XVI - XVii
Astronomia
Através dos séculos
Apague as luzes,
acenda as estrelas
“Astronomia através dos séculos” é uma coleção de publicações realizada em nome do Observatório Nacional Schenberg. Avenida Dr Arimatéia Monte e Silva, 1004 - Centro - Sobral CE. CEP 62030 230 Telefone: (88) 3652 7566 Site: www.observatorioschenberg.com Diretor Editorial: Mauro Hallal dos Anjos Editora Executiva: Gabriela Saraiva Pires Produção Editorial: Gabriela Saraiva Pires Diretora de Produção Gráfica: Gabriela Saraiva Pires Revisão: Mauro Hallal dos Anjos Preparação de texto: Gabriela Saraiva Pires Diagramação: Gabriela Saraiva Pires Imagens e textos: Revista Galileu Wikipedia Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Atribuição- Não comercial-4.0 Internacional
SARAIVA, Gabriela. Coleção Astronomia através dos séculos - XVI - XVII / Gabriela Saraiva Pires Pelotas, 2017 24f, 20 x 20 cm Orientador: Lucas Pessoa Pereira Trabalho de conclusão de curso (Técnico Integrado) - Instituto Federal Sulrio-grandense, 2017 1. Astronomia 2.Observatório 3.Ciência I SARAIVA, Gabriela. II Instituto Federal Sul-riograndense. III Coleção Astronomia através dos séculos - XVI - XVII CDD 000.0
Coleção Astronomia através dos séculos
XVI - XVII
Astronomia através dos séculos
Astronomia através dos séculos XVI-XVII faz parte da coleção de publicações realizada pelo Observatório Nacional Schenberg em parceria com a Nasa. Nele você pode viajar pelo universo e espaço tempo a cada página folheada. Entenda o que acontecia na época, conheça os técnologias disponíveis, os grandes pensadores e explore um mundo novo.
Extra
curio sidade
tecno logias
PERSO NAGEM
Popular
visรฃo
sumรกrio 8 14 28 36 42
V i s ã o P o p u l a r
Popular
visão
Contexto Histórico
a Inquisição x livros científicos
Séculos XVI e XVII
O "lápis" da censura nos séculos XVI e XVII era a tinta ferrogálica. Se estivesse muito concentrada, a tinta utilizada na expurgação de uma obra podia queimar o papel. Se fosse em menor quantidade, as palavras censuradas voltavam a ser legíveis. De qualquer forma, esta vertente da Inquisição afetava a leitura das obras, dando-lhes uma conotação insidiosa de pecado e culpa. A literatura técnica e científica não escapou a este controle.
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"Qualquer expurgação perturba a confiança na leitura de livros de ciência - um ato que passa pelo desejo de querer saber mais", defende Hervé Baudry, do Centro de História da Cultura da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. O efeito que a censura teve no desenvolvimento científico e cultural é ainda difícil de contabilizar, diz o historiador francês, Mas Hervé Baudry está apenas no início de um projeto de investigação sobre aquilo a que chama de "biblioteca limpa", ou seja, a expurgação de livros dos séculos XVI e XVII.
O francês sistematizou a forma como decorreu a censura da Inquisição, um trabalho inédito em Portugal. "Essa censura foi eficaz, sistemática, tinha um lado rotineiro", explica. Os responsáveis pela expurgação não se viam como "donos" dos livros que "limpavam", seguiam uma lista de passagens proibidas. Assim, nos textos apareciam riscadas datas judaicas, casos médicos sobre sexualidade na Igreja ou dizeres que acompanhavam receitas medicinais tradicionais. "A censura é a resposta técnica, formal [da Inquisição ao crescimento enorme do livro como veículo da heterodoxia", salienta Hervé Baudry. Na segunda metade do século XV foram impressos na Europa entre 15 a 20 milhões de livros. No século seguinte, este valor multiplicou-se por 10. Apesar de os autos-de-fé serem os rituais mais conhecidos da Inquisição, e o seu lado mais sangrento, em que "hereges", desde judeus a sodomitas, eram mortos na fogueira, a censura livresca era intensa.
Havia listas de livros de autores proibidos, mas também havia o Índex Expurgatório, onde passagens de muitos outros livros deviam ser cortadas. ‘Nas bibliotecas, quando estas obras foram publicadas e lidas cá nos séculos XVI e XVII, foram todas controladas. Quem lia sabia que estava a entrar em terreno minado", diz o investigador, considerando que um dos efeitos era um clima de medo psicológico na sociedade. O impacto que a expurgação teve na cultura científica é difícil de avaliar. É preciso ver livro a livro. A obra Sete Centúrias de Curas Medicinais, onde o famoso médico português relatou casos de medicina, é o exemplo de um livro bastante censurado. Os efeitos diretos na discussão científica da época deste tipo de censura não são certos. Os livros que Hervé Baudry estudou só diziam respeito a casos médicos, mas o historiador argumenta que é impossível a censura não alterar a sociedade, principalmente ao durar séculos, mas é necessário estudar as obras de outras disciplinas, como a Física, a História Natural ou o Direito, para ter uma visão global. Há, por outro lado, textos que não foram tocados. É o caso da obra emblemática De revolutionibus orbium coelestium, de Nicolau Copérnico, onde o astrónomo polaco expõe, em 1543, a teoria heliocêntrica (na época, a Igreja defendia que era o Sol que girava à volta da Terra).
