Derma Highlights & Science- 3ª edição

Page 1

[VOLUME 1 - NÚMERO 3 | MAR - JUN 2017]

REVISTA DA ÁREA MÉDICA DA GALDERMA

DERMA HIGHLIGHTS

& SCIENCE

| ENTREVISTA |

Avanços em acne, com o especialista Leon H. Kircik

| ARTIGO |

Beleza e tratamento estético facial: considerações em diferentes etnias

| CONGRESSOS | Um resumo das discussões que foram destaque no 25o EADV | EM FOCO |

Programa Skin Pact Awards incentiva ações sociais em dermatologia



EDITORIAL

DERMA HIGHLIGHTS

VOLUME 1 - NÚMERO 3 | MAR - JUN 2017

& SCIENCE

ISSN 2525-3182 EDITORA CIENTÍFICA

Carmem Pontin

CONSELHO EDITORIAL

Dermatologia Ana Carla Mesquita Camila Cazerta Cristhine Kamamoto Danielle Nascimento Juliana Zimbres Marcelo Neira Pesquisa Clínica & Informação Científica Ananda Quadros Meirenice Silva Nicoli Oliveira Assuntos Regulatórios & Compliance Thiago Negreiros Cinthia Mantovani Danilo Abe Rodrigo Peixinho Adriana Roldan Farmacovigilância Vivian Hernandez Natalia Sanchez

SELEÇÃO CUIDADOSA A primeira edição de 2017 traz temas cuidadosamente selecionados e de relevância tanto para a atualização científica quanto para a prática clínica. Um dos destaques desse número é a entrevista com o Dr. Leon H. Kircik, professor associado de dermatologia no Centro Médico da Universidade de Indiana (EUA), que fala sobre os avanços no diagnóstico e no tratamento da acne. Estima-se que em 2010 a condição tenha afetado 650 milhões de pessoas em nível global, o que a torna a oitava doença mais comum no mundo. Em cosmiatria, vale conferir o artigo “Indução percutânea de colágeno com agulhas (IPCA®) na condução do melasma recalcitrante, auxiliado pela tripla combinação na manutenção dos resultados”, de autoria do dermatologista Emerson de Andrade Lima, da Santa Casa de Misericórdia do Recife (PE). Já o artigo da Dra. Christine Guarnieri, médica da Divisão de Dermatologia do HC-FMUSP, aborda a beleza e o tratamento estético em diferentes etnias. Neste número da Derma Highlights & Science você também vai conhecer o programa Skin Pact Awards da Galderma, cujo objetivo é estimular o desenvolvimento de projetos sociais e comunitários por dermatologistas, sempre priorizando a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes. Em 2016, quatro iniciativas brasileiras ficaram entre as finalistas para receber o Skin Pact Awards. Estreamos o ano com uma edição recheada de novidades. Boa leitura! Carmem Pontin Diretora de Assuntos Médicos e Regulatórios da Galderma

Coordenação: Renata Cassar

Produção:

Jornalista responsável e editora: Lilian Liang (MTb 26.817) Gerente de marketing e comercial: Debora Alves Arte: Jean Pierre Verdaguer Revisão: Patrícia Villas Bôas Cueva Capa: Estrutura Molecular (iStock Photo) É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios, sem autorização prévia, por escrito, da Galderma e da Dínamo Editora. Derma Highlights & Science é uma publicação destinada exclusivamente à classe médica.

SUMÁRIO 4

ENTREVISTA

6

ABSTRACTS

8

ARTIGO DE REVISÃO

10

INFORMAÇÃO CIENTÍFICA NA PRÁTICA CLÍNICA

13

GIRO PELOS CONGRESSOS

16

GALDERMA EM FOCO

18

AGENDA

Dr. Leon H. Kircik, professor da Universidade de Indiana, fala sobre os avanços no tratamento da acne Uma seleção de artigos dos principais periódicos em dermatologia IPCA® na condução do melasma recalcitrante, auxiliado pela tripla combinação na manutenção dos resultados | Dr. Emerson de Andrade Lima Beleza e tratamento estético facial: considerações em diferentes etnias | Dra. Christine Guarnieri Saiba quais foram as principais discussões do 25o EADV O programa Skin Pact Awards reconhece iniciativas sociais em dermatologia

Envie suas sugestões e opiniões para AreaMedica.BRSAO@galderma.com

Confira os eventos da dermatologia nos próximos meses

DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE | 3


DIVULGAÇÃO

ENTREVISTA

Novas abordagens em acne

O

médico Leon H. Kircik é professor associado de dermatologia no Centro Médico da Universidade de Indiana, nos EUA. Ele foi o principal pesquisador em inúmeros estudos clínicos sobre psoríase, acne, rosácea, dermatite atópica, câncer de pele e queratose actínica, entre outros. Na entrevista a seguir, Dr. Kircik fala sobre avanços no diagnóstico e no tratamento da acne.

Considerando a abordagem do paciente com acne, qual sua visão sobre os pontos mais importantes na avaliação do indivíduo hoje e num futuro próximo? Eu não acredito que a avaliação do paciente vá mudar no futuro próximo. O exame físico e o histórico do paciente continuam sendo tópicos muito importantes. Hoje, o que difere é que os pacientes têm acesso a mais informações por meio da internet. Quando eles chegam ao consultório, já possuem um nível de conhecimento maior e mais sofisticado. Porém, muitas 4 | DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE

vezes esse conhecimento pode se mostrar equivocado. O desafio da perspectiva do médico é garantir que suas expectativas e sua base de conhecimento estejam corretas. Hoje sabemos que processos inflamatórios de imunidade inata estão no centro da formação do microcomedão. Como isso impacta na escolha de tratamento dos pacientes com acne? Esta é a mudança fundamental: a nossa compreensão da patogênese da acne. Costumávamos dizer ao paciente

para aplicar o produto sobre as espinhas. Atualmente, o que de fato queremos é tratar a pele de aparência normal do paciente, porque é sob essa pele que existe alguma inflamação clínica e a formação do microcomedão. O que buscamos é evitar a acne antes que ela apareça. Uma vez que as lesões chegam, é tarde demais. Daí a mudança na abordagem do tratamento. Antes focávamos na eliminação das bactérias com o uso de antibióticos. Agora sabemos que isso não é suficiente, porque a acne é primeiramente uma doença inflamatória, não uma doença bacteriana. Assim, a inflamação está presente desde o início, começando com a formação do microcomedão. Por isso, é preciso cuidar da inflamação ao invés de se concentrar em eliminar as bactérias. Esta deve ser outra mudança na compreensão da patogênese da doença e, portanto, na abordagem

do tratamento: substituir a abordagem antibacteriana por uma abordagem antiinflamatória. A seu ver, quais seriam as evidências que corroboram o efeito da sinergia entre os princípios ativos da combinação fixa “adapaleno e peróxido de benzoíla” e como isso se aplica na abordagem de pacientes com acne? Como estamos lidando com uma doença inflamatória, precisamos de um forte componente anti-inflamatório, o que é proporcionado pelo adapaleno. Mas também precisamos de algo para controlar as bactérias – daí entra o peróxido de benzoíla. Dessa forma, temos dois efeitos sinérgicos: um anti-inflamatório forte aliado a um bom medicamento antibacteriano. De acordo com diversas diretrizes, retinoides e combinações fixas que contêm


DR. LEON H. KIRCIK Professor clínico associado em dermatologia Centro Médico da Universidade de Indiana

Creio que a maioria dos dermatologistas não presta atenção suficiente à resistência aos antimicrobianos. Nos EUA, somos 1% de todos os médicos e somos responsáveis por 5% de todo o uso de antibióticos. Isso mostra, infelizmente, que não estamos prestando a devida atenção à resistência aos antibióticos.

retinoides hoje são medicações de primeira linha no tratamento da acne. Alguns pacientes, no entanto, queixam-se de irritação com o uso de retinoides. Quais são as estratégias para evitar esse efeito adverso? Em primeiro lugar, é necessário escolher um veículo agradável que não seja irritante da pele. Em segundo lugar, deve-se lançar mão de higienizadores suaves e hidratantes, evitando o uso de sabão. Por último, existe a necessidade de educar o paciente – se o produto irrita a pele, seu uso deve acontecer dia sim, dia não, ou a cada três dias. Pensando no impacto que a crescente resistência bacteriana aos antimicrobianos desempenha, quais orientações você daria aos médicos dermatologistas na escolha do antibiótico e seu manejo? É recomendável evitar a monoterapia com antibióticos. Isso vai prevenir ou, ao menos,

diminuir a resistência bacteriana. Costumo usar tetraciclina, minociclina e doxiciclina, devido aos benefícios de seu efeito anti-inflamatório.

do P. acnes para o estreptococo ou para o estafilococo, que causam doenças mais graves. Esse é o impacto sobre a acne e outras doenças.

