CENTRO CÍVICO- COMPLEXO CONDENSADOR SOCIOCULTURAL GABRIELE FARIAS
CENTRO CÍVICO
EDIFÍCIO CONDENSADOR SOCIOCULTURAL
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU-ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II- NOVEMBRO 2016 GABRIELE DA MATA FARIAS- R.A: 201200641- ARQ5AM-MCA ORIENTADOR: LEONARDO SHIEH 2
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Dedico esse trabalho a todos que me acompanharam durante esses cinco anos, que sempre me incentivaram e inspiraram de alguma maneira. Agradeço, primeiramente, aos meus pais, serei eternamente grata por todo o apoio, incentivo, suporte durante momentos difíceis, abraços e alegrias. Obrigada por acreditarem em mim e por todo carinho quando a angustia apertava. Agradeço ao André, sem ele não chegaria até aqui com tantos sonhos e promessas de um futuro incrível, minha caminhada não seria a mesma se você não estivesse comigo. Obrigada pelas risadas, companheirismo e por todas as vezes que ficamos juntos fazendo trabalho, afinal com você me sinto mais forte. Agradeço minhas amigas, que me acompanharam desde o primeiro ano, dividimos tantos momentos incríveis, obrigada por deixar que eu compartilhasse com vocês minhas alegrias e dores. Por fim, essa trajetória não seria completa sem o apoio dos professores, que me ensinaram tudo que sou hoje, em especial, ao meu orientador, que me instigou a buscar sempre o melhor e me passou experiências que levarei para a vida.
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SUMÁRIO 1. Introdução 1.1 Apresentação..........................................................................11 1.2 Objeto e Justificativa..........................................................13 1.3 Metodologia............................................................................13
2. O Bairro de Itaquera: Processo de Inserção Metropolitana 2.1 Histórico e Processo de Ocupação................................17 2.2 Dados Estatísticos................................................................24 2.3 O Bairro Hoje..........................................................................28
3. O Lugar 3.1 Contexto Urbano: Análise Territorial..............................32 3.2 Contexto Local: A escolha do Terreno..........................38 3.3 Levantamento Fotográfico................................................42 3.4 Plano e Parâmetros Urbanísticos....................................46 3.5 Estudo da Gleba ZEIS 1........................................................48
4. Centro Educacional Unificado: Arquitetura e Educação
5. Praça Cívica: Apropriação do espaço pelo usuários 5.1 Centro Cívico: Atmosfera Além da Arquitetura...........69 5.2 A Praça como Espaço Coletivo........................................71 5.3 Referências de Praças Articuladoras.............................73
6. Estudo de Casos 6.1 Centro Cívico de Scandicci...............................................81 6.2 Centro Cívico Salburua......................................................85 6.3 Centro Cívico Municipal de Boecillo..............................89
7. Projeto 7.1 Tema..........................................................................................97
7.2 Partido......................................................................................99 7.3 Diretrizes de Projeto............................................................103 7.4 Programa.................................................................................106 7.5 Projeto.......................................................................................112
8. Bibliografia..........................................................161
4.1 Educação como Centro de Estruturação Urbana......55 4.2 O CEU Azul da Cor do Mar.................................................60 4.3 O CEU e a Cidade.................................................................64
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INTRODUÇÃO 8
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1.1 APRESENTAÇÃO
LOCALIZAÇÃO GERAL:
Este trabalho aborda questões sociais, culturais e educacionais no cenário da periferia de São Paulo, onde a falta de equipamentos públicos e áreas de lazer são resultados do crescimento acelerado de sua população, falta de políticas habitacionais e de planejamento urbano por parte do poder público. O Centro Cívico irá discutir a relação de um equipamento público capaz de comportar a Sede da Subprefeitura de Itaquera atrelados a usos voltado a cultura, saúde, lazer e educação, com o intuito de reconfigurar o espaço urbano, criar tramas sociais, políticas, econômicas e principalmente culturais. Este complexo irá atuar como espaço catalisador de uma área residual da cidade, com o objetivo de criar um marco referencial regional para seus moradores.
02 01 03
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01
METRÔ-ESTAÇÃO CORINTHIAS-ITAQUERA-LINHA VERMELHA
TERRENO
02
METRÔ-ESTAÇÃO ARTUR ALVIM-LINHA VERMELHA
03
CPTM-ESTAÇÃO DOM BOSCO- LINHA 11
PRINIPAIS VIAS (RADIAL LESTE E AV. JACU PÊSSEGO
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1.2 OBJETO E JUSTIFICATIVA
1.3 METODOLOGIA
O objeto de estudo consiste em um Centro Cívico localizado na periférica de São Paulo com o intuito de constituir uma nova centralidade de transformação e desenvolvimento social e cultural. A definição de Centro Cívico corresponde à uma área destinada ao encontro de vários orgãos e entidades administrativas/culturais de uma região, cidade ou estado. É o local onde se respeita o interesse público e os valores de uma sociedade. Portanto é um complexo condensador sociocultural, que funciona como um centro comunitário para seus moradores, capaz de aglutinar um amplo e variado setor de público. O objetivo deste projeto é a criação de um polo gerador de dinâmicas locais que fomente a participação de pessoas e que incentive a interação de terceiros para instigar as mais diversas possibilidades de manifestações sociais, culturais e artísticas. O Centro Cívico está localizado ao lado do CEU Azul da Cor do Mar, atualmente o único equipamento público aberto a população local do bairro Jardim Vila Nova-Itaquera São Paulo. Portanto sua localização permite englobar o Centro Educacional Unificado no projeto, tornandose um único complexo de acesso coletivo, referência tanto na escala local quanto na escala regional do bairro.
Para realizar essa proposta de intervenção serão realizadas pesquisas e análises em diferentes escalas, de maneira a atender e identificar as necessidades e demandas do local e de seus moradores. A princípio foram levantadas questões pertinentes a atual situação do CEU Azul da Cor do Mar, com o intuito de suprir as deficiências e analisar as demandas. Para isso foram realizadas pesquisas de campo e reuniões com a Gestora e coordenadores responsáveis pelos setores esportivos e culturais. Outra pesquisa de campo realizada, foi a visita a atual Subprefeitura de Itaquera, com o objetivo de analisar a infraestrutura e suas possíveis deficiências. Essas pesquisas de campo foram fundamentais para a construção da problemática da área e para estruturar a intervenção de maneira a atender as necessidades do local.
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2 O BAIRRO DE ITAQUERA: PROCESSO DE INSERÇÃO METROPOLITANA 14
FOTO RETIRADA DO GOOGLE EARTH
Neste capítulo será abordado o processo de ocupação do bairro de Itaquera, que através de uma cronologia, resultará consequentemente no que o bairro é hoje, suas principais características sociais e suas problemáticas. Este capítulo tem o objetivo de inserir o leitor no cenário atual de Itaquera, desde quando este bairro era apenas de agricultores.
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2.1 HISTÓRICO E PROCESSO DE OCUPAÇÃO
FONTE: http://descomplicarte.com.br/2014/05/memoria-do-bairro-deitaquera/ ACESSO EM 23/04. ESTAÇÃO DE ITAQUERA NA DÉCADA DE 1950.
O processo de expansão da cidade de São Paulo, por volta de 1950, quando de fato desencadeou-se a grande industrialização do capital monopolista, fez com que os subúrbios que até então eram pacatas cidades-dormitório para mão-de-obra da indústria, integrar-se de fato ao centro urbano. Este processo de adensamento em um curto espaço de tempo resultou nos cenários nos quais vemos hoje das periferias de São Paulo, sem infraestrutura capaz de suprir as necessidades dessa população. O momento em que pontuamos como importante fator no início da história do bairro de Itaquera é 1877, quando a via férrea no tronco da Central do Brasil, inicia sua ligação São Paulo-Rio de Janeiro, no qual passou a moldar o iniciante desenvolvimento econômico da região.
“O impacto da chegada da estrada de ferro foi enorme, propiciando o transporte de seus moradores a outras regiões e das mercadorias produzidas em Itaquera para o Centro de São Paulo. Foi também ao redor da estação que se consolidou um pujante centro comercial.” ¹
FONTE:http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/historia-devida-44936/colecao/82568 ACESSO EM 23/04. ORGANIZAÇÃO TÍPICA FAMILIAR EM SUAS FAZENDAS NO PERÍODO DE 1950. ATUALMENTE NESTA REGIÃO FUNCIONA A ESTAÇÃO DA CPTM DOM BOSCO.
Antes da chegada da estrada de ferro, a história de Itaquera é um capítulo de desbravamento com um cenário histórico rural. Por volta dos séculos XVIII e XIX, o bairro permaneceu isolado, escondido dentro dos limites de suas fazendas. A partir de 1920, imigrantes da Colônia Japonesa passaram a residir nas glebas rurais existentes na região. Foi com esta população e com o desenvolvimento de sua agricultura, que o bairro passou a pertencer ao cinturão verde da cidade de São Paulo, reforçando sua vocação agrícola neste período.
¹ D’Andrea, Tiarajú. Itaquera, Muito Além da Copa do Mundo. Disponível em http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1155
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2.1 HISTÓRICO E PROCESSO DE OCUPAÇÃO • PERÍODO DE 1920 A 1940: É a partir de 1920 que se difunde a prática do loteamento periférico na cidade de São Paulo. O avanço da população irradiavase a partir do bairro da Penha, no qual seu crescimento dava-se através de bolsões que iam se formando por onde já havia um núcleo qualquer, a estrada de ferro sempre orientando e dando as proporções dessa expansão. Os loteamentos foram sendo feitos na febre da expansão, a partir de velhas fazendas em decadência. O problema maior era que a rede de serviços públicos não acompanhava a proliferação dos bairros periféricos, como por exemplo, a luz só entra no bairro de Itaquera por volta de 1951. Porém mesmo com esse processo de expansão, o bairro de Itaquera permanecia essencialmente rural. Destacamos aqui, três condições indispensáveis para esse caráter agrícola do bairro: vasta porções de espaços desocupados, proximidade do mercado consumidor e transporte ferroviário. • PERÍODO DE 1940 A 1980: A partir de 1945, o pêssego está em plena produção, o bairro ficou conhecido pelo pioneirismo no cultivo agrícola desta fruta. Em 1949 foi realizada a primeira Festa do Pêssego, importante acontecimento social do bairro, reunindo ali autoridades e comerciantes que visavam sua rápida comercialização. A partir de então a festa passou a ser oficializada pela Prefeitura Municipal e pelo Governo do Estado. O cultivo agrícola do pêssego encerrou a partir do momento que a mancha urbana invade o campo, impossibilitando a rotação
2.1 HISTÓRICO E PROCESSO DE OCUPAÇÃO necessária de terras. A partir da década de 60 dois grandes processos comandaram a expansão da cidade: os loteamentos periféricos e a produção maciça de moradias por autoconstrução.
FONTE: https://www.facebook.com/SAUDOSAITAQUERA/photos ACESSO EM 23/04. CHÁCARA DO JAPONÊS, 1980.
FONTE: http://www.memoriasdocomerciosp.museudapessoa.net/index.php/ linha_tempo/1951-a-2000. ACESSO EM 23/04. FESTA DO PÊSSEGO PROMOVIDA PELA COLÔNIA JAPONESA DE ITAQUERA, NO PARQUE DO CARMO, DE 1953. NA FOTO A “RAINHA” ACOMPANHADA DE SUAS “PRINCESAS DO PÊSSEGO”.
FONTE: http://descomplicarte.com.br/2014/05/memoria-do-bairro-deitaquera/ ACESSO EM 23/04. IMPLANTAÇÃO DA COHAB NO BAIRRO DE ITAQUERA.
FONTE: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/01/sp-462-anos-zonaleste-tem-maior-piscina-e-cemiterio-da-america-latina.html ACESSO EM 23/04. VISTA DA MAIOR COHAB DA AMÉRICA LATINA, NA CIDADE TIRADENTES. ² LEMOS, Amalia Inês Geraiges e FRANÇA, Maria Cecília. Itaquera. São Paulo: Departamento do Patrimônio Histórico, 1999.
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“Ao se finalizar a década de 60, toda uma infra-estrutura, em parte já instalada, em parte planejada, irá servir de embasamento para o crescimento dos bairros periféricos da Zona Leste: A Radial Leste, a canalização do córrego Aricanduva, a mudança no plano original do traçado do metrô (extensão do Tatuapé a Itaquera), investimentos da SABESP. Isso se dá em decorrência das diretrizes do PUB (Plano Urbanístico Básico) privilegiando as linhas Oeste-Leste para o povoamento. “²
• A CONSTRUÇÃO DAS COHABs Na da década de 70 foram construídas as COHABs Sapopemba e Itaquera, esta última localizada na área de estudo. Na década de 80, foi construído a COHAB José Bonifácio e, ao final desta década, a COHAB Cidade Tiradentes. A decisão de levar os planos da COHAB para Zona Leste foi adotada de um princípio básico de economia: terreno barato a preços acessíveis para a produção de habitações populares. O grande déficit habitacional e o grande número de interessados exigiu-se que a construção da COHAB fosse feita em proporções muito maiores que as planejadas anteriormente, portanto foram construídas em uma área de 4,5 milhões de m² os complexos de Itaquera I,II e III abrigando uma população de 120.000 habitantes. Em questões técnicas foi uma construção inédita no quesito moradia, tanto pela capacidade de abrigo, quanto pelo tempo de construção.
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2.1 HISTÓRICO E PROCESSO DE OCUPAÇÃO Outro fator determinante para a instalação das COHABs em Itaquera foi a existência de uma extensa gleba que pertencia ao INAMPS( antigo Instituto Nacional de Previdência Social), que foram passados ao BNH (Banco Nacional da Habitação), que, repassou à COHAB-SP (Companhia de Habitação de São Paulo). Os projetos Itaquera I, II e III foram construídos pelas próprias equipes técnicas da COHAB. Porém, tais construções não foram acompanhadas de infraestruturas necessária a essa população, no qual se estima em torno de 200.000 habitantes. Outro ponto relevante sobre infraestrutura foi a falta de comércio dentro das COHABs, que estava previsto, porém não foi instalado. Resultando na necessidade de irem se abastecer no centro da cidade ou em feiras livres. Outra enorme carência para o bairro, agravado após a chegada das COHABs, foi a falta de áreas de lazer. O Parque do Carmo era, e ainda é para muitos moradores a única referência de parque.