Quem lia sabia Que estava a entrar em
Terreno minado.”
Os exemplares desta obra em Portugal e na Europa, diz o historiador de ciência Henrique Leitão, não apresentam atos de censura. "As obras que eram muito pouco consultadas, por serem muito técnicas e só estarem acessíveis aos especialistas, muitas vezes não apresentam as expurgações exigidas", infere o investigador, do Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT).
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Contexto Histórico
O inventário dos inventários
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"Nas coleções da Biblioteca Nacional, reparamos que os exemplares tinham marcas de posse de antigos conventos", diz-nos Luana Giurgevich. Foi assim que nasceu esta ideia de fazer "um inventário dos inventários" para "saber os hábitos de leitura" e ver "que tipo de ciência está associada a que tipo de ordem".
Naquela altura, surgiram grandes pensadores, gente que revolucionou a ciência como Isaac Newton. É conhecida a cultura científica da Real Sociedade de Londres nessa altura, quando Newton publicou o seu Principia em 1687, onde enunciou as três leis da mecânica clássica.
As bibliotecas, cujos catálogos foram um instrumento-chave de pesquisa, pertenciam principalmente a mosteiros e conventos. Quase todos os livros estão perdidos, mas saber o que existia em cada sítio pode ajudar a revelar os círculos da cultura científica e pode ajudar a perceber por que é que a modernização falhou.
"Na Real Sociedade de Londres, um grupo de cavalheiros reunia-se para fazer experiências", conta o britânico Adrian Johns, da Universidade de Chicago, nos EUA. "Era a primeira vez que um grupo de pessoas se intitulava filósofas experimentais e utilizava consistentemente a filosofia para chegar a uma prática experimental", diz o historiador de ciência.
Os livros científicos podiam chegar entre 8 a 10% de algumas coleções. Em outras eram praticamente ausentes. Mas este trabalho mostrou que a maioria dos livros de ciência do século XVI existia mas o uso é desconhecido.
Esses cavalheiros alimentavam as suas experiências científicas com leituras e discussão constantes. Em reuniões debatiam as leituras, os resultados das experiências e propunham novos procedimentos experimentais.
os exemplares tinham marcas
de posse
"Estes protocolos de leitura não eram naturais, tinham de ser aprendidos e deram origem a uma investigação científica contínua", diz o britânico. Do pouco que se conhece, o cenário seria muito diferente por aqui. "Não vemos verdadeiras discussões científicas", diz Henrique Leitão. "Rapidamente o conteúdo científico perdia-se." Para o historiador português, este problema passa pela "fragilidade das instituições científicas", em que uma educação de má qualidade tem um efeito "devastador" na ciência e na modernidade: "Há um conjunto complexo de questões que tem de ser estudado aos poucos. Vamos tentar perceber este problema secular. Não pode ser uma razão conjuntural, o vemos hoje, as performances das universidades são uma vergonha, exceto honrosas exceções."
de antigos conventos.”
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P E R S O N A G E N S
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Nicolau Copérnico 19.02.1473 - 21.05.1543
Barbara Watzenrode, uma influente família mercante de Torun, na Polônia, tecnicamente nasceu alemão – na época em que nasceu, Torun foi cedida à Polônia. Quando Copérnico tinha 10 anos, seu pai faleceu e seu tio, o bispo de Varmia, Lucas Watzenrode, assumiu o papel de pai para possibilitar a Copérnico a melhor educação possível.
Nasceu em 19 de fevereiro de 1473, em Torun, Polônia. Em 1508, Copérnico desenvolveu seu modelo de um sistema planetário heliocêntrico. Em 1514, ele compartilhou suas
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descobertas no livro “Commentariolus”. Seu Segundo livro, “De revolutionibus orbium coelestium”, foi banido da Igreja Católica não muito tempo após sua morte, em 24 de maio de
1543, em Frauenburg, Polônia. O famoso astrônomo Nicolau chegou ao mundo em 19 de fevereiro de 1473. O filho mais novo de Nicolau Copérnico Sr. e
interesse pelo cosmos Em 1491, Copérnico ingressou na Universidade da Cracóvia, onde estudou pintura e matemática. Apesar de não ter aulas de astronomia, ele desenvolveu um crescente interesse pelo cosmos e começou a colecionar livros sobre o assunto.
Viagem à Itália Em 1496, Copérnico viajou para a Itália para se matricular em um programa de leis religiosas na Universidade de Bologna. Lá, ele conheceu o astrônomo Domenico Maria Novara, com quem discutia suas teorias e com quem dividiu uma moradia. Em 1500, após completar os estudos na Bologna, ele foi para a Universidade de Padua estudar medicina. Ele, no entanto, não chegou a se formar, porque precisou voltar a seu cargo na igreja. Em 1503, frequentou a Universidade de
Ferrara, onde se preparou para realizar o exame sobre leis canônicas. Após passar no teste, ele foi morar com o tio em uma residência episcopal, trabalhando e auxiliando seu tio idoso, e também continuando seus estudos em astronomia. Em 1510, ele se mudou para uma residência na Catedral de Frombork, na esperança de ter mais tempo para estudar astronomia. Ele viveria no local pelo resto da vida, executando seu cargo religioso.
