LIVRO COMPLETO - PLANTAS MEDICINAIS E SUAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS

Page 1


Org.: Geovan Figueirêdo de Sá-Filho

PLANTAS MEDICINAIS E SUAS PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS

Mossoró/RN 2020

2


Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Elaborada por Rosa Milena dos Santos – CRB15/847

S128p Sá-Filho, Geovan Figueirêdo de. Plantas medicinais e suas propriedades terapêuticas [recurso eletrônico] / Geovan Figueirêdo de Sá-Filho (Org.). – Mossoró/RN, 2020. 209p. : il. ISBN 978-65-88124-01-7 1. Plantas medicinais. 2. Propriedades terapêuticas. 3. Ervas medicinais. I. Título.

CDU 633.88

3


Organização Geovan Figueirêdo de Sá-Filho Diagramação Geovan Figueirêdo de Sá-Filho Designer Gráfico/Capa Geovan Figueirêdo de Sá-Filho

A responsabilidade sobre textos são dos respectivos autores.

4


APRESENTAÇÃO Este livro é resultado de atividade processuais produzidas pelos discentes do quarto período dos cursos de Farmácia e Nutrição da Faculdade Nova Esperança de Mossoró (FACENE/RN) no período letivo de 2019.2. Aqui estão reunidas informações sobre as principais plantas, que já são comumente utilizadas pela população nordestina, cada capítulo explana a morfologia básica da planta (com ilustrações sempre que necessário), os principais efeitos terapêuticos (e tóxicos), além de um apanhado geral sobre seus principais benefícios. Esta obra é uma forma de munir a sociedade com conhecimento técnico acerca das plantas, isso possibilita um melhor conhecimento acerca daquelas plantas que já são utilizadas no dia-a-dia, estimulando assim, um consumo consciente e correto de sua utilização.

5


SUMÁRIO ALLIUM SATIVUM ........................................................................................................ 8 ÉLIDA CHRISTINA MORAIS DIAS MARTINS; LORENA SANTIAGO DE SOUSA................... 8 ALOE VERA .................................................................................................................. 20 ALICE EMILY MEDEIROS DE SOUZA; FABIOLA NOHANNE LIMA MORAIS; NÁDIA TAINÁ ALVES DE LIMA. .......................................................................................................... 20 ANACARDIUM OCCIDENTALE ................................................................................ 32 IZZIS RAVÂNIA PEREIRA BARBOSA; MARIA LUIZA OLIVEIRA LOPES .......................... 32 ANANAS COMOSUS .................................................................................................... 44 VIVIANE QUEIROGA LOPES; ANA BEATRIZ BARBALHO DOS SANTOS .......................... 44 CAESALPINIA LEIOSTACHYA ................................................................................. 52 ÁDRIA HENRIQUE FERNANDES; JANIELLY PEREIRA DA COSTA; GEOVAN FIGUEIRÊDO DE SÁ FILHO ..................................................................................................................... 52 DYSPHANIA AMBROSIOIDES L. ............................................................................. 63 FRANCISCA IONARA BARRETO CARVALHO DE LUCENA; GEORGIANE ALINE ALBANO BATISTA....................................................................................................................... 63 COCOS NUCIFERA ..................................................................................................... 75 MARIA CLARICE OLIVEIRA DE ALCÂNTARA; YASMIN KETHELEN DE QUEIROZ ........... 75 CONVOLVULUS OPERCULATA ............................................................................... 85 ANIEFERSON MATEUS DE ALMEIDA TORRES, GLEYSON ROBERTO LEITE DE MEDEIROS, ISAQUE DA SILVA SOUSA ............................................................................................. 85 CYMBOPOGON CITRATUS ....................................................................................... 91 ÉRICA BEATRIZ PINTO DE SOUZA; LUANA NIRLEY PENHA DA SILVA; BEATRIZ FARIAS DA COSTA .................................................................................................................... 91 ERYTHRINA VELITINA ............................................................................................. 98 GABRIELLE CAVALCANTE BARBOSA LOPES; ISABELLE ANDRADE SILVA.................... 98 EUCALYPTUS GLOBULUS ...................................................................................... 105 ANGELA BEATRIZ DA SILVA OLIVEIRA; LARA THAÍS RODRIGUES DE SOUZA NEVES VIANA. ....................................................................................................................... 105 HANDROANTHUS SERRATIFOLIUS .................................................................... 110 OTAVIO SOARES DA SILVA; JOÃO VYKTHOR PEREIRA CIRILO; LUCAS YRDSON CORDEIRO SILVA ....................................................................................................... 110

6


KALANCHOE DAIGREMONTIANA ........................................................................ 118 JOÃO LUCAS ANDRADE CASTELO BRANCO; KANANDA MARIA DE MORAIS CASTRO; MATEUS DA SILVA OLIVEIRA .................................................................................... 118 LANTANA CAMARA .................................................................................................. 126 CARLA POLIANA DE SOUZA ALVES PEREIRA; MARIA ELIDIANE FRANCELINO DA SILVA; VANESKA PATRÍCIA FAUSTINO DA SILVA .................................................................. 126 MENTHA SPICATA L. ............................................................................................... 136 CARLOS EDUARDO OLIVEIRA SANTANA; ALDELAN DA SILVA FERREIRA FILHO. ...... 136 MOMORDICA CHARANTIA L. ................................................................................ 143 MAURO CÉSAR CUSTODIO LEITE; MAYRA CLARA COUTO AMARAL DE MOURA ....... 143 MONTEVERDIA TRUNCATA .................................................................................. 151 FELIPE GURGEL MONTEIRO; MARCOS ANTÔNIO BEZERRA FILHO ............................. 151 OPUNTIA FICUS INDICA ........................................................................................ 155 HELDER MATHEUS ALVES FERNANDES; MARIA ANTÔNIA MORAES DE SOUSA ........ 155 PLECTRANTHUS BARBATUS ................................................................................. 165 REBECA JORDANA SILVEIRA PENHA; FRANCISCA SILENE RAFAEL RODRIGUES......... 165 PHYLLANTHUS ACUTIFOLIUS ............................................................................. 171 STHEFANI REJANE ALVES PONTES DO VALE.............................................................. 171 RICINUS COMMUNIS L. .......................................................................................... 181 MARILIA BEATRIZ COSTA FERREIRA; MILENA GOMES DE SOUZA. ............................ 181 STRYPHNODENDRON ADSTRINGENS ................................................................ 188 BRUNA QUEIROZ DE ARAUJO; SABRINA GOMES DA SILVA. ....................................... 188 UNCARIA TOMENTOSA........................................................................................... 195 ALINE MARIANA DE MORAIS SARAIVA; MAURÍCIO JOSÉ DE OLIVEIRA; SAMANTA SOUZA MARQUES ...................................................................................................... 195 ZIZIPHUS JOAZEIRO ............................................................................................... 204 KARLA KARINY SILVA CAVALCANTE; KYLMER VINICIUS DANTAS MARCELINO ...... 204

7


CapĂ­tulo

1 Allium sativum Élida Christina Morais Dias Martins; Lorena Santiago de Sousa

8


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

NOME BOTÂNICO Allium sativum L. FAMÍLIA Amaryllidaceae/Liliaceae. NOMES POPULARES Alho; alho-comum; alho hortense; alho manso.

HISTÓRICO

Advindo da família Amaryllidaceae/Liliaceae, o alho é bastante utilizado mundialmente pelas mais diversas culturas e povos como condimento e na forma de suplemento alimentar, na prevenção de diversas patologias, havendo suposições que chegou ao Brasil com as caravelas de Cabral (RESENDE; HABER; PINHEIRO, 2014). Diversos estudos apontam que o alho é originário da Ásia, cultivado desde as primeiras civilizações, levado para o Egito por tribos asiáticas e através das rotas comerciais da época chegando a Europa. Para essas culturas e outras diversas tornou-se tão importante quanto o sal, porém houve rejeição pela classe mais alta, devido o odor da planta, tornando-se assim um indicador de classe social (RESENDE; HABER; PINHEIRO, 2014). Estudos e documentos mais antigos mostram que o alho era utilizado como remédio desde os tempos a.C na Babilônia, China, Grécia e Roma. No Egito o uso deste na dieta dos escravos e operários era essencial para evitar o adoecimento (CARVALHO, J.C.T). Na China e Japão ficou conhecido pela sua utilidade terapêutica, para problemas respiratórios, digestório, como antidepressivo e para impotência masculina. E sua

9


utilidade culinária, como conservante de alimentos ((RIVLIN, 2001) (YUN, et al., 2014) (MAJEWSKI, 2014). Na Grécia, Hipócrates também conhecido como o Pai da Medicina, incentivou o uso do alho para melhorar a resistência dos atletas nos jogos olímpicos, fortificando assim as tropas nos períodos de guerra e como proteção a pele de venenos e toxinas venenosas ((RIVLIN, 2001) (YUN, et al., 2014) (MAJEWSKI, 2014). Em Roma, sua maior utilização era pelos soldados antes dos confrontos em guerra e pelos escravos para evitar picadas de animais, como as cobras. Na Índia sua prescrição ficou conhecida para o cansaço, fadiga, doenças reumáticas e cardíacas. Já na África, era bastante usado pelos pescadores para manter afastados os crocodilos (RIVLIN, 2001) (YUN, et al., 2014) (MAJEWSKI, 2014).

MORFOLOGIA DA PLANTA

O alho é uma planta herbácea, com folhas alongadas, estreitas e cerosas, podendo chegar até 60cm de altura. As bainhas das folhas formam um pseudocaule curto, em que na parte inferior formam-se os bulbos. O caule verdadeiro tem formato de disco comprido originando as folhas e raízes, pouco ramificadas, com profundidade de 20 a 30cm (RESENDE; HABER; PINHEIRO, 2014).

10


Figura 1. Planta de alho, com as bainhas e pseudocaule. Caule verdadeiro. Fotos: Paula Rodrigues; José Luiz Pereira. O bulbo tem formato arredondado ou ovalado, dividido em bulbilhos (dentes), estes possuem formato ovoide e arqueado, com envoltório de folhas protetoras denominadas brácteas, de coloração branca, vermelha, violeta, roxa e marrom. Além dessa proteção individual o bulbo é revestido por várias túnicas esbranquiçadas de fácil remoção (RESENDE; HABER; PINHEIRO, 2014).

11


Figura 2. A) Bulbilhos com envoltório individual. B) Bulbos de alho envoltos por túnicas brancas. Fotos: José Luís Pereira.

FARMACODINÂMICA

Estudos sobre o Allium sativum mostram a eficácia de suas propriedades em benefício à saúde humana. Cientista de regiões distintas comprovam o poder desta planta através de estudos. No Kuwait foi realizado uma pesquisa com ratos nos quais foram submetidos a uma dietética de 50 a 500 mg/kg, uns de alho cru e outros o extrato fervido em água, observaram que o alho cru teve efeito intenso na redução dos níveis séricos de colesterol e triglicerídeos ao contrário do alho aquecido que apresentou menor efeito e nenhum efeito sobre a dosagem de glicose. Eles supõe que o aquecimento destrói os princípios voláteis ativos presente no alho no qual podem ser responsáveis pela diminuição de açúcar no sangue (CAVADAS, 1995). Na argentina pesquisadores analisaram mais a fundo as melhores formas de verificar suas propriedades antiplaquetárias bem como os benefícios na prevenção de doenças cardiovasculares, concluindo que a alicina e o tiossulfinato (princípio ativo desta planta) contribuíram para esta propriedade antiplaquetária (CAVADAS, 1995). O efeito de redução do colesterol estava relacionado com a dose, e um dos mecanismos de ação proposto inclui inibição da síntese de lipídios e aumento da secreção de esteróis acídicos e neutros. Acredita-se que o efeito hipolipidêmico envolva redução da biossíntese de triacilglicerol por meio da redução das concentrações de NADPH no tecido, aumento da hidrólise de triacilgliceróis devido ao aumento da atividade da lipase e da inativação de enzimas envolvidas na síntese de lipídios através da interação com enzimas dos grupos tiol (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002, p. 26). Já o extrato de alho envelhecido possui diversas ações biológicas podendo citar os efeitos imunomodulativos e antioxidantes, sendo usado como ingrediente principal na fabricação de suplementos alimentares e medicamentos contra resfriados. Estudo clínico

12


constatou que a ingestão de quatro cápsula por dia contendo 500 mg de extrato de alho otimizou o sistema imunológico de pessoas acometidas por câncer avançado (cólon, fígado e pâncreas). Os autores acreditam que o alho seja uma forma de tratamento alternativo para estes pacientes, pois verificou-se aumento de células destruidoras naturais (natural killer), que exterminam células tumorais (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002, p. 26 á 28). Ensaios clínicos desenvolvidos até o momento forneceram poucas informações sobre possíveis interações medicamentosas. Literaturas afirmam que o alho pode interagir com anticoagulantes orais (warfarina) e antiplaquetários (Blumenthal; Goldberg; Brickmann, 2000; Blumenthal, 2003). Estando diretamente relacionado com características químicas do produto usado, do tempo de tratamento e da concentração empregada, estudos in vivo, in vitro e em humanos indicam que a modulação da expressão de isoformas de enzimas microssomais está diretamente ligada com as características químicas do produto usado. Nessa perspectiva, o uso do vegeta pode interagir com medicamentos de diversas classes terapêuticas, onde são metabolizados via sistema hepático (Dalvi, 1992; Foster et al., 2001; Chen et al., 2003; Patel et al., 2004). Por fim, acrescenta-se que as propriedades do Allium sativum possue atividades antimicrobianas em que a alicina e ajoene se destaca, com atividades mais acentuadas, algumas espécies de bactérias são bastante sensíveis a esta planta, existindo hipóteses de que o alho atua inibindo a síntese de RNA consequentemente impedindo o crescimento bacteriano (Dalvi, 1992; Foster et al., 2001; Chen et al., 2003; Patel et al., 2004).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Conhecido como uma das plantas mais antigas que se tem registro, cultivada desde a Antiguidade, o alho era considerado um artigo de troca valiosa no Egito antigo, utilizado como meio de pagamento (dinheiro). O alho é uma importante cultura olerícola e segundo

13


Marouelle o mesmo é a quarta hortaliça de importância econômica e social no Brasil, e por ser cultivada, predominantemente, por pequenos pulverizados nas diversas regiões brasileiras, fez com que o país se tornasse um potencial importador mundial de alho “in natura”, tendo como principais fornecedores os países da Argentina, China e Espanha (MAROUELLE et al., 2002). Segundo a ANAPA (Associação Nacional dos Produtores de Alho, 2004), o alho originado do sul da Ásia chegou ao Brasil em meados da década de 70, por meio do trabalho de um grupo de japoneses, no município de Curitibanos/SC, o mesmo tem tornado-se um dos produtos agrícolas mais produzidos no país, estando em constante crescimento, reduzindo sua dependência externa graças ao desenvolvimento de novas tecnologias e expansão do cultivo de alhos nobres. Modernizando-se a cada safra os produtores estão sempre em busca de minimizar custos na produção, sem deixar de investir em qualidade (DALLAMARIA, 2002). Independentemente do sistema de produção, na venda do produto e na exigência do mercado, no cultivo do alho existem variáveis que se apresentam, devendo ser observadas, ocorrendo um constante planejamento e controle financeiro, buscando principalmente, a redução de custos e consequentemente o aumento da produtividade, viabilizando lucros para subsidiar e aumentar os investimentos dos produtores. Sendo que na atividade agrícola, o aumento da oferta do produto no mercado é necessário para garantir a auto-sustentabilidade ao Brasil e elevar a renda do produtor, sendo esses objetivos alcançados por meio de planejamento e controle (MOROZINI et al., 2005)

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Utilizado como coadjuvante, é indicado no tratamento de asma, bronquite crônica, como preventivo de alterações vasculares e como expectorante, assim como no tratamento de hipertensão arterial, hiperlipidemia, gripes e resfriados, auxiliando também na prevenção da asterosclerose (CARVALHO, 2004).

14


O alho em forma de pó seco tem administração e posologia de: 0,4-1,2 g (dose diária), alcoolatura e extrato fluído: 1 a 2 ml diluídos em 75 ml de água duas vezes ao dia, óleo: 2-5 mg (dose diária), oral e tintura (1;5 em álccol 45%): acima de 12 anos tomar 50 a 100 gotas (2,5 a 5 ml) da tintura diluídas em 75 ml de água, de duas a três vezes ao dia (ARAÚJO et el.,2016) Na fitoterapia as partes mais utilizadas são as cápsulas de alho: sendo usado 250 mg, uma a três cápsulas ao dia, cápsulas de extrato seco de alho: 300 mg, uma a três cápsulas ao dia, maceração: 02 ou 03 dentes de alho em uma xícara de água por dia, alho fresco: 02 a 04 g/dia, suco: 2 a 4 ml, xarope: 2 a 8 ml, chá de alho: bulbos ou folhas. Sendo importante resaltar que altas temperaturas, diminuem significativamente suas atividades terapêuticas (ALONSO, 1998).

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

Muito utilizado como condimento na culinária, o alho é classificado pelo Conselho da Europa como aromatizante natural (categoria N1), podendo este ser utilizado na alimentação sem nenhuma restrição na forma in natura ou de temperos. Todavia, é relevante que se tenha autocontrole no uso, visto que esse pode causar algum efeito adverso ou desconforto, como ardor na boca e no trato gastrointestinal, náusea, diarreia e vômito devido seus fortes compostos (NEWALL; ANDERSON; PHILLIPSON, 2002, p. 26). Na sua forma crua o mesmo é bastante rico em constituintes necessários a dieta equilibrada do ser humano, sendo na maioria das vezes cozinhado juntamente aos alimentos, possibilitando liberar seu cheiro e sabor intenso servindo como condimento. Mesmo com poucos estudos sobre a alteração dos componentes presentes neste quando processado, pensa-se que essa ação altera a composição química do alho (CUNHA e FREITAS, 2007).

15


TOXICIDADE

Seu consumo é contra indicado em pessoas alérgicas, porém apresenta alto nível de segurança visto que é um condimento utilizado na culinária mundial. No entanto, com a realização de um estudo, foi observado que compostos do alho contendo grupo tiol em sua molécula, podem acarretar o desenvolvimento de acantólise in vitro. Com essa descoberta recomendam que fatores nutricionais, como a ingesta do alho, podem estimular ou despertar a aparição de pênfigo (doença autoimune) em pessoas com predisposição (CARVALHO, 2004). É contra indicado também nas situações de: hipertireoidismo, hemorragias ativas, pré e pós-operatórios, trombocitopenia, tratamento com anticoagulantes ou hemostáticos. A prescrição do óleo essencial puro por via oral também deve ser contra indicado, no período gestacional, lactante, bebês ou pacientes hipersensíveis a componentes que nele contém (CARVALHO, 20014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conhecido por sua versatilidade, o alho possue características marcantes, conferindo sabor e odor à diferentes preparações, um condimento que não pode faltar na mesa de muitos adeptos do mesmo. Portanto esse trabalho nos fez enxergar que além de um simples condimento, este é conhecido por suas diversas funções utilizado para fins terapêuticos de diversas formas a.C. Portanto, o trabalho foi de suma importância, visto que o mesmo contribuiu para o processo de aprendizagem bem como o conhecimento mais aprofundado da planta medicinal, sendo que esta possui inúmeras funções para o ser humano, sendo considerada pela ANVISA como alimento funcional, contribuindo para o tratatamento de diversas doenças.

16


REFERÊNCIAS

ALHO: Quais os seus benefícios para a saúde humana? Portal Educação. Disponível em: Acesso em: 12 de set. de 2019.

Fitoterapia – Alho: expectorante, anti-séptico, antiinflamatório. Lemnis farmácia. Disponível

em:

<http://www.lemnisfarmacia.com.br/fitoterapia-%E2%80%93-alho-

expectorante-anti-septico-antiinflamatorio>. Acesso em: 09 de set. de 2019.

Alexandre RF, Bagatini F, Simões CMO 2008. Interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo e ginseng. Rev Bras Farmacogn 18: 117-126. Acesso em: 07 de set. de 2019.

Cavadas C, Araujo I, Ctrim MD, Amaral T, Cunha AP, Macedo T, Ribeiro CF 1995. In vitro study on the interaction of Valeriana officinalis L. extracts and their aminoacids on GABAa receptor in rat brain. Arzneimittel-Forsch 45: 753-755. Acesso em: 09 de set. de 2019.

Cordeiro CHC, Chung MC, Sacramento LVS 2005. Interações medicamentosas de fitoterápicos e fármacos: Hypericum perforatum e Piper methysticum. Rev Bras Farmacogn 15: 272-278. Acesso em: 06 de set. de 2019.

ANAPA. anuário estatístico. Disponível em: <http://www.horticiencia.com.br/news/>. Acesso em: 10 de set. 2019.

17


DALLAMARIA, G.C.M. A cultura do alho no Brasil. In.:42o Congresso Brasileiro de Olericultura, Uberlândia.2002. Horticultura Brasileira. Brasília, v. 20, n.2,jul., 2002. Suplemento 2. CD-Rom. Acesso em: 10 de set. de 2019.

MAROUELLE, W.A.; SILVA, W.L.C.; MORETTI, C.L. Desenvolvimento de plantas, produção e qualidade de bulbos de alho sob condições de deficiência de água no solo. Horticultura Brasileira. Brasília, v. 20, n.3, p. 470-473. 2002. Acesso em: 10 de set. de 2019.

DINIZ, R.C. Programa Municipal de Fitoterapia no município de Londrina, Paraná.Saude Debate, n.34, p.23-25, 2006. Acesso em: 13 de set. de 2019.

NEWALL, C.A.; ANDERSON, L.A.; PHILLIPSON, J.D. Fitoterapia plantas medicinais: guia para profissional de saúde. São Paulo: Editorial Premier, 2002. p.26-29. Acesso em: 13 de set. de 2019.

CASCON, V. Copaíba - Copaifera spp. In: CARVALHO, J.C.T. Fitoterápicos antiinflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2004. 191-192p. Acesso em: 13 de set. de 2019.

RESENDE, F.V.; HABER, L.L.; PINHEIRO, J.B. Como plantar alho: Descrição botânica. Disponivel em: https://www.embrapa.br/hortalicas/alho/botanica. Acesso em: 14 de set. de 2019.

18


A

origem

dos

alimentos:

alho.

Disponível

em:

<https://blogarthome.blogspot.com/2011/11/origem-dos-alimentos-alho.html>. Acesso em: 09 de set. de 2019.

Memento Fitoterápico 1ª edição, da Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância

Sanitária

–Anvisa,

Brasília,

2016.

Disponível

em:<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/2909630/Memento+Fitoterapico/a80e c477-bb36-4ae0-b1d2-e2461217e06b>. Acesso em: 11 de set. de 2019.

Tratado de fitomedicina – bases clínicas e farmacológicas” Dr. Jorge R. Alonso – editora Isis . 1998 – Buenos Aires – Argentina. Acesso em: 11 de set. de 2019.

Fitoterápicos anti-inflamatórios: aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas/ José Carlos Tavares Carvalho. Ribeirão Preto, SP: Tecmedd, 2004.

19


Capítulo

2 Aloe vera Alice Emily Medeiros de Souza; Fabiola Nohanne Lima Morais; Nádia Tainá Alves de Lima.

20


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Nome Popular: Babosa, Aloé, Aloé-candelabro, Babosa-de-arbusto, Ervababosa, Erva-de-azebra, Caraguatá, Caraguatá-de-jardim, Aloé-do-natal, Erva-babosa, erva de azebre, caraguatá de jardim, aloe-vera.

Na nossa região é conhecida como

babosa.

Nome Científico: Aloe arborescens, Aloe vera, Aloe sucotrina, Aloe barbadensis, Aloe pemk – Aloe perfoliata.

HISTÓRICO

A babosa é de origem africana, pertencente à família Liliáceas, possui cerca de 15 gêneros e mais de 500 espécies. Há estudos que dizem que ela é usada a milhares de anos, primeiro registro do uso da Aloe vera foi feito em uma tabuleta de argila da Mesopotâmia datada de 2100 a.C., tem indícios da babosa em vários povos como: egípcios, judeus, árabes e africanos. Existe relatos de uso da babosa na bíblia, que é citado como aromatizador de ambientes. (FREITAS, V.S. et al 2014). Existe vestígios que Aristóteles recomendava o uso da babosa para os soldados de Alexandre, o Grande. A aloe vera também era conhecida como a planta da mortalidade no antigo Egito. O uso da Aloe foi citada na enciclopédia História Natural de Plínio, o Velho nos anos de 23 – 79 d.C. e na Matéria Médica de Dioscórides, o fundador da Farmacognosia (De acordo com o dicionário: parte da farmacologia que trata das drogas ou substâncias medicinais em seu estado natural, antes de serem manipuladas.). Dioscórides fez menção

21


ao cheiro forte e gosto amargo da Aloe vera, e adicionou o seu uso no tratamento de irritações da pele e na cura de feridas. (FREITAS, V.S. et al 2014). No ano de 1932 a babosa foi reconhecida como droga oficial pela Farmacopeia Britânica, após isso foi sendo reconhecidas palas outras farmacopeias. A babosa é uma planta muito utilizada no Brasil, de acordo com as pesquisas são usadas para cicatrização de feridas, no tratamento de queimaduras, conjuntivite, dores reumáticas entre outros.

MORFOLOGIA DA PLANTA

As folhas têm formato triangulares, são grossas, ladeado com espinhos, dentro das folhas tem um liquido viscoso, macio e amargo. A babosa é considerada uma planta herbácea suculenta. Suas folhas tem um tamanho variado entre 30 a 60 centímetros, tem pesquisas que relatam até 100 centímetros de comprimento. (FREITAS, V.S. et al 2014). A babosa pode ser plantada em qualquer tipo de solo, mas tem afinidade por solos leves e arenosos, é uma planta típica de clima quente, portanto, aguenta período de seca.

22


Figure 1. Babosa (autoral)

FARMACODINÂMICA

Numerosas atividades biológicas foram atribuídas a Aloe vera ao longo dos anos, e isso provavelmente se deve a combinação dos diversos ativos existentes em sua composição. A administração da Aloe vera pode ser por via oral na forma de suco ou por via tópica na forma de gel, a escolha dependerá da enfermidade tratada. Popularmente, o uso do gel é preferível, pois as pessoas ainda não têm conhecimentos acerca dos benefícios oriundos do suco da planta. 

Ação antioxidante Como agente antioxidante, a Aloe vera age combatendo reações de radicais livres

no organismo, isso acontece graças à presença de compostos que atuam inativando os radicais livres, favorecendo a prevenção e controle de várias doenças ocasionadas pelas

23


reações excessivas de espécies reativas de oxigênio, como por exemplo, o cancro, doenças cardiovasculares, aterosclerose e doenças neurodegenerativas, incluindo mal Parkinson, Alzheimer, diabetes, isquemia, artrite reumatoide, bem como o processo do envelhecimento (RAMOS; PIMENTEL 2011). A sua atividade antioxidante está relacionada com a presença de compostos fenólicos e vitaminas que atuam como catalisadores inativando os radicais livres, além de ativar sistemas de enzimas antioxidantes endógenos do corpo, favorecendo a prevenção e controle de várias doenças (RAMOS; PIMENTEL 2011). 

Atividade anti-inflamatória e cicatrizante A utilização do gel de Aloe vera contribui significantemente no tratamento de

desordens da pele e cura de feridas devido a sua ação cicatrizante, sendo um potente hidratante e aliviando a dor. Estudos científicos indicam a Aloe Vera como tratamento inovador

para

queimaduras

que

são

lesões

físicas

prejudiciais

dolorosas

(GARRASTAZU, 2004). Ao estimular a cicatrização, a Aloe vera instiga a produção de anticorpos e a varredura dos radicais livres produzidos pelos neutrófilos. As atividades antiinflamatórias da Aloe vera, diferente dos esteroides, ao mesmo tempo em que bloqueiam a inflamação estimulam o crescimento dos fibroblastos e a aceleração da cicatrização (DAVIS, 1997). O uso tópico em ferimentos exerce o papel de fornecer mais oxigênio, aumentando a vascularização e a quantidade de colágeno para que a cicatrização aconteça com sucesso. Na cicatrização, com seu uso, o tecido é desinflamado, ocorre à multiplicação das células e o epitélio é remodelado (RAMOS; PIMENTEL 2011). 

Ação na pré-diabetes Estudos relatam que uma grande parcela da população está susceptível a sofrer de

pré-diabetes, acarretando com isso várias patologias associadas como problemas cardíacos, desequilíbrio metabólico dos lipídios, da glucose e distúrbios vasculares (MOFRAD, 2015). O mecanismo de ação da Aloe vera na pré-diabetes se refere ao aumento da sensibilidade à insulina levando assim a redução de glicose no sangue, devido aos compostos encontrados na planta como a fibra hidrofílica, glucomanano e fitosterol

24


que tem esta função. Sua ação sobre a glucose no sangue se assemelha ao da glibenclamida preservando as células do pâncreas e melhorando suas funções. Os medicamentos utilizados na atualidade são eficazes, mas produzem efeitos adversos como aumento de peso, toxicidade hepática e doenças cardiovasculares. Utilizando assim alternativas com menos efeitos colaterais como Aloe vera associando a mudanças no estilo de vida e nutrição adequada (MOFRAD, 2015). 

Ação sobre neoplasias Com alta incidência o câncer de mama ainda é a causa de morte de muitas

mulheres no mundo. Com um diagnóstico precoce é possível identificar o câncer em fase inicial, nestes casos 80% podem ser tratados com radioterapia. No decorrer do tratamento pode ocorrer a toxicidade cutânea devido à dose administrada, localização e volume da área tratada. As células da derme e as células epiteliais sofrem uma indução inflamatória, causando a perda de células da camada basal e da epiderme resultando em eritema. Como consequência há uma perda de água maior, causando danos a função da barreira do estrato córneo (DI FRANCO, 2013). A Aloe vera possui compostos que fazem a recuperação do estrato córneo e hidratação da pele, podendo ser utilizada em forma de creme para prevenção no surgimento da toxicidade. Uma boa hidratação da pele antes e depois da radioterapia produz efeitos positivos na tolerância ao tratamento (DI FRANCO, 2013). 

Ação sobre a fibrose hepática Fibrose hepática pode ser definida como uma resposta biológica a lesão causada

por vírus da hepatite B, vírus da hepatite C e ainda outros fatores. Esses eventos geram excessiva necrose e apoptose de hepatócitos, que culminam liberando citocinas e oxigênios reativos que agem sobre as células hepáticas resultando na fibrose. A Aloe vera atua reduzindo e modulando os oxigênios reativos e melhorando a atividade colagenolitica, sendo utilizada na prevenção e tratamento da lesão hepatocelular (HEGAZY; EL-BEDEWY; YAGI, 2012). 

Ação antisséptica, antifúngica e antibacteriana.

25


Graças a sua ação antisséptica, antifúngico, e antibacteriano, a Aloe vera mostrouse como uma alternativa à resistência dos microrganismos a antibióticos, conhecida como Resistência Bacteriana Adquirida (RBM), pelo papel na redução da carga microbiana de algumas espécies de bactérias como Staphylococcus aureus, Bacillus spp, Enterococcus spp, Escherichia coli, Salmonella typhimurium, Pseudomonas aeruginosa, entre outros (ALCÂNTARA; BEZERRA. CARVALHO, 2014).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Com um resultado positivo de R$30.194,65 por ano de operação, após o início de colheita e processamento, conclui-se que a atividade é economicamente viável. E como seu ponto de nivelamento é de 8.592 unidades, produzidas em um ano de atividade, enquanto seu potencial de rendimento é de 30.000 litros/ano, o produtor tem um espaço bem amplo para administrar possíveis erros ou contratempos, que possam surgir pelo caminho. Além da possibilidade de redução de custos, com a adoção de um sistema de obtenção de mudas, com custos significativamente mais baixos que aqueles estudados neste trabalho. Nas consultas diretas efetuadas para pesquisar a possibilidade de comercialização de folhas de babosa para matéria prima de indústrias de cosméticos, e de outros produtos que utilizam a babosa como matéria prima, não foi viabilizada este tipo de mercado, de onde se conclui que só o produto, já elaborado na forma de extratos glicólicos, tinturas, gel estabilizado, ou de suco pronto para consumo, pode encontrar mercado compensador. E este é o grau de agregação de valores que os produtos de babosa têm que alcançar para compensar sua exploração. Com isto, o pequeno produtor, enquadrado num regime de economia familiar, tem seu lugar na cadeia produtiva da babosa, na qualidade de produtor de matéria prima (pois esta atividade demanda muita mão-de-obra), desde que ele esteja respaldado por alguma forma de parceria idônea com alguma agroindústria, a exemplo do que já vem acontecendo com a suinocultura e avicultura, ou então

26


organizados em cooperativas, que possam industrializar e comercializar sua produção. (STEVENS, N. 1999).

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Vários centros de pesquisa nos hospitais estão trabalhando para conhecer e aplicar suas múltiplas funções. (VIANA, 1997). Onde se destacam: 

Ação antioxidante

Atividade anti-inflamatória e cicatrizante

Ação na pré-diabetes

Ação sobre neoplasias

Ação sobre a fibrose hepática

Ação antisséptica, antifúngica e antibacteriana. Uma revisão publicada pelo The British Journal of General Practice descreve que

o consumo de aloe vera pode ser um bom coadjuvante para reduzir a glicemia em pacientes com diabetes, assim como para diminuir os níveis de gordura no sangue em pessoas com hiperlipidemia – doença caracterizada pelo excesso de gordura no organismo. A polpa presente na planta é antioftalmica, vulneraria e vermífuga. A folha, despida de cutícula é um supositório com efeito calmante nas retites hemorroidais. É usada nos casos de entorses, contusões, dores reumática e muito utilizada em casos de ferimentos menos importantes, sendo tanto de uso doméstico, quanto de uso farmacêuticos. A babosa da farmacopeia britânica é um extrato resinoso, indicado por seus efeitos laxantes. Ela contém glicosídeos antraquinônicos semelhantes aqueles da cáscara-sagrada e do sene. A medicina descobriu novas aplicações para a planta, como unguento para tratamento de queimaduras por irradiação. (PALHARIM, L. et al 2008)

27


Apresenta interação moderada com hipoglicemiantes, diuréticos, sevoflurano, laxantes e varfarina (quando em uso oral). Tem interação grave com digoxina (fármaco usado na insuficiência cardíaca), podendo seus efeitos serem potencializados por hipocalemia. “A babosa” usada com a digoxina causa hipermineralocorticismo que reduz os níveis séricos de potássio, fator predisponente da intoxicação digitálica (HERBAL, 2003). Tem ainda interação com ervas contendo glicosídeos cardíacos, ervas ou suplementos com potencial hipoglicemiante, cavalinha, alcaçuz e ervas laxantes. Em relação aos corticosteroides, a associação foi relacionada à hipertensão e arritmia cardíaca, bem como redução do efeito imunossupressor do fármaco (SALVI; MAGNUS, 2014). Segundo Abebe, o consumo da Aloe vera juntamente com medicamentos pode reduzir a absorção do fármaco. Além disto, pode ocorrer efeito sinérgico com fármacos hipoglicemiantes (antidiabéticos), bupropiona, clorpromazina, fluoxetina e propanolol, com aumento no risco de hipoglicemia. Com diuréticos tiazídicos e de alça e corticoides pode ocorrer efeito aditivo por causa da perda de potássio, levando à hipocalemia. Com laxativos, potencializa o efeito laxativo (SALVI; MAGNUS, 2014). Em preparações tópicas, ainda não foram relatados casos de interações medicamentosas para o uso como fitoterápico.