A clindamicina é hoje o antibiótico tópico para acne mais prescrito no mundo, como era a eritromicina no passado, de maneira que podemos prever a formação de cepas de P. acnes e outras bactérias do microbioma cutâneo resistentes à clindamicina no futuro. Que impacto isso pode ter no tratamento da acne e de outras doenças? A clindamicina é usada principalmente de maneira tópica. Como ocorre com a eritromicina, se o P. acnes também se tornar resistente à clindamicina, então a eficácia desta ficará comprometida. Algumas vezes, o gene de resistência pode ser passado de uma bactéria para outra. E esse gene pode ser transferido

Como você avalia a atuação do dermatologista hoje em relação ao surgimento de novas cepas de bactérias com resistência aos antimicrobianos? Creio que a maioria dos dermatologistas não presta atenção suficiente à resistência aos antimicrobianos. Nos EUA, somos 1% de todos os médicos e somos responsáveis por 5% de todo o uso de antibióticos. Isso mostra, infelizmente, que não estamos prestando a devida atenção à resistência aos antibióticos. Você prevê métodos no futuro capazes de identificar quais pacientes possuem maior propensão à formação de cicatrizes, tais como questionários ou biomarcadores?

Como eles podem ser utilizados na abordagem desses pacientes? Até o momento não temos nada, mas espero que no futuro possamos desenvolver maneiras de identificar aqueles pacientes que podem desenvolver cicatrizes mais graves e tratá-los de forma mais agressiva. Porém, até que isso aconteça, temos de presumir que todos podem desenvolver cicatrizes graves, independentemente da gravidade da acne. Portanto, temos de tratar todos de forma intensiva e tão cedo quanto possível. Na sua visão de futuro, quais serão as novas estratégias terapêuticas e modalidades de tratamento da acne? Acho que haverá mais aparelhos de laser e tratamentos de luz direcionados para onde a acne ocorre – as unidades pilossebáceas –, que serão mais eficazes quando combinados com o tratamento convencional. DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE | 5


ABSTRACTS

REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE RESISTÊNCIA A ANTIBIÓTICOS TÓPICOS E ORAIS EM ACNE

USO COSMÉTICO DE TOXINA BOTULÍNICA TIPO A EM HOMENS

Antibióticos tópicos e orais são comumente usados no tratamento da acne. No entanto, a resistência a antibióticos vem aumentando. Vários países já relatam que mais de 50% das cepas de Propionibacterium acnes são resistentes a macrolídeos tópicos, tornando-os menos efetivos. Esse artigo, publicado no periódico The Lancet Infectious Diseases, faz uma revisão da literatura atual, permitindo propor recomendações quanto ao uso de antibióticos no tratamento da acne. As referências foram identificadas através de buscas via Pubmed por artigos publicados entre janeiro de 1954 e março de 2015. Idealmente, o peróxido de benzoíla em combinação com retinoide tópico deve ser usado no lugar do antibiótico tópico, com o objetivo de minimizar o impacto da resistência. Antibióticos orais ainda têm seu papel no tratamento da acne moderada a grave, porém somente se empregados junto a um retinoide tópico, peróxido de benzoíla, ou à combinação de ambos e, preferencialmente, por um período máximo de três meses. Para limitar a resistência, recomenda-se que o peróxido de benzoíla seja utilizado sempre que o uso de antibiótico oral por período prolongado se fizer necessário. A relação risco-benefício do uso de antibiótico por longos períodos deve ser cuidadosamente considerada e, particularmente, sua utilização isolada deve ser evitada tanto quanto possível. É preciso tratar a acne com alternativas eficazes aos antibióticos, visando-se a minimizar o desenvolvimento de resistência a eles.

A proporção de homens em busca de rejuvenescimento facial através do uso de toxina botulínica tipo A vem aumentando. O número de pacientes do sexo masculino tratados num período de cinco anos (2009 a 2014) aumentou em 25%. No entanto, há poucos dados clínicos sobre a eficácia relacionada ao gênero, tanto em relação à dose quanto ao local da aplicação de neurotoxina botulínica em homens. Nesse sentido, os clínicos necessitam de mais informações e materiais de apoio para desenvolver sua avaliação e suas estratégias de tratamento. Há hoje três produtos de toxina botulínica do tipo A disponíveis nos EUA para o tratamento do terço superior da face. A potência variável entre diferentes formulações de toxina botulínica tipo A significa que elas não podem ser intercambiáveis em termos de aplicação. Os clínicos que têm familiaridade com as características de todas as opções de toxina botulínica tipo A estarão munidos com as ferramentas necessárias para proporcionar o resultado desejado a seus pacientes do sexo masculino. Entre as opções de produtos disponíveis nos EUA, o Dysport® (toxina abobotulínica tipo A) é a única em que as recomendações para reconstituição fornecem ao clínico duas opções de concentrações finais. Essa flexibilidade proporcionada por uma dose variável é um instrumento valioso para customizar tratamentos de acordo com as necessidades específicas do paciente do sexo masculino, o que pode compreender um resultado mais conservador, com a manutenção de certo grau de atividade muscular e de expressão. Alcançar um resultado conservador talvez seja a chave para uma experiência de sucesso no paciente do sexo masculino.

Referência: Walsh TR, Efthimiou J, Dréno B. Systematic review of antibiotic resistance in acne: an increasing topical and oral threat. Lancet Infect Dis. 2016 Mar;16(3):e23-33.

Referência: Bloom JD, Green JB, Bowe W, von Grote E, Nogueira A. Cosmetic Use of AbobotulinumtoxinA in Men: Considerations Regarding Anatomical Differences and Product Characteristics. J Drugs Dermatol. 2016;15(9):1056-1062.

6 | DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE


DESTAQUES DA LITERATURA CIENTÍFICA

TERAPIA FOTODINÂMICA COM LUZ DO DIA COM AMINOLEVULINATO DE METILA VERSUS GEL DE MEBUTATO DE INGENOL PARA O TRATAMENTO DE QUERATOSES ACTÍNICAS MÚLTIPLAS DA FACE E COURO CABELUDO

BASE BIOLÓGICA DOS EFEITOS INDUZIDOS POR ÁCIDO POLI-L-LÁTICO

A terapia fotodinâmica com luz do dia com aminolevulinato de metila (TFD-LD) e o gel de mebutato de ingenol (MBI) são opções terapêuticas aprovadas para queratoses actínicas (QA) múltiplas. O objetivo desse estudo clínico randomizado, comparativo, intrapaciente e “split-face” foi comparar os resultados de TFD-LD e MBI. Duas áreas contralaterais simétricas de 25 cm2, com um número similar de QA (5-10), foram selecionadas e aleatoriamente atribuídas a um ciclo de tratamento com MBI de três dias ou a uma única sessão de TFD-LD. No dia seguinte, registrou-se a pontuação de reação local da pele (RLP). Os pacientes atribuíram notas para dor (avaliada através do método EVA) após o tratamento, e o tempo necessário para a cicatrização da lesão foi subsequentemente registrado. Depois de 90 dias foram avaliados a taxa de remissão completa das lesões de QA (RC), o resultado cosmético e a opinião do paciente. Vinte e dois pacientes com um total de 311 QA participaram do estudo. A pontuação média para dor (segundo a escala de dor) foi maior para o MBI comparado com a TFD-LD (3,55 + 1,82 com MBI; 2,05 + 0,72 com TFD-LD; p<0,01). O escore médio da RLP foi 9,91 + 4,24 e 4,59 + 4,03 (p<0,01), respectivamente. A média de dias necessários para a cicatrização da lesão foi de 9,45 + 3,51 e 4,36 + 1,18 dias (p<0,01), respectivamente. Após três meses, 119 lesões com MBI e 120 lesões com TFD-LD estavam cicatrizadas e a taxa de remissão completa foi de 75,8% com MBI e 77,9% com TFD-LD. Nenhum dos tratamentos apresentou resultado inferior em comparação ao outro no que se refere à remissão das lesões de QA de graus I e II. Todas as lesões foram eliminadas em 8 pacientes com MBI (36,4%) e em 7 pacientes com TFD-LD (31,8%). O resultado cosmético foi melhor com a TFD-LD e 17 pacientes avaliaram a TFD-LD como seu tratamento de preferência. O estudo conclui que um ciclo de tratamento de três dias com MBI e uma única sessão de TFD-LD tiveram uma eficácia similar tanto para QA grau I como para grau II, mas a TFD-LD apresentou escores menores para dor e inflamação, cicatrização mais rápida das lesões, melhor resultado cosmético e maior preferência dos pacientes.

