PA R A G R A N D E S M U L H E R E S
BODY PLUS
ANO 1 -N° 1 - R$7,00
Um bate papo com Aline Zattar, A Top do momento
Moda ecológica: alternativa para o consumo consciente
PIN-UPS Ispiração retrô
para o verão...
Princesas plus-sizes: Porque elas não vivem só de maçã! 1
A MODA ALÉM DA TENDÊNCIA Mulheres que consomem com consciência e usam a moda em favor do meio ambiente
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REVISTA BODY PLUS
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EXPEDIENTE Editor Chefe – Genize Ribeiro Editores – Aline dos Santos (Internacional), Cláudia Del Carlo (Economia), Genize Ribeiro (Arte e Cultura, Esporte, Meio Ambiente), Janaína Guimarães (Política Brasileira) e Maria de Lourdes Campos (Cidades) Diretor de Arte – Maria de Lourdes Campos Diretor Comercial – Cláudia Del Carlo Repórteres – Aline dos Santos, Cláudia Del Carlo, Genize Ribeiro, Janaína Guimarães e Maria de Lourdes Campos Colunistas- Genize Ribeiro, Janaína Guimarães Impressão – Tesouro Nacional impressões digitais LTDA Tiragem - 32.000 Circulação - Nacional
BODY PLUS PA R A G R A N D E S M U L H E R E S
EDITORIAL
Senhoras e senhoritas, chegamos! Olá meninas, tudo bem? Sejam bem vindas a edição nº 1 da Body Plus. A revista foi minuciosamente pensada para mulheres gordas (sim, gordas- porque isso não é ofensa!) porque acreditamos que ainda não existe uma publicação onde você se sinta a vontade, e que se identifique com assuntos e personagens estampados nas páginas. Cada entrelinha foi planejada para te fazer acreditar na sua capacidade de beleza, intelectual e física. Após algumas pesquisas detectamos que a mídia tradicional não trata - pelo menos não com o devido respeito- desse público que é tão grande em nosso país. A partir de então encontramos diversos problemas, as mulheres gordas são deixadas de lado não só pela mídia, percebemos que as Plus Size são ignoradas também pela indústria da moda e até pela política de nosso país, já que não existem políticas públicas para gordos e ambientes públicos não sãoplanejados para esta parcela da população. Quando decidimos tratar desse tema nós tínhamos em mente o preconceito que mulheres sofrem por serem gordas, por serem consideradas fora do padrão. Então a nossa intenção é, através dos assuntos abordados em nossos textos, resgatar a auto-estima dessas mulheres, incentivar o cuidado com a saúde e trazer uma reflexão com textos de comportamentos e assuntos cotidiano. Então se você é mulher, gorda e bem resolvida, você está no lugar certo, mas se você é uma mulher gorda e não se gosta do jeito é, você também está no lugar certo, tenho certeza que junto com a gente você vai descubrir a diva que existe emvocê! Nossa missão aqui é lutar contra a gordofobia e qualquer tipo de padronização de beleza ou comportamento feminino. A partir de hoje esse será nosso cantinho de bate papo, aqui vamos tricotar, contar nossas angústias, alegrias, anseios, loucuras… enfim, vamos trocar figurinhas! Bom lindonas, é isso! Estamos bem empolgadas com o lançamento da revista e tomara que vocês gostem, esperamos vê-las mais vezes por aqui! Beijos e boa leitura!
Genize Ribeiro
Editora chefe
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COTIDIAN
SUSTENTABILIDADE
A MODA ALÉM DA TENDÊNCIA
BODY PLUS
PÁGINA 8
A CADA C
PÁGINA 22
ECONOMIA
O DESABROCHAR DA MODA PLUS SIZE E A OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO PÁGINA 13
COTIDIANO
GORDA SIM, SEXY TAMBÉM!
PÁGINA 24
ESPORTE
ENTREVISTA: SUELEN PINTO, A JOGADORA DE VÔLEI PLUS SIZE PÁGINA 16
OTIDIANO
ARTE E CULTURA
A CADA CLIENTE UMA NOVA HISTÓRIA
PRINCESAS: LINDAS, RADIANTES E GORDAS
ÁGINA 22
PÁGINA 30
INTERNACIONAL
A MODA PLUS SIZE ROMPENDO FRONTEIRAS
PÁGINA 36
BÉM!
POLÍTICA
C I R U R G I A B A R I ÁT R I C A, A LUTA PARA ALCANÇÁ-LA
PÁGINA 40
SAÚDE
O PERIGO DAS DIETAS RADICAIS
PÁGINA 44
SUSTENTABILIDADE
A MODA ALÉM DA TENDÊNCIA Mulheres que consomem com consciência e usam a moda em favor do meio ambiente Por Genize Ribeiro
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m vestido, um sapato, uma bolsa, um colar que só ficará bom com aquele par de brincos perfeito. Os olhos brilham, coração dispara e o desejo de comprar é o único sentimento do momento. Essa é a sensação de muitas mulheres ao andar no shopping,mas o que pouco passa pela cabeça delas é o quão mal esse consumo desenfreado pode causar para o planeta. Com o merca-
do da moda cada vez mais crescente, o consumo nunca foi tão grande, o que vem causando impacto negativo ao meio ambiente e seus recursos naturais. Todos os dias, toneladas de lixo são descartadas no meio ambiente e roupas também fazem parte desses materiais inutilizados, já que quanto mais se adquire mais se desfaz também. Foto: Divulgação/Gatte Imagens
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“A cada estação uma nova tendência, uma nova roupagem, um novo estilo ou uma nova releitura daquela peça do ano passado, como o consumidor de moda tende a ser impilsivo ou compulsivo, ele não vai pensar duas vezes, ele vai lá comprar.” Daniella Alvarenga. Daniella Alvarenga foi modelo e hoje é personal stylist, ela acredita que esse processo se dá porque a moda vive em constante mudança. “ A cada estação uma nova tendência, uma nova roupagem, um novo estilo ou uma nova releitura daquela peça do ano passado, como o consumidor de moda tende a ser impulsivo ou compulsivo, ele não vai pensar duas vezes, ele vai lá comprar”, analisa. Preocupada com o consumo excessivo, ela criou a EcoBeaut Fair, que é a semana de moda ecológica que acontece em São Paulo. No evento, desfiles com peças de tecidos ecológicos, workshops de artesanato e customização de roupas e palestras sobre consumo consciente
Costumizando é fácil!
Trasnsforme sua camiseta em cropped descolado Materiais: 1 Camiseta do tipo T-shirt 1 Tesoura Como fazer: 1º corte a gola da camiseta rente a costura 2º Corte as mangas da camiseta, também rente à costura do ombro 3º Meça a vertical da camiseta no seu corpo, e corte numa altura a cima d o seu umbigo. N ão e squeça d e deixae duas pontas na frente para fazer uma amarração. OBS: N ão p recisa f azer b arra onde f oi c ortado, isso d ará à peça esse ar de descolado.
Foto: Genize Ribeiro
são atividades que fazem parte da programação da feira. “Sempre fui bem conhecida no mercado, então achei que tinha que agradecer e aproveitar para usar isso de uma forma inteligente, pensando no planeta e uma maneira de ajudar a salva-lo.” Além da cautela na hora das compras recomendam-se algumas técnicas para descarte de roupas e assessórios. A primeira delas é a venda para brechós, onde são comercializadas roupas usadas e de coleções passadas, quando muito antigas já são identificadas como vintage ou retrô, que também é uma tendência da moda. Outra opção é a customização, assim é fácil deixar a roupa com uma nova cara e inda imprimir personalidade própria nas peças.
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Foto: Genize Ribeiro
“Já fui muito extravagante, mas hoje eu procuro comprar só aquilo que realmente preciso, além disso, gosto de comprar em brechós assim como o meu, sempre tem boas peças.” Maria Eugênia Maria Eugênia é dona de um brechó online, onde vende roupas, sapatos e assessórios. Ela se assume como apaixonada por moda, que vive essa paixão com consciência. “ Já fui muito extravagante, mas hoje eu procuro comprar só aquilo que realmente preciso, além disso gosto de comprar em brechós assim como o meu, sempre tem boas peças. É aquela questão, gosto é relativo, o que não te agrada mais, pode me agradar, e muito!” explica.