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

A Aloe vera é rica em minerais, aminoácidos e vitaminas. Devido a sua ação nutritiva, ela ajuda na formação de células e tecidos. O manganês, o magnésio, o cálcio, o ferro, o zinco e o selênio, amenizam os sintomas de inflamações, como tendinites e artrites, e, além disso, a planta tem antioxidantes, como as vitaminas C e, ótimas para a saúde da pele.

28


Quem sofre com problemas do sistema digestivo também pode se beneficiar. A planta melhora a mucosa e ainda tem ação cicatrizante, fortalece o sistema imunológico e colabora com a renovação celular. Para pessoas com alto índice de colesterol ruim, ela também ajuda. E tem mais: a babosa colabora com o desempenho e saúde cardiovascular. (Matéria do UNIVERSO JATOBA).

TOXICIDADE

Especificamente no caso da Aloe vera pode-se reportar lesão hepática, provocada por uma hipersensibilidade à planta que contém alcaloides que podem induzir as enzimas hepáticas, como o citocromo P450 ou que podem interagir com o sistema autoimune. Na ocorrência de uma lesão hepática aparecem sintomas sutis como desconforto abdominal, náuseas e febre. Além disso, a utilização prologada de Aloe vera desencadeia neoplasias intestinais, relacionado com as antraquinonas presentes na planta que depois de metabolizadas tornam-se mutagênicas no intestino (FRAGOSO, 2008). Devido à presença de antraquinonas na composição da Aloe vera, não deve ser usada durante a gestação por induzir contrações uterinas que podem ocasionar o aborto (FERNÁNDEZ, 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização da Aloe vera é marcada desde os tempos antigos e é empregada até hoje para o tratamento de diversas enfermidades, graças as suas várias finalidades terapêuticas. Sem sombra de dúvidas, a Aloe vera instiga muito a curiosidade dos pesquisados, uma vez que existem múltiplos trabalhos acadêmicos e literários, nos quais os autores descrevem a planta como uma fonte de substâncias com efeitos antioxidantes, antineoplásicos, antisséptica, antifúngica, antibacteriana, entre outros. É importante frisar que o uso da planta em seus muitos estados, seja em gel, suco ou medicamento fitoterápico, requer cada vez mais a atenção da população e de profissionais de saúde a

29


respeito do seu uso indiscriminado e sem controle, tendo em vista os riscos toxicológicos que as pessoas estarão expostas.

REFERÊNCIAS

ARAGUAIA, M. Babosa. 2019. Texto de site. Disponível em<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/saude-bem-estar/babosa.htm> Acesso em: 09 de set. de 2019.

Babosa medicinal. Disponível em: <http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Aloe_vera.htm> Acesso em: 09 de set. de 2019.

Faleiro CC, Elias STH, Cavalcanti LC & Cavalcanti ASS (2009) O extrato das folhas de babosa, Aloe vera na cicatrização de feridas experimentais em pele de ratos, num ensaio controlado por placebo. Disponível em: <http://www.naturezaonline.com.br> Acesso em: 08 de set. de 2019.

Silva JRL, Monte NL, Andrade ETS, Mariz SR (2017) Propriedade terapêuticas da Aloe vera

(Babosa).

Disponível

em:

<https://editorarealize.com.br/revistas/conbracis/trabalhos/TRABALHO_EV071_MD4_ SA4_ID1864_15052017125507.pdf> Acesso em: 08 de set. de 2019.

30


Sotilli CM (2015) Utilização de Aloe vera na promoção da saúde e seus riscos em potencial pelo uso indiscriminado. Disponível em: <http://www.crfsc.gov.br/wpcontent/2015/PDFs/premio/trabalho_cleci_sotilli.pdf> Acesso em: 08 de set. de 2019.

Magnus K, Santos LD3, Souza AH (2015) Interações medicamentosas associadas a fitoterápicos

fornecidos

pelo

sistema

único

de

saúde.

Disponível

em:

<https://pdfs.semanticscholar.org/64e0/021641e4364544ca89842f734b20526ff008.pdf> Acesso em: 09 de set. de 2019.

STEVENS, N. O poder curativo da babosa aloe vera: selestial connection. Tradução de S. Scapin. São Paulo: Madras, 1999.

http://www.universojatoba.com.br/bem-

estar/nutricao/saiba-os-beneficios-do-suco-feito-com-babosa

31


CapĂ­tulo

3 Anacardium occidentale Izzis Ravânia Pereira Barbosa; Maria Luiza Oliveira Lopes

32


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

O Cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma planta nativa do Brasil pertencente à família Anacardiaceae e ao gênero Anacardium, apenas dois tipos de cajueiros dessa espécie são explorados comercialmente: o cajueiro comum, também chamado de gigante e o cajueiro anão-precoce (SERRANO, 2013).

HISTÓRICO

O Cajueiro (Anacardium occidentale) é uma planta nativa do Brasil de grande porte, caracterizada na Região Norte, Centro-Oeste e Nordeste, especialmente no último. Na literatura, poesia, artesanato, folclore, festivais e parques. Presente desde a colonização, com grande capacidade adaptativa nos solos com baixa fertilidade e altas temperaturas, especialmente no estresse hídrico, como exemplo na vegetação de praias, dunas e restingas (SERRANO e OLIVEIRA, 2013). A partir do século XVI, houve a dispersão do cajueiro, pelos portugueses para a África e Ásia. Até 1980, quase todos os plantios existentes no Nordeste eram de mudas de péfranco do cajueiro-comum, não continha fertilização, com baixa produtividade e rentabilidade. Os primeiros modelos de exploração foram o extrativista e plantio desorganizado nas propriedades, com pomares desinformes (SERRANO e OLIVEIRA, 2013). Paula Pessoa e Parente (1991) analisou a necessidade de um incremento da produtividade para alcançar a sustentabilidade. A sustentabilidade é a utilização de plantas com carácteres genéticos de alta produtividade. A EPACE (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Ceará) e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) foram pioneiros no melhoramento genético, com disponibilidade de clones, que agrega porte baixo da planta, facilitando a colheita ainda manual, com o pedúnculo do caju sendo

33


comercializado in natura, pelas indústrias de sucos, agregando maior valor para os agricultores do Nordeste, como importante fonte de renda (SERRANO e PESSOA, 2016). Durante a Segunda Guerra mundial, houve vários interesses indústrias pelo cajueiro. O primeiro foi pelo líquido da casca da castanha-do-caju por seu emprego na indústria bélica, principalmente na fabricação de lonas de freio e discos de embreagem. Com o fim da guerra surgiu o interesse da amêndoa da castanha-de-caju, iniciando a agroindústria. Juntamente com o incentivo do governo, com a meta de um milhão de cajueiros plantados.Em 1968, com incentivos fiscais do antigo Fundo de Investimentos do Nordeste, melhorou a produção de grandes plantios, concentrado no Ceará. No decreto 88.207, o cajueiro foi incluído nos programas prioritários da política florestal do Governo Federal na região nordestina (SERRANO e PESSOA, 2016). Em 1855 foi fundado o nome da capital do Estado de Sergipe, Aracaju, que foi derivado da expressão indígena “ará acaiú”, que significa “cajueiro dos papagaios” de origem tupi (Fundação Banco do Brasil, 2010).

MORFOLOGIA DA PLANTA

É considerado uma planta perene, com porte médio e ramificação baixa. O cajueiro comum alcança de 10 à 15m de altura e sua envergadura é de aproximadamente 12 à 16m. O cajueiro anão-precoce dificilmente ultrapassa os 6m de altura e possui envergadura de 6 à 8m. Seu caule é resinoso, possui copa frondosa, ou seja, com abundância de folhas, onde as mesmas medem de 10 à 20cm de comprimento e 6 à 12cm de largura. São consideradas folhas simples, inteiras, com aspecto subecoreáceo, glabra e são curto pecioladas. Sua raiz é pivotante e alcança aproximadamente 10m (GUERRA, 2011).

34


Figura 1 Izzis Ravânia Pereira Barbosa. Baraúna – 2019. O cajueiro comum inicia a sua floração no segundo ou terceiro ano, após isso, passa a florescer anualmente. O anão-precoce floresce durante o primeiro ou segundo ano (GUERRA, 2011). As flores são compostas por cinco sépalas e pétalas, possuem um ovário simples, sete a quinze estames e o número de flores em uma panícula sofre variação, assim como os tipos masculino e hermafrodita (BARROS, 2011). A quantidade de frutos formados na panícula em relação a quantidade de flores hermafroditas é muito baixa e pode variar de acordo com a região, o fruto é composto por epicarpo, mesocarpo, endocarpo e amêndoa. No mesocarpo encontra-se uma porção de células esponjosas, onde é encontrado o líquido da casca da castanha (BARROS, 2011). O uso de plantas medicinais na fitoterapia, até mesmo com o aparecimento de medicamentos alopáticos industrializados, ainda é algo muito comum atualmente. As partes do cajueiro mais aproveitadas na fitoterapia são: a raiz, as folhas, a casca do caule, o fruto (castanha) e o pseudofruto (caju).

FARMACODINÂMICA

35


As propriedades farmacodinâmicas encontradas em literaturas citam os mesmos efeitos da indicação terapêutica, tais como: ação anti-inflamatória, antimicrobiana, antidiabética, expectorante,

antioxidante,

adstringente,

antiasmática,

inibidor

da

enzima

acetilcolinesterase, contra diarreia e vitaminizante. O caju é uma oleaginosa, portanto contém óleos e gorduras, com alta concentração de vitamina K, responsável pela coagulação sanguínea. O teor da vitamina K da castanha do caju é 38,8 (Ug/100g). De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa n° 269 de 2005, a ingestão diária recomendada é 65μg kg/dia para o controle adequado nos processos de síntese de proteína para coagulação sanguínea (ALBIEIRO e KASSUYA, 2010). A vitamina K, hidrossolúvel, encontrada na castanha de caju é do tipo Filoquinona, caracterizada por ser consumido na dieta e ser bem absorvível consumido juntamente com gordura. As drogas orais antivitamina K mais comumente utilizadas é a Varfarina sódica (composto-4-hidróxicumarina) no qual inibe a enzima hepática epóxi-redutase, os fatores II, VII, IX e X e algumas proteínas sanguíneas (C, S), por não ocorrer a gama carboxilação do ácido glutâmico (KLACK e CARVALHO, 2006; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O cajueiro tem grande importância econômica especialmente na região nordeste, na qual corresponde 99,5% da área do caju no território brasileiro, ocupando 710 mil hectares, segundo o IBGE 2006. Mesmo o caju sendo uma planta nativa do Brasil, ela tem grande importância no exterior. Em âmbito mundial, é presente na Índia, Vietnã, Nigéria e Indonésia, sendo considerados grandes exportadores. O Vietnã produziu 941.600 t, em seguida veio a Nigéria 636.000t, a Índia 573.000t, o Brasil 243.000t e por último nesse ranking a Indonésia com 122.000t (Fundação Banco do Brasil, 2010).

36


Mundialmente, o caju rendeu 3,1 milhões de toneladas, ocupando 3,39 milhões de hectares. O Vietnã é o principal exportador de amêndoa (castanha de caju sem casca), o produto industrializado do caju que agrega maior valor. Em seguida a Índia, Brasil e Indonésia (Fundação Banco do Brasil, 2010). O Brasil teve movimentação anual com o caju em 2008 de 196 milhões de dólares, a amêndoa correspondendo a 90% dos produtos mais exportados. O país em sua maioria é exportador, os compradores do caju do Brasil são Estados Unidos, seguido do Canadá e Holanda. O Ceará correspondendo a 75% das exportações do Brasil. O Banco do Brasil entrou com a estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável, que tinha como objetivo o apoio a atividades produtivas, inclusão social, geração de trabalho, renda e agronegócio familiar (Fundação Banco do Brasil, 2010). Essa riqueza concentrando-se em grande maioria esmagadora nas indústrias, pois o produto só agrega o valor no momento da industrialização. O agricultor do Nordeste do Brasil, sendo o que tem maior porte de trabalho, responsável na lavoura pelo plantio, colheita e ainda assim é desvalorizado.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Mesmo com os avanços tecnológicos da indústria farmacêutica, a cultura de utilização de plantas para fins medicinais, seja por obtenção de medicamentos fitoterápicos ou por uso caseiro, ainda é algo extremamente utilizado e recomendado para o tratamento de várias enfermidades. O cajueiro é uma planta amplamente rica para uso medicinal, suas propriedades farmacológicas mais evidentes são: antiinflamatória, antimicrobiana e antidiabética (GOMES et al., 2018). Também é utilizado para o tratamento de doenças respiratórias e intestinais, hemorragia, como antiescorbútico, debilidade muscular e desordem urinária (RAMOS et al., 2015). Vale lembrar que o tratamento realizado para diabetes com esta planta não deve ser único, deve funcionar como um adjuvante. A

37


eficácia do tratamento de patologias realizado com o Cajueiro é comprovada por estudos científicos, garantindo menores efeitos adversos, segurança, menor custo e baixa toxicidade (GOMES et al., 2018). Quando utilizado para o tratamento de diabetes, deve-se colocar uma colher de chá do pó da casca do caule do caju vermelho em uma xícara de chá de água fervente, coar após o resfriamento. O indicado é tomar duas vezes ao dia. Para feridas e infecções na garganta indica-se uma colher de sopa da casca do caule em um copo de água fervente, coar após 24 horas de repouso. Com isso, é possível realizar bochechos, gargarejos e lavagem de feridas infeccionadas. Para diarreias é necessário colocar três colheres de sopa de folhas frescas, com pequenos em ½ litro de água fervente, deixar ferver por 10 minutos, coar e tomar sempre que evacuar. Crianças devem tomar metade da dose (LONDRINA, 2001). Por ser fonte de vitamina C, os índios na Amazônia utilizam o suco do pseudofruto para prevenção de gripe. Comer o pseudofruto ou ingerir em forma de suco também é utilizado para tratamento coadjuvante de diabetes, eczema, reumatismo e avitaminose C. Também é indicado consumir de 5 a 6 amêndoas por dia para baixar o nível de colesterol e triglicerídeos no sangue (SIGRIST, 2012). De acordo com a tabela de fitoterápicos compilados da Revista Fitos, o Anacardium occidentale encontra-se nas formas farmacêuticas rasurado e tintura 20%, onde as dosagens diárias devem ser 2 a 5g e 5 a 25mL, respectivamente. Com ação adstringente, antidiarreico, anti-inflamatório, hipoglicemiante, anti-hemorrágico. Sendo importante obter precaução com a super dosagem, devido a presença de altas concentrações de taninos (BOORHEM E LAGE, 2009).

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

38


O Caju tem diversas partes alimentares e medicinais, como o pedúnculo do caju, a amêndoa da castanha do caju, a casca, folhas, raízes e o caule. Sobre o pedúnculo do caju, tem algumas propriedades importantes: O pedúnculo, ou pseudofruto é suculento e muito rico em fibras, vitamina C e ferro. É também fonte de betacaroteno (provitamina A), vitamina do complexo B e dos minerais cálcio, magnésio, manganês, potássio, fósforo. Além disso, fornece carboidrato. Do ponto de vista medicinal, o caju fornece um potente antioxidante, vitamina C, que também previne resfriados e ajuda na cicatrização de feridas e lesões (www.seagri.ce.gov.br). O pedúnculo visto que é rico em vitamina C, tem grande importância alimentar, podendo prevenir doenças cardiovasculares, aumentar a absorção do ferro e agir como um excelente antioxidante. O fruto, castanha de caju, é altamente rico em proteínas, lipídios, carboidratos, fósforo, ferro, zinco, magnésio, proteínas, fibras e gorduras insaturadas, auxiliando na diminuição do colesterol no sangue. Da amêndoa da castanha-de-caju extrai-se um óleo que pode ser substituido pelo azeite de oliva (GAZZOLA et al., 2006). Na literatura não foi encontrada nenhuma interação do Anacardium occidentale com alimentos.

TOXICIDADE

A Embrapa tem estudado o pedúnculo do caju, especialmente o Extrato Concentrado de Carotenoides (ECC), por sua cor amarelada intensa, que pode ser utilizada como corante. É constatado a presença do ácido anacárdicos e outros componentes fenólicos. Nos testes de dose média letal, a Artemia salina a D50 foi superior a 1 mg/1ml, demonstrando que

39


o extrato não é tóxico, mas para uso alimentar é necessário realizar outros exames segundo o Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento (DIONÍSIO et al., 2018). Na castanha, tem a presença de um óleo denominado Líquido da Castanha do Caju (LCC), que foi estudado para utilização em fármacos. O líquido assim como o ECC contém o ácido anacárdicos. Nos testes de toxicidade a Artemia salina que é um microcristáceo, é usado novamente como bioindicador de toxicidade. O resultado apresentou-se altamente tóxico para A. Salina, com dose média letal menor (D50) que 10mg/ml (MAIA et al., 2016).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As inúmeras ações farmacológicas pertencentes a Anacardium occidentale L. permite concluir que a planta possui um grande potencial nutricional e medicinal. Tendo ao seu favor menor ocorrência de reações adversas, baixo custo, maior acessibilidade, baixa toxicidade, eficácia e segurança comprovadas. Com isso, possui uma grande capacidade de ser utilizada na elaboração de novos medicamentos fitoterápicos para suprir as necessidades de várias patologias. Tendo em vista que o cajueiro é uma planta que não demanda muitos custos para sua manutenção, além disso, é de suma importância econômica no país.

REFERÊNCIAS ALBIERO, K; KASSUYA, C. Interação medicamentosa e fármaco-nutrientes. Santa Catarina,J.;

janeiro

de

2010.

Disponível

em:

<http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/download/903/574/> Acesso em 09 de setembro de 2019.

40


BARROS, L. Árvore do conhecimento Caju. Brasília, fevereiro de 2011. Disponível em:<https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/caju/arvore/CONT000fi8wxjm202w yiv80z4s473zfjkkt9.html> Acesso em: 11 de setembro de 2019. BOORHEM, R.; LAGE, E. Drogas e Extratos Vegetais Utilizados em Fitoterapia. Rio de Janeiro,

março

de

2008.

Disponível

em:

<

https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19165/2/3.pdf> Acesso em: 12 de setembro de 2019. DIONÍSIO, et al. Extrato Concentrado de Carotenoides Obtido da Fibra do Pedúnculo de Caju: Avaliação da Toxicidade com Uso do Bioensaio de Artemia salina. Fortaleza, p.125,

abril

de

2018.

Disponível

em:

<https://www.researchgate.net/profile/Edy_Brito/publication/325597946_Extrato_Conc entrado_de_Carotenoides_Obtido_da_Fibra_do_Pedunculo_de_Caju_Avaliacao_da_To xicidade_com_Uso_do_Bioensaio_de_Artemia_salina/links/5b17c861a6fdcca67b5d8a2 4/Extrato-Concentrado-de-Carotenoides-Obtido-da-Fibra-do-Pedunculo-de-CajuAvaliacao-da-Toxicidade-com-Uso-do-Bioensaio-de-Artemiasalina.pdf?origin=publication_detail> Acesso em 06 de setembro de 2019. Fundação Banco do Brasil. Desenvolvimento Regional Sustentável: Série cadernos de propostas para atuação em cadeias produtivas. Brasília, setembro de 2010. Disponível em: <https://www.bb.com.br/docs/pub/inst/dwn/Vol4FruticCaju.pdf> Acesso em 09 de setembro de 2019. Fundação

Banco

do

Brasil.

Os

frutos

sociais

do

caju.

Disponível

em:

<http://tecnologiasocial.fbb.org.br/data/files/8AE389DB3065260B01306A96EE2F1570 /Frutos-sociais-do-caju.pdf> Acesso em 05 de setembro de 2019. JOHNSON, E. Deficiência, dependência e toxicidade das vitaminas: Vitamina K. EUA, setembro

de

2018.

Disponível

em

<https://www.msdmanuals.com/pt-

br/casa/dist%C3%BArbios-nutricionais/vitaminas/vitamina-k> setembro de 2019.

41

Acesso

em

08

de


GAZZOLA, A. Amêndoa da Castanha-de-caju: Composição e Importância dos Ácidos Graxos – Produção e Comércio Mundiais. Fortaleza, julho de 2006. Disponível em: <https://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/859607/1/Aamendoadacastanhadec aju.pdf> Acesso em: 12 de setembro de 2019. GOMES, et al. Possibilidades de uso do Anacardium occidentale em uma perspectiva farmacológica.

Sousa,

dezembro

de

2018.

Disponível

http://periodicos.ifpb.edu.br/index.php/ras/article/view/2373>

Acesso

em: em:

12

< de

setembro de 2019. GUERRA, G. Manual de Fruticultura Tropical. Natal-RN, 2011. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=Rgx6DwAAQBAJ&pg=PT197&lpg=PT197&d q=aspecto+subcore%C3%A1ceo&source=bl&ots=KkjJEFvfhq&sig=ACfU3U3k6QFLk 10yLEMv4RBGHvKa_EXdrg&hl=ptBR&sa=X&ved=2ahUKEwiqpff2gszkAhVXILkGHbT6BtMQ6AEwC3oECAgQAQ#v =onepage&q=aspecto%20subcore%C3%A1ceo&f=false> Acesso em: 11 de setembro de 2019. KLACK, K.; Carvalho, F. Vitamina K: Metabolismo, Fontes e Interação com o Anticoagulante

Varfarina.

São Paulo,

novembro

de

2006. Disponível

em:

<http://www.scielo.br/pdf/rbr/v46n6/07.pdf >Acesso 09 de setembro de 2019. LONDRINA, C. Cajueiro (Anacardium occidentale). Londrina, outubro de 2001. Disponível em: <https://www.folha.delondrina.com.br/folha-rural/cajueiroanacardiumoccidentale-366458.html> Acesso em: 12 de setembro de 2019. MAIA, et al. Síntese, caracterização, toxicidade e atividade antifúngica do análogo do ácido arcádico extraído do LCC: Belém, 07 de setembro de 2016. Disponível em <http://www.abq.org.br/cbq/2016/trabalhos/13/9671-23049.html> Acesso em 06 de setembro de 2019. Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância em Saúde; Programa Nacional de DST e Aids. Manual Clínico de Alimentação e Nutrição: Na Assistência a Adultos Infectados pelo

HIV.

Brasília/DF,

2016.

42

Disponível

em:


<https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1540.pdf> Acesso em 08 de setembro de 2019. RAMOS, Q.; COTTA, A.; FILHO, F. Análise morfológica das folhas de Anacardium occidentale

L.

Macapá,

fevereiro

de

2015.

Disponível

em:

<https://periodicos.unifap.br/index.php/biota/article/view/1380> Acesso em: 12 de setembro de 2019. SERRANO, L.; DE OLIVEIRA, H. Aspectos botânicos, fenologia e manejo da cultura do

cajueiro:

2013.

Disponível

em:

<http://www.ceinfo.cnpat.embrapa.br/arquivos/artigo_4144.pdf> Acesso em 05 de setembro de 2019. SERRANO, L; Pessoa, Pedro, P. Aspectos econômicos da cultura do cajueiro. Brasília/DF,

julho

de

2016.

Disponível

em:<

https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistemasd eproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p _p_col_id=column-2&p_p_col_count=1&p_r_p_76293187_sistemaProducaoId=7705&p_r_p_-996514994_topicoId=10308> Acesso em 06 de setembro de 2019. SERRANO,

L.

O

Cajueiro

e

suas

características.

Disponível

em:

<http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=28425&secao=Ar tigos%20Especiais> Acesso em: 11 de setembro de 2019. SIGRIST, S. Caju, Cajueiro.

São Paulo, agosto de 2012. Disponível em: <

https://www.ppmac.org/content/caju-cajueiro> Acesso em: 12 de setembro de 2019.

43


CapĂ­tulo

4 Ananas comosus Viviane Queiroga Lopes; Ana Beatriz Barbalho dos Santos

44


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Nomes populares: Abacaxi, ananás; Nome científico: Ananas comosus ; Nome em espanhol: piña; Nome em inglês: Pineapple; Família: Bromeliaceae.

HISTÓRICO

O abacaxi é originário do sul da América do Sul, Brasil e Paraguai, ele foi disseminado por todo o continente através dos guaranis. Na chegada de Cristovão Colombo à ilha de Guadalupe, no México, os nativos ofereceram o abacaxi aos invasores como gesto de hospitalidade e boas-vindas. Eles acharam a fruta parecida com a fruta do pinheiro europeu e lhe deram o nome de piña, e até hoje a fruta é assim chamada nos países de língua espanhola. Por ser uma fruta tipicamente tropical logo caiu no gosto dos europeus, devido a sua beleza exótica, perfume e sabor que variava do doce ao ácido. Considerada até hoje símbolo das regiões tropicais, tem o título de rainha das frutas. A partir do século 17 a Inglaterra iniciou o cultivo do abacaxi dentro de estufas numa tentativa de reproduzir a temperatura ideal para o seu cultivo. (UNBWEB, 2016).

MORFOLOGIA DA PLANTA

45


O abacaxizeiro é uma planta perene, cujo seu ciclo de vida é longo. Produz seus frutos através da inflorescência terminal. Depois do surgimento do primeiro fruto há logo em diante a produção de novos frutos, através das gemas auxiliares. Suas raízes são superficiais, não ultrapassando 15 cm do solo. Seu caule mede cerca de 20 a 30 cm de comprimento, e 20 a 25 mm de diâmetro, em sua base, podendo aumentar até 55 a 56 mm em sua parte mais alta. O pedúnculo, é o portador da inflorescência, e do fruto. Sobre ele há as folhas com gemas axilares, que a partir delas podem se desenvolver, e dar origem as mudas denominadas filhotes. O abacaxizeiro quando adulto apresenta 70 a 80 folhas, aumentando seu comprimento à medida que suas folhas ficam mais perto do centro. As folhas novas se agrupam as mais velhas, com um crescimento decrescente, ao acontecer isso dar-se o surgimento da coroa ou rosetas (ULLMANN,2002). O abacaxi diferente do que muitos imaginam, é uma infrutescência, um fruto composto, no qual cada “olho” ou “escama” presente em sua casca é um fruto que nasceu a partir de uma flor, agrupandose então todos os frutos em um só corpo. (portalsãofrancisco.br/abacaxi)

FARMACODINÂMICA

O mecanismo de ação da bromelina que o principal princípio ativo do abacaxi, ainda é objeto de estudo mas o que se sabe é que ela é capaz de atuar na traqueia e nos brônquios facilitando a eliminação e saída do muco, através da fluidificarão das secreções produzidas, aumentando também a atividade fibrinolítica do sangue inibe a síntese de fibrinogênio. A bromelina atua na decomposição de proteínas em peptonas menores por meio de hidrólise, contribuindo para maior eficiência na digestão das proteínas. O Cininogénio e o soro de bradicinina e os níveis teciduais são reduzidos pela bromelina, e isso também afeta a síntese de prostaglandinas, que lhe dá os efeitos antiinflamatórios. Descobriu-se que a bromelaína reduz a excreção de citocinas pró-inflamatórias, assim como quimiocinas, num estudo sobre o possível mecanismo de ação na colite ulcerativa, doença inflamatória do intestino, e doença de Crohn. (Bromelin®)

46


IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O Brasil é o segundo maior produtor do abacaxi do mundo, sendo o abacaxi a terceira fruta com plantio expandido em todo o território nacional, sobretudo, é mais cultivado nas regiões Sudeste e Nordeste, assumindo desta forma uma grande importância econômica para o país. Os Estados que mais cultivam são: Minas Gerais, Paraíba e Pará. (PONCIANO,N.J et al.,2006)

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

O abacaxi é uma fruta que tem um alto poder terapêutico, os mais conhecidos são: ação antioxidante, digestiva, diurética, antiinflamatória e mucolítica (expectorante). Sua ação antioxidante se dá devido a ser rica em vitamina C que é um poderoso aliando no combate aos radicais livres, no fortalecimento do sistema imunológico, auxilia na absorção de ferro, e é um dos precursores na formação de aminoácidos e colágeno. A fruta também concentra uma grande quantidade de bromelina que é uma enzina digestiva capaz de degradar proteínas, por isso sua ação digestiva. Essa enzima também age diminuindo processos inflamatórios através da inibição da agregação plaquetária e de ação antiexudativa. Ela atua também dissolvendo as secreções do trato respiratório (TEIXEIRA, 2010). Para pessoas com comorbidades respiratórias, bronquites, sinusites, rinites e resfriados e que queriam tratar de forma natural, é indicado o uso da bromelina. Que pode ser obtida consumindo o abacaxi in natura, principalmente o caule dentro da polpa (parte que

47


contém a maior concentração de bromelina) ou na forma de xarope onde é extraído a enzima. Esse xarope terá um efeito anti-inflamatório e expectorante. Xarope de abacaxi Ingredientes: 500g de abacaxi cortado em pedaços; Uma xicara de mel de abelha; Preparo: Coloca o abacaxi cortado em pedaços em uma panela e leva ao fogo por vinte minutos, espera esfriar e coa o preparo, depois adiciona-se o mel de abelha. Dosagem: É recomendado uma colher de sopa de 4 a 6 vezes ao dia, até que cessem os sintomas. Pode ser conservado em temperatura ambiente de até 25ºC ou na geladeira. Esse xarope é um expectorante natural facilmente metabolizado e com baixa toxicidade e efeitos adversos. O mel presente no xarope terá a função de aliviar os desconfortos da garganta e age também como um antimicrobiano natural. A indústria já comercializa esse fitoterápico a algum tempo, alguns exemplos são: Bromelin do laboratório Hebron e o Melxi do laboratório Aspen pharma. Benefícios: Fortalece os ossos; Reduz os níveis de Colesterol; Auxilia na Digestão; Auxilia no Tratamento da Sinusite; Auxilia no Tratamento da Bronquite; Auxilia no Tratamento da Tosse; Reduz os Riscos de Formação de Coágulos Sanguíneos; Acelera a Cicatrização dos Tecidos; É um excelente Antiinflamatório; Diurético – Excelente para quem retém muito Liquido; Combate a Hipertensão Arterial;

48


Ajuda a eliminar cálculos renais; Combate a Anemia; Devido sua acidez, o abacaxi favorece a absorção do ferro; Ajuda a normalizar a flora intestinal bom para quem tem constipação.

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

O abacaxi é um excelente aliado na hora da alimentação, sendo indicado o seu consumo junto com alimentos ricos em ferro, por ser rica em vitamina C, pois essa associação aumenta a absorção de ferro pelo organismo. Por ser um concentrado de enzimas proteolíticas tem a capacidade de degradar proteínas ajudando na digestão desses tipos de alimentos. Também ajuda na absorção de outras drogas como os antibióticos. Informações nutricionais do abacaxi: Composição Nutricional do Abacaxi (em 100 gramas)

Calorias 48 kcal Proteínas 0,54 g Carboidratos 12,63 g Fibras 1,4 g Cálcio 13 mg Magnésio 12 mg Manganês 1,17 mg Fósforo 8 mg Ferro 0,28 mg Potássio 115 mg Cobre 0,09 mg Vitamina A 56UI Vitamina B1 0,79 mg Vitamina B6 0,11 mg Vitamina C 36,2 mg Tabela: Autoria própria

49


Fonte: (TEIXEIRA,2010)

TOXICIDADE

Possui pouca toxicidade, porem a bromelina presente no abacaxi em contato de com a pele, pode causar dermatite em peles sensíveis.(portalsãofrancisco.br/abacaxi).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É fácil agora perceber porque essa fruta recebeu o título de rainha das frutas, não se trata apenas da sua beleza majestosa, mas da preciosidade que existe abaixo da sua casca grossa. Uma fruta doce, de cheiro marcante e ao mesmo tempo suave, e com propriedades curativas e medicinais. O abacaxi se mostra um potente aliado na cura de algumas enfermidades como também na manutenção do sistema imunológico e é de fácil acesso a população brasileira. Vale a pena investir em pesquisa e na divulgação de uma fruta tão saborosa e tão rica do ponto de vista nutricional e medicinal.

REFERÊNCIAS

BRAGA, RENATO. Plantas do Nordeste especialmente do Ceará. Coleção Mossoroense, volume 1204, novembro de 2001.

PONCIANO, NIRALDO, JOSÉ. et al. Avaliação Econômica da Produção de Abacaxi (Ananas comosus L.) Cultivar Perola na região norte Fluminense. Revista Caatinga, Caatinga (Mossoró,Brasil), v.19, n.1, p.82-91, janeiro/março 2006.

50


SANCHES, N. F.; MATOS, A. P. Abacaxi: o produtor pergunta, a Embrapa responde: 2. ed. Brasília: Editora Embrapa, 2013.

TEIXEIRA, J. B. P. Programa de Plantas Medicinais e Terapias nãoConvencionais.

2010.

Disponível

em

<http://www.ufjf.br/proplamed/atividades/fitoterapia/2157-2/> Acesso em 12 set. 2019.

ABACAXI:

Disponível

em:<

https://www.portalsaofrancisco.com.br/alimentos/abacaxi> Acesso em 07 set. 2019.

UNBWEB A história do abacaxi. Disponível em:<http://web.unb.br/2016-0722-12-22-22>. Acesso em: 07 set.2019.

Bromelin®

-

Laboratório

Hebron

-

Disponível

em:

http://www.medicinanet.com.br/bula/1010/bromelin.htm - último acesso: 13 set. 19.

ULLMANN, S. CARACTERÍSTICAS BOTANICAS. 2002. Disponível em:< http://www.ufrgs.br/afeira/materias-primas/frutas/abacaxi/caracteristicasbotanicas> Acesso em: 07 set. 2019.

PONCIANO, NIRALDO, JOSÉ. et al. Avaliação Econômica da Produção de Abacaxi (Ananas comosus L.) Cultivar Perola na região norte Fluminense. Revista Caatinga, Caatinga (Mossoró,Brasil), v.19, n.1, p.82-91, janeiro/março 2006.

51


Capítulo

5 Caesalpinia leiostachya Ádria Henrique Fernandes; Janielly Pereira da Costa; Geovan Figueirêdo de Sá Filho

52


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Os nomes populares são constituídos por Pau ferro, pau ferro verdadeiro, jucá, diferindo de acordo com a região encontrada. Entretanto, seu nome científico original, seu basinômio, é Caesalpinia ferrea, entrando em desuso e passando a ser denominada atualmente por Caesalpinia leiostachya (BRASIL, 1999).

