TFG Anexo MASP

Page 1

[ ] A

an exo MASP



Trabalho de Curso apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado

[ ] A

a nexo MAS P

Gabriel Francisco Curci Orientador: Prof. Dr. Paulo Bruna São Paulo 2018


" n ĂŁ o ĂŠ p r e c i s o m u i to pa r a s e r m u i to " lina bo


À MENINA DO BALão



AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaria de agradecer a toda a minha família por todos esses anos de apoio, compreensão e amor. Obrigado ao orientador Paulo Bruna por toda atenção, carinho e dedicação ao longo deste trabalho. Finalmente, agradeço a todos meus colegas da faculdade, por tantos ensinamentos e alegrias que já deixam saudades.


1

[ ]

2

[ ]

[ ]

A p r e s e nta ç ã o

lo c a l

O MASP

p. 0 9

p. 1 5

p. 2 5

I nt r o d u ç ã o p . 1 1

A A v . P a u l i sta p . 1 9

3

H i st ó r i c o

p. 2 7

P r o g r a m a E x i st e nt e p . 3 1 p r o b l e m át i c a s

p. 4 1


4

[ ]

5

[ ]

[ ]

anexo masp

O p r o j eto

Bibliografia

p. 4 5

p. 5 7

p. 8 9

P r o p o sta

p. 4 7

Conexão

p. 5 9

R e f e r ê n c i a s p. 4 9

I m p l a nta ç ã o p . 6 1

Programa

desenhos

p. 5 3

p. 6 2 `

6

livros

p. 9 0

sites

p. 9 0

d o c u m e nt á r i o s p . 9 0



1. Apresentação



i nt ro d u ç ão

Fundado em 1946, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand é considerado o mais importante museu do hemisfério sul, com mais de 10.000 obras, incluindo pinturas, esculturas, desenhos, fotografias ,roupas, entre outros. Este acervo foi se expandindo a medida que o museu, antes localizado na rua 7 de Abril, foi se modernizando e ampliando sua área de exposição. Após a mudança da sede para o prédio da avenida Paulista, projetado pela Arquiteta ítalobrasileira Lina Bo Bardi em 1968, o museu passou a ter um papel de destaque na cidade e na vida dos paulistanos. Os museus são organismos vivos dentro das cidades, eles crescem, se expandem, e para isso demandam de mais

Piso de paralelepipedo da Esplanada Lina Bo Bardi Fonte: Acervo Pessoal do Autor

espaço. Devido a diversas alterações, o Museu de Arte de São Paulo, teve sua área expositiva reduzida, indo na contra mão de sua expansão, e sua reserva técnica teve de ser expandida para comportar o volume de obras não expostas. É devido a essa análise do programa atual, que o este trabalho propõem a criação de um anexo do Museu de Arte de São Paulo, expandindo sua área de exposição e ampliando todo o seu programa, deixando-o mais acessível para a população da cidade.

13



Museu de Arte de São Paulo, 2016 Fonte: Ana Claudia Schad

15



2. LOCAL


18


19


Cartão-postal da avenida Paulista, foto Guilherme Gaensly, 1902 Fonte: DE TOLEDO, Benedito L. Álbum iconográfico da avenida Paulista


a Av e n i da Pa u l i sta Inaugurada em 1891, a Avenida Paulista foi idealizada por Joaquim Eugenio de Lima que, junto com outros dois sócios, pretendiam criar um eixo sofisticado para a burguesia paulistana que já havia ocupado os Campos Elísios e Higienópolis. Inicialmente com grandes casarões de estilo eclético, a avenida manteve seu caráter exclusivamente residencial até a década de 1950, quando a lei Anhaia Mello autorizou construções de edifícios e conjuntos comerciais. Os anos de 1950 foram marcados por uma intensa modificação da avenida, os casarões foram dando lugar a edifícios comerciais, institucionais e serviços. Durante as décadas de 1960 e 1970 a avenida foi se modificando de acordo com as diretrizes da nova legislação e o centro financeiro paulistano, que se localizava no centro da cidade, passou a ocupar grandes prédios ao longo da avenida. Ainda durante este período, o leito carroçável e a calçada foram ampliados, deixando a avenida com 48 metros de largura, a mesma dimensão que se mantém até hoje. O caráter da avenida não parou de se modificar, sendo uma das únicas vias da cidade que passou por tantas transformações. Com a ascensão da Avenida Brigadeiro Faria Lima e da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini nas décadas de 1980 e 1990, muitos escritórios que ocupavam a avenida símbolo da cidade começaram a se deslocar para esses novos eixos da cidade.

