Teatro Oficina - ICOMOS 2018

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TEATRO OFICINA - O PROJETO DE REVITALIZAÇÃO APÓS LINA BO BARDI E EDSON ELITO PEREIRA, JOSEANA COSTA. (1); PEREIRA FILHO, HILÁRIO FIGUEIREDO. (2); FIGUEIREDO, NARA GROSSI VIEIRA. (3); Matzenbacher, CARILA. (4); Gallmeister, MARÍLIA. (5) 1. Gema Arquitetura e Urbanismo Avenida Álvares Cabral, 414 - Cep 30170.001- Centro - Belo Horizonte/MG E-mail: jo@gemaarquitetura.com 2. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Rua da Imprensa, 16 / 8º andar - Cep 20030.120 - Cinelândia - Rio de Janeiro/MG E-mail: hfpfilho@gmail.com 3. Gema Arquitetura e Urbanismo Ltda Avenida Álvares Cabral, 414 - Cep 30170.001- Centro - Belo Horizonte/MG E-mail: nara@gemaarquitetura.com 4. Teatro Oficina Uzyna-Uzona Rua Jaceguai, 520 - Cep 01315.010 - Bela Vista - São Paulo/SP E-mail: carila@teatroficina.com.br 4. Teatro Oficina Uzyna-Uzona Rua Jaceguai, 520 - Cep 01315.010 - Bela Vista - São Paulo/SP E-mail: marilia@teatroficina.com.br

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RESUMO O Teatro Oficina é um ícone da produção cultural brasileira, ambiente de vanguarda e experimentação em artes cênicas, dança, música e performances coletivas. Projetado na década de 1980 por Lina Bo Bardi e Edson Elito, foi tombado pelo IPHAN em 2010, depois de já ter passado por um conturbado processo no Condephaat. Na ata de decisão de tombamento federal, previa-se que o espaço poderia receber atualizações e acréscimos ao seu projeto original, sob a condição de preservar a aura de teatro aberto, como extensão da rua e equipamento apropriável pela comunidade. Situado no bairro do Bixiga, na cidade de São Paulo, em 2016 o Teatro Oficina recebeu o primeiro projeto de requalificação desde a reinauguração emblemática de 1983, preservando a essência de sua proposta original e incorporando elementos da arquitetura contemporânea para promover uma revitalização estética do espaço e sua adequação às demandas de fluxo e serviços de apoio aos artistas e público. O projeto foi desenvolvido pelo escritório Gema Arquitetura, tendo como consultor o arquiteto Edson Elito e o acompanhamento/aprovação do Grupo Uzyna Uzona. Além de ter sido planejado o restauro do Teatro, foi definida uma nova volumetria na parte posterior do edifício, acomodando a nova área de convivência. Esse novo pavimento, com pé direito generoso, tem fechamento em vidro em todas as suas faces, em materialidade que se contrapõe e se descola dos tijolos aparentes pré-existentes. O grande janelão de vidro permanece inalterado, mas ganha, recuado, uma faixa translúcida que engloba a nova área expandida deste 3º pavimento. Com as alterações propostas no atual projeto, mantém-se a integridade do espaço cênico interno devido às suas características ainda inovadoras e únicas, ao mesmo tempo em que o edifício é completamente renovado e readaptado às necessidades do grupo. O novo Teatro Oficina atualiza a história deste importante núcleo cultural e reposiciona no século XXI os princípios de sua composição estética e funcional, agregando ao seu conjunto, com delicadeza e sensibilidade, novas tecnologias, materiais e conceitos desenvolvidos pela arquitetura contemporânea. Palavras-Chave: Teatro Oficina; Restauração; Revitalização; Resistência.

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TEATRO OFICINA - O projeto de revitalização após Lina Bo Bardi e Edson Elito

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de retomar as peças no Bixiga. Por fim, destaca-se a atual nomenclatura Teatro Oficina Uzyna-Uzona, cujo marco de início, no ano de 1984, pode ser explicado a partir do próprio edifício – fora a partir desse ano que a atual constituição física ganhou contornos decisivos.

O Teatro Oficina é um ícone da produção cultural brasileira, ambiente de vanguarda e experimentação em artes cênicas, dança, música e performances coletivas.

Zé Celso, o ator, autor e diretor do Oficina é uma das figuras mais conhecidas

Situado à Rua Jaceguai, número 520, bairro Bela Vista (mais conhecido como Bix-

do meio teatral brasileiro. Pode-se qualificá-lo como a alma e o motor incansável

iga) no município de São Paulo, o imóvel passou por inúmeras transformações

do grupo que fundou há mais de 50 anos. Adepto do modernismo de Oswald de

desde que o grupo de teatro ocupou o espaço até chegar à famosa configuração

Andrade, sua linguagem inovadora metamorfoseia-se constantemente, amalga-

atual.

mando traços múltiplos que percorrem os labirintos profundos da nossa condição humana, sem deixar de ter uma visão crítica e espirituosa da atualidade. As for-

A abordagem da história do grupo teatral se faz necessária, uma vez que a com-

mações dos atores e das atrizes sempre se deram em meio a uma atmosfera cul-

panhia traz, ao longo de sua trajetória, uma aguçada capacidade de se autotrans-

tivada de ousadia e renovação, propiciando a realização de espetáculos surpreen-

formar em meio às mudanças e permanências dos diferentes contextos do país.

dentes, provocantes e inventivos.

