Revista Garatuja

Page 1

ga ratuja revista

ediรงao comemorativa Atibaia - SP - 2013/1014

1983-2013 * 30 anos de arte e cultura em atibaia


Apresentaçao Esta revista procura dar visibilidade ao trabalho que desenvolvemos no espaço conhecido como Garatuja, voltado ao ensino das artes para jovens e crianças de Atibaia e região. Assinala também nossas três décadas de atividades consecutivas, fato raro em qualquer parte do país, principalmente fora dos grandes centros. Na região, somos a única entidade com esse perfil resistindo há tanto tempo às intempéries econômicas, sociais e políticas de um país que pouca importância dá às ações culturais. Apesar dos pesares, nunca paramos, e quem compreende a dimensão das dificuldades que a atividade cultural impõe, sabe que isso é um motivo a mais para comemorar. Nosso trabalho possui caráter autoral em relação à didática e aplicação de metodologias de ensino, fato ligado às circunstâncias locais de tempo e espaço. Esse perfil próprio, facilmente reconhecível, foi se delineando ao longo do trabalho. Muitas vezes o que havíamos programado e projetado para o futuro não se mostrava viável, e como um rio a percorrer seu destino éramos obrigados a desviar e contornar as pedras do caminho para seguir adiante. Nesse contexto festivo é impossível não recorrer a uma reflexão sobre nossa trajetória... Trinta anos é muito tempo, e o tempo é justamente o que temos de mais precioso. A ele não resiste o diletantismo, o amadorismo, o sonho etéreo, volúvel e muitas vezes mais voltado à própria imagem de quem realiza uma atividade cultural do que o trabalho em si. Trinta anos nessa área, modéstia às favas, é para poucos. E por que isso? Por que insistir tanto em manter uma atividade que até hoje não sabemos ao certo se se trata de uma profissão? Nosso foco é a formação, e formação de crianças - segmento mais difícil, frágil e pouco reconhecido da educação. Por que teimar em sobreviver a partir de uma atividade tão ingrata? Isabel Marques e Fábio Brasil descrevem no livro “Arte em Questões” alguns dos valores presentes no fazer/fruir/pensar arte: “Fazer, não para vender. Realizar, não para possuir. Dedicar-se,

não por um pagamento. Construir, não pela utilidade. Esforçar-se, não para vencer. Conhecer, não para competir” . Enfim, onde encontrar um traço de normalidade entre essa e tantas outras atividades econômicas?

É econômica? Uma agravante: sequer ocorre o reconhecimento do beneficiado que provavelmente ajudaria nas horas de instabilidade existencial. A criança não tem a dimensão do trabalho que está sendo feito com ela, às vezes fundamental em sua vida, e se isso acontecer será muitos, muitos anos depois. Nosso trabalho é um eterno recomeçar, como um semeador, que planta pra não colher. As dúvidas são muitas, mas a resposta não temos. Dúvidas que remontam ao início do Garatuja. Qualquer que seja a resposta, ela será mais importante, forte e primordial do que qualquer “pedra no caminho”. Alguma coisa nos faz seguir, ir em frente, continuar...Não sei se por nós, ou por quem se beneficia desse espaço. A única certeza é esta: O Garatuja, entendido aqui como espaço de aprendizagem, descoberta e expressão, beneficia sim as pessoas. Não de forma simplista e vazia como “tirar a criança da frente do computador”, “tirar a criança da rua” ou “dar uma ocupação”. Não! É muito mais que isso. Nossa atividade, a arte, o fazer artístico, modifica profundamente as pessoas, no que elas têm de mais importante: a alma. Talvez seja essa a resposta e o motivo de se continuar em frente. Como metas futuras estamos voltados agora à difusão desse trabalho para outros profissionais, artistas e interessados na área. A realização do documentário Garatujas e Cambalhotas – Expressão e Arte na infância já foi um começo. Outra meta é ajudar na construção de uma política cultural para o município. Nossa existência antecede o Programa Cultura Viva, delineada a partir de 2004, ocasião em que o país finalmente se voltou ao tema e compreendeu a importância da cultura na formação humana, assumindo seu compromisso, como Estado, na viabilidade desse processo. Uma série de ações passaram a ser incrementadas, outras estão em vias de efetivação. Ações que normatizam o fazer cultural, que incentivam e criam condições de continuidade, seja através de leis, seja através de aporte financeiro. Entre acertos e erros, avanços e retrocessos, o Cultura Viva ainda representa o que de mais importante se fez nos últimos dez anos em relação à política cultural. O Garatuja, que nunca teve preferência partidária, abraçou a causa, e se empenha desde então para a viabilização desse Programa em nosso município, entendendo tratar-se de ações que extrapolam colorações ideológicas. Trata-se de um Programa de Estado. Importantes passos foram dados nesse sentido nos últimos meses, como a realização da Terceira Conferência Municipal de Cultura, o fortalecimento do Conselho de Cultura, estudos para as mudanças das Leis Municipais, a efetivação do Fundo Municipal de Cultura e a perspectiva de realização do Plano Municipal de Cultura. Este sim, o mais importante passo para a criação de uma política cultural para o município. Política que a cidade nunca teve, mas de fundamental importância para seu futuro. Política cultural não é somente realizar eventos, cacifar determinados segmentos ou privilegiar grupos. Política cultural é pensar (coletivamente), como abraçar e integrar a enorme gama de interesses que permeiam o fazer cultural, onde todos sejam atendidos: do isolado artista do bairro, ao exigente consumidor de arte, do grupo artístico já consagrado à comunidade de tradição. Eis os desafios: Integrar diferentes espaços, artistas, bairros, lugares, pessoas, interesses, sonhos e carências dentro de uma ação política realmente democrática, e que leve em conta, principalmente, a grande maioria da população, sempre excluída desse benefício. Sem acesso à cultura de qualidade jamais seremos nação, e isso é trabalho de muitos. De nossa parte estamos dispostos a contribuir nessa reconstrução. Márcio Zago - Fundador do Garatuja.