Após a formatura, em 1494, Copérnico voltou para Torun, onde seu tio o arranjou um cargo na catedral de Frombork. Apesar de o cargo ser disponibilizado somente para padres, Copérnico o manteve para o resto da vida, o que possibilitou que ele tivesse capital suficiente para realizar seus estudos no seu tempo livre.
A ciência é filha da verdade e NãO da autoridade.” 17|XVI - XVII
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Nicolau Copérnico 19.02.1473 - 21.05.1543
Heliocentrismo Em 1508, Copérnico começou a desenvolver seu próprio modelo celestial, um sistema planetário heliocêntrico. Ptolomeu havia inventado um modelo planetário geométrico, que era inconsistente com a ideia de Aristóteles de que os corpos celestiais se moviam de forma circular em diferentes velocidades em torno de um ponto fixo, a Terra. O sistema de Copérnico nomeou o Sol, e não a Terra como esse ponto fixo, e o tamanho das órbitas de cada planeta dependeria da sua distância do Sol. Após se mudar para a Catedral de Frombork, Copérnico desenvolveu seu modelo e um complexo sistema matemático para provar sua teoria. Em 1513, sua dedicação o fez conquistar o seu próprio observatório, de onde ele podia ver os planetas em ação. Algumas de suas conclusões, no entanto, eram imprecisas, como a teoria de que a órbita dos planetas era um perfeito círculo, o que foi provado por Kepler, no século XVII, ser de forma elíptica. Em 1514, Copérnico completou o livro “Commentariolus”, com hipóteses sobre o sistema planetário heliocêntrico e provas matemáti-
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cas. Junto com seu outro livro, “De revolutionibus orbium coe l e s t i u m ”, Copérnico criou uma série de controvérsias. Seus críticos diziam que ele não havia conseguido resolver o mistério do parallax – o deslocamento de um corpo celestial sob diferentes campos de visão – e que faltava uma explicação plausível sobre o porquê de a Terra orbitar o Sol.
A LUA o olho da noite, o Sol o olho do dia. ” Heresia Além disso suas teorias não agradaram a Igreja Católica Romana, que considerou seu modelo herege por ser contrário aos ensinamentos cristãos. Quando “De revolutionibus orbium coelestium” foi lançado, em 1543, pouco antes da morte de Copérnico, o líder religioso Martin Luther afirmou sua oposição ao sistema planetário heliocêntrico. Na época, Copérnico estava doente e impossibilitado de defender seu trabalho. Ironicamente, ele havia dedicado o livro ao Papa Paulo III. O livro permaneceu por quase 3 séculos na lista proibida pela igreja. Copérnico faleceu em 24 de maio de 1543, após um derrame, em Frauenburg, Polônia. Quando o livro finalmente foi liberado, Kepler trabalhou na correção da teoria heliocêntrica de Copérnico, que ficou na história como um bravo cientista, defendendo suas teorias contra as crenças comuns da época.
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GALILEU GALILEI 15.02.1564 - 08.01.1642
filhos de Vincenzo Galilei, um músico e teórico de música muito conhecido, e de Giulia Ammannati. Em 1574, a família mudou para Florença, onde Galileu iniciou sua educação formal, no monastério Camaldolese. Em 1583, Galileu ingressou na Universidade de Pisa para estudar Medicina, tornando-se fascinado pela Matemática e pela Física.
Nascido em 15 de fevereiro de 1564, em Pisa, na Itália, Galileu Galilei foi um professor de Matemática que fez observações pioneiras sobre a natureza com implicações permanen-
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tes para o estudo da Física. Ele também construiu um telescópio e apoiou a teoria de Copérnico, que fala de um sistema solar com o Sol como centro. Galileu foi acusado de heresia
pela Igreja por suas crenças, e escreveu livros sobre suas ideias. Ele morreu em Arcetri, Itália, em 8 de janeiro de 1642. Fascinado por matemática e física Galileu Galilei foi o primeiro dos seis
Em Pisa, ele foi exposto à visão aristotélica do mundo e estava no caminho para ser um professor universitário. Porém, por questões financeiras, precisou largar a universidade antes de se formar.
Carreira acadêmica Galileu continuou a estudar Matemática e se sustentava dando aulas. Nessa época, ele publicou “The Little Balance” (A Pequena Balança), iniciando seus estudos de objetos em movimento, o que o trouxe alguma fama e um posto de professor na Universidade de Pisa, em 1589. Lá, Galileu conduziu suas experiências com objetos em queda e produziu seu
manuscrito “Du Motu” (Em Movimento). Galileu ficou arrogante com seu trabalho e suas críticas a Aristóteles o deixaram isolado de seus colegas. Em 1592, seu contrato com a universidade não foi renovado. Mas ele rapidamente achou uma nova posição na Universidade de Pádua, ensinando Geometria, Mecânica e Astronomia.
