Gaps issue 3

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GAPS#3 |1 REVISTA DE ARTE E INSPIRAÇÃO | ISSUE


A essência das coisas é captada pelo exercício da percepção.

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GAPS | ISSUE #3 | JUL | 2017

EQUIPE MILENA LEONEL idealizadora/editora-chefe/designer ANA CLARA QUEIROZ sócia/produtora

[ publicação atemporal ] [ distribuição online ]

CARTA DA EDITORA

WEBSITE www.gapsmagazine.com FACEBOOK www.facebook.com/gapsmagazine INSTAGRAM www.instagram.com/gapsmagazine

VICTOR GOBATTI tradutor MILENA MAGANIN imprensa

Depois de promessas e mais promessas, eis ela, ressuscitada. Não por falta de vontade, mas por falta da maior preciosidade contemporânea: tempo. Por que a Terra começou a girar mais rápido? Pois, aqui, me encontrei: dentro um buraco de minhoca. Compilando tudo o que meus olhos e meu coração transbordaram.

PAULO WESLEY programador

COLABORADORES ALEXANDRE CARLOMAGNO ANA CLARA QUEIROZ

MILENA LEONEL editora-chefe

CAROLINE MAIA DANI MADOXX THABATA LUANA

CAPA Daniel Malta Rider 105 x 150 cm

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08 GALERIA: VOZES DO CORPO 50 ENTREVISTA: DANIEL MALTA 62 HISTÓRIA DA ARTE: O CORPO COMO SUPORTE 68 CINEMA: POESIA SENSORIAL DO HANNIBAL 74 MÚSICA: SONS BINAURAIS 80 AUTO-BIO: GIULLIA PAULINELLI 86 LUGARES QUE INSPIRAM

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CAROL LÁ LACH


FLAVIUS RHADE

VOZES DO CORPO GAPS | 8

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THUANY SANTANA SÃO PAULO, SP Fotografia PORTFOLIO flickr.com/thuanygabriela

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FLAVIUS RHADE SÃO PAULO, SP Fotografia PORTFOLIO http://500px.com/sickexistenz

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CAROLINE MAIA São Paulo, SP Desenho PORTFOLIO instagram.com/maiacarolineart

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CHICO MORAIS Atibaia, SP Fotografia CONTATO facebook.com/chicomoraies

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FÁTIMA PEIXOTO TERESINA, PI Desenho PORTFOLIO instagram.com/art.linhas

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NANA HIGA São Paulo, SP Fotografia CONTATO nanahigaphotography.com

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CLÓVIS CAMARGO SÃO PAULO, SP Pintura PORTFOLIO cloviscamargo2.wix.com/arte#!

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JOSÉ VILOBALDO Portal, São Paulo, SP

2016 nanquim sobre papel, 29x29cm

Desenho PORTFOLIO www.zebilobaldo.com

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Eterno retorno, 2015 nanquim sobre papel, 29x29cm

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FABIANA MENDONÇA SÃO PAULO, SP Fotografia PORTFOLIO instagram.com/fabimendonca_

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EVILYN GUEDES PORTO ALEGRE, RS Fotografia PORTFOLIO evelynguedes.tumblr.com

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WANESSA CELYS BUENÓPOLIS, MG Pintura PORTFOLIO facebook.com/wanessacelysilustracoes

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LINDOMAR OLIVEIRA São Paulo, SP Fotografia PORTFOLIO facebook.com/LindomarOliveiraFotografia

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LETÍCIA DURLO SANTA MARIA, RS Fotografia PORTFOLIO flickr.com/115764133@N04/

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ALICE VASCONCELOS SÃO PAULO, SP Fotografia PORTFOLIO flickr.com/-aliceinchains-/

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ANDERSON COELHO LONDRINA, PR Fotografia PORTFOLIO andersoncoelho.tumblr.com

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MOANA MARQUES UBERLÂNDIA, MG Fotografia PORTFOLIO flickr.com/moanamarques