2.1 HISTÓRICO E PROCESSO DE OCUPAÇÃO “Com a chegada do metrô, o bairro também passou a ser palco de uma contraditória política de investimentos em infraestrutura viária. Começava-se um processo de transformação local, com a tentativa de substituição da antiga população moradora por uma população de classe média baixa. Se décadas atrás o bairro havia vivido a transição de um ambiente semirrural para um bolsão de loteamentos periféricos, foi no final da década de 1990 que se referendou o processo de aquisição dos terrenos baratos da periferia consolidada para inseri-los em circuitos mais elevados de valorização fundiária. Um novo projeto se impunha a Itaquera.” 4 FONTE: http://globoesporte.globo.com/sp/copa-do-mundo/noticia/2014/05/ predios-vizinhos-arena-corinthians-ganham-decoracao-tematica-de-copa. html ACESSO EM 23/04. INTERVENÇÃO EM ALGUNS EDIFÍCIOS DA COHAB PARA O EVENTO DA COPA DO MUNDO.
FONTE: https://mobsampatrans.files.wordpress.com/2016/01/jacupessego-1. jpg?w=663 ACESSO EM 23/04. VISTA DA AVENIDA JACU-PÊSSEGO POR VOLTA DE 2000.
“Após a inauguração do primeiro conjunto habitacional, vários outros passaram a ser construídos.Os edifícios foram rapidamente povoados e a população pressionou o poder público por serviços essenciais como escolas, hospitais e postos de saúde, sendo em parte atendida, uma vez que até hoje a prestação de serviços públicos é deficitária. De certo, há toda uma construção social de apagamento da luta desses moradores por melhorias urbanas, e Itaquera foi e é um local fértil em lutas.” ³
• OS INVESTIMENTOS A PARTIR DE 1990: A estação Corinthias-Itaquera do Metrô foi inaugurada em 1988, após muita luta e revolta de seus moradores, que afirmavam Itaquera como centralidade da Zona Leste.
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FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/revista/saopaulo/sp1411201008.htm ACESSO EM 23/04.À ESQUERDA, ANTIGA ESTAÇÃO DE TREM E VISTA GERAL DO BAIRRO, EM JUNHO DE 1981; ABAIXO, PLACA ANUNCIA A CONSTRUÇÃO DA ESTAÇÃO CORINTHIAS-ITAQUERA, EM MAIO DE 1986.
FONTE: http://www.geometrica.com.br/portfolio/projeto/complexo-radialleste---prolongamento-da-avenida-radial-leste/34 ACESSO EM 24/04. FOTO AÉREA DO PROLONGAMENTO DA AV. RADIAL LESTE.
³ D’Andrea, Tiarajú. Itaquera, Muito Além da Copa do Mundo. Disponível em http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1155
4.D’Andrea, Tiarajú. Itaquera, Muito Além da Copa do Mundo. Disponível em http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1155
É a partir da década de 90, que segundo Tiarajú D’Andrea,a região em estudo passa a receber investimentos com o intuito da promoção do seu desenvolvimento. Em 1995, com a gestão do ex- Prefeito Paulo Maluf(1993-1996), foi inaugurada a Avenida Jacu-Pêssego, que atravessa o bairro de ponta a ponta, hoje importante eixo articulador urbano. Em 2000, foi inaugurada a linha de trem Itaquera-Guaianases, que desativou a antiga estrada de ferro, tirando a linha férrea do centro do bairro. Já em 2004, na gestão da ex-Prefeita Marta Suplicy(2001-2004), foi inaugurada a Nova Radial Leste. Importante ressaltar a priorização do transporte privado sobre o transporte público. Além que para essa grande obra acontecer, a antiga estação de trem foi demolida para a passagem da via. Tiarajú D’Andrea ressalta em seu texto: “Nem a estação de trem de Itaquera se salvou. Enquanto tramitava o processo de tombamento da antiga estação, memória histórica do bairro, uma ação silenciosa da prefeitura a demoliu em 2004. Itaquera não tinha mais trem. Itaquera não tinha mais estação de trem. Aos poucos desaparecia tudo o que lembrava os pioneiros, os princípios, a raiz histórica do bairro. A memória era apagada. Uma outra história deveria ser contada...”4
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2.1 Histórico e Processo de Ocupação
2.1.1 Estudo do Processo de Ocupação: Análise dos Elementos Estruturadores. Mapa 1954 Fonte: Geosampa
Mapa 1930 Fonte: Geosampa
LEGENDA:
2.1.1 Estudo do Processo de Ocupação: Análise dos Elementos Estruturadores. Mapa 2004 Fonte: Google Earth
Mapa 1972 Fonte: Geosampa
LEGENDA: Hidrografia
Principais vias
No mapa do período de 1930 é possível destacar a formação de pequenos bairros, como a Villa Sant Anna, próximos a principal via de acesso a região naquele período, a Estrada de Ferro. Entre esses bairros formavam-se grandes vazios urbanos, caracterizados por chácaras que tinham como principal atividade a agricultura. Após 25 anos, no período de 1954, a região ainda era de caráter rural, porém com alguns de seus bairros um pouco mais desenvolvidos. O vetor de crescimento ainda era a Estrada de Ferro e outras vias de maiores movimentações. Ao longo do Rio Verde e do córrego Jacuperal é possível perceber a formação desses grandes vazios, já que a agricultura era muito ligada aos rios e córregos da cidade.
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2.1 Histórico e Processo de Ocupação
Hidrografia
Principais vias
Já nos próximos 20 anos, no período de 1972, é possível destacar um crescimentos considerável na área de estudo, muitas chácaras já haviam sido loteadas e assim novos bairros formados, mas mesmo assim, ainda é possível destacar alguns vazios que resistiam a esse crescimento e seguiam com a agricultura e cultivo do pêssego, principal produto produzido na região. Por fim, no período de 2004, a região já havia sofrido um crescimento desenfreado, com o loteamento e invasão de todas as terras vazias, o bairro passa a sofrer com o grande impacto da chegada dessa população, não houve planejamento urbano capaz de criar um vetor de crescimento, as terras foram invadidas, as áreas de proteção ao longo de córregos também. Consequentemente, a região ganha novos elementos estruturadores, como a Avenida Jacu-Pêssego, que até hoje estrutura um grande fluxo diariamente de automóveis. Porém, sofre com a falta de áreas de lazer e áreas verdes.
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2.2 DADOS ESTATÍSTICOS MAPA 04: Oferta Total de Emprego
MAPA 02: Densidade Demográfica Distritos do Município de São Paulo 2000 Fonte:OD 2012
Fonte: OD 2012
O Mapa 03 destaca com cores mais escuras as regiões com maior número de população. É possível compreender que as regiões periféricas da cidade, são as que sofrem mais com esse esgotamento populacional. Em contrapartida, o Mapa 4 destaca a oferta total de empregos distribuídos por São Paulo, porém essa distribuição se concentra principalmente na região central (ponto de maior destaque na cor azul-Figura ao lado ). Esses dois mapas ilustram a contradição entre distritos com maior número de pessoas e distritos com oferta de emprego. Essa discrepância entre população e oferta de trabalho são os principais motivos de um dos maiores problemas vividos hoje na cidade: mobilidade urbana.
Inicialmente foram levantados dados sobre a área de estudo, como forma de aprimorar o entendimento da região. O Mapa 01 mostra a divisão dos distritos e subprefeituras, no qual destaca-se a área de estudo, o distrito de Itaquera. No mapa 02 observa-se uma mancha avermelhada sobre Itaquera, revelando que a área apresenta elevada densidade demográfica.
MAPA 01: Subprefeituras e Distritos do Município de São Paulo. Fonte: OD 2012
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MAPA 03: População Total Fonte: OD 2012
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MAPA 08:
MAPA 06: Atendimento Básico de Saúde Fonte:OD 2012
Fonte: OD 2012
O Mapa 07 aponta um crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano principalmente nas áreas da Zona Sul. A área estudada apresenta um dos piores na escala do gráfico. Por fim, o Mapa 08 aponta que a qualidade de vida encontra-se principalmente onde o IDH está em ascensão,portanto não atinge o Distrito de Itaquera. Portanto, podemos concluir que a área estudada encontra-se em precariedade em todos os mapas em destaque.
O Mapa 05 aponta que a renda do responsável familiar na região estudada é muito baixa se for comparada com as regiões em destaque na cor azul. Essa desigualdade também ocorre na ilustração do mapa 06, no qual indicam que os equipamentos básico de saúde estão concentrados em regiões pontuais, desfavorecendo uma grande parcela da população, que precisa se locomover por grandes distâncias até receberem atendimento adequado.
MAPA 05: Renda do responsável pelo domicílio Fonte: OD 2012
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Qualidade de Vida
MAPA 07: Desenvolvimento Humano Fonte: OD 2012
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2.3 O BAIRRO HOJE Uma das faces da transformação de bairros da periferia é a chegada da iniciativa privada, que visa lucros em regiões já beneficiadas com infraestrutura urbana. Mesmo que existam várias padrões de urbanização no bairro de Itaquera, é evidente a ação de uma série de agentes que buscam consolidar esse terceiro momento, que ocorre depois da chegada dos moradores e da infraestrutura urbana. Como exemplo da “Nova Itaquera”, em 2007 inaugurou-se o Shopping Metrô Itaquera, com o objetivo de explorar o potencial consumidor da população da região. Nesse mesmo período, com o investimento do capital imobiliário, começaram a surgir edifícios de médio padrão, voltados a demanda da classe média baixa. Essas mudanças que começaram a surgir no bairro, além do incentivo da iniciativa privada, também contaram com a ascensão de sua população que cresceu nos últimos anos, favorecendo esse novo cenário que começa a surgir. Além disso, esses novos empreendimentos passam a entrar no mercado como uma opção mais barata em relação a outras regiões. Sendo assim mais uma opção de moradia em um bairro em transformações. É com esse cenário em transição e encarecimento do padrão de vida no bairro, quem em 2010, é anunciada a construção do Estádio do Corinthians, palco da abertura da Copa do Mundo. Com a construção da Arena Corinthians o bairro sofre transformações em seus fluxos, como por exemplo a Avenida JacuPêssego, que possui um importante papel estruturador, passa a ser prolongada até Guarulhos, com o objetivo de atender a demanda
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FONTE: http://www.shoppingitaquera.com.br/ ACESSO EM 24/04. IMAGEM INTERNA DO SHOPPING METRÔ ITAQUERA.
Av. Ragueb Chohfi FONTE: http://www.itaquera.net.br/empresa/fatec-itaquera/ ACESSO EM 24/04 IMAGEM DA FATEC INAUGURADA EM 2012 EM ITAQUERA.
Rodovia Ayrton Senna
AV. JACU-PÊSSEGO
Rua Dr. Assis Ribeiro
Av.Sapopemba
da população que chega no Aeroporto Internacional de Guarulhos e se desloca até a Zona Leste, especialmente até a Arena. Av. São Os investimentos na região priorizaram a lógica individualista Miguel através das melhorias nas vias para automóveis.Como por exemplo, abertura de uma nova avenida de ligação norte-sul, no trecho entre Estrada as avenidas Itaquera e José Pinheiro Borges (Radial Leste), incluindo Imperador as transposições em desnível sobre as linhas do Metrô e da CPTM; uma nova avenida, articulando a ligação norte-sul com a avenida Av. Radial Miguel Inácio Curi, junto à adutora da SABESP existente; adequação Leste viária no cruzamento da avenida Miguel Inácio Curi com a avenida Engenheiro Adervan machado. Área de Na área do entorno da Arena, foi planejado o “Pólo Institucional intervenção de Itaquera”, que consiste na implantação de uma unidade da Escola Técnica Estadual (ETEC), inaugurada em 2008 e da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC), inaugurada em 2012. Além dessas instituições, há o planejamento para implantação de uma unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), um quartel da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, um centro de convenções, um parque ecológico e uma nova rodoviária, porém todos sem perspectivas de evolução. Por fim, hoje Itaquera carrega um legado deixado pela Copa do Mundo, seus muros grafitados, suas vias requalificadas e sua Arena, mas ainda sim necessita de áreas verdes, equipamentos públicos, Av.Alberto Soares de melhorias com o transporte público e entre outras questões que Sampaio foram esquecidas após o grande evento mundial.
FONTE: IMAGEM DO GOOGLE EARTH. AVENIDA JACU-PÊSSEGO E SUAS CONEXÕES
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3
O LUGAR 30
Neste capítulo será estudado a escala urbanística da região, desde seu contexto urbano até o contexto local. Com o objetivo de entender a dinâmica existente, será destacado: os fluxos, a hidrografia, o gabarito e usos do entorno do terreno. Além disso, este capítulo apresenta dois mapas que se baseiam nas diretrizes do Plano Regional da Subprefeitura de Itaquera, sendo um o estudo das problemáticas urbanísticas e o segundo propostas de requalificações dessas áreas residuais, nos quais facilitarão o entendimento no momento que se intervir no terreno. 31
3.1 CONTEXTO URBANO: ANÁLISE TERRITORIAL
LEGENDA: ÁREA DE INTERVENÇÃO
15
13 10 9 14
1
CEU Azul da Cor do Mar
2
Universidade Camilo Castelo Branco
3
Parque Raul Seixas
4
Parque do Carmo
5
Parque de Diversão Marisa
6
SESC Itaquera
7
FATEC
8
Shopping Metrô Itaquera
9
Poupatempo
10
Estádio do Corinthias
11
Cemitério Itaquera
12
Cemitério da Saudade
13
Parque Primavera
14
Estação Metrô Corinthias- Itaquera
15
Estação Artur Alvim
16
Estação CPTM Dom Bosco
17
Parque Linear Rio Verde
18
Subprefeitura de Itaquera
8
7 1
Fonte: http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Main/ Noticia/Visualizar/PortalSMESP/CEU-Azul-da-Cor-doMar--Informacoes-Gerais-1 ACESSO EM 25/04
Fonte: http://www.sescsp.org.br/pt/ sobre-o-sesc/palavras-do-diretor/127_ MODELO+DE+GESTAO+CULTURAL ACESSO EM 25/04
Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/ cidade/secretarias/meio_ambiente/ parques/regiao_leste/index. php?p=47006 ACESSO EM 25/04
2 17
5
12 18
6
4
16 11
3 Imagem retirada no Google Earth
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Fonte: http://www.skyscrapercity.com/ showthread.php?t=654102&page=103 ACESSO EM 25/04 Fonte: http://www.shoppingitaquera. com.br/ ACESSO EM 25/04
A área de estudo encontra-se inserida em um território muito adensado e pouco planejado, ou seja, primeiro chegaram às famílias de baixa renda, depois a infraestrutura foi instalada. Portanto, é uma área que vem sofrendo transformações gradativamente. Esta análise territorial tem como objetivo situar o leitor. Para isso, foram levantados pontos referenciais na visão do próprio morador, ou seja, sua visão como memória do bairro. 33
HIDROGRAFIA
VIAS E FLUXOS
C B B
A
A
E D
LEGENDA: ÁREA DE INTERVENÇÃO
Vias Primárias: A (Av. Jacú-Pêssego) B ( Av.Radial Leste) Vias Secundárias Linha Férrea (METRÔ/CPTM)
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As principais vias que cortam a área de estudo são: Avenida JacuPêssego e a Av. Radial Leste. Esses eixos são responsáveis por conectar a Zona Leste com o centro e outras regiões como o Grande ABC e Guarulhos. Outro importante eixo de fluxo é a linha vermelha do Metrô (Estação Corinthians-Itaquera) que conecta com a linha da CPTM, responsáveis pelo deslocamento de milhões de habitantes por dia.
