Spinoza considera que devemos, sim, nos preocupar em ajudar o outro quando esse passa por uma situação difícil, mas para ele o que deve motivar essa ação é a alegria, a razão, o amor e a generosidade. Nietzsche também não vê diferença entre compaixão e dó. Para o filósofo alemão, o sentimento de compaixão é prejudicial, uma vez que ao pensarmos no sofrimento alheio desperdiçamos tempo para buscar a evolução pessoal. Nietzsche afirma que, pelo menos os que vivem bem, viveriam melhor sem ter compaixão ou piedade. Já o iluminista Rousseau considera a compaixão a primeira de todas as virtudes e a única natural ao Homem. Para o filósofo, idealizador da revolução francesa, a compaixão é um sentimento natural, ainda mais forte por derivar do amor a si próprio através da identificação com os outros. Rousseau afirma que o desejo que cada um tem por seu próprio bem-estar

gera uma repugnância natural ao sofrimento alheio, pois tudo o que sofre é meu semelhante. Dessa forma, para Rousseau a compaixão é a virtude-mãe, da qual todas as demais derivam.

Rousseau considera a compaixão a primeira de todas as virtudes e a única natural ao Homem. Para o filósofo, a compaixão é um sentimento natural, ainda mais forte por derivar do amor a si próprio através da identificação com os outros. O desejo que cada um tem por seu próprio bem-estar gera uma repugnância natural a ver seu semelhante sofrer.

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Nossos pais Pais viúvos

Menos calorias, mais memória Uma pesquisa realizada na Universidade de Münster, na Alemanha, com voluntários que tinham em média 60 anos indicou que um corte de 30% nas calorias ingeridas diariamente pode melhorar a memória. Na pesquisa, os 150 voluntários foram divididos em três grupos. O primeiro seguiu uma dieta normal; o segundo ingeriu maior quantidade de ácidos graxos insaturados (que pode ser encontrado em peixes e azeite de oliva, por exemplo) e o terceiro adotou uma dieta com 30% menos calorias. Depois de três meses, o teste de memória foi refeito. Os dois primeiros grupos mantiveram os resultados, enquanto os 50 voluntários do terceiro grupo marcaram mais pontos no teste. Além disso, claro, a redução no consumo de calorias leva à diminuição de peso, o que traz muitos benefícios à saúde.

Não tenha medo de assumir: deixar o pai ou a mãe morando sozinhos depois da viuvez pode ser melhor para eles e para você. Não é questão de abandono, mas de qualidade de vida. Cada lar tem uma dinâmica e se o idoso tem condições físicas e financeiras para cuidar de sua própria casa, não vale a pena privá-lo da liberdade e da autonomia que conquistou durante a vida. Dê a ele a oportunidade de sentir-se ativo e independente por mais tempo. Para a geriatra Rosângela Cristina Schiffener, enquanto o idoso tiver independência funcional ele pode ficar sozinho. Nesse caso, ela recomenda que a família crie o hábito de manter contato diário, mesmo por telefone, para saber se está tudo bem. À medida que a idade aumenta, a força física diminui e é normal que em determinado momento seus pais precisem de acompanhamento constante de um profissional. Há casos em que o idoso não aceita o acompanhante, mas Rosângela alerta: “se ele estiver lúcido, não se pode sobrepor à vontade dele, é melhor tentar pelo convencimento”. Por outro lado, se o idoso já não está em condições de tomar decisões, cabe aos filhos resolver o que é melhor.


DECORAÇÃO SEGURA As quedas constituem a principal causa de acidentes com pessoas acima de 60 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Mudanças na decoração podem garantir maior segurança. O principal cuidado deve ser com a luminosidade, especialmente à noite. Para isso, coloque uma luminária ou um interruptor ao lado da cama e deixe as portas bem iluminadas, para que não haja dificuldade na visualização da maçaneta, chave e fechadura. As maçanetas de alças são mais indicadas que as de rodar. Evite também degraus e escadas sem

corrimão e coloque as prateleiras da casa ao alcance das mãos, nem muito altas, nem muito baixas. Tenha um cuidado especial com objetos no chão, inclusive os fios elétricos e de telefone, que devem ser fixados na parede. Outra forma de evitar acidentes é utilizar tapetes antiderrapantes. No banheiro, coloque alças de apoio nas paredes próximas ao chuveiro ou um banquinho no box, para ajudar na hora de lavar os pés. Por último, proteja os cantos dos móveis e tente mantê-los sempre na mesma disposição.

Insulina no combate ao Mal de Alzheimer Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, mostra que a insulina, usada no tratamento de diabetes, também pode ser utilizada para combater o Mal de Alzheimer. Quando entram em contato com os oligômeros – toxinas encontradas em pacientes com Alzheimer – os neurônios perdem os receptores de insulina que ficam em sua superfície. A pesquisa indica, no entanto, que se antes de entrar em contato com os oligômeros os neurônios forem tratados com insulina, a ação maléfica é impedida. “Antes a situação era que os oligômeros levavam à perda da insulina. Mas se a gente trata os neurônios com insulina, os oligômeros é que são danificados”, explica Sérgio Ferreira, um dos professores da UFRJ que participaram da pesquisa. Segundo o professor, vários pesquisadores começaram a considerar o Alzheimer um terceiro tipo de diabetes, uma vez que a doença faz com que o cérebro se torne resistente à insulina.O desafio agora é desenvolver um

tratamento exclusivo para o cérebro usando a principal aliada dos diabéticos. “É preciso fazer com que a insulina atue apenas no cérebro, pois não se pode tratar um problema criando outros”, ressalta o pesquisador. Uma solução pode ser a aplicação intranasal, que faria o medicamento chegar rapidamente ao cérebro. De acordo com Sérgio Ferreira, o fato de os pacientes diabéticos fazerem uso terapêutico da insulina não os torna menos propensos a desenvolver o Mal de Alzheimer. Ao contrário, eles ficam mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença cerebral. Isso porque, no caso do diabético, a barreira hematoencefálica – que protege o cérebro de substâncias químicas presentes no sangue – vai se fechando e deixa cada vez menos insulina entrar.