O presente estudo, publicado no Journal of Dermatological Science, teve por objetivo contribuir para o conhecimento sobre os mecanismos biológicos por trás dos efeitos associados ao bioestimulador à base de ácido poli-L-lático (PLLA). Os métodos usados incluíram caracterização do infiltrado celular e do tipo de colágeno no tecido tratado com PLLA por coloração de imunofluorescência, bem como a determinação da expressão de genes relacionados ao metabolismo do colágeno. Como resultado, foram encontrados macrófagos CD68+ junto ao PLLA, além de fibroblastos CD90+. As estruturas de actina de músculo liso tipo alfa (α-SMA) positivas indicaram presença de miofibroblastos e neovascularização. Foi identificada deposição substancial de colágeno tipo III junto a partículas de PLLA, e colágeno tipo I foi encontrado na periferia das encapsulações de PLLA. Houve aumento significativo da expressão de RNA-mensageiro para transcrições de colágeno tipos I e III, bem como para fator de crescimento transformador β1 (TGFβ1) e inibidor tecidual de metaloproteinases de matriz (TIMP1).

Referência: Moggio E, Arisi M, Zane C, Calvazara-Pinton I, Calvazara-Pinton P. A randomized split-face clinical trial analyzing daylight photodynamic therapy with methyl aminolaevulinate vs ingenol mebutate gel for the treatment of multiple actinic keratoses of the face and scalp. Photodiagnosis Photodyn Ther. 2016 Dec;16:161-165.

Referência: Stein P, Vitavska O, Kind P, Hoppe W, Wieczorek H, Schürer NY. The biological basis for poli-L-lactic acid-induced augmentation. J Dermatol Sci. 2015 Apr;78(1):26-33.

DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE | 7


ARTIGO DE REVISÃO

Indução percutânea de colágeno com agulhas (IPCA®) na condução do melasma recalcitrante, auxiliado pela tripla combinação na manutenção dos resultados

M

elasma é uma hipermelanose frequente, caracterizada por máculas de contornos irregulares, com intensidade do castanhoclaro ao escuro, em áreas fotoexpostas e acometendo preponderantemente mulheres em idade fértil. Três apresentações clínicas do melasma foram identificadas baseadas em achados histopatológicos: 1) melasma epidérmico, quando o pigmento está depositado na camada basal e suprabasal; 2) melasma dérmico, quando encontramos melanófagos repletos de melanina na derme superficial e média; 3) melasma profundo, quando achados dos dois anteriores estão presentes1,2. O exame à luz de Wood contribui para diferenciar o melasma epidérmico do dérmico nos tipos I-IV de Fitzpatrick1. Considerando a sua característica

8 | DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE

recalcitrante, o tratamento raramente consegue manter o indivíduo livre do melasma por muito tempo, apesar das muitas opções disponíveis3,4. Mais recentemente, foi proposta a veiculação de ativos através da perfuração da pele por agulhas (drug delivery)5,6. Para tal, um rolo de polietileno encravado por agulhas de aço inoxidável e estéreis, alinhadas simetricamente em fileiras perfazendo um total de 190 unidades, realiza movimentos de vai e vem guiados por um padrão uniforme de petéquias7,8,9. Lima e col. (2013) propuseram uma classificação relacionando o comprimento da agulha dos aparelhos utilizados com a profundidade do dano previsto10. Nessa classificação, os autores consideram como injúria moderada à pele aquela que utiliza instrumental com agulha de 1,5 mm de comprimento. Ressaltamos que a indução percutânea de colágeno com agulhas é dependente do operador e de outros fatores.

Qualidade do movimento, grau de uniformização da intervenção, vetor de força empregado no procedimento, pressão exercida pelo profissional e conhecimento dermatológico interferem diretamente no resultado. Recentemente, Lima (2015)11 propôs um protocolo de tratamento para o melasma utilizando a IPCA®. Foram incluídos 22 pacientes com melasma recalcitrante, ou seja, irresponsivos ao tratamento tópico com clareadores e filtro solar, que foram submetidos ao mesmo protocolo e executado pelo mesmo profissional. Os pacientes foram diagnosticados com melasma clinicamente e tiveram o exame confirmado pela luz de Wood e pelo dermatoscópio. Foi realizada documentação fotográfica pelo mesmo investigador e com a mesma câmera digital imediatamente antes do procedimento e após dois meses (Figura 1). Estabeleceu-se como protocolo de tratamento o uso

isolado da técnica de IPCA®, sem a utilização de qualquer ativo tópico. O procedimento foi realizado sob anestesia tópica com creme de lidocaína 4% aplicado 30 minutos antes da intervenção. Foi utilizado um instrumento com agulhas de 1,5 mm de comprimento (Dr. Roller® Mooham Enterprise Co. Gyeonggi-do South Korea, ANVISA nº 80669600001). Foram feitos movimentos de vai e vem, em torno de dez vezes em quatro direções, desenhando quatro faixas que se sobrepuseram, resultando em um eritema uniforme e sangramento pontuado discreto. Os pacientes foram orientados a iniciar a aplicação da tripla combinação composta por ácido retinoico (0,05%) + hidroquinona (4%) + fluocinolona acetonida (1%), após 24h da intervenção, associada ao uso diário de filtro solar, objetivando a manutenção de resultados. A mesma intervenção foi realizada 30 dias após o


DIVULGAÇÃO

Este artigo reflete exclusivamente as opiniões do autor. A Galderma não se responsabiliza nem pode ser responsabilizada pelas informações prestadas ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

PROF. DR. EMERSON DE ANDRADE LIMA CRM PE-12721 – Médico dermatologista pós-doutorado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); doutor em dermatologia pela Universidade de São Paulo (USP); coordenador de Cosmiatria e Cirurgia Dermatológica da Santa Casa de Misericórdia do Recife

primeiro tratamento. Cem por cento dos pacientes relataram satisfação com os resultados. O grau de desconforto durante o tratamento foi considerado bem tolerável por 16 pacientes (70%), e 6 (30% do total) informaram não ter sentido dor. Todos os pacientes relataram ter retornado às suas atividades imediatamente após o procedimento. O autor considerou que todos os 22 casos estudados obtiveram clareamento, ratificando sua vivência de mais de seis anos utilizando microagulhas em cicatrizes, envelhecimento

cutâneo, estrias, flacidez e celulite com uma casuística que ultrapassa 1,2 mil casos em serviço público e privado. Apesar do amplo arsenal terapêutico disponível para o tratamento do melasma, incluindo novos e antigos ativos tópicos, tecnologias com luzes e peelings, o controle clínico dessa melanodermia é extremamente desafiador. A técnica de IPCA® chega como adjuvante no controle do melasma, associada ao tratamento tópico domiciliar. Apesar de a fisiogênese ainda permanecer não esclarecida, as

Figura 1: Paciente tratada com IPCA® após dois meses em uso da tripla combinação ANTES

Fonte: Lima (2015)

