NADIR AFONSO RENASCIMENTO OUTUBRO A NOVEMBRO 2009
SテグMAMEDE GALERIA DE ARTE
A filosofia idealista mete o acento tónico no sujeito.A filosofia materialista mete o acento tónico no objecto. Os artistas geniais pensam que estão expressando o seu mundo interior e apenas exprimem, com esforço de intuição, as leis da matemática geométrica.A essência da arte é, assim, descurada pelo crítico que não maneja, corpo a corpo, as formas da natureza. Já no catálogo da minha exposição na Maison des Beaux-Arts em Paris em Novembro de 1959, escrevia: «Ce qui rend expressive I' œuvre plastique soit objective ou inobjective ce sont les lois de proportions que la sensibilité pressent et assimile des formes géométriques élémentaires cercle, triangle, carré, etc. ... La création artistique est donc réalisée par cette faculté qui inconsciemment pousse les formes vers la rigueur élémentaire. L'intellect de I’ homme a ses préférences, mais n'est pas dans I’ art plastique une faculté créatrice.» Nadir Afonso
4. Foz, Pintura sb Tela, 80 x 135 cm
RENASCIMENTO ÓLEOS E GUACHES
SÃOMAMEDE GALERIA DE ARTE OUTUBRO A NOVEMBRO DE 2009
6. La Rochele, Pintura sb Tela, 94 x135 cm
Entre a liberdade e a disciplina, através do rigor criativo O século XX que Nadir percorreu atravessando fronteiras culturais e geográficas – de Chaves a Paris, do Centro da Europa ao Brasil – é o século de grandes rupturas científicas e de imensas aventuras tecnológicas: Albert Einstein, a electricidade, a Torre Eiffel, o aeroplano, etc.Também na vida social, o século é cortado por períodos contrastantes de extrema esperança nas promessas económicas do capitalismo monopolista com a crença no pleno emprego e num mundo de igualdade e de satisfação plena dos desejos materiais que foi abrupta e inacreditavelmente banida pelo fascismo, brutalmente interrompida por duas guerras que assolaram a civilização ocidental e questionaram todos os seus pressupostos. Encontramos em Nadir uma procura incessante da harmonia, é verdade, mas uma harmonia que não procura uma beleza “tradicional” ou naturalística, antes busca a excelência do rigor das formas, uma harmonia feita da extrema abstracção geométrica que o artista filosoficamente remete para leis da natureza. Com uma infância repleta de ruralidade nas suas intensas sensações físicas, e uma vida plena de aventura e descoberta, Nadir epitomiza a modernidade nas arters visuais, a par de grandes nomes como Kandinsky, Klee, Klimt, Vasarely. O seu pensamento filosófico providencia os fundamentos para olharmos e sentirmos a modernidade até à medula do trabalho de Nadir Afonso. Uma modernidade que tem por companhias Keynes, Comte, Huxley, Habermas, Galileu ou Marx, dispondo uma combinação entre racionalismo e métodos científicos a aplicar às questões que a humanidade enfrenta. Modernidade, enquanto projecto histórico ocidental que inciou no pós-feudalismo, um caminho para tudo medir, tudo mudar, tudo inovar. Reencontramos aqui também a modernidade crítica em Nadir na sua defesa e apologia do valor trabalho: Assim, o único mestre capaz de nos orientar na cultura da arte chama-se «trabalho»: manejo das leis pelas mãos e pela percepção. (1990: 72) “É no corpo a corpo com as coisas – ao trabalhar a natureza o homem é trabalhado por ela – que, segundo o materialismo, nasce a obra criativa.” “O criador não tem certamente um objecto para modelo de perfeição, mas tem as suas marcas – as condições da sua existência – que o moldam à sua imagem.” (1999: 48 e 49). A medição, uma das preocupações centrais do positivismo e, portanto, da modernidade, é também uma preocupação de Nadir Afonso que desenvolve: “Podemos perguntar o que é o tempo como perguntamos o que é o tamanho. […] O tamanho é uma abstracção: não o sinto de