LEGENDA: ÁREA DE INTERVENÇÃO
C
ÁREA DE INTERVENÇÃO
A
Córrego Jacú
D
Córrego Jacú
B
Córrego Jacupeval
E
Córrego Jacupeval
A hidrografia densa, atrelada à instalação de favelas, tem como principal fluxo o Córrego Jacú, afluente do Rio Tiête. Com o crescimento acelerado desta área e com as edificações autoconstruídas, não há Área de Proteção Permanente em suas margens, ou seja, a cidade tomou conta da várzea dos rios e consequentemente ficou sem áreas verdes. 35
EQUIPAMENTOS DE SAÚDE PÚBLICA
EQUIPAMENTOS INSTITUCIONAIS 17 15
3
13
7
16
14
18
4 5
6 3
2 1 2
10 12
8 11 9
1
ÁREA DE INTERVENÇÃO 1
36
CEU Azul da Cor do Mar
2
Irineu Monteiro de Pinho Rev
3
Nabiha Abdalla Chohfi
5
EMEF Prof. Conceição Aparecida + EMEI Cidade A.E Carvalho CEI Cidade A.E. Carvalho 2
6
10
Universidade Camilo Castelo Branco EMEF Ayres Martins Torres
EMEF Antonio Duarte de Almeida
11
Colégio Sol Nascente
7
EMEI Glauber Rocha
12
8
E.E Deputado Cássio Campolini
13
4
9
E.E Prof. Maria Cecília da Silva Grohmann CEI Goiti
14
E.E Professor Milton Cruzeiro
15
Colégio Cultura
16
Colégio Grilli Magalhães
17 18
ÁREA DE INTERVENÇÃO 1
UBS Itaquera + AMA Especialidades Itaquera
Integrado Colégio
2
UBS Vila Regina
EMEI Conjunto Habitacional Goiti
3
UBS Vila Ramos Dr. Luís Augusto de Campos
Foram levantados todas as escolas e equipamentos de saúde no entorno da área de intervenção, afim de diagnosticar as deficiências e demanda do lugar. Com o levantamento das escolas, que atingem de 0 a 17 anos, percebemos uma predominância delas no bairro. Já com os postos de saúde não foi a mesma impressão, o bairro possui um número inferior a demanda.
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3.2CONTEXTO LOCAL: A ESCOLHA DO TERRENO A escolha do terreno se deu através da necessidade do local: um bairro carente de áreas verdes, de equipamentos públicos, predominantemente residencial e de baixa renda. O terreno escolhido está localizado ao lado do CEU Azul da Cor do Mar, um dos únicos equipamentos públicos de livre acesso à comunidade. Sua escolha se deu também por sua localização às margens da Avenida Jacu-Pêssego, importante eixo estruturador do bairro que possui um importante papel dentro de Planos Regionais e Operação Urbana, como lugar de incentivo ao crescimento e desenvolvimento de novas centralidades. Além disso, o terreno está inserido nas bordas do Córrego Jacu, importante afluente do Rio Tiête, hoje totalmente esquecida por sua população. O terreno possui uma restrição que é a Área de Proteção Permanente. Por estar ao lado de um córrego é obrigatório que mantenha-se uma faixa de 30 metros a cada lado da borda do rio, com o intuito de preservar sua vegetação nativa. O terreno possui atualmente 11.039m ² com um desnível em torno de 4 metros e suas bordas foram tomadas por casas autoconstruídas. O atual responsável pelo terreno é Maria Stefano Maluf, que de acordo com os dados do Geosampa, é dona praticamente de toda gleba. Porém como não está cumprindo atualmente sua função social e para o exercício acadêmico, ele será considerado como terreno público.
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USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
AV. ERNESTO SOUZA CRUZ
MISTO
INSTITUCIONAL
RESIDENCIAL
ÁREA DE INTERVENÇÃO
Após a análise do levantamento é possível destacar a predominância do uso residencial, com características similares entre elas, como por exemplo: irregularidade fundiária, precariedade e insalubridade, como esgotos à céu aberto, falta de ventilação e insolação em algumas residências, entre outros, principalmente do lado onde a área de intervenção está localizada. Além disso, identificam-se alguns usos mistos próximo ao CEU Azul da Cor do Mar e ao longo da Avenida Ernesto Cruz. São caracterizados pelo comércio no térreo e habitação no pavimento acima. Estes comércios atendem a população local, a partir do momento que o CEU se instalou na região esses comércios começaram a aparecer esporadicamente. 39
GABARITO
PONTOS DE ÔNIBUS E FLUXOS DE PEDESTRES
1 a 2 PAVIMENTOS
2 a 3 PAVIMENTOS
3 a 4 PAVIMENTOS
PARADAS DE ÔNIBUS
ÁREA DE INTERVENÇÃO
FLUXO PEDESTRES
ÁREA DE INTERVENÇÃO
A partir do levantamento de gabarito da região, foi possível destacar a predominância de edifícios de 1 a 2 pavimentos, por ser uma área pouco desenvolvida e predominantemente residencial essa característica se afirma como verdadeira. Outro motivo para a formação desse cenário é a hegemonia de casas autoconstruídas, ou seja, são casas levantadas pela própria família, não há um técnico responsável pela obra. É comum também que a partir do momento que a família aumenta, a casa “cresce” junto para abrigar esses novos moradores, o famoso “puxadinho”. 40
É possível destacar que a região é bem servida de transporte público, principalmente com a chegada do CEU, que esses pontos de ônibus se instalaram para atender a nova demanda. Com esses pontos fixos cria-se um fluxo intenso de pedestre entre eles, as duas passarelas sobre o rio de acesso restrito a pedestre, também facilita essa sinergia no local.
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3.3 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO
IMAGEM 01: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. AV. ERNESTO CRUZ
IMAGEM 04: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. TIPOLOGIA DAS CASAS NO ENTORNO.
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IMAGEM 02: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. AV. JACU-PÊSSEGO
IMAGEM 05: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. AV. ERNESTO CRUZ
IMAGEM 03: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. CEU AZUL DA COR DO MAR
IMAGEM 06: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. EXEMPLO DO COMÉRCIO LOCAL
IMAGEM 07: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. RUA AZUL DA COR DO MAR
IMAGEM 08: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. RUA FLÔR DE BABADO
IMAGEM 09: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. RUA AZUL DA COR DO MAR
IMAGEM 10: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. AV. JACU-PÊSSEGO COM DESTAQUE PARA A OCUPAÇÃO AO LONGO DAS MARGENS DO RIO VERDE
43
14
LOCALIZAÇÃO FOTOS:
13
IMAGEM 11: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. AV. JACU-PÊSSEGO COM DESTAQUE PARA PASSARELA DE PEDESTRE
IMAGEM 12: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. ÁREA DE INTERVENÇÃO
IMAGEM 13: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. PANORAMA GERAL DA ÁREA DE ESTUDO
16 15 01 06
04 05
07
08 09
12
IMAGEM 14: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. PASSAGEM DOS DUTOS SUBTERRÂNEOS, CICACTRIZ NA MALHA URBANA
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IMAGEM 15: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. AV. CAITITÚ-EIXO DE REESTRUTURAÇÃO PREVISTA NA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA
10
11
02
03
IMAGEM 16: FOTO TIRADA PELO AUTOR DIA 23/04. CÓRREGO JACUPERAL- DESTAQUE PARA AS MORADIAS CONSTRUÍDAS EM ÁREAS DE RISCO
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3.4 PLANOS E PARÂMETROS URBANÍSTICOS
3.4 PLANOS E PARÂMETROS URBANÍSTICOS
3.4.1 Parâmetros Urbanísticos
3.4.2 Operação Urbana Consorciada Rio Verde- Jacu
A área em estudo está inserida em uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS 1), de acordo com o Plano Diretor Estratégico 16.050/2014 e a Lei de Zoneamento 16.402/2016, onde definem essas áreas como assentamentos precários e informais que podem ser consolidados e precisam ser urbanizados e regularizados do ponto de vista fundiário. • • • • • • • • •
As leis que determinam as ZEIS 1 são: Coeficiente de aproveitamento máximo: 2,5 Coeficiente de aproveitamento básico: 1 Coeficiente de aproveitamento mínimo: 0,5 Taxa de Ocupação máxima: 70% Recuos mínimos para frentes: 5 metros Quota Ambiental: 0,86 HIS 1: mínimo 60% HIS 2: permitido HMP/ Uso R ou NR: máximo 20%
FONTE: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos-do-zoneamento-2/ DESTAQUE DA ÁREA EM ESTUDO NO MAPA DO ZONEAMENTO- DISTRITO ITAQUERA
A partir da divisão do Zoneamento, a área encontra-se dentro da zona titulada “Territórios de Qualificação”, no qual buscam a manutenção de usos não residenciais existentes, o fomento às atividades produtivas, a diversidade de usos e/ou o adensamento populacional moderado. De acordo com o mapa de Macro Área de Estruturação Urbana do Plano Diretor Estratégico, a área de estudo encontra-se inserida no perímetro de incentivo ao desenvolvimento econômico Jacu-Pêssego, como mostra a figura ao lado. Portanto é possível concluir que há um incentivo para o desenvolvimento futuro desta área, principalmente ao longo da Avenida Jacu-Pêssego, importante eixo estruturador, porém hoje pouco desenvolvida. FONTE: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivosdo-zoneamento-2/ MACROÁREA DE ESTRUTURAÇÃO URBANA. NA IMAGEM ESTÁ DESTACADO O ARCO JACU-PÊSSEGO, EIXO DE DESENVOLVIMENTO
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FONTE: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/ secretarias/upload/meio_ambiente/arquivos/ apresentacao_cades_leste.pdf ESTUDO DOS SETORES DE USO.
FONTE: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/ secretarias/upload/meio_ambiente/arquivos/ apresentacao_cades_leste.pdf PORÇÃO DO TERRITÓRIO COM POTENCIAL DE TRANSFORMAÇÃO.
A Operação Urbana Consorciada Rio Verde- Jacu foi criada pela lei 13.872 de 12 de julho de 2004, com o objetivo de promover transformações urbanísticas, sociais, ambientais e melhorias nas áreas de influência da atual Avenida Jacu- Pêssego. Entre os objetivos gerais dessa operação urbana pode-se destacar: a criação de polos voltados a atração de atividades econômicas para a geração de emprego e de renda para a região; a implantação de equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano; implementação de programas de habitação de interesse social; implementação de espaços públicos; dinamização de áreas visando à geração de empregos; entre outros. Porém, apesar da operação estar regulamentada pelo Decreto 45.082/04, ainda não foi implementada, devido ao EIARIMA (Estudo de Impacto Ambiental) não estar concluído. Contudo, a operação urbana significa o desejo de desenvolvimento específico do lugar, a geração de novas centralidades, por isso foram levadas em considerações alguns de seus parâmetros ,como por exemplo, a área de intervenção está inserida em uma CS IQ 2(Área de Comércio e Serviço), no qual consiste estimular o uso misto e a implementação do Programa de Intervenções(sistema viário, áreas verdes e habitação popular). Portanto para o desenvolvimento deste trabalho serão levadas em considerações os parâmetros urbanísticos dado pela ZEIS 1, mas também considerando o “desejo” de desenvolvimento do lugar que a Operação Urbana e Planos Regionais ilustram, incentivar a diversidade de usos e de equipamentos públicos para a população. 47
3.5 Estudo da Gleba ZEIS 1 3.5.1 Conflitos da área
Para melhor entendimento da área, neste capítulo irá ser estudado a gleba pertencente a ZEIS 1 (mapa ao lado), denominada pela Lei de Zoneamento 16.402/2016, no qual o terreno está inserido. A princípio destacam-se como manifestações tipológicas da área, quatro formas de tecidos urbanos: Conjunto Habitacional, tecido regular de baixo padrão, tecido irregular e favela. Conjunto Habitacional: conjuntos construídos por órgãos públicos (COHAB ou CDHU). Essa tipologia se destaca fortemente em relação ao seu entorno de densas casas geminadas. Tecido Regular de baixo padrão: quadras bem definidas, os lotes apresentam TO próximo a 100%, os espaços intralotes são fragmentados e variáveis, lotes estreitos assim como as ruas e calçadas. Tecido irregular: lotes que não podem ser regularizados por não atenderem as legislações de parcelamento e uso do solo. Os moradores não possuem garantia de posse dos seus terrenos. São moradias autoconstruídas, os lotes acontecem de modo variável de acordo com o existente (viário, córregos) e são muito estreitos, ás vezes sem calçadas e com vias muito estreitas ou formação de vielas. Favela: espaços habitados por moradias autoconstruídas, formadas a partir da ocupação de terrenos públicos ou privado. Caracterizam-se pelo baixo índice de infraestrutura e ausência de serviços públicos. O tecido se desenvolve da mesma maneira que o tecido irregular, porém são mais estreitos, mais frágeis e mais precários.