DEPOIS

observações histopatológicas realizadas pelo autor mostram uma migração dos melanófagos repletos de melanina da derme papilar para o plexo vascular e intercomunicante. Até o momento, é possível concluir que: 1) a IPCA® com agulha de 1,5 mm de comprimento isoladamente, sem a adição de qualquer ativo, é capaz de provocar clareamento das manchas de pacientes

com melasma recalcitrante; 2) o trauma provocado no procedimento deve ser modesto e a utilização de clareadores e de filtro solar após o procedimento torna-se mandatória. Novos estudos controlados são necessários para esclarecer o mecanismo de ação da IPCA® no melasma, mas é possível concluir que o grupo avaliado nesse estudo apresentou resultados promissores com essa técnica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Miot LD, Miot HA, Silva MG, Marques ME. Physiopathology of melasma. An Bras Dermatol. 2009;84:623-35. 2. Gupta AK, Gover MD, Nouri K, Taylor S. The treatment of melasma: a review of clinical trials. J Am Acad Dermatol. 2006;55:1048-65. 3. Hsiao CY, Sung HC, Hu S, Huang CH. Fractional CO2 Laser Treatment to Enhance Skin Permeation of Tranexamic Acid with Minimal Skin Disruption. Dermatology. 2015;230(3):269-75. 4. Vachiramon V, Sahawatwong S, Sirithanabadeekul P. Treatment of melasma in men with low-fluence q-switched neodymium-doped yttrium-aluminum-garnet laser versus combined laser and glycolic Acid peeling. Dermatol Surg. 2015;41:457-65. 5. Orentreich DS, Orentreich N. Subcutaneous incisionless (subcision) surgery for the correction of depressed scars and wrinkles. Dermatol Surg. 1995;21:543-9. 6. Fernandes D. Minimally invasive percutaneous collagen induction. Oral Maxillofac Surg Clin North Am. 2005;17:51-63, vi. 7. Bal SM, Caussin J, Pavel S, Bouwstra JA. In vivo assessment of safety of microneedle arrays in human skin. Eur J Pharm Sci. 2008;35:193-202. 8. Lv YG, Liu J, Gao YH. Xu B. Modeling of transdermal drug delivery with a microneedle array. J Micromech Microeng. 2006;16:1514. 9. Vandervoort J, Ludwig A. Microneedles for transdermal drug delivery; mini review. Front Biosci. 2008;13:1711-5. 10. Lima E, Lima M, Takano D. Microneedling experimental study and classification of the resulting injury. Surg Cosmet Dermatol. 2013;5:110¬4. 11. Lima EA. Microneedling in facial recalcitrant melasma: report of a series of 22 cases. An Bras Dermatol. 2015 Nov-Dec;90(6):919-21. DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE | 9


INFORMAÇÃO CIENTÍFICA NA PRÁTICA CLÍNICA

Beleza e tratamento estético facial: considerações em diferentes etnias

A

história da beleza na cultura ocidental é apenas uma página de um grande livro. Quais os conceitos de beleza de asiáticos, mongóis, indianos e maias? Todas essas culturas têm seus próprios conceitos de beleza, cada qual decorrente de sua história e evolução. De fato, podemos dizer que cada indivíduo tem seu próprio conceito de beleza, estabelecido por cultura e tradição, mas também pelo seu temperamento e sensibilidade. Ao mesmo tempo, uma face amada e imperfeita frequentemente foi considerada bela, independentemente de qualquer padrão histórico ou cultural. Com base nessas afirmações, quem determina então os padrões de beleza facial? Para o médico que realiza procedimentos estéticos, isso não é apenas uma questão de filosofia, história ou cultura, mas sim parte da experiência profissional. Através de filmes,

10 | DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE

revistas e outros meios de comunicação de massa, os países desenvolvidos têm difundido seus protótipos de beleza globalmente, influenciando os conceitos originais de outras culturas e etnias1. Não existe um tipo facial padronizado em nenhuma raça ou etnia: como as sociedades mudaram e migraram, ocorreu uma mistura de características faciais asiáticas, caucasianas e negroides, e essa “fertilização cruzada” borrou as nuances faciais e as distinções clássicas entre as raças. Embora a atratividade possa ser um consenso em diversas culturas, cada raça tem características únicas que, ao serem combinadas, criam beleza facial. Essas características devem ser sempre consideradas, e o objetivo dos procedimentos estéticos é respeitar os limites da etnia e a cultura de cada paciente2,3,4. A seguir, discutiremos as características faciais principais das pacientes

asiáticas e afrodescendentes e as possíveis opções terapêuticas não cirúrgicas. A PACIENTE ASIÁTICA: VERTICALIZAÇÃO E PROJEÇÃO A estrutura facial óssea das asiáticas apresenta a região zigomático-malar proeminente, acompanhada por larga distância bizigomática5. O esqueleto facial inferior é frequentemente caracterizado por uma menor projeção do pogônio na direção anteroposterior6, enquanto a largura transversal da mandíbula (ângulo a ângulo) é normalmente maior quando comparada a pacientes caucasianas, proporcionando um efeito mais masculino à face e justificando a grande procura das pacientes asiáticas pela redução óssea do ângulo mandibular, a fim de tornar o formato da face mais oval7. O esqueleto dentário apresenta protrusão bimaxilar, fraca posição do osso subnasal e

oclusão dental proeminente8. Por essa razão, o aumento da região mentoniana com preenchedores pode proporcionar alongamento e verticalização da face a essas pacientes9. Como a protrusão bimaxilar pode ser associada com um lábio inferior levemente protuberante, deve-se ter cuidado ao usar o lábio inferior como único ponto de referência no aumento mentoniano. Essas pacientes geralmente apresentam uma face mais larga, com dimensão vertical diminuída, concavidade ou retidão na região medial da maxila e ausência de projeção frontal, nasal e geniana. Por outro lado, elas têm maior volume infraorbitário e qualidade superior da pele quando comparadas às caucasianas, o que lhes proporciona maior capacidade de reagir ao fotoenvelhecimento e um retardo no aparecimento de sinais anatômicos de envelhecimento10,11,12. Levando


DIVULGAÇÃO

Este artigo reflete exclusivamente as opiniões do autor. A Galderma não se responsabiliza nem pode ser responsabilizada pelas informações prestadas ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.

DRA. CHRISTINE GUARNIERI CRM SP-90764 - Médica dermatologista com residência pelo Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP); pesquisadora do Ambulatório de Cosmiatria da Divisão de Dermatologia do HC-FMUSP e sócia efetiva da SBD e SBCD

em conta um conceito de beleza universal, independentemente de raça ou etnia, o tratamento das asiáticas é norteado para a melhoria das caraterísticas deficitárias e do equilíbrio estético, objetivando a criação de um rosto ovalado, através da redução da largura do terço inferior e do aumento do comprimento vertical da face. A projeção das regiões frontal, medial, nasal e mentoniana pode ser aumentada para reforçar a tridimensionalidade da face anterior13,14. Na abordagem terapêutica da paciente asiática (Figura 1), pode ser realizada a aplicação de toxina botulínica tipo A (toxina abobotulínica tipo A) no terço superior da face com o objetivo de suavizar o “peso” da pálpebra superior e a possível duplicidade da pálpebra superior. Para a melhoria da projeção anterior no terço médio facial, podese aplicar bilateralmente ácido hialurônico Emervel® Volume (coxim malar medial profundo)

e, para suporte da região lateral da face, ácido poli-L-lático (Sculptra®) no coxim lateral superficial. Finalmente, com o intuito de verticalizar a face da paciente asiática, pode-se proceder à aplicação de ácido hialurônico no mento e no dorso nasal (Emervel® Deep). Esses procedimentos, antes considerados tentativas de ocidentalização da face asiática, atualmente são aceitos como opção de otimização da aparência estética da face dentro de uma identidade étnica própria6,10,11,15. A PACIENTE AFRODESCENDENTE: SUSTENTAÇÃO DO “PESO” DA PELE Na paciente afrodescendente, a pele e as diferenças morfológicas esqueléticas contribuem para um padrão único de envelhecimento facial: a) a maior quantidade cutânea de melanina está relacionada a um efeito

