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30 ANOS DE BEIT LUBAVITCH

NOVO CENTRO CULTURAL EM PORTO ALEGRE


C A R TA D O R E B E

PROVIDÊNCIADIVINA SAUDAÇÕES E BÊNÇÃOS, 25 DE ELUL, 5735 (1975)

Recebi sua carta relacionada com a aproximação do

desenvolve um profundo senso de segurança e confiança.

novo ano, bem como uma cópia da carta anterior.

O conceito de “Divina Providência” é melhor

Como foi solicitado, eu me lembrarei de você e sua

compreendido no termo original hebraico, Hashgachá

família, bem como daqueles mencionados em sua

Peratit [supervisão individual], pois Hashgachá

carta, em prece, para a realização dos desejos de seus

significa cuidadosa vigilância, razão pela qual o termo

corações para o bem.

Hashgachá também é usado em conexão com as leis

Com referência às suas dúvidas e a

de Cashrut [leis dietéticas judaicas], onde

dificuldade de tomar decisões, e sobre

cada detalhe precisa ser cuidadosamente

um sentimento de insegurança para

supervisionado. Uma outra tradução que

confiar nas pessoas em geral, não

às vezes é usada para Hashgachá Peratit,

é preciso eu me alongar muito para

ou seja, “supervisão”, não é inteiramente

dizer que este tipo de sentimentos

satisfatória neste caso, porque supervisão

surge quando alguém pensa que está

implica “visão de cima”, ou seja, olhar do

sozinho, e pode apenas confiar em si

alto, ao passo que Hashgachá no sentido

mesmo e em seu próprio julgamento,

da vigilância de D’us significa conhecer

e portanto sente-se incerta e insegura

todos os assuntos, por dentro e por fora,

sobre cada passo que precisa dar.

completamente.

E embora ele também confie em

A crença nesta Hashgachá Peratit é

D’us, esta confiança de certa forma é

fundamental em nossa religião e modo de

superficial e não está imbuída nele, em

vida, a tal ponto que antes de cada novo

todos os detalhes de sua maneira de viver; e apenas

ano, e durante o início do ano, recitamos duas vezes ao

em determinados dias, como as Grandes Festas, ele

dia o Salmo 27: “D’us é minha luz e minha salvação, a

se sente mais próximo de D’us.

quem temerei? D’us é a força da minha vida, de quem

Porém quando a pessoa tem uma profunda fé em

terei medo?” Por isso vemos que mesmo que as coisas

D’us, e quando reflete que a benevolente Providência

não ocorram como desejadas, segundo os cálculos

Divina se estende a todas as pessoas, e a todo e

humanos, e mesmo que pareça que, segundo a Torá,

cada detalhe, e a todo e cada minuto, certamente ele

deveria ser diferente, um judeu ainda coloca sua confiança


em D’us, como conclui o Salmo: “Espera em D’us; sê forte

D’us conceda que seja com Hatzlocho (sucesso),

e fortalece teu coração e esperança em D’us.”

especialmente por isso não interferir com períodos

Em outras palavras, às vezes é necessário ser forte

regulares de estudo diário de Torá. Nesta conexão,

e fortalecer o próprio coração para atingir plena

cabe lembrar as palavras do Alter Rebe, o fundador

confiança em D’us, mas há também a promessa de

de Chabad, que verdadeiro Kviat Ittim (horários

ser capaz de consegui-la.

estabelecidos) para o estudo de Torá implicam não

O que foi dito acima vem mais facilmente quando se

apenas no tempo, mas também na alma.

fortalece a aderência à Torá e mitsvot [mandamentos]

Possa D’us conceder que você tenha boas notícias

na vida diária. E não importa o quão satisfatório isso

para relatar sobre o que foi dito acima.

possa ser a qualquer tempo, sempre há espaço para

Desejando a você e todos os seus um Kesivo

aperfeiçoamento em todos os assuntos de bondade

VeChasima Tovo [que você seja inscrito e selado para

e santidade, Torá e mitsvot, que são infinitos, sendo

o bem, para um ano novo bom e doce]

derivados do Infinito. Na verdade, estou contente por notar que apesar das suas dúvidas, você dedica tempo e esforço para ser útil em seu campo, e que


EDITORIAL Antes de partir de Nova York rumo

indivíduo aquilo que será necessário

Juntamente com os nossos filhos

ao Brasil ainda desconhecido, fui

para cumprir a missão da sua vida.

e parceiros, Chezky, Reisel, Chana, Dina, Saadia, Ari, Muci, Chaia, Rivka,

recebido junto com a minha esposa Mimi em uma audiência particular

Lá estávamos para receber a

Sheina, Bracha e Shaie e nossos

com o Rebe de Lubavitch, o Moisés

bênção e injeção de força para

genros,Shmuel, Mendy P., Mendy

da nossa geração.

cumprir o que o Rebe identificou

Z., e Menachem Mendel e nossos

como sendo a nossa missão de

netos Baruch, Shlomo Aharon,

O momento é singular, um encontro

vida, se instalar em uma cidade

Yosef e Risya Liba, agradecemos

de almas. Aos olhos do Rebe tudo é

remota chamada Porto Alegre.

ao Rebe pela honra de sermos seus

exposto. Revelam-se dimensões do

Fomos privilegiados em receber a

shluchim emissários no Rio Grande

nosso ser mais íntimo que até então

seguinte mesagem:

do Sul.

cabe à pessoa aproveitá-las. São

Serão abençoados com alunos

Que as centelhas Divinas aqui

energias, talentos, sensibilidades

e alunas como se fossem seus

reveladas aproximem a revelação

e aptidões em uma combinação

próprios filhos, como também filhos

de Mashiach, quando o mundo se

única formando a composição

e filhas próprios que dedicarão

tornará um deleite de paz.

interna de cada um, somados

suas vidas em prol da Torá e das

com a educação transmitida pela

Mitsvot, preceitos Divinos. Terão

família, pelo estudo, pelo meio em

deles muitas nachas, satisfação e

qual vivemos. D-us oferece um

alegrias deles.

não conhecíamos, e uma vez vistas

serviço personalizado, imbuíndo no


ÍNDICE Informativo Periódico da Sociedade Beneficente e Cultural Beit Lubavitch

Rabino Mendel Liberow Presidente Sidney Ochman Vice-Presidente Leandro Kolodny 1º Secretário Fernando Steinbruch 2º Secretário Newton Birman 1º Tesoureiro James Kravetz 2º Tesoureiro Jacob Burd Diretor Administrativo Roberto Schotkis Diretor Assistente Julio Katz Diretores de Assuntos Religiosos Julio Ratzkowski Diretor de Novos Sócios Gilberto Raskin Diretor de Patrimônio Daniel Ruvel Diretor de Relações com a Comunidade Renato Stifelman CONSELHO EDITORIAL

Mimi Liberow Rivka Liberow

PRODUÇÃO EDITORIAL

Verde Comunicação Total verdecomunicacao.com Guilherme Ferreira - MTB 14.422 Paulo Maia - MTB 14.228

DIAGRAMAÇÃO

Emílio R. Martins Geraldo Oliveira

PROJETO GRÁFICO

Emílio R. Martins

FOTOGRAFIA

IMPRESSÃO TIRAGEM

Clleber Passus Léo Plachek Luiz Ventura Simon Menem Print Paper 4,000

Distribuição gratuíta SEDE Sinagoga Beit Lubavitch | Rua Felipe Camarão, 748 Telefones: 3335-1264 ou 30235438 Site: www.chabadpoa.org E-mail: chabadpoa@chabadpoa.org CNPJ: 03712761/0001-64

012 016 022 038 042 045 046 048 054 056 060 064 082 084 088 090 094 096 098 100 104 106 108 110 112 113 116 120 122 124 128 130 132 134 136 139 140 142 145 146

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Qu e m somos O Re be 3 0 a nos de tr a je tór ia Cu mpr ime ntos a o Be it L u bavi t ch Ca ba lá Sha lom no r á dio Ma shi a ch Ca mpa nha da s Mi tsvot Me zu zá Pr e ce de She ma Yisr a e l As L e is de Nóe Espe cia l Shofa r Ce nte r A pr ince sa e o ca mponê s Como mu da r o pa ssa do Da ndo nome a o be bê Br i t Milá Ba r e Ba t Mi tvá Ca sa me nto O qu e significa Ma za l Tov Confor ta ndo os qu e sofr em Tr a nca do por for a É i mor a l e sta r a cima do pes o? Come ça r com o fim e m m ent e A a r te de vi ve r Ame - se I’m a je w for a liv i ng Sopa fr ia O pã o nosso de ca da di a Vi ve ndo nu ma ca ixa Sha ba t Rosh Ha sha ná Yom Ki pu r Su cot Por qu e é di fí cil se de spedi r Cha nu cá O Ano Novo da s á r vor e s Pu r im Pe ssa ch La g Ba ome r Sha v u ot




bem docinha

Economizar ĂŠ comprar





QUEM SOMOS

Fundado por Rabi Yisrael Ben Eliezer, o Baal Shem Tov, há dois séculos e meio, o Chassidismo espalhouse rapidamente pelo mundo judaico. O Baal Shem Tov ensinava que o judaísmo e a Torá são propriedades de todos os judeus; que cada um, independente

O Chassidismo

de seu status ou de suas qualidades pessoais, está perfeitamente capacitado a servir a D’us. A devoção, enfatizava ele, é vital para uma vida plena e o potencial religioso da devoção é incalculável. Prazer e entusiasmo no atendimento aos desejos de D’us, calor e afeto no relacionamento com os outros - essas se tornaram as marcas de identificação do Chassidismo.

Chabad enfatiza a importância em cumprir para si mesmo e transmitir para os outros a beleza e profundidade do estilo de vida baseado na Torá. A virtude da filosofia Chassídica Chabad é que ela não se esgota com ensinamentos teóricos, mas motiva e induz aqueles que a estudam a traduzir seu conhecimento intelectual em ações práticas. Os líderes de Chabad-

A Filosofia

Lubavitch juntamente com sua grande influência no campo espiritual, dedicavam sua atenção para as condições gerais da comunidade judaica, motivados pelo seu ilimitado Ahavat Yisrael, que é uma de suas molas mestras. Amar um companheiro judeu significa amá-lo completa e incondicionalmente. Assim, o seu trabalho tinha um propósito duplo - melhorar as condições materiais de seu povo, assim como seu padrão espiritual.

