HABITAÇÃO MODULAR HABITAÇÃO MODULAR HABITAÇÃO MODULAR HABITAÇÃO MODULAR HABITAÇÃO MODULAR
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO ARQUITETURA E URBANISMO
Gabriel Azevedo Tavares de Melo
Habitação Modular:
Uma proposta arquitetônica social na comunidade da ZEIS do Coque/Recife fundamentada pelos conceitos de flexibilidade e habitabilidade.
Trabalho final de graduação desenvolvido pelo aluno Gabriel Azevedo Tavares de Melo, orientado pelo Prof. Albérico Paes Barreto e apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universdade Católica de Pernambuco como requisito parcial para obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista.
agradecimentos
Aos meus pais Carlos e Roberta por todo o apoio quando eu quis trocar de curso e duranto todo percurso e por terem muita paciência por todo tempo que estive realmente ocupado com coisas da faculdade e não pude estar com a família.
Aos meu irmãos Fernanda e Dudu, que por mais briguinhas e implicâncias que todo irmão tem, sempre confiaram nos meus conhecimentos e ideias que eu dava sobre a área.
A toda equipe do JCL Arquitetos, que em 2 anos estagiando, absovi muito conhecimento e experiência que com toda certeza contribuiu para conclusão do curso e formação de um exelente profissional.
A Lala que nos conhecemos na metade do curso e terminamos juntos compartilhando muitas experências dentro e fora da arquitetura. Que nossa amizade perdure para além do curso e estágio.
A Vini que é uma enclopédia humana e sabe o nome de todos os prédios de Recife e região, sempre me ajudando tanto no estágio, quanto na faculdade.
As minhas amigas de curso Dani e Júlia que são as maiores passadoras de informação da faculdade, que em muitos dias ruins pudemos nos distrair e tirar o melhor de cada situação.
Ao meu orientador deste trabalho de graduação AlberÓico que me suportou por todo esse período, que nosso assessoramentos divertidos me guiaram na direção certa para concluir o curso com chave de ouro.
Recife 2022
sumário sumário sumário sumário sumário
introdução
1.1 resumo/ ABSTRACT 1.2 NARRATIVA 1.3 justificativa 1.4 objetivos 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
conceituação temática
contextualização da habitação 2.1.1 brasil 2.1.2 recife 2.1.3 coque
habitabilidade: relação moradia e morador 2.2.1 autocontrução 2.2.2 identidade
habitação modular 2.3.1 flexibilidade e pré-fabricação 2.3.2 materialidade 2.3.3 sistemas modulares
estudos de caso
3.1 casa expansiva 3.2 construir y crecer 3.3 quinta monroy território
CONSIDERAÇÕES FINAIS 05 13 55 73 87 161
PROJETO
NARRATIVA
O direito à moradia ou direito a um lar é algo que parece banal, mas é uma situação do dia-a-dia de mais de seis milhões de famílias que não têm moradia adequada no Brasil (IPEA, 2020). Moradores de rua e pessoas que não conseguem pagar aluguel são assombrados pelo fato de não possuir um lar todos os dias. Ao falar de direitos, desde 1948 com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, foi decretado direito fundamental à moradia. Isso quer dizer que todos os países pertencentes à Organização das Nações Unidas, devem providenciar moradias para toda sua população, mas não é isso que realmente acontece.
O déficit habitacional no Brasil chega a 5.8 milhões de domicílios, segundo dados oficiais da Fundação João Pinheiro (2019). Sendo o número de imóveis abandonados maior do que o número de pessoas sem moradia, o processo de especulação imobiliária deixa imóveis vazios espalhados pela cidade que não cumprem sua função social, gerando uma série de problemas para a região. Sendo 80% deles, segundo uma pesquisa do IPEA, localizados nos centros das cidades (IPEA, 2020).
Por isso, a moradia nas áreas centrais das cidades são pautas cada vez mais recorrentes das políticas públicas de habitação. Mais importante que isso, são as construções de Habitação de Interesse Social perto das comunidades que serão atendidas com o programa. Como por exemplo, os conjuntos habitacionais Encanta
ZEIS CENTRO DO RECIFE ZEPH CENTRO DO RECIFE
209 ha 26 ha figura 02 - palafitas e lixo figura 01 - diagrama de densidade demográfica 01. fonte/ autor: araripe, 2018 02. fonte/ autor: https://noticias.uol.com.br/album/2018/06/04/palafitas-de-santos.htm?foto=13 05 | 06
Moça, que atende toda a ZEIS do encanta moça no Pina, Recife, e os Conjuntos Habitacionais Vila Brasil I e II que atendem a comunidade do papelão na ZEIS do Coque, Recife.
Estima-se que quase 50% da população do Recife mora em Comunidades de Interesse Social (CIS) sendo elas localizadas, a maioria, em Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS). Como é o caso da ZEIS do Coque, que com 12.755 habitantes, é a região com IDH mais baixo da Região Metropolitana do Recife (RMR) segundo dados do IBGE. Para essa região específica houve um plano de operação urbana para revitalizar a área em 2010 com a lei 17.645/2010. Nesta Lei consta em um dos parágrafos do texto que tem a seguinte citação:
“Parágrafo Único. Os imóveis que restarem ociosos em decorrência da migração de escritórios e serviços públicos para o setor jurídico da referida Operação Urbana deverão ser reabilitados e reocupados até a concessão do habite-se das novas edificações, sob pena de ocupação compulsória pelo Município.” esclarece o Art. 2º da Lei Nº 17.645/2010 (RECIFE, 2010).
Com apenas 7 áreas reservadas para habitação social em todo Recife, criou-se uma demanda para ocupação do centro do Recife para habitação social. O conjunto habitacional negligenciado há mais de 10 anos no bairro de Joana Bezerra, por exemplo, é um reflexo da falta de vontade pública dos governantes para com as pessoas mais necessitadas. O conjunto Vila Brasil foi idealizado pelo então prefeito João da Costa em 2009 e foi por muito tempo, fruto de uma ocupação desordenada e sem infraestrutura. Entretanto, os conjuntos Vila Brasil I e II tiveram suas obras retomadas e estão em fase de finalização, sendo prometidas pelo Governo Federal e
figura 05 - MAPA DO RECIFE COM LOCALIZAÇÃO DAS 7 ZONAS DE INTERESSE SOCIAL II (ZEIS II) coque 03. fonte/ autor: ilustração autoral 05. fonte/ autor: esig, recife 2022 (ilustração autoral) 04. fonte/ autor: Inês Campelo/Marco Zero Conteúdo 07 | 08
figura 04 - Frases pintadas nos muros do Habitacional Vila Brasil
figura 06 - ZEIS II Vila Brasil 06. fonte/ autor: Inês Campelo/Marco Zero Conteúdo 09 | 10
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Elaborar um anteprojeto arquitetônico de habitação social para ZEIS do Coque, localizada no Recife/PE, fundamentada nos princípios da arquitetura modular.
objetivos
específicos
Analisar o contexto histórico da habitação social no Brasil, no Recife e na comunidade do Coque;
Examinar projetos de referência bem sucedidos relacionados à habitação social e arquitetura modular; Identificar materiais adequados para facilitar o processo de autoconstrução; Contemplar as normas técnicas para viabilização do anteprojeto proposto;
Compreender como os sistemas modulares podem facilitar a habitabilidade e a flexibilidade de habitações sociais;
Desenvolver um modelo de estrutura modular que aplique os conceitos estudados anteriormente;
procedimentos metodológicos
Esse trabalho tem como metodologia de pesquisa um processo descritivo sobre Habitação Modular, com intuito de proporcionar uma nova visão acerca do assunto, por meios de leituras de artigos acadêmicos, livros, sites, leis e debates promovidos sobre certos assuntos, para promover conhecimentos a serem aplicados no desenvolvimento de um anteprojeto ao final do trabalho. As etapas de desenvolvimento da pesquisa foram:
Revisão bibliográfica, para analisar conceitos abordados por profissionais conceituados acerca dos temas levantados neste trabalho;
Levantamento e sistematização de dados utilizados para embasamento teórico;
Levantamento de informações em fontes secundárias (teses e dissertações de mestrado, entrevistas, leis, entre outros);
Investigação de projetos com escopo similar;
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CONTEXTUALIZAÇÃO DA HABITAÇÃO
2.1.1 BRASIL
Durante a República Velha do Brasil (1889-1930) a produção de habitações sociais feitas pelo estado era praticamente nula. Chamado de período Rentista, a construção de casas para alugar era um negócio muito rentável, já que com a recém abolição da escravatura e a urbanização das cidades, a procura por moradia era algo recorrente. O que havia em pouca escala em relação a algo social, eram habitações feitas por entidades privadas para trabalhadores de indústrias. Pequenas vilas como a Maria Zélia, em São Paulo (figura 08), foram construídas para abrigar os operários das fábricas, o conjunto tinha muitos pontos positivos que até hoje são usados de exemplo para construções sociais.
Nessas vilas, uma infraestrutura era montada com escolas, postos médicos, mercado e igrejas. Não eram todos os trabalhadores que conseguiam esse privilégio de morar nas vilas, muitos deles recorriam aos cortiços. Formas que os proprietários de imóveis lucravam com seus terrenos ao construir quartos pequenos e insalubres dentro de uma casa fechada cobrando os aluguéis. A Vila Maria Zélia era considerada um modelo a ser seguido em questão de qualidade de construção e infraestrutura, uma realidade rara de ser alcançada.
O primeiro grupo de casas construídas no Brasil, foi em 1906 em Salvador de Sá (RJ), onde 120 unidades habitacionais foram levantadas pela prefeitura do Distrito Federal pressionada pela derrubada de inúmeros cortiços para abertura de uma grande avenida na cidade. Obra essa que foi abandonada por mais de vinte anos.
A primeira instituição pública do país criada para questões sociais teve suas origens em Recife (PE), onde construiu 40 unidades habitacionais. A Fundação A
Casa Operária foi uma iniciativa do governo de Pernambuco para sanar o déficit de habitação na época. Indo contra a ideia de que o estado não deveria construir casas sociais pois atrapalha a iniciativa privada.
Com a chegada de Getúlio Vargas ao poder do Brasil nos anos 30, uma mudança na economia aconteceu de forma bruta, a ideia de governar para os ricos e investidores estrangeiros foi trocada por um política para as massas populares, onde Vargas conseguiu legitimidade para governar. Um de seus atos para o povo, foi instituir leis trabalhistas onde acabou com a liberdade sindical e criou o Instituto de
07. fonte/ autor: AUGUTO MALTA/ REPRODUÇÃO 08. fonte/ autor: saopauloantiga.com.br/vilamariazelia 13 | 14
figura 07 - CORTIÇO 1906
figura 08 - RUA NA VILA MARIA ZÉLIA 1917
Previdências e Pensões. A moradia era um problema social na época, pois representava cerca de 20% dos orçamentos familiares com aluguéis.
Como forma de estatizar a Previdência, Getúlio Vargas criou um sistema público de previdência nacional chamado de Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAPs). Seguindo um sistema italiano, ele era dividido em categorias operárias, sendo elas dos Industriários, Marítimos, Comerciários, Bancários, Servidores do Estado, entre outras. Os IAPs podiam utilizar metade de sua verba na provisão de habitação, através de suas carteiras prediais, criadas em 1937 (BONDUKI, 2013). Como os institutos atendiam exclusivamente seus associados, pessoas não assalariadas ficavam de fora do programa, privilegiando a classe média. Foram construídas mais de 120 mil unidades habitacionais através de IAPs, abrigando quase 1 milhão de pessoas.
Os edifícios construídos pelas IAPs tinham forte influência europeia com a arquitetura moderna. Soluções como bloco sob pilotis são destaque da boa arquitetura aplicada na época. A qualidade espacial dos apartamentos era um diferencial das habitações comuns, além da preocupação com os detalhes e a
amplitude dos cômodos. Grandes arquitetos brasileiros participaram desse processo de política pública com grandes exemplares como o edifício Pedregulho projetado pelo arquiteto Affonso Reidy em 1947 (figura 09).