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RAUNNY SOUZA JOÃO PESSOA, PB Escultura PORTFOLIO facebook.com/hawnee

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ANTONIO VALIENTE CAXIAS DO SUL, RS Fotografia PORTFOLIO www.valientefotografia.com

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GIUSEPPE RANZINI SÃO PAULO, SP Pintura PORTFOLIO www.giusepperanzini.com.br

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TEXTO MILENA LEONEL IMAGENS BARBARA BEZINA

DESDE LA MONTAÑAS

PLASTICIDADE ENTREVISTA: DANIEL MALTA GAPS | 48

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+ INFO flickr.com/danielmalta

D

epois de passar grande parte da vida

Como é seu processo de criação?

trabalhando com contabilidade, o auto-

DM Uso fotos de abstratos para compor meus

didata Daniel Malta, paulistano, voltou

figurativos, e finalizo com colagens e interven-

a exercer aquilo que havia pausado durante a

ções com tinta depois de impresso.

infância: sua criatividade em pintar. Como você define seu estilo? Como aconteceu o seu envolvimento com a arte? DM Eu sempre fui um admirador de arte, desenhava, pintava... sempre que podia produzia alguma coisa na infância e adolescência. Mais tarde deixei a “coisa” esfriar. Fiz faculdade de economia e trabelhei no mercado financei-

Tenho uma linha mais solta, com muita influência dos neo-expressionistas, mais gestual e instintiva. Mas as duas linguagens se completam. Acho que a busca do artista tem que ser constante, mas sempre tentando manter uma métrica que possa ser considarada sua assinatura.

ro até os 40. O que me trouxe de volta pra arte foi a tecnologia... Descobri que podia brincar e

A maioria das suas obras envolvem mulheres,

rabiscar em um smartphone e depois no Ipad.

qual o motivo?

Aí descobri que podia transformar aquelas ima-

DM As mulheres são temática constante

gens, muitas vezes usando fotografias como

nos meus trabalhos, po dois motivos: pela

base, com a ajuda do photoshop, em quadros

estética e pela complexidade de sentimentos e

impressos grandes. Foi quando voltei também

pensamentos que elas abrigam.

pras tintas, e comecei a mesclar o digital com o tradicional.

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DUALITY GAPS | 51


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HECHIZADA GAPS | 57


CORPO COMO SUPORTE HISTÓRIA DA ARTE: ARTE PERFORMÁTICA

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TEXTO CAROLINE MAIA IMAGENS DIVULGAÇÃO


A

performance existe como uma das linguagens que compõe o que conhecemos como Artes Visuais. São estas: pintura, de-

senho, gravura, escultura, fotografia, audiovisual e claro, a performance (vale ressaltar que desdobramentos destas linguagens também se enquadram dentro do conceito). As Artes Visuais existem para expandir o campo das Artes Plásticas. A performance está aqui como agente, assim como também está a linguagem do audiovisual, por exemplo. Sendo assim, a performance consiste na expressão artística através do corpo – o próprio e/ ou o do outro. Uma comparação interessante a se fazer é a de que o performer está para o corpo assim como o pintor está para a tela. Na década de 1960, paralelamente ao happening, surge a performance art como manifestação artística a fim de romper os paradigmas acadêmicos do famoso “óleo sobre tela”, exprimindo a necessidade de ampliação de vetores para o fazer artístico. É impossível falar sobre performance e não mencionar o famoso grupo Fluxus, já que muito fomentou esta manifestação trazendo um conjunto de artistas que se opunha à arte galerista e aos