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LAZER

Sugestões para Ouvir SELECIONADAS POR BORDEAUX

MARIANA AYDAR PEIXES, PÁSSAROS, PESSOAS Ela é filha de um músico com uma produtora musical. Cresceu atrás dos palcos, em meio a artistas como Lulu Santos e Luiz Gonzaga. Seria o suficiente para querer lançar um disco. Mas Mariana Aydar preferiu estudar cello, violão e canto antes de se aventurar como artista da “nova safra da MPB”. O resultado do empenho fica evidente em Peixes, Pássaros, Pessoas, seu segundo álbum. São 13 faixas de um sambinha calmo, bom para ouvir em fins de semana preguiçosos. A primeira metade do disco é mais tranquila. Destaque para Palavras não falam – e suas batidinhas envolventes – e Aqui em casa (Quando você chegar/ Mete a mão na maçaneta e pode entrar). A partir de Tá as melodias ficam mais densas – Peixes, por exemplo, começa com rufadas de tambor e Poderoso Rei com trovões. Mas o samba continua, até mais empolgante. Como todo carnaval tem seu fim, Tudo que trago no bolso encerra o disco num tom bem quarta-feira de cinzas. Depois da melancolia, é só lembrar os versos de Florindo: “Vai, deixa todo esse rancor pra trás/ Que a vida vem sorrindo pra nós dois”. Pedindo assim, com uma voz tão suave, fica difícil resistir...

Universal Music R$ 24,90

CAETANO VELOSO ZII E ZIE Um pouco de rock, samba e MPB, com um leve sotaque baiano e uma pitada de experimentação. Eis a receita do novo álbum de Caetano Veloso, Zii e Zie (do italiano, “Tios e tias”). Sem precisar provar que ainda sabe fazer música, o artista continua desafiando nas letras. “Ecstasy, bala, balada/ E me chama depois” são apenas os primeiros versos de Falso Leblon. Já Base de Guantánamo lembra Companheiro Bush, de Tom Zé. A diferença é que Caetano usa uma melodia mais tensa para criticar o governo dos Estados Unidos. Mas a faixa mais pesada talvez seja Tarado - além da repetição de palavras, a canção tem um solo de guitarra de um minuto de duração. Outra que promete polêmica é Lobão tem razão, resposta a uma música lançada por Lobão em 2001, em que ele destila críticas parafraseando o baiano. O disco também traz faixas mais calmas, como Por quem, cantada em falsete, com melodia e letra simples. Diferentemente lembra uma bossa nova, e Lapa é quase uma marchinha. No fim das contas, o álbum fica bem equilibrado. Zii e Zie é um disco para ouvir prestando atenção. O recado é que Caetano continua mais afiado que nunca.

Universal Music R$ 32,90

BEE GEES ONE NIGHT ONLY Em 1977, os Bee Gees lançaram seu primeiro álbum ao vivo. As imagens do show, no entanto, ficaram perdidas no espaço e até hoje não se tem notícia de vídeos da apresentação. Vinte anos depois, os irmãos se reuniram novamente, dessa vez no luxuoso hotel MGM Grand, em Las Vegas, para gravar o primeiro (e único) DVD ao vivo e segundo disco ao vivo da banda. O álbum traz os maiores sucessos do trio (Stayin’ alive, How deep is your Love, Night Fever, Too much heaven, Words, Jive Talkin’ e How to mend a broken heart, entre outras), além de uma homenagem emocionante a Andy Gibb (Don’t throw it all away), irmão mais novo de Barry, Robin e Maurice, morto em 1988. Emocionante também é a participação de Celine Dion, que canta Immortality, música dos irmãos imortalizada pela voz da diva no filme Titanic. Destaque para a presença de Olivia Newton John na platéia. A atriz de Grease não sai do foco das câmeras enquanto o trio interpreta a canção de mesmo nome, tendo ao fundo um telão com cenas do filme. Foi só uma noite mesmo, mas entrou para a história. DVD MUSICAL

Universal Music R$ 29,90


Sugestões para Ler

SELECIONADAS POR BORDEAUX

COMER, REZAR, AMAR ELIZABETH GILBERT

O LEITE DERRAMADO CHICO BUARQUE

PRIMEIRAS ESTÓRIAS GUIMARÃES ROSA

Objetiva 344 páginas R$ 49,90

Companhia das Letras 200 páginas R$ 36,00

Nova Fronteira 239 páginas R$ 24,90

Viajar pelo mundo depois de pirar com a estabilidade da vida de uma mulher que chegou aos 30 anos com um casamento comum e bem sucedida profissionalmente. Essa é a decisão da autora do best seller Comer, Rezar e Amar. O livro é um diário de bordo de Elizabeth Gilbert. Depois de assumir a responsabilidade pelo próprio contentamento, ela resolveu parar de viver conforme os ideais da sociedade e foi buscar ser feliz em países especialistas em suas três ações preferidas. A autora passou por Roma, onde aprendeu a arte da culinária e engordou os melhores 15 kg de sua vida. Seguiu para a Índia, onde conheceu e explorou a vida espiritual com a ajuda de uma guru. Por fim chegou a Bali e encontrou o equilíbrio entre os prazeres e a espiritualidade e viveu uma paixão de carnaval brasileiro. Escrito com humor e inteligência, é uma ótima leitura para tomar coragem e fazer aquela aventura que sempre desejou.

Em seu mais novo livro Chico Buarque apresenta a história do Brasil revelada através da decadência de uma família tradicional. O velho moribundo Eulálio D`Assunção faz o testemunho da vida de seus familiares indo de um ancestral barão do Império ao tataraneto playboy no Rio de Janeiro dos tempos atuais. Paralelamente, ele relembra a história de seu amor possessivo e egoísta pela mulata Matilde, com quem se casou e viveu uma relação corroída pelo ciúme. Todo o monólogo é ouvido por sua filha e sua enfermeira. Ao longo do livro, Eulálio se revela machista, racista, corrupto e opressor dos pobres. O texto confuso traz realismo à fala desarticulada do velho, além de criar um suspense que desperta a curiosidade no leitor sobre as breves histórias de seus familiares. Este é o quarto romance do artista, após Estorvo (1991), Benjamin (1995) e Budapeste (2003). Benjamin virou filme e Budapeste será lançado no cinema este ano.

O sertão roseano começando a se acalmar. Eis o cenário apresentado em Primeiras Estórias, livro de Guimarães Rosa publicado em 1962. Nos 21 contos, as regras sertanejas, onde quem manda é o mais forte e mais vale a honra do que a razão, começam a se enfraquecer. A presença do Estado e a força da lei tornam-se mais presentes na região. Mas é claro que um livro de Guimarães Rosa não seria interessante somente por esse aspecto. As histórias, que demonstram de maneira sutil a transformação da sociedade sertaneja, discutem questões como o fim do encantamento da infância e o primeiro contato da criança com a tristeza. A não aceitação das diferenças e o renascimento de um amor adormecido também estão entre os temas que afligem a vida humana abordados pelo livro. Com personagens clássicos nas obras do autor – loucos sábios, crianças espertas e sertanejos típicos – Primeiras Estórias é uma viagem aos sentimentos, representados em um sertão menos árido.