Temos assim como referência a percepção e a sensibilidade de que a linguagem plástica, inovadora e expressiva do grupo é fundamental para que se compreenda o imóvel como um todo. Em 1958, um grupo de estudantes da também emblemática Faculdade de Direito do Largo de São Francisco fundou a Cia de Teatro Oficina. Entre os seus percussores estavam José Celso Martinez Corrêa, Renato Borghi, Carlos Queiroz Telles, Amir Haddad, Moracy do Val, Jairo Arco e Flexa. Após dois anos, houve a profissionalização do Oficina cujas performances conotaram para uma dramaturgia inventiva, contestadora e inquieta, revelando muitos atores, atrizes e diretores. O estabelecimento do grupo na Rua Jaceguai ocorreu no ano de 1961, quando as montagens teatrais começaram a ganhar mais vivacidade. Com a repressão do regime militar, o exílio de alguns membros para Portugal se fez necessário, período em que a Companhia recebeu o nome de Oficina Samba (1973). Em Portugal houve a realização de atividades teatrais, que se estenderam para Moçambique e França; o retorno ao Brasil ocorreu em 1978, quando um novo grupo passou a ser formado, diante da saída de vários membros. Ainda sob a liderança de José Celso Martinez, no período de 1979-1983, emergiu a ideia do 5° Tempo, que teve o papel 4264

Primeiro Cenário: o projeto de Joaquim Guedes A valorização da cenografia por parte do Oficina já se fez presente nos primeiros anos de vida na Rua Jaceguai. O convite feito ao arquiteto Joaquim Guedes, então um jovem que trabalhava em parceria com a sua mulher, emblematizou o início das relações estabelecidas da Companhia com profissionais de renome nacional. O aspecto marcante desse primeiro projeto fora a constituição do ‘teatro tipo sanduíche’, expressão esta advinda em razão do posicionamento da plateia ‘frente a frente’, separada por um palco principal. Há a hipótese de que a escolha se justificou pela tentativa de aproveitar melhor espaço interno, tendo em vista a característica estreita do lote (largura máxima de 09 metros, ainda presente nos dias atuais). A inauguração oficial do teatro, sob a assinatura de Joaquim Guedes, ocorreu em 16 de agosto de 1961. O início da ditadura militar no Brasil em 1964 representou a inauguração de uma fase muito difícil para os artistas, membros e amigos do Teatro Oficina. As peças passaram a ser censuradas, a começar por Os pequenos burgueses, ao passo que

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as invasões policiais se tornaram frequentes em busca de ‘possíveis subversivos’.

ganhando prêmios nacionais a partir das suas montagens de cenários e figurinos,

Após ameaças telefônicas que rondavam, também, outros setores da imprensa e

trabalhos estes que se multiplicaram juntamente com José Celso Martinez.

da cultura, o imóvel foi incendiado por paramilitares que até hoje não foram devidamente identificados pelo crime. As circunstâncias permanecem desconhecidas,

Flávio Império e Rodrigo Lefévre elaboraram um projeto arrojado para o imóvel,

mas o episódio aconteceu na surdina de uma noite do ano de 1966, como se a pre-

com paredes de tijolos à vista e concreto aparente, concedendo visibilidade e de-

nunciar a chegada do Ato Institucional nº 5, dois anos depois. O fogo destruidor

staque às luzes e a outros urdimentos que compunham a estrutura teatral. O de-

da ditadura comprometeu as estruturas do teatro sanduíche, o que inviabilizou a

staque ficou por conta da adoção de um palco do tipo italiano, solução utilizada

permanência dos traços de Joaquim Guedes por muito tempo. Porém, das cinzas

pelo teatro moderno em todo mundo; o diferencial residia na utilização de um cír-

desse projeto embrionário surgiu o desejo do Oficina perseverar na Rua Jaceguai,

culo central com mecanismo giratório que concedia um pouco mais de dinâmica

ainda que os desmandos da ditadura ainda provocassem outras mudanças radic-

de mobilidade se comparada aos palcos italianos tradicionais com predomínio do

ais no grupo, a começar pelo forçado exílio durante a década de 1970.