Residencia de Horácio Sabino, onde hoje se localiza o Conjunto Nacional. Fonte: Site spcity

Avenida Paulista nos anos de 1960 após os alargamentos da calçada Fonte: São Paulo in Foco

21


Aos poucos a avenida passou a ser um dos mais importantes eixos culturais da cidade. Desde sua verticalização, iniciada na década de 1950, edifícios culturais já ocupavam a avenida, como o Conjunto Nacional, a Fundação Casper Líbero e o Museu de Arte de São Paulo. Nos últimos anos esta característica ficou mais evidente, com a inauguração de outros complexos culturais, a Japan House e o Instituto Moreira Salles, projetados por Kengo Kuma e Andrade e Morettin respectivamente e o restauro do SESC Avenida Paulista pelo escritório Königsberger Vannucchi. Em junho de 2016, na gestão do prefeito Fernando Haddad, foi criado o Programa Ruas Abertas, que promove a abertura de ruas aos domingos e feriados. Uma das vias beneficiadas pelo programa foi exatamente a Avenida Paulista, que junto com seus equipamentos culturais passou a ser ainda mais ocupada e vivenciada pela população da cidade. É com este cenário que o local mais apropriado para a instalação do anexo, seja exatamente a Avenida Paulista. Além de estar muito próximo a sede do Masp, o projeto vem com o intuito de reforçar esta nova fase de um dos cartões postais da cidade.

22

Avenida Paulista ocupada pela população aos domingos Fonte: Fábio Tito



a Av e n i da Pa u l i sta c o mo ei xo c u lt u r a l O Anexo

Instituto Moreira Salles

Conjunto Nacional

24

MASP

FIESP


Japan House

Fundação Casper Líbero

Itaú Cultural

SESC

Casa das Rosas

25



3. O MASP


Masp visto do Parque Trianon Fonte: Institulo Lina Bo e P. M. Bardi


h i st ó r ic o Fundado por Assis Chateaubriand e por Pietro Maria Bardi no ano de 1946, o Museu de Arte de São Paulo se instalou inicialmente em um edifício projetado por Jacques Pilon, na rua 7 de Abril, centro histórico da cidade, local onde na época funcionava a sede dos Diários Associados. Em pouco tempo o acervo do museu começou a se expandir, e o que ocupava apenas um andar, com aproximadamente 1000 m², já havia se expandido para outros dois pavimentos do prédio. Tentou-se uma parceria com a Fundação Armando Álvares Penteado no ano de 1958, transferindo todo o acervo para o museu da Fundação, mas já em 1959 Pietro Bardi retornou-o para a rua 7 de Abril.

o Belvedere proporcionava para o centro da cidade. “O terreno era da Prefeitura de São Paulo, e seu doador, Joaquim Eugênio de Lima, impusera uma exigência (testamentária, de que se a clausula não fosse cumprida o terreno retornaria aos herdeiros da família): qualquer construção ali realizada deveria manter a vista que se descortinava do centro da cidade.” BARDI, 1992, p.13

Pietro e Chateaubriand ficaram sabendo que Francisco Matarazzo Sobrinho pretendia neste mesmo terreno construir a sede do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e que já havia encomendado um projeto com o arquiteto Affonso Eduardo Reidy, o qual não foi aprovado por não preservar a vista.