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O Movimento Chabad-Lubavitch Chabad-Lubavitch é uma filosofia, um movimento, uma

e seu nome transmite a essência da responsabilidade

organização. A palavra “Chabad” é um acrônimo em

e amor engendrados pela filosofia Chabad por todo

hebraico para as três faculdades intelectuais de: chochmá

e cada judeu. Tornou-se a residência dos líderes do

(sabedoria), biná (compreensão) e daat (conhecimento).

Movimento Chabad-Lubavitch em 1814, quando Rabi

Ensina o entendimento e o reconhecimento do Criador,

Dovber, filho e sucessor do fundador do Movimento,

o papel e o propósito da Criação, e a importância e

Rabi Shneur Zalman, estabeleceu-se no local. Por mais

missão singular de cada criatura. Esta filosofia orienta a

de um século (até 1916) e quatro gerações de líderes

pessoa a refinar e governar cada ação e sentimento por

Chabad-Lubavitch, ela permaneceu como o centro do

meio destes três atributos intectuais.

Movimento. Assim, os líderes de Chabad-Lubavitch

Lubavitch, “A Cidade do Amor Fraterno”, era uma

tornaram-se conhecidos como “Lubavitcher Rebes” e

pequena cidade no condado de Mohilev, Rússia branca,

seus Chassidim como “Lubavitcher Chassidim”.

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QUEM SOMOS

Liderança O movimento é guiado pelos ensinamentos de seus

Eles personificaram as milenares qualidades bíblicas

sete líderes (Rebes), começando com Rabi Shneur

de piedade e liderança, se preocupando não apenas

Zalman de Liadi, de abençoada memória (1745-1812).

com Chabad-Lubavitch, mas com a totalidade da

Estes líderes tornaram acessíveis os mais refinados

vida judaica, física e espiritual. Nenhuma pessoa ou

e delicados aspectos do misticismo judaico, criando

detalhe era pequeno ou insignificante demais para

um corpo de estudo composto de milhares de livros.

seu amor e dedicação.

Os Rebes O Báal Shem Tov – O Mestre do Bom Nome - (1698-1760)

Fundador do Chassidismo.

O Maguid de Mezeritch Rabi DovBer (? – 1772)

Discípulo do Báal Shem tov e professor de Rabi Shneur Zalman de Liadi. Fortaleceu o chassidismo de seu mestre, ancorando-o firmemente no pensamento e na prática judaicas.

1º Rebe: O “Alter Rebe” Rabi Shneur Zalman de Liadi (1745-1812)

Fundador do chassidismo Chabad. Conhecido como “o Rav” e autor do tanya; fundador da linha ChabadLubavitch dentro do Movimento Chassídico; discípulo do Maguid de Mezeritch, e pai do Mitteler Rebe.

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2º Rebe: O” Mitteler Rebe” Rabi DovBer de Lubavitch (1773-1827)

Conhecido pela amplitude e profundidade de seus ensinamentos e seu incrível amor por cada judeu, Dedicou sua vida ao serviço da comunidade tanto espiritual quanto fisicamente. Filho e sucessor do Alter Rebe, e tio e sogro do Tsêmach Tsêdec.

3º Rebe: O “Tsêmac Tsêdec” Rabi Menachem Mendel Schneersohn (1789-1866)

Conhecido pelo título de sua responsa haláchica; sobrinho e genro do Mitteler Rebe, e pai do Rebe Maharash.

4º Rebe: O “ Rebe Maharash” Rabi Shemuel Schneersohn de Lubavitch (1834-1882)

Em sua curta liderança, Rabi Shmuel fortaleceu a Chassidut, combateu o anti-semitismo, e preparou o terreno para o alcance mundial de Chabad. Filho mais novo do Tsêmach Tsêdec, e pai do Rebe Rashab.

5º Rebe: O “Rebe Rashab” Rabi Shalom DovBer Schneersohn de Lubavitch (1860-1920)

Devotou-se ao futuro da nação judaica, envolvendose em educação em todos os níveis. segundo filho do Rebe Maharash, e pai do Rebe Rayatz.

6º Rebe: O “Rebe Rayatz” Rabi Yossef Yitschac Schneersohn (1880-1950)

Nascido no coração do Comunismo, Rabi Yossef Y. Schneersohn lutou pelo Judaísmo na Rússia em todas as frentes, assegurando a sobrevivência do Judaísmo no Velho Mundo. Estabeleceu-se nos Estados Unidos onde revolucionou e reinventou o Judaísmo para o Ocidente. Conhecido também como “o Rebe Anterior”; filho único do Rebe Rashab, e sogro do Rebe.

7º Rebe: O Rebe Rabi Menachem Mendel Schneerson (1902-1994)

O líder da nossa geração. Veja a biografia completa na página 18.

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NOSSO LÍDER

O REBE Em cada geração existe um Moisés. Na nossa, é o Rabino

cada carta que escreveu e cada diretiva que emitiu, o

Menachem Mendel Schneerson conhecido como O

tema, o encerramento e o objetivo eram: a vinda de

Rebe. Na sua época, Moisés recebeu a incumbência

Mashiach e como alcançar a Redenção. Trazer o Céu

Divina de redimir um povo das garras das escravidão

para Terra que será banhado pela sabedoria e bondade

e elevá-lo a um estágio de liberdade plena, seu ápice

de seu Criador, um mundo sem ódio e ganância, livre de

atingido na Outorga da Torá no deserto. Nos tempos

sofrimento e discórdia. Nada menos que isso.

atuais, o Rebe nutriu um povo devastado pelas garras

A idéia de uma Redençaõ Universal, introduzida por

do nazismo e comunismo e extendeu os conceitos

um líder global chamado Mashiach, “o ungido,” é um

autênticos de liberdade a cada ser individualmente, sem

princípio básico da fé judaica. O judeu acredita que o

exeções. O deserto espiritual da humanidade começou

mundo criado por D-us possui o potencial para refletir

a mostar vida e se tornou evidente a presença de muita

completamente a infinita bondade e a perfeição do

energia positiva, curiosidade em revelar as dimensões

seu Criador. E o judeu acredita que a realização deste

desconhecidas do Universo, e um desejo palpável para

objetivo é o propósito para o qual sua alma foi colocada

transformar este mundo em um lugar melhor.

num corpo físico e recebeu uma vida nesta terra.

Em praticamente cada palestra que o Rebe proferiu, LUBAVITCH MAGAZINE

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O Rebe muitas vezes citava o grande sábio Maimônides,

Yecatrinoslav (Dniepropetrovsk) de 1907 a 1939.

que há mais de 800 anos dizia: um simples ato, uma única palavra, apenas um pensamento, tem o poder de

Desde a infância, o Rebe mostrava prodigiosa

inclinar as balanças e trazer redenção a este mundo.

inteligência, e logo teve de deixar o chêder, por estar muito à frente dos colegas. Aos nove anos, o

O Rebe explicou: como a natureza básica de nosso

diretor da escola local disse a seus pais que não havia

mundo é perfeita e boa, toda ação do bem é real e

mais nada que pudesse lhe ensinar. Desde então,

permanente,enquanto que toda a negativa é somente

seu pai – ele próprio um célebre erudito e cabalista

aquilo – um fenômeno negativo, um vácuo esperando

– encarregou-se da educação do filho, empregando

para ser dissipado, a escuridão na espera da luz.

tutores e ensinando-o pessoalmente. Uma autoridade rabínica certa vez visitou o pai do

Não importa quão escuro o mundo possa parecer ou

Rebe. Os dois sábios começaram a discutir delicados

sentir, a luz está apenas a uma única ação de distância.

pontos de estudo, sem perceber que Mendel, então

O Rebe viu isso e partilhou esta visão conosco. Se

com oito anos, havia entrado na sala e estava ouvindo

abrirmos nossos olhos a esta realidade, traremos

com atenção.

redenção a este mundo. Hoje.

O convidado notou a expressão concentrada no rosto do menino. “Ele entende o que estamos dizendo?”

Biografia

perguntou. Com um olhar de conhecedor, o pai replicou: “É impossível saber.”

Nascimento e infância

Teve um grande exemplo e forte influência de seus

Em 1900, Rabi Levi Yitschac Schneerson, renomado

pais durante sua vida. Seu pai, Rabi Levi Yitschac, agia

pela sua erudição talmúdica e haláchica e em Cabalá

com raro grau de dignidade e coragem para sustentar

casou-se com Rebetsin Chana Yanovski, aristocrática,

e fortalecer o judaísmo sob o regime comunista. Ao

de família rabínica prestigiosa.cujo pai, Rabi Meir

seu lado contava sempre com a grande coragem e

Shlomo, era rabino da cidade de Nicolaiyev, Ucrânia.

abnegação de sua esposa, Rebetsin Chana, mãe do Rebe, que não poupava esforços colocando sua vida

No dia 11 de Nissan (18 de abril de 1902), nasceu seu

em risco, para que seu marido pudesse continuar

primeiro filho, bisneto do terceiro Lubavitcher Rebe,

escrevendo suas obras sagradas. Rabi Levi Yitschac

seu homônimo. Menachem Mendel. Seu pai, Rabi

foi preso e exilado para o vilarejo distante de Chi li, na

Levi Yitschac era bisneto de Rabi Baruch Shalom, o

Ásia Central e como resultado dos seus sofrimentos ,

filho mais velho do Tsemach Tsedec (terceiro Rebe de

faleceu no exílio, na cidade vizinha de Alma Ata, em

Chabad-Lubavitch e neto do fundador do Movimento,

20 de Menachem-Av, 1944, aos 66 anos.

Rabi Schneur Zalman, o Alter Rebe) e Rabino-Mor de 17

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: ARTIGO

Casamento

em Paris envolvido nos estudos, também deu muitas aulas. Eliyáhu Reichman lembra-se que quando jovem

O Rebe encontrou o sexto Rebe de Lubavitch, Rabi

assistiu diariamente a aula de Talmud dada pelo Rebe.

