Nova edição do "Rússia", 2 de outubro

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Universidade da Amizade

SHUTTERSTOCK/LEGION-MEDIA

De reduto comunista a berço de líderes liberais, RUDN reúne estudantes dos quatro cantos P.4

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Este suplemento é produzido e publicado pelo jornal Rossiyskaya Gazeta (Rússia), sem participação da redação da Folha de S.Paulo. Concluído em 30 de setembro de 2015. Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), La Nacion (Argentina) e outros.

Jogos Mundiais Em sua primeira edição, olimpíadas indígenas no Brasil terão representantes de quase uma dezena de tribos nativas russas Jogos Mundiais dos Povos Indígenas são baseados em competição local brasleira, existente desde 1996 e similar à “Mantchaari” russa.

Programa de índio (moderno)

MARIA AZÁLINA GAZETA RUSSA

A primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que ocorrerá em Palmas, Tocantins, de 23 de outubro a 1º de novembro, reunirá 2.200 representantes de 25 países, entre eles, Austrália, Japão, Noruega, Filipinas, China, Nova Zelândia, Congo e Mongólia. A Rússia, que conta com uma enorme quantidade de etnias nativas em seu território, terá uma equipe composta por 36 esportistas. São representantes dos siberianos udegueits, buriat, evien, dolgan, tuvints e selkup, dos abazin do Cáucaso e dos nanaits do Extremo Oriente do país. “Apoiamos esse movimento. As pessoas devem praticar não apenas os esportes olímpicos, pois no mundo há uma enorme diversidade cultural e étnica. Por isso, certamente levaremos as categorias esportivas da Iakútia, do extremo norte russo, da Kabardino-Balkária e de outras regiões do Cáucaso”, disse o vice-diretor do Centro Republicano de Esportes Nacionais, Mikhail Erchov, ainda em abril, quando esteve presente ao anúncio dos jogos na ONU.

Modalidades

povos indígenas. Corrida na areia, nado em águas abertas, arco e flecha, cabo de guerra, canoagem e arremesso de lança estão entre as modalidades disputadas. Paralelamente às competições, será realizado um festival de cultura e gastronomia dos povos indígenas. “Todas as modalidades serão aproximadas o máximo possível das nativas. Por exemplo, a corrida de 100 metros ocorrerá na areia, a natação, em águas abertas, e o arco e flecha não utilizará instrumentos esportivos, mas fabricados pelos próprios competidores”, ex pl ica Erchov. O evento foi elaborado com base nos Jogos dos Povos Indígenas, realizados no Brasil desde 1996, com a participação de mais de 20 grupos étnicos do país.

Particularidades russas A Rússia também realiza competição semelhante, as “Spartaquiadas Mantchaari”, na região da Iakútia. Por isso, o país sentiu falta de esportes específicos de seus povos nativos no programa dos novos jogos mundiais, como as lutas khapssagai, da região russa da Iakútia, e a bukhe-barildaan, da Buriátia. “Junto a colegas do Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Mongólia, pedi que modalidades esportivas nacionais de outros países fossem incluídas no programa dos jogos, mas os organizadores argumentaram que isso dificultaria a organização e haverá plena liberdade para apresentações desses em uma área especial”, disse Erchov.

Promessa Meta de US$ 10 bilhões foi instituída em anos anteriores, mas não foi atingida

Ucrânia Conflitos internos crescem

YURI MURAVIN / TASS

Povos nativos russos em evento provêm de diversas regiões, do Cáucaso ao Extremo Oriente. Algumas tribos, porém, não tiveram verba para a viagem

Os esportes indígenas que compõem o evento se dividem em “tradicionais demonstrativos” e “nativos de integração”. Mas também haverá esportes ocidentais competitivos, como símbolo de unificação das etnias e

como fertilizantes, petróleo e borracha sintética. “Começamos a transição de exportações de matérias-primas para a de produtos industriais e de alta tecnologia, o que é muito importante”, destacou Medvedev. Já o Brasil, continua a fornecer matérias-primas, principalmente alimentos. Além disso, segundo Temer, as negociações de helicópteros russos “deverão ser concluídas com sucesso em um futuro próximo”.

Temer e Medvedev querem ampliar comércio bilateral Moscou voltou a pedir ao Brasil que viabilize o uso de moedas nacionais nas trocas bilaterais, como já faz com países como a China. KOMMERSANT

Caos político e econômico produz impasse em Kiev Analistas russos e ucranianos são céticos quanto a resolução de conflitos no país, onde cresce a insatisfação popular. ALEKSÊI TIMOFEITCHEV

© EKATERINA SHTUKINA / RIA NOVOSTI

Em encontro com o vice-presidente Michel Temer em meados de setembro, o premiê russo Dmítri Medvedev definiu o Brasil como parceiro estratégico do país na América Latina, mas defendeu que a aproximação política seja sustentada por comércio e parcerias econômicas. “Temos pontos de vista semelhantes sobre a atual situação das relações internacionais”, disse Medvedev na abertura da 7° Comissão Russo-Brasileira de Alto Nível, em Moscou. Temer, por sua vez, reiterou o compromisso de elevar o intercâmbio comercial entre Brasil e Rússia ao patamar de US$ 10 bilhões anuais, contra os US$ 6 bilhões atuais.