indice 02

Historico

Clubinho vira Garatuja

08

O Espaço Teatro de Bolso

09

Artes Plasticas Tecnicas Mistas

12

Marcenaria Gravura

14 Fotografia

10

13

15 HQ e Humor

Audiovisual

17

Dança e Artes Cenicas

16 18

A Viagem de um Barquinho Oficinas e Workshops Ludodança Dança Classica

22

Ponto de Cultura

29

20

28

23

Marujos e Marinheiros Outras Atividades

31

Informaçoes

19

21

Espetaculos, mostras e performance Universo Poético

04

32

30


Historico Clubinho de Artes e Arteiros de Atibaia, onde tudo começou... As atividades do Garatuja começaram no início da década de oitenta. Mais precisamente em 1983, data de falecimento do artista plástico Joaquim Gimenes Salas. Gimenes foi o criador do Clubinho de Artes e Arteiros de Atibaia, espaço que mais tarde iria se transformar no Garatuja. Paulista de Valparaíso, Gimenes tinha por profissão a carreira militar, precocemente interrompida aos vinte e dois anos por questões de saúde. Tempos depois ingressou na Faculdade de Filosofia da USP, período em que se envolveu com as organizações políticas de esquerda através do Grêmio Estudantil, do qual fazia parte. Em consequência do golpe militar muda-se no mesmo ano para Atibaia e pouco tempo depois passa a dedicar-se inteiramente às artes plásticas. Na cidade, em companhia de outros artistas, Gimenes promoveu ações culturais que perduram até hoje, como a criação do Encontro de Artes Plásticas de Atibaia. Como artista plástico Gimenes teve uma atuação meteórica, encontrando na xilogravura seu principal meio de expressão. Essa atividade durou aproximadamente dez anos, do início da década de setenta até seu falecimento, período em que despontou como promissor gravurista, participando das mais importantes mostras e salões da época, como a XI Bienal de São Paulo, o IV Salão Paulista de Arte Contemporânea e a IV Bienal Del Grabado Latino Americano de Porto Rico. Em seu atelier de Atibaia, além do trabalho pessoal, realizou alguns cursos de gravura para o público adulto e, como dito anteriormente, criou o Clubinho de Artes e Arteiros de Atibaia. O Clubinho surgiu de uma proposta feita por Jeane Rabaneda Lopes que, em 1979, havia montado a Escola Monteiro Lobato. Foi pioneira na cidade na linha construtivista e, na época, precisava de trabalhos ligados à expressão artística para complementar a formação dos alunos. Os anos seguintes foram de experimentações e expansão do trabalho do Clubinho, realizando em 1981 a 10 Mostra de Arte Infantil no Museu Municipal João Batista Conti. Em 1983 Gimenes faleceu, inesperadamente, aos quarenta e sete anos de idade.

Joaquim Gimenes Salas

02


Abaixo, da esquerda para a direita: Romildo Paiva, Bernardo Antunes, Joaquim Gimenes Salas, Boris Arrivabene e Alex Valaury (1970). Acima a xilogravura Futebol e ao lado, outra xilogravura de 1970, tambĂŠm do Gimenes.

03


1983 Clubinho vira Garatuja Após o falecimennto de Gimenes, para não interromper o trabalho com as crianças, seu ex-aluno de gravura Márcio Zago dá continuidade às oficinas. No mesmo ano é realizada a 20 Mostra de Arte Infantil, contando com a ajuda de Maria, esposa do Ginenes, e suas filhas Sandra e Denise. Por determinado tempo as atividades ainda aconteceram no atelier situado à Rua João Soares do Amaral - 437, local onde também morava a família, e onde sempre funcionaram as atividades do Clubinho. Em 1984 o Clubinho muda-se para uma casa à Rua José Bonifácio, 310. Se antes o atelier era amplo, sem divisões, cercado por jardins arborizados e floridos, no outro endereço o espaço era divididos em salas, mudando radicalmente a dinâmica das aulas. Era necessário adaptar-se ao novo local. A essência, quanto à metodologia do ensino desenvolvida no Clubinho, foi mantida, mas algumas mudanças ocorreram, principalmente com a introdução de novas técnicas. Cada sala passou a ocupar uma atividade diferente. Essa mudança oconteceu não só em função do espaço, mas também pela constatação da necessidade de ampliar as possibilidades expressivas, em função dos diferentes interesses demonstrados pelas crianças. Essa diversidade ganha visibilidade na 30 Mostra de Arte Infantil, ainda com o nome de Clubinho, realizada em 1984, onde aparece também o trabalho de Élsie da Costa. Houve uma apresentação cênica desenvolvida por ela com as alunas do CRIE-Oficinas de Arte. Essa apresentação foi a primeira integração entre artes cênicas e artes plásticas do Garatuja, o que perdura até hoje. Por muitos anos a integração ocorreu com os trabalhos em lugares separados. Um deles foi o próprio Crie – oficinas de arte, montado em 1983, logo após o término do Movimentart, durando até o ano seguinte.

04

Esse espaço, situado à Rua Álvaro Correia Lima (antiga Sede da Banda), teve a coordenação de Élsie da Costa, que convidou outros artistas a integrar a equipe: Armando Canuto – fotografia; Euclides Sandoval – teatro, literatura e cinema; Márcio Zago – artes plásticas e Élsie da Costa – dança. Foi uma experiência única e arrojada para a época com a realização de trabalhos cênicos contemporâneos, cineclube e curso de fotografia. Pela primeira vez, em Atibaia, se usou o termo “oficina”. Nesse mesmo ano (1984) o Clubinho é renomeado Garatuja – artes plásticas para crianças. Élsie já tinha na época uma sólida formação em dança como aluna do Balé Stagium, do Klauss Vianna, Ismael Guiser entre outros. Essa formação vinha acompanhada também da vontade de ensinar outras pessoas na linguagem da dança. No início atendia as crianças interessadas na sala de sua casa. Foi quando percebeu a necessidade de criar alternativas pedagógicas que fizesse a ponte entre os exercícios e práticas corporais do balé clássico (próprios do adulto), e o universo infantil. Surge assim a Ludodança (1982). Outra contribuição importante de Élsie ao Garatuja foi seu trabalho ligado à pesquisa de cultura popular, com foco principal nas Congadas de Atibaia. Em 1981 tem seu primeiro livro publicado pela Funarte, resultado da pesquisa iniciada aos quinze anos de idade. Recebeu o Prêmio Silvio Romero, em 1978. Essa pesquisa nunca parou e o trabalho foi incorporado definitivamente às atividades do Garatuja, através de encontros com a comunidade congadeira, apresentações, solenidades religiosas, ensaios, reuniões e principalmente por ocasião da produção e realização do maior levantamento sobre o assunto ocorrido na cidade - o Projeto Universo Poético-Musical dos Congadeiros de Atibaia, patrocínado pela Petrobras.


Acima, pรกgina ao lado, matriz xilogrรกfica e cรณpia do logotipo do Clubinho feitas pelo Gimenes Salas em 1972. Abaixo, a segunda versรฃo, de 2003, criado por Mรกrcio Zago. Acima, os primeiros folhetos, cartazes e convites do Garatuja, alguns ainda como Clubinho de Artes.

05


Em 1987 surge a oportunidade de construir uma nova sede para o Garatuja, no mesmo local em que se encontra até hoje, e que na época recebia o nome de Rua Tupiniquins, situada no Jardim Tapajós. Era um bairro ainda em desenvolvimento, com ruas de terra batida e muitos lotes vazios. O terreno foi adquirido pela irmã de Márcio Zago, Mariza Zago, que ainda ajudou a erguer o atelier/edícula construído nos fundos do terreno. Novamente o Garatuja ganha um espaço único, sem divisões, e embora rústico, perfeitamente adaptado às necessidade da proposta. Nessa época o nome sofre outra pequena alteração. De Garatuja – artes plásticas para crianças passa para Garatuja – Oficinas de Arte, por sugestão de Armando Canuto, que acreditava com isso melhorar a comunicação e o entendimento por parte da cidade. Os anos seguintes foram bastante difíceis, de muita luta, obstinação e foco na proposta. Márcio Zago e Élsie da Costa passaram a morar juntos, e no ano seguinte nasce o filho Vitor, que completava a família com os dois filhos do primeiro casamento da Élsie - Kátia e Luciano. O país vivia períodos de inflação alta, sem muitas perspectivas para a área cultural, principalmente porque não havia políticas públicas voltadas para o setor. O Garatuja não se pagava. Para mantê-lo, necessário obter recursos extras que vinham do trabalho pessoal de Márcio Zago, ligado às artes gráficas, e até ajudando seu pai na marcenaria. Pessoa chave desse período foi Jeane Rabaneda Lopes, que ainda mantinha a Escola Monteiro Lobato e recomendava alunos para as oficinas. Sem essa ajuda provavelmente o Garatuja não chegaria até hoje. A dificuldade em manter o espaço era uma preocupação diária, e a procura por soluções, um pensamento constante. Todas as saídas apresentadas para o impasse levavam a uma Garatuja na década de 80. A reforma em 2000 e o andar de cima, em 2010.