formato retangular, tendo uma demarcação maior na fronteira entre os artistas e

Segundo Cenário: a marca de Flávio Império na reconstrução do Oficina Eram tempos de reconstrução do imóvel em um cenário político nacional per-

a plateia. A fachada principal do imóvel remetia a uma espécie de bunker na luta encampada pela cultura brasileira contra o regime ditatorial dos militares. No site da Sociedade Cultural Flávio Império há uma passagem descritiva elucidativa a respeito do projeto, cuja data oficial é de 1967:

meado por intolerância, incertezas e prisões arbitrárias. Diante da comoção que

“O palco, italiano, apresentava uma plataforma central giratória, e se interpunha entre a antiga construção e uma arquibancada de concreto, que avançava até o alinhamento da calçada; os acessos ao interior eram laterais e em meio-nível da plateia. Na perspectiva do ator, o espaço afunilava em direção à rua com altura crescente da arquibancada e decrescente do forro e no encontro dessas superfícies era instalada, em balanço sobre a calçada, a cabine técnica de som e iluminação, equipamento funcional que entrava na composição da nova fachada do teatro. Nesse palco estreou O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, com direção de José Celso Martinez Corrêa, cenografia e figurinos de Hélio Eichbauer, marco da história da dramaturgia nacional”[1].

emergiu no seio da classe artística e de todos aqueles que admiravam essa prática artística, os primeiros fundos angariados para o reerguimento do Oficina aconteceram ainda em 1966. Enquanto ocorria a mobilização para busca de recursos, o grupo encenou peças, ainda sob o olhar vigilante da censura no Teatro Maria Della Costa. Flávio Império foi o nome escolhido para projetar o novo espaço, evidenciando, mais uma vez, a predileção da Companhia por nomes que estivessem envolvidos nas propostas que mesclassem cenografia e arquitetura. Além disso, Império tinha trabalhos como pintor e em pouco tempo foi reconhecido como um dos melhores cenógrafos do teatro brasileiro. A partir do início da carreira docente na FAU-USP, nos idos da década de 1950, Flávio teve contatos com outros profissionais, aproximando-se de Rodrigo Lefévre, com quem dividiu a autoria do projeto do Teatro Oficina. Também em regime de parceria, participou do Teatro de Arena,

[1]  Disponível em: http://www.flavioimperio.com.br/projeto/505891, acesso em 19/

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Com a saída de membros do Oficina do Brasil em meados dos anos de 1970, intendo chegado a alugar o imóvel para peças de outras companhias. Essa situação momento pós anistia política; a incursão por outros países durante o exílio, somada à renovação de componentes causaram impactos no grupo que se estenderam para a materialidade do imóvel. As demandas eram outras, as vivências traziam outros questionamentos e o palco italiano ficou inadequado para as novas dinâmicas artísticas que eram cotidianamente construídas pelo Oficina. Em um Memorial Técnico e Descritivo, datado do ano de 1981, é possível perceber a série de necessidades que o grupo passou a demandar com vistas ao pleno funcionamento das peças que efervesciam a cada período de renovação: “A reforma do Teatro visa reestruturar suas dependências adequandoas com as novas disponibilidades técnicas (a televisão, o vídeo cassete, o cinema, etc.), bem como permitir maior flexibilidade deste espaço para uso cultural. Deste modo o espaço cênico já não comporta mais a colocação da plateia com uma ‘pesada’ arquibancada – de concreto armado, que ocupa a maior parte da área de uso de material unilateral; determina a todo instante, onde fica o público, onde fica o palco. Sem ela, é possível a criação de um lugar onde em cada peça teatral haja uma nova proposta organizativa, e que, além disso, permita o uso cotidiano para outras finalidades (uma creche, uma quadra, por exemplo). Neste mesmo sentido, concebe-se a presença de luz natural como fator imprescindível para que, de dia, o seu funcionamento não dependa exclusivamente de energia elétrica. Até mesmo a presença de uma piscina coberta, torna-se aberta, a partir daí.

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Isto compatibiliza o corpo do teatro propriamente dito, com o restante das dependências e seus respectivos usos (cantina, cabaret, sala de reuniões, arquivos com consulta aberta ao público, etc.)[2].

cluindo o diretor e ator Zé Celso, o grupo pouco utilizou o novo espaço reformado, temporária permaneceu até a reconfiguração do corpo de artistas realizada no