fotoprotetor aumentado e, consequentemente, ao retardo temporal tanto do início quanto do grau de fotoenvelhecimento cutâneo quando comparado à pele de pacientes caucasianas16; b) alterações esqueléticas resultam no aparecimento dos sinais de envelhecimento facial na região periorbital e médiofacial mais intensas, quando comparadas à região frontal; c) o revestimento cutâneo é mais espesso e de maior peso, e deve ser considerado no deslocamento das estruturas do terço inferior da face; d) as alterações relacionadas ao envelhecimento observadas clinicamente são manifestações de alterações nos compartimentos mais profundos da face – sistema músculo aponeurótico facial (SMAS), coxins adiposos e músculos16. A transição harmônica entre o rebordo infraorbitário e o terço médio da face é importante para uma aparência rejuvenescida em qualquer

raça ou etnia. Essa transição é frequentemente perdida com o envelhecimento, e esse é o primeiro local a ressaltar esse processo. Nos pacientes afrodescendentes, as pálpebras superiores são propensas a maior espessura tecidual, acompanhadas ou não de ptose, e esse achado está relacionado também com a posição do sulco palpebral superior, geralmente entre 6-8 mm da margem ciliar. Pseudoerniação do coxim adiposo medial e ptose da glândula lacrimal em um espaço palpebral superior reduzido contribuem para uma aparência de overfilling dessa área17. A alteração da morfologia óssea periorbital e médio facial – hipoplasia da eminência malar com relativa proptose ocular – leva ao aparecimento precoce de concavidade nessa região, criando assim um vetor corneal negativo com exposição da esclera e sombreamento infraorbitário. A esses fatores somam-se o peso da pele mais DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE | 11


INFORMAÇÃO CIENTÍFICA NA PRÁTICA CLÍNICA

Figura 1: Paciente asiática antes e após procedimento ANTES

espessa e a seletiva hipertrofia do coxim adiposo malar, com o consequente deslizamento prematuro do terço médio da face sobre os sulcos nasolabial e nasojugal, que se tornam acentuados18. A obliteração do ângulo cervicomentoniano, no terço inferior da face, decorre da flacidez do músculo platisma, do acúmulo de tecido adiposo subplatismal e submentoniano e da reabsorção osteomandibular. Observa-se no paciente afrodescendente o resultado do peso da pele e de estruturas adjacentes sobre uma estrutura de suporte enfraquecida e envelhecida19. Na abordagem terapêutica desses pacientes (Figura 2), a aplicação de toxina botulínica tipo A (toxina abobotulínica tipo A) no terço superior da face pode ser realizada no terço superior da área contrátil do músculo frontal, entre as linhas mediopupilares, para permitir uma elevação harmônica e evitar a acentuação da pseudoptose 12 | DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE

Figura 2: Paciente afrodescendente antes e após procedimento DEPOIS

decorrente do peso palpebral superior. A abordagem do terço médio da face deve ser direcionada médio lateralmente, contrabalançando a hipoplasia malar óssea e, ao mesmo tempo, dando suporte lateral ao deslizamento medial da pele (aplicação supraóssea de ácido hialurônico Restylane® Perlane nas regiões zigomática e maxilar e aplicação subcutânea de ácido hialurônico Emervel® Deep na região do coxim malar medial profundo e do coxim lateral). CONCLUSÃO À medida que o mundo se torna cada vez mais multicultural e mais pacientes apresentam origens raciais múltiplas, é importante que o médico entenda essas identidades étnicas e seus objetivos estéticos específicos antes de qualquer procedimento. Tendências em estética e beleza podem mudar com o tempo, mas um resultado natural, cultural e etnicamente apropriado nunca se tornará anacrônico.

ANTES

DEPOIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Campo AF. Beauty: Who Sets the Standards? Aesthet Surg J. 2002; 22 (3): 267-268. 2. Thomas JR, Dixon TK. A Global Perspective of Beauty in a Multicultural World. JAMA Facial Plast Surg.2016; 18(1):7-8. 3. Adamson PA, Zavod MB. Changing perceptions of beauty: a surgeon’s perspective. Facial Plast Surg. 2006; 22(3):188-193. 4. Yellin SA. Aesthetics for the next millennium. Facial Plast Surg.1997;13(4):231-239. 5. Guo MK. Cephalometric standards of Steiner analysis established on Chinese children. Taiwan Yi Xue Hui Za Zhi. 1971; 70(2): 97–102. 6. Shirakabe Y, Suzuki Y, Lam S. A new paradigm for the aging Asian face. Aesthetic Plast Surg. 2003; 27(5):397– 402. 7. Li J, Hsu Y, Khadka A, et al. Contouring of a square jaw on a short face by narrowing and sliding genioplasty combined with mandibular outer cortex ostectomy in orientals. Plast Reconstr Surg. 2011;127 (5): 2083–92. 8. Chu YM, Bergeron L, Chen YR. Bimaxillary protrusion: an overview of the surgical-orthodontic treatment. Semin Plast Surg. 2009; 23(1):32–9. 9. Sykes S, Frodel J. Mentoplasty and facial implants. In: Flint C, editor. Cummings Otolaryngology Head and Neck Surgery. 5th edition. Philadelphia: Elsevier; 2010. p. 461–74. 10. Tsukahara K, Fujimura T, Yoshida Y et al. Comparison of age-related changes in wrinkling and sagging of the skin in Caucasian females and in Japanese females. J Cosmet Sci 2004; 55:351–371. 11. Tsukahara K, Sugata K, Osanai O et al. Comparison of age related changes in facial wrinkles and sagging in the skin of Japanese, Chinese and Thai women. J Dermatol Sci. 2007; 47:19–28. 12. Sykes JM. Management of the aging face in the Asian patient. Facial Plast Surg Clin North Am 2007; 15:353–360. 13. Wu WTL. Non-surgical facial rejuvenation with the 4r principle: innovative uses of botox and the woffles lift. In: Panfilov D (ed) Aesthetic surgery of the facial mosaic. Springer, Berlin; 2007. pp 636–649. 14. Wu WTL. Facial sculpting and facial slimming with neurotoxins. In: Sundine M, Connell B (eds) Aesthetic rejuvenation of the face. Thieme Publishers, New York. 2015. 15. Jang MS, Kim HY, Dhong HJ et al. An analysis of Asian midfacial fat thickness according to age group using computed tomography. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2015; 68 (3): 344 – 350. 16. Brissett AE, Naylor MC. The aging African-American face. Facial Plast Surg. 2010; 26: 154-63. 17. Mattory WE. Ethnic considerations in facial aesthetic surgery. Philadelphia, PA: Lippincott- Raven; 1998. 18. Brissett AE, Zevallos JP. Rejuvenation of the aging African face. In: Trustwell WH, Ed. Surgical facial rejuvenation; a Road map to safe and reliable outcomes. New York, NY: Thieme Medical Publishers; 2009: 146-52. 19. Friedman O. Changes associated with the aging face. Facial Plast Surg Clin North Am. 2005; 13: 371-80.


GIRO PELOS CONGRESSOS

FOTOS: GALDERMA

Dra. Gillian Murphy (Irlanda)

25o EADV - 2016 Congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venerealogia Entre 28 de setembro e 2 de outubro de 2016, ocorreu em Viena (Áustria) o EADV, o maior congresso de dermatologia da Europa e o segundo maior do mundo. O evento reuniu mais de 11 mil participantes e contou com um extenso programa científico e com renomados dermatologistas como palestrantes

ACNE VULGAR Brigitte Dréno (França) dissertou sobre as últimas tendências em acne envolvendo o microbioma e a imunidade inata. O microbioma da pele ajuda a controlar sua colonização por microrganismos transitórios (por exemplo, S. aureus, vírus, sarna) e também a modular a imunidade da pele. Em acne, o microbioma cutâneo está em diálogo permanente

com a imunidade inata, e o Propionibacterium acnes (P. acnes) desempenha um papel importante nesse processo, embora não seja a única bactéria implicada: estudo recente demonstrou que o Staphylococcus epidermidis pode inibir a proliferação do P. acnes. Entretanto, questionase quão relevante é essa interação na patogênese da acne (Christensen GJ et al,

2016). Quanto à resistência bacteriana, ressaltou-se que os antibióticos utilizados na acne exercem uma pressão seletiva sobre o microbioma cutâneo e devem ser usados com restrição. Alysson Layton (Reino Unido) palestrou sobre a mudança de paradigma na patogênese da acne e suas implicações sobre novas estratégias terapêuticas, destacando que as evidências científicas tornaram notório

o envolvimento da resposta inflamatória nos primeiros estágios de desenvolvimento das lesões de acne.