FIGURA 10 - INAUGURAÇÃO VILA MARIA ZÉLIA 1917
FIGURA 11 - FOTOGRAFIA OFICIAL DO PRIMEIRO MANDADO DE GETÚLIO VARGAS, 1930
FIGURA 12 - CONJUNTO HABITACIONAL MARECHAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO
FIGURA 13 - CONJUNTO MCMV EM CONGONHAS, SP
período
rentista 1900 1964 1988 era vargas ditadura militar nova república
10 11 12 13
figura 09 - CONJUNTO HABITACIONAL PEDREGULHO, RJ
09. fonte/ autor: ARCHDAILY, CORTESIA DO AUTOR NABIL BONDUKI 10. fonte/ autor: saopauloantiga.com.br/vilamariazelia 12. fonte/ autor: revistarelevo.wordpress.com/2015/08/20/leia-santos-comemora-o-aniversario-do-bnh-aparecida 13. fonte/ autor: congonhas.mg.gov.br/index.php/category/habitacao) 15 | 16
O decreto-lei do inquilinato em 1942, foi de grande impacto e provocou graves consequências na produção e consumo de moradias no Brasil. A principal causa foi o congelamento nos preços dos aluguéis criando uma crise habitacional no país, onde nem o sistema privado nem o público tinha interesse em construir moradias. Nessa época, apenas 25% dos domicílios eram ocupados por proprietários (IBGE, 1940). Os despejos também se intensificaram, já que era muito difícil encontrar moradias compatíveis com os salários da população menos favorecida. Com tantos despejos e a impossibilidade de pagar altos aluguéis nos centros das cidades, a solução era fugir para a periferia e apostar na construção das suas próprias casas, de forma desordenada.
Em 1946 com o fim da era Vargas, foi criado no governo Dutra a Fundação Casa Popular (FCP) que pretendia construir cem mil casas para a população mais pobre sem as restrições dos institutos. Mas sofreu forte pressão política por usar diversas fontes de recursos, inclusive dos previdenciários. Já que disputavam fundos com os IAPs, o movimento não durou muito e apenas dezoito mil unidades foram construídas (BONDUKI, 2013)
Com a chegada da ditadura militar em 1964, os IAPs e FCP foram desativados para concentração das habitações através do Banco Nacional da Habitação (BNH). Seu objetivo era proporcionar para as classes mais pobres um sonho da casa própria pelo estímulo à construção civil (AZEVEDO e ANDRADE, 2011).
O BNH mostrava diversas falhas ao tentar solucionar o problema de habitação no Brasil, um dos pontos cruciais era a intermediação do povo com o estado através de um setor privado, tornando ainda mais difícil a comunicação com as classes mais pobres. Outro grande impacto, foi a desvalorização da moradia no centro, as habitações feitas na época visavam a expansão das cidades, com moradias nas periferias entregues muitas vezes com pouca e até sem infraestrutura. O que as IAPs tinham de positivo em questão de arquitetura, os imóveis financiados pela BNH tinham de negativo. Uma produção em massa, sem muitas análises dos locais a serem implantados, utilização de modelos prontos sem levar em consideração a identidade do local.
“Poucos puderam se beneficiar dos financiamentos para casa própria concedidos pelo Banco Nacional de Habitação (BNH). O jeito era o de sempre: juntar dinheiro, comprar um terreno para a prestação, construir o mínimo, depois ir aumentando a casa. Mas uma parte foi obrigada a “morar de aluguel''. (CARDOSO DE MELLO & NOVAIS, 1998: 622)
Com o fim da ditadura militar em 1985, acabou também a BNH, e quem passa a gerir as habitações sociais no Brasil é a Caixa Econômica Federal (CEF). Que por serem uma banco privado e focando o lucro, teve dificuldades em criar programas para a população baixa renda.
Em 1999 foi criado o Programa de Arrendamento Residencial (PAR), onde o morador paga por 15 anos um “aluguel” enquanto a propriedade pertence à CEF. No fim desse período o inquilino pode ficar com o imovel. Programa voltado para baixa renda até 8 salários mínimos (BONATES, 2007). o PAR tinha um diferencial até então de outros programas, ele atuava também em edificações existentes, a fim de torná-las exclusivamente residencial.
Em 2009, foi criado o Programa Minha Casa Minha Vida, que oferecia um financiamento a longo prazo para famílias de baixa renda com até 10 salários mínimos. Mas o programa MCMV virou alvo de especulação imobiliária já que existiam financiamentos de casas até R$500.000. A iniciativa privada tomou conta das construções e começou a investir em casas em lotes longes no interior das cidades.
Em 2020, o programa Casa Verde e Amarela entrou para substituir o MCMV, tendo poucas alterações como na faixa de salário dos beneficiários, mas a especulação continua.
FAIXA 1 FIGURA 14 - GRÁFICO ILUSTRATIVO COM AS FAIXAS DE RENDA DO PROGRAMA MCMV FAIXA 1.5 FAIXA 2 FAIXA 3 ATÉ R$9.000 ATÉ R$4.000 ATÉ R$2.600 ATÉ R$1.800 14. fonte/ autor: GOVERNO FEDERAL, 2020 (ILUSTRAÇAO AUTORAL) 17 | 18
figura 15 - ZEIS SÍTIO GRANDE, RECIFE 15. fonte/ autor: TERESA MAIA, 2014 19 | 20
Em 1983, com a criação da Lei de Uso e Ocupação do Solo nº 14.511/1983, são oficializadas 27 Zonas de Interesse Social como se pode verificar na figura 16 ilustrada por um mapeamento da distribuição das ZEIS. A lei previa o tratamento diferenciado das ZEIS, visando garantir sua integração na estrutura formal da cidade, que se mantém até hoje à medida que sua representação na cidade se expande. Foi criado para consolidar a ação pioneira da Prefeitura do Recife no processo de legalização dos direitos fundiários e urbanos em assentamentos pobres.
Uma atualização na LUOS foi feita em 1996, onde foram acrescentadas novas áreas de ZEIS, totalizando 63. Além de incluir áreas consolidadas no programa destinado a habitações sociais.
O projeto "Prefeitura do Bairro" estabeleceu um canal de comunicação permanente entre o prefeito e a comissão de bairro, e agora tem a oportunidade de influenciar na determinação das prioridades administrativas e na fiscalização do uso dos recursos públicos. Por meio de um banco de dados informatizado, os moradores da cidade podiam obter informações sobre a prefeitura e a aplicação dos recursos disponíveis. Em princípio, o compromisso era saber as necessidades da população, mas muitas vezes eram completamente ignoradas.
A criação do Ministério das Cidades, criada em 2003 tinha como objetivo sanar 3 principais problemas urbanos: habitação, saneamento básico e transporte público através da lei federal LEI No 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001, Estatuto da Cidade. Juntamente com o Ministério, a Política Nacional de Habitação (PNH) tinha um plano de transformar imóveis vazios e subutilizados das áreas centrais das regiões metropolitanas em moradias de interesse social. O ministério das cidades tinha responsabilidade de integrar e articular diferentes políticas públicas, como o desenvolvimento urbano, mobilidade e transporte, saneamento e habitação. Além de promover a aplicação do Estatuto da Cidade.
A criação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), em 2005, foi mais uma tentativa do governo federal de sanar as necessidades de habitações sociais no âmbito nacional através do Fundo Nacional de Interesse Social (FNHIS).
coque figura 16 - MAPA DO RECIFE COM LOCALIZAÇÃO DAS ZONAS DE INTERESSE SOCIAL (ZEIS) 16. fonte/ autor: esig, recife 2022 (ilustração autoral) 21 | 22
Outra atualização da LUOS foi feita em 2008, onde foram consolidadas dois tipos de ZEIS, 1 e 2. Onde a ZEIS 1 é caracterizada como áreas a serem revitalizadas através de intervenções urbanísticas e criação de Habitações de Interesse Social (HIS).
O primeiro conjunto habitacional feito na ZEIS 2 foi o Conjunto Habitacional de Abençoada por Deus, situado no bairro do Cordeiro. 428 famílias foram realocadas da comunidade de palafitas Abençoada por Deus, para o conjunto. Em entrevista feita para TV OUL, moradores reclamam da dificuldade de trabalho na nova moradia. Muitos deles viviam de comércio local, e no edifício, foram prometidos boxes térreos para os moradores continuarem suas práticas. Mas não foram construídas por falta de planejamento.
figura 18 - CONJUNTO Habitacional Vila Brasil abandonado
17. fonte/ autor: FERNANDO SILVA/ ARQUIVO PCR 18. fonte/ autor: Inês Campelo/Marco Zero Conteúdo 23 | 24
figura 17 - CONJUNTO HABITACIONAL ABENÇOADA POR DEUS, RECIFE
A Região Metropolitana de Recife (RMR) tem aproximadamente 3.700.00 habitantes. 25% da população que vive com menos de R$436,00 por mês, torna Recife a capital do país com maior desigualdade e a terceira maior em concentração de renda (IBGE, 2019). Dentro dessa população abaixo da linha de miséria, entra a comunidade do Coque, localizada no bairro da Joana Bezerra, tendo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixo da RMR.
A origem da ocupação da área onde hoje se situa a comunidade, tem duas versões. Certas matérias colhidas da época relatam uma ocupação a partir de 1950. Mas outros documentos dizem que começou no início do século XX com o desmatamento do manguezal à beira do rio Capibaribe, dando início a uma ocupação irregular. A segunda hipótese ganha mais força quando em 1940, com uma migração em massa para as cidades urbanas, a ilha de Joana Bezerra é repassada para esses moradores. Mas só são reconhecidas a partir de um contrato em 1978, onde são prometidas obras de urbanização. Até hoje não há registros de entrega de título de posse das terras para os moradores da comunidade.
Em 1983 com a primeira LUOS de Recife, a comunidade é classificada como ZEIS. Uma grande função dessa divisão de área feita pela legislação, é a proteção contra a especulação imobiliária. Antes da proteção da ZEIS, havia um grande interesse da iniciativa particular em 1980 em construir um shopping na região, que felizmente o projeto não avançou. Apesar das promessas para essas áreas mais pobres, a falta de vontade pública torna a ilha de Joana Bezerra uma área marginalizada e banalizada pelo estado.
Desde o princípio a luta pela permanência nas comunidades existe. Um exemplo histórico foi em 2013, onde mais de 50 famílias iriam ser removidas para o alargamento de uma via que dava acesso ao terminal integrado Joana Bezerra. Parte da população resistiu e criou-se um movimento chamado Coque ( R )existe e conseguiu a permanência das famílias na comunidade. Mas em 2014, com as obras
2.1.3 COQUE
figura 19 - ÁREA DELIMITADA ZEIS COQUE, RECIFE
19. fonte/ autor: ESIG RECIFE, 2022 (ILUSTRAÇÃO AUTORAL) 20. fonte/ autor: DÉBORA FERRAZ, 2009 25 | 26
figura 20 - VOTAÇÃO EM UMA PLENÁRIA DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO NO COQUE
públicas para receber a Copa do Mundo, dezenas de famílias e árvores centenárias foram retiradas para o mesmo alargamento de via.
Outra atuação do movimento foi contra a adoção de uma área localizada na ZEIS para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), onde o Governo do Estado cercou com muros uma área de praça para construção de um edifício da Ordem, dando continuidade ao Polo Jurídico instalado nas imediações com o Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano. O muro foi derrubado em forma de protesto pelo movimento, que fez a OAB desistir do terreno, mudando sua sede para Santo Antônio.
A diversidade de usos e tipos é um ponto positivo da região. Diversas atividades movimentam a economia local. Biblioteca popular, atividades da Igreja São Francisco de Assis e a academia da cidade são exemplos de atividades propostas pelo povo para o povo.
