30 ANOS DE BEIT LUBAVITCH
NOVO CENTRO CULTURAL EM PORTO ALEGRE
C A R TA D O R E B E
PROVIDÊNCIADIVINA SAUDAÇÕES E BÊNÇÃOS, 25 DE ELUL, 5735 (1975)
Recebi sua carta relacionada com a aproximação do
desenvolve um profundo senso de segurança e confiança.
novo ano, bem como uma cópia da carta anterior.
O conceito de “Divina Providência” é melhor
Como foi solicitado, eu me lembrarei de você e sua
compreendido no termo original hebraico, Hashgachá
família, bem como daqueles mencionados em sua
Peratit [supervisão individual], pois Hashgachá
carta, em prece, para a realização dos desejos de seus
significa cuidadosa vigilância, razão pela qual o termo
corações para o bem.
Hashgachá também é usado em conexão com as leis
Com referência às suas dúvidas e a
de Cashrut [leis dietéticas judaicas], onde
dificuldade de tomar decisões, e sobre
cada detalhe precisa ser cuidadosamente
um sentimento de insegurança para
supervisionado. Uma outra tradução que
confiar nas pessoas em geral, não
às vezes é usada para Hashgachá Peratit,
é preciso eu me alongar muito para
ou seja, “supervisão”, não é inteiramente
dizer que este tipo de sentimentos
satisfatória neste caso, porque supervisão
surge quando alguém pensa que está
implica “visão de cima”, ou seja, olhar do
sozinho, e pode apenas confiar em si
alto, ao passo que Hashgachá no sentido
mesmo e em seu próprio julgamento,
da vigilância de D’us significa conhecer
e portanto sente-se incerta e insegura
todos os assuntos, por dentro e por fora,
sobre cada passo que precisa dar.
completamente.
E embora ele também confie em
A crença nesta Hashgachá Peratit é
D’us, esta confiança de certa forma é
fundamental em nossa religião e modo de
superficial e não está imbuída nele, em
vida, a tal ponto que antes de cada novo
todos os detalhes de sua maneira de viver; e apenas
ano, e durante o início do ano, recitamos duas vezes ao
em determinados dias, como as Grandes Festas, ele
dia o Salmo 27: “D’us é minha luz e minha salvação, a
se sente mais próximo de D’us.
quem temerei? D’us é a força da minha vida, de quem
Porém quando a pessoa tem uma profunda fé em
terei medo?” Por isso vemos que mesmo que as coisas
D’us, e quando reflete que a benevolente Providência
não ocorram como desejadas, segundo os cálculos
Divina se estende a todas as pessoas, e a todo e
humanos, e mesmo que pareça que, segundo a Torá,
cada detalhe, e a todo e cada minuto, certamente ele
deveria ser diferente, um judeu ainda coloca sua confiança
em D’us, como conclui o Salmo: “Espera em D’us; sê forte
D’us conceda que seja com Hatzlocho (sucesso),
e fortalece teu coração e esperança em D’us.”
especialmente por isso não interferir com períodos
Em outras palavras, às vezes é necessário ser forte
regulares de estudo diário de Torá. Nesta conexão,
e fortalecer o próprio coração para atingir plena
cabe lembrar as palavras do Alter Rebe, o fundador
confiança em D’us, mas há também a promessa de
de Chabad, que verdadeiro Kviat Ittim (horários
ser capaz de consegui-la.
estabelecidos) para o estudo de Torá implicam não
O que foi dito acima vem mais facilmente quando se
apenas no tempo, mas também na alma.
fortalece a aderência à Torá e mitsvot [mandamentos]
Possa D’us conceder que você tenha boas notícias
na vida diária. E não importa o quão satisfatório isso
para relatar sobre o que foi dito acima.
possa ser a qualquer tempo, sempre há espaço para
Desejando a você e todos os seus um Kesivo
aperfeiçoamento em todos os assuntos de bondade
VeChasima Tovo [que você seja inscrito e selado para
e santidade, Torá e mitsvot, que são infinitos, sendo
o bem, para um ano novo bom e doce]
derivados do Infinito. Na verdade, estou contente por notar que apesar das suas dúvidas, você dedica tempo e esforço para ser útil em seu campo, e que
EDITORIAL Antes de partir de Nova York rumo
indivíduo aquilo que será necessário
Juntamente com os nossos filhos
ao Brasil ainda desconhecido, fui
para cumprir a missão da sua vida.
e parceiros, Chezky, Reisel, Chana, Dina, Saadia, Ari, Muci, Chaia, Rivka,
recebido junto com a minha esposa Mimi em uma audiência particular
Lá estávamos para receber a
Sheina, Bracha e Shaie e nossos
com o Rebe de Lubavitch, o Moisés
bênção e injeção de força para
genros,Shmuel, Mendy P., Mendy
da nossa geração.
cumprir o que o Rebe identificou
Z., e Menachem Mendel e nossos
como sendo a nossa missão de
netos Baruch, Shlomo Aharon,
O momento é singular, um encontro
vida, se instalar em uma cidade
Yosef e Risya Liba, agradecemos
de almas. Aos olhos do Rebe tudo é
remota chamada Porto Alegre.
ao Rebe pela honra de sermos seus
exposto. Revelam-se dimensões do
Fomos privilegiados em receber a
shluchim emissários no Rio Grande
nosso ser mais íntimo que até então
seguinte mesagem:
do Sul.
cabe à pessoa aproveitá-las. São
Serão abençoados com alunos
Que as centelhas Divinas aqui
energias, talentos, sensibilidades
e alunas como se fossem seus
reveladas aproximem a revelação
e aptidões em uma combinação
próprios filhos, como também filhos
de Mashiach, quando o mundo se
única formando a composição
e filhas próprios que dedicarão
tornará um deleite de paz.
interna de cada um, somados
suas vidas em prol da Torá e das
com a educação transmitida pela
Mitsvot, preceitos Divinos. Terão
família, pelo estudo, pelo meio em
deles muitas nachas, satisfação e
qual vivemos. D-us oferece um
alegrias deles.
não conhecíamos, e uma vez vistas
serviço personalizado, imbuíndo no
ÍNDICE Informativo Periódico da Sociedade Beneficente e Cultural Beit Lubavitch
Rabino Mendel Liberow Presidente Sidney Ochman Vice-Presidente Leandro Kolodny 1º Secretário Fernando Steinbruch 2º Secretário Newton Birman 1º Tesoureiro James Kravetz 2º Tesoureiro Jacob Burd Diretor Administrativo Roberto Schotkis Diretor Assistente Julio Katz Diretores de Assuntos Religiosos Julio Ratzkowski Diretor de Novos Sócios Gilberto Raskin Diretor de Patrimônio Daniel Ruvel Diretor de Relações com a Comunidade Renato Stifelman CONSELHO EDITORIAL
Mimi Liberow Rivka Liberow
PRODUÇÃO EDITORIAL
Verde Comunicação Total verdecomunicacao.com Guilherme Ferreira - MTB 14.422 Paulo Maia - MTB 14.228
DIAGRAMAÇÃO
Emílio R. Martins Geraldo Oliveira
PROJETO GRÁFICO
Emílio R. Martins
FOTOGRAFIA
IMPRESSÃO TIRAGEM
Clleber Passus Léo Plachek Luiz Ventura Simon Menem Print Paper 4,000
Distribuição gratuíta SEDE Sinagoga Beit Lubavitch | Rua Felipe Camarão, 748 Telefones: 3335-1264 ou 30235438 Site: www.chabadpoa.org E-mail: chabadpoa@chabadpoa.org CNPJ: 03712761/0001-64
012 016 022 038 042 045 046 048 054 056 060 064 082 084 088 090 094 096 098 100 104 106 108 110 112 113 116 120 122 124 128 130 132 134 136 139 140 142 145 146
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Qu e m somos O Re be 3 0 a nos de tr a je tór ia Cu mpr ime ntos a o Be it L u bavi t ch Ca ba lá Sha lom no r á dio Ma shi a ch Ca mpa nha da s Mi tsvot Me zu zá Pr e ce de She ma Yisr a e l As L e is de Nóe Espe cia l Shofa r Ce nte r A pr ince sa e o ca mponê s Como mu da r o pa ssa do Da ndo nome a o be bê Br i t Milá Ba r e Ba t Mi tvá Ca sa me nto O qu e significa Ma za l Tov Confor ta ndo os qu e sofr em Tr a nca do por for a É i mor a l e sta r a cima do pes o? Come ça r com o fim e m m ent e A a r te de vi ve r Ame - se I’m a je w for a liv i ng Sopa fr ia O pã o nosso de ca da di a Vi ve ndo nu ma ca ixa Sha ba t Rosh Ha sha ná Yom Ki pu r Su cot Por qu e é di fí cil se de spedi r Cha nu cá O Ano Novo da s á r vor e s Pu r im Pe ssa ch La g Ba ome r Sha v u ot
bem docinha
Economizar ĂŠ comprar
QUEM SOMOS
Fundado por Rabi Yisrael Ben Eliezer, o Baal Shem Tov, há dois séculos e meio, o Chassidismo espalhouse rapidamente pelo mundo judaico. O Baal Shem Tov ensinava que o judaísmo e a Torá são propriedades de todos os judeus; que cada um, independente
O Chassidismo
de seu status ou de suas qualidades pessoais, está perfeitamente capacitado a servir a D’us. A devoção, enfatizava ele, é vital para uma vida plena e o potencial religioso da devoção é incalculável. Prazer e entusiasmo no atendimento aos desejos de D’us, calor e afeto no relacionamento com os outros - essas se tornaram as marcas de identificação do Chassidismo.
Chabad enfatiza a importância em cumprir para si mesmo e transmitir para os outros a beleza e profundidade do estilo de vida baseado na Torá. A virtude da filosofia Chassídica Chabad é que ela não se esgota com ensinamentos teóricos, mas motiva e induz aqueles que a estudam a traduzir seu conhecimento intelectual em ações práticas. Os líderes de Chabad-
A Filosofia
Lubavitch juntamente com sua grande influência no campo espiritual, dedicavam sua atenção para as condições gerais da comunidade judaica, motivados pelo seu ilimitado Ahavat Yisrael, que é uma de suas molas mestras. Amar um companheiro judeu significa amá-lo completa e incondicionalmente. Assim, o seu trabalho tinha um propósito duplo - melhorar as condições materiais de seu povo, assim como seu padrão espiritual.
LUBAVITCH MAGAZINE
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O Movimento Chabad-Lubavitch Chabad-Lubavitch é uma filosofia, um movimento, uma
e seu nome transmite a essência da responsabilidade
organização. A palavra “Chabad” é um acrônimo em
e amor engendrados pela filosofia Chabad por todo
hebraico para as três faculdades intelectuais de: chochmá
e cada judeu. Tornou-se a residência dos líderes do
(sabedoria), biná (compreensão) e daat (conhecimento).
Movimento Chabad-Lubavitch em 1814, quando Rabi
Ensina o entendimento e o reconhecimento do Criador,
Dovber, filho e sucessor do fundador do Movimento,
o papel e o propósito da Criação, e a importância e
Rabi Shneur Zalman, estabeleceu-se no local. Por mais
missão singular de cada criatura. Esta filosofia orienta a
de um século (até 1916) e quatro gerações de líderes
pessoa a refinar e governar cada ação e sentimento por
Chabad-Lubavitch, ela permaneceu como o centro do
meio destes três atributos intectuais.
Movimento. Assim, os líderes de Chabad-Lubavitch
Lubavitch, “A Cidade do Amor Fraterno”, era uma
tornaram-se conhecidos como “Lubavitcher Rebes” e
pequena cidade no condado de Mohilev, Rússia branca,
seus Chassidim como “Lubavitcher Chassidim”.
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LUBAVITCH MAGAZINE
QUEM SOMOS
Liderança O movimento é guiado pelos ensinamentos de seus
Eles personificaram as milenares qualidades bíblicas
sete líderes (Rebes), começando com Rabi Shneur
de piedade e liderança, se preocupando não apenas
Zalman de Liadi, de abençoada memória (1745-1812).
com Chabad-Lubavitch, mas com a totalidade da
Estes líderes tornaram acessíveis os mais refinados
vida judaica, física e espiritual. Nenhuma pessoa ou
e delicados aspectos do misticismo judaico, criando
detalhe era pequeno ou insignificante demais para
um corpo de estudo composto de milhares de livros.
seu amor e dedicação.
Os Rebes O Báal Shem Tov – O Mestre do Bom Nome - (1698-1760)
Fundador do Chassidismo.
O Maguid de Mezeritch Rabi DovBer (? – 1772)
Discípulo do Báal Shem tov e professor de Rabi Shneur Zalman de Liadi. Fortaleceu o chassidismo de seu mestre, ancorando-o firmemente no pensamento e na prática judaicas.
1º Rebe: O “Alter Rebe” Rabi Shneur Zalman de Liadi (1745-1812)
Fundador do chassidismo Chabad. Conhecido como “o Rav” e autor do tanya; fundador da linha ChabadLubavitch dentro do Movimento Chassídico; discípulo do Maguid de Mezeritch, e pai do Mitteler Rebe.
LUBAVITCH MAGAZINE
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2º Rebe: O” Mitteler Rebe” Rabi DovBer de Lubavitch (1773-1827)
Conhecido pela amplitude e profundidade de seus ensinamentos e seu incrível amor por cada judeu, Dedicou sua vida ao serviço da comunidade tanto espiritual quanto fisicamente. Filho e sucessor do Alter Rebe, e tio e sogro do Tsêmach Tsêdec.
3º Rebe: O “Tsêmac Tsêdec” Rabi Menachem Mendel Schneersohn (1789-1866)
Conhecido pelo título de sua responsa haláchica; sobrinho e genro do Mitteler Rebe, e pai do Rebe Maharash.
4º Rebe: O “ Rebe Maharash” Rabi Shemuel Schneersohn de Lubavitch (1834-1882)
Em sua curta liderança, Rabi Shmuel fortaleceu a Chassidut, combateu o anti-semitismo, e preparou o terreno para o alcance mundial de Chabad. Filho mais novo do Tsêmach Tsêdec, e pai do Rebe Rashab.
5º Rebe: O “Rebe Rashab” Rabi Shalom DovBer Schneersohn de Lubavitch (1860-1920)
Devotou-se ao futuro da nação judaica, envolvendose em educação em todos os níveis. segundo filho do Rebe Maharash, e pai do Rebe Rayatz.
6º Rebe: O “Rebe Rayatz” Rabi Yossef Yitschac Schneersohn (1880-1950)
Nascido no coração do Comunismo, Rabi Yossef Y. Schneersohn lutou pelo Judaísmo na Rússia em todas as frentes, assegurando a sobrevivência do Judaísmo no Velho Mundo. Estabeleceu-se nos Estados Unidos onde revolucionou e reinventou o Judaísmo para o Ocidente. Conhecido também como “o Rebe Anterior”; filho único do Rebe Rashab, e sogro do Rebe.
7º Rebe: O Rebe Rabi Menachem Mendel Schneerson (1902-1994)
O líder da nossa geração. Veja a biografia completa na página 18.
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LUBAVITCH MAGAZINE
NOSSO LÍDER
O REBE Em cada geração existe um Moisés. Na nossa, é o Rabino
cada carta que escreveu e cada diretiva que emitiu, o
Menachem Mendel Schneerson conhecido como O
tema, o encerramento e o objetivo eram: a vinda de
Rebe. Na sua época, Moisés recebeu a incumbência
Mashiach e como alcançar a Redenção. Trazer o Céu
Divina de redimir um povo das garras das escravidão
para Terra que será banhado pela sabedoria e bondade
e elevá-lo a um estágio de liberdade plena, seu ápice
de seu Criador, um mundo sem ódio e ganância, livre de
atingido na Outorga da Torá no deserto. Nos tempos
sofrimento e discórdia. Nada menos que isso.
atuais, o Rebe nutriu um povo devastado pelas garras
A idéia de uma Redençaõ Universal, introduzida por
do nazismo e comunismo e extendeu os conceitos
um líder global chamado Mashiach, “o ungido,” é um
autênticos de liberdade a cada ser individualmente, sem
princípio básico da fé judaica. O judeu acredita que o
exeções. O deserto espiritual da humanidade começou
mundo criado por D-us possui o potencial para refletir
a mostar vida e se tornou evidente a presença de muita
completamente a infinita bondade e a perfeição do
energia positiva, curiosidade em revelar as dimensões
seu Criador. E o judeu acredita que a realização deste
desconhecidas do Universo, e um desejo palpável para
objetivo é o propósito para o qual sua alma foi colocada
transformar este mundo em um lugar melhor.
num corpo físico e recebeu uma vida nesta terra.
Em praticamente cada palestra que o Rebe proferiu, LUBAVITCH MAGAZINE
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O Rebe muitas vezes citava o grande sábio Maimônides,
Yecatrinoslav (Dniepropetrovsk) de 1907 a 1939.
que há mais de 800 anos dizia: um simples ato, uma única palavra, apenas um pensamento, tem o poder de
Desde a infância, o Rebe mostrava prodigiosa
inclinar as balanças e trazer redenção a este mundo.
inteligência, e logo teve de deixar o chêder, por estar muito à frente dos colegas. Aos nove anos, o
O Rebe explicou: como a natureza básica de nosso
diretor da escola local disse a seus pais que não havia
mundo é perfeita e boa, toda ação do bem é real e
mais nada que pudesse lhe ensinar. Desde então,
permanente,enquanto que toda a negativa é somente
seu pai – ele próprio um célebre erudito e cabalista
aquilo – um fenômeno negativo, um vácuo esperando
– encarregou-se da educação do filho, empregando
para ser dissipado, a escuridão na espera da luz.
tutores e ensinando-o pessoalmente. Uma autoridade rabínica certa vez visitou o pai do
Não importa quão escuro o mundo possa parecer ou
Rebe. Os dois sábios começaram a discutir delicados
sentir, a luz está apenas a uma única ação de distância.
pontos de estudo, sem perceber que Mendel, então
O Rebe viu isso e partilhou esta visão conosco. Se
com oito anos, havia entrado na sala e estava ouvindo
abrirmos nossos olhos a esta realidade, traremos
com atenção.
redenção a este mundo. Hoje.
O convidado notou a expressão concentrada no rosto do menino. “Ele entende o que estamos dizendo?”
Biografia
perguntou. Com um olhar de conhecedor, o pai replicou: “É impossível saber.”
Nascimento e infância
Teve um grande exemplo e forte influência de seus
Em 1900, Rabi Levi Yitschac Schneerson, renomado
pais durante sua vida. Seu pai, Rabi Levi Yitschac, agia
pela sua erudição talmúdica e haláchica e em Cabalá
com raro grau de dignidade e coragem para sustentar
casou-se com Rebetsin Chana Yanovski, aristocrática,
e fortalecer o judaísmo sob o regime comunista. Ao
de família rabínica prestigiosa.cujo pai, Rabi Meir
seu lado contava sempre com a grande coragem e
Shlomo, era rabino da cidade de Nicolaiyev, Ucrânia.
abnegação de sua esposa, Rebetsin Chana, mãe do Rebe, que não poupava esforços colocando sua vida
No dia 11 de Nissan (18 de abril de 1902), nasceu seu
em risco, para que seu marido pudesse continuar
primeiro filho, bisneto do terceiro Lubavitcher Rebe,
escrevendo suas obras sagradas. Rabi Levi Yitschac
seu homônimo. Menachem Mendel. Seu pai, Rabi
foi preso e exilado para o vilarejo distante de Chi li, na
Levi Yitschac era bisneto de Rabi Baruch Shalom, o
Ásia Central e como resultado dos seus sofrimentos ,
filho mais velho do Tsemach Tsedec (terceiro Rebe de
faleceu no exílio, na cidade vizinha de Alma Ata, em
Chabad-Lubavitch e neto do fundador do Movimento,
20 de Menachem-Av, 1944, aos 66 anos.
Rabi Schneur Zalman, o Alter Rebe) e Rabino-Mor de 17
LUBAVITCH MAGAZINE
: ARTIGO
Casamento
em Paris envolvido nos estudos, também deu muitas aulas. Eliyáhu Reichman lembra-se que quando jovem
O Rebe encontrou o sexto Rebe de Lubavitch, Rabi
assistiu diariamente a aula de Talmud dada pelo Rebe.
Yossef Yitschac Schneerson, em 1923, em Rostov,
Uma vez ele e outro aluno perceberam que o Rebe tinha
Rússia. Em 27 de novembro de 1928 casou-se com
citado uma passagem de modo ligeiramente diferente
Chaya Mussia (1901-1988), segunda filha do Rabi
do que aparecia no texto. Depois que a aula terminou,
Yossef Yitschac. A Rebetsin é lembrada pela sua
foram à estante do Rebe para conferir o texto do Talmud
excepcional erudição, embora fosse de comportamento
que ele usara; talvez tivesse uma versão diferente?
compassivo, humilde e despretensioso.
Para sua surpresa, viram que o Rebe tinha usado um
O casamento foi realizado em Varsóvia, Polônia, na
tratado completamente diferente! Havia uma escassez
terça-feira à tarde, em 14 de Kislêv de 1928. Centenas
de textos,e vários alunos tinham que estudar usando
de Chassidim Chabad de Varsóvia, das áreas polonesas,
o mesmo volume. A fim de deixar um texto adicional
da Lituânia e da Rússia Branca compareceram, além
disponível para os alunos, o Rebe tinha recitado as
de renomados Rebes e eruditos.
passagens de cor, e para esconder o problema dos
Logo após o casamento, o Rebe mandou o jovem casal
alunos, fingira usar um livro com outro tratado.
viver em Berlim, então a capital intelectual da Europa
Formação
Ocidental, onde Rabi Menachem Mendel deveria passar parte do seu tempo estudando em famosos centros de estudos e acabou matriculando-se na
Em 1933, a mudança do regime forçou Rabi Menachem
Universidade de Berlim. Rabi Yossef Ber Soloveichik
Mendel a deixar a Alemanha, onde se graduara em
também encontrava-se em Berlim naquela época e
Heidelberg, em Engenharia Superior e mudar-se para
os dois passaram muito tempo juntos, em estudos
Paris. Matriculou-se na Sorbonne onde receberia outro
gerais e talmúdicos. Rabi Soloveichik relembra que o
diploma, Engenharia Mecânica, com especialização em
Rebe trazia um volume do Talmud ou outros textos da
Projeto Naval.
Torá a suas palestras, e o colocava dentro do livro de
O conhecimento adquirido nestes estudos habilitaram-
textos. Certa vez, um dos professores ficou aborrecido
no a resolver dúvidas haláchicas nos anos subseqüentes.
pela aparente falta de atenção do Rebe, e no meio da
Por exemplo, quando houve uma discussão sobre se um
palestra, acreditando que ele não o estava ouvindo,
navio com tripulação de judeus poderia viajar no Shabat,
resolveu testá-lo: “Pode repetir uma palavra daquilo
o Rebe comentou: “A alegação de que tais trabalhos
que eu disse?” perguntou ele. Humildemente, o Rebe
proibidos podem ser realizados automaticamente
levantou-se e repetiu a palestra inteira, palavra por
demonstra não apenas ignorância sobre os princípios
palavra.
haláchicos no trabalho, como também ignorância sobre
Embora o Rebe passasse a maior parte de seu tempo
os rudimentos da engenharia.”
LUBAVITCH MAGAZINE
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O Rebe sempre dedicou-se primordialmente à oração,
O Rebe organizou um corpo de shluchim – emissários
ao estudo da Torá preocupando-se com cada judeu,
de Lubavitch – e os encarregou de estabelecer
onde quer que se encontra-se.
centros Chabad-Lubavitch no mundo. Hoje milhares de instituições Chabad-Lubavitch cobrem o planeta.
Chegada aos Estados Unidos
Além de se preocupar com cada indivíduo, o Rebe dava atenção especial a órfãos e viúvas de soldados
Segunda-feira, 23 de junho de 1941, o Rebe e a
israelenses, as crianças de Chernobyl, entre outros.
Rebetsin chegaram aos Estados Unidos, havendo
Mais de 1300 crianças recebem tratamento médico
milagrosamente escapado da investida nazista e
em Kfar Chabad. Para os meninos órfãos, são
se estabelecendo em Nova York. Seu sogro, Rabi
celebradas anualmente cerimônias de bar-mitsvá,
Yossef Yitschac Schneerson, que havia chegado aos
no Muro das Lamentações. Além disso, foram
Estados Unidos um ano antes, escolheu-o para liderar
criados vários centros de reabilitação para pessoas
suas recém-fundadas organizações: Merkos Linyonei
viciadas em drogas. O Rebe estabeleceu cerca de
Chinuch, o braço educacional do movimento Lubavitch;
60 instituições de ensino judaico na Comunidade
Machané Israel, a organização de serviço social do
dos Estados Independentes e na Letônia. Centenas
movimento; e a Sociedade Kehot de Publicação, a
de emissários visitam regularmente e muitos outros
editora de Lubavitch.
estabelecem lá suas residências para promover as
Logo após o Rebe começou a escrever suas
atividades judaicas. A organização Ezrat Achim envia
anotações eruditas sobre vários tratados chassídicos e
toneladas de alimentos para os judeus destes países.
cabalísticos, bem como uma vasta gama de responsas.
O Rebe foi quem iniciou o movimento de teshuvá
Com a publicação dessas obras, logo foi reconhecido
(retorno ao autêntico judaísmo), através de uma
por eruditos de todo o mundo.
forma revolucionária de difundir o judaísmo para todos os judeus com a sua famosa “Campanhas das
Liderança
Mitsvot” (campanha das boas ações). A colocação dos tefilin, o acendimento das velas de Shabat e Yom Tov
Em 1950, Rabi Yossef Yitschac faleceu. Embora o
pelas mulheres judias, a cashrut, a prática da tsedacá,
Rebe fosse escolhido como seu sucessor foi relutante
a educação baseada na Torá, entre outras. Na época
no início em aceitar o manto da liderança. Apenas
foi duramente criticado, enfrentando forte oposição,
um ano mais tarde assumiria formalmente o título de
ao dizer que esta era a única maneira de salvar o
“Rebe”: foi em 28 de Janeiro, 10 de Shevat de 5710.
judaísmo da assimilação. Suas campanhas inovadoras
Em seu primeiro discurso como Rebe, ele afirmou que
hoje servem de modelo a diversas instituições judaicas
a missão da nossa geração é a de trazer Mashiach
que atraem judeus de volta a sua herança exatemente
(Messias).
como o Rebe já fazia há cinco décadas. 19
LUBAVITCH MAGAZINE
: ARTIGO
Sua preocupação com a educação e o futuro da
de scuds sobre israel, pois lá “é o lugar mais seguro do
humanidade foi reconhecida nos Estados Unidos. A
mundo.”
data de nascimento do Rebe, 18 de abril,(11 de Nissan)
Conscientizou sobre a iminente vinda de Mashiach
foi transformada pelo Presidente Ronald Reagan em
(Messias) e da importância de “recepcioná-lo”
“Dia Nacional da Educação”.
apropriadamente, principalmente através de um
Entre as previsões que fez sobre situações mundiais as
estudo intensivo dos assuntos relativos à era
que mais repercutiram foram a abertura da Cortina de
messiânica, contidos na Torá, Talmud, e outras fontes
Ferro, com a emigração maciça de judeus soviéticos
judaicas, como no código de leis de Maimônides.
para Israel, ao alertar o governo israelense para a
Todos os domingos o Lubavitcher Rebe costumava
construção de casas e condições de emprego para
receber e abençoar as vastas multidões que vinham
estes judeus. E isto aconteceu numa época em que tal
buscar as suas palavras de sabedoria e bênção. A
possibilidade era impensável.
cada uma das milhares de pessoas que o procuravam
Outra previsão fantástica: durante a Guerra do Golfo,
entregava uma nota de um dólar para ser doada a
em 1991, o Rebe foi o único a dizer que esta guerra não
uma instituição de caridade à critério da pessoa. Além
atingiria o povo judeu, declarando que as máscaras
de pessoas comuns, diversas personalidades judias e
de gás não seriam necessárias. Ele declarava isso
não-judias pediam seu conselho e bênção.
enfaticamente mesmo durante o contínuo bombardeio
LUBAVITCH MAGAZINE
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YOM HULEDET
SAMEACH, H, BEIT LUBAVITCH! A Goldsztein Cyrela parabeniza o Beit Lubavitch de Porto Alegre pelos 30 anos de educação e divulgação da cultura judaica. Esta data é mais um passo importante rumo à realização plena desta missão.
