Rota do Café

Page 1

Clesio Barb osa e Patrícia Soutto Mayor Assump ção


2


3


Apresenta:

Rota do CafĂŠ Fazendas de

Minas Gerais

*Fotos: Bruno Albergaria 4


Patrocínio:

Realização:

1


2


3


*Bruno Albergaria


Índice

Apresentação 6 Autores 8 A Origem do Café 13 O Café no Brasil e em Minas Gerais 16 Espécies de Café 18 Café, a Bebida 21 Cafés Mineiros 24 MAPA CHAPADA DE MINAS 29 Fazenda Primavera 30 Fazenda Sequoia 32 Fazenda Ecoagrícola 34 Fazenda Atlântica 36 MAPA REGIÃO MATAS DE MINAS 39 Fazenda Bom Jesus 40 Fazenda Água Limpa 42 Fazenda Pedra Redonda 44 Fazendas Oásis e Ouro Verde 46 MAPA REGIÕES VERTENTES/OESTE 49 Fazenda Samburá 50 Fazenda Vila Boa 52 Fazenda do Coronel 54 Fazenda Cachoeira 56 Fazenda Pinhal 58 Fazenda Samambaia 60 MAPA REGIÕES SUL/SUDESTE 63 Fazenda Bela Vista 64 Fazenda do Salto 66 Fazenda Santa Rosa 68 Fazenda Carmo Estate 70 Fazenda Pedra Negra 72 Fazenda Caxambu 74 Fazenda Itapuan 76 Fazenda Monte Alto 78 Fazenda da Onça 80 Fazenda Piedade 82 MAPA REGIÃO CERRADO DE MINAS 85 Fazenda Esperança 86 Fazenda Lajinha 88 Fazenda São João Grande 90 Fazendas Guima Café 92 Fazenda Alegria 94 Fazenda Rio Brilhante 96 Agradecimentos 99 Certificações do Café 100 Créditos 102 Fontes 104 5


Apresentação

6

Fazenda Primavera - Capelinha


O Brasil é um país de dimensões continentais, formado por um mosaico de biodiversidade representado nos seus ecossistemas. Somos o maior produtor de café do mundo, nossa produção já passa de 50 milhões de sacas por ano, respondemos por 30% do mercado. Mas essa posição de destaque oculta um diferente tipo de tesouro: os preciosos cafés especiais brasileiros. Minas destaca-se no cenário nacional não apenas por ser o maior estado produtor, mas também por sua grande extensão territorial, peculiar variação ambiental e marcada diferença socioeconômica. Nosso estado tem regiões cafeeiras que se distinguem por grandes variações no solo, na temperatura, umidade relativa e altitude, o que faz com que a qualidade do café se expresse de maneiras distintas. Nas regiões mais secas, como no Cerrado mineiro, Norte, Noroeste e Jequitinhonha, predominam cafés com aroma intenso, notas de chocolate, caramelo e nozes, acidez delicada, corpo denso e sabor adocicado com finalização longa. Cafés com corpo aveludado, acidez cítrica de moderada a alta, com notas florais e frutadas, doçura marcante e sabor de caramelo podem ser encontrados na região das Vertentes de Minas, nas serras do Sul e Sudoeste do estado, bem como nas matas de Minas. Além das regiões e de seus efeitos climáticos, o estado de Minas Gerais também é rico em formas de processamento que resultam em cafés com distintas características sensoriais, o que diversifica os sabores que naturalmente ocorrem em cada região. Os cafés naturais, processados a partir de frutos maduros, podem resultar em bebidas excepcionais, pois, além de encorpadas, apresentarão elevada complexidade. Os cafés descascados, despolpados ou desmucilados podem apresentar notas florais como jasmim, frutas amarelas e tropicais. A pluralidade dos sabores e aromas dos cafés do estado de Minas Gerais é sua marca mais notável, que reflete a exuberância de sua natureza, o trabalho, a paixão e a alegria de seu povo. Espero que neste guia você possa viajar pelos vales, campos e serras de Minas e saborear, nas suas páginas, um pouco do delicioso “cafezinho mineiro”. Flávio Meira Borém Professor Titular do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal de Lavras, especialista em Pós-colheita e Qualidade de Café.

7


Autores

Em 2005, Patrícia Soutto Mayor Assumpção e eu lançamos nosso primeiro livro, Terra de Minas – Culturas & Sabores, sobre a cultura e a culinária de Minas Gerais. Passados cinco anos, viajamos 9 mil km para visitar as cidades, áreas rurais e fazendas seculares apresentadas no livro Terra de Minas – Fazendas & Sabores. Encantados com a paisagem às margens das estradas de asfalto e de terra, percebemos que ainda havia muito que registrar. Em 2014, percorremos mais de 6 mil km em cinco meses. Patrícia seguia acalentando o sonho de ter uma fazenda e eu revivia minha infância, passada nas terras dos meus avós, às margens do lago de Furnas, o maior do estado. Nasceu, assim, o livro Minas Gerais – Fazendas & Sabores do Leite, considerado o melhor do mundo naquele ano, na categoria Milk & Cheese,

8

Fazenda Monte Alto - Guaxupé


e vencedor do prêmio Best Gourmand Awards, na China, o “Oscar” dos livros de gastronomia. Colocamos o pé na estrada novamente em 2015, dessa vez em busca das fazendas de café, para produzir o Terra de Minas Fazendas & Sabores do Café, que mereceu o prêmio Gourmand Awards, segundo melhor livro da categoria Coffee. A distinção de nosso trabalho entre obras do mundo todo foi um estímulo para seguir adiante. Surgiu, então, a ideia deste guia, com informações para aqueles que querem percorrer as trilhas de uma das maiores riquezas do nosso estado: o café. Agradecemos a todos os que nos acolheram em suas terras e, em especial, ao companheiro de viagem e fotógrafo Odilon Nicolau. Seu olhar cuidadoso produziu as belas fotos deste guia. Com essa pequena amostra do que vimos e vivenciamos, esperamos compartilhar a alegria e a emoção de conhecer os caminhos e as fazendas de Minas Gerais. Clesio Barbosa Patrícia Soutto Mayor Assumpção

9


Todos os caminhos de Minas levam aos sabores do nosso cafĂŠ.

10 10


Fazenda Monte Alto - GuaxupĂŠ

1111


1212

*Bruno Albergaria


A Origem do Café

Fazenda Santa Rosa - Três Corações

A lenda diz que, onde hoje é a Etiópia, um pastor notou que as cabras ficavam mais espertas quando comiam folhas e frutos de um arbusto das montanhas. Ele provou os frutos e sentiu-se muito bemdisposto. Com medo dos efeitos produzidos pela planta, monges da região mandaram queimá-la, mas os frutos exalaram um cheiro irresistível. Então, eles fizeram uma infusão com os grãos torrados, tomaram essa bebida e rezaram a noite toda, sem sentir sono. A notícia espalhou-se e a bebida ganhou o nome da cidade do pastor: Kaffa, que teria dado origem à palavra café. Dizem também que, desde a antiguidade, tribos africanas moíam grãos de café e faziam uma pasta para aumentar a força dos guerreiros. Segundo a história, o cafeeiro é mesmo originário das terras altas da Etiópia, mas a palavra “café” estaria ligada ao vocábulo árabe qah’wa, que significa vinho. A classificação Coffea arabica, espécie mais cultivada no Brasil e no mundo, tem esse nome por causa dos árabes. Eles foram os primeiros a cultivar o café, 13


em maior escala, até o século XVII. Manuscritos de 575 registram o plantio no Yêmen, onde o fruto era consumido in natura. Só no século XVI, na Pérsia, os grãos foram torrados e transformados na bebida que conhecemos hoje. A primeira loja de café surgiu em Constantinopla. A bebida foi declarada contrária às leis de Maomé até ser aprovada por autoridades e religiosos, com o argumento de que favorecia a digestão, alegrava o espírito e afastava o sono. Na Itália, no século XVI, os cristãos só puderam tomar café depois que o Papa Clemente VIII provou e gostou da bebida. No século XVII, surgiram as primeiras cafeterias na Inglaterra, Itália e França. Durante o reinado de Luís XIV, o açúcar foi adicionado à bebida. No século seguinte, as cafeterias eram pontos de encontro dos iluministas, às vésperas da Revolução Francesa. Os holandeses cultivaram as primeiras mudas no Jardim Botânico de Amsterdã e começaram o plantio em Java e em Sumatra, em 1699. Eles também presentearam os franceses com um cafeeiro. A planta chegou às colônias europeias, à África e à América. Entre 1881-1890, o café já era o produto brasileiro mais exportado. E a bebida, proibida pelos monges da Etiópia, tornou-se uma das mais consumidas no mundo. 14


Fazenda Carmo Estate - Heliodora 15


O Café no Brasil e em Minas Gerais

É difícil saber o que é lenda ou verdade sobre a introdução do café no Brasil. Há relatos de que, em 1727, o governador dos estados Grão-Pará, atualmente Pará e Maranhão, ordenou a um sargento-mor que fosse à Guiana Francesa buscar mudas de cafeeiro, já bastante valorizadas. Na capital, Caiena, o sargento-mor teria conquistado a esposa do governador local e ganhado dela um bouquet com as mudas escondidas entre as flores. Assim teriam surgido as primeiras plantações no Brasil. O fato é que as lavouras se espalharam e chegaram à Serra do Mar, ao Vale do Paraíba e aos estados de São Paulo e Minas Gerais, onde o clima e a altitude são favoráveis ao cultivo. O café abriu estradas, fixou povoações, criou riquezas e, por muitas décadas, foi a principal fonte de receitas do Brasil. Escravos africanos trabalharam nas fazendas até que a Lei Áurea aboliu a escravidão, em 1888, e eles foram substituídos por imigrantes que fugiam da crise na Itália e da Primeira Guerra Mundial. Entre 1880 e 1930, italianos e espanhóis eram maioria nas lavouras do estado de São Paulo. No fim do século XIX, a cafeicultura respondia por 70% das exportações brasileiras. No início do século XX, prevalecia a “política do café com leite”: “Barões do Café” de São Paulo e produtores de leite de Minas Gerais alternavam-se na presidência do país. Nos anos de 1920, os estoques de café aumentaram muito e os preços caíram. Outros países produtores passaram a concorrer com o Brasil nas exportações. A crise de 1929, com a queda da bolsa de valores de Nova York, foi um duro golpe para a economia brasileira. Os preços e o consumo

16


mundial de café despencaram mais ainda. Para regularizar a oferta e o preço, o governo mandou queimar todos os estoques. Entre 1931 e 1943, quase 80 milhões de sacas foram destruídas. Dizem que os grãos substituíam a lenha nas caldeiras das locomotivas a vapor. A partir de 1944, a oferta de café passou a ser regulada por convênios entre países produtores, e em 1963 foi criada a Organização Internacional do Café – OIC, da qual o Brasil faz parte. Em Minas Gerais, o cultivo começou na Zona da Mata. Viajantes que seguiam pela Estrada Real, levando o ouro até ao porto de Paraty, no Rio de Janeiro, voltavam com sementes de cafeeiro. Com a decadência da mineração, o café ganhou importância e a atividade se desenvolveu com a chegada das ferrovias, em 1859. A cafeicultura fez da Zona da Mata a região mais rica do estado até o início do século XX, quando as lavouras apareceram no sul de Minas e onde se destaca a atuação de uma mulher. Inês Carvalho Dias, com apenas 25 anos, viúva e com quatro filhos, comprou uma fazenda e foi uma das primeiras mulheres à frente do negócio de café. Na década de 1970, as lavouras chegaram ao Cerrado mineiro, com incentivos do governo e novas tecnologias de plantio. Hoje, a região lidera a produção em escala industrial. São comuns fazendas com mais de 10 milhões de cafeeiros. No norte do estado, microrregiões respondem por uma pequena parcela da produção, mas são fundamentais para que Minas Gerais seja o maior estado produtor nacional de café. Minas Gerais tem mais de um milhão de hectares plantados com café e produz mais da metade da safra brasileira. Os grãos são exportados para mais de 60 países. Estima-se que aproximadamente 17% do café consumido no mundo seja de Minas Gerais.

Fazenda Oásis - Coimbra 17


Espécies de Café O cafeeiro (Coffea sp.) é um arbusto de vida longa, alcança de dois a seis metros de altura na fase adulta e é muito cultivado em países tropicais. Entre mais de 100 espécies, duas são plantadas em larga escala: a Coffea arabica, “Arábica” ou “Café Arábico”, e a Coffea canephora, conhecida como “Café Robusta” ou “Conilon”. A Coffea arabica, cultivada principalmente nas Américas do Sul e Central, representa 70% da produção mundial. A primeira colheita ocorre entre três e quatro anos após o plantio e o cafeeiro produz frutos por até 30 anos. Entre as cultivares, estão: Bourbon, Catucai, Catuaí Topázio, Mundo Novo, Rubi e Moca – ou Mocha, nome de uma cidade do Iêmen, importante exportadora de café no século XV. O Arábica produz os cafés especiais ou gourmets, nobres e requintados, com aroma intenso e vários sabores. O gosto é ácido e frutado e o teor de cafeína é mais baixo do que na espécie Coffea canephora. Quanto mais cafeína, mais amargo será o café. O café Arábica é mais valorizado devido ao aroma e ao sabor.

*Bruno Albergaria

18


As melhores cafeterias do mundo fazem combinações – blenders – a partir das diversas cultivares do Arábica. A Moca produz uma bebida cremosa, de sabor achocolatado, muito usada nos blenders. A planta de Coffea canephora, “Café Robusta”, ou “Conilon”, tem frutos menores, mas produz até 50% mais grãos do que a espécie Arábica. São várias cultivares: Kouillou, Crassifólia, Laurenti, Oka e Uganda, entre outras. O plantio é mais comum em regiões da África, Ásia e América do Sul, somando cerca de 30% da produção mundial de café. As outras espécies são pouco representativas. A Coffea liberica, ou Café Libérica, produz uma bebida com sabor ácido e amargo. Ela cresce em regiões de baixas altitudes, na Malásia e na África Ocidental, e representa menos de 1% da produção mundial. No Brasil, Minas Gerais é o maior produtor de café, inclusive de especiais, e o Arábica representa 98% da produção do estado. O Espírito Santo lidera a produção de Conilon.