“Houve o crescimento dos Diários Associados, assim como do próprio Masp, cujo acervo e atividades também cresciam significativamente – o museu começara na sobreloja e depois ocupara dois andares a mais” CARDENAS, 2015, p.35

O terreno onde se encontrava o Belvedere Trianon, demolido em 1951 para a construção do pavilhão de exposição da primeira Bienal Internacional de Arte de São Paulo, localizado na avenida Paulista em frente ao Parque Tenente Siqueira Campos (Parque Trianon), estava desocupado. Este terreno havia sido doado por Joaquim Eugenio de Lima para a prefeitura de São Paulo com a condição de se manter a vista que

Vista aérea do Belvedere Trianon em meados da década de 1930 Fonte: Instituto Moreira Salles

29



Lina Bo Bardi, elabora diversos estudos para a implantação do Masp no local do antigo belvedere, e ao final desses estudos, seu projeto é aceito pela Prefeitura de São Paulo e pela família de Joaquim Eugenio de Lima, pois desenvolvia um volume suspenso com pilares laterais preservando a vista do centro. Com a participação do engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz, Lina chega ao desenho final para o edifício que seria a nova sede do Museu de Arte de São Paulo. Entre a elaboração e a execução do projeto passaram-se mais de dez anos, sendo ele inaugurado em 8 de novembro de 1968. Completando neste ano (2018) seus 50 anos, o prédio considerado um ícone da arquitetura modernista paulistana, vivenciou períodos de altos e baixos do museu, chegando a quase encerrar suas atividades por problemas financeiros no ano de 2013. Após ter sua administração reestruturada com auxilio de alguns empresários, o Museu de Arte de São Paulo voltou a ter destaque no cenário da cidade e desde 2014 o número de visitações só cresce.

Belvedere Trianon e a bela vista para o centro histórico da cidade Fonte: Instituto Lina Bo e P. M. Bardi

Estudos de Lina Bo Bardi para o projeto do Masp Fonte: Instituto Lina Bo e P. M. Bardi

Perspectiva de uma das propostas de Lina, 1958 Fonte: Instituto Lina Bo e P. M. Bardi

31



p ro g r a m a at u a l FICHA TÉCNICA: Projeto Arquitetônico: Lina Bo Bardi Projeto Estrutural: Engenheiro Figueiredo Ferraz Localizção: Av. Paulista, 1578 – São Paulo – SP Área do Terreno: 5392,3 m2 PROGRAMA: Nível 0,00: avenida Paulista – Esplanada Lina Bo Bardi Superfície: 4.995,34 m2 Coberto: 2.100 m2 Nível -9,00: Hall Cívico, Biblioteca, Restaurante Nível -4,50: Mezanino, Auditórios, Áreas comuns Nível +8,40: Exposições, Administração Nível +14,40: Pinacoteca Total Construído: 10.272 m2

Croqui elaborado por Lina Bo, 1968 Fonte: Instituto Lina Bo e P. M. Bardi

33


Nível -9,50m Neste pavimento se encontra o Hall Cívico com uma área de aproximadamente 1.140m², utilizado para exposições temporárias, aos fundos desta área estão as famosas escadas/rampas, que formam um “X” vermelho. Ainda neste piso, temos uma biblioteca na lateral esquerda e um restaurante na lateral direita, ambos com 336m² aproximadamente. Existe um acesso pela Rua Carlos Comenale, que te leva direto ao Hall Cívico, mas infelizmente é pouco utilizado.

Planta do nível -9,50 do Masp. 1. hall cívico 2. biblioteca 3. restaurante

34

4. áreas de serviço 5. cozinha 6. sanitários

Perspectiva do nível -9,50 do Masp.


Nível -4,50m Existem dois auditórios neste piso, um maior com capacidade para até 500 lugares e outro menor, com 60 lugares. O acesso aos dois auditórios se da por um foyer ,e na parte de trás do maior auditório, temos uma área de bastidores e de manutenção. Este pavimento possui algumas modificações do projeto original. Lina projetou duas áreas de exposição no mezanino do Hall Cívico, que teriam uma vista privilegiada da exposição que estivesse ocorrendo no andar inferior. Entre os anos de 1996 e 2001 o mezanino recebeu algumas divisórias em vidro para criar uma livraria e uma pequena área de eventos. Deste modo as áreas expositivas do museu foi reduzida. Planta do nível -4,50 do Masp. 1. hall auditórios 2. salões de exposição 3. auditório - 60 lugares 4. auditório - 500 lugares

Perspectiva do nível -4,50 do Masp.

