TFG - O ser no estar e no permanecer: um olhar para o pedestre através de revitalização urbana

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O SER NO ESTAR E NO PERMANECER: UM OLHAR PARA O PEDESTRE ATRAVÉS DE REVITALIZAÇÃO URBANA Gabrielle Rodrigues de Sousa Oliveira

Orientadora: Profª Drª Rosa Sulaine Farias

Trabalho Final de Graduação Centro Universitário Moura Lacerda Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Ribeirão Preto, 2018


A arte de viver é simplesmente conviver... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!” Mário Quintana

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Aos meus pais e minha irmã, por terem estado ao meu lado nessa caminhada cheia de espinhos. À minha parabatai Mariama, pelo apoio e companheirismo de cada dia. 5


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RESUMO


OLIVEIRA, G.R.S. Ser, estar, permanecer – Um olhar para o pedestre através de revitalização urbana. Trabalho Final de Graduação. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. CUML, 2018. A revitalização urbana é um instrumento que visa intervir, dentre outras situações, na melhoria da qualidade do ambiente urbano em áreas degradadas, como as áreas industriais, periféricas e antigas ferrovias desativadas. Este trabalho tem o objetivo de apresentar uma proposta de revitalização urbana na antiga ferrovia da Avenida Rio Pardo em Ribeirão Preto, São Paulo, cujo intuito é promover a interação entre membros da comunidade, reestabelecer a relação do pedestre com o meio urbano e revitalizar a área em estado crítico de degradação. Para isso, foi necessário fazer um estudo teórico sobre revitalização urbana e um levantamento histórico da ferrovia em questão; pesquisas de campo analisando a relação atual entre pedestre e o meio urbano; análise da legislação de acessibilidade atual e a realidade física do local, em busca de problemas e potencialidades; levantamento morfológico e sócioeconômico da área, levando à criação de um futuro cenário pósrevitalização; referências projetuais para repertório de projeto; e por fim, proposta de projeto de revitalização. Palavras-chave:

revitalização

urbana;

ferrovias;

pedestre;

promoção do uso público.

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SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO

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10 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

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DISCUSSÃO SOBRE ESTUDO OS ESPAÇOS PRELIMINAR PÚBLICOS E A CIDADE SUSTENTÁVEL 14 ANTEPROJETO

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APRESENTAÇÃO, CONCLUSÃO CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO 18

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ANEXOS

BIBLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO

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A presente monografia discorre sobre a revitalização urbana em ferrovias desativadas com foco voltado para a mobilidade urbana do pedestre e o impacto que essa ação pode causar no meio urbano, principalmente em regiões periféricas, como é o caso do local de interesse para pesquisa e posteriormente proposta de projeto. É importante destacar alguns conceitos e definições para melhor compreensão da discussão. A revitalização urbana pode ser caracterizada como uma ação que:

"[...] obriga a intervir na melhoria da qualidade do ambiente urbano, das condições socioeconómicas ou no quadro de vida de um determinado território (‘território de revitalização urbana’) [...]. A sua atuação não é rígida, mas adapta-se às realidades territoriais, nas quais intervém pretendendo coordenar e adaptar os recursos existentes e potenciais, públicos e privados, apelando à população e às entidades que as representam para serem coautoras do processo de revitalização." (MOURA, GUERRA, SEIXAS E FREITAS,

p.21). O conceito de mobilidade urbana está diretamente ligado às diferentes formas de deslocamento das pessoas pela cidade. Para Vasconcellos (2001, apud GIMENES, 2005), mobilidade é a habilidade humana de se movimentar de acordo com suas condições físicas e econômicas. Já Morris (1979, apud ALVES e RAIA JR., 2012) define a mobilidade como a capacidade das pessoas de se deslocarem de um lugar a outro em diferentes modalidades de transporte. Em uma sociedade movida à automotores, um dos maiores desafios das cidades é a criação de espaços públicos que atendam às necessidades de todos os tipos de pessoas e propiciem um novo estilo de vida, mais próximo à natureza e distante da poluição dos veículos, com recursos naturais e alternativas de locomoção. Em paralelo a isso, a modernização dos meios de transporte levou à desativação de inúmeras linhas férreas em todo o mundo e, consequentemente, o abandono e degradação das mesmas, deixando pelo caminho histórias esquecidas e espaços ociosos. A Zona Norte de Ribeirão Preto já é uma área degradada e com problemas de infraestrutura por si só. E a linha férrea da Avenida Rio Parda, que se encontra nessa região possui problemas pontuais a serem discutidos nessa dissertação.

O problema mais recorrente é a falta de acessibilidade ao longo da avenida, prejudicando a mobilidade de pedestres e ciclistas, tendo em vista que faz parte do percurso para inúmeros pontos de comércio e serviços da área toda. A acessibilidade é prejudicada principalmente pela presença de vegetação de grande porte ao longo da ferrovia que causam estragos na pavimentação das calçadas devido às suas raízes superficiais. Há também uma grande carência de equipamentos de lazer e áreas verdes, como dito anteriormente. Ao longo da ferrovia pode-se observar alguns usos nesse sentido, onde a própria população local se apropria do espaço e tenta de alguma forma suprir essa carência numa disputa com a vegetação rasteira que raramente é retirada pelo serviço público, lixo e animais que por ali vagueiam. Trazendo essa realidade à um contraponto, a criação de espaços públicos ao longo de linhas férreas é uma forma de manter viva a memória local, sendo a ferrovia um patrimônio histórico; pode trazer uma aproximação da natureza através da implantação cuidadosa de vegetação – e em alguns casos, a preservação de vegetação preexistente; e também é uma forma de aumentar a movimentação da economia local, pois o espaço se torna um polo atrativo. Outra questão relevante é o fato de ser

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uma opção mais econômica de criação desses espaços, devido ao fato de ser uma preexistência. Kwon Wan-taek, autor do projeto de um parque linear suspenso em uma passarela obsoleta em Seul, na Coréia do Sul disse em uma entrevista ao jornal Washington Post (2017): “Os pedestres necessitam de áreas verdes, mas é muito caro encontrar locais novos [...] É muito mais eficiente transformar espaços antigos em áreas verdes, em vez de demoli-los”. A proposta é criar um espaço onde o foco seja a mobilidade do pedestre, que ele tenha segurança, conforto e prazer ao percorrer um caminho que não seja através de ônibus, moto ou principalmente carro. Que esse local passe a ter predominantemente a escala do pedestre. O espaço deverá englobar todas as categorias de pedestre, desde crianças, idosos até cadeirantes e pessoas portadoras de necessidades especiais dada a realidade do local onde é recorrente presenciar acidentes devido à falta de acessibilidade.

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Esta intervenção também busca chamar atenção para o entorno, aquilo que o local em questão oferece e os principais percursos para chegar até ali. Aqui o pedestre assume o papel de flâneur, aguçando as percepções acerca do lugar e das pessoas a sua volta, de forma que possa escolher interagir ou passar despercebido entre uma esquina e outra e, consequentemente, traz a opção de deixar o carro ou o ônibus de lado e percorrer o caminho a pé sob as árvores, além de incentivar o hábito

de se fazer atividades físicas ao ar livre e principalmente estimular o convívio social entre os moradores e visitantes do bairro. Para atingir esse objetivo, a proposta de projeto irá constituir na criação de espaços de lazer e contemplação, promovendo a interação entre as pessoas; melhoria nas calçadas, a fim de que as pessoas se sintam impelidas a caminhar por ali; remodelação de área verde, proporcionando espaços de descanso e beneficiando o entorno imediato com ar fresco; e maior conexão entre bairros vizinhos, consequentemente aumentando a movimentação de comércio e serviços da área. Por fim, a presente dissertação dispõe de um quadro teórico de referência que será apresentado no próximo capítulo. Posteriormente, será apresentada uma série de levantamentos a fim de promover subsídios para uma proposta projetual adequada, sendo eles: • Levantamento histórico da área de intervenção, com enfoque sobre a ferrovia desativada ali presente, onde serão feitas pesquisas em sites, bancos de dados, teses e artigos, entrevistas com moradores e registros fotográficos; • Levantamento dos aspectos físicoambientais do objeto de intervenção e seu entorno através da criação de mapas temáticos, pesquisas em bancos de dados, reportagens e registros fotográficos; • Estudo de conexões com bairros vizinhos através de mapas a fim de se observar as conexões preexistentes, buscando formas

de potencializá-las ao longo do projeto; • Caracterização socioeconômica dos moradores do entorno da área de intervenção, a fim de se traçar um perfil dos usuários em potencial do espaço e suas necessidades. • Leitura de referências projetuais, a fim de gerar repertório de projeto e apoio para a elaboração do projeto de intervenção urbana. A fase final da monografia compõe de a proposta de projeto de revitalização urbana, onde será feito um estudo preliminar e, posteriormente, a elaboração de um anteprojeto.