Mapa macro da área de estudo: destaque para as ZEIS 1 e suas precariedades A área em destaque de ZEIS 1 delimita uma região altamente densa, no qual sofreu um crescimento populacional acelerado nos últimos anos. Sem planejamento urbano capaz de direcionar esse crescimento, a cidade passou a ocupar faixas lindeiras aos córregos, linha de alta tensão e dutos de gás. Consequentemente surgiram problemas como as enchentes, moradias em área de risco, precariedade e insalubridade. Além disso, caracteriza-se por ser uma região predominantemente residencial, escassa de áreas de lazer e áreas verdes. Possui traçados de ruas irregulares, com formação de vielas e becos, calçadas muito estreitas e pouca fruição na malha urbana. A gleba é formada por espaços residuais, não há devido tratamento das APP’s ao longo dos cursos d’água existentes, como propostas de áreas verdes ou parques, por exemplo. Percebe-se que muito das áreas previstas como áreas verdes e de lazer estão ocupadas por construções particulares ou campos de futebol, estes últimos muito presentes da área de estudo. A ampla difusão dos campos de futebol de várzea apontam para um dos principais conflitos da região: a escassez de áreas de lazer. Dentre os equipamentos em destaque temos, O Parque do Carmo, o Parque Raul Seixas, o SESC Itaquera e o CEU Azul da Cor do Mar, destacados nos mapas acima. Tais alternativas são poucas para o atendimento de uma população da ordem de 532.103 habitantes*, além de ser uma área de centralidade que a região representa à Zona Leste e da vinda de pessoas de diversos outros distritos para esses locais. *Fonte:http://infocidade.prefeitura.sp.gov.br/htmls/7_populacao_ censitaria_e_projecoes_populac_2008_10489.html)
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ÁREA DE INTERVENÇÃO LINHA DE ALTA TENSÃO
CÓRREGOS À CEU ABERTO FAIXA DOMÍNIO DE DUTOSPETROBRÁS
FAVELAS
FONTE: HABISP
ZEIS 1
FONTE: LEI DE ZONEAMENTO
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3.5 Estudo da Gleba ZEIS 1 3.5.2 Requalificações
PREVISÃO PARA FUTURAS ESTAÇÕES DO METRÔ
Mapa macro da área de estudo: Requalificações das áreas residuais
Após a análise sobre os conflitos da área, nesse mapa são destacadas propostas de requalificações para a gleba no contexto geral. Estas propostas estão baseadas na Operação Urbana Consorciada Rio Verde-Jacu e no Plano Regional da Subprefeitura de Itaquera. Esse estudo visa compreender na escala macro as necessidades do local, para em seguida poder chegar na escala do projeto. A requalificação dos pontos destacados visam beneficiar a gleba com áreas verdes, arruamentos prolongados, áreas de lazer e destacar possíveis terrenos para a implantação de conjuntos habitacionais. 1
Recuperação da APP do Córrego Jacuperal. De acordo com a proposta feita na Operação Urbana Rio Verde-Jacu.
2
Recuperação da APP do Rio Verde.
3
Parque Linear na área dos dutos de gás. Não pode haver construções a cada lado de 15 metros em relação ao seu eixo Desocupação das margens da linha de alta tensão. Não pode haver construções a cada lado de 15 metros em relação ao seu eixo
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A partir desta análise é possível concluir que por mais que essa área seja destinada a habitações sociais, necessita de usos diversificados para a formação de um bairro ativo. A carência por equipamentos públicos versus uma densa população formam um cenário crítico, gerador de conflitos. A mudança está no avanço desses planos urbanísticos capazes de catalisar o cenário urbano atual. FONTE: OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA RIO VERDE-FACU. DESENVOLVIMENTO DA ZONA LESTE DIRETRIZES E PROPOSTAS PARA A AV. JACU-PÊSSEGO E AV. CAITITU
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ÁREA DE INTERVENÇÃO LINHA DE ALTA TENSÃO
CÓRREGOS À CEU ABERTO
FAVELAS
FAIXA DOMÍNIO DE DUTOSPETROBRÁS
PROLONGAMENTO DAS VIAS
ZEIS 1
TERRENOS VAZIOS
FONTE: HABISP FONTE: LEI DE ZONEAMENTO
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4
CENTRO EDUCACIONAL UNIFICADO: ARQUITETURA E EDUCAÇÃO 52
Neste capítulo será abordado questões referentes ao Centro Educacional Unificado, que nesta área, destaca-se como elemento de préexistência. Este sistema de ensino tem o papel de formador do cidadão e torna-se instrumento para a estruturação da cidade. Portanto o CEU Azul da Cor do Mar possui grande importância estruturadora para o bairro, por isso foi estudada como parte do processo de construção da problemática do local.
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4.1 Educação Centro de Estruturação Urbana 4.1.1 Origem
Os projetos dos Centros Educacionais Unificados constituem como a mais recente solução de uma série de ações para reverter a desigualdade social no Brasil. A interação entre arquitetos e educadores foram de grande importância para combater o processo desenfreado de urbanização de nossas cidades. O personagem chave dessa interação foi o educador Anísio Teixeira, que após sua pós-graduação com o norte-americano John Dewey entre 1927 e 1929, foi capaz de desenvolver políticas educacionais onde a escola pública deveria cumprir o papel de formador do cidadão e instrumento para estruturação das cidades. Em paralelo, o projeto da escola-parque em Salvador, no período de 1947,reflete a concepção programática de Anísio Teixeira. Os panos envidraçados das salas de aula transpassam essa real interação da escola com a cidade, tornando obsoletos os prédios escolares da época com suas alvenarias pesadas e enclausuradas. Infelizmente a oscilação política em Salvador impediu que experiências como essa fossem disseminadas pela cidade, o que veio a ocorrer em São Paulo quando Hélio Duarte assumiu a direção de Planejamento da Comissão Executiva do Convênio Escolar (1948-1952). A rápida expansão urbana de São Paulo na década de 1940 ocasionou um grande déficit de vagas em escolas, pressionados por movimentos populares, Prefeitura Municipal e Governo Estadual firmaram um convênio para a construção e operação em massa de escolas. Foi quando Duarte reuniu uma equipe de jovens arquitetos que exploraram as potencialidades experimentadas em Salvador.
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FONTE: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/178/imagens/i87295.jpg ACESSO EM 15/04 ESCOLA PARQUE OU CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO(EM DUAS ETAPAS: 1947 E 1956) , EM SALVADOR. PANOS ENVIDRAÇADOS, RELAÇÃO DIRETA COM A CIDADE.
FONTE: http://www.escolaparque.jex.com.br/includes/imagem.php?id_ jornal=23053&id_noticia=1 ACESSO EM 15/04 ESCOLA PARQUE DE SALVADOR. SUAS FACHADAS ENVIDRAÇADAS CONECTANDO O INTERIOR COM O EXTERIOR.
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4.1 Educação Centro de Estruturação Urbana 4.1.2 Centro Educacional Unificado Assim, estruturaram em três conjuntos as atividades escolares: ensino ( salas de aula, museu e biblioteca), administração (suporte administrativo e serviços assistenciais) e recreação (área esportiva e galpão coberto para recreio). Esses conjuntos poderiam ser dispostos das mais diversas formas, dando ênfase nas atividades de socialização dos alunos entre si e destes com a comunidade local. Nos anos do Convênio Escolar, foram construídas muitas escolas, que apresentavam programas bastante amplos, incluindo salas de dança, de ginástica corretiva, consultórios médico e dentário, hortas, viveiros, laboratórios, museu escolar e anfiteatro. Após o encerramento do Convênio, essa concepção de escola serviu de exemplo para nortear diversas ações de outras instituições responsáveis pela construção escolar no Brasil, nos quais os CEU são os exemplos mais recentes.
FONTE: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/178/imagens/i87297.jpgv. ACESSO 15/04. NAS DUAS IMAGENS À ESQUERDA,GRUPO ESCOLAS ALMIRANTE BARROSO(1949). À DIREITA, NO ALTO, GRUPO ESCOLAR DE VILA LEOPOLDINA (1949) E, ACIMA, GRUPO ESCOLAR DE MOEMA(1949). TODAS ASSINADAS POR HÉLIO DUARTE, EM SÃO PAULO.
FONTE: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/178/imagens/i87304.jpg ACESSO 15/04. NAS DUAS IMAGENS À ESQUERDA, CONJUNTO EDUCACIONAL EM SÃO MIGUEL PAULISTA (1956), DE ROBERTO JOSÉ GOULART TIBAUM COLABORAÇÃO COM AC PITOMBO E JB ARRUDA. À DIREITA, GINÁSIO ESTADUAL DA PENHA (1953), EM SÃO PAULO, DE EDUARDO CORONA. AMBOS PELO CONVÊNIO ESCOLAR.
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FONTE: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/178/imagens/i87305.jpg CEU VILA DO SOL (2008), NO JARDIM ÂNGELA, SÃO PAULO.
FONTE: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/uploads/2015/04/ projeto-img2.jpg ACESSO EM 27/04. ARRANJO PARA DISTRIBUIÇÃO DOS PROGRAMAS DO CEU.
Em 2001, o Centro Educacional Unificado, foi o principal projeto da Secretaria Municipal de Educação na gestão da Marta Suplicy (2001-2004) na Prefeitura de São Paulo. A equipe de arquitetos do Departamento de Edificações da Prefeitura de São Paulo ( EDIF), formados por Alexandre Delijaicov, André Takiya e Wanderley Ariza, que se consideram herdeiros do Convênio Escolar,formularam o projeto básico dos CEUs, no qual os objetivos eram além de atender ao programa educacional, cultural, esportivo e recreativo, disseminar referenciais urbanos em regiões carentes. A Prefeitura começou a entregar, no segundo semestre de 2003 as primeiras unidades dos Centros Educacionais Unificados, dentre as 21 previstas para a primeira fase do programa, todas em bairros da periferia paulistana. O programa divide-se em: pavilhão escolar (para educação infantil e ensino fundamental); bloco destinado a atividades culturais e quadras esportivas; parque aquático com três piscinas e creche (edifício circular). Possui edificação modular, capaz de adequar-se a variados terrenos, assim cada unidade, possui sua particularidade, apropriando-se das características do terreno e das necessidades da população local. Além disso, sua estrutura é composta por elementos pré-moldados de concreto, facilitando o processo de construção. O programa básico de implantação foi seguido como forma padrão para todas as unidades instaladas, porém algumas atividades de lazer, dependendo da necessidade do lugar, puderam ser adicionadas. Esse reconhecimento do lugar é de extrema importância para a valorização e apreciação dos usuários com o
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4.1 Educação Centro de Estruturação Urbana 4.1.3 Gerações espaço construído, o edifício assume seu papel transformador. Os CEUs são estruturas de grande porte, podendo comportar em média 2.400 alunos. É possível identificar em sua concepção, que além de seguir rigorosamente os termos técnicos pedagógicos, eles funcionam como “catalisadores urbanos”, ou seja, mesmo que inseridos em áreas de construções precárias, acredita-se que sua presença possa exercer uma marca positiva no bairro, favorecendo que seu entorno se desenvolva. É possível identificar, arquitetonicamente falando, que as características presentes na Escola-Parque em Salvador e do Convênio-Escolar, são muito presentes nos CEUs que estão sendo construídos em São Paulo. Por fim, mesmo que feitos em novos tempos, as principais características que permanecem nos projetos dos CEUs são: a divisão funcional dos volumes, o emprego de blocos alongados para as salas de aula e o contraponto de um volume que foge da ortogonalidade, no caso a creche no CEU e na Escola-Parque Carneiro Ribeiro, em Salvador, a biblioteca de planta circular e cobertura de concreto radialmente dobrados em pregas.
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FONTE: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.055/517 ACESSO EM 27/04. CEU ROSA DA CHINA, SÃO PAULO, PROJETO DE ALEXANDRE DELIJAICOV, ANDRÉ TAKIYA E WANDERLEY ARIZA.
FONTE: Territórios CEUs. Centro Educacionais Unificados. Prefeitura de São Paulo, 2015. ACESSO EM 30/04 TERRITÓRIO CEU VILA MATILDE, AINDA NÃO CONCLUÍDA.
FONTE: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.055/517 ACESSO EM 27/04 CEU BUTANTÃ, SÃO PAULO, PROJETO DE ALEXANDRE DELIJAICOV, ANDRÉ TAKIYA E WANDERLEY ARIZA.
FONTE: http://www.unisolbrasil.org.br/2015/wp-content/uploads/2015/05/CEUlajeado-Economia-das-Culturas-e-C.jpg ACESSO EM 30/04. CEU LAJEADO, INAUGURADO EM 2008.
A cidade de São Paulo possui atualmente 45 Centros Educacionais Unificados, nos quais foram implantados em três períodos: a primeira fase se deu na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (2001-2004), a segunda na gestão do ex-prefeito José Serra (2005-2006) continuada na gestão do prefeito Gilberto Kassab (2006-2012) e a terceira com o atual Prefeito Fernando Haddad. Na primeira fase foram construídos 21 CEUs, cujo projeto arquitetônico é dos arquitetos do Departamento de Edificações da Secretaria de Serviços e Obras, Alexandre Delijaicov, André Takiya e Wanderley Ariza. Foram indicados 260 terrenos com a metragem ideal, a condição legal, a demanda de vagas juntamente com as construções de equipamentos previstos para o entorno da região para implantação do programa, o critério de escolha foi feita de modo a respeitar o meio ambiente, a topografia e a geografia do lugar. Já na segunda fase foram construídos 24 CEUs, a escolha dos terrenos desse período foi feita ainda no governo da Marta Suplicy e a gestão do Serra apenas deu prosseguimento às construções. Nesta fase, os projetos foram mais compactos do que os da primeira fase, a justificativa era o ajuste econômico nos orçamentos. É nessa fase que o CEU Azul da Cor do Mar foi construído, por isso seu programa é menor do que os mais atuais. Na terceira e atual fase, os novos Territórios CEUs ampliam o conceito original de integração entre programas educacionais, ao possibilitar a integração com outros equipamentos públicos do bairro. A atual gestão busca implantar mais 20 Territórios CEUs.