Yossef Yitschac Schneerson, em 1923, em Rostov,

Uma vez ele e outro aluno perceberam que o Rebe tinha

Rússia. Em 27 de novembro de 1928 casou-se com

citado uma passagem de modo ligeiramente diferente

Chaya Mussia (1901-1988), segunda filha do Rabi

do que aparecia no texto. Depois que a aula terminou,

Yossef Yitschac. A Rebetsin é lembrada pela sua

foram à estante do Rebe para conferir o texto do Talmud

excepcional erudição, embora fosse de comportamento

que ele usara; talvez tivesse uma versão diferente?

compassivo, humilde e despretensioso.

Para sua surpresa, viram que o Rebe tinha usado um

O casamento foi realizado em Varsóvia, Polônia, na

tratado completamente diferente! Havia uma escassez

terça-feira à tarde, em 14 de Kislêv de 1928. Centenas

de textos,e vários alunos tinham que estudar usando

de Chassidim Chabad de Varsóvia, das áreas polonesas,

o mesmo volume. A fim de deixar um texto adicional

da Lituânia e da Rússia Branca compareceram, além

disponível para os alunos, o Rebe tinha recitado as

de renomados Rebes e eruditos.

passagens de cor, e para esconder o problema dos

Logo após o casamento, o Rebe mandou o jovem casal

alunos, fingira usar um livro com outro tratado.

viver em Berlim, então a capital intelectual da Europa

Formação

Ocidental, onde Rabi Menachem Mendel deveria passar parte do seu tempo estudando em famosos centros de estudos e acabou matriculando-se na

Em 1933, a mudança do regime forçou Rabi Menachem

Universidade de Berlim. Rabi Yossef Ber Soloveichik

Mendel a deixar a Alemanha, onde se graduara em

também encontrava-se em Berlim naquela época e

Heidelberg, em Engenharia Superior e mudar-se para

os dois passaram muito tempo juntos, em estudos

Paris. Matriculou-se na Sorbonne onde receberia outro

gerais e talmúdicos. Rabi Soloveichik relembra que o

diploma, Engenharia Mecânica, com especialização em

Rebe trazia um volume do Talmud ou outros textos da

Projeto Naval.

Torá a suas palestras, e o colocava dentro do livro de

O conhecimento adquirido nestes estudos habilitaram-

textos. Certa vez, um dos professores ficou aborrecido

no a resolver dúvidas haláchicas nos anos subseqüentes.

pela aparente falta de atenção do Rebe, e no meio da

Por exemplo, quando houve uma discussão sobre se um

palestra, acreditando que ele não o estava ouvindo,

navio com tripulação de judeus poderia viajar no Shabat,

resolveu testá-lo: “Pode repetir uma palavra daquilo

o Rebe comentou: “A alegação de que tais trabalhos

que eu disse?” perguntou ele. Humildemente, o Rebe

proibidos podem ser realizados automaticamente

levantou-se e repetiu a palestra inteira, palavra por

demonstra não apenas ignorância sobre os princípios

palavra.

haláchicos no trabalho, como também ignorância sobre

Embora o Rebe passasse a maior parte de seu tempo

os rudimentos da engenharia.”

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O Rebe sempre dedicou-se primordialmente à oração,

O Rebe organizou um corpo de shluchim – emissários

ao estudo da Torá preocupando-se com cada judeu,

de Lubavitch – e os encarregou de estabelecer

onde quer que se encontra-se.

centros Chabad-Lubavitch no mundo. Hoje milhares de instituições Chabad-Lubavitch cobrem o planeta.

Chegada aos Estados Unidos

Além de se preocupar com cada indivíduo, o Rebe dava atenção especial a órfãos e viúvas de soldados

Segunda-feira, 23 de junho de 1941, o Rebe e a

israelenses, as crianças de Chernobyl, entre outros.

Rebetsin chegaram aos Estados Unidos, havendo

Mais de 1300 crianças recebem tratamento médico

milagrosamente escapado da investida nazista e

em Kfar Chabad. Para os meninos órfãos, são

se estabelecendo em Nova York. Seu sogro, Rabi

celebradas anualmente cerimônias de bar-mitsvá,

Yossef Yitschac Schneerson, que havia chegado aos

no Muro das Lamentações. Além disso, foram

Estados Unidos um ano antes, escolheu-o para liderar

criados vários centros de reabilitação para pessoas

suas recém-fundadas organizações: Merkos Linyonei

viciadas em drogas. O Rebe estabeleceu cerca de

Chinuch, o braço educacional do movimento Lubavitch;

60 instituições de ensino judaico na Comunidade

Machané Israel, a organização de serviço social do

dos Estados Independentes e na Letônia. Centenas

movimento; e a Sociedade Kehot de Publicação, a

de emissários visitam regularmente e muitos outros

editora de Lubavitch.

estabelecem lá suas residências para promover as

Logo após o Rebe começou a escrever suas

atividades judaicas. A organização Ezrat Achim envia

anotações eruditas sobre vários tratados chassídicos e

toneladas de alimentos para os judeus destes países.

cabalísticos, bem como uma vasta gama de responsas.

O Rebe foi quem iniciou o movimento de teshuvá

Com a publicação dessas obras, logo foi reconhecido

(retorno ao autêntico judaísmo), através de uma

por eruditos de todo o mundo.

forma revolucionária de difundir o judaísmo para todos os judeus com a sua famosa “Campanhas das

Liderança

Mitsvot” (campanha das boas ações). A colocação dos tefilin, o acendimento das velas de Shabat e Yom Tov

Em 1950, Rabi Yossef Yitschac faleceu. Embora o

pelas mulheres judias, a cashrut, a prática da tsedacá,

Rebe fosse escolhido como seu sucessor foi relutante

a educação baseada na Torá, entre outras. Na época

no início em aceitar o manto da liderança. Apenas

foi duramente criticado, enfrentando forte oposição,

um ano mais tarde assumiria formalmente o título de

ao dizer que esta era a única maneira de salvar o

“Rebe”: foi em 28 de Janeiro, 10 de Shevat de 5710.

judaísmo da assimilação. Suas campanhas inovadoras

Em seu primeiro discurso como Rebe, ele afirmou que

hoje servem de modelo a diversas instituições judaicas

a missão da nossa geração é a de trazer Mashiach

que atraem judeus de volta a sua herança exatemente

(Messias).

como o Rebe já fazia há cinco décadas. 19

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: ARTIGO

Sua preocupação com a educação e o futuro da

de scuds sobre israel, pois lá “é o lugar mais seguro do

humanidade foi reconhecida nos Estados Unidos. A

mundo.”

data de nascimento do Rebe, 18 de abril,(11 de Nissan)

Conscientizou sobre a iminente vinda de Mashiach

foi transformada pelo Presidente Ronald Reagan em

(Messias) e da importância de “recepcioná-lo”

“Dia Nacional da Educação”.

apropriadamente, principalmente através de um

Entre as previsões que fez sobre situações mundiais as

estudo intensivo dos assuntos relativos à era

que mais repercutiram foram a abertura da Cortina de

messiânica, contidos na Torá, Talmud, e outras fontes

Ferro, com a emigração maciça de judeus soviéticos

judaicas, como no código de leis de Maimônides.

para Israel, ao alertar o governo israelense para a

Todos os domingos o Lubavitcher Rebe costumava

construção de casas e condições de emprego para

receber e abençoar as vastas multidões que vinham

estes judeus. E isto aconteceu numa época em que tal

buscar as suas palavras de sabedoria e bênção. A

possibilidade era impensável.

cada uma das milhares de pessoas que o procuravam

Outra previsão fantástica: durante a Guerra do Golfo,

entregava uma nota de um dólar para ser doada a

em 1991, o Rebe foi o único a dizer que esta guerra não

uma instituição de caridade à critério da pessoa. Além

atingiria o povo judeu, declarando que as máscaras

de pessoas comuns, diversas personalidades judias e

de gás não seriam necessárias. Ele declarava isso

não-judias pediam seu conselho e bênção.

enfaticamente mesmo durante o contínuo bombardeio

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YOM HULEDET

SAMEACH, H, BEIT LUBAVITCH! A Goldsztein Cyrela parabeniza o Beit Lubavitch de Porto Alegre pelos 30 anos de educação e divulgação da cultura judaica. Esta data é mais um passo importante rumo à realização plena desta missão.

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www.cyrela.com.br/rs

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TRAJETÓRIA

30 ANOS DE MUITO TRABALHO, FÉ E LUZ “Não será uma missão fácil, mas terão sucesso”, Rebe Lubavitch Quando ainda era noivo de sua esposa, Mimi, em Nova Iorque, o Rabino enviou uma carta para o Rebe de Lubavitch, solicitando orientação para os seus caminhos. Naquela época receberam uma proposta de morar e desenvolver um trabalho na cidade brasileira de Porto Alegre. Na carta questionaram se aquele deveria ser o destino do casal. O Rebe respondeu de forma direta e convicta: - Não será uma missão fácil, mas terão sucesso! Acreditaram nesta indicação e rumaram para o sul do Brasil. Chegaram a Porto Alegre em março de 1981. Superaram a fase de adaptação e começaram a “plantar suas sementes” na comunidade local. “Trabalhamos com todos os clubes, sociedades, famílias, hospitais, escolas, sinagogas e instituições judaicas de Porto Alegre. Nunca Nascido na França, em 1958, de família tradicional, avô e pai Rabinos, Mendel Liberow partilhava a mesma vocação. Em nenhum momento foi persuadido a seguir o caminho dos antepassados, apenas exerceu seu livre arbítrio e deu início a sua trajetória. Na sua família a tradição de servir os outros é muito forte e esta é uma das principais funções de um Rabino. Poder contribuir para que as pessoas possam conhecer e compreender as suas origens, seu passado era uma de suas vocações. Ele sentia isso. LUBAVITCH MAGAZINE

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ignoramos ninguém de outra etnia, crença ou origem. Sem nenhuma restrição, nosso trabalho começou a se propagar”, relembra o Rabino. O que chamou a atenção do Rabino logo que teve contato com a comunidade hebraica local foi a pouca participação dos jovens nas instituições judaicas. “Quando cheguei, constatei que apenas os avós, estavam envolvidos. Onde estavam os pais, os filhos e as filhas? Não havia envolvimento das gerações mais jovens. Porém, isto está mudando. Atualmente a


comunidade judaica está se renovando. Os jovens estão

da festa de Chanucá, em uma praça da Avenida Goethe

mais participantes”, destaca.

e nos Shopping Center Iguatemi e Praia de Belas. Sua contribuição também ultrapassou a barreira das diferenças linguísticas. Hoje praticamente todas as

judaica, foi muito aberta e ampla. Não houve nenhum

sinagogas possuem a integridade de seus livros em

tipo de preconceito. “Não tivemos nenhuma restrição,

hebraico e, traduzidos para o português. Desta forma,

lidamos apenas com a falta de conhecimento. Esta falta

integrando ainda mais as famílias judaicas. “Levamos

de informação gerou apenas curiosidade. Já fui até

nossa história para as ruas, praças, escolas e bairros.

convidado para fazer uma palestra para os membros

Queremos continuar fortalecendo nossa cultura. Nossa

da Catedral Metropolitana de Porto Alegre, totalmente

mensagem está se propagando”, alegra-se.

lotada, na maior harmonia”.