A tipologia de casas no Coque são basicamente casas de porta e janela sem recuo lateral e frontal, com ou sem quintal nos fundos. Com um, dois ou três pavimentos, as casas são em sua maioria feitas de concreto e alvenaria. Algumas casas ao longo do Rio Capibaribe são feitas de madeira tipo palafita, onde não há saneamento e o risco é muito grande.
figura 22 - CRIANÇAS NA MARÉ, COMUNIDADE DO COQUE, RECIFE
21. fonte/ autor: COQUE NOTÍCIA, PROJETO COQUE VIVE, 2000 22. fonte/ autor: Brenda Emillainy/ REVERLAR.SI 27 | 28
figura 21 - MANCHETE JORNAL COM REVOLTA DA COMUNIDADE DO COQUE
habitabilidade: relação moradia e morador
2.2.1
autoconstrução
Programas de melhoria habitacional em todo país ainda hoje divergem em assuntos como dos padrões mínimos para a habitabilidade. Pouco se conhece sobre o comportamento e desempenho higrotérmico das unidades habitacionais construídas pelo próprio morador. A autoconstrução faz parte da vida de muitos brasileiro, uma pesquisa mostra que 54% da população brasileira economicamente ativa já construiu ou reformou um imóvel. Desse grupo, aproximadamente 85% fizeram por conta própria, como mostra a ilustração 25, e apenas 15% contratou profissionais da área.
Esses dados mostram a importância de uma arquitetura aberta que provoque no usuário a sensação de pertencimento, podendo moldá-la de acordo com as necessidades de sua família. Os arquitetos não deveriam apenas mostrar as possibilidades, mas também ensinar como fazer certas mudanças inerentes ao projeto que todos possam fazer. O modo que moradias são construídas por arquitetos, não é nada mais do que hipóteses do que as pessoas querem, através de estereótipos. Essas soluções podem ser adequadas, mas nunca inteiramente satisfatórias (HERTZBEGER, 1999). Isto é, sem a mínima participação do morador na concepção do projeto, o resultado nunca vai ser a melhor solução para o problema, apenas o que o arquiteto julgar ser o melhor.
figura 23 -
A PRÓPRIA MORADIA 23. fonte/ autor: HERTZBERGER, HERMAN (1999, P.159) 29 | 30
FAMILIA CONSTRUINDO
“Na época em que as pessoas construíam suas próprias casas, elas também não eram livres, porque toda sociedade consiste, por definição, num padrão básico ao qual seus membros são subservientes. Cada um é condenado a ser como ele quer que os outros o vejam - este é o preço que o indivíduo tem de pagar à sociedade para pertencer a ela, e desse modo ele é ao mesmo tempo possuidor e possuído por padrões coletivos de comportamento." ( HERTZBERGER, 1999, p.158)
Um exemplo de autoconstrução de larga escala, foram os mutirões feitos em São Paulo, para construção de habitações sociais. O Conjunto Paulo Freire (figura 24), com conclusão da obra em 2010, foi concebido com participação direta dos moradores, de forma que os apartamentos foram entregues com o básico de cozinha e sala, e instruções e opções para cada morador escolher e adaptar sua área interna para necessidade familiar. Algumas famílias optam por 2 quartos e uma sala maior, outras preferem a cozinha com mais espaço. Dessa forma, temos tipologias muito diferenciadas e eficazes das casas.
Esse conjunto é um exemplo de autoconstrução assistida pelos órgãos públicos, mas não é isso que acontece na maioria das vezes. Por mais que exista uma lei federal que garanta assistência técnica pública e gratuita para construção de habitações sociais, essas pessoas não conhecem seus direitos.
Uma prática muito comum nas comunidades brasileiras são os puxadinhos, alongamentos de casas para construção de um cômodo extra. Descaracterizando a tipologia das casas, uma vez que não foi previsto esses acréscimos na concepção do imóvel. Na grande maioria das vezes, essas reformas não tem autorização em prefeitura, alvará de construção nem nada do tipo. A fiscalização é muito falha, já que a maioria das comunidades é de difícil acesso e muitas vezes autogerida.
Para não bater de frente com essas tradições, é preciso se pensar em um lugar expansivo, onde o espaço é pensado no crescimento da comunidade. Utilizar a Arquitetura Modular como tentativa de organização do espaço urbano, para que esses puxadinhos não sejam necessários, ou ao menos planejados.
figura 24 - conjunto multirão paulo freire figura 25 - DIAGRAMA SOBRE AUTOCONSTRUÇÃO figura 26 - DIAGRAMA MALHA CONSTRUTIVA
85% JÁ CONSTRUIU SOZINHO
DESSE TOTAL 54% JÁ CONSTRUIU/ REFORMOU IMÓVEL 24. fonte/ autor: arquitetura (in)sustentável 26. fonte/ autor: ilustração autoral 25. fonte/ autor: cau/br 2015 (ilustração autoral) 31 | 32
A forma de construção das habitações sociais feitas durante o período do BNH, era através da produção em massa, pouca qualidade e muita quantidade, ignorando condicionantes climáticos, malha urbana entre outras questões importantes para locação do edifício. Uma dessas condicionantes é a identidade dos futuros moradores desses conjuntos, pouco se sabe sobre quem vai morar naqueles apartamentos quando o prédio é simplesmente replicado.
O que até hoje acontece, é a remoção de comunidades que moram nos centros urbanos para colocá-los na periferia em caixas de concreto sem expressão alguma. Como aconteceu no Rio de Janeiro na década de 60, com o programa estadual “vida nova sem favela” onde mais de 50 conjuntos habitacionais foram criados longe do centro para abrigar essas famílias despejadas.
E mesmo quando o conjunto habitacional é construído róximo às
comunidades, como por exemplo o Encanta Moça e o Vila Brasil, são projetos que utilizam de modelos prontos que nao deveriam ser aplicados em qualquer situação, pois nã feito um estudo do local, tornando-o pobre em identidade.
A fraca identidade do conjunto, gera a falta de pertencimento da comunidade com o local, as famílias não se sentem confortáveis e pertencentes ao espaço, para se para esses conjuntos deixarem de ser espaços e virarem lugares, 3 princípios precisam ser atendidos: Identidade, história e ser social. A ZEIS do Coque é identitária pela variedade de usos e tipos das moradias, a diversidade a torna única. A forma de viver dos moradores, a vivência do dia-a-dia torna aquele espaço histórico para aquelas pessoas. As relações sociais criadas na comunidade fecham os pré-requisitos necessários para o espaço se tornar um lugar (AUGÉ, 1994).
Muitas dessas pessoas giravam a economia local, usando um cômodo da casa para abertura na rua transformando em comércio. Isso criava uma sensação de pertencimento e importância na comunidade, Quando essa população é retirada desse contexto e relocada para outra realidade, sem suporte para continuidade de suas atividades, tem toda contrução de uma perspectiva de melhoria de vida descartada. Do que adianta o morador ter uma cozinha nova se não tem dinheiro para comprar comida? “O trabalho dignifica o homem” (WEBER,2013).
Para que essa mudança para os conjuntos habitacionais aconteça de forma justa, certos cuidados devem ser tomados como a adaptação cultural, o modo que a habitação é feita, os materiais usados na construção e as políticas públicas devem permitir a expressão da identidade cultural e diversidade das habitações (Nações Unidas apud INEDC, 2003). Isto é, cada indivíduo, família, comunidade é diferente, a
2.2.2 IDENTIDADE
figura 27 - USO DO ESPAÇO PÚBLICO COMO QUINTAL DE CASA
figura 28 - diagrama espaço x lugar
27. fonte/ autor: HERTZBERGER, HERMAN (1999, P.159) 28. fonte/ autor: ilustração autoral 33 | 34
identitário histórico espaço lugar social
arquitetura não pode ser individualista e ignorar por completo a identidade de cada local.
Segundo Hertzberger, um projeto arquitetônico deve ser uma questão de organização de material de modo que seu potencial fosse completamente explorado. Tudo deve ser ajustado para agir do jeito que é esperado do espaço por pessoas diferentes, em situações diferentes e em épocas diferentes. Cada usuário deve então reagir de sua maneira e então atribuir para o local, uma identidade única, a partir de suas próprias experiências.
A identidade está diretamente ligada às personalizações que cada morador faz nas suas casas, seja pintando a fachada com cores diferentes ou criando um ornamento na porta de entrada. Essas individualidades permitem que outras pessoas possam se identificar mais facilmente (ZEISEL, 2006). Conceber uma casa para outra pessoa, é pensar na identidade do sujeito em um tempo histórico, um espaço social, as características do entorno que ele está inserido.
As casas na comunidade do Coque tem diversas cores e texturas, casas com pintura branca, verde, amarela, pastilhas cerâmicas, placas de porcelanato, outras que ainda estão no tijolo puro ou só rebocadas. Essa diversidade pode ser caótica ao olhar nu, mas a identidade criada por cada residência é única. É uma forma dos moradores se diferenciarem de outras casas dos vizinhos com um baixo custo, através das pinturas das casas.
29 - comunidade do coque
figura
29. fonte/ autor: layane santos/ revelar.si 30. fonte/ autor: MIGUEL DE GUZMÁN) 35 | 36
figura 30 - Conjunto residencial Manzana Perforada, MADRID
habitação modular
A criação de técnicas e métodos construtivos surgem com as necessidades e culturas de cada época e situações. A construção modular surgiu como uma forma da indústria civil de racionalização das obras utilizando módulos independentes que permitem a construção em larga escala. O seu conceito é abordado de formas diferentes por diversos autores, para Mascaró (1976): “é um mecanismo de simplificação e inter-relação de grandezas e objetos diferentes de procedência distinta, que devem ser unidos entre si na etapa da construção, com mínimas modificações ou ajustes”. Ou seja, a uniformização e simplificação dos elementos construtivos levam a racionalização.
Por outro lado, a utilização de um sistema modular, tem outras características para além de benefícios monetários. A flexibilidade interna e externa da habitação permite uma customização individualizada para cada família. Uma série de módulos e opções de arranjos internos são disponibilizados para configurar uma moradia identitária mesmo com toda rigidez da pré-fabricação.
2.3.1 flexibilidade e pré-fabricação
Ao abordar o tema de arquitetura modular, pensamos logo em na flexibilidade que o sistema pode oferecer e no arranjo do espaço urbano de uma forma ordenada. Podemos dividir em macro e micro essas características, na escala de ordenamento urbano e na escala da variedade tipológica das casas.
Na escala macro, a disposição dos módulos da Arquitetura Modular podem organizar os espaços pensando no crescimento da população para que não haja uma desordem durante esse processo de expansão. Um exemplo internacional é a cidade de Frankfurt, durante os anos de 1925 e 1930 o arquiteto municipal e planejador urbano Ernst May foi visionário na sua ideia para habitação do futuro.
Sob uma escassez de moradia e estabilidade política , o arquiteto Ernst May deu início a um programa de desenvolvimento de construção de moradias em grande escala. Para acelerar o processo de construção e diminuir custos, foram utilizadas formas simplificadas e pré-fabricadas. Eram habitações pequenas chamadas Siedlungen as quais carregavam características da arquitetura austera e cúbica e moderna. A ideia de habitações modulares também foi combinada com os conceitos da bauhaus. Embora seja apenas conceitual, Peter Cook projetou uma cidade onde a habitação era otimizada, mínima e versátil. Plug-in City defendia o conceito de que “a pré-fabricação não tinha que ser chata”.
31. fonte/ autor: HERTZBERGER, HERMAN (1999, P.158) 32. fonte/ autor: moma.org/collection/works/797 37 | 38
figura
31
- DIFERENTES ARRANJOS ESPACIAIS PARA MESMA PLANTA
Na escala micro, temos uma flexibilidade no arranjo interno dos módulos macros. A arquitetura feita deve possibilitar diversos tipos de moradia através dos módulos, de forma que cada morador possa escolher uma disposição que atenda a necessidades específicas das famílias. A adição e subtração de módulos permite uma liberdade na configuração morfológica da unidade, com objetivo de atender as necessidades da família.
Entretanto, a flexibilidade das unidades habitacionais vão além de acréscimos para quartos, a mudança de uso deve ser considerada, inclusive para as habitações térreas, onde os moradores podem reservar um espaço da moradia para o comércio, a possibilidade do uso misto é importante quando se fala de habitação de interesse social. Como dito anteriormente, muito da renda familiar da comunidade vem do comércio local.
Um exemplo da variedade de tipos feitos com módulos são as casas feitas pelo escritório de arquitetura HUS Arquitetos. O programa MODHUS propõe um sistema sustentável e combinável, que permite diversas adaptações e amplia a possibilidade de personalização. Construído em módulos, abre mão dos longos prazos para construção, os painéis são montados in loco, reduzindo o prazo de entrega e possibilitando o controle total de gastos.