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www.cyrela.com.br/rs
LUBAVITCH MAGAZINE
TRAJETÓRIA
30 ANOS DE MUITO TRABALHO, FÉ E LUZ “Não será uma missão fácil, mas terão sucesso”, Rebe Lubavitch Quando ainda era noivo de sua esposa, Mimi, em Nova Iorque, o Rabino enviou uma carta para o Rebe de Lubavitch, solicitando orientação para os seus caminhos. Naquela época receberam uma proposta de morar e desenvolver um trabalho na cidade brasileira de Porto Alegre. Na carta questionaram se aquele deveria ser o destino do casal. O Rebe respondeu de forma direta e convicta: - Não será uma missão fácil, mas terão sucesso! Acreditaram nesta indicação e rumaram para o sul do Brasil. Chegaram a Porto Alegre em março de 1981. Superaram a fase de adaptação e começaram a “plantar suas sementes” na comunidade local. “Trabalhamos com todos os clubes, sociedades, famílias, hospitais, escolas, sinagogas e instituições judaicas de Porto Alegre. Nunca Nascido na França, em 1958, de família tradicional, avô e pai Rabinos, Mendel Liberow partilhava a mesma vocação. Em nenhum momento foi persuadido a seguir o caminho dos antepassados, apenas exerceu seu livre arbítrio e deu início a sua trajetória. Na sua família a tradição de servir os outros é muito forte e esta é uma das principais funções de um Rabino. Poder contribuir para que as pessoas possam conhecer e compreender as suas origens, seu passado era uma de suas vocações. Ele sentia isso. LUBAVITCH MAGAZINE
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ignoramos ninguém de outra etnia, crença ou origem. Sem nenhuma restrição, nosso trabalho começou a se propagar”, relembra o Rabino. O que chamou a atenção do Rabino logo que teve contato com a comunidade hebraica local foi a pouca participação dos jovens nas instituições judaicas. “Quando cheguei, constatei que apenas os avós, estavam envolvidos. Onde estavam os pais, os filhos e as filhas? Não havia envolvimento das gerações mais jovens. Porém, isto está mudando. Atualmente a
comunidade judaica está se renovando. Os jovens estão
da festa de Chanucá, em uma praça da Avenida Goethe
mais participantes”, destaca.
e nos Shopping Center Iguatemi e Praia de Belas. Sua contribuição também ultrapassou a barreira das diferenças linguísticas. Hoje praticamente todas as
judaica, foi muito aberta e ampla. Não houve nenhum
sinagogas possuem a integridade de seus livros em
tipo de preconceito. “Não tivemos nenhuma restrição,
hebraico e, traduzidos para o português. Desta forma,
lidamos apenas com a falta de conhecimento. Esta falta
integrando ainda mais as famílias judaicas. “Levamos
de informação gerou apenas curiosidade. Já fui até
nossa história para as ruas, praças, escolas e bairros.
convidado para fazer uma palestra para os membros
Queremos continuar fortalecendo nossa cultura. Nossa
da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, totalmente
mensagem está se propagando”, alegra-se.
lotada, na maior harmonia”.
Estar inserido integralmente na comunidade onde vive é
O trabalho do Rabino Mendel também incentivou
para o Rabino uma grande conquista. Porém ele não irá
a comunidade judaica a comemorar as suas datas
parar. Seu trabalho continua, sua contribuição continua
festivas, algo que não era valorizado na época de sua
para todos os moradores de Porto Alegre. Seus olhos
chegada. Um exemplo disto é a festa do Chanucá, Festa
se enchem de luz quando falamos de sua missão. E o
das Luzes, hoje bastante cultuada. O Rabino inovou ao
Rebe estava mais uma vez certo. Houve dificuldades e
levar o judaísmo para o âmbito público. Foram erguidos,
percalços, mas podemos afirmar que foi, e ainda é, uma
por iniciativa dele, um menorá, candelabro tradicional
caminhada de vitorioso sucesso.
Levi Liberow
A sua integração com a comunidade em geral, não
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LUBAVITCH MAGAZINE
TRAJETÓRIA
AT I V I D A D E S C O M C R I A N Ç A S
AUTORIDADES
C H A N U K A - I G U AT E M I
YOM KIPUR NO QUALITY
LUBAVITCH MAGAZINE
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CHANUKA - PRAÇA SILVIO UGHINI
CASAMENTO
INAUGURAÇÃO DA TORÁ
25
LUBAVITCH MAGAZINE
TRAJETÓRIA
B AT M I T Z VÁ C L U B
B A R M I T Z VÁ
M A I M O N I D E S D AY H O S P I TA L
B E N Ç Ã O D O S O L - PA R C Ã O
LUBAVITCH MAGAZINE
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CHANUCÁ - NAS RUAS SHOW - JUDEU DA SAMBA AMRIGS
COLÉGIO ISRAELITA - FÁBRICA DE SHOFAR
JANTAR CHANUCÁ
CHANUCÁ - PRAIA DE BELAS
SINAGOGAUNIÃOISRAELITA-FABRICADEMATZA
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LUBAVITCH MAGAZINE
TRAJETÓRIA
TORÁ NA CHUPÁ
LUBAVITCH MAGAZINE
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FARBRENGUEN BEIT LUBAVITCH
CANTE COM CHABAD
SINAGOGA LINAT HATZEDEK - PURIM
NA CÂMARA MUNICIPAL ATIVIDADE COM MULHERES NO LITORAL
BEIT LUBAVITCH- JANTAR MELAVE MALKA
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LUBAVITCH MAGAZINE
TRAJETÓRIA
SINAGOGA LINAT HATZEDEK
SINAGOGA LINAT HATZEDEK - CHANUKA
JUVENTUDE - CHANUCÁ
JUVENTUDE - LAG BAOMER
SUCÁ MOVEL - NAS RUAS
LUBAVITCH MAGAZINE
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JUVENTUDE
COLÉGIO ISRAELITA - CHANUCA
ERECHIM
COLÉGIO ISRAELITA - FÁBRICA DE MATZÁ
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LUBAVITCH MAGAZINE
TRAJETÓRIA
CLUB CAMPESTRE - LAG BAOMER
COLONIA DE FERIAS
CLUB HEBRAICA - PURIM
CLUBINHO
LUBAVITCH MAGAZINE
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COLONIA DE FERIAS
LAR DOS VELHOS
GUIMEL TAMUZ - NY
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LUBAVITCH MAGAZINE
DEPOIMENTOS
Cumprimentos ao Beit Lubavitch
“Gostaríamos de agradecer o convite para participar das comemorações dos 30 anos da Sociedade Beit Lubavitch que se dedica a benemerência e tanto tem contribuído para a cultura do nosso Estado.
“As sinagogas são o centro da vida judaica. Muitos dos
Parabéns e vida longa neste trabalho social de relevante
valores da sociedade ocidental foram nelas forjados.
significado.”
Monoteísmo, amor pela justiça, culto à sabedoria,
Afonso Motta, Secretário de Estado
respeito ao semelhante fazem parte dessa tradição. Sem embargo desse tesouro cultural que hoje é um legado irreversível, os judeus e suas sinagogas foram ao longo
“Há tempo de celebrar, como ensinam os livros sagrados.
da história vítimas do ódio e do preconceito. Sinagogas
Parece que o início de século aponta para o valor
foram ocupadas na Idade Média. No inferno nazista, as
da tolerância multicultural, para uma reacomodação
sinagogas foram simplesmente destruídas.
dialética, uma convivência edificante, inclusive no espaço público, entre a fé e a razão. Em Porto Alegre, muito
A construção de uma sinagoga no mundo moderno, tão
deste ambiente foi forjado pelo generoso movimento
apegado ao materialismo, é um feito histórico, e quando
liderado pelo Rabino Mendel Liberow, que toca corações
isso acontece por obra de um homem, ajudado embora
e mentes e enfatiza a educação e o diálogo, frutos do
por uma grande mulher, constitui um ato heróico. O
esclarecimento que decorre dos atributos intelectuais
Rabino Mendel Liberow, com o incansável apoio de
celebrados pelo Chabad-Lubavitch – a sabedoria, a
Mimi, fez mais do que isso. Levantou uma sinagoga
compreensão e o conhecimento. À pessoa e à obra,
espiritual sem o prédio apropriado, mas sólida e forte.
nossa admiração e reconhecimento.”
Sinto-me contente pelo fato de ser testemunho desse trabalho que exigiu trinta anos de coragem e que,
Eduardo de Lima Veiga,ProcuradorGeral de Justiça
não importa quantos anos mais, será concluído com
a construção de uma bela sinagoga. A visão desses
“É com alegria que saúdo os 30 anos de ação do
abnegados destinará, com certeza, um espaço a um
movimento Beit Lubavitch junto à comunidade
museu e a um centro cultural para o desfrute de judeus
gaúcha. Nestas três décadas da missão de facilitar o
e não-judeus.
entendimento dos ensinamentos da Torá, difundindo os conhecimentos judaicos em nossa cidade, tivemos a oportunidade de estreitar os laços com a rica cultura
A despeito de tudo, o mundo merece isso.”
do povo judeu. As tradições trazidas de longe já fazem
Ari Pargendler LUBAVITCH MAGAZINE
parte da nossa história e demonstram a pluralidade e o 34
respeito às diferenças, que são características de Porto
há trinta anos em Porto Alegre dessa família que com
Alegre. A sabedoria, a compreensão e o conhecimento,
o seu exemplo, como diz o adágio “arrasta”, cativa,
que são alicerces do movimento, são fundamentais para
abriga e inspira para uma vida focada no amor a Deus,
que, cada vez mais, trabalhemos pela sociedade mais
na fraternidade como norte da existência humana e na
justa, solidária e humana que todos nós queremos.”
afirmação do Judaísmo e do seu eterno e indivisível
compromisso com Deus”.
José Fortunati Prefeito de Porto Alegre Valter Nagelstein Vereador de Porto Alegre licenciado Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio
“A presença e a história do Beit Lubavitch em Porto Alegre têm um representativo papel na comunidade judaica gaúcha. Nesses 30 anos, o movimento chassídico trouxe a todos contribuições importantes para a manutenção da vida judaica em nosso estado.
“Saúdo o Rabino Mendel Liberow e sua família assim
A devoção do Rabino Mendel Liberow e da professora
como a comunidade Chabad pelos 30 anos de atividades
Mimi é um exemplo de entusiasmo e fé em nossa
em Porto Alegre. Estou seguro que a presença do
comunidade, atuando incansavelmente e com respeito
movimento hassídico em Porto Alegre enriqueceu
à diversidade de pensamentos de que é formado nosso
sobremaneira a vida judaica de nossa Kehilá. É muito
Ishuv.
importante para todos nós assegurar a diversidade
A nova sede do Beit Lubavitch vem para coroar
de manifestações e tendências do legado cultural e
esse trabalho e reforçar este movimento que busca
religioso assim como das tradições e da identidade
não apenas o aperfeiçoamento espiritual de seus
judaica. Somos um povo unido na diversidade. Esta
congregados, mas também a construção de uma
riqueza deve ser preservada com a tolerância mútua
kehilá forte e representativa. A FIRS une-se a essa
e o diálogo constante de suas diversas tendências
comemoração e deseja Mazel Tov a toda comunidade
e correntes. A hassidut é uma das mais vibrantes
Lubavitch.
manifestações da mensagem judaica. Cabe por isso assinalar neste momento de festa e alegria que este
Jarbas Milititsky Presidente da FIRS
legado está muito bem representado em Porto Alegre. O Rabino Mendel nos cativou a todos por sua alegria,
“Diz um adágio popular que a palavra convence, mas
serenidade, tolerância, paciência e sabedoria. Vida
o exemplo arrasta. Natural ao longo dos séculos que o
longa à família Chabad.“
Judaísmo, que nunca foi uma religião prosélita, sofresse e
Jacques A. Wainberg
continue sofrendo sucessivas tentativas de assimilação. É nesse contexto que cresce a importância da chegada 35
LUBAVITCH MAGAZINE
P
arabéns ao Rabino Mendel e Mimi Liberow nos 30 Anos do Beit Lubavitch de Porto Alegre pela sua dedicação e Chessed por Klal Yisroel
IN MEMORIAM ISAC TURKIENICZ Z”L
Yasher Koach ao Rabino Mendel e Mimi Liberow Que vocês continuem a ser fonte de Inspiração para toda a comunidade Luíza Turkienicz e Família
Rostislav Glinsky
CABALĂ
Bem viver, para todos LUBAVITCH MAGAZINE
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“D’us mandou mandamentos para serem seguidos e a
Os encontros acontecem uma vez por semana, com
Cabalá é um manual de instruções desses mandamentos,
início às 17h30 e, muitas vezes, sem hora para acabar.
ou seja, como praticá-los no cotidiano”, assim a gaúcha
A dinâmica é simples e baseada na reciprocidade. As
Ana Moreira define a primeira lição que aprendeu sobre
turmas, são sete no total, têm de 6 a 10 participantes
o tema. Foi há mais de quatro anos, antes de fazer parte
para que todos possam trocar experiências. “São
de uma turma de estudos sobre a cabalá. Na ocasião
grupos pequenos para que todos possam falar. Embora
um grupo de amigas participou de um seminário
não exista a necessidade de que as pessoas relatem
sobre religiões monoteístas na Pontifícia Universidade
suas intimidades, elas têm espaço, oportunidade e
Católica do Rio Grande do Sul.
tempo para se expressar,
Instigadas pela palestra sobre
tirar
o judaísmo, ministrada por Mimi Liberow, elas decidiram saber um pouco mais sobre os fundamentos cabalísticos. Ali nascia a primeira turma de estudos da Cabalá com mulheres
de
diferentes
religiões organizada pelo Beit Lubavitch de Porto Alegre. “Todas nós procurávamos uma coisa a mais, que
D’US MANDOU MANDAMENTOS PARA SEREM SEGUIDOS E A CABALÁ É UM MANUAL DE INSTRUÇÕES DESSES MANDAMENTOS, OU SEJA, COMO PRATICÁ-LOS NO COTIDIANO
dúvidas
comentários
e
fazer
especificos”,
revela Mimi. As pessoas podem, a partir das suas vivências durante a semana, discutir temas relevantes às ao da
suas
vidas.
caráter Cabalá,
Devido
abrangente situações
e
pensamentos podem gerar benefícios práticos. “Ela trata de tudo, se para ti existe,
cuidasse da alma. Ali a Mimi
se você pensa sobre isso, a
começou a falar sobre o que
Cabalá vai enriquecer esse
é a Cabalá, que resumindo é
pensamento. Então é muito
o ‘bem viver’”, conta a participante, Suzana Etchepare.
importante aproveitar esses momentos em que as
Para ela, foi um momento em que acendeu a “luzinha
pessoas estão sendo espontâneas, porque ali existe
no fim do túnel”, com a perspectiva de um alimento para
energia”, crê Mimi.
a alma. “Assim, nós pedimos para ver como era essa novidade e foi de encontro com o que esperávamos.
Para a surpresa das participantes, as aulas ministradas
Nos ensina a viver em harmonia, sempre com um
por representantes do judaísmo ortodoxo não
conselho positivo. Acredito que mudou a vida de todas
eram caracterizadas por ideias excludentes. “Com
nós.”
o pouquinho que sabemos do judaísmo, sobretudo o ortodoxo, imaginamos um pensamento radical e 39
LUBAVITCH MAGAZINE
CABALÁ
fechado, mas a cabeça da Mimi é muito, muito aberta
semanais, mas mantêm-se informada com as amigas
e comporta todos os questionamentos e atitudes”,
sempre que é possível. Como católica praticante, vê a
afirma Ana Moreira. Já a aluna Beth Logemann revela
cabalá como um agregador positivo. “Foi uma coisa
outra surpresa: “Eu não imaginava que na Cabalá o ser
muito positiva na minha vida, pois me ensinou a olhar
mais importante fosse D’us, um D’us único, do bem,
à frente, me deu esperança.”
e que a importância de d’Ele está em tudo.” “Afinal, temos muito mais em comum do que diferenças”,
Todas fazem questão de demonstrar o quanto o
completa Mimi.
envolvimento foi benéfico para suas famílias, criando, a partir da própria mudança na forma de enxergar o
Outro aspecto ressaltado por elas é a objetividade
mundo, interesse das pessoas mais próximas. “Sempre
com que valores e conceitos que muitas vezes
fui mais religioso que minha esposa. Porém, com esses
parecem subjetivos e abstratos podem ser facilmente
anos de cabalá e dessa vivência com a Mimi e com o
aplicados no dia a dia através da cabalá. Para Valdívia
Mendel, ela se tornou tão ou mais religiosa do que eu
Pretto, além da tranquilidade e confiança em D’us,
e reforçou a minha fé de uma forma comprovatória”,
a experiência fez com que valorizasse os aspectos
conta Hugo Diebold. “Hoje, ela me puxa para que eu
realmente importantes da vida. “São valores simples e
tenha ainda mais fé”, continua. Suane Vezzani, esposa
ensinamentos práticos. Você vai a uma aula e sempre
de Diebold, diverte-se ao contar que de todas era a que
sai com alguma coisa que pode ser aproveitada
menos imaginava o que seria a Cabalá. Hoje sintetiza
para que a vida da tua família seja melhor.” Suzana
os quase cinco anos de aprendizado em uma palavra:
Etchepare, vê as aulas quase como uma terapia, em
Amparo. “No momento que eu aceitei a existecia
que aprende-se diversos conceitos que podem ser
de D’us e que Ele me ampara, a minha vida mudou.
utilizados no cotidiano, com os filhos ou para enfrentar
Agora a vida tem todos os espaços preenchidos, tudo
momentos dificeis.
passou a ter sentido e isso não existia antes.” Sobre o fato inusitado de todas terem encontrado o sentido
Para a ex-aluna Ana Luiza Moscoso, as lições foram
de suas buscas em um religião diferente das suas, ela
fundamentais para que sua vida tomasse um rumo
conclui: “A maestria do que nos é ensinado é mostrar
diferente. “A Cabalá me fez ficar forte e pensar que
que apesar das diferenças das regras de cada religião,
eu tinha de fazer parte do mundo e dar a minha
todos somos filhos de D’us e nessa essencia é que
contribuição, sobretudo para a minha família, para
conseguimos uma conexão.”
que eles me sintam mais participativa.” Como consequência, a então dona de casa passou a ser, também, uma dedicada profissional. A atividade fez com que não pudesse mais participar das reuniões LUBAVITCH MAGAZINE
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MÍDIA
Slaven Devic
Shalom nas ondas do rádio Conceitos Judaicos com uma mensagem universal e que abordam os ensinamentos da Torá (Bíblia), o legado milenar para o mundo contemporâneo, músicas judaicas, temas da atualidade, entrevistas e notícias do mundo judaico podem ser captadas nas ondas do rádio. O Programa Shalom, apresentado pelo Rabino Mendel Liberow e sua esposa Mimi vai ao ar todos os domingos, das 8h30min até às 9h. Basta sintonizar na Rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, AM 1080, ou acessar o link http://www. ufrgs.br/radio/ e ouvir pela WEB.
antecedia o programa que eu apresentava. Anos depois, reencontrei o programa, reformulado, mais extenso, mais “cultural”, na Rádio da UFRGS. Num primeiro momento me surpreendeu: uma rádio pública com um programa religioso? Ao ouvi-lo, porém, logo compreendi que o sentido amplo dado ao programa justificava incluí-lo em uma programação cultural. Desde então, quase que todos os domingos, ouço o programa. Mesmo não estando vinculado religiosamente ao judaísmo, admiro as interpretações bíblico-historicas que o programa apresenta; as atrações musicais; o conjunto de informações culturais. O judaísmo é, sem dúvida, uma das grandes tradições culturais da humanidade. Não podemos nem ignorá-lo, nem negá-lo. Melhor, devemos conhecê-lo e compreendê-lo, e um programa como este, sem dúvida, nos ajuda muito a isso”.
Com mais de 10 anos no ar, o Programa Shalom busca levar ensinamentos universais para toda a comunidade gaúcha, sempre com uma mensagem positiva e uma abordagem espiritualizada. Abaixo o depoimento de um ouvinte ilustre e admirador deste programa. Confira: “Desde meus tempos de faculdade de Comunicação, quando eu fazia um programa nos domingos de manhã, na antiga Rádio Pampa, no Alto da bronze, tinha a oportunidade de ouvir a Hora Judaica, que
Prof. Dr. Antonio Hohlfeldt – Famecos - PUCRS 41
LUBAVITCH MAGAZINE
jdkoenig
MASHIACH
FÉRIAS MARCADAS POR RABINO DAVID AZULAY
Imagine trabalhar durante um ano inteiro e, quando
indo tão bem, quando… ao chegar no aeroporto, você
chega o mês de setembro, começa a sonhar com
descobre que perdeu o vôo; e o pior! O próximo? Só
as férias de final do ano, para descansar e esfriar a
daqui a duas semanas; e o mais grave, não tem lugar,
cabeça, preparando-se para mais um ano letivo, com
nem na lista de espera…Que agonia, tristeza, angústia,
novas atividades e programações. A expectativa das
não há palavras. Agora, férias só ano que vem…
férias é sempre grande – os preparativos, comprar passagens, decidir o itinerário; tudo tem que estar
Sobre momentos decisivos, o Rebe, em sua última
adequadamente organizado.
campanha (e, na minha opinião, a mais difícil), declarou publicamente que Mashiach está chegando,
Quando finalmente chega o dia da viagem, é aquela
e que devemos nos preparar para esse momento
alegria! Tudo pronto, malas, passagens, passaportes,
máximo da história. E realmente tudo está indicando
sacolas, em resumo: “toda tranqueira”. Tudo estava
a vinda de Mashiach, pois os sinais previstos pelos
LUBAVITCH MAGAZINE
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livros sagrados estão aí. O que restou? O homem deve
Venezuela, boarding now gate 21.” O vôo está saindo
preparar seu “ego” e, com suas ações, conscientizar-
daqui a alguns minutos, o coração bate mais rápido;
se desse grande dia quando Mashiach “pintar na área”.
você não pára quieto, cada segundo é precioso, pois um vacilar e você perde o avião. Você corre e
Sempre me questionei: o que o Rebe quis dizer com
finalmente entra no avião… Ah! Que alívio!
“Mashiach está chegando”? Afinal, Mashiach sempre esteve “chegando”; cem anos atrás também.
O Rebe sabia que o povo está esperando Mashiach há cem anos, porém anunciou que Mashiach já está
A resposta é simples (voltando ao nosso “vôo”): há
chegando mesmo, mamash. Então mexa-se, prepare-
dez, cinco, dois dias eu sabia que o avião decolaria na
se! Logo irão anunciar: “Flight Yerushaláyim, Boarding
quarta-feira às 11h50 para a Venezuela. Porém já no
Now!” Você não vai querer ficar fora desta, vai?
aeroporto escuto aquela voz: “Flight number 745, to 43
LUBAVITCH MAGAZINE
PRÁTICA JUDAICA
CAMPANHA DAS MITSVOT No judaísmo ação é o principal. Fazer deve vir antes de entender. Para este fim incluímos aqui um breve resumo da campanha de mistvá do Rebe. A campanha se concentra em dez mitsvot específicas, por cujo cumprimento o indivíduo e a família poderão avaliar melhor o seu legado judaico.
Amar ao próximo Rabi Akiva (um dos grandes Sábios do Talmud) explicou que amar o irmão judeu é “um dos princípios mais importantes da Torá”. Uma campanha para Ahavat Yisrael significa fazermos um esforço para que nosso pensamento, palavra e ação seja permeado com um real interesse e sensibilidade pelo bem-estar de nossos irmãos judeus. O Báal Shem Tov ensinou que o indivíduo deve ter Ahavat Yisrael até por um judeu que nunca viu na vida. O raciocínio por trás disso é explicado no capítulo 32 do Tanya. LUBAVITCH MAGAZINE
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goldenKB
Estudo de Torá A Torá é o meio de comunicação através do qual D’us permite ao homem conhecê-Lo e servi-Lo. A campanha pelo estudo de Torá encoraja cada indivíduo a estabelecer um horário fixo para estudar Torá todos os dias, de modo que nosso crescimento espiritual possa ser sistemático e dirigido. Rabi Shneur Zalman de Liadi explicou que o estudo de Torá deveria ser fixo não apenas no tempo mas também na alma. Seria um eixo ao redor do qual gira todo o espectro da nossa experiência do dia-a-dia.
Educação judaica A campanha para a educação de Torá procura envolver toda criança judia num programa educacional que ensinará o que significa viver como judeu. A educação não é somente para crianças; os adultos são encorajados a se matricularem em grupos de estudo e seminários de acordo com sua educação e conhecimento.
Um lar repleto de livros judaicos Ambiente ensina. Aquilo que você tem em casa ajuda a determinar que tipo de lar você terá. Ao ter livros judaicos à vista em casa, sua família e os visitantes serão motivados a usá-los. Além disso, sua própria presença nos lembra seu conteúdo e a importância dos valores judaicos. Obviamente, quanto mais livros, melhor. No entanto, sugerimos um mínimo de um Chumash (os Cinco Livros de Moshê), um Tehilim (Livro dos Salmos) e um Sidur (livro de orações). 45
LUBAVITCH MAGAZINE
PRÁTICA JUDAICA
Comida casher
você se alimenta de maneira diferente porque é judeu, seu compromisso é não apenas metafísico, mas uma
Comer comida casher permite que nos identifiquemos
parte integrante de seu próprio ser.
com nosso Judaísmo num nível básico e fundamental.
A observância da Cashrut consiste em comer apenas
Quando nosso envolvimento judaico está limitado à
alimentos casher em casa e fora dela. Significa também
prece, estudo ou atos rituais específicos, ele é espiritual,
não comer juntos laticínios e alimentos à base de carne,
acima da nossa realidade do dia-a-dia. Mas quando
e separar louças, talheres e utensílios para carne e leite.
Mezuzá “E vocês os inscreverão nos batentes de suas casas e sobre os seus portões.” (Devarim 6:9, 11:20) Uma mezuzá casher é um pequeno rolo de pergaminho, escrito à mão por um escriba especializado, contendo duas passagens bíblicas, uma delas o Shemá Yisrael. No lado oposto do pergaminho estão escritas as três letras hebraicas, Shin, Dalet e Yud. Isso é um acrônimo para as palavras hebraicas que significam: “Guardião das portas de Israel”. Uma mezuzá é afixada do lado direito de toda porta da casa (exceto a do banheiro), e protege seus habitantes ao entrarem e saírem de casa. Uma mezuzá designa uma casa (ou aposento) como judaica, lembrando-nos da nossa conexão com D’us e nosso legado. Ao colocá-la no batente, declaramos que esta é uma casa ou aposento onde a palavra de D’us e Sua Torá influenciam nosso comportamento, assim tornando a morada sagrada. Os tefilin e as mezuzot precisam ser certificadas como casher por um escriba autorizado. Precisam também de uma conferência periódica. Em muitos casos, quando o Rebe recebia um pedido de bênção (especialmente em questões de saúde), ele sugeria que os tefilin e mezuzot fossem examinados. LUBAVITCH MAGAZINE
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Tsedacá Devemos doar aos outros por um senso de responsabilidade, entendendo que aquilo que temos também é um presente de D’us, confiado a nós com um propósito: ajudarmos os outros. Nossa prosperidade é um fundo que devemos dirigir e generosamente partilhar com aqueles que precisam. A campanha de tsedacá clama por um aumento na doação, bem como a colocação de uma caixa de tsedacá visível para servir de lembrete para doar com freqüência, todos os dias da semana, exceto Shabat
Tefilin
e Yom Tov, quando antecipamos este ato colocando tsedacá antes do horário de acendimento das velas.