“comecei me interessar mais por sustentabilidade e como sempre gostei desse universo da moda, encontrei minha forma de colaborar criando um brechó.” Maria eugênia 10
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Ela acredita ainda que o brechó é uma maneiera bem eficaz de consumo consciente. “A partir de certo tempo comecei me interessar mais por sustentabilidade e como sempre gostei desse universo da moda, encontrei minha forma de colaborar criando um brechó, pois fazendo compras assim aumentamos o tempo de uso da roupa ou do assessório, interrompendo aquele ciclo de comprar, usar algumas vezes, deixar por um tempo parado no armário e já descartar”, ressalta. Seja com brechós, customização ou redução nas compras. O que realmente deve ser analisado é que consumo está grande, chegando a uma quantidade que a atmosfera não está mais dando conta de absorver. Informações como essas, associadas às questões do aquecimento global, o buraco na camada de ozônio e as atuais mudanças climáticas, contribuem para que surjam perguntas sobre o que pode ser feito para conter esses efeitos. E com um pouco de reflexão fica claro que a primeira ação a ser tomada, de caráter emergencial, é o consumo consciente.
5 brechós online plus size, p ara entrar de cabeça na moda do consumo consciente - Gloss Chic! gloss-chic.blogspot.com - Brechó plus size Enjoi www. enjoi.com.br - Grandes Mulheres Bazar grandesmulheresbazar.blogspot.com.br - Gordinhas Moda Maior gordinhasmodamaior.blogspot.com.br - Brechó Plus size da Gel brechodagel.blogspot.com
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ECONOMIA
O DESABROCHAR DA MODA PLUS SIZE E A OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO
As mulheres que estão revolucionando o mundo da moda e movimentando o mercado financeiro Por Cláudia Del Carlo
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uando se fala em mundo fashion, logo vem à ideia de grandes eventos internacionais, desfiles e, principalmente, mulheres magérrimas na passarela, onde todo que é produzido é destinado a mulheres com corpos iguais ou próximos ao delas. Esse conceito não é a toa, pois por muitos anos esse foi padrão estabelecido. Mas este cenário está mudando, mulheres que eram consideradas fora dos padrões, hoje, compartilham dos mesmos holofotes que as modelos magras. O público GG está cada vez mais exigente e quando se trata de moda, elas não se contentam mais com legging e camisetão, querempeças bonitas, arrojadas, com cores vibrantes e modelagens modernas.
Foto: Genize Ribeiro
Amanda Gomes, 28, usa manequim 52 e confessa que é rigorosa na hora das compras. “Eu sou bem seletiva, não adianta as lojas quererem me empurrar goela abaixo uma roupa que não corresponde ao meu estilo e personalidade. Não sou eu quem tem que se adequar à marca e sim ela a mim”, declara. Essa revolução no universo da moda levou empresários e investidores a dar uma atenção maior para este público, que já pode ser considerado um mercado promissor e lucrativo. Segundo dados da Associação Brasileira de Vestuário (ABRAVEST), o Plus size já representa cerca de 4,5% do vestuário no Brasil e gera um lucro médio de 1 bilhão de dólares e crescimento de 3% a 5% ao ano, com a produção anual de 1,5 milhão de peças.
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Renata Poskus Vaz é uma empresária que viu, na carência de mulheres gordas por moda, uma oportunidade de negócio. Ela começou criando o blog Mulherão, um dos pioneiros no seguimento. “No começo, eu relutava a entrar em lojas de tamanhos grandes. Depois descobri que era possível encontrar roupas bonitas em lojas estilizadas. Então comecei o blog para ajudar as meninas que usam tamanhos maiores a encontrar essas peças. Ao mesmo tempo, era um desabafo pelas tentativas frustradas de emagrecimento e também contra o preconceito”, conta. Com o sucesso da página na web, ela resolveu investir no Plus size e hoje, além de blogueira, Renata tem uma loja online, presta serviço de consultoria de moda e é Diretora do Fashion Weekend Plus Size (FWPS). Criado em 2010, o FWPS é considerado o maior evento de moda GG do país, com grande repercussão na mídia, editoriais de moda e comportamento.
“Eu recebia muitos recados de leitoras perguntando onde encontrar roupas e de grifes me pedindo para divulgar suas marcas. Aí eu percebi que existe sim quem quer comprar essa roupa e quem quer vender, mas eles não se conhecem, então o Fashion weekend surgiu dessa necessidade.” Renata Poskus Foto: Genize Ribeiro
O evento já faz parte do calendário da moda brasileira. Renata acredita que o mercado Plus sizesempre existiu, só faltava comunicação ser especulado. “A partir da criação do meu blog eu recebia muitos recados de leitoras perguntando onde encontrar roupas e de grifes me pedindo para divulgar suas marcas. Aí eu percebi que existe sim quem quer comprar essa roupa e quem quer vender, mas eles não se conhecem, então o Fashion weekend surgiu dessa necessidade.” As lojas, inclusive as segmentadas, estão animadas com esse novo perfil da consumidora. A loja Toda Toda Plus size já tinha uma grade de numeração
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elevada, porém em um estilo mais clássico, depois de inovar em suas peças reconhece os resultados. “Antes trabalhávamos sómente comaqueles modelos tradicionais. Hoje disponibilizamos saias com modelagens mais curtas, peças com mais cores, além das lingeries que estão ficando cada vez mais sensuais com rendas e cores além do preto e do bege. Então, assim, fácil perceber a satisfação das moças ao saírem do provador”, conta Ana Godoy, gerente de vendas da Toda Toda . Além das lojas especializadas, as grandes fastfashion também estão investindo na oportunidade de ganho do setor. “Identificamos uma chance de
melhor atender este segmento plussize e, buscando democratizar o acesso ao melhor das tendências mundiais para nosso público, criamos a coleção Special for You. A linha está tendo uma avaliação do público e um desempenho muito significativo.” diz Paulo Correa, vice-presidente comercial da C&A, em entrevista à BBC. Talvez a explicação para esse estouro do seguimento plussize esteja no aumento da demanda, que segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve um considerável avanço nos últimos anos. O levantamento mais recente afirma que 51% dos homens e 48% das mulheres brasileiras estão acima do peso e, que até 2020 estes números
“Foi uma realização pessoal que se transformou em um grande e lucrativo negócio”. Renata Poskus serão cerca de 30% maiores, ou seja, 55 bilhões de essas pessoas. Diante disso, conclui-se que as lojas que estão investindo no seguimento estão no caminho certo e quem ainda está de fora pode estar perdendo bons lucros. Tudo que é diferente pode causar dúvida, estranhamento, mas quem já está no mercado garante o resultado. “Foi uma realização pessoal que se transformou em um grande e lucrativo negócio”, ressalta Renata Poskus
O mercado Plus size investe em lojas online. Foto: Cláudia Del carlo
Fashion weekend Plus size LOJAS DE DEPARTAMENTOS Pernambucanas Renner C&A Marisa Riachuelo LOJAS DESCOBRIRAM O NOVO NICHO DA MODA, VÃO AOS DESFILES, FESHION WEEKEND, ESCOLHEM TENDENCIAS, CRIAM SUAS COLEÇÕES, CRESCEM 25%
MARCAS Crescem 30% Empregam mais 20% Mary Gattô Melinde Xica Vaidosa La Moda Lidi Korukru True Emotion MaisonZank Marden Vislumbre INVESTEM EM LOJAS DE MARCA ONLINE
LOJAS ONLINE www.marygatto.blogspot.com www.xicavaidosa.com.br www.lamodalidi.com.br www.trueemotion.com.br www.mardenplussize.com.br www.modaparaplussize.com.br www.sogrande.com.br www.miss.com.br www.vislumbre.ind.br www.vkmodaplussize.com.br www.magazineplus.com.br www.plus-size-moda.com.br www.curvystore.com.br www.santabela.com www.weefashion.com.br www.femilah.com.br www.weshfshion.com.br www.passarela.com.br
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ESPORTE
ENTREVISTA: SUELEN PINTO, A JOGADORA DE VÔLEI PLUS SIZE
Por Genize Ribeiro
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êm certos dizeres por aí que para ser esportista precisa ser magro, que toda atleta é sarada e coisa e tal. Que nada! isso besteira meninas, conheça um pouco da carreira de Suelen Pinto. Ela é jogadora de Vôlei de uma das maiores equipes do País, sempre se destaca nas partidas que participa e é gorda! Não acredita? Então veja!
Suelen Pinto Idade: 26 anos Altura: 1,70 Peso: 89 kg e ainda considerada muito longe dos padrões para ser uma atleta. Selen Pinto Idade: 26 anos Altura: 1,70 Peso: 89 kg e ainda considerada muito longe dos padrões para ser uma atleta.