DERMATOSES FACIAIS E ROSÁCEA Os palestrantes Hans Lomholt (Dinamarca), Eva Remenyik (Hungria), Christina Antoniou (Grécia) e Siegfried Sagaert (Bélgica) apresentaram alguns conceitos básicos sobre as DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE | 13


GIRO PELOS CONGRESSOS

dermatoses faciais e, mais uma vez, a resistência a antibióticos foi mencionada. Rick Hoekzema (Holanda) abordou rosácea ocular, enfatizando o mecanismo da doença, sugerindo dicas para o diagnóstico correto e demonstrando evidências que apoiam o uso de doxiciclina para tratá-la. Esther van Zuuren (Holanda) discorreu sobre sua revisão para o tratamento da rosácea, mostrando todas as modalidades de terapia e seu nível de evidência (van Zuuren EJ et al, 2015).

DERMATITE ATÓPICA (DA) Tilo Biedermann (Alemanha) apresentou dados interessantes sobre a alteração na diversidade do microbioma cutâneo ocorrida durante as crises de DA, com predomínio de Staphylococcus e Streptococcus. Em DA, existe uma resposta prevalente de Th2 que induz à produção de interleucina 4 (IL4) e, por conseguinte, a inibição do efeito protetor dos peptídeos antimicrobianos, levando à infecção cutânea. Com isso, antecipa-se que anticorpos monoclonais antiIL4, anti-IgE e até mesmo antiIL31 poderão ser a próxima geração de medicamentos 14 | DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE

inovadores e eficazes na DA. Sara Brown (Reino Unido) fez uma exposição sobre dermatite atópica, afirmando que a mutação do gene da filagrina é um fator preditivo relevante para o desenvolvimento de DA e, visto que a filagrina tem várias funções (prevenção da perda de água e impedimento da entrada de alérgenos e irritantes, da infecção microbiana, da radiação UV e de danos mecânicos), ela tem um papel crucial na DA. Ela destacou dois estudos de prevenção da DA pelo uso precoce de emolientes (Simpson EL et al, 2014; Horimukai K et al, 2014) e assinalou que é necessário abordar simultaneamente a disfunção da barreira epidérmica e a desregulação imunológica para um tratamento eficaz. A alemã Regina FölsterHolst (foto) abordou a doença eczematosa do recém-nascido e lactente, destacando que na DA também ocorre inflamação precoce da pele clinicamente saudável. Corroborou o uso precoce e preventivo de emolientes para recém-nascidos com risco de desenvolver DA e a segurança da terapia tópica com corticosteroides e

inibidores de calcineurina em crianças. Amy Paller (EUA) palestrou sobre a “marcha atópica”, que configura a evolução de pacientes com as lesões cutâneas da DA que passam a apresentar sintomas como rinite, alergia alimentar e/ou asma. A linfopoietina do estroma tímico (TSLP) corresponde a uma citocina inflamatória produzida por células epiteliais em superfícies de barreira, mencionada como um biomarcador produzido em disfunções da barreira cutânea e presente no desenvolvimento de doenças inflamatórias crônicas como a própria DA, asma, doença pulmonar crônica, entre outras. A elevação precoce da perda de água transepidérmica (TEWL) em recém-nascidos e bebês é preditiva de atopia, enquanto mutações do gene da filagrina são traços genéticos associados à marcha atópica. Kristina Sophie Ibler (Dinamarca) abordou tratamentos tópicos na DA, reafirmando a importância do uso precoce de emolientes e citando alguns ingredientes como a ureia, o petrolato e o óleo de coco virgem (Evangelista MT et al, 2014).

REAÇÕES CUTÂNEAS A DROGAS Bernhard Homey (Alemanha) abordou as reações cutâneas a inibidores do receptor de fator de crescimento epidérmico EGFR (iEGFR), um receptor da tirosina quinase, alvo utilizado no tratamento de tumores sólidos. Efeitos secundários cutâneos induzidos pelo iEGFR são principalmente inflamatórios, tais como rash cutâneo, que pode ocorrer em mais de 90% dos pacientes; superinfecções, em até 70%; e prurido, em cerca de 30%. Ocorre também ressecamento e atrofia da pele. Hidratantes e filtros solares foram considerados padrão no tratamento cutâneo para pacientes que receberam medicações com iEGFR (Vaubel J et al, 2014, Lacouture ME et al, 2010). Mark Lebwohl (EUA) dissertou sobre a variedade de efeitos colaterais cutâneos da terapia com anticorpos monoclonais na psoríase, explicando a patogênese dessas reações e dando conselhos práticos sobre como gerenciá-los.

FOTOMEDICINA Gillian Murphy, da Irlanda (foto), descreveu propriedades


Dra. Regina Fölster-Holst (Alemanha)

importantes dos filtros solares, mencionando que um elementochave para a fotoproteção é a quantidade de creme utilizada, sendo o ideal 30 g por aplicação para a pele de todo o corpo. Outros elementos que impactam a fotoproteção incluem a falta de homogeneidade na aplicação do produto e a existência de uma onda específica de luz correlacionada a cada fotodermatose, que deve ser conhecida para uma fotoproteção adequada. Ela encerrou advertindo sobre o uso de protetor solar concomitante a repelentes, pois a absorção destes últimos pode ser aumentada com o uso do protetor, levando a eventos sistêmicos. Hans Christian Wulf (Dinamarca) explanou sobre fotoproteção e vitamina D, afirmando que, para populações caucasianas, uma exposição a uma dose eritematosa padrão (SED) de UVB em cerca de 88% da superfície corporal, a cada duas semanas, é suficiente para a manutenção da homeostase de vitamina D durante o inverno (Bogh et al, 2012).

TERAPIA FOTODINÂMICA O encontro de especialistas em

terapia fotodinâmica (EuroPDT) reuniu importantes pesquisadores da área, que apresentaram os últimos dados científicos sobre o tema. Lasse R. Braathen (Suíça) e RolfMarkus Szeimies (Alemanha) compartilharam sua grande experiência na utilização da terapia fotodinâmica com luz do dia (DL-PDT). Gaston Galimberti (Argentina) mencionou seu uso crescente e potencial na América Latina devido ao clima propício e à baixa complexidade. Maria Teresa Fernandez-Figueras (Espanha) discorreu sobre como prever a evolução de queratoses actínicas (QAs) e também ressaltou que mesmo QAs incipientes podem progredir para carcinomas espinocelulares (CECs). Piergiacomo CalzavaraPinton (Itália) apresentou um estudo econômico comparando DL-PDT (única aplicação) e mebutato de ingenol, demonstrando vantagem significativa para o DL-PDT em pacientes com múltiplas lesões de QA graus I e II que relataram redução da dor e da irritação da pele quando comparado ao mebutato de ingenol (Moggio E. et al, 2016).

Thierry Passeron (França) abordou as opções de preparo da pele para aumentar a eficácia do PDT: lasers fracionados e microagulhamento foram considerados opções para otimizar a assimilação do aminolevulinato de metila