As facilidades atreladas a construções modulares tem relação direta com a pré-fabricação. Pelo método construtivo gerar poucos resíduos durante a obra, ele se torna mais limpo e sustentável. Em 1972, surge no Japão uma necessidade de reconstrução das cidades como consequência do pós-guerra. O edifício habitacional Nakagin Capsule Tower (1972), do arquiteto Kisho Kurokawa foi construído em 30 dias em Tóquio através de 140 cápsulas modulares, sendo cada cápsula conectada à torre central por apenas 4 parafusos de alta tensão. A torre foi recentemente desmontada e transferida para outro local, mostrando assim toda sua flexibilidade.
Industrialização fechada
Durante anos, a pré-fabricação era tida como monótona e uniforme, através de elementos pesados e inflexíveis. A construção modular não permitia a mistura de diferentes elementos construtivos. Quanto mais fechado o sistema fosse, mais repetições do elemento pré-fabricado, menor o custo final da obra. A modulação era associada com a racionalização da construção que, segundo Rosso (1980), a racionalização é a aplicação mais eficiente dos recursos para se obter um produto dotado da maior efetividade possível, não permitindo a compatibilidade com elementos de outros métodos produtivos.
figura 33 - “UM MÓDULO, DIVERSAS POSSIBILIDADES.”
33. fonte/ autor: hus.arq.br/modhus 34. fonte/ autor: lewism 39 | 40
figura 34 - ISOMETRIA, PLANTA BAIXA E DIAGRAMAS DA FIXAÇÃO DOS MÓDULOS DO EDIFÍCIO NAKAGIN CAPSULE TOWEr, Tokyo
Industrialização aberta
Em contraponto, a industrialização aberta funciona de modo que os componentes passam por uma padronização de medidas e uma redução de variedades de tipos, com essa padronização, os elementos construtivos podem ser produzidos por diferentes fabricantes. Esses componentes são combinados a partir de um módulo-base independente de sua origem (Greven & Baldauf, 2007).
Características para classificação de uma industrialização aberta são apontadas por Campos (2009):
figura 35 - PRÉ-MOLDADOS 35. fonte/ autor: tecnosil BR 41 | 42
2.3.2 materialidade containers
Durante a revolução industrial, com o desenvolvimento de novas técnicas e maquinários, a utilização de materiais como aço e vidro foram se popularizando. Nesse processo, a fabricação em massa deu possibilidade da criação dos elementos pré-fabricados.
Nos dias atuais, com a grande evolução da tecnologia, diversos métodos de construção modular evoluíram criando variações de materiais para construção dos módulos, podendo ser feitos de: madeira, concreto, steel frame, entre outros. Uma edificação pode conter mais de uma técnica ou material para seus módulos, pois a versatilidade da construção modular o permite essa mistura de matérias primas.
Um ponto importante a se observar é o tema da sustentabilidade, onde a construção civil consome mais de 50% dos recursos naturais, especialmente nas construções de concreto e alvenaria, causando diversos impactos negativos no meio ambiente (SUSTENTARQ, 2019). Sendo assim, a construção sustentável vem ganhando muita força, com a utilização de métodos e recursos que causem menos impacto na natureza.
A construção modular entra nos meios de arquitetura sustentável pela sua característica de obras sem resíduos, já que quase todos seus elementos são pré-fabricados. Uma forma mais específica de construção modular se destaca pela utilização de materiais que se tornam inúteis. Os containers que depois de serem utilizados para sua função primária acabam sendo descartados pelo tempo de vida virando lixo nos espaços portuários. Através da arquitetura modular, esse “lixo” acaba sendo reaproveitado transformando-o em módulos.
A utilização de containers como alternativa para construção dos módulos, vêm de diversos fatores positivos por serem caixas grandes metálicas de formato parelepípedo, feitas originalmente para serem empilhadas, assim como os módulos da construção modular. Também atendem às necessidades das práticas construtivas como ser sustentável, fácil locomoção e baixo custo.
A escolha do modelo de container é muito importante pois ele será o seu módulo. Como opções mais utilizadas temos o container “Dry Stand” e o “Dry High Cube", tendo as opções de tamanho 20 e 40 pés, eles têm suas dimensões mais próximas de uma casa normal.
Uma questão importante quando se fala de habitações não comuns, é a materialidade de suas vedações. Quanto à vedação externa, o próprio aço Corten do container já proporciona um tratamento térmico e acústico pela sua composição ser mais resistente que o aço comum. Já a vedação interna, o mais comum, é a utilização de chapas de Drywall com gesso acartonado, pele seu desempenho comparado ao espaço reduzido para construção de paredes internas.
36. fonte/ autor: vivadecora.com.br/pro/arquitetura-modular 43 | 44
figura 36 - CONJUNTO MODULAR COM CONTAINERS
MADEIRA
A madeira na composição de um elemento construtivo se dá muito pela sua versatilidade e sustentabilidade. Já que tem um bom desempenho quando se fala de poluição do meio ambiente. Assim, faz da madeira um material que apresenta características e vantagens para racionalização ecológica.
Por ser uma matéria prima básica, as formatações dos módulos são de infinitas possibilidades. Mas a utilização de madeira de forma estrutural tem suas limitações em relação a outros materiais, os módulos não podem ser muito grandes e nem podem suportar tanto peso. Ou seja, a madeira é ideal para pequenas habitações isoladas.
dias
(CENTURYSTEEL, 2015).
As vedações externas são em sua maioria feitas com aglomerados de madeira chamados de Oriented Strand Board (OSB), sendo muito resistente aos condicionantes climáticos. Na parte interna da edificação, são utilizados Drywall para divisórias que não participam do sistema estrutural, podendo assim ter um arranjo espacial versátil na construção dos módulos habitacionais.
LIGHT STEEL FRAME
O Light Steel Frame (LSF) ou em portugues, estrutura de aço leve, é um sistema construtivo muito utilizado pelas suas diversas vantagens em relação a instalação e propriedades térmicas e acústicas. São painéis montados com uma moldura em aço galvanizado S280 a S350, que de acordo com o projeto são pré-fabricados com todo suporte para instalação elétrica e hidráulica, facilitando muito o trabalho de outras disciplinas, conseguindo levantar uma residencia entre 8 a 20
figura 37 - RESIDENCIA COM ESTRUTURA DE MADEIRA
37. fonte/ autor: homify.pt/livros_de_ideias/796110/habitacao-modular-de-sustenbilidade-perfeita 39. fonte/ autor: rcpisos.com.br/blog/light-steel-frame-uma-revolucao-no-setor-de-construcao-civil 38. fonte/ autor: portalsteelframe.com.br/estudantes/estudo-de-viabilidade-para-habitacoes-de-interesse-social-light-steel-framing-comparado-a-alvenaria-convencional/ 45 | 46
figura 39 - ESTRUTURA DE LIGHT STEEL FRAME
STRUCTURAL INSULATED PANELS
O método construtivo a partir dos Structural Insulated Panels (SIPs) são caracterizados por facilitar a autoconstrução. Painéis realizados com aglomerados OSB pré-fabricados são feitos separadamente e montados na obra. Estruturados por uma base metálica, os painéis fazem todo isolamento térmico e acústico.
Muito parecido com LSF, os SIPs levam desvantagens na questão estrutural pela falta de aço em sua estrutura vertical. Sendo muito utilizado para construções efêmeras como abrigos emergenciais pela sua praticidade de montagem e
CONCRETO
O concreto armado é o elemento estrutural mais utilizado na construção civil em todo o mundo. Entretanto, é um processo lento, pouco sustentável e gerador de resíduos durante a obra. A pré-fabricação de módulos de concreto é uma alternativa mais limpa e rápida para racionalização.
Esse sistema pré fabricado de concreto, utiliza de formas para construção das paredes, lajes e furos definidos nos projetos elétricos e hidráulicos. É dispensável o uso de pilares e vigas uma vez que as paredes são estruturais, tornando baixa a possibilidade de reformas e modificações posteriores.
40. fonte/ autor: enercept.com/blog/timber-frame-homes 41. fonte/ autor: BPM PRÉ MOLDADOS 47 | 48
figura 40 - Structural Insulated Panels figura 41 - EDIFICAÇAO COM BLOCOS PRÉ FABRICADOS
2.3.3 sistemas modulares
Segundo Greven & Baldauf (2007) a construção modular dispõe de quatro princípios fundamentais da construção modular que regem sua estruturação, são eles:
Sistema de referência
Sistema modular de medidas
Sistema de ajustes modular
Sistema de números preferenciais
sistema de referência
São formados por pontos, linhas e planos que auxiliam na orientação de elementos construtivos (Figura 42). O módulo deve seguir números inteiros para incremento e intervalo unitário para o sistema de referência.
malhas modulares
É a composição de um plano por 2 dimensões onde se define um intervalo adequado para cada construção. Quatro tipos de malhas são apresentadas pelo autor:
Malha modular: utilizado no projeto de componentes e detalhes; Malha de projeto: utilizado para criação do projeto geral da edificação; Malha estrutural: Utilizado para posicionamento dos elementos estruturais;
Malha de obra: Utilizado para locação da edificação e dos componentes para sua montagem;
reticulado modular
É composto por 3 planos que servem de referência segundo Lucini (2001), para o posicionamento dos elementos construtivos de juntas e acabamentos (Figura 43).
Figura 42 - Reticulado modular espacial de referência
Figura 43 - Reticulado modular espacial de referência
malha modular 15m
m 3m malha de projeto malha estrutural 42, 43 e 44. fonte/ autor: Greven & Baldauf, 2007 (ilustração autoral) 49 | 50
PLANO LINHA PONTO
Figura 44 - malhas modulares: modular, projeto e estrutural
sistema modular de medidas
Esse sistema serve para organizar os elementos na malha modular, determinando o tamanho do módulo (M), os componentes devem ocupar esses espaços respeitando a modulação por números múltiplos inteiros ou fracionados. Segundo Mascaró (1976), as características do sistema modular de medidas são:
Conter medidas funcionais e elementos construtivos típicos;
Ser aditiva em si mesma (por ser a construção de um processo aditivo);
Assegurar a intercambialidade das partes mediante a combinação das medidas múltiplas ou submúltiplas do módulo;
sistema de ajustes modular
É necessário garantir a compatibilidade entre os componentes e os materiais correspondentes para que o componente desempenhe sua função corretamente. Deve ser preparado para montagem em campo sem quaisquer ajustes relevantes nos componentes. Se isso não acontecer, a eficiência do sistema fica ameaçada. Para isso é necessário garantir através de certas variações:
Conter medidas funcionais e elementos construtivos típicos;
Ser aditiva em si mesma (por ser a construção de um processo aditivo);
Assegurar a intercambialidade das partes mediante a combinação das medidas múltiplas ou submúltiplas do módulo;
sistema de NÚMEROS PREFERENCIAIS
Os números preferenciais são escolhidos de forma adequada de acordo com as características do sistema modular, mas ao mesmo tempo permitem uma seleção organizada de dimensões. Fundamentalmente, o sistema digital preferido depende das características, restrições, conexões e otimização dos componentes. Segundo Mascaró (1976), as características do sistema de números preferenciais são:
Por ter fixos os seus limites, devido aos atributos técnicos dos componentes e pela economia da sua elaboração;
Pela função que desempenha;
Pela sua forma de união;
Pela possibilidade de divisão sem desperdício.
SISTEMAS DE CONSTRUÇÃO MODULARES
Ainda dentro dos conceitos de sistemas modulares, Sarabanda (2013) aborda os tipos de sistemas construtivos modulares através dos estudos prévios de Lawson (2007). Sendo eles classificados como:
Sistemas modulares fechados: São módulos pré-fabricados com baixo grau de customização, podem ser empilhados;
Sistemas modulares parcialmente abertos: Semelhantes ao sistema fechado, mas com aberturas laterais que permitem uma conexão entre os módulos;
Sistemas modulares abertos: Módulos parcialmente ou completamente abertos suspensos por pilares que seguram uma estrutura que pode ou não ser fechada na parte superior.