BODY PLUS: Sempre esteve acima do peso? SUELEN PINTO: Sim sempre fui uma pessoa acima do peso, pra atleta então ficava mais evidente! BP: E sempre foi bem resolvida, ou já teve dificuldade com aceitação do seu corpo? SP: Nunca tive dificuldade nenhuma com meu corpo, sempre tive a vontade de ser mais magra, mas nada que me impedisse de ser feliz assim! BP: Como se descobriu como jogadora de vôlei?
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Arquivo pessoal Suelen Pinto
SP: Foi na escola, eu sempre tive facilidade de fazer exercícios físicos, natação, vôlei, basquete, handebol, futebol! Dai o professor chamou os meus pais e conversaram, fui pra uma escolinha de vôlei e me apaixonei pelo esporte! BP: Em algum momento achou que o fato de não ser magra pudesse impedir sua carreira? SP: Não cheguei a pensar em impedir a minha carreira, mas que seria muito mais difícil isso sim!
“Não, eu sou uma pessoa muito bem resolvida comigo mesma, eu não me acho mais feia por isso, nem me acho mais bonita por isso! [...]E o que preciso mesmo é mostrar na quadra.” Suelen Pinto BP: Na profissão já sofreu preconceito por não estar dentro do padrão das demais jogadoras? SP: Não, eu sou uma pessoa muito bem resolvida comigo mesma, eu não me acho mais feia por isso, não me acho mais bonita por isso! Eu não me acho nada por ser acima do Peso, por isso sempre me dei super bem com brincadeiras e etc! E o que preciso mesmo é mostrar na quadra!
BP: E você como verdadeiramente se sente, acha que está realmente acima do peso ideal ou isso é só falatório do povo e o que importa é sua saúde e desenvoltura na quadra? SP: Eu acho sim que estou acima do peso, mas o que mais me importa é a saúde, e graças a Deus estou super bem, e me preocupo sempre com lesões, por isso tento emagrecer o quanto posso! BP: Para ser uma atleta como você tem que ter uma perfeita né. Então conta pra a gente como você cuida da saúde e condicionamento físico? SP: Nos temos uma rotina diária, de treinamentos e musculação 5 vezes na semana, com acompanhamentos com nutricionistas, fisioterapeutas e e E sempre tento controlar na dieta!
BP: E como lida com situações de discriminação? SP: Os jornalistas são as pessoas que mais falam mal, óbvio que não são todos, mas eu não me importo pra quem eu tenho que mostrar alguma coisa já viu o que sou capaz e o que jogo! Então lido com isso naturalmente! BP: É só colocar seu nome no Google e já aparecem adjetivações como “a líbero gordinha” “jogadora mesmo fora de forma se destaca”. Essas denominações te incomodam? SP: Imagina, de jeito nenhum, pelo contrário, me sinto bem porque muitas pessoas achariam que eu não conseguiria por não ter o biótipo de uma atleta, e quem me conhece sabe que não é verdade, ou quem não conhece é só pesquisar como você mesma disse! BP: O fato de pesar mais que as demais jogadoras te traz algum déficit ou vantagem no jogo? SP: Vantagem nenhuma, e não sei como seria mais magra também , por isso não posso dizer comcerteza, mas a única coisa que tento sempre é me preservar por lesões, porque você estando acima do peso o risco de lesões aumentam!
Foto: Genize Ribeiro
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BP: Hoje além de servir de espelho para mulheres gordas, você também é exemplo para crianças gordinhas nas aulas de educação física. O que você acha disso? SP: Fico feliz em ajudar e ser um exemplo!
“Se estiver a fim de fazer qualquer coisa, não importa o biótipo ideal para aquilo, vá em frente, às vezes você vá descobrir um talento que você mesma não sabia que tinha, e vai ser uma das melhores naquilo que escolheu pra praticar.” Suelen Pinto
BP: Manda um recadinho para todas as mulheres que estão acima do peso e acham que isso é motivo para não praticar nenhuma atividade física ou esportiva. SP: Se estar afim de fazer qualquer coisa , não importa o biótipo ideal para aquilo, vá em frente, as vezes você vá descobrir um talento que você mesma não sabia que tinha, e vai ser uma das melhores naquilo que escolheu pra praticar!
Foto: Divulgação
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COTIDIANO
A CADA CLIENTE UMA NOVA HISTÓRIA Compras que além de lucros renderam experiências a clientes, vendedores e lojistas Por Malu Campos
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ão inúmeros os benefíciosde trabalhar com comércio, entre eles, a realização de um sonho, bons lucros, estabelecer o ritmo de trabalho e experiências memoráveis. Quem se arrisca nesse mercado, além de bons resultados financeiros, coleciona as mais variadas histórias que já renderam risos e lágrimas. Ao longo do dia inúmeros clientes entram e saem das lojas em busca do modelo e preço ideal. E durante a recepção fica sempre na memória aquele atendimento seja ele agradável ou não. Tanto por parte de quem atendeu quanto para quem foi atendido. A Brilly nasceu nos anos 80, em uma tradicional família de São Paulo. Ficou nas mais renomadas boutiques por mais de 15 anos. Em 2005, alçou vôos mais altos criando a marca que dava nome à loja. A Brilly visa atender os desejos das suas clientes levando tendências, personalidade e liberdade fashion.
A Relações Públicas Ellen Tibério, 28,se recorda de uma vez que entrou na lojaBrilly Moda Feminina apenas para ‘dar uma olhada’, pois não estava interessada em comprar nada,mas o de tão agradável o atendimento, mudou de ideia. “Foi quando a vendedora veio até mim com um sorriso tímido e ficou conversando comigo. Descobrir que era o primeiro dia de trabalho dela, mas ela era tão humilde e gentil que resolvi comprar umas coisinhas e fiz questão de elogiá-la para chefe dela”, relembra. A indecisão do cliente, muitas vezes, abre ao vendedor a possibilidade de diálogo e então fica muito mais fácil conquista-lo quando se capta as necessidades e desejos de quem está buscando algo e não sabe exatamente o que quer.
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Foto: Aline dos Santo
“Acredito que deu certo, pois depois disso, ele sempre vem acompanhá-la na hora das compras e faz questão de ser atendido por mim.” Viviane Soares.
A vendedora Viviane Soares, 25, da Global Fashion, conta que uma vez que um rapaz entrou na loja todo preocupado em presentear sua namorada, mas não fazia a menor ideia do que comprar e pediu uma sugestão. “Ele disse que era aniversário dela e que naquele dia iria pedi-la em casamento, achei aquilo tão boni-
Foto: Malú campos
“Entre uma compra e outra tem sempre um cliente marcante”. Gabiela Alcântara.
Foto: Malú campos
to que sugeri os presentes como se fosse uma amiga especial. Acredito que deu certo, pois depois disso, ele sempre vem acompanhá-la na hora das compras e faz questão de ser atendido por mim”, diz ela, orgulhosa do trabalho. Infelizmente, em todo e qualquer lugar sempre existem coisas contrárias. E em alguns estabelecimentos ainda acontece de um cliente ser recepcionado de forma negativa. Foi o que a ocorreu com a cliente Rozilda Monteiro, 44, ao entrar na loja LamisFeminine. Ela conta que se sentiu humilhada e mesmo tendo superado, esse dia nunca será esquecido. “Eu entrei na loja e a vendedora já olhou com ar de superioridade. Pedi um casaco que estava na vitrine e a fulana olhou para mim com um sorrisinho irônico e disse: não temos essa peça para o seu tamanho, mas lá no fundo da loja tem umas araras com roupas em tamanhos especiais, devem servir melhor em você. Saí do estabelecimento chorando naquela tarde”.
Ela disse que eu não tinha capacidade para atendê-la”. Jane Dilza. Mas situações de constrangimento como essas, também acontece com vendedoras. Jane Dilza, 21, trabalha num loja de fastfashion e conta que gosta muito do que faz e por isso está sempre bem humorada, mas nem sempre sua simpatia
é recíproca por parte do cliente. Ela relembra um dia em foi atender uma senhora que, bruscamente, recusou seu atendimento.“Ela disse que eu não tinha capacidade para atendê-la e com a condição financeira que tinha, deveria, no mínimo, ser atendida pela gerente.” O fato éque segmentado ou não, empresários, vendedores e clientessempre terão múltiplas histórias para contar e que recheariam muitas páginas. E nesses relatos, cada um com a sua particularidade, são experiências únicas e que deixam marcas, sejam elas negativas ou positivas.“Nosso cotidiano é muito corrido, mas fica sempre na lembrança uma boa história. Entre uma compra e outra tem sempre um cliente marcante, que vamos levar como um aprendizado a mais, seja para a vida profissional e até mesmo pessoal”, conclui Gabriela Alcântara, gerente da LamisFeminine. A loja Lamis Feminine entrou no mercado em 2010, com a proposta de levar as últimas tendências que o mercado da moda propõe. Estilo casual e descontraído feito para a mulher urbana, independente e atual. A Lamis se renova a cada coleção e não abre mão de vestir bem à mulher exigente.