A Torá descreve o tefilin como um sinal, uma declaração pública do compromisso judaico. Ao colocar tefilin diariamente, um indivíduo expressa seu sentimento básico de identidade judaica. Os tefilin são colocados no braço, de frente para o coração, e sobre a cabeça. intelectuais do homem ao serviço de D’us. As correias, que vão do braço até a mão e da cabeça até as pernas, significam a transmissão da energia intelectual e emocional para as mãos e pés, simbolizando a ação. Nossos Sábios explicam que o versículo: “E todas as nações do mundo verão que o nome de D’us está sobre vocês, e eles os temerão”, aplica-se ao tefilin. Os tefilin são um meio de trazer segurança aos judeus na era atual e apressar a vinda da suprema segurança, que será vivenciada quando Mashiach chegar. Rebe instituiu esta campanha na véspera da Guerra dos Seis Dias, e requisitou especificamente que os soldados das Forças de Defesa Israelenses colocassem tefilin, pois isso os protegeria na batalha.
Nossos Sábios disseram: “A tsedacá é notável, porque aproxima a Redenção.”
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PRÁTICA JUDAICA
Acendimento das velas Shabat é um dia de luz; um dia com padrão diferente dos demais dias comuns da semana. Todo Shabat é um precursor da Era de Mashiach. O acendimento das velas 18 minutos antes do pôr-do-sol introduz e inspira este estado de conscientização. A responsabilidade pelo acendimento das velas e por induzir esta mudança de perspectiva cabe à mulher. É ela também que dá as boas vindas à Rainha Shabat ao lar. Meninas a partir dos três anos também são encorajadas a acenderem sua própria vela, para que tomem parte na criação deste ambiente.
Denis Raev
Pureza Familiar Taharat Hamishpachá – as atitudes e práticas que a Torá prescreve para a vida conjugal – ajudam a desenvolver uma comunicação genuína e o amor entre marido e mulher, e trazem ao mundo filhos saudáveis e amorosos. Casais de todas as esferas da vida adotaram esta mitsvá como um meio para realçar e enriquecer sua vida conjugal. É necessário consultar um rabino para saber os detalhes destas leis.
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O Rabino Mendel e o Beit Lubavitch agradecem
Jalfim Eventos Empório das Locações Simon Blum Sushi Drive Graças ao seu esforço e dedicação foi possivel a realização do Evento de 30 anos 49
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PRÁTICA JUDAICA
PRÁTICA JUDAICA: MEZUZÁ Hoje em dia, e sempre, a mezuzá, uma mitsvá que tem acompanhado o povo judeu ao longo dos anos, mais do que nunca constitui o sinal de que nesta residência ou estabelecimento se encontra um judeu, e em sua porta sua maior proteção: D’us. “Mezuzá” é a palavra hebraica para designar umbral. Consiste em um pequeno rolo de pergaminho (klaf) que contém duas passagens bíblicas, manuscritas, “Shemá” e “Vehaiá”. A mezuzá que deve ser afixada no umbral direito da porta de cada dependência de um lar ou estabelecimento judaico, obedece ao seguinte mandamento da Torá: “Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa, e em teus portões” (Deuteronômio VI:9, XI:20) É no conteúdo, guardado em seu interior, que reside o verdadeiro valor da mezuzá, e não em seu invólucro. A mezuzá não deve ser julgada pela sua aparência. Para LUBAVITCH MAGAZINE
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ser casher deve ser escrita à mão, sobre pergaminho, e por um sofer (escriba) temente e observador dos mandamentos divinos, habilitado para esta função, o que é fator essencial para tornar o pergaminho sagrado. No momento em que é afixada no batente da porta, ela atrai a santidade de D’us que pairará sobre a casa ou estabelecimento. No verso do pergaminho estão escritas as letras hebraicas Shin, Dalet e Yud, que forma o acróstico das palavras hebraicas “Shomer Daltot Israel” – “Guardião das casas de Israel”. A mezuzá tem uma função semelhante à do capacete. Ao usá-lo, um possível acidente é evitado ou amenizado. Do mesmo modo, quando é casher, a mezuzá tem o poder de proteger os moradores da casa e evitar infortúnios.
CONTEÚDO
com o tempo, tornar-se inválida por várias razões. Uma única trinca numa pequena letra pode tornar a mezuzá não-casher, imprópria para uso; por isso ela deve ser periodicamente verificada por um escriba competente.
A Mezuzá contém duas passagens bíblicas que mencionam o mandamento Divino de afixá-la nos umbrais das portas: “Shemá” e “Vehaiá” (Devarim 6,4-9 e 11,12-21). O “Shemá” proclama a unicidade do D’us único e nosso eterno e sagrado dever de serviLo, e somente a Ele. O “Vehaiá” expressa a garantia Divina de que nossa observância dos preceitos da Torá será recompensada e nos previne sobre as consequências se os desobedecermos. A mitsvá da mezuzá demonstra claramente que não somente a sinagoga ou qualquer outro local de estudo são sagrados, como também nosso lar.
PROCEDIMENTO NA COLOCAÇÃO A mezuzá deve ser afixada nas portas da casa o mais cedo possível, pois ela é uma mitsvá que nos dá proteção. No caso de uma casa alugada, ela pode ser colocada até o prazo de 30 dias.Antes de afixálas, porém, é aconselhável mandá-las para uma verificação, com um rabino versado (sofêr), para assegurar que elas não tenham nenhum erro. Segue aqui o procedimento e bênção ao afixar uma mezuzá.
SIGNIFICADO
CUIDADOS NA AQUISIÇÃO
Cada entrada de uma dependência necessita de uma mezuzá, não somente a porta principal. Em termos gerais, a mezuzá é afixada no umbral direito da entrada do aposento, no final do primeiro terço superior. É aconselhável verificar com um rabino qual o lado correto da porta para afixar a mezuzá, pois há muitos detalhes a serem levados em conta.Ao afixar várias mezuzot numa mesma casa, uma só bênção vale para todas.
É importante lembrar que o componente principal
ANTES DE AFIXAR A MEZUZÁ, RECITA-SE:
da mezuzá é o pergaminho, e não o estojo. Deve-se tomar cuidado na hora da compra da mezuzá, pois ela é um objeto sagrado. Deve ser escrita por um escriba autorizado, com tinta e pena apropriadas sobre um pergaminho de um animal casher. Mesmo que na hora de sua compra a mezuzá esteja casher, ela pode,
“Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu licbôa mezuzá.” Tradução: (Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou afixar uma mezuzá.)
Embora atualmente existam centenas de sofisticados equipamentos de vigilância (câmeras, aparatos eletrônicos, entre alarmes e até cercas elétricas) para o povo judeu a mezuzá afixada na porta sempre constituirá sua maior proteção. Ao entrar ou ao sair seremos sempre lembrados de quem é o verdadeiro “Guardião das casas de Israel.”
51
LUBAVITCH MAGAZINE
PRECE
A Prece de Shema Yisrael Um Psicoterapeuta em Auschwitz POR CHANA WEISBERG Shema Yisrael Hashem Elokeinu Hashem Echad…
num auto-da-fé, na Espanha, ou numa câmara de
Ouve, ó Israel, o Eterno é nosso D’us, o Eterno é Um.
gás na Alemanha nazista. Há também palavras de esperança e felicidade, entoadas com alegria ao
Essas palavras são o ponto alto das nossas preces
celebrar importantes acontecimentos.
diárias, expressando poderosas pérolas de fé. Essas
Porém eu não esperava ler essas palavras hebraicas
palavras têm sido murmuradas no decorrer dos
num clássico campeão de vendas, um livro de
tempos, em épocas de grave desafio, em porões escuros, por aqueles que exalavam seu último suspiro,
LUBAVITCH MAGAZINE
52
psicologia que foi considerado pela Biblioteca do
nem mesmo depois de Auschwitz.” Pois a crença em
Congresso como um dos dez livros mais influentes nos
D’us é incondicional, ou então não é crença. Se for
Estados Unidos.
incondicional, enfrentará o fato de que seis milhões morreram no Holocausto; se não for incondicional,
“A Busca do Homem por um Significado”, por Viktor
então vai desmoronar se apenas uma única criança
Frankl, vendeu mais de doze milhões de cópias em
inocente tiver de morrer… Não adianta barganhar com
todo o mundo. Frankl descreve suas experiências
D’us, ele diz e argumenta: ‘Até o ponto de seis mil ou
nos campos de concentração nazistas, porém mais
até um milhão de vítimas no Holocausto eu mantenho
que as suas provações, ele escreve como psicólogo
minha fé em Ti; porém acima de um milhão nada
sobre o que lhe deu força para sobreviver. Frankl
mais pode ser feito, e sinto muito mas devo renunciar
descreve pungentemente como os prisioneiros que
à minha fé em Ti… Uma fé fraca é enfraquecida por
desistiram da vida e da esperança por um futuro
provações e catástrofes, ao passo que uma fé forte
eram inevitavelmente os primeiros a morrer. Eles
fica ainda mais fortalecida por elas.”
morreram menos pela falta de comida que pela falta de algo pelo qual viver. Em contraste, Frankl se
Pouco depois de chegar a Auschwitz, Frankl foi
manteve vivo pensando em sua mulher, e sonhando
privado do objeto mais precioso que possuía – um
em fazer palestras sobre como as suas experiências
manuscrito que era a obra de sua vida, e que tinha
reforçaram aquela que já era uma parte importante de
escondido no bolso do casaco. Percebendo que
sua tese antes de entrar nos campos – que a força de
as chances de sobreviver eram pequenas, “não
motivação fundamental de toda pessoa é a busca por
mais que uma em vinte e oito”, ele teve aquela que
um significado. A autobiografia de Frankl é seguida
descreve como “talvez a experiência mais profunda
por um esboço de sua doutrina terapêutica de cura
nos campos de concentração.” “Eu tive de passar e
da alma encontrando significado na vida. Sua teoria
superar a perda de minha criança mental. E parecia
ganha credibilidade a partir do pano de fundo de suas
como se nada nem ninguém fosse sobreviver a mim;
experiências pessoais nos campos de concentração e
nem uma criança física nem uma mental que fosse
como ele encontrou significado enquanto enfrentava
minha. Portanto fui confrontado com a questão de que
seu sofrimento. Um forte encadeamento implícito
sob tais circunstâncias minha vida, em última análise,
em todo o livro é a força e o amor que ele extraiu
estava vazia de significado.
não somente das lembranças de sua mulher, como também de sua fé.
“Eu ainda não tinha percebido que uma resposta a essa pergunta com a qual eu lutava tão apaixonadamente
Como ele declara em seu livro, “A Busca do Homem
já estava reservada para mim, e que pouco depois
por um Significado Definitivo”: “D’us não está morto,
essa resposta me seria dada. Foi isso que aconteceu 53
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PRECE
quando tive de entregar minhas roupas e por minha
elementos psicológicos vitais que fizeram dela nosso
vez recebi os trapos rasgados de um interno que já
alicerce da fé:
tinha sido enviado à câmara de gás… Em vez das muitas páginas do meu manuscrito, encontrei no
Relevância: Ouve, ó Israel – Uma religião ou estilo de
bolso no casaco recém-ganho uma única página de
vida não pode começar e terminar com teorias; deve
um livro de preces em hebraico, contendo a prece
também dirigir-se à parte humana dentro de nós.
mais importante, Shema Yisrael. Como poderia eu ter
O Shemá não começa no âmbito da ideologia, nos
interpretado tamanha “coincidência” como não sendo
céus, com uma declaração de fé despersonalizada.
um desafio para viver meus pensamentos em vez de
Fala endereçando todos e cada um de nós. Ouve, ó
meramente colocá-los no papel?”
Israel, ouve essa mensagem, e faz dela uma parte do teu ser, porque não está falando
E então na sentença que conclui este livro campeão de vendas que foi traduzido em vinte e quatro idiomas, Frankl novamente expõe essa eterna proclamação de fé. “Nossa geração é realista, pois chegamos a conhecer o
sobre ti, não para ti, mas está te
BENDITO SEJA O NOME DA GLÓRIA DE SEU REINO PARA TODA A ETERNIDADE.
chamando. Pertencer: A prece Shemá está no plural (“nosso D’us” e não “meu D’us”), falada como um grupo coletivo, dirigindo-se a nós todos como Israelitas. Os seres humanos têm uma necessidade
homem como realmente é.
de se identificarem uns com os
Afinal, o homem é aquele ser
outros. O senso de fazer parte.
que inventou as câmaras de
Recebemos força uns dos outros
gás de Auschwitz; no entanto, ele é também aquele ser
e a fortaleza de sermos parte de algo maior que
que entrou naquelas câmaras de cabeça erguida com
nós mesmos. Mais atraente que a ideologia é uma
a oração do Shemá Yisrael nos lábios.” O que há na
sensação de pertencer a uma família expandida –
prece Shemá Yisrael que tem inspirado tantos através
apesar das barreiras. Aquele senso de comunidade é
das maiores dificuldades e tem conferido tamanho
um dos nossos alicerces mais fortes.
significado e propósito para nos ajudar a sobreviver até mesmo nas circunstâncias mais desesperadoras?
Personalização: D’us é nosso D’us. D’us é “nosso”. D’us que é transcendental e infinito é também
Creio que além da simples afirmação de fé num
nosso D’us pessoal que está conosco em todos os
único poder Superior e o profundo significado místico
momentos, segurando nossa mão tanto em tempos de
oculto nas palavras dessa prece especial, há quatro
celebração quanto nas horas de desespero. D’us não
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é apenas um governante objetivo, que cria e regula o
chá uvchol nafshechá uvchol meodêcha. Vehayu ha-
cosmos. Ele é “nosso”, está perto de nós, entendendo
devarim haêle, asher Anochi metsavechá hayom al
subjetivamente a parte mais profunda de nós mesmos,
levavêcha. Veshinantam levanêcha vedibartá bam,
mais do que a entendemos; Ele está conosco em
beshivtechá bevetêcha, uvlechtechá vadêrech uv-
tempos de necessidade, júbilo e sofrimento.
shochbechá uvcumêcha. Ucshartam leot al yadê-cha vehayu letotafot ben enêcha. Uchtavtam al mezuzot
Individualidade: Por mais que precisemos todos de um
betêcha uvish’arêcha.
senso de pertencer e de comunidade, não devemos negar nossas diferenças individuais. A declaração
Tradução: (Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-
do Shemá termina com as palavras “D’us é um” (em
nai é Um. (Em voz baixa:) Bendito seja o nome da glória
vez de D’us é “singular” ou “sozinho”). A unicidade de
de Seu reino para toda a eternidade. Amarás a A-do-
D’us está presente na diversidade do mundo. Como
nai, teu D’us, com todo teu coração, Estas palavras
disseram os mestres chassídicos: “Não há nada além
que Eu te ordeno hoje ficarão sobre teu coração.
d’Ele.” Enquanto a conformidade tolhe o crescimento,
Inculca-las-ás diligentemente em teus filhos e falarás
a “unicidade de D’us” deveria nos possibilitar descobrir
a respeito delas, estando em tua casa e andando por
e cultivar a unicidade e unidade Divina dentro de cada
teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Ata-
um de nós.
las-ás como sinal sobre tua mão e serão por filactérios
Uma base da teoria de Frankl é que forças além do
entre teus olhos. Escreve-las-ás nos umbrais de tua
nosso controle pode levar tudo que possuímos exceto
casa e em teus portões.)
uma coisa – nossa liberdade de escolher como vamos reagir à situação. Após descrever a angústia de suas experiências em Auschwitz, Frankl conclui suas memórias pessoais: “A experiência mais elevada, para o homem que regressa ao lar, é a maravilhosa sensação de que após tudo que ele sofreu, não há nada de que precise temer – exceto seu D’us.” Esta pode tornar se nossa crença mais poderosa: Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu, A-do-nai Echad. (Em voz baixa:)Baruch shem kevod malchutô leolam vaed. Veahavtá et A-do-nai E-lo-hê-cha, bechol levave55
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VA L O R E S U N I V E R S A I S
Corbis
AS LEIS DE NOÉ Após o Dilúvio e a saida de Nôach (Noé) e sua família
caráter e a subjetividade de nosso intelecto. Se o próprio
da arca, D’us os abençoou e estabeleceu uma aliança
homem é o árbitro do certo e errado, então o “certo”
assegurando-lhes de que jamais haveria outro dilúvio
para ele será aquilo que deseja, independentemente das
para destruir a terra.
conseqüências para os outros habitantes da terra.
Fez surgir no céu o primeiro arco-íris que selaria para
“As Sete Leis” são uma herança sagrada para toda a
sempre esta aliança e forneceu um Código de sete leis
humanidade e para cada um em particularde como
sobre as quais uma nova civilização seria construída.
deve conduzir sua vida espiritual, moral e pragmática.
Estas leis representam o reconhecimento de que
São intemporais, não restritas a locais geográficos e
a moralidade – na verdade, a própria civilização –
jamais podem ser alteradas ou modificadas, guiando a
deve ser baseada na crença em D’us. A menos que
humanidade a perceber seu potencial máximo.
reconheçamos um Poder Mais Alto perante quem
Chegará um tempo em que todos estarão preparados
somos responsáveis, e quem observa e conhece as
para incorporar este caminho. Será então o início de um
nossas ações, não transcenderemos o egoísmo de nosso
novo mundo de sabedoria e paz.
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As Sete Leis
1.
6.
coisas. Não substitua este Ser Supremo por ídolos
do Grande Dilúvio, ele foi autorizado – mas com uma
finitos, seja você mesmo ou outros seres. Esta ordem
advertência: não causar sofrimento desnecessário a
inclui atos como prece, estudo e meditação.
qualquer criatura. (inclui toda a Natureza)
2.
7.
Respeite as criaturas de D’us. A princípio, o
Reconheça que existe apenas um D’us
homem foi proibido de consumir carne. Depois
que é Infinito e Supremo acima de todas as
Promova a justiça. A justiça é um assunto de
Respeite o Criador. Por mais frustrado ou
D’us, mas recebemos o encargo de fazer as leis
furioso que você possa estar, não dê vazão a
necessárias e fazê-las valer sempre que pudermos.
isto blasfemando contra o seu Criador.
Quando corrigimos os erros da sociedade, estamos
3.
Respeite a vida humana. Todo ser humano é
agindo como parceiros no ato de sustentar a Criação.
um mundo inteiro. Salvar uma vida é salvar o
(inclui liberdade, democracia, paz, esperança).
mundo inteiro. Destruir uma vida é destruir um mundo inteiro. Ajudar outros a viver é uma ramificação deste princípio. (inclui saúde) Alexander Shalamov
4.
Respeite a instituição do casamento. O matrimônio é um ato Divino. O casamento de
um homem e uma mulher é um reflexo da unicidade de D’us e Sua criação. A deslealdade no casamento é um ataque àquela unicidade. (inclui família, honrar os pais, educação)
5.
Respeite os direitos e a propriedade dos outros. Seja honesto em todos os seus
negócios. Ao confiar em D’us em vez de em nosso próprio julgamento, expressamos nossa confiança Nele como Provedor da Vida.
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NESTE CHANUCÁ, MUITA LUZ, PAZ E ALEGRIA
São os Votos de Renato, Beatriz, Bruno e Carlo Stifelman
LUBAVITCH MAGAZINE
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Um a h o m e n a g e m d e A licia, Karen e Ri c a rd o S o n d e rm a n n
A xel r ud Arqui t et os A ssoci ados, M ixmidia Comunic a รง รฃ o e S onde s Consul tin g .
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SHOFAR CENTER
UM PRESENTE PARA PORTO ALEGRE: Conheça o projeto de Daniel Libeskind, um dos mais conceituados arquitetos do mundo, que promete unir cultura judaica e universal, tecnologia e arte na capital gaúcha.
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Imagem: Studio Daniel Libeskind
LUBAVITCH MAGAZINE
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SHOFAR CENTER
Fotos: divulgação
A PEDRA FUNDAMENTAL DE UMA JOIA ARQUITETÔNICA Coincidências, acasos: é como muitas vezes as pessoas explicam o encadeamento fortuito de acontecimentos na vida da gente. Talvez... Ou quiçá alguns eventos, tais como fios desgarrados de uma elaborada tapeçaria, a encontrarem outras linhas, que lá estavam, também viúvas, como por mágica, lavrem dessa união novo desenho, imantando de
POR GUNTER AXT
significado o que jazia solto. Se olharmos sobre o ombro, para traz, trilhas, por vezes caprichosas, esfumados
ano seguinte. Desejava-se que a programação
subitamente timbram. Sobre pequenas surpresas, ou
contemplasse com mais ênfase o foco das artes.
dissabores, ou experiências que pareciam pontuais,
Músicos,
revigorada luminosidade incide, realçando nuances,
escritores... Um arquiteto, também, claro! Sim, a
desvelando sentidos.
cidade precisa ouvir um grande arquiteto, logo disse
Foi em 2007. Debatíamos, no âmbito da curadoria
alguém.
do seminário Fronteiras do Pensamento, da qual
Porto
então eu participava, o conceito para a edição do
inauguração do prédio da Fundação Iberê Camargo,
convergem
em
encontros.
Ecos
dramaturgos,
Alegre
cineastas,
preparava-se
para
escultores,
acolher
a
projeto premiado do português Álvaro Siza. Mais LUBAVITCH MAGAZINE
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tradição conceitual, da qual é testemunho, entre outros
Daniel começara a sua carreira com o icônico Museu
exemplos, a elegante sede do Jóquei Clube, projetada
Judaico, erguido entre 1993 e 1998, na curvinha da
pelo uruguaio Román Siri e inaugurada em 1959. Como
Lindenstrasse, no bairro de Kreuzberg, em Berlim,
se sabe, a partir da segunda metade dos anos 1960,
distante, em linha quase retilínea, umas doze pequenas
a arquitetura modernista
quadras do local onde
local precipitara-se em
morei por um tempo,
desgaste,
da
em 1990. De todos os
banalização de soluções
destinos de Berlim, eu me
e de um funcionalismo
sentia emocionalmente
como um fim em si
atado
mesmo.
bairro
O
diante
momento
era
arrasado
àquele
antigo operário,
durante
a
propício, com debates
Segunda Grande Guerra,
ventilados no horizonte,
reconstruído nos anos
como aquele em torno
1960 e pulsando, nos
da
perspectiva
de
Feira do Livro de Porto Alegre
revitalização do cais da
anos 1980, com suas fachadas
coloridas
e
Mauá. Entendia-se, assim, que o seminário poderia
etnias diversas, como o coração intercultural da velha
agregar alguma parcela de contribuição. Mas jamais
metrópole. A Berlim que eu conhecera era uma cidade
imaginamos os desdobramentos que estariam por vir.
murada, uma espécie de ilha comprimida pelo concreto
Esboçada uma relação de nomes sonhados, nos
e pelo aparato militar, com mobilidade restrita, marcas
pusemos a campo para tentar localizar os contatos.
do passado sangrento a rasgarem o tecido urbano a
Daniel Libeskind, pela sua importância, evidentemente,
todo instante, mas sem deixar por um só segundo de
estava dentre aqueles logo considerados.
acreditar num futuro alvissareiro. Eu ainda conheci um
Por uma coincidência de trajetória própria, eu nutria
Portão de Brandemburgo arruinado, cujo vão por onde
curiosidade especial pelo trabalho de Libeskind,
se dava originalmente a passagem da Pariser Platz para
torcendo, no íntimo, para que ele fosse um dos primeiros
o Tiergarten o muro bloqueava. O dramático prédio de
a responder acedendo ao convite. Daniel estava
Libeskind, logo apelidado de “raio” pelos Berlinenses,
dentre os que, desde os anos 1980, questionavam o
em alusão a sua forma característica, foi um marco na
convencionalismo da arquitetura moderna e, inspirados
base da história da urbe reunificada e um importante
numa leitura de Derrida, apostavam na desconstrução
agente propulsor da revitalização do bairro, ao mesmo
das formas, percebendo a arquitetura também como
tempo em que encarou e frente a complexa dimensão
linguagem.
da memória trágica. 63
LUBAVITCH MAGAZINE
Fotos: Clleber Passus
SHOFAR CENTER
Daniel Libeskind
do que um fato isolado, nutria-se a expectativa
assim, que o seminário poderia agregar alguma
de que o edifício contribuísse para reconciliar a
parcela de contribuição. Mas jamais imaginamos os
cidade com sua sólida tradição conceitual, da qual é
desdobramentos que estariam por vir.
testemunho, entre outros exemplos, a elegante sede
Esboçada uma relação de nomes sonhados,
do Jóquei Clube, projetada pelo uruguaio Román
nos pusemos a campo para tentar localizar os
Siri e inaugurada em 1959. Como se sabe, a partir
contatos. Daniel Libeskind, pela sua importância,
da segunda metade dos anos 1960, a arquitetura
evidentemente,
modernista local precipitara-se em desgaste, diante
considerados.
da banalização de soluções e de um funcionalismo
Por uma coincidência de trajetória própria, eu
como um fim em si mesmo.
nutria curiosidade especial pelo trabalho de
O momento era propício, com debates ventilados
Libeskind, torcendo, no íntimo, para que ele
no horizonte, como aquele em torno da perspectiva
fosse um dos primeiros a responder acedendo
de revitalização do cais da Mauá. Entendia-se,
ao convite. Daniel estava dentre os que, desde os
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estava
dentre
aqueles
logo
anos 1980, questionavam o convencionalismo da
estado-unidense em 1965. Formou-se em 1970.
arquitetura moderna e, inspirados numa leitura de
Em 1989, com a esposa e os filhos, mudava-se para
Derrida, apostavam na desconstrução das formas,
Berlim, depois de vencer o concurso para o Museu
percebendo a arquitetura também como linguagem.
Judaico. Embora o prédio tenha sido dado por
Daniel começara a sua carreira com o icônico
concluído em 1999, a exposição permanente, com
Museu Judaico, erguido entre 1993 e 1998, na
cerca de quatro mil objetos, foi inaugurada apenas
curvinha da Lindenstrasse, no bairro de Kreuzberg,
em... 11 de setembro de 2001!
em Berlim, distante, em linha quase retilínea, umas
Em 2003, Daniel Libeskind venceu o concurso para
doze pequenas quadras do local onde morei por um
desenhar e coordenar o conjunto do projeto para a
tempo, em 1990. De todos os destinos de Berlim,
reurbanização do Ground Zero, a pavorosa cratera
eu me sentia emocionalmente atado àquele antigo
surgida depois do ataque às Torres Gêmeas do
bairro operário, arrasado durante a Segunda Grande
World Trade Center, que eu visitara uns quatro ou
Guerra, reconstruído nos anos 1960 e pulsando, nos anos 1980, com suas fachadas coloridas e etnias diversas, como o coração intercultural da velha metrópole. A Berlim que eu conhecera era uma cidade murada, uma espécie de ilha comprimida pelo concreto e pelo aparato militar, com mobilidade restrita, marcas do passado sangrento a rasgarem o tecido urbano a todo instante, mas sem deixar por um só segundo de acreditar num futuro alvissareiro. Eu ainda conheci um Portão de Brandemburgo arruinado, cujo vão por onde se dava originalmente a passagem da Pariser Platz para o Tiergarten o muro bloqueava. O dramático prédio de Libeskind, logo apelidado de “raio” pelos Berlinenses, em alusão a sua forma característica, foi um marco na base da história da urbe reunificada e um importante agente propulsor da revitalização do bairro, ao mesmo tempo em que encarou e frente a complexa dimensão da memória trágica. Filho de sobreviventes do Holocausto, Libeskind
Ground Zero
nasceu na Polônia, em 1946, e tornou-se cidadão 65
LUBAVITCH MAGAZINE
SHOFAR CENTER
Foto: Clleber Passus Daniel Libeskind
cinco dias antes do fatídico 11 de setembro.
hoje, mas era uma visão estimulante para quem
Lembro-me ainda hoje daquela enlutada manhã, a
crescera no clima de intolerância da Guerra Fria e
incredulidade inicial diante das imagens se repetindo
numa era pré-internet.
na TV substituída pelo choque e, depois, por corrosiva
O projeto de Daniel para o Ground Zero é, sem
angústia. Para alguém que acabara de chegar de uma
exagero, titânico. Distribuiu cerca de um milhão
Nova Iorque plena de atitude e pujança e vivera, 11
de metros quadrados de escritórios em cinco
anos antes, o contexto vertiginoso da queda do Muro
diferentes torres, numa área total de 16 acres, para
de Berlim, um evento parecia a face negativada do
onde também foram previstos memoriais, espaços
outro. A derrubada das Torres ceifava milhares de
culturais e uma nova estação de metrô.
vidas e calava fundo a compreensão de que o mundo,
Instigava-me, então, ouvir o que tinha a dizer este
dali para diante, mudaria substancialmente. Tudo
arquiteto, que interpretara eventos tão dramáticos,
indicava que uma nova guerra se instalaria, lenta,
em projetos que divisavam o futuro com otimismo,
difusa, sofrida. Senti como se ruísse ali aquela que
sem jamais perder de vista os silêncios e os ruídos
talvez tenha sido a última grande utopia do século
da memória.