Sistemas mistos ou híbridos: A estrutura final que utiliza de diversos tipos de módulos;
Figura 45 - ajustes modulares medida modular junta modular ajuste modular medida de proejto (do componente) 45. fonte/ autor: Greven & Baldauf, 2007 (ilustração autoral) 51 | 52
SISTEMAS MODULARES NO ÂMBITO DA HABITAÇÃO SOCIAL
Como visto, Recife tem uma grande parte de sua população morando em ZEIS com um adensamento populacional muito alto. Somente na comunidade do Coque tem-se uma densidade de 185 pessoas por hectare. Ademais, a quantidade e qualidade das casas hoje previstas não são das mais adequadas. Por isso é fundamental a construção de moradias para essas pessoas e a arquitetura pode ser usada como instrumento para organização desse espaço.
Observando o cenário atual da comunidade do Coque, os sistemas modulares podem agregar na construção de uma habitação social nas proximidades para atender a grande demanda de moradias do lugar. A possibilidade de expansão progressiva e ordenada é um fator primordial para escolha desse sistema construtivo. Cabe falar também da possibilidade de modulação interna do conjunto de acordo com cada necessidade familiar. A alternativa de mudança de parte do módulo para outros usos como comércio, é um ponto positivo que não é visto em muitas unidades habitacionais de cunho social.
Enfim, o caráter sustentável da construção modular agrega também por sua produção baseada na maior relação custo-benefício pela utilização de materiais pré-fabricados. Gerando menos resíduos durante sua construção, tornando uma obra limpa sem grandes agressões ao meio ambiente.
45. fonte/ autor: YVONNE WITTE 53 | 54
figura 46 - modulos parcialmente abertos
ESTUDO DE CASOs
Os projetos escolhidos a seguir serão analisados segundo os princípios analíticos apresentados abaixo que foram escolhidos como características importantes para desenvolvimento de uma Habitação de Interesse Social, com a intenção de extrair o máximo de de experiências para desenvolvimento de um modelo.
PRINCÍPIOS ANALÍTICOS
FLEXIBILIDADE
Possibilidades de arranjos espaciais para diferentes usos ou condições mediante a situações diversas de terreno e crescimento do edifício. Como mostrado no diagrama ao lado, diferentes formas de disposição no espaço.
modularidade
Disposição dos arranjos espaciais obtidos pela flexibilidade de forma ordenada através de um grid modular onde o sistema construtivo facilita a execução do projeto e possibilita a expansão do mesmo.
identidade
Identidade da construção de acordo com o contexto onde ela está inserida. Materialidade, cores e texturas são formas de expressão de uma comunidade através da arquitetura.
habitabilidade
Diferentes formas de ocupar um espaço através dos usos destinados. Onde a população que habita o espaço determina de forma intrínseca a função social que ele tomará. Com o tempo, novas pessoas podem atribuir novos usos.
sustentabilidade
Proporcionar uma construção menos danosa ao meio ambiente através de materiais, técnicas construtivas, energias renováveis, reutilização de águas cinzas, descarte correto do lixo, entre outras características.
projetos
casa expansiva
quinta monroy Construir y
figura 47: flexibilidade figura 50: habitabilidade figura 51: sustentabilidade figura 52: fachada casa Expansiva figura 53: fachada casa contruir y crecer figura 54: fachada casa quinta monroy 52 53 54 figura 48: modularidade figura 49: identidade 47, 48, 49, 50 e 51. fonte/ autor: ilustração autoral 52, 53 e 54. fonte/ autor: archdaily brasil 55 | 56
Crecer
casa expansiva
arquiteto infos
Urban Rural Systems
batam, indonésia 2018 modular
Botam, ilha ao sul de Singapura na Indonésia, era inicialmente uma pequena vila que, em 40 anos, passou a ser uma cidade importante com mais de um milhão de habitantes devido ao incentivo do livre comércio estabelecido pelo governo com a cidade de Singapura. Com o grande crescimento repentino, a então vila precisava de planejamentos urbanos para acomodar tal fluxo de imigrantes. Então foi criado o projeto Casa Expansiva para ajudar a sanar a demanda de habitação na região.
O projeto segue alguns princípios para tornar a casa um local único para cada morador, tomando com frente a FLEXIBILIDADE do arranjo espacial interno, cada morador tem liberdade de modificar a planta original sem grandes dificuldades, uma vez que a mesma foi projetada para isso. Construída com uma estrutura metálica que suporta até mais 3 pavimentos, a casa foi pensada na expansão da casa por fases, viabilizando a obra economicamente. A casa
figura 56: Vista da rua casa expansiva figura 55: isomemtria interna casa 55. fonte/ autor: archdaily brasil 56. fonte/ autor: archdaily brasil (editado pelo autor) 57 | 58
inicialmente tem 36m² toda térrea, onde os pavimentos seguintes podem ser construídos e a coberta pode ser facilmente relocada para pavimento superior.
A disposição tanto interna como externa com a adição de área é através de módulos, sendo os de serviço e áreas molhadas fixos, e o resto da área livre. Com essa MODULARIDADE, a disposição do projeto é de fácil entendimento para os moradores escolherem uma tipologia, já que esses módulos também podem ser comerciais e de serviço. A HABITABILIDADE do espaço de comportar inúmeros usos de acordo com a necessidade das famílias, é outro princípio adotado para o projeto.
As paredes de vedação e internas da casa são feitas a partir de painéis modulares de bambu e blocos de concreto, as aberturas são completamente customizáveis para cada unidade habitacional. O morador também tem total liberdade para escolher as cores das fachadas transformando o lugar em espaço com sua IDENTIDADE
figura 57: isometria das possíveis disposições e usos dos módulos
figura 58: possíveis fachadas de acordo com diferentes usos
figura 58: ilustração da rua, relação social
57, 58, 59 e 60. fonte/ autor: archdaily brasil 59 | 60
figura 60: paredes de vedação em concreto e bambu
figura 61: vista isométrica da disposição dos blocos habitacionais no terreno
Outro princípio adotado no projeto é a SUSTENTABILIDADE. O conjunto como todo contém um tanque que filtra águas cinzas e negras para reutilização, além da captação de águas pluviais. Uma floresta de bambu é implantada no meio do conjunto para que em pequenas obras, os moradores possam utilizá-los como matéria prima.
Outras tecnologias como energia solar e sistemas de resfriamento passivos são utilizados para reduzir gastos dos moradores e também transformar o local mais sustentável. Elementos esses, incorporados ao projeto aqui desenvolvido. 61. fonte/ autor: archdaily brasil 61 | 62
CONSTRUIR Y CRECER
arquitetos
infos
Construir y Crecer foi um concurso realizado para construção de um conjunto habitacional na cidade de Iquitos no Peru, onde se almejava uma residência com várias etapas de crescimento para atender o modo de vida flexível de cada morador. O terreno com 3,7 ha, foi proposto pelo vencedor do concurso, a subdivisão em pequenos lotes e locação de 120 unidades que se expandem dentro da área coberta. Sendo exclusivamente habitacional, as unidades são dispostas no terreno criando um pátio interno público com equipamentos de lazer que gera uma grande interação entre os vizinhos além de gerar uma segurança pela circulação de pessoas.
figura 62: planta de implantação
Rafael Arana Parodi Carlos Suasnabar Martínez Amed Aguilar Chunga Santiago Nieto Valladares figura 63: fachada princial casa
iquitos, peru 2017 modular 62 e 63. fonte/ autor: archdaily brasil 63 | 64
O projeto aborda o arranjo espacial interno das unidades com a MODULARIDADE, criando uma base fixa onde ficam as áreas molhadas e o serviço. As áreas adjacentes a essa base podem ser construídas ou não, assim como a casa pode crescer mais um pavimento para atender as necessidades individuais de cada família. Com essas possibilidades, a FLEXIBILIDADE se torna presente no conjunto, uma vez que os módulos adjacentes podem ter diversas funções. A estrutura principal das casas são de madeira, assim como os fechamentos externos. Sendo os acabamentos escolhidos por cada morador, uma IDENTIDADE é gerada em todo conjunto.
As dificuldades ambientais enfrentadas pelas condicionantes da região eram principalmente o calor, a chuva e a umidade. Com isso em mente, os arquitetos propuseram que as unidades fossem elevadas do solo, para proteger da umidade. O telhado com um bolsão de ar sob a laje, gera um conforto ambiental que dispensa as necessidades de resfriamento elétrico nos espaços internos da casa.
figura 64: ilustração mostrando convívio dos moradores na área externa figura
65: plantas baixas projeto
figura 66: isometria das fases de contrução da casa
figura 67: morador se abrigando da chuva em sua casa
64, 65, 66 e 67. fonte/ autor: archdaily brasil 65 | 66
quinta monroy
arquitetos infos
alejandro aravena
iquiqque, chile 2003 modular
O projeto da Quinta Monroy começou com objetivo alocar famílias em áreas urbanas consolidadas, prevenindo a degradação do bairro com colaboração dos próprios moradores para desenvolvimento do projeto arquitetônico.
Os estudos feitos de tipologia das casas concluíram que não era vantajoso para o local os principais tipos do entorno, a casa solta no lote implicava em uma densidade muito baixa para o local. Outra tipologia foram as casas sem recuo lateral, assim a densidade aumentava mas a possibilidade de expansão das casas criavam vários problemas de verticalização. E por último, a verticalização das unidades que também não permitiam a expansão além de ficar em dissonância com o gabarito do entorno. Com essa análise, a tipologia proposta, utiliza da MODULARIDADE e para promover a FLEXIBILIDADE com blocos intercalados criando unidades verticais que podem expandir lateralmete.
figura 68: diagrama mostrando possiveis implatações
figura 69: fachada interna da casa
68 e 69. fonte/ autor: archdaily brasil 67 | 68
Os blocos são dispostos de forma que deixem pátios centrais proporcionando interação social entre os moradores, os acessos das unidades não térreas se dá por uma escada que ficam viradas para o pátio e as unidades nos limites frontais do lote, tem seu acesso diretamente pela fachada da rua.
Os apartamentos tem sua unidade base construída com paredes externas com blocos de concreto, e paredes internas feitas com painéis de madeira revestidos. Já a área reservada para possível expansão, é construída pelo próprio morador, sendo assim, a escolha dos materiais e aberturas da fachada nova ficam à escolha de cada um, podendo imprimir sua IDENTIDADE
Por oferecer um espaço de expansão e possibilitar que o morador ocupe como quiser o espaço, torna o lugar muito versátil. A HABITABILIDADE se faz presente com a forma com que os indivíduos ocupam tanto interno, externo e entre esses espaços, os diferentes usos que cada pessoa dá para o lugar é único e a arquitetura proposta o torna mutável, se outras pessoas morasse nesse local, provavelmente teriam outros usos, outras formas de ocupação dos espaços.
71: isometria mostrando disposição das habitações na edificação
70, 71 e 72. fonte/ autor: archdaily brasil 69 | 70
figura 70: vista do pátio interno do conjunto figura 72: fotografias de dentro da unidades habitacionais figura
figura 73: fachada casa expansiva figura 76: tabela síntese estudo de caso figura 74: fachada casa contruir y crecer figura 75: fachada casa quinta monroy CASA EXPANSIVA FLEXIBILDIADE MODULARIDADE IDENTIDADE HABITABILIDADE SUSTENTABILIDADE FLEXIBILDIADE MODULARIDADE IDENTIDADE HABITABILIDADE SUSTENTABILIDADE FLEXIBILDIADE MODULARIDADE IDENTIDADE HABITABILIDADE SUSTENTABILIDADE CONSTRUIR Y CRECER QUINTA MONRY tabela síntese 73, 74 e 75 fonte/ autor: archdaily brasil 76. fonte/ autor: ilustração autoral 71 | 72
O terreno escolhido para proposta de uma Habitação de Interesse Social fica localizado no bairro Ilha Joana Bezerra, ao lado da Avenida Beira Rio. Localizado em uma região central e muito movimentada, a proposição de uma habitação social para atender a comunidade do Coque faz com que as pessoas não precisem se mudar para a periferia da cidade em busca de uma moradia digna. O terreno hoje é uma área subutilizada com um grande espaço gramado e pouca vegetação além de um campo de barro. Com uma área de 20.000m², a proposta é de ativação do terreno com habitação social e usos complementares com comércios, equipamentos públicos, praças, oficinas e áreas de lazer. Para isso, é preciso fazer estudos territoriais como legislação, cheios e vazios, usos, gabaritos, mobilidade e vegetação.