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QUADRO TEÓRICO

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DISCUSSÃO SOBRE OS ESPAÇOS PÚBLICOS E A CIDADE SUSTENTÁVEL


“[...] define um amplo conceito de sustentabilidade, considerando questões como o consumo de energia, emissões de gases, atividade industrial, fornecimento de energia e gerenciamento de água, esgoto e transporte. Entretanto, dentre estes itens, o transporte é foco da análise que abrange a mobilidade através da bicicleta e deslocamentos a pé, já que o tráfego de pedestre e de bicicletas demandam menos espaço sendo estes uma solução importante rumo a uma cidade sustentável. [...]” (GEHL, 2013, p. 105). Há diversos fatores determinantes na formação e crescimento de centros urbanos, dentro eles, fatores técnicos, econômicos e culturais em contraste com sua paisagem natural.

“[...] sendo assim, torna-se preocupante a perda do caminhar como parte da rotina, pois, por conta da falta de estrutura urbana como suporte ao exercício, aqueles que se preocupam

com a saúde, buscam individualmente soluções como equipamentos para exercitar-se em casa ou em academias transformando a atividade física como rotina fora das atividades cotidianas e como um grande negócio, esvaziando ainda mais o espaço público. Adotar uma política pública que convide as pessoas a se exercitarem parece uma ideia óbvia, porém há décadas existe o costume de projetar o urbano para o tráfego de carros, negligenciando a escala humana” (GEHL, 2013, p. 113). Além de questões econômicas e políticas, algumas regiões recebem mais investimentos para seu desenvolvimento do que outras, que acabam se tornando áreas degradadas, castigadas pelo tempo e descaso tanto do poder público quanto da iniciativa privada por não enxergarem o verdadeiro potencial dessas regiões, e fazem com que esse fenômeno da população abandonar a cidade e esses espaços sejam recorrentes, Atualmente, na construção do espaço público, deve-se extrair o aspecto positivo da antiga Grécia: o convívio social, o local

dos intercâmbios de cultura, arte, política, etc., mas também se deve excluir o aspecto negativo como a exclusão social. Na concepção de Montaner (2011), os espaços públicos são a chave para a melhoria da qualidade de vida e para o incremento da sociabilidade e sustentabilidade. O autor relembra que, na tradição de culturas do Mediterrâneo, a natureza pública espacial do espaço urbano sempre foi cultivada desde o princípio, tanto que Goethe, em sua viagem à Itália, no final do século XVIII, relatou que em Verona e Vicenza, os pórticos, as entradas, as galerias, os pátios, os claustros e as escadas interiores de igrejas viam-se sempre ocupados por pessoas. Na era do Renascimento, outro fator que mereceu destaque da cultura mediterrânea era a possibilidade de as pessoas visitarem propriedades privadas, ainda que sem ser convidadas, para acessar vistas paisagísticas, obras de arte, jardins e pátios. Vê-se, então, que o espaço compartilhado propicia o convívio social e o desenvolvimento do indivíduo, seja na dimensão cultural, intelectual ou política. Nesse passo, Montaner (2011) ensina que o espaço público apresenta um caráter poliédrico, pois ele pode ser entendido de muitas maneiras e está continuamente em evolução. 15


Henri Lefebvre (2010) defendeu a produção dos espaços públicos como lugares aptos a romper a exclusão social, uma vez que a necessidade da cidade e da vida urbana só se exprime livremente nas perspectivas que abram os horizontes para a vida em uma sociedade justa. Assegura o autor que a cidade, historicamente concebida, não existe mais, pois hoje em dia ela não passa de um objeto de consumo cultural para turismo e esteticismo, concluindo que a cidade está morta. Quando o olhar se volta para essas regiões, pode ser identificado seus problemas e potencialidades, podese adotar a revitalização urbana como medida para alavancar econômica, social e culturalmente a realidade local. O termo Revitalização é muito abrangente, pois trata de um total de ações a fim de permitir a um determinado espaço uma nova eficiência, um novo sentido em seu uso, visando uma melhoria do espaço e seu entorno. (TEIXEIRA et al, 2016).

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O principal foco da Revitalização Urbana é a criação de espaços livres públicos. É preciso analisar separadamente dois conceitos antes de se falar de espaços livres públicos: o conceito de espaço livre e o conceito de espaço público. Segundo Miranda Magnoli (2006, p. 179), os espaços livres de edificação são “todo espaço não ocupado por um volume edificado (espaço-solo, espaço-água, espaço-luz)

ao redor das edificações e que as pessoas têm acesso”. Schlee et al. (2009) citam diversos autores para destacar que:

“[...] o termo espaço livre é impregnado de múltiplos significados, sendo, geralmente, associados ao meio urbano no qual se definem pelo perfil de propriedade, acessibilidade ou uso, como públicos ou privados, minerais ou vegetados, associados às funções múltiplas de preservação, recreação, convívio, circulação”. (MERLIN; CHOAY, 1988; RONCAYOLO, 2002 apud SCHLEE et al., 2009, p. 242 e 243)

Quanto ao espaço público, o acesso universal o torna um local, de acordo com Gomes (2002, p. 163 a 164):

“[...] No qual se processa a mistura social. Diferentes segmentos, com diferentes expectativas e interesses, nutrem-se da copresença, ultrapassando suas diversidades concretas em uma prática de civilidade. [...] O lugar físico orienta as práticas, guia os comportamentos, e

estes por sua vez reafirmam o estatuto público desse espaço”. Então, com esse entendimento, de Paula (2017, p. 28) conclui que: “os espaços livres públicos são todos os espaços livres de edificação, pertencentes ao poder público (não particulares), e que fazem parte do cotidiano das cidades, como ruas, largos, praças, parques, dentre outros e usufruto de todos”. Uma das ações do ato de revitalizar é a criação de espaços públicos de lazer:

“Os espaços públicos abertos de lazer trazem inúmeros benefícios para a melhoria da habitabilidade do ambiente urbano, entre eles a possibilidade do acontecimento de práticas sociais, momentos de lazer, encontros ao ar livre e manifestações de vida urbana e comunitária, [...]”. (OLIVEIRA; MASCARÓ, 2007, p.60).

Nessa questão, é importante ressaltar o conceito de áreas de lazer como uma tipologia de espaços livres nas considerações de Macedo (1995, p. 16 a 21):


“Áreas de Lazer – todo e qualquer espaço livre de edificação destinado prioritariamente ao lazer, seja ele ativo, isto é, uma área para jogos e brincadeiras ou contemplativo, isto é, áreas dotadas de um valor cênico/ paisagístico expressivo em cujo interior o cidadão apenas passeia a pé, montado ou de carro, contemplando o cenário que se descortina ante seus olhos. Todos os parques, praias e praças urbanas estão englobados dentro deste conceito, possibilitando por muitas vezes uma utilização mista, tanto para o lazer ativo, como para o passeio. As praças rotatórias e equivalentes não podem ser incluídas em tal categoria, já que não permitem uma real apropriação e estadia do usuário em seu interior. Paralelamente, terrenos vazios como várzeas de rios [...], utilizados frequentemente

pela população para jogos “sensação de segurança”; e brincadeiras, podem ser g) em função de eventos e atividades considerados como áreas de promovidas no espaço. lazer, pelo menos enquanto se mantém tal tipo de uso Essa discussão sobre revitalização ‘alternativo’”. urbana e recuperação de áreas

degradas deve ter aplicação do Mesmo se tratando de parques em conceito de sustentabilidade, segundo sua dissertação, De Paula (2017) aponta Rogers (2005, p. 56): alguns motivos para o uso dessas áreas “A maior parte das cidades que também se encaixam precisamente do mundo desenvolvido na discussão da revitalização urbana de sofreu um agudo processo áreas degradadas: a) por natureza;

permitir

contato

com

a

b) por permitir contato com outras pessoas; c) pela presença de equipamentos destinados ao esporte; d) pela disponibilidade de espaços livres e instalações destinadas ao passeio, à contemplação, e ao lazer; e) em função da presença de comércio, diversidade de usos e favorecimento do entorno na presença de indivíduos no espaço público;

de diminuição da função industrial nos últimos 20 anos, deixando grandes áreas abandonadas, geralmente localizadas ao longo das principais vias de transporte. [...] não importa a causa que levou à decadência dessas áreas, se guerra ou perda da função industrial, tais áreas a serem recuperadas representam uma importante oportunidade para melhorar o grau de sustentabilidade das cidades”.

f) em função da segurança ou da 17


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ÁREA DE INTERVENÇÃO

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APRESENTAÇÃO, CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE


3.1 DELIMITAÇÃO DO OBJETO DE INTERVENÇÃO

O perímetro da área de estudo, situado no Subsetor Norte (N-2), é delimitado pela Avenida Dom Pedro I, Via Expressa Norte, Rua São Francisco e Rua Itajubá e o objeto de intervenção é a Ferrovia Mogiana ao longo da Avenida Rio Pardo em toda a sua extensão. A escolha do objeto deu-se pelo fato de se tratar da Ferrovia Mogiana, um elemento histórico bem no meio do bairro Ipiranga que, atualmente, encontra-se em estado crítico de degradação. A região é uma das mais densas e movimentadas da cidade de Ribeirão Preto, composta por grande número de equipamentos importantes, além de comércio e serviços que geram uma forte ligação com os bairros do entorno que sofrem com a escassez desses equipamentos, além de haver também carência significativa de áreas de lazer e áreas verdes nessa região.

