Teorias, Cultura e Comunicação Biografia, ideias e principais obras dos principais teóricos dos estudos da cultura e da comunicação.
Marshall McLuhan: Por Washington Luiz
George Gerbner: Por Mariana Camacho
Paula Lazarsfeld: Por Lucas Diniz
Stuart Hall: Por Gabriel Infante
Marshall McLuhan
Foto retirada do site: http://lnrj.wordpress.com/teoricos-da-comunicacao/marshall-mcluhan/
Hebert Marshall McLuhan foi um teórico da comunicação e educador canadense, precursor dos estudos midiológicos. Nasceu no dia 21 de Julho de 1911 na cidade de Edmonton, no Canadá. Seu pai era corretor de seguros. Já sua mãe Elsie Hall McLuhan era mulher cosmopolita, culta, oriunda do Leste, das Províncias Marítimas, de ascendência inglesa, bem-educada e declamadora por formação, uma figura conhecida nos círculos que viajavam pelo Canadá fazendo leituras dramáticas. Em 1920, quando Marshall tinha nove anos, a família mudou-se para Winnipeg, onde ele cursou o colegial e faculdade, formando-se pela Universidade de Manitoba. Obteve o bacharelado em 1932 e o mestrado em Literatura Inglesa em 1934. Estimulado pela mãe, conseguiu uma bolsa de estudos na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Começou como professor titular de literatura na Universidade de Toronto em 1952, cargo que exerceu durante toda a sua vida.
Autor de vários artigos para revistas científicas tornou-se mundialmente conhecido em 1964 por publicar Understanding Media, onde expunha suas teses sobre a tecnologia e o conhecimento em que elabora suas idéias sobre os efeitos dos meios de comunicação na sociedade: a transmissão simultânea das informações por via eletrônica e a uniformização do padrão com que são divulgadas transformariam o mundo numa grande aldeia global. Seu foco de interesse não são os efeitos ideológicos dos meios de comunicação sobre as pessoas, mas a interferência deles nas sensações humanas, daí surge o conceito de "meios de comunicação como extensões do homem" (esse é o título de uma de suas obras), ou "prótese técnica". Em outras palavras, a forma de um meio social tem a ver as novas maneiras de percepção instauradas pelas tecnologias da informação. Os próprios meios são a causa e o motivo das estruturas sociais. Talvez Marshall não imaginasse que estava lançando um dos clássicos da comunicação – mais discutido do que lido, mais desprezado do que estudado.
Foto retirada do site: http://futurepredictions.com/2012/03/the-world-is-a-global-village-marshall-mcluhan-on-thefuture-of-media-after-the-age-of-the-book/
Criador da idéia de "aldeia global", Marshall trouxe para a educação um novo enfoque baseado em suas teorias sobre comunicação. "Uma rede mundial de ordenadores tornará acessível, em alguns minutos, todo o tipo de informação aos
estudantes do mundo inteiro". Hoje com auxilio da internet, essa frase não causa tanto impacto quanto a 25 anos atrás. Marshall foi chamado de maluco a sonhador, conforme a simpatia que suas idéias provocavam. A grande novidade do autor em relação à educação é o enfoque, baseado em suas teorias sobre comunicação – mais uma vez, adiantando-se à criação de um campo de estudos, Comunicação e Educação, que só seria explorado na década de 90. "Em nossas cidades, a maior parte da aprendizagem ocorre fora da sala de aula. A quantidade de informações transmitidas pela imprensa excede, de longe, a quantidade de informações transmitidas pela instrução e textos escolares", explica Marshall, em seu livro “Revolução na Comunicação”. Marshall propõe que, até o surgimento da televisão, vivíamos na "galáxia de Gutemberg" onde todo o conhecimento era visto apenas em sua dimensão visual. Sua idéia é simples: antigamente, o conhecimento era transmitido oralmente, por lendas, histórias e tradições. Quando Gutemberg inventou a imprensa, permitiu que o conhecimento fosse mais difundido. Mas, por outro lado, reduziu a comunicação a um único aspecto, o escrito. "Antes da imprensa, o jovem aprendia ouvindo, observando, fazendo. A aprendizagem tinha lugar fora da aula", explica o autor. Lauro de Oliveira Lima, um dos maiores especialistas brasileiros em Jean Piaget mostra, em Mutações em Educação Segundo McLuhan, que "o professor brasileiro não atingiu sequer a utilização do livro. Comporta-se ainda como o 'lector' medieval que recitava papiros e