Descobertas controversas Em 1604, Galileu publicou “The Operations of the Geometrical and Military Compass” (As Operações do Compasso Geométrico e Militar”). Ele também construiu uma balança hidrostática para medir objetos pequenos. No mesmo ano, Galileu refinou suas teorias sobre objetos em queda e em movimento, e desenvolveu a lei universal da aceleração, além de começar a apoiar unicamente a teoria de Copérnico, de que o Sol é o centro do Universo e os planetas orbitam ao redor dele. Em julho de 1609, Galileu desenvolveu seu próprio telescópio. Em agosto, ele começou a comercializá-lo. Sua ambição o levou além e ele começou a observar o céu, descobrindo que a Lua não era plana e macia, mas uma esfera com montanhas e crateras. Ele também demonstrou que Vênus tinha fases, como as da Lua, provando que o planeta orbitava ao redor do Sol. Ele descobriu ainda que Júpiter tinha luas que não orbitavam ao redor da Terra.
Conhecer a si próprio é o maior saber.”
sol
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GALILEU GALILEI 15.02.1564 - 08.01.1642
Processo de inquisição
Briga com a igreja Em 1612, Galileu escreveu uma carta a um estudante explicando como a teoria de Copérnico não contradizia passagens bíblicas, pontuando que as escrituras foram escritas de uma perspectiva terrestre e implicando que a ciência tinha uma perspectiva diferente, mais precisa. A carta foi tornada pública e a Igreja pronunciou que a teoria de Copérnico era herege. Assim, Galileu foi proibido de defender a teoria sobre o movimento da Terra.
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Em 1623, um amigo de Galileu se tornou o Papa Urbano VIII. Ele permitiu que Galileu continuasse seu trabalho em astronomia e o incentivou a publicá-lo, na condição de ser objetivo e não defender a teoria de Copérnico. Em 1632, ele publicou “Diálogo sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo”, uma discussão entre três pessoas: uma que apoia a teoria heliocêntrica de Copérnico , outra que argumenta contra e outra imparcial. A reação da Igreja contra o livro foi rápida, Galileu foi torturado até admitir que apoiava a teoria de Copérnico. Ele foi condenado por heresia e permaneceu sob prisão domiciliar, proibido de receber visitas ou imprimir seus trabalhos fora da Itália, duas sentenças que foram ignoradas por ele. Em 1634 e 1635 traduções francesas e holandesas de seus estudos foram publicadas. Enquanto esteve em prisão domiciliar, Galileu escreveu “Discursos sobre as Novas Ciências”, um resumo de seu trabalho sobre a ciência do movimento e forças das matérias, que foi publicado na Holanda em 1638. Nessa época, ele já estava cego e com a saúde precária.
“Quanto
Luas de Galileu Hà 407 anos, no dia 7 de janeiro, Galileu Galilei descobria quatro satélites de Júpiter: Io, Europa, Ganímedes e Calisto. Esses são os primeiros do que viriam a ser 67 satélites de que se tem notícia do planeta. Em um primeiro momento, o astrônomo italiano pensou ter visto três estrelas em torno de Júpiter. Após semanas de avaliação, um quarto corpo apareceu e a partir disso ele sugeriu a existência de quatro satélites na órbita do planeta. Com isso, esses corpos ganharam o nome de Luas de Galileu. A partir do século XX a nomenclatura sugerida por Marius para os quatro satélites passou a ser utilizada. Júpiter I, II, III e IV se tornaram Io, Europa, Ganímedes e Calisto, em homenagem às amantes de Zeus. As quatro luas são as maiores das 67 de Júpiter.
menos
alguém entende, quer discordar.”
mais
Legado Galileu morreu em Arcetri, perto da Florença, em 8 de janeiro de 1642, sofrendo de febre e palpitações. Nessa época, a Igreja não podia negar a crença na ciência e, em 1758, não mais proibiu as obras que apoiavam Copérnico e, em 1835, deixou a oposição ao heliocentrismo. No século 20 muitos papas reconheceram a obra de Galileu, e em 1992, o Papa João Paulo II expressou arrependimento sobre o caso. As contribuições de Galileu foram muito significantes para a nossa compreensão do Universo. Ele teve um papel muito importante na revolução científica e recebeu o título de “O Pai da Ciência Moderna”.
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giordano bruno 1548 -17.05.1600
Filósofo, xará e inspiração para o menino do acre 11 de agosto de 2017 Bruno Borges, o Menino do Acre, voltou para casa. Sua longa ausência ainda não foi justificada. Relembrando o inesquecível: há quase cinco meses, em vinte e sete de março, o “menino”, que tem 24 anos, desapareceu.
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Deixou para a família um quarto repleto de códigos escritos na parede e 14 grossos livros manuscritos. A criptografia era juvenil, extremamente simples de decifrar, e os tais manuscritos, bem… agora você pode vê-los por contra própria.
O primeiro volume, intitulado TAC: Teoria da Absorção do Conhecimento, foi decodificado e está sendo vendido pela editora Arte e Vida por R$ 24,50. Parte do hype da história é culpa de um toque especial na decoração misteriosa.