pelas células displásicas. Merete Haedersdal (Dinamarca) fez uma apresentação sobre como o PDT está sendo utilizado para a prevenção primária e secundária de QAs em pacientes imunossuprimidos transplantados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Bogh MK, Schmedes AV, Philipsen PA, Thieden E, Wulf HC. A small suberythemal ultraviolet B dose every second week is sufficient to maintain summer vitamin D levels: a randomized controlled trial. Br J Dermatol. 2012;166(2):430-3. 2. Christensen GJ, Scholz CF, Enghild J, Rohde H, Kilian M, Thürmer A, Brzuszkiewicz E, Lomholt HB, Brüggemann H. Antagonism between Staphylococcus epidermidis and Propionibacterium acnes and its genomic basis. BMC Genomics. 201629;17:152. 3. Evangelista MT, Abad-Casintahan F, Lopez-Villafuerte L. The effect of topical virgin coconut oil on SCORAD index, transepidermal water loss, and skin capacitance in mild to moderate pediatric atopic dermatitis: a randomized, double-blind, clinical trial. Int J Dermatol. 2014;53(1):100-8. 4. Feld M, Garcia R, Buddenkotte J, Katayama S, Lewis K, Muirhead G, et al. The pruritus- and TH2-associated cytokine IL-31 promotes growth of sensory nerves. J Allergy Clin Immunol. 2016;138(2):500-508. 5. Horimukai K, Morita K, Narita M, Kondo M, Kitazawa H, Nozaki M, Shigematsu Y, Yoshida K, Niizeki H, Motomura K, Sago H, Takimoto T, Inoue E, Kamemura N, Kido H, Hisatsune J, Sugai M, Murota H, Katayama I, Sasaki T, Amagai M, Morita H, Matsuda A, Matsumoto K, Saito H, Ohya Y. Application of moisturizer to neonates prevents development of atopic dermatitis. J Allergy Clin Immunol. 2014;134(4):824-830. 6. Lacouture ME, Mitchell EP, Piperdi B, Pillai MV, Shearer H, Iannotti N, Xu F, Yassine M. Skin toxicity evaluation protocol with panitumumab (STEPP), a phase II, open-label, randomized trial evaluating the impact of a pre-Emptive Skin treatment regimen on skin toxicities and quality of life in patients with metastatic colorectal cancer. J Clin Oncol. 2010;28(8):13517. 7. Moggio E, Arisi M, Calzavara-Pinton P. A randomized split-face clinical trial of daylight photodynamic therapy with methyl aminolaevulinate vs ingenol mebutate gel for the treatment of multiple actinic keratoses of the face and scalp. Photodiagnosis Photodyn Ther. 2016 Aug 13. pii: S1572-1000(16)30059-X. doi: 10.1016/j.pdpdt.2016.08.005. 8. Simpson EL, Chalmers JR, Hanifin JM, Thomas KS, Cork MJ, McLean WH, Brown SJ, Chen Z, Chen Y, Williams HC. Emollient enhancement of the skin barrier from birth offers effective atopic dermatitis prevention. J Allergy Clin Immunol. 2014;134(4):818-23. 9. van Zuuren EJ, Fedorowicz Z, Carter B, van der Linden MM, Charland L. Interventions for rosacea. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Apr 28;(4):CD003262. 10. Vaubel J, Livingstone E, Schadendorf D, Zimmer L. Retarded low-dose doxycycline for EGFR or MEK inhibitor-induced papulopustular rash. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2014;28(12):1685-9. DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE | 15


GALDERMA EM FOCO

Skin Pact Awards Programa reconhece iniciativas de dermatologistas voltadas para a melhoria da saúde da pele de indivíduos em todo o mundo Por Luciana Rodriguez

O

Skin Pact Awards é um programa de premiação que reconhece iniciativas desenvolvidas por médicos dermatologistas e direcionadas à melhoria da saúde da pele de indivíduos em comunidades de todo o mundo. O intuito do programa é estimular o desenvolvimento de projetos sociais e comunitários, sempre priorizando a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes. Patrocinado pela Galderma, ele engloba duas categorias: 1. Liderança Comunitária – categoria que inclui projetos comunitários com o objetivo de melhorar a vida dos pacientes com doenças de pele. 2. Excelência em Educação – categoria que abrange iniciativas destinadas a educar o público e a comunidade médica sobre problemas de saúde da pele. Com esse prêmio, a Galderma busca colaborar na construção de uma comunidade dermatológica responsável e sustentável em todo o mundo. A boa adesão e a expressividade do programa em sua primeira

16 | DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE

edição, realizada no Congresso Mundial de Dermatologia de 2015, na cidade de Vancouver, Canadá, impulsionaram sua continuidade. O Skin Pact Awards 2016 teve como foco a América Latina e foi uma excelente oportunidade para reconhecimento e apoio a projetos de responsabilidade social no contexto da dermatologia dessa região. O Brasil teve uma participação expressiva: mais de 35% dos trabalhos recebidos e três finalistas eram de profissionais brasileiros. A premiação foi feita através das avaliações de um júri técnico e da votação online pela classe dermatológica. Em 2016, a cerimônia de premiação aconteceu no Congresso IberoAmericano de Dermatologia (CILAD), realizado em outubro, na Argentina. Foram quatro vencedores – dois na categoria Liderança Comunitária e dois em Excelência em Educação. Cada um deles recebeu um subsídio de 10 mil dólares para auxiliar no desenvolvimento dos seus respectivos projetos.

FINALISTAS SKIN PACT AWARDS 2016 Entre os dez projetos finalistas, havia brasileiros. Na categoria Liderança Comunitária, destacaram-se o do Dr. Fábio Francesconi do Valle, com o tema “Pemphigus foliaceous endêmico (PFE): integração da medicina indígena tradicional e a dermatologia como um modelo de cuidado com a saúde”, e o trabalho da Dra. Sulamita Costa Wirth Chaibub, denominado “Projeto Araras”. Em Excelência em Educação, a finalista brasileira foi a Dra. Elisangela Pegas, com uma abordagem sobre “Diagnóstico precoce prevenindo deficiência física e combatendo o preconceito em hanseníase”. O trabalho do Dr. Francesconi, professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e coordenador da residência médica em Dermatologia da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, em Manaus (AM), mostrou o impacto do PFE em uma população indígena e a necessidade de uma integração multidisciplinar

entre a dermatologia e a antropologia. Dessa forma, foi possível estabelecer o conceito da doença, bem como melhorar o tratamento de patologias crônicas. “O objetivo do projeto foi criar uma estratégia para atender os indígenas, tendo como modelo o PFE. Formamos uma equipe multidisciplinar e buscamos integrar os conceitos fisiopatológicos do PFE com a medicina indígena tradicional. Atendendo esses pacientes indígenas, pudemos observar o contraste entre as concepções biomédicas e antropológicas do conceito da doença. A objetividade atribuída ao profissional de saúde é considerada a principal causa de falta de adesão ao tratamento e suas consequências”, relata Dr. Francesconi. Ele aponta alguns indicadores de sucesso do projeto, tais como formação de equipes multidisciplinares; aceitação da equipe por agentes profissionais e indígenas; formação de agentes de saúde indígenas; formação de profissionais médicos na cosmologia e na saúde; criação de


um fluxograma de serviços viável para autoridades de saúde; criação de canais de telessaúde; e maior aderência ao tratamento. Outro destaque do programa Skin Pact Awards 2016 foi o projeto da Dra. Sulamita Chaibub, médica dermatologista do Ministério da Saúde. Dra. Sulamita se interessou pelo Skin Pact Awards através de representantes da Galderma, que a estimularam a participar dessa iniciativa. Segundo ela, era uma oportunidade ímpar para trazer à discussão o xeroderma pigmentoso (XP), uma condição rara que causa diversos problemas aos que sofrem com essa patologia, incluindo a maior vulnerabilidade ao câncer de pele. “O xeroderma pigmentoso é uma doença genética rara, sem cura até o momento. Nossa equipe multidisciplinar vem trabalhando arduamente para aprimorar o diagnóstico clínico e genético, bem como para buscar tratamentos que minimizem o sofrimento dos pacientes no desenvolvimento de neoplasias malignas, causadas por erros

no reparo do DNA lesado pela irradiação solar. Temos um artigo, recém-publicado no British Journal of Dermatology, que caracteriza geneticamente portadores de XP do povoado de Araras, em Faina, Goiás”, conta a médica. “O Skin Pact Awards é um incentivo para continuarmos os trabalhos e as pesquisas em andamento e evidencia que a Galderma está preocupada em colaborar com essas pesquisas. Além disso, ele proporciona a visibilidade desses trabalhos para a comunidade médica e científica”, conclui. Outro trabalho brasileiro finalista abordou o diagnóstico precoce e o preconceito em relação à hanseníase. A responsável pelo trabalho, Dra. Elisangela Pegas, coordenadora dos Ambulatórios de Fototerapia, Hanseníase e Doenças Bolhosas da Residência de Dermatologia da PUC-Campinas, contou que o programa da Galderma chamou sua atenção especialmente porque ela trabalha com residentes e considera importante incentivar o envolvimento deles nesse tipo de

iniciativa. “Gosto de despertar nos residentes a empatia, o interesse por projetos sociais, os estudos e a pesquisa”, afirma. Dra. Elisangela lembra ainda que o objetivo do projeto foi orientar a população e os profissionais da saúde quanto à hanseníase, que ainda é uma doença infectocontagiosa que atinge muitas pessoas no Brasil e no mundo e carrega um estigma muito forte, devido à sua história. “Tínhamos em mente propagar informações sobre a doença, de forma a diminuir o preconceito contra seus portadores. Esse projeto é de fundamental importância no diagnóstico e no tratamento precoce, evitando-se sequelas e levando os pacientes à inclusão ou reinclusão social”, comenta.