pergaminhos para uma plateia analfabeta". Crítico feroz da escola tradicional, o autor canadense aponta os defeitos do sistema atual, que, segundo ele, prefere criticar a mídia, em vez de utilizá-la como aliada na educação. "Poucos estudantes conseguem adquirir proficiência na análise de um jornal. Ainda menos têm capacidade para discutir com inteligência um filme." Irônico, afirma que "a educação escolar tradicional dispõe de um impressionante acervo de meios próprios para suscitar em nós o desgosto por qualquer atividade humana, por mais atraente que seja na partida". Um erro, em sua concepção, é a orientação da escola com vistas exclusivas ao mercado de trabalho. "A educação era, até agora, uma tarefa relativamente simples:
bastava descobrir as necessidades da máquina social e depois recrutar e formar o pessoal que a elas correspondesse", explica o autor no livro de Oliveira Lima. Mais do que a matéria extraída de livros, dizia Marshall, o ponto de partida para a educação é a vontade do aluno em aprender. "Onde o interesse do estudante já estiver focalizado, aí se encontra o ponto natural de elucidação de seus problemas e interesses", completa. "A educação escolar tradicional suscita em nós o desgosto por qualquer atividade humana" Um de seus mais famosos conceitos é o de "aldeia global". Em seu livro O meio é a massagem afirma que "a nova interdependência eletrônica cria o mundo à imagem de uma aldeia global". Quando ele falou isso, a coisa mais parecida com internet que existia eram as redes de computadores militares norte-americanas. Computador pessoal era apenas um sonho, distante. A evolução tecnológica deixava de ser mera coadjuvante na vida social: o que é dito é condicionado pela maneira como se diz. O próprio meio passou a ser a principal atração, a informação. Muitas das páginas que estão na internet, por exemplo, poderiam ser livros ou revistas, mas, segundo McLuhan, tornam-se interessantes justamente por que estão em um novo meio de comunicação. Isso não significa, é claro, ser passivo diante da mídia. "A tarefa educativa não é fornecer, unicamente, os instrumentos básicos da percepção, mas também desenvolver a capacidade de julgamento e discriminação através da experiência social corrente", diz o autor. Uma das mais curiosas idéias de McLuhan é a de que "os meios de comunicação são extensões do homem". Assim como se usa uma pinça para aumentar a precisão das mãos e uma chave de fenda para girar um parafuso, os meios de comunicação seriam, na verdade, extensões dos sentidos do homem. Os óculos, por exemplo, são extensões do olho, a roupa é uma extensão da pele, a roda do carro é uma extensão do pé. Com a internet, não deixa de ser curioso se falar em "relações virtuais", como se as máquinas fossem realmente capazes de sentir e pensar pelos seus operadores. Muito antes de alguém falar em "aspectos lúdicos da educação", McLuhan já dizia que o estudo deveria ser uma atividade divertida. A escola, para ele, ainda não
tinha percebido essa realidade óbvia. E completa: "É ilusório supor que existe qualquer diferença básica entre entretenimento e educação. Sempre foi verdade que tudo o que agrada ensina mais eficazmente". Na sua última aparição na televisão, na Universidade de York, em Toronto, durante a primavera de 1979, fez uma síntese final da sua teoria. Tinha começado a olhar todos os artefatos humanos, desde os primeiros instrumentos até aos media eletrônicos, incluindo os computadores, como extensões do corpo humano e do seu sistema nervoso e como componentes da evolução humana num contexto de seleção natural. Em Setembro de 1979, Marshall sofreu uma trombose que o deixou incapaz de falar, ler ou escrever. Morreu enquanto dormia a 31 de dezembro de 1980.
Foto retirada do site: http://theblackharbor.com/inspiration/marshall-mccluhan/marshall-mcluhan-by-yousuf-karsh-edited-byrobingood-m197700150004-330/
Dentre as mais importantes obras deixadas pelo autor, podemos destacar;
No mundo •
1951. The Mechanical Bride: Folklore of Industrial Man.
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1962. The Gutenberg Galaxy: The Making of Typographic Man. Toronto: University of Toronto Press.
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1964. Understanding Media: The Extensions of Man. New York: McGraw-Hill.