Estar inserido integralmente na comunidade onde vive é

O trabalho do Rabino Mendel também incentivou

para o Rabino uma grande conquista. Porém ele não irá

a comunidade judaica a comemorar as suas datas

parar. Seu trabalho continua, sua contribuição continua

festivas, algo que não era valorizado na época de sua

para todos os moradores de Porto Alegre. Seus olhos

chegada. Um exemplo disto é a festa do Chanucá, Festa

se enchem de luz quando falamos de sua missão. E o

das Luzes, hoje bastante cultuada. O Rabino inovou ao

Rebe estava mais uma vez certo. Houve dificuldades e

levar o judaísmo para o âmbito público. Foram erguidos,

percalços, mas podemos afirmar que foi, e ainda é, uma

por iniciativa dele, um menorá, candelabro tradicional

caminhada de vitorioso sucesso.

Levi Liberow

A sua integração com a comunidade em geral, não

23

LUBAVITCH MAGAZINE


TRAJETÓRIA

AT I V I D A D E S C O M C R I A N Ç A S

AUTORIDADES

C H A N U K A - I G U AT E M I

YOM KIPUR NO QUALITY

LUBAVITCH MAGAZINE

24


CHANUKA - PRAÇA SILVIO UGHINI

CASAMENTO

INAUGURAÇÃO DA TORÁ

25

LUBAVITCH MAGAZINE


TRAJETÓRIA

B AT M I T Z VÁ C L U B

B A R M I T Z VÁ

M A I M O N I D E S D AY H O S P I TA L

B E N Ç Ã O D O S O L - PA R C Ã O

LUBAVITCH MAGAZINE

26


CHANUCÁ - NAS RUAS SHOW - JUDEU DA SAMBA AMRIGS

COLÉGIO ISRAELITA - FÁBRICA DE SHOFAR

JANTAR CHANUCÁ

CHANUCÁ - PRAIA DE BELAS

SINAGOGAUNIÃOISRAELITA-FABRICADEMATZA

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LUBAVITCH MAGAZINE


TRAJETÓRIA

TORÁ NA CHUPÁ

LUBAVITCH MAGAZINE

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FARBRENGUEN BEIT LUBAVITCH

CANTE COM CHABAD

SINAGOGA LINAT HATZEDEK - PURIM

NA CÂMARA MUNICIPAL ATIVIDADE COM MULHERES NO LITORAL

BEIT LUBAVITCH- JANTAR MELAVE MALKA

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LUBAVITCH MAGAZINE


TRAJETÓRIA

SINAGOGA LINAT HATZEDEK

SINAGOGA LINAT HATZEDEK - CHANUKA

JUVENTUDE - CHANUCÁ

JUVENTUDE - LAG BAOMER

SUCÁ MOVEL - NAS RUAS

LUBAVITCH MAGAZINE

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JUVENTUDE

COLÉGIO ISRAELITA - CHANUCA

ERECHIM

COLÉGIO ISRAELITA - FÁBRICA DE MATZÁ

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LUBAVITCH MAGAZINE


TRAJETÓRIA

CLUB CAMPESTRE - LAG BAOMER

COLONIA DE FERIAS

CLUB HEBRAICA - PURIM

CLUBINHO

LUBAVITCH MAGAZINE

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COLONIA DE FERIAS

LAR DOS VELHOS

GUIMEL TAMUZ - NY

33

LUBAVITCH MAGAZINE


DEPOIMENTOS

Cumprimentos ao Beit Lubavitch

“Gostaríamos de agradecer o convite para participar das comemorações dos 30 anos da Sociedade Beit Lubavitch que se dedica a benemerência e tanto tem contribuído para a cultura do nosso Estado.

“As sinagogas são o centro da vida judaica. Muitos dos

Parabéns e vida longa neste trabalho social de relevante

valores da sociedade ocidental foram nelas forjados.

significado.”

Monoteísmo, amor pela justiça, culto à sabedoria,

Afonso Motta, Secretário de Estado

respeito ao semelhante fazem parte dessa tradição. Sem embargo desse tesouro cultural que hoje é um legado irreversível, os judeus e suas sinagogas foram ao longo

“Há tempo de celebrar, como ensinam os livros sagrados.

da história vítimas do ódio e do preconceito. Sinagogas

Parece que o início de século aponta para o valor

foram ocupadas na Idade Média. No inferno nazista, as

da tolerância multicultural, para uma reacomodação

sinagogas foram simplesmente destruídas.

dialética, uma convivência edificante, inclusive no espaço público, entre a fé e a razão. Em Porto Alegre, muito

A construção de uma sinagoga no mundo moderno, tão

deste ambiente foi forjado pelo generoso movimento

apegado ao materialismo, é um feito histórico, e quando

liderado pelo Rabino Mendel Liberow, que toca corações

isso acontece por obra de um homem, ajudado embora

e mentes e enfatiza a educação e o diálogo, frutos do

por uma grande mulher, constitui um ato heróico. O

esclarecimento que decorre dos atributos intelectuais

Rabino Mendel Liberow, com o incansável apoio de

celebrados pelo Chabad-Lubavitch – a sabedoria, a

Mimi, fez mais do que isso. Levantou uma sinagoga

compreensão e o conhecimento. À pessoa e à obra,

espiritual sem o prédio apropriado, mas sólida e forte.

nossa admiração e reconhecimento.”

Sinto-me contente pelo fato de ser testemunho desse trabalho que exigiu trinta anos de coragem e que,

Eduardo de Lima Veiga,ProcuradorGeral de Justiça

não importa quantos anos mais, será concluído com

a construção de uma bela sinagoga. A visão desses

“É com alegria que saúdo os 30 anos de ação do

abnegados destinará, com certeza, um espaço a um

movimento Beit Lubavitch junto à comunidade

museu e a um centro cultural para o desfrute de judeus

gaúcha. Nestas três décadas da missão de facilitar o

e não-judeus.

entendimento dos ensinamentos da Torá, difundindo os conhecimentos judaicos em nossa cidade, tivemos a oportunidade de estreitar os laços com a rica cultura

A despeito de tudo, o mundo merece isso.”

do povo judeu. As tradições trazidas de longe já fazem

Ari Pargendler LUBAVITCH MAGAZINE

parte da nossa história e demonstram a pluralidade e o 34


respeito às diferenças, que são características de Porto

há trinta anos em Porto Alegre dessa família que com

Alegre. A sabedoria, a compreensão e o conhecimento,

o seu exemplo, como diz o adágio “arrasta”, cativa,

que são alicerces do movimento, são fundamentais para

abriga e inspira para uma vida focada no amor a Deus,

que, cada vez mais, trabalhemos pela sociedade mais

na fraternidade como norte da existência humana e na

justa, solidária e humana que todos nós queremos.”

afirmação do Judaísmo e do seu eterno e indivisível

compromisso com Deus”.

José Fortunati Prefeito de Porto Alegre Valter Nagelstein Vereador de Porto Alegre licenciado Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio

“A presença e a história do Beit Lubavitch em Porto Alegre têm um representativo papel na comunidade judaica gaúcha. Nesses 30 anos, o movimento chassídico trouxe a todos contribuições importantes para a manutenção da vida judaica em nosso estado.

“Saúdo o Rabino Mendel Liberow e sua família assim

A devoção do Rabino Mendel Liberow e da professora

como a comunidade Chabad pelos 30 anos de atividades

Mimi é um exemplo de entusiasmo e fé em nossa

em Porto Alegre. Estou seguro que a presença do

comunidade, atuando incansavelmente e com respeito

movimento hassídico em Porto Alegre enriqueceu

à diversidade de pensamentos de que é formado nosso

sobremaneira a vida judaica de nossa Kehilá. É muito

Ishuv.

importante para todos nós assegurar a diversidade

A nova sede do Beit Lubavitch vem para coroar

de manifestações e tendências do legado cultural e

esse trabalho e reforçar este movimento que busca

religioso assim como das tradições e da identidade

não apenas o aperfeiçoamento espiritual de seus

judaica. Somos um povo unido na diversidade. Esta

congregados, mas também a construção de uma

riqueza deve ser preservada com a tolerância mútua

kehilá forte e representativa. A FIRS une-se a essa

e o diálogo constante de suas diversas tendências

comemoração e deseja Mazel Tov a toda comunidade

e correntes. A hassidut é uma das mais vibrantes

Lubavitch.

manifestações da mensagem judaica. Cabe por isso assinalar neste momento de festa e alegria que este

Jarbas Milititsky Presidente da FIRS

legado está muito bem representado em Porto Alegre. O Rabino Mendel nos cativou a todos por sua alegria,

“Diz um adágio popular que a palavra convence, mas

serenidade, tolerância, paciência e sabedoria. Vida

o exemplo arrasta. Natural ao longo dos séculos que o

longa à família Chabad.“

Judaísmo, que nunca foi uma religião prosélita, sofresse e

Jacques A. Wainberg

continue sofrendo sucessivas tentativas de assimilação. É nesse contexto que cresce a importância da chegada 35

LUBAVITCH MAGAZINE


P

arabéns ao Rabino Mendel e Mimi Liberow nos 30 Anos do Beit Lubavitch de Porto Alegre pela sua dedicação e Chessed por Klal Yisroel

IN MEMORIAM ISAC TURKIENICZ Z”L


Yasher Koach ao Rabino Mendel e Mimi Liberow Que vocês continuem a ser fonte de Inspiração para toda a comunidade Luíza Turkienicz e Família