forma concreta; apenas o sinto como correspondência entre dados concretos…” (2000: 43) O artista reafirma que “a especificidade da obra de arte é de origem matemático-geométrica” e procura a perfeição e a harmonia nesse caminho. O rigor matemático oferece a tranquilidade, ainda que efémera, da precisão, do desejo humano de intimidade com a transcendência, com algo para lá de nós. Um olhar apressado classificará Nadir Afonso como epítome da arte abstracta da modernidade sociológica, onde a vida social, nos quotidianos que se pautaram por fundamentos dicotómicos foram perseguidos por uma ciência explicativa e preditiva que pretendeu disciplinar ordeiramente os sujeitos e os lugares, o tempo e o modo, o espaço e as funcionalidades. O artista desafia as dicotomias estruturantes da modernidade, entre as quais realçamos a oposição entre racionalidade e intuição ao desenvolver “Uma estética racional numa linha intuitiva”: “A criação artística distingue-se no entanto das operações geométricas desenvolvidas pelos geómetras; a partir das mesmas relações naturais, o artista intuitivo opera por ponderação e compensação dos espaços: integração e desintegração1; é a mesma exactidão, a mesma precisão matemática mas aqui irredutível às ciências constituídas. (1990: 72) Se desde 1943, o fenómeno da óptica lhe desperta interesse científico, é interessante ver como o seu trajecto de vida o conduz a Vasarely2, considerado o “pai” da OP-Art3. É sobretudo entre 1946 e 1948, depois de um período de expressão figurativa, queVictorVasarely decide optar por uma arte construtivista e geométrica abstracta e é nesta fase que Nadir toma contacto com ele. Logo a seguir, no período Black and White (década de 1950 e 60) este pintor e escultor húngaro vai conseguir introduzir pela primeira vez a sugestão de movimento sem haver movimento real. Esta forma de expressão artística cria uma nova relação entre artista e espectador/a, deixando este/a de ser “apenas” elemento contemplativo, passivo, para passar a ser sujeito activo da obra da sua contemplação4. O seu auto-retrato, que aliás tem uma história curiosa em seu redor, é uma imagem poderosa de outras paragens identitárias. Se Parte para Paris em 1946, logo após a II Guerra Mundial, ano em que o Portugal fascista se reorganiza e Salazar consegue anular as esperanças de liberdade que o final da guerra despertou, (trabalhou com Le Corbusier 1) O autor refere-se à “lei da integração e desintegração dos espaços” que desenvolveu em: Les Mécanismes de la Création Artistique, Éditions du Griffon; e em Le Sens de l’Art, Imprensa Nacional; Monografia de Nadir Afonso, Editora Bertrand. 2) Victor Vasarely, pintor e escultor húngaro radicado em França, nasceu em Pécs, Hungria, a 9 de abril de 1906 e morre em Paris, a 15 de março de 1997. 3) Op art, abreviatura de Optical art, consiste na forma de arte abstracta cujo dinamismo visual que cria efeitos de ilusão óptica nos/as espectadores/as. Caracteriza-se pelo uso sobretudo de ficaras geométricas permitindo a sensação de movimento e vibração quando o/a observador/a muda a posição do olhar. Liderado por Victor Vasarely e Bridget Riley este movimento artístico ganhou bastante popularidade na década de 1960. Bridget Riley foi, a par de Louise Nevelson eram das raras mulheres que conseguiram um lugar no extremamente masculino mundo artístico da década de 1960. 4) Posteriormente, a introdução da cor nos seus trabalhos vai permitir ainda um maior dinamismo, através do qual pretendeu retratar o universo inatingível das galáxias, a gigante pulsação cósmica e a mutação biológica das células. Os seus trabalhos são então essencialmente geométricos, policromáticos, multidimensionais, totalmente abstractos e intimamente ligados às ciências.