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LAZER

Sugestões para Ver

SELECIONADOS POR BORDEAUX

LARANJA MECÂNICA

A MULHER INVISÍVEL

DUPLICIDADE

CLOCKWORK ORANGE Reino Unido, 1971 – cor – 138 min Direção: Stanley Kubrick

A MULHER INVISÍVEL Brasil, 2009 – 105 min Direção: Cláudio Torres

DUPLICITY EUA/Alemanha, 2009 – 125 min Direção: Tony Gilroy

CLÁSSICO

COMÉDIA

Esse filme é daqueles que, não importa quantas vezes você tenha visto, sempre vai descobrir algo novo se assistir novamente. Inspirado no livro homônimo de Anthony Burgess e rodado em Londres, em 1970, Laranja Mecânica foi lançado mundialmente no ano seguinte. Chegou a ser censurado no Brasil e só foi liberado para exibição em 1978 – mesmo assim, com tarjas pretas sobre órgãos sexuais que apareciam em algumas cenas. O melhor de rever o filme hoje é lembrar como se pensava que seria o futuro há três décadas. Triste é perceber que Stanley Kubrick, de certa forma, acertou. Não é difícil encontrar por aí adolescentes que fazem da violência sua diversão. Alex (Malcom McDowell), protagonista da história, mente, estupra e mata sem nenhum remorso, e humilha até mesmo os integrantes da gangue que comanda. Irritado com as críticas de que o filme seria muito violento, Kubrick chegou a ordenar que a película fosse tirada de cartaz no Reino Unido e só fosse exibida novamente após sua morte. Diante de tantas cenas reais de violência, hoje o filme nem assusta tanto.

Depois de ser trocado por um alemão, por sufocar a mulher com muito amor, o romântico Pedro (Selton Mello) entra em depressão e se tranca em casa. Ele jura que não quer saber de mulher até o dia em que a campainha toca e ele se depara com Amanda (Luana Piovani), a vizinha atenciosa que foi pedir uma xícara de açúcar. Além de linda, loira e gostosa, ela limpa a casa de lingerie, gosta de futebol e faz de tudo para agradar o namorado. Amanda é tão perfeita que, na verdade, não passa de uma fantasia de Pedro. Mas ele demora a descobrir isso e só o faz com a ajuda do amigo Carlos (Vladimir Brichta). Enquanto isso, Vitória (Maria Manoella), sua vizinha de verdade, morre de amores pelo rapaz, mas tem sua existência completamente ignorada por ele. O final você descobre em meia hora de filme. A história rende boas gargalhadas, mas a atuação de Selton Mello não é das mais inspiradas. Ele força nas caras e bocas e exagera nos gritos. No fim das contas, Luana Piovani é quem mais convence, num papel que é quase ela mesma.

SUSPENSE

No início do filme, a impressão é de que se trata de mais uma trama a la James Bond. Ray Koval (Clive Owen) é o agente secreto boa pinta e sedutor, enquanto Claire Stenwick (Julia Roberts) é a espiã sagaz que não se deixa levar pelos sentimentos. A diferença das histórias de 007 é que Duplicidade não tem explosões, armas secretas disfarçadas de batom, nem um vilão querendo dominar o mundo. O filme, aliás, quase não tem cenas de ação. O que importa mesmo são os diálogos travados pelo casal dessa história não tão romântica. Ambos trabalham com espionagem industrial: uma empresa de cosméticos tem uma fórmula que promete revolucionar a cosmetologia e a concorrente contrata os espiões para roubar o segredo da rival. A dupla, no entanto, trabalha por interesse próprio e só pensa em encher o bolso às custas de um golpe. Para isso, seduzem, subornam e trapaceiam – inclusive um ao outro. O filme também lembra Sr e Sra. Smith, com um pouco mais de humor. A rapidez dos diálogos exige concentração. O melhor é que o final é difícil de imaginar.


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notebook

UM

PARA CHAMAR DE SEU

por I FERNANDA CRISTO Cada vez mais baratos, os notebooks estão tomando o lugar dos computadores de mesa, com CPU’s enormes e aquele monte de fios. Aliás, os laptops estão tão acessíveis que fica até difícil escolher um. Mais que configurações de memória, processador e disco rígido, é bom levar em consideração tamanho, peso e duração da bateria. Se você anda pensando em comprar um, mas não sabe muito bem como escolher a configuração, o melhor é optar por marcas mais conhecidas e modelos que já vêm montados da fábrica. Claro, tudo depende do seu perfil e de quanto está disposta a gastar. As lojas estão cheias de promoções que parecem irresistíveis, mas é arriscado levar gato por lebre. Confira as dicas de BORDEAUX para encontrar o notebook perfeito para você!


TECNOLOGIA

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POR DENTRO Os três componentes principais da configuração de qualquer computador são processador, disco rígido e memória RAM. Entender como eles funcionam é fundamental para fazer uma boa compra.

MEMÓRIA RAM A sigla vem de Random Access Memory, algo como “memória de acesso aleatório". Quando a gente clica em um ícone para abrir um programa, ele é lido primeiro pelo HD, depois pela memória RAM e, finalmente, é executado pelo processador. É a combinação desses três componentes que faz o computador ser mais (ou menos) rápido. Por isso não adianta ter um HD gigante e um processador bacana se a memória é pequena, ou ter muita memória e um processador mais ou menos. Para rodar o Windows Vista, por exemplo, o ideal é pelo menos 1 GB de RAM - a maioria dos modelos atuais oferece 1 ou 2 GB. Para programas básicos, como o pacote Office, ou até mesmo para rodar o Photoshop, esse número é suficiente.

DISCO RÍGIDO / HD Se a memória RAM serve para os programas abrirem rapidinho, o disco rígido (Hard Disc em inglês), serve para que eles fiquem salvos – já pensou ter que instalar o Word toda vez que precisasse digitar um texto? O HD armazena os dados em discos magnéticos que mantêm a gravação por vários anos. É um dos poucos componentes mecânicos usados nos computadores hoje em dia. Por isso, um dos que duram menos tempo. Se você nunca perdeu arquivos porque seu HD queimou, com certeza conhece alguém que tenha perdido. A solução ainda é o bom e velho backup – de tempos em tempos é recomendável salvar as fotos daquela viagem em um DVD, para não correr o risco de ficar sem. O espaço do HD depende do uso. Se você não baixa músicas ou filmes constantemente, nem pretende instalar programas pesados, 120 GB já está bom.


HD EXTERNO Uma boa alternativa para desafogar o disco rígido ou apenas fazer backup dos arquivos são os HD’s externos, uma espécie de pen-drive com muita memória. A diferença é que um HD externo funciona como um HD normal (armazena os dados em discos magnéticos), enquanto os pen-drives funcionam com a chamada “memória flash”, que é, na verdade, um chip regravável. Nos dois casos, basta conectar no computador via USB, transferir os arquivos e levar para onde quiser. Mas o HD externo requer mais cuidados: se cair no chão, por exemplo, é arriscado perder tudo que foi salvo lá. Também não é recomendado deixar o HD ao lado da televisão ou de eletrodomésticos motorizados, como liquidificadores. A interferência eletromagnética pode danificar o disco e os arquivos. Molhar e expor ao calor também é proibido, bem como tocar no HD externo enquanto ele estiver em uso.