06


mudança radical das atividades. Em consulta a órgão especialidado em assessoria para pequenos negócios, a sugestão foi popularizar as oficinas, oferecendo cursos de artesanato, de dança, como macarena e lambada (muito populares na época), aulas de pinturas para adultos e realizar parcerias com escolas. Nesse período, tanto o Garatuja, como o trabalho de Élsie já estavam com suas propostas definidas e claras em relação à metodologia e proposta. Sabiam o que queriam e principalmente o que não queriam. Transformar o trabalho desenvolvido até então em mais um espaço voltado para o consumo fácil e a serviço da cultura de massa não fazia parte dos planos. Embora pouco compreendido e aceito pela cidade, o melhor seria continuar na forma como estava sendo realizado. Nesse período as escolas formais particulares passaram a inserir cursos extras para seus alunos. Havia diversas opções, de dança à culinária. Esses cursos, com ra-

ras exceções, tinham como interesse maior manter os alunos na própria escola, facilitando a vida dos pais, e não em investir em práticas pedagógicas de qualidade. O custo reduzido dessas atividades prejudicou ainda mais o já insipiente mercado de trabalho da cidade. Outro agravante foi inviabilizar a divulgação do Garatuja nessas escolas, uma vez que passamos a ser vistos como concorrentes, dificultando ainda mais a manutenção do espaço. Em 1992 o Garatuja realiza a 40 Mostra de Arte Infantil, no Museu Municipal. No ano seguinte outra mostra, mesmo local, dedicada ao Gimenes. Essa exposição procurava marcar os dez anos de seu falecimento. Reuniu gravuras e pinturas pertencentes ao acervo do Garatuja, além de obras emprestadas por amigos.

Acima matéria publicada no jornal O Atibaiense. Ao fundo exemplares do Boletim Garatuja.

07


O Espaço

Ainda nesse ano Élsie da Costa assume a Coordenadoria de Cultura de Atibaia, na gestão do então Prefeito Flávio Callegari. Dois anos depois passa para Diretora de Cultura (ainda não havia a Secretaria de Cultura). Embora ocupando cargo público, não abandona seu trabalho de dança, nessa época acontecendo o Compasso-Balé, Ginástica e Ludodança, numa modesta sala na Rua José Lucas, e o trabalho de artes plásticas no novo Garatuja. Em 1993 é realizada a 50 Mostra de Arte Infantil, e, no ano seguinte, algumas oficinas voltadas também para o público jovem. Em 1999 tem início a ampliação física do Garatuja com a construção da sala de dança e a reforma no atelier, visando criar espaços para a cerâmica e o laboratório fotográfico. Em 2000 é inaugurado o novo Garatuja, realizando o velho sonho de integrar os dois trabalhos num mesmo local. Com outra sala construída, as oficinas de dança passaram a dividir espaços incluindo o teatro e a música, com profissionais vindos da própria cidade e de outras localidades. No ano seguinte tem início a formação do grupo cênico Terrícolas e Terranteses e a criação da peça Hábitats. O novo espaço passa a abrigar também mostras de gravuras, fotografia e cineclube. A partir de 2004 começa a se esboçar no país uma política cultural até então inédita, e que mudou radicalmente a relação do Estado com os fazedores de cultura. O Programa Cultura Viva possibilitou o acesso de artistas e instituições que estavam à margem dos recursos destinados a esse fim. Para adaptar-se à nova realidade o Garatuja criou uma alternativa jurídica a fim de participar de editais e convênios, visando atender ao público interessado e sem recursos financeiros. Dessa forma surgiu em 2005 o Instituto de Arte e Cultura Garatuja. No mesmo ano é lançado o projeto Universo Poético-Musical dos Congadeiros de Atibaia. Formalizado como Instituto, o Garatuja pode concorrer a diversos editais públicos, sendo habilitado por duas vezes como Ponto de Cultura, além das participações e dos convênios com o poder público estadual e federal. No primeiro edital do Ponto de Cultura o Garatuja optou pelo trabalho voltado aos jovens e adolescentes da região através de ações na formação artística, utilizando uma peça teatral infantil como base. No segundo convênio o trabalho se realizou com crianças, objetivando sistematizar o que havia sido desenvolvido, até então, em suas três décadas de existência. O resultado foi o documentário Garatujas & Cambalhotas – Expressão e Arte na infância. Outros projetos, convênios e parcerias aconteceram nos últimos anos, com algumas premiações importantes como a de semi-finalista no Prêmio Cultura Viva. Nossos esforços agora estão voltados à difusão desse trabalho para espaços culturais, educadores, professores de arte, escolas e interessados em geral, através da exibição de vídeo e a publicação do material sistematizado até o presente momento.

08


Teatro de Bolso O espaço de dança foi construído de forma que a sala de aula pudesse ser transformada também num pequeno teatro. Esse local é utilizado na finalização dos trabalhos de dança com crianças, onde elas podem apresentar o que aprenderam de modo a não se intimidar com a presença do grande público. Em primeiro lugar o trabalho é mostrado aos pais e demais parentes, criando um clima familiar e introspectivo. Amadurece a cada nova apresentação até as crianças ganharem confiança para atingir público maior. Outra possibilidade é que todas as etapas e os processos de uma apresentação sejam vivenciados de forma participativa pelo grupo, desde a montagem da arquibancada (para quarenta lugares), à afinação da luz, preparação do som, dos cenários, etc. Algumas vezes foram os alunos de artes plásticas que prepararam e operaram a iluminação cênica, construindo cenários e figurinos para os espetáculos. Algumas apresentações semestrais só puderam ser realizadas no próprio Teatro de Bolso, pela proposta intimista e por questões operacionais, como foi o caso da peça Do Bélico ao Belo, que por utilizar técnicas do teatro de sombras, perderia completamente o impacto visual caso ocorresse em espaços maiores. Outro exemplo foi a apresentação do grupo Caixa de Imagem, que tinha como proposta a apresentação para plateias mínimas, enfatizando o trabalho extremamente sensível de manipulação de pequenos bonecos. Outro fator é a proximidade com o público, que favorece o diálogo ao final de cada apresentação. Essa prática é adotada com frequência, contribuindo para a formação e qualificação do público. O espaço também abriga exposições, mostras, exibições e reuniões. Conta com piso de madeira, linóleo, infraestrutura de bastidares, sistema de som e luz.