Rostislav Glinsky

CABALĂ

Bem viver, para todos LUBAVITCH MAGAZINE

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“D’us mandou mandamentos para serem seguidos e a

Os encontros acontecem uma vez por semana, com

Cabalá é um manual de instruções desses mandamentos,

início às 17h30 e, muitas vezes, sem hora para acabar.

ou seja, como praticá-los no cotidiano”, assim a gaúcha

A dinâmica é simples e baseada na reciprocidade. As

Ana Moreira define a primeira lição que aprendeu sobre

turmas, são sete no total, têm de 6 a 10 participantes

o tema. Foi há mais de quatro anos, antes de fazer parte

para que todos possam trocar experiências. “São

de uma turma de estudos sobre a cabalá. Na ocasião

grupos pequenos para que todos possam falar. Embora

um grupo de amigas participou de um seminário

não exista a necessidade de que as pessoas relatem

sobre religiões monoteístas na Pontifícia Universidade

suas intimidades, elas têm espaço, oportunidade e

Católica do Rio Grande do Sul.

tempo para se expressar,

Instigadas pela palestra sobre

tirar

o judaísmo, ministrada por Mimi Liberow, elas decidiram saber um pouco mais sobre os fundamentos cabalísticos. Ali nascia a primeira turma de estudos da Cabalá com mulheres

de

diferentes

religiões organizada pelo Beit Lubavitch de Porto Alegre. “Todas nós procurávamos uma coisa a mais, que

D’US MANDOU MANDAMENTOS PARA SEREM SEGUIDOS E A CABALÁ É UM MANUAL DE INSTRUÇÕES DESSES MANDAMENTOS, OU SEJA, COMO PRATICÁ-LOS NO COTIDIANO

dúvidas

comentários

e

fazer

especificos”,

revela Mimi. As pessoas podem, a partir das suas vivências durante a semana, discutir temas relevantes às ao da

suas

vidas.

caráter Cabalá,

Devido

abrangente situações

e

pensamentos podem gerar benefícios práticos. “Ela trata de tudo, se para ti existe,

cuidasse da alma. Ali a Mimi

se você pensa sobre isso, a

começou a falar sobre o que

Cabalá vai enriquecer esse

é a Cabalá, que resumindo é

pensamento. Então é muito

o ‘bem viver’”, conta a participante, Suzana Etchepare.

importante aproveitar esses momentos em que as

Para ela, foi um momento em que acendeu a “luzinha

pessoas estão sendo espontâneas, porque ali existe

no fim do túnel”, com a perspectiva de um alimento para

energia”, crê Mimi.

a alma. “Assim, nós pedimos para ver como era essa novidade e foi de encontro com o que esperávamos.

Para a surpresa das participantes, as aulas ministradas

Nos ensina a viver em harmonia, sempre com um

por representantes do judaísmo ortodoxo não

conselho positivo. Acredito que mudou a vida de todas

eram caracterizadas por ideias excludentes. “Com

nós.”

o pouquinho que sabemos do judaísmo, sobretudo o ortodoxo, imaginamos um pensamento radical e 39

LUBAVITCH MAGAZINE


CABALÁ

fechado, mas a cabeça da Mimi é muito, muito aberta

semanais, mas mantêm-se informada com as amigas

e comporta todos os questionamentos e atitudes”,

sempre que é possível. Como católica praticante, vê a

afirma Ana Moreira. Já a aluna Beth Logemann revela

cabalá como um agregador positivo. “Foi uma coisa

outra surpresa: “Eu não imaginava que na Cabalá o ser

muito positiva na minha vida, pois me ensinou a olhar

mais importante fosse D’us, um D’us único, do bem,

à frente, me deu esperança.”

e que a importância de d’Ele está em tudo.” “Afinal, temos muito mais em comum do que diferenças”,

Todas fazem questão de demonstrar o quanto o

completa Mimi.

envolvimento foi benéfico para suas famílias, criando, a partir da própria mudança na forma de enxergar o

Outro aspecto ressaltado por elas é a objetividade

mundo, interesse das pessoas mais próximas. “Sempre

com que valores e conceitos que muitas vezes

fui mais religioso que minha esposa. Porém, com esses

parecem subjetivos e abstratos podem ser facilmente

anos de cabalá e dessa vivência com a Mimi e com o

aplicados no dia a dia através da cabalá. Para Valdívia

Mendel, ela se tornou tão ou mais religiosa do que eu

Pretto, além da tranquilidade e confiança em D’us,

e reforçou a minha fé de uma forma comprovatória”,

a experiência fez com que valorizasse os aspectos

conta Hugo Diebold. “Hoje, ela me puxa para que eu

realmente importantes da vida. “São valores simples e

tenha ainda mais fé”, continua. Suane Vezzani, esposa

ensinamentos práticos. Você vai a uma aula e sempre

de Diebold, diverte-se ao contar que de todas era a que

sai com alguma coisa que pode ser aproveitada

menos imaginava o que seria a Cabalá. Hoje sintetiza

para que a vida da tua família seja melhor.” Suzana

os quase cinco anos de aprendizado em uma palavra:

Etchepare, vê as aulas quase como uma terapia, em

Amparo. “No momento que eu aceitei a existecia

que aprende-se diversos conceitos que podem ser

de D’us e que Ele me ampara, a minha vida mudou.

utilizados no cotidiano, com os filhos ou para enfrentar

Agora a vida tem todos os espaços preenchidos, tudo

momentos dificeis.

passou a ter sentido e isso não existia antes.” Sobre o fato inusitado de todas terem encontrado o sentido

Para a ex-aluna Ana Luiza Moscoso, as lições foram

de suas buscas em um religião diferente das suas, ela

fundamentais para que sua vida tomasse um rumo

conclui: “A maestria do que nos é ensinado é mostrar

diferente. “A Cabalá me fez ficar forte e pensar que

que apesar das diferenças das regras de cada religião,

eu tinha de fazer parte do mundo e dar a minha

todos somos filhos de D’us e nessa essencia é que

contribuição, sobretudo para a minha família, para

conseguimos uma conexão.”

que eles me sintam mais participativa.” Como consequência, a então dona de casa passou a ser, também, uma dedicada profissional. A atividade fez com que não pudesse mais participar das reuniões LUBAVITCH MAGAZINE

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MÍDIA

Slaven Devic

Shalom nas ondas do rádio Conceitos Judaicos com uma mensagem universal e que abordam os ensinamentos da Torá (Bíblia), o legado milenar para o mundo contemporâneo, músicas judaicas, temas da atualidade, entrevistas e notícias do mundo judaico podem ser captadas nas ondas do rádio. O Programa Shalom, apresentado pelo Rabino Mendel Liberow e sua esposa Mimi vai ao ar todos os domingos, das 8h30min até às 9h. Basta sintonizar na Rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, AM 1080, ou acessar o link http://www. ufrgs.br/radio/ e ouvir pela WEB.

antecedia o programa que eu apresentava. Anos depois, reencontrei o programa, reformulado, mais extenso, mais “cultural”, na Rádio da UFRGS. Num primeiro momento me surpreendeu: uma rádio pública com um programa religioso? Ao ouvi-lo, porém, logo compreendi que o sentido amplo dado ao programa justificava incluí-lo em uma programação cultural. Desde então, quase que todos os domingos, ouço o programa. Mesmo não estando vinculado religiosamente ao judaísmo, admiro as interpretações bíblico-historicas que o programa apresenta; as atrações musicais; o conjunto de informações culturais. O judaísmo é, sem dúvida, uma das grandes tradições culturais da humanidade. Não podemos nem ignorá-lo, nem negá-lo. Melhor, devemos conhecê-lo e compreendê-lo, e um programa como este, sem dúvida, nos ajuda muito a isso”.

Com mais de 10 anos no ar, o Programa Shalom busca levar ensinamentos universais para toda a comunidade gaúcha, sempre com uma mensagem positiva e uma abordagem espiritualizada. Abaixo o depoimento de um ouvinte ilustre e admirador deste programa. Confira: “Desde meus tempos de faculdade de Comunicação, quando eu fazia um programa nos domingos de manhã, na antiga Rádio Pampa, no Alto da bronze, tinha a oportunidade de ouvir a Hora Judaica, que

Prof. Dr. Antonio Hohlfeldt – Famecos - PUCRS 41

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jdkoenig

MASHIACH

FÉRIAS MARCADAS POR RABINO DAVID AZULAY

Imagine trabalhar durante um ano inteiro e, quando

indo tão bem, quando… ao chegar no aeroporto, você

chega o mês de setembro, começa a sonhar com

descobre que perdeu o vôo; e o pior! O próximo? Só

as férias de final do ano, para descansar e esfriar a

daqui a duas semanas; e o mais grave, não tem lugar,

cabeça, preparando-se para mais um ano letivo, com

nem na lista de espera…Que agonia, tristeza, angústia,

novas atividades e programações. A expectativa das

não há palavras. Agora, férias só ano que vem…

férias é sempre grande – os preparativos, comprar passagens, decidir o itinerário; tudo tem que estar

Sobre momentos decisivos, o Rebe, em sua última

adequadamente organizado.

campanha (e, na minha opinião, a mais difícil), declarou publicamente que Mashiach está chegando,

Quando finalmente chega o dia da viagem, é aquela

e que devemos nos preparar para esse momento

alegria! Tudo pronto, malas, passagens, passaportes,

máximo da história. E realmente tudo está indicando

sacolas, em resumo: “toda tranqueira”. Tudo estava

a vinda de Mashiach, pois os sinais previstos pelos

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livros sagrados estão aí. O que restou? O homem deve

Venezuela, boarding now gate 21.” O vôo está saindo

preparar seu “ego” e, com suas ações, conscientizar-

daqui a alguns minutos, o coração bate mais rápido;

se desse grande dia quando Mashiach “pintar na área”.

você não pára quieto, cada segundo é precioso, pois um vacilar e você perde o avião. Você corre e

Sempre me questionei: o que o Rebe quis dizer com

finalmente entra no avião… Ah! Que alívio!

“Mashiach está chegando”? Afinal, Mashiach sempre esteve “chegando”; cem anos atrás também.