10 50 100m 0
santo antônio são josé cabanga ILHA JOANA BEZERRA figura 78: mapa com delimitação dos bairros figura 79: mapa zeis coque figura
TERRITÓRIO
77: mapa do recife com bairros destacados
77. fonte/ autor: ilustração autoral 79. fonte/ autor: ilustração autoral 78. fonte/ autor: imagem google earth editado pelo autor 73 | 74 Terreno proposto
LEGISLAÇÃO
Segundo o Plano Diretor do município do Recife (Lei 18.770/2020), o terreno escolhido fica dentro de uma Macrozona de Ambiente Construído (MAC) e de uma Zona Especial de Interesse Social 1 (ZEIS 1) e contempla a criação de uma ZEIS 2 como incentivo público para construção de Habitação de Interesse Social (HIS). Com isso, a legislação utilizada para desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico seguirá os parâmetros urbanísticos para ZEIS 2 previstos na Lei.
O coeficiente máximo de construção para essa zona é de 4, ou seja, a área total de construção pode chegar até 4 vezes a área do lote. O gabarito máximo não consta na legislação, sem restrições de altura. Os afastamentos para edificações até 8 pavimentos, precisam respeitar recuos de 5 metros para fachada frontal e 3 metros para lateral e fundos do lote.
A Taxa de Contribuição Ambiental prevista na Lei, não engloba as áreas de ZEIS, portanto é preciso utilizar parâmetros da legislação mais recente para esse caso. Portando de acordo com o plano de regularização das zonas especiais de interesse social, PREZEIS presente na Lei Nº 16.113/95:
“A reserva de solo virgem nas ZEIS, tratada com vegetação, corresponderá a 20% da área total do lote, salvo previsão diversa constante do Plano urbanístico específico.” Art. 15º da Lei Nº 16.113 (RECIFE, 1995).
Apesar de um grande coeficiente para construção, deve-se ser considerado um limite de verticalização com o intúito de se contextualizar com os gabaritos do entorno.
zona
zeis ii
coeficiente de aproveitamento (ca) gabarito máximo mínimo frontal mínimo 20%* 5m 3m
afastamentos mínimos (até 8pav) taxa de contribuição ambiental (TCA)
lateral e fundos 0.5
máximo 4 n/a
*dado retirado da LEI Nº 16.113/95, uma vez que não informado na lpuos 2020, recife
figura 80: parâmetros urbanisticos zeis 2
80. fonte/ autor: lpuos 2020, recife 81. fonte/ autor: ilustração autoral 75 | 76
CHEIOS E VAZIOS
Ao analisar o mapa de cheios e vazios produzido na área de estudo, podemos perceber a densidade de ocupação dos terrenos, assim como as edificações se comportam em relação a outras edificações e os lotes. Sendo consequência para várias condicionantes ambientais como ventilação, climatização e presença de vegetação na região.
A densidade de ocupação presente na área é bastante alta, com edificações coladas umas nas outras sem recuo lateral e frontal e pouco recuo de fundos. Ocupação que dificulta a ventilação e presença de luz natural nos ambientes, uma vez que seguem a fachada para rua, algumas casas ficariam com ambiente importantes virados para o poente, onde tem maior incidência dos raios solares, prejudicando o conforto ambiental da edificação.
Outra questão importante de ser analisada é a forma de ocupação do espaço, observa-se uma clara distinção entre quadras planejadas e irregulares, enquanto na região central, as quadras tem um traçado ortogonal, a região ribeirinha e a mais os leste, seguem uma malha irregular com acessos estreitos e ocupação diversa de difícil análise. Com o contraste de ocupação e espaços vazios, é possível traçar linhas de força que guiam a locação das edificações no terreno proposto.
figura 83: mapa zeis coque 10 50 100m 0
figura 82: digrama mostrando ocupação das edificações no lote
82. fonte/ autor: ilustração autoral 83. fonte/ autor: ilustração autoral 77 | 78 Terreno proposto
Observando o mapa de usos, é possível soncluir sobre como a diversidade naquela região é de grande importância trazendo em equilíbrio de usos, onde os moradores podem se deslocar facilmente para acessar comércio, postos de saúde, escolas, entre outros.
Na região analisada, a maior parte do uso é residencial, com alguns comércios nas ruas principais. O uso misto se faz presente onde os moradores oferecem certo produto na porta de suas casas, como vender gelo, sucos e até marmitas. Pode-se observar também que quanto mais dentro da quadra, menor a chance de outro uso a não ser habitacional, ou seja, as pessoas precisam de fácil acesso para utilizar de serviço/ comércio.
Uma escola pública e um posto de saúde estão presentes na área, além de alguns centros religiosos. Sendo assim, por mais residencial que a área seja, existe certo equilíbrio de usos. A linha de trem separa fisicamente os espaços da comunidade, ou seja, mesmo tendo um COMPAZ nas proximidades, deve ser desconsiderado.
10 0 50 100m usos
figura 86: mapa de usos
figura 84: gráfico dos usos figura 85: COMÉRCIO LOCAL
84 e 86. fonte/ autor: ilustração autoral 85. fonte/ autor: Google.com/maps/@-8.0698759,-34.9007803,3a,75y,289.85h,86t/data=!3m6!1e1!3m4!1svvcsvVwIruK1bT5ZI72x_g!2e0!7i16384!8i8192 79 | 80
proposto
Terreno
GABARITOS
A proporcionalidade edificada de uma área pode ser medida a partir do equilíbrio entre os gabaritos das edificações. Assim, quanto mais a massa edificada compuser uma relação harmoniosa entre os seus gabaritos, maior será a proporcionalidade de um local.
Percebe-se que os gabaritos predominantes na área de estudo são: Térreo e 2 pavimentos. Por ser uma área bastante residencial com população de baixa renda, é normal passar nas ruas e observar casas térreas com uma pavimento sendo construído, os puxadinhos comentados no trabalho são presentes e refletem no
O maior gabarito da área estudada é de 4 pavimentos, ou seja, não existem edifícios verticais na região, A proposta do trabalho deve respeitar esse princípio da horizontalidade para estar em consonância com o entorno imediato.
O maior gabarito da área estudada é de 4 pavimentos, ou seja, não existem edifícios verticais na região, A proposta do trabalho deve respeitar esse princípio da horizontalidade para estar em consonância com o entorno imediato. Terreno proposto
10
figura 89: mapa gabaritos 88. fonte/ autor: earth.google.com/web/@-8.06482057,-34.89803052,16.2171744a,1519.03316144d,35y,20.28680862h,87.05782354t,-0r
0 50 100m
88:
figura 87: gráfico gabaritos figura
FOTOGRAFIA AÉREA DA COMUNIDADE DO COQUE
MOBILIDADE
As formas de ocupação e distribuição dos usos no território analisado são fundamentais para entender a dinâmica da mobilidade e os fluxos existentes. Na área pode-se identificar a predominância do pedestre, a locomoção não motorizada. Por não ter calçadas de qualidade, o maior deslocamento das pessoas é pela rua. O uso do automóvel só se faz necessário para os moradores que trabalham fora da região, precisando se deslocar até 8 minutos a pé do ponto de ônibus mais próximo.
Quanto à mobilidade ativa, somente duas vias possuem rotas definidas para bicicletas. Sendo uma delas, uma ciclovia na Avenida Beira Rio, ao lado do terreno proposto.
Ademais, é importante notar que numa região margeada pelo rio capibaribe, o transporte fluvial poderia construir uma opção viável e fundamental para articular os bairros e regiões da cidade, o projeto capibaribe pretende ativar as hidrovias, porém, no momento não há este modal disponível.
É de grande importância a integração do projeto habitacional com o Parque Capibaribe para que haja uma rota fluvial que conecte mais facilmente com outras regiões da capital, ajudando também quem vive da pesca na área.
corte na via coletora av. beira rio
LEGENDA MOBILIDADE
figura 91: mapa mobilidade 10 0 50 100m figura 90: corte na avenida beira rio 19.5m 6m 1.5m 6m TERRENO PROPOSTO
Vias coletoras Vias locais Hidrovias Ciclofaixa/ ciclovia Parada de ônibus
90 e 91. fonte/ autor: ilustração autoral 83 | 84 Terreno proposto
8 min 5 min 3 min
VEGETAÇÃO
É de suma importância a presença de vegetação nas cidades a fim de proporcionar áreas sombreadas com conforto térmico, uma vez que a região tem um clima tropical bastante presente.
Ao analisar um mapa de vegetação, pode-se observar a existência de espaços abertos vazios com vegetação predominantemente rasteira, onde em certos pontos tem a presença mais densa com árvores de mangue mais próximo ao rio Capibaribe.
O terreno proposto apresenta poucas árvores mas ainda sim, é a área com maior solo permeável da área de análise. Portanto, o projeto pretende promover áreas verdes mais expressivas com densidade de vegetação maior, a fim de ser uma conexão entre a natureza e o meio urbano existente.
Por mais que a legislação exija apenas 20% de solo permeável, o projeto atende muito mais, além de adensar uma massa vegetativa a fim de utilizar a natureza para trazer conforto ambiental integrado ao projeto.
Massa vegetativa
LEGENDA vegetação Vegetação rasteira
proposto
figura 93: mapa vegetação
Terreno
10 50 100m 0
92. fonte/ autor: google.com/maps/@-8.0685503,-34.8987526,3a,75y,49.21h,103.84t/data=!3m6!1e1!3m4!1s97Fi3mW9_AXNGs93FhPMVw!2e0!7i16384!8i8192 93. fonte/ autor: ilustração autoral 85 | 86
figura 92: IMAGEM VISTA DA AV. BEIRA RIO PARA O RIO CAPIBARIBE
projeto: habitação modular
DIRETRIZES PROJETUAIS
ARRANJO FLEXÍVEL
Proporcionar um espaço que permita diferente configuraçòes internas e externas para que se adapte as necessidades específicas de cada família.
HABITAÇÃO EXPANSIVA
Oferecer a possibilidade de expansão da unidade famililiar em etapas projetuais para que possa ser exequível financeiramente para os moradores.
técnicas sustentáveis
Aplicar técnicas sustentáveis as unidades como reutilização de águas cinzas, captação de águas pluviais e energia solar afim de diminuir custos econômicos e ambientais
social econômico sustentável meio ambiente
figura 96: técnicas sustentáveis
IDENTITÁRIO USO MISTO
Utilizar de uma malha modular para facilitar o processo de flexibilidade e ordenamento dos arranjos espaciais.
Utilizar os estudos feitos na região para elaborar um programa de necessidades adequado e uma implantação que favoreça os atuais e novos moradores da comunidade.
Utilizar de espaços térreos para comércio e serviço gerando trabalho para os moradores, movimentando economia local e vitalidade através da circulação das pessoas.
habitacional
comércio/ serviço
94, 95, 96, 97, 98 e 99. fonte/ autor: ilustração autoral 87 | 88
ESTRUTURA MODULAR
ESPAÇO
figura 94: arranjo flexível figura 97: estrutura modular figura 95: habitação expansiva figura 98: espaço identitário figura 99: uso misto
PROGRAMA E PRÉDIMENSIONAMENTO
O programa de necessidades parte de uma análise da área implantada, do potencial do local e dos estudos feitos em em projetos existentes de mesma finalidade. Portanto foram essenciais para estebalecer medidas adequadas para uma boa moradia e relação com o a área comum. O projeto foi dividio em blocos além da área comum no térreo, sendo eles:
Bloco A: Pavimento tipo desitnado há habitação e térreo contendo habitação acessível, uma vez que o bloco não possui elevador ou rampa para acesso ao pavimentos superiores.
Anexo
Edificação térrea utilizada como suporte aos edifícios com lixo, controle do gás natural fornecido pela extensão de um gasoduto localizado na Ilha do Retiro e gerador, além de conter um posto policial com atendimento ao público para realização dos atendimentos.
Parque Modular
Uma grande área verde sombreada com áreas de permanencia e caminhos que ligam principais pontos de interesse de todo o conjunto culminando em uma área comum com cobertas e acessos à área esportiva.