de 1946 até 1948) em 49 trabalha na Normandia, (volta a trabalhar com Le Corbusier em 1950 e em 51 parte para o Brasil) 1951 conhecemo-lo no Brasil, e Paris reencontra-o em 54, tendo aqui assistido ao Maio de 1968 como “observador”. Regressa a Portugal em 61 (passado pouco tempo regressar novamente a Paris) e a data 1965 marca a sua dedicação plena à pintura e o abandono da “profissão”. Mas a arquitectura já tinha deixado as suas marcas disciplinadoras e o caminho de Nadir já está determinado. Transformações, transições e nomadismos mórficos que encontramos nas cidades reduzidas à perfeição geométrica, onde são por vezes representadas fugidiamente por figuras que tentam retratar o incomensurável cultural que as preenche. Com Vasarely partilha este jeito, este talento de nos fazer participar na sua obra, seu olhar. Mas diferentemente do pintor e escultor húngaro, que exige o trabalho mecânico da nossa máquina óptica – apenas precisamos de mudar a posição do olhar para observar o movimento, o dinamismo – Nadir convoca outras capacidades do/a observador/a para partilharmos a contemplação de algumas obras: convoca o raciocínio e a memória, exigindo, para o êxtase total, um trabalho do sujeito observador que tem de depurar e organizar as formas e as cores da tela, transportando-as, modificando-as na sua mente, encontrando os lugares e a urbanidade que elas ecoam. As cidades, os lugares, são expressos por Nadir em formas que o/a observador/a tem que participar com o raciocínio e a memória para lá chegar. Embora tenha já afirmado diversas vezes que fez arquitectura contrariado, o certo é que podemos dizer que a aprendizagem deste “labirinto das contingências” – como já alguém, que não recordo, já chamou à arquitectura – e no exercício desta disciplina o disciplinou, lhe roubou o puro expressionismo que talvez tivesse seguido se prosseguisse o caminho da pintura na época, mas, em contrapartida, deu-lhe o que mais ninguém conseguiu, esta capacidade de nos pôr a trabalhar face a cada uma das suas telas, para encontrarmos a liberdade para além da disciplina. Com Nadir, a contemplação é uma alternância entre acção e passividade. A sua biografia é recheada de uma relação mal-amada com a arquitectura por uma paixão interdita pela pintura à qual só se entrega definitivamente em 1965.Todavia, a arquitectura permitiu-lhe trabalhar com Le Corbusier, em Paris, e com Óscar Niemeyer, no Brasil, e se consiste, como alguém já classificou num “labirinto das contingências”, o certo é que não podemos deixar de admirar o que esta disciplina fez por este grande expoente da pintura contemporânea. No entanto, Nadir não conviveu com os constrangimentos que ela impõe: “A criação duma obra arquitectónica requer qualidades muito especiais; o arquitecto enfrenta uma vertente íngreme e penosa no topo da qual assentam as suas mais importantes realizações. Mas, oh ilusão, essa encosta escarpada não a vence ele, nem à custa duma concepção fecunda, nem graças a uma imaginação prodigiosa. Para que esconder a real verdade? O acesso à obtenção de autoria de um projecto só é franqueado ao indivíduo que possui as qualidades do hábil diplomata, do insinuante fura-vidas, do industrioso captador das instituições e dos fortes capitais”. (Nadir Afonso 1990: 53) Nascido em Dezembro de 1920, numa pequena cidade de um país ibérico plantado na orla atlântica, será pouco provável que o encontro que lhe evitou chamar-se Orlando e o predestinou a ser Nadir tivesse algo a ver com Virginia Woolf que escreveu Orlando, A Biography, oito anos mais tarde e que, curiosamente, foi considerada uma das fundadoras do movimento artístico conhecido como modernismo. Segundo as suas próprias palavras, um cigano terá abordado seu pai, perguntando-lhe como se iria chamar a criança e, à resposta de Artur Maria Afonso, o cigano terá profetizado: “Muito orlando será ele.” Interessou-nos a forma singela como esta lembrança ecoa relações amistosas se não harmoniosas com a etnia cigana, no início do