5. palco 6. bastidores 7. manutenção 8. sanitários

35


Nível 0,00m No dia 13 de agosto de 1992, o belvedere, conhecido como vão livre do Masp, passou a ser chamado de Esplanada Lina Bo Bardi, em homenagem à arquiteta. Neste nível, que possui 2.100m² de área coberta, se da o principal acesso ao museu, tanto para cima quanto para baixo. “o espaço já foi referido aqui como uma surpresa para quem se aproxima caminhando pela avenida Paulista, pois cria o respiro livre contra a barreira quase monolítica das construções altas dos demais quarteirões.” CARDENAS, 2015, p.62

Planta do nível 0,00 do Masp. 1. esplanada Lina Bo Bardi 2. espelhos d’água 3. escadas

36

Perspectiva do nível 0,00 do Masp.

4. elevador 5. jardineiras


Nível +8,40m Subindo a escada da Esplanada chegamos ao hall de distribuição do nível 8,5m. Este hall distribui a circulação para as áreas de administração, nos dois extremos do prédio, e para a área de exposição temporária, no centro. A sala de exposição deste pavimento possui 645m² e ao final dela temos a reserva técnica do museu.

Planta do nível +8,40 do Masp. 1. vestíbulo - hall 2. sala de exposições 3. acervo técnico

Perspectiva do nível +8,40 do Masp.

4. administração 5. sanitários 6. escadas

37


Nível +14,40 Neste nível se encontra a exposição permanente do Masp. A pinacoteca projetada por Lina possui 2.100m² e é um grande salão envidraçado, com vistas tanto para a avenida paulista como para o vale da avenida 9 de Julho.

Planta do nível +14,40 do Masp. 1. vestíbulo 2. pinacoteca

38

Perspectiva do nível +14,40 do Masp.

Pinacoteca de exposições permanentes, 1970 Fonte: Instituto Lina Bo e P. M. Bardi




Pinacoteca de exposiçþes permanentes, 2018 Fonte: Acervo do Masp



P R O B L E m át ic a s Após analisar o projeto do Masp, podemos observar que o programa original foi alterado ao longo dos anos. As áreas de exposição foram reduzidas após a criação da loja e do espaço de eventos no nível dos auditórios, deixando-o com uma área total de exposição de 3.883m². Essa lógica vai na contramão do percurso natural de expansão de um museu, o qual, exercendo seu papel de organismo vivo dentro de uma cidade, tende a ampliar seu acervo devido a diversos fatores, como doações e novas aquisições de obras de arte. O mesmo se aplica à biblioteca, com diversas doações, o espaço projetado com 336m² não é mais suficiente para abrigar um programa que comporte o fluxo diário de pessoas. Hoje, caso queira fazer uma visita a esse espaço, é necessário um agendamento prévio, dificultando o acesso do público. Antes muito populares, os cursos da Escola Masp, também foram reduzidos. Inicialmente, quando a sede ainda se localizava na rua 7 de abril, eram oferecidos diversos cursos para a população. A Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) se originaram desses antigos cursos oferecidos pelo museu. Com a mudança da sede para a avenida Paulista e com diversas alterações nas plantas das áreas administrativas, os cursos perderam espaço. Masp em construção, 1967 Fonte: Instituto Lina Bo e P. M. Bardi

Alguns museus, ao longo dos anos, buscam alternativas para a exposição de todo seu acervo de obras, dentre elas, a construção de um edifício anexo se torna um boa solução visto que é possível ampliar todo o programa do museu.

Primeiro cartaz do Masp, desenvolvido pelo artista Roberto Sambonet em 1948 Fonte: Acervo Museu de Arte de São Paulo

43


44


Esplanada Lina Bo Bardi e a vista para o vale da 9 de Julho, 2016 Fonte: AndrĂŠ Savastano

45



4. ANEXO MASP



p ro po sta A m p l i a r a bi b l iot e c a

ex pa n s ão d o s c u r so s

s u p r i r d e m a n da d o ac e rvo

A proposta de um anexo ao Museu de Arte de São Paulo surge após uma análise do programa atual que, além de necessitar de uma ampliação de sua biblioteca e de seus cursos, tem uma área expositiva deficitária em relação ao seu acervo. Visando um acesso facilitado para o público e também uma maior conexão com a sede, o anexo deveria ser o mais próximo possível do museu. Após um levantamento de lotes vazios e subutilizados próximos ao museu, chegouse a um terreno onde hoje se localiza um estacionamento, a 50 metros do edifício projetado por Lina Bo.