09


Artes Plasticas

Ao deixar de ser Clubinho de Artes e Arteiros de Atibaia para ser Garatuja o trabalho passou a imprimir uma nova personalidade ao espaço. A mudança para a Rua José Bonifácio antecipa uma tendência notada logo no início das atividades pelo orientador Márcio Zago: a necessidade de ampliar as possibilidades expressivas das crianças. Além das divisões internas, que necessariamente obrigavam a uma disposição fragmentada dos equipamentos, essa mudança de endereço reforçou a constatação de que os interesses das crianças eram muito variados. Cada um queria ficar em determinada sala, fazendo o que mais gostava. Tal dinâmica poderia ser melhor aproveitada caso houvesse estrutura para isso, principalmente com relação ao número de funcionários. Sem essa possibilidade a saída foi criar situações de rodízio pe- aconteceu através de literatura, de orientação de amigos, artistas las salas a cada aula. Muitas das ativi- e muita experimentação. A primeira atividade incorporada foi dades eram novidades para as crianças, a marcenaria. A intenção não era o caráter utilitário da atidespertando grande interesse nos parvidade, mas disponibilizar bancada e ferramentas ticipantes. A cidade de Atibaia, nessa manuais para o imaginário da criança. A gravuépoca, início da década de oitenta do ra, que já vinha sendo desenvolvida no Clubinho, século passado, era pacata, com pouprincipalmente através de xilogravura, teve concas opções. Não havia sequer espaços tinuidade, acrescida pela serigrafia e mais tarde adequados à finalidade cultural. Daí pela gravura em metal. A fotografia foi aplicada a importância que o Garatuja teve em 1984. Atividades de animação e vídeo, as últina vida de muitas crianças que por mas a serem trabalhadas pelas crianças. A animalá passaram, e que no futuro escoção aconteceu pela primeira vez em 1997, ainda lheram profissões relacionano sistema analógico e, mais tarde, também no das à experiência adquiridigital, através dos equipamentos adquiridos pelo da: Arquitetura, Design, Ponto de Cultura, período dos primeiros filmes Propaganda e Publicidacom pessoas. A didática relativa ao ensino de arte de, Programação Visual, para crianças foi sendo amadurecida de forma empíetc. A diversificação de rica ao longo do tempo, e sistematizada somente em técnicas e procedimentos 2012. Uma das características do trabalho é a fusão aplicados pelo Garatude antigos processos do fazer artístico com as novas ja exigia conhecimento e tecnologias digitais. As técnicas aplicadas há muitos prática do orientador e não anos no Garatuja continuam sendo utilizadas, mesmo havia condições financeicom toda dificuldade que isso implica, como o eleras para contratar diferenvado custo financeiro, a obtenção de material e sertes profissionais para cada viços, etc. Embora obsoletas, essas técnicas possuem nova área. A saída foi diverrecursos didáticos que dificilmente serão encontrados sificar de forma autônoma. nos atuais meios digitais. Técnicas como a fotografia Márcio Zago passa a aplicar analógica, convivem em harmonia com os softwares as diferentes técnicas de made tratamento de imagem. E experimentação junto ao neira autodidata. A formação laboratório fotográfico analógico prepara o partici-


pante antes de se utilizar os programas de tratamento de imagem. Isso é uma experiência única e inesquecível para a criança, que levará essa aprendizagem para sempre, dando significado maior ao uso do computador. Outras técnicas seguem o mesmo perfil, como a animação, que ainda utiliza o Super-8, a gravura em metal, etc. Oferecer o conhecimento histórico de muitas técnicas e procedimentos enriquece o aluno, além de ser novidade para as novas gerações. O acabamento final dos trabalhos realizados pelas crianças, como molduras, suportes e até mesmo as exposições e mostras do Garatuja também são características próprias do Instituto. Essa preocupação veio de outra constatação: a de que o adulto não dá a importância devida ao que é produzido pela criança. Molduras e suportes adequados para os trabalhos proporciona visibilidade e importância para pais, mães, parentes e público em geral. Passam a ver ali detalhes que provavelmente passariam despercebidos caso expostos de outra forma. Essa forma de apresentar o que é produzido pelas crianças (que ficam em evidência nas mostras e exposições realizadas) criou uma “cara”, uma identidade para os trabalhos, e são facilmente reconhecidos como do Garatuja, servindo inclusive de referência para outras escolas e espaços da cidade.

À esquerda, parte da Mostra Memória Caipira, com fotos de Artur Cole realizada em 2007. Ao lado, Oficina de Marcenaria realizada em 1984 no Lar Dona Mariquinha Amaral. Abaixo a 60 Mostra de Arte Infantil do Garatuja, que aconteceu em 2011.

1111


Técnicas Mistas

Muito do desenvolvido pelo Garatuja foi criado pelo gravador Joaquim Gimenes Salas. Na continuidade de seu trabalho, essa proposta prevaleceu e ganhou força pela necessidade de diversificar ainda mais as opções expressivas oferecidas às crianças. Para o Garatuja, técnicas mistas são atividades que fogem das técnicas tradicionais do fazer artístico, como gravura, fotografia, pintura, etc. Muitas delas são inspiradas em procedimentos antigos adaptados aos materiais e tecnologias atuais, como o pantógrafo, o pirógrafo, etc. Outras são adaptações de atividades profissionais existentes onde são utilizadas ferramentas específicas para a função, disponobilizadas em benefício da expressão infantil. Outras ainda foram desenvolvidas durante três décadas de pesquisa, buscando inspiração em lojas de material de construção, armarinhos, utilidades domésticas, e demais estabelecimentos comerciais com grande variedade de produtos. O destaque são as incrustações, a modelagem, raspagem, etc. Algumas das ferramentas são: serrote, martelo, goiva, espátula, vários tipos de pincéis, réguas, lápis, morsas e materiais como vidro, cola, argila, pregos, ferro, madeira, pano, metal, massas, pigmentos, etc.

Abaixo, Renan pintando. Na página ao lado, Gabriel e Sophia na marcenaria e Sophia e sua casinha de boneca.

12


Marcenaria começou no Garatuja na década de oitenta. A construção de objetos de madeira fez parte do currículo de muitas escolas formais antigas, e era voltado basicamente para os meninos. Com o tempo caiu em desuso, mas continua presente nas atividades desenvolvidas pelo Garatuja, sendo uma das atividades mais admiradas pelas crianças. São utilizadas duas formas de abordar o ensino da marcenaria. A primeira é através de um projeto inicial, onde a criança desenha e pensa estruturalmente sobre o que quer construir, tentando colocar no papel informações necessárias para concretizar sua ideia. A construção em si é feita em parceria com o instrutor, que realiza as etapas mais difíceis do projeto, ao mesmo tempo em que orienta a criança sobre o uso correto de cada ferramenta empregada. O segundo modo de trabalhar é disponibilizando madeiras e ferramentas para que criem e construam seus objetos livremente. Isso só é possível depois da criança ter vivenciado a primeira experiência, reconhecendo cada ferramenta. Em 1987 houve apresentação de Ludodança e uma exposição de objetos de madeira no Teatro Vento Forte, em São Paulo, dirigido pelo dramaturgo Ilo Krugli. Na época ele estava criando o primeiro Museu da Produção Cultural da Criança e algumas peças foram cedidas ao acervo. Sobre o trabalho do Garatuja ele disse: “Esse material vem ao encontro de tudo que penso acerca da realização das crianças. Quero peças que mostrem a luta, a descoberta, o acerto e o erro da criança; que apareça sua busca, suas dificuldades e realizações”.