Fazenda Primavera - Capelinha

19


2020

Fazenda Cachoeira - Santo AntĂ´nio do Amparo


Fazenda do Salto - Carmo da Cachoeira

Café, a Bebida Ao provar uma xícara aromática de café, não imaginamos a história e o longo caminho do grão até que possamos saborear essa bebida tão especial. Do plantio à degustação, são várias etapas e muitos processos para se obter uma das bebidas mais consumidas em todo o planeta, há mais de mil anos. O principal componente do café é a cafeína, que aumenta a disposição e, em longo prazo, melhora a memória. O excesso, porém, pode trazer efeitos indesejáveis, como insônia. Quem tem problemas cardíacos deve consultar o médico sobre o consumo da bebida. A qualidade do café é avaliada com base em uma tabela de classificação. O método principal é a análise sensorial, a “prova de xícara”. Os especialistas – Q-Graders – atribuem à bebida notas de 0 a 100. Amostras acima de 90 pontos são bem caras, mas não é possível eleger o melhor café do mundo. Fatores tangíveis e intangíveis influenciam na preferência, como o gosto e a memória olfativa e degustativa do provador. A tendência mundial de valorizar o consumo de produtos naturais incentiva o cultivo do café orgânico, que utiliza defensivos agrícolas 21


Fazenda Caxambu - Três Pontas

naturais de forma controlada, para que a bebida não apresente resíduos químicos indesejáveis. Grãos de café cru ocultam seus sabores. A torrefação, que revela as suas substâncias, é muito importante para a obtenção de uma boa bebida. Há um tempo ideal de torra para cada variedade. A torrefação pode revelar o potencial de um grão, ou acabar com o café. O processo em grande escala é feito com máquinas computadorizadas. Já a torra de cafés especiais é uma união entre ciência e arte, entre a razão e os sentidos. É preciso conhecer os grãos, os processos físico-químicos e ter sensibilidade para perceber as sutilezas dos aromas e sabores. O ponto de torra é diferente para os cafés tradicionais e os extrafortes. Os grãos crus podem ser armazenados por anos. Torrados, perdem a qualidade em torno de um mês. Porém, a legislação brasileira permite a validade de até um ano antes de a embalagem ser aberta. A moagem deve considerar o tipo da bebida a ser preparada: pulverizada, para café árabe, em que o pó não é coado; fina, para filtros de papel ou de pano; média, para café espresso; e grossa, para 22


cafeteira italiana. Algumas recomendações são importantes para a obtenção de uma boa bebida. Prefira grãos torrados e moídos na hora, pois o sabor e o aroma são mais intensos. Se não for possível, escolha um pó com selo de pureza e qualidade (no Brasil, o selo é o da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café). Os produtos embalados a vácuo conservam melhor o aroma e o sabor. Após aberto, o café deve ser guardado em um recipiente de metal, fechado, dentro da geladeira. Isso conserva as propriedades que serão reveladas na bebida. Prefira água filtrada ou mineral, levada ao fogo até surgirem pequenas bolhas, sem chegar à ebulição total. O café com açúcar ou com adoçante perde o sabor original, mas, se for a sua preferência, só adoce a bebida na xícara. Alguns baristas recomendam o consumo, no máximo, até uma hora após o preparo. O barista é o profissional especializado em cafés gourmets ou especiais, ideais para quem gosta de experiências gastronômicas. E faça um brinde àqueles que, em todas as partes do mundo, também estarão tomando um café. Essa deliciosa bebida, fruto da história e do trabalho, é um laço universal.

23


24


Cafés Mineiros

Em outubro de 2015, a Associação Brasileira da Indústria do Café – ABIC – contabilizou 1.141 marcas de café autorizadas ao uso do Selo Pureza ABIC. Dessas marcas, 338 são do estado de Minas Gerais.

25


26


27


Fazenda Sequoia - Angelândia 28 28


2929


Fazenda

Primavera

A

*Bruno Albergaria

Capelinha

viagem começa em direção à Chapada de Minas, que compreende os vales do Jequitinhonha e do Mucuri. Chapadões com solos ricos em matéria orgânica e pluviosidade abundante e concentrada favorecem a cafeicultura. Cerca de 80% do café da região é exportado para os Estados Unidos e para a Europa. A área da Chapada de Minas compreende 22 municípios. Em Angelândia, a 427 km da capital, fica a Fazenda Primavera, do Grupo Montesanto Tavares Group, representada pelo sócio Ricardo Tavares. O produtor mantém uma lavoura de café sombreada por árvores que oferecem pelo menos 25% de sombra aos cafeeiros. Ele diz que os frutos dessas lavouras amadurecem de maneira mais uniforme, o que garante um café de melhor qualidade. Prova disso é que um lote do café Geisha, um café de excelente qualidade, da Fazenda Primavera, foi o campeão do Cup of Excellence – Brazil 2018, na categoria Pulped Naturals – cafés cereja descascados e/ou despolpados, alcançando uma nota de 93,89. Além desse importante prêmio, a fazenda tem a certificação socioambiental através do selo Rainforest Alliance. As Fazendas do Grupo Montesanto Tavares, situadas na região, somam 3,5 milhões

de plantas, sendo 135,3 mil sombreadas pelo mogno. Tudo é controlado para manter a conquista de certificações como a UTZ, obtida em 2004, que atesta o compromisso assumido com a sustentabilidade e a responsabilidade social e ambiental. Na belíssima casa da Fazenda Primavera, as amplas janelas das salas de visitas e de jantar abrem-se para uma agradável vista da propriedade, com matas nativas preservadas, cheias de coqueiros. Da cozinha, com fogão a lenha, saem as delícias que são servidas na varanda, sobre a mesa feita de um tronco de mogno. 30


A casa é cercada por um extenso gramado. Em uma construção anexa ficam os aposentos, cujo acesso é feito pela varanda em forma de “L”. Entusiasta da cafeicultura, o produtor recomenda a quem pensa em investir em lavouras: – Plante café!. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo e-mail: ronaldo.filho@gmtfarms.com.br.

CAPELINHA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 432 km.

Acessos principais

como requeijão, queijo e cachaça, além de peças de artesanato de cerâmica do Vale do Jequitinhonha.

• Circuito das pedras preciosas – túnel

em garimpo de pedras preciosas em Caraí (a 187 km de Capelinha).

De Belo Horizonte, siga pela rodovia MG-010 até a MG-229, acesse a BR-120 e prossiga até Capelinha.

• Visitas a fábricas de café – devem

Principais atrações da cidade e/ou região

Festas e eventos

• Cachaça

Capelinha de Minas – produzida na Fazenda Mata dos Cavalos. A visita ao local deve ser agendada com o proprietário, Sr. Dalmir.

• Feira

Livre – a feira é realizada aos sábados e é possível adquirir produtos típicos da gastronomia,

ser marcadas antecipadamente.

• Festa do Capelinense Ausente (antiga

Festa do Café) – é realizada no mês de julho, no Parque de Exposições, e conta com shows e apresentações artísticas.

• Festa de Nossa Senhora da Graça –

ocorre em agosto, com barraquinhas, procissão, Folia do Divino e queima de fogos.

*Bruno Albergaria 31


Fazenda

Sequoia

E

*Bruno Albergaria

Angelândia

m Angelândia, a Fazenda Sequoia pertence à empresa da família dos irmãos Vicente e Paulo Lima e seus sócios. Uma alameda de palmeiras imperiais leva à sede, onde os proprietários recebem visitantes, compradores e amigos. Da varanda, tem-se um panorama magnífico, especialmente ao pôr do sol, quando uma luz âmbar se debruça sobre o cafezal. Dos 3.709 ha de área total, em 1.200 ha estão plantados café Arábica, das variedades Catuaí Vermelho, Catuaí Amarelo, Catucaí 2 SL, Arara, IAC 125 RN, Acaiá 474/19, IPR 100, Japy e Bourbon Amarelo. Há também plantio de mogno africano e de eucaliptos, cuja madeira abastece as caldeiras que fazem girar os secadores de grãos e ainda servem como quebra-ventos, protegendo as lavouras a uma altitude entre 1.000 e 1.300 m. Tudo isso convive harmoniosamente com mais de 600 ha de reservas legais e áreas de preservação. A colheita é feita pela derriça manual e mecanizada. Os grãos recém-colhidos passam pela via úmida, onde são separados das folhas e dos resíduos e seguem para o beneficiamento nas máquinas de lavar, separar/selecionar, despolpar e secar o café. A produção é vendida nos mercados interno e externo. Em alguns casos, o produto é entregue diretamente às torrefações e cafeterias. Em 2010, o grupo proprietário da fazenda adotou o nome 3 Corações Alimentos. Hoje, são 20 marcas de café – nove delas em Minas Gerais – distribuídas em mais de 350 mil pontos de venda no país. Para levar os sabores do café a milhões de pessoas, o grupo desenvolveu uma extensa linha de produtos ligados ao café; tais como café em pó, grãos torrados, cápsulas, máquinas de espresso, cappuccinos prontos e em pó, filtros, porta-filtros, café solúvel, entre outros. A Fazenda Sequoia tem o mesmo nome de uma árvore conífera que pode atingir até 140 m de altura e viver mais de 2.000 anos. Um símbolo da vitalidade da família que construiu, e espera manter, o império do café. *Bruno Albergaria

32


*Bruno Albergaria

ANGELÂNDIA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 454 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, siga pela rodovia MG-010 até a MG-229, acesse a BR-120 e prossiga até Angelândia.

Principais atrações da cidade e/ou região

enviados, na época, 30 policiais (dragões). A fazenda tem cachoeiras e plantas nativas do cerrado. Há um projeto para transformar a área em um parque ecológico. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 33 3516 1322 ou pelo e-mail: rodrigo@fazendasequoia.com.br.

*Bruno Albergaria

• Cavalgada

do Trabalhador de Angelândia – a festa acontece sempre em abril, com shows em praça pública e uma grande cavalgada pela região. Em 2018 foi realizada a 13ª edição do evento.

• Apresentação de Bandas de Taquara – essas bandas (descritas no livro Canudos, Gaitas e Pífanos, as flautas do norte de Minas, de Daniel Lima Magalhães) costumam se apresentar nas festas religiosas da região.

Festas e eventos

• Reserva Ecológica do Alto dos Bois –

no alto da serra existe uma grande casa de fazenda que foi originalmente construída para ser um quartel no século XIX. Em 1814, os fazendeiros e transportadores de minério pediram ajuda a D. João VI para protegê-los dos índios Botocudos, que atacavam e matavam os trabalhadores. Foram 33


Fazenda

Ecoagrícola N

Francisco Dumont

a Fazenda Ecoagrícola, aproximadamente 342 hectares são destinados ao plantio do café, com 1 milhão e 500 mil pés. A propriedade fica na Serra do Cabral, em uma bela chapada isolada no centro-norte de Minas Gerais, onde está também o Parque Estadual da Serra do Cabral, que abrange áreas de preservação nos municípios de Várzea da Palma, Buenópolis, Joaquim Felício, Augusto de Lima, Lassance e Francisco Dumont. A região é uma das poucas propícias à cafeicultura no norte do estado graças à altitude, que, na Fazenda Ecoagrícola, chega a 1.150 m. Em 2007, os irmãos Marcelo e Roberto Flanzer iniciaram a produção e, hoje, exportam café das cultivares Catuaí e Catucaí para a Ásia, Europa, Austrália e os EUA. Cercada por mangueiras e coníferas, a casa-sede tem arquitetura simples, típica das construções rurais. Na varanda, ouvindo pássaros da flora local, os visitantes e compradores podem degustar os cafés especiais produzidos e torrados na propriedade. Estradas entre as plantações levam às margens de um gigantesco reservatório de água, com 260 milhões de litros represados para a irrigação da lavoura. De lá, avista-se grande parte das lavouras de café da propriedade. Uma das principais atrações da região fica na área da fazenda: é a Cachoeira da Lama Preta. O caminho para se chegar à cachoeira é propício aos apreciadores de trilhas em mata fechada, pois o percurso só pode ser feito a pé. A partir de uma porteira, desce-se por uma estreita trilha, protegida pela vegetação densa e por raízes aparentes no solo. Alguns degraus naturais facilitam um pouco o percurso até a chegada à cachoeira, que se descortina imponente e forma pequenas praias em lajes de pedra. A beleza da queda d’água e o encanto da Serra do Cabral garantem uma boa experiência para quem visita a região cafeeira do centro-norte de Minas Gerais.

34


FRANCISCO DUMONT Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 378 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, siga pela rodovia BR-040. Entre na BR-135 e prossiga até acessar a MG-208. Siga por ela até Francisco Dumont.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Parque de lazer e turismo Açudão. • Circuito Serra do Cabral – a serra é um

maciço montanhoso que fica na região Centro-Norte do estado. O Parque

Estadual da Serra do Cabral, ou APA Serra do Cabral, alcança os municípios de Várzea da Palma, Buenópolis, Joaquim Felício, Augusto de Lima, Lassance e Francisco Dumont, além de povoados e fazendas que se localizam no seu entorno.

• Fazenda

Ecoagrícola – na fazenda encontra-se uma das mais belas cachoeiras da região.

Festas e eventos

• Arraial da Cidade – ocorre em junho. Há

danças e são preparadas comidas típicas em comemoração aos santos do mês (São Pedro, Santo Antônio e São João).

Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo site www.ecoagricola.com.br ou pelo Instagram @ecoagricola.

35


Fazenda

Atlântica A

Pirapora

Fazenda Atlântica é outra propriedade do Grupo Montesanto Tavares Group, representada pelo sócio Ricardo Tavares. Está localizada em Pirapora, no norte de Minas Gerais. O município fica às margens do Rio São Francisco, chamado de rio da integração nacional por atravessar cinco estados brasileiros e ligar as regiões Sudeste, Centro-oeste e Nordeste do país. A lavoura é formada por 1,4 milhão de pés de café arábica, das cultivares Topázio, IBC 12 e Catucaí. Apesar da baixa altitude, de 500 m, a produção anual é considerada muito boa. Dos quase 2,5mil ha, 500 são destinados ao plantio do mogno e 280 ao café. Um dos passeios mais agradáveis pela fazenda é circular pelas estradas internas, que dão acesso às lavouras. Nas áreas de plantio de mogno, há belos túneis simétricos, formados pelos troncos e copas das árvores.

3636


A propriedade tem uma pista de pouso para aviões de pequeno porte que serve também para a secagem do café. O processamento dos grãos é feito em equipamentos modernos. A fazenda é muito bem cuidada por 45 funcionários, integrantes de oito famílias que vivem nas terras, trabalham nas lavouras e zelam pela preservação de matas nativas. A empresa de Tavares investe muito em treinamentos e ações sociais voltadas ao desenvolvimento dos seus recursos humanos. A casa, muito bem decorada, tem varandas aprazíveis e, nos fundos, jardins que embelezam a piscina. A cultura local é lembrada por esculturas de madeira - carrancas e felinos - alusivas ao folclore do Rio São Francisco, que passa próximo à fazenda. Depois de visitar os campos experimentais de mogno e os cafezais, a experiência se completa em torno de uma grande mesa de madeira, finamente montada, para relaxamento dos convidados e degustação dos sabores e prazeres dos cafés especiais produzidos naquelas terras.

PIRAPORA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 349 km.