Séc. XX, em Trás-os-Montes e picou a nossa curiosidade o sentido da profecia e a razão da alternativa – Nadir. Orlando, tradução italiana de Rolando, tem em Orlando Innamorato, de Matteo Maria Boiardo5 e em Orlando Furioso de Ludovico Ariosto, as expressões mais prováveis da referência profética do cigano. Assim, “muito orlando será ele” poderá ser interpretado pela ideia de que seria muito “afamado, célebre, notável”, sendo Nadir um nome mais adequado para o equilibrar nas asas da fama, como ponto de localização, num universo de errâncias e busca incessante do absoluto. Nadir, ou norte vertical, ponto em oposição ao zénite, onde o sol se situa à meia-noite, é habitualmente descrito como sendo as nossas raízes, o ponto mais remoto das nossas origens, dos nossos fundamentos da vida. Talvez que a arquitectura o tenha ajudado a encontrar-se na confluência dos principais eixos que dão sentido à nossa orientação na vida: o zénite, o nadir, o este e o oeste. Talvez se possa falar da modernidade na pintura de Nadir Afonso como Clement Greenberg caracterizou o modernismo na arte e na literatura, quando realça que a “essência do modernismo” reside “na utilização de métodos característicos de uma disciplina para criticar a própria disciplina, não para a subverter, mas para a entrincheirar mais firmemente no seu campo de acção” (1993: 755) Assim, para este crítico e teórico de arte, a arte seria assim designada se e quando fosse capaz de providenciar um tipo de experiência não possível de obter por nenhuma outra actividade. O próprio artista escreve:“o ponto de partida dos meus escritos sobre arte situa-se numa censura crítica à secular oposição entre idealismo e materialismo.” (1990: 226), reflectindo, através das suas mãos e da sua mente ultrapassar a oposição entre Marx e Husserl.
5) Publicado pela primeira vez em 1482 ou 1483, na continuação, na versão italiana, das canções dos companheiros de Carlos Magno, entre as quais, La Chanson de Roland.
A ênfase de Nadir nas condições reais de existência mostra como o artista abraçou um ramo do modernismo crítico, rejeitando o individualismo a favor de uma visão do todo social como essencialmente relacional. No modernismo crítico, encontramos, nas diferentes correntes que o povoaram, uma ênfase comum no holismo ou na totalidade. No entanto, Nadir procura uma natureza pré-existente, embora tal como no marxismo e no estruturalismo, na reflexão filosófica de Nadir, possamos subenter uma rejeição da ideia de natureza separada e diferente de sociedade, o vislumbrar de uma totalidade expressiva que o artista procura transpor para a pintura. O quadro que mais ecoa em mim “as condições reais de existência” que Nadir Afonso desenvolve em O Sentido da Arte (1999) é Flight (Voo) (Nadir Afonso 2005: 111) pela imagem que nos evoca o seu gesto de liberdade num contexto de geometria e rigor de onde se evola, foge e deseja ultrapassar a fronteira da tela. Marx afirmou que “os seres fazem a sua história mas não sob as condições da sua escolha”. Mas enquanto nos/as principais autores/as destes dois movimentos de modernismo crítico, para Nadir a natureza está lá para ser encontra no absoluto. Qual o lugar da História? Segundo Gramsci, a dominação capitalista também assente numa forma particular de “senso comum”, uma forma particular de cultura do quotidiano, assim como no que, para académicos/as, são as mais óbvias questões da produção de mercadorias culturais. A obra de arte aspira a fugir do circuito da mercadorização – a ser olhada como única e não como mais uma mercadoria – mas, paradoxalmente, aspira à comercialização, o que implica encontra um lugar na escala do mercado. E esta escala é feita através e a partir de classificações que Bourdieu tão bem retratou em La Distinction “o gosto classifica e isto classifica o classificador. Os sujeitos sociais, classificados pelas suas classificações, distinguem-se pelas distinções que fazem entre o belo e o feio, o distinto e o vultar, nas quais é expressa ou traída