Premiê russo (esq.) encontrou-se com Temer (dir.) em meados de setembro em Moscou

No primeiro semestre de 2015, exportações russas para o Brasil subiram, enquanto, na mão contrária, caíram

No primeiro semestre deste ano, o volume comercial entre os países chegou a US$ 2,5 bilhões. Enquanto as exportações russas para o Brasil cresceram 6,4%, chegando a US$ 1,2 bi-

lhão, as importações de produtos brasileiros caíram 15,8%, totalizando US $ 1,3 bilhão. As exportações russas ao país são compostas, sobretudo, por produtos químicos,

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Moeda de troca

GAZETA RUSSA

Em meio à instabilidade econômica que aflige ambos os países, as autoridades tentam diminuir o impacto da flutuação do dólar e do euro, inclusive por meio do uso de moedas nacionais em acordos bilaterais. “Isso permitiria evitar problemas com reservas e mitigar as consequências das variações cambiais”, declarou Medvedev. O vice-presidente brasileiro, porém, ressaltou a necessidade de discutir a questão com o Banco Central. Temer se comprometeu a realizar uma série de consultas para desenvolver um plano de ação que aumente a eficiência do intercâmbio econômico bilateral.

Após a morte de três guardas nacionais em confrontos com separatistas no leste ucraniano, em 31 de agosto, o presidente Petrô Porochenko assumiu uma postura de teoria da conspiração no país. “Parte da elite política ucraniana acredita que os riscos externos já não sejam relevantes e que agora é o momento certo para incitar conflitos internos”, afirmou. Após os eventos, a coalizão governista passou por uma reestruturação, com a retirada do Partido Radical, de Oleh Liachko. Mas analistas são céticos quanto a capacidade de o presidente alcançar a paz e a estabilidade política ucraniana.

O diretor do Centro de Pesquisas Políticas da Academia Russa de Ciências, Boris Chmeliov, por exemplo, acredita que a crise política está escalando no país. “A luta pela influência política e pelo acesso ao capital estatal cresce entre os oligarcas ucranianos, e o impasse político dentro da coalizão governista e entre os partidos políticos se agrava. A insatisfação da população quanto a sua situação econômica também cresce”, afirma.

Instabilidade ao cubo O diretor do Instituto de Globalização e Movimentos Sociais, Boris Kagarlítski, também acredita que o conflito na Ucrânia esteja crescendo. “De agora em diante, uma regra de ouro para a Ucrânia será a multiplicação crônica e constante da instabilidade”, diz. CONTINUA NA PÁGINA 2

GAZETA RUSSA, FONTE CONFIÁVEL DE NOTÍCIAS 83% consideram a gazetarussa.com.br como fonte para novos pontos de vista de especialistas russos

81% acreditam que a gazetarussa.com.br fornece informações e análises que vão além da cobertura tradicional da mídia sobre o país 77% dizem que nossos projetos on-line são relevantes para todos - e não apenas a quem tem algum interesse especial pela Rússia * P e s q u i s a re a l i z a d a co m l e i to re s d a G a ze t a R u ss a e d o p ro j e to R BT H e m m a rço d e 2 0 1 5

U M P O N T O D E V I S TA B A L A N C E A D O S O B R E A R Ú S S I A

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Política e Sociedade

RÚSSIA O melhor da Gazeta Russa gazetarussa.com.br

Vladímir Pútin, os moradores da região se queixaram da postura tomada e pediram sua intercessão. Perguntada pela Gazeta Russa, a Procuradoria do Daguestão afirmou que o apelo está sendo analisado, mas que nenhuma decisão foi tomada. Os investigadores, porém, apoiam os danos causados, já que terroristas foram encontrados em abrigos subterrâneos fortificados, onde havia também “um grande número de artefatos explosivos improvisados, armas de fogo e munições”, lê-se em seus relatórios. “Devido à ameaça de explosão espontânea, os explosivos foram destruídos no local, causando danos aos edifícios que os abrigavam, assim como a edifícios próximos”, disse a promotoria à Gazeta Russa. “As forças de segurança costumam justificar suas ações assim. Mas voltar para sua casa e encontrar pichações cheias de ofensas nas paredes e nas portas dá margem a dúvidas. As ações parecem mais um tipo de punição que uma luta contra o extremismo”, afirma a consultora da ONG International Crisis Group na Rússia, Varvara Pakhômenko.