Acessos principais A partir de Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-040 e prossiga até a BR-135. Entre na BR-496 e siga por ela até a cidade de Pirapora.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Rio São Francisco – em Pirapora começa o trecho navegável do Rio São Francisco. Antes

do século XX, somente barcos e canoas chegavam ao arraial de São Gonçalo das Tabocas, nome do lugar onde hoje se localiza a cidade de Pirapora. A navegação a vapor pelo rio começou em 1871, mas somente a partir de 1902 as embarcações a vapor – Saldanha Marinho, Benjamim Guimarães e Mata Machado –, popularmente conhecidas como “vapores”, iniciaram o tráfego regular até o arraial. Atualmente, a principal atração turística da cidade é o passeio pelo Rio São Francisco a bordo do Benjamim Guimarães.

• Artesanato – a Associação dos Carranqueiros mantém viva a cultura das carrancas:

segundo a lenda, elas atraem o caboclo-d’água e espantam os maus espíritos durante as viagens nas embarcações do Velho Chico. As carrancas assustam um pouco, mas logo é possível perceber os ricos detalhes dos traços e da pintura dessas verdadeiras esculturas de madeira. Elas atraem turistas de todo o Brasil.

• Culinária – destaque para os pratos preparados com peixe, como, por exemplo, os deliciosos churrascos de surubim.

Festas e eventos

• Pirafolia – essa festa ocorre em fevereiro, na mesma data do carnaval oficial no país. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo e-mail: ronaldo.filho@gmtfarms.com.br. 37


Fazenda Oรกsis - Coimbra 38


39


Fazenda

Bom Jesus

Realeza - Distrito de Manhuaçu

N

as montanhas que embelezam o caminho percorrido pelos mineiros para chegar ao mar do Espírito Santo, Renan Werner da Gama começou o plantio do café, em 1975. Hoje, aos 93 anos, o cafeicultor já transferiu para os filhos a administração da Fazenda Bom Jesus. Um deles, Gustavo Werner da Gama Filho, é responsável pela negociação da safra que vai para as cooperativas e para a exportação. Ele recebe os compradores do café e também cuida do funcionamento da propriedade. Em 250 ha, há cerca de 1 milhão de pés de café Arábica, com lavouras de Catuaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Mundo Novo, Caturra e Rubi. A safra média é de 10 mil sacas. O terreno íngreme não permite a entrada de máquinas e a colheita é 100% manual. Isso aumenta o custo de produção, mas há compensações sociais importantes, como a geração de empregos na região durante o ano todo. Os proprietários contabilizam mais de 70 famílias envolvidas com o trabalho na Fazenda Bom Jesus. Todos os funcionários são sócios do negócio e participam dos resultados anuais. Além de influenciar no manejo das lavouras, o relevo acidentado é determinante também para a variedade das espécies dos cafés ali produzidos. As notas aromáticas nos sabores também são influenciadas pela incidência de luz sobre os cafeeiros, e isso varia conforme a área de plantio. Algumas lavouras estão em altitudes acima de 1.100 m. Outras, que ficam nos vales mais abaixo, são consorciadas com o plantio de bananeiras. Na varanda dos fundos da casa-sede, Gustavo torra grãos de cafés especiais, prepara a bebida e a oferece aos visitantes. Dali se avista o pomar carregado de frutas e a vastidão das montanhas. Sentir o aroma e o sabor do café passado na hora, diante da paisagem e à luz suave do entardecer, será sempre uma boa recordação para aqueles que visitam a Fazenda Bom Jesus. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 33 99984-2627 ou pelo e-mail: gustavowerner@gmail.com. 40


REALEZA – DISTRITO DE MANHUAÇU Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: Realeza, 294 km. Manhuaçu, 301 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, siga pela MG-381 até a BR-262. Continue até Realeza/Manhuaçu.

Principais atrações do município de Manhuaçu e do seu distrito de Realeza e/ou região

• Castelo do café – inaugurado em novembro de 2018, é o único castelo do mundo dedicado ao café.

• Pico da Bandeira – localizado no Parque Nacional do Caparaó, com áreas de camping, trilhas e cachoeiras.

• Igreja Matriz de São Lourenço – bela construção em estilo gótico. • Casa da Cultura – promove a arte e cultura por meio de exposições e concursos, onde está instalado o museu histórico da cidade.

• Casa do Artesão – local de exposição e comercialização de artesanato. Festas e eventos

• Feira da Paz – ocorre em novembro. Festa com rodeios, exposição agropecuária, parque de diversões, concurso de marcha e shows de artistas.

• Simpósio de Cafeicultura de Montanha – acontece em março: palestras, cursos rápidos e exposição de produtos e máquinas.

41


Fazenda

Água Limpa A

Manhuaçu

*Bruno Albergaria

Fazenda Água Limpa, da família Dutra, é parte da história de sucesso da cafeicultura na Zona da Mata e se destaca pela produção de cafés especiais. A cultivar Naomi, por exemplo, é uma variedade do Arábica desenvolvida especialmente para uma empresa italiana do mercado de café. O nome dessa cultivar é uma homenagem à modelo inglesa Naomi Campbell. Outro café exclusivo da propriedade é o Pacamara, que chegou a ser considerado extinto no Brasil e é uma mistura do Maragogipe, da Bahia, com o Pacas, da América Central. Há também um café despolpado com os pés, como se fazia antigamente com as uvas na produção de vinho. A despolpagem acompanha o ritmo musical mais característico do Brasil, e por isso o nome, Café Samba. A fazenda ainda produz as variedades Catuaí Amarelo e Vermelho, Icatu Amarelo, Bourbon, Mundo Novo, Uva e Aramosa, entre outras. A maior parte da colheita vai para secadoras abastecidas com a palha retirada dos próprios grãos. As cinzas, em compostagem com outros resíduos, viram adubo orgânico. O uso de compostos químicos é mínimo, para manter o equilíbrio ambiental. O café produzido pelos Dutra resulta em bebidas muito apreciadas pelos europeus. Na Alemanha, uma rede de cafeterias tem máquinas exclusivas para vender café com os nomes da família. Além de celebrar o sucesso das cultivares exclusivas da Fazenda Água Limpa, os proprietários estão muito entusiasmados com um novo projeto: o Café Orgânico Dutra. Para isso, estão investindo em técnicas de produção totalmente naturais. A iniciativa começou em um pequeno lote, de apenas 40 ha, e já foi ampliado para um terreno cinco vezes maior. O objetivo é estender ainda mais a área de produção do café orgânico, tendo em vista o sucesso do negócio e as condições favoráveis de clima, temperatura e fertilidade de solo para esse tipo de cultivo. 42


*Bruno Albergaria

Os cafezais cobrem o relevo montanhoso, onde também despontam abacateiros, limoeiros e laranjeiras. Uma vila de casinhas coloridas dá boasvindas aos visitantes. O caminho de pedras chega à antiga e bem preservada sede, no estilo colonial brasileiro. Na lateral da casa, uma estradinha leva às montanhas. Por ali, o fotógrafo mineiro Sebastião Salgado, reconhecido como um dos melhores do mundo, chegou a uma altitude de 1.350 m e fez fotos para o livro Scent of a Dream – A journey in the world of coffee. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 33 3331-3490 ou pelo e-mail contato@fazendasdutra.com.br, site: www.fazendasdutra.com.br.

*Bruno Albergaria *Bruno Albergaria

43


Fazenda

Pedra Redonda U

Araponga

ma grande pedra que se eleva a 1,57 m acima do nível do mar dá nome à Fazenda Pedra Redonda, no município de Araponga, na Zona da Mata. Na propriedade, o caminho que serpenteia as montanhas oferece uma vista maravilhosa das plantações e de uma construção rústica que lembra uma fortaleza, no topo de um morro alto, escalpelado e cercado. Mais perto, o visitante se surpreende ao descobrir que a fortificação é um terreiro de café e que as cercas avistadas de longe circulando o topo do morro são, na verdade, terreiros suspensos para secagem de grãos especiais. É a única fazenda que visitamos com um terreiro de café redondo! E não há notícias de nada igual. O proprietário, José Bernardes Santana, o Filhinho, aos 81 anos, comanda toda a atividade produtiva da Pedra Redonda. Ele conta que precisava de um grande espaço para secar o café e que decidiu escalpelar o morro porque a fazenda tem poucas áreas planas. Segundo o cafeicultor, o terreiro redondo diminuiu os custos de produção e facilitou o processo de secagem. Isso porque os equipamentos que revolvem o café agora podem circular em espiral, das margens ao centro, sem interrupção, ao contrário do que acontece nos terreiros retangulares, onde o maquinário precisa parar nos quatro cantos para manobrar. Os cafezais somam 780 mil pés de Arábica, das cultivares Catuaí, Mundo Novo e Bourbon. Devido à topografia, a colheita é 100% manual. Para isso, nessas ocasiões o número de funcionários passa de 35 para 160. Um café produzido na fazenda chegou a alcançar 92 pontos de premiação. Nos anos de 2003, 2014, 2015 e 2016, o produtor foi contemplado com prêmios da BSCA – Brazil Specialty Coffee Association. Muitas lavouras da propriedade são sombreadas com Mogno Africano. Da estrada, avista-se o belo conjunto dessas árvores, cujas folhas avermelhadas dos galhos mais altos contrastam com o verde-escuro dos galhos mais baixos. Parte dos 160 ha da Fazenda Pedra Redonda são destinados à preservação de matas nativas, o que torna a paisagem ainda mais encantadora.

Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 31 38919254 ou pelo e-mail: jbernardessantana@gmail.com.

44 44


ARAPONGA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 279 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, inicie a viagem pela BR-040 (sentido sul), entre na BR-482 e siga até a cidade.

Principais atrações a cidade e/ou região

• Pico do Boné – trilha para carro e para caminhada. Do alto, descortina-se uma bela vista panorâmica da região. No percurso encontra-se a Cachoeira do Boné.

• Parque Estadual da Serra do Brigadeiro – é possível visitar um casarão construído em estilo neocolonial.

• Grutas de mineração – antigas minas feitas por escravos durante o ciclo do ouro.

4545


Fazendas

Oásis e Ouro Verde A

Coimbra

s terras das fazendas Ouro Verde e Oásis circundam os limites da pequena Coimbra, cidade da Zona da Mata. Os donos são os irmãos José Mauro e Sérgio Henrique, da família Viana Maciel. A altitude das colinas varia entre 850 e 950 m. As lavouras das duas propriedades somam mais de 750 mil pés de café Arábica, a maioria da cultivar Catuaí 44. O nome de uma das fazendas dá ideia de como o lugar é agradável, com nascentes de água e florestas naturais. Um “oásis” que Sérgio Henrique encontrou e adquiriu em um período de grande seca na região. Ao todo, são 28 funcionários que cuidam de cada detalhe das lavouras e do

beneficiamento do café. Como o terreno é muito íngreme, não é possível usar colheitadeiras mecânicas. Para a colheita manual, é necessário contratar cerca de 200 pessoas. Em 2018, foram colhidas 7,2 mil sacas de café. As instalações para o processamento dos frutos são bem conservadas e a operação é muito organizada. Os secadores estáticos foram instalados estrategicamente em um ponto alto, ao lado de um grande terreiro de secagem de grãos. Com a gravidade, os frutos descem por tubos até o terreiro para a secagem final. O plantio de eucaliptos garante o combustível para os secadores rotativos. A casa que serve como sede das duas fazendas foi construída em um pequeno e aconchegante vale, que é cercado, de um lado, por cafezais e, do outro, por árvores nativas que protegem as nascentes. Um lago garante o peixe fresco para as refeições servidas na varanda, nos fundos da casa. No jardim, orquídeas florescem junto às árvores e margeiam um pátio calçado com pedras. 46


COIMBRA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 243 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, comece a viagem pela BR- 040. Entre na BR-482, depois na BR356, e prossiga até Coimbra.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Cachoeira da Usina – situada no município de Ervália. Piscinas naturais são formadas após a queda d’água. Local com infraestrutura de bar e restaurante. Tombada em 2005.

• Museu Casa Arthur Bernardes – localiza-se em Viçosa. Casarão onde morou o então presidente da República, com um grande acervo iconográfico.

Festas e eventos

• Festa de São Sebastião – ocorre em janeiro. São Sebastião é o padroeiro da cidade.

São realizadas missas e cavalgadas. Há ainda um leilão de gado e animais de pequeno porte e uma benção aos cavaleiros e carros.

• Festa do Cavalo de Coimbra – no mês de setembro. Há um concurso de marcha e shows de artistas.

• Réveillon e Aniversário de Coimbra – shows de artistas na praça central da cidade. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 31 99965-4997 ou pelo e-mail: jmvmaciel@terra.com.br.

4747


Fazenda Vila Boa - Carmo da Mata 48


49


Fazenda

Samburá N

São Roque de Minas

a região onde nasce um dos maiores e mais importantes rios do Brasil, o São Francisco, está a Fazenda Samburá, no município de São Roque de Minas. O caminho para a propriedade segue pela Serra da Canastra, onde são produzidos alguns dos melhores queijos nacionais, premiados no exterior. As paisagens ao longo da estrada sinuosa enchem os olhos com a beleza das plantações de café, soja, milho e dos pastos. Nas encostas, aparecem cachoeiras como a Casca D`Anta, formada pelas águas da nascente do Rio São Francisco. Donizete Geraldo Leite é o proprietário da fazenda. Nasceu na região, nas terras do pai, hoje sepultado ali mesmo, no alto de uma colina. Depois de herdar parte das terras, Donizete adquiriu 75 pequenas fazendas vizinhas até somar 2.500 ha. Na propriedade, uma represa de 7 ha fornece água para o processamento do café. A água é reutilizada para umedecer os resíduos dos grãos descascados, que servem de adubo nas lavouras. A altitude de 850 m é adequada ao cultivo dos 7 milhões de pés de café Arábica das variedades Catuaí 62, Catuaí 144, Topázio e Mundo Novo, em 850 ha. A colheita é quase toda mecânica. Há 44 secadores de grãos e 12 tulhas de madeira com capacidade para armazenar 500 sacas. Em 2018, a produção atingiu cerca de 30 mil sacas. A visita à Fazenda Samburá foi a última no roteiro de produção deste guia e revelou surpresas, como a criação de carneiros no meio das lavouras. O rebanho passa o dia livre pelas ruas do cafezal e volta aos currais para passar a noite, sem necessitar de pastoril. Não tínhamos visto nada igual em mais de 12 mil km percorridos para conhecer as fazendas cafeeiras de Minas Gerais. Foi uma maneira especial de encerrar o trabalho, lembrando o descobrimento do café na África, quando um pastor de ovelhas observou que o rebanho, ao comer aqueles frutos, ficava mais animado e desperto. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 37 3433-1133 ou pelo e-mail: dglfazendas@hotmail.com.

50 50


SÃO ROQUE DE MINAS Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 320 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, siga pela MG-381, acesse a MG-050, entre na MG-341 e prossiga até a cidade.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Parque Nacional da Serra da Canastra – ali se localiza a nascente do Rio São Francisco e a Cachoeira Casca d’Anta.