a sua posição nas classificações objectivas.” Transformar a maneira como pensamos o mundo, recreando cultura como uma nova forma com um novo conteúdo – poderão os artistas visuais aspirar a intelectuais orgânicos? Ou será a mercadorização todo-poderosa não permitindo a saída do papel de intelectuais tradicionais senão na penúria e no anonimato? Dialogando com Garaudy, que conheceu pessoalmente afirma: “Em Arte, Senhor Garaudy, não é agitando o estandarte do racionalismo, que se atinge a racionalidade, mas trabalhando as formas.” (1999: 15) e mais à frente “Só por incompreensão deste mecanismo da criação, um filósofo materialista pode escrever que tempos mais do que nunca necessidade de uma arte de inventar.” (1999: 56) Se, em Nadir Afonso encontramos o urbano, o espaço público por excelência – no pendor da arquitectura – claro que os espaços interiores, mais femininos, nos seus ciclos desregrados, nas suas fusões e infusões serão mais difícil de agarrar pelo lado da matemática ou da geometria, embora não de todo inatingível (ver por exemplo, Sheet Closet no Projecto Womanhouse). Também temos que reconhecer que, na época e contexto que Nadir tem atravessado, temas inerentemente domésticos ou femininos não são considerados igualmente eruditos, o que tem sido profundamente desafiado pela arte feminista. Nadir Afonso, o filósofo e pensador, que atravessou o coração da modernidade e entrou pela pós-modernidade num aconchego familiar que lhe permitiu tranquilamente absorver o caos das novas des/con/figurações, reflecte sobre contra-sensos, como um bom modernista sobrevivendo na pós-modernidade. Afirma: “É um contra-senso falar de evolução cíclica, fazendo uma total abstracção do meio em que esse pretendido movimento se opera; e a razão superior, científica, sabe muito bem distinguir espaço inexistente da extensão vazia que nos rodeia, é curioso notar que, à escala cósmicam tal distinção se dissipa regressando a razão a um sentimento ancestral. Urge, mais uma vez – e antes de mais – disciplinar o impulso das sensações.” (2000: 38) Encontramos, em Nadir Afonso esta incessante procura de disciplinar o impulso das sensações, de encontrar o universo no seio do nada (idem). Quando vi esta pintura pela primeira vez, pensei na Póvoa de Varzim, nas praias portuguesas que deixam o olhar humano espraiar-se no oceano e encontrar a serenidade que o dia-a-dia nos rouba. Os turquesas sempre me fascinaram na obra de Nadir, assim como os azuis, a mestria com que trabalha a cor e a forma. Esgrimindo os desafios às dicotomias e, simultaneamente, procurando mais, o próprio artista se defina situado na tensão, numa consciente articulação do reprimido, entre a voz e o olhar, na extensão da auto-criação e do auto-conhecimento como não fixos mas variáveis: “… não possuímos de forma alguma o sentido da perfeição absoluta. Este absoluto é condicionado pelo meio em evolução; para o possuir seria necessário imaginar-nos no fim dos tempos, numa perspectiva finalista do mundo. O nosso sentido de perfeição é sempre relativo às nossas necessidades pessoais e temporais… Pode-se prever daqui a instabilidade desta qualidade perfeição como atributo de uma obra – a obra de arte essencialmente – que se quer duradoura e constante. É nesta tensão ou, para empregar uma expressão mais generalizada, neste movimento dialéctico – a necessidade cria a função e a função cria a necessidade – que se situa a origem da perfeição. Assim definida, esta é a qualidade primordial da natureza; tudo o que existe visa a perfeição.” (1999: 52). Maria José Magalhães
10.
11.
10. Brooklin, 1983, Guache sb papel, 26 x 47 cm 11. Pont d'Auteuil, 1962, Guache sb papel, 22 x 33 cm
3.Tรกgides, Pintura sb Tela, 94 x 130 cm
12.
13.
12. Bombaim, Guache sb papel, 26 x 41 cm
13. Mestre, Guache sb papel, 24 x 41 cm
1. Lisboa, Pintura sb Tela, 92 x 140 cm
14.
17.
14. Belgrado, Guache sb papel, 28 x 42 cm
17. Margens de Limmet, Guache sb papel, 29 x 42 cm
5. Lubeak, Pintura sb Tela, 96 x 144 cm
16.
15.