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BODY CAPA
GORDA SIM, SEXY TAMBÉM! Por Genize Ribeiro
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oxas grossas, bumbum avantajado, barriguinha chapada, corpo escutural.... Panicat? Que nada! Estou falando de Aline zattar, a modelo Plus Size do momento. A catarinense de 29 anos veste manequim 48 e atua como modelo há dois anos, além de ter sido eleita Miss Brasil Plus Size 2013. Linda, simpática e talentosa, Aline hoje é um dos corpos mais requisitados do cenário plus. Celulites? Tem sim, quem se importa? Elas são mais um detalhe para a exuberância das curvas desse mulherão. Ela que não cansa de quebrar tabu, primeiro virou modelo no alto de seus 95 quilos, depois conquistou o título de Miss Brasil e recentemente estrelou o 1º ensaio sensual Plus Size para o site Paparazzo. Em um bate papo com a Body Plus Aline falou sobre tudo com a gente! Body Plus: Além de modelo você tem outra profissão? Aline Zattar: Sou formada em Direito, mas atualmente apenas trabalho como modelo. BP: Quando você decidiu ser modelo? AZ: Por insistência das minhas amigas em procurar uma agência de modelos. Fui na louca! Amei e continuei buscando crescer o que podia na área! BP: Como é a rotina de uma modelo Plus size? AZ: Então a minha vida é bem corrida, muitas viagens, quando estou na minha cidade vou pra academia para firmar as gordurinhas (rsrs), porque é bom mantermos nosso padrão e sempre estar em dia com o corpo. Também vou para o salão para hidratar os cabelos, cuidar da cor, pois com muito secador, baby liss e spray dá uma detonada nos fios. BP: Quando falamos em modelo, logo vem à cabeça das pessoas, mulheres magras. Qual a reação das pessoas quando você diz que é modelo? Foto: Genize Ribeiro
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Foto: Reprodução /Paparazzo
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AZ: Então muitos ficam com uma cara de espanto, mas um espanto positivo geralmente! Do tipo: Nossa! Que legal! Realmente esse mercado precisava se profissionalizar, etc.
“Independente de estarmos acima do peso, cuidar da alimentação está diretamente ligada a cuidar da nossa saúde.” BP: A maioria das modelos comuns tem uma dieta extremamente rígida acompanhada de verdadeiras maratonas de exercícios físicos para manterem a forma. E você, como cuida das formas? AZ: Eu vou à academia também para me cuidar, cuido da minha alimentaçao também, mas nada super-rígido. Acima de tudo tem a nossa saúde. Então independente de estarmos acima do peso, cuidar da alimentação está diretamente ligado a cuidar da nossa saúde. BP: Como foi pra você ganhar o título de Miss Brasil Plus size, ou seja, a gorda mais bonita do Brasil?
AZ: Minha auto-estima aumentou muito e isso é fundamental. Quando a gente se gosta nossos olhos se abrem para um mundo que a gente nunca imaginou que ia ter a oportunidade de viver. Antes, eu sempre tinha muito preconceito comigo mesmo, precisava da aprovação dos outros. BP: Como foi a receptividade das pessoas em relação a seu ensaio, afinal, não é todo dia que tem uma modelo plus esbanjando sensualidade em site famoso como esse? AZ: As pessoas ficaram maravilhadas em sua maioria, encantadas com o fato de um site com renome como este ter feito um ensaio plus size. Felizes com as regras sendo ultrapassadas! BP: Mesmo com o crescimento do seguimento Plus size você acha que ainda existe preconceito? O que deve ser feito para que ele acabe? AZ: Sim existe e sempre vai existir. Difícil erradicar totalmente. Mas acredito que com o trabalho de tantas pessoas sendo mostrado com profissionalismo e dignidade há a cada dia a possibilidade de cada vez mais esse preconceito ser diminuído.
AZ: Pra mim foi uma experiência e realização pessoal incrível! BP: Você não para de quebrar padrões, não bastasse ser uma modelo gorda, conquistar o título de miss, agora estrelou o primeiro ensaio Plus size do paparazzo. Como foi posar para esse site? AZ: Foi maravilhoso! Uma experiência única! Uma oportunidade de entrar no mundo que era exclusivamente das “magras” e quebrar padrões! BP: Depois do concurso e do início de sua carreira como modelo é possível traçar uma linha de antes e depois na sua vida? Foto: Reprodução /Paparazzo
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“Antes, eu sempre tinha muito preconceito comigo mesmo, precisava da aprovação dos outros.” BP: Dentro do universo da moda existem algumas polêmicas em relação às mulheres mais voluptuosas, entre elas tem aquela história de o que gorda pode ou não pode usar. O que você acha disso? AZ: Eu acho que vai do que você que valorizar. Tem roupas que valorizam mais determinadas partes do corpo que outras. Mas vejo que a pessoa deve vestir-se com o que se sente bem. Com o que faz com que ela se sinta bonita. Independente de regras pré-estabelecidas de moda.
bemos que o maior evento de moda é o São Paulo Fashion Week. O que você acha dessa separação, uma semana de moda para magra e outra para a gorda? AZ: Acredito que foi criado para mostrar que estamos também querendo estar na moda, que precisamos de uma moda pra gente. Evento de enorme relevância para quebra de paradigmas. Mas aos poucos acredito que há a possibilidade da junção desses dois conceitos! Em Nova York em sua semana de moda já colocaram modelos plus abrindo o desfile. Então acredito que logo veremos plus estrelando nas passarelas do SPFW! BP: Você está entre as modelos mais requisitadas do momento. O que você diz sobre isso? AZ: Eu posso dizer que fico muito feliz! É um trabalho sendo reconhecido. Isso não tem preço, tem valor!
BP: Hoje já temos o Fashion Weekend Plus Size, mas sa-
Recadinho da Aline Que cada uma seja feliz do jeitinho que é. Que o amor próprio é a nossa melhor vestimenta! Então não dá pra perder o tempo de ser feliz!
Foto: Reprodução /Paparazzo
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ARTE E CULTURA
PRINCESAS: LINDAS, RADIANTES E GORDAS Artistas resolveram questionar os padrões de princesas e heroínas e em um ato talentoso as deixaram belas e rechonchudas Por Genize Ribeiro
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esde muito cedo as meninas são levadas a acreditar que mulher bonita, importante e bem sucedida, tanto financeiramente quanto afetivamente, é magra. Esta situação é possível observar a partir das princesas e heroínas retratadas pela indústria cinematográfica infantil, as quais produzem personagens que são referencias para meninas por grande parte de sua infância e adolescência. A partir deste pensamento alguns artistas decidiram ir na contramão do senso comum e reproduzir heroínas, princesas e figuras que são ícones no universo feminino em tamanhos grandes, propondo assim uma diversidade corporal no mundo dos contos de fadas. O designer e ilustrador Edull Santos encontrou nas plus sizes uma fonte de inspiração. Ele percebeu seu interesse por mulheres mais curvilíneas por volta dos 15 anos de idade, mas só na faculdade começou desenvolver seus desenhos para este público. Realizado, o designer orgulha-se das
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Foto: Edull Santos
mensagens que recebe de mulheres que contam que a partir de seus desenhos conseguiram ven-
“Para mudar qualquer coisa é uma questão de oportunidade. Essa oportunidade é como uma centelha que acende o fogo. É isso que eu quero fazer, ser essa centelha, essa faísca, que vai atiçar e reavivar a autoestima dessas mulheres.” Edull Santos cer suas inseguranças e hoje se vêem de forma mais positiva. Segundo Edull, sua arte contribui positivamente para a auto-estima desta parcela da sociedade, que por muitas vezes são oprimidas. “Para mudar qualquer coisa é uma questão de oportunidade. Essa oportunidade é como uma centelha que acende o fogo. É isso que eu quero fazer, ser essa centelha, essa faísca, que vai atiçar e reavivar a auto-estima dessas mulheres.” Além das princesas, ele também retrata heroínas
bandeira, porém isso aconteceu depois, quando percebi o tamanho da identificação das pessoas com aquela imagem.” Há quem diga que o cinema infantil em nada interfere no aprendizado da criança. Thayne Paris é blogueira Plus size e tão fascinada por contos de fadas que se considera nerd no assunto. “A minha nerdice vem de infância. Mamãe lia contos de fadas e eu sonhava com castelos, torres
Foto: Karina Beraldo para Body Plus
de histórias em quadrinhos e arrisca algumas figuras, que são emblemáticas, assim como a cleópatra. Independente do personagem o importante é que tenha formas arredondadas.