• Circuito turístico da Canastra – é possível visitar as fazendas onde é fabricado o queijo canastra, muito famoso em Minas Gerais.

• Complexo de Cachoeiras do Capão Forro – prática de rapel e canoagem. • Curral das Pedras – conjunto de muros construído apenas com pedras para cercar o gado.

Festas e eventos

• Festival do Queijo Canastra – é realizado em junho, com seminários, cozinha

show, oficinas de gastronomia para crianças, concurso estadual do Queijo Minas Artesanal, rodeios e shows de artistas.

• Festa de Agosto, ou Festa de São Roque, padroeiro da cidade – a festa ocorre no mês de agosto, com barraquinhas, parque de diversões, fogos de artifício, procissão, shows de artistas, carreata e “benção dos carros”.

51


Fazenda

Vila Boa Carmo da Mata

N

a região de Carmo da Mata, no oeste de Minas Gerais, restam alguns dos últimos vestígios de Mata Atlântica no estado, onde ainda vivem onças pintadas – as jaguatiricas. Ali está a Fazenda Vila Boa, do casal Rubio Fernal Ferreira e Souza e Mônica Borges de Souza. Na altitude de 1.100 metros, são produzidas 15 cultivares do Arábica, entre elas a Bourbon. Essa variedade exótica produz uma bebida muito apreciada por consumidores de todo o mundo, com uma doçura natural, de corpo intenso, acentuada acidez, sabor achocolatado, aromas complexos e retrogosto – gosto que fica na boca por um tempo, mesmo após a ingestão de bebidas ou alimentos – marcante. Na Vila Boa, os frutos selecionados por máquinas óticas vão para a secagem em casca. Os outros grãos são lavados e separados por tipos antes de chegarem aos terreiros de solo, onde são suspensos, virados durante cinco dias e cobertos à noite. Todos os grãos passam por secadores para atingir a umidade ideal, entre 11% e 12%. O café descansa nas tulhas de madeira por 30 dias, no mínimo. Depois é feita a limpeza, os grãos são brunidos, classificados por tamanho e submetidos à separação dessimétrica e ótica para a retirada dos imperfeitos ou inadequados. A Fazenda Vila Boa prima pela organização de todas as instalações, que são extremamente limpas, com uma manutenção que chega a impressionar. Isso se observa também nas lavouras, que podem ser observadas de mirantes instalados em pontos estratégicos, onde os compradores e visitantes podem apreciar as belas plantações e paisagens da região. A casa-sede é decorada com peças modernas e antiguidades. Rubio coleciona relógios de mesa, de coluna e de parede, paliteiros e xícaras, moedas, miniaturas de trens, entre outros objetos, automóveis e pickups. Uma das raridades é um carro que apareceu na série americana exibida no Brasil entre 1959 52


e 1963, The Untouchables – “Os Intocáveis”. A família presenteou a cidade com espaço para exposição permanente das coleções e para eventos ligados à cultura do café. Mônica, que é psicóloga, criou o Instituto de Cultura, Arte, Fazer Responsável e Educação Ambiental – ICAFE, para beneficiar quase 500 moradores do povoado de Campos, próximo à Fazenda Vila Boa. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 37 99985-3530 ou pelo e-mail: fazendavilaboa@gmail.com.

CARMO DA MATA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 179 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, comece a viagem pela rodovia BR-381. Entre na BR-494 e prossiga até Carmo da Mata.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Exposição

Permanente de Carros Antigos e Relógios – é impressionante a coleção de Rúbio Fernal, que expõe carros, relógios e outros objetos antigos. Ele construiu e mantém o espaço, que é aberto à visitação mediante agendamento prévio.

Festas e eventos

• Semana

Santa – conforme o calendário oficial da igreja católica, as solenidades são realizadas na Igreja de Nossa Senhora do Carmo e nos “Passinhos”, pequenas capelinhas, e são abertas aos fiéis.

• Festival

Cultural Café e Arte de Carmo da Mata – esse festival é realizado em setembro. A ONG ICAFE promove shows, exposições de arte e artesanato e feira de comidas.

• Flicar – ocorre em maio. Trata-se de uma feira literária.

• Expocarmo – esse evento é realizado nos meses de junho e julho. Trata-se de uma exposição agropecuária e industrial, com shows, exposições e diversas atrações.

53


Fazenda

Do Coronel O

São Francisco de Paula

município de São Francisco de Paula tem várias propriedades dedicadas à cafeicultura. A Fazenda do Coronel é uma delas. As terras pertencem a Álvaro Augusto Vieira de Campos. O apelido “Coronel” é herança de família desde os tempos do avô e do pai do cafeicultor e acabou dando nome à fazenda. A produção de cerca de 5 mil sacas por ano vem dos 150 ha plantados com Arábica, Mundo Novo, Catuaí e Bourbon Amarelo. A colheita é mecanizada e exportada por meio de cooperativas. Álvaro lembra com satisfação que, quando Minas Gerais começou a exportar café, os compradores suíços só aceitavam o produto da Fazenda Coronel. O cafeicultor e a mulher, Ângela Maria Guimarães de Campos, vivem na propriedade, em uma grande casa de estilo português. Na fachada, a varanda tem arcos que remetem à arquitetura moura. Os porões eram usados para armazenar grãos e garantir o aquecimento da parte de cima durante o inverno. Agora, foram transformados em salas de estar, de jogos, de jantar e em despensa que abastece uma ampla cozinha. Os jardins e as casas de hóspedes contornam a construção. Uma velha buganvília parece um imenso buquê, cuidadosamente montado. As flores, quando caem, colorem o piso, como obra de arte da natureza. Os visitantes podem fazer um passeio pelos cafezais e pela vila que o proprietário construiu para os funcionários. Além das residências, há um armazém, uma capela e até uma boate. Na sede, que já foi cenário de várias produções para a televisão brasileira, o visitante terá a oportunidade de degustar o café produzido na fazenda.

54


*Bruno Albergaria

SÃO FRANCISCO DE PAULA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 179 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-381 (sentido sul). Entre na BR-494 e depois na BR-369. Prossiga até a cidade.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Ecoturismo – esportes radicais, caiaques, trilhas, cachoeiras, cascatas e competição de motocross.

• Parque Piemonte – complexo turístico regional, onde se localiza um hotel. Festas e eventos

• Festa

do Café – ocorre em agosto, com apresentação de rodeios, exposição de animais e shows de artistas.

Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 31 99965-4997 ou pelo e-mail: fazendadocoronel@gmail.com.

5555


Fazenda

Cachoeira

Santo Antônio do Amparo

E

m Santo Antônio do Amparo também fica a Fazenda Cachoeira, administrada por Miriam Monteiro de Aguiar e Rogério Daros. A fazenda foi a primeira a se especializar na produção de café despolpado e é pioneira no plantio do café em lavoura orgânica. Segundo a ACOB – Associação de Cafés Orgânicos e Sustentáveis do Brasil, apesar de o Brasil ser o maior produtor mundial de café, o produto orgânico é pouco cultivado aqui. Sem o uso dos agroquímicos, é preciso observar constantemente a plantação, para garantir o solo vivo e o controle de inimigos naturais. O adubo é preparado com palha, estercos e folhas secas, por decomposição vegetal. São usados também os chamados adubos verdes, tais como as leguminosas plantadas nas ruas da lavoura. Extratos de plantas com óleos naturais e sabão de coco, aplicados nas folhas do cafeeiro, atuam como repelentes. No meio da plantação, microambientes planejados com espécies que

56 56


*Bruno Albergaria

*Bruno Albergaria

atraem insetos e pragas protegem o cafezal dos ataques de agentes nocivos. O café orgânico, cultivado à sombra de árvores, tem valor agregado ainda maior. Na Fazenda Cachoeira, 25 dos 30 ha de café são de cultivo orgânico: 125.000 pés da espécie Arábica, das cultivares Catucaí Amarelo, Icatú, Acaiá e Catiguá. A colheita é manual, com preferência pela secagem natural no terreiro. Na sede, um casarão com pé-direito de 4 m de altura e 22 cômodos, o visitante poderá participar do ritual de moer o grão na hora e experimentar o café com calma, para perceber e apreciar os diversos aspectos da bebida: o aroma, o sabor, o corpo, a acidez e o equilíbrio. No casarão também funciona um hotel-fazenda.

Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 35 3863-1518 ou pelo e-mail: cachoeirafarm@gmail.com.

5757


Fazenda

Pinhal

Santo Antônio do Amparo

A

Fazenda Pinhal é mais uma propriedade dedicada à cafeicultura em Santo Antônio do Amparo e pertence ao casal João Newton Reis Teixeira e Maria Cristina Gabarra Tavares Teixeira. Em 450 ha, há variedades de café Mundo Novo, Acaiá, Bourbon Amarelo, Topázio e Arara, uma cultivar relativamente nova do café Arábica, ainda pouco plantada. Os frutos da Arara são maiores, de cor quase negra, e a produção é excelente, segundo os cafeicultores. Uma das técnicas utilizadas na Fazenda Pinhal é a chamada safra zero, que consiste em alternar a produção das lavouras. A cada ano, uma delas é esqueletada, ou seja, todos os cafeeiros têm 100% das ramas cortadas, em uma espécie de poda radical. A produção só recomeça um ano após o esqueletamento, e é bem maior que a anterior. A alternância na poda das lavouras reduz os custos de produção sem prejudicar o volume da colheita anual. O café é exportado para vários países. A família mantém ainda uma torrefação, e os grãos saem embalados, prontos para o mercado brasileiro. Os produtores da região têm um projeto para a Certificação de Origem do Café das Vertentes. A geografia e o clima favorecem o cultivo de cafés especiais. A sede da fazenda, restaurada e muito bem decorada, tem uma varanda que leva aos fundos da casa, de onde se avista o pomar e o jardim, que tem como destaque uma árvore que atrai centenas de pássaros, principalmente canários-doreino. É a “Árvore de Passarinhos”, carinhosamente chamada assim porque os canários parecem brotar dos galhos finos, como os frutos amarelos do café Bourbon brotam das ramas dos cafeeiros. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 35 98426-8369 ou pelo e-mail escritório@fazpinhal.com. 58


SANTO ANTÔNIO DO AMPARO Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 187 km.

Acessos principais Saindo de Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-381 (sentido sul) e continue até Santo Antônio do Amparo.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Ecoturismo – trilhas e aventuras, passando por antigas fazendas, montanhas, riachos e cachoeiras. Na região, a rede hoteleira oferece diversos hotéis-fazendas.

Festas e eventos

• Festa do Reinado – no mês de agosto. Há apresentação de congados na praça, missas e procissões.

• Dia do padroeiro da cidade, Santo Antônio de Pádua – a comemoração ocorre

em julho, com desfile de cavaleiros e amazonas, quermesse com comidas típicas e artesanato e shows de música.

• Exposan – exposição agropecuária de Santo Antônio do Amparo. É realizada em julho.

Trata-se de uma festa agropecuária com rodeios, exposição de animais e shows de artistas.

59


Fazenda

Samambaia Santo Antônio do Amparo

P

ela BR-381, chega-se ao município de Santo Antônio do Amparo, no oeste de Minas Gerais, onde fica a Fazenda Samambaia, da família Cambraia. A paisagem descortina-se com belas colinas cobertas de cafezais. Na região de Santo Antônio do Amparo há mais de uma dezena de fazendas que produzem cafés especiais. A altitude média é de acima de 1.000 m, com chuvas bem distribuídas entre setembro e março, o que diminui a necessidade de irrigação. A topografia favorece a mecanização e os investimentos em tecnologia e sustentabilidade garantem alta produtividade e qualidade para atender à demanda, principalmente de mercados internacionais. Na Samambaia, em 940 ha são plantados 4 milhões de pés de café das cultivares da espécie Arábica, entre elas: Bourbon Amarelo, Catiguá, MG2, Icatu Amarelo, Topázio, Catucaí Amarelo e Vermelho, Mundo Novo e Obatã. Em 2018, a produção foi de 25 mil sacas e parte dela foi exportada principalmente para Alemanha, Austrália, Canadá, Cingapura, Coreia do Sul, EUA, Itália, Japão, Noruega e Suíça. Parte da produção foi ainda utilizada na torrefação própria da fazenda, que comercializa café com o nome da família Cambraia. O café Arábica, entre outras características, tem aroma e doçura intensos, com muitas variações de acidez, corpo e sabor, que resultam em bebidas consideradas pelos mercados consumidores do Brasil e do mundo como especiais e gourmets. Os cafés da Samambaia se destacam pela doçura, pelo corpo e retrogosto com notas de chocolate, caramelo e avelã.

60


Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 35 99855-1460 ou pelo e-mail visitas.samambaia@cambraicafes.com.

Apesar de grandes consumidores, os brasileiros conhecem pouco sobre as nuances dos aromas e sabores do bom café. O país tem as melhores condições para produzir a bebida, que é uma das mais consumidas no mundo. O Brasil pode ser sinônimo de café de alta qualidade, como a França é sinônimo dos melhores vinhos. A família Cambraia desenvolve um trabalho de inovação e tecnologia em parceria com universidades, como a Universidade Federal de Lavras e o IAC – Instituto Agronômico de Campinas-SP, com o intuito de contribuir para que também os brasileiros conheçam as delícias dos aromas e sabores dos cafés especiais que produzem.

61


Fazenda Itapuan - Alfenas 62


63


Fazenda

Bela Vista O

Nepomuceno

s irmãos Antônio Lima Reis Junior – o Tôni – e Isabela Lima Reis herdaram dos pais a Fazenda Bela Vista. As terras, no município de Nepomuceno, região Sul de Minas, estão com a família há mais de um século. A sede foi construída em 1923 pelo avô dos atuais proprietários, os quais preservaram as características originais da construção e acrescentaram uma cozinha e uma varanda, onde uma grande mesa com bancos de madeira convida ao descanso e à contemplação. Em frente à casa há uma capela moderna, com amplas janelas de vidro que integram o interior do templo e os jardins. Em altitudes que variam entre 900 e 1.130 m, são cultivados 1,7 milhão de pés de café Bourbon, Acaiá, Catuá Amarelo e Vermelho, Mundo Novo e Arara. O Arara é uma das mais novas cultivares do Arábica, tem um grão amarelo de produção tardia, mas a quantidade de frutos por planta é maior e a bebida que ele oferece é de excelente qualidade. A colheita é mecanizada. Em 2018, foram produzidas cerca de 29 mil sacas, exportadas para a Europa e os Estados Unidos. Uma marca de café americana trabalha exclusivamente com a produção da Fazenda Bela Vista. Cafés produzidos na propriedade já receberam várias certificações. Tôni cuida pessoalmente das lavouras e segue os ensinamentos do pai e do avô Aristides Reis, que defendia o uso de produtos naturais no cultivo muito antes das preocupações atuais sobre o tema. Para adubar o cafezal, por exemplo, o avô usava um material orgânico rico em nutrientes, formado pela decomposição das folhas caídas das árvores nas áreas de florestas preservadas. Hoje, a adubação é feita com fezes de galinhas. Isabela é a responsável pela área administrativa da fazenda e faz questão de investir em ações que proporcionam o bem-estar e o desenvolvimento social de 40 funcionários fixos e de suas famílias, conforme o exemplo da mãe, que foi professora na cidade de Nepomuceno e sempre promoveu ações de apoio à comunidade. Tôni e a esposa, Paula Gonçalves Reis, também se envolvem em programas sociais. O casal e os amigos criaram o projeto Marchadores pela Vida e contribuem com diversas entidades de assistência social, em Minas Gerais e em outros estados.