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Mediado pela linguagem técnica do engenheiro responsável pelas futuras obras, o Memorial traz elementos reveladores dos desejos concebidos no interior da Companhia. Os limites e as fronteiras estabelecidos pela configuração do palco italiano, que acabava por definir os lugares estáticos de público e artistas, inviabilizava as dinâmicas de movimentação das peças que despontavam no Oficina. Essa era a principal inquietação dos membros que se mobilizaram para que essa transformação estética ganhasse vida, também, no imóvel. Ou seja, de que forma estabelecer uma nova relação com o espaço construído e a espacialidade concebida e imaginada pela cenografia? Como aliar arquitetura e cenário teatral em uma proposta nova, libertadora e criativa? Esses e outros tipos de perguntas eram traços claros de amadurecimento do Teatro Oficina, cujos desdobramentos não foram à frente nesse período em função de outras frentes de mobilizações que os artistas encamparam no início nos anos 1980 – tratava-se do tombamento estadual do imóvel, além dos perigos oriundos da especulação imobiliária no bairro do Bixiga. Ainda sobre a reforma, pode-se apontar para outros pontos importantes do trecho transcrito: as demandas pelas intervenções de natureza menos estrutural, que passavam pelas questões de atualização dos equipamentos eletrônicos e suas instalações no prédio, demonstram como o Teatro Oficina sempre esteve atento às mudanças tecnológicas de cada época; o envolvimento com questões sociais no Bixiga, abrindo a possibilidade para receber grupos que permaneciam marginalizados dos programas governamentais, como pode ser vislumbrado no indicativo de se estruturar creche e/ou quadra para as crianças; a predileção pela luz natural que, alinhada às questões ambientalistas, começa a ganhar corpo com a ideia de elemento fundamental para o projeto arquitetônico; e, por fim, as

[2]  Memorial Técnico e Descritivo, assinado pelo engenheiro civil Robinson de Morais, em 12/ janeiro/1981. 4268

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questões relativas ao funcionamento diário da Companhia, tendo suas concre-

cina teve a oportunidade de se resignificar em meio ao cenário urbano que se

tudes nas configurações de espaços adequados para refeitório, sala de reuniões

transformava, também, de maneira acelerada sob o ritmo frenético da São Paulo

e arquivo histórico.

metropolitana.

Meses após o tombamento estadual do imóvel pelo Condephaat, mais precisa-

Terceiro Cenário: Lina Bo Bardi e Edson Elito

mente no final de abril de 1983, José Celso Martinez fazia a comunicação oficial ao órgão público sobre as obras cenográficas que viriam, cuja justificativa ancorou-se

As mudanças estéticas pelas quais passavam o grupo Uzyna Uzona dialogavam

em um formato poético:

com a prática cenográfica de Lina. A constatação coletiva de que o imóvel pre-

Se o Oficina continua sem trabalho teatral, Seu prédio apodrece e não tem força,

cisava de novos contornos ganhou força entre os membros, revigorados com a volta ao Brasil depois de anos no exílio, além de envolver outros de artistas que haviam entrado no processo de renovação do corpo teatral. Ao pensar os espaços enquanto territórios diversificados da cultura, Lina direcionava o olhar para as

Para conseguir o que se quer. É o que todos queremos.

expressões cênicas que fossem capazes de instigar o humano, postura esta que

No início desse governo democrático,

formas de enquadramentos das representações espaciais.

Queremos manifestar nosso direito de trabalhar,

Ainda em agosto de 1980, Lina Bo Bardi e Marcelo Suzuki apresentaram publica-

convidava os espectadores a saírem dos ‘lugares comuns’ e a procurarem outras

mente o primeiro risco da nova proposta para o Oficina; enquanto ela desenha-

De criar,

va e traçava as formas que o teatro poderia incorporar da estética encenada, o

De estamos empregados,

arquiteto fabricava maquetes do projeto que ainda estava em fase embrionária. Durante essa fase criativa de emersão de propostas, Flávio Império mostrava-se

Neste espaço tombado,

plenamente de acordo com a transformação do seu próprio projeto, uma vez que

Produzindo” .

tencializasse toda a criatividade da cenografia teatral.

[3]

acreditava que a Companhia necessitava de um imóvel mais funcional e que po-

Nota-se, claramente, o desejo do Oficina em (re)transformar o imóvel em função

O processo de maturação continuava, o Oficina mais parecia um cenário de ruínas,

das novas ideias e estéticas que surgiam na Companhia. Fazia-se necessário trazer

quando o ano de 1984 trouxe uma grande novidade: o convite feito a Edson Eli-

ao chão a estrutura vigente para que a criatividade cênica pudesse aflorar entre

to, arquiteto cujos trabalhos em São Paulo começavam a ser reconhecidos, foi o

os escombros. E foi justamente a partir desse aparente caos que o Teatro Ofi-

primeiro passo para a formação de uma frutífera parceria com Lina Bo Bardi que perduraria até o falecimento da italiana, naturalizada brasileira, nos idos de 1992.

[3]  Carta entregue por José Celso Martinez, ao Condephaat, em 28/04/1983. O

documento integra o Processo de Tombamento e está localizado nas folhas 144 a 148 do Processo nº 22.368/82. 4270

Edson Elito relata como aconteciam as trocas entre os projetistas e os artistas:

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“Quando iniciamos o projeto e durante toda a sua concepção, Lina e eu procuramos concretizar as propostas cênica e espacial de Zé Celso. Houve um saudável, por vezes complexo, processo de integração de diferenças culturais e estéticas: de um lado nós arquitetos e nossa formação modernista, os conceitos de limpeza formal, pureza de elementos, ‘less is more’, racionalismo construtivismo, ascetismo e do outro, o teatro de Zé Celso, com o simbolismo, a iconoclastia, o barroco, a antropofagia, o sentido, a emoção e o desejo de contato físico entre atores e plateia, o ‘te-ato’[4].