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1967. The Medium is the Massage: An Inventory of Effects. New York: Bantam Books. (with Quentin Fiore)
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1968. War and Peace in the Global Village. New York: Bantam Books. (with Quentin Fiore)
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1969. "Communication in the Global Village." In This Cybernetic Age, edited by Don Toppin. 158-67. New York: Human Development Corporation.
Em Espanhol •
1996. La aldea global
No Brasil •
1969. A Galáxia de Gutenberg: a formacao do homem tipografico. Ed. da Univ. de São Paulo. Tradução: Leônidas Gontijo de Carvalho e Anísio Teixeira.
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1969. Os meios de comunicação como extensões do homem (Understanding Media). Editora Cultrix. tradução: Décio Pignatari
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1969. O meio é a mensagem. Ed. Record. Tradução: Ivan Pedro de Martins. (com Quentin Fiore)
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1971. Guerra e Paz na Aldeia Global. Ed. Record. Tradução: Ivan Pedro de Martins. (com Quentin Fiore)
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1973. Do Clichê ao Arquétipo. Ed. Record. Tradução: Ivan Pedro de Martins. (com Wilfred Watson)
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2005. McLuhan por McLuhan: conferências e entrevistas. Ed. Ediouro
George Gerbner
George Gerbner,, um húngaro de Budapeste nascido em 1919, era um jovem poeta apaixonado que, indignado com a ascensão do fascismo em seu país no final de 1930, emigra para a América. Nos EUA, ele estuda jornalismo, em Berkeley e inicia sua carreia como repórter e colunista colunis no San Francisco Chronicle. Em 1942, o ex-poeta, poeta, motivado por seu ódio ao fascismo, é voluntário no Exército dos EUA e designado para o Escritório de Serviços Estratégicos. Neste departamento formado por um grupo de quinze homens, ele é treinado com técnicas t de explodir pontes e estradas. Treinamento o qual o levou em 1945 para a Eslovênia, Eslovêni durante a 2ª Guerra Mundial, para uma missão de sabotagem que não deu certo. Em território inimigo e sob fogo pesado, George Gerbner e sua companhia se escondem nas montanhas, até que encontram brigadas aliadas. Os Aliados vencem a Guerra. O ex-poeta, poeta, agora um herói de guerra, se apaixona por Ilona e ainda na Europa se casam. Anos depois ele retorna aos EUA e conclui seu doutorado com a tese “Toward a General Theory Theory of Communication”, com a qual recebeu o prêmio extraordinário da Universidade da Califórnia do Sul. No processo para escrever a tese,
ele inicia uma importante pesquisa sobre o tema da educação e da televisão, e começa uma longa carreira na academia estudando os efeitos da televisão sobre seus telespectadores. Gerbner teve uma grande atividade docente, que iniciou lecionanda telecomunicação na Temple University. Em 1964, ele se torna o reitor da recémfundada Escola de Comunicação Annenberg, da Universidade da Pensilvânia, onde ele cria e designa a grade curricular e o corpo docente, da instituição. Além disso, trabalhou como professor visitante em diversas faculdades de várias partes do mundo, entre elas a American de Washington, Illinois, Califórnia do Sul, Atenas, Budapeste, Salesiano de Roma e American do Cairo. Ele atuou também como presidente da Comissão Nacional Johnson sobre as Causas e a Prevenção da Violência, em 1968. Em 1989, após vinte e cinco anos como reitor, George Gerbner se aposenta, nesta fase, com setenta e sete anos de idade, ele é livre para perseguir seus projetos de longas datas. Então se torna diretor do “Cultural Indicators”, projeto destinado a medir a violência na TV e seus efeitos sociais e presidente do Cultural Environment Movement (CEM), iniciativa internacional criada em 1991 voltada para o equilíbrio e a diversidade dos meios. Também foi diretor do Journal of Communication e presidente do conselho editorial da International Encyclopedia of Communication. George Gerbner é o criador da chamada teoria do cultivo. Sua teoria define uma explicação para a assimilação e construção de uma realidade de mundo adquirida e vivenciada através da televisão, pelas pessoas.
Focando principalmente nas
conseqüências derivadas do consumo da cultura televisiva, naqueles em que predominam os aspectos violentos. Para construir sua teoria, George Gerbner analisou profundamente indivíduos isolados e grupos sociais, equiparando seus valores, aos comercializados na televisão. Para isso, analisou as audiências, chegando em determinados programas como sendo de consumo habitual, e então
observou a
dependência do imaginário individual, do mundo pessoal e dos valores adquiridos através destes.