PROCESSADOR É o componente mais complexo e, frequentemente, o mais caro. O processador é o cérebro do computador. Mas como todo cérebro, precisa de um corpo, que são os outros componentes – memória, disco rígido, placa de vídeo, etc. Apenas quatro empresas no mundo têm tecnologia para fabricar processadores competitivos: Intel, AMD, VIA e IBM – as duas primeiras dominam o mercado. Mesmo assim, são tantos os nomes que a gente acaba se perdendo. Uma confusão bastante comum acontece entre Core Duo, Core 2 Duo e Dual Core. A diferença é simples: Core Duo e Core 2 Duo são nomes comerciais dos processadores da marca Intel, sendo que o segundo, Core 2 Duo, pertence à categoria Dual Core - de processadores com núcleo duplo, que funcionam como se em seu notebook houvesse dois processadores funcionando simultaneamente. Já o Core Duo é antecessor do Core 2 Duo. Ele também possui dois núcleos, mas eles não são completamente separados e, por isso, ainda compartilham alguns componentes do processamento. Nos processadores da marca AMD é utilizado o termo X2 para identificar a existência de dois núcleos. Essa duplicidade aumenta o desempenho e facilita na hora de abrir vários programas ao mesmo tempo. Processadores de apenas um núcleo, como o Sempron, da AMD e o Celeron, da Intel, também rodam os programas de forma satisfatória – só não são muito recomendados para aplicativos mais pesados, como os 3D.


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TECNOLOGIA

SEMPRE AO SEU LADO Se você não pretende se desfazer do seu computador de mesa, mas quer um notebook para levar para qualquer lugar, só para acessar a internet e usar programas básicos, como Word e PowerPoint, uma boa opção é um modelo menor. Além de mais leves, eles são bem mais baratos – dá para encontrar máquinas desse tipo a partir de R$ 800. Geralmente vêm com menos memória, mas isso não atrapalha em nada a navegação. Uma boa opção são os chamados “netbooks”, com telas de, em média, 10 polegadas. O problema é que eles não vêm com leitor de CD e DVD (nada que um pendrive com bastante memória ou um HD externo não resolva). Na hora de comprar, preste atenção no tamanho do teclado e do touchpad (aquela bandejinha embaixo do teclado que substitui o mouse). Alguns vêm com botões laterais, que são ainda mais complicados para usar.

TUDO QUE VOCÊ PRECISA Se você pretende aposentar de vez aquela CPU enorme, é melhor optar por uma tela um pouco maior que o modelo comum, de 14 polegadas, e um disco rígido grande. Mas isso não significa que você precise de um notebook cheio de recursos. Se você quer armazenar fotos e vídeos da família, o melhor pode ser gravar tudo em CD e DVD, e não optar por tanta memória. Preste atenção quando o vendedor tentar empurrar um modelo com 3 GB de memória e HD de 300 GB – confira se o processador é compatível. O ideal é, novamente, optar por marcas conhecidas, como Intel e AMD. Se você for comprar em uma loja, uma dica é fazer perguntas para o vendedor, assim ele vai ver que você entende do assunto e não quer levar qualquer coisa que ele oferecer. Pergunte quanto tempo a bateria dura, qual é a garantia, quais programas já vêm instalados (muitos vem com o Microsoft Works, um pacote com menos recursos que o Office) e qual a capacidade de ampliação dos recursos. Na hora da compra, a configuração pode parecer a melhor do mundo, mas daqui uns cinco anos seu notebook já estará obsoleto.

Touchpad

Entrada USB

Conexão LAN (internet a cabo)


9 itens que devem ser conferidos antes da compra

1. Peso I além de perguntar, levante o notebook ou coloque na bolsa para ver se será fácil levá-lo para vários lugares.

2. Bateria I você só precisa de uma bateria que dure muito se for usar o notebook em ambientes sem tomada. Mesmo assim, se ele só possibilitar duas horas sem recarregar não será nada prático.

3. Quantidade de entradas USB I uma para o mouse,

outra para a impressora e mais uma para o pen-drive. O ideal é pelo menos três, mas quanto mais melhor.

4. Touchpad I Nem sempre dá para levar o mouse, por isso

confira se o touchpad atende sua necessidade. Teste os botões e veja se o espaço para deslizar o dedo não é muito pequeno.

5. Teclado I confira se as teclas são bem distribuídas. Se

possível, digite algum textinho pequeno só para perceber se o teclado é fácil de usar.

6. Tela I a maioria dos modelos vem com a tela glossy

(brilhante). As cores são mais nítidas, mas o uso prolongado cansa mais. Uma solução para telas pequenas é ligar o laptop a um monitor externo. Isso permite trabalhar com todo o conforto de uma tela grande, sem abrir mão da facilidade que é carregar o computador na bolsa.

7. Sistema operacional I muita gente compra um sistema,

como o Windows Vista, fica insatisfeito e decide mudar – para um modelo anterior, ou até mesmo para outro sistema. Confira se a configuração permite migrar para outros sistemas e converse com diferentes usuários para descobrir vantagens e desvantagens de cada um.

8. Programas I é melhor comprar um notebook que já

vem com os programas que você está acostumada a usar. Mas nada impede de instalar novos programas depois, ou até mesmo outro sistema operacional, com uma licença que você já possui de outro computador.

9. Bluetooth I se você tem um telefone celular ou Palm que permite a transferência de dados via Bluetooth, uma ótima opção é adquirir um modelo que já vem com esse dispositivo e se livrar dos cabos. SAIBA MAIS EM: Saída de vídeo para monitor externo

www.guiadohardware.net www.clubedohardware.com.br


TECNOLOGIA

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PASSO-A-PASSO

Câmera Digital

Foco “travado” I Já aconteceu de você tirar Zoom Óptico x Digital I A diferença entre uma foto e a câmera simplesmente focar algum objeto do fundo, que não era bem o seu alvo? Para evitar que isso aconteça, aprenda a “travar o foco”. É só mirar a câmera para o objeto que você deseja focalizar e apertar o botão de disparar até a metade. Depois disso, é possível reposicionar a câmera em qualquer enquadramento – sem tirar o dedo do botão – que o foco não vai mudar. Quando encontrar o ângulo perfeito, aperte até o fim para disparar.

os dois é que o zoom óptico é um efeito produzido pelas lentes da câmera, enquanto o digital é resultado de um software que vem nas máquinas. O problema do zoom digital é que ele não deixa as fotos tão nítidas e pode limitar o tamanho final da impressão. Fique atenta: se o limite do zoom óptico é 4X, por exemplo (normalmente isso vem escrito na lente), se você passar disso, estará usando o digital. Alguns modelos, inclusive, só oferecem esta última opção. Nesse caso, a solução é andar até mais perto ou se afastar dos objetos ou pessoas que serão fotografadas.