Área esportiva
O campo de barro exitente foi redimensionado e junto há ele, foi adicionada uma quadra de basquete. Horta comunitária Espaço reservado para plantação de aliementos pela própria comunidade.
Bloco B: Pavimento tipo desitnado há habitação e térreo contendo habitação acessível, uma vez que o bloco não possui elevador ou rampa para acesso ao pavimentos superiores.
Bloco C: Pavimento tipo desitnado há habitação e térreo contendo pontos comerciais com atividades a depender do uso.
Bloco D: Pavimento tipo desitnado há habitação e térreo contendo uam creche e pontos comerciais com atividades a depender do uso.
Bloco E: Pavimento tipo desitnado há habitação e térreo contendo pontos comerciais com atividades a depender do uso.
Deck Beira Rio
Mirante com espaços de permanência e descida para acesso de embarcações ligadas ao projeto Parque Capibaribe.
Edifício construído:
Área do terreno = 22.535,52m²
Área total privativa = 22.044,36m²
Área total construída = 27.778,54m²
Área de solo natural = 8.380,40m² (37%)
89 | 90
Térreo
Bloco A: Tipo (x4)
8 Unidades x 55m²
4 Unidades x 41,32m²
8 Unidades x 85,30m²
4 Unidades x 92m²
Total 50u = 4.806.88m² população = 424
Bloco B: Tipo (x4)
Térreo
8 Unidades x 55m²
4 Unidades x 41,32m²
8 Unidades x 85,30m² 4 Unidades x 92m²
Total 50u = 4.806.88m² população = 424
Térreo
Ponto comercial = 472m²
Bloco C: Tipo (x4) 8 Unidades x 85,30m² 4 Unidades x 92m²
Total 50u = 4.673,60m² população = 432
Térreo
Ponto comercial = 500m²
Bloco D: Tipo (x4) 8 Unidades x 85,30m² 4 Unidades x 92m²
Total 48u = 4.701,60m² população = 456
Bloco E: Tipo (x4)
Térreo
Ponto comercial = 168m²
8 Unidades x 85,30m²
Total 43u = 3.004,80m² população = 152
Anexo: Posto policial = 50,68m² Total 136,08m² população = 8
Lixo/ gás = 67,60m² Gerador = 17,80m²
91 | 92
4 Unidades x 92m² Dimensionamento
memória de cálculo
1. Utilização dos parâmetros da LUOS que favoreçam a ocupação do novo edifício como:
Art. 69. A Zona Especial de Interesse Social 1 (ZEIS 1) tem como principais objetivos:
I – reconhecer o direito à cidade das comunidades instaladas;
II – priorizar investimentos que garantam condições adequadas de habitabilidade aos moradores, com parâmetros diferenciados em função de suas características socioeconômicas, morfológicas e tipológicas, e de condicionantes ambientais do território onde estão inseridas;
III – promover a regularização urbanística e fundiária;
IV – inibir a especulação imobiliária e comercial sobre os imóveis situados nessas áreas.
Art. 71. São diretrizes para as Zonas Especiais de Interesse Social 1 (ZEIS 1):
I – incorporar ao limite da ZEIS 1, mediante lei específica, os imóveis situados em áreas contíguas, com solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, com o objetivo de promover Habitação de Interesse Social (HIS), destinando-os ao reassentamento de famílias preferencialmente da própria ZEIS, além da edificação de equipamentos e espaços coletivos;
II – destinar imóveis com solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, localizados dentro do perímetro das ZEIS 1, para Habitação de Interesse Social – HIS, atendendo à função social da propriedade, destinando-os ao reassentamento de famílias preferencialmente da própria ZEIS;
2. Seguimento da Lei de Parcelamento, Uso e Pcupação do Solo do Recife:
ZONA
CÁLCULO POPULACIONAL
Habitacional
214 unidades (4 quartos) 02 pessoas por quarto 1.712 pessoas 170 pessoas
Comercial 01 pessoa a cada 7m² (1.190,68m²)
CÁLCULO RESERVATÓRIO
Habitacional
figura 100: tabela cálculo populacional
256.800 litros
Comercial 50 litros por pessoa
Total
Reservatório superior (1/3) + res. de incêncio(x5)
150 litros por pessoa 8.500 litros 265.300 litros 124.433,33 litros 353.733,33 litros
Reservatório inferior (2/3) x 2
CÁLCULO LIXO
Total de pessoas 4,66 litros por pessoa
1.882 pessoas
8.770,12 litros
Quantidade mínima de containers 09 de 1.000 litros
figura 101: tabela cálculo reservatório
Coeficiente de aproveitamento (CA) Gabaritos (m)/pav Taxa de ocupação máxima (%) Afastamentos mínimos Condicionantes de ocupação mínimo básico básico máximo frontal lateral e fundos alargamento da calçada Permeabilidade visual até 8pav máximo
ZEIS 2 0,5 1 4 16/5pav N/A 5m 3m obrigatória obrigatória 100-TSN
figura 102: tabela cálculo lixo figura 103: tabela luos 2020
93 | 94
100, 101, 102, 103. fonte/ autor: ilustração autoral
memorial descritivo
O desenvolvimento do trabalho teve como cerne a implantação dos blocos habitacionais. Uma vez que o terreno ocupa uma quadra inteira com 4 fachadas frontais e uma coeficiente construtivo de 4, tudo leva a verticalização para alcançar o maior numero de unidades e famílias. Mas ao estudar o entorno, vemos muitas edificações baixas de no máximo 3 pavimento. Outro fator importante é não obrigatoriedade de elevadores para edifícios até 4 pavimentos, onde o custo para manutenção dos aparelhos é bastante elevado. Portanto o projeto tenta alcançar um equilíbrio entre a consonância com o pré existente, o melhor aproveitamento do terreno para a criação das habitações e o custo de obra.
figura 105: isometria implantação
a Implantação
Um grande campo de barro no centro do terreno era um impecílio para implantação dos blocos habitacionais, reconhecendo a importancia do esporte para a comunidade, foi redimensionado e relocado além de ser adicionada uma quadra de basquete. Já os blocos, foram postos respeitando as linhas de força do terreno e de forma que cria uma área central que chegará a ser um parque linear com uma área de convivencia com ligação à área esportiva. Os blocos também foram elevados com pilotis afim de criar essa permeabilidade e não criar uma barreira fisica e bloquear as correntes de vento que são muito importantes para um clima tropical.
figura 104: isometria terreno
o terreno
Como dito anteriormente, o terreno possui 4 fachadas frontais contando com a hidrovia do Rio Capibaribe e possuio um grande campo de barro central. O restante do terreno é subutilizado com um gramado e poucas árvores. Está localizado em uma via importante para a cidade, a Avenida Beira Rio que através da Ponte Gregório Bezerra , trás uma alternativa de rota de ligação da zona norte com a zona sul do Recife.
figura 106: isometria linhas de força
95 | 96 104, 105, 106. fonte/ autor: ilustração autoral
figura 107: isometria divisao do bloco figura 108: isometria circulação vertical
a forma
O bloco foi dividido em 2 partes para criação de um átrio central permitindo um melhor aproveitamento das unidades permitindo uma abertura de cômodos intimos para o centro permitindo uma ventilação cruzada de todos apartamentos. Já a circulação vertical surgem nas pontas ligando os sub-blocos e conectando as unidades através de passarelas. As entradas dos apartamentos são desalinhadas a cada pavimento para criar um raumplan com permeabilidade entre os pavimentos sem perder a privavidade das undidades.
figura 109: diagrama pavimento tipo figura 110: diagrama formação do módulo
o módulo
O pavimento tipo foi pensado em módulos posicionados lateralmente e com acesso interno pelas passarelas. A unidade surgiu da divisão em 3 módulos de 3,60x7,90m medidas essas que permite a disposiçao de até 4 ambientes. O projeto também tem como diretriz a expansibilidade, sendo o apartamento construído com apenas 2 módulos e de acordo com a necessidade familiar e possibilidade financeira, pode-se ocupar o terceiro módulo já previsto para cada unidade.
97 | 98 107, 108, 109, 110. fonte/ autor: ilustração autoral
a sustentabilidade
wetland
Painéis solares fotovoltáicos
captação de águas pluviais
deck feito em cruzetas de madeira de demolição
parque linear horta comunitária
99 | 100 111. fonte/ autor: ilustração autoral
101 | 102
103 | 104 Avenida Beira Rio Avenida Martin Luther King Rua SD 9806 Rio Capibaribe A' A B' B 0 10 20 30 40 50 1 2 3 4 Bicicletário Bloco A Bloco B Entrada principal parque Parque 6 7 8 9 Bloco E Anexo (lixo, gás e posto policial) Bloco C Bloco D Horta comunitária 10 Deck Beira Rio Campo de terra batida Área convivência coberta 13 12 11 *Ampliações disponíveis nas próximas pranchas do projeto Quadra de basquete 14 Acesso Subestação aérea 15 Planta Baixa Pavimento Térreo N LEGENDA: 5 1 2 3 4 4 5 6 7 8 9 10 10 11 12 13 14 15 15
105 | 106 S S 20 15 1 5 3 10 4 2 0 1 2 3 4 Apartamento tipo 2 (55m²) Hall entrada Circulação vertical Apartamento tipo 1 (41,32m²) 5 DML 6 Lixo parcial 3 4 4 4 4 3 2 1 6 7 7 Acesso 2 1 6 3 4 4 4 4 3 5 5 7 Medidores Blocos A e B - Planta Baixa Pavimento Térreo N LEGENDA: 8 Medidores 8 8 8 8
Unidades centrais tem uma área inicial de 58,92m² podendo ser expandida até 87,48m² conforme necessidade familiar
Unidades laterais tem uma área inicial de 64,27m² podendo ser expandida até 92,83m² conforme necessidade familiar
107 | 108 S
20
1
2 0 1 2 3 4
D
15
5 3 10 4
Unidades centrais Circulação vertical Área convivência Unidades laterais *Ampliações disponíveis nas próximas pranchas do projeto
N
3 4* 1 2 4* 4* 4* 3 1 2 3 4* 4* 4* 4* 3 5 5 5 5 5 6 6 2 2 5 6
Blocos A/B/C/DPavimentos 1 e 3
LEGENDA:
Módulo reservado para expansão Passarela
6 6 7 7 2 2
LEGENDA: 4 5* 1 2
3 3 4 5* 5* 5* 5* 4
Módulo reservado para expansão 5* 5* 5* 4 1 2
Unidades centrais tem uma área inicial de 58,92m² podendo ser expandida até 87,48m² conforme necessidade familiar
109 | 110 S D S D 20 15 1 5
10 4 2 0
4 N 1 2 3 4 Unidades
Circulação
Área
Unidades
*Ampliações
3
Blocos A/B/C/DPavimentos 2 e
centrais
vertical
convivência
laterais
disponíveis nas próximas pranchas do projeto
5 6
Unidades laterais tem uma área inicial de 64,27m² podendo ser expandida até 92,83m² conforme necessidade familiar Passarela
111 | 112 20 15 1 5 3 10 4 2 0 1 2 3 4 DML Hall de entrada Circulação vertical Ponto comercial 5 Lixo parcial 6 Medidores Acesso 3 2 1 5 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 2 1 5 3 8 7 9 10 7 10 Central de gás natural Posto policial 6 6 8 Lixo geral 4 4 9 Gerador Blocos C e Anexo - Planta Baixa Pavimento Térreo N LEGENDA: 11 Jardim 11 11 11 11
1113 | 114 S S B' 20 15 1 5 3 10 4 2 0 1 2 3 4 Creche Hall entrada Circulação vertical Ponto comercial 5 DML 6 Lixo parcial Acesso 4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 2 1 6 7 7 2 1 6 5 5 7 Medidores Blocos D - Planta Baixa Pavimento Térreo N LEGENDA: 8 Jardim 8 8 8 8
115 | 116 CDM-15 CDM-15 20 15 1 5 3 10 4 2 0 1 2 3 4 DML Hall entrada Circulação vertical Ponto comercial 5 Lixo parcial Acesso 3 2 3 5 3 3 5 1 2 3 6 6 3 4 4 6 Medidores Blocos E - Planta Baixa Pavimento Térreo N LEGENDA: 7 Jardim 8 Horta comunitária 7 7 7 7 7 8 8
LEGENDA:
Unidades centrais tem uma área inicial de 58,92m² podendo ser expandida até 87,48m² conforme necessidade familiar
Unidades laterais tem uma área inicial de 64,27m² podendo ser expandida até 92,83m² conforme necessidade familiar
117 | 118 S D S D 20 15 1 5 3 10 4 2 0 Bloco E
3 N 3 1 2 4* 4* 3 1 2 3 4* 4* 3 5 5 6 6 2 2 1 2 3 4
Pavimentos 1 e
Unidades centrais Circulação vertical Área convivência Unidades laterais *Ampliações disponíveis nas próximas pranchas do projeto
5 6
Módulo reservado para expansão Passarela
LEGENDA: 3 1 2
7 2 2
6 6 7
Módulo reservado para expansão 4* 4* 3 1 2 3 4* 4* 3
Unidades centrais tem uma área inicial de 58,92m² podendo ser expandida até 87,48m² conforme necessidade familiar
119 | 120 S D S D 20 15 1 5 3 10 4 2 0
Pavimentos 2
4 N 1 2 3 4 Unidades
Circulação
Área
Unidades
*Ampliações
Bloco E
e
centrais
vertical
convivência
laterais
disponíveis nas próximas pranchas do projeto
5 6
Unidades laterais tem uma área inicial de 64,27m² podendo ser expandida até 92,83m² conforme necessidade familiar Passarela
Ampliação unidade 1Q escala 1/50
Ampliação unidade 2Q escala 1/50
Ampliação unidade 3Q escala 1/50
Ampliação unidade 4Q escala 1/50
121 | 122
1 LEGENDA: 2 3 4 Jantar Quarto BWC Cozinha 1 2 3 4 5 1 2 1 3 4 5 1 2 1 3 4 5 1 1 2 1 2 1 3 4 5 1 2 5 Estar 6 Módulo reservado para
6 6
expansão
sul
Corte AA' - Ampliação
+10.58 3 pav.