64


NEPOMUCENO Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 240 km.

Acessos principais A partir de Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-381 (sentido sul) e depois siga pela BR-265 até a entrada da cidade.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Prédio do antigo Colégio São José – em estilo eclético, atualmente funciona como escola técnica - CEFET.

• Praça Padre José ou Praça da Matriz – abriga a igreja matriz e conta também com

um obelisco em memória dos cidadãos da cidade que lutaram na Segunda Guerra Mundial, um coreto e o castelinho, obra turística com fonte luminosa.

Festas e eventos

• Festa do Peão Boiadeiro – é realizada em junho. Trata-se de uma festa agropecuária com rodeios, exposição de animais e shows de artistas.

• Aniversário da cidade – em setembro acontece o Festival de Cultura e da Canção,

com apresentação de artistas locais. Há ainda um encontro de carros antigos e a tradicional corrida de São Sebastião.

• Encontro Municipal de Folia de Reis – ocorre em janeiro, com apresentação de músicas e danças.

Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 35 3212-6898 ou pelo e-mail: fazendabelavista14@gmail.com.

65


Fazenda

Do Salto

Carmo da Cachoeira

A

família do médico Fábio Araújo dos Reis foi uma das pioneiras na cafeicultura na região de Carmo da Mata. Gerações atuam no ramo desde 1863, quando o bisavô do médico plantou as primeiras lavouras. Hoje, a família é proprietária de três fazendas. A Fazenda do Salto, adquirida em 1977, é administrada por três filhos de Fábio e Altina Moreira Reis. A área plantada tem 3,5 milhões de pés de café Arábica, das cultivares Bourbon, Catucaí, Catuaí, Icatú, Mundo Novo e uma variedade dela, chamada de Acaiá. Cafés especiais produzidos na Fazenda do Salto têm várias certificações e premiações e são exportados para diversos países, especialmente para a Europa. Cerca de 150 pessoas – trabalhadores e seus familiares – vivem em residências oferecidas pelo cafeicultor. A sede da propriedade é um casarão com mais de 100 anos, restaurado e ampliado. Nos fundos da casa, a varanda acolhe hóspedes e visitantes para um bom café, ao som da corredeira de água cristalina que passa pertinho. Após degustar a bebida, Altina sugere aos visitantes um momento de energização especial, emanado pelas folhagens hospedeiras de uma frondosa árvore no jardim. A família mantém árvores tão antigas quanto o casarão. Camélias e jasmins florescem, perfumando o ar e dando pinceladas de cores à paisagem. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 98883-4900 ou 998877-9007 ou pelo e-mail:olmer3@hot.mail.com.

CARMO DA CACHOEIRA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 260 km.

66 66


Acessos principais De Belo Horizonte-MG e de São Paulo-SP, siga pela rodovia BR-381 (Fernão Dias) até Carmo da Cachoeira.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Centro Cultural Maria Antonieta Rezende. • Centro Mariano de Figueira na Colina

das Aparições – trata-se de uma comunidade que promove condições de expressão e desenvolvimento aos que desejam a paz e o convívio fraterno e incentiva um novo estado de consciência na vida grupal. José Trigueirinho Netto, filósofo, escritor e palestrante, idealizou e fundou a Comunidade Figueira, cuja mensagem é o contato com uma nova consciência e um viver fraterno e harmonioso. A comunidade é uma associação sem fins econômicos, de caráter filosófico-cultural, humanitário e ambiental.

Festas e eventos

• Dia de Santo Antônio – todos os anos, em 13 de junho, comemora-se o dia de Santo

Antônio, na Capela de Santo Antônio. É celebrada uma missa festiva e os fiéis recebem pães abençoados.

• Aniversário da cidade – é comemorado no dia 12 de dezembro, com missa, shows, feiras e bar beneficente.

• Carmo Folia – a festa é realizada em fevereiro, na mesma data do carnaval oficial no país.

67


Fazenda

Santa Rosa

Três Corações/Cambuquira

A

*Bruno Albergaria

s terras da Fazenda Santa Rosa estão distribuídas entre dois municípios do sul de Minas Gerais. Três Corações é a terra do jogador de futebol Edson Arantes do Nascimento, conhecido mundialmente como Pelé. Ele é homenageado com uma enorme estátua no acesso à cidade, pela BR-381. Cambuquira integra o Circuito das Águas de Minas Gerais e tem um parque com seis fontes: gasosa, alcalina, magnesiana, sulfurosa, ferruginosa e com lítio. A cidade orgulha-se da fama de ter a melhor água mineral do mundo! Segundo a lenda, a população é a mais longeva do país por causa das águas. Para muitos chefs de cozinha, a água de Cambuquira é perfeita para a harmonização de pratos da alta gastronomia. A entrada da Fazenda Santa Rosa fica a apenas 5 km do centro de Cambuquira. Um dos proprietários é Mário Lúcio Barros Borges. A posição geográfica, equidistante, em média, apenas 320 km dos três maiores centros comerciais do Brasil – São Paulo-SP, Rio de Janeiro-RJ e Belo Horizonte-MG – é estratégica para a comercialização do café. O solo e o clima são propícios ao plantio de citros, como laranjas e tangerinas. No subsolo, corre parte do mesmo lençol freático que passa no Parque das Águas da cidade. O café, plantado em 250 ha, é do tipo Arábica, da variedade Mundo Novo. Os frutos não têm a mesma doçura dos Bourbons, mas produzem mais grãos e resultam em bebidas de maior pontuação. O produtor faz uma experiência com a variedade Sabiá Tardio, de cor roxa, mais resistente a doenças como a ferrugem, mais estável e adaptável ao ambiente. Vales, lagos e pastagens realçam a beleza do lugar. Em agosto, ipês-amarelos, árvoressímbolo do Brasil, exibem a magnífica floração, sem nenhuma folha verde. Sabiás, andorinhas, pardais e canários cantam sem parar. Da varanda, é possível contemplar a paisagem que inspirou pinturas nos móveis da casa e apreciar as cores da natureza: vários tons de verde na vegetação, nos vales e nas colinas; o amarelo dos ipês; o laranja das frutas cítricas; os matizes de azul e branco no céu; as nuances marrons e ocres da terra. E ainda despontam tons de vermelho, roxo, bege, marrom e o negro dos frutos do café, riqueza da propriedade que tem cor no próprio nome: Fazenda Santa Rosa. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 35 3467-0712 ou pelo e-mail: fazenda-santarosa@hotmail.com.

6868

*Bruno Albergaria


*Bruno Albergaria

TRÊS CORAÇÕES Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 260 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-381 (sentido sul) até a entrada da cidade.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Igreja Matriz da Sagrada Família – bela construção em estilo neogótico. • Monumento ao Tri – homenagem à conquista da Copa do Mundo de 1970. • O Rei do Futebol - estátua de Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, fica no centro da Praça CoronelJosé Martins.

• Casa Pelé – réplica da casa onde o jogador viveu sua infância, com móveis e objetos de época.

• Parque Municipal Dondinho – área de lazer para a população e local de prática de diversas modalidades esportivas.

• Casa da Cultura Godofredo Rangel –

abriga acervo fotográfico e histórico da cidade. No local funciona um pequeno museu e uma biblioteca.

• Abrigo

da locomotiva Maria Fumaça – localiza-se ao lado da antiga estação ferroviária. A locomotiva, de fabricação Baldwin, foi importada dos Estados Unidos.

• Cidade

de Cambuquira – visite também a cidade que faz parte do Circuito Turístico das Águas de Minas Gerais é conhecida por suas famosas Estâncias Hidrominerais. Esse circuito turístico compreende as cidades de São Lourenço e Caxambu, Baependi, Cambuquira, Campanha, Carmo de Minas, Conceição do Rio Verde, Heliodora, Lambari e Soledade de Minas.

Festas e eventos

• Expotrês – ocorre no mês de setembro. Trata-se da exposição agropecuária e industrial de Três Corações, que é realizada no Parque de Exposições Vale do Rio Verde. A festa conta com leilão de potros, exposição de cavalos e gado, rodeios e shows musicais.

69


Fazenda

Carmo Estate O

Heliodora

nome original da propriedade era Fazenda Nossa Senhora do Carmo. Túlio Henrique Renno Junqueira herdou as terras do pai, em 1976. Desde então, ele e a esposa, Lucimar Braga Junqueira, fizeram 28 negociações com vizinhos e hoje a Fazenda Carmo Estate se estende por 1000 ha. Uma das características da propriedade é que dos 370 ha destinados ao plantio do café, 130 são cultivados por arrendatários. São mais de 70 pequenos produtores que vivem exclusivamente das lavouras. O arrendamento é firmado por 12 anos e muitos contratos já foram renovados. Esse sistema contribui para a manutenção do homem no campo, gerando empregos e desenvolvimento social. O casal, além de oferecer aos produtores o arrendamento em condições justas e viáveis, mantém um projeto de subsídio e incentivo à casa própria. Um centro comunitário, um posto de saúde e 47 casas construídas nas terras da fazenda formam uma vila reconhecida como bairro do município de Heliodora. Por uma cláusula contratual, Túlio não pode adquirir o café produzido pelos arrendatários. Segundo ele, o objetivo é que os pequenos produtores sejam totalmente independentes nos seus negócios. Nos 220 ha cultivados pelos proprietários da fazenda são plantadas e processadas as variedades do Arábica, Catuaí, Mundo Novo, Arara, Acaiá, Icatu, Bourbon Amarelo e Vermelho. A produção é exportada para EUA, Canadá, Ásia e Europa. Uma das maiores torrefações da Áustria escolheu o café da Fazenda Carmo Estate para as comemorações dos 150 anos da empresa. As lavouras dos proprietários e dos arrendatários compõem um mosaico, formado pelo traçado das ruas do cafezal. Do topo das serras, avista-se a paisagem deslumbrante das plantações e da Mata Atlântica preservada. Desenvolvimento, crescimento compartilhado, responsabilidade social e preservação ambiental dão um sabor especial aos cafés da Carmo Estate. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 35 99982 1288 ou pelo e-mail: junqueiratulio@gmail.com.

70


HELIODORA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 378 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, inicie a viagem pela BR-381 e depois entre na MG-458 e siga até Heliodora.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Cachoeiras – a cidade integra o Circuito das Águas. Perto do centro, encontram-se as cachoeiras do Pedrão e do Altair.

• Pedrão de Heliodora – área destinada ao montanhismo e camping selvagem. Há também cavernas, com vestígios de sítios arqueológicos.

Festas e eventos

• Carnaval – fevereiro/março – blocos de marchinha e axé que desfilam pela cidade. • Festa de São Benedito – ocorre em maio/junho, com congadas, shows, bingos, leilões e barraquinhas.

• Festa de Santa Isabel – é realizada no mês de julho e conta com procissões, missas, leilões de prendas e animais, bandas e bingo.

• Aniversário da cidade – é comemorado em dezembro, com queima de fogos e shows em praça pública.

• Festa do Peão Boiadeiro – acontece em outubro, com rodeio, bailes e shows de artistas.

7171


Fazenda

Pedra Negra A

Varginha

Fazenda Pedra Negra fica no município que é um dos maiores exportadores de café do país: Varginha. A cidade do sul de Minas é muito conhecida também por causa do suposto aparecimento de um ser extraterrestre, que teria sido visto por três meninas em 1996: o “ET de Varginha”. Na época, surgiram outros relatos sobre criaturas e objetos voadores não identificados na região e sobre a captura de um extraterrestre. As notícias ganharam destaque na imprensa do Brasil e do mundo, inclusive no The Wall Street Journal. Varginha aproveitou a fama e construiu um monumento em forma de disco voador. Como sempre acontece em casos assim, ficaram muitas perguntas e o mistério. Alguns fazendeiros confirmam as aparições, outros dizem que foi apenas uma estratégia política para promover a cidade. Os proprietários da Fazenda Pedra Negra, o casal José Rezende Pinto Neto e Cristina de Siqueira Ribeiro Pinto, preferem reforçar a importância do município para a cafeicultura brasileira. Na fazenda de 575 ha, 220 estão cultivados com café Arábica: Mundo Novo, Catuaí e Bourbon Amarelo. A colheita é mecanizada e a secagem dos frutos é feita por secadores estáticos, em 15 mil metros quadrados de terreiros cimentados e um de terra. A safra de 2018 foi de 5,5 mil sacas. O produtor utiliza a técnica da Safra Zero, uma espécie de poda radical das plantas, feita alternadamente entre as lavouras. A lavoura esqueletada só volta a produzir um ano depois, revigorada e dando mais frutos. A fazenda está na família desde 1890. O casarão de estilo português, com aproximadamente 500 metros quadrados, foi reformado. O porão que servia para armazenar grãos se tornou bar e salão de festas. O piso de tábuas foi reconstruído e os móveis antigos estão preservados. Na lateral da sala principal, há um oratório que, pelo tamanho, mais parece uma capela. Da varanda e das janelas laterais avista-se uma colina coberta pelo cafezal e as instalações de processamento e beneficiamento do café. Uma escadaria antiga leva à piscina e à área de lazer, onde a família reúne os amigos e visitantes para um delicioso café com quitandas mineiras. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 35 98861-1368 ou pelo e-mail: chrisribeirop@hotmail.com. 72


VARGINHA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 313 km.

Acessos principais

antiga sede de um banco, conta a história da cidade.

• Represa

de Furnas – ideal para a prática de esportes náuticos.

• Nave Espacial de Varginha – localizada na Praça Rio Branco.

De Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-381, entre na BR-491 e siga até Varginha.

Festas e eventos

• Aniversário da cidade – é comemorado em outubro.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Encontro de Folia de Reis – ocorre em janeiro. As muitas companhias de Folia de Reis (21) se encontram na concha acústica para tocar e depois saem em desfile pela cidade.

• Circuito

Vale Verde e Quedas d’Água – turismo de aventura, com cachoeiras e rafting.

• Zoológico

e Parque Novo Horizonte – para visitação a animais, caminhadas e piqueniques.