No centro do cômodo, o ex-desaparecido deixou uma estátua de 10 mil reais do filósofo Giordano Bruno por quem tem grande admiração. Mas quem foi, afinal, Giordano Bruno – ídolo e xará do rapaz desaparecido –, e o que seu pensamento tem a ver com o do estudante?
o tempo fé x ciência Filósofo, matemático, astrônomo, poeta e teólogo – seu currículo é maior que uma nota fiscal de compra do mês. O frade italiano nascido em 1548 entrou para a história após questionar abertamente crenças fundamentais da Igreja Católica, como a existência de céu e inferno, a danação eterna e a concepção de Cristo por uma mulher virgem. Começou a adotar ideias controversas na época como, por exemplo, a negação de qualquer tipo de imagem religiosa que não fosse o crucifixo. Em 1575, pouco depois de receber seu doutorado em teologia, abandonou a ordem. Bruno também era uma espécie de herdeiro intelectual do heliocentrismo de Nicolau Copérnico, e não se limitou a concordar que a Terra é que dava voltas em torno do Sol – o que na época, por si só, era o suficiente para morrer na fogueira dos tribunais eclesiásticos. Observando o céu, foi além e concluiu que as estrelas não eram só pontos de luz, mas outros “sóis” muito distantes. Cada um teria seu próprio conjunto de planetas girando em torno de si, e qualquer um desses corpos poderia abrigar vida – doutrina visionária que ganharia o nome de “pluralismo cósmico”.
tudo tira e ” dá. tudo O sonho de Bruno Giordano Bruno teve um sonho. Neste sonho, ele negligenciou seu medo e, diante da coragem, ele voou: “eu abri minhas asas e flutuei pelo infinito. Deixei para trás o que outros se esforçavam para ver de longe. Eu vi que o sol era só mais uma estrela e que as estrelas eram outros sóis, cada uma cercada de outras terras como a nossa. A revelação dessa imensidão foi como se apaixonar”.
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giordano bruno 1548 -17.05.1600
na estrada O teólogo peregrinou pela Europa dando aulas e divulgando suas teorias. Passou por Suíça, Inglaterra, França, Alemanha e República Tcheca. Entre suas viagens, converteu-se ao calvinismo e chegou a dar aulas na Universidade de Oxford, mas logo abandonou a religião de Calvino por considerá-la contrária à liberdade intelectual. Giordano Bruno defendeu o conceito de que a verdade deve prevalecer sobre as vontades e as crenças, inspirando, séculos mais tarde, o movimento iluminista.
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Vida e obra Na obra A Causa, o Princípio e o Uno, ele diz: “o universo é, então, uno e infinito (…) Não é possível compreendê-lo e ele não tem limites. Nesse sentido, ele é indeterminável, e consequentemente imóvel.” Em Sobre o Infinito do Universo e os Mundos, Bruno também afirma que outros planetas “não têm menos virtude nem uma natureza diferente da de nossa Terra”, e, como ela, “contêm animais e habitantes.” Por trás de sua visão de infinito estava o panteísmo: a crença de que Deus não é uma figura metafísica separada do universo palpável, mas que ambos estão em completa identificação e são, no fundo, a mesma coisa. O filósofo, apesar da perseguição, chegou a lecionar Aristóteles na Universidade de Halle-Wittenberg, uma instituição de ensino alemã luterana – os protestantes, fiéis a seus princípios de livre interpretação da Bíblia, toleraram sua subversão teórica por mais tempo que católicos tradicionais.
lutai até vosso
último fôlego.”
L e g a d o
Na mídia Ele foi queimado em 1600, e se tornou um mártir dos iluministas no século 19. Até hoje é símbolo da liberdade de pensamento e expressão, e suas ideias estão na vanguarda da astronomia contemporânea: o telescópio Kepler, lançado pela Nasa em 2009, já identificou mais de 2,3 mil dos mundos distantes que habitavam os sonhos de Giordano Bruno. No ano passado, o Observatório Europeu do Sul (SEO) anunciou a descoberta de Proxima B, exoplaneta com temperaturas médias de 30º e água líquida – e um forte candidato a abrigar vida como a conhecemos. Não bastasse uma Terra 2.0 tão próxima de nós (meros 4,2 anos-luz, um pulinho na escala cósmica), também há uma área de pesquisa interdisciplinar que une biólogos, bioquímicos e cientistas planetários em uma tentativa de imaginar como a vida poderia surgir sem oxigênio, carbono e outros elementos da tabela periódica essenciais para a biologia terráquea. Chamada Astrobiologia, ela já tem até representantes brasileiros, e a Universidade de São Paulo lançou recentemente um e-book gratuito sobre o assunto. Quanto ao Bruno do Acre, bem, agora se sabe que ele não está em um exoplaneta. Depois de arrumar o quarto, ele terá que explicar à polícia a troco de quê pregou uma peça capaz de mobilizar um país inteiro. E, talvez, ir à livraria buscar seu primeiro cheque.
O programa Cosmos produção apresentada por Neil deGrasse Tyson em 2014, mostrou em um de seus episódios a incrível história de Giordano Bruno através de uma animação. A série foi inspirada
no programa original "Cosmos" de 1980, realizada por Carl Sagan e sua esposa Ann Druyan e tem como objetivo trazer a ciência e o prazer da pesquisa para dentro da casa de jovens telespectadores.
t e c n o l o g i a s
tecno logias
O que são?