XX, amplificada com a queda do muro: a de que um
Foi, assim, uma agradável surpresa quando a
mundo com fronteiras permeáveis seria possível.
assessoria de Daniel prontamente respondeu ao
Pode parecer tolo para quem é jovem nos dias de
nosso estímulo, concordando com os termos do
LUBAVITCH MAGAZINE
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convite, sem tergiversar ou formular exigências,
A organização do Fronteiras do Pensamento tinha o
traduzindo espontaneidade e disponibilidade em
costume de manter um receptivo no aeroporto de São
partilhar experiências e conceitos. Agendamos a
Paulo, de sorte que a dificuldade foi logo detectada.
conferência para o dia 21 de julho de 2008.
Em pouco tempo, estávamos nos comunicando com
Poucos dias antes da data aprazada, entretanto,
Daniel e Nina pelo celular. Mas o problema não era
um telefonema dos escritórios de Libeskind, de
nada fácil de resolver. Pelo contrário! Descobrimos,
Nova Iorque, trouxe inquietação. Sua querida
enfim, que o Itamaraty admite o instituto de um visto
esposa Nina, que sempre lhe acompanha, tivera
de trânsito no Brasil, concedido em situações muito
um contratempo de saúde e a viagem precisaria
especiais, sob autorização da cúpula da Presidência
ser adiada. Confirmado o seu restabelecimento e
da República ou do Ministério das Relações
após um exercício de engenharia para conciliar as
Exteriores. Por agravante, todavia, tratava-se de um
disponibilidades da disputada agenda de Daniel com
domingo e, ainda por cima, feriado de finados! Uma
a do salão de atos da Universidade Federal do Rio
tarefa já em si árdua parecia inexequível!
Grande do Sul, que abrigava o ciclo de palestras, a
Mas a equipe de produção se mobilizou. Decidimos
fala de Libeskind foi transferida para a noite de 3 de
não medir esforços para contornar o obstáculo
novembro.
que inviabilizaria a estada dos Libeskind em Porto
Daniel e Nina, destarte, chegariam ao Brasil no dia 2,
Alegre. De telefonema em telefonema, depois de
um domingo. E partiriam de Porto Alegre com destino
várias horas, durante as quais o casal permaneceu
ao Rio de Janeiro no dia 4. Era a primeira vez do
acomodado na sala da Polícia Federal no aeroporto
casal no Brasil e eles se mostravam entusiasmados
de Guarulhos, conseguimos chegar às altas
com a visita.
autoridades da República, sensibilizando-as, e um
Mas um novo susto nos espreitava. Ao embarcar
visto extraordinário para uma semana, salvo engano,
de Nova Iorque para São Paulo, Daniel apanhara
foi, milagrosamente, concedido!
por distração o passaporte americano. Eis que para
Quando o casal finalmente aterrissou em Porto
cidadãos estado-unidenses a política de reciprocidade
Alegre,
do Governo Brasileiro exige a concessão de vistos
incomodados,
para ingressos no País. E Daniel não solicitara um
fatigados, o que era perfeitamente compreensível,
visto brasileiro... Assim, ao desembarcar em São
transmitiam bom humor e simpatia, declarando-
Paulo, a Imigração logo detectou a falha e, seguindo
se impressionadíssimos por termos resolvido algo
o procedimento padrão para casos de tal natureza,
que lhes parecia intangível. Nos Estados Unidos,
reteve-o em uma sala da Polícia, programando o
garantiram, uma exceção como aquela seria
seu reembarque no primeiro voo de volta para Nova
inimaginável, ainda mais num espaço de tempo tão
Iorque.
curto! 67
esperávamos abatidos.
encontrá-los
tensos,
Mas
Embora
não!
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SHOFAR CENTER
hotéis da cidade. O único lugar vago era a antiga suíte presidencial do Hotel Plaza São Rafael. Foi lá, assim, que
hospedamos,
excepcionalmente,
o
casal Libeskind! E eles puderam depois
repousar, da
jornada,
estafante
com
uma
bela vista para o Lago Guaíba. O dia seguinte seria agitado.
Dentre
os
únicos
pedidos
que
Daniel
e
nos
Nina
haviam feito estavam um city tour e uma
Museu Judaico de Berlim
Daniel e Nina puderam, enfim, registrar-se na
visita à Fundação Iberê Camargo: a fama do prédio
recepção do hotel por volta das 18 horas daquele
de Álvaro Siza às margens do Guaíba corria o mundo!
domingo, dia 2 de novembro de 2008.
Numa luminosa manhã de outubro, guapuruvús e
Cabe aqui, talvez, o registro de mais uma
jacarandás espargindo as calçadas de amarelo e lilás,
curiosidade. A organização do seminário garantia
fomos à Fundação Iberê Camargo, especialmente
aos seus convidados hospedagem em hotéis de
aberta numa segunda-feira para receber o casal: “é o
padrão superior, previsão que constava, inclusive,
melhor de Siza”, exclamou Daniel, exultante, ao final
em cláusula contratual. As reservas eram feitas com
da visita.
um ano de antecedência, para se garantirem as
De volta ao Centro Histórico, logo depois de um giro
vagas desejadas. Porém, com a mudança da data da
pela cidade, Nina, curiosa com as barraquinhas que
conferência, perdeu-se a preferência. Casualmente,
vira pela janela da van espremidas entre o Margs e
na época em que a nova palestra aconteceria, Porto
o Santander Cultural, quis saber do que se tratava:
Alegre acolhia grandes eventos, de sorte que não
“é nossa feira do livro”, respondi. Daniel e Nina,
havia acomodações disponíveis. Eu fui a todos os
amantes dos livros e donos de uma biblioteca com
LUBAVITCH MAGAZINE
68
mais de 10 mil volumes, perguntaram-me então se
eu adoraria desenvolver um projeto!”
não seria possível trocar o almoço com autoridades,
À tarde, levamos o casal Libeskind ao Porto da
previsto para acontecer numa badalada churrascaria,
Capital, região para a qual se discutia há 12 anos um
por um passeio na aprazível feira. Claro!, acedi. E lá
projeto de revitalização. E até passeamos de barco.
se foram os dois, percorrendo as alamedas da Praça
“Pedra Fundamental”. Foi o título que Daniel deu
da Alfândega, circulando por entre os estandes,
para a sua conferência, proferida à noite, no salão
furungando nos balaios.
de atos da Universidade lotado, com cerca de
Havia uma barraca que homenageava a Polônia!
1.300 pessoas. Daniel comentou com vivacidade
Daniel entrou, fascinado por encontrar um pedacinho
vários de seus projetos. Especialista na criação de
da sua pátria de origem, ali,
museus, sustentou que a
tão longe, no Brasil tropical.
cidade pode se transformar a
A surpresa foi ainda maior
partir de um prédio. Disse que
quando o livreiro reconheceu-o prontamente e dirigiu-se a ele em bom polonês: era um dos muitos gaúchos descendentes de imigrantes. Nina adorou a sineta do Xerife e
impressionou-se
com
a
quantidade de crianças. Expliquei-
ESTA É UMA CIDADE PARA A QUAL EU ADORARIA DESENVOLVER UM PROJETO! DANIEL LIBESKIND
a arquitetura contemporânea está mais pluralística, mais democrática. Ele, a propósito, nega-se a trabalhar em países não democráticos. Construir um edifício, para Daniel, é como contar uma estória. A arquitetura, assim, seria
lhes que se tratava da maior feira
uma
classe
de
narrativa,
do livro ao ar livre da América
porque fala sobre o passado
Latina e que se dirigia, sobretudo,
e sobre o momento presente.
para os leitores. Como a promoção já acontecia há
Ela confere identidade e descortina um futuro,
54 anos, quase todo o porto-alegrense, ou gaúcho
operando uma combinação de poesia, de filosofia,
em visita à Capital, trazia impressa na memória a
de música, de dança, de astronomia, de todas
lembrança de, quando criança, ser trazido à Feira
as coisas, enfim, que matizam a civilização. Eis
pelos pais, pelos tios, pelos avós, para comprar pelo
porque sua arquitetura não é apenas construção,
menos um livro, para encontrar os amigos, para ver
mas, sobretudo, uma forma de transmissão de
de perto os autores. Frequentar a Feira tornara-se um
experiência cultural. Daniel se declarou interessado
hábito incorporado às rotinas familiares. Foi quando
em eliminar categorias: “os museus precisam ser
Daniel, que escolhe a dedo os convites profissionais
bem-sucedidos comercialmente, ao passo que os
que aceita, me disse: “esta é uma cidade para a qual
espaços comerciais precisam ter uma dimensão 69
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cultural, um componente cultural”. Justamente por
noite de domingo. O problema foi que os restaurantes
causa da globalização, registrou, é preciso que cada
com os quais estávamos acostumados a operar
lugar possa contar a sua história e emular uma
fechavam nas segundas-feiras e estava difícil localizar
identidade. Criticando o modernismo, revelou-se
uma alternativa. Percebendo minha aflição, a querida
incrédulo na possibilidade de repetir experiências do
amiga Sandra Axelrud Saffer, uma das convidadas
Humano. Eis porque os museus não devem existir
para a ceia, ofereceu-se para recepciona-los em sua
apenas para eles mesmos, mas sim atender as
residência. Assim, Sandra, que também é arquiteta,
necessidades éticas de uma comunidade. Otimista,
recebeu-nos depois da conferência com um delicioso
avaliou que a arquitetura pode gerar crescimento
salmão.
para uma cidade, e não apenas econômico, mas
A solução revelou-se providencial, pois o clima
também cultural.
instaurado foi descontraído e doméstico. Nina e
Terminada a conferência, sob entusiásticos aplausos
Daniel, que inclusive trabalham juntos, são muito
da plateia, dirigimo-nos para um jantar. Fazia parte
ligados à convivência familiar. Recordo-me que,
da sistemática do Fronteiras do Pensamento receber
depois do jantar, todos ainda à mesa, Nina ergueu-
os convidados com uma apurada ceia de boas vindas
se com uma taça na mão e propôs um brinde de
em um dos bons restaurantes locais, na véspera da
agradecimento aos anfitriões, sublinhando residir a
conferência. Seguíamos, nesse sentido, orientação
mais agradável surpresa daquela viagem no sentir-
estabelecida pelo idealizador do seminário, o então
se tão vivamente em família. Eles tinham vindo de
Superintendente da Copesul, empresa patrocinadora
tão longe para se sentirem tão em casa, exclamou,
do evento, Dr. Luis Fernando Cirne Lima, que
manifestando certeza de que ali se iniciava uma bela
entendia esses momentos como uma oportunidade
e duradoura amizade.
de interação para algumas pessoas da comunidade
Já não me lembro se foi antes ou depois da refeição.
cujos interesses e trajetórias dialogassem com as
Em pé, na sala, com drinques, formou-se uma
do conferencista convidado. A intenção era que as
animada roda de bate-papo com Daniel. Quando
ideias pudessem frutificar em convívio mais íntimo,
então alguém lhe perguntou se havia algo que ele
deitando raízes no entorno comunitário.
desejasse construir sem tê-lo ainda feito. Sim, ele
A confraternização, contudo, tinha sido transferida
respondeu, observando que ainda não aparecera
para a segunda-feira, pois como o casal ficara o dia
a oportunidade para erigir algo na América Latina.
inteiro retido no aeroporto de Guarulhos, isso depois
Participava da conversa Ricardo Sondermann, que
de longa viagem de Nova Iorque para São Paulo,
imediatamente transmitiu-nos saber estar em curso
todos entenderam que eles precisariam repousar na
em Porto Alegre a intenção de construção de uma
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Museu Judaico de Berlim
novo centro cultural voltado à história judaica. Os
ao Rabino Mendel Liberow e a sua esposa Mimi,
olhos de Libeskind brilharam e um sorriso iluminou-
instalando-se pronta sintonia entre todos. Aos
se em sua face...
poucos o conceito evoluiu para um centro cultural de
Nos meses seguintes, as conversas avançaram.
inédita concepção. Nina apelidou o projeto em curso
Ricardo e Sandra introduziram o casal Libeskind
de “Joia Arquitetônica” e passamos a chama-lo de
71
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Imagem: Studio Daniel Libeskind
Imagem interna do projeto de Libeskind para Porto Alegre
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“little pearl”: estávamos todos, enfim, engajados na
Exílio. É um jardim incomum, como se estivesse de
lapidação de uma joia. Daniel, finalmente, batizou
cabeça para baixo. Belas oliveiras, que não podem ser
o projeto conceitual de Centro Cultural Shofar, em
tocadas, crescem no topo de desconcertantes blocos
alusão aos poderosos significados do chifre de
de concreto alinhados geometricamente. Caminhar
carneiro – um dos mais antigos instrumentos de
por entre esses blocos, de igual proporção, causa
sopro de que se tem notícia – tocado na cerimônia
certa desorientação, pois o piso tem inclinações. A
de celebração do Ano Novo judaico.
experiência sugere a imponderabilidade da História,
Escrevo este texto pouco depois de chegar de
cujos desafios, muitas vezes opressores, enfrentam-
uma viagem a Berlim, cidade aonde não retornava
se coletivamente. Mas a mensagem é otimista, pois
há 21 anos. Pude finalmente caminhar pela Unten
se lançarmos os olhos para o alto, veremos o verde
den Linden, avenida que ficara em Berlim Oriental,
das oliveiras projetando-se para o céu, num registro
respirando o frescor das tílias, e passei sob as
claro de esperança.
imponentes colunatas do Portão de Brandemburgo,
Impossível não lembrar aqui da pomba que trouxe
em direção à Grosse Stern. Conheci o refinado
um ramo de oliveira no bico para o patriarca Noé,
palácio rococó de Sansouci, erguido por Frederico
anunciando a terra tão sonhada, depois da longa
o Grande no século XVIII, na vizinha Potsdam –
deriva pelas torrentes sem fim do dilúvio, cujas
antes localizada na Alemanha Oriental, a DDR, que
águas purificaram a matéria física e ampliaram a
ao exigir um complicado visto inviabilizava a visita
consciência dos homens no Divino. Para os judeus,
para estrangeiros como eu. Vi o Reichstag renovado,
o azeite extraído das olivas era medicinal, ajudava a
agora com uma magistral cúpula de vidro. E fui,
cicatrizar. O seu uso indicava o sentimento de alegria,
também, ao prédio que Libeskind concebeu para o
ao passo que a sua falta, tristeza e humilhação. Um
Museu Judaico.
pequeno jardim, no museu, condensa experiências
Eu conhecia a edificação por fotos. Mas visitá-la
tão arrebatadoras.
representou uma experiência sensorial inusitada.
Quando Daniel concebeu o seu prédio, em 1988,
Muito mais do que ser visto, é um prédio para ser
ninguém imaginaria que o muro cairia em novembro
vivido e sentido. Poderíamos encher páginas e
do ano seguinte e a Berlim dividida se reunificaria tão
páginas sobre os detalhes que compõem o conjunto,
rápido. Quando morei em Berlim, naqueles tempos,
sobre as sensações que suscitam, tais como a
ninguém imaginaria que um dia Porto Alegre pudesse
instigante maneira como as aberturas, vislumbradas
sonhar com um prédio de Daniel Libeskind.
de fora, remetem-nos a uma estrela de David estilhaçada. Mas um espaço, em particular, me chamou muito a atenção: o Jardim da Diáspora é acessado por uma porta pesada, ao final do Eixo do 73
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Imagens: Studio Daniel Libeskind
Visão Interna do Projeto
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CULTURA JUDAICA E UNIVERSAL O Shofar nos chama para acordarmos de nossa letargia mental, clama para que possamos despertar e nos envolver com as necessidades de nossa alma. Um chamado para o nosso interior. Para o conhecimento. Com este espírito, o Rabino Mendel Liberow e sua esposa Mimi iniciaram a missão de deixar um legado para nossa cidade. Algo que contemple a comunidade gaúcha e não seja apenas para os porto-alegrenses de LUBAVITCH MAGAZINE
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origem judaica. Algo universal. Para todos. O objetivo deste centro é dividir cultura judaica e universal com todos os gaúchos. Compartilhar, propagar e semear conhecimento. Um ponto importante deste projeto é o fato de não ser apenas voltado para a comunidade judaica, todos poderão ter acesso ao centro.“Queremos que seja um lugar onde qualquer pessoa possa aprender. Teremos espaço
para todos. Sem restrições, os visitantes poderão interagir com todos os serviços do local”, destaca o Rabino Mendel. Na sua essência ele será um centro multicultural, voltado para o conhecimento. Com um projeto arquitetônico único, certamente será um ponto de referência para a capital gaúcha. “O arquiteto, Daniel Libeskind, entendeu perfeitamente nossa ideia. A sua formatação está em sintonia com a figura do Shofar. O Shofar tem a finalidade de chamar a pessoa para o seu interior. Um chamamento de dentro para fora”, explica o Rabino. Uma grande atração para os visitantes do centro será o museu interativo de valores. Embora a formatação ainda esteja em desenvolvimento, o conteúdo será separado em temas e o visitante Jardim no topo do prédio é um dos destaques do projeto idealizado por Libeskind THE SHOFAR | PORTO ALLEGRE, BRASIL poderá selecioná-los com um simples toque na AERIAL VIEW FROM CONCEPT PRESENTATION tela. O usuário poderá ir aprofundando-se nos temas intenção é ter interatividade total”, destaca. O local de acordo com sua vontade. Depois de concluído, o também estará aberto para manifestações artísticas Shofar Center, irá desenvolver diversas temáticas e culturais gerais. Palestras, cursos e exposições, históricas. “Estes assuntos não serão terão espaço no centro. E estas somente abordados superficialmente. manifestações poderão ser de etnias Vamos aprofundar o conhecimento”, variadas. comenta. Ainda não há uma previsão de início O museu terá seu conteúdo para as obras, porém elas só serão permanente, mas também poderá possíveis com a ajuda de toda a abordar temas ligados aos períodos comunidade gaúcha. “Este projeto, é históricos do ano. “Vamos aproveitar para toda Porto Alegre. Precisamos as datas históricas e festivas para do envolvimento de todos que desdobrarmos diversos conteúdos. moram e amam esta cidade. Todos Por exemplo, na época da Pessach, a Páscoa Judaica, faremos uma exposição da matsá, do pão azimo. Montaremos uma pequena fábrica, onde as crianças farão a matsá. A
que puderem ajudar, de todas as formas, serão bem vindos. Acredito que, em breve, poderemos presentear nossa cidade com o Shofar Center”, finaliza o Rabino.
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POR DANIEL LIBESKIND Arquiteto explica alguns conceitos aplicados no projeto Foto: Clleber Passus
Você fez muitos projetos diversificados, de grande e pequena escala, o que levou você a aceitar esta proposta? Daniel Libeskind: Primeiro, eu conheço bem o Chabad. Tenho muito conhecimento das tradições judaicas. Poder trabalhar em um projeto judaico tão profundo, compreendendo o aspecto espiritual do significado do Chabad, é algo único. É uma mensagem
DL: Eu pensei muito sobre isso. Porto Alegre é um
para o mundo e, não apenas para o povo local. É uma
lugar com muita luminosidade, um lugar belíssimo,
mensagem da humanidade para a humanidade. Fui
histórico, que possui muita luz natural e diversidade
atraído pelos valores da comunidade judaica, contadas
cultural.
de uma forma contemporânea, de uma forma eterna.
padrões da cidade, que possuísse um contexto
E acima de tudo é sobre vocês – porque eu conheci
histórico de sua arquitetura. Também pensei em
vocês! É sempre sobre as pessoas.
algo que desse movimento para a cidade, algo que
Pensei um projeto que atendesse aos
a impulsionasse para o futuro. Será uma construção Você acredita na ideia que a arquitetura se comunica com a cidade, ela sendo algo receptivo às pessoas. Apesar de ter visitado Porto Alegre uma única vez, por poucos dias, como você imagina esta construção inserida
luminosa, um lugar muito agradável e convidativo.
na capital gaúcha?
Funciona tanto como jardim, quanto como uma forma
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Tive a ideia de fazer o *pardess abraçando o prédio, algo que dará movimento ao projeto. Ele será coberto por vidro aproveitando a luz natural ao seu máximo.
diciplinada de entender os textos que são muito mais
possa se beneficiar como indivíduo por ser baseado
que sua tradução literal, pois têm muitas e muitas
na escala humana, baseado em luz. Não apenas uma
camadas de entendimento. Isto também se aplica a
luz externa mas a luz interna que é parte do prédio.
Porto Alegre porque é uma cidade na história.
Pensei em uma criança ou uma família ou alguem que possa estar distante disso que vai entrar em um lugar
* Pardess: Jardim ou pomar em hebraico. No projeto
cheio de vida e um lugar que não é possível exaurir.
este jardim terá a forma das quatro letras hebraicas
Tem muitas e muitas dimensões, é um espaço que
que formam a palavra pardess, abraçando o prédio.
é profundo em todos os sentidos da palavra. Penso
Esta palavra possui acróstico de quatro letras em
em acender a chama da imaginação que, na verdade,
hebraico. No projeto cada letra indicará um nível de
sustenta o espírito das pessoas. Isso será parte deste
estudo, cada dimensão mais profunda, dando o sentido
palco interativo para aprender, para lembrar, para ler,
de conhecimento aprimorado a cada nível estudado.
para desfrutar, para encontrar outras pessoas, para abrir portas novas, para recuperar conhecimento
Como você considera este projeto entre tudo
perdido, para convidar novos horizontes na tua vida.
que você já fez, tem algo especial nele?
Acho que será um lugar que não é apenas intelectual mas também emocional.
DL: Muito especial! Acho que eu nunca fiz um projeto como este. Eu diria que no núcleo do projeto tem
Fruto de sabedoria milenar em busca de significado na
uma luz própria, nunca vista em nenhuma outra
vida, este espaço extenderá os conceitos e vivências
construção. É um prédio muito específico, mas ao
do Judaísmo para a sociedade mais ampla. O projeto
mesmo tempo universal. Este não é um prédio que
abrange um museu interativo de valores que tem
eu já havia feito. Não é um museu, não é apenas
por objetivo oferecer ao visitante uma experiência
sobre história, sobre memória, é sobre “abraçar” a
que o fará pensar e rever a sua pessoa, o seu meio
alegria que esta construção trará para todos. Acho
e o mundo todo com uma apreciação mais otimista.
que também representa a mensagem do Chabad para
A tecnologia de ponta será um instrumento principal
a humanidade, a mensagem da sua verdade.
em despertar ideias e energia, engajando-as em um processo de transformar este mundo em um lugar
Sobre o Museu Interativo de Valores:
melhor. Valores como a compreensão e a compaixão, alegria e humor, justiça social e democracia, família
É na verdade sobre o engager da alma humana,
e educação, esperança, fé, criatividade e honestidade
não apenas o corpo, não apenas a pessoa envolvida
serão exploradas nesta ala do Centro. Ateliers,
nas atividades, mas é a imersão completa em algo
biblioteca, áreas de pesquisa e jardins oferecerão
positivo, algo interessante. Vivenciar algo do qual ela
ambientes de descoberta e reflexão. 77
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ESPIRITUALIDADE
A PRINCESA E O CAMPONÊS POR TZIPORAH TZUKERNIK Conta-se uma parábola sobre uma princesa que
No dia seguinte ele trouxe batatas para ela, e ela não
desposou um camponês. Seu pai, o rei, tinha
estava feliz. Ele trouxe os melhores tomates do campo,
entrevistado diversos pretendentes, mas nenhum foi
e ela não estava feliz. Ela voltou ao pai e disse: “Olhe,
aprovado. Finalmente ele disse: “O primeiro homem
como posso explicar a ele que fui criada num palácio?
que entrar por aquela porta será seu marido.” Ela
Ele não pode me dar o que preciso, porque nem
concordou. O próximo a entrar foi o jardineiro das
imagina que isso exista.” Esta é uma parábola da alma
propriedades do rei, e eles tiveram de se casar.
que se casou com o corpo. O corpo é o camponês,
Ele estava muito feliz, mas ela estava desolada. Mas
oferecendo-nos Bolsa de Valores, condomínios,
esta era a situação. Eles se casaram, e ele preparou
sucesso e poder, e todos os outros tipos de batatas e
a casa, colocou palhas no chão para dormirem, e ela
tomates. A alma vai até D’us e diz: este camponês não
estava infeliz.
está me dando o que preciso.
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transcende completamente. Chegar àquele ponto abalou meu intelecto. Até então, eu sabia que poderia haver uma pessoa que era como eu, porém mais inteligente, ou como eu, porém mais sensível. Mas quando fui exposto aos ensinamentos do Rebe, foi a primeira vez que encontrei alguém num nível completamente diferente. Lembro-me de sentar em aulas nas quais os discursos do Rebe eram ensinados, e sair dali não conseguindo dirigir meu carro de volta para casa. O Rebe abalou meus axiomas sobre o mundo. Ninguém mais fez isso. Foto: Filipe Samora
Era uma mudança em toda a consciência da pessoa; mudar o modo de agir de alguém era apenas o começo. Embora eu não soubesse o que estava se passando no meu interior, de alguma forma percebi que esta árvore pode ser plantada em meu próprio solo, que isso dará certo com meu próprio funcionamento Muitos vivem pensando que são o camponês. É por
interior. Aquilo estava num nível intuitivo. Em mais
isso que, não importa o quanto se possua, nunca é o
de um nível intelectual, o importante era ter acesso
suficiente. Porque estão se alimentando com as coisas
aos ensinamentos do Rebe, e ver que estas perguntas
erradas. Pode ser tudo aquilo com que o camponês
começavam aonde todas as minhas respostas tinham
jamais sonhou, mas ainda não é o bastante, porque a
acabado.
princesa foi criada com coisas mais refinadas.
Creio que no decorrer de nossa vida sempre há essas
Os ensinamentos dos mestres da Chassidut nos
questões essenciais, que nem sequer percebemos
permitem acessar a consciência da princesa. Eles
que estamos perguntando. São questões raízes, mas
abrem nossos olhos para o fato de que muitas vezes
estamos conscientes apenas dos ramos. Fazemos
passamos pela vida pensando que somos alguma
uma pergunta e as palavras que saem são os ramos.
coisa que não somos, e portanto buscamos coisas que
Se nós não soubéssemos que há uma raiz, seríamos
não nos proporcionarão satisfação.
levados a pensar que podemos nos dirigir ao ramo.