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e instigante desse imóvel que foi se transformando em casa teatral que nem por isso permaneceu inerte. Impasse entre Lina e Zé Celso; este último, segundo as memórias de Elito, inventara o palco em rampa e Bo Bardi se mostrou contrária à ideia. Dias depois uma nova mudança conceitual no projeto: a arquiteta aceitara a opinião de Zé Celso e, alinhada a essa perspectiva, enviou os croquis para Edson já com a solução para as galerias laterais desmontáveis. A partir da adoção do palco em rampa, o Teatro Oficina incorpora a identidade de um espaço cênico unificado, baseado nos conceitos de ‘rua’ e ‘passagem’. Edson

E foi justamente esse trânsito recíproco entre os universos simbólicos da arquite-

Elito e Lina Bo Bardi projetam o imóvel como a continuidade da Rua Jaceguai,

tura e arte que propiciaram a transformação do imóvel em um bem cultural vivo,

sugerindo o atravessamento do muro em direção à Rua Japurá. O movimento

mutante, inquieto, histórico e multifacetado.

contínuo teatral ganha força, concedendo destaque para a constituição de uma grande caixa cênica, onde atores, plateia e técnicos estão em contato direto e per-

Lina Bo Bardi avaliava que os atores deveriam atuar no espaço que ficou pare-

manente. Espaços esses que buscam a relação com a natureza, o olhar para o cos-

cendo, muitas das vezes, um verdadeiro canteiro de obras, haja vista que muitas

mos, a interação entre o cotidiano do Bixiga e a cena teatral, a São Paulo que se vê

foram as lutas e os desafios enfrentados pelo grupo nesse cenário de reconstrução

de fora e que enxerga o Oficina. Enfim, toda espacialidade é cênica e vivenciada.

que permaneceu durante toda a década de 1980, tendo adentrado, também, nos anos 90. Para a cenógrafa todo esse processo de experimentação do espaço era bastante válido a fim de que as decisões futuras sobre o projeto ficassem bem alicerçadas entre a prática teatral e a concepção conceitual do projeto arquitetônico. O envolvimento de Lina e Elito no processo de repensar o Oficina veio no bojo das discussões mais amplas de redemocratização do país; nessa medida, o projeto se propunha a trazer para o teatro as ruas brasileiras, as quais traziam um amplo espectro de esperanças, reinvenções, encontros e encruzilhadas para o futuro. Era preciso escolher. A demolição por completa do interior do imóvel estava quase consumada. A entrada de Edson concedeu mais força para que a ação se completasse, há mais tempo maturada no grupo. As paredes de tijolos aparentes, com seus arcos romanos de embasamento, além de parte da cobertura eram os registros mais remotos do casarão do Bixiga do início do século XX. Sim, testemunhavam a história viva [4]  BARDI & ELITO, 1999: 14. 4272

O interior do Teatro Oficina com o palco em rampa ao centro. http://www.vitruvius.com.br/ revistas/read/minhacidade/14.158/4868

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A dimensão da rua ganha pleno sentido nessa interação público e artistas. Afinal,

as galerias laterais constituídas de tubos desmontáveis. Uma das grandes con-

oficinar o teatro significa mantê-lo em contato permanente com as culturas urban-

tribuições de Elito ao Oficina foi projetar as arquibancadas verticais, suportadas

as, trazendo traços múltiplos da cotidianidade em forma de arte. A rua propicia

por estruturas metálicas leves e desmontáveis, contrastando com os paredões

(des)encontros e (im)previstos, encenados por sujeitos anônimos a partir dos mais

centenários. A cor ‘azul arara’ escolhida para os tubos estruturantes foi especifi-

diversos tipos de olhares e práticas.

cação de Lina Bo Bardi.

A permanência do aspecto geral da fachada sem elementos de destaque tem a

A parceria com o Ministério da Cultura, em meados de 1988, foi fundamental

intenção de possibilitar ao espectador que passe por um ‘rito de passagem’ ao

para o erguimento de toda essa estrutura metálica, representando um grande

adentrar o Oficina. Lina Bo Bardi era simpática ao candomblé e incorporou alguns

salto para se superar a fase do imenso canteiro de obras. Em relatório técnico do

elementos icônicos ao teatro; a começar pela bigorna, um dos símbolos de Ogum,

extinto Instituto Nacional de Artes Cênicas (Inacen) – atualmente incorporado à

ocupando posição de destaque na entrada pouco adornada, além de ser uma das

Fundação Nacional de Artes (Funarte) -, o arquiteto e cenógrafo José Carlos Ser-

marcas identitárias do grupo. A valorização da água, sempre muito presente nas

roni discorreu sobre as obras em curso e, a partir de reuniões com Lina Bo Bardi

práticas com os orixás, pode ser desnudada a partir da ideia da cenógrafa em in-

e Edson Elito, exteriorizou todo o seu entusiasmo diante daquilo que observou:

corporar uma cachoeira, cuja constituição por 07 tubos aparentes propiciam a circulação e deságue em um espelho d’água com mecanismo de reaproveitamento. Integrar cidade e teatro consiste em uma das funcionalidades almejadas pela grande janela envidraçada. A luz natural, que pode ser a do sol ou a da lua, ilumina o Oficina como a ‘Mãe Natura’ deseja. Interessante a dialética percebida através da janela, na medida em que o Bexiga é visto de dentro do Oficina, assim como o Teatro é percebido pelo bairro. A cidade pode ser o palco principal a partir da percepção daquele que está no interior do imóvel, da mesma maneira que a peça encenada ganha destaque para os transeuntes que flanam ou simplesmente andam na São Paulo saturada de carros em seus viadutos e minhocões. A luminosidade externa consiste em um elemento cênico da Companhia que se integra, literalmente e naturalmente, às cenas vividas como espetáculo da vida. Edson Elito recorda-se do entusiasmo do engenheiro contratado, Roberto Rochilitz, em meio às longas obras. A solução encontrada consistiu na criação de peças de concreto a fim de sustentar as altas paredes de tijolos remanescentes, enquanto a estrutura metálica servia para suportar o peso das novas coberturas e dos mezaninos nos fundos, sem esquecer da necessidade de garantir estabilidade para

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“A proposta de uso do novo espaço do Teatro Oficina é, sem dúvida, das mais revolucionárias (a nível de espaço cênico) já vistas no Brasil e no exterior. O espaço e os equipamentos propostos acompanham a evolução tecnológica de nossos dias, bem como estimulam nossos realizadores teatrais a novas experiências e novas formas de trabalhar a concepção teatral. As soluções a nível de implantação e de equipamentos são tão ricas que propiciam diversificadas formas de uso, não só de espaço como de atividades: ele serve tão bem a espetáculos teatrais como a espetáculos de música, dança, manifestações artísticas populares, auditório para encontros, performances, etc. Despojamento arquitetônico, diferentemente de tradicionais teatros, permite um barateamento da obra. Esta última se encontra em fase estrutural, basicamente está levantado o esqueleto do edifício em estruturas metálicas e de concreto, devendo-se a partir de agora entrar na fase de acabamento, instalações internas de público e

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de infraestrutura cênica, hidráulica, elétrica, pisos e revestimentos, finalização de cobertura etc.[5]”. No dia 20 de março de 1992 Lina Bo Bardi veio a falecer, em meio à assinatura das plantas finais do projeto e do acompanhamento das obras. Após os orçamentos realizados pelo Ministério da Cultura, o Governo do Estado de São Paulo assumiu os gastos para conclusão dos trabalhos no ano de 1989. As obras transcorreram e foram finalizadas, quando, no histórico 03 de outubro de 1993, o Teatro Oficina deu por encerradas as intervenções que vinham desde os anos 1980. Porém, esse marco representou apenas uma pausa. Um descanso. Após 13 anos

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A via de passagem deveria estimular a fruição dos pedestres. Sonhadora, utópica e perseverante: “Lina procura integrar este pequeno teatro à escala, às características e à diversidade daquele bairro de classe operária. Acreditava, no futuro em ampliar o teatro para toda a quadra. Previa a derrubada do muro dos fundos assim como a da área envidraçada, porque vislumbrava no projeto “uma experiência germinal de uma outra cidade”, que se integraria sob a forma de um teatro-estádio público. Acreditava transformar o mundo em que o ser humano atua historicamente de forma não linear e com constantes possibilidades de mudança, sempre ampliando a participação das classes trabalhadoras[6]”.

de intensas obras e algumas interrupções, o projeto de Lina e Elito ganhou complementos que já eram previstos pela própria arquiteta. Esta vislumbrava o Oficina

Talvez seja esse o maior legado de Lina: deixar uma obra-prima em aberto, justa-

como um afluente do Vale do Anhangabaú possivelmente reverdecido, rompendo

mente por acreditar que, no futuro, outras intervenções serão necessárias e dese-

com as mazelas da metrópole entulhada e deixando para trás os escombros da

jadas pelas pessoas. A parceria com Edson Elito rendeu frutos inestimáveis para

especulação imobiliária. Inspirado nesses e em outros princípios, Paulo Mendes

a história da arquitetura no Brasil, sendo o Teatro Oficina uma das expressões

da Rocha propôs resignificar o Minhocão, na parte do Bixiga, a partir de uma

vivas de como a inventividade humana não tem limites. O presente nos conclama

Praça Cultural constituída por dois prédios principais – o primeiro seria alusiva à

a olhar para esse espaço mágico de encenações, e, mais uma vez, o imóvel da Rua

informação, abrangendo o Arquivo Eletrônico do Teatro e o outro se voltaria para

Jaceguai se transformará no protagonista principal dessa história.

abrigar a administração, além de uma infraestrutura para produção, ensaios, bilheteria e bar. Tais edifícios ocupariam terrenos remanescentes da desapropriação quando da época de erguimento do viaduto.