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4.2 O CEU Azul da Cor do Mar 4.2.1 O Bairro Jardim Vila Nova
O Jardim Vila Nova, bairro no qual o CEU se instalou, começou a ser ocupado timidamente em 1994, porém foi em 1996, com a explosão do movimento por moradia, que líderes comunitários organizaram a ocupação nessa região. Nomearam ruas, abriram vias e distribuíram lotes as famílias interessadas. Foi nesse cenário que o bairro começou a se desenvolver. O IPESP, dono da área, fez várias tentativas de reintegração de posse, porém sem sucesso. Em 1998, depois de muita mobilização popular, com a aprovação de lei 10.000/98, o IPESP vendeu suas terras para o CDHU, afim da construção de moradias populares. Em 1999, todas as famílias foram cadastradas e receberam um termo que garantia posse do terreno. No mesmo período, a CDHU contratou uma empresa para fazer um planejamento urbano para a área, mas a iniciativa foi abandonada. Sem planejamento urbano e com o crescimento acelerado da população, o bairro continuou com o processo de autoconstrução, sem infraestrutura e saneamento básico. Desta forma, novos movimentos liderados pelos próprios moradores, foram realizados afim de reinvidicar melhorias básicas para o bairro. Hoje, calcula-se que o bairro tenha aproximadamente 6 a 7 mil residências, com o equivalente a 20 a 30 mil habitantes. Na tentativa de atender a demanda da população, a Secretaria Municipal da Educação, construiu, em caráter de urgência, no atual terreno do CEU, a EMEF e EMEI Jardim Vila Nova, que ficou mais conhecida como “escola de lata”, pois foram construídas com paredes e cobertura de zinco. Mesmo com toda a precariedade, a escola sediou, em 2002, o Plenário de Orçamento Participativo, no qual elegeram o bairro
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FONTE:https://www.facebook.com/290256657656600/photos/a.580730711942 525.147784.290256657656600/580730765275853/?type=3&theater ACESSO EM 30/04 PROCESSO DE OCUPAÇÃO DO BAIRRO JARDIM VILA NOVA.
Jardim Vila Nova, como prioridade para a construção de um CEU. Porém, mas uma vez, com a incompatibilidade de partidos no governo, o projeto foi deixado de lado. O bairro precisou usar os jornais para convocar a população a lutar pela construção de seus direitos. O instituto Ocupa-Ação Social, uma das associações existentes no bairro, foi responsável por organizar e distribuir folhetos, informando a população o que estava acontecendo. Somente em 2005 que o ex- Prefeito Serra anunciou o início da construção CEU Azul da Cor do Mar. Finalmente, em 27/10/2007, na gestão do ex-Prefeito Gilberto Kassab, o CEU foi inaugurado.
FONTE: https://www.facebook.com/290256657656600/ photos/a.580730711942525.147784.290256657656600/58073098 1942498/?type=3&theater ACESSO EM 30/04 IMAGEM DO FOLHETO DISTRIBUÍDO A TODA POPULAÇÃO DO BAIRRO COMO FORMA DE REINVIDICAR DIREITOS.
FONTE: https://www.facebook.com/290256657656600/photos/a.580730711942 525.147784.290256657656600/580730858609177/?type=3&theater ACESSO EM 30/04 IMAGEM DO PERÍODO DAS ESCOLAS DE LATA, ATUAL TERRENO QUE O CEU AZUL DA COR DO MAR FOI CONSTRUÍDO.
FONTE: https://www.facebook.com/290256657656600/ photos/a.580730711942525.147784.290256657656600/58073098 1942498/?type=3&theater ACESSO EM 30/04 CAPA DO JORNAL ANUNCIANDO A CONSTRUÇÃO DE UM CEU NO BAIRRO.
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4.2 O CEU Azul da Cor do Mar 4.2.2 Programa
ACESSO PRINCIPAL ALUNO
COMPLEXO PISCINAS
FOYER TEATRO
EMEF
EMEI/CEI
QUADRA COBERTA
FONTE: PLANTA CEDIDA PELA EDIF. ESTUDO DOS SETORES DIDÁTICOS DO CEU AZUL DA COR DO MAR.
QUADRA DESCOBERTA REFEITÓRIO/BIBLIOTECA
O Centro Educacional Unificado, além de possuir sua grade curricular voltado ao ensino escolar, possui também atividades culturais abertas à comunidade, tornando-se ponto referencial para seus moradores como alternativa de aprendizado diferenciado. Todas as atividades culturais exercidas dentro do CEU dependem de parcerias, como por exemplo, SME (Secretaria Municipal de Educação), FILAFRO (Orquestra Filantrópica Afro Brasileira), SENAC, ETEC, MSU (Movimento sem Universidade), dentre outros, que oferecem cursos totalmente gratuitos voltados a todas faixas etárias, com prioridade aos alunos e depois aos moradores. Esses cursos englobam aulas de músicas, teatro, dança, esportes em geral, cursos específicos, etc, no qual ocorrem esporadicamente, pois dependem dessa parceria. As quadras poliesportivas, piscinas e as oficinas culturais são muito procuradas pelos alunos e moradores da região, muitas vezes insuficientes para a demanda do local.
FOTO TIRADA PELO AUTOR NO DIA 06/03. IMAGENS DAS ÁREAS QUE PODEM SER UTILIZADAS PELOS MORADORES DO BAIRRO: AS PISCINAS E A QUADRA POLIESPORTIVA DESCOBERTA. UM DOS ÚNICOS EQUIPAMENTOS DE LAZER DA REGIÃO DE ESTUDO.
O CEU possui como infraestrutura: Teatro Azul da Cor do Mar com 400 lugares; Biblioteca Azul da Cor do Mar; Telecentro; 3 piscinas; 1 quadra coberta;1 quadra descoberta; 2 salas de ginástica;2 salas de dança; 2 salas de curso. Além de atender à alunos da pré-escola (CEI CEU Azul da Cor do Mar), educação infantil ( EMEI Jardim Vila Nova), Ensino Fundamental ( EMEF Professora Conceição Aparecida de Jesus), Escola Técnica ( ETEC Zona Leste ), atualmente com os cursos de administração e técnico em informática e por fim a Universidade Aberta (Polo UAB), que hoje possui somente cursos à distância, mas com probabilidade de extensão.
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4.3 O CEU e a Cidade De acordo com o filósofo francês, Henri Lefebvre (1901-1991), as lutas sociais, a partir da cidade industrial, se dão em torno do “Direito à Cidade”. Portanto, todo cidadão tem o direito de viver à cidade e à vida urbana. Todas as reinvidicações inspiradas na ideia de direitos do homem, são capazes de mobilizar energias coletivas e de se transformarem em uma força suscetível de exercer pressão na política. Portanto, o direito à cidade significa uma centralidade renovada, locais de encontro e de troca, de confrontos das diferenças e de conhecimentos e reconhecimentos recíprocos. Viver na periferia é muitas vezes viver no limite da dignidade humana. Os idealizadores do CEU, ligados a Prefeitura Municipal de São Paulo, acreditavam que a educação de qualidade era um direito que fora roubados dos cidadãos da periferia. O CEU é uma praça de equimantos públicos em lugares onde não haviam praças, onde os serviços públicos voltados para saúde, educação e cultura eram escassos. Um espaço de construção do indivíduo, de uma participação democrática em uma cidade desigual. Nos dias de hoje, ao se pensar nas maneiras de reverter as desigualdades sociais na cidade chegamos a conclusão que a implantação de equipamentos públicos podem ser ferramentas capazes de promover a transformação urbana. Portanto, a principal missão do CEU é regenerar a cidade, transformando-a em um espaço que educa e que humaniza. Ao se projetar um novo equipamento na periferia, uma série de benefícios também são concebidos para essa
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comunidade, como por exemplo, ruas asfaltadas, iluminação pública, saneamento básico, maior circulação de transporte público, ampliação do comércio local, desenvolvimento social, diminuição dos índices de violência, entre outros. No plano urbanístico, o CEU também significa Centro de Estruturação Urbana ou Conjunto de Equipamentos Urbanos. De acordo com Alexandre Delijaicov, um dos arquitetos responsáveis pelo projeto do CEU, o desenho do Centro Educacional veio atender à necessidade de criar pólos estruturadores urbanos, justamente onde ela se encontra mais desestruturadas, o cinturão periférico, onde a cidade não se constituiu porque o que compõe uma cidade é formado por um tripé:infraestrutura, equipamentos públicos e educação. A seguir serão ilustradas imagens feitas no dia 11/12/2015 retirada da rede social CEU Azul da Cor do Mar, onde foi realizado um evento com o objetivo de revitalizar a área do entorno e com isso possibilitar novos espaços para atividades esportivas, culturais, artísticas e de lazer. Este evento realizado no final do ano passado reflete a importância que o Centro Educacional tem com sua comunidade e a sua necessidade por mais espaços públicos.
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“ Experenciar a vida na cidade é também um entretenimento estimulante e divertido. As cenas mudam a cada minuto. Há muito a se ver: comportamentos, rostos, cores e sentimentos. E essas experiências estão relacionadas a um dos mais importantes temas da vida humana: as pessoas” Arquiteto Jan Gehl 66
A PRAÇA CÍVICA: APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO PELO USUÁRIO
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Neste capítulo será abordado o conceito de centro cívico, desde sua origem e suas variações ao longo das décadas, como por exemplo, a forma como este complexo se relaciona com a cidade e seus usuários. Além disso, será discutido a praça como elemento estruturador do espaço urbano, como sua importância e características variam ao longo dos anos. Por fim serão destacados alguns projetos de espaços públicos que permitem a interação e a permanência do usuário, objetivo no qual servirá de referências para a execução do projeto. 67
5.1 Centro Cívico: Atmosfera Além da Arquitetura
FONTE: http://vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/09.106/3744 ACESSO EM 02/05. UM DOS PRIMEIVROS ENSAIOS SOBRE CENTROS CÍVICOS: PROJETO CIDADE DOS MOTORES NO RIO DE JANEIRO, CONSISTIA EM UMA CIDADE PARA OS OPERÁRIOS JUNTO À FÁBRICA NACIONAL DOS MOTORES. DÉCADA DE 40.
FONTE:MUELLER, OSCAR. CENTRO CÍVICO DE CURITIBA UM ESPAÇO IDENTITÁRIO. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2006 PERSPECTIVA AÉREA DO CENTRO CÍVICO DE CURITIBA. O PRIMEIRO CENTRO CÍVICO DO BRASIL. * Pereira, Raquel Machado Marques. Três Poderes: A Arquitetura Cívica Paulista, 1950-1970. Dissertação de Mestrado em Arquitetura– Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo, 2012. Vol. único, 230 páginas.
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O Centro Cívico surgiu no Movimento Moderno, seguindo o modelo de rigidez formal, seus imponentes edifícios políticos administrativos localizavam-se no centro da cidade, para que todos tivessem fácil acesso aos serviços públicos. Esse tema foi abordado, no âmbito internacional, pelos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna- CIAMs. No Brasil, este conceito foi abordado através da Arquitetura Moderna Brasileira no momento da construção de Brasília(1956-1961) e do Plano de Desenvolvimento do Governo de Juscelino Kubistchek (1956-1961) no âmbito nacional e do Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto(1959-1966) no âmbito regional. “Entendeu-se aqui por Arquitetura Cívica aquela destinada a abrigar as funções cívicas governamentais, ou seja, os equipamentos necessários ao exercício dos Três Poderes da República em todas as instâncias – Federal, Estadual e Municipal; cujo projeto frequentemente buscou configurar um novo setor na cidade, um agrupamento de novos conjuntos de edifícios constituindo marcos na paisagem, representando o poder e a organização dos municípios, dos estados e da união federativa; conjuntos que frequentemente incluíram e combinaram espaços abertos e/ou fechados para lazer e cultura.”*
Estes edifícios que compõem os Centros Cívicos, quase sempre buscavam ativar um espaço cívico que extrapolasse a simples necessidade funcional e programática do edifício, em busca da configuração de um “Coração de Cidade”, tema discutido em debates da década de 1940. 69
5.2 A Praça como Espaço Coletivo Em 1943 no Manifesto de “Nove Pontos da Monumentalidade” escrita por Siegfried Giedion, José Luis Sert e Fernand Léger, foi abordado a questão da monumentalidade dos edifícios e seus espaços públicos. Este tema foi de grande importância para dar a continuidade na reunião do oitavo CIAM, também no mesmo perído, cujo debates tinha como objetivo o “Coração da Cidade”. O “Core” enfatizado no congresso do CIAM enfatizava o processo de recentralização, tornando o núcleo central da cidade, um verdadeiro coração físico da comunidade, além de um lugar livre para manifestações democráticas. Esses debates foram cruciais para a repercussão do urbanismo na arquitetura cívica internacional e brasileira. Os anos de 1950-60 foi marcado pela construção de muitos centros cívicos em todo o mundo, assim como no Brasil. Dando continuidade até a decada de 70, houve um incremento dos programas na arquitetura cívica, englobando além dos centros políticos-administrativos, equipamentos públicos, como praças, teatros, bibliotecas, espaços de exposições, além das instalações para o poder Executivo, Legislativo e Judiciário, cujas propostas se mostravam interessadas não apenas em atender seus respectivos programas funcionais, mas também em ativas o potencial desses projeto. É neste momento que o Centro Cívico passa a ter um papel estruturador, no sentido de renovar os centros urbanos e resgatar a centralidade.
FONTE: V ACESSO EM 02/05. PALÁCIO RIO BRANCO, NA PRAÇA MUNICIPAL DE SALVADOR.
FONTE: Fonte: MUELLER, O. Centro Cívico de Curitiba Um Espaço Identitário. 2006, p.71. MAQUETE FÍSICA DO CENTRO DE CURITIBA.
Segundo Júnia Marques Caldeira, em “A Praça Brasileira. Trajetória de um espaço urbano: Origem e Modernidade”, analisa a trajetória das praças brasileiras vinculada ao desenvolvimento dos processos urbanísticos, de modo a investigar seu caráter simbólico nos momentos de ruptura transformações no desenho da cidade. A partir do século XVII, a praça brasileira passa a ser geradora do traçado, com características de “centro simbólico, funcional e formal da cidade”, onde se implantam os principais edifícios político-administrativos. Estes edifícios articulavam-se à geração do espaço livre destinado à aglomeração popular e à reunião cívica. A configuração desses espaços livres eram produtos das edificações do seu entorno construído. O principal exemplo deste período é a Praça Municipal de Salvador, uma das primeiras configurações de praças cívicas no país. O segundo momento de formação das praças cívicas no Brasil , conforme Caldeira, foi no período de consolidação das capitais estaduais (Belo Horizonte, Goiânia e Palmas) e de Brasília, após a proclamação da república e a necessidade da implantação de edifícios políticos-administrativos, como Palácio do Governo, Palácio da Justiça, Secretarias, Assembleias, etc. É nesse período que as praças cívicas já nascem assumindo escalas compatíveis com sua importância simbólica enquanto pontos referenciais urbanos. Já no século XX , segundo Caldeira, a configuração das praças cívicas são baseadas nos princípios da Arquitetura Moderna, projetadas por urbanistas funcionalistas, nos quais estruturam um cenário de edificações e monumentos, sem a intenção de objetivar sua apropriação como espaço de uso coletivo.