(Televisão – uma nova religião)
Concluiu – se entãoo que a grande exposição e a grande quantidade de violência na televisão estimulam a idéia e o valor de que o comportamento agressivo, o pessimismo é normal. O que remete a outro fator, com defender-se defender se da violência do mundo? A resposta desta questão é descrita descrita como “Síndrome da média mundial”, que George Gerbner define como a visão do mundo pela televisão sendo pior do que realmente é. Fazendo com que o telespectador se torne ansioso, com medo e mais disposto a depender de autoridades, medidas fortes, condomínios condomínios fechados e atos violentos. Esses cultivos sobre a psicologia, a percepção e o conhecimento pessoais estão relacionados com a intensidade da exposição à televisão, fazendo com que os efeitos na visão de mundo e as conseqüências dessa visão se acentuem acentuem no individuo ou núcleo mais dependente. Os efeitos são mais evidentes quando o emissor busca um “público alvo” e cria uma linha narrativa que o atinge.
Principais obras •
Mass Media Policies in Changing Cultures (1977);
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Child Abuse: Na Agenda for Action (1980);
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World Communications: A Handbook (1984);
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International Encyclopedia of Communications (1988);
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Violence and Terror in the Media: Na Annotated Bibliography (1988);
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The Information Gap. How Computers and Other New Communication Technologies Affect the Social Distribution of Power (1991);
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Invisible Crises: What Conglomarate Media Control Means for America and the Word (1996);
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Telling All the Stories (2000).
Paul Lazarsfeld
Foto retirada do site: http://comunicarnuncaedemais.blogspot.com.br/2011/05/paul-lazarsfeld.html
Nascido em 13 de fevereiro de 1901 em Viena na Áustria, Paul Lazarsfeld era filho de um advogado socialista, o qual realizava reuniões com grandes intelectuais que vão desde matemáticos, até poetas e educadores. Pode-se observar que tais nomes influenciaram o pesquisador desde a sua infância, determinando quais caminhos seguiria em sua vida adulta e profissional. O ambiente em que Paul Lazarsfeld passou a sua infância era extremamente estimulante para o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento da sua intelectualidade. Época de forte influencia freudiana. Lazarsfeld se interessou pela matemática, ingressando na faculdade e fez sua tese de doutorado baseada na teoria gravitacional de Einstein.
A diversidade dos
estímulos de Lazarsfeld fez com que ele concretizasse uma aproximação da matemática com ambitos psicológicos e sociológicos, com análises quantitativas.
Utilizou a
psicologia com intuito de solucionar problemas sociais e econômicos em seu primeiro instituto relacionado a investigação social. O teórico participou dos primeiros estudos quantitativos, entre eles, um feito analisando as estatísticas provenientes de pesquisas elaboradas para ouvintes de rádio.
Um de seus principais trabalhos analisa a opinião pública da população de Ohio a partir das influencias dos meios de comunicação de massa, principalmente do radio. O estudo foi elaborado com o intuito de compreender como as decisões das escolhas dos votos são tomadas e como elas são influenciadas. As conclusões do estudo são postuladas com base nas analises feitas dentro de um quadro criterioso que visa o entendimento da personalidade do eleitor e as influencias contribuintes para tais escolhas.