O Rebe sabia que o povo está esperando Mashiach há cem anos, porém anunciou que Mashiach já está

A resposta é simples (voltando ao nosso “vôo”): há

chegando mesmo, mamash. Então mexa-se, prepare-

dez, cinco, dois dias eu sabia que o avião decolaria na

se! Logo irão anunciar: “Flight Yerushaláyim, Boarding

quarta-feira às 11h50 para a Venezuela. Porém já no

Now!” Você não vai querer ficar fora desta, vai?

aeroporto escuto aquela voz: “Flight number 745, to 43

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PRÁTICA JUDAICA

CAMPANHA DAS MITSVOT No judaísmo ação é o principal. Fazer deve vir antes de entender. Para este fim incluímos aqui um breve resumo da campanha de mistvá do Rebe. A campanha se concentra em dez mitsvot específicas, por cujo cumprimento o indivíduo e a família poderão avaliar melhor o seu legado judaico.

Amar ao próximo Rabi Akiva (um dos grandes Sábios do Talmud) explicou que amar o irmão judeu é “um dos princípios mais importantes da Torá”. Uma campanha para Ahavat Yisrael significa fazermos um esforço para que nosso pensamento, palavra e ação seja permeado com um real interesse e sensibilidade pelo bem-estar de nossos irmãos judeus. O Báal Shem Tov ensinou que o indivíduo deve ter Ahavat Yisrael até por um judeu que nunca viu na vida. O raciocínio por trás disso é explicado no capítulo 32 do Tanya. LUBAVITCH MAGAZINE

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goldenKB

Estudo de Torá A Torá é o meio de comunicação através do qual D’us permite ao homem conhecê-Lo e servi-Lo. A campanha pelo estudo de Torá encoraja cada indivíduo a estabelecer um horário fixo para estudar Torá todos os dias, de modo que nosso crescimento espiritual possa ser sistemático e dirigido. Rabi Shneur Zalman de Liadi explicou que o estudo de Torá deveria ser fixo não apenas no tempo mas também na alma. Seria um eixo ao redor do qual gira todo o espectro da nossa experiência do dia-a-dia.

Educação judaica A campanha para a educação de Torá procura envolver toda criança judia num programa educacional que ensinará o que significa viver como judeu. A educação não é somente para crianças; os adultos são encorajados a se matricularem em grupos de estudo e seminários de acordo com sua educação e conhecimento.

Um lar repleto de livros judaicos Ambiente ensina. Aquilo que você tem em casa ajuda a determinar que tipo de lar você terá. Ao ter livros judaicos à vista em casa, sua família e os visitantes serão motivados a usá-los. Além disso, sua própria presença nos lembra seu conteúdo e a importância dos valores judaicos. Obviamente, quanto mais livros, melhor. No entanto, sugerimos um mínimo de um Chumash (os Cinco Livros de Moshê), um Tehilim (Livro dos Salmos) e um Sidur (livro de orações). 45

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PRÁTICA JUDAICA

Comida casher

você se alimenta de maneira diferente porque é judeu, seu compromisso é não apenas metafísico, mas uma

Comer comida casher permite que nos identifiquemos

parte integrante de seu próprio ser.

com nosso Judaísmo num nível básico e fundamental.

A observância da Cashrut consiste em comer apenas

Quando nosso envolvimento judaico está limitado à

alimentos casher em casa e fora dela. Significa também

prece, estudo ou atos rituais específicos, ele é espiritual,

não comer juntos laticínios e alimentos à base de carne,

acima da nossa realidade do dia-a-dia. Mas quando

e separar louças, talheres e utensílios para carne e leite.

Mezuzá “E vocês os inscreverão nos batentes de suas casas e sobre os seus portões.” (Devarim 6:9, 11:20) Uma mezuzá casher é um pequeno rolo de pergaminho, escrito à mão por um escriba especializado, contendo duas passagens bíblicas, uma delas o Shemá Yisrael. No lado oposto do pergaminho estão escritas as três letras hebraicas, Shin, Dalet e Yud. Isso é um acrônimo para as palavras hebraicas que significam: “Guardião das portas de Israel”. Uma mezuzá é afixada do lado direito de toda porta da casa (exceto a do banheiro), e protege seus habitantes ao entrarem e saírem de casa. Uma mezuzá designa uma casa (ou aposento) como judaica, lembrando-nos da nossa conexão com D’us e nosso legado. Ao colocá-la no batente, declaramos que esta é uma casa ou aposento onde a palavra de D’us e Sua Torá influenciam nosso comportamento, assim tornando a morada sagrada. Os tefilin e as mezuzot precisam ser certificadas como casher por um escriba autorizado. Precisam também de uma conferência periódica. Em muitos casos, quando o Rebe recebia um pedido de bênção (especialmente em questões de saúde), ele sugeria que os tefilin e mezuzot fossem examinados. LUBAVITCH MAGAZINE

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Tsedacá Devemos doar aos outros por um senso de responsabilidade, entendendo que aquilo que temos também é um presente de D’us, confiado a nós com um propósito: ajudarmos os outros. Nossa prosperidade é um fundo que devemos dirigir e generosamente partilhar com aqueles que precisam. A campanha de tsedacá clama por um aumento na doação, bem como a colocação de uma caixa de tsedacá visível para servir de lembrete para doar com freqüência, todos os dias da semana, exceto Shabat

Tefilin

e Yom Tov, quando antecipamos este ato colocando tsedacá antes do horário de acendimento das velas.

A Torá descreve o tefilin como um sinal, uma declaração pública do compromisso judaico. Ao colocar tefilin diariamente, um indivíduo expressa seu sentimento básico de identidade judaica. Os tefilin são colocados no braço, de frente para o coração, e sobre a cabeça. intelectuais do homem ao serviço de D’us. As correias, que vão do braço até a mão e da cabeça até as pernas, significam a transmissão da energia intelectual e emocional para as mãos e pés, simbolizando a ação. Nossos Sábios explicam que o versículo: “E todas as nações do mundo verão que o nome de D’us está sobre vocês, e eles os temerão”, aplica-se ao tefilin. Os tefilin são um meio de trazer segurança aos judeus na era atual e apressar a vinda da suprema segurança, que será vivenciada quando Mashiach chegar. Rebe instituiu esta campanha na véspera da Guerra dos Seis Dias, e requisitou especificamente que os soldados das Forças de Defesa Israelenses colocassem tefilin, pois isso os protegeria na batalha.

Nossos Sábios disseram: “A tsedacá é notável, porque aproxima a Redenção.”

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PRÁTICA JUDAICA

Acendimento das velas Shabat é um dia de luz; um dia com padrão diferente dos demais dias comuns da semana. Todo Shabat é um precursor da Era de Mashiach. O acendimento das velas 18 minutos antes do pôr-do-sol introduz e inspira este estado de conscientização. A responsabilidade pelo acendimento das velas e por induzir esta mudança de perspectiva cabe à mulher. É ela também que dá as boas vindas à Rainha Shabat ao lar. Meninas a partir dos três anos também são encorajadas a acenderem sua própria vela, para que tomem parte na criação deste ambiente.

Denis Raev

Pureza Familiar Taharat Hamishpachá – as atitudes e práticas que a Torá prescreve para a vida conjugal – ajudam a desenvolver uma comunicação genuína e o amor entre marido e mulher, e trazem ao mundo filhos saudáveis e amorosos. Casais de todas as esferas da vida adotaram esta mitsvá como um meio para realçar e enriquecer sua vida conjugal. É necessário consultar um rabino para saber os detalhes destas leis.

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O Rabino Mendel e o Beit Lubavitch agradecem

Jalfim Eventos Empório das Locações Simon Blum Sushi Drive Graças ao seu esforço e dedicação foi possivel a realização do Evento de 30 anos 49

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PRÁTICA JUDAICA

PRÁTICA JUDAICA: MEZUZÁ Hoje em dia, e sempre, a mezuzá, uma mitsvá que tem acompanhado o povo judeu ao longo dos anos, mais do que nunca constitui o sinal de que nesta residência ou estabelecimento se encontra um judeu, e em sua porta sua maior proteção: D’us. “Mezuzá” é a palavra hebraica para designar umbral. Consiste em um pequeno rolo de pergaminho (klaf) que contém duas passagens bíblicas, manuscritas, “Shemá” e “Vehaiá”. A mezuzá que deve ser afixada no umbral direito da porta de cada dependência de um lar ou estabelecimento judaico, obedece ao seguinte mandamento da Torá: “Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa, e em teus portões” (Deuteronômio VI:9, XI:20) É no conteúdo, guardado em seu interior, que reside o verdadeiro valor da mezuzá, e não em seu invólucro. A mezuzá não deve ser julgada pela sua aparência. Para LUBAVITCH MAGAZINE

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ser casher deve ser escrita à mão, sobre pergaminho, e por um sofer (escriba) temente e observador dos mandamentos divinos, habilitado para esta função, o que é fator essencial para tornar o pergaminho sagrado. No momento em que é afixada no batente da porta, ela atrai a santidade de D’us que pairará sobre a casa ou estabelecimento. No verso do pergaminho estão escritas as letras hebraicas Shin, Dalet e Yud, que forma o acróstico das palavras hebraicas “Shomer Daltot Israel” – “Guardião das casas de Israel”. A mezuzá tem uma função semelhante à do capacete. Ao usá-lo, um possível acidente é evitado ou amenizado. Do mesmo modo, quando é casher, a mezuzá tem o poder de proteger os moradores da casa e evitar infortúnios.


CONTEÚDO

com o tempo, tornar-se inválida por várias razões. Uma única trinca numa pequena letra pode tornar a mezuzá não-casher, imprópria para uso; por isso ela deve ser periodicamente verificada por um escriba competente.

A Mezuzá contém duas passagens bíblicas que mencionam o mandamento Divino de afixá-la nos umbrais das portas: “Shemá” e “Vehaiá” (Devarim 6,4-9 e 11,12-21). O “Shemá” proclama a unicidade do D’us único e nosso eterno e sagrado dever de serviLo, e somente a Ele. O “Vehaiá” expressa a garantia Divina de que nossa observância dos preceitos da Torá será recompensada e nos previne sobre as consequências se os desobedecermos. A mitsvá da mezuzá demonstra claramente que não somente a sinagoga ou qualquer outro local de estudo são sagrados, como também nosso lar.