“A ideia, na minha primeira sereia, era mostrar uma figura bela e delicada independente de sua proporção! “ Karina Beraldo Karina Beraldo, também designer, dedica seu talento a desenhar sereias, nada convencionais, que têm como fonte de inspiração um personagem especial: ela mesma. “na verdade é como um auto-retrato também, eu sou gorda, vivo numa industria cruel para gordos, faço dança mesmo sendo gorda, coisa que muita gente acha impossível ou errado, assim como uma sereia, bela delicada e gorda”, observa. Karina revela ainda que mesmo seus desenhos contenham uma mensagem reflexiva a passar para seu público, ela se surpreendeu com a repercussão. “A ideia, na minha primeira sereia, era mostrar uma figura bela e delicada independente de sua proporção! Não estava levantando uma
Karina Beraldo
gigantescas onde eu jogava os cabelos e tinha medo do lobo mal.” Para ela o fato de as princesas serem toda magra nunca a fez ter aquilo como um referencial de beleza. “Eu nunca me diferenciei de nenhuma delas, acho que é porque as que eu mais gostava eram super independentes como eu sempre quis ser, figurativamente falando, na minha cabeça somos diferentes como eu sou diferente de todas as minhas irmãs.” Já Jéssica Ipólito, sempre foi apaixonada por se-
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para essa criança se identificar, espelhar, recriar, imaginar diferente,” opina ela. Estudos mostram que a confiança de uma criança se relaciona muito com o quanto eles têm representação na mídia. Na pesquisa Girando entre Princesas: performances e contornos de gênero em uma etnografia com crianças, a antropóloga social Michele Escoura mostra que crianças que consomem contos de fadas, com 5 anos já relacionam feminilidade com consumo, casamento e padrão de beleza. A
Karina Beraldo
reias e conta que adorava filmes e desenhos com esses personagens, por achar aquilo tudo muito mágico, porém diz que nunca pensou em ser sereia em suas brincadeiras, já que era tão diferente do via. “Elas eram tão lindas, cabelos enormes, cores vibrantes, pequenas. Corpo franzino. E eu lá: grande e gorda, mas tava tudo bem, não tinha o que fazer afinal. Brincava de qualquer outra coisa, menos de ser a sereia”. Na percepção de Jéssica os desenhos mexem sim com a auto-estima da garota, inclusive com a personalidade. “Há quem diga que os desenhos infantis em nada influenciam. E eu só lamento e confirmo o contrário: pluralidade dos corpos nos desenhos e animações infantis faz toda diferença uma vez que você apresenta um mundo de possibilidades igualmente belas
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“Se o mais valorizado é ser uma princesa, logo o mais valorizado é ser magra, ser branca e de cabelos lisos[...]Esse é o ideal de feminilidade socialmente valorizado, buscado e reivindicado por boa parte da mídia. O que as Princesas fazem é traduzi-lo para esta faixa etária, introduzindo essas representações e regras ainda na infância.” Michelle Escoura.
análise diz ainda que para essas meninas viver uma dessas histórias é um sonho. De acordo com Michele, o problema realmente está nesse padrão, já que vivemos em uma sociedade tão dinâmica e diversificada. “Se o mais valorizado é ser uma princesa, logo o mais valorizado é ser magra, ser branca e de cabelos lisos [...] Esse é o ideal de feminilidade socialmente valorizado, buscado e reivindicado por boa parte da mídia. O que as Princesas fazem é traduzi-lo para esta faixa etária, introduzindo essas representações e regras ainda na infância,” disserta. Essa luta por diversidade corporal entre as obras infantis abriu discussão por toda parte em todo o mundo, expecta que se a Disney
fizesse uma princesa plus size que fosse tão brilhante, surpreendente e memorável quanto as outras, faria muito bem para as meninas gordas que são bombardeadas com imagens que as fazem sentir-se feia perto do padrão magro atual. A mesma reflexão levou a estudante norte-americana Jewel Moore a criar o “Everybody is Beautiful“ (todo mundo é bonito), uma petição online para que a Disney criasse princesas plus size. No abaixo assinado ela se impõe aos padrões vigentes e reclama a falta de representatividade das personagens infantis em grande parte das meninas. “Eu sou uma jovem plus size e eu sei que muitas meninas e mulheres lutam com a autoconfiança e precisam de um personagem assim na mídia para nos representar”. A petição já tem cerca
de 35 mil assinaturas, ela ainda precisa de 15 mil. Essa arte que de início parece um tanto inovadora é mais antiga do muitos imaginam. Na década de 50, o artista figurativista Fernando Bottero já expunha em Bogotá, na Colômbia, suas obras rechonchudas que são tão famosas ainda hoje. Por conta de seus desenhos e esculturas que já naquela época questionavam os padrões femininos, Bottero é considerado um crítico social. No caso de Edull, ele procura não ser visto como crítico social prefere se denominar por um apresentador de novos olhares. “Não quero dizer ao preconceituoso que ele está errado, e sim, dizer que o preconceito que ele sente é fácil de eliminar. É apenas uma questão de aprendizado e escolha.”
Foto: Edull Santos
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Raking das princesas mais queridas entre as meninas 1- Cinderela Escravizada pela madrasta e pelas ‘’irmãs’’, Cinderela faz resignada todo o serviço da casa. Sonhadora, fala sozinha pelos cantos e conversa com os ratos, seus amigos. 2- Branca de neve É primeira princesa Disney, criada em 1937, baseada num conto dos irmãos Grimm. Fala com passarinhos e sonha com o príncipe encantado desde a primeira cena em que aparece. 3- Aurora- Bela Adormecida Uma das três primeiras, ela já nasceu com o casamento arranjado e sua única ação relevante, espetar o dedo na roca de fiar, também já estava decidida, por uma maldição. 4- Bela- A Bela e a Fera uma leitora ávida (de histórias românticas) que não se conforma com a vida provinciana de seu vilarejo. Ela recusa os avanços de Gastão, o ‘’partidão’’ da aldeia, por considerá-lo grosseiro e insensível e para salvar o pai, prisioneiro da Fera, ela sacrifica sua própria liberdade. Ela doma o monstro e mostra que o amor vai além do que os olhos veem. 5- Ariel- A pequena Sereia Inspirada em Hans Christian Andersen, a destemida Ariel desafia as ordens do pai para se aventurar muito próximo da superfície do mar e dos humanos. Um dia, ela salva o príncipe Eric de um naufrágio e se apaixona. 6- Rapunzel Diferente das demais, Rapunzel não é uma coitadinha, como a personagem dos irmãos Grimm que a inspirou. Ela sabe defender sua torre de invasões e para isso pode usar as madeixas mágicas como arma. 7-Pocahontas Vagamente baseada em um personagem real, Pocahontas é a mais libertária das princesas Disney. Filha de um chefe nativo americano, ela se apaixona pelo colono inglês John Smith.
Fonte: www.disney.pt/princesas
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INTERNACIONAL
A MODA PLUS SIZE ROMPENDO FRONTEIRAS O seguimento que começou timidamente nos EUA, expandiu-se e hoje conquista espaço no cenário fashion mundial Por Aline ds Santos
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aris, Londres, Milão. Quando se fala nessas capitais o que vem em mente é moda, desfiles, passarelas e modelos altas, magras e esbeltas. Mas a ascensão da moda Plus Size está mudando cada vez mais esse cenário. Com o crescimento da demanda em todo o mundo, as marcas estão investindo e fazendo desse público um negócio lucrativo.
