RUI TAVARES Random Principles Of The White And Its Applications
SÃOMAMEDE GALERIA DE ARTE
Novembro 2017 / Marรงo 2018 A Non-Colour Strategy 2017 Mista s/ MDF 130 x 160 cm
Branco. O princípio não contém narrativa, está em branco. Manifesta-se no antes e no depois, mas sem enredo que o sustenha. O seu predicado labiríntico, com índole de manual aleatório de sequências irresolúveis, força o soluto de saída. Tão imperceptível como abstracto. O caminho físico é consolidado através da técnica e da razão horizontal das coisas. O primórdio das suas camadas documenta a procura de harmonias delicadas que se enredam no andamento dos traços e nos confidenciam o seu final particular. Sinais que se escrevem sem aspirar a integridade do sublime, são impelidos por consequência da prática. São sons tornados cores. Por instantes, podemos entender como tudo se origina na mesma fonte. Transforma-se numa equação, onde o som, a imagem e corpo são desenho que se move num só espaço-tempo. Os termos da sua presença inaugural fundem-se, soltando-se do Horizontal quantificável, para se revelarem na Verticalidade algorítmica do não-tempo. Somos coagidos a testemunhar esta projecção física do nosso alto. Do alto claro do nosso ser. Como crianças que se deixam perder sem buscar o rasto de migalhas. Demolir com critério. Escadas que não o são, flores que não o são, habitações que não o são, paisagens, cores... tudo não o é. Sim, tudo não o é. Querer ver o que não é. O não. Narração com som de pintura. Não encenar para atentar andamentos nesta orquestra visual. Apreender um outro abecedário arquitectado em peças corporizadas numa perspectiva plástica, que não pretende ser escultórica, mas solitária pintura que aspirou a corpo.
“Um quadro é a resposta a uma questão que se desconhece.” O autor arrisca. Dos dados lançados em aparente caos surge a ordem nesta oficina seriada de mecanismos por converter. A sua resolução oscila entre tensões que revelam diagramas para a composição final e planícies mentais de abrangente contemplação. Reconvertem-se fenómenos e suplanta-se o constrangimento do suposto. É na compreensão da falta que o autor se deixa conduzir para a concepção de um novo vocábulo sustentado no remoto. Não se espere contemporaneidade. Não há nada de visceral a não ser a vontade, necessidade que ocorre por efeito e não como desígnio. É o termo inerente daquele que só é caminho. O seu sinal calmo, afigura-se docemente incrustado na esfera intemporal, que arriscará quem sabe, servir de rumo para outros iguais, os mesmos que procuram a Verticalidade despojada como via. A possibilidade de sermos guiados por essa necessidade profunda, a de lograr o puro, vive, está lá em forma de iminência a instigar ser incorporada. Uma residual conjectura apolítica de um tudo possível. Segundo ou seguindo os Princípios que nos carregam e nos permitem respirar, assim será a nossa aplicação consciente ou inconsciente. Ou ambas. Ou nenhuma. E/ou nada acontece na realidade. Foi só uma questão de tempo que não passou, passando. Partimos em branco. Ou alvos. Susana Chasse
Non Habitable Structure IV 2017 Mista s/ MDF 160 x 130 cm
Matter of Time #03 2017 Mista s/ madeira e MDF 21,7 x 9,3 x 1,8 cm
Matter of Time #02 2017 Mista s/ madeira e MDF 22,3 x 16,9 x 2,6 cm
Matter of Time #01 2015 Mista s/ madeira e MDF 25,4 x 15,1 x 2,2 cm
