Exposição "Estereoscopia" Dezembro 2014

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Galeria Theodoro Braga Av. Gentil Bittencourt, 650 BelĂŠm, ParĂĄ - Dezembro de 2014 www.fcptn.pa.gov.br galeriatheodorobraga@gmail.com Telefone:(91)3202-4313 Projeto comtemplado pelo Edital de Pautas 2014 da GTB/FCPTN.



A Galeria Theodoro Braga, que completa 37 anos de atuação em 2014, agrega em sua trajetória alguns valores como continuidade, resistência, inovação e renovação. Mantêm-se na cena artística paraense como uma das primeiras galerias públicas de arte contemporânea, resistindo às mudanças políticas, sustentando com maestria sua missão primeira que é dar visibilidade e acessibilidade à produção artística paraense. Em 2014, através do Projeto Edital, a GTB renova seu olhar acerca da produção visual paraense trazendo ao público uma nova geração de artistas, como o Coletivo Nós de Aruanda, Paula Giordano e Ney Ferraz Paiva, além de artistas que já contam com uma trajetória como Michel Pinho, Francelino Mesquita e Alexandre Dantas. A multiplicidade de ações desenvolvidas na Galeria Theodoro Braga, nos últimos anos, torna esse espaço dinâmico e experimental, onde a diversidade da arte contemporânea encontra lugar, e artistas de várias gerações, consagrados ou iniciados, com trabalhos amadurecidos ou ainda em processo/ experimentação, dialogam e compartilham experiências num processo que dilui fronteiras e estabelece novos olhares acerca da produção artística paraense.

Eliane Moura Gerente da Galeria Theodoro Braga


Trajetória Artística Quase toda criança do Brasil um dia já produziu seu próprio brinquedo. Fui uma que fazia as próprias pipas – que podem ter outros nomes nos falares de outras regiões do nosso país, tais como: arraia, rabiola, pandorga, e outros. Em especial na Região Norte, e principalmente no Estado do Pará, este brinquedo tem sua estrutura feita com a tala do miriti, e linha; também utiliza-se plástico ou papel de seda e cola branca para sua confecção. Durante a infância passava horas produzindo e empinando minhas próprias pipas, e com o passar de cada ano minhas produções ficavam mais bem feitas e criativas, pois sempre busquei novas formas e modelos exclusivos. Isso me rendeu a primeira Exposição Individual de Pipas realizada na Biblioteca Pública “Arthur Vianna” – FCPTN, no período de 12 a 23 de julho de 1999. Em 1998 me formei Técnico em Edificações, o que me deu suportes para uma nova etapa de amadurecimento artístico com as obras tridimensionais, permitindo exercitar as possíveis soluções quanto aos desenhos arquitetônicos, encaminhandome também aos desenhos em perspectiva construídos com princípios geométricos, e ao rumo abstracional da arte contemporânea. Utilizando a tala do miriti com a qual produzia as pipas, e também minhas obras de arte, conquistei em 1999 o primeiro lugar em Linguagem Plástica na Exposição Coletiva do Projeto “Cobra Criada”, para alunos e ex-alunos das oficinas da Fundação Curro Velho, lugar onde começou minha trajetória artística, dando asas à minha imaginação.




Com a Bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação Artística do Instituto de Artes do Pará – IAP que ganhei em 2008, passei a investigar as diversas possibilidades de todas as matérias primas extraídas do miritizeiro, para a confecção de minhas obras de arte. Uma dessas matérias é a bucha, utilizada principalmente na produção de brinquedos confeccionados pelos mestres do artesanato e seus familiares no município de Abaetetuba, e também em outros municípios de nosso Estado. Utilizando a bucha do miriti, continuo lidando com a delicadeza do universo dos brinquedos, porém procuro reger a alternância entre o cheio e o vazio, o reto e o curvo, o peso e a leveza, as formas geométricas e o imaginário abstrato – ou pouco comum – em nosso cotidiano, valendo-me da visão em perspectiva, que é a visão com que constantemente observamos os objetos, casas, ruas, e mesmo obras de arte, dependendo do posicionamento das coisas em relação ao nosso campo de visão. A presente mostra tem esta finalidade de sensibilizar esta visão e sua Estereoscopia em 3D, que a cada dia está se tornando uma febre nas telas de cinema, tablets, e muito brevemente nos aparelhos celulares. Agradeço à Deus por ter me dado o dom da sensibilidade, da criação artística, e para os visitantes, a sensibilidade de admirar as obras de arte.