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A visão de um céu estrelado numa noite límpida tem fascinado a Humanidade desde os tempos pré-históricos. O homem começou a “fazer ciência” a partir do momento em que se perguntou o que eram as estrelas e porque estavam ali, desenhando a aparência do céu e tentando predizer os fenômenos celestes. A partir do momento em que Galileu apontou sua luneta para céu, iniciou-se uma estreita relação entre a evolução dos instrumentos astronômicos, a tecnologia, a história e a ciência. Para isso, basta citarmos a grande revolução cósmica, iniciada por Nicolau Copérnico, que nos tirou da idade das trevas e nos guiou ao Renascimento. Usando uma luneta, Galileu deu suporte às idéias de Copérnico, culminando com a teoria da Gravitação Universal de Newton (Kaufmann 1994; Jatenco-Pereira et al. 2000). Atualmente, muitas pesquisas têm sido realizadas dentro da temática da melho-
ria do ensino de Ciências. No entanto, a História da Ciência ensinada nos ensinos fundamental e médio, e até no superior, apresenta problemas, como erros factuais e conceituais (Bastos 1998). Na área de Astronomia, por exemplo, não é raro folhear livros didáticos e encontrar dezenas de erros grosseiros. Outro problema é a falta de contextualização dos poucos textos disponíveis, que, em geral, não mostram a relação entre Ciência e Sociedade. Portanto, podemos seguir o caminho de evolução dos instrumentos de observação astronômica, ligando-a a produção de conhecimento científico, implementação da tecnologia e sua influência na História. No presente trabalho estuda-se a evolução desses instrumentos a partir do olho humano, considerado o mais importante dentre os instrumentos de observação visual.
O conhecimento astronomia e sociedade Tem início na pré-história com as primeiras ideias sobre o Universo e as observações dos movimentos aparentes do Sol, Lua e estrelas. A astronomia surge com a necessidade de se conhecer e entender o mundo em que vivemos e é fundamental para qualquer sociedade que esteja evoluindo. Isto não é sempre óbvio, pois a astronomia não é uma ferramenta para obter resultados imediatos. Pesquisas realizadas para entendermos o universo leva a novos conhecimentos fundamentais, que serão a base dos desenvolvimentos tecnológicos do futuro. A tomografia, por exemplo, utilizada em hospitais de todo o mundo surgiu há cerca de 3 décadas graças às técnicas desenvolvidas pela radioastronomia; os satélites artificiais utilizados em comunicação e previsão do tempo foram idealizados e colocados em órbita com conhecimentos de mecânica celeste. Bem mais recentemente, a agência espacial européia deu apoio a um projeto de conexão em banda larga de Internet via satélite nos trens de alta velocidade que ligam Paris a Bruxelas. Os registros astronômicos mais antigos datam de aproximadamente 3000 a.C. e se devem aos chineses, babilônios, assírios e egípcios.
Sempre
presente nas estrelas.” Naquela época, os astros eram estudados com objetivos práticos, como medir a passagem do tempo (fazer calendários) para prever a melhor época de plantio e colheita, ou com objetivos relacionados à astrologia. Podemos dizer que os navegadores foram capazes de pesquisar, nas informações e conhecimentos dos antigos astrônomos, os elementos mais convenientes para a solução dos seus problemas de navegação. De uma forma prática, juntando o entusiasmo necessidade, a coragem à força de vontade, souberam utilizar, para seu benefício, o conhecimento sempre presente das estrelas. E isso permitiu-lhes abrir, para as gerações futuras, as grandes estradas de comunicação dos oceanos.
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Luneta
Os telescópios refratores são robustos. Depois do alinhamento inicial, é mais resistente ao desalinhamento do que os telescópios refletores.
História A luneta foi descoberta na Holanda e usada por Galileu para observar o céu. No início do século XVII, Hans Lippershey (1570-1619) inventou a luneta, instrumento óptico que utilizava uma lente côncava e uma convexa, que recebera o nome de refrator. Em 1609, Galileu Galiei construiu sua própria luneta e a utilizou para observar o céu, assim nasceu a luneta astronômica, equipamento que revolucionou a astronomia. A Luneta é um instrumento de aproximação composto basicamente de um tubo, sendo que em uma das extremidades há uma lente convergente, a objetiva, que coleta a luz, e na outra, a lente ocular, que serve para ampliar a imagem. O diâmetro da objetiva chama-se abertura da l u neta.
Vantagens
O foco da objetiva é o ponto para onde convergem os raios luminosos, e a distância até a objetiva é chamada de distância focal. A razão entre as distâncias focais da objetiva e da ocular definem o aumento da luneta.
A superfície de vidro dentro do tubo está selada, de modo que raramente precisa de limpeza. Uma vez que o tubo é isolado, os efeitos de variações de temperatura são eliminados. Isto significa que as imagens são mais estáveis.