Tenho estado muito envolvido no pensamento
E jamais seremos felizes, porque sempre haverá
acadêmico e quando ouvi pela primeira vez os
outro ramo brotando para fora da raiz. Precisamos
ensinamentos do Lubavitcher Rebe, percebi pela
de mentores espirituais para nos fazer conscientes de
primeira vez que poderia haver alguém que me
quais são nossas perguntas raízes… 79
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ESPIRITUALIDADE
COMO MUDAR O PASSADO
POR YANKI TAUBER BASEADO NOS ENSINAMENTOS DO REBE
“Eu não devia…” ou “Se pelo menos eu soubesse…”
Alguns nos aconselham a deixar o passado onde está,
Seja algo obviamente errado, seja uma decisão infeliz
e seguir em frente com a vida. Somos seres físicos,
ou uma oportunidade perdida, nós seres humanos
e as leis da Física (pelo menos até o momento) ditam
tendemos a nos concentrar no passado, muitas vezes
que o tempo corre apenas em uma direção. Então,
em detrimento de nossos esforços presentes e futuros
por que não deixar simplesmente o passado para
potenciais.
trás, especialmente porque o passado está atrás de
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Sim, somos seres físicos; porém existe algo em nós que transcende o físico. O homem é um amálgama de matéria e espírito, um casamento de corpo e alma. É nosso ser espiritual que persiste na crença de que o passado pode ser resgatado. É nossa conexão com a essência espiritual de nossa vida que nos concede a capacidade para teshuvá – a capacidade de “retornar” e transformar retroativamente o significado das ações e experiências passadas. Qual é esta “essência espiritual” com a qual buscamos uma conexão? E como isso nos permite literalmente Foto: dcubillas
mudar o passado? Não apenas o homem, mas todo objeto, força ou fenômeno tem tanto um “corpo” quanto uma “alma”. A alma de um objeto é seu significado mais profundo – as verdades que expressa, a função que desempenha, o propósito ao qual serve. Como exemplo, consideremos as duas ações seguintes: numa viela escura, um bandido armado com faca ataca um membro de uma gangue rival; a uma centena de metros de distância, um cirurgião se inclina sobre um paciente sedado que está na mesa de nós, quer o deixemos ou não para trás?
operações. O “corpo” dessas duas ações é bastante similar: um ser humano usando um objeto afiado de
Este é um conselho que não seguimos. Continuamos a
metal que abre a barriga de outro ser humano. Porém
nos sentir responsáveis pelo que ocorreu, continuamos
um exame da “alma” desses dois eventos – os desejos
a tentar reescrever nossa história, continuamos a
que os motivam, os sentimentos que os inundam, os
considerar nosso passado como algo que ainda, de
objetivos que procuram atingir – revelam que são
alguma forma “faz parte de nós”. Alguma coisa em
ações bem diferentes.
nossa natureza se recusa a abrir mão, se recusa a reconciliar-se com o fluxo unidirecional do tempo. 81
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ESPIRITUALIDADE
Em outras palavras, o homem é uma criatura
com seu emprego, que seu verdadeiro chamado está
espiritual no sentido em que confere significado aos
em outra parte. Você resolve começar de novo, num
seus atos e experiências. As coisas não simplesmente
esforço menos rentável porém mais realizador. Você
acontecem – elas acontecem por uma razão, têm um
voltou no tempo para transformar aquela hora de
significado, procuram um certo objetivo. O mesmo
cochilo num chamado para acordar.
evento portanto pode significar coisas diferentes para
Ou você teve uma discussão, perdeu a calma, e
pessoas diferentes; como prova disso, dois eventos
disse aquelas palavras imperdoeaveis. Na manhã
muito diversos podem servir ao mesmo propósito
seguinte faz as pazes, concordando em ‘esquecer
e provocar sensações idênticas,
o acontecido.” Porém você não
imbuindo-as com almas análogas
esquece. Está horrorizado pelo grau
apesar da dessemelhança em seus
da sua insensibilidade; você sofre pelas
corpos. O corpo de nossas vidas está totalmente sujeito à tirania do tempo – os “fatos difíceis” não podem ser desfeitos. Um vôo perdido não pode ser retomado; uma palavra dura a um ente querido não pode ser desfalada. Porém a alma desses eventos pode ser mudada. Aqui podemos
AS COISAS NÃO SIMPLESMENTE ACONTECEM – ELAS ACONTECEM POR UMA RAZÃO, TÊM UM SIGNIFICADO, PROCURAM UM CERTO OBJETIVO.
distância que as palavras colocaram entre vocês dois. Seu horror e agonia fazem você perceber como são sensíveis um ao outro, o quanto você deseja a proximidade com a pessoa que ama. Você voltou no tempo para transformar uma fonte de distiancia e desarmonia num catalisador para maior intimidade e amor.
literalmente viajar de volta no
Na superficie material de suas vidas,
tempo para redefinir a importância
a lei do tempo é absoluta. Porém
daquilo que aconteceu.
no interior, espiritual, o passado nada mais é que uma outra visão da vida, aberto
Você dormiu demais, perdeu aquele vôo, e não
a explorações e desenvolvimento com o poder
apareceu para a reunião importante. O significado inicial
transformador da teshuvá.
daquele evento; seu chefe está furioso, sua carreira sofre um sério revees, sua auto-estima despenca. Porém você se recusa a “deixar o passado para trás”. Você fica remoendo o que aconteceu. Pergunta a si mesmo: O que isso significa? O que isso me diz sobre mim mesmo? Percebe que não se importa realmente LUBAVITCH MAGAZINE
82
Tenha fé e caminhe para frente A Imobiliária Schotkis parabeniza a
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CICLO DA VIDA
DANDO NOME AO BEBÊ POR ARON MOSS
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PERGUNTA:
chamado pelo seu nome hebraico desperta a alma para ser mais manifesta em sua vida diária.
Minha mulher entrou no sétimo mês de gravidez, e começamos a discutir nomes para nosso bebê. Ela
Examine os nomes dos grandes personagens da
deseja algo tradicional, mas eu quero que meu filho seja
História Judaica, ou nomes de avós falecidos. Se algum
um indivíduo e estou pensando em algo mais exótico. O
desses nomes “saltar” para você, isso pode indicar que
que diz o Judaísmo sobre dar nome a um filho?
a criança tem uma centelha da alma daquela pessoa, e vai imitar os traços positivos daquela pessoa. A alma
RESPOSTA:
tende a continuar na mesma família, e uma criança que recebe o nome de um ente querido que se foi continuará a carregar aquela chama.
Escolher um nome não é tarefa fácil. O nome da pessoa não é uma mera etiqueta, pois expressa a essência do portador. As letras que formam seu nome, seu som e
A originalidade não deveria ser um fator decidivo na
seu significado são descrições de sua alma. Somente um
escolha de um nome. Tentar ser diferente de todo
profeta tem a visão e a perspicácia para saber que nome
mundo significa basear sua escolha em todo mundo.
combina com a alma de seu filho. Você é este profeta.
Isso não pode ser chamado de individualidade. Porém
A Cabalá ensina que os pais recebem uma profecia
dar ao seu filho um nome hebraico com o qual tanto
temporária para escolher o nome certo para o filho,
você quanto sua mulher concordam, significa dar um
Este lampejo de perspicácia pode chegar a qualquer
nome que é verdadeito para a alma única de seu filho.
hora, mas quando vem, você sabe que escolheu o nome certo. Um determinado nome começa a
Lembre-se você não está apenas dando nome a um
aparecer na sua cabeça e gradualmente o influencia.
bebê. Está também dando nome a um adolescente,
É uma inspiração Divina, levando-o a dar o nome que
um adulto e um cidadão idoso. Os nomes da moda de
realmente pertence ao seu filho.
hoje estarão ultrapassados quando seu bebê estiver ganhando os dentinhos. Os nomes hebraicos têm
Para uma alma judia, o nome da alma está em
permanecido em voga por 4 mil anos. Use sua chance
hebraico. O hebraico é o idioma original, sagrado, o
de ser profeta por um dia, e escolha um nome que
idioma que D’us usou para criar o mundo. Os nomes
descreva a alma de seu filho.
hebraicos têm significados elevados, têm múltiplas camadas, há tantas pessoas com o mesmo nome mas mesmo assim cada qual é única, dependendo de qual camada de significado sua alma expressa. Ser
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CICLO DA VIDA
BRIT MILÁ
Atualmente, no entanto, muitos judeus têm deixado de realizar a mistvá de Brit Milá em seus bebês, um dos mais antigos preceitos ordenados por D’us na Torá. Alegam as mais diversas razões para isto, indo desde
TRAUMA OU ALEGRIA?
trauma psicológico, diminuição da tolerância à dor até a diminuição do desejo sexual.
(In)Decisão
Sem base científica, ou fatos que apontem para
Nenhum outro costume, hábito ou ritual tem atravessado
tantas
eras
e
vencido
qualquer uma destas conclusões, o resultado tem sido
tantas
desastroso. Estes mitos e medos transformam-se em
perseguições. A circuncisão seja na paz ou na guerra,
desafios onde a única lógica na decisão a tomar é a
tem sobrevivido, de Avraham Avinu até os dias de
proteção natural que pais desejam garantir ao futuro e
hoje.
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ao bem estar de seus filhos.
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“Porque eu deveria fazer o brit milá em meu filho? É
envolvendo o sangramento deve-se aos agentes
cruel. Não posso fazer algo tão bárbaro que o marcaria
coaguladores mais importantes, a protombina e a
psicologicamente para o resto da vida!”
vitamina K, quando não atingem os níveis máximos no sangue até o oitavo dia de vida. Os níveis de protombina são normais ao nascer, caem a níveis
“Por que o faria sem dar-lhe o direito de escolha?”
muito baixos nos dias seguintes, e voltam ao normal
“Este procedimento é arcaico, fora de moda e
no fim da primeira semana. Um estudo demonstrou
arriscado.”
que por volta do oitavo dia, os níveis de protombina
“Não sou religioso e nem acredito nisto. Estaria sendo
atingem 110% do normal. Nas palavras do Dr. J. Quick,
hipócrita!”
autor de diversas obras sobre controle de hemorragia, “Não parece acidental que o ritual da circuncisão
Mas porque, antes de tomar qualquer iniciativa ou
fosse adiado até o oitavo dia pela Lei Judaica.” Além
decisão, não escutam o outro lado da questão? Afinal,
disso, a circuncisão é conhecida por oferecer proteção
deve haver prós, senão, nenhum judeu, e felizmente
praticamente completa contra o câncer peniano.
ainda há muitos, arriscariam a vida emocional de seus Segundo um recente artigo no New England Journal
filhos submetendo-os ao Brit Milá.
of Medicine, nenhum dos mais de 1.600 homens com este tipo de câncer no estudo tinham sido circuncidados
Então, que tal dar uma chance?
na infância. Nas palavras dos pesquisadores Cochen Do ponto de vista médico
e McCurdy, a incidência de câncer peniano nos
Um estudo no New England Journal of Medicine (1990)
Estados Unidos é “praticamente zero” entre homens
registrou uma taxa de complicação por volta de 0,19%
circuncidados.
quando a circuncisão é realizada por um médico. Quando é feita por um mohel, a taxa cai para 0,13%,
Diversos estudos relataram que meninos circuncidados
aproximadamente 1 em 1.000. Quando ocorre uma
tinham de 10 a 39 vezes menos probabilidade de
complicação, geralmente trata-se de sangramento
desenvolver infecções do trato urinário durante a
excessivo, que é facilmente contornável. Nenhum
infância que meninos não circuncidados. Além disso,
outro procedimento cirúrgico chega a tais índices de
a circuncisão protege contra bactérias, fungos e
operações livres de complicações. Um estudo mostrou
infecções parasitárias, além de uma série de outros
que em torno do oitavo dia, os níveis de protombina
problemas relacionados com a higiene. A taxa
atingem 110 por cento do normal.
extremamente baixa de câncer cervical em mulheres judias (de 9 a 22 vezes menor que entre mulheres não-judias) é atribuída à prática da circuncisão.
Uma razão pela qual há tão poucas complicações 87
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CICLO DA VIDA
Como resultado de estudos como esses, diversas
fala sobre aproximarmo-nos de D’us, nos conclama
organizações médicas de prestígio reconheceram os
a “remover a Orlah, (o invólucro) de seu coração”
benefícios da circuncisão, e a Associação Médica da
(Devarim 10:16).
Califórnia tem endossado a circuncisão como uma “efetiva medida de saúde pública.”
Quando Avraham fez sua própria circuncisão aos 99 anos, D’us adicionou a letra “heh” ao seu nome. “Heh”
No entanto, não é por nenhuma destas razões que
é parte do próprio nome de D’us, significando que
realizamos a mitsvá de Brit Milá.
por meio do Brit Milá, o ser humano acrescenta uma dimensão de espiritualidade ao corpo físico.
Uma conexão espiritual A circuncisão tem sido praticada
Médico ou mohel?
em judeus do sexo masculino
A escolha não é tão difícil se
há quase 4.000 anos, desde que Avraham assim foi ordenado por D’us. A verdade é que não há argumento “lógico” para cortar um pedaço de carne de um bebê indefeso. Em lugar algum a pessoa tem
OS MÉTODOS SÃO DIFERENTES, AS CIRCUNSTÂNCIAS SÃO DIFERENTES, E OS RESULTADOS SÃO DIFERENTES.
você conhecer os argumentos. Os métodos são diferentes, as circunstâncias são diferentes, e os resultados são diferentes. A circuncisão feita no hospital, longe da mãe da criança, é realizada com tenazes dolorosas e
mais potencial para expressar
pode demorar até 15 minutos. Em
comportamento “bárbaro” que
contraste, o trabalho de um mohel
no desejo sexual. É por isso que
é completado em segundos.
o Brit é feito neste órgão específico. Se trouxermos santidade em nossa vida ali, tornaremos fácil a tarefa
No hospital, é uma prática cirúrgica: luzes, ambiente
de trazer santidade em todas as outras partes de nosso
frio, uma equipe de estranhos “homens de branco”
ser. O judaísmo nos direciona a sermos os verdadeiros
debruçados, mãos e pezinhos do bebê amarrados
donos de nossos impulsos e emoções e a controlar
numa mesa impessoal cirúrgica, ao passo que num Brit
nossos desejos mais primitivos direcionando-os a
ele repousa no colo tranquilo de um vovô carinhoso,
buscas espirituais.
em um ambiente aquecido e familiar.
Em termos cabalísticos, o prepúcio simboliza uma
Estas e outras diferenças foram registradas em
barreira que impede o crescimento. Quando a Torá
1997 pela Associated Press, que relatou serem as
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88
“circuncisões judaicas mais suaves” que aquelas realizadas em ambientes seculares, e que os
Alguém poderia argumentar: “Mas a circuncisão é
“mohels, hábeis praticantes do antigo ritual judaico da
diferente, porque possui caráter permanente.”
circuncisão, parecem infligir menos dor nos recém-
Certo, mas as impressões feitas na mente e no coração
nascidos que a maioria dos médicos.”
de uma criança também são permanentes. Tudo na verdade que os pais fazem afeta profundamente os
Cicatrizes psicológicas, anestesia, barbarismo e
filhos. Se para os pais o Judaísmo ocupa um significativo
crueldade - tudo isso fala da circuncisão ao estilo do
espaço em suas vidas, então a responsabilidade de
hospital. Nas palavras de um mohel da Califórnia, “Se
introduzi-lo e torná-lo desde cedo familiar a seus filhos
eu tivesse de fazer um brit usando a técnica hospitalar,
passa a ser fundamental. O Brit é apenas o primeiro
não desejaria ser um mohel.”
passo na direção destes valores. Do contrário, jamais
Uma livre escolha? “E quanto à livre escolha de nossos filhos, podemos nos impor sobre este direito?” Como pais, é nossa obrigação nos impor a nossos filhos. E na
“E QUANTO À LIVRE ESCOLHA DE NOSSOS FILHOS, PODEMOS NOS IMPOR SOBRE ESTE DIREITO?”
poderão
reivindicar
uma
posição judaica no futuro. Fomos o povo instruído a utilizar nosso corpo e toda a matéria existente a fim de elevá-los a níveis espirituais.
verdade, é isso que fazemos.
Não sabemos até aonde estes
Escolhemos seu quarto (antes
níveis são capazes de nos
mesmo de nascerem!) suas
conduzir, mas com certeza,
roupas, babás e escolas. Os vacinamos pontualmente
ao conduzir nosso filho em nossos braços e entregá-
para que não estejam expostos a riscos e contraiam
lo por segundos nas mãos hábeis de um mohel pode
doenças. O que estamos fazendo? Impomos nossos
ser justamente este o único gesto que garantirá nossa
padrões de comportamento! Como pais responsáveis
identidade mais íntima como judeus e nossa mais
nos sentimos no dever de incutir em nossos filhos
profunda e eterna relação com D’us.
valores, na esperança de que quando eles crescerem, também os adotarem. Não deveríamos fazer o mesmo com a identidade e valores judaicos? Se o brit é o símbolo do Judaísmo da pessoa, por que não podemos “impô-lo,” com tudo aquilo que representa, ao nosso filho recém-nascido? 89
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B A R E B AT M I T Z VÁ
BAR E BAT MITVÁ Foto: ryanrodrickbeiler
E N T R A N D O N A I D A D E A D U LTA
Bar-mitsvá A expressão “Bar-Mitsvá” se origina parcialmente
terceiro aniversário de um menino, a alma Divina é
do aramaico, a língua do Talmud. “Bar” significa
revelada com maior intensidade, e exerce uma maior
literalmente
significa
influência. Neste momento os jovens tornam-se aptos
“mandamento”. Assim, um “bar-Mitsvá” é um “filho
a responder pelo cumprimento das mitsvot. Esta é a
do mandamento”. A ocasião mais importante na vida
razão de se fazer uma comemoração especial neste
de um judeu chega quando ele atinge a idade para
dia. Uma Seudat Mitsvá (refeição completa com pão
entrar na aliança com D’us e no compromisso de
e carne) é preparada por ocasião do Bar-Mitsvá.
manter, estudar e praticar todos os mandamentos da
Durante a refeição, o rapaz pronuncia um Devar Torá
Torá, aos treze anos de idade.
(um breve, mas profundo comentário sobre algum
O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo
aspecto da Torá).
“filho
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de”,
e
“mitsvá”
90
Costumes
suas amigas e familiares onde algumas palavras de Torá deverão ser proferidas, seguida de uma seudat
• A partir desta data o jovem deve colocar Tefilin
mitsvá, refeição festiva. Ao contrário da cerimônia
diariamente (exceto em Shabat, Yom Tov e Chol
de Bar-Mitsvá do menino, que implica na colocação
Hamoêd) e cumprir todas as leis judaicas.
dos tefilin e sua chamada pela primeira vez à Torá,
• Jovem deve ser chamado à Torá para recitar as
esta data não requer nenhum ato religioso específico,
devidas bênçãos, na primeira oportunidade.
já que o Bat-Mitsvá ocorre um ano antes do menino,
• Após a cerimônia faz-se uma refeição, denominada
pois D’us abençoou as mulheres com um grau maior
Seudat Mitsvá, que deve conter pão e carne.
de compreensão e ligação com o Criador.
• Nesta refeição, o jovem faz um discurso baseado na Torá.
Costumes
• Na conclusão da refeição, recita-se Bircat Hamazon, a Bênção de Graças.
• As meninas, ao completarem doze anos, chegam
• É costume no dia do Bar-Mitsvá o jovem e seus pais
à idade da maturidade, e têm a responsabilidade de
fazerem maior doação do que o habitual para caridade,
assumir o cumprimento das mitsvot.
para que este ato lhes traga uma bênção especial.
• É uma mitsvá fazer uma refeição festiva no dia do Bat-Mitsvá, de forma discreta, conforme nossos sábios
Bat-mitsvá
explicam que a discrição é uma das maiores virtudes da mulher.
“Bat” significa literalmente “filha de”, e “mitsvá”
• É costume no dia do Bat-Mitsvá a jovem e seus pais
significa “mandamento”. Assim, uma “Bat-Mitsvá”
aumentarem a doação que habitualmente reservam
representa uma “filha do mandamento”. Uma das
para caridade, ato que lhes traz uma bênção especial.
ocasiões mais importante na vida de uma menina judia chega quando ela atinge a idade para entrar na aliança com D’us e no compromisso de manter, estudar e praticar todos os mandamentos da Torá, aos doze anos de idade. O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo segundo aniversário de uma menina, a alma Divina é revelada com maior intensidade, e exerce uma maior influência. Neste momento as jovens tornam-se aptas a responder pelo cumprimento das mitsvot. No caso da menina é positivo, não uma obrigação, reunir 91
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Foto: Lein De León Yong
CICLO DA VIDA
POR QUE QUEBRAR UM COPO NUM CASAMENTO JUDAICO? POR ARON MOSS
Pergunta:
Resposta:
Compreendo que o motivo para eu quebrar um copo ao final da cerimônia de casamento é para comemorar a destruição do Templo em Jerusalém há cerca de 2.000 anos. Este de fato foi um evento relevante na história judaica, mas não parece ter qualquer relevância para mim. O que um edifício destruído tem a ver com meu casamento?
A destruição do Templo Sagrado tem extrema relevância pessoal. Aconteceu a você. É verdade que quebrar o copo basicamente comemora a queda de Jerusalém; no entanto, é também um lembrete de outro estraçalhamento cataclísmico – o do seu próprio templo, sua alma.
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Amtes de nascer, você e sua alma gêmea eram uma, uma única alma.
Porque agora, em retrospecto, até a separação das almas é motivo para ficar alegre, pois deu à sua conexão a possibilidade de real profundidade e significado.
Então, quando se aproximou a hora de você entrar neste mundo, D’us quebrou aquela única alma em duas partes, uma feminina e uma masculina. Essas duas metades de alma então nasceram para o mundo com a missão de tentar encontrar a outra parte e se reunirem.
Vemos uma história paralela na destruição do Templo em Jerusalém. O Templo não era meramente um edifício; era o local de encontro de céu e terra, o ideal e o real, D’us e a criação. Quando o Templo foi perdido, também o foi o relacionamento entre D’us e o mundo. Nossas almas foram arrancadas de nossa Alma Gêmea.
Na época, a separação parecia trágica e incompreensível. Por que criar fragmentação onde antes havia plenitude? Por que quebrar algo apenas para que pudesse ser consertado? E se vocês deveriam ficar juntos, por que D’us não deixou os dois juntos?
O único antídoto para a fragmentação é a unidade. E a unidade mais profunda é sentida num casamento. Todo casamento é uma cura, um conserto de uma alma fragmentada, uma reconstrução de Jerusalém em miniatura. Nossos Sábios nos ensinam: “Quem celebra com os noivos, é como se reconstruísse uma das ruínas de Jerusalém.” Quando almas gêmeas se reúnem num casamento sagrado, uma energia de amor e unidade é gerada, elevando o mundo e aproximando-o do conserto de seu relacionamento rompido com D’us. Portanto veja, sua história pessoal e a história da destruição de Jerusalém estão intimamente ligadas. A destruição que aconteceu a Jerusalém aconteceu à sua alma; e a alegria que você está sentindo agora será um dia sentida também em Jerusalém. Um dia, em breve, quando o Templo for reconstruído, nossas almas se reunirão com D’us, nossa Alma Gêmea, num verdadeiro relacionamento que construímos juntos. Não prantearemos mais a destruição, mas olhando para trás finalmente entenderemos seu propósito, e iremos celebrar.
É sob a chupá, a canópia nupcial, que essas perguntas podem ser respondidas. Com o casamento, duas metades estão se unindo, para jamais se separarem outra vez. Não apenas isso, mas você pode olhar para trás, para a dolorosa experiência de ser separado e realmente celebrá-la. Pois agora está claro que a separação trouxe vocês mais perto do que teria sido. Ironicamente, foi somente por se separarem e levarem vidas longe uma da outra que vocês puderam se desenvolver como indivíduos, amadurecer e crescer. Sua união é algo que vocês tiveram de conseguir e escolher, e portanto é profundamente valorizada. Com a alegre reunião no casamento, fica claro que sua alma somente foi partida para reunir-se e tornarse uma num nível mais elevado e mais profundo. E portanto você quebra o copo sob a chupá e imediatamente expressa o desejo de Mazal Tov! 93
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CICLO DA VIDA
O QUE SIGNIFICA
MAZAL TOV? POR ARON MOSS
Pergunta: Sempre pensei que Mazal Tov significasse “parabéns”. Ouvi recentemente que na verdade significa “boa sorte”. Mas eu achei que os judeus não acreditassem em sorte…
Resposta:
Foto: devon
Sua confusão é compreensível. O Talmud – a antiga enciclopédia da sabedoria judaica – parece contradizerse sobre isso. Em um local declara: “No seu aniversário, sua mazal é forte.” Em outro local o Talmud diz: “O povo judeu não está sujeito a mazal”! A palavra mazal significa literalmente “uma gota do alto”. Pode ter diferentes conotações dependendo do contexto, mas todas estão conectadas a essa definição básica – algo caindo de cima. Os signos do Zodíaco são chamados mazalot. A tradição judaica vê as constelações no alto como dirigindo o destino dos indivíduos e das nações aqui em baixo. Portanto mazal é a influência pingando dos astros para baixo. (No decorrer dos anos, boa ou má mazal passou
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a significar sorte, mais que destino.) Quando o Talmud diz que não estamos sujeitos a ela, isso quer dizer que não estamos limitados ao nosso destino, mas sim que nossas próprias ações determinam nosso destino. Há um outro significado da palavra mazal que é mais relevante à expressão Mazal Tov. Mazal é o termo usado no misticismo judaico para descrever a raiz da alma. Os místicos afirmam que somente um raio da nossa alma habita realmente o nosso corpo. A parte principal da alma, nossa mazal, permanece acima, reluzindo sobre nós a distância. Você já teve uma sensação de intuição espontânea, onde sem mais nem menos você de repente sentese em paz consigo mesmo e com o universo? Ou um súbito lampejo de inspiração que faz você enxergar a vida sob uma nova luz?
Ocasionalmente podemos receber um fluxo extra de energia da nossa alma acima. Pode acontecer a qualquer tempo, mas é mais comum numa hora de celebração – um nascimento, aniversário, brit, bar/bat mitsvá ou casamento. É especialmente nestas horas de alegria que somos capazes de ver além do mundano e do corriqueiro, e sentir as verdades mais profundas da vida. Quando dizemos Mazal Tov a alguém, estamos lhe dando uma bênção. Que essa gota de inspiração de sua alma acima não se dissipe, mas sim tenha um efeito positivo e duradouro, que a partir desse evento você possa levar a vida com consciência mais elevada. Você deveria estar consciente das bênçãos em sua vida e estar pronto para receber mais e mais. Em outras palavras: Bom Mazal!
Marcos
e Clara Maltz Moyses, Sirlene Abensur e Família Benamy, Marisa Turkienicz e Família Marcelo, Céres Bin e Família
ov ao
Mazal T
Liberow
abino
R
Mendel
e Família pelos 30 anos do Beit Lubavitch em Porto Alegre 95
LUBAVITCH MAGAZINE
Foto: Stephen Orsillo
CICLO DA VIDA
CONFORTANDO OS QUE SOFREM POR ARON MOSS “Eu não sabia o que dizer”, escreveu minha amiga,
poucos dias sem um e-mail ou telefonema entre nós
“portanto não disse nada.”
– ela sempre transbordante de calor, bom humor e amizade. E então – puff! – ela sumiu, oculta sob um véu
No dia anterior, eu tinha escrito para perguntar: Eu
de silêncio. Justo na ocasião em que eu mais precisava
estava ficando paranóica ou ela estava se afastando
do seu apoio e proximidade, ela sumiu.
de mim? Eu acabara de passar pelo período que talvez fosse o mais doloroso da minha vida (até então), e
“Eu sabia como você deveria estar sofrendo”, escreveu
minha amiga – uma amiga leal, carinhosa, dedicada –
ela pedindo sinceras desculpas – “mas eu não sabia o
simplesmente tinha desaparecido.
que fazer.”
Durante anos, não tínhamos passado mais que uns LUBAVITCH MAGAZINE
96
Não entendi.