PROCEDIMENTO NA COLOCAÇÃO A mezuzá deve ser afixada nas portas da casa o mais cedo possível, pois ela é uma mitsvá que nos dá proteção. No caso de uma casa alugada, ela pode ser colocada até o prazo de 30 dias.Antes de afixálas, porém, é aconselhável mandá-las para uma verificação, com um rabino versado (sofêr), para assegurar que elas não tenham nenhum erro. Segue aqui o procedimento e bênção ao afixar uma mezuzá.

SIGNIFICADO

CUIDADOS NA AQUISIÇÃO

Cada entrada de uma dependência necessita de uma mezuzá, não somente a porta principal. Em termos gerais, a mezuzá é afixada no umbral direito da entrada do aposento, no final do primeiro terço superior. É aconselhável verificar com um rabino qual o lado correto da porta para afixar a mezuzá, pois há muitos detalhes a serem levados em conta.Ao afixar várias mezuzot numa mesma casa, uma só bênção vale para todas.

É importante lembrar que o componente principal

ANTES DE AFIXAR A MEZUZÁ, RECITA-SE:

da mezuzá é o pergaminho, e não o estojo. Deve-se tomar cuidado na hora da compra da mezuzá, pois ela é um objeto sagrado. Deve ser escrita por um escriba autorizado, com tinta e pena apropriadas sobre um pergaminho de um animal casher. Mesmo que na hora de sua compra a mezuzá esteja casher, ela pode,

“Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu licbôa mezuzá.” Tradução: (Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou afixar uma mezuzá.)

Embora atualmente existam centenas de sofisticados equipamentos de vigilância (câmeras, aparatos eletrônicos, entre alarmes e até cercas elétricas) para o povo judeu a mezuzá afixada na porta sempre constituirá sua maior proteção. Ao entrar ou ao sair seremos sempre lembrados de quem é o verdadeiro “Guardião das casas de Israel.”

51

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PRECE

A Prece de Shema Yisrael Um Psicoterapeuta em Auschwitz POR CHANA WEISBERG Shema Yisrael Hashem Elokeinu Hashem Echad…

num auto-da-fé, na Espanha, ou numa câmara de

Ouve, ó Israel, o Eterno é nosso D’us, o Eterno é Um.

gás na Alemanha nazista. Há também palavras de esperança e felicidade, entoadas com alegria ao

Essas palavras são o ponto alto das nossas preces

celebrar importantes acontecimentos.

diárias, expressando poderosas pérolas de fé. Essas

Porém eu não esperava ler essas palavras hebraicas

palavras têm sido murmuradas no decorrer dos

num clássico campeão de vendas, um livro de

tempos, em épocas de grave desafio, em porões escuros, por aqueles que exalavam seu último suspiro,

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52


psicologia que foi considerado pela Biblioteca do

nem mesmo depois de Auschwitz.” Pois a crença em

Congresso como um dos dez livros mais influentes nos

D’us é incondicional, ou então não é crença. Se for

Estados Unidos.

incondicional, enfrentará o fato de que seis milhões morreram no Holocausto; se não for incondicional,

“A Busca do Homem por um Significado”, por Viktor

então vai desmoronar se apenas uma única criança

Frankl, vendeu mais de doze milhões de cópias em

inocente tiver de morrer… Não adianta barganhar com

todo o mundo. Frankl descreve suas experiências

D’us, ele diz e argumenta: ‘Até o ponto de seis mil ou

nos campos de concentração nazistas, porém mais

até um milhão de vítimas no Holocausto eu mantenho

que as suas provações, ele escreve como psicólogo

minha fé em Ti; porém acima de um milhão nada

sobre o que lhe deu força para sobreviver. Frankl

mais pode ser feito, e sinto muito mas devo renunciar

descreve pungentemente como os prisioneiros que

à minha fé em Ti… Uma fé fraca é enfraquecida por

desistiram da vida e da esperança por um futuro

provações e catástrofes, ao passo que uma fé forte

eram inevitavelmente os primeiros a morrer. Eles

fica ainda mais fortalecida por elas.”

morreram menos pela falta de comida que pela falta de algo pelo qual viver. Em contraste, Frankl se

Pouco depois de chegar a Auschwitz, Frankl foi

manteve vivo pensando em sua mulher, e sonhando

privado do objeto mais precioso que possuía – um

em fazer palestras sobre como as suas experiências

manuscrito que era a obra de sua vida, e que tinha

reforçaram aquela que já era uma parte importante de

escondido no bolso do casaco. Percebendo que

sua tese antes de entrar nos campos – que a força de

as chances de sobreviver eram pequenas, “não

motivação fundamental de toda pessoa é a busca por

mais que uma em vinte e oito”, ele teve aquela que

um significado. A autobiografia de Frankl é seguida

descreve como “talvez a experiência mais profunda

por um esboço de sua doutrina terapêutica de cura

nos campos de concentração.” “Eu tive de passar e

da alma encontrando significado na vida. Sua teoria

superar a perda de minha criança mental. E parecia

ganha credibilidade a partir do pano de fundo de suas

como se nada nem ninguém fosse sobreviver a mim;

experiências pessoais nos campos de concentração e

nem uma criança física nem uma mental que fosse

como ele encontrou significado enquanto enfrentava

minha. Portanto fui confrontado com a questão de que

seu sofrimento. Um forte encadeamento implícito

sob tais circunstâncias minha vida, em última análise,

em todo o livro é a força e o amor que ele extraiu

estava vazia de significado.

não somente das lembranças de sua mulher, como também de sua fé.

“Eu ainda não tinha percebido que uma resposta a essa pergunta com a qual eu lutava tão apaixonadamente

Como ele declara em seu livro, “A Busca do Homem

já estava reservada para mim, e que pouco depois

por um Significado Definitivo”: “D’us não está morto,

essa resposta me seria dada. Foi isso que aconteceu 53

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PRECE

quando tive de entregar minhas roupas e por minha

elementos psicológicos vitais que fizeram dela nosso

vez recebi os trapos rasgados de um interno que já

alicerce da fé:

tinha sido enviado à câmara de gás… Em vez das muitas páginas do meu manuscrito, encontrei no

Relevância: Ouve, ó Israel – Uma religião ou estilo de

bolso no casaco recém-ganho uma única página de

vida não pode começar e terminar com teorias; deve

um livro de preces em hebraico, contendo a prece

também dirigir-se à parte humana dentro de nós.

mais importante, Shema Yisrael. Como poderia eu ter

O Shemá não começa no âmbito da ideologia, nos

interpretado tamanha “coincidência” como não sendo

céus, com uma declaração de fé despersonalizada.

um desafio para viver meus pensamentos em vez de

Fala endereçando todos e cada um de nós. Ouve, ó

meramente colocá-los no papel?”

Israel, ouve essa mensagem, e faz dela uma parte do teu ser, porque não está falando

E então na sentença que conclui este livro campeão de vendas que foi traduzido em vinte e quatro idiomas, Frankl novamente expõe essa eterna proclamação de fé. “Nossa geração é realista, pois chegamos a conhecer o

sobre ti, não para ti, mas está te

BENDITO SEJA O NOME DA GLÓRIA DE SEU REINO PARA TODA A ETERNIDADE.

chamando. Pertencer: A prece Shemá está no plural (“nosso D’us” e não “meu D’us”), falada como um grupo coletivo, dirigindo-se a nós todos como Israelitas. Os seres humanos têm uma necessidade

homem como realmente é.

de se identificarem uns com os

Afinal, o homem é aquele ser

outros. O senso de fazer parte.

que inventou as câmaras de

Recebemos força uns dos outros

gás de Auschwitz; no entanto, ele é também aquele ser

e a fortaleza de sermos parte de algo maior que

que entrou naquelas câmaras de cabeça erguida com

nós mesmos. Mais atraente que a ideologia é uma

a oração do Shemá Yisrael nos lábios.” O que há na

sensação de pertencer a uma família expandida –

prece Shemá Yisrael que tem inspirado tantos através

apesar das barreiras. Aquele senso de comunidade é

das maiores dificuldades e tem conferido tamanho

um dos nossos alicerces mais fortes.

significado e propósito para nos ajudar a sobreviver até mesmo nas circunstâncias mais desesperadoras?

Personalização: D’us é nosso D’us. D’us é “nosso”. D’us que é transcendental e infinito é também

Creio que além da simples afirmação de fé num

nosso D’us pessoal que está conosco em todos os

único poder Superior e o profundo significado místico

momentos, segurando nossa mão tanto em tempos de

oculto nas palavras dessa prece especial, há quatro

celebração quanto nas horas de desespero. D’us não

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é apenas um governante objetivo, que cria e regula o

chá uvchol nafshechá uvchol meodêcha. Vehayu ha-

cosmos. Ele é “nosso”, está perto de nós, entendendo

devarim haêle, asher Anochi metsavechá hayom al

subjetivamente a parte mais profunda de nós mesmos,

levavêcha. Veshinantam levanêcha vedibartá bam,

mais do que a entendemos; Ele está conosco em

beshivtechá bevetêcha, uvlechtechá vadêrech uv-

tempos de necessidade, júbilo e sofrimento.

shochbechá uvcumêcha. Ucshartam leot al yadê-cha vehayu letotafot ben enêcha. Uchtavtam al mezuzot

Individualidade: Por mais que precisemos todos de um

betêcha uvish’arêcha.

senso de pertencer e de comunidade, não devemos negar nossas diferenças individuais. A declaração

Tradução: (Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-

do Shemá termina com as palavras “D’us é um” (em

nai é Um. (Em voz baixa:) Bendito seja o nome da glória

vez de D’us é “singular” ou “sozinho”). A unicidade de

de Seu reino para toda a eternidade. Amarás a A-do-

D’us está presente na diversidade do mundo. Como

nai, teu D’us, com todo teu coração, Estas palavras

disseram os mestres chassídicos: “Não há nada além

que Eu te ordeno hoje ficarão sobre teu coração.

d’Ele.” Enquanto a conformidade tolhe o crescimento,

Inculca-las-ás diligentemente em teus filhos e falarás

a “unicidade de D’us” deveria nos possibilitar descobrir

a respeito delas, estando em tua casa e andando por

e cultivar a unicidade e unidade Divina dentro de cada

teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Ata-

um de nós.

las-ás como sinal sobre tua mão e serão por filactérios

Uma base da teoria de Frankl é que forças além do

entre teus olhos. Escreve-las-ás nos umbrais de tua

nosso controle pode levar tudo que possuímos exceto

casa e em teus portões.)

uma coisa – nossa liberdade de escolher como vamos reagir à situação. Após descrever a angústia de suas experiências em Auschwitz, Frankl conclui suas memórias pessoais: “A experiência mais elevada, para o homem que regressa ao lar, é a maravilhosa sensação de que após tudo que ele sofreu, não há nada de que precise temer – exceto seu D’us.” Esta pode tornar se nossa crença mais poderosa: Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu, A-do-nai Echad. (Em voz baixa:)Baruch shem kevod malchutô leolam vaed. Veahavtá et A-do-nai E-lo-hê-cha, bechol levave55

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VA L O R E S U N I V E R S A I S

Corbis

AS LEIS DE NOÉ Após o Dilúvio e a saida de Nôach (Noé) e sua família

caráter e a subjetividade de nosso intelecto. Se o próprio

da arca, D’us os abençoou e estabeleceu uma aliança

homem é o árbitro do certo e errado, então o “certo”

assegurando-lhes de que jamais haveria outro dilúvio

para ele será aquilo que deseja, independentemente das

para destruir a terra.

conseqüências para os outros habitantes da terra.