Um close no espaço Até 1609 todas as observações astronômicas eram feitas a olho nu. Foi nesse ano que Galileu Galilei, tendo ouvido falar sobre um instrumento capaz de aproximar as imagens, construiu uma luneta, e pela primeira vez, o homem pode ver o céu de mais perto.
desVantagens Todos os telescópios refratores sofrem de um efeito chamado aberração cromática (distorção ou desvio da cor). A luz ultravioleta não passa de modo algum através das lentes. À medida em que a espessura da lente aumenta, a luz que a atravessa diminui.
o homem pode ver o céu de mais perto ”
É difícil fazer uma lente de vidro sem imperfeições e com uma curvatura perfeita em ambos os lados da lente (a fim de evitar a aberração esférica).
tecno logias
Observatório real de greenwich
O Observatório Real de Greenwich (em inglês: Royal Greenwich Observatory, RGO) é o escritório central de pesquisas do Meridiano de Greenwich localizado em Greenwich, na Inglaterra. Foi fundado em 1675. Aí trabalharam grandes astrónomos, como John Flamsteed (16461719) e Edmond Halley (1656-1752) pesquisador do famoso cometa batizado em seu nome, os dois primeiros detentores do título Astrônomo real britânico. Em 1851, foi estabelecido o Meridiano de Greenwich, que passa pelo observatório, tem 0º de longitude dividindo o globo terrestre em ocidente e oriente. O Observatório Real teve um papel importante na história da astronomia e navegação, e é conhecido como o local do primeiro meridiano. O prédio original foi encomendado pelo Rei Carlos II e o projeto é do Sir Christopher Wren, o famoso arquiteto Inglês. Este edifício, às vezes, é chamado de “Flamsteed House” em referência ao seu ocupante, John Flamsteed, que foi o primeiro Astrônomo Real.
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Flamsteed House tem duas galerias. Uma delas é dedicada à exposição de objetos e máquinas usadas para medir o tempo e contam como o tempo era distribuído e compartilhado com as pessoas. A outra mostra a busca e os instrumentos desenvolvidos para resolver o problema da longitude no mar (posição leste-oeste). Se hoje Greenwich é uma localidade histórica tão importante, muito se deve ao fato de lá estar o Observatório Real de Greenwich. Ele foi fundado justamente para auxiliar no desenvolvimento de conhecimentos astronômicos indispensáveis para a navegação.
conhecimentos astronômicos
indispensáveis
À navegação.” Curiosidade Em 1833, uma bola do tempo foi instalada em Flamsteed House. A bola vermelha fica parada na base do mastro, e começa a subir às 12h55, chega ao topo do mastro às 12h58 e cai, todos os dias, exatamente às 13h, contando o horário para os navios que estejam passando pelo rio Tâmisa e para muitos Londrinos que não podiam ter um relógio, pois eram artigos de luxo. A bola foi colocada antes do relógio do Big Ben.
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c u r i o s i d a d e s
curio sidade
de olho na capa
Leo, o rei do cosmo Leo, o Leão, é uma constelação do zodíaco. O genitivo, usado para formar nomes de estrelas, é Leonis. As constelações vizinhas, conforme a padronização atual, são a Ursa Maior, o Leão Menor, o Caranguejo, a Hidra, o Sextante, a Taça, a Virgem e a Cabeleira de Berenice. A estrela Wolf 359, uma das mais próximas do Sistema Solar, encontra-se no Leão. Ao contrário da maioria das constelações do Zodíaco, o Leão, com a foice (o ponto de interrogação invertido) a desenhar uma grande cabeça, pode representar-se como o seu homónimo que é um leão sentado, parecido com a esfinge egípcia. Os babilônios e outras culturas do sudoeste da Ásia associavam o Leão com o Sol, porque o solstício de Verão sucedia quando aquele estava nesta parte do céu.
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É de origem muito antiga, tendo sido identificada como um leão por várias culturas ancestrais, estando por isso presente na mitologia de diversos povos ao longo da História. Segundo a lenda mais célebre hoje em dia, que nos chega da cultura greco-romana, representa o Leão de Nemeia, um dos monstros míticos mortos por Héracles (Hércules) nos seus 12 trabalhos. Possuindo uma pele muito resistente, que o tornava imune a qualquer arma, o Leão mitológico só foi derrotado após vários dias de luta corpo-a-corpo, enquanto Héracles sufocava-o até à morte. Posteriormente o herói passou a usar a pele do animal, como proteção nos combates contra outras criaturas míticas
Possuindo uma pele
muito resistente,
que o tornava imune a qualquer arma.” O Leão da Nemeia (em grego moderno: Λέων της Νεμέας, transl. Léōn tēs Neméas; em latim: Leo Nemaeus), na mitologia grega, era uma criatura que habitava a planície de Nemeia, na Argólida, aterrorizando toda aquela região A origem do Leão da Nemeia é controversa. Segundo algumas versões, era tido como filho de Tifão e Equidna. Outras lendas o dão como fruto da união de Equidna e seu próprio filho Ortros, o cão de duas cabeças. Outra versão é de que seria filho de Cérbero com Quimera, e portanto neto de Tifão e Equidna.
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curio sidade
event horrizon t
Um por todos, todos por um Do Havaí ao Polo Norte, da América do Sul à Europa, os maiores e mais poderosos instrumentos de observação astronômica existentes tornar-se-ão parte de um único, imenso, telescópio virtual. Se fosse real, esse supertelescópio teria um diâmetro de mais de 12 mil quilômetros. O instrumento apontará para o centro da nossa galáxia, numa região distante cerca de 26 mil anos luz- 2,5 x1018 km – onde se supõe existir um grande buraco negro, supermaciço, com massa igual a 4 milhões de vezes a do Sol. A distância que separa esse super buraco negro da Terra, no entanto, o torna invisível aos olhos dos observadores: tentar encontrá-lo no espaço com os sistemas comuns de exploração celeste é como tentar ver, a olho nu, uma bola de ping-pong pousada sobre a Lua. Até hoje, ninguém conseguiu fotografar um buraco negro: o campo de atração gravitacional que eles possuem é tão intenso a ponto de capturar tudo aquilo que se encontra nas proximidades: poeira, gases e inclusive a luz.