HISTÓRICO

Presente na família Caesalpiniaceae, tem seu nome Caesalpinia leiostachya em homenagem ao primeiro botânico da história, o italiano Andrea Caesalpinio (1519-1603). Encontra-se em tipos de florestas estacional semidecidual, ombrófila densa, matas das dunas, caatinga, em várzeas úmidas com drenagem e textura adequada, bem como, em temperaturas elevadas, por isso, sendo encontrado desde São Paulo a Alagoas. Entretanto, com esse vasto território, possível de desenvolvimento, encontra-se ameaçado. O primeiro plantio no Brasil foi em 1988, pelo deputado Ulysses Guimarães, que no momento, era presidente da Assembleia Nacional Constituinte, dessa maneira, foi plantada no bloco das árvores históricas, encontrada no bosque dos constituintes em Brasília (BRASIL, 1999).

MORFOLOGIA DA PLANTA

Pode atingir até 30m de altura, tendo uma raiz profunda e pivotante com copa irregular quando jovem e quando adulto fica de forma arredondada, sendo este motivo da capacidade de favorecer uma grande extensão de sombra. Seu caule é caracterizado como de fuste curto e bifurcada, tendo a casca como lisa e de cor cinza com manchas brancas irregulares com 10 mm

53


de espessura, internamente é amarelo clara, escurecendo de acordo com o aumento do contato com o ar, sendo renovada anualmente a partir do desprendimento de placas, de forma irregular. As flores são pequenas, de cor amarela e brilhante, unidas na forma de cachos com até 20 cm. Seu tegumento é levemente rugoso, de cor verde clara a amarelada. As sementes contêm formato ovoide, base achatada, ápice arredondado, cor marrom escuro, tendo comprimento de cinco a 10 mm, largura de quatro a seis mm e quantidade de dois a 10 por fruto. Estes são secos, de coloração escura quando maduros, com casca dura, sendo oblongos, achatados, assimétricos com 5 a 10 cm de comprimento (BRASIL, 1999). As folhas da planta adulta são bipinadas, com quatro a sete nervuras secundárias com seis pares de folíolos, pelos curtos e amarelados, já as folhas da plântula são compostas, imparipenadas, com três pinas, quatro pares de folíolos obovados e papiráceos de coloração avermelhada, ambas possuem pouco brilho e não têm cheiro e sabor que a caracterizem, bem como, brotando entre os meses de agosto e setembro. (GALDINO et al., 2007). As folhas, frutos e entrecasca são preparados em forma de infusão, tendo posologia de 10 gotas por três vezes ao dia acompanhado de um copo de água (HOMEO ERVAS, 1979). Já o decocto ou chá é produzido a partir das raízes, folhas, cascas ou fruto, sendo consumida uma xícara de chá por três vezes ao dia. O extrato e gel produzidos com as vagens ou casca é aplicado no local, três vezes ao dia. Casca e entrecasca utilizadas em forma de xarope, uma colher de chá por duas ou três vezes ao dia (DOUTÍSSIMA, 2015).

Imagem 1.1 - Flor do pau ferro.

54


Fonte: Assucena Tupiassu (2015) Imagem 1.2 – Caule do pau-ferro.

Fonte: Autoral (2019)

FARMACODINÂMICA

No extrato do fruto, é possível encontrar taninos, fenóis e quinonas. Dessa maneira, a farmacodinâmica foi explicada a partir de cada composto encontrado. O tanino, responsável pelo processo de cicatrização, possui ação adstringente, na qual a lubrificação do fruto é perdida, devido à precipitação de proteínas salivares. Possui também ação antioxidante, tratando úlceras gástricas. O composto responsável pela ação anti-inflamatória é o flavonoide, obtido na extração da planta. Esse metabólito atua inibindo a via da cicloxigenase, tanto na COX-1 quanto na COX2, como também a lipoxigenase, inibindo assim a cascata inflamatória. Sua atividade

55


anticoagulante, que está sendo melhor estudada, é devido a presença de cumarinas na planta. Esse composto é capaz de inibir a ação da vitamina K nos metabolitos da cascata de coagulação, inibindo a mesma. (KOBAYASHI ET AL., 2915). A utilização do fruto como antidiabético está relacionado a inibição da enzima aldose redutase pelo ácido elágico e ácido elágico-2. Esses ácidos inibem a enzima de forma não competitiva, ou seja, independente da concentração de glicose presente no organismo, ela não será metabolizada pela aldose redutase. (ALVES, SILVA, 2016).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Utilizada para reflorestamento, paisagismo e sombreamento de áreas devastadas devido a seu crescimento e desenvolvimento rápido, longa durabilidade e extensão de sua copa. Entretanto, não deve ser utilizada em locais de alta passagem de automóveis e pessoas, por conta de sua altura e extensão, tendo a possibilidade de quebra de alguns ramos em tempos de tempestades e ventanias, podendo provocar acidentes. Em relação a sua madeira resistente é utilizada para a fabricação de violões, violinos e construção civil (PATRO, 2013).

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Contêm propriedades desobstruente, anticatarral, béquico com a utilização do xarope, sendo preparado a partir da casca, um litro de água e 1 kg de açúcar em aquecimento, sendo consumida uma colher de chá. Como também propriedades cicatrizantes e antisséptico utilizando em forma de pomada ou gel, sendo seu preparo a partir da transferência do extrato glicólico do fruto a 5% em um recipiente, produzido a partir de 12 vagens maceradas com um litro de álcool ou 200g de casca com 500 ml de álcool e 500 ml de água deixando em torno de dois dias em descanso, em seguida, incorpora o gel base, misturando até a homogeneização completa, aplicando no local até três vezes ao dia, mantendo o conteúdo em recipiente escuro e em locais sem umidades. Somado a isso, têm características fortificantes e anti-inflamatórias a partir do

56


extrato ou chá das folhas, decocto, sendo inseridas duas colheres de chá de folhas secas para um litro de água, sendo fervidas por 10min e para propriedades antidiabéticas, faz-se o mesmo processo, porém no lugar das folhas, utilizam-se os frutos, no final de ambos os processos, precisa ser coado, sendo ingeridas três xícaras do chá ou 10 gotas da infusão. (PICKLER, 2015) Os exemplos de produtos fitoterápicos são: a tintura da bage de jucá que é utilizada para contusões, ferimentos e compressas em luxações, como também, está sendo desenvolvida uma pesquisa científica para comprovar sua utilização como fitoterápico alternativo para a doença leishmaniose tegumentar (JENSEN, 2018). O xarope e extrato fluido da entrecasca são destinados para tosse, asma, bronquite e coqueluche. O extrato fluido das folhas serve para problemas respiratórios e gripes (PICKLER, 2015).

Imagem 1.3 - Vagem do pau ferro.

Fonte: Autoral (2019)

57


Imagem 1.4 - Casca de pau ferro.

Fonte: Autoral (2019)

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

Na casca e folhas podem ser encontrados manganês e zinco, em maiores quantidades e biodisponibilidade destaca-se o ferro (SILVA et al., 2010). Dessa maneira, são utilizadas essas partes da planta de forma triturada, facilitando a inserção nos planos e dietas alimentares tanto de humanos como animais. Sendo assim, uma maneira de diminuir a quantidade de indivíduos portadores de anemia ferropriva, principalmente crianças, utilizando esse método nas alimentações escolares (CARVALHO, 2006). Como ainda não foram produzidas pesquisas cientificas que comprovassem quais os efeitos adversos e contradições da utilização do pau-ferro (CRF-SP, 2019), não foi possível o estabelecimento das possíveis interações alimentares e medicamentosas.

58


TOXICIDADE

Utilização de extrato bruto liofilizado/desidratado da folha em testes em camundongos para DL50 (Dose Letal Mediana), nas doses de 3.938 mg/kg e 6.300 mg/kg, para fêmeas e machos respectivamente, apresentaram hemorragias em alguns órgãos como pulmão, fígado, pâncreas e partes do intestino, na dosagem de 10.080 mg/kg em menos de 24h houve morte. Para teste de toxicidade aguda foram administradas dose de 5000 mg/kg afetando principalmente o fígado, seguido do coração, pulmão e rins, tendo sintomatologia de fezes e sangue com partes de consistências mais líquidas no interior e algumas paradas cardiorrespiratórias (GONZALEZ, 2005). Os frutos contêm compostos fenólicos e saponinas que são conhecidos por sua atividade hemolítica, entretanto, a concentração normalmente encontrada na planta não provoca esses efeitos destrutivos. Na semente encontram-se microrganismos endofíticos que são capazes de destruir a celulose, como também, enzimas amiolíticas, como a alfa amilase, podendo ocorrer a destruição do amido (CAVALHEIRO, 2009). Em grávidas podem ocorrer variações no peso da placenta, tornando-se inferior ao normal, e aumento do líquido amniótico, podendo afetar o desenvolvimento do feto (PICKLER, 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Caesalpinia leiostachya é utilizada de diversas formas para uma variedade de enfermidades, variando assim, de acordo com a região em que se encontra, mas sendo unânimes as propriedades para melhoramento patológico. Entretanto, é necessário maior aprofundamento e pesquisas científicas sobre determinada planta, a fim de elucidar questionamentos acerca de seus efeitos adversos e interações alimentares e medicamentosas, para uma posologia mais adequada e eficiente.

59


REFERÊNCIAS BIRUEL, R. P.; PAULA, R. C.; AGUIAR, I. B. Germinação de sementes de Caesalpinia leiostachya (benth.) ducke (pau-ferro) classificadas pelo tamanho e pela forma. Revista árvore,

Viçosa-MG,

v.34,

n.2,

p.197-204,

2010.

Disponível

em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-67622010000200001&script=sci_arttext Acesso em 02 de setembro de 2019. GALDINO, G.; MESQUITA, M. R.; FERRAZ, I. D. K. Descrição morfológica da plântula e diásporos de Caesalpinia ferrea Mart. Revista brasieleira de biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 2, p. 747-749, jul. 2017. BRASIL. Bosque dos constituintes. Brasília, DF: Câmara dos Deputados. 1999. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/gestao-na-camara-dosdeputados/responsabilidade-social-e-ambiental/ecocamara/recursos/bosque-dosconstituintes/flora-local/as-4-arvores-historicas/pau-ferro Acesso em 04 de setembro de 2019. PATRO,

R.

Pau-ferro

-

Caesalpinia

leiostachya.

Disponível

em:

https://www.jardineiro.net/plantas/pau-ferro-caesalpinia-ferrea.html Acesso em 04 de setembro de 2019. ERVAS,

H.

Extrato

fluido

de

pau-ferro.

Disponível

em:

https://www.ahomeoervas.com.br/extrato-fluido-pau-ferro Acesso em 05 de setembro de 2019. REDAÇÃO DOUTÍSSIMA. Pau-ferro: aprenda a fazer medicamentos caseiros. Disponível em: https://fortissima.com.br/2015/01/18/pau-ferro-aprenda-fazer-remedios-caseiros-14679689/ Acesso em 05 de setembro de 2019. CATEJON,

F.

Taninos

e

saponinas.

Goiânia,

2011.

Disponível

em:

https://portais.ufg.br/up/67/o/semi2011_Fernanda_Castejon_1c.pdf Acesso em 05 de setembro de 2019. KOBAYASHI, Y. T. S; ALMEIDA, V. T.; BANDEIRA, T.; ALCÂNTARA, B. N; SILVA, A. S. B.; BARBOSA, W. L. R.; SILVA, P. B.; MONTEIRO, M. V. B.; ALMEIDA, M. B. Avaliação fitoquímica e potencial cicatrizante do extrato etanólico dos frutos de Jucá (Libidibia ferrea) em ratos Wistar. Revista Brasileira de Pesquisa Veterinária e Zootecnia, São Paulo, v.52, n.1, p.34-40,

2015.

Disponível

60

em:


https://pdfs.semanticscholar.org/10ba/7809ca1b3f7b651d9323fc87742463680f91.pdf

Acesso

em 05 de setembro de 2019. ALVES, M. C.; SANTOS, C. P. F. Do uso popular à validação farmacológica: uma revisão sobre

três

espécies

da

caatinga.

Disponível

em:

http://www.editorarealize.com.br/revistas/conidis/trabalhos/TRABALHO_EV064_MD1_SA10 _ID1491_01102016131335.pdf Acesso em 05 de setembro de 2019. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISA DA AMAZÔNIA. Inpa desenvolve creme à base de Jucá no tratamento alternativo contra a Leishmaniose. Rio de Janeiro: 2018. Disponível em: http://portal.inpa.gov.br/index.php/ultimas-noticias/3097-inpa-desenvolve-creme-a-base-dejuca-no-tratamento-alternativo-contra-a-leishmaniose. Acesso em 05 de setembro de 2019. GONZALEZ, F. G. Estudo farmacognóstico e farmacológico de Caesalpinia ferrea Martius. São

Paulo,

2005.

Disponível

em:

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9138/tde-

09042014-140127/pt-br.php Acesso em 07 de setembro de 2019. CAVALHEIRO, M. G.; FARIAS, D. F.; FERNANDES, G. S.; NUNES, E. P.; CAVALVANTI, F. S.; VASCONCELOS, I. M.; MELO, V. M. M.; CARVALHO, A. F. U. Atividades biológicas e enzimáticas do extrato aquoso de seentes de Caesalpinia ferrea Mart., Leguminosae. Revista

Brasileira

de

Farmacognosia,

abril/junho

2009.

Disponível

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2009000400014

em: Acesso

em 07 de setembro de 2019. PICLER, T. B. Ensinos pré-clínicos da exposição materna à Caesalpinia ferra. Sorocaba-São Paulo,

2015.

Disponível

em:

http://farmacia.uniso.br/producao-

discente/dissertacoes/2015/thaisa-pickler.pdf Acesso em 07 de setembro de 2019. CARVALHO, I. M. S. Valor nutricional do pau-ferro (Caesalpinia ferrea Mart.) como fonte de sulfato ferroso para suplementação alimentar e combate a anemia humana e animal. Dezembro, 2006. Disponível em: https://www.escavador.com/patentes/391930/valor-nutricionalpau-ferro-caesalpinia-ferrea-mart-como-fonte-sulfato-ferroso Acesso em 07 de setembro de 2019. SILVA, C. S.; NUNES, P. O.; MESCOUTO, C. S. T.; MULLER, R. C. S.; PALHETA, D. C.; FERNANDES, K. G. Avaliação do uso da casca do fruto e das folhas de Caesalpinia ferrea Martius como suplemento nutricional de Fe, Mn e Zn. Revista Ciência e Tecnologia de

61


Alimentos,

Campinas,

p.

751-754,

julho/setembro

2010.

Disponível

em:

http://www.scielo.br/pdf/cta/v30n3/v30n3a28.pdf Acesso em 07 de setembro de 2019. SÃO PAULO, Comissão assessora de plantas medicinais e fitoterápicos. Plantas medicinais e fitoterápicos. São Paulo, 2019. NATUREZA

BELA.

Jucá

-

Caesalpinia

férrea.

Disponível

em:

http://www.naturezabela.com.br/2012/05/juca-caesalpinia-ferrea.html Acesso em 12 de setembro de 2019. TUPIASSU, A. Pau-ferro. Disponível em: http://umaflorpordia.blogspot.com/2015/02/pauferro.html Acesso em 12 de setembro de 2019.

62


CapĂ­tulo

6 Dysphania ambrosioides l. Francisca Ionara Barreto Carvalho de Lucena; Georgiane Aline Albano Batista

63


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

O Mastruz, nome mais conhecido no interior do Rio Grande Norte, é uma erva anual que possui um aroma marcante e peculiar. Disseminado em todo o território nacional e presente em alguns países por ser de fácil cultivo em regiões tropicais, semitropicais e temperada; é utilizada para fins de recuperação da saúde em humanos e animais, possuindo várias nomenclaturas populares, dentre elas: Mastruço, Erva de Santa Maria, Mentruz, Erva-formigueira, Caá-cica, Lombrigueira, Ambrosina, Mentruço, Quenopódio, Erva Mata Pulgas, Cravinho-do-mato, Pacote, Anserina, Uzaidela, Erva das lombrigas e Chá da Espanha. (ALMANÇA 2011; BRAGA 2001; CORRÊA et al, 2008; DINIZ et al, 2006). A presente planta foi incialmente inserida a família Chenopodiacea na qual sua primeira nomenclatura científica, Chenopodium ambrosioides L., possui origem grega, significando “pata de ganso” devido ao formato das folhas de determinadas espécies. (DINIZ et al, 2006). Recentes estudos em filogenia determinaram a união da família Chenopodiaceae à família Amaranthaceae, sendo atualmente empregada o nome científico Dysphania ambrosioides (ALMANÇA, 2011); porém a mesma possui vários sinônimos: Ambrina ambrosioides (L.); Atriplex ambrosioides (L.); Blitum ambrosioides (L.); Botrys ambrosioides (L.); Chenopodium album subsp. ambrosioides (L.); Neobotrydium ambrosioides (L.); Orthosporum ambrosioides (L.); Teloxys ambrosioides (L.);

64


Vulvaria ambrosioides (L.). (TROPICIS.ORG, 2011).

HISTÓRICO

Originária da América Central e Sul, o Mastruz possui um grande poder de adaptação, tendo origem espontânea no Brasil. Desde o seu descobrimento, a população deu início a utilização para cura de animais e pessoas enfermas, sendo passado um conhecimento popular de geração em geração. Na Espanha, suas folhas são utilizadas como chá devido ao seu sabor agradável (em baixas concentrações), além de ser um reparador do trato gastrointestinal (ALMANÇA, 2011). Na América, sua utilização se deu ao uso na cultura indígena da Argentina e Bolívia; os astecas utilizavam como remédio para diarreia e picada de insetos e aranhas; no Brasil toda a planta é utilizada para animais e humanos com ações antibacterianas, antitumoral, cicatrizantes, vermífuga, importante no trato respiratório, quanto gastrointestinal e urinário, sendo administrado de forma interna e externa. Na China, foi evidenciado o uso da planta para a cura da malária através das partes aéreas secas (COSTA, 2014; DINIZ et al, 2006) A ascaridol, é uma das principais substancias com efeito terapêutico, sendo descoberto na década de 30 através de ensaios in vivo em cachorros. Foi administrado 1 ml via oral, onde combateu áscaris, oxiúros e ancilostoma, porém não proferiu efeito na expulsão em tênias e tricocefalos. Através dessa experiência o óleo foi extraído por arraste a vapor, sendo administrado ao humano 1,5ml via oral, demonstrando efeito eficaz em diversas parasitoses intestinais, na qual posteriormente a OMS determinou o consumo de 20g da planta inteira para expulsão de parasitas de forma segura, ou seja, sem reações adversas (DINIZ et al, 2006; ALMANÇA, 2011). Ao longo das décadas, novas substancias foram isoladas e destinadas a ação curativa, entretanto, devido ao alto poder de intoxicação muitos estudos são realizados a

65


fim de uma segurança aos usuários. Por essa razão, é de suma importância o conhecimento de toda a população sobre o uso racional de plantas medicinais, em especial da planta estudada nesse capítulo. Curiosidade: Em 1990 na cidade Fortaleza (capital do Ceará), surgiu uma banda que tocava exclusivamente forró, sendo denominado Mastruz com Leite.

MORFOLOGIA DA PLANTA

Planta herbácea, podendo atingir entre 20 cm e 2 m de altura; possui raiz fasciculada do tipo subterrânea; caule ereto, sulcado, grabo, podendo ser também pubescente de acordo com o local de cultivo, e muito ramificado; apresentando sulcos rasos com faixas brancas e rosadas. Suas folhas variam de comprimento de acordo com a posição da mesma, onde as maiores variam entre 6 e 7 cm se encontrando mais na base do caule sendo reduzido o tamanho nas extremidades da planta, havendo uma lamina foliar simétrica para todas; ambas são alternas podendo ser pecioladas, oblongas ou oblongas-lanceoladas. As Flores são pequenas e verdes em espiga auxiliares densas onde possui o fruto rico em óleo quenopódio (ALMANÇA, 2011; BRAGA, 2001; COSTA, 2014).

66


Figura 2: Raíz da Dysphania ambrosioides L. Fonte: Autoria Própria

Figura 3:Caule da Dysphania ambrosioides L. Fonte: Autoria própria

67


Figura 4: folhas, flores, frutos da Dysphania ambrosioides L. Fonte: Autoria própria

FARMACODINÂMICA

Através de uma liofilização das folhas, foram encontrados: potássio, cálcio, magnésio, ferro, cobre, zinco, manganês, cobalto, riboflavina, ácido ascórbico e caroteno. Em relação ao extrato etanoico do Mastruz há uma predominância de terpênicos,

68


alcaloides, taninas condensadas, saponinas e flavonoides; tais compostos agem por via inibitória das enzimas ciclooxigenase e 5-lipoxigenas, promovendo assim os efeitos antiinflamatórios (ALMANÇA, 2011; CALIXTO, 2000 apud SÁ, 2013; POZZATI, 2010). Em relação a ação antioxidante, componentes da Dysphania ambrosioides L. reagem com os radicais livres de oxigênio, estimulando a alta produção de nitrogênio, na qual atua de forma coadjuvante no processo anti-inflamatório (SOUZA, 2014); tais compostos também utilizados no processo anti-inflamatório são o Mirceno e Cimemo, que apresentam atividades analgésicas e o Felandreno que possui ação antitérmica. A migração celular e mediadores de inflamação locais modulam as atividades de células responsáveis pela defesa e revitalização do tecido necrótico pertencente ao edema e intensa congestão vascular. A cicatrização com a utilização do Mastruz se dá pela superprodução de fibroblastos que consequentemente aumentam os níveis de fibronectina e colágeno no corpo. A função que o fitoterápico realizará, dependerá da quantidade ingerida, sendo levado em consideração o auxílio de um farmacêutico para identificar e informar ao paciente os níveis tóxicos da planta (SOUZA, 2014; ALMANÇA, 2011; COSTA, 2014).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Por ser uma planta de fácil cultivo no Rio Grande do Norte e possuir constância em suas condições climáticas, o Mastruz se torna viável como planta medicinal para todas as classes sociais, visto que está enraizado na cultura. (COSTA, 2014).

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

O Mastruz está incluso na lista de plantas medicinais de interesse ao SUS (Sistema Único de Saúde) por apresentar inúmeros benefícios devido à grande diversidade de componentes químicos, porém, é necessário mais investimentos em pesquisas para o

69


mesmo, devido ao seu alto índice de toxicidade. O uso de fitoterápico em forma aquosa ou extrato seco é comercializado no Brasil livremente, além da oferta da planta in natura em todo o país (COSTA, 2014; BRASIL, 2009; ALMANÇA, 2011; POZZATI,2010).

Uso Interno Para a utilização interna, todas as partes da planta é utilizada, principalmente as folhas e sementes. Em extratos aquosos o Mastruz é indicado para dispepsia; flatulência; afecções hepáticas; astenia; afecções pulmonares e das vias aéreas superiores; anorexia; tratamento de anemia carencial; coadjuvante nos casos de tuberculose; antiulcerosa; antimicrobiana; antimoluscocida; antiviral; fungitóxico e anti-helmíntico. O preparo para os extratos aquosos é realizado através da trituração das folhas e maceradas em composto alcoólico a fim da extração da droga (os princípios ativos presentes na planta são extraídos, mas não há um isolamento refinado de cada princípio ativo, sendo consumido todos presentes na planta); após a maceração o composto filtrado e liberado para consumo. Para erradicar dores de origem reumática é utilizado a raíz do Mastruz através da maceração com uma xícara de água, sendo indicado ingerir duas vezes ao dia o composto coado. O Mastruz também possui propriedades diuréticas e combate parasitoses intestinais tanto para fins humanos quanto veterinários. A população utiliza as folhas associadas com leite para recuperação estomacal proveniente de gastrite e cicatrização óssea. Para essa preparação a planta é triturada e batida em liquidificador juntamente com leite, em seguida é filtrada, sendo consumido o quanto antes para realizar o efeito desejado, podendo ser tomado entre 2 ou 3 vezes ao dia. A Dysphania ambrosioides (L.) é utilizada em inalações para auxílio de problemas respiratórios por presença de bactérias ou alérgicos. Para essa função é realizado o chá da planta podendo utilizar folhas, raíz, caule e sementes, sendo utilizado uma colher de sopa da planta picada com meio litro de água morna, inalando o vapor por 10 minutos uma vez

70


por dia, a etnobotanica indica realizar esse procedimento a noite, antes e dormir. (COSTA, 2014; ALMAÇA, 2011; POZZATI, 2010) Uso externo

As folhas e raízes são utilizadas como cicatrizantes, onde através da maceração das folhas é possível utilizar em ferimentos, contusões, dores musculares e traumatismo. Para essa finalidade a folha deve ser socada e aplicada em cima do local debilitado entre duas e três vezes ao dia. Para redução da secreção sebácea e repelentes contra pulgas e carrapatos em animais, é utilizado uma colher de sopa da planta picada com uma xícara de água, podendo aplicar uma vez ao dia. (COSTA, 2014; ALMAÇA, 2011)

Curiosidade: A dose oral de 5mg/kg por via intraperitoneal apresentam ação antineoplásica, em estudo com camundongos (NASCIMENTO et al., 2006 apud SÁ, 2013).

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

Devido ao fácil acesso, a presente planta pode ser acrescentada nas saladas convencionais sendo utilizada as folhas para melhor sabor, pois o Mastruz possui aroma e paladar único, além do grande valor nutricional. Existem relatos populares que o Mastruz tem sua ação potencializada quando é associada com leite de vaca, porém, na literatura não se encontrou registros de interações com alimentos (ALMAÇA, 2011).

TOXICIDADE

A toxicidade se dá pelos componentes puros (carvacrol, óxido de cariofileno e ascaridol) que inibem a cadeia de transporte de elétrons da mitocôndria, impedindo a

71


respiração celular. O Ascaridol é a substancia mais conhecida, na qual causa irritação na pele e mucosa, vômitos, vertigens, zumbidos, dores de cabeça, lesões renais e hepáticos, surdez temporária, colapso circulatório, insuficiência aguda (provocando abortamento e neoplasia gastrointestinais), coma e até a morte devido a uma overdose (ALMANÇA, 2011; DINIZ et al, 2006). Os sintomas primários são: intoxicação gastrointestinais, alterações no SNC, dores na cabeça, rubor facial, visão prejudicada, vertigem, comprometimento na coordenação e paretesia (COSTA, 2014; Corrêa et al, 2008).

Contraindicação para fitoterápicos a base de Dysphania ambrosioides: As seguintes classes estão contraindicados para o uso do Mastruz: Gestantes, alérgicos a planta da família Chenopodiaceae, alérgicos em geral, doentes cardíacos, renais e hepáticos, além de portadores de doenças crônicas, crianças menores de 3 anos e pacientes com disfunção hepáticas e renais (DINIZ et al, 2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mastruz é um importante vegetal com efeitos terapêuticos comprovados, podendo ser utilizado para diversas doenças inflamatórias, parasitárias, microbiológicas, cicatrizantes e antineoplásicos (emestudo). Por haver tantos benefícios, implica-se dizer que a Dysphania Ambrosioides L. é formada por inúmeros compostos químicos, sendo levado em consideração seu alto índice de toxicidade. Na literatura é possível encontrar diversas informações sobre tal planta, porém, a farmacodinâmica de seus componentes ainda não estão bem condensados. Diante disso, é de suma importância o acompanhamento de um farmacêutico na conduta terapêutica do Mastruz, sendo proporcionado uma maior segurança em seu consumo.

72


REFERÊNCIAS ALMANÇA, C. C. J. EXTRATO HIDROETANÓLICO DE ERVA-DE-SANTAMARIA (Chenopodium ambrosioides L.) NO CONTROLE DO CARRAPATO DE BOVINOS [Rhipicephalus (Boophilus) microplus Canestrini, 1888 (Acari: Ixodidae)]. Alegre, ES: Editora Universitária – UFES, 2011. Disponível em: <http://repositorio.ufes.br/bitstream/10/5096/1/tese_5207_.pdf>. Acesso em: 10 Setembro 2019

BRAGA, R. Plantas do Nordeste: especialmente do Ceará. 5 ed. Natal, RN: Fundação Queiroz, 2001.

BRASIL - AGENCIA SAÚDE. MS elabora relação de plantas medicinais de interesse ao

SUS.

2009.

Disponível

em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/sus/pdf/marco/ms_relacao_plantas_medicinais_sus_060 3.pdf>. Acesso em: 25 Agosto 2019.

CORRÊA, Anderson Domingues; BATISTA, Rodrigo Siqueira; QUINTAS, Luis Eduardo M. Plantas Medicinais: do cultivo à terapêutica. 7ed – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

COSTA, Eronita de Aquino. Nutrição & Fitoterapia: Tratamento alternativo através das plantas.3 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

73


Pozzatti, P. N.; Casagrande, F. P.; Valentim, T. P.; Zélia Terezinha Gai; Porfírio, L. C. Aspectos farmacológicos e terapêuticos da utilização da Erva-de-santamaria (Chenopodium ambrosioides) em humanos e animais. PUBVET, Londrina, V. 4, N. 35,

Ed.

140,

Art.

946,

2010.

Disponível

em:

<

http://www.pubvet.com.br/uploads/9697374ad1d62743e38abe4b0a0fc324.pdf>.Acesso em: 06 Set 2019.

SÁ, Rafaela Damasceno. Estudo farmacognóstico de Chenopodium ambrosioides L. (Chenopodiaceae).

Recife,

PE:

O

autor,

2013.

Disponível

em

:

<

https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/10715/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o %20Rafaela%20Damasceno%20S%C3%A1.pdf>. Acesso em: 09 Set 2019.

SOUZA, Jandrey P. J. de. Efeito anti-inflamatório do extrato hidroalcoólico de folha de Chenopodium ambrosioides L. na bexiga de ratos submetidos à cistotomia. São Luís,

MA:

O

autor,

2014.

Disponível

em:

<

http://tedebc.ufma.br:8080/jspui/bitstream/tede/1394/2/JandreySouza.pdf.> Acesso em: 29 Agosto 2019.

74


CapĂ­tulo

7 Cocos nucifera Maria Clarice Oliveira de Alcântara; Yasmin Kethelen de Queiroz

75


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Esta planta tem como nome popular o Coco, coqueiro, coco-da-baía, coqueiroda-índia, coco-da-praia e/ou coqueiro-anão e nome científico de Cocos nucifera L. O coqueiro é uma planta tropical comum no nordeste brasileiro, embora seja nativo do continente asiático, sua cultivação no Brasil foi importante para a região pelo fato de possui diversos benefícios, como a fitoterápicos, participar da economia do nordeste principalmente nas áreas litorâneas, uso alimentício, além de ajudar a produzir diversos derivados que o coqueiro pode oferecer. Os componentes do coqueiro são famosos hoje pelo mundo inteiro, pois além da propriedade de ser rico em nutrientes, atua no organismo fortalecendo o sistema imunológico. Entretanto é preciso prevenir dos seus efeitos tóxicos, pois derivados do coco, como o óleo de coco, em altas concentrações no corpo aumentam o risco de problemas cardiovasculares devido a cadeias de ácidos graxos saturados. Na Figura 1 tem-se uma exemplar da planta. Figura 1

76


Fonte: Autoria própria

HISTÓRICO

O fruto do coqueiro tem sua origem no oriente asiático, porém foi trazido ao Brasil logo depois de imigrações, possuindo condições adequadas para se desenvolver no país em razão da umidade e insolação da região (FERREIRA, 2002). Se caracteriza por ser uma planta com nome popular que varia entre coco, coqueiro, coco-da-baía, coqueiro-da-índia, coco-da-praia e coqueiro-anão. Entretanto, cientificamente de acordo com a toxicologia da espécie seu nome científico é denominado como cocos nucifera. O coqueiro (Cocus nucifera L.) tem uma diversidade utilizações, todas as suas partes são empregados para fins artesanais, alimentícios, nutricionais, agroindustriais, medicinais, biotecnológicos e entre outros. Uma das suas principais utilidades atuais no Brasil, com grande perspectiva de uso internacional e terapêutico, é o aproveitamento da água- de-coco (ARAGÃO, 2000).

77


A água-de-coco pode ter uma rivalidade com as bebidas para esporte, porque eles tem uma certa capacidade de repor eletrólitos (AGRICULTURA 21, 2003), servindo de base para acrescentar valor aos produtos de coco, com vasto potencial comercial, por ser muito nutritivo, por ser estéril, por ter uma boa quantidade de minerais na sua bebida natural, com

sabor

suave

e

poder

ser

consumido por

todas as

idades

(NADANASABAPATHY; KUMAR, 1999). A origem do coqueiro no Brasil se deu origem na Bahia, trazida pelos portugueses, pois foi observado que na Índia, a planta produz fruto após 20 anos, enquanto no Brasil bastava menos de 10 anos para gerar o coco. (SIQUEIRA et al, 2002).

MORFOLOGIA DA PLANTA

Existem três tipos de coqueiro (coqueiro gigante, anão e híbrido) sendo que a espécie mais predominante no Brasil com 7/10 do total de hectares é pertencente ao primeiro (RIBEIRO et al, 2009), mas ambas as espécies possuem características em comum na morfologia presente na imagem.

FARMACODINÂMICA

Não há relatos na literatura sobre a farmacodinâmica dessa planta.

78


IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O coqueiro possui muita importância socioeconômica nas regiões tropicais, sendo também uma cultura importante na sustentabilidade dos ecossistemas frágeis das regiões costeiras, onde poucas espécies vegetais são capazes de sobreviver. Pode ser utilizado para consumo suas diversas estruturas, tais como frutos e folhas, além de gerar seu fruto de viver por muitos anos e gerar fruto rapidamente, cada coqueiro produz cerca de 200 cocos anualmente, sendo de grande valia pela valorização do fruto frente ao mercado urbano (PIRES et al, 2004). É importante analisar também os ácaros presentes no coqueiro, pois eles são as principais pragas para a plantação e podem danificar o fruto formando manchas esbranquiçadas, ocorrendo a formação de necrose do coco e impedindo seu crescimento, necessita por isso o controle dessas pragas na plantação. (Monteiro, 2011).

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Alguns países possuem deficiência nutricional na população muito alta, com isso a água de coco é utilizada como substituta de produtos protéicos. A composição da água coco tem aminoácidos parecidos com o do leite, porém com maior porcentagem de arginina, alanina, cistina e serina na água de coco, e em menores proporções de outros aminoácidos. Uma grande vantagem do coco é que ele pode existir naturalmente em grandes quantidades em países que a grande quantidade de pessoas desnutridas. (ARAGÃO, 2000).

79


Dentre as suas propriedades medicinais são antiinflamatória, calmante, condicionante, emoliente, hidratante, nutritiva, oxidante, protetora das membranas celulares, refrescante, remineralizante e umectante. É Indicado para abrir o apetite, afecções respiratórias, amaciante da pele, angina, artrite, blenorragia, bronquite, bronquite asmática, calmante, cefaléias, cistite, colesterol, cólicas abdominais, desinterias, desnutrição, diarréias, dores, febre, fortificante dos músculos e das gengivas, furúnculos, hidratante, icterícia, inchaço nas pernas, inflamação do canal da uretra, inflamações dos olhos, irritações gastrointestinais, nefrite, nutriente, repositor de sais minerais, tosse, traqueíte, úlceras gástricas, vermífugo (teníase), vômito na gravidez. Modo de usar: Leite de coco: 2 colheres tomadas pela manhã e à noite contra ataques asmáticos. Coco fresco ralado: 1 colher de manhã ajuda a expulsar vermes intestinais.

