2022 | ArtRio | Galeria Estação

Page 1

GALERIA ESTAÇÃO

- D1

As composições de André Ricardo apresentam um amplo repertório de imagens de sua infância que se fundem com sua paisagem e se resignificam nas vivências cotidianas. As pinturas tendem a ser icônicas e ambíguas com um gesto de suspensão do tempo, convi dando o observador a projetar seu próprio repertório imagético.

O interesse pela expressividade da cor na pintura e sua fisicalidade no espaço são aspec tos da obra fortemente influenciados por pintores consagrados como Henri Matisse e Mark Rothko e referências brasileiras como Alfredo Volpi, Rubem Valentim e Abdias do ONascimento.vocabulário cromático brilhante e festivo que caracteriza as obras está diretamente ligado ao uso da têmpera de ovo, técnica que André Ricardo pesquisa há cerca de dez anos. A pintura se inicia na escolha do linho ou da madeira como suporte a ser prepara do. Esse complexo processo pré-industrial permite ao artista uma sensibilidade mais pro funda em relação às cores, ampliando seu controle sobre seus efeitos na superfície.

André Ricardo

André Ricardo nasceu em 1985 na cidade de São Paulo onde vive e trabalha atualmente. Formado em Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, realizou diversas exposições individuais e coletivas no Brasil, Portugal e Espanha.

André Ricardo realizou um poderoso campo de investigação em torno de uma herança plástica ancestral que o atravessa como latino-americano, brasileiro e afrodescendente. Essas manifestações estéticas, que vão além das referências canônicas da historiografia da arte, ampliaram seu leque de possibilidades para pensar a pintura. O artista pinta o vernáculo brasileiro através de imagens da natureza, arquitetura e símbolos baseados em uma inteligência plástica sofisticada.

André Ricardo Sem título, 2022 têmpera ovo sobre linho 180 x 130 cm | 70.87 x 51.18 in VENDIDO

André Ricardo Sem título, 2022 têmpera ovo sobre linho 200 x 140 cm | 78.74 x 55.11 in VENDIDO

André Ricardo Sem título, 2022 têmpera ovo sobre linho 105 x 85 cm VENDIDO

Amadeu Lorenzato

Pintor e escultor. Começa a trabalhar como ajudante de pintor em 1910, exercendo o ofício até 1920, quando se muda com a família para Arsiero (Itália), onde trabalha como pintor de paredes na reconstrução da cidade. Em 1925, matricula-se na Reale Accademia delle Arti, em Vicenza. No ano seguinte, muda-se para Roma, onde permanece dois anos em companhia do pintor e cartazista holandês Cornelius Keesman, com quem desenha nos fins de semana. Em 1928, ambos decidem viajar de bicicleta ao leste europeu, pas sando por Áustria, Eslováquia, Hungria, Bulgária e Turquia. Finda a viagem em 1930, o artista separa-se de Cornelius e muda para Paris, e trabalha na montagem dos pavilhões da Exposição Internacional Colonial. Um ano depois, retorna à Itália onde fica até abril de 1948, data em que volta ao Brasil. Trabalha, em 1949, na montagem dos estandes para a Exposição de Indústria e Comércio, realizada no Hotel Quitandinha, de Petrópolis, depois, muda-se com a família para Belo Horizonte e exerce o ofício de pintor de paredes até 1956. Impedido de continuar na construção civil devido a um acidente, dedica-se inte gralmente à pintura. Em meados da década de 1960, apresenta alguns trabalhos ao críti co Sérgio Maldonado, que, por sua vez, apresenta-o a Palhano Júnior, organizador da primeira exposição individual de seus trabalhos, realizada em 1967.

Amadeu

Lorenzato Sem título, s/d Óleo sobre Eucatex 39.5 x 54 cm | 15.55 x 21.26 in R$ 280.000,00

Amadeu Lorenzato Sem título, 1970 Óleo sobre Eucatex 30 x 23 cm | 11.8 x 9.05 in R$ 250.000,00

Aurelino dos Santos

Aurelino dos Santos que trabalha primordialmente com a pintura, tendo também experi mentado outros suportes, como a tapeçaria. Suas obras, onde a geometrização é a car acterística mais marcante, são representações de uma arquitetura idealizada de planos, formas e cores. O artista plástico constrói paisagens, vistas ao mesmo tempo de perfil e de cima, com cores fortes e um misto de referências variadas, passando por barroco, concretismo e neoconcretismo. Tendo já ultrapassado os 70 anos de idade, Aurelino, que vive numa casa de extrema simplicidade nos arredores de Ondina, bairro de Salvador, produz arte compulsivamente. Não sabe ler, nem escrever, apenas grafa o nome como se desenhasse, e tem grande dificuldade de penetração no universo da linguagem. Acom panhado de uma loucura de razões desconhecidas e até misteriosas, caminha pelas ruas falando sozinho e recolhe materiais diversos que servem de molde para os traçados inici ais de suas obras. Tudo nas obras de Aurelino dos Santos é geometria. As paisagens re tratadas pelo artista, que traduzem a vida urbana de uma maneira única, são formadas por triângulos, círculos e formas retangulares. A organização dessas formas em seus quadros – os quais, aliás, nunca guarda – provoca questionamentos profundos, já que é a desorganização que parece dominar sua mente.