FONTE: http://fotospublicas.com/salvador-completa-466-anos-no-dia-29-demarco/ ACESSO EM 02/05. CRONOLOGIA DAS NOVAS CAPITAIS BRASILEIRAS QUE FORAM PLANEJADAS E CONSTRUÍDAS NO FINAL DO SÉCULO XIX.
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5.3 Referências de Praças Articuladoras Sua principal função é de articular os conjuntos das edificações e como espaço vazio, serve como local de passagem, proporcionando o livre deslocamento entre os conjuntos. São espaços que funcionam como suporte da arquitetura, desempenhando um papel simbólico de valorizar a arquitetura. Sem o objetivo de socialização, esses espaços tornam-se secos e vazios., utilizados apenas quando se desenvolvem atividades programáticas. Exemplo dessa configuração urbana é a Praça dos Três Poderes em Brasília (1956) de Lúcio Costa.
Neste capítulo analisaremos algumas referências de praças no período pós-moderno, onde a concepção do espaço público passa a ser voltado para escala do pedestre, na busca pela socialização e sentimento de pertencimento do lugar. De acordo com Jan Gehl em seu livro “Cidade para Pessoas”, após anos de negligência, inúmeros projetos inspiradores e estratégias urbanas apontam para uma nova direção de planejamento urbano nas cidades. A cidade passa a ser local de encontro das pessoa, da trocas de ideias, para comprar, vender ou simplesmente relaxar. As praças, as ruas, o parque tornam-se elementos estruturadores da gramática da cidade, fornecem estruturas que permitem a cidade nascer, estimular e acomodar diversas atividades. A cidade se sustenta através da dinâmica urbana, da mistura de usos, das diferentes etnias, idades, rendas, compondo assim o cenário urbano.
FONTE: http://ilovetrip.com.br/wp-content/uploads/dois-candangos-brasiliadf-pra%C3%A7a-tres-poderes.jpg ACESSO EM 02/05. PRAÇA DOS TRÊS PODERES, EXEMPLO DE CONFIGURAÇÃO URBANA MODERNA DO SÉCULO XX.
“inicialmente nós moldamos as cidades- depois elas nos moldam. Assim, quanto mais humano for o espaço urbano que produzimos, mais valorizada nossa dimensão humana estará. Uma cidade de pessoas para pessoas.” *
A partir desta introdução feita baseada no conceito de Jan Gehl, serão analisados a seguir algumas praças que possuem esse caráter de Cidade Viva. FONTE: http://jonathandlowe.com/ ACESSO EM 02/05 ILUSTRAÇÃO DE UMA CIDADE VIVA
* Gehl, Jan. Cidade para Pessoas.
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5.3 Referências de Praças Articuladoras
5.3 Referências de Praças Articuladoras
5.3.1 Praça do Pompidou
FONTE: http://www.platdujour.com.br/wp-content/uploads/2016/03/177-44_cmjn.jpg ACESSO EM 02/05. PRAÇA DO POMPIDOU
FONTE: http://1.bp.blogspot. com/_Z-0l5SKen_M/TQoLBPDl-TI/ AAAAAAAAB3g/7pDeweN8wmk/s1600/ IMG_9682.JPG ACESSO EM 02/05 UM GRUPO PORTUGÊS SE APRESENTANDO NA PRAÇA DE CONVÍVEO DO CENTRO DO POMPIDOU
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5.3.2 Praça Franklin Roosevelt O projeto do Pompidou, realizado em 1977, pelos arquitetos Renzo Piano e Richard Rogers em Paris, revolucionou a arquitetura de lá para cá, pois projetaram um edifício hightech, totalmente inovador para a época. O edifício possui um exoesqueleto estruturado com um sistema de conexões, tubos e cabos de aço, altamente tecnológico. A parte exterior é formada por uma praça levemente em declive, capaz de comportar diversos usos e funções. Essa topografia da praça, criada de forma proposital, é capaz de se tornar uma plateia em dias de eventos, além de proporcionar ao usuário o mesmo conceito desenvolvido por Le Corbusier, o da promenade. Sua escala permite ocasionar encontros, trocas de ideias e também é capaz de suportar eventos maiores, como espetáculos à ceu aberto de dança e música, por exemplo.
FONTE: http://images.adsttc.com/media/images/5088/d8cf/28ba/0d75/7500/00f2/large_jpg/Site_Plan.jpg?141340075 ACESSO EM 18/05. ‘ IMPLANTAÇÃO PROJETO SUPERKILEN.
O projeto realizado em 2012 pelo BIG Architects, Topotek1 e Superflex reflete o apoio a um bairro etnicamente diversificado na Dinamarca. O Superkilen possui em torno de 800 metros de comprimento, é uma exposição mundial de objetos e móveis do cotidiano do mundo todo, incluindo bancos, postes de iluminação, lata de lixo e plantas. Essa prática urbana busca aproximar-se de seus moradores e desenvolver um espaço ativo para os usuários deste parque. Por se tornar um marco na escala regional, a praça se confunde com um parque urbano, que se extende entre a malha urbana da cidade, criando três situações distintas: a praça vermelha, o preto e o verde. A confluência dessas três cores criam um ambiente dinâmico para o cotidiano desse bairro. A praça vermelha abriga as atividades esportivas e o “carpet” vermelho tem a função de unir tais atividades. Já a praça preta tem o objetivo de destacar seus mobiliários urbanos, através de faixas brancas desenhadas no chão que direcionam ao sul, curvando-se em torno do mobiliário para evitar tocá-lo, destacando assim os móveis, em vez de ser apenas um “carpet” sob eles. Por fim a praça verde, chamado de “Green Park” possui colinas que abrigam atividades infantis e quadras poliesportivas para o encontro dos moradores. 75
5.3 Referências de Praças Articuladoras
5.3 Referências de Praças Articuladoras
5.3.3 Museu da Memória - Santiago, Chile
5.3.4 Centro Cívico de Oslo O Museu da Memória no Chile, construído em 2009, é constituído por um espaço generoso, amplo de possibilidades e percursos, no qual permitem a transposição por entre a quadra, de maneira natural e livre. Os elementos que compõem o projeto possuem caráter cívico, como a rampa do Museu, a praça da Memória, o pátio jardim, constituem elementos hierarquizardos, que desenham este complexo metropolitano. A praça da Memória, caracterizado por ser uma praça seca, cria um desnível capaz de tornar o espaço palco de diversos acontecimentos, os degraus viram platéia, e assim os usuários se apropiam do lugar de maneira efêmera.
FONTE: https://concursosdeprojeto.files.wordpress.com/2010/05/05-foto-cristobal-palma-museo-de-la-memoria-165. jpg ACESSO EM 02/05. PRAÇA CÍVICA DO MUSEU DA MEMÓRIA NO CHILE
FONTE: http://www.sitesandbites.com/ wp-content/uploads/2013/11/Museuo-ofMemory-Human-Rights.jpg ACESSO EM 02/05. PRAÇA DO MUSEU PALCO DE DISCUSSÕES E EVENTOS DA POPULAÇÃO
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FONTE: http://www.scanmatic.no/wp-content/uploads/2012/03/Operaen-i-Oslo-08_photo-Erik-Berg-1024x847.jpg ACESSO EM 02/05. AGLOMERAÇÃO DE PESSOAS EM UM EVENTO MUSICAL NA PRAÇA DE OSLO
A Ópera de Oslo, construída em 2007 em Oslo na Noruega, possui em seu programa ópera, balé, música e teatro de dança. Localizada em uma cidade portuária, o projeto desenvolve-se através de uma parede na linha em que a terra e o mar se encontram, a Noruega e o mundo, a arte e a vida cotidiana. A cobertura em mármore cria uma grande praça pública, que se extende até o mar e leva até o topo do projeto, criando um mirante em direção ao horizonte. Este tipo de praça que avança a cobertura constitui um arranjo relativamente recente na arquitetura, porém utilizando um conceito de Le Corbusier, o promenade. Esta configuração permite que o usuário se aproprie do local e utilize da maneira que achar melhor.
FONTE: http://thesuperslice.com/wpcontent/uploads/2011/11/oslo_01.jpg ACESSO EM 02/05. OPERA DE OSLO.
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6 ESTUDO DE CASOS
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Neste capítulo serão analisados projetos de centros cívicos que inspiram por articular diversos usos, como atividades administrativas, esportivas, culturais, educacionais e habitação , em um único edifício, criando um grande complexo comunitário aos moradores da região. Estes centros cívicos tem em comum o objetivo de reestruturar todo seu entorno no qual estão inseridos e gerar um novo polo de dinâmicas sociais e culturais. 79
6.1 Centro Cívico Scandicci Localização: Scandicci-Itália Ano: 2006-2013 Área do terreno: 26.000 m² Área por pavimento: 15.000 m² Arquitetos: Rogers Stirk Harbour + Partners O projeto para o novo Centro Cívico de Scandicci teve como principal objetivo transformar a área de uma remota cidade satélite em um centro revitalizado. A partir de um plano urbanístico (Master Plan) encomendado pela Prefeitura de Scandicci, o projeto possui ligação direta com o centro de Florença, através de uma linha de bonde, tornando-se elemento chave para a integração urbana. Criar essa ligação de transportes públicos incentiva o desenvolvimento e desencoraja o uso FONTE: http://www.palagioengineering.com/en/portfolio_page/nuovo-centro-civico-scandicci-firenze/# ACESSO EM do automóvel como principal meio de locomoção,30/04. PRAÇA DE ACESSO AO EDIFÍCIO CULTURAL DO CENTRO CÍVICO evitando assim, o espraiamento urbano. Este projeto torna-se um grande catalisador na escala regional, pois revitaliza e cria novos pólos, novas centralidades. Na questão programática o projeto inspirou por sua mistura de usos em diferentes edifícios, incluindo um centro cultural. um edifício comercial e um residencial. FONTE: http://www.rsh-p.com/ FONTE : http://www.archdaily.com.br/br/01-165969/novocentro-civico-de-scandicci-slash-rogers-stirk-harbour-pluspartners/52aaaef1e8e44ee88f0000b7-nuovo-centro-civico-in-scandiccirogers-stirk-harbour-partners-photo ACESSO EM 15/03. LINHA DE BONDE ELÉTRICO: PRINCIPAL LIGAÇÃO COM FLORENÇA.
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projects/gallery/?i=349&p=3485_ N2770_s0 ACESSO 15/03 DIAGRAMA DE LIGAÇÃO ENTRE SCANDICCI E O CENTRO DE FLORENÇA, ATRAVÉS DA LINHA DE BONDE.
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COBERTURA DE ACESSO
FONTE: http://www.rsh-p.com/projects/ gallery/?i=349&p=3485_N2770_s0 ACESSO EM 15/03. PERSPECTIVA DA IMPLANTAÇÃO
BLOCO CENTRO CULTURAL
PRAÇA CÍVICA
COBERTURA LINHA DO BONDE
FONTE: http://www.rsh-p.com/projects/ gallery/?i=349&p=3485_N2770_s0 ACESSO EM 15/03. PERSPECTIVA DA LINHA DO BONDE
LINHA DE BONDE EDIFÍCIO SERVIÇO
EDIFÍCIO RESIDENCIAL+ COMÉRCIO TÉRREO
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-165969/novo-centro-civico-de-scandicci-slashrogers-stirk-harbour-plus-partners/52aaaf3be8e44e01d10000ae-nuovo-centro-civico-inscandicci-rogers-stirk-harbour-partners-site-plan ACESSO 15/03. IMPLANTAÇÃO
CENTRO CULTURAL(1.900 m²): Enquadra a borda leste da praça e oferece um espaço multifuncional capaz de suportar diversos eventos, como: seminários, conferências, exposições e concertos. Oferece espaços internos totalmente flexíveis, permitindo adaptações variáveis. Pode trabalhar independente ou em conjunto com a praça,afim de estimular atividades públicas. EDIFÍCIO SERVIÇO(4.000 m²): Possui estrutura totalmente flexível, podendo adaptar-se internamente tanto como uma planta única livre quanto dividida por baias. Sua verticalidade marca o skyline, orientando as pessoas para o centro revitalizado de Scandicci. EDIFÍCIO RESIDENCIAL(7.250 m²): Também possui estrutura flexível, podendo adaptar-se as necessidades do mercado.
Os elementos extraídos dessa análise para a construção do projeto foram: a praça cívica, a disposição dos conjuntos habitacionais e a definição programática dos edifícios. A praça cívica, neste projeto, é o principal elemento estruturador FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-165969/novo-centro-civico-de-scandicci-slash-rogers-stirk-harbour-plus dos edifícios com seus diferentes partners/52aaaf39e8e44ee88f0000b9-nuovo-centro-civico-in-scandicci-rogers-stirk-harbour-partners-section ACESSO EM 15/03. CORTE LONGITUDINAL COM A DISPOSIÇÃO DOS PROGRAMAS usos, ela é capaz de condensar todas as necessidades em um único lugar. além de oferecer um novo espaço para encontros e trocas de ideias entre seus usuários. Já a disposição dos conjuntos habitacionais criam um sistema de CENTRO CULTURAL circulação eficiente e compacta. Além de permitir a formação de um núcleo EDIFÍCIO hidraúlico a partir da distribuição do RESIDENCIAL layout dos apartamentos. FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-165969/novo-centro-civico-de-scandicci-slash-rogersPor fim, o último elemento stirk-harbour-plus-partners/52aaaef4e8e44e307c0000b5-nuovo-centro-civico-in-scandicciEDIFÍCIO DE SERVIÇO rogers-stirk-harbour-partners-section ACESSO 15/03 extraído desse estudo de caso foi a CORTE LONGITUDINAL NO EDIFÍCIO DE HABITAÇÕES definição programática dos edifícios. COMÉRCIO Já que neste centro cívico espaços para cultura, habitação e serviço são ESTACIONAMENTO aglutinados em um único lugar. CIRCULAÇÃO HAB. TIPO 1 FONTE:http://www.archdaily.com.br/br/01-165969/novo-centro-civico-de-scandicci-slash-rogersstirk-harbour-plus-partners/52aaae98e8e44ee88f0000b5-nuovo-centro-civico-in-scandiccirogers-stirk-harbour-partners-floor-plan ACESSO EM 15/03. PLANTA SETORIZADA DAS TIPOLOGIAS DE HABITAÇÃO.