• Museu

Municipal – instalado em

• Festa

do Café – é realizada em novembro, no Clube Campestre, e conta com a apresentação de artistas.

73


Fazenda

Caxambu

T

Três Pontas

rês Pontas, no sul de Minas, está a menos de 50 km da BR-381, que liga os estados de Minas Gerais e São Paulo. O município é um dos maiores produtores de café do país. A cidade é famosa pela devoção ao Padre Victor. Ele viveu ali na segunda metade do século XIX, realizou muitas obras sociais e foi reconhecido como beato pelo Papa Francisco. É a terra natal do músico Wagner Tiso e cenário da infância de Milton Nascimento, um dos maiores nomes da música brasileira e integrante do Clube da Esquina, movimento musical que é referência de qualidade. A cidade mantém o Centro Cultural Milton Nascimento e o Conservatório Heitor Villa-Lobos, homenagem ao compositor e maestro brasileiro. A música está presente também no nome da Fazenda Caxambu, de origem africana: caxa (tambor) e mbu (música). Era como os escravos chamavam o instrumento que tocavam nas danças e a própria dança ao som do tambor. As terras pertencem à família de Carmem Lucia Chaves de Brito. Ucha, como é conhecida, formou-se em Psicologia Transpessoal e especializou-se na abordagem holística e transdisciplinar. Para administrar a fazenda, ela estudou gestão em cafeicultura, formou-se como Q-Grader e visitou muitos países para conhecer as torrefações e as feiras mais importantes. As instalações antigas foram restauradas e o velho paiol está preservado. A cafeicultora promove atividades culturais, como os encontros de Música com Café. Em torno da casa, o jardim tem um lago e árvores frondosas, abrigo para maritacas e tucanos. Na sala, decorada ao estilo mineiro, é feita a prova dos cafés especiais. Um deles é o Honey, que lembra um doce típico de Minas Gerais, o pé de moleque, feito com amendoim e calda de açúcar. São produzidos também dois chás, um com a casca dos grãos e outro com as flores desidratadas do cafeeiro. Ucha tem uma maneira especial de entender o processo de beneficiamento do café. Para ela, os grãos – matérias orgânicas e vivas – sofrem um elevado nível de estresse. Para compensar esse “esgotamento de energia”, ela pôs em prática uma ideia curiosa. Um belo caminho de pedras leva à uma construção onde um cartaz avisa: “Silêncio. Café descansando”. Lá dentro, uma onda de energia envolve o visitante: é a “caixa de música”! A temperatura é amena e tudo é muito limpo. Parte do imenso salão é ocupada por bags de 600 kg, imaculadamente brancas. No mezanino, estão “berços” gigantes – as tulhas, onde toneladas de grãos descansam ao som de músicas New Age e Clássicas 74


*Bruno Albergaria

durante as 24 horas do dia, até serem despachadas aos compradores. Se o universo conspira, é possível dizer que nessas terras há uma grande conspiração: Caxambu – tambor dos africanos; a caixa de música da fazenda; Wagner Tiso; Milton Nascimento, com sua voz singular... Estímulos para os cinco sentidos.

TRÊS PONTAS Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 293 km.

Acessos principais A partir de Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-381 (sentido sul), entre na BR-265, depois na MG-167, e prossiga até o trevo da cidade.

*Bruno Albergaria

Principais atrações da cidade e/ou região

• Distrito de Pontalete – banhado pela

represa de Furnas, o local oferece praia artificial com quadras na areia, quiosques, restaurantes com comidas típicas e bares.

• Serra de Três Pontas – do alto da serra

se avista o “mar de morros” de Minas Gerais. Há ainda cachoeiras, trilhas e um muro de pedras construído pelos escravos.

• Memorial

Padre Victor – pequeno museu dedicado à vida do pároco, sacerdote negro, filho de escrava, beatificado em 2015.

Festas e eventos

• Festa

do Peão Boiadeiro em Três Pontas – é realizada nos meses de junho e julho, com rodeios, shows de artistas e gastronomia variada.

• Encontro de Companhias de Reis – ocorre em janeiro, com apresentação de músicas e danças dos Marungos, devidamente uniformizados, caracterizados e munidos de instrumentos.

*Bruno Albergaria *Bruno Albergaria

Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 35 3299-2255 ou pelo e-mail: contato@fazendacaxambu.com.br. 75

75


Fazenda

Itapuan G

Alfenas

rande parte da Fazenda Itapuan fica às margens da represa da Hidrelétrica de Furnas, considerada o mar de Minas Gerais, por ocupar uma área equivalente a 1440 km². As terras pertencem a quatro sócios, sendo um deles o diretor executivo, José Carlos Munhoz. A fazenda foi adquirida em 1976 e tem mais de 7,6 milhões de pés de café Arábica, das cultivares Rubi, Catuaí, Mundo Novo, Bourbon, Catuaí 62, Catucaí e Topázio. As lavouras ocupam 1.616 dos 2.225 ha da propriedade. São 200 funcionários fixos e cerca de 160 temporários para o período da safra, embora a colheita seja 93% mecanizada. Os terreiros para a secagem do café somam 65 mil metros quadrados e há 42 secadores. A secagem dos grãos de cafés especiais é feita em terreiros suspensos. Para armazenagem, são utilizadas duas tulhas com 60 divisões. Compradores de vários países, como EUA, Japão, Noruega e Alemanha, apreciam a beleza dos cafezais emoldurados pela vastidão das águas da represa e podem degustar os melhores cafés ali produzidos. Os proprietários se orgulham do padrão de uniformidade dos lotes. A propriedade tem certificações como UTZ, Certifica Minas e 4C. Quase 388 ha são de preservação ambiental. Segundo o gerente administrativo, Flávio Dias Moreira, a produção observa os princípios de sustentabilidade em todas as dimensões: tanto na proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, com a preservação de mata nativa e reflorestamento, quanto na valorização das pessoas, com respeito ao trabalhador e cuidado com a saúde e a segurança de todos. O compromisso com padrões internacionais de sustentabilidade e com a ética nos negócios garante à fazenda certificações e prêmios, como a Medalha do Mérito Rural pela Atuação no Agronegócio Café, concedida pelo Sistema FAEMG – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais.

76 76


ALFENAS Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 344 km.

• Represa de Furnas – local propício à prática de esportes náuticos e à pesca esportiva.

Acessos principais

• Praça

A partir de Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-381 (sentido sul), entre na BR-265, depois na BR-369, e siga até Alfenas.

Festas e eventos

Principais atrações da cidade e/ou região

• Parque

Manuel Pedro Rodrigues – zoológico e trilhas ecológicas, quadras de vôlei, peteca e basquete. No açude do parque, os visitantes podem alugar pedalinhos e canoas.

Getúlio Vargas – jardins, fonte luminosa, feira de artesanato e teatro de arena, com diversas apresentações.

• Folia

de Reis e Festa de São Sebastião – ocorrem em janeiro. As “companhias” vão de casa em casa para cantar seus versos, ao som de violas, violões, sanfonas, pandeiros e instrumentos de corda. As apresentações acontecem na noite de 5 de janeiro.

Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 35 3265-4864, 35 99939-1194 ou pelo e-mail: adm@itapuancoffees.com.br.

7777


Fazenda

Monte Alto

E

Guaxupé

ssa magnífica propriedade, cravada nas montanhas do sul do estado, pertenceu ao Barão de Dores de Guaxupé – Manuel Joaquim Ribeiro do Valle –, que foi Tenente-Coronel da Guarda Nacional. Desde 1890, as terras estão com a família do Barão. O atual proprietário é descendente dele. Carlos Henrique Ribeiro do Valle é casado com Marina S. Ribeiro do Valle, com quem teve três filhos. A fazenda tem 800 mil pés de café da espécie Arábica: Bourbon, Icatu, Mundo Novo e Catuaí Amarelo, cultivados em 250 ha. As altitudes variam entre 1.055 m e 1.200 m. Em 2018 foram produzidas mais de 3 mil sacas de grãos. Para 2019, a previsão é chegar a 8 mil sacas, com a colheita de novas lavouras. A secagem do café é feita em terreiros que ocupam 1 ha de área, em terreiros suspensos e em secadores mecanizados. A colheita é 60% mecanizada, o restante é colhido manualmente. Parte da produção é exportada para o Japão, os Estados Unidos e a Coreia do Sul. No mercado nacional, o café da Fazenda Monte Alto é comercializado com a marca da própria família. Carlos e a esposa investem muito na preservação e manutenção da propriedade. Com a ajuda de biólogos, já plantaram mais de 3 mil árvores, recuperando a flora regional. Todas as instalações da fazenda e as casas dos funcionários têm biodigestores de resíduos. O casal cuida pessoalmente de cada detalhe da sede. O porão, com paredes e pisos de pedras originais, tornou-se sala de estar e de jogos. Os lavabos são decorados com pinturas de flores e pássaros nativos da região. Carlos é colecionador e incorporou vários objetos à decoração original, conferindo elegância, sofisticação e conforto aos cômodos. Uma saleta de descanso, com paredes de vidro protegidas por cortinas transparentes, dá acesso a uma rampa ladeada por flores e jabuticabeiras. Por ali, chega-se ao pátio com um lago de água cristalina, onde carpas de várias cores apresentam seu balé aquático. Há também uma pequena praia de areias brancas e, em frente, uma construção que remete à arquitetura mineira de influência portuguesa. Trata-se de um amplo salão com 10 m x 40 m e um pé-direito de aproximadamente 4 m, estrutura de lavabos, cozinha e despensa. Belíssimos jardins de estilo francês e inglês integram harmoniosamente toda a infraestrutura da sede, que inclui ainda casas de hóspedes, uma capela e um museu em construção. De uma encosta lateral, forrada de alfazemas, parte um aqueduto de estilo romano que faz girar uma enorme roda d´água, formando espelhos d´água nos jardins logo abaixo. Pequenas cachoeiras brotam de vários pontos.

78


Pavões coloridos e brancos e galinhas-d’angola passeiam livremente entre os jardins, o visitante tem a sensação de estar em um paraíso. No percurso da tranquila caminhada, avista-se um cafezal no alto de uma colina, emoldurado por uma sinuosa estrada e pela colônia de 40 casas dos funcionários, todas amarelas com janelas azuis, cujos marcos foram pintados com o marrom do café que a família do Barão produz até hoje.

GUAXUPÉ Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 418 km.

Acessos principais A partir de Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-381 (sentido sul) e depois siga pela MG-050, MG-446, BR265 e entre na MG-146 até Guaxupé.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Ecoturismo

– é uma das principais atividades turísticas da cidade, com passeios pela zona rural e esportes radicais.

• Parque

Municipal da Mogiana –

área verde com feira de artesanato e exposição de orquídeas.

• Catedral

de Guaxupé – majestoso prédio construído no início do século XX, em estilo neoclássico.

Festas e eventos

• Expoagro

Guaxupé – ocorre em julho, no Parque de Exposições Dr. Geraldo de Souza Ribeiro. Há rodeios, campeonato de montaria em touros, exposição de cavalos de raça e show de artistas.

• Festa de Nossa Senhora das Dores

– é realizada no mês de setembro, com novenas, procissão, quermesse e música ao vivo.

Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 19 98224-5354.

79


Fazenda

Da Onça Guaranésia

O

nome da fazenda tem origem no Rio da Onça, que passa na propriedade. A dona das terras é Heloisa Maria Lima de Freitas, e Mario de Freitas Eiras Garcia é o diretor-geral. Eles fazem parte da quarta geração da família, proprietária da fazenda desde o século XV. São 808 ha em área de transição entre Cerrado e Mata Atlântica, com altitudes que variam de 850 m a 1100 m, ideais para o cultivo de café Arábica, das variedades Catuaí, Mundo Novo, Catucaí, Icatu e Acaiá. Os cafezais ocupam 108 ha e outros 220 são destinados à preservação de matas. Os proprietários mantêm 40 funcionários fixos. A colheita é 70% mecanizada. Para a colheita manual, são contratados trabalhadores temporários. Os grãos colhidos são separados em lavadores mecânicos conforme a densidade. Os mais leves são aqueles que atingiram a maturação completa ainda no pé e, sem mucilagem, boiam na água, ganhando o nome de Café Boia. O ideal é secar os grãos desse café ao ar livre até que atinjam as características ideais de corpo e aroma. Para isso, a Fazenda da Onça tem mais de 10 mil metros quadrados de terreiros. Após a lavagem, um descascador mecânico tira as cascas dos grãos de Café Cereja. Esse tipo de café do sul de Minas Gerais está conquistando mercado no mundo todo, pois sua acidez, considerada média, é muito similar à dos cafés da América Central. Na Fazenda da Onça, em 2018, mais de 1 milhão de cafeeiros produziram 6,6 mil sacas, exportadas, por meio de cooperativas, para diversos países, como Itália, Alemanha e Estados Unidos. Os grãos de café verde são descascados apenas 80


depois da secagem e também resultam em uma bebida de excelente sabor, mais suave que o Café Boia. A fazenda já recebeu prêmios de produtividade e é certificada pela UTZ. Segundo os administradores, a harmonia entre agricultura e meio ambiente é a base da produção na Fazenda da Onça. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 35 99756-5005 ou pelo e-mail: contato@fazendadaonça.com.br.

GUARANÉSIA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 428 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, siga pela BR-381 e pela MG-050. Depois acesse a MG-446 e a BR-265. Entre na BR-146 e continue até Guaranésia.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Casa

da Memória de Guaranésia – museu histórico da cidade, localizado na Praça José Teixeira de Moraes.

• Igreja

Matriz de Santa Bárbara – situado na Praça Coronel Paula Ribeiro. Os belos vitrais distribuídos por todas as janelas são patrimônio da cidade.

Festas e eventos

• Festa a Santa Bárbara – acontece em

dezembro, com missas, procissão, leilão de gado e festividades.

• Guarafolia

– ocorre em fevereiro/ março. Carnaval de rua, com bandas e shows.

• Queima

do Alho e Encontro de Carreiros – festa realizada em junho. Festival de comida mineira, com shows musicais.