Mão dupla Operações contra grupos armados na região assustam moradores

Daguestão, uma república contra o extremismo

Números divergentes

REUTERS

Há anos no epicentro das atividades terroristas do país, Daguestão tem centenas de mortos todos os anos em buscas a extremistas.

O Cáucaso do Norte russo A região do Cáucaso do Norte tem seis repúblicas localizadas em território russo. Elas se estendem ao longo das montanhas entre os mares Negro e Cáspio, no sul do país, junto à fronteira com a Geórgia e o Azerbaijão.

BADMA BIURTCHIEV ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

RG

TASS

Um povoado repleto de montanhas no Daguestão, Guimri é berço de dois lendários líderes muçulmanos, Shamil e Gazimagomed, que ofereceram feroz resistência às invasões do Império Russo no século 19 e se tornaram símbolo de orgulho para o povo local. Mas, desde a década de 1990, encontram-se ali diversos grupos armados, o que leva as autoridades russas a realizar frequentes operações antiterroristas. Em junho passado, por exemplo, uma dessas ações resultou na morte de dois terroristas. Então, os locais elogiaram a operação, apesar de nem sempre serem favoráveis a medidas do gênero. “Eles foram muito profissionais. Pelo visto, tinham informações confiáveis. É claro que não dá para com-

Em Guimri, moradores participam de festival de tradições

parar essa operação especial com a de Vrêmeni [um povoado vizinho]. A situação lá foi muito assustadora”, diz um rapaz local chamado Saguid.

Terror dos dois lados? Em 18 de outubro de 2014, anunciou-se que Vrêmeni seria palco de mais uma operação contraterrorista.

A intervenção no povoado durou mais de dois meses. Nesse intervalo, as forças táticas afi rmam ter eliminado sete terroristas. Mas, para tanto, 16 casas particulares sofreram explosões, e as bases de vários edifícios residenciais foram danificadas em busca de esconderijos de extremistas. Como resu ltado, pelo

giram por dois meses e agora não nos ajudam com nada”, diz a moradora de um dos prédios que não quer ser identificada. Os moradores de Vrêmeni foram compelidos a tirar impressões digitais e amostras de DNA e a desfi lar diante de uma câmera de vídeo que registrava o modo de caminhar de cada um.

menos três prédios foram abandonados, sob risco de desabamento. Outros sete foram danificados e correm os mesmos riscos, mas os proprietários dos apartamentos se recusam a deixá-los, fazendo por si próprios os consertos que julgam necessários. “Antes de anunciarem a operação, nunca se ouviu um tiro sequer por aqui. Nos afli-

Danos materiais Apesar da humilhação, os locais estão mais indignados com os danos causados aos bens materiais: as forças de segurança, segundo eles, destruíram suas casas, jogaram seus móveis na rua, picharam as paredes e marcaram suas portas com inscrições feitas a faca. Em carta ao presidente

Solução política para crise ucraniana ainda é distante CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

Após eleições parlamentares, crise deve crescer e adiantar escolha de presidente para 2016 Mas Iermolaiev não acredita que Porochenko possa pacificar as partes. “Porochenko tornou-se refém da situação, tem medo de perder votos. Ele pode ter entendido a necessidade de diálogo, mas é um refém da guerra”, diz.

Novo projeto político A necessidade de um novo projeto político no leste ucraniano é óbvia, diz Iermolaiev, que compara a situação da região com a da Abecásia, região georgiana separatista que atualmente tem laços estreitos com Moscou. “Após as eleições parlamentares, em outubro, a crise no governo deve se aprofundar, e surgirão condições para eleições antecipadas em 2016”, acrescenta. Além disso, as perspectivas de estabilização econômica do país também continuam distantes. O empréstimo de emergência de 1,8 bilhão de euros da União Europeia, acordado na

Crimeia sofre mais bloqueio

cúpula de Riga em maio de 2015, pouco significa perto dos 2,7 bilhões de euros que a Ucrânia deve à Rússia de um empréstimo concedido em dezembro de 2013. Analistas afirmam que a benevolência de Moscou na época pode ter sido uma tentativa de apoiar o governo do então presidente Víktor Ianukovitch, agora deposto. Um recente acordo de reestruturação de crédito externo de 16 bilhões de euros também não parece ter impressionado a Rússia, que afirmou, no final de setembro, que não perdoará a dívida ucraniana. O prazo para quitação vence em dezembro.