Explorar é preciso I Como cada câmera tem Seja firme I Um dos motivos de fotos sem foco, seus segredos e peculiaridades, o ideal é sair fuçando. Não tenha medo de apertar todos os botões – só assim você descobrirá para que eles servem. Explorar os botões da câmara pode ser mais eficiente que ler o manual, pois fica mais fácil de lembrar como se faz nas próximas vezes. Além disso, os modelos mudam, mas a lógica é a mesma. O botãozinho com desenho de uma lixeira é para apagar fotos, o raiozinho é sempre do flash e por aí vai.

ou borradas, pode ser simplesmente falta de firmeza na hora de segurar a câmera. A solução pode ser manter os braços junto ao corpo, segurar a câmera com as duas mãos e prender um pouco a respiração, além de apertar o botão de disparo suavemente.


7 dicas para tirar fotos melhores com sua câmera Balanço de branco I deixar o balanço de Disparo Automático I quer participar da branco sempre no automático pode fazer com que suas fotos fiquem sem vida. Para mudar isso, é só apertar o botão de “menu” e procurar a opção “balanço de branco”. A maioria das câmeras oferece opções como “luz do dia”, “nublado” e “ensolarado”, entre outras. Vá testando até descobrir qual fica melhor.

foto, mas não tem ninguém por perto para tirar? A maioria das câmeras oferece o recurso de disparo automático. Vá em “mode”, ou qualquer botão onde você controle a função da câmera – de foto para vídeo, por exemplo – e procure um ícone que lembra um relógio. Aperte o botão do disparo e corra para o abraço, literalmente.

Acesso às fotos que você já tirou

Macro

Visor de LCD (não deve ser confundido com CCD)

Dê asas ao ISO I lembra

aquela coisa de filme asa 100 para o dia e asa 400 para a noite? As câmeras digitais também têm isso, ou melhor, ISO. Em alguns modelos, ele pode chegar até a 1600 e a lógica é a mesma dos filmes: quanto mais sol, menor o ISO e vice-versa. Quando aumentamos esse recurso, amplificamos eletronicamente o sinal de cada pixel – o menor ponto que forma uma imagem digital. Assim, mesmo com pouca luz, temos um sinal de boa qualidade para fazer uma imagem. Geralmente ele fica no automático, mas é só procurar no menu para controlar o ISO manualmente.

Flash

Pensando em comprar a sua? O site www.cameraversuscamera.com.br faz avaliações de câmeras digitais de acordo com os recursos e preços, ou ainda segundo a qualidade de imagem. Bom para quem quer trocar de câmera, mas está na dúvida sobre o melhor modelo.


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FOTO: Robin A.

LAZER

CULINÁRIA ÁRABE

por I TATIANA GIBRAM

Yálah (Vamos) à mesa! Tente sair do óbvio: quibe cru, assado, charuto e homus. Existe uma vastidão de pratos árabes deliciosos que podem ser encontrados em restaurantes especializados em todo o país.

O calçadão do Anchieta, bairro da zona sul de Belo Horizonte, fica tomado por uma dezena de mesas de ferro com forro vermelho, em plena quartafeira, ao anoitecer. Garçons passam por entre elas e conversam com os frequentadores do bar, como se fossem velhos conhecidos. Não há música ao vivo, apenas o som de conversas animadas entre casais, turma de amigos e familiares. O cheiro de comida é tentador. É nesse ambiente agradável que a funcionária pública Marise Cipriano, 55, costuma ir, ao menos uma vez por semana, acompanhada de seu marido, o engenheiro Osmar Cipriano, 58. Os dois são apreciadores da culinária árabe e, desde que o Tenda do Sheik, restaurante especializado nesse tipo de cozinha foi fundado, há 10 anos, eles se tornaram freqüentadores assíduos. “Gostamos do restaurante porque a comida é maravilhosa, podemos optar entre vários pratos árabes. Além disso, o atendimento é ótimo e o ambiente bastante familiar”, diz Marise. A comida árabe, marcante por seus temperos fortes e raros, ganhou a mesa dos brasileiros e pode ser encontrada em vários restaurantes pelo país. O mais conhecido é o Habib’s, uma espécie de McDonald’s da comida árabe. Marise, que está

acostumada com os pratos do Tenda do Sheik, faz sua crítica. “Lá é como se fosse uma máquina de fazer esfihas, algo industrial. Aqui é como se fosse personalizado”. Dentre os vários pratos do Tenda do Sheik babaganush, quibe cru de búfalo, falafel, pernil de cordeiro, fatuche, tabule –, Marise elege o seu favorito: a kafta de cordeiro. “A carne do cordeiro é bastante leve. Eu posso vir aqui à noite e pedir esse prato, que depois não fico indisposta. A digestão é rápida, e claro que é delicioso”, diz. A opinião é de uma cliente fiel, que já conhece quase todo o cardápio do restaurante. O carneiro é a principal carne consumida na culinária árabe, sempre com muito tempero. Normalmente, é assada ou guisada e também pode ser servida com recheio.

Colocar um árabe sentado à uma mesa com pouca variedade de alimentos, ou porções não generosas, é uma ofensa de primeiro grau.


O carneiro é o principal animal consumido na culinária árabe. Normalmente, sua carne é assada ou guisada. E também pode ser servida com recheio.

Os pratos árabes não admitem muita modificação na hora do preparo. O segredo para fazer uma boa refeição é seguir à risca as receitas dos antepassados, ponto muito respeitado na cultura árabe. A ênfase no preparo dos pratos recai sobre carnes (cordeiro e frango são os mais utilizados), laticínios (iogurte e queijo branco), grãos (arroz, trigo, lentilhas), ervas e especiarias (gergelim, pó de curry, açafrão, cominho, canela). Os molhos mais populares incluem combinações de óleo de oliva, suco de limão, salsa, alho e tahine – uma pasta feita com sementes de gergelim. Laban, um iogurte ralo, é muitas vezes temperado com menta, cebola ou alho e servido como molho. Para acompanhar a comida, bebidas quentes, como café e chá. O que os árabes não abrem mão mesmo é de uma mesa farta. Servir um árabe com pouca variedade de alimentos, ou porções não generosas, é uma ofensa de primeiro grau. Eles gostam de se deliciar com o paladar e com a vista. Marise entra no clima: “quando as minhas duas filhas casadas vêm a Belo Horizonte, com as filhas e os maridos, nos reunimos no Tenda do Sheik para comemorar. Já fizemos até aniversário lá. Sempre com alegria e muita comida na mesa, claro!”.