No caso de luto, vamos à casa onde a pessoa está sentando shivá. Ninguém gosta de fazer “visitas de
Minha amiga é uma pessoa bondosa e tem
shivá”, mas reconhecemos a obrigação de aliviar os
consideração. Pois não é quando alguém está sofrendo
enlutados da indizível solidão que acompanha a perda
que é mais importante demonstrar amizade? Porém, é
que sofreram. Com o simples ato de fazer contato com
uma reação bastante humana fazer o contrário; afastar-
alguém que sofre, você alivia o fardo. Combate a solidão
se. Não porque você não se importa, mas porque você
daquela pessoa simplesmente pelo fato de estar ali.
simplesmente não sabe o que fazer. Dependendo das circunstâncias, você talvez queira Ceder ao medo do “o que dizer” ou “o que fazer” com
levar seu amigo para jantar, assistir a um filme, ou
certeza é mais confortável a curto prazo, mas, diz o
encontrá-lo para tomar um café. Mas nem precisa
Judaísmo, é abdicar da obrigação humana de consolar
tanto. Telefone. Deixe uma mensagem dizendo: “Estou
quem está sofrendo. Até o próprio D’us consolou
pensando em você.” Ou então envie um cartão ou
Yitschac pela morte do pai. Fácil para Ele, certo? Afinal,
e-mail, dizendo: “Saiba que estou pensando em você e
D’us sabe o que dizer!
espero que esteja se sentindo melhor.”
Mas a tradição judaica dá orientações sobre como
Deixe-o Falar
confortar aqueles que sofreram uma perda. Não apenas os enlutados que perderam um ente querido,
Obviamente, quando você planeja uma visita, entra em
mas também o fim de um relacionamento, a perda de
pânico: “O que vou falar?”
um emprego, ou qualquer uma das muitas flechadas e pedradas que fazem da vida uma experiência tão
Há um bom motivo para isso: a maioria de nós tende
interessante…
a dizer algo idiota. A tradição judaica instrui: Não fale com enlutados até que eles falem primeiro com você.
Faça uma visita
Deixe-os falar se quiserem, ou apenas os conforte com sua presença. Deixe-os estabelecer o tom e o ritmo da
Em primeiro lugar, faça contato.
conversa. Resista à vontade de preencher o silêncio
Resista à vontade de evitar a cena dolorosa que é ver
com palavras.
alguém sofrendo. O senso de isolamento e solidão que acompanha qualquer perda séria pode ser esmagador.
Aplique a mesma regra a outros cenários desagradáveis.
Você é necessário.
Afinal, o que você diz a alguém que acaba de perder o emprego? Ou que está passando por um divórcio? Ou lutando contra uma doença? 97
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A maioria de nós não é composta de rabinos ou
que eu fizesse?” Talvez seja sair para pagar uma conta,
psicólogos que podem oferecer as palavras certas aos
ajudar com alguns arranjos, ou dar uma mão nas tarefas
amigos que sofrem. Mas pode-se oferecer um ouvido,
domésticas.
um ombro, ou dar um abraço. E isso geralmente basta. Respeite os estágios do luto Uma palavrinha aos inteligentes: não force alguém a se
Reconheça que a única coisa que pode ajudar seu
abrir com você. É maravilhoso dizer: “Se você quiser
amigo é o tempo. Isso é aplicado no judaísmo através
conversar, estou aqui.” Porém não ajuda muito dizer:
dos diferentes períodos de luto pelas quais um enlutado
“Você teve um aborto? Venha, vamos falar a respeito,
passa, até o término de um ano (para os pais). À medida
você se sentirá melhor.”
que o tempo passa, as restrições do luto relaxam e os enlutados aos poucos retornam ~a
Todo mundo deseja e precisa
vida social. Passar por qualquer
de coisas diferentes para
processo de sofrimento envolve
consolo. Uma pessoa pode querer que você a ouça chorar. Outra pode querer que você a anime. Deve-se usar a sensibilidade e o bom senso em uma hora tão delicada.
A TRADIÇÃO JUDAICA INSTRUI: NÃO FALE COM ENLUTADOS ATÉ QUE ELES FALEM PRIMEIRO COM VOCÊ.
inevitáveis altos e baixos. Seu amigo pode estar bem num dia e totalmente deprimido no outro, calmo uma hora e desesperado na hora seguinte. Conheça a perspectiva
Ofereça aquilo que as pessoas
Tente ser paciente, até mesmo
desejam.
enquanto está pensando: “Durante
Aquilo que você precisa numa situação dessas pode
quanto tempo ele vai ficar assim?” ou “Quantas vezes
ser totalmente diferente daquilo que o outro precisa.
vou escutar a mesma coisa?” É fácil calcular o sofrimento
Tenha humildade para entender que aquilo que você
de alguém quando você tem a perspectiva que falta a
acha que eles precisam, talvez não seja realmente o
ele. Você não está passando por aquilo.
que precisam. Ao mesmo tempo, a tradição judaica adverte contra o A conversa séria, o discurso encorajador que parece
luto excessivo. Se alguém não consegue passar esta
fazer tanto sentido para você pode ser devastador
fase de sofrimento, talvez precise de ajuda. Se você
para alguém muito frágil. Tente perguntar o que ele
acha que seu amigo está nesse caso, fale com um
precisa de você: “Como posso ajudá-lo?” ou então: “O
conselheiro ou rabino para ajudá-lo a avaliar a situação.
que posso fazer para dar apoio?” “O que você gostaria
Você pode sugerir delicadamente que talvez seja bom
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98
seu amigo conversar com alguém treinado para lidar
sabiam o que dizer. Não é que não tenham carinho por
com o sofrimento, para ajudá-lo a se sentir melhor e
ela.
adquirir outra perspectiva sobre a situação. “Você tem razão”, disse ela tristemente. “Mas não Você tem o tempo
estou pedindo que me dediquem muito tempo, ou que
Mais ou menos na metade do meu caminho rumo
carreguem sozinhos o meu fardo. Estou pedindo um
ao equilíbrio, falei sobre as maneiras que as pessoas
telefonema de três minutos. Ou um e-mail que leva três
reagiram com outro amigo que passara por uma
segundos para escrever e enviar.”
experiência semelhante. Eu sabia que eu tinha desenvolvido uma lealdade para
A Torá nos diz “não oprima o
toda a vida com três ou quatro
estrangeiro, pois vocês foram
amigas que tinham sido bondosas,
estranhos no Egito.” É fácil
pacientes e carinhosas enquanto eu tentava achar meu caminho de volta à normalidade. O que elas fizeram? Não muito. Me telefonaram e me convidaram para sair. Uma delas comprou-me um chapéu engraçado num dia em
AQUILO QUE VOCÊ PRECISA NUMA SITUAÇÃO DESSAS PODE SER TOTALMENTE DIFERENTE DAQUILO QUE O OUTRO PRECISA.
repousar sobre os louros da auto-satisfação. O supremo desafio
é
domar
nosso
sofrimento e aprender com ele. Quando esta amiga e eu tivermos
passado
pelos
que eu me sentia especialmente
desafios e voltarmos “ao
deprimida. Basicamente, fizeram
normal”, nos lembraremos
um esforço tendo em mente
da incrível maravilha que
que eu estava passando por algo e quiseram que eu
foram aqueles telefonemas e e-mails? Quando outra
soubesse que estava na mente delas. Minha amiga
pessoa está sofrendo, saberemos ter mais paciência?
contou-me tristemente que seus sentimentos tinham
Saberemos escutar?
mudado em relação aos amigos que não tinham se incomodado de contactá-la.
Pois são justamente estes pequenos atos que fazem com que uma pessoa se sinta lembrada e querida e faz
Pensando em minha amiga bem intencionada mas
com que a gente possa passar pelo próprio sofrimento
desnorteada, lembrei a ela que as pessoas têm suas
tirando lições dele para a nossa vida.
próprias vidas e talvez fiquem tão envolvidas no seu dia-a-dia que podem ter se esquecido de ligar, ou não 99
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TRANCADO POR FORA POR ARON MOSS Você ficou trabalhando até tarde no escritório. Vai
naquela ala, e alguns poucos carros espalhados.
até o estacionamento e nota como está deserto.
Qualquer que seja o caso, você chega ao carro e
Olha em torno, nervosamente, Pelo menos não há
procura a chave. Nervoso, mexe no chaveiro, tentando
muitos carros, tudo está visível. Ou então você ficou
encontrar a chave certa. Sem conseguir. E de repente
fazendo compras até o shopping fechar. Quando
percebe que a deixou no escritório – e não pode entrar
chegou, o estacionamento estava cheio. Agora está
lá até a manhã seguinte. Ou então você vê a chave no
praticamente vazio. Você pode ver seu carro, sozinho
banco do motorista, onde a deixou cair.
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Foto:Petr Kovar
VIDA & SOCIEDADE
Você está trancado para fora.
trancados para fora. As palavras parecem tão estranhas, ocas, artificiais. Olhamos em volta e
Talvez você chegue tarde em casa, vindo de uma
vemos os outros de olhos fechados, concentrados,
viagem de negócios. Está com a chave. Mas quando
expressões de júbilo; ouvimos a alegria, ou pelo
chega à porta, percebe que há uma corrente a
menos o sentimento expresso na canção. E tudo aquilo
fechando.
parece vir do outro lado de uma parede, um lugar onde não temos permissão de ir. Temos vontade de dar as
Você está trancado para fora.
costas, de rejeitar aquilo que parece nos excluir, negar uma impotência que não podemos refutar.
Você pode usar o celular para chamar alguém ou acordar um membro da família. Mas por um instante,
Nossos Sábios nos dizem que os portões da prece
sente um certo desespero. É diferente do medo que
estão sempre abertos. E há muitas histórias que
talvez sinta até chegar ao carro ou à casa, um temor do
demonstram e enfatizam o poder da prece simples
desconhecido. Mas isso que sente agora é frustração.
dita com sinceridade.
É seu carro, sua casa. Por que não consegue entrar? Você se sente indefeso, sente que ficar trancado para
O mesmo se aplica ao estudo de Torá, ou às mitsvot.
fora é muito pior que o medo que sentiu minutos atrás.
Rabi Akiva, o erudito mais notável do seu tempo, somente começou a estudar aos quarenta anos. E
É como se você tivesse sido rejeitado, barrado
ele aprendeu e observou uma letra, uma mitsvá, um
daquilo que lhe pertence. Não está certo. Ninguém
passo por vez.
deveria ser barrado daquilo que lhe pertence. Às vezes, infelizmente, sentimo-nos trancados para fora
D’us não nos tranca para fora. Nós nos trancamos
de nossa vida, fora de nossa alma – ou seja, fora do
para fora. Mas Ele nos dará a chave, se O deixarmos.
Judaísmo. Talvez seja porque não recebemos aquela
Tudo que temos de fazer é pedir.
educação. Sentimo-nos ignorantes quando entramos na sinagoga, furiosos ou constrangidos por não
Quando Mashiach vier, “nenhum judeu será deixado
sabermos hebraico. Sentimo-nos desajeitados ao
para trás”. Não importa o que somos, espiritualmente,
cumprir uma mitsvá pela primeira vez; deveríamos
a Redenção abre suas portas. Pois D’us nunca nos
saber isso. Quando nos sentamos numa aula ou
tranca para fora.
assistimos a uma palestra, e o rabino está fazendo uma citação do Talmud, Torá ou Maimônides e não sabemos qual é qual, não nos sentimos bem. E quando rezamos, é aí que nos sentimos mais 101
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VIDA E SOCIEDADE
É IMORAL ESTAR ACIMA DO PESO? POR ARON MOSS
Como treinador de academia, fico me perguntando: saúde e boa forma física têm um lugar no Judaísmo? Parece que o mundo secular encoraja uma vida saudável mais do que o mundo judaico o faz. Ouço rabinos falarem sobre problemas espirituais, mas acho difícil ouvi-los se eles próprios estão acima do peso.
O bem-estar físico não é importante?
Em nosso mundo atual, estamos vendo a saúde como
julgamento diário é pronunciado em quilos e gramas.
a nova moralidade. Bom e mau agora são medidos
As balanças do mérito não se encontram mais no céu,
em calorias. Minha caixa de cereal me convida a
mas estão bem aqui no chão do banheiro.
“saboreie a bondade” – não um valor moral, mas sim
Isso tudo faz sentido se você vir o ser humano
nutricional. As balanças do mérito não se encontram
como apenas um corpo sem uma alma. Se a carne
mais no céu, mas bem aqui no chão do banheiro, e o
está toda ali, a saúde se torna o ideal mais elevado.
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102
Porém sob a perspectiva judaica, a alma é o nosso
melhores motivos possíveis para viver de maneira
verdadeiro ser, e o corpo seu veículo. O corpo e sua
sadia: a vida tem significado e propósito, e cada dia
saúde são importantes apenas porque através deles
é precioso. Somente se a vida tiver um significado
expressamos nosso ser mais
vale a pena ser cuidada. Os
elevado. Além disso, embora
riscos de colesterol alto, fumo
nosso corpo abrigue nossa alma,
excessivo e uso de drogas
é um presente do Criador para
são uma preocupação apenas
usarmos enquanto estamos
para quem valoriza a vida.
aqui neste mundo. Como é
A ameaça de uma vida mais
um empréstimo e portanto
curta nada significa para
não pertence realmente a nós,
alguém que vê a vida como
devemos sempre tratá-lo com
inútil. Somos a geração mais
respeito.
saudável na história recente,
O grande pensador judeu,
e nossa expectativa de vida
Maimônides,
está atingindo proporções
escreveu
no
Século 12: “Cuidar da saúde e do bem-estar do corpo
bíblicas. Isso significa que temos mais tempo e energia
é uma das maneiras de servir a D’us.”
para cumprir nosso objetivo – elevar nossa parte do
E ele imediatamente explica por que:
mundo, e fazer as balanças se inclinarem na direção
“A pessoa é incapaz de pensar claramente e entender
do verdadeiro bem.
a verdade se não estiver bem.” A tradição judaica não dá desculpas para não ser saudável. Se a sua mente está nublada, você pode não ter a clareza moral para saber o que é certo. Enquanto batalhamos com a doença, podemos não encontrar a força para lutar contra as doenças do mundo. É por Foto:Irina Bukrejeva
isso que precisamos cuidar do nosso corpo. Um corpo sadio não é por si mesmo o propósito de nossa vida; ele nos ajuda a cumprir nosso objetivo. É um veículo que nos transporta na direção do bem, mas não é o destino. A tradição judaica não dá desculpas para não ser saudável. Pelo contrário, dá os 103
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Foto:Pakhnyushchyy
VIDA & SOCIEDADE
COMEÇAR COM O FIM EM MENTE POR ARON MOSS LUBAVITCH MAGAZINE
104
Os campeões esportivos têm um método que praticam
relacionamento carinhoso. Descrevam totalmente
antes do evento, especialmente se estão para jogar
esta atmosfera de amor e harmonia, com todos os
contra um time que ainda não conhecem. Eles
detalhes, e façam anotações – no tempo presente,
visualizam o jogo na mente; imaginam-se vencendo
como se já tivessem se tornado reais. Mantenham
e os torcedores aplaudindo-os freneticamente.
contato com os sentimentos de amor e prazer gerados
Vivenciam todas as emoções e os bons sentimentos
por este maravilhoso relacionamento.
associados com a vitória. Repassam esta cena na
Em seguida, examinem os passos que foram dados
mente durante algum tempo até se sentirem à vontade
para chegar a este ponto. Ainda visualizando o
e aquilo parecer real. Então eles saem e jogam em
resultado, volte uma etapa e descreva como seu
campo, já tendo sentido a vitória dentro da mente.
relacionamento está daqui a 11 meses, e o que vocês fizeram para levá-lo até este ponto. Volte mês a mês,
Os grandes líderes têm uma visão para seus
até o presente. Então programe em seu diário o tempo
seguidores. Eles têm a capacidade de visualizar
em que você estará fazendo estas coisas, e como vão
o futuro numa maneira que a pessoa comum não
celebrar suas pequenas vitórias ao longo do caminho.
consegue, e inspiram a pessoa comum a tomar parte na sua visão e transformá-la em realidade.
Ao começarem com o fim em mente, seu subconsciente pode começar a acreditar que a mudança é possível,
Encontrei recentemente um casal que estava passando
e ajudará vocês a trabalhar para consegui-la. Ajam
pelo sofrimento de um casamento problemático.
e sintam como se já tivessem uma relacionamento
Quando eu sugeri que, com esforços de ambos os
maravilhoso. Ajam como um casal amoroso age,
lados, eles poderiam chegar a um relacionamento
mesmo que ainda não tenham chegado lá. Em outras
significativo, a mulher disse: “Isso é impossível. Estou
palavras, finjam até conseguirem. Se pensam que
casada há 14 anos, e os últimos dez têm sido apenas
estão sendo fingidos, não pensem – o fingimento é
sofrimento. Isso jamais mudará!”
fazer a coisa verdadeira.
Ela não estava preparada para acreditar que o futuro
Esta é a chave para o sucesso em nossos
poderia ser diferente do passado. “Se é assim” –
relacionamentos, criar os filhos e praticamente tudo
disse eu – “então o futuro provavelmente será uma
que fazemos: Entrar em ação faz a diferença. Quando
repetição do passado. Você está feliz por as coisas
uma área de sua vida não está funcionando da
continuarem do jeito que estão?”
maneira que você gostaria que fosse, comece com o
“Nós queremos um futuro melhor” – veio a resposta.
fim em mente. Ponha em prática um plano de ação,
Eu os aconselhei assim: comecem com o fim em
trabalhe e desfrute um novo nível de felicidade mesmo
mente. Feche os olhos e imaginem vocês estando
quando você ainda está a caminho de conseguir o seu
em casa um ano a partir de agora e desfrutando um
objetivo. Tente – dá certo! 105
LUBAVITCH MAGAZINE
Foto:Alexey Sizov
VIDA & SOCIEDADE
A ARTE DE VIVER POR YOSEF Y. JACOBSON
Moshê e os Anjos
“Não matarás” e “Respeitarás teu pai e tua mãe.”
O Talmud relata que quando Moshê ascendeu ao céu
Os anjos concordaram e Moshê retornou com a Torá,
para receber a Torá - um evento celebrado anualmente
um projeto Divino para o povo judeu e para toda a raça
durante a Festa de Shavuot - os anjos protestaram
humana.
veementemente a D’us. “Tu estás compartilhando
Quem eram aqueles anjos com os quais Moshê lutou?
Teu segredo mais prezado com os seres humanos,
Os anjos não são criaturas físicas de asas brancas
que abusarão dele,” disseram. “Deixa que Tua graça
que voam pelo mundo, descansando em galáxias
permaneça no céu conosco,” clamaram eles.
afastadas, ou algo semelhante ao herói Superman
D’us ordenou a Moshê, relembra o Talmud, segurar
das histórias em quadrinhos. No Judaísmo, um anjo
Seu trono e dar aos anjos uma resposta. Moshê
é visto como um ser criado inteiramente de matéria
respondeu ao lamento deles demonstrando quantos
espiritual. Um anjo é uma conscientização, uma
dos mandamentos e episódios da Torá aplicam-se
forma de energia, separada de um corpo físico e da
exclusivamente à raça humana e não aos anjos, como
experiência física.
LUBAVITCH MAGAZINE
106
Estes seres espirituais sentiam que a Torá pertencia a
milhões de dólares.”
eles. D’us discordou. Por quê?
“Por quê?” perguntou o Rebe. “Não parece justo. A foto acurada deveria custar mais dinheiro, não?”
Lamentos de um Adolescente
“Porque a maioria das fotografias,” explicou o jovem,
Deixe-me compartilhar uma história com você: Um
“são itens inanimados, sem vida. Uma foto capta e
adolescente certa vez visitou o Rebe, Rabi Menachem
congela uma pessoa ou uma cena como é. Por outro
Mendel Schneerson, e expressou angústia porque sua
lado, uma pintura contém a riqueza da imaginação
vida estava repleta de conflito e desapontamento. “Por
humana, a profundidade da emoção humana e a
que não pode ser apenas simples e fácil?” perguntou
estética da criatividade humana. É isso que dá à
o sofrido rapaz.
pintura seu grande valor. É o que chamamos de arte.”
“Porque os seres humanos não são anjos,” respondeu
O Rebe sorriu e disse: “Esta é a resposta à sua
o Rebe. Os anjos são impecáveis e sem falhas, sempre
pergunta. Anjos são fotos, enquanto que os seres
corretos. Os seres humanos, por outro lado, são
humanos são peças de arte.”
fragmentados e dualísticos, vacilando entre extremos
Os anjos são criaturas impecáveis; como as fotos,
e abalados por conflitos. Por causa da composição
são reproduções perfeitas das realidades espirituais.
multi-facetada e dicotomizada do homem, ele deve
Como as fotos, jamais erram. Porém é exatamente
lutar para chegar a um acordo com sua alma.
o drama flutuante da existência humana, o perpétuo
O adolescente continuou a sondar o coração do
conflito entre nossa luz interior e as trevas, e o vazio
mestre. “Mas por que D’us nos criou de maneira tão
interior humano procurando significado e verdade -
complicada?” perguntou ele. “Ele não teria gostado
que torna nossa vida, a todo momento, uma obra de
mais de nós se fôssemos como os anjos?”
arte. O Báal Shem Tov ensinou que tudo que fazemos
A Alma da Arte
é significativo. Cada ação nossa, cada palavra que
O Rebe, um educador nato, perguntou ao jovem se
dizemos, até um simples pensamento que temos,
ele tinha um passatempo. O rapaz disse que gostava
provoca um efeito que reverbera em todos os mundos
de pinturas. O Rebe então perguntou: “O que é mais
e através de toda a história. Com todo pensamento e
preciso, uma fotografia ou uma pintura?”
ação, você é capaz de transformar sua vida em arte.
“Claro que é uma foto,” disse o rapaz. “Uma foto capta
Somente nas câmaras atormentadas do coração
exatamente qualquer cena, algo que uma pintura
humano D’us pode descobrir obras de arte genuínas
jamais poderia fazer.”
e inspiradoras. São a bondade e o idealismo que
“Qual delas vale mais?” continuou o Rebe a inquirir.
emergem da dúvida e do conflito humano que
“Uma pintura. Enquanto uma foto custa alguns dólares,
concedem à humanidade uma dignidade e esplendor
uma pintura de uma cena idêntica pode chegar a
que o mais elevado dos anjos jamais pode atingir. 107
LUBAVITCH MAGAZINE
AME-SE!
Foto:Vladimir Voronin
VIDA & SOCIEDADE
“AMA TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO” POR LEVI AVTZON
Vayicrá 19:18 Em nossa “Era de Baixa Autoestima”, este versículo pode parecer problemático a muitos que simplesmente não amam a si mesmos. Se eu não amar a mim mesmo e se vejo apenas o (geralmente imaginário) negativo em mim mesmo, como posso implementar esta mitsvá tão importante? Amando meu próximo como amo a mim mesmo? Livre-me deste amor! Como posso compartilhar algo que não tenho? Como posso aceitar o outro se não aceito a mim mesmo? Como posso dar a outro o benefício da dúvida se não o concedo a mim mesmo? Como diz o ditado: “Você não pode doar um centavo que não tem!” Fica claro que a mitsvá de amar o próximo [como a si mesmo] deve começar alimentando um verdadeiro amor e respeito por si mesmo. LUBAVITCH MAGAZINE
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Rabi Yosef Yitschak Schneersohn, o sexto Rebe de Chabad-Lubavitch, dizia que a proibição contra maledicência inclui a de menosprezar a si mesmo. Você não pode falar mal de si mesmo! Nem sequer pode pensar que é mau. Não importa o quanto suas ações possam ser negativas e prejudiciais, isso não o torna mau. Não deixe jamais que seus erros manchem a sua autoperspectiva. Você é sempre um filho de D’us’ você é bom. Ame a si mesmo e ame o seu próximo. Eis aqui um desafio: 1 – Pegue um pedaço de papel e desenhe duas colunas, Na coluna da direita escreva dez dos seus atributos positivos; no lado esquerdo, escreva dez características negativas. 2 – Marque o tempo para ver quanto demora para encher cada coluna. 3 – Repita até que a coluna da direita vença.
VIDA & SOCIEDADE
“I’m a Jew for a Living” Querendo contribuir com esta publicação, tenho interesse em abrir um diálogo que desenvolvesse praticamente comigo mesmo. Frequentemente, surge de forma discreta a pergunta clássica: “No que eu pretendo trabalhar no futuro?” Honestamente, no momento eu não me preocupo com isso, pois não convém no presente prever o futuro. Afinal, não sabendo onde e com quem estaremos, então não é possível estabelecê-lo. Da mesma forma, nunca se sabe o que o momento exigirá especificamente de cada pessoa, portanto resta deixar-se em aberto à essa incógnita.
109
LUBAVITCH MAGAZINE
Deve-se moldar de forma mais concreta e definitiva
qualquer (no melhor dos casos) ou às vezes direcionado
por aquilo que se conhece. Porém, avaliando o caso de
negativamente ao menos que esteja cumprindo seu
uma perspectiva mais essencial, acaba ficando espaço
dever. Essas perspectivas não pertencem a dimensão
para pensamentos e dúvidas: “Será que essa atitude
da Torá. Longe de querer desvalorizar e menos
é correta?” Isso acontece principalmente quando
ainda desencorajar o entusiasmo e envolvimento de
existe um vão em aberto, e a pergunta continua não
qualquer um.
respondida. Partindo desse ponto, ampliou-se em
É minha intenção despertar para desenvolver a semente
minha mente o aspecto essencial que concluí pelo
interior para que floreça, e não permaneça superficial.
meu raciocínio.
A constituição interna dessa linha de pensamento
É fundamental saber que o estudo e a educação no
ésua realização e o momento em que concretiza-se
ambiente judaico são completamente distantes e
aideologia. Portanto, atingindo a próxima categoria,
direcionados, diferentemente daquilo que a formação
existe a regra e o fundamento de que qualquer
e o diploma profissional oferecem. Neste último,
conteúdo, ideia ou conceito intelectual elaborado,
mesmo quando raramente aprecia-se e temde tirar
sendo e pertencendo a expressão da Torá, é na prática
prazer em seu rumo e ocupação, não é visto como
uma forma de conduta, é um jeito de comportamento,
sentido de vida e sim uma auto-satisfação. Ou seja, a
envolvendo todas suas dimensões com as quais possa
influência resultante na profissão é considerável dentro
atingir o desejado relativo ao alcance da pessoa.
do possivel como um efeito emotivo, e menos fruto de
Mais amplamente, a Torá e seu conteúdo de infinito
princípios. Ausente fica a vida individual em relação
ensinamento, é essencialmente direcionada a atingir
à conduta de ação e pensamento, o que a pessoa há
a ação e comportamento, sendo educativamente de
inicialmente de ser: superior da existência de tudo
diciplina individual. Incrível é sua beleza, alcançando
ao seu redor. O que fornece o rumo e conteúdo para
seu aspecto “personalizado”, quando exercida com a
guiar a pessoa honestamente de acordo com o que
base adequada e corretamente fundada. Cabe a cada
ela individualmente é, e o que é esperado de si em
indivíduo, como um caso a parte, se aprofundar e
atingir seu pleno potencial. Ao extrair do abstrato,
concentrar-se em extrair o ensinamento que pertence
é nessessario abordar a corrente e continuidade
a ele individualmente, influenciando então cada passo,
dos conceitos, ampliandos extremos existentes: o
envolvendo-o completamente e acompanhando
intelectual e a ação.
em toda e qualquer oportunidade a vida da pessoa.