Marcenaria

13


Gravura A atividade da gravura teve início com o Clubinho de Artes e Arteiros de Atibaia. Ao fechar esse espaço e mudar-se para um novo endereço, a prensa e todo ferramental utilizado para essa finalidade foi adquirido pelo novo orientador, Márcio Zago. Existem quatro processos básicos da reprodução gráfica denominada gravura: impressão em relevo, que inclui a xilogravura e processos similares; impressão em oco ou côncavo (água forte, água tinta, ponta seca, etc.); impressão plana ou litografia e a impressão vazada ou serigrafia. De todas elas, a litografia é a única técnica não praticada no Garatuja. A impressão em relevo, principalmente a xilogravura e a linoleogravura, foram bastante exploradas pelas crianças. A serigrafia conta com espaço apropriado e é utilizado também para o trabalho de divulgação e promoção dos eventos, como confecção de cartazes, camisetas, etc. Nesse caso recebe o nome de silk screen. A técnica de impressão em oco foi introduzida no Garatuja através das oficinas voltadas aos adultos e ministradas pelo gravurista Romildo Paiva, em 2004. São técnicas milenares que exigem da criança a elaboração, paciência, habilidade e justamente por isso são mantidas na forma original. Como proposta didática optamos por fundir processos antigos do fazer artístico com as novas tecnologias digitais, e a gravura se presta muito bem para isso. Alguns desses processos foram adaptados, substituindo materiais e ferramentas, próprios para uso do adulto, por outros mais apropriadas à criança, mas mantendo sempre seu fundamento, sua essência. Nesse caso salientamos tratar-se do aproveitamento de técnicas conhecidas e nomeadas de forma diferenciada.


Fotografia

15

Ao lado, latinha utilizada como câmera fotográfica. Aqui, ao fundo, câmera escura em formato de câmera fotográfica. Abaixo, oficina de fotografia e a Melissa fotografando.

A fotografia começou no Garatuja na década de oitenta, através do fotógrafo Armando Canuto. Armando trabalhou muitos anos na gravadora CBS produzindo capas de discos. Por determinado período morou em Atibaia e realizou aqui, em companhia do fotógrafo Euclides Sandoval, várias oficinas de fotografia. Através do Armando teve início a fotografia artesanal, ou pinhole. Essa é uma atividade bastante apreciada pelas crianças, principalmente pela magia e pelo inusitado de ver “surgir” uma foto tirada por uma simples caixinha ou latinha furada. Nesse processo a criança constrói sua própria máquina fotográfica e com ela realiza as fotos. No laboratório analógico, revelam o negativo e o passam para o positivo. Outras vezes o negativo é scaneado e tratado digitalmente. No laboratório a criança tem a oportunidade de conhecer também o princípio básico do fenômeno químico presente na revelação analógica, através do fotograma. A primeira exposição de trabalhos realizados pelo Garatuja nesse processo data de 1984. Em 2002 o IPE - Instituto de Pesquisas Ecológicas realizou um grande projeto de educação ambiental utilizando a fotografia artesanal desenvolvido pelo Garatuja para registrar a situação do Rio Atibaia, desde a nascente até a região de Campinas. Esse trabalho abrangeu cerca de quatrocentas crianças e gerou um calendário com fotos e uma grande exposição que circulou por várias cidades vizinhas. Para esse projeto foi construída uma réplica da antiga máquina fotográfica Kapsa, de fabricação brasileira, e através dela tornou-se possível demonstrar às crianças o fenômeno da formação da imagem presente em toda câmara escura.


HQ e Humor A história em quadrinhos é outra atividade bastante apreciada pelas crianças. Algo específico dentro da expressão gráfica, exigindo uma série de etapas e processos, que faz dessa atividade uma das mais apropriadas para o processo educacional, principalmente pelo fato de dialogar com outras linguagens como a literatura e o cinema. No Garatuja os quadrinhos são trabalhados de duas formas: inseridos na programação normal de aulas, juntamente com outras técnicas e linguagens, ou então em cursos específicos para os que demonstram maior aptidão. Nas aulas normais, a complexidade dessa linguagem é transformada e adaptada de acordo com a faixa etária do participante, oferecendo as primeiras noções do processo. Já nos cursos específicos as diferentes etapas são aprofundadas: da ideia inicial até a impressão final da revista. Outra área específica da expressão gráfica é o humor. Da mesma forma que os quadrinhos, o humor entra na programação normal das atividades do Garatuja, mas são aprofundados de forma separada caso haja interesse do participante. Como resultado do trabalho está a participação e premiação dos alunos do Garatuja, por anos seguidos, no principal Salão de Humor do país, voltado para a criança, que é o Salãozinho de Humor de Piracicaba. Em 2013 a aluna Lia Tricoli ganhou 10 lugar na categoria de 11 a 14 anos.

16


Audiovisual Era intenção do Garatuja realizar oficinas de vídeo e principalmente de animação com as crianças, desde seu início em 1983. Nessa época não havia a facilidade dos atuais meios digitais de realização videográfica, o único material disponível, e razoavelmente viável, era o cinema de 16 mm ou então o Super 8. O vídeo VHS era tão ou mais difícil e caro, quanto o cinema convencional, pela dificuldade de se conseguir uma ilha de edição. Através de oficina em Super 8, realizada no Garatuja (1996), foi possível começar a fazer filmes nessa bitola com as crianças. São da época as animações A Poluição, Filhotes Sapecas, O Acidente da Tam, O Balão, O Castelo Misterioso, O Saci Atrapalhado, O Tarado, O Pintor e Joanito, todas a partir de 1997. De lá para cá o Garatuja adquiriu equipamento atualizado e o processo digital incorporado ao cotidiano de nossas realizações. Os antigos processos analógicos não foram descartados, mas integrados à nova tecnologia. Sempre que possível recorremos a ele como meio didático de ensino do cinema para jovens e crianças. Em 2005 realizamos uma oficina de vídeo da Associação Kinoforum que resultou nos curtas A Bomba, Maníacos do Parque, João 100 Medo e Crepúsculo. Em sequência o documentário Oi lá no Céu, tendo como base a pesquisa de Élsie da Costa sobre as Congadas de Atibaia. As mais de vinte animações realizadas pelo Garatuja, algumas com premiações, participaram de importantes festivais como o Anima Mundi, Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, Festival Internacional de Curta Metragem de São Paulo entre outros. O curta A Viagem de um Barquinho foi escolhido recentemente para abrir evento em homenagem ao Ziraldo na 100 Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis de 2011. Essa animação também integra o catálogo da Programadora Brasil. Na página ao lado, de cima para baixo: Heitor preparando a arte final; O garoto Cláudio finalizando uma história em quadrinhos no processo 3D; Lia Tricoli desenhando e as caricaturas da Lia, da Valentini, do Arthur e do Davi. Nesta página, em cima, Gabriel e Vinicius filmando, desenhos da animação Sonhos de Menina e, ao lado, os irmãos Ygor e Heitor observam uma Câmera Super-8, além de recortes da primeira animação realizada no Garatuja, em 1997.