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

De fato em Sânscrito o nome para o coqueiro é kalpa vriksha, o qual se traduz como "a árvore que fornece todas as necessidades da vida". A diversidade de uso da palmeira incluem: O branco, parte gorda da semente, é bom para ser digerido (fresco) e usado (seco e dissecado) na culinária, a cavidade tem muita água de coco que contém os açúcares que são usados como uma bebida refrescante, e na composição da sobremesa gelatinosa nata de coco, o leite de coco tem aproximadamente 17% de gordura, e é feito processando o coco ralado com água quente que extrai o óleo e os compostos aromáticos.

80


O líquido obtido da incisão da base das inflorescências do coqueiro forma uma bebida conhecida em inglês por "toddy", nas Filipinas chamada tuba e em Moçambique, sura. Os botões da ponta de plantas adultas são comestíveis e são conhecidos como "cabaço de coco", o interior da ponta de cima do coco chama-se coração-da-palma ou "palmito", e comido em saladas, chamadas às vezes "salada do milionário".

TOXICIDADE

Pode ser tóxico no consumo em casos de alergias às substâncias do coco e alimentos como óleo de coco podem ser prejudiciais ao organismo em razão da sua composição de ácidos graxos saturados que são muitos quando comparados as gorduras insaturadas, podendo ter risco de ataque cardíaco se o seu consumo não for controlado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É visível as diversas características e propriedades do coqueiro para o Brasil, suas funções fitoterápicas derivadas da sua morfologia, seja a água de coco, o óleo de coco, o leite de coco e o coco ralado, cada uma é importantes para fazer o organismo funcionar melhor em estrutura e função, portanto é sempre crucial compreender os benefícios e malefícios de uma planta medicinal tão comum para o Brasil e tão presente na região nordeste, pois é comum que uma simples fruta pode ajudar de forma eficiente em um processo terapêutico ou preventivo tanto quanto um medicamento, além da maior

81


facilidade de ser encontrada in natura ou industrializada, além do baixo custo para obtenção.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, J.; MAIA, G.; SOUSA, P.; JUNIOR, G. Água-de-coco: Propriedades nutricionais, funcionais e processamento. Semina: Ciências agrárias, Londrina, v.27, n.437-452,

jul./set.

2006.

Disponível

em:<file:///C:/Users/Administrador/Downloads/2472-8108-1-PB%20(2).pdf>.

Acesso

em 20 de setembro de 2019.

MAJEWSKI,

A.;

Óleo de

coco e

suas

propriedades, 2017.

Disponivel

em:<http://www.farmaceuticas.com.br/oleo-de-coco-e-suas-propriedades/>. Acesso em 7 de setembro de 2019.

TEIXEIRA, J.; FARMÁCIAS VIVAS: A MEDICINA POPULAR POPULAR BRASILEIRA EM JUIZ DE FORA, Minas Gerais, 1969 – 1972. Disponivel em:<http://www.ufjf.br/proplamed/files/2011/04/Picinini-Fitoterapia-1972-11.pdf>. Acesso em 7 de setembro de 2019.

H.; Ferreira, J.; Siqueira, L.; Sistema de produção para a cultura do coqueiro. Aracaju: Embrapa

Tabuleiros

Costeiros,

2002.

63p.

Dezembro,

2002.

Disponível

em:<file:///C:/Users/Administrador/Downloads/SP1%20(6).pdf>. Acesso em 30 de setembro de 2019.

82


SIQUEIRA, L.A., ARAGÃO, W.M., TUPINAMBÁ, E.A. A Introdução do coqueiro no Brasil, importância histórica e agronômica, 24p, 2002. (Embrapa Tabuleiros Costeiros. Documentos, 47). Disponível em:<http//www.cpatc.embrapa.br>. Acesso em 24 de setembro de 2019. SOUZA, O.; MELO, B.; .MANCIN, C. A Cultura do coqueiro. Disponivel em: <http://www.fruticultura.iciag.ufu.br/coqueiro.html>. Acesso em 6 de setembro de 2019. PIRES, M.; COSTA, R.; JOSÉ, A.; BADARÓ, M.; MIDLEJ, M, ALVES, J. A CULTURA DO COCO: UMA ANÁLISE ECONÔMICA. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal

-

SP,

v.

26,

n.

1,

p.

173-176,

Abril

em:<http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbf/v26n1/a46v26n1.pdf>.

2004.

Acesso

Disponível em

24

de

setembro de 2019.

SIQUEIRA, L.A., ARAGÃO, W.M., TUPINAMBÁ, E.A. A Introdução do coqueiro no Brasil, importância histórica e agronômica, Embrapa, Aracaju, SE, 24p, 2002. Disponível em:<file:///C:/Users/Administrador/Downloads/Documentos47%20(3).pdf>. Acesso em 28 de setembro de 2019.

RIBEIRO, F.; COSTA E.; ARAGÃO, W. Melhoramento genético, agência Embrapa de informação

tecnológica.

Aracaju,

SE.

Disponível

em:<https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/coco/arvore/CONT000gl5m652b02 wx5ok0xkgyq5dmanf8w.html#>. Acesso em 10 de setembro de 2019.

Brasil, I.; Miranda, N.; Nascimento, R. XI JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2011 – UFRPE: Recife, pag 1, 18 a 22 de outubro. Disponivel

83


em:<http://www.eventosufrpe.com.br/2011/cd/resumos/R0100-2.pdf>. Acesso em 23 de setembro de 2019.

84


CapĂ­tulo

8 Convolvulus operculata Anieferson Mateus de Almeida Torres, Gleyson Roberto Leite de Medeiros, Isaque da Silva Sousa

85


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

No brasil é encontrada em vários estados recebendo assim diversos sinônimos populares, dentre os mais citados na literatura estão: Jalapa-do-Brasil, Batata-de-Purga (alusão a uma de suas utilizações populares, como laxante), Ipu ( Minas Gerais), Purga de Amaro Leite (Goiás), Briônia da América, Jalapa de São Paulo, Escamonéia da América, Xalapa (PLANCHO.,1937).

HISTÓRICO

A Operculina sp. é uma planta pertencente à família Convolvulaceae, que é composta por 51 gêneros e 1800 espécies com distribuição principalmente em regiões tropicais e subtropicais. Fazem parte desta família as espécies do gênero Ipomoea, que produz ema conhecida raiz tuberosa batata doce (JOLY.,1975). A Jalapa é encontrada em regiões compreendida entre as Antilhas e o Brasil, além de regiões temperadas dos Andes Mexicanos entre 1500 e 2000 metros de altitude, em regiões lamacentas e de solo profundo. O principal centro de comércio deste vegetal era feito na cidade mexicana de Jalapa, de onde originou suas inonímia mais conhecida. Na Europa é encontrada em algumas regiões, porém as condições climáticas são desfavoráveis (PLANCHON.,1937).

MORFOLOGIA DA PLANTA

A OperculinaalataUrbané uma planta trepadeira de caule quadrangular, avermelhado e glabro. Folhas longopecioladas, inteiras, grandes, glabras, de lobos agudos. Flores de corol as amarelas infundibulares, auxiliares, solitárias.

86


Cápsula com sementes escuras e duras. São espécies silvestres, porém podem ser facilmente cultivadas, plantando-se suas sementes ou o tubérculo (BRAGA, R.,1976).

FARMACODINÂMICA

Exerce função laxativa especialmente ao nível de intestino delgado, devido à presença de elevado teor de resinas. Na presença de bile, no intestino delgado, o glicosídeo se converte em açúcar e aglicona que se desdobra liberando a ácido graxo livre correspondente (TESK;TRENTIINI,1997). Os ácidos graxos livres irritam a mucosa intestinal,

aumentando

o

peristaltismo

e

facilitando

a

evacuação.

(TESK;TRENTIINI,1997). Estudo pré clínicos comprovaram a açaõ laxativa em camundongos no teste de motilidade intestinal ultilizando extratos hidroetanolicos e preparações coo o pó da planta, comprovando a ação farmacológica no modelo adotado , entretanto não se sabe ao certo o mecanismo de ação extrato da jalapa , sendo necessários estudos adicionais (MICHELIN; SALGADO, 2004).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Além do fácil acesso a população mais carente, tem a movimentação do livre comercio, seja na própria raiz estratificada, a água ardente alemã, ou como garrafadas tradicionalmente conhecida no Nordeste.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

87


Usualmente indicada para fins terapêuticos do tipo: Hemorragias (cerebral e pulmonar), Hidropisias (cardíaca e renal), prisão de ventre, inflamações, dor de cabeça, tratamento de edemas, hemorragia nasal, irregularidade menstrual e combate a helmintos. Seu preparo é por meio de chás ou garrafadas. A raiz da Jalapa emrodelas, secas à sombra, a resina, a fécula, chamada de goma de batata, ainda mais as sementes, torrefatas e eminfusão, também são aplicadas na hidropsia, sífilis e como preventivo de todas as doenças do aparelho digestivo. As mães sertanejas costumam dar diariamente as crianças uma pitadade goma de batata no leite, na papa ou no chá, no período da dentição, para evitar as diarréias e erupção da pele. As raízes de batata de purga constituem o mais poderoso catártico usado pela população rural (BRAGA,R.,1976). Posologia: Adultos: 5g de tubérculos (2 e 1/2 colheres de sopa) em decocto 2 vezes ao dia como laxativa, resolutiva, hemostática e regularizadora; 10g de tubérculos (5 colheres de sopa) em decocto como purgativa drástica. As raízes tem aplicações na medicina popular como purgativa, drástica, emetocatártica, antidiarreica, antidisentérica, antissifilítica, antihidrópica, antileucorréia e antiherpética. As flores quentes e untadas com óleo são maturativas. As flores e raízes são também diuréticas (MATOOS, 2000). É provável que a planta seja antiofídica, pois o largato Teiú cava o solo para comer a raiz sempre que é picado de cobra. O amido, que é abundante, e o sumo das folhas, servem para eliminar sardas e panos do rosto, quando macerado com limão até formar uma pasta mole. Flores e raízes também são indicadas para lenir dores de ouvido. A batata-de-purga é muito utilizada como laxativa e purgativa no Nordeste, como depurativo do sangue e sequelas de AVC. Segundo alguns estudos, seu estudo fitoquímico não esta completo, porém sabe-se que contém como principais componentes a fécula e 12% de resina, formada pela mistura complexa de substâncias de natureza glicosídica polimérica, de propriedade purgativa, sendo reconhecida como laxante ou, em doses maiores, como purgativo drástico e anti—helmíntico (MATTOS, S. H. et. Al.).

88


USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

As raízes tem aplicações na medicina popular como purgativa, drástica, emetocatártica, antidiarreica, antidisentérica, antissifilítica, antihidrópica, antileucorréia e antiherpética. As flores quentes e untadas com óleo são maturativas. As flores e raízes são também diuréticas (MATOOS, 2000). É provável que a planta seja antiofídica, pois o largato Teiú cava o solo para comer a raiz sempre que é picado de cobra. O amido, que é abundante, e o sumo das folhas, servem para eliminar sardas e panos do rosto, quando macerado com limão até formar uma pasta mole. Flores e raízes também são indicadas para lenir dores de ouvido. A batata-de-purga é muito utilizada como laxativa e purgativa no Nordeste, como depurativo do sangue e sequelas de AVC. Segundo alguns estudos, seu estudo fitoquímico não esta completo, porém sabe-se que contém como principais componentes a fécula e 12% de resina, formada pela mistura complexa de substâncias de natureza glicosídica polimérica, de propriedade purgativa, sendo reconhecida como laxante ou, em doses maiores, como purgativo drástico e anti—helmíntico (MATTOS, S. H. et. Al.).

TOXICIDADE

Ela é caracterizada como uma planta com efeitos tóxicos. É contraindicada para crianças, gestantes, e lactantes. Doses acima das aconselhadas pode causar intoxicação severa, traduzida por cólicas fortes e diarreia intensa, com risco de rápida desidratação. (MATOOS, 2000).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

89


Quando se iniciou o trabalho de pesquisa, constatou-se que a batata de purga, apesar de ter várias propriedades farmacológicas conhecidas, ainda passa por processos de constantes estudos a fim de desvendar seus mistérios que ainda rodeiam os pesquisadores movidos por relatos de pessoas que faz uso da batata de purga para diferentes tipos de tratamento como foram abordados ao longo do trabalho. Diante disso, a pesquisa teve como objetivo geral obter informações mais detalhada a cerca da planta estudada, a fim de entender quais de suas partes são mais utilizadas na fitoterapia de uso popular e medicinal.

REFERÊNCIAS

MATTOS, S. H. et. al. Plantas Medicinais e Aromáticas Cultivadas no Ceará: Tecnologia de Produção e Óleos Essenciais. Serie BNB Ciência e Tecnologia n. 2, Fortaleza, 2007. MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais: guia se seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 3.ed. Fortaleza: Imprensa Universitária , 2007. MATOS, F.J.A Plantas medicinais do Brasil: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2.ed. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2000. MICHELIN, D.C,; SALGADO, H.R.N. Avaliação de atividade laxante de Orpeculinamacrocarpa L. Urban (Convolvulace). Rev. Bras. Farmacogn., v. 14, n.2, TESKE, M.; TRENTINI , A.M.M. Compêndio de fitoterapia. 3. Ed Paraná Herbarim, 1997. LORENZI, H.; MATOS, F.J.A.Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e exóticas. São Paulo: Instituto Plantarum ; 2002.

90


CapĂ­tulo

9 Cymbopogon citratus Érica Beatriz Pinto de Souza; Luana Nirley Penha da Silva; Beatriz Farias da Costa

91


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

O capim santo (Cymbopogon citratus) é também conhecido como erva príncipe, capim cidreira, capim limão, capim cidró, capim cheiroso, dentre outros. É uma planta original das regiões tropicais da Ásia, principalmente da Índia, mas muito comum nas regiões tropicais do Brasil (SANTOS et al., 2009). É utilizado principalmente na forma de chás, tanto com as folhas fervidas em água, como em infusão (PEIXOTO et al., 2015). É extraído da planta o óleo essencial composto por limoneno, citronelal, mirceno, geraniol, e seu principal o citral (ZAGO et al., 2009), que é referido na maioria dos efeitos terapêuticos. O capim santo é bastante utilizado pela população (empiricamente) principalmente para cólicas e dores abdominais, febres, como calmante e para ajudar no tratamento de pacientes hipertensos, obtendo geralmente bons resultados.

HISTÓRICO

O capim santo é classificado como uma planta perene, originária da Índia. Na Ásia, o chá de suas folhas é utilizado como antipirético e as raízes mastigadas para clarear os dentes. Desenvolve-se bem em quase todas as regiões do Brasil. Suas folhas são aromáticas e possuem odor característico, semelhante ao limão. Verifica-se também a beira de estradas e opta por climas quentes.

MORFOLOGIA DA PLANTA

O Cymbopogon citratus possui um porte de geralmente entre 1 e 2 m de altura, folhas de 60 cm até 1 m de comprimento e de 1,5 – 2 cm de largura, invaginantes, alternas, lineares, longoatenuadas no ápice, ásperas nas duas faces, cortantes e possuem cobertura cerosa. Os solos mais adequados são os de textura médio-argilosa, com boa drenagem, fertilidade mediana e com bom teor de matéria orgânica. O pH ideal deve ser entre 5,0 e 6,5, devendo-se fazer a correção adequada do solo antes do plantio sempre que necessário.

92


As partes mais utilizadas da planta são as folhas frescas, principalmente em forma de chás pela população que conhece seus benefícios empiricamente. Geralmente é utilizada uma xícara (chá) ou 250 ml à noite para insônia (250 ml de água: 0,5 g de capim); e até 1L ao dia para ansiedade, nervosismo ou outras indicações.

FARMACODINÂMICA

O Cymbopogon citratus conhecido popularmente por capim santo é utilizado para auxiliar na digestão, porém, seu uso terapêutico é indicado para tratar problemas no estômago, depressão, insônia, infecções de pele, dor muscular, tosse, asma e reumatismo (PEIXOTO et al., 2015). Além de atuar também como analgésico, o capim santo possui um efeito sinérgico com antibióticos aumentando seus efeitos. Essas ações farmacológicas ocorrem principalmente pelo citral e seus isômeros geraniale e neral, compostos que estão presentes no óleo essencial dessa erva. Os chás são preparados por infusão, e sua dosagem é de 0,5 g de capim santo para 250 ml de água. O óleo essencial do capim santo é um regulador do nervo vago, onde diminui sua atividade motora aumentando o tempo de sono, por esse mecanismo se dá o seu efeito calmante (PEIXOTO et al., 2015). O citral o principal composto do seu óleo essencial tem efeito antiespasmódico o que inibe a motilidade da musculatura visceral, o citral também é o responsável por sua atividade antibacteriana principalmente em bactérias gram positivas, o uso do mirceno, outro composto do óleo essencial, não apresenta efeito antibacteriano, mas se associado com o citral, faz com que seu efeito se potencialize (SANTOS et al., 2009). O mirceno também possuí ação analgésica. Interações com medicamento: Existem estudos de que o capim santo possui efeito hipotensivo que se dá possivelmente pela redução da resistência vascular, os compostos responsáveis por estas interações são o geraniol, neral e mirceno, que fazem parte da composição química do seu óleo essencial (Carmo e cols 2012), já que seu mecanismo de ação (inibem a abertura de canais de cálcio) coincide com o de fármacos de três classes diferentes: Fenilalquilantes, benzotiazepinas e diidropiridinas. Há registros em algumas literaturas de que a Cymbopogon citratus possui interações com alguns medicamentos anti-hipertensivos por causa de seu possível efeito hipotensivos agindo assim de forma sinérgica com fármacos dessa classe.

93


IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O capim-santo tem emprego industrial vasto. Quando se refere ao preparo de chás, a sua aquisição é de fácil acesso, basicamente obtida através do cultivo ou, comprando também os sachês por baixo custo, encontradas prontamente em comércios e drogarias. Considerando a alta utilização do capim-santo na indústria cosmética, farmacêutica e alimentícia, além do uso em chás caseiros, torna-se necessário desenvolver estratégias para melhorar a qualidade da produção desse fitoterápico no mercado, como se procede à colheita, o acondicionamento, o armazenamento, devido a sua grande influência econômica (Gomes; Negrelle, Rev. Bras. Pl. Med. 2015).

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

O capim santo (Cymbopogon citratus) é uma planta medicinal bastante utilizada no preparo de chás, basicamente, fervendo suas folhas em água. Seu uso fitoterápico tem efeitos eficazes para alívios de dores abdominais, febre, dor de cabeça e analgésico – a substância mirceno é a responsável por atenuar essas atividades. Esse fitoterápico também possui ação para tratamento de anti-hipertensivo, calmante e diurético, em razão ao óleo essencial presente na planta (Peixoto; et al. 2015).

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

A utilização do Cymbopogon citratus, mais comumente conhecido como capim-santo, na indústria alimentícia, consiste principalmente, no fabrico de chás. Também como tempero de algumas refeições, como flavorizante e aromatizante (Gomes; Negrelle, Rev. Bras. Pl. Med. 2015). Ademais, por vezes é consumido em chás, tradicionalmente, sem nenhum objetivo específico, apenas pelo seu sabor e cheiro tido como agradável por muitas pessoas.

94


FIGURA 1.1 Capim Santo cultivado no quintal de uma casa no município de Mossoró – RN

TOXICIDADE

Não há relatos de eventos tóxicos em seres humanos pela planta Cymbopogon citratus em bibliografias, porém, estudos foram realizados em ratos e camundongos, onde mostraram que o óleo essencial da planta em doses mínimas 150 e 300 mg/kg em ratos (LIMA, 2017), tem uma alta margem de segurança com mínimos efeitos toxicológicos sobre critérios hematológicos, no entanto, faz-se necessários novos estudos para analises sobre outros critérios bioquímicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diversos fatores vêm contribuindo para o uso de plantas medicinais na saúde da população, principalmente os chás, que são utilizados com base na comprovação terapêutica ou pelo saber popular passado em gerações, utilizadas como uma terapia útil

95


(Tomazzoni; Negrelle, 2006). E vem sendo empregada continuamente por fácil aquisição e consumo, e pelo desenvolvimento da fitoterapia nos programas de saúde. À vista disso é de fundamental importância conhecer bem a planta medicinal – benefícios e malefícios, uma vez que, não é só porque é de origem vegetal que não causa efeito tóxico, muitos se enganam por pensar assim. A esse respeito, realizou-se um estudo do Cymbopogon citratus - uma planta conhecida popularmente com os nomes de erva-cidreira, capim-limão e capim-santo. Suas partes mais utilizadas são as folhas para o preparo de chás - seja para uso terapêutico ou apenas por seu sabor adorável. Destacou-se o beneficio desse fitoterápico no tratamento de dores em geral, anti-hipertensivo e calmante. Não há relatos de consequências nocivas no uso do capim-santo. REFERÊNCIAS PEIXOTO, M.; DO BÚ, E.; LIMA, E.; ANDRADE, E. PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR IDOSOS DA ZONA RURAL DE FAGUNDES – PB. Anais CIEH,

2015.

Disponível

em:

http://www.editorarealize.com.br/revistas/cieh/trabalhos/TRABALHO_EV040_MD4_S A3_ID337_27082015172304.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. NUNES, M.; BERNARDINO, A.; MARTINS, R. Uso de plantas medicinais por pessoas com hipertensão. Fortaleza: Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 2015. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3240/324043261002.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. GOMES, E.; NEGRELLE, R. Análise da cadeia produtiva do capim limão: estudo de caso.

Campinas:

Rev.

Bras.

Pl.

Med.,

2015.

Disponível

em:

http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v17n2/1516-0572-rbpm-17-2-0201.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. TOMAZZONI, M.; NEGRELLE, R.; CENTA, M. FITOTERAPIA POPULAR: A BUSCA

INSTRUMENTAL

Florianópolis:

texto

contexto

ENQUANTO –

enferm.,

96

PRÁTICA 2006.

TERAPÊUTICA. Disponível

em:


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072006000100014. Acesso em: 13 set. 2019. LIMA, B.A.; SILVA, C. I. P.; JUNIOR, B. C. J.; CARDOSO, S. A.; SILVA, M. L.; SILVA, C. R.;

Avaliação toxicológica do óleo essencial de Cymbopogon citratus

(DC) stapf (Capim-Marinho) em camundongos e ratos. Pará Res Med J. 2017. Disponível

em:

https://www.prmjournal.org/article/10.4322/prmj.2017.003/pdf/prmjournal-1-1-e03.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. ZAGO, A.A.J.; USHIMARU, I. P.; BARBOSA, N. L.; JUNIOR, F. A. Sinergismo entre óleos essenciais e drogas antimicrobianas sobre linhagens de Staphylococcus aureus e Escherichia coli isoladas de casos clínicos humanos. Botucatu – SP: Rev. Bras. de Farmacog., 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v19n4/05.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. TEXEIRA, K.; AMARAL, A. P. PLANTAS MEDICINAIS QUE PODEM CAUSAR ALTERAÇÃO NA PRESSÃO ARTERIAL E INTERAÇÃO COM ANTIHIPERTENSIVOS.

Criciúma

SC:

UNESC,

2011.

Disponível

em:

http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/618/1/Katrine%20Teixeira.pdf. Acesso em: 13 set. 2019. SOUZA, P. B. J.; ATALIBA, B. J. F.; COSTA, A. D.; FARIAS, D. A. Interações planta medicinal x medicamento convencional no tratamento da hipertensão arterial. Brasília – DF: Rev. Infarma – Ciências farmacêuticas, 2017. Disponível em: file:///C:/Users/ClienteTechNew/Downloads/INTERACOES_PLANTA_MEDICINAL_X_MEDICAMENTO _CONVENCI.pdf. Acesso em: 13 set. 2019.

97


CapĂ­tulo

10 Erythrina velitina Gabrielle Cavalcante Barbosa Lopes; Isabelle Andrade Silva

98


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Erythrina mulungu, pertencente a família Fabaceae, popularmente conhecida no Nordeste como bacuré, mulungu, mulungu-da-flor-vermelha e mulungu-da-flor-amarela e no suldeste como muchôco e mulungá.

HISTÓRICO

Uma planta que possui seu uso difundido no Brasil, no qual sua maior incidência ocorre no nordeste do nosso país, seu uso indiscriminado nas feiras populares das cidades, pode levar a extinção dessa planta. Popularmente ela é utilizada por muitos devido seu efeito calmante, ajuda com a insônia, anticonvulsivante, antidepressivo, tratar desordens do sistema nervoso central, estas são as principais finalidades mais utilizadas. O nome Erythrina mulungu tem origem grega e africana, respectivamente, referenciando a cor vermelha de suas folhas e evidenciando o conhecimento empírico dos antigos povos sobre o uso dessa planta. No Brasil, os povos indígenas utilizam algumas espécies de Erythrina para preparar o curare, uma solução com efeito paralisante usada para facilitar a caça, e outras espécies comumente usadas por pajés como base de bebidas alucinógenas. Esta planta medicinal possui alcaloides eritrínecos, encontrados em maior quantidade nas sementes e na casca, que permitem ação neurotrópica.

MORFOLOGIA DA PLANTA

As árvores da Erithryna Mulungu, são árvores altas, pode chegar em torno dos 20 metros, pode conter espinhos, e seu caule é um pouco tortuoso, sua ramificação é dicotômica (se

99


divide em duas partes), as folhas são trifoliadas (três folhas) com folíolos orbiculares. São plantas hermafroditas, isto é, possui flores de ambos os sexos, sendo que seu principal polinizador é a abelha.

FARMACODINÂMICA

Estudos feitos com camundongos sob estresse induzido e plantas da Erythrina, mostram que a presença de alcaloides, como 11- α hidroxitritavina, e alcaloides eritrinicos, eritravina e α – hidroxyerisotrina, possuem ação ansiolítica

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O mulungu é amplamente encontrado nas feiras populares das cidades brasileiras, seu uso tradicional, passado de pai para filho leva há uma procura desenfreada dessa planta, o que pode levar no futuro a extinção da espécie devido o uso indiscriminado.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

De acordo com estudos na área, pode-se dizer que sua ação é neurossensorial e muscular, auxiliando na ansiedade, insônia nervosa, espasmos musculares, anticonvulsivante, antidepressivo, tratar desordens do sistema nervoso central.

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

100


O Mulungu é utilizado mais comumente na forma de chá, a fim de diminuir ansiedade, insônia, e normalizar a pressão.

TOXICIDADE

Não é recomendado o uso de E. Mulungu por pessoas com insuficiência cardíaca ou arritmias cardíacas. As sementes não devem ser utilizadas, por concentrarem maiores quantidades de alcaloides, e, portanto, apresentarem maior toxicidade em relação às cascas e folhas. Além disto, a única contraindicação conhecida das formulações é a hipersensibilidade individual aos componentes das fórmulas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de plantas medicinais é abrangente no Brasil, cultural, é algo passado de pai para filho. Por ser algo “natural”, pode ser usado indiscriminadamente pelas pessoas, levando a toxidade. O mulungu é uma planta que não se observa qualquer tipo de toxidade na interação alimentar e medicamentosa, mesmo assim, deve-se ter cuidado no seu uso, pois ao ingerir altas doses a pressão arterial pode baixar de forma acentuada, devendo assim ter cautela. Como é uma planta que possui várias finalidades fitoterápicas, como auxílio no tratamento de insônia, ansiedade, distúrbios neurológicos, o seu uso deve ser consciente, tendo em vista que a colheita indiscriminada pode vir a levar a extinção de sua espécie.

REFERÊNCIAS

101


DB-AGRIST3-Embrapa Florestas. Circular Técnica AU - CARVALHO, P. E. R.ANBR20081315643.-Portuguese-Nomenclatura-Mulungu-Erythrina velutina-Taxonomia Mulungu

(Erythrina

velutina).

-FAO

Colombo:Embrapa

of

Florestas.

2008

160

the

U

<http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/315643/1/circtec160.pdfLA>. Acesso em 12 09 2019.

DE SOUZA, Cynthia Domingues; FELFILI, Jeanine Maria. Uso de plantas medicinais na região de Alto Paraíso de Goiás, GO, Brasil. Acta botânica brasílica, v. 20, n. 1, p. 135-142, 2006. Acesso em:< www.scielo.br/pdf/%0D/abb/v20n1/13.pdf>

DAMASCENO, Lindemberg Medeiros et al. Perfil dos medicamentos fitoterápicos mais comercializados em farmácia magistral do município de João Pessoa-PB. 2014. <https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/538> Acesso em: 12 09 2019.

GOMES, Erbs CintraBARBOSA, Jusciélio VILAR, Flávia CartaxoPEREZ, Jane VILAR, RicardoFREIRE, José LucínioDE LIMA, Antônio; DIAS, Thiago. Plantas da caatinga de uso terapêutico: levantamento etnobotânico. Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia,

Brasília,

DF,

5.2,

20

08

2008.

Disponível

em:

<http://ferramentas.unipinhal.edu.br/engenhariaambiental/viewarticle.php?id=130>. Acesso em: 13 09 2019.

PISANO, Lilian Cristiane Pisano et al. PLANTAS MEDICINAIS. Uso e cultivo domiciliar no município de Bauru-SP. Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e

da

Saúde,

v.

16,

n.

102

6,

p.

141-150,

2012.


<www.agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/FLO_Etnob_Cerrado_MGID0zWHltLEGY.pdf> acessado em 12 09 2019.

RODRIGUES, VALÉRIA EVANGELISTA GOMES; CARVALHO, DA de. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais no domínio do cerrado na região do Alto Rio Grande–Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, v. 25, n. 1, p. 102-123, 2001. <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/recursos/FLO_Etnob_Cerrado_MGID0zWHltLEGY.pdf> acesso em: 12 09 2019.

SCHLEIER, Rodolfo; QUIRINO, Cristiane Sacuragui; RAHME, S. Erythrina mulungu– descrição botânica e indicações clínicas a partir da antroposofia. Revista Arte Médica Ampliada, v. 36, n. 4, p. 162-167, 2016.

SERRANO, Maria Amélia Rodrigues et al . Anxiolytic-like effects of erythrinian alkaloids from erythrina suberosa. Quím. Nova, São Paulo , v. 34, n. 5, p. 808811,

2011

.

Available

from

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010040422011000500015&lng=en&nrm=iso>.

access

on 13 Sept. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422011000500015.

SOUSA, Francisca CF et al. Plantas medicinais e seus constituintes bioativos: Uma revisão da bioatividade e potenciais benefícios nos distúrbios da ansiedade em modelos animais. Rev.

Bras.

Farmacogn,

v.

18,

n.

4,

p.

642-54,

http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v18n4/v18n4a23&gt> visitado em 12 09 2019.

103

2008.

<


SOUZA, Maraísa Fernanda Bento et al. Plantas medicinais com potencial terapêutico ansiolítico

no

Brasil:

uma

revisão

<http://bdm.ufmt.br/handle/1/1251>Acesso em: 12 09 2019.

104

integrativa.

2019.


Capítulo

11 Eucalyptus globulus Angela Beatriz da Silva Oliveira; Lara Thaís Rodrigues de Souza Neves Viana.

105


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Árvore da família Myrtaceae do gênero Eucalypstus Ssp conhecida popularmente por Eucalipto.

HISTÓRICO

A planta é nativa do continente Australiano na Indonésia e passou a ser um dos gêneros florestais mais plantados no mundo, devido a sua utilização na geração de diversos produtos madeireiros e não madeireiros. A chegado da espécie no Brasil deu início no século XIX para fins comerciais bastantes lucrativos (GARLET, J. et al; 2013)

MORFOLOGIA DA PLANTA

Suas características morfológicas estão caracterizadas por suas folhas de coloração verde escura com odor característicos, que possui forma lanceolada e comprimento entre 10 e 15 cm com larguras de 2 e 4 cm. É uma arvore de grande porte e pode alcançar cerca de 90 metros de altura. Suas flores podem atingir 4cm de diâmetro e apresentam estames macios cuja coloração pode variar entre branco, creme, amarelo, rosa e vermelho. Os frutos normalmente se apresentam em forma de cápsulas e a aparência das cascas varia de acordo com a idade da planta (SHAH G, et al;2012).

FARMACODINÂMICA

106


O efeito fisiológico causado pelos princípios ativos do Eucalipto se dá principalmente nas vias respiratórias, devido suas propriedades expectorantes, fluidificante, antisséptico. Outra característica observada é a de possuir atividade hipoglicemia. Dosagens elevadas podem apresentar efeitos adversos (ALONSO, 1998).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O Eucalyptus é uma planta de crescimento fácil e bem adaptada ao clima brasileiro, principalmente no Sul e Sudeste, e essas características, além da boa qualidade de sua madeira, possibilitam uma grande comercialização do tronco dessa árvore que é utilizada como matéria-prima na

área da industria com base florestal. Tornando-a

economicamente importante para o agronegócio (FILHO E. P. 2007)

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Os matérias de competência farmacológicas estão nas folhas , flores e frutos e nas cascas e caule da planta. É indicado para tratamento de doenças respiratórias (asma, renite, adenite, sinusite, bronquite, pneumonia, tuberculose), podendo ser administrado como dispositivo inalatório, chás e massageadores locais (ALONSO, 1998).

INTERAÇÕES COM ALIMENTOS /MEDICAMENTOS

Alguns estudos realizados em animais indicam que há probabilidade de que o óleo extraído das folhas do Eucalipto interaja com enzimas hepáticas envolvidas na metabolização de fármacos, podendo gerar diminuição na ação terapêutica de drogas administradas. Além disso, alguns relatos clínicos correlacionam o uso do óleo de

107


Eucalipto com alterações no sistema nervoso e dificuldade de raciocínio, principalmente se associada a medicamentos que possuam ação no sistema nervoso. Outro estudo também realizado em animais aponta que o uso de Eucalipto reduz a quantidade de carboidrato no sangue, então o seu uso deve ser cauteloso em pacientes diabéticos (NICOLETTI, M. F et al; 2007).1

TOXICIDADE

Alguns pesquisas científicas realizadas indicam que a toxicidade de óleos essenciais de Eucalyptus Citriodora Hook pode ser utilizada para controle de insetos resistentes a inseticidas convencionais. Isso devido a presença de alguns fitoconstituintes como o Citronelal que é caracterizado como um agente tóxico(OOTANI, M. A. et al; 2011). Em relação a toxicidade provocada pela ingestão de doses elevadas para fins terapêuticos, pode causar náuseas, dores abdominais, vômitos, dispneia, e em casos mais extremos convulsões, perda de consciência e coma. Em casos específicos causa irritação cutânea em pessoas sensíveis. Por isso, o óleo só deve ser ingerido se diluído corretamente (ALONSO, 1998).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Eucalipto é uma planta que possui diversas funções e aplicabilidades, têm demonstrado importância no agronegócio, no controle de pragas e na indústria alimentícia, além de apresentar eficácia para diversos fins terapêuticos, demonstrando maior eficiência nos tratamentos de doenças respiratórias. No entanto, mesmo sendo uma planta medicinal, sua utilização não deve ser banalizada, pois o uso inadequado pode apresentar riscos para a saúde do indivíduo.