49



R e f e r ê nci a s I n st i t uto mo r ei r a s a l l e s Inaugurado no ano de 2017 na cidade de São Paulo, o Instituto Moreira Salles foi projetado pelo escritório Andrade Morettin Arquitetos Assossiados, após vencer um concurso fechado com outros 5 escritórios. Pelo fato dos terrenos serem semelhantes, é tido como referencia a solução de circulação vertical adotada neste projeto, onde em uma caixa de concreto se concentra escada de incêndio e elevadores. O projeto do instituto ainda serviu de referencia para a materialidade do anexo, as fachadas translúcidas revelam ao exterior a dinâmica do interior do edifício.

Instituto Moreira Salles na Av. Paulista, 2017 Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Assossiados

Instituto Moreira Salles na Av. Paulista, 2017 Fonte: Andrade Morettin Arquitetos Assossiados

51



WHITNEY MUSEUM Projetado pelo arquiteto italiano Renzo Piano em 2015, o Whitney Museum está localizado na cidade de Nova Iorque e possui 7520m² de área construída.

Whitney Museum, 2016 Fonte: Renzo Piano Building Workshop

Corte do Whitney Museum projetado por Renzo Piano Fonte: Renzo Piano Building Workshop

53



p ro g r a m a O térreo do edifício se desenvolve como extensão da calçada, o acesso para seu interior se dá através de uma praça coberta, com um café ao fundo e um jardim lateral que permeia o piso, proporcionando um ambiente mais agradável. Alinhado a esplanada de Lina Bo Bardi, o pé direito deste pavimento estabelece uma relação visual entre os edifícios. Através de escadas rolantes é feito o acesso ao primeiro e ao terceiro pavimento. No primeiro pavimento são propostos dois usos: um restaurante, situado na parte frontal do edifício, com vista para a avenida Paulista e o Parque Trianon, e uma loja do museu aos fundos. O auditório, no terceiro pavimento, é acessado pelas escadas rolantes, chegando ao foyer, que conta com um café para os dias de atividades no local. Com capacidade para até 150 pessoas, o auditório possui uma saída alternativa pelo nível do palco (segundo pavimento), garantindo a acessibilidade necessária e promovendo uma divisão dos fluxos em dias mais cheios. Acima do auditório se desenvolve uma praça elevada, sem fechamentos e com piso semelhante ao da Esplanada Lina Bo Bardi, este pavimento pode ser utilizado como área de exposições e também como área para atividades diversificadas do museu. Através de uma escada metálica, os visitantes tem acesso aos

dois pavimentos seguintes, que contam com as áreas de exposições temporárias. Estas duas áreas, com aproximadamente 560m² cada, possuem pés direitos de 6,60m, permitindo uma maior flexibilidade para as exposições. Com a intenção de ampliar a biblioteca do Masp, no sétimo e no oitavo pavimento, é proposto uma biblioteca. Com capacidade para mais de 40.000 livros, no primeiro nível, sétimo pavimento, se encontram as áreas para leitura de periódicos, leitura infantil e mesas de estudos. Através de uma escada helicoidal, se da acesso ao pavimento superior da biblioteca, o oitavo pavimento, onde se encontra a maior parte do acervo da biblioteca. Por ser um local onde o silêncio deve prevalecer, neste andar estão mesas de estudos e de leitura. Também se encontram neste andar, salas para estudos em grupo e a área destinada às bibliotecárias. Ainda com o intuito de ampliar o programa do Masp, no nono pavimento é proposto uma ampliação dos cursos e da administração. Duas salas de aula e uma sala multimídia, ampliam a oferta de aulas da Escola Masp, que ainda conta com uma sala de apoio para os professores. Localizada na parte frontal do edificio, a administração, conta com uma área de 200m². 55



