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CARTA AO PROFESSOR
Prezado professor, prezada professora,
Este Material Digital do Professor objetiva auxiliar no trabalho com o romance em sala de aula com atividades elaboradas a partir de orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Duas videoaulas acompanham este material e fornecem uma perspectiva panorâmica deste conteúdo.
Escrito em plena Segunda Guerra Mundial e publicado em 1945, A revolução dos bichos já é um clássico do influente escritor do século 20 Eric Arthur Blair, que assumiu o pseudônimo de George Orwell desde o seu primeiro livro, Na pior em Paris e Londres, de 1933.
Blair nasceu em 1903, na Índia. Seu pai trabalhava para o império britânico, por isso o pequeno Eric estudou em colégios tradicionais da Inglaterra, para onde foi morar com sua mãe. Jornalista, crítico e romancista, Blair tornou-se famoso com a publicação do romance 1984, de 1949. Morreu de tuberculose em 1950, e viu apenas o início do sucesso da sua obra acontecer. Em sua lápide consta apenas o nome de batismo, sem menção ao nome com que foi imortalizado.
A revolução dos bichos trata do poder e narra a insurreição dos bichos em uma granja contra seus patrões. No desenrolar do enredo, narrado na terceira pessoa, os bichos, em especial os porcos, vão se tornando, pouco a pouco, mais tiranos que os homens. Os animais apresentam comportamentos antropomórficos, ou seja, comportamentos humanos, daí a alcunha dada por seu autor: fábula satírica, pois nela foram empregados recursos fabulares.
Segundo o próprio Orwell, A revolução dos bichos é uma fábula satírica, porque usa animais como personagens com o intuito de construir um argumento sólido sobre a moralidade e a política humanas. De acordo com essa tradição literária, Orwell antropomorfiza os animais, ou seja, ele não apenas lhes confere a capacidade de falar, mas também qualidades e preocupações humanas.
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O tom narrativo de Orwell é de uma simplicidade e uma secura próximas às de La Fontaine e Swift, desenvolvendo uma prosa clara e admiravelmente adequada ao seu objetivo, que se transforma lentamente, à medida que a história avança, indo de otimista a amargo.
Embora a obra tenha sido escrita como uma denúncia a um governo específico, seus temas gerais de opressão, sofrimento e injustiça, bem como a forma como a narrativa é construída e os elementos que a compõem, têm aplicação muito mais ampla.
Diante de um romance como A revolução dos bichos podemos concluir que não basta que os estudantes conheçam grandes autores; é preciso também que reflitam sobre o que escreveram e transformem, recriem e tragam essas histórias para perto de si, para suas realidades e interesses criativos. É preciso que narrativas assim sejam objeto de adaptações para teatro; gravações de áudios comentados em podcasts e submetidos a experiências criativas autorais em produtos audiovisuais; enfim, manipulados com a criatividade e a familiaridade que os estudantes têm com os novos meios de expressão digital. Uma obra de arte literária só será plenamente viva se for um agente provocador de novas obras de arte de novos escritores e criadores.
Esperamos que durante o ano letivo seja efetivado um trabalho de qualidade, de modo proveitoso e prazeroso, com a literatura em sala de aula. Afinal, a leitura de diferentes obras literárias pode contribuir com o desenvolvimento de competências e habilidades essenciais para a formação dos jovens estudantes do Ensino Médio brasileiro.
Equipe editorial
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