Em relação ao nível intelectual no caso do conteúdo da
Formando, assims, detalhadamente tudo a fazer parte
Torá, existe o risco de ser visualisado somente como
do conteúdo da Torá. Parecendo uma perspectiva
matéria ideológica, e em nenhum ponto expressar-se
não muito prática e realista, em outras palavras, o
em qualquer que fosse resultado prático. E no outro
conteúdo devido fornecido pela Torá e seu efeito, não é
extremo da ação, não é pelo fato do indivíduo reagir
de ser aceita o posicionadao como de forma adicional
automaticamente de forma correta mas sem intenção
à existência particular da pessoa. Deve ser aplicado
LUBAVITCH MAGAZINE
110
a cada etapa do cotidino, pois sua existência original
judeu, podemos reagir e comportar-se igual aos
e essencial é o que nos envolve, e ao permanecer
sujeitos anteriormente mencionados.
em estágio ideológico (diferente de todo outro tipo
Em nosso caso, seria aceitar e asumir a nossa
de estudo, seja qual for) estaríamos nos-trocar por: o
obrigação, de abrir e estudar o manual de instruções,
afastando de seu pertencente espaço.
a Torá, aproveitando a oportunidade de extrair o
De fato, o mundo foi criado a partir da Torá, e
conteúdo nela contida em potencial e desenvolvê-
posteriormente ela foi entregue ao povo judeu, e
la. Em resumo, pelo ponto de vista pessoal como do
desde então vem nos acompanhando, sendo por
estudo da Torá, deve-se atingir uma união entre ambos,
nós abraçada e praticada num modo de viver. Como
com a tendência de constantemente complementarem
prova, a própria Outorga da Tora nos fornece a clara
um ao outro. Assim, a Torá se transforma em um
e direta indicação de que ela pertence ao mundo físico
elemento prático da vida, e a vida numa expressão da
e não dentre os anjos celestiais. Ao elevar o aspecto
Torá, onde a percepção é mais profunda, e a sensação
da ação e comportamento, estaremos incluindo seu
mais intensa. Concluindo finalmente a questão “no que
ponto mais bruto e afastado da Divindade, envolvendo
eu pretendo me ocupar..” Dentro de uma perspectiva
as necessidades pessoais do corpo humano. Nesse
mais aprofundada, honesta e realista, eu duvido
caso, cabe a nós agir superficialmente, paralelo ao
primeiramente quanto espaço a dúvida realmente
comportamento selvagem da natureza inferiorizando-
possui. Pois deve estar ausente ou ao menos sendo
nos ao nível animal. Em contra partida, podemos
trabalhado a “coluna vertebral” humana.
aproveitar e elevar cada detalhe da fisicalidade,
Tentando me posicionar de forma mais elevada e
enquadrando no efeito e conteúdo da Torá, ampliando
podendo reelaborar do ponto de vista pessoal, Na
o espaço e extensão dela, fornecendo o alcance da
prática, ao considerar alguma ocupação profissional, a
Torá de forma em que cada detalhe do mundo se
Torá não proíbe nem impede, muito pelo contrário, ela
complete e revele a sua própria dimensão.
admira profundamente e considera de alta importância
Podemos comparar dois indivíduos ao saírem de
e nessessidade de se sustentar. O único grande porém
uma loja de eletrônicos. O primeiro exibe-se com um
seria o ponto de referência, o enfrentar, e finalmente a
caro investimento de um aparelho muito sofisticado.
conduta adotada pelo indivíduo.
Ao usá-lo, mal conhece as diversas funções da sua mercadoria, enquanto o segundo sujeito sai da
Até a próxima!
loja com um aparelho relativamente simples, mas estuda o manual de instruções, resultando em um aproveitamento máximo e mais avançado que o primeiro cliente. O mesmo ocorre nas nossas vidas. Vivendo ao redor do mundo cujo criação acontece através de Hashem, D-us, e pertencendo ao povo 111
LUBAVITCH MAGAZINE
C O M P O R TA M E N TO
SOPA FRIA POR MANIS FRIEDMAN Se você perguntar a alguém saindo da igreja num
Você não vai conseguir uma resposta direta. “Hum,
domingo: “Você acredita em D’us?” a pessoa ficará
depende do que você quer dizer com “D’us”. Isso
chocada. “Que espécie de pergunta é essa? É claro
se ele for do tipo filosófico. Caso contrário ele
que acredito!” Se você perguntar: “Você se considera
simplesmente dirá: “O que eu sou? Um rabino? Não
religioso?” qual será a resposta? “Certamente. É por
sei.”
isso que estou aqui!”
Então pergunte: “Você se considera religioso?”
Se você for a uma mesquita numa sexta-feira e
Você já perguntou a um judeu americano se ele é
perguntar a qualquer pessoa lá: “Você acredita em
religioso? Eles começam a rir. E garantem a você
D’us?” qual será a resposta? “Com toda a certeza.”
que são tudo, menos religiosos.
“Você se considera religioso?” “Bem, é óbvio.”
“Está brincando? Sabe o que eu como no café da
Isso é normal. Essas conversas fazem sentido.
manhã?”
Agora vá a uma sinagoga em Yom Kipur. Pergunte
Então cada um deles vai dizer: “Tive um avô, pelo lado
ao judeu sentado na sinagoga em Yom Kipur,
da minha mãe, que era um homem religioso... Mas
jejuando: “Você acredita em D’us?”
eu…?”
LUBAVITCH MAGAZINE
112
Então você faz aquela que parece uma pergunta
apenas para mostrar o quanto é judeu.”
lógica. “Então por que está aqui?”
O Rebe de Lubavitch tinha uma abordagem
Por algum motivo, este judeu, que não acredita em
diferente. Esta insanidade é que nos torna judeus.
D’us e é muito não-religioso, olhará para você como
É isso que mostra como somos especiais em nosso
se você fosse louco e dirá: “O que quer dizer? É Yom
relacionamento com D’us. Isso se chama verdade.
Kipur!”
Não se trata de mim. Não quero ser religioso. Não
Isso não é normal.
quero acreditar em D’us. Não quero ouvir falar disso.
Vamos analisar por um momento. O que este judeu na
Mas Ele me quer aqui, portanto aqui estou.
verdade está dizendo?
O mesmo acontece em Pêssach. Todo judeu se
Você perguntou se ele acredita em D’us e ele disse
senta para um Sêder. Pergunte ao judeu médio num
“Não”. Ou “Quando eu era mais jovem, costumava
Sêder: “Você acredita em D’us?” Resposta: “Deixe-
acreditar.” Ou então: “Quando ficar mais velho,
me em paz”. Mais uma pergunta: “Você é religioso?”
começarei a acreditar.”
Ele engasga com a matsá, rindo. “Então você
“Então você não acredita em D’us?”
está celebrando o Êxodo do Egito há 3.300 anos?”
“Não.”
Resposta: “A história não é para mim...” As perguntas
“Você é religioso?”
seguem... “Então por que está aqui?” seguido de
“De maneira alguma.”
“Onde eu deveria estar? É Pêssach!” É isso que é tão
“Então por que está aqui?”
magnífico sobre o judeu.
“Porque é Yom Kipur!” O que ele está dizendo é: “Por que estou aqui? Porque D’us deseja que um judeu esteja na sinagoga em Yom
Se Mashiach chegar agora, e quiser julgar, o que ele vai encontrar? Sopa fria?
Kipur. Então onde mais eu poderia estar?” Então você diz: “Mas você não acredita em D’us.”
Agora vamos colocar tudo no contexto. Há mais
Ele diz; “E daí?” e ele não entende o seu problema.
três mil e trezentos anos D’us nos perguntou se
Ele está dizendo: “Hoje é Yom Kipur mesmo que eu
queríamos casar com Ele. Tivemos uma cerimônia
não tenha um calendário. Esta é uma sinagoga mesmo
de casamento extraordinária, com fabulosos efeitos
que eu não goste dela. Sou um judeu mesmo que não
especiais – fomos prometidos. Após o casamento Ele
seja religioso, e D’us é D’us mesmo quando eu não
disse: “Tenho algumas coisas que gostaria que você
acredito nele. Então qual é o seu problema?”
cuidasse para Mim, por favor… Voltarei logo.” Ele
Ora, isso pode ser desconsiderado, e infelizmente
não foi mais visto desde então. Durante mais de três
muitos de nós o desconsideramos, como pura
mil e trezentos anos. Ele tem enviado mensageiros,
hipocrisia. Dizemos: “Você não acredita em D’us e
mensagens, cartões postais… você sabe, escrevendo
não é religioso – não vá à sinagoga. Não venha aqui
nos muros… mas não ouvimos uma palavra Dele 113
LUBAVITCH MAGAZINE
C O M P O R TA M E N TO
durante todo esse tempo.
Sofremos de uma perda de conexão com nossos
Imagine, um casal se casa, e o homem diz à esposa:
ancestrais. Sofremos de uma perda de conexão até
“Você faria alguma coisa para eu comer, por favor?
mesmo com nossa família próxima. A sopa está fria. A
Volto logo.” Ela começa a preparar. O sujeito volta
sopa está muito fria. Mas de quem é a culpa? E quem
3.300 anos depois, entra em casa, vai até a mesa,
recebe o crédito pelo fato de que há sopa, afinal?
direto para a sua cadeira favorita, senta-se e saboreia
Somos um milagre. Tudo que precisamos é entrar
a sopa que está sobre a mesa. A sopa está fria.
nele. Nós somos a cura. Não apenas para nós
Qual será sua reação?
mesmos, mas também para o mundo inteiro. Através
Se ele for um homem sábio, não reclamará. Em vez
de nós a cura é holística, é natural, é orgânica. Nosso
disso vai pensar que é um milagre a casa ainda estar
relacionamento com D’us é orgânico. Não é uma
ali, que sua mesa e cadeira favorita ainda estejam ali.
religião que praticamos – trata-se de nós, quem nós
Ficará encantado ao ver uma tigela de sopa à sua
somos, é isso que somos.
frente. A sopa está fria? Bem, sim, após 3.300 anos, a
Portanto o Rebe nos diz que a maneira de ir é direto
sopa pode esfriar.
para D’us. Pule todos os passos, pule a Cabalá, vá
Agora estamos esperando Mashiach. O Rebe
direto até D’us e fique em contato com o seu objetivo.
apresentou essa noção radical de que Mashiach está
O objetivo não é cabalístico. O objetivo é pessoal. D’us
para chegar agora. O que a torna tão radical? Significa
precisa que você cumpra uma mitsvá. Ele enviou você
que ele vai chegar sem um aviso de duas semanas.
a este mundo para ser quem você é, porque somente
Sempre pensamos que haveria algum aviso, para
você pode fazer este tipo de mitsvá. Sim, as mitsvot
que pudéssemos nos recompor antes que ele venha.
são as mesmas para todos nós. Mas quando você a
Mashiach, chegando agora? Mas agora eu não estou
cumpre, é diferente, porque é holística. É com suas
pronto. Não quero ser julgado da maneira que sou.
emoções, com seus problemas passados, com sua
Preciso de um pouco de antecedência. Um pouco
origem familiar, com seu conhecimento e com sua
mais de tempo...
ignorância. Tudo que vem junto torna a sua mitsvá
Se Mashiach chegar agora, e quiser julgar, o que ele
holisticamente única.
vai encontrar? Sopa fria?
Portanto, que Mashiach venha agora e nos encontre
Se Mashiach vier agora, diz o Rebe, ele encontrará
aqui com nossa sopa fria, porque não temos nada para
um povo judeu incrivelmente saudável. Após 3.300
nos envergonhar. Somos realmente incríveis. Quando
anos estamos preocupados em sermos judeus, o
D’us decidiu casar conosco, Ele sabia que estava
que significa que estamos preocupados com o nosso
realmente fazendo um bom negócio.
relacionamento com D’us. Sim, se Mashiach chegar hoje, ele encontrará nossa sopa fria. Sofremos com a ansiedade da separação. LUBAVITCH MAGAZINE
114
Graças à visão do Rebe de Lubavitch, tivemos o privilégio e a benção Divina de contar com a vinda do Rabino Mendel e da Morá Mimi para Porto Alegre. Podemos dizer que com eles estamos vivenciando o judaísmo que manteve o povo judeu através da História. Assim, juntos, teremos a certeza da sua continuidade. À família Liberow as nossas homenagens.
Daniel Ruwel Fernando Steinbruch Gilberto Raskin Jacob Burd Jair Segal Jairo Moscovich James Kravetz José Scharcansky Júlio Katz Júlio Ratzkowski Leandro Kolodny Milton Luis Wainberg Moacir Galbinsky Newton Birmann Renato Stifelman Roberto Schotkis Sidney Ochman
Rabino Mendel e Mimi
Que D’us continue a iluminá-los, na difusão da palavra da Torá. Com alegria, comemoramos seus 30 anos em nossa comunidade. Mazel Tov ANDRADAS • BOM FIM • IGUATEMI 115
LUBAVITCH MAGAZINE
IDEIAS E CONVICÇÕES
O PÃO NOSSO DE CADA DIA POR TZVI FREEMAN Você mora no deserto. O pão que te alimenta cai dos
alma, uma interface com nenhuma substância real que
céus. O cesto que você coleta está em sua atitude.
Ele curva e flexiona à vontade.
Agarre fortemente seu cesto e seu maná não terá lugar
Se assim é, se Ele está alimentando você hoje, e Ele tem
para cair. Abra-o e olhe para os céus, e seu cesto estará
alimentado e fornecido tudo que você precisa e mais
sempre repleto. Você tem a refeição de hoje à sua
por todos estes dias, que preocupação você poderia ter
frente na mesa, e senta-se e se aflige sobre o que será
sobre o amanhã? Por acaso existe algo que pudesse
amanhã — e alega que está apenas sendo “prático.”
ficar em Seu caminho? Seria possível que Ele tivesse
Isso não é ser prático — isso é confusão.
esgotado os meios para cuidar de você?
Todos os dias você é alimentado diretamente de Sua
Concentre-se nos canais uniformes pelos quais você
mão cheia, aberta e transbordante. Tudo o mais — todo
recebe e coloque seus olhos sobre a Infinita Fonte de
seu trabalho e registros e contas e recibos e clientela
Doação. A Fonte não carece de canais.
e prospectos e investimentos — tudo é apenas uma
O motivo pelo qual você tem um negócio é para
nuvem de interface entre Sua mão que concede e sua
reconectar todos esses fragmentos de volta ao Criador
LUBAVITCH MAGAZINE
116
Foto:Maris Zemgalietis
deles. E o medidor de seu sucesso é sua atitude.
o sustento.” Uma carreira não faz nada. Aquilo que
Se você se considera uma vítima das circunstâncias,
você recebe é gerado acima, num reino espiritual. Seu
dos competidores, mercados e tendências, que seu
negócio é estabelecer um canal para permitir que tudo
pão está em mãos de carne e osso… então seu mundo
aquilo flua para o mundo material.
ainda está separado de seu D’us.
Todo negócio é o negócio de um alfaiate: fazer roupas
Mas se você tem a confiança de que Ele está sempre
para as bênçãos que vêm ao seu encontro.
com você em tudo que você faz e o único que tem
Você não pode alterar o tamanho de suas bênçãos
poder para mudar seu destino é você mesmo por meio
colocando-as em roupas maiores — pelo contrário, elas
de seus próprios atos de bondade…então sua terra está
simplesmente podem ser afugentadas. Mas as roupas
conectada aos céus, e como nos céus nada falta, assim
também não devem ser pequenas demais. Porque este
também será em seu mundo.
é todo o objetivo: que milagres e bênçãos não venham
A concepção comum de como funciona o sistema é
ao mundo completamente nuas, mas sim revestidas no
falha. As pessoas vêem uma carreira como “ganhar
mundo natural. E nós somos os alfaiates. 117
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IDEIAS E CONVICÇÕES
VIVENDO NUMA CAIXA Foto: Matthias Pahl
POR YANKI TAUBER
A 26 de setembro de 1991, uma tripulação de quatro homens e quatro mulheres entraram no Biosfera II, um ambiente hermeticamente selado, construído por cientistas como um modelo funcional da biosfera (a camada ao redor da terra que sustenta a vida). O Biosfera II - que desde então foi convertido num hotel/abrigo e centro de conferências - encerrado numa área de 3,15 acres e que incluía um deserto, um pântano, uma savana, uma floresta tropical e um oceano com 4 milhões de litros. Abrigava mais de 3.000 espécies, a maioria plantas e insetos, mas também peixes, répteis, pássaros e mamíferos. Foi isolada da terra por uma lâmina de aço inoxidável de 500 toneladas, e da atmosfera por 6.000 painéis de vidro. Os custos da construção excederam US$ 150 milhões. Os oito “biosferianos” passaram dois anos encerrados na estrutura, extraindo alimentos, água
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e oxigênio de seu eco-sistema selado. Emergiram a 26 de setembro de 1993. A experiência produziu dois casamentos e sonhos de dados científicos que, acreditamos, têm ajudado nosso entendimento de como funciona nossa macro-biosfera. Se os cientistas que dirigiram o projeto tivessem tido uma inclinação mais bíblica, poderiam ter denominado a estrutura de “Tevá II.” A Tevá (caixa, em hebraico) era uma arca de três andares, 11.500 metros quadrados, construída em madeira e “selada interna e externamente com piche,” que Nôach (Noé) construiu por ordem de D’us. Não sabemos qual foi o custo da Tevá, mas nossos Sábios contam que Nôach trabalhou por 120 anos em sua construção. A 17 de Cheshvan do ano 1656 da Criação (2105 A.E.C.), quatro homens e quatro mulheres (já casados) entraram na Tevá. Levaram com eles um macho e uma fêmea de cada espécie de mamífero
e ave, sementes e mudas de vários tipos de plantas, e suprimento de comida e ração animal. O objetivo não era o de estudar a vida na terra, mas preservá-la do Dilúvio provocado por um mundo corrupto. Por muitos meses, a Tevá flutuou sobres as águas que engolfaram a terra; quando o Dilúvio começou a amainar, parou sobre o pico do Monte Ararat. A 27 de Cheshvan de 1657, após 365 dias dentro de sua biosfera encaixotada, os oito “Tevianos” e seus companheiros animais e vegetais emergiram da Arca para reconstruir um mundo novo e melhor sobre os alicerces do antigo. Nôach precisou enfrentar uma situação extrema - a destruição iminente de todos os seres vivos - e agiu prontamente, construindo uma enorme caixa que manteria e preservaria amostras de todo o espectro da vida na terra. Em escala menor mas não menos significativa, fazemos o mesmo, todos os dias de nossa vida. Nós também enfrentamos “dilúvios” que ameaçam destruir tudo que é vital em nosso universo pessoal. E nós também reagimos construindo “caixas” para manter e preservar espécimes preciosas de nosso mundo interno. Somos arrebatados diariamente pelas preocupações e exigências da vida material. Se não estamos nos escravizando a nossos empregos ou nos preocupando com contas a pagar, sempre há um aparelho eletrônico para consertar, limpeza para fazer ou o lixo que precisamos pôr para fora. Uma torrente de materialidade inunda a vida do homem moderno, preenchendo nossas horas e minutos, consumindo nossas habilidades, subvertendo nossas emoções, e quase fazendo submergir a centelha de espiritualidade em nossa vida. Por isso construímos caixas. Uma caixa de tempo
dedicada à prece a cada manhã; uma porcentagem de nossos ganhos dedicados à caridade; um pouco de energia reservado para alguma obra voluntária na comunidade. Selamos estas caixas, ciumentamente preservando estas ninharias de propósitos mais elevados em nossa vida da torrente de água que busca engolfá-las e as clama para si mesma. Às vezes, o esforço parece um tanto fútil. Na mente consumida por seus negócios, apenas uma pequena porção do raciocínio é dirigida por alguns poucos minutos à Torá. De um coração agitado por preocupações financeiras, apenas um cantinho é reservado a sentimentos puros de amor a um ente querido. E quanto sobra para caridade após as contas terem sido pagas? Na melhor das hipóteses, apenas minúsculas “amostras” de nossos recursos são dedicadas a propósitos mais elevados. Aí repousa a eterna lição da Arca. Nôach não pôde salvar o mundo todo - não tinha espaço, capacidade ou ordem para construir um abrigo de tais proporções. Por isso, construiu um santuário para uma amostra das várias formas de vida na Criação. Estas, entretanto, eram mais que simbólicas representações: por doze meses, tudo que havia da humanidade estava concentrado nos oito seres humanos dentro da Tevá; toda espécie de animal ou planta residia nas representações individuais trazidas para dentro de suas paredes. E quando a caixa selada foi aberta, seus ocupantes tornaram-se as sementes de um mundo novo e revitalizado. A Divina ordem “Venha para a arca!” foi seguida, doze meses mais tarde, pelo comando Divino “Saiam da arca!” Este é nosso desafio: nutrir sementes de espiritualidade em meio a um mundo material, e então libertá-las para que exerçam influência em todas as áreas de nossa vida.
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SHABAT Comércio
O Shabat é uma ilha no tempo. Do pôr-do-sol da sextafeira até o anoitecer do sábado, transcendemos as preocupações e cuidados da vida material. D’us criou por seis dias e descansou no sétimo; ao descansar no Shabat, testemunhamos a criação do mundo e sincronizamos nossa vida com o ciclo Divino de criação e repouso. O “trabalho”, quando relacionado ao Shabat, não é esforço físico, mas aquilo que a Torá considera trabalho criativo. Por exemplo, escrever ou cozinhar é proibido; carregar um móvel pela sala não é.
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No Shabat seu emprego não existe. Seja você é um estudante ou um homem de negócios, no Shabat sua presença na lista de chamada e seu trabalho não existe. Além disso, nada de compras ou qualquer outra transação comercial neste dia.
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O Lar Telefone, TV, computadores, microondas e lava-louças ficam em silêncio, pois nenhum aparelho elétrico é ligado no Shabat. Luzes, aquecedores e aparelhos de ar condiciondo são ligados antes do Shabat (podem ser usados timers para ligá-los ou desligá-los em horários pré-estabelecidos).
Velas do Shabat - A Luz Feminina O que é
Cozinhar e assar são feitos antes do Shabat, e a comida é mantida aquecida em chapa elétrica ou sobre uma chapa especial colocada sob o fogão com uma ou mais chamas acesas antes do Shabat.
Toda mitsvá traz luz ao mundo, Com algumas mitsvot, a luz que geramos pode realmente ser vista e apreciada. Acender velas para recepcionar o Shabat é uma dessas mitsvot: as velas que emprestam uma atmosfera suave e pacífica para o sagrado Dia de Descanso.
Limpeza pesada, jardinagem ou consertos também estão fora. Além disso, evitamos manusear objetos associados com atividades da semana, como dinheiro, fósforos e canetas.
Quem
Transporte Não viajamos de carro, ônibus, trens ou aviões. Também não podemos carregar um objeto a partir de uma área fechada, como uma casa ou um quintal cercado, para uma área aberta, ou vice versa, ou cerca de 1,20m numa área aberta.
Emergências Todas as leis do Shabat são suspensas em caso de emergência ou risco de vida. Por exemplo, se uma pessoa adoece e houver a mínima chance de que a condição ameace a vida, chamamos um médico, dirigimos até o hospital, e assim por diante. O espírito do descanso no Shabat não é menos importante que sua observância técnica. Evite falar sobre negócios ou outros assuntos dos dias da semana. O Shabat é um tempo para buscas espirituais – estudo de Torá, prece e tempo especial dedicado à família. Um tempo para tocar a base com nossa alma.
As velas do Shabat são tradicionalmente uma mitsvá para as mulheres. A mulher cria o clima da família; é sua tarefa e habilidade concedida por D’us assegurar que a luz e a harmonia prevaleçam em seu lar. Coloque algum dinheiro numa caixa de caridade antes de acender as velas. Meninas começam a acender velas de Shabat quando conseguem pronunciar a bênção (aprox. aos três anos de idade). Um homem deve acender as velas se não houver uma mulher adulta presente.
Quando Acenda as velas dezoito minutos antes do pôr-do-sol.
Como Meninas pequenas acendem antes da mãe. Coloque as velas sobre ou próximo da mesa de jantar do Shabat. Coloque algum dinheiro numa caixa de caridade antes de acender as velas. Antes de se casarem, meninas e mulheres acendem uma vela. Depois do casamento, as mulheres acendem duas velas. Algumas acrescentam uma vela para cada filho. Ex.: uma mulher com três filhos acende cinco velas.
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O procedimento Acenda as velas. Estenda as mãos, faça movimentos circulares em sua direção e cubra os olhos. Recite: Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Shabat côdesh. (Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D-us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou acender a vela do santo Shabat.) A hora do acendimento das velas é auspiciosa para a prece particular. Enquanto seus olhos estão cobertos, reserve um momento para rezar por aquilo que seu coração deseja. Descubra os olhos e deseje toda sua família: “Shabat Shalom!”
Notas técnicas Depois que a mulher recita a bênção, ela introduziu o Shabat. A partir desse momento ela não pode fazer nenhuma atividade que seja proibida no Shabat. As velas e castiçais não podem ser movidos até a conclusão do Shabat. Lâmpadas elétricas podem ser usadas como vela do Shabat onde não é possível acender uma chama, como num hospital.
Kidush - Vinho Antes de Jantar O Shabat começa com palavras de louvor sobre o vinho, para cumprir o versículo: “Lembra-te do dia do Shabat para santificá-lo”. Nós o chamamos de kidush, um ritual de palavras e bebida, uma ponte mágica do atarefado dia de semana para o dia de descanso. Tão encantados ficamos pelo kidush que o repetimos novamente em formas diferente a cada dia. O kidush serve como o ponto de partida para as refeições do Shabat da noite e do dia. O kidush da noite consiste de três partes: 1) Três versiculos de Bereshit que relatam como D’us descansou no sétimo dia e o santificou. 2) A bênção para o vinho. 3) Uma bênção agradecendo a D’us por nos dar o Shabat. LUBAVITCH MAGAZINE
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Uma ponte mágica do atarefado dia de semana para o dia de descanso O kidush durante o dia consiste de vários versículos de Shemot seguidos pela bênção sobre o vinho.
Kidush – como fazer: Na noite de sexta-feira, cante Shalom Aleichem para receber os anjos do Shabat e Eshet Chayil, Uma Mulher de Valor. Enxague e seque o copo do kidush. Encha-o até a borda com vinho casher. Reúna todos ao redor da mesa do Shabat. Levante o copo cheio de vinho na sua mão direita (a menos que você seja canhoto) e recite o kidush em voz alta. Na sexta-feira à noite, contemple as velas do Shabat enquanto você pronuncia as primeiras quatro palavras. Então olhe para o vinho no copo enquanto recita a bênção do vinho. Todos os presentes respondem “Amen” na conclusão do kidush. Beba pelo menos 50 ml do copo. Todos devem beber um gole.
Detalhes técnicos O vinho é preferível, mas suco de uva casher também pode ser usado. Não coma ou beba antes do kidush – sexta-feira ao por-dpo-sol e após as preces de Shabat de manhã. Se não há vinho ou suco de uva disponível, recite o kidush sobre chalá ou pão. No Sidur, você deve recitar a bênção, trocando a do vinho pela bênção do pão – e lave as mãos antes do kidush. Depois que todos beberam do copo de vinho, o vinho restante não deve ser usado para kidush a menos que vinho fresco seja acrescentado ao copo. Após o kidush, faça a lavagem ritual das mãos para o pão. O chefe da família pega as chalot, corta uma dela com uma faca, recita a bênção Hamotzi e corta uma fatia. Cada um come um pedaço de chalá mergulhado no sal. Confira ao lado o quadro com o horário de acendimento das velas.
Horáriosde de acendimento acendimento Horários dasvelas velasde de Shabat Shabat e Yom das YomTov Tov 2011-2012/5772-5773 BÊNÇÃOS
Shabat - Recitar a b.n..o 1: ..4 ... 17:47 ..1 ... 17:51 Set 07 ... 17:55 14 ... 17:59 ..1 ... 18:0.. ..8 ... 18:06 Out 05 ... 18:10 1.. ... 18:15 19 ... 18:..0 ..6 ... 18:..5 Nov 0.. ... 18:..0 09 ... 18:..6 16 ... 18:4.. .... ... 18:47 ..0 ... 18:5.. Dez 07 ... 18:59 14 ... 19:04 ..1 ... 19:08 Enquanto vigorar o horário de ver.o, acrescente uma hora a esta tabela ..8 ... 19:10 Dez
0.. ... 18:54 09 ... 18:59 16 ... 19:04 .... ... 19:08 ..0 ... 19:11 Jan 06 ... 19:1.. 1.. ... 19:1.. ..0 ... 19:11 ..7 ... 19:08 Fev 0.. ... 19:04 10 ... 18:59 17 ... 18:5.. ..4 ... 18:46 Mar 0.. ... 18:..9 09 ... 18:..1 16 ... 18:.... .... ... 18:14 ..0 ... 18:05
Abril ..0 ... 17:4.. ..7 ... 17:..5 Maio 04 ... 17:..9 11 ... 17:..4 18 ... 17:19 ..5 ... 17:16 Jun 01 ... 17:14 08 ... 17:1.. 15 ... 17:14 .... ... 17:15 ..9 ... 17:17 Jul 06 ... 17:..0 1.. ... 17:.... ..0 ... 17:..7 ..7 ... 17:..1 Ago 0.. ... 17:..5 10 ... 17:..9 17 ... 17:4..