Sobre o atual projeto de requalificação A partir da trajetória do bem cultural é possível perceber como as característi-

Essa é apenas uma das muitas possibilidades que poderiam ser adotadas. Pro-

cas arquitetônicas e as concepções estéticas teatrais do Grupo Oficina se nutrem

mover a discussão de como encaminhar a continuidade de expansão do projeto

reciprocamente, construindo um espaço representativo da cultura brasileira no

para além dos muros do imóvel da Rua Jaceguai inspira uma dose equilibrada de

tradicional bairro do Bixiga. Perto de completar 60 anos, o Teatro Oficina ain-

coragem, entusiasmo, debates e criatividade, sempre em busca do melhor para o

da mostra-se jovial e a restauração futura será mais um importante ato na sua

viver coletivo. Lina pensava em romper os fundos do Oficina com o intuito de con-

história de lutas e conquistas – a atual inclusive, em relação ao entorno do bem. O

ceber uma praça pública, ligando, dessa forma, o teatro ao Vale do Anhangabaú.

imóvel da Rua Jaceguai é mais que um símbolo da resistência às dificuldades que surgiram no contexto da ditadura militar e no processo de especulação imobiliária em meio ao crescimento desordenado da metrópole paulistana.

[5]  Relatório sobre o acompanhamento das obras do Teatro Oficina, do Inacen,

datado de 25/04/1988. 4276

[6]  FURQUIM, 2008:04. 4277


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Em 2016, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo contratou o primeiro pro-

cisou tratar o edifício como um agente das transformações que se faziam

jeto de requalificação desde a reinauguração emblemática de 1983. Durante esse

necessárias. Entende-se, através de sua história, que as modificações foram iner-

intervalo de mais de 30 anos, o Teatro não passou por nenhuma obra significativa

entes aos momentos vividos e as outras alterações são bem-vindas.

de manutenção. O estado de conservação do espaço é preocupante, principalmente em relação às instalações elétricas e recursos cenográficos. Ao longo dos anos, o Grupo, que não deixa de se transformar, foi improvisando algumas alterações necessárias com recursos próprios. A cada nova montagem de peça, uma sucessão intervenções era executada. Atualmente, o Oficina apresenta novas demandas e anseios e o entendimento desse cenário foi essencial para a concepção do novo projeto. Desenvolvido pelo escritório Gema Arquitetura, o projeto teve como consultor o arquiteto Edson Elito e o acompanhamento/aprovação do Grupo Uzyna Uzona. Além de todas as exigências e atenções especiais demandadas por um projeto de restauração de bem tombado, o projeto dedicado ao Teatro Oficina exige esforços ainda maiores uma vez que seu tombamento foi tema de discussões complexas e polêmicas nas instâncias de proteção do patrimônio. O Teatro foi tombado pelo CONDEPHAAT em 1982 e também recebeu a chancela federal ao ser inscrito no Livro de Tombo Histórico e no Livro de Tombo das Belas Artes depois da decisão do Conselho Consultivo do IPHAN datada de 24 de junho de 2010 (Processo nº 1515-T-04). Importa destacar que na ata de decisão de tombamento federal, previa-se que o espaço poderia receber atualizações e acréscimos ao seu projeto original, sob a condição de preservar a aura de teatro aberto, como extensão da rua e equipamento apropriável pela comunidade. Mesmo que já tenham sido exaustivas as discussões sobre os valores deste bem cultural para a efetivação da proteção oficial estadual e federal, interessa destacar que se trata de um “espaço conformado pela imaterialidade da prática teatral” segundo palavras de Jurema Machado, ex-Presidente do IPHAN. Tal constatação justifica o fato de ter sido até colocado em pauta um eventual Registro do Oficina como Bem Imaterial. Dessa forma, o projeto pre4278