“Com o crescimento da demanda em todo o mundo, as marcas estão investindo e fazendo desse público um negócio lucrativo.” Arquivo pessoal/Litha Bacci
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Os Estados Unidos, de onde veio também a expressão designada para definir manequins acima do 44, hoje tem o maior mercado Plus size do mundo, com maior população de mulheres gordas: 60%. Já no Brasil, com 48% da população acima do peso, o mercado está em expansão. Segundo o presidente da Abravest (Associação Brasileira de Vestuário), Roberto Chaddad, este nicho traz um lucro médio de 1 bilhão de dólares e crescimento de 3% a 5% ao ano, com a produção anual de 1,5 milhão de peças. O mercado brasileiro faz negócios com outros países da América do Sul como Uruguai, Paraguai, Bolívia,
Peru e com o maior comprador de lingerie GG: Estados Unidos. Para a marca catarinense 2 Rios, as exportações para os States representam de 10% a 15% das vendas, ou seja, um lucro de 100 mil dólares. Com o maior mercado plus size, algumas empresas se adaptaram exclusivamente para esse público. É o caso da academia Downsize Fitness, localizada em Chicago e Dallas, onde só aceita alunos com pelo menos 22 quilos acima do recomendável. Além disso, os aparelhos para exercícios físicos foram feitos sob medida, adaptados para o sobrepeso dos clientes. Mesmo que alguns serviços oferecidos lá contem com algumas adaptações feitas especialmente para pessoas gordas, a blogueira Ju Romano, do Entre Topetes e Vinis, não sentiu suas necessidades de compras serem atendidas ao observar que as peças expostas na loja “estava com cara de outlet- com apenas as “sobras” de tamanho e do que ninguém mais quis. [...] além da organização caótica de araras, os modelos que tinham tamanhos grandes eram raros e absurdamente caros”.
“O comparativo que ela faz sobre o mercado brasileiro e o norte- americano é que aqui ela vê esforço, empenho em fazer das marcas brasileiras em satisfazer o desejo das mulheres acima do peso em usarem roupas pensadas pra elas.” O comparativo que ela faz sobre o mercado brasileiro e o norte- americano é que aqui ela vê esforço, empenho em fazer das marcas brasileiras em satisfazer o desejo das mulheres acima do peso em usarem roupas pensadas pra elas. “Em apenas um lugar, você tem uma infinidade de lojas que oferecem as últimas tendências, com uma grade de numeração inteira e cada vez maior”, defende a blo-
Jú Romano Foto Aline dos Santos
gueira. Ju também destaca que a competividade entre as lojas faz os preços serem mais acessíveis para as brasileiras e é enfática: “Sim, o Brasil é muito melhor que NY em moda plus size. Acredite!” Seguindo o ranking de maiores mercados Plus
“Seguindo o ranking de maiores mercados Plus Size, em segundo lugar está a Austrália com 56 % da população feminina acima do peso e a média aumenta a cada ano, fazendo com que essa moda tenha uma demanda crescente.” Size, em segundo lugar está a Austrália com 56 % da população feminina acima do peso e a média aumenta a cada ano, fazendo com que essa moda tenha uma demanda crescente. Em terceiro lugar figura o Reino Unido, onde
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vem ser descartados. “A gente vai continuar desejando as roupas da Asos Curve? Sim, nós vamos, porque sabemos que é uma referência e é lá que queremos chegar. Agora, provei na pele que a moda plus size em São Paulo e no Brasil é muito mais acessível e cheia de qualidade que em NY. A moda daqui feita por nós é motivo de orgulho”, conclui Ju Romano.
Foto : Genize Ribeiro
há mais de sessenta marcas para mulheres que vestem acima do 44. A modelo plus size, Litha Bacchi, 25, mora há dois anos em Londres, onde percebeu a variedade de poupas maiores lá e a carência aqui e revende marcas britânicas online. Fazendo um comparativo do mercado brasileiro e do britânico, Litha afirma que no Brasil tinha que garimpar muito uma peça, que era muito difícil. Já em terras londrinas, ela conta que mais marcas alternativas e linhas plus sizes são comuns. “Até a numeração normal vai até um tamanho bem maior do que a nossa numeração convencional”, compara a modelo. Além da variedade de marcas, Litha destaca também o preço das peças. “Roupas geral são bem mais baratas no Reino Unido. O Brasil tem taxas altíssimas, o que acaba por elevar os preços”. Ainda em território europeu, a designer Babu Carreira, ao viajar para Londres conta que “fez a festa por lá, com várias peças a preço de bananas esterlinas.” E que nas outras cidades que visitou, como Paris, Amsterdam, Milão, encontrou roupas para o seu tamanho com preços acessíveis. Para um mercado em expansão, o Brasil ainda tem muito o que melhorar comparando com mercados já consolidados mas os avanços conquistados para esse púbico não de-
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Principais eventos de moda plus size Nacionais Fashion Weekend Plus Size: maior evento de moda plus size no Brasil, acontece desde 2010 e já está na 10ª edição. Com dois desfiles anuais, traz as tendências de diversas grifes nacionais especializadas. Minas Trend: ocorre duas vezes ao ano na capital mineira, Belo Horizonte. Em sua 15ª edição este ano, tem aberto espaço para grifes especializadas no segmento Plus Size. Desfile Plus Size: primeiro evento de Moda Plus Size no país, tendo sido criado em 2009. O evento foi idealizado pelo projeto Mulheres Reais e acontece duas vezes ao ano em São Paulo. Internacionais New York Fashion Weekend: Conhecido pela moda tradicional surpreendeu o ano passado por trazer às passarelas, pela primeira vez,uma grife de Moda Plus Size: a Caibria, da estilista (também Plus Size) nova-iorquina Eden Mïller. British Plus Size Fashion Weekend: idealizado e criado no ano passado pela Blogueira Plus Size Remi Rey, com apoio da revista online Evolve, a primeira no Reino Unido destinada ao público Plus Size. As edições do evento foram programadas para acontecer no meio de outro importante evento da moda internacional, o London Fashion Week; Remi espera, assim, que tanto seu evento como a Moda Plus Size ganhem mais visibilidade.
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POLÍTICA
C I R U R G I A B A R I ÁT R I C A , A LUTA PARA ALCANÇÁ-LA
Pessoas obesas buscam incansavelmente a realização do procedimento cirúrgico que pode ser a única esperança para uma saúde restaurada e uma nova vida Por Janaína Guimarães
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cirurgia bariátrica ainda é tabu para muitas pessoas, mas esse tipo de procedimento foi feito para salvar vidas. Mesmo assim gera muitas polêmicas em torno da lei que garante esse direito a pessoas com obesidade mórbida. Desde 2013 novas regras foram implantadas no Brasil em relação a essa cirurgia, a idade mínima para fazer a bariátrica mudou de 18 para 16 anos e a idade máxima, que antes era de 65 anos, agora é livre. Outra mudança é que agora 20% dos valores, repassados pelo governo para a saúde, é destinado para cobrir honorários médicos e serviços hospitalares em cada procedimento.
Foto: Reprodução/ Sociedade Brasileira de Endocrinologoa
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Foto: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
Essa medida também garantiu que os pacientes se consultassem na rede pública de saúde para a realização de exames de pré e pós- operatório, e foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitáira (ANVISA), uma nova técnica cirúrgica que se chama gastrectomia vertical em manga, que remove entre 70% a 85% do estômago. Esse novo método se junta a outros três: gastrectomia com ou sem desvio duodenal, a gastroplastia vertical com banda e a gastroplastia com derivação intestinal, todas já disponibilizadas pelo Sistema único de saúde, o SUS. Consuelo Nunes Pires conseguiu fazer a cirurgia pelo SUS há seis meses, mas conta que o processo não foi tão fácil. “Abordei um cirurgião e ele me deu uma requisição pra marcar a primeira consulta com endocrinologista do hospital. Essa tive que ir ao posto da minha cidade, dezembro falei com ele, só pra março consegui marcar.”
“Tive que ir ao posto da minha cidade, dezembro falei com ele, só pra março consegui marcar” Mesmo depois de conseguir marcar a consulta ela ficou na fila de espera antes de ser chamada. “Quando acabei os exames e fui liberada pra operar levei 2 meses pra ser chamada”. Consuelo diz ainda que o lado positivo foi que o SUS ofereceu medicamentos e acompanhamento psicológico. “Eles me deram as injeções pra evitar a trombose, eles deram as 18 e tenho acompanhamento periódico com a equipe, cirurgião, nutricionista, psicólogo, endocrinologista. Eu gosto muito dessa equipe”. Neste caso, Consuelo foi privilegiada, mas infelizmente a maioria das pessoas ficam aguardando por muito tempo e muitas morrem antes de ser chamadas. Caso este de Marilaine Silva que aguarda ansiosa por uma ligação. “Eu tô na fila da cirurgia bariátrica há 4 anos e ainda nada. Só vivo na angústia. É triste viver nessa incerteza aguardando a ligação do Hospital”. Marilaine é mais uma na lista de milhares de homens e mulheres que aguardam, muitas vezes, desesperadamente por essa cirurgia, porém na prática esse direito não é exercido corretamente. Segundo a secretaria de saúde do Pará a estimativa de espera é de cinco anos no estado.