O GRUPO FLUXOS Estes artistas provindos de diversas partes do mundo se destacaram na integração de diversas linguagens para se fazer Arte. Yoko Ono, John Cage, Henry Flynt, Joseph Byrd, Dick Higgins, La monte Young são alguns dos importantes nomes que integraram o grupo Fluxus. O MOVIMENTO DA ANTIARTE O grupo Fluxos propunha uma completa oposição ao ideal de arte da modernidade. Através de seu manifesto e também segundo os ideais dadaístas de Marcel Duchamp, a palavra “antiarte” surgiu como forte oposição à comercialização da arte e à dita arte burguesa. O que se pretendia, então, era deixar de lado tudo o que se conhecia sobre arte até o momento e trazer uma Arte nova, que bebia da mistura de diversas linguagens e da manifestação artística coletiva. Para entender mais sobre performance e toda a relação desta linguagem com o corpo humano, indico: Livro “Políticas do Corpo”, de Denise Benuzzi de

FLUXOS, O GRITO DE ANTIARTE

Sant’Anna. [ ]

princípios burgueses.

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MOTHER AND BABY OF FAMILY ON THE ROAD, DOROTHEA LANGE, EUA, 1939


TEXTO ANA CLARA QUEIROZ FOTOS DIVULGAÇÃO

VICERAL CINEMA: A POESIA DE HANNIBAL

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A

constante busca da expressão fisica de nossos sentidos, pensamentos, inspirações e desejos saltam aos olhos e se

fazem táteis através da tela da tv. A série inspirada nas personagens do romance Red Dragon, de Thomas Harris, teve seu desenvolvimento realizado por Bryan Fuller, traz em seu enredo mais do que o foco na amizade entre o agente especial do FBI Will Graham e o Dr. Hannibal Lecter, a produção leva o expectador para uma imersão dentro das dinâmicas psicológicas e comportamentais, seu constante diálogo com os elementos físicos, principalmente do universo corpóreo, traz de forma sutil a discussão sobre as potencialidades das sensações, ultrapassando o julgos morais de aspectos duais, intimamente ligados, como vida e morte, prazer e dor. Durante as três temporadas, a direção de fotografia (comandada pelo James Hawkinson) cria uma obra de arte a cada quadro, a estrutura dual se mantem principalmente durante as sessões de terapia, marcadas pelas expressões corporais como transposição emocional, um prato cheio para olhos atentos, quase que literal.

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Durante os episódios, podemos caminhar pelos

na imagem principal, em uma obra de arte, um

prazeres sensoriais proporcionados pelo corpo,

quadro cheio de vivacidade que se contrapõe à

através de uma ótica que nos parece ser de com-

morte e a coloca em segundo plano, diante a be-

pleta percepção deste potencial, a personagem

leza da carne, veias e ossos. Acabam por tornar a

principal apropria-se quase que totalmente desta

composição um misto de sensações para os que a

consciência e assim eleva seus prazeres, mesmo

observam, em detrimento dos sentidos do corpo

que diante a exaltação da dor. Ao ultrapassar o

ali exposto, já sem vida.

julgo moral de “quem” pode, deve ou é merecedor do prazer, a produção leva a um estado neutro, de

As qualidades técnicas e artísticas tornam esta

certa pureza e transgressão cada prato, corpo ou

produção uma das mais belas realizadas na atua-

taça de vinho que é apreciada pelos personagens.

lidade, traduz em vários ângulos a personalidade

Ainda conseguimos observar a utilização do cor-

de Hannibal e transfere para o observador a mes-

po com total identificação artística nas cenas cri-

ma qualidade e intensidade vivida por ele. [ ]

minais, a cada assassinato, o corpo se transforma

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GAPSeditora.com

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TEXTO DANI MADDOX BRAIN CORAL, LA KIEN

BINAURAL MÚSICA E NEUROCIÊNCIA

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BRAIN, DIERK SCHAEFER

M

úsica, é uma experiência incrível. Fa-

10Hz 18Hz - Melhora significativamente a memó-

lar de música é fácil e fascinante, mas

ria, leitura e ortografia;

sabe o que vai deixar vocês totalmen-

40Hz - Rico em informações e processamento de ta-

te vidrados, eu falar que a música pode mudar seu

refas de alto nível de informação;

cérebro! Não estou falando isso empiricamente,

40Hz com 18Hz - Corpo relaxado / mente focada;

estou falando de neurociência.