16. Liubliana, Guache sb papel, 26 x 39 cm
15.Tunis, Guache sb papel, 27 x 42 cm
NOTA BIOGRÁFICA Nadir Afonso nasceu em Chaves em 1920. Diplomou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Em 1946, estuda pintura na École des Beaux-Arts de Paris, e obtém por intermédio de Portinari uma bolsa de estudo do governo francês. Até 1948 e novamente em 1951 foi colaborador do arquitecto Le Corbusier, nomeadamente no projecto da cidade radiosa de Marselha, e serviu-se algum tempo do atelier de Fernand Léger. De 1952 a 1954, trabalha no Brasil com o arquitecto Oscar Niemeyer. Nesse ano, regressa a Paris, retoma contacto com os artistas orientados na procura da arte cinética, desenvolvendo os estudos sobre pintura que denomina «Espacillimité». Na vanguarda da arte mundial expõe em 1958 no Salon des Réalités Nouvelles «espacillimités» animado de movimento. Em 1965, Nadir Afonso abandona definitivamente a arquitectura; consciente da sua inadaptação social, refugia-se pouco a pouco num grande isolamento e acentua o rumo da sua vida exclusivamente dedicada à criação da sua obra. Prémio Nacional de Pintura em 1967 e Prémio Amadeo de Sousa-Cardoso em 1969. Medalha de ouro da cidade de Chaves, membro da Ordem Militar Santiago de Espada e da Academia Nacional de Belas-Artes. Sobre Nadir Afonso foi realizado um filme da autoria de Jorge Campos para a Radiotelevisão Portuguesa. O livro de Nadir Afonso “Sobre a vida e obra deVan Gogh” éescolhido para melhor livro de arte da Feira de Frankfurt, em 2003. Colecções Públicas: Szépmuvészeti Muzeum, Budapeste, Hungria; Colecção JPMorgan Chase, NY, EUA; Colecção CitiBank, NY, EUA; Centre George Pompidou, Paris, França; Museum Im Kulturspeicher,Wurzburg, Alemanha; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; Museu de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa; Colecção Caixa Geral de Depósitos, Lisboa; Colecção Berardo de Arte Contemporânea, Lisboa; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; Fundação MillenniumBCP, Lisboa; Fundação António Prates, Ponte-de-Sôr; Museu Nacional Soares dos Reis, Porto. Exposições Individuais: 1939 Galeria Fantasia, Porto 1942 Galeria Divulgação, Porto 1949 Galeria Fantasia, Porto 1956 Galeria Denise René, Paris 1957 Galeria Denise René, Paris 1958 Salon des Realités Nouvelles, Paris 1959 Maison des Beaux-Arts, Paris; Galeria Divulgação, Porto 1961 Secretariado Nacional de Informação, Lisboa; Escola Superior de Belas-Artes do Porto; Bienal de S. Paulo 1966 Cooperativa Árvore, Porto 1968 Secretariado Nacional de Informação, Lisboa 1969 Bienal de S. Paulo 1970 Retrospectiva na Fundação Gulbenkian, Paris; Retrospectiva na Fundação Gulbenkian, Lisboa; Centre de Culture TPN, Neuchâtel, Suíça 1971 Galeria Buchholz, Lisboa 1972 Galeria Alvarez, Porto 1974 Selected Artists Gallerie, Nova Iorque 1975 Galeria Dois, Porto; Galeria Quadrum, Lisboa 1976 Art-Service Galerie, Paris 1978 Galeria Tempo, Lisboa; Galeria Art-Service, Paris; Museu da Região Flaviense 1979 Galeria S. Mamede, Lisboa; Galeria Tempo, Lisboa; Galeria Jornal de Notícias, Porto; Galeria Dois, Porto; Fundação Gulbenkian, Paris 1980 Galeria Quadrum, Lisboa 1981 Museu Proença Júnior, Castelo Branco; Galeria