17


Dança e Artes Cenicas Os trabalhos de dança desenvolvidos no Garatuja, sob coordenação de Élsie da Costa, têm forte influência do teatro. Isso vem dos anos setenta quando em companhia do irmão Marcos Monteiro da Costa (arquiteto e dramaturgo), aproveitava as férias escolares para encenar peças teatrais na cidade. Na década de setenta foram sete peças e a maioria delas de Maria Clara Machado. Posteriormente passaram a encenar também peças de autoria do próprio irmão Marcos, que seguiu carreira ganhando em 1978, com a peça Notre Dame de Paris, o 30 Concurso Nacional de textos para Teatro Infantil do Ministério da Educação e Cultura DAC/FUNARTE. A partir dessa experiência o teatro e a dança sempre caminharam juntos, e as apresentações tomaram a característica de dança cênica. O teatro também ajudou no trabalho de produção cultural, que veio dessas experiências obtidas na infancia, com as peças do irmão. Outra contribuição dessa época foi a opção por uma estética mais intimista, presente no Teatro de Bolso do Garatuja e que teve inspiração nas peças quando criança dentro da própria casa, para parentes, vizinhos e amigos. Aos 15 anos, Élsie dirigiu O Rapto das Cebolinhas, com várias crianças e irmãos, e, no ano seguinte, A Bruxinha que Era Boa, encenada no Grêmio Esportivo Atibaiense e no SESC de Campinas, juntando as famílias Monteiro da Costa e Cicaroni. As peças receberam na época críticas bastante elogiosas, publicadas nos principais jornais de Campinas.

18

Acima, foto da peça A Bruxinha que era Boa, dirigida por Wanda Machetti, motivação para as demais peças feitas por Élsie da Costa (segunda da esquerda para a direita) e seu irmão Marcos Monteiro da Costa (sentado). Abaixo, grupo Actariel com a peça Do Sonho Real ao Corpo Real e Marina Siqueira na Vídeodança.


A Viagem de um Barquinho

A Viagem de um Barquinho, de Sylvia Orthof, foi encenada em 2007 como conclusão de curso, no final do Ponto de Cultura, pelo grupo Terrícolas e Terranteses 2. Três anos de oficinas com trabalhos de dança, percussão, danças brasileiras, voz, canto, improvisação e criação teatral. Ao processo de montagem, foram somadas as oficinas de artes visuais na criação e confecção de objetos de cena, figurinos e da animação, também denominada A Viagem de um Barquinho, feita especialmente para a cena do sonho do menino. Nessa montagem a dança teve importante papel na performance dos atores, jovens e crianças, em toda a movimentação cênica e nas danças populares que se integraram ao enredo, como o siriri e a ciranda. As músicas com o coro infantil foram cantadas ao vivo.

19


Oficinas e workshops A característica das oficinas e worshops que se desenvolveram no Garatuja tinham o objetivo claro de somar elementos para a arte da dança, paralelamente às oficinas de percussão. Profissionais vieram de cidades maiores, circunvizinhas como Campinas, São Paulo e Vale do Paraíba. Raras oportunidades de estudos, como as oficinas de percussão, com músicos renomados, incentivados pelo Dalgalarrondo, tais como Guello, Magda Pucci, Paulo Campos, Fernando Ferrer, Dinho Nascimento, Eugênia Nóbrega, Tião Carvalho, Flavia Maia, Luciana Orsi, Francisco Simão, Paulo Dias e o Grupo Cachuera, além do próprio Dalgalarrondo. Nas danças brasileiras, contribuíram Lilian Vilela, Valéria Franco, Graziela Rodrigues, Lucilene Moreira, Rosana Baptistella, Sílvio de Oliveira, André do Jongo do Tamandaré, Leandro e Heraldo do Fandango de Guaraqueçaba. No teatro, Grácia Navarro, Euclides Sandoval, Grupo Caixa de Imagem, Andrea Macera e da cidade a contribuição das Congadas de Atibaia, Isis Gonçalves, Gabriela Gonçalves Bonillo (Bibi), Roberta Forte, etc.

20


Na página ao lado, vertical direita de cima para baixo: Lilian Vilela, Graziela Rodrigues e Congada Rosa de Atibaia. Na horizontal: Paulo Dias e Dalga Larrondo. Acima, da esquerda para a direita: André, Lucilene, Magda Pucci, Silvio, Rosana, Guello, Fernando Ferrer, Heraldo, Paulo Campos e Gracia Navarro. Na vertical Eugênia Nóbrega. Depois, Isis Gonçalves e Dinho Nascimento.

21


Ludodança A Ludodança é resultado das experiências didáticas de Élsie da Costa com crianças, onde expressões inusitadas, próprias da infância como o lúdico, o imaginário e a abstração são fontes de aprimoramento dos movimentos da dança. Utilizam-se materiais intermediários, tais como brinquedos ou objetos e jogos dramáticos sugeridos pelas crianças durante o processo de trabalho. Outras motivações, objetivam maior sensibilização. A sensorialização nesse caso é relativa à percepção e transmissão de sensações físicas, em geral. Aborda-se na psicologia o processo sensorial consciente, correlacionado com o aspecto fisiológico que proporciona o conhecimento do mundo externo. A Sensibilização, além da recepção e percepção de sensações externas, está ligada a fatores emotivos, como o de comover, tocar o coração. Nessa metodologia o estudo do corpo é feito detalhadamente, objetivando sempre o domínio das ações corporais e respeitando o movimento original de cada participante. A percepção sensorial acontece pelo contato com materiais específicos, estimulando atenção especial às diferenças mais sutis que causam mudanças efetivas na sensibilidade e na consciência do corpo. Ocorre o aprimoramento e a propriocepção, que é a sensação dos próprios movimentos. De cima para baixo: Performance e Ludodança - 1984, Oficinas de 2000 e 2010. Aula com estímulos lúdicos. Abaixo: registro do Laboratório de criação do espetáculo Visível In Visível (2011).

22


Dança classica A Dança Clássica acontece concomitantemente a outros trabalhos de percepção corporal, domínio do movimento e a Ludodança. Essa prática é aplicada para que se tenha consciência do corpo, durante as sequências de movimento e significação dos gestos. Trata-se de uma técnica de aprendizado continuado, treino diário.

De cima para baixo: Emily, Letícia e Marina. Em destaque: Flora Audi. Ao lado Raquel de Lima. Abaixo: Alaís, Surian, Gabriela, Brenda, Marina. Treino do Corpo de Dança (2008).

23


Todas as oficinas realizadas no Garatuja geram resultados expressivos onde há preocupação com a qualidade estética, o acabamento, dando importância ao que é produzido pelas crianças e pelos jovens. Atualmente, a maioria das apresentações ocorrem em “temporadinhas” no próprio Teatro de Bolso do Garatuja. Sempre que possível buscamos fazer apresentações em outros lugares, mas faltam oportunidades para a circulação dos trabalhos. Cada pequena obra nascida das vivências com os participantes, envolveu um determinado processo, partindo de pontos diferenciados: uma história, música de um tema tratado musicalmente, um fato ocorrido no cotidiano, observações do dia a dia, de uma pesquisa, do brinquedo infantil, de uma crítica, de improvisos e objetos, de simples trabalhos com o corpo, de elementos históricos da dança, de interpretações instrumentais, etc. Os espetáculos criados foram sempre feitos com crianças e jovens, estudantes da dança, a maioria das vezes em processos de iniciação. A partir do ano 2000, aconteceram oficinas complementares às aulas de dança, surgindo o primeiro grupo cênico do Garatuja cujo nome, Terrícolas e Terranteses, se remete aos que são nascidos na terra e os que se incorporam à essa localidade. Mais adiante se criou o Corpo de Dança de Atibaia, a partir da oficina A Linguagem da Dança, que logo em seguida se soma ao Ponto de Cultura, nascendo o Terrícolas e Terranteses 2.

Espetaculos...

24


Apresentação de Vídeodança (2010). Foto de Laura Aidar.