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1. Fábrica da Coca Cola, situada na Av. Dom Pedro I, nº 2270, é um dos principais pontos de referência da área. Fonte: Arquivo Pessoal – Março/2018

4. EMEFEM Prof. Alfeu Luis Gasparini, situada na Avenida Dom Pedro I, 196 é a escola com mais fama em toda a área de estudo, um ponto de referência importante nessa localização. Fonte: Arquivo Pessoal – Março/2018

7. Faculdade Anhanguera, situada na Avenida Eduardo Andréia Matarazzo, 891, é a única instituição de ensino superior na área de estudo, sendo um ponto de referência importante para a área de intervenção. Fonte: Arquivo Pessoal – Março/2018

2. Supermercado Savegnago, situado na Rua Acre, nº 1400, é o equipamento comercial mais forte da área e grande gerador de impactos ambientais no entorno. Fonte: Arquivo Pessoal – Março/2018

5. E.E. Dr. Geraldo Correia de Carvalho, situada na Rua Itaguaçu, 869 é também uma escola de nome forte nessa área e um ponto de referência da área de intervenção para quem vem de regiões mais ao norte. Fonte: Arquivo Pessoal – Março/2018

8. Trecho da ferrovia escondido, rodeado por árvores de médio e grande porte, já quase não se vê os trilhos do trem. Fonte: Arquivo Pessoal – Março/2018

3. CEAGESP, situada também na Rua Acre, nº 1180/1286/1300, comporta os armazéns da companhia, sendo o ponto mais alto de toda a área com construções no entorno de 45m de altura. Fonte: Arquivo Pessoal – Março/2018

6. Trecho da ferrovia quase que inteiramente coberto por vegetação rasteira e entulho, além de forte presença de árvores de médio e grande porte. Fonte: Arquivo Pessoal – Março/2018

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3.2 BREVE HISTÓRICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

O cultivo cafeeiro na região se deu em torno de 1811, como a primeira atividade agrícola intensiva de Ribeirão Preto, por causa das terras férteis e do clima apropriado. Foi implantada por familiares de fazendeiros que contribuíram com doações de terras para a formação da cidade em 1856. As lavouras começaram a ser implantadas em 1870, motivando a vinda da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro em 1883 para o transporte de imigrantes italianos, japoneses etc, para a demanda de mão de obra e escoamento da população agrícola.

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O núcleo foi dividido inicialmente em 200 lotes do qual a administração pertencia a uma central de imigração privada para depois, em 1893, ser emancipado e incorporado ao município. A configuração deste grande “loteamento” era constituída de: Sede, Primeira Seção, Segunda Seção – que originou o bairro Ipiranga, região que abriga a então área de estudo – Terceira Seção e Quarta Seção, que possui a urbanização mais recente de todas, após o asfaltamento da Rodovia Anhanguera após a década de 1940. A consolidação econômica gerada pelo complexo cafeeiro gerou uma expansão urbana em 1887 com a criação do Núcleo Colonial Antônio Prado, que surgiu com a proposta de servir como “viveiro de mãode-obra” para as fazendas cafeeiras da região. O núcleo foi implantado na várzea do Ribeirão Preto e do Córrego Retiro que, junto com a estrada de ferro Mogiana, constituíram importantes condicionantes físicos para o seu desenho final. SEDE

PRIMEIRA SEÇÃO SEGUNDA SEÇÃO

Este início de zoneamento levou a desigualdade no preço da terra. Os que não tinham condições encontravam seus lotes nas regiões periféricas perto de indústrias, constituindo a zona norte pobre da cidade.

Junto com a implantação do núcleo colonial e com a chegada da Mogiana, iniciou uma série de obras de infraestrutura, como a canalização de água em 1897 e luz elétrica em 1899.

TERCEIRA SEÇÃO QUARTA SEÇÃO

NUCLEO URBANO PRINCIPAL (EXISTENTE EM 1887)

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3.2.1 MAPA DE BENS TOMBADOS Edifício da Estação Barracão e ferrovia Mogiana Situado na esquina da Avenida Dom Pedro com a Rua Rio Grande do Norte, é um edifício público com tombamento definitivo estadual pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado – desde 25 de maio de 1982. Atualmente pertence ao DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Este prédio foi uma das primeiras estações ferroviárias que surgiram na região de Ribeirão Preto durante o período cafeeiro. Próximo a ele, construiu-se na época, um barracão de madeira onde os imigrantes, após embarcarem, aguardavam seus destinos às fazendas de café. A Ferrovia Mogiana, apesar de não ser um bem tombado, faz parte da historia de Ribeirão Preto e do bairro Ipiranga, área de intervenção em questão. No recorte da área de estudo, vê-se ela em toda a sua extensão, desde a fábrica da Coca Cola até a Estação Barracão. Os trilhos que se encontram no Ipiranga, são interrompidos ao chegar na avenida Dom Pedro, portanto, os remanescentes formam um espaço ocioso e passível de ocupações irregulares.

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“A estação do Barracão, ao lado direito da rua Capitão Salomão (nro 2). O pontilhado vermelho mostra o antigo leito da Mogiana dirigindose à não mais existente estação de Ribeirão Preto na Vila Tibério. Ali não existem mais trilhos desde há muito, fato que gerava a manobra dos trens, junto ao (nro 2). e que hoje não mais ocorre justamente por falta dos trens para o ramal. A nordeste da estação (retângulo vermelho junto ao nro 2), a bifurcação para o ramal (à esquerda) e para a estação de Ribeirão-nova (essa linha que se juntava à variante Bento Quirino-Entroncamento era remanescente do tronco original, de 1886). Finalmente, o trecho em vermelho (no Ipiranga) mostra a continuação dos trilhos, que ainda estão lá hoje (2006), mas que o mapa estranhamente não mostrou, nesta edição de 1998. Note-

se ainda a noroeste dos trilhos o bairro do Ipiranga, antido bairro do Barracão de cima, e a sudeste, parte do de Campos Elísios, antigo bairro do Barracão de Baixo” (Star Guia, 29a edição, 1998).

Os trilhos ainda se encontram intactos no caminho para a Estação Barracão. Em áreas descampadas ainda é possível avistar os trilhos, mesmo com vegetação rasteira alta. Mesmo em locais onde já não se há mais a presença dos trilhos, como em cruzamentos de ruas, ainda é possível encontrar mobiliários da época como as placas de sinalização 25


3.3 USO DO SOLO O uso do solo na área de estudo, como representado no mapa, é predominantemente residencial com edificações de classe média-baixa. As quadras são densas, de tal forma que sobram pouquíssimos lotes para construção. Há vários comércios de bairro no recorte, mas o destaque maior ficou para a Avenida Dom Pedro I, que concentra o maior número de comércio e serviços que atendem não só a população residente deste recorte, mas também a população de outros bairros do entorno. As ruas General Câmara, Américo Batista e São Francisco também concentram uma quantidade significativa de comércio, sendo esses de caráter predominantemente local. Nota-se também uma quantidade considerável de uso institucional na área, distribuídos de forma acessível à todos que moram por ali e nos bairros adjacentes.

Exemplos de casas na rua Tocantins. Arquivo pessoal - Março/2018 Magazine Luíza, uma filial na avenida Dom Pedro I. Arquivo pessoal - Março/2018

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Mercado da Malu, comércio movimentado na rua General Câmara. Arquivo pessoal - Março/2018


3.4 OCUPAÇÃO DO SOLO 3.4.1 MAPA DE GABARITO Como pode ser observado no mapa, o gabarito predominante da área de estudo é térreo, seguido de algumas edificações de dois pavimentos. De acordo com a legislação vigente, Zonas de Urbanização Preferencial, como a área de estudo em questão, são livres para ultrapassar o gabarito básico de 10 metros, como é o caso do edifício residencial de 9 pavimentos em fase final de construção na Rua Acre e do edifício residencial de 7 pavimentos da rua Itaguaçu, ambos construídos em lotes pequenos com recuos mínimos e ladeados por edificações baixas. A CEAGESP possui um silo vertical com entorno de 45 metros de altura, mas que não geram tanto impacto no seu entorno como os dois edifícios citados anteriormente devido aos recuos grandes.