GETTY IMAGES

Segundo Kagarlítski, a tarefa de apaziguar essa instabilidade está além dos poderes da classe política ucraniana, e os iniciadores da mudança só poderiam ser forças externas – militares ou players estrangeiros. Já o ucraniano Andrii Iermolaiev, diretor do Instituto Nova Ucrânia para Estudos Estratégicos, diz que os acontecimentos no país estão diretamente relacionados com os efeitos dos últimos acordos de Minsk, assinados em fevereiro. De acordo com os documentos, deve-se fomentar o diálogo interno ucraniano e en-

contrar uma solução política para o conflito entre forças governamentais e separatistas apoiados pela Rússia no leste do país.

Apesar de as autoridades locais afi rmarem que os ataques terroristas na região têm diminuído nos últimos anos, as estatísticas do governo mostram aumento. Em julho, o presidente do Daguestão, Ramazan Abdulatipov, disse que apenas 12 crimes terroristas foram registrados na república em 2014, contra os 300 de 2013. Já o ministro daguestanês do Interior, Abdurachid Magomedov, anu nciou, em março deste ano, que, no mesmo período, “20 atos de sabotagem e terrorismo envolvendo o uso de dispositivos explosivos foram evitados, e 161 bandidos foram mortos enquanto ofereciam resistência armada”. De acordo com o Gabinete do Procurador-Geral, o número de crimes de caráter terrorista no Daguestão cresce: 220 em 2011, 295 em 2012, 365 em 2013, 472 em 2014 e 307 nos primeiros cinco meses de 2015. Já o jornal “Kavkázki Úzel”, por seus próprios cálculos, aponta para uma queda, em 2014, de 50% no número de confl itos armados na região. Segundo o veículo, no ano passado, 208 morreram em decorrência desses e 85 ficaram feridos, contra os 341 mortos e 301 feridos de 2012.

Líderes de uma organização de tártaros da Crimeia, agora baseados na Ucrânia, anunciaram, no último dia 20 de setembro, um embargo alimentar à península. Desde então, com auxílio da organização ultranacionalista “Setor de Direita”, seus membros têm impedido a passagem de carregamentos de território ucraniano para a Crimeia. Antes do bloqueio, mais de duas mil toneladas de verduras e raízes e 700 toneladas de frutas entravam na península semanalmente. Na região ucraniana de Kherson, que faz fronteira com a Crimeia, as perdas dos agricultores já são grandes, e o governador Andrêi Putilov tem feito campanha para que o Parlamento aprove a criação de uma zona econômica livre na região.

Porochenko ainda precisa encontrar diálogo com leste do país

Palmas recebe tribos de todo o mundo em jogos CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 1

ável que cada região envie ao Brasil sua equipe”, disse o presidente da Federação dos Esportes Étnicos Úgri, Aleksêi Klauzer. © ALEXANDR PIRAGIS / RIA NOVOSTI

Por falta de verba para a viagem, porém, algumas po-pulações indígenas russas não estarão representadas na primeira edição dos jogos. É o caso dos úgri, da região setentrional russa de Khánti-Mansiisk. Apesar das riquezas naturais do local, que concentra 58% do petróleo extraído no país, os úgri não estarão presentes nos eventos em Palmas.

“Os úgri não irão aceitar o convite de participar dos jogos porque o departamento de esportes da Região Autônoma de Khánti-Mansiisk não fornece capital para tanto. O governo úgri também não considera a questão. Em reunião em Moscou, o ministro dos Esportes da Federação da Rússia deixou entender que não se pode confundir ‘povos nativos’ e ‘povos nativos em minoria’, por isso não considera razo-

Nativos de região rica em petróleo, úgri não virão aos jogos

Tarefa homérica Na organização do evento serão utilizados mais de 100 tradutores especialistas em línguas dos índios nativos da América Latina. Além disso, a agência Prensa Latina noticiou que os jogos consumirão quase

20 milhões de dólares. “Os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas deixarão um grande legado. Vamos integrar Palmas à Rede Nacional de Treinamento, como vem ocorrendo com outras cidades, pegando o embalo da Copa do Mundo do ano passado e dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do ano que vem. A ideia é que Palmas seja sede de outros eventos, tanto nacionais como internacionais”, afirmou o

ministro dos esportes brasileiro, George Hilton, durante vistoria da vila olímpica ainda em julho. “Esse acontecimento chamará a atenção do mundo à situação e aos problemas dos povos nativos do continente”, arremata o articulador dos direitos indígenas junto à ONU, Marcos Terena. Para a organização do evento, foi criada a Secretaria Extraordinária dos Jogos Indígenas.


Economia e Negócios

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Adiós, gastões! Turistas do país salvaram setor europeu no pós-crise, mas enfrentam queda do rublo

Russos se rendem a turismo doméstico Alta do dólar derrubou pela metade o poder de compra dos russos no exterior. Com fama de ‘gastões’, agora eles consomem dentro do país.