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HAB. TIPO 2 HAB. TIPO 3
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6.2 Centro Cívico Salburua Localização: Vitoria-Gasteiz, Álava, Espanha Ano: 2015 Área: 12.840 m² Arquitetos: ACXT
FONTE: http://www.rsh-p.com/projects/gallery/?i=349&p=3485_N3216 ACESSO 15/03
FONTE: http://www.rsh-p.com/projects/gallery/?i=349&p=3485_N3472 ACESSO 15/03
“A praça é o foco da vida civil, no qual é objeto de todo o projeto, como forma de promover um sentido cívico e a identidade da cidade” Simone Gheri
FONTE: http://www.rsh-p.com/projects/gallery/?i=349&p=3485_N3208 ACESSO 15/03
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A análise deste projeto visa extrair sua distribuição programática, identificar sua importância na escala do bairro e como seus moradores poderão usufruir deste equipamento. O programa deste centro cívico combina atividades esportivas, culturais e administrativas para a comunidade do bairro de Salburua em Vitória na Espanha. O projeto foi concebido como ponto de encontro de usuários, um local onde pode-se desenvolver diversas atividades sociais, culturais, lúdicas e esportivas. Localizado na frente do Parque del Este, o centro cívico é capaz de restruturar todo seu entorno, tornando-se uma referência na escala regional do bairro. Apesar de ser um edifício muito compacto, 110 metros x 60 metros, é capaz trazer a iluminação para todos os setores, graças a muitos pátios que atravessam a edificação. Além de ajudar a estabelecer relações visuais entre as diversas atividades que ela recebe.
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-center-acxt/55dfb951e58ecee53000003e-centro-civicosalburua-acxt-photo ACESSO EM 09/05. LOCALIZAÇÃO DO CENTRO CÍVICO NA FRENTE DO PARQUE DEL ESTE. FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-center-acxt/55dfb8f3e58ece081b000048-centro-civicosalburua-acxt-photo ACESSO EM 09/05. CENTRO CÍVICO VISTO DO OUTRO LADO DO PARQUE.
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-165969/novo-centro-civico-de-scandicci-slash-rogersstirk-harbour-plus-partners/52aaae95e8e44e307c0000b0-nuovo-centro-civico-in-scandiccirogers-stirk-harbour-partners-photo ACESSO 15/03
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1° PAV TÉRREO SUBSOLO
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-center-acxt/55dfcf63e58ecee5300000c8-centro-civico-salburua-acxt-section ACESSO EM 09/05. CORTE LONGITUDINAL
O programa dividi-se pelos pavimentos, sendo que no térreo desenvolve-se as atividades voltadas ao público, como o café, o lounge, a sala de conferências e etc. No subsolo localizam-se os equipamentos esportivos, com exceção da piscina e no primeiro pavimento recebe as áreas administrativas, os espaços culturais ( biblioteca, sala de estudos e oficinas) e a piscina com seus vestiários.
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-centeracxt/55dfcea9e58ece081b0000d6-centro-civico-salburua-acxt-floor-plan ACESSO EM 20/03. PLANTA 1° PAVIMENTO
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-centeracxt/55dfcef8e58ece081b0000d9-centro-civico-salburua-acxt-floor-plan ACESSO EM 20/03. PLANTA PISCINAS.
ÁREAS DE APOIO/VESTIÁRIOS CIRCULAÇÃO VERTICAL SALAS DE LEITURA/OFICINAS BIBLIOTECA SALAS DE CONFERÊNCIAS RESTAURANTE ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-centeracxt/55dfcebde58ecee5300000c4-centro-civico-salburua-acxt-floorplan ACESSO EM 20/03. PLANTA SUBSOLO
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FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-centeracxt/55dfce5ee58ecee5300000c1-centro-civico-salburua-acxt-floor-plan ACESSO EM 20/03. PLANTA TÉRREO
CAFÉ/LOUNGE
Em um edifício compacto é possível criar polos de atividades distintas, desde que sua circulação esteja bem clara e objetiva, é o exemplo deste centro cívico. Capaz de aglutinar diversas funções em um único edifício, além de criar uma nova centralidade para a região. O térreo possui um caráter de livre acesso, com seu restaurante, lounge e salas de convenções, permite que qualquer um possa utilizar desse espaço. O subsolo se restringe as atividades esportivas, evitando assim que seu barulho não atrapalhe a biblioteca que encontra-se no primeiro pavimento, juntas às atividades administrativas e salas de estudos.
ESPAÇOS ESPORTIVOS
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6.3 Centro Cívico Municipal de Boecillo
FONTE:http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-centeracxt/55dfb996e58ece081b00004c-centro-civico-salburua-acxt-photo ACESSO EM 20/03.
FONTE:http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburuacivic-center-acxt/55dfbcbce58ece081b000060-centrocivico-salburua-acxt-photo ACESSO EM 20/03.
“O projeto foi concebido como ponto de encontro dos habitantes, um local onde estes podem realizar diferentes atividades sociais, culturais, lúdicas ou esportivas.”*
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-centeracxt/55dfba8ce58ecee530000047-centro-civico-salburua-acxt-photo ACESSO EM 20/03.
88
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/772987/salburua-civic-centeracxt/55dfb9cfe58ecee530000043-centro-civico-salburua-acxt-photoACESSO EM 20/03. * BARATTO, RÔMULO. DISPONÍVEL EM: http://www.archdaily. com.br/br/772987/salburua-civic-center-acxt ACESSO EM 06/04
Localização: Boecillo Valladolid Espanha Ano: 2008 Área: 2324 m² Arquitetos: José Manuel Martínez Rodríguez, Inés Escudero Conesa, Fernando Nieto Fernández Este projeto trata-se de um volume compacto, recortado e perfurado verticalmente. Seu lote estreito, permite fachada em duas ruas paralelas, inserido em uma bairro com características de gabarito baixo e da predominância do uso residencial. O acesso ao edifício se dá através de um pátio, um grande átrio aberto como um refúgio urbano. O Centro Cívico de Boecillo busca criar um espaço de encontro, de relação e de troca cultural. Seu programa abrange Assembleia Municipal, biblioteca infantil e de adultos, administração , sala de exposições, sala de aula e arquivo Municipal. A análise desse estudo de caso busca entender sua distribuição programática e como este edifício pode atender a população local como um centro do cidadão, além de assumir atividades administrativas municipais.
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-61006/centro-civico-municipal-de-boecillo-jose-manuel-m-rodriguez-inese-conesa-fernando-n-fernandez/1341985619-ccmb-imagen-04 ACESSO EM 06/04. VISTA FRONTAL FONTE: http://fernandonietoarchitect.com/municipal-civic-centre-in-boecillo-on-nex-valladolid/?lang=es ACESSO EM 06/04 ENCAIXADO EM UM TERRENO ESTREITO, RESPEITANDO SEU ENTORNO
89
FONTE: http://www. plataformaarquitectura.cl/ cl/02-169902/centro-civicomunicipal-de-boecillo-josemanuel-martinez-rodriguezines-escudero-conesafernando-nieto-fernandez /5132032db3fc4b0d98002 9f5-centro-civico-municipalde-boecillo-jose-manuelmartinez-rodriguez-inesescudero-conesa-fernandonieto-fernandez-plantaprimera ACESSO EM 06/04 PLANTA 1° PAVIMENTO
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-61006/centro-civico-municipal-de-boecillo-jose-manuel-m-rodriguez-ines-e-conesa-fernando-n-fernandez/cusersnatidesktoppaneles-beau-model-1-6 ACESSO EM 06/04. CORTE LONGITUDINAL.
Na foto aérea ao lado, pode-se identificar a posição de implantação do projeto, com duas fachadas viradas para ruas paralelas em um lote estreito. No corte acima é possível identificar os pátios que permitem a entrada de luz e ventilação dos ambientes, principalmente das salas de aula que encontram-se no primeiro pavimento. O anfiteatro com lugar para 350 pessoas tem acesso voltado para a rua, identificando o caráter público coletivo de seu uso. As áreas administrativas estão dispostas no térreo e subsolo, de fácil acesso ao público, permite que essa circulação ocorra sem obstáculos. FONTE: GOOGLE EARTH. VISTA DA IMPLANTAÇÃO DO EDIFÍCIO
90
FONTE: http://www. plataformaarquitectura.cl/ cl/02-169902/centro-civicomunicipal-de-boecillo-josemanuel-martinez-rodriguezines-escudero-conesafernando-nieto-fernandez /51320336b3fc4b0d98002 9f6-centro-civico-municipalde-boecillo-jose-manuelmartinez-rodriguez-inesescudero-conesa-fernandonieto-fernandez-plantasotano ACESSO EM 06/04 PLANTA SUBSOLO
Nas plantas ao lado pode-se identificar melhor os usos setorizados, circulação vertical e áreas de apoio, como sanitários e administração. Os pátios descobertos criam atmosferas agradáveis aos ambientes com jardins elevados, além de permitir habitar o exterior dentro do interior. A proposta busca aproveitar o máximo da superfície edificável utilizando o extenso programa exigido. O Centro Cívico Municipal de Boecillo é formado por um edifício condensador sociocultural para a população, que permite aglutinar um amplo setor e variado setor de público.
ÁREAS DE APOIO/SANITÁRIOS CIRCULAÇÃO VERTICAL
FONTE: http://www. plataformaarquitectura.cl/ cl/02-169902/centro-civicomunicipal-de-boecillo-josemanuel-martinez-rodriguezines-escudero-conesafernando-nieto-fernandez /51320323b3fc4b0d98002 9f4-centro-civico-municipalde-boecillo-jose-manuelmartinez-rodriguez-inesescudero-conesa-fernandonieto-fernandez-planta-baja ACESSO EM 06/04 PLANTA TÉRREO
SALAS DE AULA BIBLIOTECA PÁTIO ANFITEATRO ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS CAFÉ/LOUNGE
91
FONTE:http://adbr001cdn.archdaily.net/wp-content/uploads/2012/07/1343158636_1341985658_ccmb_ imagen_08.jpg ACESSO EM 06/04
FONTE:http://adbr001cdn.archdaily.net/wp-content/ uploads/2012/07/1343158647_1341985679_ccmb_ imagen_12.jpg ACESSO EM 06/04.
“...para criar um edifício que funcione como um condensador sociocultural para o povo. Um complexo destinado à cultura que aglutine um amplo e variado setor de público.” *
FONTE: http://www.archdaily.com.br/br/01-61006/centro-civico-municipal-de-boecillo-josemanuel-m-rodriguez-ines-e-conesa-fernando-n-fernandez/1341985673-ccmb-imagen-11 ACESSO FONTE: http://adbr001cdn.archdaily.net/wp-content/uploads/2012/07/1343158655_1341985702_ ccmb_imagen_15.jpg ACESSO EM 06/04. EM 06/04. * MONTEIRO, PAULA GARCIA. DISPONÍVEL EM: http://www. 92 archdaily.com.br/br/01-61006/centro-civico-municipalde-boecillo-jose-manuel-m-rodriguez-ines-e-conesafernando-n-fernandez. ACESSO EM 06/04
93
7 PROJETO
94
95
7.1 Tema
FONTE: ACERVO DO AUTOR VISITA AO CEU AZUL DA COR DO MAR, NO DIA DE MARÇO, COM O OBJETIVO DE LEVANTAR A REAL NECESSIDADE DO LUGAR.
FONTE: ACERVO DO AUTOR VISITA A SUBPREFEITURA DE ITAQUERA. EDIFÍCIO ALUGADO COM INSTALAÇÕES PROVISÓRIAS
96
A construção do partido se deu através de duas visitas que direcionaram para a construção do tema estudado, o Centro Cívico. A primeira pesquisa de campo foi realizada no dia 03 de março, no CEU Azul da Cor do Mar, com a vice-gestora Sra. Lucinda, o coordenador cultural Sr. Tomé e o auxiliar esportivo e também morador do bairro, Sr. Jucimar. Através desse encontro foi possível levantar um panorama geral do funcionamento do centro educacional e de suas deficiências e demanda do local. O principal problema levantado na reunião foi a necessidade de um equipamento cultural que pudesse atingir a demanda de jovens, adultos e idosos, pois o CEU é insuficiente para uma região tão carente de espaços de lazer, de encontro e troca de ideias. Portanto, após a visita ao CEU ficou clara a deficiência e a demanda de uma região tão necessitada de equipamentos públicos culturais voltados ao esporte, artes, educação e entretenimento em geral. A segunda visita foi realizada no dia 03 de maio à Subprefeitura de Itaquera, afim de levantar a situação atual deste equipamento público. O Sr. Waldeci, gerente administrativo da unidade, foi quem me atendeu e pode sanar minhas dúvidas. O edifício que se encontra a Subprefeitura hoje é alugado, antes abrigava um shopping de bairro, possui instalações provisórias e sem previsão de tempo para a construção de suas unidade próprias. O local recebe diariamente um grande fluxo populacional que busca apoio ao CAT ( Centro de Apoio ao Trabalhador), SAC (Sistema de Atendimento ao Cidadão), SEBRAE, Junta Militar, SPTrans, dentre outros setores. 97
7.2 Partido Além de atender as necessidades administrativas, a Subprefeitura possui um espaço aberto a população para a prática de atividades culturais e coletivas, um anfiteatro e uma sala de cinema, palco de importantes reuniões, como por exemplo, as discussões do novo Plano Regional de Itaquera, que através do encontro do Conselho Participativo e os responsáveis técnicos, direcionam as prioridades de melhorias para o distrito. Portanto após a visita a Subprefeitura de Itaquera ficou evidente a necessidade de um equipamento mais preparado para receber um grande fluxo populacional, além de permitir espaços para encontros coletivos. Foi através dessas visitas que o tema se construiu, um Centro Cívico capaz de atender à demanda administrativa do distrito de Itaquera, além de proporcionar espaços coletivos que instigam os usuários a desenvolverem atividades coletivas culturais, afim de suprir a falta de equipamento público na região.
ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS +
FONTE: ACERVO DO AUTOR LOCAL DE ESPERA DA POPULAÇÃO PARA SER ATENDIDA PELO SETOR DO CAT.
FONTE: ACERVO DO AUTOR ENCONTRO DA TERCEIRA IDADE PARA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS COLETIVOS. TAIS ATIVIDADES OCORREM DIARIAMENTE COM TODAS AS FAIXAS ETÁRIAS. ORGANIZADA PELO PRÓPRIO CONSELHO PARTICIPATIVO E POR MORADORES DO BAIRRO.