Edifício residencial em fase final de construção na Avenida Rio Pardo. Arquivo pessoal - Março/2018 Edifício residencial já entregue na rua Itaguaçu. Arquivo pessoal - Março/2018 Silo vertical da CEAGESP. Arquivo pessoal - Março/2018

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3.4.2 MAPA DE FIGURA-FUNDO

As quadras ao longo da Ferrovia Mogiana são extremamente densas. De acordo com a legislação vigente, a taxa de ocupação residencial – que ocupa praticamente toda essa faixa como mostrado no mapa de uso do solo – é de 75%. Nesse caso, podese perceber que os lotes são ocupados ao máximo. Em casos de construções irregulares, mais antigas do que a própria lei de parcelamento, uso e ocupação do solo, esse limite é extrapolado.

Casa na Rua General Câmara, com apenas um recuo mínimo lateral descoberto. Todo o resto do terreno é ocupado pela construção. Arquivo pessoal - Março/2018

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3.5 LEGISLAÇÃO 3.5.1 MACROZONEAMENTO

De acordo com a legislação vigente, a área de estudo é caracterizada como ZUP – Zona de Urbanização Preferencial, onde o gabarito pode ultrapassar os 10m básicos, o coeficiente de aproveitamento máximo é de até 5 vezes a área do terreno, a área permeável é a) 5% (cinco por cento) para lotes com área de até 400 m²; b) 10% para lotes com área acima de 400 m² até 1000 m²; c) 15% para lotes com área maior que 1000 m² (no entanto, é raro encontrar lotes que respeitem essa parte da legislação). Nessa área a população possui baixo-médio poder aquisitivo e o preço da terra é médio devido a grande quantidade de equipamentos e transporte coletivo ali presente e por estar mais próxima do cetro da cidade. Mapa retirado do site da Secretaria de Planejamento

3.5.2 ZONEAMENTO INDUSTRIAL

A área de estudo, de acordo com o zoneamento industrial definido na legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo de Ribeirão Preto, é caracterizada como Área de Uso Misto I (AUM1): “destina-se, sem prejuízo à instalação de estabelecimentos de menor potencial poluidor, à implantação daqueles cujos processos, submetidos à métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, ainda contenham fatores incômodos, em relação às demais atividades urbanas, classificadas com índice ambiental até 1,5 (um e meio)”. Mapa retirado do site da Secretaria de Planejamento

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3.5.3 ÁREAS ESPECIAIS

3.5.4 ZONA DE USO DISCIPLINADO

3.5.5 CARTA AMBIENTAL

A área de estudo é caracterizada como Área Especial de Interesse Social I e algumas glebas caracterizadas como Área Especial de Interesse Social II, sendo uma delas já ocupada pela fábrica da Coca-Cola. Mapa retirado do site da Secretaria de Planejamento

Zona de Uso Disciplinado (ZUD), compreendendo a área da Formação Serra Geral (basalto). A área de estudo é caracterizada como ZUD-1, área interna ao Anel Viário. Mapa retirado do site da Secretaria de Planejamento

De acordo com a carta ambiental, a área de estudo está situada, como visto no mapa e Uso Disciplinado, em uma região de grande afloramento de basalto. Também é uma localidade de vertentes, com a topografia em declive para a via norte. Mapa retirado do site da Secretaria de Planejamento


3.6 MAPA DE EQUIPAMENTOS Como pode-se observar no mapa, há uma grande gama de equipamentos na área de estudo, sendo em sua maioria de caráter educacional. Todos eles se encontram em bom estado de conservação, alguns tendo passado por reforma há alguns anos. As UBSs atendem a população não só do recorte de estudo mas também seu entorno imediato. A UBS Dr. João Paulo Bin atende a população adulta e idosos, com atendimento de clínico geral e áreas específicas como pneumologia por exemplo. Já a UBS Dr. Edgard Achê é um Centro de Saúde-Escola e atende a pediatria e ginecologia. A UBS Adalberto Teixeira Andnrade atende moradores do seu entorno e de bairros mais ao norte da área de estudo. A instituição localizada na Rua André Rebouças que funciona como creche e pré-escola é particular, sendo parte da Associação Espírita Casa Betânia. Cobram um valor simbólico para as famílias e também sobrevivem de doações e almoços beneficentes. Na beira da Via Expressa Norte, há a Faculdade Anhanguera, instituição de ensino superior de caráter particular que atende público da cidade de Ribeirão Preto no geral e também de outras cidades da região. Todos os demais equipamentos educacionais são públicos.

3CS

EDUCAÇÃO SUPERIOR

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3.7.1

3.7 SISTEMA VIÁRIO HIERARQUIA VIÁRIA FUNCIONAL

As vias de fluxo intenso, marcadas em vermelho, são as que localizam maior quantidade de comércio e serviços, como apresentado anteriormente no mapa de Uso do Solo, e que ligam diretamente à outros bairros da região, principalmente através de transporte público. As vias que também dão acesso à outros bairros fazendo parte do itinerário de ônibus mas sem a presença de grandes comércios nem serviços, possuem um fluxo médio por conta deles, sendo representadas em laranja. As vias em amarelo indicam fluxo baixo, pois não possuem ligação direta com outros bairros nem presença de transporte público, seu fluxo é apenas interno. As diretrizes víárias condizem apenas com a realidade das vias em vermelho, sendo especificadas como vias de distribuição e coletoras. A Avenida Rio Pardo não possui fluxo suficiente para ser uma Via Expressa de 2ª Categoria, além de a ligação principal entre os bairros se dar pela Avenida Dom Pedro I.

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3.7.2 HIERARQUIA VIÁRIA FÍSICA As vias da área de estudo são em sua maioria de caráter local, em alguns casos não condizendo com a diretriz viária proposta no plano diretor de Ribeirão Preto. No mapa de diretriz, há o projeto de transformação da rua Tapajós em avenida com alargamento de via, fazendo uma junção com a continuidade da Avenida Rio pardo, no entanto é um projeto desnecessário, pois esse percurso pode ser feito facilmente na conversão da rua Tapajós com a Avenida Dom Pedro. A Avenida Rio Pardo possui um projeto de Via Expressa nas diretrizes, apesar de também não ser necessário, pois a mesma ligação entre regiões é feita por outras vias. A Avenida Dom Pedro I, considerada como uma via de distribuição e coletora, na realidade é vista como uma via principal no recorte, pois é a que possui maior largura e extensão, além de ser a principal ligação entre o Centro, Zona Norte e Zona Oeste

3.7.3

SISTEMA CICLOVIÁRIO

Da mesma forma em que as diretrizes viárias não foram implantadas, com exceção da Via Norte, o sistema cicloviário também não foi. Há um conflito considerável entre a presença constante de ciclistas na área de estudo e a falta de ciclovias. 34


3.7.4

PERFIL

DA

AVENIDA RIO PARDO

35


36


3.7.5 GRÁFICO DE MODAIS 35 Foi feita uma contagem do fluxo de trânsito de modais na área de estudo em 3 períodos diferentes durante meia hora cada. No período da manhã, observou-se um número maior de pedestres, se sobrepondo aos demais modais – pessoas que moram por ali indo para as escolas e outros postos de trabalho. Diferente do que se esperava, o fluxo de carros não é o maior durante o dia, devido ao fato de que a Avenida Rio Pardo não é a primeira opção de escolha de trajeto dos motoristas como visto nos mapas de hierarquia viária anteriormente. Só foi visto um ônibus passando nos três horários, pois a linha tem horário marcado para passar nos pontos e, de acordo com o site da RITMO, o intervalo entre um ônibus é outro é de meia hora. Nos três horários de observação foram vistas poucas bicicletas na avenida,

30 25 20 15 10 5 0

Ônibus

Carro

Moto Manhã

Tarde

Bicicleta

Pedestre

Noite

37


3.7.6 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DE CICLISTAS Em laranja está representada a concentração de ciclistas residentes na área de estudo, em momentos de partida e chegada nas residências. Atualmente não é grande a concentração nessa área devida a troca das bicicletas por carros e motos. Há uns 10 anos atrás era comum ver pessoas saindo para trabalhar de bicicleta, levando até equipamentos pesados na garupa como compressor de ar, em casos de trabalho na construção civil por exemplo. Um reflexo exato do grande salto econômico da população brasileira nesse período. Em azul está representada a concentração de ciclistas que passam pela área para acessar equipamentos. Em especial escolas, alocadas próximas a esses pontos. Há adultos levando crianças e partindo para o trabalho, como também há crianças e adolescentes que usam a bicicleta como meio de transporte para irem para a escola.