Frequência 147.85Hz de Saturno - Aumenta a

Neurociência é uma ciência que estuda o cérebro, e atualmente existe uma gama de estudos científicos para desenvolvimento de sons binaurais.

concentração e o processo de tornar-se consciente; Essas ondas sonoras, vão além do entretenimento, potencializando a aprendizagem, favorecendo

Batidas binaurais são usadas para criar 2 ondas

o sono, aprofunda a meditação, libera endorfina

de frequência distintas, apresentadas separada-

e, portanto, relaxa profundamente, controlando a

mente, cada uma a um ouvido. O cérebro reage

ansiedade e melhora a concentração. As ondas po-

criando um terceiro tom, que é a diferença entre

dem ser usadas para treinar, relaxar e até aprender.

os dois apresentados. Isto permite ao cérebro se sintonizar diretamente à uma frequência que, teo-

Para o cérebro, as pessoas gostam de música pela

ricamente, o ouvido não “escutaria”. Dentre alguns

mesma razão que gostam de comer ou fazer sexo:

fatores analisados, podemos citar os benefícios

todas essas ações o fazem liberar uma substância

baseados na frequência: Cada frequência de som

química que dá prazer. O novo estudo descobriu

emitida tem um efeito:

que a substância do cérebro envolvida nesse pra-

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BRAIN NEBULA, IVAN

zer – a dopamina – faz as pessoas sentirem tanto a

das acústicas definem a quantidade de ciclos em

antecipação de um momento musical particular-

um segundo (Hertz). O som audível para um ser

mente Há vários estudos que vinculam a música

humano compreende a frequências entre 20Hz e

a processos neuroquímicos específicos. Em sua

20.000Hz, independentemente da complexidade

análise buscaram padrões na evidência científi-

e desde que seja com amplitude maior que 0 dB

ca que sustentassem a intervenção da música na

(decibel). . A sensação de batidas binaurais auditi-

química cerebral. Chanda e Levitin classificaram

vas ocorre quando dois sons coerentes, de frequ-

4 áreas em que a música intervém nos processos

ências quase similares, são apresentados um em

neurológicos: estresse, reduzindo a ansiedade;

cada orelha com fones de ouvido ou alto-falantes

imunidade, fortalecendo as defesas; afiliação so-

estéreo. O cérebro integra os dois sinais, produzin-

cial, estimulando os vínculos sociais e por último,

do uma sensação de um terceiro som chamado a

motivação, gratificação e prazer. Os pesquisadores

batida binaural. Por exemplo, se uma frequência

também fizeram conexões entre estas áreas e qua-

de 114 Hz chega na orelha direita e outra de 124

tro neuroquímicos primários: cortisol, serotonina,

Hz chega na orelha esquerda, uma batida Binaural

oxitocina e opióides.

de 10Hz é criada pelo cérebro. As ondas cerebrais tendem a se igualar, ao “seguirem” a batida binau-

Através do som binaural podemos ativar o prin-

ral. Se a batida Binaural é de 10 Hz, o cérebro entra

cípio de Harmonização que faz os hemisférios

no padrão de onda alfa. [ ]

cerebrais entrarem num só padrão sinérgico de ondas cerebral. Neste caso o som é o mecanismo de atuação para o funcionamento do som Binaural, por isto será explicitado a sua definição básica, segundo a Física. O som se produz ao comprimir e descomprimir um determinado elemento, com produção de vibrações moleculares que emitem ondas. Por serem ondas de natureza mecânica, necessitam de meio para difundir-se por certo pe-