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Atenção especial também foi dada também à relação com o entorno. Pela diversidade de sua ocupação, o Bixiga tornou-se reduto boêmio da cidade, lugar de teatros, bares e cantinas. Atualmente há tombamentos municipais, ZEPECs e ZEIS. O Plano Diretor de São Paulo atesta a importância do bairro e “É imediato associar o Teatro Oficina a esse contexto por duas vias: tanto o Oficina pode ser tomado como elemento chave de um processo de reabilitação, quanto a preservação dos valores do bairro é essencial à vitalidade do Oficina”[7]. A requalificação do Oficina deve contribuir diretamente para a valorização desse cenário rico de práticas culturais. No livro Teatro Oficina, publicado pelo Instituto Lina Bo Bardi, encontramos seguinte citação da própria Lina: “O Oficina é o portal da Catedral de Colônia do século XVIII, mas é marco importante de um caminho difícil”. Assim, além de ter sido planejado o restauro do Teatro, foi definida uma nova volumetria na parte posterior do edifício, acomodando uma área de convivência. Esse novo pavimento, com pé direito generoso, tem fechamento em vidro em todas as suas faces, em materialidade que se contrapõe e se descola dos tijolos aparentes pré-existentes. O grande janelão de vidro permanece inalterado, mas ganha, recuado, uma faixa translúcida que engloba a nova área expandida deste 3º pavimento. Com as alterações propostas no atual projeto, mantém-se a integridade do espaço cênico interno devido às suas características ainda inovadoras e únicas, ao mesmo tempo em que o edifício é completamente renovado e readaptado às necessidades do grupo. O novo Teatro Oficina atualiza a história deste importante núcleo cultural e reposiciona no século XXI os princípios de sua composição estética e funcional, agregando ao seu conjunto, com delicadeza e sensibilidade, novas tecnologias, materiais e conceitos desenvolvidos pela arquitetura contemporânea. [7]  Ata da 64ª Reunião do Conselho Consul�vo do IPHAN. 4280

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O imóvel é o próprio Ser Oficina: vive, transforma, renasce, transcende, mistura, inova, questiona, sublima, desfruta, gesta e atua no limite tênue entre as peças teatrais e as nossas vidas cotidianas. E é justamente a partir desse espírito inspirador que os trabalhos em torno da proposta de restauração do imóvel se materializaram, trazendo à cena a importância de oficinarmos por um mundo melhor.

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Referências Bibliográficas Para citações no corpo de texto, deverá ser utilizado o seguinte modelo: (autor, data, p.XX). Ex: (Santos, 1996, p.58). BARDI, Lina Bo & ELITO, Edson. Teatro Oficina. São Paulo, Brasil 1980-1984. Lisboa: Editorial Blau, 1999. FURQUIM, Evelyn Werneck Lima. Por uma revolução da arquitetura teatral: O Oficina e o SESC da Pompéia. Arquitextos, São Paulo, ano 09, n. 101.01, Vitruvius, out. 2008. GOVERNO do Estado de São Paulo. Lina Bo Bardi. São Paulo: Imprensa Oficial / Instituto Lina Bo Bardi, 2008. LANNA, Ana Lúcia Duarte. Patrimônio cultural, direitos e vontades. Minha Cidade, São Paulo, ano 14, n. 158.03, Vitruvius, set. 2013. LEONELLI, Carolina. Lina Bo Bardi: experiências entre arquitetura, artes plásticas e teatro. Dissertação de Mestrado, Área de Concentração: História e Fundamentos

Perspectiva eletrônica da proposta.

da Arquitetura e do Urbanismo, FAUUSP, 2011. MARTINEZ CORREA, José Celso. Ana Lanna Feliciana. Teatro Oficina em risco. Minha Cidade, São Paulo, ano 14, n. 158.01, Vitruvius, set. 2013. MARTINS, Mariano Mattos (Org.). Oficina 50+ Labirinto da Criação. São Paulo: Pancron Indústria Gráfica, 2013. OLIVEIRA, Olívia de. Lina Bo Bardi. Sutis Substâncias da Arquitetura. São Paulo: Romano Guerra Editora, 2006.

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PINTO, Roberto Mello da Costa Pinto. Extrapolação dos Limites: Arquitetura e Espaço Cênico Revolucionário. Tese de Doutorado, Área de Concentração Artes Cênicas, Escola de Comunicações e Artes da USP, 2013. RUBINO, Silvana & GRINOVER, Marina (Orgs.). Lina por escrito. Textos escolhidos de Lina Bo Bardi. São Paulo: Cosac Naify, 2009. SANTOS, Cecília Rodrigues dos. Teatro Oficina. Defender nosso patrimônio histórico e artístico é alfabetização. Arquitextos, São Paulo, ano 14, n. 160.01, Vitruvius, set. 2013. STEVENS, Jeroen & KNAPEN, Jonas. Urbanism & Stages of insurgence. Teatro Oficina/ Bexiga/São Paulo. Master of Urbanism e Strategic Planning. Faculty of Engineering, Departament of Architecture, Urbanism and Planning, 2013. TANNURI, Fabiana Luz. O processo criativo de Lina Bo Bardi. Dissertação de Mestrado, Área de Concentração: Design e Arquitetura, FAUUSP, 2008. VERGUEIRO, Frederico. (Re)existência de Lina Bo Bardi. Em defesa do Anhangabaú da FeliZcidade. Minha Cidade, São Paulo, ano 14, n. 158.02, Vitruvius, set. 2013. Principais sites consultados: www.conpresp.sp.gov.br www.cultura.sp.gov.br www.flavioimperio.com.br www.iphan.gov.br www.teatroficina.com.br

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