38


3.7.7 MAPA DE CONCENTRAÇÃO DE PEDESTRES De acordo com o mapa, pode-se perceber que a concentração maior de pedestres ao longo da Avenida Rio Pardo se dá próximo à equipamentos e comércio, sendo então uma concentração momentânea, onde as pessoas estão apenas de passagem. Há horários específicos de fluxo de pedestres nesses pontos. A concentração de pedestres indo ou voltando da igreja católica situada na rua Tabatinga acontece aos sábados das 17:00h às 19:30h e aos domingos das 7:00h às 10:00h e das 19:00h às 20:00h, que são os horários em que acontecem as missas. Próximo às escolas, há uma concentração de pedestres no horário de entrada e saída de alunos, entre 7:00h e 11:30, 13:00h e 17:30h e 19:00h e 23:00h, de segunda à sexta-feira. Aos finais de semana esses pontos são mais vazios. Há presença de pedestres nas calçadas de casa também aos finais de semana, quando trabalhadores estão de folga e as crianças não têm aula e podem brincar na rua. Durante a semana é possível encontrar alguns idosos sentados conversando com vizinhos.

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3.7.8 MAPA DE ITINERÁRIO DE ÔNIBUS A área de estudo é uma das regiões de Ribeirão Preto mais bem servidas de transpor público, como pode-se observar no mapa, com pontos estrategicamente espalhados próximos aos equipamentos e trajetos em ruas mais movimentadas dos bairros, com forte presença de comércio e serviços. Atenção especial para as linhas estruturais U199 e U299, que ligam o Novo Shopping ao Ribeirão Shopping e ao Campus da USP sem passar pelo centro, economizando tempo por não haver necessidade de pegar outras linhas para acessar esses equipamentos. As linhas V217 e V187 também são importantes, pois ligam os bairros mais ao norte da área ao Campus da USP sem passar pelo centro, economizando tempo até esse equipamento. As unhas F/Q373, F/Q337 e I/O148 ligam essa área à Zona Leste, passando pelo centro e voltando, economizando tempo do passageiro que, em outros casos, precisariam pegar 2 ônibus ou mais. Ônibus comum de até 12m que passam por ruas e avenidas diversas da cidade. Utilizado por: Linhas Convencionais – T680, R108, R308, T780, P607, P670, Q507, S408, S508 e S580; Linhas Perimetrais, que ligam um bairro a outro sem passarem pelo centro da cidade – V217 e V187; e Linhas Diametrais, que ligam um bairro a outro da cidade, passando pelo centro – F/Q337, F/Q373 e I/O148. 40

Ônibus do tipo Padron de até 13m de comprimento ou articulados (no caso de Ribeirão Preto os veículos são apenas longos, sem articulação. Rodam apenas em avenidas ou vias de trânsito rápido, preferencialmente em corredores exclusivos para ônibus. Utilizado pelas linhas estruturais U199 e U299 nesse recorte de área.


3.7.9 MAPA DE POLOS GERADORES DE TRÁFEGO Os principais polos geradores de tráfego encontrados na área de estudo são instituições de ensino infantil e ensino fundamental, pois geram trafego intenso em horários específicos (entrada e saída de alunos) todos os dias úteis da semana. A CEAGESP possui certo fluxo de caminhões que acontece de manhã bem cedo, não causando impacto frequente no tráfego local (fora os momentos que coincidem com a passagem de ônibus, onde o fluxo é interrompido para entrada e/ ou saída do caminhão devido a via não ser larga o suficiente para comportar as duas atividades ao mesmo tempo). A Faculdade Anhanguera é um equipamento que gera um tráfego significativo na região pelo fato de receber pessoas de todas as regiões da cidade e de cidades vizinhas em horários específicos todos os dias úteis da semana, assim como as creches e as escolas. Aos finais de semana, as vias do seu entorno imediato se tornam locais vazios e sossegados. Os supermercados geram maior tráfego no final da tarde/começo da noite, pois é o horário em que as pessoas saem do trabalho e vão fazer compras. Em dias de promoção e dias de pagamento o trânsito aumenta, pois é a época em que todo mundo resolve fazer despesa. Aos finais de semana o tráfego é maior no período da manhã, quando as pessoas vão fazer as compras do almoço e abastecer a despensa da semana.

FACULDADE ANHANGUERA ESCOLAS CRECHES SUPERMERCADOS CEAGESP

41


3.8 MAPA DE ESTUDO DE CONEXÕES COM BAIRROS

42

José Sampaio – Esse trecho é importante pois a Rua Américo Batista, que o liga aos outros bairros em questão, se torna uma via de mão dupla nesse local, dando acesso à equipamentos como o Clube Magic Gardens e o Parque Tom Jobim. Ipiranga – Esse é o bairro com mais linhas de ônibus, fluxo intenso de pessoas e crianças brincando nas ruas. Área mais degradada, com ruas esburacadas e calçadas sem acessibilidade. Quantidade significativa de comércio local e equipamentos. A Coca Cola é um elemento marcante no bairro. Alto do Ipiranga – Seu principal ponto de referência é o Supermercado Savegnago e os armazéns da CEAGESP. É um recorte com fluxo intenso de todas as modalidades (ônibus, carros, motos, pedestres e ciclistas) devida a forte presença de comércio e serviços da Avenida Dom Pedro I. Vila Albertina – É o maior bairro da área de estudo. Possui baixo fluxo de automóveis e maior fluxo de pedestres e ciclistas. É comum ver pessoas na calçada de casa e crianças brincando nas ruas. No entanto, estas encontram-se esburacadas e as calçadas sem acessibilidade, mesmo onde há equipamentos públicos. Campos Elíseos – Este recorte é relevante pela presença da Via Expressa Norte, que dá acesso à outros setores da Zona Norte e a Rotatória Amin Calil, principal acesso à Avenida Francisco Junqueira que leva ao centro e às outras regiões da Cidade, sendo o motivo de fluxo intenso de automóveis nas vias principais de toda a área de estudo.


1. Trecho da rua Américo Batista em que se torna via de mão dupla na entrada do bairro José Sampaio. 2. Clube Magic Gardens situado na Av. Jorn. Antônio Carlos Pinho Sant’ Anna Jardim Alexandre Balbo, que tem acesso pela rua Américo Batista no J. Sampaio. 3. Parque Tom Jobim, situado no final da rua Américo Batista, no bairro José Sampaio.

4. Comércio local e leito carroçável esburacado na rua Japurá no Ipiranga. 5. Campo de futebol Walter Gomes situado na rua Caravelas no bairro Ipiranga 6. Grande diversidade de comércio na avenida Dom Pedro I no Alto do Ipiranga. 7. Forte presença de serviços como bancos e supermercado na avenida Dom Pedro no alto do Ipiranga.

8. Nenhuma das calçadas possuem rampas de acessibilidade na V. Albertina, como pode-se ver na foto da rua Guaporé. 9. Cruzamento da rua Américo Batista com a Via Norte, local de trânsito intenso ao longo de todo o dia.

43


3.9 SISTEMATIZAÇÃO DA LEITURA DA ÁREA E DIRETRIZES 3.9.1 VISÃO SERIAL OPTICA – SURPRESA – TRAVESSA SENA MADUREIRA

O percurso da Travessa Sena Madureira foi escolhido por, logo na entrada, encontrarmos uma massa verde no horizonte. Quem não conhece o local, pode imaginar que se trata de um remanescente florestal, um parque ou uma praça mas, ao final do percurso, encontra-se na verdade um remanescente da Ferrovia Mogiana, coberto de vegetação por descuido tanto de órgãos públicos quanto dos moradores.

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OPTICA – SURPRESA – TRAVESSA SEABRA

Na entrada da Travessa Seabra, a visão do horizonte é indefinida, percebe-se a presença de elementos de vegetação, mas sem qualquer ideia do estado em que se encontra a ferrovia. Ao chegar na ferrovia, a travessa que, inicialmente parecia sem saída, termina em um caminho de terra e brita, ligando-a à Avenida Rio Pardo, provavelmente feito pelos próprios moradores do local.

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OPTICA – SURPRESA – TRAVESSA ÂNGELO BRUSSOLO

A Travessa Ângelo Bussolo causa certo desconforto durante seu percurso pela quantidade mínima de uso ali presente. Ao fim desse percurso, parece um outro lugar sem conexão nenhuma com a área de estudo, mas ainda se trata da Avenida Rio Pardo, bem no comecinho, próximo à Via Norte. 46


3.9.2 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO Foi realizado um questionário com os moradores ao longo da Avenida Rio Pardo, a fim de conhecer as características socioeconômicas dos mesmos e sua opinião acerca do local onde moram. Sobre as características socioeconômicas, chegou-se a conclusão de que a maioria da população local é formada por crianças até 10 anos e adultos em idade economicamente ativa entre 20 e 50 anos. Há uma parcela considerável de idosos também. É uma área com rendimento médio de 5 salários mínimos e 4 pessoas por família. Sobre área de intervenção, relacionando o levantamento feito anteriormente com as respostas dos moradores, percebe-se uma presença considerável de pessoas na rua em momentos de lazer, principalmente crianças. No entanto, esses mesmos moradores se sentem infelizes com o local onde moram devido a falta de segurança e degradação da ferrovia. Seguindo essa linha, ao longo do questionário percebe-se um interesse em uma possível intervenção na ferrovia por parte dos moradores, em vista da ocupação já feita pelos mesmos no local, principalmente em relação às crianças, que sentem falta de áreas de lazer adequadas e dos pais que se preocupam por elas estarem brincando na rua.