• Aniversário

da Cidade – é comemorado em setembro, com desfile cívico, encontro de carros antigos, cavalgada e encontro de violeiros. 81


Fazenda

Piedade Campestre / Serrania

A

s terras da Fazenda Piedade estendem-se pelos municípios de Campestre e Serrania e pertencem a Olga Maria Ferreira Tavares e aos filhos dela, Luciana, Cláudia, Júlio e Eunice. Luciana e Júlio administram as atividades de agronegócio da família, que ainda possui outra propriedade, no Cerrado mineiro. Na Fazenda Piedade, dos 634 ha, 270 estão destinados ao plantio das variedades Mundo Novo, Arara, Catucaí 2SL e Acauá Novo. A colheita é mecânica nas terras planas e manual nas áreas de serra, empregando cerca de 110 trabalhadores. A secagem dos grãos é feita em secadores rotativos e verticais e nos terreiros. O café é comercializado para cooperativas e armazéns. Em 2018, a produção chegou a 14 mil sacas e foi considerada excelente pelos proprietários. Foi um ano realmente muito bom para a cafeicultura brasileira. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a safra de 2018 somou 61,7 milhões de sacas de café Arábica e Conilon. O volume representa um crescimento de 37% em relação ao ano anterior e um recorde na série histórica, superando em cerca de 10 milhões de sacas o melhor resultado até então registrado, em 2016. O desempenho foi favorecido pelas condições climáticas, boas floradas, pela melhoria do pacote tecnológico e pelo uso de variedades/cultivares mais produtivas, além de ter sido beneficiado pela bienalidade positiva, principalmente

82


em lavouras da espécie Arábica. A produção de café Arábica foi de 47,5 milhões de sacas, um crescimento de 38,6%. Os números confirmaram, mais uma vez, o Brasil como o maior produtor de café no mundo. Minas Gerais responde por mais da metade da produção nacional e colheu 32,97 milhões de sacas de Arábica no ano passado. Com experiência na cafeicultura, os administradores da Fazenda Piedade preveem uma safra um pouco menor em 2019. Segundo eles, isso é natural na cultura cafeeira: depois de uma grande colheita, há sempre uma queda, que é compensada financeiramente, porque a cotação da saca é maior do que nos anos de alta produção. Na Fazenda Piedade, os negócios envolvem, além do cultivo do café, o plantio de eucalipto, a criação de gado de corte e o arrendamento de terras para a produção de cereais. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 35 3721-3064 ou pelo e-mail: godoycoffees@hotmail.com.

CAMPESTRE Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 425 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-381 (sentido sul). Depois acesse a BR-267 e siga até a cidade.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Pedra

Grande – trilha para motos, bicicletas e caminhadas. Do alto da pedra se descortina uma vista maravilhosa de toda a região.

• Passeio

em “gaiolas” – trilhas para conhecer serras, morros, rios e cachoeiras.

Festas e eventos

• Festa do Café – ocorre em abril, com a divulgação de cafés e comidas típicas.

• Aniversário

da cidade – é comemorado no mês de agosto, com corrida, tour de bicicleta, celebração de missas e shows de artistas.

83


Fazendas Guima - Patos de Minas 84


85


Fazenda

Esperança Carmo do Paranaíba

A

1.100 m de altitude, a Fazenda Esperança tem muitas nascentes de água e uma riqueza em flora e fauna silvestres. Dos 220 ha, 82 são de lavouras das cultivares do café Arábica: Catuaí Amarelo e Vermelho, 144B e Acaiá. Recentemente, foram plantados ainda o Arara e o Bourbon. A família Veloso, proprietária das terras, tem tradição na cafeicultura e possui oito propriedades na região de Carmo do Paranaíba, que somam 4,2 mil ha. A família atua no cultivo e no ramo de armazenamento e exportação de café. Em 2018, 3,2 mil sacas foram enviadas para a Europa, América do Norte e Coreia do Sul. A colheita é mecanizada, mas parte dos cafés especiais é apanhada manualmente. O grupo surgiu com o avô do cafeicultor Paulo Veloso dos Santos, casado com Eremita Barcelos Veloso. O casal tem quatro filhos, e todos participam dos negócios. Paulo Júnior é responsável pela área comercial, Haroldo cuida do setor produtivo, Viviane integra o conselho da holding e Virgínia gerencia os recursos humanos – cerca de 500 funcionários. O grupo está implementando um plano de marketing, liderado pelo marido de Virgínia, Daniel Sarte Mozelli. O projeto prevê a criação de marcas de Café Veloso, degustações, cursos, participações em feiras e exposições, entre outras ações. Segundo Paulo Júnior, a intenção é divulgar os cafés especiais produzidos no Brasil e ainda pouco conhecidos no mercado interno, já que a maior parte deles é exportada. Outro objetivo é a promoção e a valorização do café brasileiro no mercado internacional. Virgínia e o marido restauraram uma pequena casa do século XIX e incorporaram um anexo com sala de jantar e cozinha, além de uma construção moderna com estrutura de lazer, piscina, churrasqueira e cozinha gourmet. Sobre uma grande mesa redonda são servidos excelentes queijos da região e cafés especiais para degustação. É um momento de relaxamento e prazer, com os aromas e sabores dos cafés que a família produz há mais de meio século. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 34 99947 0188.

86 86


CARMO DO PARANAÍBA Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 350 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, siga pela rodovia BR-262 até a BR-354. Continue até Carmo do Paranaíba.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Igreja

Matriz Nossa Senhora do Carmo – fica na Praça de São Francisco, o cartão-postal da cidade.

• Lagoa/Santuário de Madre Paulina. Festas e eventos

• Luau – é realizado em março ou abril. • Festa de Peão – ocorre em agosto. • Festa do Café – acontece em outubro, com shows, rodeio e praça de alimentação.

87


Fazenda

Lajinha

Presidente Olegário

A

Fazenda Lajinha pertence a um dos pioneiros na cafeicultura do Cerrado mineiro. Francisco Pinheiro de Campos instalou-se na região em 1976, e desde então se dedicou ao plantio do café Arábica. Já na região, ele inovou ao plantar as primeiras mudas na Fazenda Lajinha, cuja altitude fica entre 900 e 1.070 m. Dos 800 ha da fazenda, 200 são cultivados com Catuaí. O agricultor está iniciando lavouras com outras cultivares do Arábica, como a Mundo Novo Devido ao tipo de solo e ao clima quente durante o dia e ameno à noite, as lavouras produzem cafés com sabor mais ácido e frutado, que agradam a muitos paladares. A plantação precisa ser irrigada porque o volume de chuvas é pequeno na região. Pelo mesmo motivo, os terreiros de café são ideais para a secagem dos grãos. A colheita mecanizada diminui os custos da produção e o resíduo é usado para adubagem. Francisco destaca a importância do Cerrado para a cafeicultura, com alto nível de industrialização das lavouras e uso de tecnologias, tanto que essa foi a primeira região do Brasil a obter a Certificação de Origem para cafés. A região, que já foi considerada imprópria para a agricultura, hoje produz 10 milhões de sacas de café por ano, além ser grande produtora de frutas, como manga, abacaxi e goiaba, assim como de tomates e cereais – milho e feijão. A sede da Fazenda Lajinha tem jardins impecáveis, que são cuidados pessoalmente pela esposa do cafeicultor, Maria Inês Guimarães de Campos, com a ajuda de um jardineiro. Ela seleciona flores e plantas que se adaptam melhor ao clima. Belíssimos agaves attenuata – agaves-dragão ou pescoços-de-cisne – enfeitam o caminho que leva à casa. Um dos canteiros é especial: é uma espécie de altar para uma grande imagem de São Francisco de Assis, com flores e esculturas de pássaros e de outros animais que saúdam o santo protetor. A dona da casa se orgulha dos doces que ela mesma prepara e são excelentes! A casquinha de laranja para acompanhar o café tem um sabor ímpar. De manhã, é um deleite degustar uma xícara dupla de café coado na hora com um pedaço de queijo minas bem fresco, coberto com a geleia de laranjinhas colhidas no pomar da casa, que Maria Inês sempre prepara de véspera para receber os visitantes. Queijo, doces e café, patrimônios de Minas! Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 34 3821-7211 ou pelo e-mail: fazendalajinha@terra.com.br. 88


PRESIDENTE OLEGÁRIO Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 427 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, utilize a rodovia BR-262. Siga até a BR-354 e continue até Presidente Olegário.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Lagoa

da Praça Municipal Manoel Antônio Dias – uma pequena lagoa, com pista de caminhada.

• Pequena

praça da Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia – coreto, canteiros e bancos para descanso.

89


Fazenda

São João Grande

A

Presidente Olegário

s duas fazendas de Eduardo Pinheiro Campos somam 2 mil ha, sendo 622 destinados ao plantio de 3 milhões de pés de café. São 93 funcionários fixos e mais 90 temporários no período da colheita. A produção média anual é de 26 mil sacas, exportadas principalmente para o Japão, a Itália e os Estados Unidos. A irrigação das lavouras é feita por quatro pivôs e também por gotejamento, ou seja, os cafeeiros recebem gotas de água por intermédio de mangueiras com pequenos furos, instaladas ao pé de cada uma das plantas. O cafeicultor explica que o uso dos pivôs favorece a lavagem das folhas, diminuindo a incidência de pragas. Já o gotejamento tem a vantagem de consumir menos água. Seja qual for o método, para evitar o desperdício dos recursos híbridos, a irrigação nas duas fazendas é controlada por computadores. Eles acionam os equipamentos, automaticamente, quando uma estação meteorológica acusa a necessidade de água e umidade no solo. A secagem dos cafés Arábica – Bourbon Amarelo, Catuaí Vermelho, Catucaí, IAC 125 e IPR100 – é feita em terreiros e secadores rotativos. Na Fazenda São João Grande, há um local destinado exclusivamente à fermentação de pequenos lotes de cafés especiais, com seis reatores de aço inoxidável, os únicos no país. O projeto foi inspirado em um modelo da Costa Rica e desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Lavras. Os reatores fermentam 350 kg de frutos, em um processo que leva de 12 a 30 horas. Os resíduos são reutilizados como adubos nas plantações. O proprietário também cria gado de corte e cavalos da raça Mangalarga Marchador. A sede das fazendas fica no alto de uma colina e tem estrutura para lazer e degustação de cafés. Em torno da casa, a paisagem é muito bonita, com flamboyants margeando uma estrada e um grande lago. Dali, avista-se o viveiro de mudas de cafeeiros. Há um ano, Eduardo começou a comercializar o café em grão e moído e já conquistou um prêmio: a embalagem do produto foi considerada a mais bonita do mundo no setor de café. Uma recompensa para a dedicação do produtor, que faz questão de lembrar suas origens no nome de uma das fazendas: D. Nenem é o apelido da mãe de Eduardo, que foi proprietária das terras. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo celular +55 34 99913-2070 ou pelo e-mail: renato@donanenem.com.br.

90 90


PRESIDENTE OLEGÁRIO Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 427 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, utilize a rodovia BR-262. Siga até a BR-354 e continue até Presidente Olegário.

Festas e eventos

• Festival de Pratos Típicos – o evento é realizado no mês de julho há mais de 30 anos, no Parque de Exposições Antônio Secundino de São José, onde mais de uma centena de pratos típicos são servidos aos presentes. O festival faz parte da mais importante festa do município, a Festa da Produção, que promove shows, rodeios e várias outras atrações.

9191


Fazendas

Guima Café

Varjão de Minas / Patos de Minas

A

s fazendas São Lourenço, Brasis e Santa Rita são vizinhas e pertencem ao grupo da família Guimarães. Guima Café são os cafés produzidos nas três fazendas. Há mais de 40 anos, Flavio Pentagna Guimarães acreditou na Região do Cerrado como produtora de cafés e introduziu as primeiras lavouras. Atualmente, seu filho João Guimarães participa da gestão do negócio. O cultivo é favorecido pela geografia e pelo clima dos municípios de Varjão de Minas e Patos de Minas. As lavouras ocupam 900 dos 1650 ha. Cerca de 4,3 milhões de cafeeiros podem produzir até 40 mil sacas por ano, das variedades Bourbon Amarelo e Vermelho, Paraíso 2, Catuaí, Catucaí, Mundo Novo, Tupi RN e Icatu. A produção é destinada principalmente ao mercado externo, em especial à Alemanha, aos Estados Unidos, à Itália e ao Japão. As fazendas possuem certificações internacionais, como UTZ e Rainforest. A qualidade do café é garantida pelo planejamento e controle de todas as etapas da produção. Os cafezais são 100% irrigados por gotejamento, o que favorece a uniformidade na maturação dos grãos. A água para a irrigação vem de imensos reservatórios instalados nas propriedades. A colheita é 100% mecanizável. Para a secagem dos grãos, são utilizados 40 mil metros quadrados de terreiros e 15 secadores. Tulhas de madeira têm capacidade de armazenamento de 10 mil sacas. Grande parte do negócio está nas mãos de mulheres. Elas estão presentes em funções que vão do plantio ao processamento e à administração. Lucimar Silva, especialista em cafeicultura, comanda as três fazendas. Na alta administração do Grupo também está uma mulher, a diretora agrícola Mariana Caetano Polcaro, responsável pela área de gestão, desde o planejamento, estratégia, marketing e comercialização. Na Fazenda São Lourenço, a cafeicultura foi introduzida em 1979 e em 2007 as lavouras e os processos foram renovados para a produção de cafés especiais, observando critérios como impactos ambientais e sociais, sistemas eficazes de produção e boas condições de trabalho.

92


Uma moderna e belíssima casa está em fase final de construção e vai contar com cafeteria, salas de reuniões, escritórios e apartamentos. A casa está cercada pela Floresta dos Visitantes, onde todos são convidados a plantar uma árvore. Há também uma lavoura de café sombreado com seringueiras, um oásis para quem percorre as lavouras e quer se refrescar do calor da região. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 33 3331-3490 ou pelo e-mail: comercial@guimacafe.com.br.

PATOS DE MINAS Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 402 km.

Acessos principais De Belo Horizonte, siga pela rodovia BR-262 até a BR-354. Continue até Patos de Minas.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Parque do Mocambo – aprazível área

de lazer com lago, pedalinhos, pistas de caminhada, jardins, restaurante e muita área verde.

• Lagoinha situados

e Lagoa Grande – lagos na área urbana com

excelente infraestrutura na orla, pistas de caminhada, bares e lanchonetes. • A cidade é muito conhecida pelos seus quitutes à base de milho, como pamonhas, pudins, cremes de milho, broas e bolos. É possível encontrá-los em vários restaurantes, cafeterias e lojas especializadas em comida.