1
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat Kodesh.
2
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat veshel Yom Tov.
3
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Yom Tov.
4
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Yom Hazicaron.
5
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat Yom Hakipurim.
6
Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam shehecheyanu vekiyemanu vehiguianu lazman haze.
Festividades Judaicas: Pessach
Shavuot Rosh Hashaná Yom Kipur Sucót Shemini Atzeret Simchat Torá
Véspera do 1º dia Véspera do ..º dia Véspera do 7º dia Véspera do 8º dia Véspera do 1º dia Véspera do ..º dia Véspera do 1º dia Véspera do ..º dia Véspera Véspera do 1º dia Véspera do ..º dia Véspera Véspera
06/04 ..... 17:57 ......B.n..os .. e 6 07/04 ..... 18:50 ......B.n..os .. e 6 1../04 ..... 17:50 ......B.n..o .. 1../04 ..... 17:49 ......B.n..o .. ..6/05 ..... 18:1.. ......B.n..os .. e 6 ..7/05 ..... 18:1.. ......B.n..os .. e 6 16/09 ..... 18:00 ......B.n..os 4 e 6 17/09 ..... 18:54 ......B.n..os 4 e 6 ..5/09 ..... 18:05 ......B.n..os 5 e 6 ..0/09 ..... 18:08 ......B.n..os .. e 6 01/10 ..... 19:0.. ......B.n..os .. e 6 07/10 ..... 18:1.. ......B.n..os .. e 6 08/10 ..... 19:06 ......B.n..os .. e 6
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ROSH HASHANÁ
SEMPRE DOCE!
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Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, é uma festa que dura dois dias. As manhãs são passadas na sinagoga
NA ÁGUA
rezando, pedindo a D’us que nos conceda um ano
No primeiro dia de Rosh Hashaná há uma tradição
bom e doce, e ouvindo os toques do shofar (chifre
antiga de ir até um reservatório de água que contenha
de carneiro), Aqui estão mais algumas tradições que
peixes vivos e cumprir a cerimônia chamada Tashlich,
completam a experiência de Rosh Hashaná:
que significa “jogar fora”. Recitamos uma pequena prece
COSTUMES
e balançamos os cantos de nossas roupas, pedindo a D’us que jogue fora e perdoe todos nossos pecados. A água é uma metáfora para bondade, e os olhos sem
As velas são acesas nas duas noites de Rosh
pálpebras dos peixes simbolizam nossa esperança de
Hashaná. O kidush é recitado e refeições saborosas
que o olho vigilante de D’us esteja sempre sobre nós.
são apreciadas reunindo a família e amigos. Nestes
Se o primeiro dia de Rosh Hashaná cair no Shabat,
dois dias (celebrado em um único dia em Israel) não
Tashlich é realizado no segundo dia. Perdeu a cerimônia
trabalhamos, dirigimos, escrevemos, ou ligamos
em Rosh Hashaná? Você ainda tem até o último dia do
aparelhos elétricos, como no Shabat. Temos permissão
feriado de Sucot para jogar seus “pecados fora”.
de cozinhar (tranferindo o fogo de uma chama pré acesa e de carregarmos objetos necessários, como o Machzor de Rosh Hashaná, Livro de Preces.
SEMPRE DOCE
SHOFAR - UM CHAMADO À AÇÃO O shofar é um chifre de um animal casher com o tutano removido. Sopre em um shofar e você terá um toque especial. Toque a sequência de sons na ordem correta
Há muitos costumes simbólicos. Na primeira noite de
na época certa do ano e terá cumprido uma grande
Rosh Hashaná comemos uma fatia de maçã mergulhada
mitsvá. Na Torá, Rosh Hashaná é chamado “O Dia
em mel, para termos um ano bom e doce. Ingerimos
do Toque do Shofar”. Esta é a mitsvá do dia: ouvir os
um pedaço da cabeça de um peixe, pedindo a D’us
toques do shofar.
que sejamos cabeça e não a calda, no ano vindouro.
Como Rosh Hashaná dura dois dias na diáspora,
Comemos romãs, com uma prece para que este ano seja
precisamos ouvir o toque do shofar durante as horas
repleto de mitsvot como a romã repleta de sementes. E
diurnas daqueles dois dias – a menos que o primeiro
para adocicar ainda mais os próximos meses, durante
caia no Shabat, e neste caso tocamos o shofar somente
todas as refeições de Rosh Hashaná, a chalá (pão) é
no segundo dia.
mergulhada em mel. Se não bastasse o simbolismo,
Sua mensagem é singular e tocante: é época de nos
verbalizamos nossos desejos transmitindo à família e
livrarmos de nosso sono espiritual e reconectarmo-nos
aos amigos um Shaná Tová: um ano bom e doce.
com a nossa fonte. 125
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Foto: webking
YOM KIPUR: MAIS UMA CHANCE LUBAVITCH MAGAZINE
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Quarenta dias após receberem a Torá no Monte Sinai e
1) As preces noturnas, que começam com o solene Kol
se comprometerem a ser o povo escolhido de D’us, os
Nidrei.
Filhos de Israel adoraram um Bezerro de Ouro. Moshê
2) Prece Matinal.
implorou a D’us para que Ele não destruísse Sua nação
3) Mussaf, que inclui uma descrição do serviço de Yom
errante, e a 10 de Tishrei D’us disse: “Eu perdoei.”
Kipur no Templo Sagrado (Avodá).
Desde então, observamos esta data como um “Dia da
4) Prece Vespertina, na qual é lido o Livro de Yoná.
Expiação” – uma celebração de nosso relacionamento
5) Neilá, recitada quando o dia está acabando e o
indestrutível com D’us. É o dia mais sagrado do ano,
veredicto para o novo ano é selado.
quando nos reconectamos com nossa própria essência, que permanece fiel a D’us independentemente de nosso
As primeiras quatro preces incluem uma confissão
comportamento.
(privada) dos pecados a D’us. Muitas leis e costumes estão associados com os serviços de prece; o rabino de
COMPORTAMENTO ANGELICAL
sua sinagoga lhe dará a orientação que precisa.
Yom Kipur é um dia de jejum: do pôr-do-sol da véspera
FINAL DO JEJUM.
de Yom Kipur até o anoitecer do dia seguinte não comemos ou bebemos (se você está doente, consulte
Neilá conclui-se com a congregação proclamando
um rabino). Também nos abstemos de certos prazeres
o Shemá em uníssono, e então um toque do shofar
físicos: usar sapatos de couro, tomar banho ou lavar-
assinala o final do dia. Yom Kipur é seguido por uma
se, aplicar loções ou cremes, ter relações conjugais. É
refeição festiva. Nós nos alegramos, confiantes de que
também um “dia de repouso” no qual todo trabalho é
D’us perdoou nossos pecados.
proibido (como no Shabat). A família de Nelson Castan celebra os 30 anos da Família do Rabino Mendel entre nós.
* CINCO PRECES Usamos roupas brancas em imitação aos anjos
!מזל טוב
celestiais, e passamos a maior parte do dia na sinagoga,
Mazal Tov!
engajados em arrependimento e prece. Há cinco
Nelson, Yara, Juliana, Tiago, Paula, Daniel
serviços de prece:
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SUCOT
A FESTA DA CABANA
Assim que termina Yom Kipur, começamos a nos preparar para o próximo feriado, a alegre festa de Sucot. A mitsvá principal dessa data é a sucá. Ela é uma cabana construída para proporcionar sombra. É por isso que muitos se sentam sob o céu aberto – não sob um deque no pátio ou sob os galhos de uma árvore. As paredes podem ser feitas de qualquer material, desde que sejam seguras e não voem com o vento. O teto, no entanto, (chamamos de s’chach) deve ser feito de materiais não processados que tenham crescido no solo. Estacas de bambu, ripas de madeira e galhos de sempre-viva são algumas opções populares. Certifique-se de usar s’chach suficiente para que o interior da sucá tenha mais sombra que luz do sol. Aqueles que não têm muito tempo podem adquirir
uma sucá pré-fabricada e galhos de bambu. Durante oito dias, transforme a sucá em seu lar oficial. Não entre em pânico: você só precisa fazer as refeições ali. Porém, tente incluir outras atividades que você normalmente faz em sua casa – como ler um livro ou conversar com um amigo. Sentamo-nos na sucá a partir do pôr-do-sol em 14 de Tishrei até o anoitecer de 22 de Tishrei.
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É uma mitsvá fazer todas as refeições na sucá (uma “refeição” é definida como mais de 56 gramas de cereal – ex., pão, bolo, massa). Algumas pessoas têm o costume de fazer lanches também na sucá. Antes de comer na sucá, é recitada a seguinte bênção: “Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos
ordenou habitar a sucá.”Esta bênção é feita quando sua refeição ou lanche inclui um alimento baseado em cereal. Está chovendo? Se for realmente desconfortável, não há obrigação de sentar ali. Volte quando o tempo melhorar. Esta linda mitsvá é tradicionalmente cumprida pela família inteira, embora, como ocorre com todas as mitsvot relacionadas ao tempo, a obrigação de comer na sucá se aplique a homens acima dos 13 anos. A sucá comemora as Nuvens de Glória que cercavam e protegiam nossos ancestrais durante a jornada de 40 anos no deserto, após o Êxodo do Egito. Nossa disposição em deixar a segurança de nosso lar e passar oito dias numa cabana precária demonstra nossa fé em D’us e em Sua benevolência.
AS QUATRO ESPÉCIES - EXPRESSANDO NOSSA UNIDADE Em todos os dias de Sucot (exceto no Shabat) seguramos os Arba Minim, também conhecidos como “As Quatro Espécies”.Sucot é uma festa com duração de sete dias, começando em 15 de Tishrei e terminando em 21 de Tishrei.
cumprir essa mitsvá é a sucá, a cabana ao ar livre. Segure o lulav na mão direita (a menos que seja canhoto) com a espinha de frente para você. Fique de frente para o leste e recite: “Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou segurar o lulav. No primeiro dia de Sucot (ou na primeira vez que você faz isso em Sucot) acrescente: “Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, que nos concedeu vida, nos susteve e nos permitiu chegar a essa ocasião.” Junte o lulav e o etrog e balance-os – você cumpriu essa mitsvá! Apesar disso, o costume é balançar os Arba Minim em todas as seis direções – norte, sul, leste, oeste, para cima e para baixo. Leve seus Arba Minim à sinagoga para os serviços matinais. Nós os balançamos durante a prece de Halel e então os carregamos em torno da bimá durante a cerimônia de hosha’anot. A unidade judaica é um dos temas mais importantes de Sucot. As quatro espécies que você está segurando simbolizam quatro tipos de judeus, com níveis diferentes de conhecimento e observância de Torá. Juntá-los representa nossa unidade como nação – apesar de nossas diferenças externas. Portanto nesse espírito de unidade, certifique-se de compartilhar seus Arba Minim com seus amigos e vizinhos judeus!
O QUE SÃO AS QUATRO ESPÉCIES? Um ramo de palmeira (lulav), dois de salgueiro (aravot), um mínimo de três galhos de murta (hadassim) e um cítrico (etrog). As primeiras três espécies são arrumadas juntas. Nem todos os jogos de Arba Minim à venda são casher. Confira com seu rabino. E trate seu conjunto com todo o cuidado – são bem frágeis! Arba Minim é ogrigação do homem. Para as mulheres é opcional, mas encorajado. O melhor lugar para 129
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PORQUE É DIFÍCIL
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acionamos aparelhos elétricos. Mas temos permissão de cozinhar e carregar para fora.
SHEMINI ATSERET Em Shemini Atseret ainda comemos na sucá (segundo o costume da maioria das comunidades), mas sem recitar a bênção sobre a sucá. As “Quatro Espécies” não são mais balançadas neste dia. O serviço matinal de Shemini Atseret inclui Yizkor, bem como a prece especial pela chuva, lançando oficialmente a estação chuvosa no Mediterrâneo (a prece silenciosa, Amidá, é alterada neste trecho. De “morid a tal”,(“Faz cair o orvalho”) para “Mashiv haruach umorid hagueshem” (“Faz soprar o vento e cair a chuva”).
SIMCHAT TORÁ O segundo dia é chamado Simchat Torá (“Alegrandose com a Torá”). Não comemos mais na sucá. Neste dia concluímos, e começamos novamente, Logo após a Festa de Sucot, vêm os alegres dois dias de Shemini Atseret e Simchat Torá (em Israel, a festa é “compactada” num único dia). Isso é análogo a um rei que convidou os filhos para um banquete que dura alguns dias. Quando chega a hora de partirem, o rei diz: “Meus filhos! Por favor, fiquem mais um dia; é difícil para mim, separar-me de vocês!” (Midrash). Velas são acesas nas duas noites de Yom Tov, e o kidush e refeições são apreciados nas noites e dias do feriado. Não trabalhamos, dirigimos, escrevemos nem
o ciclo anual de leitura da Torá, um ato que produz incomparável alegria. O ponto principal de Simchat Torá são as hacafot, na qual marchamos, cantamos e dançamos com os Rolos de Torá ao redor da bimá, mesa de leitura da Torá na sinagoga. As hacafot são feitas duas vezes, à noite e na manhã de Simchat Torá, e em algumas comunidades, também na noite de Shemini Atseret. Todos recebem uma aliyah em Simchat Torá, até as crianças. As hacafot são um evento imperdível! Informe-se sobre os horários na sua sinagoga. 131
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Foto: Roman Sigaev
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Latkes, Donuts & Blintzes de Queijo
CHANUCÁ
Chanucá comemora um milagre baseado no azeite – o que explica por que comemos alimentos fritos no óleo para celebrá-lo. Alguns comem panquecas de batata, os latkes, outros sufganiot – sonhos fritos em óleo. Alguns comem ambos. A maioria sobrevive ao feriado! Sim, a comida pode ser perigosa. Uma das mais notáveis vitórias dos macabeus foi resultado de alimentarem o inimigo com queijo – também comemos laticínios em Chanucá. Mais uma vez, sobrevivemos.
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CHANUCÁ GUELT Durante Chanucá é costume dar guelt (dinheiro) às crianças, para que possamos ensinar a elas como fazer caridade – e ajudar a manter o espírito festivo e alegre. Alguns têm o admirável costume de dar guelt em todas as noites de Chanucá. Estes também sobrevivem.
DREIDEL Os opressores gregos baniram as escolas de Torá, portanto as crianças estudavam nas florestas, colocando uma sentinela para alertar sobre as patrulhas gregas. Quando chegava um alerta, as crianças escondiam os textos e começavam a brincar com seus dreidels (piões giratórios). Nós, também, jogamos dreidels para comemorar a coragem dessas crianças heroicas. As quatro letras hebraicas sobre o dreidel são um acrônimo para “Nes Gadol Haya Sham” – “um grande milagre aconteceu lá”. Portanto jogar dreidels nos mantém conscientes sobre os milagres de Chanucá mesmo durante as horas de divertimento e brincadeiras.
AS PRECES A cada dia de Chanucá agradecemos a D’us recitando o Halel completo durante o serviço matinal. Também inserimos uma prece especial de agradecimento, V’al Hanissim, nas preces e Graças Após as Refeições. Toda manhã lemos na Torá sobre as oferendas de inauguração levadas em honra à dedicação do
Tabernáculo – reminiscência da rededicação do Templo profanado feita pelos macabeus.
SHABAT DE CHANUCÁ Na tarde da sexta-feira, acenda a menorá antes de acender as velas do Shabat. As velas da noite de Chanucá na sexta-feira devem arder pelo menos por 1h30 – portanto você precisa de mais azeite ou velas maiores. Na noite de sábado, acenda a menorá após escurecer, depois da cerimônia de Havdalá que marca o término do Shabat. A Menorá - Produza Luz! O acendimento da Menorá foi instituído como uma estratégia de publicidade: anunciar ao mundo inteiro que D’us faz milagres para aqueles que defendem a verdade e a justiça. Os macabeus expulsaram as forças das trevas com espadas; nós o fazemos com velas. É por isso que acendemos a menora pouco após o pôr-do-sol. Duas exceções: na sexta-feira à noite, acenda as velas antes do pôr-do-sol. No sábado acenda-a após escurecer.
Onde Onde quer que você esteja vivendo na ocasião. Coloque a menora num batente central, perto do batente oposto à mezuzá. Alguns têm o costume de colocá-la sobre o parapeito de uma janela de frente para a rua.
Quem Qualquer judeu, homem, mulher ou criança. Em muitas casas, o chefe da família acende uma menorá para todos recitando a bênção. Em outras, cada um 133
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acende a sua própria. Alguns acendem uma vela e deixam as crianças acenderem as outras.
O milagre de Chanucá envolveu azeite de oliva, portanto este é o óleo escolhido. Porém você pode usar qualquer vela que queime até meia-hora após o anoitecer. As menorot elétricas podem parecer bonitas para decoração, mas não servem para cumprir
no livro de preces. Acenda as velas. Na primeira noite, coloque uma vela no canto direito mais distante da menorá e a cada noite acrescente uma à esquerda. A cada noite, acenda primeiro a vela mais nova e continue acendendo da esquerda para a direita. Coloque o shamash em seu lugar na menorá e cante os hinos “Hanerot Halalu” e/ou “Mao Tzur”. Fique próximo das velas por cerca de meia-hora. Partilhe algumas histórias de Chanucá com sua família, aprecie
a mitsvá.
um jogo de dreidel e sirva-se de alguns latkes quentes!
A Menorá
Como fazer
Foto: Elisheva Monassevitch
Reúna todos ao redor da menorá. Acenda o shamash (vela auxiliar). De pé, recite as bênçãos encontradas
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ANO NOVO DAS ÁRVORES
Quando foi a última vez que você desejou Feliz Ano Novo a uma árvore? O 15º dia do mês hebraico de Shevat é uma grande oportunidade; é conhecido como Tu B’Shevat, o Ano Novo das Árvores. Por que as árvores celebram seu Ano Novo tão depois do nosso? Isso tem a ver com a estação chuvosa em Israel, que começa com a Festa de Sucot. São necessários quatro meses para as chuvas saturarem o solo, nutrir as árvores e levá-las a produzir frutos. Na época do Templo Sagrado de Jerusalém o povo judeu levava seu dízimo de frutas. A Torá afirma: “O homem é uma árvore do campo.” Somos nutridos por raízes profundas, que datam a Avraham e Sarah; atingimos o alto na direção dos céus enquanto temos os pés firmemente plantados no solo; e quando fazemos tudo isso com retidão e emuná, fé sincera, produzimos frutos que beneficiam o mundo – ou seja, nossas boas ações.
Costumes Nesta data costuma-se consumir algumas daquelas frutas pelas quais Israel é famosa: lembre-se da palavra FRUTA (figo, romã, uva, tâmaras e azeitonas). Recite a bênção sobre a fruta “Baruch Atá A-donai, Eloheinu Melech Ha’Olam bore pri há-etz.” - Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do Universo, que cria o fruto da árvore. Ao saborear pela primeira vez um fruto da estação, recite a bênção “Shehecheyanu” antes da bênção da fruta: “Ba-ruch A-tá Ado-nai E-lo-hei-nu Me-lech Ha’olam she-heche-ya-nu ve-ki-yi-má-nu ve-higi-anu liz-man há-zeh.” - Bendito seja, Eterno nosso D’us, Rei do Universo, que nos concedeu vida, nos susteve e nos permitiu chegar a essa ocasião. Alguns têm o costume de comer alfarroba. O mestre cabalista Arizal comia quinze tipos de frutas neste dia!
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PURIM Purim, celebrado a 14 de Adar, é o dia mais animado
novamente durante o dia de Purim. Preste atenção – é
e repleto de ação do ano judaico. Há 2.400 anos,
vital escutar cada palavra, do início ao final. Quando o
Haman, primeiro ministro persa, ordenou o genocídio
nome de Haman é mencionado na leitura, as crianças
dos judeus. Seu plano foi frustrado por Esther e
sacodem graggers (maracas ruidosas) e os adultos
Mordechai – e nós celebramos!
batem o pé para erradicar seu nome perverso.
Eis aqui um breve guia:
Partilhe alguma comida
Escute sobre o milagre
Purim trata de amizade, comunidade, e carinho. Envie Vá à sinagoga e escute a Meguilá inteira. A Meguilá,
um pacote contendo pelo menos dois tipos diferentes
também conhecida como “O Livro de Esther, é o rolo
de alimentos prontos e/ou bebidas a pelo menos um
que conta a história de Purim. Ouça duas vezes a
amigo judeu durante o dia de Purim.
leitura feita em público: uma vez na noite de Purim e LUBAVITCH MAGAZINE
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Doe aos necessitados
horas do dia de Purim, reúna amigos e família para uma festa com carne e vinho. Cante, ria, divirta-se.
Purim é sobre carinho. Doe comida ou dinheiro a
Tradicionalmente, o banquete de Purim inicia antes do
pelo menos duas pessoas necessitadas durante o dia
pôr-do-sol e dura até bem após o anoitecer.
de Purim. Caso você não encontre nenhuma pessoa necessitada, solicite a sua sinagoga para que o faça
Agradeça a D’us
em seu nome. Pelo menos, coloque duas moedas numa caixa de caridade. A caridade é uma mitsvá
Acrescente V’al Hanissim, uma breve seção de
que devemos cumprir durante o ano inteiro, mas em
agradecimento pelo milagre de Purim, às preces diárias
Purim devemos doar a quem pedir.
e às Graças Após as Refeições. Tradicionalmente as crianças se fantasiam – uma alusão ao milagre de
Festeje e alegre-se
Purim que foi disfarçado em eventos naturais. Vista suas crianças como presonagens bons e alegres,
Purim é sobre compartilhar a sua alegria. Durante as
como Mordechai e Esther.
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Foto: Self-Help Guru
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PESSACH: LIBERDADE VERDADEIRA
“O que estamos celebrando? Por que estamos todos aqui?” BASEADO NO ARTIGO DE TZVI FREEMAN Estamos aqui para celebrar nossa liberdade. É por isso que o feriado é chamado “A Festa de Nossa Libertação”. Éramos escravos no Egito, agora somos livres. Portanto, vamos à refeição e à celebração.Estou contente por eles se sentirem tão livres. Quanto a mim, ainda sou um escravo e o Faraó, rei do Egito, nunca morreu. Trabalho para ele a semana toda. Ele me levou a isto: Primeiro, ele me deixa possuir todas estas coisas boas que eu realmente queria sem pagar nada. Depois ele começa a exigir dinheiro em troca delas. Quando, certa vez, não
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paguei todo o dinheiro, ele exigiu ainda mais dinheiro. Precisei então trabalhar ainda mais para dar a ele todo o dinheiro que exigia. Levo uma foto do Faraó em sua atual encarnação na minha carteira. Há um nome assustador gravado sobre ela. Ele se chama “MasterCard”. “Somos todos prisioneiros. O ato da existência é nosso crime. O universo é nossa prisão. Nosso corpo e nossa pessoa é nossa cela. As chaves para a libertação estão firmemente guardadas nos punhos de nosso próprio ego.” Consultei o Tanya, a clássica obra chassídica do
Rabi Shneur Zalman de Liadi, capítulo 47. Ali ele afirma que quando D’us nos deu a Torá, deu-nos a infinitude. Conectamo-nos a Ele por intermédio da Torá e somos livres porque então somos infinitos e livres como Ele. E ele escreve: “… e portanto não há nada impedindo ninguém, exceto sua própria vontade” Este é o conselho prático do Rebe, numa palestra proferida num Pêssach: “Torne uma parte de sua vida uma ação que o leve além de seus limites, ajudando pessoas que não são parte de sua família ou círculo de amigos, fazendo alguma coisa que não se encaixe em sua própria auto-definição. Convide alguém com quem você não se sente à vontade para seu sêder. A princípio, talvez você não se sinta muito bem. Mas você se libertou.” Portanto, mais uma vez este ano, chego ao meu sêder. Deixo meu pequeno mundo particular do meu minúsculo eu e passo pela porta rumo a algo infinito, intemporal e
eterno, porque está conectado ao infinito, intemporal e eterno D’us. Não faço mais parte de mim. Sou parte de nós e parte de Sua Torá, e portanto, parte d’Ele. Eu me libertei. Este ano, devemos todos nos libertar. Não apenas no sêder, mas em todos os momentos da nossa vida. Para sempre. Este ano em Jerusalém! Ingredientes do Sêder As principais mitsvot do Sêder são: comer matsá; narrar a história do Êxodo ao recitar a Hagadá e explicar o significado de três itens: Pêssach (cordeiro pascal), matsá e maror (ervas amargas); beber quarto taças de vinho; comer maror; e recitar o Halel (cântico de louvores a D-us).
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LAG BAOMER
A FORÇA DO ARCO Lag Baômer significa “33º do Ômer,” pois este é o 33º
mesmo que a humanidade tornasse a ser imerecedora
dia da “Contagem do Ômer” que tem a duração de 49
Ele colocaria o arco-íris no céu como um pacto de Seu
dias, conectando Pêssach a Shavuot, e interligando a
voto de jamais destruir Seu mundo novamente. Mas
jornada dos judeus na saída do Êgito até a chegda ao
enquanto Rabi Shimon estava vivo, seu mérito foi
Monte Sinai. No calendário
suficiente para assegurar que
judaico, este corresponde ao 18º
D’us não se arrependeria de Sua
dia do mês de Iyar. Lag Baômer
criação.
A PESSOA DEVE O ensinamento chassídico de dois dos mais notáveis Sábios vê outra ligação do arco: ele MERGULHAR EM SI da história judaica: Rabi Akiva e MESMA, RECOLHER-SE funciona sob o princípio de Rabi Shimon bar Yochai. “recuar para poder avançar” A SUA ESSÊNCIA E LÁ ao empurrar a flecha para trás, DESCOBRIRÁ A “CENTELHA rumo ao próprio coração, o Arco e Flechas DIVINA” QUE POSSUI. arqueiro a impele a uma grande celebra a vida e os ensinamentos
É costume levar as criancas a
distância, para golpear o coração
passeios a parques e espaços
do inimigo. A essência mística
abertos para brincar com arcos
da Torá, disseminada por Rabi
e flechas. Conta-se que durante a vida de Rabi Shimon
Shimon, funciona pelo mesmo princípio. A pessoa deve
nenhum arco-íris apareceu no céu. O arco-íris é símbolo
mergulhar em si mesma, recolher-se a sua essência
de falha humana: conforme relatado em Gênesis, D’us,
e lá descobrirá a “centelha Divina” que possui. Esta
após a destruição da geração do Dilúvio, prometeu que
descoberta confere o poder de derrotar o adversário mais obscuro e transformá-lo em algo bom e positivo.
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Shavuot é a festividade que comemora o aniversário da união de D-us com o povo judeu, há mais de 3.300 anos, em uma humilde montanha chamada Sinai. Foi a primeira e única vez (até hoje) que o Criador do Universo revelou Sua presença e Sua filosofia para toda uma nação. Cinquenta dias após deixar o Egito, o povo judeu recebeu a obra-prima de D-us: a Torá. Eles deixaram de ser uma nação de escravos para se transformar no povo ao qual foi confiada a missão cósmica de levar a luz Divina para todo o mundo. Em Shavuot celebramos este momento e nos rededicamos ao cumprimento de nossa tradição.
Costumes de Shavuot - Reviva a experiência do Monte Sinai ouvindo a leitura dos Dez Mandamentos em sua sinagoga. Não deixe de levar as crianças. - Decore sua casa com flores relembrando o milagroso florescimento do Monte Sinai. - Coma laticínios, recordando, entre outras coisas, os 40 dias e 40 noites que Moshe passou no Sinai (em hebraico, a palavra “leite” tem o valor numérico equivalente a 40). - Fique acordado durante toda a primeira noite de Shavuot estudando Torá, preparando-se para recebê-la no dia seguinte. - Recite Yizcor, a prece pela alma dos entes queridos que não estão mais entre nós.
Foto: David Rose
SHAVUOT
o casamento eterno
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