3.9.3 MATRIZ DE CONVERGÊNCIAS E CONFLITOS CONVERGÊNCIAS

CONFLITOS

DIRETRIZES

interesse

Edificações e espaços públicos abandonados e degradados

Revitalizar e promover o uso desses espaços

Áreas de convergência de fluxos de circulação (pedestres, automóveis e transporte público)

Áreas conflituosas sob o aspecto de mobilidade e acessibilidade

de espaços Criação adequados para pedestres e ciclistas

Existência disponív eis

áreas

Áreas abandonadas ou subutilizadas devido ao processo de estagnação econômica e/ou existência de outras localidades em maior uso

Criação de espaços públicos que promov am a entre as sociabilidade pessoas

Áreas com potencial para oferecer atividades de lazer

Áreas de lazer já existentes em estado de degradação

Criação de espaços de lazer adequados que tirem as crianças dos leitos carroçáveis; revitalização de espaços de lazer existentes

Área com consolidada

infraestrutura

Área com deficiência de infraestrutura (ausência de mobiliário urbano – lixeiras, pontos de ônibus, calçadas, iluminação...)

I mplantação de mobiliário urbano em toda a área

Área com potencial para abrigar atividades econômicas

Áreas ocupadas irregularmente por quiosques e barracas

Criação de espaços adequados para feiras e pequenos quiosques de v endas

Áreas de histórico/cultural

de

47


48

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

4


4.1 THE GOODS LINE PARK

Ano: 2015 Localização: Sydney, Austrália Cliente: Sydney Harbour Foreshore Authority Líder de projeto: ASPECT Studios Parceria de Design: CHROFI

Este projeto foi escolhido para leitura pela forte relação com a história da ferrovia e grande número de equipamentos do entorno – características também encontradas na área de estudo em questão.

LOCALIZAÇÃO

49


Um espaço público que conecta mais de 80.000 estudantes de ensino superior, locais e visitantes às muitas atrações principais de Darling Harbour de Sydney. O antigo corredor ferroviário elevado apresenta uma série de 'plataformas', que podem ser usadas para uma variedade de atividades, incluindo entretenimento público, recreação, festivais e estudos. Também conecta instituições de artes, educação e cultura ao longo da Faixa Cultural de Sydney. O projeto utiliza os materiais robustos associados à sua infraestrutura ferroviária cascalho, concreto, aço e madeira. Através de um processo de design de modelagem digital e pré-fabricação, a The Goods Line é um lugar que fala sobre um novo tipo de infraestrutura social onde várias oportunidades de brincadeiras e troca de ideias podem ocorrer. É um local centrado no ser humano que oferece uma variedade de experiências sociais do indivíduo ao coletivo e para todas as demografias.

50

1854

Antes da execução do projeto

Depois da execução do projeto

IMPLANTAÇÃO


Pavilhão multiuso de estrutura em aço e vedações em vidro. As barracas são acomodadas nos adjacentes dos edifícios.

Bancos longos em concreto, levemente desencostados do guarda corpo da plataforma, liberando espaço para quem quiser aproveitar a vista da rua. Em frente, um rasgo de preservação da história local com remanescente dos trilhos da ferrovia. O espaço gramado é elevado e serve para brincadeiras, permanência, piqueniques etc.

Arquibancada em madeira conectada com a escadaria, funcionam como um anfiteatro para apresentações e projeções.

Rasgo com apelo memorial, preservando um trechinho dos trilhos da ferrovia que marca a história do local, com alguns mobiliários em aço para descanso e lazer. Entrada pela antiga ponte elevada da ferrovia com rasgo para absorção de água da chuva é áreas de permanência. A ponte agora possui paginação de piso iluminada internamente com luz neon azul, refletindo no letreiro “THE GOODS LINE” na lateral.

Mesa comunal em aço, um espaço para encontros, leitura e alimentação coletivo.

Espaço que funciona tanto quanto playground quanto área de exercícios, com mobiliário de design exclusivo em aço.

Elementos a serem apoveitados dessa leitura no projeto: • Preservação da história da ferrovia por meio dos trilhos; • Promoção da apreciação das artes e dos encontros pela arquibancada; • Bancos ao longo do parque seguindo o desenho da implantação e integrando os espaços. 51


4.2 SUPERKILEN

Ano: 2011 Localização: Copenhagen, Dinamarca Cliente: Prefeitura de Copenhague e Realdania Líder de projeto: BIG Colaboradores: Topotek 1

O projeto Superkilen foi escolhido para leitura pela riqueza e diversidade dos mobiliários e sua composição no espaço, unindo diferentes etnias e promovendo a interação entre elas em um só lugar. É um parque longo situado no bairro Norrebro, ao norte da cidade de Copenhagen. O lugar está perfeitamente integrado na infraestrutura urbana com conectividades bem pensadas. O parque é dividido em três objetos codificados por cores e diferentes, que simbolizam os países de origem daqueles que vivem na área e que podem ser encontrados em cada zona. Nesta área conhecida por sua riqueza de diversas nacionalidades, o parque se tornou um ponto de encontro pacífico, onde todos podem se sentir orgulhosos de sua herança cultural e participar de atividades em grupo. Através de uma abordagem inovadora e única, o espaço público é atrativo tanto para os habitantes como para os visitantes.

52

LOCALIZAÇÃO

Fonte: Street View

IMPLANTAÇÃO


A PRAÇA VERMELHA

A Praça Vermelha serve como uma extensão e expansão das ofertas esportivas e culturais de Nørrebrohall. Um grande espaço central e todos os tipos de equipamentos de ginástica convidam os moradores a se encontrarem para e através de atividades físicas e jogos. Elementos aproveitados desse trecho no projeto: • Ciclovia em dois sentidos; • Mix de cores do piso; • União entre mobiliário e vegetação

A ciclovia em dois sentidos bem marcada e o terreno variável, ajudam a minimizar o conflito entre ciclistas e outros usuários do parque.

Banco redondo ao redor da árvore funciona como local para descanso e contemplação, aproveitando a sombra, e também como obstáculo para skate.

Empena pintada de vermelho, faz uma ilusão de ótica, como se a parede do prédio fosse uma continuação do chão fazendo uma curva. Serve como espaço de contemplação e pista de skate.

53


O MERCADO NEGRO

Possui mesas de xadrez e bancos convidativos para momentos de relaxamento e reflexão. Aos fins de semana, se transforma em um bazar para comerciantes e vendedores ambulantes.

Elementos aproveitados desse trecho no projeto: • Mobiliário para diversas atividades; • Espaço para comércio local e vendedores ambulantes

Ao longo da área de piquenique foram instaladas mesas de xadrez, que servem tanto para alimentação quanto para o jogo, que é muito popular na Bulgária, tendo gerado campeões mundiais masculinos e femininos. 54

Foram instaladas churrasqueiras ao longo da área de piquenique, como uma forma de fazer com que os argentinos que residem ali se sentissem em casa, levando em consideração que a Argentina é o segundo maior consumidor de carne do mundo.

Os bancos de bar são do mesmo modelo dos que foram projetados para o SESC Pompéia em São Paulo e são circundados por palmeiras, árvores tipicamente brasileiras, É um pedacinho do Brasil no Superkilen.


O PARQUE VERDE

É uma paisagem com colina, um playground e pontos de piquenique para festas e encontros familiares.

Elementos aproveitados desse trecho no projeto: • Espaço para piquenique; • Quadra de esportes enterrada; • Cobertura para encontros e permanência.

O pavilhão hexagonal cravado é supostamente Russo, mas sua origem exata ainda não está decidida. Talvez seja parte de uma área de piquenique em uma posição privilegiada ponto em algum lugar, talvez seja mais uma amostra dos inúmeros abrigos de ônibus que remontam à União Soviética vezes.

Mesas redondas para piquenique com referências à Armênia.

Onde antes era uma colina, foi feito um corte na topografia para a implantação de uma quadra multiuso afundada.