25


...mostras e performances Enquanto a Cidade Não Vem (1981 ) - Tendo a natureza como ponto central e a relação entre os animais expressos por uma pata e seus filhotes. A Roda É A Roda É A Roda (1985 ) - Desenvolvida a partir de brinquedos de madeira criados por crianças na marcenaria de um orfanato. Tais brinquedos fizeram parte das cenas, junto com pneus, arcos, e outras formas circulares como saias rodadas e uma roda gigante. Do Sonho Real Ao Corpo Real (1986) - Composição experimental coletiva utilizando um tecido gigante, membranas, e uma relação entre personagens criados a cada momento da música. Com jovens e adultos, recebeu prêmio 10 Lugar na categoria Dança do Festival e Mostra Regional de Arte e Artesanato, do interior paulista, realizado pela Secretaria de Estado dos Negócios do Interior. Bailarinas de Plástico (1987 ) - Contrapondo-se aos tules, o plástico polibolhas foi o tecido escolhido para os tutus. Nas cabeças, grandes funis iluminados com pequenas lanternas a pilha, presos como os capacetes operários. Visível In Visível (1991) - Sequência de trabalhos experimentais utilizados na Ludodança para domínio de ações corporais e motivação da abstração e da criatividade. A transformação do corpo que não se vê e não se mede. Em Sabão Há Bolha (1991) - De um dia de faxina, o cotidiano da limpeza e da higiene transformado em movimento e dança. De Casa Em Casa (1995 ) - Do cotidiano das casas e seus ambientes às sensações viscerais da fome, do sono e da alegria do tempo de brincar. Peregrinos de Tubaia Aragem (Vídeo de pesquisa pessoal - 1998) - Vídeo experimental percorrendo espaços urbanos e rurais, cujas impressões adentram o corpo. Os ambientes se relacionam com a vida dos congadeiros de Atibaia, seus corpos, suas crenças, sua cultura. Hábitats (2000 a 2002) - O feminino, o masculino, o rural, o urbano, a devoção, a penitência, o trabalho, o brinquedo, cânticos, danças, paisagens, estados da natureza, o imaginário, as crenças, tornam-se presentes em quem faz e em quem vê. Criado com adolescente, o trabalho foi apresentado no teatro de bolso do Garatuja; na roça, bairro do Morro Grande; no Espaço Tugudum em Campinas; no Cine Teatro Atibaia. Do Bélico ao Belo (2004) - Cenas em sombras mostram imagens de paradas militares, desfiles cívicos, arsenal bélico de defesa, cuja consequência é a violência e a morte. Uma bandeira branca marca a transposição das cenas. Na frente, da tela de sombras, toma conta o humor, o lírico, o circense, a dança com personagens inusitados. Cinestesias (2007) - Foi uma apresentação de trabalhos criados a partir da oficina A Linguagem da Dança, oferecida para jovens. Envolve os sentidos das palavras Cinestesia com C e Sinestesia com S e Sínese; as danças enfocaram de forma recriada aspectos históricos do processo artístico que passou, ou vem passando, a dança e a relação com o corpo. Parolas (2009) - Danças compostas a partir dos sons de palavras e pequenos textos sobre os quais foram aplicados fatores de movimento e qualidades relativas ao esforço. Videodança (2010) - Trabalho experimental feito com adolescentes e adultos, cuja proposta era explorar pontos de vista, a perspectiva e as posições que alteram e deformam as proporções harmônicas do corpo. A Viagem do Barquinho (2010) - A Viagem do Barquinho de Silvia Ortof foi o exercício para conclusão de curso, no final do Ponto de Cultura, do grupo Terrícolas e Terranteses 2.


Na página ao lado, de cima para baixo: Yasmim e Catarina (Tutumarambá - 2011). Flora Audi e Lara e apresentação de Parolas em 2009. Acima: Hábitats (2002), com Vitor, Élsie, Kandyê e Mbatuya. Ao lado, Matheus e Alaís, Aisha e Catarina, o Corpo de Dança de Atibaia (2008) e Juliane, Lara e Daniela, na peça Dona Iselda Tecedeira (2011).

27


Universo Poético

28

Esse projeto foi contemplado pela Petrobras, a partir da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e trouxe à tona a importância social da música e da poesia das congadas de Atibaia. Realizado em 2005, parceria com a Associação Cultural Cachuera!, resultou num material multimídia da memória das tradições dos congadeiros de Atibaia, que têm mais de 200 anos de história. Envolveu diretamente quatrocentas pessoas para sua realização. A pesquisa de Élsie da Costa foi materializada no livro Balanceia Meu Batalhão, no Cd Cor da Nossa Terra e no Vídeo Oi Lá no Céu!. Em Atibaia, havia quatro ternos. O quinto batalhão (dos Marinheiros) que estava sem atuar há 14 anos retornou com esse projeto. A Associação Cachuera!, sede em São Paulo, responsabilizou-se pela assessoria técnica na produção do CD e do Vídeo que fazem parte do projeto. Os congadeiros, que pertencem a uma comunidade menos favorecida, tiveram acesso inédito a uma tecnologia de primeira linha. Isso permitiu maior compreensão dessa cultura por outros segmentos da sociedade. A função do projeto não tinha finalidade lucrativa e forneceu auxílio para as comunidades envolvidas. Parte do material produzido foi encaminhado à Petrobras, ao Ministério da Cultura, ao Sistema Nacional de Bibliotecas e às próprias Congadas de Atibaia.


Ponto de Cultura A partir de 2007 o Garatuja passou a ser Ponto de Cultura, uma das ações do Programa Cultura Viva. Para ser Ponto de Cultura houve a necessidade de passar por rigoroso processo de seleção, concorrendo com inúmeras entidades de todo o país. O Garatuja foi o primeiro Ponto de Cultura da região. O projeto apresentado levou em conta atividades que já eram desenvolvidas desde seu início. Como meta final estava a peça infantil História de um Barquinho, de Sylvia Orthof. A estrutura central do projeto foi dividida em duas etapas que se completavam: artes cênicas e artes visuais, oferecendo ampla ação na formação artística para estudantes de escolas públicas. Nas artes cênicas aconteceram oficinas de teatro, voz, dança, preparação dos jovens. Já nas Artes Plásticas o foco era trabalhar com as que tinham interesse nas atividades que aconteciam por trás dos bastidores: cenário, figurino, iluminação, sonoplastia, divulgação, adereços, etc. Para isso realizou-se oficinas de desenho, gravura, fotografia, animação, etc. O segundo projeto aprovado para Ponto de Cultura, chamado Garatujas e Cambalhotas – Documentação e Registro na Infância, propunha sistematizar nossas atividades a fim de torná-las acessíveis a um maior número de pessoas. Para isso foram realizadas diversas oficinas que buscavam recriar situações de registro fotográfico e videográfico. Como resultado final editou-se o DVD Garatujas e Cambalhotas – Expressão e Arte na Infância, documentário que traça a trajetória dos trinta anos de trabalho consecutivo do Garatuja em Atibaia. Uma das ações desse projeto resultou ainda na formação do Coral Percussivo Garatujas e Cambalhotas, com coordenação da musicista Roberta Forte, e que teve seu registro na edição do CD Criandanças.