Praia russa: Turistas curtem as férias de verão em resort no mar Negro, na cidade de Adler

NÚMEROS

34%

BRYAN MACDONALD ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Mudança de rota Com a queda, porém, os destinos domésticos na Rússia passaram a registrar indicadores excepcionais. Vladivostok e Sôtchi agora substituem destinos como a Tailândia ou Marbella, na Espanha. “Os russos começaram a explorar seu próprio país e a descobrir que, afinal, ele é muito mais agradável do que pensavam”, diz Irina Schegolkova, da agência estatal de fomento do turismo russo Rostourism. Nos arredores de Moscou,

foi a queda registrada em 2015 no número de turistas russos que visitam a Europa, a maior dos últimos 20 anos

700 reais é a média diária de gastos de um turista russo na Europa, o dobro de um norte-americano

© MIKHAIL MOKRUSHIN / RIA NOVOSTI

Durante o boom econômico da primeira década dos anos 2000, encontrar turistas russos no exterior tornou-se comum. Enquanto a elite desfrutava de Londres e Côte D’Azur, a classe média se dedicava a resorts mais acessíveis na Espanha e na Turquia. Assim, após a crise financeira mundial, o aumento no número de turistas russos compensou a queda no turismo entre países europeus. Em 2015, porém, as viagens de russos ao exterior diminuíram cerca de 34%, a maior queda dos últimos 20 anos, segundo a União da Indústria de Viagens da Rússia. A queda pode ser explicada pela crise do rublo, que derrubou pela metade o poder de compra dos russos no exterior. Ainda não se prevê, contudo, uma grande onda de demissões no setor, já que os russos precisam retirar vistos para diversos destinos, diferentemente do Brasil.

o roteiro histórico “Anel de Ouro” tem sido beneficiado pela nova tendência. Já a Crimeia, ainda que fechada aos turistas que a frequentavam antes da reintegração à Rússia, ou seja, europeus e ucranianos, continua a ter uma frequência relativamente estável. Enquanto isso, o dono de uma das principais lojas russas em Cannes, Marcel, admite que o negócio está quebrando. “Calculo uma queda de 30% nas vendas. O número de turistas diminuiu bastante neste ano”, diz ele. Marcel afirma conhecer bem o novo destino de seus clientes. “A maioria deles está em Sôtchi. Afinal de contas, é isso que Pútin quer”, diz.

“Talvez a gente se mude para lá e abra uma loja francesa”, diz, brincando, sua esposa, Tânia. Não é apenas o próspero sul da França que está sofrendo: o número de viagens de russos para a Turquia caiu de 2 milhões para 1,4 milhão; para a Alemanha, a queda foi de 30%; para a Grécia, 54%; e para a popular Bulgária, 36%. Na Espanha, a diminuição de 41% no número de turistas russos pode ter sido compensada pelo aumento de 40% de visitantes norte-americanos. Nos caixas das lojas, porém, os russos deixam saudades: eles gastam, em média, 155 euros por dia (R$ 700), enquanto os americanos, metade disso.

“A maior parte de nossos clientes foi para Sôtchi: é isso que Pútin quer. Talvez abramos uma loja francesa lá”, dizem proprietários de loja russa em falência em Cannes, na França

Mesmo com crise, Embratur monta escritório nos últimos quatro anos, o ministro do Turismo brasileiro, Henrique Eduardo Alves, que fez parte da comitiva de Temer a Moscou, lembrou que, enquanto milhões de russos viajaram para o exterior em 2014, apenas 37 mil visitaram seu país. “O Ministério, a Embratur e as demais estruturas devem procurar resolver esse desequilíbrio, sobretudo tendo em conta que os cidadãos russos não precisam de vistos para viagens turísticas ao Brasil”, disse Alves.

De acordo com o presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, o número de turistas russos no Brasil saltou 185% entre 2010 e 2014, chegando a 37 mil em 2014. “Os Jogos Olímpicos de 2016 serão mais um impulso para o crescimento do setor turístico na economia brasileira. É mais uma oportunidade fantástica para apresentar o Brasil à Rússia e ao mundo”, disse.

Alta do dólar, que previne russos de viajar ao exterior, não impede agência brasileira de abrir site e escritório na capital russa. ANDRÊI SAPRÍKIN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Em visita oficial à Rússia em meados de setembro, o vice-presidente Michel Temer citou a abertura de um Escritório Brasileiro de Turismo em Moscou até o final do ano, além do lançamento de um site em russo para promover o país como destino.