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Os resultados desse experimento possibilitarão aos cientistas verificar in loco uma parte da teoria geral da relatividade de Einstein, segundo a qual a poeira e os gases nas proximidades de um buraco negro formam um círculo perfeito. Se essa forma se apresentasse minimamente distorcida, seria necessário repensar grande parte das hipóteses formuladas pelo grande cientista.
telescope O event horizon é o ponto para além do qual as partículas ficam escuras. À medida que o material corre na “puxada” gravitacional do buraco negro, ele é aquecido até alcançar temperaturas extraordinárias, quando começa a brilhar com grande luminosidade. No entanto, para além do event horizon, nada desse “brilho” consegue escapar. Obviamente, se a luz emitida por esse material não escapa, não a podemos ver. A ilustração, produzida por um artista da NASA, mostra o event horizon de um buraco negro.
event Horizon Assim que o mega radiotelescópio estiver montado, cinquenta radiotelescópios terrestres interconectados irão apontar pela primeira vez na direção do buraco negro situado no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Essa rede mundial criará um telescópio virtual com lentes do tamanho do nosso planeta. Ele será chamado de “Event Horizon Telescope”. Cada um dos 50 telescópios irá apontar para o centro da galáxia, focando no buraco negro. Eles irão “ouvir” e gravar as informações captadas. Tais informações serão armazenadas em discos rígidos e enviadas ao Massachusetts Institute of Technology para compilação. Se for confirmado que o event horizon é um círculo perfeito, nada muda quanto a nosso atual entendimento da Teoria da Relatividade de Einstein. Mas, se ele não for um círculo perfeito, tudo mudará, e os teóricos da ciência terão de refazer os cálculos e boa parte dos conceitos.
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E x t r a
Extra
Inflash A teoria do multiverso por dc comics
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BOLHAS
Os universos seriam, em uma analogia, semelhantes a bolhas de sabão flutuando num espaço maior capaz de abrigá-las. Alguns seriam até mesmo interconectados entre si por buracos negros ou de buracos de minhoca.
De sabão flutuando no universo
MUltiverso O conjunto hipotético de universos possíveis juntos, esses universos compreendem tudo o que existe: a totalidade do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das leis e constantes físicas que os descrevem.
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lunááático Em 1952, Erwin Schrödinger deu uma palestra, em Dublin, onde avisou com entusiasmo a audiência que o que estava prestes a enunciar poderia parecer "lunático". Ele disse que, quando suas equações Nobel pareciam descrever várias histórias diferentes, estas não eram "alternativas, mas que tudo realmente acontece simultaneamente". Esta é a primeira referência conhecida ao multiverso.
O Multiverso (Terras Paralelas) é um conceito utilizado pela DC Comics. Infinitos universos, com suas próprias versões do planeta Terra. Estes universos estão em constante vibração, e ocupam o mesmo lugar no espaço, mantendo-se separados apenas por esta diferença vibracional. Surgiu pela primeira vez nas histórias do Flash, que conseguia alcançar as diferentes Terras vibrando em supervelocidade.
Flashes de Barry Allen terra1
O Flash também introduziu um conceito muito utilizado nas histórias em quadrinhos quando revelado que Jay Garrick (Flash Terra 2) e Barry Allen (Flash Terra 1) existiam em mundos paralelos. Seus poderes lhes permitiam cruzar a fronteira dimensional entre os mundos, e os dois tornaram-se bons amigos. Esse encontro leva à criação de diversos universos paralelos na DC Comics, cada um com seus próprios Eus de dimensões alternativas. Toda essa confusão levaria à Crise nas Infinitas Terras, um dos maiores épicos da história dos quadrinhos.
dois mundos Jay Garrick
terra 2
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Colofon Instituto Federal Sul-rio-grandense - Campus Pelotas Curso técnico em Comunicação Visual - Turma CVI8M Trabalho acadêmico desenvolvido no período 2017/1 para a disciplina de Projeto Editorial Professor: Mauro Hallal do Anjos Impressão: Graphos Capa: Impressão a laser, Papel sulfite 300g/m2 Miolo: Impressão a laser, Papel sulfite 120g/m2 Diferencial: Impressão a laser, Papel laminado 75g/m2 Tipografias: Bebas Neue (títulos e legendas) e Raleway (corpo de texto) Gabriela Saraiva Pires gabsaraivadesign@gmail.com
Apague as luzes,
acenda as estrelas
Astronomia através dos séculos é uma coleção de publicações realizada pelo Observatório Nacional Schenberg em parceria com a Nasa. Nela você pode viajar pelo universo e espaço tempo a cada página folheada. Entenda o que acontecia na época, conheça as técnologias disponíveis, os grandes pensadores e explore um mundo novo.