Francelino Mesquita, 07 de abril de 2014.




Estereoscopia – Francelino Mesquita “Os olhos levam o corpo ao infinito”, nos diz o poema. E, de fato, os olhos deflagram processos sensíveis que dão à existência humana variadas informações de ordem mnemônica, emocional, física, espacial. As janelas anímicas inferem, em seu duplo labor, a dimensão que aprofunda o estar no mundo, impulsionando o corpo ao deslocamento no espaço, no sentido, e no sentimento. Francelino Mesquita, um artista com raízes na engenharia e no desenho arquitetônico, já apresentou nesta mesma galeria sua investigação espacial baseada em tala de miriti. Mauritia Flexuosa, individual de 2008, trazia proposições formais instigantes, que flutuavam entre a escultura, a instalação, e o desenho, a julgar por seu efeito direto – as estruturas, reduzidas às suas linhas de construção em miriti – e seus efeitos residuais – as sombras, projetadas pela iluminação da galeria, em movimento, provocando novos desenhos. Em Estereoscopia, o artista aprofunda sua pesquisa no material (sai da superfície – a tala – e mergulha em sua carne íntima – a bucha), permitindo novas oscilações do pensamento acerca da matéria-viva, e culturalmente peculiar, do miriti: sua leveza retrabalhada sob o escopo da densa materialidade da escultura.


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É possível considerar que a dimensão desses novos trabalhos não permita um distanciamento tão grande dos já conhecidos brinquedos de miriti; contudo, numa apreciação mais atenta e proximal, as seduções visuais apresentam sua potência: a paralaxe, distância horizontal entre as imagens captadas simultaneamente pelo olho esquerdo e direito, dialogam com o movimento do objeto; as sombras, ainda, cumprem sua função complementar, comentando em duas dimensões o que a estereoscopia dos objetos quer fazer crer; o efeito tridimensional ganha, então, sua corporeidade final, situando o trabalho de Francelino entre influências do minimalismo e da Op Art. A estereoscopia, de modo literal, seria a técnica utilizada para obter informações tridimensionais à partir das imagens colhidas em duas fontes, dois pontos diferentes. Em nós, humanos, essas duas fontes são os olhos, e o que faz o cérebro ao processar essas informações é criar uma sensação visual, fundamental para nos situarmos e vivermos a espacialidade do mundo. Se a arte é, como muitos ainda creem, um mero simulacro, aqui reafirma que, na vida, há ilusões absolutamente imprescindíveis. Renato Torres Músico, poeta e arte-educador


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Exposições: 1989 2º lugar no 5º Festival de Arte do YÁZIGI Desenho – Coletiva Ginásio do SESC – Belém – PA 1993 2º lugar no Concurso de desenho na 1ª FEIRA DO LIVRO Desenho –Coletiva Área livre da entrada do CENTUR – Belém-PA 1999 1º lugar no Projeto “COBRACRIADA” Esculturas de miriti – Coletiva Fundação Curro Velho – Belém-PA Exposição de Pipas Artesanais Objetos de miriti – Individual Biblioteca Pública “Artur Viana” do CENTUR – Belém-PA 2001 Selecionado na X Mostra de Arte – CCBEU “Primeiros Passos” Esculturas de miriti – Coletiva Centro Cultural Brasil-Estados Unidos – Belém-PA 2002 Selecionado na X Mostra de Arte – CCBEU “Primeiros Passos” Esculturas de miriti – Coletiva Centro Cultural Brasil-Estados Unidos – Belém-PA 2005 Selecionado no 1º Salão de Arte ANANIN da ESMAC Esculturas de miriti – Coletiva Escola Superior Madre Celeste – Ananindeua-PA Selecionado na 24ª Mostra do Salão Arte Pará Esculturas de miriti – Coletiva Museu do Estado do Pará – Belém-PA Participação no 5º SERVIARTE (Salão do Servidor Público) Esculturas de miriti – Coletiva Palácio Lauro Sodré – Belém-PA