Contradição? Mas, apesar do visível aumento de visitantes russos

Para o diretor-geral da operadora turística russa Tour Express, Andrêi Krapivnôi, que qualifica a decisão da Embratur como est r at é g ic a , a i n ic i at iv a demonstra o alto nível das relações bilaterais. “Substituindo ações esporádicas, caras e ineficazes de promoção, agora surge um trabalho em grande escala, sistemático e planejado da agência brasileira, com o envolvimento de todas as partes interessadas”, disse Krapivnôi à Gazeta Russa.

Efeito dominó Queda na economia russa já chega aos 9% e se acrescenta à baixa do petróleo

Licitação Projetos chegam a US$ 40 bi

Previsão para fim de sanções está cada vez mais distante

Russian Railways quer construir ferrovias no Brasil

DAVID MILLER, JARED FELDSCHREIBER ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

17 de março de 2014 – 31 russos são incluídos na primeira lista de sanções dos EUA, que proíbe que esses viajem ao país e congela seus ativos ali. Abril de 2014 – A Nasa anuncia o término das cooperações com sua homóloga Roscosmos, exceto na Estação Espacial Internacional. Os EUA proíbem 17 empresas e 7 pessoas físicas russas em seu território. Julho de 2014 – Os EUA proíbem as atividades em seu território das energéticas russas Rosneft e Novatek, de bancos e da fabricante de armas Kalashnikov. DIVULGAÇÃO

As autoridades russas têm afirmado que as sanções impostas há 1,5 ano por EUA e Europa para punir Moscou pela crise ucraniana poderão levar sua economia a cair 10%, enquanto o término das medidas parece cada vez mais imprevisível. “Parece que o país se ajusta gradualmente a uma nova realidade: a vida sob sanções permanentes, como acontecia na União Soviética”, lê-se em relatório publicado em setembro por economistas do maior banco de varejo da Rússia, o Sberbank, que também foi alvo das medidas. No mês passado, os EUA adicionaram mais 29 pessoas físicas à lista de sanções, que já contém quase 150 russos impedidos de entrar nos

países que as impõem e têm seus bens congelados nesses. “Devemos nos preparar para uma realidade em que as sanções durem um longo período. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia não tem nenhuma ilusão de que as sanções possam ser levantadas ou aliviadas em um futuro próximo”, afirmou o vice-ministro da pasta, Serguêi Riabkov, no início de setembro. De acordo com a agência de comércio dos EUA, o Census Bureau, a balança entre EUA e Rússia diminuiu quase 10% ao longo de 2014, de US$ 38 bilhões, em 2013, para US$ 34,3 milhões, neste ano. Segundo um estudo publicado pelo Instituto Austríaco de Pesquisas Econômicas, os danos nas relações russo-europeias seriam ainda maiores. Com as sanções e os embargos russos de resposta, o continente pode ver sua balança comercial com a Rússia perder 100 bilhões de euros.

18 meses de medidas

Em Moscou, bar faz chacota com as medidas punitivas

Petróleo O impacto das sanções foi intensificado na Rússia pela queda dos preços em seu principal produto de exportação, o petróleo. Quase 50% do orçamento russo depende das exportações da commodity, e com o preço chegando à metade do que foi em 2014, a receita estatal também diminuiu. “É difícil separar o impacto das sanções do da

queda dos preços do petróleo”, disse um porta-voz do FMI (Fundo Monetário Int e r n ac ion a l) a i nd a e m agosto. Segundo a instituição, as sanções estrangularam a economia russa. Inicialmente, elas causaram uma queda de 1% a 1,5%. “Agora, a perda cumulativa de rendimento pode chegar a 9% do PIB a médio prazo”, afirmou o porta-voz.

Dezembro de 2014 – Por decreto, Barack Obama estende as sanções à Crimeia, proibindo a exportação de bens e serviços dos EUA para a península. Março de 2015 – Ao completar 12 meses, as sanções são prorrogadas por mais um ano. O Departamento de Tesouro anuncia novas sanções contra oito separatistas ucranianos, uma organização da juventude e um banco que opera na Crimeia. 31 de julho – Novas empresas e pessoas são sancionadas, entre elas o banco de desenvolvimento Vnesheconombank.

DIVULGAÇÃO

Enquanto enfrenta recessão e queda dos preços do petróleo, Rússia vê orçamento estatal cair e lista de sanções crescer.