RUI TAVARES Nota Biográfica Nasceu na Figueira da Foz em 1974. Vive e trabalha em Lisboa. Licenciatura em Pintura pela FBAUP. Docente no Centro de Formação Artística Nextart, Lisboa, desde 2010. Exposições Individuais 2015 Lugares: Proposições Para Um Estudo em Branco. Galeria São Mamede, Lisboa. 2013 Trayectorias. Centro Cultural Pablo Ruiz Picasso, Málaga. 2011 Inside Sketches. Galeria São Francisco, Lisboa. 2008 Declining Symmetries. Galeria Ao Quadrado, Santa Maria da Feira. 2005 Desígnios De Um Estratega. Museu de Ovar. 2004 Probably Me. Galeria Artésis, Gaia; O Plano de um Salto. Casa do Farol, ANJE. Porto; Mirror Windows. Espaço Artes, Lousada; Missing Pieces Everywhere. Casa Jorge de Sena/Delegação do INATEL, Porto; Interiores. Casa de Cultura de Paranhos, Porto. 2003 From A High Place. Galeria Espaços JUP, Porto. Exposições Colectivas (Selecção) 2016 I Bienal de Desenho de Almada Prémio Pedro de Sousa 2016; Colectiva de Pintura e Escultura. Galeria São Mamede, Porto; Mostra’16. Edifício Vasco da Gama, Lisboa. 2015 1+1. Galeria O Rastro, Figueira da Foz; 3C – Compasso, Contacto, Contratempo. Shair Art. Galeria Emergentes dst, Braga; I Bienal de Gaia. Exposição Concurso. Espaço Avenida da República, Gaia; Fozarte 2015. Castelo de São João da Foz, Porto. 2014 70 Cavaquinhos 70 Artistas. Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa; Arte Hoje. Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa; XXXII Premio Internacional Pintura Eugenio Hermoso.
Badajoz; Homens Como Árvores Que Andam. Galeria Silo – Espaço Cultural. Senhora da Hora, Porto. 2013 VII Concurso de Pintura Fundación AguaGranada. Granada; Strait Lines AND Casual Drops, Galeria O Rastro. Figueira da Foz. 2012 III Certamen de Pintura Laura Otero. Cáceres. 2011 XIII Premio Internacional de Pintura Miquel Viladrich, Lleyda. 2009 1º Prémio Jovem de Artes Plásticas CAE. Figueira da Foz. 2004 Colectiva de Pintura. Galeria Municipal do Montijo. 2003 Colectiva de Pintura. Castelo de São João da Foz – Galeria Mónica Pereira/Instituto da Defesa Nacional. Porto. 2002 II Bienal de Pintura Arte Jovem de Penafiel; 7º Prémio Fidelidade Jovens Pintores – Companhia de Seguros Fidelidade, S.A e Fundação da Juventude; Prémio Vespeira. VII Bienal de Artes Plásticas. Montijo. Prémios (Selecção) 2013 1º Prémio – Concurso de Artes Plásticas Fundação INATEL. Lisboa; 2º Prémio – XXIV Certamen Pintura Ciudad de Álora. Málaga. 2012 1º Premio – XL Certamen de Pintura Ciudad de Martos, Jaén; 1º Prémio – XIII Certamen Andaluz de Pintura Contemporánea Ciudad de Torremolinos. Málaga. 2011 1º Prémio – III Certamen de Pintura Contemporánea Ciudad de Vélez-Málaga; 1º Prémio de Pintura Encontrarte Amares 2011. Braga. 2010 3º Prémio – II Bienal de Artes de Ansião. 2008 1º Prémio de Pintura Abel Manta, Gouveia; 1º Prémio de Pintura D. Fernando II. Sintra. 2001 Prémio Finalistas da FBAUP. Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira.
Fotografia Rui Tavares • Texto Susana Chasse • Grafismo Galeria São Mamede • Impressão Gráfica Vilar do Pinheiro • Tiragem 300 exemplares
R. MIGUEL BOMBARDA, 624 4050-379 PORTO TEL/FAX +351 226 099 589 M +351 934 388 500
www.saomamede.com galeria@saomamede.com
R. ESCOLA POLITÉCNICA, 167 1250-101 LISBOA TEL +351 213 973 255 FAX +351 213 952 385
capa: Demolition Criteria 2017 Mista s/ madeira e MDF 190 x 180 cm
Land Planning Policy 2017 Mista s/ MDF 150 x 150 cm
SÃOMAMEDE GALERIA DE ARTE