108


REFERÊNCIAS POTENCIAIS

INTERAÇÕES

ENTRE

MEDICAMENTOS

E

PLANTAS

MEDICINAIS/ Pereira, Larissa/ Acesso:13/09/2019. Disponível em: https://editorarealize.com.br/revistas/conbracis/trabalhos/TRABALHO_EV108_MD1_S A3_ID1197_20052018235841.pdf REZENDE, Helena Aparecida de; MONTEIROCOCCO, Maria Inês; BEZERRA, Karoline Gomes Dias. A UTILIZAÇÃO DE FITOTERAPIA NO COTIDIANO DE UMA POPULAÇÃO RURAL: THE PHYTOTERAPY UTILIZATION IN THE RURAL POPULATION ROUTINE. Scielo, São Paulo, p.28-288, 2002. Anual. Nenhuma. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v36n3/v36n3a10>. Acesso em: 13 set. 2019. NICOLETTI, Maria Aparecida et al. PRINCIPAIS INTERAÇÕES NO USO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS. Infarma, São Paulo, p.32-40, 2007. Nenhuma. Disponível em: <http://www.saudedireta.com.br/docsupload/1339893751infa09.pdf>. Acesso em: 13 set. 2019.

ALONSO J. R. TRATADO DE FITOMEDICINA – BASES CLÍNICAS E FARMACOLÓGICAS – editora Isis . Buenos Aires1998 – Argentina. Disponível em: http://www1.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_saude/fitoterapia/publ icacoes/eucalipto.pdf. SHAH G, KAUR M, SINGH

PS, RAHAR S, DHABLIYA F, ARYA Y, et al.

PHARMACOGNOSTIC PARAMETERS O F EUCALYPTUS GLOBULUS LEAVES. Pharmacognosy Journal. 2012. GARLET, Juliana et al. Leptocybe invasa em Eucalyptus sp. no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v. 43, n. 12, p.2175-2177, dez. 2013.

109


CapĂ­tulo

12 Handroanthus serratifolius Otavio Soares da Silva; JoĂŁo Vykthor Pereira Cirilo; Lucas Yrdson Cordeiro Silva

110


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Ipê, ipê-amarelo, ipê-do-cerrado, ipêovo-de-macuco, ipê-pardo, ipê-uva, paud’arco, pau-d’arco-amarelo, piúva-amarela, opa e tamurá-tuíra, ipê-da-serra, ipê-amarelo-da-serra, ipê-mandioca, ipê-branco, ipê-tabaco, ipê-mamona (Lorenzi, 2000). De nome científico Handroanthus serratifolius

HISTÓRICO

O ipê é uma árvore diferente da maioria das outras: quando suas flores nascem, as folhas caem dos galhos. Quando se vê um ipê florido, sabemos que a primavera está próxima — a maioria dos ipês floresce no final do inverno ou no começo da primavera. A imagem do ipê é bastante representativa do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil.

MORFOLOGIA DA PLANTA

As folhas são opostas, digitadas e folioladas. Os folíolos são oblongos, ovais a lanceolados, com ápice acuminado e base arredondada a acuneada; apresentam consistência membranácea a subcoriácea; superfície glabra em ambas as faces ou com pelos nas axilas das nervuras secundárias da face inferior; a margem é serreada, crenado serreada ou raramente inteira (FERREIRA et al., 2004).

111


(Imagem 1)

FARMACODINÂMICA

A atividade antibacteriana foi avaliada pelo método de difusão em disco, frente aos microrganismos Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Shigella spp. Os resultados revelaram a presença de flavonoides, saponinas e triterpenos e/ou esteroides. Observouse a citotoxicidade (DL50=679 µg/mL), atividade antioxidante (CE50=86 mg/mL) e atividade antibacteriana sobre todas as cepas testadas.

112


IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Sua madeira tem grande durabilidade e resistência ao apodrecimento o que leva a sua madeira a ser bastante vendida e é ainda usada para arborização das áreas urbanizadas e também usada para a recuperação de matas ciliares,pois pode viver próxima aos rios. A Tabebuia alba produz madeira de grande durabilidade e resistência ao apodrecimento (LONGHI,1995). MANIERI (1970) caracteriza o cerne desta espécie como de cor pardo-havana-claro, pardo-havan-escuro, ou pardo-acastanhado, com reflexos esverdeados. A superfície da madeira é irregularmente lustrosa, lisa ao tato, possuindo textura media e grãdireita. Com densidade entre 0,90 e 1,15 grama por centímetro cúbico, a madeira é muito dura (LORENZI, 1992), apresentando grande dificuldade ao serrar. A madeira possui cheiro e gosto distintos. Segundo LORENZI (1992), o cheiro característico é devido à presença da substância lapachol, ou ipeína.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

A Tabebuia alba produz madeira de grande durabilidade e resistência ao apodrecimento (LONGHI,1995). Sendo pesada, com cerne escuro, adquire grande valor comercial na marcenaria e carpintaria. Também é utilizada para fabricação de dormentes, moirões, pontes, postes, eixos de roda, varais de carroça, moendas de cana, etc.

113


A entrecasca do ipê-amarelo possui propriedades terapêuticas como adstringente, usada no tratamento de garganta e estomatites. É também usada como diurético. O ipê-amarelo possui flores melíferas e que maduras podem ser utilizadas na alimentação humana. É comumente utilizada em paisagismo de parques e jardins pela beleza e porte. Além disso, é muito utilizada na arborização urbana. Segundo MOREIRA & SOUZA (1987), o ipê-amarelo costuma povoar as beiras dos rios sendo, portanto, indicado para recomposição de matas ciliares. MARTINS (1986), também cita a espécie para recomposição de matas ciliares da Floresta Estacional Semidecídua. A superfície da madeira é irregularmente lustrosa, lisa ao tato, possuindo textura media e grã-direita. Com densidade entre 0,90 e 1,15 grama por centímetro cúbico, a madeira é muito dura (LORENZI, 1992), apresentando grande dificuldade ao serrar. A madeira possui cheiro e gosto distintos. Segundo LORENZI (1992), o cheiro característico é devido à presença da substância lapachol, ou ipeína. A desrama se faz muito bem e a cicatrização é boa. Sendo assim, dificilmente encopa quando nova, a não ser que seja plantado em parques e jardins. Ao ser utilizada em arborização urbana, o ipê amarelo requer podas de condução com frequência mediana. Espécie heliófila apresenta a pleno sol ramificação cimosa, registrando-se assim dicotomia para gema apical. Deve ser preconizada, para seu melhor aproveitamento madeireiro, podas de formação usuais (INQUE et al., 1983). Uso medicinal: a infusão da entrecasca tem propriedades diuréticas (Brandão, 1991 in Carvalho, 2003), podendo também ser usada como adstringente, no tratamento de afecções de garganta e estomatites. A madeira possui cheiro e gosto distintos. Segundo Lorenzi, (1992), o cheiro característico é devido à presença da substância lapachol, ou ipeína. “A descoberta e estudo do lapachol nos fins do século passado, representou um dos episódios mais importantes da história da fitoquímica. O lapachol possui várias atividades terapêuticas como antimicrobiana, antiulcerogênica e antiinflamatória. Estudos mais detalhados da atividade anticâncer para alguns tumores sólidos e líquidos o lapachol puro não mostrou atividade efetiva, porém o seu extrato

114


bruto e os seus derivados isolados contidos nos extratos apresentaram…, Estudos farmacodinâmicos recentes apontaram que o lapachol puro pode ser um agente anticâncer oncogene-específico. Com isso reacende a possibilidade do uso do lapachol como agente anticâncer” (Fonseca, 2003).

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

O ipê-amarelo possui flores melíferas e que maduras podem ser utilizadas na alimentação humana.

TOXICIDADE

Não encontrado na literatura.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ipê-amarelo, assim com outras plantas, possui características fitoterápicas muito interessantes, porém o que mais chamou atenção foi o fato de que ela possui fatores adstringentes e usados no tratamento de problemas relacionados a garganta, e como a base de uma fitoterapia é um tratamento mais acessível, seja economicamente ou literalmente o acesso das pessoas ao medicamento, o ipê-amarelo se faz muito importante, devido pessoas de zonas rurais poderem dispor dessa planta para tratamento de problemas de garganta, já que a poeira está diretamente envolvida e no caso da zona rural, ela está muito presente, junto ao sol escaldante do nordeste.

115


Muito gratificante ter a oportunidade de estudar a farmacobotânica e descobrir que nossa região é rica em plantas medicinais. Muito gratificante estudar o conhecimento das pessoas, deixando de lado um pouco a ciência hegemônica e dando valor ao conhecimento popular e passado de geração em geração pelos nossos familiares. Muito gratificante ter a oportunidade de estudar a farmacobotânica e descobrir que nossa região é rica em plantas medicinais. Muito gratificante estudar o conhecimento das pessoas, deixando de lado um pouco a ciência hegemônica e dando valor ao conhecimento popular e passado de geração em geração pelos nossos familiares.

REFERÊNCIAS

Departamento de Farmacologia da UFSC. 2018. Ipê-Amarelo. Projeto Fritz Müller. Disponível em: <http://projetofritzmuller.org/ipe-amarelo/>. Acesso em: 23 out. 2019.

Encyclopædia

Britannica,

Inc.

2019.

ipê.

Disponível

em:

<https://escola.britannica.com.br/artigo/ipê/483303>. Acesso em: Acesso em: 23 out. 2019.

Ferreira, F.A. 1989. Doenças dos ipês. In: Ferreira, F.A. Patologia florestal: principais doenças florestais no Brasil.Viçosa, SIF. p.369-419. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/306034/1/doc67.pdf>. Acesso em: 23 out. 2019.

NEGRELLE, R. R. B.; FORNAZZARI, K. R. C. Ethnobotanical study in two rural communities (Limeira and Riberão Grande) in Guaratuba (Paraná, Brazil). Revista Brasileira de Plantas Medicinais. v. 9, n. 2, p. 36-54, 2007. Disponível

em:

116


<http://www.sbpmed.org.br/download/issn_07_2/artigo4_v9n2_36-54.pdf>. Acesso em: 23 out. 2019. LONGHI,R.A. Livro das árvores: árvores e arvoretas do Sul. 2.ed., Porto Alegre: L&PM,

1995,

176p.

Disponível

em:

<https://www.ipef.br/identificacao/tabebuia.alba.asp?=&sid=GdBFL5mhEvZBzX LbYoqjK509UMTt>. Acesso em: 23 out. 2019.

LORENZI,H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992, 382p. Handroanthus albus in Ficha de Espécies do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira

(SiBBr).

Disponível

em:

<https://ferramentas.sibbr.gov.br/ficha/bin/view/especie/handroanthus_albus>. Acesso em: 23 out. 2019.

Análise fitoquímica e das atividades citotóxica, antioxidante, e antibacteriana das Flores de Tabebuia serratifolia (Vahl) Nicholson. (Rosane Abreu, José Luiz Mazzei, 11 V. 11 N. 1 (2017); ARTIGO DE PESQUISA. (Publicado em setembro 25, 2017). Disponível em:

<http://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/issue/view/30>.

Acesso em: 23 out. 2019.

Ipê

Amarelo

-

Tabebuia

alba.

2017.

Disponível

em:

<

http://www.clak.com.br/portal/assets/docs/evento/identificacaoplantas/Tabebuia_al ba.pdf>. Acesso em: 23 out. 2019.

Imagens: Tecnologia

e

Manejo.

Como

Plantar

Ipê

Amarelo.

Disponível

em:

<http://ruralpecuaria.com.br/tecnologia-e-manejo/como-fazer/como-plantar-ipeamarelo.html>. Acesso em: 23 out. 2019.

117


CapĂ­tulo

13 Kalanchoe daigremontiana JoĂŁo Lucas Andrade Castelo Branco; Kananda Maria de Morais Castro; Mateus da Silva Oliveira

118


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Nome Científico: Kalanchoe daigremontiana

Sinonímia: Bryophyllum daigremontianum

Nomes

Populares: Mãe-de-milhares,

Aranto,

Espinha-do-diabo,

Planta-

maternidade 

Família: Crassulaceae

Categoria: Cactos e Suculentas, Folhagens, Medicinal, Plantas Tóxicas

Clima: Mediterrâneo, Semiárido, Subtropical, Tropical

Origem: África, Madagascar

Altura: 0.9 a 1.2 metros

Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno

Ciclo de Vida: Perene

HISTÓRICO

A espécie Kalanchoe Daygremontiana é uma planta herbácea (planta vascular que não desenvolve tecidos lenhosos acima do solo), suculenta, originada do continente Africano, em suas áreas tropicais, sendo originada da ilha de Madagascar. Foi trazida ao Brasil pelos escravos como fonte de tratamentos para infecções e ferimentos, podendo ser facilmente encontrada em regiões do semiárido, possui fácil reprodução e contém propriedades medicinais que devem ser usadas com atenção pelo risco de intoxicação com suas altas dosagens. Vale lembrar que essa espécie pode se transformar em uma planta invasora potencialmente nociva. Pode ser tóxico para animais domésticos e animais selvagens.

119


Figura 1.0- Planta Kalanchoe Daigremontiana.

Fonte : Elaborado pela autora.

MORFOLOGIA DA PLANTA

Mãe de milhares como é popularmente conhecia possui caule ereto que pode atingi até 1,2 metro de altura, suas folhas são opostas, estreitas, pontiagudas, serrilhadas, suculentas, de formato oblongo a lanceolado e com comprimento entre 15 a 20 centímetro e cerca de 3,2 centímetros de largura, ao longo das margens das folhas, ela produz uma organizada fileira de plântulas, onde ocorre a reprodução pelo desprendimento dos brotos para então começar a

formação de clone/filhos da planta mãe. (Esses brotos

desenvolvem-se e dão origem a um novo organismo, que pode ser liberado no ambiente ou permanecer conectado ao organismo que o gerou”. Tem coloração verde médio e meio acinzentado acima das folhas e com manchas roxas embaixo. A planta possui vários nós com 2 ou 3 folhas em cada nó. As

120


folhas da parte superior das plantas tendem a desenvolver desproporcionalmente, fazendo com que a haste principal dobre para baixo. Pode passar por um longo período de floração. Apresentar algumas interessantes adaptações a climas semiáridos, tais como a abertura noturna dos estómatos (são estruturas celulares, presentes na parte inferior das folhas, que têm a função de realizar trocas gasosas entre a planta e o meio ambiente). estes permanecem fechados durante o dia, reduzindo a perda de água Figura 1.1- Planta Kalanchoe Daigremontiana.

Fonte: Elaborado pela autora.

FARMACODINÂMICA

Os estudos sobre a planta ainda não chegaram a fase in vivo, encontram-se em fase inicial

“in vitro”. Então sua farmacodinâmica ate este momento

ainda não é conhecida. De acordo com o oncologista clínico Carlos Eugênio Escovar (2019), ele relata que é da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, garantindo que a afirmação não é verdadeira. Segundo o médico, o boato vem do fato de que há estudos iniciais, ainda in vitro, que mostram que o aranto tem em sua composição uma espécie de corticoide, o que pode sugerir algum tipo de ação no tratamento de leucemias.

121


IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A partir do desenvolvimento da contextualização é importante analisar a relevância econômica do aranto, que se dá através de um valor baixo diante das propriedades obtidas, no qual ela é de fácil reprodução e acessível em questão de cuidados domiciliar. A mesma, segundo pesquisas no (Instituto oncoguia, 2019), no brasil ela ainda está em descobrimento em in vitro, mas por popularidade ela é consumida de forma cultural, utilizado como chás, sucos e saladas.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Em sua grande maioria as indicações são através conhecimentos empírico. Como possui propriedades antioxidantes é popularmente utilizado no tratamento de doenças inflamatórias e infecciosas, nos episódios diarreicos, febres, tosses e na cicatrização de ferimentos. As principais partes obtidas da planta para utilização experimentais são as folhas e as flores pois possuem compostos antocianinas (delfinidina, cianidina e pelargonidina). Testes fitoquímicos realizados nas folhas secas de aranto resultaram positivo para fenóis, flavonas, catequinas e esteroides. Portanto;

“O gênero Kalanchoe (Crassulaceae) compreende espécies ornamentais e medicinais com uso no tratamento de doenças infecciosas, ferimentos e infartamentos ganglionares. Dentre os principais constituintes químicos no gênero estão os flavonoides” (Ürményi, Camargo, & Costa, Caracterização de flavonoide em Kalanchoe daigremontiana, uma planta ornamental da família Crassulaceae, 2011).

122


Indicado para um possível tratamento alternativo contra o câncer, pode ser também utilizada para auxiliar junto tratamento de doenças de pele, lesões, feridas, e, problemas de estômago, diarreia Ainda não se existem medicamentos propriamente dito sobre a espécie da Kalanchoe Daigremontiana. O que se sabe é que pode fazer suco, chá ou comê-la crua, a mesma é rica em polifenóis (substância pode possuir uma ou mais hidroxilas, portando propriedades antioxidante).

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

Podendo ser ingeridos na forma crua, em saladas, como sucos, em chás. Para fazer o suco utilizar aproximadamente 5cm da folha, com 200ml de água e bate tudo no liquidificador. Deve tomar 30min antes do café da manha e 30min antes do jantar, tomar por 30 dias e parar por no mínimo 7 dias. Se utilizar em excesso pode causar dor de cabeça, disenteria e gravidas, lactantes e pessoas que sofrem de hipotensão não podem fazer uso. Não devem ser ingeridas mais de 30g de aranto por dia pelo risco de efeitos tóxicos no corpo com suas altas dosagens. Figura 1.2- Planta Kalanchoe Daigremontiana 2018

123


Fonte: https://www.1news.com.br/noticia/511892/vida-e-saude/voce-ja-ouviu-falar-dessa-plantaestudiosos-de-medicina-garantem-que-ela-e-pode-ser-uma-esperanca-no-tratamento-contratumores-3936-08062018

TOXICIDADE

A espécie Kalanchoe Daigremontiana é rica em daigremontianin, que é uma substância química pertencente a classe dos bufafienolides são esteroides e agliconas glicosídicas cardíacas (ligam-se aos carboidratos para formar glicosídeos cardíacos), podendo assim levar a morte de animais de forma aguda ou crônica, dependendo da dosagem. Como se trata de um glicosídeo que age no coração, causando envenenamento cardíaco. Por causa do efeito tóxico desenvolvido pela substância daigremontianin, há teoria que sua citotoxicidade também seria efetiva para matar as células tumorais. Contudo já vimos que o uso exacerbado da substância pode levar a um envenenamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do assunto exposto pode-se concluir que o kalanchoe daigremontiana é uma planta que possui efeitos terapêuticos, o uso do extrato da mesma pode sim ser tóxico como já foi falado, contudo sua citotoxicidade leva a teoria que se pode destruir as células cancerígenas(tumorais). Observou-se que utilizando a dosagem correta para cada indivíduo, pode-se obter resultados positivos no auxílio ao tratamento com doenças de pele, problemas gastrointestinais entre outras. Contendo também propriedades imunossupressor, anti-

124


inflamatório, adstringente, cicatrizante e algumas outras, mas ainda são necessários muitos estudos acerca dessa planta para avaliar seu verdadeiro potencial.

REFERÊNCIAS ÜRMÉNYI, CAMARGO E COSTA. Caracterização de flavonoide em Kalanchoe daigremontiana, uma planta ornamental da família Crassulaceae; Rio de Janeiro, 2011. MEJÍA, GALLEGO E ARANGO. Kalanchoe daigremontiana Raym.-Hamet. & H. and its potential use as a source of natural antioxidants and colorants; Habana,2014 LIMA, PORTELA, VIEIRA E TAKANE. Desenvolvimento de mudas de kalanchoe sob diferentes níveis crescentes de condutividade elétrica; Fortaleza, 2015. MENDONÇA, RIBEIRO, PIRES, PRAZERES, MACIEL E SILVA. Perfil fitoquímico do extrato aquoso das folhas da planta Aranto; São Luis, 2018. ESCOVAR, Carlos. Aranto não ajuda no tratamento do cancer. Instituto Oncoguia, 2019. E-book. Disponível em:

<http://www.oncoguia.org.br/conteudo/aranto-nao-ajuda-no-

tratamento-do-cancer/12794/7/>. Acesso em: 27/11/2019 às 22:58hrs. STEINER, Rudolf. Kalanchoes para luchar contra los radicales libres. Medicinas naturalistas. 2019. E-book. Disponível em: <https://medicinasnaturistas.com/guiaplantas-medicinales/652/kalanchoes-para-luchar-contra-los-radicales-libres>.

Acesso

em: 29/11/2019 às 13:22hrs. SIGRIST,

Sergio.

Aranto.

2019.

E-book.

Disponível

em:

<http://www.ppmac.org/content/aranto >. Acesso em: 29/11/2019 às 20:16hrs. Oliveira, Eliane. 2018. Aranto: é verdade que pode ajudar a curar o câncer? E-book. Disponivel em: <https://www.greenme.com.br/viver/saude-e-bem-estar/6864-aranto-cura-o-cancer>. Acesso em: 29/11/2019 às 20:18hrs.

125


CapĂ­tulo

14 Lantana camara Carla Poliana de Souza Alves Pereira; Maria Elidiane Francelino da Silva; Vaneska PatrĂ­cia Faustino da Silva

126


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Camará, Cambará, Cambará-verdadeiro; Cambará-de-cheiro; Camará-de-cheiro. Cambará-de-chumbo, Cambará-miúdo; Cambará-vermelho; Cambará-de-espinho; Camará-de-espinho, Verbena-arbustiva; Chumbinho; Cambarazinho; Camarazinho.

NOME CIENTÍFICO: Lantana Camara L. Características: Arbusto perene semi lenhoso e ramificado. Porte: 0,60 a 1m de altura, podendo alcançar quase 2m, entretanto nesse porte perde o viço. Fenologia: Ano todo. Cor da flor: róseas, brancas, amarelas, alaranjadas e grenás. Cor da folhagem: Verde-fosco com folhas pilosas e ásperas. Origem: Antilhas até o Brasil. Clima: Subtropical/temperado. Luminosidade: Sol pleno. Reino: Plantae Filo/Divisão: Magnoliophyta Classe: Magnoliopsida Ordem: Lamiales Família :Verbenaceae Gênero: Lantana Espécie: L. Camara

HISTÓRICO

127


Desde dos tempos mais antigos, as sociedades detinham informações e experiências sobre o ambiente em que viviam, interagindo com ele de modo a fornecer suas necessidades de sobrevivência. Essas relações dos seres humanos com as plantas são adaptadas pela história, pela cultura, pelos ambientes físico, biológico, social e pelas características intrínsecas às plantas (Araújo, 2007). O uso medicamentoso das plantas é muito frequente entre a população mais pobre, sendo cultivadas e até comercializadas, o que contribui com a divulgação do seu efeito de acordo com o uso popular, despertando o interesse de estudos sobre uma determinada espécie, aliando o conhecimento popular a medicina (Maciel et al., 2002). O conhecimento de plantas medicinais representa em muitas vezes o único recurso terapêutico de comunidades e grupos éticos, sendo que a procura por tratamentos alternativos ou aliados a medicamentos, vem aumentando consideravelmente, tornando essa prática frequente entre a sociedade brasileira (Silva & Hahn, 2011.A família Verbenaceae contém cerca de 98 gêneros e 2614 espécies no mundo. No Brasil, encontram-se 47 gêneros distribuídos em 407 espécies nos diferentes usos, desde ervas perenes, arbustos até subarbustos, encontrados nas regiões tropicais e subtropicais (Salimena et al., 2013; Vandresen, 2005), apresentando distribuição pantropical, mas principalmente neotropical (Bueno & Leonhardt, 2011). As espécies estão distribuídas em todas as regiões do país, ocorrendo em vegetações do tipo Campo Rupestre, Cerrado (latu sensu) e Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), sendo presente em diversos domínios fitogeográfico, como: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa (Salimena et al., 2013). Suas espécies apresentam diferentes aplicações, podendo ser utilizadas pelas propriedades medicinais de algumas espécies, bem como ornamentais e madeiras, sendo esta última amplamente empregada na economia (Melo et al., 2010). Uma característica da família é a presença de tricomas secretores, geralmente produtores de óleos essenciais de grande valor medicinal (Favorito, 2009) No Brasil a ocorrência de vegetais da família Verbenacea é restrita a cerca de 17 gêneros e aproximadamente 250 espécies e são utilizadas pela medicina popular principalmente na forma de chás e infusões contra cefaleias, distúrbios digestivos, distúrbios renais dentre outras finalidades (BLANCO et al., 2013).

128


Espécies do gênero Lantana são comumente encontradas nas regiões costeiras e algumas têm sido largamente utilizadas pela medicina popular na região nordeste do país (ALMEIDA et al., 2006).

MORFOLOGIA DA PLANTA

De acordo com ZENIMORI a Lantana camara, conhecida simplesmente como lantana ou cambará, é um arbusto, de caule ramificado, formando muitos galhos entrelaçados, às vezes aculeados, que cresce abundantemente em áreas tropicais e subtropicais, geralmente plantado com objetivos decorativos devido à beleza de suas flores variadas (figura 1). Possui sistema radicular forte, folhas ovaladas, opostas, crenado-serradas, ásperas e de cheiro semelhante ao da erva-cidreira (Lippia alba) (CORRÊA, 1984). Planta de sol pleno, bastante resistente a podas, pouco exigente em solo, floresce praticamente o ano todo, fato que levou os floricultores a considerá-la ornamental e, consequentemente, disseminá-la por toda a parte, ao mesmo tempo obtendo através de diversos cruzamentos, numerosas variedades. Possuindo sementes com grande poder germinativo, esta planta espalhou-se rapidamente em todos os países tropicais (CORREA, 1984), adaptando-se como plantas invasoras em estado selvagem, (WATANABE, 2005), tornando extensas áreas não utilizáveis. (BRITO et al. 2004). No Brasil pode-se encontrar em todos os Estados, desde o Amazonas até o Rio Grande do Sul, no entanto não dominam a vegetação. As partes mais utilizadas são: Folhas (secas a 35ºC), por infusão; raiz; flores, seiva. Modo de usar: Infuso, extrato fluido, tintura, xarope, elixir, vinho. diurético, tônico e estimulante, febrífugo, sudorífero, estomacal, béquico, expectorante, doenças das vias respiratórias = Infusão das folhas. Tomar quatro a cinco xícaras por dia; reumatismo: raízes em decócto e xarope (uso interno) ou tintura (uso externo). Muito útil na escabiose, anti-inflamatório em banhos contra o reumatismo, balsâmico, expectorante, antiespasmódico, usado nas doenças das vias respiratórias, atua pela lantanina como antipirético.

129


Figura 1 (imagem da planta cambará Lantana Camara).

FARMACODINÂMICA

O princípio ativo identificado na planta pode exibir variáveis de acordo com localidade, condições climáticas e espécie considerada. Análises fotoquímicas de L. camara mostraram os seguintes triterpenos: ácidos ursólico, lântico, lantanólico, oleanólico, aleanônico e seus derivados, além de alguns componentes fenólicos (Barre et al., 1997). Um derivado do ácido oleanônico apresentou toxicidade em ruminantes. Este ácido é um produto metabólico da lantadene A que age no fígado destes animais (Pass, 1991). Barre et al. (1997) fizeram extração, em clorofórmio, de folhas desidratadas de L. camara e isolaram alguns compostos conhecidos: ácido lântico, ácido lantanólico e seus

130


derivados, e um novo composto: o ácido 22ß-acetoxilântico. Os autores também mencionaram a existência de ácido hederagônico, camarosídeos e compostos fenólicos.

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O camará é um bom exemplo do aproveitamento econômico da biodiversidade brasileira. Há pouco tempo atrás, esta planta era considerada apenas uma invasora de pastos e lavouras. Atualmente, por meio de estudos de melhoramento e seleção de genótipos silvestres, chegou-se a inúmeras variedades de flores coloridas e diversos tamanhos de plantas, que são cultivados nos jardins de norte a sul do Brasil. A planta é nativa da flora do Brasil, com ampla ocorrência em todos os estados da Federação. A espécie não é endêmica do Brasil, sendo encontrada em quase todo continente Americano e nas regiões tropicais do mundo.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

As populações das Antilhas e América do Sul usam suas folhas frescas como antibacteriano, por suas características antigripais e mucolíticas. Possui propriedades analgésicas, antiespasmódicas e antifúngicas. Propriedades terapêuticas: Conhecido como calmante do sistema nervoso por eliminar as tensões diárias e favorecer o sono. Também empregado como antiinflamatório aliviando as dores reumáticas e artríticas. Associa propriedades úteis em cólicas, dores e inflamações. Propriedades medicinais: antiespasmódico, anti-inflamatória, antipirético, balsâmico, diurético, estimulante, estomacal, expectorante, sudorífera, tônico, tônico

131


pulmonar. Indicações: afecção pulmonar, asma, bronquite, dor de ouvido, espasmo, febre, peitoral, reumatismo, tosse, tosse catarral, coqueluche, vias respiratórias.

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

Devido ao teor tóxico da planta, não foram encontrados relatos consistentes do seu uso como alimento.

TOXICIDADE

Conforme Seawright (1965), as porções necessárias para provocar intoxicação mudam principalmente com a taxa (fator genético) e, em um grau mais baixo, com a procedência. De acordo com a literatura, surtos de intoxicação por Lantana spp no Brasil, apesar de graves, são raros, pois só acontecem quando os animais estão com muita fome e sendo trocados de pasto ou região, ademais, é claro, de tratar-se de espécie ou de variedade tóxica de Lantana que exista em abundância. Retrataram surtos de intoxicação por Lantana spp nos municípios de Cáceres, MT, de Cabo Frio, RJ (Tokarnia et al. 1984) e de Canoinhas, SC (Riet-Correa et al. 1984), todos com comprovação experimental da toxidez das lantanas envolvidas nos surtos. Assim, Tokarnia et al. (1984) administraram Lantana tiliaefolia Cham. (coletada em Mato Grosso, mun. Cáceres) e Lantana camara var. nivea (Vent.) L.H. Bailey (coletada no Estado do Rio de Janeiro, mun. Cabo Frio), em estado fresco, por via oral, a bovinos. Doses únicas de 30 e 40 g/kg ou doses repetidas de 10g/kg, durante 4 a 5 dias,

132


causaram graves sintomas com morte de parte dos animais, enquanto que administração única de 20 g/kg provocou sintomas moderados. Dose única de 10 g/kg não causou sintomas de intoxicação, porém doses de 5g/kg por dia, administradas a um bezerro, durante 22 dias seguidos, produziram leves sintomas de intoxicação. Desse modo, as duas lantanas submetidas ao experimento demonstraram possuir efeito acumulativo quando a dose letal foi subdividida em 4 ou 5 doses diárias, porém não mais no momento em que foi administrada em doses diárias correspondentes a oitava parte da dose letal. A literatura a respeito da toxicidade das plantas desse gênero descreve, em especial, a L. camara L. e suas variedades, no entanto são citadas algumas outras espécies consideradas tóxicas. A capacidade de intoxicar não está necessariamente relacionada à cor das flores. É importante considerar que nem todas as espécies de Lantana e nem todos os taxa de L. camara são tóxicos (Tokarnia et al., 2000).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa se propôs, como objetivo geral de melhor conhecimento sobre a Lantana camara, foi visto que há algumas controvérsias sobre o uso dessa planta pelo fato de que algumas de suas espécie são consideradas tóxicas, foi percebido durante a elaboração do manuscrito que mesmo existindo alguns artigos que falem sobre a Lantana, ainda há muito o que se descobrir sobre ela, uma vez que o material disposto para pesquisa ainda é bem escasso e diríamos até repetitivo.

REFERÊNCIAS

ZENIMORI, S.; PASIN.L.: ASPECTOS DA BIOLOGIA FLORAL DE LANTANA, 2006

(Lantana

camara

L.).

133

Disponível

em:


<http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2006/inic/inic/02/INIC0000207_ok.pdf>. Acesso em: 07 de set. de 2019.

SILVA, I.M. Estudo Químico das Folhas de Lantana macrophylla Schauer(Verben;acea). Disponível

em:

<http://nbcgib.uesc.br/ppgquim/dissertacao/Dissertacao_Iago.pdf>.

Acesso em: 07 de set. de 2019. TOKARNIA C.H., ARMIÉN A.G., BARROS S.S., PEIXOTO P.V. & DÖBEREINER J. 1999. [Complementary studies on the toxicity of Lantana camara (Vibrionaceae) in cattle.] Estudos complementares sobre a toxidez de Lantana camara, 1999. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-

736X1999000300007>. Acesso em: 13 de set. de 2019.

SANTOS, A.C.B.1; NUNES, T.S.1; COUTINHO, T.S.1; SILVA, M.A.P.1. Uso popular de espécies medicinais da família Verbenaceae no Brasil, 2015.

Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v17n4s2/1516-0572-rbpm-17-4-s2-0980.pdf>. Acesso em: 13 de set. de 2019.

PLANTAMED,

LANTANA

CAMARA

L.

-

CAMBARÁ.

Disponível

<http://www.plantamed.com.br/plantaservas/especies/Lantana_camara.htm>.

em:

Acesso

em: 13 de set. de 2019.

NATURDATA

-

BIODIVERSIDADE

DE

PORTUGAL

Disponível

em:

https://naturdata.com/especie/Lantana-camara/4892/0/> Acesso em: 13 de set. de 2019. WATANABE, M.A. ÁCAROS EM LANTANA CAMARA. EMBRAPA MEIO AMBIENTE, informativo n. 51, 2005.

134


PEREIRA A.M. TOXICIDADE DE Lantana camara (VERBENACEAE) EM OPERÁRIAS DE Apis mellifera (HYMENOPTERA: APIDAE), 2005. Disponível em: < https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/99502/pereira_am_me_rcla.pdf?seq uence=1>. Acesso em: 13 de set. de 2019.

SILVA, T.R.S., SALIMENA, F.R.G, 2015. Lantana in Lista de Espécies da Flora do Brasil.

Jardim

Botânico

do

Rio

de

Janeiro.

Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB15164>. BFG. Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1085-1113. 2015. (DOI: 10.1590/2175-7860201566411)

PATRO.R.

CAMBARÁ

-

Lantana

camara

2014

Disponível

em:

<

Lardineiro.net/plantas/cambara-lantana-camara.htmlnce=1>. Acesso em: 13 de set. de 2019.

COSTA, J.G.M. et al. Composição química e avaliação das atividades antibacteriana e de toxicidade dos óleos essenciais de Lantana camara L. e Lantana sp., 2008 Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v19n3/10.pdf>. Acesso em: 13 de set. de 2019.