+18.81 coberta +0.50 térreo +0.00 calçada
+13.64 4 pav. 0 10 20 30 40 50
+7.52 2 pav.
123 | 124
+4.46 1 pav.
Fachada
Passarela Passarela Reservatório superior Reservatório superior Lixo Gerador Copa BWC Posto policial Marquise teto verde Medidores Área de convivência pública
Fachada sul
Fachada sul Corte BB'
Painéis solares fotovoltáicos Passarela Quarto Circulação Quarto
Painéis solares fotovoltáicos Passarela Sala
Corte BB' - Ampliação
Apartamento com assessibilidade Área de convivência pública Passeio coberto Parque linear Passeio coberto Ponto comercial Ponto comercial Área de convivência pública
125 | 126 0 10 20 30 40 50
PERSPECTIVAS
127 | 128
129 | 130
figura 112: IMPLANTAÇÃO DO PROJETO COM O ENTORNO
131 | 132 figura 113: ENTRADA PRINCIPAL PARQUE
133 | 134 figura 114: alameda lateral PARQUE
135 | 136
figura 115: pergolado marquise acesso bloco b
137 | 138 figura 116: permeabilidade no lote
139 | 140 figura 117: caminhos parque linear
141 | 142
figura 118: vista da arquibancada para quadra de basquete e campo de futebol
143 | 144
119: térreo bloco e
figura
145 | 146
figura 120: campo, horta comunitária e bloco e
147 | 148 figura 121: passarelas bloco b
149 | 150
122:
figura
bloco c, anexo e bloco a de fundo
151 | 152 figura 123: campo de terra batida
153 | 154 figura 124: vista para o deck e rio capibaribe
155 | 156
figura 125: calçadada av. martin luther king
157 | 158 figura 126: vista do rio para o projeto
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho visto teve como propósito estudar o histórico da habitação social no brasil, a fim de criticar o atual modelo proposto para moradia de baixa renda. Além de estudar como a arquitetura modular pode ajudar a resolver os problemas de crescimento urbano desordenado seguindo os princípios de Marc Augé de lugar e não-lugar.
Também foi estudado casos de sucesso para entender as soluções usadas baseados em princípios analíticos como: flexibilidade, modularidade, identidade, habitabilidade e sustentabilidade.
O estudo do terreno juntamente com estudos feitos para entender as necessidades da região, auxiliou para que, com tudo que foi estudado, possa-se estabelecer diretrizes projetuais para desenvolvimento do anteprojeto. Um programa e um pré-dimensionamento baseado em módulos foi apresentado para que seja possível o estudo de forma e implantação dos blocos no terreno.
Por fim, é de grande importância enfatizar a relevância de um debate sobre as habitações de interesse social que seguem sendo desprezadas sob a atual política governamental. A fim de promover habitações dignas para população de baixa renda.
‘”Os arquitetos não deviam apenas demostrar o que é possível, deveriam também, e especialmente, indicar possibilidades que são inerentes ao projeto e estão ao acançe de todos” ( HERTZBERGER, 1999, p.158)
161 | 162
lista de figuras
Figura 01 - Diagrama de densidade demográfica
Figura 02 - Palafitas e lixo
Figura 03 - Dados de moradias em ZEIS
Figura 04 - Frases pintadas nos muros do habitacional Vila Brasil
Figura 05 - Mapa do Recife com localização das 7 ZEIS ll
Figura 06 - ZEIS ll Vila Brasil
Figura 07 - Cortiço 1906
Figura 08 - Rua na Vila Maria Zélia 1917
Figura 09 - Conjunto habitacional Pedregulho, RJ
Figura 10 - Inauguração Vila Maria Zélia 1917
Figura 11 - Fotografia oficial do primeiro mandato de Getúlio Vargas 1930
Figura 12 - Conjunto habitacional Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco
Figura 13 - Conjunto MCMV em Congonhas, SP
Figura 14 - Gráfico ilustrativo com as faixas de renda do programa MCMV
Figura 15 - ZEIS Sítio Grande, Recife
Figura 16 - Mapa do Recife com localização das ZEIS
Figura 17 - Conjunto Habitacional Abençoada por Deus, Recife
Figura 18 - Conjunto Habitacional Vila Brasil abandonado
Figura 19 - Área delimitada ZEIS Coque, Recife
Figura 20 - Votação em uma plenária do orçamento participativo no Coque
Figura 21 - Manchete jornal com revolta da comunidade do Coque
Figura 22 - Crianças na maré, comunidade do Coque
Figura 23 - Família construindo a própria moradia
Figura 24 - Workshop de autoconstrução
Figura 25 - Diagrama sobre autoconstrução
Figura 26 - Diagrama malha construtiva
Figura 27 - Uso do espaço público como quintal de casa
05 06 07 07 08 10 14 14 16 16 16 16 16 18 20 22 23 24 26 26 27 28 30 32 32 32 33
Figura 28 - Diagrama espaço x lugar
Figura 29 - Comunidade do Coque
Figura 30 - Conjunto Residencial Manzana Perforada, Madrid
Figura 31 - Diferentes arranjos espaciais para mesma planta
Figura 32 - Peter Cook, Plug-in City, 1964
Figura 33 - “Um módulos, diversas possibilidades”
Figura 34 - Isometria, planta baixa e diagramas da fixação dos módulos do edifício Nakagin Capsule Tower, Tokyo
Figura 35 - Pré-moldados
Figura 36 - Conjunto modular com containers
Figura 37 - Residência com estrutura de madeira
Figura 38 - Estrutura de light steel frame
Figura 39 - Estrutura de light steel frame
Figura 40 - Structural insulated panels
Figura 41 - Edificação com blocos pré-fabricados
Figura 42 - Reticulado modular espacial de referência Figura 43 - Reticulado modular espacial de referência Figura 44 - Malhas modulares: modular, projeto e estrutural Figura 45 - Ajustes modulares
Figura 46 - Módulos parcialmente abertos Figura 47 - Flexibilidade Figura 48 - Modularidade Figura 49 - Identidade Figura 50 - Habitabilidade Figura 51 - Sustentabilidade
Figura 52 - Fachada Casa Expansiva Figura 53 - Fachada casa Construir y Crecer Figura 54 - Fachada casa Quinta Monroy Figura 55 - Isometria interna casa Figura 56 - Vista da rua Casa Expansiva
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34 35 36 37 38 39 40 42 44 45 46 46 47 48 49 49 50 51 53 55 55 55 56 56 56 56 56 57 58
Figura 57 - Isometria das possíveis disposições e usos dos módulos
Figura 58 - Possíveis fachadas de acordo com diferentes usos
Figura 59 - Ilustração da rua, relação social
Figura 60 - Paredes de vedação em concreto e bambu
Figura 61 - Vista isométrica da disposição dos blocos habitacionais no terreno
Figura 62 - Planta de implantação
Figura 63 - Fachada principal casa
Figura 64 - Ilustração mostrando convívio dos moradores na área externa
Figura 65 - Plantas baixas projeto
Figura 66 - Isometria das fases de construção da casa
Figura 67 - Morador se abrigando da chuva em sua casa
Figura 68 - Diagrama mostrando possíveis implantações
Figura 69 - Fachada interna casa
Figura 70 - Vista do pátio interno do conjunto
Figura 71 - Isometria mostrando disposição das habitações na edificação
Figura 72 - Fotografia de dentro da unidade habitacional
Figura 73 - Fachada Casa Expansiva
Figura 74 - Fachada casa Construir y Crecer
Figura 75 - Fachada casa Quinta Monroy
Figura 76 - Tabela síntese do estudo de caso
Figura 77 - Mapa do Recife com bairros destacados
Figura 78 - Mapa com delimitação dos bairros
Figura 79 - Mapa ZEIS do Coque
Figura 80 - Parâmetros urbanísticos zeis 2
Figura 81 - Mapa legislação
Figura 82 - Diagrama mostrando ocupação de edificações no lote
Figura 83 - Mapa de cheios e vazios
Figura 84 - Gráfico dos usos
Figura 85 - Comércio local
Figura 86 - Mapa de usos
59 59 60 60 61 63 64 65 65 66 66 67 68 69 69 70 71 71 71 71 73 73 74 76 76 77 78 79 79 80
Figura 87 - Gráfico gabaritos
Figura 88 - Fotografia aérea da comunidade do Coque Figura 89 - Mapa de gabaritos Figura 90 - Corte na Avenida Beira Rio Figura 91 - Mapa de mobilidade Figura 92 - Imagem vista da Av. Beira Rio para o rio Capibaribe Figura 93 - Mapa de vegetação Figura 94 - Arranjo flexível Figura 95 - Habitação expansiva Figura 96 - Técnicas sustentáveis Figura 97 - Estrutura modular Figura 98 - Espaço identitário Figura 99 - Uso misto Figura 100 - Tabela cálculo populacional Figura 101 - Tabela cálculo reservatorio Figura 102 - Tabela cálculo lixo Figura 103 - Tabela LUOS 2020
Figura 104 - Isometria terreno Figura 105 - Isometria implantação Figura 106 - Isometria linhas de força Figura 107 - Isometria divisão do bloco Figura 108 - Isometria circulação vertical Figura 109 - Diagrama pavimento tipo Figura 110 - Diagramas isométricos módulos
Figura 111 - Isometria do projeto com indicadores técnicas sustentáveis Figura 112 - Implantação do projeto com o entorno
Figura 113 - Entrada principal parque Figura 114 - Alameda lateral parque Figura115 - Pergolado marquise acesso bloco B Figura 116 - Permeabilidade no lote
81 81 82 83 84 85 86 87 87 87 88 88 88 94 94 94 94 95 96 96 97 97 98 98 99 129 131 133 135 137
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Figura117 - Caminhos parque linear
Figura 118 - Vista da arquibancada para quadra de basquete e campo de futebol
Figura 119 - Térreo bloco E
Figura 120 - Campo, horta comunitária e bloco E
Figura 121 - Passarelas bloco B
Figura 122 - Bloco C, anexo e bloco A de fundo
Figura 123 - Campo de terra batida
Figura 124 - Vista para o deck e Rio Capibaribe
Figura 125 - Calçadada Av. Martin Luther King
Figura 126 - Vista do rio para o projeto
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