Emília Nadal

Page 1

EMÍLIA NADAL O Tempo e a Forma

SÃOMAMEDE GALERIA DE ARTE



Maio / Junho 2015 10 Quatro Estaçþes 2015 Pintura e desenho sb tela 140x100cm



04 Calendário (Junho) 2010 Desenho a tinta sb Tela 23x80cm

05 Calendário (Maio-Junho) 2010 Desenho a tinta sb Tela 23x80cm

Um pintor que muito admiro, por seu imaginário que é único entre nós, a cer ta altura da vida acolheu-se ao seu Minho natal e desatou a desenhar, de minúcia e aplicação, os pauzinhos que achava na praia de Moledo. Porquê? Todos os amigos de Lisboa lhe perguntaram e, imprimindo-lhe um dos pauzinhos que me mandou, em extra-texto de uma revista que dirigia, lho perguntei também, pedindo explicações e esperando resposta para publicar. Ela veio e foi assim: que “desenhava, começava a desenhar ou falava em desenhar pauzinhos porque andava cansado da imaginação e apetecia-lhe uma humildade que não tinha”. Cinquenta e três anos depois, exatamente, quase exatamente se reproduz a coisa – o que é com cer teza bom sinal. O pintor era o António Pedro e ele é agora a Emília Nadal, sem Minho nem praia na aplicação, mas detenção também, num longo caminho de imaginário poético que andou (e eu lhe apresentei) por ver tiginosas perspectivas aéreas, figuras

estranhas, ou ironias muitíssimo sociais sobre o país em que ambos (e eu também), viveram, vivem ou vivemos – etc, etc. De sensibilidade discreta, num desenho bem aprendido para poder ser esquecido e muito bem, se trata agora e aqui. Os pauzinhos atentos do outro pintor poeta viraram raminhos floridos ou não, quebrados de haste ou encurvados delicadamente, assim ou assim. Seja como for, e sempre em “calendário”, “estações” de seus títulos, quer dizer tempo necessário – o caso é o que é, uma situação poética não à “posteriori” como poderia parecer, mas no tempo cer to de o fazer, com idênticas coisas observadas mais de per to dos olhos e da mão desenhadora. ... Que assim também vai poesia, vivida e entendida, que ao ar tista humildemente apetece, sem dar satisfações a quem de coisas mais vistosas, de brocha largas ou formas encarrapitadas, julgue precisar, em paredes de museus ou centros comerciais. José-Augusto França | Maio 2015


02 Metamorfose (Agapanto) 2014 Desenho a tinta sb tela 4 x 30x30cm


08 Calendário (Novembro-Dezembro) 2010 Desenho a tinta sb Tela 27x147cm

09 Calendário (Junho-Julho) 2010 Desenho a tinta sb Tela 23x125cm

EMÍLIA NADAL Nota Biográfica Natural de Lisboa, licenciou-se em Pintura na ESBAL em 1960. Recebeu os Prémios Anunciação e Lupi de Pintura da Academia Nacional de Belas Artes (1959) e uma Bolsa da Fundação Gulbenkian para o projecto “Embalagens para Conteúdos Naturais e Imaginários Liofilizados”, que desenvolveu nas áreas da pintura, desenho, gravura, objectualismo e videoperformance (1976-1979). Menção do XVI Prémio Internacional de Desenho Joan Miró (1977). Realizou cenários para o Ballet Gulbenkian e Teatro N. D. Maria II, um mural em betão para a Biblioteca João Paulo II, UCP em Lisboa, e numerosas exposições individuais e colectivas no país no estrangeiro. Expôs na Galeria S. Mamede em 1986, 1987, 1992 e está representada nas colecções do CAM- Fundação Gulbenkian; do Museu de Arte Moderna, Fundação de Serralves no Porto; do Museu de Arte Moderna, Fundação Berardo e do Museu Nacional do Teatro, em Lisboa; da C.G.D. e do B.C.P.; da Galeria de Arte Contemporânea do Funchal e do Núcleo de Arte Contemporânea, doação de José-Augusto França, em Tomar. Preside à Mesa da Assembleia Geral da Sociedade Nacional de Belas Artes. Exposições recentes (selecção) Individuais 2005 – Angra do Heroísmo. Palácio dos Capitães Generais. “Canção da Terra”. Ponta Delgada. Academia das Artes dos Açores. 2005 - Tomar. Galeria dos Paços do Concelho. Exposição Antológica 1973-2005. 2006 – Silves, Museu Municipal de Arqueologia. “Landscapes” 1972-2006 (Antológica). 2009- Lamego, Casa do Poço. “Transparências”. Exposição e Colóquio. 2011- Cascais, Centro Cultural de Cascais, Fundação D.Luis I. “Tudo o que Acontece”. 2011 - Castelo Branco, Centro Cultural de Castelo Branco.”Metáforas do Feminino”. 2013– Viana do Castelo, Museu de Artes Decorativas. “Tempo de Ver”. 2015 – Setúbal, Museu de Arqueologia e Etnologia do Distrito de Setúbal. “Imperativos 19702015. O Tempo e as Circunstâncias”. Lisboa, Galeria S. Mamede.“O Tempo e a Forma”.