55


56

ESTUDO PRELIMINAR

5


DIRETRIZES PROJETUAIS

PROMOVER O CULTIVO DO CORPO E ESPÍRITO

Criação de espaços para manifestações artísticas em geral

REQUALIFICAÇÃO DE COMÉRCIO LOCAL

Criação de espaços para feiras de alimentos e artesanatos; Implantação de quiosques para alugar

ESTIMULAR

A

PARTILHA

DE

MOMENTOS E ALIMENTAÇÃO

Criação de espaço para piquenique; Estacionamento para foodtrucks; Horta comunitária

PROPORCIONAR UM AMBIENTE DE “RESPIRO E TRANQUILIDADE” PROMOVER E ESTIMULAR ATIVIDADES LÚDICAS

Criação de espaços para encontros e descanso Implantação de playground lúdico; Resgate de antigas brincadeiras de rua (amarelinha, pipa, bolinha de gude, etc)

PROMOVER E ESTIMULAR A PRÁTICA DE ESPORTES

Criação de espaços para prática de esportes radicais; Implantação de quadra poliesportiva e campo de futebol; Ciclovia ao longo de todo o eixo

GERAÇÃO DE EMPREGO

Criação de centro de coleta seletiva; Espaços para workshops sobre conscientização ambiental; Implantação de pomar urbano

PRESERVAR E ESTIMULAR A MEMÓRIA AFETIVA

Criação de memorial preservado a história local

RESGATAR ELEMENTOS ESQUECIDOS

Trazer os vagões desativados da ferrovia Mogiana com novas propostas de uso como quiosques de vendas e vagão cultural

VEGETAÇÃO

Preservação de vegetação existente; Arborização

57


ZONEAMENTO

sem escala 58


Manifestações artísticas – local escolhido por haver entrada pela avenida Dom Pedro, a via mais movimentada de toda a área, de forma a chamar atenção de um número grande de pessoas que passam em diversos modais. • Dança, teatro, grafite e encontros diversos. Encontros e descanso – local escolhido para servir como um respiro entre as áreas que oferecem atividades mais dinâmicas, • Espaços para encontros, descanso, contemplação e leitura. Trabalho e alimentação 1 – local escolhido por estar situado entre vias bem movimentadas da área (Rua General Câmara, Rua Piauí e Rua Espírito Santo), com acesso à diversos equipamentos. • Feira de alimentos, feira de artesanatos, horta comunitária, espaço gourmet e área para piquenique. Trabalho e alimentação 2 – local escolhido pela estrutura preexistente com potencial de reaproveitamento. • Centro de coleta seletiva e pomar urbano. Memorial da Ferrovia – local escolhido por ser o trecho mais tranquilo do recorte onde os trilhos da ferrovia estão em melhor estado de conservação. • Memorial da Ferrovia Mogiana Praça da criança – é o ponto mais próximo da maioria dos equipamentos de educação e a uma distância aceitável da área de alimentação. Conexão também com a área de esportes, além de haver menos fluxo de automóveis no entorno imediato. Área verde 1 – local escolhido por haver

uma pré-existência de massa de vegetação, que irá funcionar como um filtro do barulho da área esportiva para as edificações do entorno imediato. Área verde 2 – irá funcionar como uma barreira de segurança entre os diversos usos dos outros espaços e a Via Expressa Norte, devido a presença de fluxo intenso de automóveis na mesma. Zona de esportes – local escolhida por ser mais afastado das residências, garantindo mais liberdade para as atividades que causam barulho sem incomodar as edificações no seu entorno. • Quadra poliesportiva, campo de futebol, parkour, pista de skate e slackline.

PROGRAMA DE NECESSIDADES ESPORTES

Quadra poliesportiva, campo de futebol, obstáculos para parkour, pista de skate, cordas para slackline, pista de mountainbike, percurso para ciclismo e corrida/caminhada, vestiários, depósito.

TRABALHO

Vagões-quiosque para vendas, barracas móveis para vendas, depósito, banheiro público, pomar, coleta seletiva

MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS

Vagão para apresentações, agõesquiosque para vendas, vagão tecnológico, aredões para grafite.

ALIMENTAÇÃO

Mesas de piquenique, mesa comunal,

horta comunitária, foodtrucks

estacionamento

de

MEMORIAL DA FERROVIA

Vagões-história, painéis com fotos antigas, trecho da ferrovia preservado

ENCONTROS E DESCANSO

Espreguiçadeiras, bancos

jogos

de

mesa

e

PRAÇA DA CRIANÇA

Playground lúdico Arborismo, trilha

ÁREA VERDE

CONCEITO E PARTIDO Este projeto tem como base o conceito de conectar. Apesar de o zoneamento de atividades ser bem setorizado, os trilhos foram mantidos ao longo de toda a linha férrea para que a conexão se concretize e o projeto tenha unidade. O projeto também prevê o reuso de vagões de trem abandonados de forma a potencializar essa conexão entre os setores, onde cada vagão terá uma função específica de acordo com o setor onde está inserido, como um vagão artístico para a área de Manifestações Artísticas, um vagão vestiário próximo à Zona de Esporte ou um vagão museu no Memorial da Ferrovia. Assim é possível conectar as várias partes de um todo na antiga linha férrea. 59


PLANO DE MASSAS

Nesse trecho, a ciclovia faz uma leve curva, utilizando do espaço livre entre as árvores que já existem no local.

As árvores frutíferas existentes foram mantidas e do outro lado foi implantado o pomar urbano, um complementando o outro.

O início da ciclovia foi delimitado pela presença das árvores de porte grande no terreno da Coca-Cola ao lado. Ela segue rente ao muro, aproveitando a sombra proporcionada por essas árvores e delimitando a linha para o plantio de outras árvores.

A horta foi transferida para esse trecho, ficando próxima do pomar, como uma extensão dele. Onde a faixa para pedestres se abre, é onde estão alocadas mesas para piqueniques, o mais próximo possível da horta e do pomar. A área de esportes é cercada por grandes massas de vegetação, tanto preexistentes quanto implantadas no projeto, de tal forma que funcionem como uma barreira para o barulho causando pela prática de esportes, devido a presença de escolas, faculdade e residências no entorno. Além de purificar o ar e torna-lo mais fresco, fazendo com que a prática de esportes no local seja mais prazerosa.

Nessa travessa foi fechada a entrada para caminhões do supermercado Savegnago, deixando passagem liberada apenas para veículos autorizados e aberta uma passagem para o outro lado da área de intervenção onde há um ponto de ônibus, de forma a otimizar o tempo dos moradores que antes precisavam dar uma volta considerável para pegar a condução. Foram mantidas também árvores frutíferas de porte médio já existentes.

Aqui a ciclovia se estende pela área de esportes, com acesso à outras regiões e os comércios e equipamentos da Via Norte.

Os galpões da CEAGESP foram reaproveitados para a criação do Centro de Coleta Seletiva, assim como a entrada de caminhões pela rua Acre, que também será usada para entrada de caminhões do supermercado Savegago. Foram retiradas as grades e liberado o fluxo livre de pessoas tanto pela rua Acre quanto pela ferrovia, de forma a integrar os espaços.

Ao longo de toda a área de intervenção, foram plantadas uma série de árvores, de tal modo que formasse um paredão verde como uma barreira de proteção das edificações do outro lado do muro, assegurando-as de barulhos e qualquer outro incômodo que possa vir do espaço público projetado.

Nesse trecho da intervenção, onde o terreno é mais plano, os trilhos foram mantidos e criado um memorial, com painéis de fotos antigas da ferrovia e do bairro, de forma que os moradores mais antigos não se esqueçam de como era e as crianças possam conhecer as origens do lugar onde elas moram.

Foram mantidas as árvores de porte grande preexistentes ao 60 reformando apenas o espaço da longo da área de intervenção, calçada onde as raízes superficiais destruíram. A ciclovia e a faixa para pedestres foram alocadas logo após a faixa de árvores com plantio de outras árvores do outro lado, formando um corredor com sombra para pedalar e caminhar.

A quadra poliesportiva é toda aberta, sem gradios. Sua proteção vem dos obstáculos de parkour distribuídos ao seu redor, de forma a integrar os esportes. As cestas de basquetes foram fixadas nas paredes dos vestiários, alocados cada um em uma extremidade, otimizando o espaço.

sem escala

60


61


62

ANTEPROJETO

6


ETAPAS DE EXECUÇÃO

Etapa 2 – Espaço de encontros e descanso. Definido por se tratar de um dos trechos mais degradados da área. Sua execução não atrapalharia o trânsito se começada pela ponta esquerda.

O trecho escolhido para detalhamento foi a Etapa 1, espaço para manifestações artísticas, por se tratar do trecho mais próximo de um número maior de diferentes bairros e localizado na região mais degradada da área, além de ter entrada pela avenida Dom Pedro I, local com um intenso fluxo de pessoas e presença forte de comércio.

Etapa 6 – Esportes. Última etapa de execução pela proximidade com a faculdade, também podendo ser executado em período de férias.

Etapa 3 – Trabalho e alimentação. Definido pelo grande fluxo de modais nas imediações. Foco principal da sua execução é atrair consumidores para o local. Etapa 4 - Praça da criança e Memorial da Ferrovia. Trecho menos degradado da área e menor impacto durante sua execução. Etapa 5 – Espaço de encontros e descanso. Deixado para uma das últimas etapas de execução pela proximidade com a escola, podendo ser executado em período de férias.

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IMPLANTAÇÃO

Vagão das artes - específico para apresentações, sejam elas musicais, teatrais, discursos etc, onde pode0se instalar caixas de som, instrumentos e cenário.