LINHA DO TEMPO

RZD detém monopólio estatal das ferrovias russas

Diretor de companhia estatal ferroviária russa diz contar com 80% do financiamento por banco de desenvolvimento brasileiro. ÍGOR RÔZIN GAZETA RUSSA

A companhia ferroviária estatal russa Russian Railways (RZD, na sigla em russo) anunciou ter intenções de participar em projetos do setor no Brasil. Segundo o diretor da RZD International, Serguêi Pavlov, os contratos de interesse da companhia no país somam 10 bilhões de dólares, de um total de 40 bilhões estimados em projetos de construções ferroviárias brasileiras. “Até 80% do financiamento seriam assumidos pelo BNDES, segundo nossos par-

O verão no olhar de artistas russos gazetarussa.com.br/393353

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ceiros”, disse Pavlov durante o conselho empresarial Brasil-Rússia, que ocorreu em Mo scou e m me ado s de setembro. A expectativa é que os projetos sejam implementados sob regime de concessão, em parceria com empresas locais. Pavlov afirmou ainda que as empresas com projetos no setor no Brasil precisarão solicitar capital junto a outras instituições, como o banco de de se nvolv i me nto r u s so Vnesheconombank. A declaração de Pavlov corrobora o anúncio feito, em meados de 2014, pelo vice-presidente do Vnesheconombank, de que a Russian Railways tinha intenção de participar da construção de uma linha ferroviária entre Maringá e Londrina (PR).

PRÓXIMA EDIÇÃO:

16

DE OUTUBRO


Em Foco

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Ranking RUDN está entre tops da Rússia

Uma universidade na base da amizade ALEKSÊI STRÔGANOV, MARINA DARMAROS GAZETA RUSSA

No final de agosto de 1968, o jovem soviético Vladímir Filippov, aos 17 anos de idade, chegou a Moscou em um trem noturno vindo de Uriupinsk, uma cidadezinha na região de Volgogrado, para iniciar seus estudos na RUDN (da sigla em russo, Universidade Russa da Amizade dos Povos). Ele conseguiu entrar no alojamento universitário já perto da meia-noite, e lá descobriu que dividiria o quarto com um vizinho de Madagascar e outro de Camarões. Nenhum deles falava russo, e Filippov passou a noite enchendo os novos camaradas de geleia caseira que tinha trazido do interior. Mas, quando chegou a hora de dormir, surgiu um problema. “A moça que cuidava da roupa de cama já tinha ido embora, e eu fiquei na mão. Então, eles juntaram as três camas e esticaram seus dois lençóis para estendê-los em todos os colchões. Dormi entre os dois. Foi meu primeiro contato, muito amigável, com estudantes estrangeiros”, lembra Filippov, hoje reitor da instituição e ex-ministro da Educação do país. Neste ano, a Universidade da Amizade dos Povos celebra seu 55° aniversário e continua a atrair estudantes do

A Universidade da Amizade dos Povos (RUDN) foi fundada em fevereiro de 1960. Um ano depois, foi renomeada em homenagem a Patrice Lumumba, primeiro líder eleito democraticamente no Congo. A primeira turma era composta por 228 estudantes de 47 países e graduou-se em 1965. Hoje, mais de 29 mil jovens de 140 países estudam ali. Além de diversos líderes de Estado estrangeiros, a instituição continua a formar até hoje russos de destaque, como o líder oposicionista Aleksêi Naválni e a espiã Anna Tchapman.

DIVULGAÇÃO (3)

De reduto comunista a berço de liberais, Universidade da Amizade dos Povos foi fundada há 55 anos e tem estudantes de 140 países.

RUDN, berço de ilustres

mundo todo, apesar de não dar mais importância aos objetivos que leva ra m a sua criação. Quando a universidade foi fundada, em 1960, uma de suas principais metas era propiciar ensino superior a jovens líderes de países africanos, asiáticos e latino-americanos, para que esses retornassem a seus países promovendo os valores comunistas ou, pelo menos, encorajando seus governos a serem mais amigáveis com a URSS.

O prédio principal da universidade, na zona leste da capital

Entre seus formandos, RUDN conta com o ministro do Mali, o premiê do Chade e o oposicionista Naválni O quadro de funcionários da universidade era formado por alguns dos acadêmicos mais respeitáveis das ciências biológicas, exatas e humanas, e ela tinha reputação de ser a instituição mais ‘mente aberta’ do ensino superior russo.

Revolução educacional Na década de 1980, a RUDN foi um dos primeiros estabelecimentos da URSS a trocar seu modelo educacional pelo ocidental, oferecendo cursos de bacharelado e mestrado no lugar do “primeiro diploma soviético”, que tinha cinco a seis anos de duração. Até hoje, a universidade atrai estudantes do mundo inteiro, mas enfrenta novos desafios, já que os rankings internacionais se torna-