S. Mamede, Lisboa 1982 Sala Nadir Afonso, Museu de Chaves; Galeria São Mamede, Lisboa 1983 Cooperativa Arvore, Porto 1984 Galeria São Mamede, Lisboa; Galeria Gilde, Guimarães 1985 Galeria Bertrand, Lisboa; Galeria S. Pedro, Amarante; La Madraza, Granada 1986 Embaixada de Portugal, Brasília; Cooperativa Árvore, Porto; Pousada de Santa Marinha, Guimarães 1987 Galeria Bertrand, Lisboa; Galeria Quadrado Azul, Porto 1988 Museu Souza-Cardoso, Amarante; Galeria Art-Service, Paris 1989 Galeria Quadrado Azul, Porto 1990 GaleriaY Grego, Lisboa 1991 Galeria Art-Service, Paris; Galeria Quadrado Azul, Porto 1992 Galeria Y Grego, Lisboa 1993 Museu da Região Flaviense, Chaves 1994 Galeria Art-Service, Paris; Galeria Dário Ramos, Porto 1995 Cooperativa Arvore, Porto 1996 Galeria Neupergama, Torres Novas; Galeria Art-Service, Paris 1997 Galeria António Prates 2000 Câmara Municipal de Estarreja 2001 Centro Cultural de Cascais 2002 Galeria São Mamede, Lisboa 2003 Centro Cultural de Orense, Orense 2004 Artista homenageado 25ª Bienal de Cerveira 2006 Galeria São Mamede, Porto 2009 As Cidades no Homem, Palácio de São Bento, Lisboa; Galeria São Mamede, Lisboa. Obras estéticas publicadas (Monografias): 1958 La Sensibilité Plastique, Press du Temps Present, Paris 1970 Les Mecanismes de La Création Artistique, Editions du Griffon, Neuchâtel, Suíça (publicado em edição francesa, inglesa e alemã) 1974 Aesthetic Synthesis, Edições Alvarez em colaboração com Selected Artists Galleries de Nova Iorque 1983 Le Sens de l’Art, Imprensa Nacional, Lisboa 1986 Monografia Nadir Afonso Bertrand Editora, Lisboa 1990 Da Vida à Obra de Nadir Afonso, Bertrand Editora, Lisboa 1994 Monografia Bial, Porto 1998 Monografia Nadir Afonso, Livros Horizonte 1999 O Sentido da Arte, Livros Horizonte 1999 Obra gravada Nadir Afonso, Edições Coelho Dias 2000 Universo e o Pensamento, Livros Horizonte; O Porto de Nadir, Edições Coelho Dias 2003 O Fascínio das Cidades, Fundação D. Luís I 2008 O Futuro Renascimento, Dinalivro, Lisboa 2009 Nadir Afonso – Itinerário (Com)sentido, Edições Afrontamento, Porto.
Catálogo Telas: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Lisboa Tejo Tágides Foz Lubeak La Rochele
Guaches: 10. Brooklin, 1983 11. Pont d'Auteuil, 1962 12. Bombaim 13. Mestre 14. Belgrado 15. Tunis 16. Liubliana 17. Margens de Limmet 18. Rivage de Capri
Pintura Pintura Pintura Pintura Pintura Pintura Guache Guache Guache Guache Guache Guache Guache Guache Guache
sb Tela sb Tela sb Tela sb Tela sb Tela sb Tela
sb sb sb sb sb sb sb sb sb
92 x 140 84 x 145 94 x 130 80 x 135 96 x 144 94 x135
papel papel papel papel papel papel papel papel papel
26 22 26 24 28 27 26 29 25
x x x x x x x x x
47 33 41 41 42 42 39 42 29
cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm cm
FICHA TÉCNICA Grafismo Miguel F. Silva
Fotografia Galeria São Mamede
Texto Maria José Magalhães Nadir Afonso
Tiragem 750 exemplares
Capa: 18. Rivage de Capri, Guache sb papel, 25 x 29 cm
SÃOMAMEDE GALERIA DE ARTE R. ESCOLA POLITÉCNICA, 167 1250-101 LISBOA TEL. 213 973 255 FAX. 213 952 385 R. D. Manuel II, 260 4050-343 Porto Tef. 226 099 589
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2.Tejo, Pintura sb Tela, 84 x 145 cm