Aurelino dos Santos Sem título, 1978 Óleo sobre tela 46 x 38 cm | 18.11 x 15 in R$ 62.000,00

Aurelino dos Santos Sem título, 1979 Óleo sobre tela 42 x 49.5 cm | 16.54 x 19.49 in R$ 62.000,00

Sem título, 1996

Aurelino dos Santos

Sem título, 1979 Óleo sobre tela 50 x 40 cm | 19.68 x 15.74 in R$ 62.000,00

Técnica mista sobre madeira 55 x 55 cm | 21.65 x 21.65 in R$ 62.000,00

Aurelino dos Santos

De nascimento gaúcha, em 1957 Conceição Freitas da Silva se transfere para Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde passará toda a sua vida, e de onde a sua arte sintética e severa se irradiou para o conhecimento dos grandes centros culturais do país. Tra balhando na roça, casada com o artista Abílio Antunes, mãe de dois filhos, semi-alfabet izada, mesmo os serviços pesados do dia-a-dia - rachar lenha, plantar, cozinhar - não im pediram que criasse um dos mais fortes imaginários da cultura brasileira de fonte popu lar: os bugres. Esculpiu o primeiro em uma cepa de mandioca, depois passou para a ma deira. Um sonho lhe revelou a técnica da cera amarela, com que revestia seus bugres.

Conceição dos Bugres

Considerada pela crítica Aline Figueireido (1979) a principal escultora de Mato Grosso, seu trabalho emblemático, brutalista, revela uma pesquisa permanente da forma, como se o bugre fosse o ícone da indagação permanente de uma identidade própria - a dela, a nossa.

Conceição dos Bugres Sem título, s/d Escultura em Madeira 26 x 23 x 24 cm VENDIDO

Desenhista, gravadora, pintora e escultora. Estuda ciências sociais na Universidade Fed eral do Rio de Janeiro - UFRJ e gravura na Escolinha de Arte do Brasil. Muda-se para São Paulo em 1983. Cursa artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, entre 1985 e 1989, e conclui, em 2002, o mestrado em poéticas visuais pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, com a dissertação Lugares do Desenho, com orientação de Marco Giannotti (1966). Em 1989, recebe a bolsa Ateliê II da Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo; o prêmio aquisição no 1º Prêmio Canson, do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, em 1989, e na Bienal Nacional de Santos, São Paulo, em 1993. Em 2004, recebe aBolsa Vitae de Artes, da Fundação Vitae. A pesquisa de novos materiais é uma das principais características do trabalho da artista.

Germana Monte-Mór

Germana Monte-Mór Sem título, 2005 Feltro, veludo e madeira 71 x 51,5 cm | 27.95 x 20.07 in R$ 25.000,00

Germana Monte-Mór

Série Guanabara III, 2020 Tinta óleo e pigmento sobre tela encartonada 88 x 260 cm | 34.64 x 102.36 in R$ 52.000,00

GTO, como prefere ser conhecido o escultor Geraldo Teles de Oliveira, é originário de uma família pobre. Trabalhando como guarda noturno, o artista tem visões, nas quais as es culturas que deveria realizar lhes são mostradas. Como nota o crítico Roberto Pontual, sem nunca ter feito qualquer trabalho de escultura, o artista começa, em torno de 1965, a desbastar grandes peças de madeira.

Em suas esculturas, o artista aborda temas variados, como as festas religiosas e as danças do interior de Minas Gerais. GTO é o precursor de um estilo e uma prática da es cultura em madeira que passam a ser realizados por toda uma série de artistas que atuam na região de Divinópolis, em Minas Gerais. Como nota ainda Pontual, sua produção final passa por inevitáveis simplificações, sofrendo uma atenuação da complexidade de seu registro simbólico.

Os personagens possuem, muitas vezes, traços e indumentárias populares e também lembram ex-votos. São utilizados para preencher todo o interior de peças como as rodas mágicas ou mandalas, que o artista denomina Rodas-Vivas. Ainda segundo Pontual, em seus blocos escultóricos, GTO associa o registro de fontes populares com a emergência de arquétipos do inconsciente coletivo.

G.T.O. - Geraldo Teles de Oliveira

Emprega constantemente o cedro-vermelho, a maçaranduba-amarela e o vinhático. Em suas obras, parte da figura humana, utilizada de forma esquemática e repetida, em estru turas geométricas, como o retângulo e o círculo. Usando freqüentemente o formão e o canivete, escava a madeira com energia e precisão. Cria efeitos surpreendentes, ex plorando os cheios e vazios e o ritmo conferido pela sucessão de figuras em suas obras.