Foto retirada do site: http://industrias-culturais.hypotheses.org/10647
No processo de formação de opinião das pessoas de Erie do estado de Ohio durante as campanhas presidenciais, os pesquisadores detectaram nas respostas das pessoas, fortes influências de membros do público dentro do mesmo. Essas pessoas se diferem das demais pela frequência maior de exposição à mídia, tendo um número maior e mais diversificado de informações. Segundo Lazarsfeld esses “líderes de opinião”, recebem a informação da mídia e repassam a mensagem para o resto da população, os quais não tem tanta influência na sociedade em que vivem, Lazarsfeld nomeou essa teoria de teoria dos fluxos de duas fases. Essas pessoas que recebem a informação por último estão colocadas nesse patamar por não terem tanto conhecimento quanto os pioneiros, uma vez que não buscam tanta informação através de jornais, revistas, entre outros meios de se adquirir conhecimentos. Um erro percebido por Lazarsfeld na sua teoria de fluxos de duas fases, foi que esses líderes são identificados pela sua autodesignação, porém, muitos entrevistados respondem à pergunta “você se considera um líder de opinião?” baseados
no ego e no status ao invés de serem honestos e realistas. Com isso, esse erro atrapalhou de certa forma a teoria proposta, obrigando o pesquisador a mudar a técnica de identificar essas pessoas, uma vez que ela estava atrapalhando a qualidade da aplicação da teoria. Paul Lazarsfeld também desenvolveu a teoria denominada “Disfunção narcotizante”, em que explica que a enorme quantidade de informações lançadas sobre o público, causa uma apatia e inércia nestes, ao contrário do que é pretendido, uma vez que não é de interesse da sociedade que haja grande quantidade de pessoas apáticas e inertes frente às informações que lhes são disponibilizadas. Dessa forma, percebe-se que esse comportamento é algo não planejado e que pode ser usado para influenciar os receptores acerca de algum objetivo pretendido, e foi exatamente isso que aconteceu: o uso das mídias para construir pensamentos de interesse do governo. Para minimizar as propagandas nazistas feitas na época da Segunda Guerra Mundial, as ideias de Lazarsfeld também contribuíram com as mobilizações populares, sendo incitadas de forma persuasiva pelas suas propostas de alternativas simples. Elas são organizadas para haver a percepção dos receptores das informações promovendo uma mobilização a respeito do que é proposto pela mídia. Paul Lazarsfeld morreu em agosto de 1976, deixando um legado de obras e estudos, o que o fez ser considerado o pioneiro no campo da comunicação de massa, e nas pesquisas de mercado, baseados principalmente da sociedade norte americana.
Foto retirada do site: http://outofthequestion.org/userfiles/image/personal_influence.jpg
Principais obras de Paul Lazarsfeld: •
The people’s choice – 1944
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The linguage of politics – 1944
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Personnal influence – 1955
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Latent structure analysis – 1950
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The analysis os communication content – 1948
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Mathematical thinking in the social science – 1954
•
The language of social research – 1955
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The uses of sociology – 1967
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Philosophie des sciences sociales - 1970
Stuart Hall
Imagem retirada do blog: http://variousreconnaissance.blogspot.com.br/
Stuart Hall é um teórico cultural jamaicano de grande contribuição para os estudos da cultura e dos meios de comunicação, nascido em 03 de fevereiro de 1932, formou-se na Universidade de Oxford e é conhecido por ser um intelectual engajado nos debates sobre as dimensões político culturais da globalização, sobre a política nacional da Grã-Bretanha e sobre os movimentos antirracistas. Ele é casado com Catherine Hall, professor feminista da história britânica moderna no University College London. Seus pais vieram de uma família de grande variedade étnica, seu pai era descendente de africanos, indianos, portugueses e judeus, já sua mãe mesmo sendo de origem “mais étnica” foi criada com valores culturais ingleses. Por ser de uma família de classe média baixa e também por ser o mais negro entre eles Hall sofreu preconceito na infância, o que talvez o norteou para os estudos culturais e étnicos, principalmente voltados para a questão do preconceito racial e a relação das culturas com a mídia. Hall juntamente com Richard Hoggart e Raymond Williams foi um dos fundadores de uma escola de pensamento que hoje é conhecida como “Estudos Culturais Britânicos” ou a “Escola de Birmingham dos Estudos Culturais. A convite de Richard Hoggart, Stuart Hall juntou-se ao Centro de Estudos de Cultura Contemporânea na Universidade de Birmingham em
1964, em 1968 assumiu o posto de diretor do Centro que pertencia a Hoggart e por lá permaneceu até meados de 1979 onde ficou responsável por estudos étnicos principalmente os derivados dos estudos franceses. Ainda em 1979 tornou-se professor da Universidade Aberta, onde se aposentou e hoje é professor Emérito. Stuart Hall foi também presidente da Associação Sociológica Britânica de 1995 a 1997.