Colectivas 2004 - “Pop Art & Co.” Bunka Mura Museum, e outros Museus; Japão. “50 Anos de Arte Portuguesa”, Fundação Gulbenkian, Lisboa. 2008- “You Can´t Go Home Again.”, Museu da Marioneta, Lisboa. “25º Aniversário de Fundação de Serralves”, Porto. 2010- “Anos 70 – Atravessar Fronteiras” CAM- Fundação Gulbenkian, Lisboa. “Tudo o que é sólido dissolve-se no ar. O social na Colecção Berardo”, CCB, Lisboa. 2012“Riso: uma exposição a sério”, Museu da Electricidade-Fundação EDP, Lisboa. “Um TextoUma Obra– Homenagem a Fernando de Azevedo”, SNBA, Lisboa. 2013- “Sob o Signo de Amadeo. Um Século de Arte nos 25 Anos do CAM”, Fundação C.Gulbenkian, Lisboa. 2014- “A Liberdade da Imagem: Design e Comunicação Visual em Portugal 19741986”, Casa Museu Guerra Junqueiro, Porto. “Arte Hoje”, S.N.B.A., Lisboa. Bibliografia (selecção) Emília Nadal, Manuel Rio-Carvalho, Ed. IN//CM, Col. Arte e Artistas, 1986, Lisboa. Emília Nadal, Pintura de Memórias,Vários autores. Ed. Cão Menor, 2011. Summa Artis- Historia General del Arte, José-Augusto França, J.L. Morales – Wifredo Rincón, 10 Anos de Artes Plásticas e Arquitectura em Portugal 1974-1984, Rui Mário Gonçalves e Francisco da Silva Dias, Ed. Caminho, 1985, Lisboa. História de Arte em Portugal. O Modernismo, José-Augusto França, Ed. Presença Lisboa, 2004. Artes e Revolução 19741979, Gonçalo Couceiro, Ed. Livros Horizonte, 2004, Lisboa. Intelectuais Públicas Portuguesa; as musas inquietantes, Maria Laura Matos Bettencourt Pires, UCP Editora, 2010, Lisboa. Artes Plásticas e Crítica em Portugal nos Anos 70 e 80. Vanguarda e Pós-Modernismo, Isabel Nogueira, Ed. Imprensa da Universidade de Coimbra, 2013. “Transgressões do Belo. Invenções do feio na arte contemporânea portuguesa, Ana Nolasco, Ed. Graonauta, Associação Cultural, 2013. “Artistas Portugueses em Discurso Directo. Textos e Entrevistas sobre Arte Contemporânea”. Miguel Matos, Ed.Guerra e Paz, Lisboa, 2014.

Grafismo Galeria São Mamede • Texto Prof. Dr. José Augusto França • Fotografia Miguel Proença e Galeria São Mamede • Impressão Gráfica Vilar do Pinheiro • Tiragem 300 exemplares


R. MIGUEL BOMBARDA, 624 4050-379 PORTO TEL/FAX +351 226 099 589 M +351 934 388 500

www.saomamede.com galeria@saomamede.com

R. ESCOLA POLITÉCNICA, 167 1250-101 LISBOA TEL +351 213 973 255 FAX +351 213 952 385

na capa: 01 Sonata de Schubert 2015 Acrílico sb Tela 87x119cm

07 Sonata (Variações) 2005 Acrílico sb Tela 65x50cm

06 Sonata (Variações) 2005 Acrílico sb Tela 65x50cm

SÃOMAMEDE GALERIA DE ARTE


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.