Os últimos dois pavimentos, décimo e décimo primeiro, abrigam as exposições permanentes do anexo. Tendo em vista que diversas obras estão armazenadas na reserva técnica do Masp, nestes espaços com 560m² cada, que elas terão a possibilidade de serem apreciadas pelo público. Por entender que na avenida Paulista existe uma grande oferta de transporte público e de estacionamentos, o subsolo do anexo abriga apenas 14 vagas para automóveis e um bicicletário, destinados aos funcionários. A rampa do subsolo do edifício vizinho, com três pavimentos, servirá de acesso ao subsolo do anexo. No período noturno, finais de semana e feriados, em que o anexo demandaria mais vagas para os visitantes, o estacionamento vizinho está ocioso, podendo assim ser utilizado como estacionamento auxiliar ao museu. Ainda no subsolo, se encontra a parte de infraestrutura do museu. O elevador de carga da acesso a área de montagem, que se distribui entre área de restauro, depósito de caixas e quarentena.

57



5. O PROJETO


60


vo lu m et r i a

A volumetria do Anexo Masp deveria ser algo que, além de não competir visualmente com o edifício sede, fosse coerente com a localização e com sua inserção em uma avenida de arranha-ceus. Um volume mais baixo, teria uma maior relação visual com o Museu do MASP, mas ficaria tímido e sufocado pelo seus vizinhos. Chegou-se, então, ao consentimento que o edifício a ser projetado teria que ser mais alto, mas estabelecendo relações visuais com o edifício projetado por Lina Bo Bardi.

61


62


O primeiro ensaio volumétrico para o Anexo, consistia em um volume baixo, com cerca de 35 metros de altura e com o térreo ocupando todo o terreno. Neste estudo, chegou-se a conclusão de que o edifício estava muito tímido em comparação com seus dois vizinhos, que possuem mais de 60 metros. Também existia a necessidade de criar um térreo livre, que se prolongasse como uma extenção da calçada, convidando o público a ocupar este espaço. 63


64


Após a elevação do edifício, criando um térreo livre como uma extenção da calçada, o volume foi aumentado, criando uma relação mais coerente com seus vizinhos. Com este estudo, notou-se que o edifício nao possuia a mesma leveza que existe no projeto de Lina, estabelecendo um bloco rígido sobre pilotis. Para deixar o edifício mais leve e menos rígido, é criado um térreo elevado, estabelecendo uma praça coberta e separando o volume em dois blocos.

65


66


O volume final consiste em dois blocos elevados do solo separados por uma praça coberta. Desta maneira o edifício, além de estabelecer uma coerência com seus vizinhos mais altos, estabelece uma relação visual com o edifício sede do museu. A criação de uma praça coberta, além de criar a leveza desejada no edifício, tem como partido convidar os pedestres a entrar e se apropriar do Anexo. 67


68


relações Visuais

Estabelecido o volume, iniciou-se alguns estudos de relações visuais entre o museu do MASP e seu anexo. A primeira relação estabelecida foi entre o pé direito do térreo elevado do anexo com o pé direito do vão do MASP. Esta relação provoca uma continuação da Esplanada Lina Bo Bardi até o anexo, prolongando assim um alinhmento entre os dois edifícios.

69


74,00m

70


No desenvolvimento do projeto, notou-se que o edifício estava próximo dos 70 metros de altura. Foi entendido que deveria existir uma relação entre a altura do anexo com a largura do vão do MASP. O anexo foi aumentado para ficar com 74 metros de altura, tendo assim exatamente a mesma medida da largura entre os pilares vermelhor do museu. Encaixando-se nos pórticos de Lina. 71



c o n ex ão

Após diversos estudos para a conexão entre o Masp e seu anexo, chegou-se a solução mais lógica e democrática, uma conexão pela calçada. Entendendo que, por conta de um edifício comercial, não seria viável a construção de uma passarela, foi estudado uma conexão pelo subsolo dos dois edifícios. A conexão pelo subsolo, mesmo viável, não pareceu ser a melhor a ser adotada, visto que a avenida Paulista possui uma ampla calçada, que aos domingos é alargada para toda a via. 73