Festas e eventos

• Fenamilho

– O mais famoso e tradicional evento da cidade ocorre em maio e o tema é a cultura do milho. Há exposições, shows, comidas típicas e corrida de rua, entre outras atrações

93


Fazenda

Alegria O

Patrocínio

nome da Fazenda Alegria traduz a sensação de quem chega à sede da propriedade por uma estradinha de aproximadamente 100 m, margeada pelo bambuzal que se eleva e lembra o teto de uma catedral gótica. No fim do caminho, uma ladeira suave, ao lado de um imenso gramado, leva à varanda da casa. A sede tem uma piscina e um espaço dedicado à degustação dos cafés produzidos na propriedade. Outra atração é um lago a cerca de 50 m, localizado atrás da casa. As margens, com grama muito bem aparada, oferecem um espaço aprazível, de onde o visitante pode contemplar uma extensa área de mata preservada. O dono das terras – Marcelo Queiroz Carneiro – conta com a colaboração de um casal de administradores. Adalgisa Emílio Santos cuida da parte administrativa e dos recursos humanos e o marido dela, Can Robert Douglas dos Santos, é o responsável pelas lavouras e pelo beneficiamento do café. Sob os cuidados dele estão 1,3 milhão de pés de café Arábica – Acaiá, Icatu, Mundo Novo e Catuaí. O plantio do Bourbon começou recentemente. Dos 369 ha, 270 são destinados aos cafezais. Em 2018, a produção somou 15 mil sacas. Máquinas colhedeiras fazem a maior parte do trabalho, apenas os grãos que caem nas ruas dos cafezais são colhidos manualmente. A área de terreiros para secagem dos grãos tem 11 mil metros quadrados. A técnica da Safra Zero é aplicada em mais ou menos 30 ha de lavouras por ano. O esqueletamento, que já explicamos neste guia, é feito de forma piramidal, o que dá uma aparência de coníferas aos cafeeiros. A forma piramidal favorece o aproveitamento da luz do sol, tão importante para a qualidade do grão quanto o solo, o clima e a altitude. A irrigação é feita por gotejamento e por um pivô. A fazenda obteve várias certificações. Em 2016, alcançou 99,4 pontos na certificação Reforest. Os administradores comemoram a conquista, pois só existem cinco fazendas no mundo que alcançaram 100 pontos. O desafio agora é manter o padrão de qualidade e atender às exigências cada vez maiores do mercado de cafés especiais. Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 99982-1225 ou pelo e-mail: leonardopalharescardoso@gmail.com. 94


PATROCÍNIO Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 462 km, via Patos de Minas.

Acessos principais Saindo de Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-262 (sentido Triângulo Mineiro). Depois siga pela BR-354 até Patos de Minas e acesse a BR-365 até a cidade.

Principais atrações da cidade e/ou região

• Praça

de Santa Luzia – local onde está situada a igreja matriz e o chafariz da cidade.

• Museu

Municipal Professor Hugo Machado da Silveira – o acervo contém documentos, espécimes de

história natural, vestuário, máquinas e ferramentas utilizados ao longo da história da cidade.

• Serra do Cruzeiro – parte mais alta

da cidade, onde se encontra um Cristo Redentor.

• Cachoeiras (dos Borges, da Terra, dos Dourados) – com trilhas para caminhadas e passeios com bicicletas, motocicletas e carros.

Festas e eventos

• Expopatrô

– ocorre em julho – exposição agropecuária com rodeios, provas equestres, leilão e shows de artistas.

• Festa do Café – é realizada no mês de

abril, com rodeios, show pirotécnico e shows de artistas.

9595


Fazenda

Rio Brilhante O

Coromandel

gaúcho Inácio Carlos Urban chegou à região do Cerrado mineiro em 1976, praticamente sem posses, mas com muitos sonhos e disposição para o trabalho. Um ano depois, comprou sua primeira fazenda em Presidente Olegário, para cultivar soja. Em 1984, ele adquiriu a Fazenda Rio Brilhante, com 1.130 ha, e iniciou o plantio do café. As terras estão a 1.100 m de altitude e ficam no município de Coromandel, na microrregião do Cerrado chamada de pântano, onde o solo exige pouca irrigação. Nas áreas em que é necessário irrigar, o processo é feito por pivôs ou por gotejamento. Com o tempo, o agricultor comprou outras propriedades, formou um importante grupo no ramo de alimentos e é, hoje, o maior produtor de grãos e de algodão de Minas Gerais. O slogan do grupo comandado por Inácio atesta o que ele sempre acreditou: “O amanhã vem da terra”. Os filhos do agricultor atuam nos negócios com o mesmo espírito empreendedor e inovador do pai. Os cafezais somam 7 milhões de pés Arábica: Catuaí Amarelo e Vermelho, Catucaí, Acaiá, Bourbon Amarelo e Vermelho, Topázio e Arara. A safra de 2018 chegou a 65 mil sacas, que abastecem o mercado nacional e são exportadas para o Japão, os EUA, a Austrália e a Coréia do Sul. Recentemente foram plantados 27 ha de café com o cultivo totalmente orgânico. Em dois anos será feita a primeira colheita. O grupo investe em pesquisas e em novas tecnologias para o manejo das lavouras. Para a secagem dos grãos, são utilizados 14 secadores rotativos e cinco terreiros, 96

em um total de 33 mil metros quadrados. O café da família Urban já recebeu muitos prêmios e certificados importantes, como o Rainforest Alliance, um selo de garantia que atesta o respeito dos produtores por critérios como equilíbrio ecológico, econômico e social, entre outros. Além dos cuidados específicos com o cultivo e beneficiamento do café, o grupo se preocupa com a qualidade de vida e o desenvolvimento dos profissionais que trabalham sempre almejando a excelência e a qualidade dos grãos.


RIO BRILHANTE Distância de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais: 510 km, via Patos de Minas.

Acessos principais Saindo de Belo Horizonte, comece a viagem pela BR-262 (sentido Triângulo Mineiro). Depois siga pela BR-354 até Patos de Minas, acesse a BR-365 até a MG-188 e prossiga até Coromandel

Principais atrações da cidade e/ou região

• Trilhas de bicicletas e motos – na Trilha da Serrinha.

• Cachoeiras

do Buracão, da Fumaça e do Fábio – cachoeiras e esportes radicais, como canoagem.

Festas e eventos

• Festa do Carro de Boi – ocorre em junho

e divulga a cultura sertaneja. O evento conta com missa, apresentações artísticas e a recepção dos carreiros no Parque de Exposições.

• Expocoró

– é realizada no mês de julho. Em 2018 a festa agropecuária chegou à sua 38ª edição, com shows, rodeios e mostra de artesanato.

Todas as visitas devem ser agendadas com antecedência pelo telefone +55 34 3822-9950 ou pelo e-mail: erika@grupofarroupilha.com. 97


98


Agradecimentos Agradecemos a todos que, ao longo de 12 meses, estiveram conosco em busca das belas fazendas de Minas Gerais. Foi uma alegria conhecer pessoas que fizeram, fazem e sempre farão muito para que uma confortante xícara do nosso café continue chegando às mãos de milhões de pessoas em todo o mundo. Pedimos licença para agradecer, especialmente, às nossas famílias, que sempre nos apoiaram e souberam compreender a nossa ausência em quase todos os finais de semana, quando colocávamos o pé na estrada em busca das maravilhas cafeeiras de Minas Gerais; a Carolina de Oliveira Pereira Pimentel, que percebeu logo de início a importância deste guia para a economia do estado e nos prestou apoio imediato; aos nossos patrocinadores, que confiaram em nosso projeto e tornaram possível a realização deste trabalho; aos parceiros fornecedores de serviços, que, com competência e dedicação, muito contribuíram para concluirmos esta jornada ao mundo da cafeicultura mineira. Destacamos também os agricultores e proprietários das fazendas, que diariamente cultivam o nosso “ouro verde”.

99


Certificados A certificação é fundamental para a valorização dos produtos agrícolas no mercado nacional e, principalmente, no internacional. Os certificados garantem a autenticidade da origem e a excelência de todas as etapas do processo produtivo, considerando a qualidade do produto e o respeito às condições de sustentabilidade socioambiental. Por isso, eles significam segurança para o consumidor e possibilidade de receitas para o produtor, que pode agregar até 10% ao valor final da sua produção. A cafeicultura é o segmento do agronegócio brasileiro mais avançado no quesito das certificações. Todas as fazendas apresentadas neste guia possuem um ou mais certificados. Os principais são: • Certificação Orgânica: é conferida aos produtos de lavouras em que não são usados agrotóxicos e nenhum tipo de adubo químico solúvel. Observa-se também a diversidade vegetal nos plantios e a dependência de insumos externos, que deve ser a menor possível. O Brasil exporta café orgânico certificado desde 1990. • Rainforest Alliance Certified: o selo é concedido mediante práticas agrícolas que minimizem os impactos à saúde dos consumidores e que respeitem regras para a gestão do meio ambiente e dos trabalhadores, visando sempre à sustentabilidade. Essas regras foram estabelecidas pela Rede de Agricultura Sustentável, composta por organizações internacionais conservacionistas e independentes.

100


• UTZ Certified: é um dos principais programas de certificação do café no mercado internacional, conforme critérios econômicos, sociais, culturais e ambientais. O certificado reconhece a produção responsável com práticas que visem à qualidade do produto, mas principalmente ao bem-estar dos trabalhadores, incluindo moradia, treinamento, acesso à saúde e educação. A certificação é feita por um auditor independente e a inspeção da propriedade é anual. • Fair Trade Coffee: certifica que a produção segue os padrões do chamado comércio justo, por meio de parcerias baseadas no diálogo, na transparência e no respeito, que buscam maior equidade no comércio internacional. Essas parcerias devem contribuir também para o desenvolvimento sustentável. Trata-se de um movimento social para promover o encontro de produtores responsáveis com consumidores éticos. • Certifica Minas: programa do Governo de Minas Gerais, executado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e pela Emater-MG. O certificado atesta a conformidade das propriedades produtoras com as exigências do comércio mundial, que requer boas práticas agrícolas em todos os estágios da produção, atendendo às normas ambientais e trabalhistas. O café é o principal produto de exportação do agronegócio mineiro e é vendido para mais de 60 países.

101


Créditos Seleção de fazendas: Patrícia Soutto Mayor Assumpção Textos: Clesio Barbosa Capa: Rafael Miranda Barbosa Direção de arte e fotografia: Clesio Barbosa Patrícia Soutto Mayor Assumpção Fotógrafo oficial*: Odilon Názaro Nicolau (*) Bruno Albergaria Projeto gráfico e diagramação: Leandro Godinho Editoração: Soraia Vasconcelos Revisão: Patrícia Alves da Cruz Mauro

102


Tradução: Tyler Gerard Golembeski Assistente de pesquisa: Isabela Vieira Trópia Silva Gestão de projeto: Neoplan Grupo de Desenvolvimento Consultor de Leis de Incentivo: Francisco Caram Gráfica: Rona Editora Distribuição: Mentoria Comunicação e Marketing OBSERVAÇÕES: As festas, os eventos e os locais turísticos aqui citados foram elencados neste guia a título de informação. É aconselhável que os leitores busquem maiores esclarecimentos antes de viajar. Os autores não se responsabilizam pela qualidade dos serviços e produtos oferecidos, por alterações de datas e por eventuais impedimentos de acesso do público às atrações, aos pontos turísticos e às fazendas.

Fazenda Caxambu - Três Pontas 103


Fontes

Barbosa, Clesio – Assumpção, Patrícia Soutto Mayor. Minas Gerais – Fazendas & Sabores do Café. Boccato Books, 2015, São Paulo-SP. http://www.emater.mg.gov.br/portal.do?flagweb=novosite_pagina_ interna&id=22530 https://www.google.com.br/maps https://www.mg.gov.br/conheca-minas/rodovias https://www.infoescola.com/mapas/mapa-rodoviario-de-minas-gerais/ https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2018/12/11/ibge-aumentaprevisao-de-safra-de-cafe-do-brasil-com-revisao-em-dados-de-mg.ghtml http://www.ima.mg.gov.br/material-curso-cfo-cfoc/cat_view http://ibd.com.br/pt/ras.aspx https://en.wikipedia.org/wiki/Fair_trade_coffee https://pt.wikipedia.org/wiki/Capelinha http://pmcapelinha.mg.gov.br/portal/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Angel%C3%A2ndia https://www.cidade-brasil.com.br/municipio-angelandia.html https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_Dumont http://www.portal135.com.br/cidade/francisco-dumont/pontos-turisticos http://www.pirapora.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Pirapora http://www.realeza.pr.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Realeza https://pt.wikipedia.org/wiki/Manhua%C3%A7u http://www.manhuacu.mg.gov.br/ https://manhuacu.com/2018/11/12/castelo-do-cafe-e-inaugurado-em-manhuacu/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Araponga_(Minas_Gerais) https://araponga.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Coimbra_(Minas_Gerais) http://www.coimbra.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Roque_de_Minas http://www.saoroquedeminas.mg.gov.br/ http://www.carmodamata.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Francisco_de_Paula_(Minas_Gerais) http://www.saofranciscodepaula.mg.gov.br/

104


https://pt.wikipedia.org/wiki/Santo_Ant%C3%B4nio_do_Amparo http://www.santoantoniodoamparo.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Nepomuceno https://www.nepomuceno.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Carmo_da_Cachoeira https://www.carmodacachoeira.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%AAs_Cora%C3%A7%C3%B5es http://www.trescoracoes.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Cambuquira http://www.cambuquira.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Heliodora https://www.guiadoturismobrasil.com/cidade/MG/500/heliodora https://pt.wikipedia.org/wiki/Varginha http://www.varginha.mg.gov.br/ http://www.trespontas.mg.gov.br/ http://www.trespontas.mg.gov.br/licitacoes https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfenas http://www.alfenas.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Guaxup%C3%A9 http://www.guaxupe.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Guaran%C3%A9sia http://www.prefguaranesia.mg.gov.br/adm2017/ http://www.fazendaonca.com.br/historico.asp https://pt.wikipedia.org/wiki/Campestre_(Minas_Gerais) https://www.campestre.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Serrania https://www.serrania.mg.gov.br/ https://carmodoparanaiba.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Presidente_Oleg%C3%A1rio http://www.presidenteolegario.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Patos_de_Minas http://www.patosdeminas.mg.gov.br/home/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Varj%C3%A3o_de_Minas http://varjaodeminas.mg.gov.br/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Patroc%C3%ADnio https://portal.patrocinio.mg.gov.br/pm/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Coromandel http://coromandel.mg.gov.br/novo/ https://www.grupofarroupilha.com/

Fazenda Itapoã - Alfenas 105


Ficha Técnica Copyright © by Clesio Barbosa e Patrícia Soutto Mayor Assumpção Abril/2019 Mentoria Comunicação e Marketing Ltda. Nenhuma parte deste guia poerá ser reproduzida, sejam quais forem os meios empregados, sem a permissão e autorização por escrito da Editora. Impresso no Brasil

ISBN 978-65-80345-00-7 Barbosa, Clesio Assumpção, Patrícia Soutto Mayor Rota do café – Fazendas de Minas Gerais Mentoria, 2019 216 páginas, 15 x 21cm ISBN 978-65-80345-00-7

*Bruno Albergaria


Este guia foi impresso na Gráfica Rona Editora, em papel Pólen Bold 90g/m² e capa em Couche Fosco 250g/m². Miolo em fonte Aleo e capa em fonte Modish. MENTORIA / MENTORIA COMUNICAÇÃO E MARKETING LTDA. – EPP Rua Ministro Orozimbo Nonato, 102, sala 2307, Torre A Vila da Serra Nova Lima-MG Belo Horizonte-MG mentoria@mentoriacem.com Tel.: +55 31 3309-3313

Fazenda Santa Rosa - Três Corações


*Bruno Albergaria


Patrocínio:

Apoio:

Realização:


110


111


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.