98
Sede da Subprefeitura de Itaquera. Atração da população para o novo equipamento, um convite ao encontro de novas atividades culturais/educacionais
CULTURA +
Espaços voltados a manifestações e investigações culturais
ESPORTE +
Local voltado ao lazer da população local PRAÇA CÍVICA
EDUCAÇÃO +
Salas de aula para cursos livres que funcionam no contraturno
HABITAÇÃO +
Habitação de Interesse Social para atender a demanda do local
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Equipamento público de saúde para a população local
ELEMENTO CHAVE ESTRUTURADOR
O ponto de partida para a construção do partido se dá através da conceituação de seis principais funções que sustentam a formação do Centro Cívico, de maneira que esses pontos são estruturados pelo desenho da praça cívica, elemento chave para a construção de uma nova centralidade. A praça cívica tem o papel de se transformar no palco da cidade, capaz de receber encontros, manifestações, coletivos, espetáculos, dentre outras atividades. Portanto foi a partir da localização desse elemento que o projeto se desenvolve. Como processo de formação do cenário de projeto, foram estudadas três possibilidades distintas do tratamento de borda do terreno, com o objetivo de se aproximar ao máximo do único equipamento coletivo da região, o CEU Azul da Cor do Mar e assim criar de fato um Centro Cívico como marco na escala regional. A seguir serão levantadas essas possibilidades com suas análises específicas, que definirão o caminho para a construção do cenário final. 99
7.2 Partido
7.2 Partido
7.2.1 Cenário 01
100
7.2.2 Cenário 02
O cenário 01 é formado pela situação atual que se encontra o terreno, toda borda do terreno e seu entorno é formado por casas autoconstruídas sem regularização fundiária. Nessa situação analisaremos suas vantagens e desvantagens de se intervir nesse modo:
O cenário 02 é analisado a partir da criação de um eixo visual, entre o projeto e o CEU, de modo que este Centro Cívico tenha uma ligação física com a escola. Para essa situação em torno de 25 famílias deverão ser realocadas para as unidades habitacionais do novo complexo
VANTAGENS:
DESVANTAGENS:
• Manter as famílias instaladas no bairro
• Acesso restrito ao terreno • Impossibilidade de uma conexão física territorial com o CEU • Fundo de lotes das casas nas bordas do terreno se tornarão obstáculos para a criação de um complexo sociocultural
VANTAGENS: DESVANTAGENS: • Deslocamento parcial das famílias nas bordas do • Conexão imparcial e estreita com o projeto terreno proposto • As poucas famílias mantidas em suas casas sofrerão ao passar do tempo com as transformações inevitáveis do bairro devido a chegada do Centro Cívico.
101
7.2 Partido
7.3 Diretrizes de Projeto
7.2.3 Cenário 03
GO
ÊSSE
UP . JAC
AV
AV
DE
ER IO V
R
RIO
Já no terceiro cenário a proposta de conexão com o CEU é feita sem barreiras, em torno de 80 famílias serão reaocadas para o novo conjunto habitacional do complexo cívico. VANTAGENS:
DESVANTAGENS:
• Acesso ao terreno sem restrições • Conexão física e visual com o Território CEU • Formação de um marco na escala macro do distrito
• Grande impacto para os moradores do bairro
Após a análise dos três cenários propostos com o estudo de suas vantagens e desvantagens, ficou decidido que a melhor opção que permitirá a formação desse complexo é o cenário 03, pois de fato permite transformações positivas ao longo prazo para a cidade e seus moradores.
TOPOGRAFIA MODIFICADA: PARTIDO PARA O DESENHO DA PRAÇA, PERMITE CRIAR DIFERENTES VISUAIS, COM O OBJETIVO DE RESGATAR A BORDA DO RIO PARA A CIDADE E USUÁRIOS.
102
DE
VER
IMPLANTAÇÃO BUSCA MAIOR INTEGRAÇÃO ENTRE OS TRÊS EQUIPAMENTOS, COM O INTUITO DE SE TORNAR UM ÚNICO COMPLEXO, UM MARCO NA ESCALA REGIONAL.
O
SEG
ÊS CU P
JA AV.
RIO
GO
ÊSSE
UP . JAC
A DEMARCAÇÃO FEITA PELO PISO É MAIS UM ELEMENTO DE INTEGRAÇÃO ENTRE OS EQUIPAMENTOS. O CEU FUNCIONARÁ COM OS PORTÕES ABERTOS AOS FINAIS DE SEMANA, PERMITINDO QUE O USUÁRIO TRANSITE DENTRO DESTE GRANDE COMPLEXO PÚBLICO, JÁ DURANTE A SEMANA TERÁ MAIOR CONTROLE DE ACESSO, DEVIDO A SEGURANÇA DAS CRIANÇAS QUE ESTUDAM ALI.
DE
VER
103
7.3 Diretrizes de Projeto 7.3.1 FLUXOS E ACESSOS
A LD
A
RU
R
CO
DO
AR
M
RUA AZUL DA COR DO MAR
U AZ
AV. JACU PÊSSEGO
AV. JACU PÊSSEGO
OUTRO PONTO DE PARTIDA PARA A CONCEPÇÃO DO PROJETO, É PERMITIR QUE O NOVO EDIIFÍCIO SE RELACIONE COM O EXISTENTE. A POSIÇÃO DA ARQUIBANCADA TEM DUAS FUNÇÕES DISTINTAS, A PRIMEIRA É COM O OBJETIVO DE FORMAR UMA PLATEIA ABERTA E CRIAR DIFERENTES EVENTOS, COMO POR EXEMPLO, CINEMA AO AR LIVRE. A OUTRA FUNÇÃO É PERMITIR QUE O USUÁRIO TENHA MAIOR INTEGRAÇÃO COM O PRIMEIRO PAVIMENTO, JÁ QUE NESTE NÍVEL ENCONTRA-SE BIBLIOTECAS E OUTROS USOS DE ACESSO PÚBLICO AOS MORADORES DA REGIÃO.
104
Fluxo pedestre
Acesso habitação
Ponto de ônibus
Travessia de pedestre
Acesso UBS
Fluxo e acesso ao edifício administrativo
Rua projetada
105
7.4 Programa
7.4 Programa
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EDUCACIONAL CULTURAL ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS SALAS COMERCIAIS
PRÉ EXISTÊNCIA: CEU AZUL DA COR DO MAR
EDUCAÇÃO
HABITAÇÃO
ESPORTE
7.4.2 Quadro de áreas’ AMBIENTE
AMBIENTE ESPECÍFICO ÁREA(m²) QUANT.
QUADRA POLIESPORTIVA
*
544
2
1088
ESPAÇO PARA JOGOS AO AR LIVRE
*
694
1
694
TOTAL:
1782
AMBIENTE
AMBIENTE ESPECÍFICO
ÁREA(m²)
SALA DE AULA INDIVIDUAL
*
35
10
SALA DE AULA COLETIVA
*
66
6
396
ADMINISTRAÇÃO
*
23,74
1
23,74
DML
*
6,35
AMBIENTE
1
6,35
ÁREA(m²)
FOYER
93,9
1
QUANT. ÁREA TOTAL (m²) 93,9
CAFÉ
16,9
1
16,9
ÁREA TÉCNICA
18,9
1
18,9
SANITÁRIOS
19,68
1
19,68
542,6
1
542,6
26,77
1
26,77
GUARDA-VOLUME
50
1
50
ESPAÇO PARA LEITURA
257
1
257
CONTROLE DE ACESSO BIBLIOTECA
350
776,09
AMBIENTE ESPECÍFICO
ESPAÇO PARA EXPOSIÇÕES
CULTURA
QUANT. ÁREA TOTAL (m²)
TOTAL:
AUDITÓRIO
OFICINA
141,5
1
141,5
FAB. LAB
150
1
150
ESPAÇO CRIANÇAS
117,3
1
117,3
LIVRARIA
80
1
80
CAFÉ
91,7
1
91,7
CONVÍVIO
100
2
200
ESPAÇO MULTIUSO
287
1
287
ESPAÇO CONVÍVIO
113
3
339
HORTA
1377
*
1377
APOIO
221
HORTA COMUNITÁRIA
106
ÁREA TOTAL (m²)
1
221
TOTAL:
4030,25
107
7.4 Programa
7.4 Programa
7.4.2 Quadro de áreas
7.4.2 Quadro de áreas
RECEPÇÃO
*
86
1
86
CONSULTÓRIO INDIFERENCIADO
*
14
3
42
CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO CONSULTÓRIO COM SANITÁRIO
* *
24 12,56
2 2
25,12
*
15,27
1
15,27
SALA DE OBSERVAÇÃO
*
21,32
1
21,32
SANITÁRIOS
*
5,33
*
5,33
SALA DE VACINA
*
10,75
1
10,75
INALAÇÃO COLETIVA
*
8,13
1
8,13
APOIO
FUNCIONÁRIOS
AMBIENTE ESPECÍFICO ÁREA(m²) QUANT. ÁREA TOTAL (m²) ATENDIMENTO GERAL
46,28
1
46,28
ENTREVISTAS
37,8
1
37,8
CURSOS
42,69
1
42,69
SAC (SISTEMA DE ATENDIMENTO AO CIDADÃO)
ATENDIMENTO GERAL
62,44
1
62,44
ADMINISTRAÇÃO
9,8
2
19,6
CAT (CENTRO DE APOIO AO TRABALHADOR)
48
ESTOCAGEM/ MEDICAMENTOS
CURATIVOS
AMBIENTE
AMBIENTE ESPECÍFICO ÁREA(m²) QUANT. ÁREA TOTAL (m²)
SUBPREFEITURA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
AMBIENTE
SP TRANS
*
19,8
1
19,8
JUNTA MILITARES
*
23,58
1
23,58
CONSELHO PARTICIPATIVO
*
52
1
52
RECEPÇÃO
*
50
1
50
SEBRAE
*
147
1
147
CADASTRO
*
22,66
1
22,66
INFORMÁTICA
*
11,33
1
11,33
ALVARÁ
*
11,33
1
11,33
ESPORTES
*
22,66
1
22,66
HABITAÇÃO
*
22,66
1
22,66
PROTOCOLO
*
11,33
1
11,33
GABINETE SUBPREFEITO
*
90
1
90
COORD. DESENVOLVIMENTO URBANO
*
22,66
1
22,66
JURÍDICO
*
22,66
1
22,66
FINANÇAS
*
22,66
1
22,66
1
22,66
*
13,26
1
13,26
ALMOXARIFADO
7,7
1
7,7
EXPURGO
11,31
1
11,31
SALA DE ESTERIL/GUARDA MATERIAIS ESTERELIZADO
8,95
1
8,95
DEPÓSITO DE LIXO
4,8
1
4,8
COORD. DE OBRAS
*
22,66
DML
5,22
1
5,22
FISCALIZAÇÃO
*
78,6
1
78,6
ATIVIDADES COLETIVAS
12,45
1
12,45
ASSESSORIA
*
22,66
1
22,66
DEFESA CIVIL
*
22,66
1
22,66
SUGESP
*
53,16
1
22,66
23,75
1
23,75
17
1
22,66
COPA
8,43
1
8,43
ADMINISTRAÇÃO/GERÊNCIA
12,25
1
12,25
TOTAL
346,29
REFEITÓRIO- FUNCIONÁRIOS SALA DE TREINAMENTOFUNCIONÁRIOS
*
TOTAL
108
976,79
109
7.4 Programa 7.4.2 Quadro de áreas
HABITAÇÃO
AMBIENTE UNIDADES HABITACIONAIS
AMBIENTE ESPECÍFICO
ÁREA(m²)
TIPOLOGIA 01
22,8
16
364,8
TIPOLOGIA 02
43,14
96
4141,44
TIPOLOGIA 03
70
46
3220
*
437,84
50
625
*
259
SALAS COMERCIAIS ESTACIONAMENTO HALL ACESSO APTO
12,5
QUANT. ÁREA TOTAL (m²)
DEPÓSITO
55,7 TOTAL:
9103,78
DADOS URBANÍSTICOS: Área total do terreno: 16.785,90 m² Área APP: 4210,40 m² Edifício de Habitação Social:
Edifício administrativo:
Área do terreno (m²): 6688,80 m² Área ocupada/TO: 2.135,88 m²/0,31 Área permeável: 1421 m²/21% Área construída/CA: 14.571,11/2,17 Unidades Habitacionais: 158 unidades Número de vagas: 50 unidades
Área do terreno (m²): 8270,60 m² Área ocupada/TO: 2.865,86 m²/0,34 Área permeável: 1217 m²/14% Área construída/CA: 11.786,45/1,42 Unidades Habitacionais: 158 unidades
110
111
FOTO INSERÇÃO DO PROJETO NA ÁREA DE ESTUDO.
144
145
PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO
146
147
PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO
PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO
148
149
PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO
PERSPECTIVA DO EDIFÍCIO ADMINISTRATIVO: TÉRREO
150
151
PERSPECTIVA DO CONJUNTO HABITACIONAL
152
PERSPECTIVA DO CONJUNTO HABITACIONAL
153
PERSPECTIVA DO CONJUNTO HABITACIONAL PERSPECTIVA DA PASSARELA PROPOSTA
154
155
PERSPECTIVA INTERNA DA BIBLIOTECA
156
PERSPECTIVA INTERNA DA BIBLIOTECA
157
8
BIBLIOGRAFIA 158
159
LEMOS, Amalia Inês Geraiges e FRANÇA, Maria Cecília. Itaquera. São Paulo: Departamento do Patrimônio Histórico, 1999. GEHL, Jan. Cidade para Pessoas. 3 ª Ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2015. JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. 3 ª Tiragem. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2014. VILLAÇA, Flávio. Espaço Intra-Urbano no Brasil. 2 ª Ed. Editora Studio Nobel, 2012. PEDRASSA NETO, Victoriano e ISABEL VILLAC, Maria. Habitação de Interesse Social (HIS) como instrumento de construção da cidade e inclusão social. Disponível em http://www.vitruvius. com.br/revistas/read/arquitextos/14.162/4964 - Acesso em 04/04/2016 CUANDROS RODRÍGUEZ, Jonatan, VALENCIA, Jackeline e VALENCIA ARIAS, Alejandro. Las bibliotecas públicas como escenarios de participación ciudadana e inclusión social. Rastros Rostros 2013 LUIZ SOBRAL ANELLI, Renato. Centros Educacionais Unificados: arquitetura e educação em São Paulo. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.055/517 - Acesso em 07/03/2016
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162
163
164