STREET SCHOOL # 1

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Sobreoautor

No final dos anos 80, Gejo Tapuya, um jovem indígena baiano, começou a marcar presença nas ruas de sua cidade com seu talento peculiar. Utilizando canetão Pilot, giz de cera, lápis, pedras, giz escolar e até frutinhas encontradas no chão, escrevia seu nome e o da sua gangue, CDN (Caveiras da Noite), nas ruas da Zona Oeste. Gejo dividia seu tempo entre diversas atividades: DJ esporádico em festas, servente do seu pai, paisagista, vendedor de loja, barman e até ferreiro. Em 1993, decidiu se "aposentar" das ruas e iniciou pesquisas com artistas da época e colaboração com os Old School da região .

Explorando o Grapicho, uma fusão de pixo brasileiro com graffiti hip hop, e investigando o stencil, Gejo buscava um caminho próprio no mundo das artes. Em 1996, trabalhando como paisagista em uma grande empresa, aflorou seu dom de Dedo Verde por plantas e convivendo nesse ambiente, começou notar as galerias de arte e todo seu redor. Observava exposições no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) e, durante a Mostra Casa Cor 96, conheceu renomados arquitetos e paisagistas, além de reencontrar um deles em um debate que estavam na mesma mesa, na Faculdade de Belas Artes.

Durante essa mostra da Casa Cor 96, viu um anúncio de curso de stencil e se inscreveu. Vivenciou a arte de rua oficial com Celso Gitahy, que o apresentou a Hudnilson Jr. e Jofe Santos. Tempos depois, foi citado no livro "O que é graffiti", consolidando sua posição na cena artística como New School .

Gejo criou projetos inovadores para escolas e ONGs em São Paulo, lançou fanzines e uma revista de graffiti que divulgou os estilos brasileiros mundialmente. Fundou a empresa 9370, que massificou materiais e acessórios hip hop, ganhando respeito internacional. Criou roupas, fomentou eventos, exposições, patrocinou artistas e apoiou a cultura como um todo.

Atualmente, Gejo gerencia uma empresa colaborativa onde artistas trocam experiências e se ajudam, seguindo a filosofia da "Economia Circular Criativa". Com foco em artistas indígenas e negros, mas todos os periféricos são bem-vindos. Acompanhe sua história nas redes sociais e projetos. Conheçam mais sobre este artista indigena, que continua a impactar o mundo com sua arte e dedicação à cultura.

Editor e criação : Gejo Tapuya .SP

Ilustração : Fredone Fone .ES

Diagramação : SG Copiadora .MG

Distribuição : Elo Perdido Ponto Cultural .SP

Tiragem : 1000 cópias

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