Apesar de as mulheres serem a maioria a procurar o procedimento, os homens estão cada vez mais procurando e se interessando pela técnica. É o caso de Sérgio Ribeiro Silva, 47 anos, homem casado com duas filhas, que em certa altura da vida se viu com certas limitações, já que é obeso desde seus 16 anos. Mas como ele mesmo diz, ano passado foi o ano da mudança, Sérgio decidiu fazer a cirurgia.
Eu tô na fila da cirurgia bariátrica há 4 anos e ainda nada. Só vivo na angústia. É triste viver nessa incerteza aguardando a ligação do Hospital”. Depois de dois meses de preparação ele passou pelo procedimento e hoje se sente mais feliz com sua nova forma física. “Passei minha vida toda sendo gordinho, depois que meus hormônios começaram a acelerar e ficou incontrolável manter um peso razoável. Muitos anos se passaram e em 2013 resolvi passar pelo processo da bariátrica; não foi fácil, tive dois meses para me preparar até o grande dia. Com a cirurgia consegui perder quase 100 quilos, mas ainda tenho um peso considerável, porém a alimentação controlada e atividade física estão me ajudando a manter uma pressão controlada e longe da diabetes”, ressalta Sérgio. Privilegiado, ele pagou pelo procedimento na rede privada, já que no atendimento público encontrou várias dificuldades. Em março deste ano, a Universidade de Campinas (Unicamp) realizou um cadastro pré-operatório de cirurgia bariátrica para centenas de pessoas. No total três mil pessoas foram a Campinas em busca da oportunidade de fazer a operação, mas após passarem por pesagem e assistirem palestra sobre obesidade somente 1987 pessoas conseguiram se inscrever. Para que a cirurgia bariátrica dê resultados os pacientes devem colaborar praticando algumas ações, como tentar emagrecer no pré- operatório, manter uma alimentação equilibrada antes e depois da cirurgia e fazer atividades regularmente durante toda a vida. É muito importante que o paciente emagrece no mínimo 5% de gordura vinte dias antes da cirurgia, porque esse emagrecimento vai melhorar as condições cardiorrespira-
Sérgio Ribeiro, operado a menos de 1 ano. Foto: Janaína Guimarães
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tórias para que o procedimento seja mais seguro. Além disso, o tipo de alimentos que são ingeridos por esses pacientes são fundamentais, uma dieta equilibrada vai permitir que o metabolismo funcione mais rápido podendo assim liberar a gordura mais rápido. Outro meio que vai ajudar a vida das pessoas que passam pela cirurgia bariátrica é a prática regularmente de atividade física. Uma boa dica é a corrida que vem ganhando espaço na vida das pessoas e melhorando a saúde do corpo e da mente. Por isso, mesmo com tantas dificuldades, obesos devem continuar lutando por um direito que é seu, o direito pela vida. A sociedade está torcendo para que essas pessoas sejam tratadas com mais igualdade e tenham apoio não só do governo mas também do próximo.
Dr. Antônio - Comorbidades para o colesterol, triglicérides alta, diabetes e hipertensão e obviamente a obesidade com uma dieta adequada, mas quando o paciente emagrece todas essas comorbidades são controladas. Até por isso é indicado a cirurgia bariátrica, pois o paciente reduz o peso e controla essas doenças, podem ficar livre do uso de medicamentos contínuo.
Dr. Antônio Chacra, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia fala sobre o procedimento em entrevista à Body plus
BP - Quais as chances de o operado voltar ao peso inicial? Em quanto tempo? Dr. Antônio - Em três, quatro ou cinco anos ele pode voltar a ganhar peso, mas com o acompanhamento do endocrinologista, é possível o paciente manter. Caso o paciente começa a comer mais coisas calóricas e pastosas, o ganho de peso é inevitável. Mas o tempo é variável.
Com o aumento da procura por este procedimento entrevistamos o Dr. Antônio Roberto Chacra, membro da Sociedade brasileira de endocrinologia e metabologia – SBEM, para saber mais detalhes sobre a cirurgia. Confira a entrevista na íntegra: BP – Qual o perfil do paciente que necessita desse procedimento? Dr Antônio - Principalmente pacientes com índice de massa corporal acima de 35. Esse resultado é obtido dividindo o peso pelo quadrado da altura e que o paciente também tenha um perfil psicológico que queria fazer a cirurgia.
BP - Caso o paciente se recuse a passar pela cirurgia, existe outra opção? Dr. Antônio - Se o paciente recusar nem pensar em operar. Existe o tratamento clínico, que tem as dificuldades, às vezes é difícil o paciente perder peso, mas é uma opção.
BP - Quem faz a cirurgia fica mais vulnerável a doenças? Quais? Dr. Antônio - Fica sim, principalmente do aparelho digestivo, normalmente são complicações, vômitos, fezes mais, porque mexe nas alças intestinas, se perder muito peso ele fica vulnerável a ter infecção.
BP - Quais as precauções o paciente deve tomar no pré e pós-bariátrica? Dr Antônio - Obviamente a avaliação clínica no pré cirurgia, a realização do eletrocardiograma, exame da função pulmonar e exames laboratórios. No pós operatório tem que ser bem acompanhado, inclusive para saber se não houve infecção hospitalar. BP - Quais tratamentos para comorbidades são indicados ou realizados antes da decisão pela bariátrica? Foto: Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
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SAÚDE
O PERIGO DAS DIETAS RADICAIS A incansável busca pela magreza bela e inconsequente Por Genize Ribeiro sequência que essa prática pode trazer. ‘’Uma dieta mal orientada pode levar a várias doenças, tais como: pressão, triglicérides e colesterol elevados, problemas renais, transtornos alimentares entre outros. A dieta deverá ser acompanhada pelo nutricionista ou médico especializado em nutrição pra que possa ser feita de forma personalizada até a obtenção do resultado e manutenção’’, adverte a especialista.
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Foto: Gatte Imagens
eja na TV, nas revistas ou desfiles de moda, a veneração pelo dito “corpo perfeito” sempre está presente. O que acontece é que diferente da maioria das brasileiras o “corpo ideal” é magro, o que leva as pessoas a buscarem cada vez mais tal forma perfeita. Essa supervalorização cultural da estética e consequente rejeição social sofrida pela pessoa obesa levam-na procurar uma maneira rápida de emagrecer, então recorrem às dietas radicais. Tudo que é mais fácil parece milagroso, mas será que essa fórmula mágica não merece um pouco de desconfiança? Os médicos alertam que perder peso não é tão simples assim, eles acreditam que esse método de emagrecimento é um perigo, já que as milagrosas além de ineficientes, na maioria das vezes causam efeitos negativos à saúde. A nutricionista Erika Romano alerta quanto ao perigo de fazer esse tipo de regime e aponta as principais con-
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‘’Uma dieta mal orientada pode levar a várias doenças, tais como: pressão, triglicérides e colesterol elevados, problemas renais, transtornos alimentares entre outros. A dieta deverá ser acompanhada pelo nutricionista ou médico especializado em nutrição pra que possa ser feita de forma personalizada até a obtenção do resultado e manutenção’’ Dra Érika Romano São inúmeras as dietas milagrosas seguidas por famosas e sugeridas pelas revistas e que são aderidas por centenas mulheres mundo afora. Zuleika Rodrigues é assistente administrativa e vive se queixando estar com uns quilos a mais do que ela deseja, na tentativa de perder peso rápido caiu numa cilada dessas. “Uma vez inventei de fazer uma dieta baseada em chuchu, só comia isso no almoço e jantar, entre as refeições comia uma fruta ou metade dela. O que eu consegui foi ir parar no hospital quase desacordada de tão baixa que estava minha pressão”, contou Zuleika. A última da moda é a dieta Dukan, atualmente é uma das mais famosas do mundo. Queridinha de celebridades como a Princesa Kate Middleton e Jennifer Lopez, o regime é uma derivação da dieta das pro-
teínas. O processo de emagrecimento é dividido em quatro fases e promete a eliminação e manutenção do peso perdido, com a vantagem de permitir comer à vontade, na hora que quiser. Embora famosa no mundo todo, há controvérsias, alguns especialistas reprovam o fenômeno mundial.