CAMARÁ (LANTANA CAMARA L.) Lantana camara lantana hunter Medicinal plants ornamental plants Plantas Medicinais Plantas Ornamentais verbenaceae, 2016, Disponível em:

< http://www.aplantadavez.com.br/2016/11/camara-lantana-camara-

l.html>. Acesso em: 13 de set. de 2019.

135


Capítulo

15 Mentha spicata L. Carlos Eduardo Oliveira Santana; Aldelan da Silva Ferreira Filho.

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Nome popular em português: Hortelã, Hortelã Pimenta, Menta Inglesa e Sândalo. Na Alemanha: Minze, Pferffermuenze e Pferfferminze. Na Dinamarca: Pebermynte, em Espanhol: Hierbabuena, Hierbabuena de Olor, Menta, Menta Inglesa, Menta Pimenta, Mentha Piperita e Yerbabuena. Na França: Menthe, Menthe Anglaise e Menthe Poivrée. Na Holanda: Peppermint.Em Inglês: Mint, Mitcham, Peppermint, Peppermut-Caw Flower e Spearmint. Na Itália: Menta, Menta Piperita. Na Suécia: Pepparmynta. nome científico: Mentha spicata L.

136


HISTÓRICO

A hortelã é o nome popular dado à Mentha Spp, é uma planta herbácea da família Lamiaceae com inúmeras variedades cultivadas. Cada variedade possui diversas indicações terapêuticas Originada da Europa, atualmente é cultivada em todo o mundo. Utiliza-se como tempero em inúmeros pratos, como planta medicinal em infusão e também fornece óleos essenciais que podem ser extraídos da planta. A Mentha spicata L é originária da Europa, especificamente Europa Central, cultivada nos Estados Unidos e Canadá. É uma das espécies de hortelã mais cultivadas no Brasil, pois, é bem adaptada ao clima subtropical (CHOUDHURY et al., 2006; FEITOSA et al., 2014). As espécies mais cultivadas no Brasil são a Mentha Avernsis e a Mentha spicata, pois, ambas são bem adaptadas ao clima subtropical, com o clima oscilando entre 18° e 24ºC, apesar de suportarem temperaturas de até 40°C na máxima e 5°C na mínima (FEITOSA et al., 2014).

MORFOLOGIA DA PLANTA

Planta subglabra, forte e geralmente com cheiro adocicado, por vezes pungente. Folhas 30-53 mm x 10-25 mm, lanceoladas ou lanceoladas-ovadas o mais largamente perto da base, regularmente serradas, superfície inferior com poucos pêlos simples, séssil. Inflorescência em pontas ramificadas 11-16 cm x 15-18 mm; tubos campanulado, glabro; dentes +/- iguais, ciliados. Coroa 2-3.2 mm, lilás, de cor rosa ou branco.(CUNHA et. al.,2002) A parte mais utilizada é a folha para se fazer chá,lambedor,extrato. Folhas secas, inteiras, quebradas, cortadas ou pulverizadas. (MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Mentha x piperita L. HORTELÃ PIMENTA).

137


FARMACODINÂMICA

Mentha spicata L. tem Sua ação farmacológica deve-se, principalmente, aos óleos voláteis, produzindo uma potente ação espasmolítica com relaxamento da musculatura lisa e reduzindo o tônus do cárdia. Os flavonóides também contribuem para a atividade espasmolítica e os ácidos fenólicos para o efeito colerético. (Menta/hortelã)

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

As populações locais inicialmente utilizavam para a produção de coisas simples para o cotidiano no entanto no continente europeu ela já era amplamente comercializada e muito conhecida por seus efeitos fitoterápicos. com o passar do tempo a Mentha spicata L passa a ser fabricada em nível industrial e vendida em escala mundial. O mercado mundial do óleo essencial de Mentha spicata L é de aproximadamente 1500 ton/ano. As propriedades medicinais do seu óleo se assemelham às da Mentha piperita L, como por exemplo, atividades estimulantes, carminativa e antiespasmódica, embora sejam de menor intensidade. Em produtos de higiene pessoal, tem-se utilizado uma mistura dos dois óleos (óleo de Mentha piperita L e óleo de Mentha spicata L) para suavizar o sabor dos produtos. Seu óleo é também utilizado para tratamento de reumatismo, dores musculares e articulações, e remédios para câncer (ZUCCHI, et al, 2013).

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

138


É indicado para distúrbios gástricos intestinais, irritações na pele, alivia náuseas e etc. - Infusão: 1,5 - 3 gramas em 150 mL de água. Tomar três vezes ao dia; - Pó: 1 a 2 gramas. Tomar três vezes ao dia; - Extrato Fluido: (1:1): 15 a 30 gotas, três vezes ao dia; Xarope: (5% de Extrato Fluído): 20 a 100 gramas ao dia; - Homeopatia: 3ª. Nas tosses, em geral a 30ª; - Extrato seco: 750 mg até 3 vezes ao dia; - Tintura: 15 gotas diluídas em água, até três vezes ao dia. ( Dr. Jorge R. Alonso 1998 )

Contra indicações: o uso da essência para lactentes, para pessoas portadoras de cálculos biliares só devem fazer uso da planta sob orientação terapêutica, não utilizar a essência durante a gestação e amamentação.(Terapia de Caminhos) O uso na fitoterapia é indicado como estimulante gástrico nas atonias digestivas, flatulências, vômitos, vermífugo, cólicas uterinas, expectorante, antisséptico bucal, aftas, infecções da boca, garganta, e em tremores nervosos, agindo como calmante (JUNIOR, 2012; BARBALHO, 2011).

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

139


Diante do que se foi pesquisado o mentol em crianças pequenas e lactentes pode levar à dispnéia e asfixia; a essência irrita a mucosa ocular (conjuntiva); em pessoas sensíveis pode provocar insônia. Contra indicações: o uso da essência para lactentes, para pessoas portadoras de cálculos biliares só devem fazer uso da planta sob orientação terapêutica, não utilizar a essência durante a gestação e amamentação.

TOXICIDADE

Em indivíduos sensíveis ao mentol podem aparecer insônia e irritabilidade nervosa. A introdução da essência por via inalatória pode promover depressão cardíaca, laringoespasmos e broncoespasmos, especialmente em crianças, devido a isso é desaconselhável o uso de ünguentos mentolados ou preparados tópicos nasais à base de mentol. Da mesma forma a inalação do óleo essencial não deve ser feita durante longos períodos pois pode ocorrer irritação das mucosas (Gattuso P. et al., 1991). Trabalhos experimentais feitos sobre os óleos essenciais, têm demonstrado que algumas das substâncias que são encontradas em alta quantidade (cetonas terpênicas e fenóis aromáticos), podem provocar toxicidade. No caso da Hortelã, deve-se salientar que a forma isolada da pulegona possui efeitos convulsivos e abortivos; o limoneno e o felandreno efeito irritativo sobre a pele e o mentol efeitos narcóticos, estupefacientes e em menor escala, irritativos dérmicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

140


Com a pesquisa realizada pode-se concluir que a Mentha spicata L tem uma importância económica e social por causa de suas propriedades farmacológicas. Ela desde a antiguidade até os dias atuais é muito utilizada como produto natural para o tratamento dos mais diversos tipos de enfermidades e também como aromatizantes e conservantes naturais. Mentha spicata L inova no tratamento de várias enfermidades pois é acessível a toda população e tem um custo muito baixo e efeito terapêutico comprovado. Atendendo assim, requisitos básicos de plantas medicinais estabelecidos pelo SUS.

REFERÊNCIAS

BARBALHO, S. M; MACHADO, F. M. V. F; GUIGER, E.L; SILVA, P. H; SILVA, V. S; OSHIIWA, M; GOULART, R.A. Espécies de Mentha podem auxiliar na redução de Fatores de Risco Vascular em pacientes Diabéticos. Revista Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 3, p. 387-392, 2011. ECYCLE. BENEFÍCIOS DA HORTELÃ E PARA QUE SERVE O CHÁ DE HORTELÃ. disponível em: https://www.ecycle.com.br. acessado em: 01/09/2019. BULA ENDORUS. Disponível em: http://www.saudedireta.com.br. acessado em: 01/09/2019 CHOUDHURY, R. P; KUMAR, A; GARG, A. N. Analysis of Indian mint (Mentha spicata) for essential, trace and toxic elements and its antioxidant behaviour. In press. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis. v.7; n.3, p.25-32, 2006. FEITOSA, R. M. DANTAS, R. L. GOMES, W. C. MARTINS, A. N. A. ROCHA, A. P. T. Influência do método de extração no teor de óleo essencial de hortelã (Mentha spicata). Revista Verde, v. 9, n. 4, p. 238 – 241, 2014. Gattuso, J-P. & Andersson, A. 2011. Measurements of calcification and dissolution of benthic organisms and communities. In: Riesebell, U., Fabry, V.J.; Hansson, L &

141


Gattuso, J-P. (eds.) Guide to best practices for ocean acidification research and data reporting. Publications Office of the European Union, Luxembourg, p. 213-232. Formulário de Fitoterápicos Farmacopeia Brasileira. disponível em: Brasil 2008.portal.anvisa.gov.br. acessado em: 01/09/2019. JUNIOR, H. P. L; LEMOS, A. L. A. Hortelã. DiagnTratamento;17(3):115-7, 2012. MENTA/HORTELÃ. FLORIEN. disponível em < www/florien.com.br> Acessado em: 01/09/2019. MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Mentha x piperita L. (HORTELÃ PIMENTA). disponível em: < https://portalarquivos2.saude.gov.br.> Acessado em: 01/09/2019. RIBEIRO, D.A et al. Potencial terapêutico e uso de plantas medicinais em uma área de Caatinga no estado do Ceará, nordeste do Brasil. Rev. bras. plantas med. [online]. 2014, vol.16, n.4, pp.912-930 TERAPIA

DE

CAMINHOS.

Disponivel

em

<http://www.terapiadecaminhos.com.br/Fitoterapia03-12>. Acessado em: 08/09/2019 Tratado de fitomedicina – bases clínicas e farmacológicas Dr. Jorge R. Alonso – editora Isis . 1998 – Buenos Aires – Argentina. ZUCCHI, M.R. et al. Levantamento etnobotânico de plantas medicinais na cidade de Ipameri - GO. Rev. bras. plantas med. [online]. 2013, vol.15, n.2, pp. 273- 279. ISSN 1516-0572.

142


CapĂ­tulo

16 Momordica charantia L. Mauro CĂŠsar Custodio Leite; Mayra Clara Couto Amaral de Moura

143


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

A Momordica charantia L. pertence à família das Cucurbitaceae (SCHNORR ET AL., 2010), ficando mais conhecida popularmente no Brasil como Melão de São Caetano, ao longo dos anos recebeu outras denominações como Melãozinho, Fruta-de-negro, Ervade-São-Vicente, Fruta-de-cobra e Erva-das-lavadeiras (ABRAHÃO, 2010).

HISTÓRICO

O nome latim Momordica significa mordida, alusivo as suas folhas que tem aparência como se tivessem sido mordidas (ASSUBAIE,2004), é uma planta trepadeira de origem Asiática (SCHNORR ET AL., 2010) que se desenvolve bem em temperatura de 18° C, atinge um estágio ótimo entre 24°-27° C (RIGOTTI,2012). Foi trazida ao Brasil pelos escravos da África, ficando conhecida popularmente como Melão de São Caetano tendo sua denominação empregada por causa de escravos, residentes da região das minas de ouro em Mariana (MG), cultivarem a espécie em torno de uma capela onde tinha como padroeiro São Caetano (ABRAHÃO,2010). Quando a planta chegou ao Brasil, ficou conhecida como Erva-das-lavadeiras, pois as escravas utilizavam o chá de suas folhas para branquear e retirar as manchas das roupas (ABRAHÃO, 2010; SCHNORR ET AL.,2010).

MORFOLOGIA DA PLANTA

A planta ergue-se a partir do cultivo de suas sementes de cor vermelho vivo, ou quando está cai em solo e se desenvolve (ABRAHÃO, 2010), possui folhas membranosas, lisas, pilosas e lobadas com cinco a sete lóbulos (RIGOTTI,2012), de cor verde claro, que crescem em cipós assim como uma trepadeira (SCHNORR ET

144


AL.,2010); gavinhas simples, longa, delicada, pubescente. Em um curto tempo produz flores amarelas saem das axilas da folha, tem cinco pétalas são amarelas arredondadas ou recortes nas pontas, as sépalas são ovais, possuem pequenos pistilos alaranjados e estame no centro, são monoicas, as masculinas são solitárias, em pedúnculo com bráctea reniforme, glabros ou ligeiramente pubescentes; corola irregular, amarelo limão; flores fêmeas nos pedúnculos delgados longos. Os frutos se abrem, mostrando sua casca alaranjada e a polpa alaranjada (RIGOTTI,2012). A espécie também é conhecida por suas propriedades medicinais, tendo em vista que diversas partes de sua morfologia são utilizadas para cura e prevenção de doenças. Com suas folhas, podem ser feitos chás, infusões, sucos e decocções, tomando-o no máximo de 2 a 3 xicaras/copos durante o decorrer do dia, que ajudam em uma grande diversidade de problemas. Já seu fruto, que pode ser preparado, cozinho ou por infusão apresenta melhorias e ameniza doenças. A sua raiz também tem propriedades curandeiras (RODSANLUC, 2015). Figura 1: folhas, flores e frutos do Melão de São Caetano.

Fonte: (SHALLENBERGER, 2015)

145


FARMACODINÂMICA

Um dos princípios ativos do Melão de São Caetano apresentou clinicamente conseguir inibir a guanilato-ciclase, que tudo indica que está associado ao aparecimento de psoríase e também está ligado ao aparecimento de células leucêmicas e cancerosas. O efeito hipoglicêmico, foi encontrado nos estudos em maior abundancia no fruto, aumenta a absorção de glicose, aumenta a liberação de insulina e potencializa o efeito da mesma (RODSANLUC,2015). A farmacodinâmica do Melão de São Caetano foi pouco estudada, de pesquisas encontramos apenas essa. O Melão de São Caetano apresenta interações e riscos quando é consumido conjuntamente com o medicamento Cloridrato de Propranolol, que proporciona risco de sinergia no efeito hipoglicemiante (BACHANN,2004). O medicamento Clorpropamida, as drogas que reduzem o colesterol e as drogas antidiabéticas, podem potencializar seus efeitos e causar danos ao organismo. (RODSANLUC, 2015).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

O Melão de São Caetano é uma espécie daninha que possui vasta importância econômica em cafezais de pomares. Nos aspectos agronômicos os extratos do fruto apresentam atividade antifúngica e efeito inseticida sobre as lagartas (NEPOMOCENO; PINETROBO,2018). Na região nipo-brasileira os frutos são colhidos e vendidos verdes em feiras na cidade de São Paulo (BR) (ABRAHÃO, 2010).

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Sendo suas folhas muito indicadas e utilizadas para diabetes, é adequado a decocção de 20 g de folhas picadas (frescas ou secas) para o preparo do chá em um litro de água durante um minuto. Importante deixar em infusão durante 10 minutos, tomar uma

146


xicara (chá) pela manhã e outra pela noite (SCHNORR ET AL., 2010). A infusão das folhas é apropriada para leucorréia e menstruações difíceis, utilizando 10 g por litro de água, já o sumo é a mistura das folhas com óleo de amêndoas doces, usado para queimaduras. A pomada é feita raspando e misturando a polpa dos frutos com vaselina, para ocasionar a supuração quando for em casos de tumores e furúnculos. O suco deve ser feito machucando as folhas verdes em óleo de amêndoas doces usados para queimaduras, já o suco puro das folhas é indicado para sarna, à utilização de ambos é quando for necessário (RODSANLUC,2015). No mercado existem diversos fitoterápicos que contém os princípios ativos do Melão de São Caetano, muitos deles em formas de capsulas, extratos e chás. As capsulas apresentam diversos benefícios para a saúde; como o auxílio na redução de peso, é antidiabético, antitumoral, anti-inflamatório e outros (HADARA, 2019), é indicada que para adultos seja utilizada 1000 mg duas vezes ao dia em todas as indicações, já em crianças é indicado tomar de 1/6 a 1/2 conforme a idade (RODSANLUC,2015). O extrato dessa planta medicinal também é muito vendido e usado na população com efeitos de auxiliar no combate ao câncer e desenvolvimento de suas células (OLIVEIRA, 2016). O chá disponibiliza de uma grande variedade de serventias para a sociedade, como para a cicatrização, acne, é anti-inflamatório, antitumoral, antiviral, adstringente e ainda alivia picadas de insetos (ZANIN; FRAZÃO, 2019).

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

As sementes são comestíveis e muito desfrutadas por pássaros e crianças por serem saborosas (ABRAHÃO, 2010), o uso do fruto verde é muito utilizado em saladas cruas, fritos ou cozidos. Na Europa é produzido em grande escala, por seus frutos serem consumido em estado natural ou em forma de picles (SCHNORR ET AL.,2010); no Brasil os frutos são altamente consumidos pela comunidade nipo-brasileira e são ingeridos nos

147


restaurantes japoneses mais tradicionais (ABRAHÃO, 2010). Até então, não foram feitas pesquisas e literaturas que falam sobre interações alimentícias com o mesmo.

TOXICIDADE

Pesquisas “in vivo” tem mostrado que existe uma baixa toxicidade de todas as partes do Melão quando ingeridos oralmente. No entanto, a toxicidade e morte de animais foram exibidas nas pesquisas quando os extratos são injetados por via intravenosa não sendo indicado o uso, o fruto e a semente demonstrarão grande toxicidade ao ser analisado com as folhas e as partes aéreas da planta. Outros estudos têm apresentado que os extratos etanólicos e aquosos do fruto e folhas, consumidos oralmente, são seguros durante a gravidez, já as raízes foram vistas com efeitos, de estimulação uterina em animais. Os frutos e folhas mostraram efeitos de infertilidade em espécies fêmeas e visto que em machos afeta negativamente a produção de esperma (RIGOTTI,2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa resultou no conhecimento sobre as propriedades medicinais do Melão de São Caetano as quais são utilizadas para diversos fins, ocasionando vastos benefícios a saúde da população, não deixando de ressaltar a importância econômica e agroeconômica nos países; mesmo com toda a sua importância ainda é preciso realizar mais pesquisas voltadas a ele, para melhor identificar os seus princípios ativos, contraindicações, efeitos adversos e interações do mesmo. Foi constante observado os benefícios que esta causa, mas é de difícil acesso no Rio Grande do Norte, onde não foi possível encontrar está espécie para ajudar no estudo, acreditamos que no futuro existirá mais medicamentos fitoterápicos a base do Melão, visando a saúde do paciente e o tratamento para as doenças.

148


REFERÊNCIAS RODSANLUC. MELÃO DE SÃO CAETANO: 11 de mar. 2015. Disponível em: <https://hcsegurosmarilia.wordpress.com/2015/03/11/melao-de-sao-caetano/ >. Acesso em: 30 de agosto de 2019.

HARADA, E. QUAIS SÃO OS BENEFICIOS E PROPRIEDADES DO MELÃO DE SÃO

CAETANO?:

São

Paulo,

10

de

abr.

2019

Disponível

em:

<https://www.oficinadeervas.com.br/conteudo/melao-de-sao-caetano>. Acesso em: 30 de agosto de 2019.

NEPOMOCENO, T.; PIETROBON, A. ASPECTOS GERAIS DO MELÃO DE SÃO CAETANO (MOMORDICA CHARANTIA L.): Seagro, 06-08 jun. 2018. Disponível em: <https://www.fag.edu.br/upload/revista/seagro/5b4735d6ba994.pdf>. Acesso em: 01 de setembro de 2019.

RIGOTTI, M. MELÃO-DE-SÃO-CAETANO (MOMORDICA CHARANTIA L.), UMA PLANTA COM POTENCIAL PARA A ECONOMIA AGRÁRIA E SAÚDE ALTERNATIVA: 2012. Disponível

em:

<http://www.ppmac.org/sites/default/files/melaosaocaetano_rigotti.pdf>. Acesso em: 01 de setembro de 2019.

ABRAHÃO, S. HORTA- MELÃO DE SÃO CAETANO- SEMENTES: Brasília, 13 de jul. 2010. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/2375636>. Acesso em: 01 de setembro de 2019.

SEC-SAÚDE. FITOTERAPIA DO MELÃO DE SÃO CAETANO. Londrina. Disponível

em:

149


<http://www.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_saude/fitoterapia/publ icacoes/melao2.pdf>. Acesso em: 03 de setembro de 2019.

SCHNORR, D.; MARCHIORETTO,M.; SCHMITZ, P. I. PLANTAS MEDICINAIS USOS POPULLARES E TRADICIONAIS: Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: <http://www.anchietano.unisinos.br/publicacoes/botanica/avulsas/clemente.pdf>. Acesso em: 5 de setembro de 2019.

OLIVEIRA, A. SUCO DE MELÃO DE SÃO CAETANO DESTRÓI MAIS DE 90% DAS CÉLULAS

CANCERÍGENAS:

Viçosa,

2016.

Disponível

em:

<https://www.cpt.com.br/noticias/suco-de-melao-de-sao-caetano-destroi-mais-de-90-dascelulas-cancerigenas>. Acesso em: 5 de setembro de 2019.

BLOG FLORAIS E CIA... MELÃO AMARGO (MOMORDICA CHARANTIA) NO BRASIL, PODE SER CONHECIDO COMO MELÃO DE SÃO CAETANO: 9 de mar. 2015. Disponível em: <https://terapiafloralon-line.blogspot.com/2015/03/melao-amargo-momordicacharantia-no.html?m=1>. Acesso em: 10 de setembro de 2019.

ZANIN, T.; FRAZÃO, A. PROPRIEDADES MEDICINAIS DO MELÃO DE SÃO CAETANO: MAR. 2019. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/melao-de-sao-caetano/>. Acesso em: 11 de setembro de 2019.

JORNAL CRISTÃO. SUCO DO MELÃO DE SÃO CAETANO: 6 BENEFÍCIOS SURPREENDENTES:

11

de

fev.

2019.

Disponível

<https://www.jornalcristao.com.br/2019/02/11/suco-de-melao-de-sao-caetano-6-beneficiossurpreendentes/> Acesso em: 11 de setembro

Capítulo

150

em:


17 Monteverdia truncata Felipe Gurgel Monteiro; Marcos Antônio Bezerra Filho

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

A Espinheira-santa pertence à família Celastrácea possuindo 55 gêneros e 850 espécies espalhadas nas regiões trópicas e subtrópicas do mundo. No contexto brasileiro, onde seu crescimento é nativo a espécie M. ilicifolia é largamente utilizada na medicina popular. O uso medicinal de M. ilicifolia é datado da década de 20 desde quando se tem algum registro escrito de sua utilização. A Espinheira-santa, conhecida como cancerosa, cancorosa, cancorosa-de-sete-espinhos, cancrosa, cangorça, coromilho-do-campo, erva-cancerosa, espinho-de-deus, espinheirodivino, limãozinho, maiteno, maiteno, pau-José, salva-vidas, sombra-de-touro, cangorosa. A Espinheira-santa (monteverdia truncata) é uma planta da família celastrácea. Em jardins externos alcança o porte de arbusto, com ate três metros de altura. Em vasos grandes, em varandas, atinge ate um metro.

HISTÓRICO

151


Primeiros registros na década de 20/30. No Mato Grosso era utilizado as folhas e raízes para a produção de anti-inflamatórios, anticancerígena e úlcera estomacal. Já no Mato Grosso do Sul alguns conhecedores de plantas medicinais utilizavam folhas e raízes para produção de chás para infecções e depurativo do sangue.

MORFOLOGIA DA PLANTA

É analgésica, desinfetante, tonificante e cicatrizante. Nas gastrologias, acalma rapidamente a dor. Nas doenças lesionais do estômago, na gastrite crônica, na úlcera por exemplo. É tonificante porque reintegra as suas funções o estômago dos dispépticos. É porém cicatrizante, porque cicatriza feridas. Árvore de pequeno porte ou arbusto grande crescendo ate no Máximo cinco metros de altura, dotado de copa arredondada e densa. Folhas coriáceas e brilhantes, com margens providas de espinhos por rígidos. Flores pequenas, de cor amarelada. Os frutos são cápsulas oblongas, deiscentes, de cor vermelha, contendo uma ou duas sementes de cor preta.

FARMACODINÂMICA

As ações da espinheira-santa na úlcera péptica e gastrite envolvem mais de um mecanismo de ação e diferentes substâncias do fito complexo. Vários compostos participam do efeito protetor da mucosa gástrica. O chá da Espinheira-santa pode ser consumido após as refeições para ajudar na digestão. Para prepará-lo ferva 3 colheres de sopa da erva. Coloque 500 ml de água, abafe, coe e

152


estará pronto. As cápsulas da Espinheira-santa são opções quando o paciente tem tolerância ao cheiro e gosto da planta. A posologia acontece com a infusão de 5 gramas para cada xícara, três vezes ao dia.

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Não foi identificado relatos acerca de sua utilização com fins econômicos.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Tem sido eficaz no combate às dores de estômago, gastrite, úlcera, azia e queimações, devido às propriedades medicinais que possui, sendo estes utilizados e consumidos em forma de chá e derivados.

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

O uso alimentar se dá apenas em forma de chá, utilizado para tratar doenças e comuns. A administração dela com bebidas alcoólicas e outros medicamentos não é recomendada, pois não existem estudos disponíveis sobre as interações medicamentosas deste fitoterápico.

TOXICIDADE

153


Na administração intraperitoneal, observaram-se alguns efeitos sobre o SNC, como um estado depressivo gerais. A maitenina provocou também em testes, alguns quadros de dermatites localizadas quando administrada via intra-dérmica. É contraindicado o uso durante a gravidez e na lactação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A espinheira santa possui várias propriedades medicinais, que se houvesse melhores estudos e pesquisas sobre ela seriam descobertos diversas utilidades, contudo o pouco estudo que tem sobre ela percebemos que é de fundamental importância para pessoas que possuem problemas gastrointestinais e pode auxiliar no tratamento dessa doença.

REFERÊNCIAS Almeida,

C.

Revista

brasileira

de

plantas

medicinais,

2015.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-05722015000500722#B09. Acesso em: 09 de set. 2019.

Colaço,

Waldeciro.

Revisão

da

Maytenus

ilicifolia

Mart.

Ex

Reissek,

http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v19n2b/a25v192b.pdf. Acesso em: 09 de set. 2019.

154

2019.


CapĂ­tulo

18 Opuntia ficus indica Helder Matheus Alves Fernandes; Maria AntĂ´nia Moraes De Sousa

155


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Reino:

Plantae

Sub-reino:

Tracheobionta

Superdivisão:

Spermatophyta

Divisão: Magnoliophyta Classe:

Magnoliopsida

Subclasse:

Caryophyllidae

Ordem: Caryophyllales Família: Cactaceae Género: Opuntia Espécie: O. ficus-indica.

HISTÓRICO

Introduzida no Brasil no século XVIII, a popularmente chamada palma forrageira, é de origem mexicana, assim era destinada à criação de uma cochonilha (Dactylopius cocus) capaz de produzir corante, porém acabou sendo utilizada como planta ornamental e somente no início do século XX, como planta forrageira. É encontrada em sua maioria, na região Nordeste, aplicada em grande parte, no processo de cultivo na área da pecuária leiteira do semiárido, utilizada como alimentação para o gado, principalmente em períodos de seca. Sua área de cultivo no Nordeste brasileiro é de mais de 500 mil hectares, sendo a maior parte em Pernambuco, Alagoas e atualmente vem sendo cultivada em todo o mundo, como por exemplo na América do Sul, na África, e na Europa (SANTOS; DANTAS, RIBEIRO, 2017).

156


Caracterizada pela instabilidade climática, a região semiárida e áridas limita a atividade agropecuária no Nordeste, onde a concentração das chuvas em poucos meses do ano acarreta uma estacionalidade na produção, gerando uma redução na disponibilidade de forragem no período seco. Consequentemente, a palma forrageira se destaca como planta forrageira ideal para mitigar os efeitos do baixo rendimento da pecuária no semiárido, atingindo alta produtividade e garantindo a suplementação dos animais, sendo ela resistente a cochonilha, principal praga relacionada ao estrago de plantios (SILVA et al., 2014).

MORFOLOGIA DA PLANTA

Com altura entre 1,5 e 3 metros, cacto suculento, ramificado, de porte arbustivo, ramos clorofilados achatados com coloração verde-acinzentadas. A palma forrageira, é caracterizada por ser mais compridas (30 - 60 centímetros) do que largas (6 - 15 centímetros). Ocorre uma variação entre densamente espinhosos até desprovidos de espinhos. Suas folhas são pequenas, decíduas precoces. As flores são amarelas ou laranja brilhantes. De cor amarelos-avermelhados, apresentam-se seus frutos suculentos, de aproximadamente 8 centímetros de comprimento (SILVA et al., 2015). A palma apresenta metabolismo fotossintético MAC (Metabolismo Ácido das Crassuláceas) e, com isso, abre os estômatos para a absorção do dióxido de carbono durante o período da noite, reduzindo a perda de água para o ambiente. Esse dióxido de carbono é armazenado temporariamente na forma de ácido málico no vacúolo celular para posteriormente ser utilizado nas reações fotossintéticas do dia seguinte. A palma forrageira também apresenta algumas estruturas morfoanatômicas que representam adaptações a ambientes com déficit hídrico, tais como presença de tricomas e estômatos profundos, no interior de criptas formadas por camadas de cutinas sobre a epiderme (SILVA et al., 2015).

157


FARMACODINÂMICA

A farmacodinâmica estar relacionado ao estudo da interação do fármaco ao seu organismo, eles podem ser eficazes ou inibitórios, como demonstrou no estudo realizado por Jouad et al., (2001) as quais resultou-se não existir correlação entre o efeito diurético e o conteúdo do mineral potássio presente em vegetais verdes e foliosos, demonstrando assim um efeito não linear abordados pela literatura, em que retrata que as plantas medicinais com presença de potássio vai ter efeito diurético no organismo (GALATI et al., 2002). No entanto, as interações entre o fármaco coadministrado pela ingestão dietética dos hábitos alimentares e comportamento da reação farmacodinâmica do organismo podem ocorrer, dessa forma, precisam-se ser mais abordados estudos farmacodinâmicos e farmacocinéticas da droga juntamente aos nutrientes presente na palma, pois a literatura apresenta escassez quando se trata em estudos farmacológicos para assim, entender as vantagens e desvantagens do uso da droga misturado com alimentos em controle de pragas, parasitas e entre outros (SANTOS, 2017).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A produção e o cultivo do fruto da palma na sua respectiva espécie nas regiões nordestinas, acaba-se conseguindo ser uma alternativa viável no desenvolvimento econômico uma vez que, na sua produção é capaz de durar cerca de um ano tendo um bastante rendimento e também, por se tratar de uma planta que consegue sobreviver por muito tempo em condições secas do nordeste (OLIVEIRA, JUNQUEIRA & MASCARENHAS, 2011). O fruto, quanto processado pela indústria de forma de lata, envasado e talvez desidratadas, pode ter em média a sua vida em prateiras podendo durar cerca de seis meses na geladeira, no entanto, essa estratégia acaba sendo bastante eficaz pois além de se tratar

158


de um consumo que demora a deteriore por conta da vida de prateleira, pode ser uma estratégia nutricional em minimizar a fome e as prevalências nutricionais acometidas pela falta de ingestão em algumas vitaminas que a palma apresenta (OLIVEIRA, JUNQUEIRA & MASCARENHAS 2011).

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Incorporada ao nosso cotidiano, aos nossos hábitos, costumes e tradições, a medicina popular é praticada por vários grupos sociais. As formas de uso da palma forrageira, ocorrem através de chás, infusões, cataplasma, maceração, pasta ou in natura. Os chás podem ser feitos, tanto com a raiz como com o cladódio de Opuntia. Já o uso das raízes mascadas de Opuntia são utilizados no tratamento de diarreias, também sob forma de chá. A aplicação de cladódios cortados é feita sobre a pele queimada ou em luxações, sendo comparadas ao uso de outras plantas suculentas como algumas espécies de Aloe, além disso, existe a utilização da palma forrageira, como uma bebida preparada à base dos “nós” da palma próximas ao solo para tratar mulheres com dificuldades no momento do parto (SILVAS E SANTOS, 2007). Os seus fins terapêuticos acontecem com a utilização do cladódio para o tratamento de diarreia, diabetes, colesterol, processos anti-inflamatórios e queimaduras; as fibras e mucilagem para a obesidade; a flor para diurese e disenteria; o fruto para fins terapêuticos como problemas antidiarreico, antidisentérico, peitoral, antiasmático e béquico, diurético, cardiotônico, anti-inflamatório da bexiga e da uretra, cistite e uretite; a raiz também na diurese, incluindo o tratamento de tosses e por fim, a semente no tratamento também, de diarreias (EL-MOSTAFA et al 2014).

159


USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

O uso alimentar da Opuntia Ficus-Indica é constantemente utilizada na alimentação dos ruminantes durante o período da seca representada pela as regiões áridas e semiáridas do Nordeste. Com isso, os mamíferos herbívoros utilizam essa fonte de alimentos pois além de ser de fácil acesso, possui diversas propriedades nutricionais importantes para o desenvolvimento, manutenção e regulação do organismo (SILVAS E SANTOS, 2007). No entanto, o seu uso não é apenas delimitado exclusivamente aos ruminantes, hoje em dia no século XXI, a sociedade por meio das publicações científicas começou a se interesse em consumir por conter muitas propriedades de extrema importância ao ser humano, visto que, dessas publicações, indicam altos teores de vitaminas, minerais, fora a presença dos carboidratos redutores e proteína de alto valor biológico. Segundo BatistaFilho (2018), na palma pode ser encontrado até 17 tipos diferentes de aminoácidos, sendo 8 deles provenientes da dieta conhecido como os ‘’Essenciais’’ à alimentação humana. O autor ainda continua descrevendo que, podem ser encontrado grande fontes de vitamina A, na sua forma ativa de origem vegetal em ‘’Carotenoides’’ com também, presença de vitaminas do complexo B com a inclusão e enfoque na Vitamina C, em que conseguiu possuir altos teores encontrados em alimentos que são encontrados em redes de supermercados, como o limão, abacaxi, kiwi, couve, beterraba e caju e pode-se, diminuir uma das principais prevalências de deficiências/insuficiência de vitamina c constantemente na região nordestes. Mas diante disso, a palma apenas não tem presença de vitaminas, estudos recentes demonstram que são fonte de compostos bioativos e minerais, mas dependendo da sua concentração do local, eles conseguem ter poucos ou muitos teores como por exemplo, o cladódio, apresenta cerca de 235 mg/100 potássio e o cálcio se concentra mais nas sementes, apresenta também juntamente teores elevados de magnésio e no fruto, rico em potássio e ferro (EL-MOSTAFA et al 2014).

160


Portanto, os análises físico-químicas e estudos bromatológicos concedem finalizar que a palma e dependo de algumas regiões de concentração, apresenta alto valor nutritivo por ser rico em minerais, vitaminas, aminoácidos, carboidratos, compostos bioativos e possuindo um grande potencial no aproveitamento tecnológico e principalmente na indústria alimentícia, visto que, podem ser bem aproveitados tanto na alimentação dos animais como dos humanos, mas tudo depende da técnica dietética acerca do preparo do alimento para se tornar consumível ao humano.