Espetinho de Kafta com hortelã

RESTAURANTE DA MATÉRIA Tenda do Sheik Avenida Francisco Deslandes, 871 Anchieta/ Belo Horizonte Contato: (31) 3287-0786 E-mail: contato@tendadosheik.com.br Site: www.tendadosheik.com.br

OUTROS RESTAURANTES DE CULINÁRIA ÁRABE NO PAÍS: Almanara (11) 3257.7580 Rua Basílio da Gama, 70 / São Paulo Al Madhafi Cozinha Árabe (61) 3364.4335 SHIS QI 11 Bloco G -Lago Sul / Brasília Al Nur (51) 3330.8609 Avenida Protásio Alves, 616 / Porto Alegre El Nacif (71) 3450.6465 Avenida Tancredo Neves, 148 qd Z3 lj 14B Salvador Empório das Arábias (81) 3327.4210 Avenida Conselheiro Aguiar, 65 / Recife Le Liban (41) 3026.5554 Rua Augusto Stresser, 1570 / Curitiba Sírio e Libanês (21) 2224.5676 Rua Senhor dos Passos, 217 / Rio de Janeiro

FOTO: Robin A.

Divulgação

À esquerda: Falafel, Babaganush e homus Acima: carne de carneiro


FOTO: Divulgação


LAZER

Viagem a dois

Vamos para a Serra, tchê! por I LÍVIA MACHADO O clima frio já é, por si só, mais romântico. Quando o friozinho é pano de fundo para muito vinho, fondue, flores e chocolate, o ambiente fica ideal para ser aproveitado a dois. A Serra Gaúcha, destino turístico mais charmoso do Brasil, é um ótimo passeio para casais que querem curtir a segunda lua-de-mel (ou terceira, quarta, quinta...)


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FOTO: Divulgação

LAZER

Gramado é a cidade mais famosa da Serra Gaúcha e o terceiro destino turístico mais visitado do país. No verão, hortênsias e videiras carregadas. No inverno, vinho, chocolate e friozinho - que dá vontade de abraçar. O município tem pouco mais de 30 mil habitantes e não tem aeroporto. Quem vai de avião desembarca em Porto Alegre ou Caxias do Sul, que ficam, respectivamente, a 120 km e 100 km de distância. Depois de descer em uma dessas cidades, uma boa opção é alugar um carro para ficar mais livre durante o passeio. Nesse caso, para não ter surpresas desagradáveis, é importante saber que a estrada entre Porto Alegre e Gramado é boa, mas tem dez controladores de velocidade e dois pedágios. Para quem não quer se preocupar com a direção, há agências de turismo que fazem o traslado, pegando o turista no avião e levando-o até o hotel. Ruth Neder, mineira de 51 anos, e seu marido Antônio Carlos, 56, foram de Porto Alegre a Gramado de carro. Para ela, a viagem surpreendeu logo na chegada ao hotel. “Fomos recebidos com um espumante ainda no saguão”, lembra. O programa campeão de romantismo, no entanto, foi o jantar em

Pedimos sequência de fondue, regada a muito vinho e um violino tocando. Podíamos pedir músicas, eles estavam ali para nós.

uma casa de fondue. “Pedimos seqüência de fondue, regada a muito vinho e um violino tocando. Podíamos pedir músicas, eles estavam ali para nós”, conta Ruth. Para esse programa, o casal contou com o serviço de transporte do próprio restaurante, que busca e leva os turistas de volta ao hotel. “É o ideal, já que quem bebe não pode dirigir”, aconselha Antônio Carlos. A terra do vinho é o lugar perfeito para aprender a apreciar melhor essa bebida milenar. Na Serra Gaúcha, especialmente na cidade de Bento Gonçalves (que fica a 115 km de Gramado), os turistas visitam as principais vinícolas do país, conduzidos por um enólogo, que explica todo o processo de produção do vinho e, ao final, leva os visitantes para a degustação. Ruth credita à visita seu gosto pela bebida. “Foi lá que eu comecei a tomar vinho. Com o pouco que eles passam para a gente já dá para aprender a sentir o sabor dessa bebida, a ter prazer em tomá-la. E o clima frio também combina muito”. Como o casal foi para a Serra Gaúcha no mês de maio, as videiras já estavam secas. Mesmo assim, Ruth considerou a visita à vinícola Salton o melhor programa da viagem – e o marido concorda que “não dá pra ir ao Sul e não visitar uma vinícola”. Outra atração para quem vai a Bento Gonçalves é o passeio de Maria Fumaça. Os passageiros são recepcionados na estação da cidade com uma degustação de vinho, fazem uma parada na estação de Garibaldi e vão até a cidade de Carlos Barbosa. Durante o percurso de 23 km, com duração média de duas horas, há atrações típicas italianas e gauchescas dentro do trem a vapor.


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“Não dá para ir ao Sul e não visitar uma vinícola”

Frio e Fondue: combinação perfeita

Acervo pessoal

23km de cultura e belas paisagens


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LAZER

Natal Luz, a maior comemoração de natal do país

INVERNO OU VERÃO Ruth e Antônio Carlos foram dois anos seguidos à Serra Gaúcha, sempre no mês de maio. No primeiro ano “deram sorte”, pois as temperaturas estavam realmente baixas, e o termômetro chegou a marcar 1º C. No segundo passeio, apesar de terem ido na mesma data, pegaram o “veranico de maio”, uma trégua no frio, que pode trazer temperaturas típicas do verão. “Foi bom, mas não deu para aproveitar o frio”, pondera Ruth. Quem resolve abrir mão do frio e viajar em dezembro ou janeiro, vê a cidade ainda mais repleta de f lores, especialmente hortênsias. Além disso, pega as videiras cheias de uva e pode assistir ao Natal Luz de Gramado, a maior comemoração de natal do Brasil. Sem falar que é um momento

propício para conhecer a casa oficial do Papai Noel no Hemisfério Sul.

Quem resolve abrir mão do frio e viajar em dezembro ou janeiro, vê a cidade ainda mais repleta de flores, especialmente hortênsias. Além disso, pega as videiras cheias de uva e pode assistir ao Natal Luz de Gramado, a maior comemoração de natal do Brasil.