29


Marujos e Marinheiros

Em 2008 o Garatuja realizou, através do edital PROAC, um projeto de formação, fortalecimento e difusão da cultura popular local, focado em dois grupos específicos de tradição: a congada branca e a congada azul, do Morro Grande, bairro da Boa Vista. O projeto, desenvolvido pela pesquisadora Élsie da Costa, realizou inúmeras intervenções culturais, artísticas e educativas visando a transmissão dos saberes tradicionais através de oficinas, vivências e encontros em bairros, escolas e na própria localidade onde as manifestações acontecem. A Congada Branca, da Chácara Regina, resurgiu em 2005, depois de quatorze anos inativa, através do restauro feito por Élsie e a equipe do Garatuja, momento da materialização de sua pesquisa sobre as Congadas de Atibaia, patrocinada pela Petrobras. Com o projeto Marujos e Marinheiros – Aprendizes da sabedoria, tornouse possível aproximar essa tradição aos alunos de algumas escolas públicas de Atibaia e da divisa com Bragança Paulista. Realizaram-se palestras, oficinas de percussão e música, o que resultou na formação de uma “Congadinha Branca” (E.E. Estudante Ednaldo Sales). Esse grupo foi posteriormente integrado à tradicional Congada Branca nas festividades da cidade, em 2008. Com apoio dos familiares envolvidos, algumas dessas crianças se integraram definitivamente ao terno. Com a Congada Azul, também restaurada por Élsie da Costa, em 1980/81, foi feito um trabalho na própria comunidade. As oficinas aconteceram na casa onde morou Seu Bastião, mestre da Congada Azul, e recentemente falecido. A casa, com o recurso do projeto, passou por reformas e adaptações para receber as oficinas que integraram inúmeros moradores do bairro, de diferentes faixas etárias e hoje é a sede do batalhão. Acima o sítio do Seu Zé Bastião (José Ginçalves de Souza). Após o falecimento do mestre, com esse projeto a casa foi ocupada por oficinas e transformada em sede da Congada Azul (foto ao lado).


O projeto integrou crianças da escola E.E. Estudante Ednaldo Sales ao Batalhão da Congada Branca por meio de palestras, oficinas, vivências e apresentações (fotos acima). Ao lado, ensaio da Congada Branca com a participação de estudantes e familiares na Capela centenária da Chácara Regina do Nenê Horta. Na foto abaixo a primeira participação da Congada e da congadinha, juntas, na programação das Festas oficiais de São João Batista (24/6/2008).

31


Outras atividades A formação de público faz parte do trabalho desenvolvido pelo Garatuja. As apresentações cênicas que ocorrem no Teatro de Bolso sempre são acompanhadas de bate-papo no final. Com isso procura-se não só oferecer produtos culturais de qualidade, mas também criar situações apropriadas à reflexão, contribuindo assim para a formação de plateias melhor qualificadas. A fim de complementar essa ideia, desde seu início o Instituto formou pequenos acervos referentes aos brinquedos populares, à expressão da cultura infantil, equipamentos de cine/ foto, já expostos em diversas ocasiões no próprio espaço e em outros locais da cidade. Assim como o acervo, a biblioteca, os discos, fotos, vídeos e registros sonoros tornaram-se inicialmente bens materiais colhidos ou adquiridos pelos fundadores do Garatuja, mas que agora são disponibilizados para uso dos participantes. Existe acervo bibliográfico direcionado principalmente para a arte e a cultura popular. A grande maioria das fotos e dos registros sonoros é referente às congadas e tradições locais. Esse material está aberto à consulta pública nas dependências do Garatuja. Temos ainda infraestrutura física e equipamentos para realizar mostras cinematográficas e vídeográficas para um público de até 40 pessoas por sessão. O cineclube funciona atualmente de forma esporádica para o público externo. Algumas mostras, como o Festival do Minuto e o Tela Verde, foram amplamente divulgadas e contaram com grande número de participantes, principalmente estudantes de escolas públicas. Já a Mostra do Núcleo de Estudos Audiovisuais ficou mais restrita aos alunos e frequentadores assíduos do espaço. O acervo de fitas e vídeo é apresentado para alunos e integrantes dos projetos realizados, dentro do assunto abordado. O Garatuja procura ainda facilitar a produção de outros artistas, dentro da sua estrutura jurídica, como foi o caso da publicação dos livros Cinema com Pipoca e Ecos & Sombras do amigo e colaborador Euclides Sandoval. De cima para baixo: manutenção de avervo, cineclube no José Alvim, no Garatuja e as publicações de Euclides Sandoval.

32


Informaçoes

O Garatuja é um espaço de criação e difusão artística direcionado a diferentes formas de expressão. Situa-se na cidade de Atibaia, interior paulista, sendo resultado da soma de duas experiências: a de Márcio Zago, artista plástico, e de Élsie da Costa, bailarina e pesquisadora da cultura popular. Ambos respondem pela direção artística. Localização: Está situado na Rua Esmeraldo Tarquínio, 346 – Jardim Tapajós – Atibaia SP CEP 12945 060. Ponto de referencia: Entre três espaços bastante conhecidos pela população local: Parque Edmundo Zanoni; AME - Ambulatório Médico de Especialidades e a Praça da Ressaca. O acesso pode ser feito pela Avenida Horácio Neto, Avenida Jerônimo de Camargo ou ainda pelas Ruas Adolfo André e Dr. Zeferino Alves do Amaral. Da rodoviária partem regularmente ônibus em direção ao terminal da Ressaca, localizada na praça do mesmo nome.

Direçao artistica

Contato Fone/fax (11) 4412 9964 ou celular 9 9651 7975 (Vivo) Endereço eletrônico garatuja.arte@ig.com.br faleconosco@garatuja.org.br Site: www.garatuja.org.br Blogs temáticos institutogaratuja.blogspot.com.br garatujaquadrinhos.blogspot.com.br garatujaaudiovisual.blogspot.com.br garatujagravura.blogspot.com.br garatujaculturaspopulares.blogspot.com.br garatujahumor.blogspot.com.br garatujafotografia.blogspot.com.br

Márcio Zago é artista plástico de formação autodidata. Atua desde 1983 na defesa da expressão plástica da infância, através de ações em áreas como: marcenaria; artes plásticas, fotografia, desenho animado e história em quadrinhos. Desenvolve ainda trabalho como artista gráfico e programador visual para empresas e instituições.

Élsie Monteiro da Costa é pesquisadora de dança e cultura popular, envolvendo-se também com teatro na adolescência. De forma prática complementou sua formação e atuação, integrando outras áreas como: fotografia, técnicas mistas, percussão. Pesquisa e mantém contato com a comunidade de congadas em Atibaia. Desde 1975, teve publicados os livros “Ternos de Congos – Atibaia”, e “Universo Poético-Musical dos Congadeiros de Atibaia”. Trabalhou em órgão público, como arte educadora de dança, capacitação de professores, e foi dirigente cultural na Prefeitura de Atibaia. Além de estudos com a comunidade das congadas coordena oficinas, cursos e outras atividades artístico-culturais. Revista Garatuja - Edição comemorativa Tiragem - 750 exemplares Realização - IAC Garatuja Revisão: Euclides Sandoval Atibaia - SP - 2013/2014


Revista impressa com apoio cultural da Prefeitura da Estância de Atibaia. Agradecimentos: Diretor de Cultura Charles Geraldi, Secretário de Cultura Luis Otávio Frittoli e Prefeito Municipal Saulo Pedroso. Realização

Apoio


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.