Erika Checon B. Romano é nutricionista, mestre em saúde pública pela USP e especialista em fisiologia do exercício pela UNIFESP. Atua como diretora da clínica Nutrado - Nutrição com Responsabilidade e como professora dos cursos de pós-graduação da Universidade Gama Filho e FEFISA. Foto: Genize Ribeiro
Erika Romano mostra o lado negativo de emagrecer baseando-se numa dieta restritiva como essa. “Muitos são os riscos, tais como aumento do colesterol, hipertensão e problemas renais. Além do mau humor, típico em pessoas que faz dieta muito restritiva. Os carboidratos são a base de uma alimentação saudável e jamais devem ser retirados da dieta; devem estar em adequada proporção com os demais nutrientes”, diz. De fato não existe milagre para perder peso, mesmo assim as pessoas ficam à espera desse milagre. Para perder peso de forma saudável é necessário passar por uma reeducação alimentar, equilibrada
“Uma vez inventei de fazer uma dieta baseada em chuchu, só comia isso no almoço e jantar, entre as refeições comia uma fruta ou metade dela. O que eu consegui foi ir parar no hospital quase desacordada de tão baixa que estava minha pressão”. Zuleika Rodrigues e orientada por um especialista, além de praticar exercícios físicos. Portanto, o importante é lembrar sempre que esses procedimentos ajudarão a perder peso e não sair por aí fazendo essas “dietas malucas” que só trará malefícios ao invés de benefícios. E lembrar sempre, os corpos são diferentes, e essa distinção deve ser respeitada, emagrecer deve ser uma escolha pensada para o benefício da saúde, mas se mesmo assim você quiser perder aqueles dois quilinhos, procure um médico e faça de forma consciente.
Foto: Genize Ribeiro
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Coluna Moda por Genize Ribeiro
GORDAS DE LINGERIE SEXY, CLARO QUE PODE!
Foto: Genize Ribeiro
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ssa revista é mesmo de quebrar tabus, então eu que não sou muito diferente venho aqui trazer mais um elemento que desafia a lei do “pode e não pode” para dizer que gorda pode sim ser linda e sexy usando lingerie. E sabe por que pode? Porque deu vontade, porque você pode usar o que quiser, porque você pode se sentir linda não importa o tamanho do seu bumbum ou a quantidade de celulite que ele tenha. Nesse mundo da modaé um tal de esconde aqui, tapa alí, isso não pode, aquilo não fica bem, alonga a silhueta, afina o abdômen... Ufa! É uma verdadeira patrulha pra esconder o corpo da mulher gorda. O que nenhum desses ditadores de regras se pergunta é: será que elas realmente querem ser tampadas, alongadas, afinadas? A partir dessas regrinhas chatas que mulheres de corpos diferentes começam se inibir e realmente tentar se escon-
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der atrás de roupas feias que foram planejadas para “gordinhas”. Ainda bem que o Plus Size, além de uma indústria da moda, também faz, muitas vezes, um papel social que através da democratização da moda e da representação da mulher real na mídia consegue elevar a autoestima dessas mulheres, mostrando que ela não precisa mudar o corpo para serem lindas. Calçolões, Sutiãs sem bojos, tecidos de algodão e cor bege já não fazem parte do guarda roupa delas.As gordas estão cada vez mais exigentes e o mercado tem que correr atrás do prejuízo para alcançar o ritmo delas. Fios dentais, rendas, laçarotes, transparência, espartilhos, ligas e tudo que uma lingerie precisa para ser suficientemente sexy são tudo que elas querem.Depois que provaram o quanto é bom se vestir bem ninguém segura essas mulheres!
MODA .
Inspiração no Instagram
LOOK DO MÊS Fomos buscar a inspiração para este mês lá nos anos da brilhantina, onde a as pin ups faziam muito sucesso. Hoje com a moda retrô em alta os modelitos delas continuam arrasandono guarda roupa das fashionistas. Encontramos a inspiração perfeita no instagram do Blog Grandes Mulheres, onde Paula Bastos Combinou uma sia de tule com uma T-shirt com estampa divertida. O look ficou MA-RA-VI-LHO-SO. Olha só!
“T- Shirt, camiseta com corte simples que está sendo muito usada, nessa temporada aparece com estampas divertidas e personagens de desenhos animados. Foi um Hit do Fashion Weekend Plus size e promete abalar nesse verão!”
Foto1: Reprodução/ Instagram
“Saia de tule, uma peça polêmica no universo plus. Existe um certo zum-zum-zum por aí de que mulheres acima do peso não podem usar essa peça, já que ela é volumosa e tende a deixar a silhueta visualmente maior. Tudo besteira! Prova disso é que a Paula está aí para provar por A+B que pode sim e fica lindo!”
Foto2: Reprodução/ Instagram
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VARIEDADES
#TOP5: Elogios que ninguém merece! É incrível como estamos o tempo todo cercadas de gente sem noção né? E quem é gorda tem que ter um pouco mais de paciência para lidar com essas pessoas, porque o tanto de comentário bizarros que tem de ouvir é demais, e quando eles resolvem elogiar em então... Meu Deus! Listamos 5 dos piores elogios que as pessoas teimam em fazer:
1-“Isso não é gordura é excesso de gostosura”
Pelo amor de deus né gente?! Isso é gordura sim, se é excesso ou não, não interessa. O que realmente importa é que nossa gordura não tem a ver com habilidades sexuais, sendo ela pouca, muita ou excessiva (aliás, o que é ser excessivo??)
2-“Você é tão linda, ficaria ótima se emagrecesse alguns quilos”.
Do que vale um elogio se vem seguido de um insulto? Dispenso. É bom ser delicada pra não responder a pessoa assim: “Você é tão linda, mas se cortasse um pedaço da língua ficaria ótima”.
3-“Ah Você nem é tão gorda”
Puxa vida, que mania que as pessoas têm de achar que dizer que não somos o que sabemos que somos vai nos deixar feliz. Não queremos ser magras, apenas queremos ser respeitadas.
4-“O bom é que pelo menos tem onde pegar”
Esse é um dos piores. Falo isso porquereproduz claramente a cultura machista que vivemos em nosso país. É realmente muita audácia dos homens acharem que nós vivemos em função deles e que até nossas formas mais avantajadas são para satisfazê-los. Até parece viu! Tsc, tsc!
5-“Você tem um rosto lindo”
Este é o clássico! Incrível como as pessoas ainda acham que dizendo você é bonita do pescoço para cima é um elogio, quando na verdade estão dizendo que o resto do seu corpo é feio porque é gorda. O mais inacreditável é que elas ainda esperam agradecimento depois de fazer um “elogio” desses.
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Coluna Cultíssima por Janaina Guimarães Papeando sobre Livros
O BEST SELLER QUE VIROU RECORD DE BILHETERIA No livro “A culpa é das estrelas”, que tem como personagem principal Hazel Grace uma garota que diagnosticada com câncer de tireoide aos 13 anos, hoje com 16 anos, vive graças ao milagre de uma droga experimental que ajudou a diminuir e a controlar crescimento de seu tumor. Incentivada por sua mãe a fazer amigos Hazel passa a frequentar um grupo de apoio para jovens que estão com câncer ou que estão em processo de quase cura.
Decepcionados consolam um ao outro deixando florescer o amor e o desejo que estavam sentindo um pelo outro. Mas como a realidade de quem está com câncer é algo cruel, Gus conta a Hazel que seu câncer voltou e que agora ele se encontra em fase terminal. Hazel dolorosamente triste com a notícia fica mais perto ainda de Gus, cuidando e amando-o até o último dia de sua vida. Ao findar a jornada de Gus, ela descobre que ele tentou até o fim que Peter Van Houten desse a resposta do que acontecia no final de “Uma aflição imperial”. Ainda no leito Gus escreve uma carta com elogio fúnebre a ela, que diz:
Foto1: Divulgação
Então ela conhece aquele que vai mudar os seus dias, e que atende pelo nome de Augustus Waters ou Gus para os que já o conhecem. Um garoto bonito que se encanta por Hazel e a partir daquele dia, a faz se sentir bem e especial. E juntos eles embarcam em uma aventura em Amsterdã, para encontrar e descobrir o final da história do livro “Uma aflição imperial”, livro preferido de Hazel. Ao chegarem a Amsterdã se decepcionam ao descobrirem que Peter Van Houten, o escritor, não passa de um bêbado, um homem frio e que não tem respostas nenhuma para as perguntas deles.
Foto2: Janaína Guimarães
“Não dá para escolher se você vai ou não se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível escolher quem vai feri-lo. Eu aceito as minhas escolhas. Espero que a Hazel aceite as dela. Augustus Waters.” Um livro lindo, comovente, real, doloroso, sem igual. Assistam ao filme, mas sem dúvidas leiam primeiro o livro.
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