R u a p ei xoto g o m i d e

R u a P l í n io F ig u ei r e d o

r u a c a r lo s c o m e n a l e

Av e n i da pa u l i sta

I m p l a nta ç ão nível 0,00


1. Praça Coberta

3. Despensa

2 . C a fé

4. Doca

4

3

2 1

1

P l a nta P v to . T é r r e o nível 0,00

0

10


5. Restaurante

7. DepĂłsito

6. Loja do Museu

7

5 6

1 0

P l a nta p r i m ei ro P v to . nĂ­vel 8,20

10


8. Depósito

1 0 . Pa l c o

9. Sala de Apoio

8

10 9

1 0

P l a nta s e g u nto pv to . nível 13,80

10


1 0 . Pa l c o

1 2 . C a fé

14. Casa de Máquinas

11. Foyer

13. Sala Projeção

15. Depósito

12 15

11 13

10

14

1 0

p l a nta t e rc ei ro pv to . nível 16,40

10


1 6 . C a fé 17. Praça Coberta

17

16

1 0

P l a nta q u a rto pv to . nível 22,60

10


1 8 . E x p o s i ç õ e s Te m p o r á r i a s

18

1 0

p l a nta q u i nto pv to . nível29,40

10


1 8 . E x p o s i ç õ e s Te m p o r á r i a s

18

1 0

P l a nta s ex to pv to . nível 36,20

10


19. Consulta

2 1 . Á r e a I n fa n t i l

2 0 . Pe r i ó d i c o s

22. Midiateca

23. Área de Leitura

22

19 20

21

23

1 0

p l a nta s ét i mo pv to . nível 43,00

10


23. Área de Leitura

25. Salas de Estudo

24. Acervo

26. Bibliotecárias

23

26

24

25

25

1 0

P l a nta oi tavo pv to . nível 47,20

10


27. Sala de Aula

29. Admnistração

28. Sala Multimídia

3 0 . S a l a P r o fe s s o r e s

30

29

28

27

27

1 0

p l a nta no no pv to . nível 53,40

10


3 1 . E x p o s i ç õ e s Pe r m a n e n t e s

31

1 0

P l a nta d é ci mo pv to . n í v e l 57 , 6 0

10


3 1 . E x p o s i ç õ e s Pe r m a n e n t e s

31

1 0

p l a nta d é ci mo p r i m ei ro pv to . nível 64,40

10


31. Estacionamento

3 3 . Área de Montagem 3 5 . Q u a r e n t e n a

32. Bicicletário

34. Restauro

37. Depósito

36. Dep. de Caixas

37

32

37

31

33

36

34

35

1 0

P l a nta s u b so lo nível -4,50

10



Perspectiva da praรงa elevada



C o rt e A A

1 0

10


C o rt e b b

1 0

10


C o rt e c c

1 0

10



e l e v . f ro nta l

1 0

10


E l ev . no ro e st e

1 0

10


e l e v . s u d e st e

1 0

10




Perspectiva do Anexo inserido na avenida Paulista



6. BIBLIOGRAFIA


L i v ro s BARDI, P. M. História do Masp. São Paulo: Instituto Quadrante, atual Instituto Lina Bo e P. M. Bardi, 1992. CORONA , E., LEMOS, C e XAVIER, A. Arquitetura Moderna Paulistana. São Paulo: Pini, 1983. RUBINO, S.; GRINOVER, M. Lina por Escrito: Textos Escolhidos de Lina Bo Bardi. São Paulo: Cosas Naify, 2009. CARDENAS, A. S. Masp: estrutura, proporção e forma. São Paulo: ECidade, 2015 OHTAKE,R. Paulista Símbolo da Cidade. São Paulo: Banco Itau S. A., 1990 ANDRADE, V. Andrade Morettin: Cadernos de Arquitetura. São Paulo: BEI, 2016

Si t e s MARINA DE HOLANDA. Clássicos da Arquitetura: MASP / Lina Bo Bardi https://www.archdaily.com.br/br/01-59480/classicos-da-arquitetura-masp-lina-bo-bardi DANIELE PISANI. Masp: Breve História de um Mito https://www.arcoweb.com.br/projetodesign/artigos/artigo-masp---breve-historia-de-um-mito ARCOWEB. Masp retoma cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi https://arcoweb.com.br/noticias/noticias/masp-retoma-cavaletes-vidro-lina-bardi

D o c u m e nt á r io s Lina Bo Bardi, de Mauricio Michilis, 1993 104


[ ] A


[ ] A


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.