Na inauguração da RUDN, o líder soviético Nikita Khruschov faz jus ao nome da universidade

ram parte importante do recrutamento. A designer de eventos brasileira Inayê Brito, 27, por exemplo, estudou na RUDN depois de selecionada para intercâmbio pela USP (Universidade de São Paulo). “Gostei muito da receptividade da universidade para estrangeiros. A instituição parecia preparada para a inclusão, e ensinando estudantes de qualquer lugar do mundo”, disse à Gazeta Russa. Ela acredita que a universidade mereça a quarta posição nos rankings russos, noticiada recentemente pela agência de notícias Interfax. “As exigências e as altas ex-

pectativas dos estudantes são muito maiores na USP que na RUDN, apesar de o sistema ser totalmente diverso, em termos de programas, notas, aulas, metodologia, professores”, diz Brito. A diretora regional para Europa Oriental e Ásia Central de um dos principais rankings de universidades do mundo, o QS, concorda que a diversidade é um dos pontos fortes da RUDN, mas diz que para subir nos rankings a instituição terá que focar novamente em ser um local onde os melhores queiram ensinar e aprender. “Esta é, provavelmente, uma das universidades mais

Brasileiros terão mil bolsas no país Em meados de setembro, durante visita oficial à capital russa para a sétima Comissão de Alto Nível Brasil-Rússia, o vice presidente Michel Temer rasgou elogios ao programa estatal de intercâmbios Ciência sem Fronteiras. O discurso tinha razão de ser: o incremento do programa pode ter sido uma das maiores vitórias da viagem. Por meio desse, agora 1.000 estudantes brasileiros deverão receber bolsas para estudar em Moscou, segundo o vice-presidente.

TSUM E TEATRO BOLSHOI

RUAS ROJDÉSTVENSKAIA E KUZNÉTSKI MOST

O shopping center TSUM é afamado desde a era soviética e hoje é um dos mais luxuosos do país. Atrás dele, fica um dos teatros mais aclamados do mundo, o Bolshoi.

Se seguir do Détski Mir na direção à estação do metrô Kuznetski Most, deparará com a rua pedonal Rojdéstvenskaia, que se cruza com outra, também pedonal, chamada Kuznétski Most. É por esta que chegará ao centro comercial TSUM (sigla russa para Centro Comercial Central).

Pelas ruas fechadas para pedestres, da estação Okhôtni Riad até a Teatrálnaia

3,2 kм

modernas, flexíveis e progressistas da Rússia, e precisa de um esforço conjunto para ser reconhecida globalmente, para que seus formandos tenham mobilidade e possam achar bons empregos sem passar por todos os problemas de ter que provar que seu diploma vale alguma coisa”, diz. Um meio de melhorar a reputação da universidade, segundo ela, é trabalhando sua enorme rede de formandos, que inclui, por exemplo, o primeiro-ministro do Chade, Abbas Yusuf Saleh; o ministro do Mali Abdramane Sylla; e o diretor-executivo do Conselho de Turismo do Quênia, Achieng Ongong’a.

A brasielira Inayê Brito (centro) com colegas na RUDN

“Tive a satisfação de receber apoio aqui na Rússia, que abre um campo para mil estudantes”, disse à imprensa. A RUDN, porém, ainda não figura entre as universidades russas parceiras do programa, apesar de ter convênios com algumas públicas brasileiras. O anúncio ocorreu logo após a imprensa brasileira noticiar que o programa sofrerá um corte de quase 40% em 2016 e denunciar falhas no repasse das bolsas de intercambistas que já se localizam no exterior.

CENTRO COMERCIAL DÉTSKI MIR Construído na era Stálin, foi então uma espécie de «Disney Soviética». Tem, no topo, um mirante.

FIM

50 min

INÍCIO

OKHÔTNI RIAD E PRAÇA MANÉJNAIA A partir de Okhôtni Riad, fique atento à sinalização e siga até a Praça Manéjnaia (Manéjnaia Ploschad)

PRAÇA VERMELHA E CATEDRAL DE SÃO BASÍLIO

TRAVESSA TRETIAKÓVSKI Facilmente reconhecida devido ao enorme arco, a travessa fica adjacente à rua Nikólskaia. É a única rua de Moscou construída com capital privado. Foi financiada na década de 1870 pelos irmãos mecenas Tretiakov.

SHOPPING CENTER GUM

RUA NIKÓLSKAIA

Em russo, a sigla GUM significa Centro Comercial Estatal. Nos tempos soviéticos, o prédio era a principal zona de abastecimento da população e vendia desde as melhores linguiças de carne de veado a finíssimas meias femininas.

Tornou-se uma via para pedestres em 2013. As calçadas foram projetadas de modo acolhedor, no estilo europeu, com candeeiros de rua à moda antiga, bancos e canteiros de flores. As fachadas restauradas dos edifícios, contruídos entre os séculos 17 e19, também contribuem para o encanto.

Para ir da Manéjnaia à Praça Vermelha, é preciso apenas cruzar os Portões da Ressurreição (Voskressénskie Vorota), datados do século16. Do outro lado da Praça Vermelha, fica localizado o monumento histórico mais fotografado da Rússia: a Catedral de São Basílio.

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