Categoria Liderança Comunitária: Dr. Julio Cesar Salas (México): As crianças borboletas do México (voto Comunidade Médica). Dr. Roberto Estrada (México): Teledermatologia, novos caminhos em dermatologia em comunidade no México (voto Júri).

PREMIAÇÃO Esses três trabalhos brasileiros ficaram entre os dez finalistas do Skin Pact Awards 2016 e, embora não tenham sido premiados, tiveram grande destaque entre tantos outros projetos inscritos. Os vencedores, anunciados durante o CILAD, foram:

SKIN PACT AWARDS 2017 Em 2017, o Skin Pact Awards tem como foco a região da Ásia-Pacífico, e a votação pela comunidade médica ocorrerá entre os dias 18 de abril e 16 de junho de 2017. Para conhecer mais sobre o programa, acesse: www.galdermaskinpact.org.

Categoria Excelência em Educação: Dra. Maria Ivonne Arellano (México): Dermalearning: Educação para todos (voto Comunidade Médica). Dr. Jaime Piquero Martín (Venezuela): Ensino à distância e conteúdo de alta qualidade em dermatologia utilizando a plataforma “Piel Latinoamericana” (voto Júri).

DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE | 17


AGENDA

MARÇO 3 A 7 DE MARÇO ORLANDO, FLÓRIDA – EUA 75th Annual Meeting of the American Academy of Dermatology (AAD 2017) www.aad.org/meetings/annual-meeting

ABRIL 18 A 22 DE ABRIL BUENOS AIRES – ARGENTINA XII International Congress of Dermatology – International Society of Dermatology (ISD) www.icd2017.com.ar

MAIO 4 DE MAIO SÃO PAULO, SP – BRASIL 1º Simpósio de Imunobiológicos e 9º Simpósio Nacional de Psoríase www.sbd.org.br/eventos/1o-simposio-deimunobiologicos-e-9o-simposio-nacional-de-psoriase/ 5 E 6 DE MAIO SÃO PAULO, SP – BRASIL 9º Teraderm – SBD www.sbd.org.br/eventos/9o-teraderm-sbd 25 A 28 DE MAIO BRUXELAS – BÉLGICA 14th EADV Spring Symposium eadvbrussels2017.org

JUNHO 14 A 17 DE JUNHO SÃO PAULO, SP - BRASIL 29º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica (CBCD) www.saopaulo2017.com.br/

26 A 29 DE MAIO BOGOTÁ – COLÔMBIA 35ª RADLA – Reunião Anual de Dermatologistas Latino-Americanos www.radla2017.com

18 | DERMA HIGHLIGHTS & SCIENCE



SEM MANCHAS NA AUTOESTIMA DO PACIENTE. A tripla combinação referência para o tratamento 1 do Melasma no Brasil e aprovado pelo FDA* Rápida redução da hiperpigmentação desde a 1ª semana2 Seguro e eficaz no tratamento a longo prazo – 12 meses3

TRI-LUMA® (hidroquinona 40 mg/g, fluocinolona acetonida 0,1 mg/g, tretinoína 0,5mg/g) Creme MS 1.2916.0048. USO ADULTO. USO TÓPICO INDICAÇÕES: indicado para tratamento de curta duração do melasma (escurecimento da pele do rosto, especialmente nas bochechas e na testa) de moderado a grave. Os primeiros resultados aparecem geralmente após 4 semanas de tratamento. CONTRAINDICAÇÕES: Hipersensibilidade, alergia ou intolerância aos componentes do produto. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: evitar sabonetes ou higienizadores medicamentosos ou abrasivos ou com efeito ressecante, produtos com alta concentração de álcool e adstringentes e outros medicamentos irritantes ou queratolíticos, durante o tratamento com Tri-Luma. Deve-se ter cautela com o uso concomitante de medicamentos sabidamente fotossensibilizantes. ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES: Hidroquinona e tretinoína podem provocar irritação leve a moderada no local de aplicação, tal como avermelhamento da pele, descamação, sensação leve de ardência, ressecamento e prurido (coceira). O avermelhamento transitório da pele ou sensação leve de ardência não é motivo para interromper o tratamento. Se ocorrer reação sugerindo hipersensibilidade ou irritação química, o uso do medicamento deve ser descontinuado. Os pacientes devem minimizar a exposição ao sol e a fontes artificiais de ultravioleta. Tri-Luma contém o corticosteroide fluocinolona acetonida. A absorção sistêmica de corticosteroide tópico pode produzir uma supressão reversível do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal (HPA), com potencial para insuficiência glicocorticoide após a retirada do tratamento. Pode também ocorrer manifestações da síndrome de Cushing, hiperglicemia e glicosúria após absorção sistêmica do corticosteroide tópico. Se for notada supressão do eixo HPA, o uso de Tri-Luma deve ser descontinuado. Geralmente, após a descontinuação dos corticosteroides tópicos ocorre a recuperação da função do eixo HPA. Gravidez: Categoria C – deve ser usado durante a gravidez somente se os benefícios potenciais justificarem o risco potencial para o feto. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Lactação: Os corticosteroides, quando administrados sistemicamente, aparecem no leite materno. Não se sabe se a aplicação tópica de Tri-Luma pode resultar em absorção sistêmica suficiente para produzir quantidades detectáveis de seus componentes. Deve-se ter cautela quando Tri-Luma for administrado em mulheres lactantes, devendo-se evitar o contato do produto com a criança durante a amamentação. Uso em idosos: Em geral, a seleção de dosagem para pacientes idosos deve ser feita com cautela, geralmente iniciando com dose mais baixa, em função da maior frequência de problemas na função hepática, renal ou cardíaca, doença concomitante ou outras terapias medicamentosas. REAÇÕES ADVERSAS: muito comum – eritema, descamação, ardência, ressecamento, prurido; comum – acne, parestesia, telangiectasia, hiperstesia, alteração de pigmentação, irritação; incomum – pápulas, acne ligada a rash cutânea, rosácea, boca seca, rash, vesículas. POSOLOGIA E MODO DE USAR: aplicar uma vez por dia à noite, pelo menos 30 minutos antes da hora de deitar. Lavar delicadamente o rosto e o pescoço usando um higienizador suave. Enxaguar e secar com toalha. Aplicar uma camada fina do creme sobre as áreas pigmentadas do melasma, incluindo cerca de ½ centímetro de pele normal ao redor da lesão. Massagear sobre a pele. Não cobrir ou utilizar curativos oclusivos. Durante o dia, recomenda-se o uso de filtro solar FPS 30 e roupas protetoras. Evitar a exposição solar excessiva. Tri-Luma mostrou-se seguro para uso intermitente (não contínuo) durante até 6 meses. Exclusivamente para uso externo. Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Código: 099172794 / DEZ 2016. Referências *Medicamento referência de acordo com registro da Anvisa. 1. Food and Drug Administration – órgão regulamentador dos Estados Unidos que faz o controle dos alimentos e medicamentos. 2. Verganini Al, Filho SSG, Nogueira AT, et al. Avaliação da eficácia e segurança do tratamento com tripla combinação de hidroquinona 4%, fluocinolona acetonida 0,01% e tretinoína 0,05% (Tri-luma®) comparado com a tripla combinação de hidroquinona 4%, fluocinolona acetonida 0,01% e tretinoína 0,05% (Vitacid Plus®) em pacientes com melasma. Act Terap Dermatol.2010;33:1-8. 3. Torok HM. A Comprehensive Review of the Long-Term and Short-Term Treatment of Melasma with a Triple Combination Cream.Am J Clin Dermatol 2006; 7(4): 223-230.

MATERIAL EXCLUSIVO PARA MÉDICOS. PROIBIDA A REPRODUÇÃO.

099991619


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.