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No invero, as temperaturas podem atingir graus negativos

CULTURA A região da Serra Gaúcha foi colonizada por imigrantes alemães e italianos, que influenciaram na arquitetura das cidades, nas festas e hábitos alimentares. O café colonial, facilmente encontrado na região, é uma das mais autênticas tradições da cozinha alemã. Para os turistas interessados em conhecer a história e cultura dos imigrantes italianos, vale a pena visitar o Caminho das Pedras, em Bento Gonçalves. São casas de colonos que viraram pontos turísticos visitados por mais de 50 mil pessoas anualmente. Entre os pontos para visitação, Ruth destaca a Casa da Erva-Mate. “A gente vê todo o processo da erva-mate para virar chimarrão, e depois faz a degustação junto com eles”. E alerta: “você não pode recusar, tem que tomar, é educação”. A cultura italiana também pode ser vivenciada

pelos turistas que vão até o Epopéia Italiana Parque Temático. Os visitantes passam por nove ambientes que retratam a história dos italianos que vieram para a região sul do Brasil. Tudo é feito de maneira interativa. “Vamos entrar em um navio agora... aí eles nos dão um chapéu”, exemplifica Ruth. Durante a viagem, o casal observou diferenças culturais do povo gaúcho. Antônio Carlos observa que os motoristas são muito educados e que, apesar de não haver semáforo em Gramado, o pedestre sempre tem prioridade. Outra peculiaridade é a maneira de referir-se ao preço dos produtos. “Tu queres? Quanto custa? Doze com vinte [R$12,20]”, diverte-se Antônio Carlos, ao reproduzir um diálogo entre um comerciante e um turista.


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FAÇA SEU ROTEIRO Há muito que se ver na Serra Gaúcha. Antes de embarcar, pesquise, converse com quem já foi e faça seu próprio roteiro, para que a viagem fique a sua cara. Para ajudar, veja a lista preparada pela Bordeaux dos principais pontos turísticos da região.

BENTO GONÇALVES Caminhos de Predra (54) 3454.5702 www.caminhosdepedra.org.br Vale dos VInhedos www.valedosvinhedos.com.br Maria Fumaça (54) 3455.2788 www.mfumaca.com.br Epopéia Italiana Parque Temático (54) 3454.1789 www.epopeiaitaliana.com.br Museu Histórico Casa do Imigrante (54) 3451.1773

CANELA Alpen Park (54) 3282.9752 www.alpenpark.com.br Museu do Automóvel Anos Dourados (54) 3282.3398 Mundo a Vapor (54) 3282.1125 www.mundoavapor.com.br Parque do Caracol (54) 32783035

GRAMADO Mini Mundo (54) 3286.4055 www.minimundo.com.br/minimundo Igreja São Pedro (54) 3286.1187 Parque Knorr - Aldeia do Papai Noel (54) 3286.7332 www.papainoel.com Lago Negro (54) 9975.7444 Museu do Perfume (54) 3286.2719 www.fragram.com.br/museudoperfume Museu do Chocolate (54) 3286.1580 www.prawer.com.br Museu do Piano (54) 3286.5555

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Mundo Encantado (54) 3286.5872 www.mundoencantadoparque.com.br

Passeios ecológicos estão no roteiro dos casais que gostam de aventuras


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Paraíso das compras: vinho, chocolate, couro e malharia

MUITA LOJA, MUITO MATO Visitas a vinícolas e casas de chocolate estão tradicionalmente incluídas no roteiro de quem vai para a Serra Gaúcha. Todas têm degustação e, claro, uma lojinha na qual você pode comprar os produtos que deseja. A região ainda é famosa pelas lojas de couro, malharia e, até mesmo, pela fábrica da Tramontina. Um paraíso de consumo. Ruth, no entanto, faz uma ressalva importante quanto às compras. “Apesar da empolgação em comprar, há o problema de trazer depois. Nós tivemos que pagar frete. O gostoso é ir passear mesmo”. Além disso, Antônio Carlos alerta que, pelo menos em relação aos vinhos, o preço é o mesmo que ele encontra em sua cidade.

Os casais que preferem ficar próximos à natureza podem optar por um roteiro mais ecológico. Em Canela, os turistas podem, por exemplo, ir ao Parque das Corredeiras praticar rafting ou ao Parque do Caracol, ver o cartão postal da cidade, a Cascata do Caracol, com 131 m de altura. Quem quiser esticar o passeio, pode ir até a cidade de Cambará do Sul (a 110 km de Gramado), ver o canyon Itaimbezinho, onde foram gravadas cenas da minissérie A Casa das Sete Mulheres. “A pessoa tem que gostar de caminhar, mas vamos de tênis, não é muito cansativo, é lindo”, conta Ruth. O casal já quer planejar a terceira viagem. É uma boa medida do sucesso do roteiro.

OUTROS LUGARES PARA IR A DOIS Porto de Galinhas (PE) Além do visual paradisíaco, a famosa praia do Nordeste brasileiro conta com pacotes especiais para lua-de-mel. Nada mal para quem está procurando uma viagem romântica. Campos do Jordão (SP) No inverno dá para esperar temperaturas negativas à noite, o que torna a cidade ainda mais charmosa. Para os casais mais aventureiros, há trilhas e cachoeiras. Tiradentes (MG) A cidade mineira é um dos centros históricos da arte barroca mais bem preservados do país e está na rota da Estrada Real. Junto com a arquitetura colonial, a gastronomia é de primeira.


FOTO: Richard Sweet


BEM-ESTAR ESCALDA PÉS Uma bacia com água quente, óleos, ervas ou sal grosso pode mudar o seu dia. Mergulhar os pés nessa mistura por cerca de 15 minutos ajuda a aliviar o estresse, a insônia, problemas respiratórios e depressão. A técnica é milenar e vem de povos orientais, que já sabiam que pelos pés passam quase 72 mil terminações nervosas, que se comunicam com todo o corpo. A arnica diminui a dor, a calêndula e o manjericão combatem as bactérias, a arruda ativa a circulação, o sal grosso acaba com os edemas, enquanto cravo, canela e alecrim trazem energia e lavanda, erva cidreira e camomila relaxam e estimulam o sono. Também vale colocar bolinhas de gude no fundo do recipiente. Tente pegá-las com os dedos ou apenas pressione com a planta dos pés. Em lojas que vendem produtos para banho são vendidos kits prontos para o escalda pés. Alguns spas também oferecem esse serviço.