2006 Participação no 6º SERVIARTE (Salão do Servidor Público) Esculturas de miriti –Coletiva Palácio Lauro Sodré – Belém-PA

2007 Participação no “Momento do Trabalhador Penitenciário” da SUSIPE Esculturas de miriti – Coletiva Auditório da Polícia Civil do Estado do Pará – Belém-PA Prêmio Aquisitivo no 2º Salão da Vida do Hospital Ophir Loyola Esculturas de miriti – Coletiva Memorial dos Povos – Belém-PA Prêmio Aquisitivo na 26ª Mostra do Salão Arte Pará Instalação – Coletiva Museu do Estado do Pará – Belém-PA


2008 “Mauritia Flexuosa” Esculturas de miriti – Individual Galeria Theodoro Braga – Belém-PA Premiado no Concurso de Bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação do IAP Esculturas de miriti – Coletiva Fórum Landi – Belém-PA 2009 Selecionado no 15º Salão Unama de Pequenos Formatos Esculturas de miriti – Coletiva Galeria de Arte “Graça Landeira” – BelémPA “MIRIVOANTES” Esculturas de miriti – Individual Espaço Cultural do Aeroporto Internacional de Belém – PA “MIRIBOLANTES” Esculturas de miriti – Individual Galeria de Arte “Graça Landeira” – BelémPA “MEADMIREMIRITI” Esculturas de miriti – Individual Mangal das Garças- Armazém do Tempo – Belém-PA 2010 “DÊ ASAS A SUA IMAGINAÇÃO” Esculturas de miriti – Individual Espaço Cultural do Aeroporto Internacional de Belém – PA

“Mostra de Arte Solidária” Escultura de miriti – Coletiva Clube da Piada – Teatro/Bar – Belém-PA 2011 “Motivos Juninos” Esculturas de miriti – Individual Espaço Cultural SESC DOCA – Belém-PA

2013 Prêmio Aquisitivo no 19º Salão Unama de Pequenos Formatos Esculturas de miriti –Coletiva Galeria de Arte “Graça Landeira” – Belém-PA 2014 “Estereoscopia” Esculturas de miriti – Individual Galeria Theodoro Braga – Belém-PA “Signos do Círio” Esculturas de miriti – Individual Espaço Cultural SESC DOCA – Belém-PA

Contatos : Francelino Mesquita Rua 14 de março, casa 283, Conjunto Carlos Mariguela Bairro: Aurá Ananindeua - PA. (91) 3239-4253 / (91) 81658785 francelinomoraes@bol.com.br


GALERIA THEODORO BRAGA Governo do Estado do Pará Simão Jatene Secretaria Especial de Promoção Social Alex Fiúza de Mello Presidente da Fundação Cultural Tancredo Neves Nilson Chaves Diretora de Interação Cultural Luciete Bastos de Araújo Gerente de Linguagem Visual Fátima Silva Gerente da Galeria Theodoro Braga Eliane Moura Equipe da Galeria Theodoro Braga Renato Torres, San Rodrigues Gonçalo Neto e Adan Costa (Estagiário) Projeto Gráfico João Paulo do Amaral, Renato Torres e Adan Costa Fotografia Eliane Moura Tratamento de imagem Renato Torres e João Paulo do Amaral Montagem e Iluminação San Rodrigues, Gonçalo Neto, Renato Torres e Adan Costa Impressão: Gráfica e Editora Grafama Tiragem: 700 exemplares




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