Stuart Hall e sua esposa Catherine Hall. Imagem retirada do site http://www.thecnj.com/camden/2007/110107/edu110107_03.html
Após tornar-se professor de Sociologia na Universidade Aberta em 1979, Hall publicou seus livros mais conhecidos e influentes, incluindo O caminho mais difícil para Renovação (1988), As formações da modernidade (1992), Questões de identidade cultural (1996) e Representações culturais e Significando práticas (1997). O trabalho de Hall é centrado principalmente nas questões de hegemonia e de estudos culturais. Hall concebe o uso da lingüagem como determinado por uma moldura de poderes, instituições, política e economia. Essa visão apresenta as pessoas como “produtores” e “consumidores” de cultura ao mesmo tempo. Segundo Stuart Hall a cultura não é objeto de apreciação ou estudo, mas sim o local comum de discussão e crítica quanto à ação e intervenção social, onde relações de poder são criadas e são potencialmente instáveis. Hall tornou-se um dos principais defensores da teoria da recepção, que dá a possibilidade de negociação e de oposição por parte da audiência no processo de recepção de uma mensagem, seja escrita, oral ou visual em seus mais diversos meios. Isso implicar em ver a audiência não só como recptora passiva. A mensagem transmitida pode ter seu significado interpretado de diferentes formas dependendo do contexto cultural do receptor,
fator que pode explicar porque uma mesma mensagem atinge de formas diferentes os diversos públicos. Hall desenvolveu ainda mais essas idéias à frente em sua carreira, com seu modelo de codificação/decodificação do discurso midiático. Segundo esse modelo, o significado de um texto situa-se em algum lugar entre o produtor e o leitor. Embora o produtor codifique seu texto de uma forma particular, o leitor irá decodificá-lo de uma maneira levemente diferente – o que Hall chama de “margem de entendimento”. Os trabalhos desesnvolvidos por Stuart Hall, especialmente os relacionados a preconceito racial e mídia, hoje são vistos como obras de grande influência e principair precursores dos estudos culturais contemporâneos. Segundo Hall a linguagem cria um molde para a produção e consumo de cultura, assim sendo há também uma crise nas identidades culturais tendo em vista o amplo processo de globalização vivenciado por toda a humanidade, através do mais acesso á tecnologias que põe a disposição de qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo uma infinidade de informações, aumentando a interação entre indivíduos de diferentes culturas. O que faz com que ideias e informações sejam facilmente disseminadas agravando cada vez mais a “crise de identidades”. A “crise de identidades” proposta por Stuart Hall é a crise de valores individuais, estando fortemente ligada a diferenças étnicas e culturais, que também pode ser vista como a criação de uma identidade globalizada, onde valores e preceitos multiculturais são absorvidos por diferentes indivíduos provenientes de diferentes culturas. Para Hall, existem três tipos de identidade: a “iluminista”, que está diretamente ligada à natureza racional do indivíduo e a consciência de suas ações; a “sociológica”, onde a concepção do “eu” é formada a partir de sua interação com a sociedade e a identidade “pós-moderna”, que segundo Hall não possui identidade fixa, definida. Porém essa identidade pós-moderna pode também ser vista como uma junção da identidade “iluminista” e “sociológica”, já que com a razão, ou seja, o conhecimento, o homem passou a se comunicar e interagir com outras culturas, e as suas concepções sociológicas começaram a ser analisadas sob a ótica do multiculturalismo e do relativismo cultural. Essa maior aceitação de outras culturas e consequente disseminação de ideias proporcionada pela globalização fez com que a “construção” de novas identidades pudesse ser analisada como uma “crise de identidades” e também como fortalecimento do relativismo cultural. Se analisarmos a discussão acerca das “identidades pós-modernas” (como proposto por Stuart Hall) podemos inferir pontos positivos e pontos negativos na “reconstrução” das identidades culturais ao longo do tempo: os aspectos positivos desse “multiculturalismo”, já citados, são o maior conhecimento sobre outras culturas, assim como maior aceitação das mesmas, a fim de diminuir diferenças e promover uma convivência pacífica consciente. E
negativamente podemos destacar a “descentralização” da cultura, uma maior “perda” da cultura original, da cultura “mãe”, o que muitas vezes faz com que aspectos mais específicos de determinadas culturas não sejam mantidos e se percam com o tempo.
Principais obras de Stuart Hall: •
“Cultural Studies: two paradigms" in Media, Culture and Society
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Culture, Media, Language
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Representation: Cultural Representations and Signifying Practices
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Doing Cultural Studies
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Encoding and Decoding in the Television Discourse
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“Notes on Deconstructing the Popular" in People's History and Socialist Theory
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A identidade Cultural na Pós Modernidade
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Da diáspora: Identidade e Mediações Culturais
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Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais
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The Formation of Modernity
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Hard Road to Renewal: Thatcherism and the Crisis