PROFISSIONAIS E SERVIÇOS LUGARES Cirurgia íntima Dr. Vinícius Melgaço Cirurgia Plástica www.viniciusmelgaco.com.br (31) 3335.6611 / (31) 9185.3815 Rua Alvarenga Peixoto, 1.465, Santo Agostinho – BH/MG

Mada BH: Rua Aimorés, 1123 - Funcionários madabh@terra.com.br Rio: Rua Adalberto Aranha, nº 48 - Sala 206 - Tijuca madarj1999@yahoo.com.br São Paulo: Rua Santa Ifigênia, nº 30 - Centro grupomadacentrosp@yahoo.com.br

Flamenco BH: Solea Tablao Flamenco (31) 3282.2444 | www.solea.com.br BH: La Triana (31) 2555.9991| latrianaflamenca.blogspot.com Rio: Espaço Flamenco (21) 2532.2737 | www.espacoflamenco.com.br São Paulo: Cuadra Flamenca (11) 3814.3141 | www.cuadraflamenca.art.br

Centro Budista Maitreya (31) 2535.6758 contato@meditarbh.org.br Rua Caldas, 221 - Carmo Sion - BH

Motel Sunny www.moteisbh.com.br (31) 3415.8598 Av. Catalão, 50 – Caiçara – BH

Universidade Terceira Idade www.bh.estacio.br (31) 3298.5257 Faculdade Estácio de Sá Rua Erê, 207 – Prado – BH

TURISMO Maria Fumaça www.mfumaca.com.br (54) 3455.2788 Bento Gonçalves/ RS

Epopéia Italiana Parque Temático www.epopeiaitaliana.com.br (54) 3454.1789 Rua Visconde de São Gabriel, 507 – Bairro Cidade Alta – Bento Gonçalves/ RS

Museu Histórico Casa do Imigrante (54) 3451.1773 Rua Erny Hugo Dreher, 127 - Bento Gonçalves/ RS

Alpen Park www.alpenpark.com.br (54) 3282.9752 Rodovia Arnaldo Oppitz, 901 – Bairro São João – Canela/ RS

Museu do Automóvel Anos Dourados (54) 3282.3398 Praça das Nações, 281 – Canela/ RS

Mundo a Vapor www.mundoavapor.com.br (54) 3282.1125 Rodovia Canela- Gramado – Canela/ RS

Parque do Caracol (54) 3278.3035 Estrada Canela - Caracol (RS 466) – Canela/ RS

Mini Mundo www.minimundo.com.br/minimundo (54) 3286.4055 Rua Horácio Cardoso, 291 – Centro – Gramado/ RS

Igreja São Pedro (54) 3286.1187 Avenida Borges Medeiros, 693 – Centro – Gramado/ RS

Parque Knorr - Aldeia do Papai Noel www.papainoel.com (54) 3286.7332 Rua Bela Vista, 353 – Centro – Gramado/ RS

Lago Negro (54) 9975.7444 Rua A. J. Renner – Bairro Planalto – Gramado/ RS

Museu do Perfume www.fragram.com.br/museudoperfume (54) 3286.2719 Avenida das Hortênsias, 3662 Estrada Gramado - Canela – Gramado/ RS

Museu do Chocolate (54) 3286.1580 Avenida das Hortênsias, 4100 – Gramado/ RS

Museu do Piano (54) 3286.5555 Rua Horácio Cardoso, 370 – Bairro Planalto – Gramado/ RS

Mundo Encantado www.mundoencantadoparque.com.br (54) 3286.5872 Avenida das Hortênsias, 2400 – Gramado/ RS

PESSOAS Carlos Magalhães | CABELO E MAQUIAGEM (31) 3337.7055 Rua Gonçalves Dias, 2299 - sala 3 – Bairro Lourdes Belo Horizonte/ MG

Samuel Mendes | FOTÓGRAFO www.samuelmendes.com

Marjorie Campos | MAQUIAGEM (32) 3215-4862 Rua Carvidal, 150, sala 201 – Centro, Juiz de Fora


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COLUNA DA VERA

Entre retratos e sonhos

Vera Veiga F.

Ao longo dos anos e das fases que se sucedem em nossas vidas, uma espécie de “álbum de retratos” vai se acumulando em nossas cabeças. Não sei bem qual é a lógica que o organiza; claro que algumas imagens evocam momentos marcantes. Mas outras ficam ali, soltas, aparentemente sem muito sentido – e sem que a gente compreenda muito bem o que é que elas tinham de especial para entrar nesse arquivo. No meio dessas lembranças residuais, tem uma cena que me reaparece de vez em quando. Eu estudava interna no Colégio Isabela Hendrix, e uma noite, em razão de algum programa especial (do qual não me lembro), fomos autorizadas a dormir mais tarde e a descer para a sala de televisão. Normalmente não podíamos assistir televisão, e a sala não comportava tanta gente. Trinta, cinquenta meninas? Também não sei mais. Mas lembro-me como ficamos ali amontoadas, algumas nas poucas poltronas disponíveis, outras pelo chão. Eu me acomodei em uma mesa ao lado, e dali, mais do que a televisão, me chamou a atenção o cenário que compúnhamos. Nunca tinha olhado para minhas colegas internas daquele jeito: olhando-as olhar a televisão, eu via em cada uma um projeto de vida. E pensei: o que será de nós daqui a 20, 40 anos? Onde estaremos? Que projetos estão aqui, em estado de latência? Mais que uma sala de televisão, eu nos vi em um vagão de trem, numa viagem para só-deus-sabe-para-onde... Os 20, 40 anos se passaram, e quando a cena volta, eu penso que nossas vidas não caberiam mais naquela sala, naquele vagão. Mais do que projetos, cada uma de nós se transformou em uma (pequena) história. Não está mais colocado “onde chegar”. Bem ou mal, chegamos. Não se trata mais de “o que seremos”. Agora somos. As fantasias sobre “com quem será que vamos nos casar”, os filhos que vamos ter, a carreira que vamos abraçar foram ultrapassadas. O corpo que se transformava, cercado de ansiedade e expectativa (“vou ser bonita?!”), se transformou, virou mulher, e continuou se transformando. Eu me casei, tive filhas, fiz cursos e construí uma vida profissional. E agora – e só agora estou me dando conta disso! – estou envelhecendo. O leque de minhas indagações para o futuro diminuiu muito. Aquilo de que posso me lembrar

vai ficando muito maior do que aquilo que ainda posso esperar. No entanto, não estou ainda na hora de parar... Muita vida ainda há pela frente, e é preciso saber lidar com isto. Falam muito da crise dos cinquenta. Já passei do cinquenta, os sessenta estão próximos. Acho que não tive propriamente uma crise. Apenas um sentimento, ou uma constatação, de uma outra etapa que se abre. Sobre esta, há lugar para sonhos? Nesta idade, é real dizer que é possível olhar para a frente cheia de expectativas e planos? Se nos reuníssemos outra vez naquela sala de televisão, com certeza não é o futuro que eu sentiria pairando sobre nós. Mas tampouco seria apenas o passado. Nesse momento de maturidade, acho que eu iria olhar para nós mesmas tentando descobrir os desejos que ainda permanecem, os novos que só agora puderam surgir. A nossa vida até aqui foi muito planejada: já sabíamos o que tínhamos para cumprir – ou não cumprir. De agora em diante, me vejo na hora de inventar. Com o que eu tenho, e que não é pouco, o quanto poderei fazer do apenas relativamente pouco que me resta... Na nossa idade, não é hora de olhar para o futuro – nem para o passado. É hora de viver muito bem o presente.


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