TOXICIDADE

A toxicologia é o estudo em determinar o potencial, composição química e efeitos das substâncias que causam toxicidade ao organismo, esses estudos tem por garantir a finalidade de averiguar a ideia errônea de produtos naturais com uso terapêutico, que só por serem naturais, não apresentaria efeito tóxico ou adverso ao organismo, no entanto, é necessário validar mais aprofundo esses estudos em demonstrar tanto o seu efeito benéfico como maléfico ao organismo (LORA, 2007). Atualmente, existem pouco estudos comprovando a toxicidade da Opuntia ficus indica, mas muito desses estudos, avaliaram atividade antimicrobiana presentes em sua composição, como o autor Silva et al. (2017) retratar que, delimitaram um estudo experimental demonstrando a sua eficácia com a atividade da diminuição entre 100% e 50% frente a bactéria Staphylococcus aureuse e Pseudomonas aeruginosa. O mesmo continua argumentando que, as cactáceas especialmente a Opuntia ficus indica são consideradas praticamente atóxicas, apresentando assim, ao estudo uma curva de interpretação considerada potencialmente atóxica sendo justificada pelo o consumo in natura como fonte de alimentos para os ruminantes, principalmente em períodos de longas secas servida como fonte para os agricultores alimentares os seus animais. Fora que, o mesmo representou um potencial antibiótico relevante de 47% comparado aos antibióticos convencionais padrões como amoxicilina.

161


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de todo o trabalho realizado, somando as pesquisas na literatura, é de grande importância relatar a enriquecedora experiencia do estudo realizando da Opuntia ficusindica, onde a mesmo, solidificamos uma bagagem de conhecimento diante o seu uso fitoterápico e na relação entre ela e a cultura de diversos povos. Portanto, é necessário realizar e delimitar mais estudos desta espécie para utilização fitoterápico e práticas técnicas dietética em preservar e aproveitar mais os nutrientes sem que a planta perda o valor biológico, ademais, a palma anda despertando interesse em diversas áreas como as biológicas, médicas, farmacológicas, nutricional e a própria indústria alimentícia por se tratar de uma espécie que, além de fácil cultivo e grande números de produção, ela consegue atender todas as demais áreas com enfoque mais especializado em áreas biotecnológicas e saúde pública contribuindo assim, na melhoria em qualidade de vida por um planta medicinalmente encontrada em regiões do nordestes. Outrossim, a palma forrageira, assim como outras plantas, possui grande porte medicinal contribuindo para o tratamento de doenças diversificadas e para a saúde da população. Ademais, é necessário citar também, que ela contribui de forma abrangente, nas preparações de alimentos e é composta de muitos nutrientes essenciais ao ser humano. REFERÊNCIAS SILVA, C.C.F, SANTOS, L.C. Palma Forrageira (Opuntia Fícus- Indica Mill) como alternativa na alimentação se ruminantes. REDVET. Revista electrónica de Veterinária. Itapetinga, Volume VIII, Número 5, p. 1-11. 2007. SILVA, L.M.S. Et al. Produtividade da palma forrageira cultivada em diferentes densidades de plantio. Ciência Rural, Santa Maria, v.44, n.11, p.2064-2071, nov, 2014. SILVA, P.F. Et al. Características Morfológicas De Três Cultivares De Palma Forrageira Sob Fertilização Mineral Em Campina Grande – Pb. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.11 n.21; p. 2015.

162


BATISTA-FILHO, M. Consumo de palma atenua carência de vitamina A. Rev Paul Pediatr. V. 36, n.2, p.176-185. 2018 EL-MOSTAFA, Karym et al. Nopal Cactus (Opuntia ficus-indica) as a Source of Bioactive Compounds for Nutrition, Health and Disease. Molecules, v. 19, n. 9, p.14879-14901, 17 set. 2014 OLIVEIRA, E.A.; JUNQUEIRA, S.F.; MASCARENHAS, R.J. Caracyerização físico-química e nutricional da fruta da palma (Opuntia Fincus Indica) Cultivada no serão do Sub-Médio são francisco. Holos, vol 3, p. 113-119. 2017. YAHIA, E.M., GUEVARA-ARAUZA, J.C. Modified atmosphere packaging of nopal (Prickly pear cactus steams, Opuntia Spp). Lebensm.-Wiss. u.-Technol., 34, 445}451 (2001) GODARD, M.P., Et al. Acute blood glucose lowering effects and long-term safety of OpunDia supplementation in pre-diabetic males and females. Journal of Ethnopharmacology. Volume 130, Issue 3, 9 August 2010, Pages 631-634 LOPES, E.M., CARVALHO, R.B.N., FREITAS, R.M. Análise das possíveis interações entre medicamentos e alimento/nutrientes em pacientes hospitalizados. Einstein (São Paulo) vol.8 no.3 São Paulo July/Sept. 2010. SCHWEIGERT I.D., PLESTCH., M.U, DALLEPIANNE, L.B. Interação medicamento-nutriente na prática clínica. Rev Bras Nutr Clín. 2008;23(1):72-7. GOMEZ, R., VENTURINI, C.D. Interação entre alimentos e medicamentos. Porto Alegre: Letra e Vida; 2009 JOUAD, H., LACAILLE-DUBOIS, M.A., EDDOUKS, M. Chronic diuretic effect of the water extract of spergularia purpurea in normal rats. Journal of Ethnopharmacology, 25. GALATI, E.M., Et al. Biological effect of Opuntia ficus indica (L.) Mill. (Cactaceae) waste matter: Note I: Diuretic activity. Journal of Ethnopharmacology 79(1):17-21 · February 2002 SANTOS, C. Avaliação Do Extrato Hidroalcoólico Da Casca Dos Cladódios Da Palma Forrageira (Opuntia Ficus- Indica) Em Testes In Vitro E Interação Farmacológica Contra Nematodas Gastrintestinais De Ovinos. 2017. 107 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pósgraduação em Ciências Veterinárias, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2017.

163


LORA, J. Avaliação da toxicidade aguda do extrato hidroalcoólico de folhas de Eugenia uniflora L. (Myrtaceae). 2007, 59f. Dissertação (Ciências Ambientais) - Universidade do Extremo Sul Catarinense, 2007 SILVA, P.P.P., et al. Determinação Da Atividade Antimicrobiana E Avaliação Da Toxicidade Do Cereusjamacaru Dc (Mandacaru) E Da Opuntia Ficus-Indica (L.) Mill (Palma Forrageira). Rev. Eletr. Farm., Goiânia, v. 14, n. 3, p. 5-15, 2017. SANTOS, D.C.; Et al. Programa de melhoramento e coleção de palma forrageira. Recursos Genéticos e Melhoramento de Plantas para o Nordeste Brasileiro. SANTOS. M.V.F.; Et al. MANEJO DA PALMA FORRAGEIRA. 2° congresso brasileiro de palma e outras cactáceas. Pernambuco. 24-27 de outubro. 2011. ROCHA. J.E.S. Palma forrageira no Nordeste do Brasil: o estado da arte. Sobral. 2012. 40 p. ISSN 1676-7659. SANTOS, S.J.A.; DANTAS, A.C.P.; RIBEIRO, S.S.L.; A Palma Forrageira (Opuntia Sp.) E O Seu Potencial Medicinal Para O Semiárido. II CONIDIS: II congresso internacional da diversidade do semiárido. 2017. p.0-9. ANDRADE, C.T.S.; MARQUES, J.G.W; ZAPPI, D.C. Utilização medicinal de cactáceas por sertanejos baianos. 36. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.3, p.36-42, 2006.

164


CapĂ­tulo

19 Plectranthus barbatus Rebeca Jordana Silveira Penha; Francisca Silene Rafael Rodrigues

165


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Nome popular: Malva-santa, boldo, falso- boldo, boldo brasileiro Nome científico (Espécie -família): Plectranthus barbatus- Lamiaceae. O boldo pertence a espécie Plectranthus barbatus, popularmente conhecida como Falsoboldo, pertencente ao Filo das Angiosperma, Família Lamiaceae.

HISTÓRICO

Sendo uma das espécies mais citadas na etnobotânica brasileira. O boldo brasileiro é um dos que se conhece no planeta sendo considerado um dos melhores, tendo em vista os dados científicos e a não-toxicologia. O boldo genuinamente brasileiro era usado pelos primeiros indígenas do Brasil, e o povo seguiu esse uso tradicional. A ciência brasileira legitimou essa planta como uma planta segura, com atividade sobre o fígado e o estômago. (LORENZI, H. et al., 2002)

MORFOLOGIA DA PLANTA

O Boldo Brasileiro é uma planta herbácea ou subarbustiva, perene e aromática. Ereta, quando jovem e decumbente após 1-2 anos. Pouco ramificada, de até 1,5 m de altura. Folhas opostas, simples, ovaladas de bordos denteadas, pilosas, medindo 5 a 8 cm de comprimento. Flexíveis mesmo quando secas, sendo mais espessas e suculentas quando frescas. Flores azuis, dispostas em inflorescências racemosas apicais. Possui sabor amargo e odor característico. (LORENZI, H. et al., 2002)

166


FARMACODINÂMICA

Os estudos farmacológicos encontrados, em sua maioria, descrevem as atividades observadas para o alcalóide boldina, descrito como o principal componente do chá de boldo. As folhas apresentam ainda taninos, óleo essencial, flavonóides e glicolipídios. A maioria dos relatos sobre a composição do óleo essencial aponta ascaridol como o principal componente. Estudos mostraram que a farmacocinética da boldina, tanto após administração oral quanto intravenosa, a concentração plasmática de boldina decai rapidamente, indicando aparentemente uma cinética de primeira ordem. A capacidade antioxidante da boldina parece estar relacionada com a habilidade em sequestrar radicais hidroxila e peroxila. Através de um mecanismo de ação antioxidante, a boldina mostrou-se capaz de atenuar a inativação do citocromo P4502E1 humano e de inibir a peroxidação de lipídios em microssomos hepáticos tratados com agentes redutores de atenuar o desenvolvimento de diabetes por estreptozotocina em ratos. Quando administrada por via oral, a boldina foi rapidamente absorvida (30 min) e concentrada

preferencialmente

no

fígado,

sendo

encontradas

concentrações

substancialmente menores no coração e no cérebro. Já o extrato bruto de boldo, foi avaliado quanto à sua capacidade antioxidante in vitro. Os resultados indicam que a capacidade antioxidante observada para o extrato bruto se deve principalmente à presença de flavonoides. O óleo essencial, obtido por hidrodestilação das folhas de P. boldus, apresentou atividade antibacteriana contra Streptococcus pyogenes, Micrococcus sp., Sthaphylococcus aureus, Bacilus subtilis e antifúngica contra diversas espécies de Candida. (RUIZ, ALTG. Et al; 2008).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

167


O plantio deve ser realizado preferencialmente em regiões de clima tropical, porém a planta também se desenvolve em regiões mais frias. Sendo cultivada em vários estados do Brasil, desde o Rio Grande do Sul até o Amazonas. O plantio deve ser realizado em solos livres de contaminações (metais pesados, resíduos químicos e coliformes); A água de irrigação deve ser limpa e de boa qualidade; O cultivo deve ser preferencialmente orgânico: sem aplicação de agrotóxicos, com rotação de culturas, diversificação de espécies, adubação orgânica e verde, controle natural de pragas e doenças. É importante dimensionar a área de produção segundo a mão-de-obra disponível, uma vez que a atividade requer um trabalho intenso. A qualidade do produto é dependente dos teores das substâncias de interesse, sendo fundamentais os cuidados no manejo e colheita das plantas, assim como no beneficiamento e armazenamento da matéria prima. Também é importante a integração entre produtor e comprador, evitando um número excessivo de intermediários, além da comercialização conjunta de vários agricultores, por meio de cooperativas ou grupos. (Embrapa; ATIMONTE VAZ; A.P, AMICI J. M. H)

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS

Diarreia, fadiga do fígado, distúrbios intestinais, hepatite, cólica e congestão do fígado, obstipação, inapetência, debilidade orgânica, insônia, ressaca alcoólica.

USO ALIMENTAR

168


Ajuda na digestão: A boldina, um alcalóide presente no boldo, é conhecida por apresentar propriedades que estimulam o fluxo de bile pelo fígado. A bile tem um papel importante na digestão e absorção de gorduras porque os ácidos biliares contidos na nela ajudam a reduzir as partículas de gordura nos alimentos em muitas partículas diminutas, cujas superfícies são atacadas pelas lipases. Além disso, a bile também serve como meio de excreção de diversos produtos do sangue. Aliado do fígado: O boldo bom para a saúde do fígado devido a sua capacidade de estimular a produção de bile e ser hepatoprotetor. Reduz os gases: O boldo ajuda a reduzir os gases porque facilita o processo de digestão, diminuindo a quantidade de resíduos alimentares não digeridos para o intestino que seriam fermentados pelas bactérias. Diminui a prisão de ventre: O boldo é usado como um laxante suave. Contudo, deve ser consumido com moderação, pois em grandes quantidades e por longos períodos, pode causar irritação gástrica. Ação diurética: As substancias toxicas absorvidas pelo intestino chegam ao fígado pela via linfática. No fígado são metabolizadas e neutralizadas, sendo posteriormente eliminadas. Estudos têm demonstrado que boldo pode ajudar a facilitar a remoção de resíduos e toxinas do fígado antes que eles sejam acumulados, protegendo desta forma as células do fígado. (STUPIELLO, Bruna. 2019)

TOXICIDADE

Irritação gástrica, rush cutâneo, hipotensão arterial, sedação, hemorragia, principalmente em altas doses e em usos prolongados. Gestantes não podem ingerir o boldo devido aos seus efeitos abortivos. (FITOTERAPIA, F. RIBEIRO, Paulo Guilherme; DINIZ CÉPIL, Rui)

169


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O boldo é um fitoterápico excelente se usado com responsabilidade. Ao contrário do que muitos pensam, o boldo pode causar muitos efeitos colaterais e problemas mais graves (como o aborto, por exemplo) se não usado da forma correta. Estudos toxicológicos sugerem que o consumo de chá de boldo deve ser feito com moderação e cuidado, principalmente no primeiro trimestre da gravidez e no uso por tempo prolongado, uma vez que há grandes indícios de teratogenia e hepatotoxicidade.

REFERÊNCIAS

LORENZI, Harri.; MATOS, Abreu. Plantas Medicinais do Brasil: nativas e exóticas. 2ed. Nova Odessa-Sp: Instituto Plantarum, 2008. CAROL, A.; LINDA, A.; DAVID, P. Plantas Medicinais: guia para profissionais da saúde. São Paulo: Premier, 2002. STUPIELLO, B disponível em: https://www.minhavida.com.br/alimentacao/tudosobre/20314-boldo Acesso em: 09 de set, 2019

170


CapĂ­tulo

20 Phyllanthus acutifolius Sthefani Rejane Alves Pontes do Vale

171


NOMES POPULARES\NOME CIENTÍFICO

O Brasil é o país com maior biodiversidade do mundo, possui uma infinidade de plantas medicinais, e entre as plantas medicinais conhecidas está a quebra-pedra, conhecida também como arrebenta-pedra, arranca-pedras e erva-pombinha. É uma das plantas mais presentes na medicina popular, e que é muito conhecida pela sua coerência nos tratamentos. (NASCIMENTO et. al., 2005; BRAZ et. al., 2015) O seu nome científico é Phyllanthus acutifolius. O Phyllanthus é a principal família dos Phyllanthaceae, que contém mais de 800 espécies. A quebra-pedra é uma das plantas mais encontradas por ser muito diversificada. (MARTINS et.al, 2014)

HISTÓRICO

A quebra-pedra (Phyllanthus acutifolius), pertence à família dos Phyllanthaceae, geralmente é encontrada em áreas tropicais e subtropicais, que vai do continente Asiático até a América, mas é naturalmente encontrada em outras regiões como na floresta amazônica, índia e na china.(GRANJA, 2017) Conhecida por ser um dos mais complexos gêneros dos Phyllanthaceae, A quebrapedra ela é conhecida como uma planta simples, de 50 cm, as folhas são reduzidas a escamas, são folhas flexíveis, elas podem ter um sexo apenas, ou possuir os dois sexos. É uma planta que vai nascer principalmente em épocas chuvosas, e não tem problemas com solo, vão nascer em qualquer tipo de solo, o cuidado que se deve ter na plantação é com o excesso de água.As plantações mais recorrentes são com as sementes. (GRANJA, 2017) A Phyllanthus acutifolius é uma das plantas medicinais mais usadas na medicina popular e mais importante na cultura mundial, é conhecida principalmente pela ação nos cálculos renais e por ser hepatoprotetora, por tratar enfermidades como diabetes, malária,

172


febre, e por ser anti-inflamatória. A quebra-pedra tem diversos compostos químicos, que também são usados para outras finalidades, e faz com que a planta também seja ainda mais importante (GRANJA, 2017; PASTORINI, 2010).

MORFOLOGIA DA PLANTA

A Phyllanthus acutifolius é uma planta subarbustiva, não ultrapassa geralmente os 50 cm, são compostas, tem flores numerosas e pequenas, com formato oval, formam um grupo de grãos de pólen maiores e assim sendo possível a separação de várias espécies, tem os ramos ramificados, possuem as folhas alteradas, são levemente discolores, são formadas por flores solitárias, tem ápice agudo e a base é arredondada. Possuem pecíolos e estípulas. São lanceoladas. (MARTINS et.al., 2013; MARTINS & LIMA, 2011; SILVA, 2008) Quebra-Pedra (Phyllanthus acutifolius)

Fonte: https://www.flickr.com/photos/adilson2010/4551629409 Quebra-pedra – Phyllanthus acutifolius

173


Fonte:

https://bonsainatal.blogspot.com/2016/04/quebra-pedra-phyllanthus-

acutifolius.html As partes mais usadas da planta são as sementes, que são mais usadas para diabete, dor nos rins, como diurético. As folhas são mais usadas para afecções no fígado, icterícia, retenção urinária, eliminação de ácido úrico. As raízes que vão ser mais usadas também para afecções hepáticas. Industrialmente a quebra pedra é encontrada na forma de tintura ou na forma desidratada. (AITA et. al., 2009; DOMINGUES et. al., 2015) O chá de quebra-pedra pode ser ingerido de 2 a 3 xícaras ao dia, e no caso do extrato em pó, é de 0,5 a 2 gramas por dia. (FLORIEN, 2016)

FARMACODINÂMICA

Os efeitos terapêuticos da quebra pedra se dão pelos seguintes mecanismos: - Primeiro o chá de quebra-pedra pode inibir a endocitose de oxalato de cálcio de tubulares renais, e assim intervindo a formação dos cálculos renais, sem dor e sangramento - Inibir a formação e o crescimento de cristais de oxalato de cálcio, pois reverte a sua polaridadee assim facilita a eliminação dos cálculos renais - Para facilitar a eliminação dos cálculos, mudar sua estrutura, ou textura - Na questão analgésica pode ter uma redução na capacidade de sentir dor potente e que dura muito. (MARQUES, 2010)

174


O cuidado ao usar a quebra-pedra (Phyllanthus acutifolius) com fármacos existentes é de grande importância. A quebra pedra não pode ser usada em pessoas que possuem hipotensão arterial, pessoas que estão ingerindo alopáticos, tem a interação com a quebra pedra, podendo inibir ou potencializar o efeito. A quebra-pedra tem interação com os hidroclorotiazida, pois aumenta o número de eletrólitos e pode ter ocorrência de arritmia, com os diuréticos, existe a interação, podendo potencializar os efeitos do diurético. (BADANAI, 2011; PAIXÃO et. al., 2016; CARDOSO et. al., 2009)

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Certos países, que estão em desenvolvimento, cerca de 80% desses países dependem das plantas medicinais para a atenção básica da saúde, por não ser muito desenvolvido não possui condições de comprar os medicamentos caros, acaba que os medicamentos ficam inacessíveis, e as plantas medicinais como a quebra pedra acaba se tornando um meio prático e barato para o tratamento de doenças e alívio de sintomas. Com a quebra-pedra sendo reconhecida e aprovada pelo ministério da saúde como diurética, as lojas naturais que vendem a erva para infusões acabam com um lucro alto. Através da retirada de toneladas dessas plantas medicinais como a quebra pedra, os países lucram com o comércio dessas espécies, então gera um capital muito importante para o país, gerando muitos lucros. A quebra-pedra aqui no Brasil não se é muito cultivada, são mais usadas para paisagismo. (MARTINS, 2013; GRANJA, 2017; SILVA, 2008)

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

O chá de quebra pedra tem diversos efeitos farmacológicos,é muito popular para cálculos renais e por ser antidiurético, também tem ação nas cistites, hepatite B, hiperglicemia, antioxidante e é um relaxante muscular. Ao ser usado para hepatite B, é

175


necessário que a administração seja através de injeção. (BRAZ et. al., 2015; GRANJA, 2017) No preparo da infusão, é necessário que seja fervido 1 litro de água com o tempo de 10 minutos, na infusão pode ser de 20 a 30 g por litro de água, ao usar erva fresca a quantidade é 30 a 40 g, se usar a erva seca é de 10 a 20 g, o pó vai ser de 0,5 a 2 g por dia. Já a tintura a quantidade ideal é de 10 a 20 ml. Pode se manter conservado na geladeira por até 1 dia. (FLORIEN, 2016; BRAZ et. al., 2015) O chá de quebra-pedra é comprovado a sua eficácia pela ANVISA, não provém só de crenças populares. O chá de quebra-quebra não vai quebrar as pedras dos rins, vai impedir que os cálculos se formem, e assim relaxando o sistema urinário, e assim ajuda a expelir as pedras que estão nos rins. (BRAZ et. al., 2015; PASTORINI, 2010;) O chá da quebra-pedra (Phyllanthus acutifolius), tem uso fitoterápico mais popular na eliminação de cálculos renais, normaliza os níveis de cálcio na urina que estão altos e assim diminui as pedras nos rins, e também evita que os cálculos cresçam. A forma de fitoterápicos da quebra-pedra que são encontrados nas indústriassão as em formas de chá e em formas de cápsulas que são feitas a partir da planta seca e triturada. (CIMPLAMT, 2012; MARTINS, 2008)

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

Não existem pesquisas em literaturas que constam o uso alimentar e as interações com alimentos

TOXICIDADE

176


A utilização de altas doses pode levar a uma intoxicação, durante a gravidez não se pode tomar o chá de quebra-pedra, pois pode causar efeito abortivo, por princípios ativos que podem ser atravessados pela placenta. Pode causar hipotensão epode ter também ação purgativa (diarreia). O chá de quebra-pedra em doses normais leva a uma resposta terapêutica boa, agora em doses elevadas em vez dos benefícios, se torna maléfico. (RODRIGUES, 2011; AITA et. al., 2009)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na presente pesquisa foi abordado como objetivo geral o tema da planta quebrapedra (Phyllanthus acutifolius), suas propriedades e suas características. Foi de suma importância e relevância para o maior aprendizado,procurar conhecer mais sobre as plantas medicinais existentes e conhecer mais fundo a quebra-pedra e suas particularidades. Os resultados das disquisição das opções que a quebra-pedra oferece para cura de doenças e alívio de sintomas é excelso. Diante das observações na exploração da pesquisa, ainda é necessário que disponha de mais pesquisas sobre a Phyllanthus acutifloius, que tenha um investimento maior principalmente nas interações alimentares e nos usos alimentares da quebra-pedra.

REFERÊNCIAS AITA, A. M.; MATSUURA, H. N.; MACHADO, C. A.; RITTER, M. R. Espécies medicinais comercializadas como "quebra-pedras" em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Porto Alegre-rs,

v.

19,

jun.

2009.

Disponível

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2009000300022>. Acesso em: 05 set. 2019.

177

em:


BRAZ, A. G.; SILVA, A. S.; COSTA, V. A. M.; NABAS, J. M. A. B. B. QUEBRA-PEDRA (Phyllanthus niruri L): Considerações no Tratamento da Litíase Renal. Três Lagoas, MS, v. 12,

p.1-8,

2015.Disponível

em:

<http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2015/downloads/1.%20Ci%C3%AA ncias%20Biol%C3%B3gicas%20e%20Ci%C3%AAncias%20da%20Sa%C3%BAde/005%20(F arm%C3%A1cia)%20QUEBRA

PEDRA%20(Phyllanthus%20niruri%20L)%20-

%20Considera%C3%A7%C3%B5es%20....pdf>. Acesso em: 07 set. 2019. BADANAI, J. M. Utilização de plantas medicinais, fitoterápicos e dos potenciais riscos de suas interações com medicamentos alopáticos, por idosos atendidos pela farmácia – escola –

são

caetano

do

sul:

São

Caetano

do

Sul,

p.1-18,

2011.

Disponível

em:

<http://www.uscs.edu.br/pesquisasacademicas/images/download_inici_cientifica/prof_celi_e_ja queline.pdf>. Acesso em: 07 set. 2019. Cardoso, C. M. Z.; Silva, C. P.; YAMAGAMI, K.; LOPES, R. P.; SANTOS, F.; BONASSI, I.; JESUÍNO, I.; GERES, F.; MARTORIE Jr., T.; GRAÇA, M.; KANEKO, B.; PAVANI, E.; INOWE, C. Elaboração de uma Cartilha Direcionada aos Profissionais da Área da Saúde, Contendo Informações sobre Interações Medicamentosas envolvendo Fitoterápicos e Alopáticos. São Paulo, v. 4, n. 01, p.57-69, mar. 2009. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/19166/2/4.pdf>. Acesso em: 07 set. 2019. DOMINGUES K.; GONÇALVES A.; OLIVEIRA C.P.; PERIM C.M.; GONÇALVES F.B. Avaliação de extratos de quebra-pedra (Phyllanthus sp) frente à patógenos causadores de infecções no trato urinário: Campinas, v. 17, n. 3, p.427-435, 13 ago. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v17n3/1516-0572-rbpm-17-3-0427.pdf>. Acesso em: 05 set. 2019. FLORIEN. QUEBRA-PEDRA. p.1-3, jun. 2006. Disponível em: <http://florien.com.br/wpcontent/uploads/2016/06/QUEBRA-PEDRA.pdf>. Acesso em: 10 set. 2019. GRANJA, J. A. A. Aspectos físicos e fisiológicos de sementes de quebra-pedra (phyllanthus niruri

l.):

Lavras

Mg,

p.1-62,

18

abr.

2017.

Disponível

em:

<http://repositorio.ufla.br/bitstream/1/13268/2/TESE_Aspectos%20f%C3%ADsicos%20e%20fi

178


siol%C3%B3gicos%20de%20sementes%20de%20quebrapedra%20%28Phyllanthus%20niruri%20L.%29.pdf>. Acesso em: 10 set. 2019. MARQUES, L. C. Phyllanthus niruri (Quebra-Pedra) no Tratamento de Urolitíase: Proposta de Documentação para Registro Simplificado como fitoterápico. São Paulo, p.114,

03

ago.

2010.

Disponível

em:

<file:///C:/Users/MARCOS/Downloads/124-

Texto%20do%20artigo-578-1-10-20131023%20(4).pdf>. Acesso em: 07 set. 2019. MARTINS, E. R.; LIMA, L. R. Phyllanthus (Phyllanthaceae) no estado do Rio de Janeiro: Phyllanthus (phyllanthaceae) no Estado do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, v. 65, 25 nov.

2013.

Disponível

em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2175-

78602014000200007&script=sci_arttext&tlng=pt>. Acesso em: 08 set. 2019. MARTINS, E. R.; LIMA, L. R. Sinopse do gênero Phyllanthus L. (Phyllanthaceae) do Estado de

São

Paulo.

São

Paulo,

p.123-133,

17

mar.

2011.

Disponível

em:

<http://www.scielo.br/pdf/hoehnea/v38n1/a11v38n1.pdf>. Acesso em: 05 set. 2019. MARTINS, E. R. O gênero Phyllanthus L. (phyllanthaceae) na região sudeste do Brasil. São Carlos,

p.1-116,

2013.

Disponível

em:

<https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/20/5529.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 05 set. 2019. MARTINS, L. R. R. "perfil cromatográfico e análises multivariada para o controle de qualidade de amostras comerciais do gênero phyllanthus (quebra-pedra): São Carlos, p.1154,

05

dez.

2008.

Disponível

em:

<https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/6137/2186.pdf?sequence=1&isAllowed=y >. Acesso em: 12 set. 2019. NASCIMENTO, V. T.; LACERDA, E. U.; MELO, J. G.; LIMA, C. S. A.; AMORIM, E. L. C.; ALBUQUERQUE, U. P. Controle de qualidade de produtos à base de plantas medicinais comercializados na cidade do Recife-PE: erva-doce (Pimpinella anisum L.), quebra-pedra (Phyllanthus spp.), espinheira santa (Maytenus ilicifolia Mart.) e camomila (Matricaria recutita L.):Botucatu,

p.1-10,

28

fev.

2005.

Disponível

em:

<https://www.researchgate.net/profile/Ulysses_Albuquerque/publication/287938747_Quality_c ontrol_of_medicinal_plant_products_commercialized_in_the_city_of_Recife_Pernambuco_Bra zil_Erva-doce_Pimpinella_anisum_L_quebra-

179


pedra_Phyllanthus_spp_espinheira_santa_Maytenus_ilicifolia_Mart_/links/56980b3a08aec79ee 32b6b92/Quality-control-of-medicinal-plant-products-commercialized-in-the-city-of-RecifePernambuco-Brazil-Erva-doce-Pimpinella-anisum-L-quebra-pedra-Phyllanthus-spp-espinheirasanta-Maytenus-ilicifolia-Ma.pdf>. Acesso em: 07 set. 2019. PAIXÃO, J. A.; SANTOS, U. S.; CONCEIÇÃO, R. S.; NETO, J. F. A.; NETO, A. F. S. Levantamento bibliográfico de plantas medicinais comercializadas em feiras da bahia e suas interações

medicamentosas.

Bahia,

v.

,

n.

2,

p.71-81,

2016.

Disponível

em:

<https://www.revistas.ufg.br/REF/article/view/35942/pdf>. Acesso em: 7 set. 2019. PASTORINI, M. A. G. O uso da quebra-pedra (phyllanthus niruri l.) Como planta medicinal pela comunidade de são miguel (restinga sêca, rs, brasil): Santa Maria, p.1-34, 07 ago. 2010. Disponível em:<https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/13380/TCCE_EA_EaD_2010_PASTORINI _MARCO.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 8 set. 2019. SILVA, E. L. Estudo polínico das espécies de Phyllanthus L.: subgen. Conami (Aubl.) G.L. Webster, subgen. Isocladus G.L. Webster e subgen. Phyllanthus no Brasil. São Paulo, p.191, 2008. Disponível em: <http://rcpol.org.br/wp-content/uploads/2018/03/165-Silva-2008Estudo-pol%C3%ADnico-das-esp%C3%A9cies-de-Phyllanthus-L.pdf>. Acesso em: 06 set. 2019.http://www.scielo.br/pdf/rbpm/v13n3/a16v13n3 Disponível

em:

<https://ufsj.edu.br/portal2-

repositorio/File/cimplamt/Edicoes%203/CIMPLAMT_ed_11.pdf>. Acesso em: 03 set. 2019. Disponível em: https://www.flickr.com/photos/adilson2010/4551629409. Acesso em: 12/09/2019 Disponível

em:

https://bonsainatal.blogspot.com/2016/04/quebra-pedra-phyllanthus-

acutifolius.html. Acesso em: 12/09/2019

180


CapĂ­tulo

21 Ricinus communis L. Marilia Beatriz Costa Ferreira; Milena Gomes de Souza.

181


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

A mamoneira tem como nome científico Ricinus communis L. e traz como nomes populares mamona, carrapateira, óleo-de-rícino, palma-de-cristo, óleo-de-castor, mamoneira, carrapateiro, bojueira-rícino, palma-cristi, tortago. (LORENZI E MATOS, 2002)

HISTÓRICO

A Ricinus communis L. é uma planta na qual ainda existe imprecisão sobre sua origem. Autores acreditam ser a Ásia seu berço, e outros a África, podendo ser também uma planta oriunda da América. Contudo, são descritas narrativas desde a antiguidade. No Egito antigo a mesma era conhecida como planta milagrosa, assim como na Índia era utilizada para inúmeras finalidades. (FELIX, 2007; ROSANA, 2002) Segundo outro autor, a mamoneira se originou provavelmente na Etiópia e se espalhou para diversas regiões do mundo, por consequência de sua facilitada irradiação e adaptação a divergentes condições de clima. Trazida pelos portugueses para o Brasil, e atualmente se encontrada em todo o território. Por ser tolerante a diversas características que são intrínsecas ao nordeste, que acaba se tornando uma região muito característica da planta. (CORRÊA, TÁVORA E PITOMBEIRA, 2006)

No Brasil a mamona é conhecida desde o período colonial onde extraiam o seu óleo para ser usada como lubrificante de engenhos de açúcar. Com o tempo, esse óleo passou a ter grande relevância econômica, uma vez que os Estados Unidos, um dos maiores exportadores do óleo, se apropria do uso dessa planta. (FELIX, 2007)

MORFOLOGIA DA PLANTA

182


Refere-se a uma planta que exibe formato de arbusto, com o sistema radicular que se estende lateral e profundamente, além de uma parte aérea ramificada, a mamona dispõe de uma cor verde avermelhada, essa tonalidade pode se diversificar de acordo com as múltiplas plantas que existem. As folhas são lobadas, de formas diversificadas. Sua inflorescência exibe flores femininas na parte superior, e masculina, na parte inferior. O fruto é um envoltório tricoca com espinhos de forma esporádica que apresentam 1, 2, 4 ou 5 cocas, gerando cocas bivalves. Apresenta semente lisa, carunculada, oval, de divergentes tamanhos e cores e incluí albúmen abundante e oleoso. Essa planta ainda expõe um arranjo alterável, podendo chegar de 5 a 6 metros em climas e solos pertinentes ao seu plantio, em caso de uma grande diversidade, ou cerca de 1 metro de altura nas menores diversidades. Em relação à estatura, que também varia, o seu porte pode ser forte ou frágil, ereto ou pendente. (ROSANA, 2002) Desta planta podem-se utilizar todas as suas partes, incluindo para alimentação de algumas espécies e como matéria prima de serventia para indústria, sendo o seu óleo de maior relevância para a fitoterapia. O óleo de rícino é o óleo espremido manualmente da semente da mamona que não necessita de aquecimento e é prensado a frio para que a proteína ricina (altamente tóxica) não entre em contato com óleo extraído. Esse óleo para fitoterapia, age como agente laxativo e leva aproximadamente 8 horas para agir na dose mínima e se for necessária uma purgação mais rápida a dose pode ser aumentada. (FELIX, 2007; RUDOLF, VARRO E VOLKER, 2002)

Figura 1- Arbusto da mamona. Fonte: Cristina Braga, 2018.