Vagão multiuso - espaço livre para vendas, posto médico, posto policial e o que mais for necessário em dias de grande movimento como apresentações. Nos demais dias o espaço é livre para sentar e relaxar.

Cobertura para proteção da chuva e do sol com rasgos para iluminação natural A

Cobertura para proteção da chuva e do sol com rasgos para iluminação natural. Caminho do grafitti - percurso com paredões de grafitti que contam o presente da cidade e levam ao Vagão do Presente, onde se encontram painéis digitais com exposições de artistas locais. Arquibancada - com o último patamar largo, funciona tanto como platéia quanto palco para as apresentações. O epaço é livre e dinâmico para receber as pessoas coforme a necessidade da criatividade

A

Vagão alimentação - ponto de venda de alimentos e bebidas em tempo integral.

Espelho d’água - com elementos em pedra onde as pessoas podem sentar, andar, molhar os pés.

CORTE AA

sem escala 64


DETALHAMENTO guarda-corpo

piso drenante

arquibancada

espelho d’água

espelho d’água

sem escala

bancos em volta da árvore

sem escala

sem escala 65


sem escala

vagão

sem escala cobertura com rasgos para iluminação

paredões grafitti sem escala 66

para

sem escala


MATERIALIDADE

MADEIRA PLÁSTICA

• Aparência similar à da madeira com a resistência do plástico; • É imune a pragas como cupins e fungos; • Sem manutenção • Facilidade de escoamento da água; • Baixa absorção de água e umidade; • 100% reciclável e reciclada; • Resistente à corrosão natural; • Resistente às intempéries Utilizada em todos os mobiliários da área de intervenção.

STARPATH

• Spray especial aplicado à superfície como uma tinta. Ao longo do dia capta os raios UV e reflete à noite como iluminação. • Antiderrapante • Resistente à água • Reduz acidentes noturnos • Não utiliza energia elétrica • Redução nos custos nas contas de energia • Fácil aplicação Utilizado em toda a área de intervenção, iluminando o local como um todo.

PISO DRENANTE PRÉ-MOLDADO

• • • •

97% de permeabilidade Antiderrapante Atérmico Manutenção apenas com varrição do local. Utilizado em todo a área de intervenção

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VEGETAÇÃO

GRAMA-AMENDOIM

• 10 cm a 20 cm de altura. • Floresce na primavera e no verão • Sua folhagem forma um denso colchão verde que dispensa podas periódicas. • É muito utilizada como pastagem nutritiva. • Sol pleno ou meia-sombra. Tolera secas. Utilizada nos canteiros das extremidades direita e esquerda do terreno, onde há presença corriqueira de animais de pasto.

• • • • • • •

GRAMA VERDE ESMERALDA

Folhas macias e médias Baixo consumo de água Resistente à pragas e doenças Exige menos podas Resiste à pisoteamento Resiste à fezes e urina de animais Desenvolve-se bem em locais ensolarados. Utilizada no canteiro onde há mobiliário em volta das árvores e as pessoas são livres para pisar na grama.

• Grande porte • Cresce até 19m e altura • Raízes profundas que não agridem a pavimentação

TAGETES

• 20 cm a 30 cm de altura. • Floresce na primavera e no verão. As flores parecem pequenos buquês. • Tem um cheiro característico, que atua como repelente de formigas. • Sol pleno. É tolerante ao frio . Utilizada nos canteiros ao centro do terreno, trazendo cor e alegria em forma de flor para perto do vagão artístico. 68

CARVALHO

IPÊ AMARELO

• Grande porte • Raízes profundas que não agridem a pavimentação


PERSPECTIVAS

69


70

CONCLUSÃO

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Este projeto teve como base a interação entre pedestres e o meio urbano através da revitalização urbana. Então, foi feito um estudo sobre a relaação atual em uma área de grande potencial mas extremamente degradada que é o trecho da ferrovia Mogiana no bairro Ipiranga, um elemento histórico de grande importância para a cidade de Ribeirão Preto. Esse estudo constou uma grande diversidade de rotina e apropriação indevida do espaço, mas de forma potencial. Portanto, as pessoas dessa área já sabem que o espaço público é delas, a ideia é potencializar isso. Trazer mais pessoas para o espaço público e fazer dele um lugar acolhedor, conectando os equipamentos do entorno com seus usos e dispensando o uso de automóveis. Por fim, as mudanças propostas ao longo do trabalho visam unicamente melhorar a qualidade de vida das pessoas através de um espaço para exercer a liberdade de ser quem quer ser, relembrar as belezas do passado e cultivar novas lembranças.

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ANEXOS


QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO Nº____ Sexo: ___________ Idade: _______ Caracterização Socioeconômica 1- Quantas pessoas moram na casa? a) 01 a 02 pessoas b) 03 a 05 pessoas c) 05 a 08 pessoas d) 08 a 10 Pessoas e) Acima de 10 pessoas 2- Qual a faixa etária dos moradores? 1 ( ) De 0 a 5 anos. 2 ( ) De 6 a 12 anos 3 ( ) De 12 a 18 anos 4 ( ) De 18 a 25 anos 5 ( ) De 25 a 40 anos 6 ( ) De 40 a 60 anos 7 ( ) De 60 a 85 anos 8 ( ) Mais de 85 anos 3- Há quanto tempo mora no bairro? a) 1 a 5 anos b) 6 a 10 anos c) 11 a 20 anos d) Mais de 20 anos 4- Qual a renda mensal da casa? a) Menos de 1 salário mínimo b) De 1 a 3 salários mínimos c) De 3 a 6 salários mínimos d) De 6 a 10 salários mínimos e) Mais de 10 salários mínimos 5- Qual a sua escolaridade? a) Sem escolaridade b) Ensino fundamental incompleto c) Ensino fundamental completo d) Ensino médio incompleto e) Ensino médio completo

f) Ensino superior incompleto g) Ensino superior completo Sobre a área de intervenção 6- Costuma ficar na calçada em algum período do dia? SIM ( ) NÃO ( ) 7- As crianças costumam brincar na rua ou na ferrovia? SIM ( ) NÃO ( ) 8- Você gosta do lugar onde mora? SIM ( ) NÃO ( ) 9- O que você melhoraria nesta área? 1 ( ) Áreas de convívio 2 ( ) Acesso e circulação 3 ( ) Equipamentos 4 ( ) Segurança 5 ( ) Paisagismo 6 ( ) Mobiliário urbano Sobre intervenções na área da Ferrovia Mogiana 10- Você se sente inseguro (a) por causa do estado de degradação da ferrovia? SIM ( ) NÃO ( ) 11- Que medida você acha que deve ser tomada sobre a ferrovia na Avenida Rio Pardo? a) Deixar do jeito que está b) Reativar o uso de trens e o uso da ferrovia c) Retirar os trilhos e alargar a via d) Retirar os trilhos e criar áreas de lazer? e) Preservar os trilhos sem seu uso para trens, integrando áreas de lazer f) Outros: _____________________ 12- Com que frequência você vai caminhar na Avenida Rio Pardo? a) Nunca

b) Uma vez por semana c) Duas vezes por semana d) Aos finais de semana e) Outros:______________________ 13- Em sua opinião, quais os maiores problemas ao longo da Avenida Rio Pardo e, consequentemente, da ferrovia? a) Falta de acessibilidade b) Má iluminação c) Falta de mobiliário d) Sujeira e) Insegurança 14- O que você gosta na Avenida Rio Pardo? a) Vegetação b) Fluxo de trânsito baixo c) Proximidade com comércio e serviços 15- Que tipos de mudança você gostaria que acontecesse ao longo da Avenida Rio Pardo e da ferrovia? 1 ( ) Paisagismo 2 ( ) Equipamentos 3 ( ) Acesso 4 ( ) Segurança 5 ( ) Mobiliário urbano 16- Assinale quais equipamentos você gostaria que tivesse ao longo da ferrovia 1 ( ) Pista para caminhada e cooper 2 ( ) Ciclovia 3 ( ) Academia ao ar livre 4 ( ) Playground 5 ( ) Locais para alimentação 17- Em relação à criação de espaços temáticos na ferrovia, quais temas você acha mais importante trazer para a área? a) Educação b) Lazer c) Esporte

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d) Infantil e) Terceira idade f) Contemplação 18- Como você percorre a região? a) Automóvel b) Bicicleta c) Transporte público d) A pé 19- Caso você vá de carro ou bicicleta, encontra estacionamento ou bicicletários com facilidade? ( )Sim ( )Não 20- Em relação aos acessos de pedestre na região, qual tipo de problema você costuma encontrar? 1 ( ) Falta de rampas 2 ( ) Pisos inadequados 3 ( ) Falta de piso táctil 4 ( ) Calçadas desniveladas 5 ( ) Calçadas esburacadas 6 ( ) Calçadas inexistentes

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BIBLIOGRAFIA

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