Texto e pesquisa Dani Maddox

DJ / Produtor Musical / Sound Designer L. Rhein Neurocientista / Coach / @Fit4mind Projeto Neurosounds http://soundcloud.com/neurosoundsbr

ríodo de tempo. As diferentes frequências de on-

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TEXTO E IMAGENS GIULLIA PAULINELLI

DESPERTAR AUTO-BIO: GIULLIA PAULINELLI

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Desde a infância sentia uma forte inclinação a arte, o que me fez ainda muito jovem, aprimorar minhas habilidades voltadas

a desenho e atuação. Me mantive trabalhando como atriz por um certo período, até que meu interesse pela fotografia começou a se fazer presente. Comecei explorando o minimalismo, me chamava a atenção a ideia de reproduzir em uma imagem a visão que naquele momento eu tinha do mundo. Um ponto no meio do nada, um ponto em meio a uma imensidão de coisas que idealizamos. Porém, nada é real, no ideal, salvo o valor que atribuímos – salvo o desejo, que nos faz agir. Em uma linha entre o realismo e o surrealismo construo cenas com linguagem cinematográfica. Retratando críticas,

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sentimentos e sensações através da poesia com cores e formas do universo lúdico. Flerto constantemente com a dramaticidade e questões que permeiam os medos e tabus intrínsecos ao psicológico popular. Imergi para um mundo muito mais complexo e senti a necessidade de externar tudo o que venho hoje, acessando em mim. A imaginação dispõem de tudo: ela faz a beleza, a justiça e a felicidade, que é o todo do mundo. Senhora de

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SÉRIE 1 - 2


SÉRIE 1 - 3

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erro, criadora de valor. Somente a verdade escapa a ela, mas vale apenas na medida em que a imaginamos. Minhas fotos abordam, geralmente, temas incômodos, mas – ao mesmo tempo – têm um apelo estético fascinante. Frequentemente questiono: seria isto um defeito? Uma virtude? Pode ser uma coisa e outra, e muitas vezes é as duas. É por isso que é tão bom e tão perturbador.” [ ]

www.giulliapaulinelli.com

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AFUÁ ANDERSON COELHO

A Ilha do Marajó é um universo. Nesse en-

saio proponho mostrar o terreno da afetividade que essa região me desperta. Afuá sempre ficou no meu imaginário como a cidade que foi erguida por

cima de pontes e palafitas. Do meio do rio, é mítico ver uma cidade brotando das águas. Em “Rastros” busco costurar essa trilha a partir dos caminhos de Afuá. É um projeto em construção.

ANDERSON COELHO FOTÓGRAFO http://andersoncoelho.tumblr.com

LUGARES QUE INSPIRAM DEPOIMENTOS COTIDIANOS GAPS | 90


LUGARES QUE INSPIRAM | GAPS | 93


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RINCONES OLVIDADOS DE UNA CASA VIEJA LAURA PANIAGUA

A casa dos meus avós foi um dos primei-

ros lugares que fotografei, um dos primeiros lugares que (antes de fazer muitas reformas) me “convidou” a fazer fotos. Acho que sempre foi sobre o redor dela, coisas ou pessoas, o que nos inspira, mas não era a casa toda, sempre era alguma pequena parte dela onde ninguém olhava. É uma casa enorme e muito antiga que até parece abandonada, mas não é, com lugares que foram esquecidos com o passar do tempo, com coisas que tinham um propósito e que já não tem. Que não funcionavam mais ou que não existem agora, mas que ganharam vida, cor e textura com o tempo. Que estavam ali e que faziam parte da casa. Mesmo olhando 80 vezes as mesmas coisas nas “saídas fotográficas” que fazia dentro da casa, sempre achava coisas “no-

vas”, porque o tempo seguia passando por elas e transformando-as. Acho que os “lugares que inspiram” são, na verdade, os detalhes dos lugares, que mudam com cada olhar.

LAURA PANIAGUA MÉDICA E FOTÓGRAFA www.facebook.com/laurapaniaguaphotography

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MILENA LEONEL

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