Sem

G.T.O. - Geraldo Teles de Oliveira título, s/d escultura em madeira 192 x 94 x 06 cm | 75.59 x 37 x 2.36 in R$ 320.000,00

Julio Villani mistura “referências históricas da visualidade (concreto - padrões constru tivos, abstratos, surrealistas, geométricos sensíveis dos povos indígenas brasileiros e im aginário popular) com a expansão de diretórios - gráficos, fotográficos, cromáticos e tridi mensionais - para emborcar objetos utilitários de montagem, interferir com imagens pré-existentes”. Desde o final dos anos 90, ele participa de muitas exposições na França e no Brasil.

Julio Villani

Nascido em Marília, no Brasil, Julio Villani trabalha e vive em Paris desde 1982. Desde a infância, começou a aprender arte no estúdio de seu vizinho, que restaurava painéis e pinturas de igrejas. Julio Villani estava em uma busca nômade e artística que alimentou sua subjetividade e a dinâmica de seu trabalho. Depois de estudar na faculdade de arte de São Paulo, ele foi para a Amazônia “para ver as fontes da geometria indiana” e contin uou a pesquisa em museus europeus como o Louvre, a Galeria Nacional ou o Prado, para ver obras conhecidas desde a infância graças a fotografias. Ele estudou na Watford School de Londres e na Beaux-Arts de Paris antes de receber , em 1993, a bolsa Leonar do da Vinci do Ministério da Cultura e da Francofonia.

25 x 16 x 8,5 cm | 9.84 x 6.29 x 3.14 in (direita) R$ 54.000,00

Julio Villani

Pássaro, 2019

Objeto, madeira, arame e acrílica

21 x 14 x 9,5 cm | 8.26 x 5.51 x 3.54 in (esquerda)

Laerte Ramos

Laerte Ramos (São Paulo, SP, 1978) destaca-se no panorama da arte contemporânea brasileira especialmente pela produção em cerâmica e em gravura. Trabalha ainda com diversas linguagens como o vídeo, a instalação, a performance e a ação urbana. Gradua do em artes plásticas pela Fundação Armando Alvares Penteado (2001), as pesquisas por ele empreendidas têm como principal eixo condutor os meios reprodutivos da imagem, as seriações em diferentes suportes e a relação com as cidades em que são pro duzidas ou expostas. Seus trabalhos excedem o caráter de meras peças unitárias e cruzam diferentes linguagens para modificar o compreensão destas e do espaço em que se Desdeinserem.asegunda metade da década de 1990, Laerte Ramos tem participado de impor tantes mostras coletivas e, nos últimos 20 anos realizou diversas exposições individuais, no Brasil e no exterior. Participou de diversos programas de residência artística (França, Suíça, Holanda, Portugal e China) e foi contemplado com diversos prêmios, dentre os quais podem ser destacados o Prêmio Lelocleprints (2004), o Prêmio Marcantônio Vilaça –Pró Cultura/ MinC (edições de 2012 e 2013), e o Prêmio Mostras de Artistas no Exteri or – Fundação Bienal de São Paulo/ Phoenix Institute of Contemporary Arts (2011).

Recentemente representou o Brasil na Expo Milano 2015 com uma grande instalação de cerâmica que ocupou o Octógono da Pinacoteca de São Paulo no ano anterior. Vive e tra balha em São Paulo.

105 x 142 cm | 41.33 x

Laerte Ramos #004, 2022 de carneiro tingida 55.90

Omenvulcanic

in R$ 36.000,00

Ramos Omenvulcanic #003, 2022 Lã de carneiro tingida 102 x 149 cm | 40.15 x 58.66 in R$ 36.000,00

Laerte

Santídio Pereira

Nascido num pequeno povoado no interior do estado do Piauí, nordeste brasileiro, desde criança Santídio Pereira já demonstrava aptidão com as artes através das atividades soci oeducativas do Instituto Acaia. O interesse pela xilogravura foi tomando corpo e atual mente é o principal suporte de sua pesquisa artística, cuja característica mais importante é a utilização de diversas matrizes em uma mesma composição, técnica ao qual ele de nomina “incisão, recorte e encaixe”, o que subverte a função da multiplicidade tão carac terística da gravura. Dessa forma, as impressões sobrepostas acumulam camadas espes sas de tinta em cores diferentes para recriar elementos da sua memória afetiva, como a fauna, flora, pessoas e objetos que fizeram parte de seu contexto. Dentre seus trabalhos mais emblemáticos estão os pássaros da Caatinga do Piauí e as bromélias da mata atlân tica.

Santídio Pereira Sem título, 2019 Monotipia sobre papel chinês Wenzhou 140 x 100 cm | 55.11 x 39.37 in R$ 35.000,00

Santídio Pereira

Sem título, 2019 Monotipia sobre papel chinês Wenzhou 140 x 96 cm | 55.11 x 37.79 in R$ 35.000,00

Santídio Pereira Sem título, Xilogravura2022impressa em papel 100% de algodão e ph neutro 73 x 173 cm | 107.4 x 68.11 in VENDIDO

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.