183


Figura 1.2- Óleo de rícino extraído da semente da mamona. Fonte: Nutrifonte, 2019

FARMACODINÂMICA

A maioria dos óleos graxos são compostos de triglicerídeos, já o óleo de rícino (80% dele) consiste em triricinoleina, que posteriormente é quebrada em glicerol e ácido ricinoleico que é o verdadeiro agente laxativo. Ele promove a irritação da mucosa intestinal e o acúmulo de água que contribui para ação purgativa, estimulando os movimento peristálticos e, consequentemente, melhorando o fluxo intestinal. (RUDOLF, VARRO E VOLKER, 2002)

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A importância econômica da mamona está principalmente relacionada com um de seus produtos: o óleo de rícino, que possui um mercado internacional em constante desenvolvimento

184


e com diversas aplicações, desde sua aplicação fitoterápica, cosméticos e que pode, inclusive, se comportar como suplente de derivados do petróleo, em tintas, em matéria prima para a fabricação de nylon, em isolantes e na produção de vidro a prova de bala. Entre outras funções comerciais, o óleo ainda é de uma grandiosa e indiscutível qualidade, podendo ser matéria prima para o desenvolvimento de cosméticos. Por deter uma propriedade de viscosidade elevada, acaba se tornando excedente em relação aos outros óleos, e vai agir, principalmente, em formulações biodegradáveis e lubrificantes. Nos dias atuais, a semente da mamona está sendo utilizada como uma das principais fontes para a produção do biodiesel, sendo necessário para o processo de fabricação por ser o único que se solubiliza em álcool e não necessita de calor, reduzindo, assim, o gasto de energia. (FELIX, 2007; ROSANA, 2002)

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

É indicado como laxante em quadros de constipação crônica e sua ação afeta o intestino delgado e grosso. É utilizado para uso interno administrados 4 ml, e para ação purgativa de 5 a 15 ml (1-2 colheres de chá), sendo recomendado a dose máxima facultada de 40 ml (6 colheres de chá). No uso externo é conveniente usar de 0,5 a 15% para uso de fitocosméticos. (LORENZI E MATOS, 2002) Como medicamento, a mamona dispõe seus efeitos através do óleo de rícino que exibe características purgativas por ser, assim como outros triglicerides, rapidamente atacada por lipases e ácidos biliares resultando a ação laxante. Apresenta competência de adentrar sem dificuldade na pele, estimula o fígado e cólon, aperfeiçoando a circulação linfática e contribuindo com o sistema imunológico. Também pode ser feita compressas desses óleos, que são empregados para diminuir inflamações e favorecer a assimilação intestinal. O ácido ricinoleico também tem ação fitoterápica quando absorvido e transformado em protrasglandidas, dificultando os sintomas relacionados à deficiência dessa mesma substância, que se trata de disfunções menstruais, pressão sanguínea alta, tendência a engordar, entre outros. (ROSANA, 2002)

185


Figura 2- Óleo de rícino vendido para fins fitoterápicos. Fonte: Óleos para tudo, 2016.

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

Além das inúmeras empregabilidades do óleo de rícino, na alimentação, ele pode ser consumido na forma de margarina líquida, que contém ésteres de poliglicerol e do ácido ricinoleico. (ROSANA, 2002)

TOXICIDADE

Os riscos do óleo de mamona são semelhantes aos demais laxativos e pode ser tóxico e contraindicado em situações de obstrução intestinal, do trato biliar, na gestação, no aleitamento, para pessoas que possuem a doença de Crohn, colite ulcerativa e qualquer outro episódio de inflamação no intestino. Além de que, em grandes doses, pode causar sintomas como náuseas, vômitos, cólicas e severo efeito purgativo. Por isso é necessário, também, se atentar a quantidade utilizada, que não deve exceder a 10 dias sucessivos. (LORENZI E MATOS, 2002)

186


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A mamona é uma planta ainda de origem indefinida, mas diante de vários estudos e de tudo que foi abordado se torna perceptível a sua importância, desde as folhas, até a semente, sendo a fornecedora do óleo de rícino, que é de grande importância por suas inúmeras aplicabilidades, servindo de matéria prima. É utilizado na indústria de cosméticos em cabelos, unhas e pele, na área medicinal, agindo em patologias, e na área comercial sendo provedor de vários produtos.

REFERÊNCIAS CORRÊA, M. L. P.; TÁVORA, F, J, A. F; F; PITOMBEIRA, J, B. Comportamento de cultivares de mamona em sistemas de cultivo isolados e consorciados com caupi e sorgo granífero. Revista Ciência

Agronômica.

Ceará,

v.

37,

n.2,

p.

200-207,

2006.

Disponível

em:

file:///C:/Users/Cliente/Downloads/195320521015%20(1).pdf. Acesso em: 03/09/2019. FELIX, S, P; Mamona. 76f. Tese corrigida depois da defesa. Disponível em: file:///C:/Users/Cliente/Downloads/mamona%202.pdf. Acesso em: 03/09/2019. LORENZI, H; MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. ROSANA, C, S, S; Extração, caracterização e transformação do óleo de rícino. 2002. 240f. Tese- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Erechim- RS, 2002. Disponível em: file:///C:/Users/Cliente/Downloads/mamona.pdf. Acesso em: 03/09/2019. RUDOLF, H; VARRO, E, T; VOLKER, S. Fitoterapia Racional: 4. ed. São Paulo: Editora Manole, 2002.

187


CapĂ­tulo

22 Stryphnodendron adstringens Bruna Queiroz de Araujo; Sabrina Gomes da Silva.

188


CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

É popularmente conhecido como alaramotemo, abaramotemo, barbatimãoverdadeiro, casca-da-mocidade, casca-da-virgindade, ubatima, ilatimó, ulatimó. E tem como sinonímia científica Stryphnodendron adstringens (DANTAS,2016)

HISTÓRICO

Em tempos mais remotos, o barbatimão era conhecido pelos tupis como ybá timõ ou “árvore que aperta”, utilizada em rituais para curar doenças feridas por possuir potencial anti-inflamatório. Pelo uso constante da especie em diversas formas, sua eficácia foi sendo comprovada e explorada cada vez mais. Através do conhecimento empírico, a espécie passou a fazer parte da lista da Relação Nacional de Plantas Medicinais de interesse ao SUS (RENISUS). O levou a despertar o interesse das indústrias farmacêuticas, onde algumas iniciaram a comercialização de produtos derivados principalmente da casca da planta (MEIRA,2013).

MORFOLOGIA DA PLANTA

Árvore de pequeno a médio porte amplamente distribuída nas regiões de cerrado do Brasil, encontrada principalmente nas regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste. Pode ter em média de 4-5 m de altura, seu tronco de 20-30-40 cm de diâmetro, possui caule e ramos tortuosos, coberto por casca grossa, folhas compostas, cada uma dotada de 6-8 pares de folíolos ovados e pequenos, as flores podem ser de coloração quase brancas, e seu fruto é do tipo vagem, grosso, carnoso e alongado (TEIXEIRA,2009).

189


FARMACODINÂMICA

Sua atividade farmacológica deve-se ao seu alto teor de taninos condensados,presentes em maior na casca. Essas substâncias tanantes possuem capacidade antioxidante e antiinflamatória, que contribuem positivamente no processo de cicatrização. São capazes de formar uma de camada de proteção sobre tecidos lesados através da formação de complexos dos taninos com componentes como proteínas e polissacarídeos, o que impede o

desenvolvimento

de

microorganismos,

como

bactérias,

na

área

afetada.

Podem também estimular a formação de vasos sanguíneos, além da reepitelização e ativação de miofibroblastos, células envolvidas no processo de cicatrização de tecidos, contribuindo para o reparo de lesões (FUJIWARA,2015). Na úlcera gástrica, ocorre um processo similar, onde a camada protege a mucosa gástrica. Na ação antiobiótica,as substâncias presentes no barbatimão age contra bactérias, como a Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa (SOARES,2008).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A comercialização da pomada, contribui economicamente para o mercado farmacêutico, principalmente nas regiões que possuem essa cultura do uso da planta. Toda a matéria prima é originada de extrativismo, não tendo conhecimento de nenhum cultivo comercial para essa finalidade, essa extração da espécie se intensificou, devido a facilidade de encontra, e contribui para os mercados consumidores com baixo custo de transporte. No entanto, diante dessa situação, a espécie está ameaçada pelo excesso de cortes ilegais e urbanização desordenada, fragmentando seu hábitat, o que compromete a sua estrutura populacional dentro da comunidade na qual está inserida (MEIRA,2013).

190


INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

A casca do barbatimão é a parte da planta que é comercializada, devido ao seu teor elevado de substâncias tanantes (cerca de 25 a 30% de tanino). Além dos taninos presentes em sua casca, esse vegetal também apresenta alcaloides, flavonoides, terpenos, estilbenos e esteroides. Seu uso como planta medicinal está ligado a algumas crenças populares, e seus efeitos terapêuticos estão envolvidos no processo de cicatrização de feridas, queimaduras, tratamento de úlceras, infecções do trato geniturinário e hemorragias.

Podem

ter

ação

adstringente,

antisséptica

e

anti-inflamatória

(SOARES,2008). Para os cortes e lesões são utilizadas compressas com as folhas da planta, ou a pomada já comercializada, que com seu uso contínuo haverá o estimulo para o aumento de fibras colágenas, migração de células e multiplicação de queratinócitos. Há também registros de pessoas que utilizam o pó obtido da casca do barbatimão diretamente no local onde se encontra a ferida. O uso desses produtos vai auxiliar no processo de cicatrização. Essa ação cicatrizante também pode ser percebida no tratamento de úlceras de decúbito ou escara. Os chás também podem ser uma forma de utilização do barbatimão, sendo usadas 2 colheres de sopa da casca da árvore para cada 2 litros de água, deixando cozinhar durante 10 minutos. Não há ao certo uma recomendação de quantas vezes deve-se tomar o chá, mas estima-se que seja ingerido durante 3 ou 4 vezes no dia. Encontra-se também, cosméticos derivados dessa planta, como sabonetes e cremes. Pode ser um agente colaborador na saúde da mulher, pois ele bastante usado para tratar infecções geniturinárias, como hemorragia vaginal e gonorreia. Nesse caso, já são comercializadas pomadas ginecológicas para determinados tratamentos (DANTAS,2016).

191


Fonte: Google imagens

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

Pode ser utilizado para preparações de chás, com finalidades terapêuticas, considerando que suas propriedades estão mais relacionadas ao uso fitoterápico.

Fonte:google fotos

192


TOXICIDADE

Há alguns estudos que abordam de maneira mais superficial, possíveis efeitos colaterais e potenciais tóxicos do uso excessivo da planta, porém ainda há uma escassez muito grande de estudos voltados para esse assunto, o que gera preocupação acerca da ampla utilização da espécie (DANTAS,2016).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O barbatimão, trata-se de uma planta que possui diversas formas terapêuticas, sendo estas estudadas e comprovadas, nas quais sua utilidade demonstra grande eficácia desde a antiguidade e vem se fortalecendo através de novas pesquisas. Seu uso fitoterápico é amplo e diversificado, e pode contribuir significativamente para a medicina tradicional.

REFERÊNCIAS MEIRA, Messulan Rodrigues et al. Barbatimão: ecologia, produção de tanino e potencial sócio econômico na região norte mineira. Enciclopédia Biosfera: Centro Científico Conhecer - Goiânia, Montes Claros - Mg, p.466-494, 01 jul. 2013. Disponível em: <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2013a/agrarias/barbatimao.pdf>. Acesso em: 12 set. 2019. ALMEIDAI, Anna Christina et al. Toxicidade aguda dos extratos hidroalcoólicos das folhas de alecrim-pimenta, aroeira e barbatimão e do farelo da casca de pequi administrados por via intraperitonea. Ciência Rural, Santa Maria, Online Toxicidade Aguda dos e, Montes Claros, Mg, Brasil, p.1-4, 04 out. 09. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cr/v40n1/a415cr1346.pdf>. Acesso em: 12 set. 2019.

193


SOARES, Sara Pimenta et al. Atividade antibacteriana do extrato hidroalcoólico bruto de Stryphnodendron adstringens sobre microorganismos da cárie dental. Rev. odonto ciênc. 2008;23(2):141-144. TEIXEIRA, Francieli, and MVDM MARTINS. "Barbatimão (Stryphnodendron Adstringens (Mart.) Coville): uma revisão bibliográfica de sua importância farmacológica e medicinal." Cenarium Pharmacêutico 3.3 (2009): 1-6. FUJIWARA,C.T.H. Saúde e alimentação- Barbatimão.2015 (Programa de rádio ou TV/Entevista

194


Capítulo

23 Uncaria tomentosa Aline Mariana de Morais Saraiva; Maurício José de Oliveira; Samanta Souza Marques

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

A “unha de gato” (Uncaria tomentosa), como é conhecida no Brasil, recebe esse nome popular por apresentar um espinho semelhante a um gancho que cresce em grande parte ao longo da videira em um padrão que se assemelha às garras de um gato (CHENG et al., 2007). Também é conhecida em outros países como “saventário” (REINHARD, 1999), “gabarato” (DE FEO, 1992), “vilcacora”, “samento” (FALKIEWICZ e LUKASIAK, 2001), “jupindá” e “espera-ai” (PEREIRA e LOPES, 2006). Essa espécie pertence à família das Rubiaceae, e é uma trepadeira lenhosa nativa da floresta amazônica e de outras áreas tropicais da América do Sul e Central (KEPLINGER K ET AL, 1999).

HISTÓRICO

De acordo com diversos autores, a espécie Uncaria tomentosa é originária do Perú e Colômbia (MAC BRIDE, 1936), esta recebeu primeiro o nome cientifico Nauclea

195


aculeata e somente em 1830 é que foi nomeada Uncaria tomentosa, como é conhecida atualmente (VILCHES, 1997). A primeira vez que a planta foi reconhecida, na época de 1977, foi batizada com o nome Noucleia aculeata e rebatizada anos depois como Uncaria tomentosa , em 1980 (WILLIAMS, 2001). O primeiro relato de estudos sobre essa espécie vegetal foi registrado em 1930 por um professor alemão que se chamava Arturo Brell, em uma missão por províncias do Peru. Brell observou que os nativos consumiam essa planta principalmente na forma de chá das cascas do caule ou raízes para os processos degenerativos e inflamatórios, úlceras gástricas e outras disfunções e até como contraceptivo (VALENTE, 2006). Brell enviou diversas amostras para botânicos e estudiosos europeus e em 1960, junto com o professor americano Eugene Whitworth , colaborou no registro do uso das plantas medicinais peruanas. No final da década de 1960, o jornalista austríaco Klaus Keplinger, foi ao Peru buscando conhecer mais sobre as plantas medicinais daquele país, ele então associou-se a pesquisadores alemães, e juntos desenvolveram os fundamentos das pesquisas que resultaram nos primeiros produtos fitoterápicos a base de unha-de-gato (JONES, 1995; VALENTE, 2006)..

MORFOLOGIA DA PLANTA

A figura 1 mostra que a espécie U. tomentosa é um grande cipó lenhoso que pode atingir 35 m de comprimento e 5-40 cm de diâmetro na base. Essa espécie possui diversos espinhos semicurvados, pontiagudos e de consistência lenhosa em seu caule, que facilitam sua aderência à casca e aos ramos das árvores ((KEPLINGER et al., 1999; VALENTE, 2006; HONORIO, 2016).

196


Figura 2: Morfologia da Uncaria tomentosa: a) Caule, b) Espinhos, c) Face abaxial das folhas, d) Inflorescência, e e) sementes. (Fonte: HONORIO, I. C. G.; BERTONI, B. W.; PEREIRA, A. M. S. Uncaria tomentosa and Uncaria guianensis an agronomic history to be written. Cienc. Rural, Santa Maria , v. 46, n. 8, p. 1401-1410, Aug. 2016)

FARMACODINÂMICA

U. tomentosa contém uma variedade de compostos, incluindo 17 alcalóides, terpenóides, taninos, flavenoides e esteróis diferentes (WILLIAMS, 2001). A composição desses compostos varia entre plantas, partes de plantas (raízes x folhas), folhas jovens x folhas maduras e quando a planta é colhida em diferentes estações do ano (LAUS, 2004). Além disso, a isomerização ocorre entre o oxindol pentacíclico alcalóides, alguns dos quais são mais estáveis que outros, duram mais após a colheita 3, o que dificulta a avaliação da atividade dos compostos individuais (isômeros) (REINHARD, 1999). Existem dois quimiotipos de U. tomentosa que diferem acentuadamente em seus padrões de alcalóides presentes na casca da raiz. Um quimótipo contém principalmente

os

alcalóides oxindólicos pentacíclico

como

pteropodine,

isopteropodine, mitraphylline, isomitraphylline, uncarine F e speciophylline. O outro quimiotipo contém principalmente os alcalóides oxindólicos tetracíclicos rinofofilina e isorrinofofilina (KEPLINGER et al, 1999).

197


Embora uma planta em particular possa conter predominantemente alcalóides tindilíclicos ou pentacíclicos de oxindol, ambos os tipos de alcalóides podem ocorrer concomitantemente na mesma planta. Esses alcalóides têm o objetivo de exibir várias atividades farmacológicas, incluindo propriedades anti-inflamatórias, antivirais, antioxidantes, imunoestimulantes, anti-reumáticas e anticâncer (IKEZUAGU et al, 2009).

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

Em virtude de suas diversas propriedades terapêuticas, a “unha de gato” apresenta alto valor comercial tanto no Brasil como no mundo. Por isso, esta espécie está enfrentando um alto risco de extinção causado principalmente pelo extrativismo indiscriminado. No Brasil, no estado do Acre mais precisamente, a exportação da U. tomentosa vem se intensificando desde o início dos anos 2000 (POLLITO, 2004), e atualmente a espécie está incluída na categoria "perigo em médio prazo". Diversas iniciativas têm sido realizadas afim de minimizar o impacto do extrativismo e procurar alternativas para o aproveitamento sustentável da espécie. Essas ações envolvem o cultivo através de cultura "in vitro" para diminuição do tempo de reflorestamento.

INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

A Uncaria tomentosa é indicada, com eficácia confirmada por vários testes farmacológicos, in vitro e in vivo, para o tratamento de diveras doenças e/ou sintomas, estes incluem,: artrite, reumatismo, abscesso, inflamação (ROJAS-DURAN et al., 2012; DREIFUSS et al., 2013), neoplasia (SHI et al, 2013), úlcera gástrica, contracepção (NOGUEIRA NETO et al., 2011), diabetes (DOMINGUES et al., 2011), infecção bacteriana e fúngicas (CCAHUANA-VASQUEZ et al., 2007), e também câncer

198


(PILARSKI et al., 2010). Possui também ação analgésica e sedativa (CAON et al., 2014), mas seu principal uso terapêutico é para os tratamentos de artrite e osteoartrite. A dose terapêutica específica da Uncaria tomentosa ainda permanece incerta. A preparação tradicional envolve ferver lentamente a casca das raízes ou caules para preparar uma decocção que pode ser ingerida oralmente (LAUS, 1997). A dose do extrato líquido seria de 1 mL uma a três vezes ao dia, e 500-2.000 mg de extratos secos são misturados em água uma a três vezes ao dia (WILLIANS, 2001). Existem também extratos padronizados, alguns dos quais utilizados em pesquisas pré-clínicas e clínicas. Por exemplo, o extrato de raiz usado no estudo da artrite reumatóide (Krallendorn) está livre de alcalóides tindracíclicos de oxindol e é dosado em 20 mg três vezes ao dia. O extrato patenteado C-Med-100 é doseado em 300 mg por dia. Há também uma fração de baixo peso molecular, extrato de água quente de toda a planta (8% de ésteres de alquil carboxil) dosado a 100 mg três vezes ao dia (WILLIAMS, 2001).

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

Não foram encontrados relatos da utilização desta espécie vegetal como fonte alimentar.

TOXICIDADE

Os efeitos colaterais relatados para a U. tomentosa nos ensaios de pesquisa clínica são leves; foram relatados um leve distúrbio gastrointestinal, tontura e dor de cabeça, mas não foram significativamente diferentes do observado para os grupos placebo. Se a U. tomentosa for ingerida como um chá ou extrato bruto, sua amargura pode causar náusea leve (WILLIAMS, 2001).

199


Até que mais informações estejam disponíveis, a maioria das autoridades não recomenda o uso dessa planta em doenças auto-imunes devido a suas atividades imunomoduladoras (WILLIAMS, 2001). Da mesma forma, a U. tomentosa deve ser evitada em pacientes com transplante de órgãos ou enxertos de pele pendentes ou durante terapia imunossupressora. Deve-se ter cautela em pacientes em uso de antihipertensivos, devido ao fato de que alguns fitoquímicos da unha de gato têm atividade hipotensora conhecida (DUGGAN et al, 2001). A unha de gato deve ser evitada durante a gravidez. Além disso, até que sejam conhecidas mais informações sobre os efeitos fisiológicos da garra do gato, como seus efeitos no sistema imunológico imaturo, seu uso deve ser evitado durante a lactação e em crianças menores de 3 anos (BRINKER, 2001; LAMM et al, 2001).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uncaria tomentosa, também conhecida como “unha de gato”, é uma planta originária do Peru da família das Rubiaceae, que tem seu caule, raízes e folhas tradicionalmente utilizados pela população da América do Sul, devido suas atividades imunomodulatórias, anticancerígenas e anti-inflamatória. Possui efeitos adversos mínimos, porém mais estudos farmacológicos são necessários para confirmar seus efeitos terapêuticos e seus possíveis efeitos tóxicos.

REFERÊNCIAS AKESSON, C.; LINDGREN, H.; PERO, R.W.; LEANDERSON, T.; IVARS, F. Quinic acid is a biologically active component of the Uncaria tomentosa extract C-Med 100. Int immunopharmacol, v. 5, n. 1, p. 219-29, 2005. BRINKER F. Herb Contraindications and Drug Interactions. Sandy, OR: Eclectic Medical Publications. 2001.

200


BUDZINSKI, J.; FOSTER, B.; VANDENHOEK, S.; ARNASON, J. An in vitro evaluation of human cytochrome P450 3A4 inhibition by selected commercial herbal extracts and tinctures. Phytomedicine : int. journal of phytot and phytopharmacol, v. 7, p. 273-82, 2000. CAON, T. et al. Antimutagenic and antiherpetic activities of different preparations from Uncaria tomentosa (cat’s claw). Food and Chemical Toxicology, v.66, p.30-35, 2014. CHEN, C.X.; JIN, R.M.; LI, Y.K.; et al. Inhibitory effect of rhynchophylline on platelet aggregation and thrombosis. Zhongguo Yao Li Xue Bao, v. 13, p. 126-30, 1992. CHENG, F.J. et al. Induction of apoptosis by Uncaria tomentosa through reactive oxygen species production, cytochrome c release, and caspases activation in human leukemia cells. Food Chemistry and Toxicology, v.45, p.2206-2218, 2007. DE FEO, V. Medicinal and magical plants in the northern Peruvian Andes. Fitoterapia. v.63, p.417-440, 1992. DREIFUSS A.A. et al. Uncaria tomentosa exerts extensive antineoplastic effects against the Walker-256 tumour by modulating oxidative stress and not by alkaloid activity. Plos one, v.8, n.2, p.1-14, 2013. DOMINGUES, A. et al. Prevention of experimental diabetes by Uncaria tomentosa extract: Th2 polarization, regulatory T cell preservation or both? Journal of Ethnopharmacology, v.137, p.635-642, 2011. DUGGAN, J.; PETERSON, W.S.; SCHUTZ, M.; et al. Use of complementary and alternative therapies in HIV-infected patients. AIDS Patient Care STDS, v. 15, p. 159-67, 2001. FALKIEWICZ, B.; LUKASIAK, J. Vilcacora [Uncaria tomentosa (Willd.) DC. and Uncaria guianensis (Aublet) Gmell.] – a review of published scientific literature. Case Reports and Clinical Practice Revue, v.2, p. 305-316, 2001. HEITZMAN, M.E.; NETO, C.C.; WINIARZ, E.; VAISBERG, A.J.; HAMMOND, G.B. Ethnobotany, phytochemistry and pharmacology of Uncaria (Rubiaceae). Phytochemistry, v. 66, n. 1, p.5-29, 2005. HONORIO, I. C. G.; BERTONI, B. W.; PEREIRA, A. M. S. Uncaria tomentosa and Uncaria guianensis an agronomic history to be written. Cienc. Rural, v. 46, n. 8, p. 1401-1410, 2016.

201


IKEZUAGU, E.; GOLDINA & O KALEJAIYE, A. Pharmacology and therapeutic uses of cat's claw. Amer j of health-system phar, v. 66, p. 992-5, 2009. Jurgensen S, Dalbo S, Angers P, Santos AR, Valle RMR. Involvement of 5-HT2 receptors in the antinociceptive effect of Uncaria tomentosa. Pharmacol biochem behav. 2005;81(3):466-77. KEPLINGER, K.; LAUS, G.; WURM, M.; et al. Uncaria tomentosa (Willd.) DC. Ethnomedicinal use and new pharmacological, toxicological and botanical results. J Ethnopharmacol, v. 64, p. 23-34, 1999. KLOUCEK, P.; POLESNY, Z.; SVOBODOVA, B.; VLKOVA, E.; KOKOSKA, L. Antibacterial screening of some Peruvian medicinal plants used in Calleria District. J ethnopharmacol, v. 99, n. 2, p. 309-12, 2005. LAMM, S.; et al. Persistent response to pneumococcal vaccine in individuals supplemented with a novel water soluble extract of Uncaria tomentosa, C-Med 100. Phytomedicine, v. 8, p. 267274, 2001. LAUS, G.; et al. Alkaloids of Peruvian Uncaria tomentosa. Phytochemistry, v. 45, p. 855-860, 1997. LAUS, G. Advances in chemistry and bioactivity of the genus Uncaria. Phytother Res, v. 18, p. 259-274, 2004. MAC BRIDGE, JF. Flora del Perú. Field Museum of Natural History Botany.v.13, p.11-12. 1936. NOGUEIRA NETO, J.P. et al. Contraceptive effect of Uncaria tomentosa (cat’s claw) in rats with experimental endometriosis. Acta Cirúrgica Brasileira, v.26, n.2, p.15-19, 2011. PAIVA, L.C.A.; RIBEIRO, R.A.; PEREIRA, J.V.; OLIVEIRA, N.M.C. Avaliação clínica e laboratorial do gel da Uncaria tomentosa (Unha de Gato) sobre candidose oral. Rev bras farmacogn, v. 19, p. 423-8, 2009. PEREIRA, R.C.A.; LOPES, J.V.M. Aspectos botânicos, etnobotânicos, agronômicos e fitoquímicos de unha-de-gato. Embrapa Agroindústria Tropical. Documentos, 105. 2006, 34p. PILARSKI, R. et al. Anticancer activity of the Uncaria tomentosa (Willd.) DC. preparations with different oxindole alkaloid composition. Phytomedicine, v.17, p.1133-1139, 2010.

202


PILARSKI, R.; ZIELIŃSKI, H.; CIESIOŁKA, D.; GULEWICZ, K. Antioxidant activity of ethanolic and aqueous extracts of Uncaria tomentosa (Willd.) DC. J ethnopharmacol, v. 104, n. 1–2, p. 18-23, 2006. POLLITO, P.A.Z. Dendrologia, anatomia do lenho e status de conservação das espécies lenhosas dos gêneros Cinchona, Croton e Uncaria no estado do Acre, Brasil. 181p. Tese Doutorado, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, 2004. REINHARD, K.H. Uncaria tomentosa (Willd.) DC.: Cat’sclaw, uña de gato or seventaro. The Journal of Alternative and Complementary Medicine, v.5, p.143-151, 1999. ROJAS-DURAN, R. et al. Anti-inflammatory activity of Mitraphylline isolated from Uncaria tomentosa bark. Journal of Ethnopharmacology, v.143, p.801-804, 2012. Sheng Y, Akesson C, Holmgren K, Bryngelsson C, Giamapa V, Pero RW. An active ingredient of Cat's Claw water extracts identification and efficacy of quinic acid. J ethnopharmacol, v. 96, n. 3, p. 577-84, 2005 VALENTE, L. M. M.. Unha-de-gato [Uncaria tomentosa (Willd.) DC. e Uncaria guianensis (Aubl.) Gmel.]: Um Panorama Sobre seus Aspectos mais Relevantes. Revista Fitos, [S.l.], v. 2, n. 1, p. 48-58, 2006. VILCHES, L.E.O. Género Uncaria-Estudios botanicos, químicos y farmacologicos de Uncaria tomentosa y Uncaria guianensis. 3.ed. Lima-Perú: editora, 169p. 1997 WILLIAMS, J.E. Review of antiviral and immunomodulating properties of plants of the Peruvian rainforest with a particular emphasis on Una de Gato and Sangre de Grado. Altern Med Rev, v. 6, p. 567-579, 2001.

203


Capítulo

24 Ziziphus joazeiro Karla Kariny Silva Cavalcante; Kylmer Vinicius Dantas Marcelino

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

Conhecido popularmente como juazeiro, joazeiro, juá, joá, juá-espinhoso, juá-fruta, enjuá e laranjeira de vaqueiro. Tem nome de origem de Tupi, vem de a-ju-á que significa “fruto colhido de espinho”. (Braga, 2010)

HISTÓRICO

O juazeiro é uma árvore típica do semiárido brasileiro, da família Rhamnaceae, cresce em campos abertos ou nas caatingas dos sertões do polígono das secas, vegeta no nordeste do Brasil, por ter sistema radicular permite retirar água do subsolo, sendo mais favorável que ela cresça onde tem água nos subsolos, baixadas úmidas ou semelhante, por isso conserva-se sempre verde e nunca se despede das folhas mesmo no período de estiagem, renova-se em outubro. (Agra, 1996; Diniz et al., 2006; Braga, 2001).

204


MORFOLOGIA DA PLANTA

Árvore de 4 a 10 metros de altura, com tronco reto ou tortuoso, caules e ramos flexuosos, subdivididos, pubescenes ou não, espinhosos com coloração interna cinza escuro e externo amarelo embranquecido, ramos jovens e pilosos com ou sem espinhos, que frequentemente se esgalham a partir da base do caule. Folhas alternas, pecioladas, elíticas, coriáceas, verde luzentes, serradas na base, com 3-5 nervuras inferiores pubescentes. Flores ovais e pequenas, amarelo esverdeados, reunidas em florescências cimosas. Fruto drupáceo de 1,0 a 1,5 cm de diâmetro, amarelada, com 1 caroço grande, envolto em polpa mucilaginosa, doce e branca, sendo a parte carnosa comestível e rica em vitaminas C. Além de oferecer sombra, as folhas e ramos constituem um valioso recurso alimentar para gados no período de penúria. (Diniz et al., 2006; Braga, 2001).

FARMACODINÂMICA

Não encontrado na literatura.

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A árvore é de grande importância para a economia pois além das suas propriedades medicinais, também é uma espécie produtora de lenha, sua madeira é usada localmente para várias finalidades, como cabos de ferramenta, canzis, tarugo ou prego de madeira, para construção rural, moirão e em marcenaria. (Conceição e Paula, 1986; Carvalho 2007) .

205


INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS E PRODUTOS FITOTERÁPICOS

A planta inteira possui usos medicinais, como antisséptico bucal, contra problemas dermatológicos (caspa, asma, dermatite por seborreia e coceira), do sistema respiratório (asma, tosse, pneumonia, tuberculose, bronquites, inflamação de garganta e gripe) e sistema digestório (constipação, estomatite e má digestão), sendo ainda relatado o uso como cicatrizante (Almeida et al.,2005). O uso fitoterápico mais populares são: Lambedor de Juá: cozinha a fruta madura com mel até pegar o ponto, tomava uma colher do lambedor a noite antes de dormir e pela manhã ao acordar em jejum, muito utilizado para gripe e expectorante. Lambedor expectorante e anti-inflamatório: Feito da folha do juá com romã e mel cozido, tomar uma colher 3 vezes ao dia, ao acordar em jejum, a tarde e à noite antes de dormir. Folhas de juá: cobrindo a ferida com as folhas de juá tem ação cicatrizante. Raspas do caule utilizado contra cárie na odontologia, contra caspas e problemas no estômago. (Braga, 2001). Gargarejo da água do juá era usado para gengivite.

USO ALIMENTAR E INTERAÇÕES COM ALIMENTOS

O juá, fruto do Juazeiro são consumidos ao natural pelos seres humanos e por animais. O fruto possui forma redondo, de cor amarelo quando maduros com uma polpa de cor branca e sabor adocicada, rico e vitaminas C em grandes concentrações. (ROCHA, 2012). Não foi encontrado interações com alimentos em literatura.

206


TOXICIDADE

Doses elevada do Juá, pode produzir vômitos, cólicas e forte irritação do tubo gastrointestinal, devido a toxicidade da saponina. Não podendo ser usado em longos períodos, pois pode retirar o esmalte dos dentes. (Diniz et al., 2006). A DL50 para a saponina, substância extraída do juá de 90 mg/kg a 300 mg/kg não ocorreu mortes. E o extrato etanoico demonstrou ser tóxico a uma DL50 de 600 mg/kg. (Diniz et al., 2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse trabalho foi desenvolvido uma pesquisa sobre o juazeiro, árvore típica da caatinga do sertão nordestino, com finalidade de mostrar a importância, os benefícios e malefícios da árvore e seus frutos, como também o uso de alguns fitoterápicos e métodos utilizando frutas e partes da árvore, pelas pessoas mais velhas para tratar algumas enfermidades.

REFERÊNCIAS

AGRA, M.F. Plantas da medicina popular dos Cariris Velhos Paraíba. Cidade: PNE, 1996 CONCEIÇÃO, D. de A.; PAULA, J.E. de. Contribuição para o conhecimento da flora do pantanal mato-grossense e sua relação com a fauna e o homem. In: SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SÓCIO-ECONÔMICOS DO PANTANAL, 1., 1984. Corumbá. Anais. Brasília: EMBRAPADDT, 1986 CARVALHO, P. E. R. Juazeiro – Ziziphus joazeiro. Embrapa, Colombo, PR. Embrapa Florestas. Circular Técnica 139, 2007.

207


DINIZ, M. F. F. M.; et al. Memento de plantas medicinais – As plantas como alternativa terapêutica: Aspectos populares e científicos. João Pessoa, PB: Editora Universitária – UFBP, 2006. Braga, Renato; Plantas do Nordeste Especialmente do Ceará. 5º edição. Coleção Mossoroense série C Vol. 1204; Editora Fundação Guimarães Duque, 2001. ROCHA, G. P. Juazeiro (ziziphus joazeiro Mart.). 2012. Disponível em: <http://blog. tocandira.com.br/sobrevivencia/juazeiro-ziziphusjoazeiro-mart/>. Acesso em: 20 de outubro de 2019. Albuquerque, U.P. 2005. Etnobiologia e Biodiversidade. Recife, NUPEEA/Sociedade Brasileira de Etnobiologia e Etnoecologia

208


209


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.