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FAZENDO COM O CONHECIMENTO ADQUIRIDO?

A motivação aos agricultores de permanecerem no campo, são levadas pelo SERTA através da ATER e em consonância com a chamada pública de ATER, INCRA e SAF/DATER/MDA N° 12/2013

7. ANÁLISE DE RESULTADOS DO PÓS- PROJETO ACERCA DA DESCONTINUIDADE DA ATER. O QUE ESTES AGRICULTORES ESTÃO FAZENDO COM O CONHECIMENTO ADQUIRIDO?

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Os resultados obtidos neste quesito foram surpreendentes e animadores para o SERTA enquanto instituição prestadora de ATER. Já que 64,7% dos agricultores continuam participando de feiras agroecológicas, 100% continuam participando dos seus grupos sociais e 82,4% têm produzido e aumentado a sua produção de alimentos e se mantêm na linha de produção agroecológica. Portanto, esses dados revelam que, mesmo com a descontinuidade das atividades de ATER, pela falta de prioridade do Governo Federal ou outro fator limitante, os agricultores se mantêm na linha de consciência e de trabalho. Isso reflete diretamente na qualidade do trabalho prestado pelo SERTA na ATER através da chamada pública ATER, chamada pública INCRA e SAF/DATER/MDA N° 12/2013, significando a emancipação das pessoas enquanto sujeitos de mudança que contribuem para o desenvolvimento local sustentável, embora não se tenha obtido o mesmo êxito quando se toma por parâmetro o caso do município de Tracunhaém e , possivelmente, de tantos outros, que não fizeram parte da pesquisa, mas que podem estar na mesma situação de degradação. Por isso que a ATER de base agroecológica implantada desde 2003, conforme a PNATER, é necessária para a transformação e o fortalecimento da agricultura familiar, que viveu omissa há décadas, oferecendo apenas os pacotes tecnológicos que representavam a ATER convencional e a revolução verde, provocadores de tantos danos ao meio ambiente. A ATER precisa dar conta do seu objetivo que é educativo e de caráter continuado como assegura a legislação federal. Se o campo não planta, a alimentação não chega à mesa do consumidor. Ao SERTA, para os próximos projetos de ATER, sugere-se procurar trabalhar as especificidades de cada região, assim como também procurar

expandir os meios de aperfeiçoamento das atividades que a região desenvolve, com ênfase na agroecologia. Uma outra alternativa é promover para estes agricultores intercâmbios municipais para conhecimento de outras experiências como: produção de nutrientes, horta, feiras agroecológicas, beneficiamento, entre tantas outras atividades que possam existir nos municípios. Assim também, proporcionar mais atividades coletivas, através de mutirões na própria região, de forma que gere entusiasmo em querer aplicar no local e em sua propriedade essas novas experiências, na intenção de atraí-los para uma agricultura limpa e responsável, uma agricultura que agrega e que dialoga com o desenvolvimento sustentável. Segundo Caporal (2015), é necessário que as instituições prestadoras de ATER tracem rotas diferentes, na possibilidade de emancipar os agricultores na luta pela sua sobrevivência e pela manutenção no campo, buscando fortalecer seus direitos enquanto trabalhador rural, mas também desenvolvendo seu papel de agricultor agroecológico. Para isso é importante os extensionistas estreitarem a relação com outras organizações sociais, com a gestão municipal e estadual, entre outras, a fim de manter viva a chama da necessidade dos serviços de ATER para fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica e da soberania alimentar e nutricional.

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