Fez surgir no céu o primeiro arco-íris que selaria para

“As Sete Leis” são uma herança sagrada para toda a

sempre esta aliança e forneceu um Código de sete leis

humanidade e para cada um em particularde como

sobre as quais uma nova civilização seria construída.

deve conduzir sua vida espiritual, moral e pragmática.

Estas leis representam o reconhecimento de que

São intemporais, não restritas a locais geográficos e

a moralidade – na verdade, a própria civilização –

jamais podem ser alteradas ou modificadas, guiando a

deve ser baseada na crença em D’us. A menos que

humanidade a perceber seu potencial máximo.

reconheçamos um Poder Mais Alto perante quem

Chegará um tempo em que todos estarão preparados

somos responsáveis, e quem observa e conhece as

para incorporar este caminho. Será então o início de um

nossas ações, não transcenderemos o egoísmo de nosso

novo mundo de sabedoria e paz.

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As Sete Leis

1.

6.

coisas. Não substitua este Ser Supremo por ídolos

do Grande Dilúvio, ele foi autorizado – mas com uma

finitos, seja você mesmo ou outros seres. Esta ordem

advertência: não causar sofrimento desnecessário a

inclui atos como prece, estudo e meditação.

qualquer criatura. (inclui toda a Natureza)

2.

7.

Respeite as criaturas de D’us. A princípio, o

Reconheça que existe apenas um D’us

homem foi proibido de consumir carne. Depois

que é Infinito e Supremo acima de todas as

Promova a justiça. A justiça é um assunto de

Respeite o Criador. Por mais frustrado ou

D’us, mas recebemos o encargo de fazer as leis

furioso que você possa estar, não dê vazão a

necessárias e fazê-las valer sempre que pudermos.

isto blasfemando contra o seu Criador.

Quando corrigimos os erros da sociedade, estamos

3.

Respeite a vida humana. Todo ser humano é

agindo como parceiros no ato de sustentar a Criação.

um mundo inteiro. Salvar uma vida é salvar o

(inclui liberdade, democracia, paz, esperança).

mundo inteiro. Destruir uma vida é destruir um mundo inteiro. Ajudar outros a viver é uma ramificação deste princípio. (inclui saúde) Alexander Shalamov

4.

Respeite a instituição do casamento. O matrimônio é um ato Divino. O casamento de

um homem e uma mulher é um reflexo da unicidade de D’us e Sua criação. A deslealdade no casamento é um ataque àquela unicidade. (inclui família, honrar os pais, educação)

5.

Respeite os direitos e a propriedade dos outros. Seja honesto em todos os seus

negócios. Ao confiar em D’us em vez de em nosso próprio julgamento, expressamos nossa confiança Nele como Provedor da Vida.

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NESTE CHANUCÁ, MUITA LUZ, PAZ E ALEGRIA

São os Votos de Renato, Beatriz, Bruno e Carlo Stifelman

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Um a h o m e n a g e m d e A licia, Karen e Ri c a rd o S o n d e rm a n n

A xel r ud Arqui t et os A ssoci ados, M ixmidia Comunic a รง รฃ o e S onde s Consul tin g .

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SHOFAR CENTER

UM PRESENTE PARA PORTO ALEGRE: Conheça o projeto de Daniel Libeskind, um dos mais conceituados arquitetos do mundo, que promete unir cultura judaica e universal, tecnologia e arte na capital gaúcha.

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Imagem: Studio Daniel Libeskind

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SHOFAR CENTER

Fotos: divulgação

A PEDRA FUNDAMENTAL DE UMA JOIA ARQUITETÔNICA Coincidências, acasos: é como muitas vezes as pessoas explicam o encadeamento fortuito de acontecimentos na vida da gente. Talvez... Ou quiçá alguns eventos, tais como fios desgarrados de uma elaborada tapeçaria, a encontrarem outras linhas, que lá estavam, também viúvas, como por mágica, lavrem dessa união novo desenho, imantando de

POR GUNTER AXT

significado o que jazia solto. Se olharmos sobre o ombro, para traz, trilhas, por vezes caprichosas, esfumados

ano seguinte. Desejava-se que a programação

subitamente timbram. Sobre pequenas surpresas, ou

contemplasse com mais ênfase o foco das artes.

dissabores, ou experiências que pareciam pontuais,

Músicos,

revigorada luminosidade incide, realçando nuances,

escritores... Um arquiteto, também, claro! Sim, a

desvelando sentidos.

cidade precisa ouvir um grande arquiteto, logo disse

Foi em 2007. Debatíamos, no âmbito da curadoria

alguém.

do seminário Fronteiras do Pensamento, da qual

Porto

então eu participava, o conceito para a edição do

inauguração do prédio da Fundação Iberê Camargo,

convergem

em

encontros.

Ecos

dramaturgos,

Alegre

cineastas,

preparava-se

para

escultores,

acolher

a

projeto premiado do português Álvaro Siza. Mais LUBAVITCH MAGAZINE

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tradição conceitual, da qual é testemunho, entre outros

Daniel começara a sua carreira com o icônico Museu

exemplos, a elegante sede do Jóquei Clube, projetada

Judaico, erguido entre 1993 e 1998, na curvinha da

pelo uruguaio Román Siri e inaugurada em 1959. Como

Lindenstrasse, no bairro de Kreuzberg, em Berlim,

se sabe, a partir da segunda metade dos anos 1960,

distante, em linha quase retilínea, umas doze pequenas

a arquitetura modernista

quadras do local onde

local precipitara-se em

morei por um tempo,

desgaste,

da

em 1990. De todos os

banalização de soluções

destinos de Berlim, eu me

e de um funcionalismo

sentia emocionalmente

como um fim em si

atado

mesmo.

bairro

O

diante

momento

era

arrasado

àquele

antigo operário,

durante

a

propício, com debates

Segunda Grande Guerra,

ventilados no horizonte,

reconstruído nos anos

como aquele em torno

1960 e pulsando, nos

da

perspectiva

de

Feira do Livro de Porto Alegre

revitalização do cais da

anos 1980, com suas fachadas

coloridas

e

Mauá. Entendia-se, assim, que o seminário poderia

etnias diversas, como o coração intercultural da velha

agregar alguma parcela de contribuição. Mas jamais

metrópole. A Berlim que eu conhecera era uma cidade

imaginamos os desdobramentos que estariam por vir.

murada, uma espécie de ilha comprimida pelo concreto

Esboçada uma relação de nomes sonhados, nos

e pelo aparato militar, com mobilidade restrita, marcas

pusemos a campo para tentar localizar os contatos.

do passado sangrento a rasgarem o tecido urbano a

Daniel Libeskind, pela sua importância, evidentemente,

todo instante, mas sem deixar por um só segundo de

estava dentre aqueles logo considerados.

acreditar num futuro alvissareiro. Eu ainda conheci um

Por uma coincidência de trajetória própria, eu nutria

Portão de Brandemburgo arruinado, cujo vão por onde

curiosidade especial pelo trabalho de Libeskind,

se dava originalmente a passagem da Pariser Platz para

torcendo, no íntimo, para que ele fosse um dos primeiros

o Tiergarten o muro bloqueava. O dramático prédio de

a responder acedendo ao convite. Daniel estava

Libeskind, logo apelidado de “raio” pelos Berlinenses,

dentre os que, desde os anos 1980, questionavam o

em alusão a sua forma característica, foi um marco na

convencionalismo da arquitetura moderna e, inspirados

base da história da urbe reunificada e um importante

numa leitura de Derrida, apostavam na desconstrução

agente propulsor da revitalização do bairro, ao mesmo

das formas, percebendo a arquitetura também como

tempo em que encarou e frente a complexa dimensão

linguagem.

da memória trágica. 63

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Fotos: Clleber Passus

SHOFAR CENTER

Daniel Libeskind

do que um fato isolado, nutria-se a expectativa

assim, que o seminário poderia agregar alguma

de que o edifício contribuísse para reconciliar a

parcela de contribuição. Mas jamais imaginamos os

cidade com sua sólida tradição conceitual, da qual é

desdobramentos que estariam por vir.

testemunho, entre outros exemplos, a elegante sede

Esboçada uma relação de nomes sonhados,

do Jóquei Clube, projetada pelo uruguaio Román

nos pusemos a campo para tentar localizar os

Siri e inaugurada em 1959. Como se sabe, a partir

contatos. Daniel Libeskind, pela sua importância,

da segunda metade dos anos 1960, a arquitetura

evidentemente,

modernista local precipitara-se em desgaste, diante

considerados.

da banalização de soluções e de um funcionalismo

Por uma coincidência de trajetória própria, eu

como um fim em si mesmo.

nutria curiosidade especial pelo trabalho de

O momento era propício, com debates ventilados

Libeskind, torcendo, no íntimo, para que ele

no horizonte, como aquele em torno da perspectiva

fosse um dos primeiros a responder acedendo

de revitalização do cais da Mauá. Entendia-se,

ao convite. Daniel estava dentre os que, desde os

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estava

dentre

aqueles

logo


anos 1980, questionavam o convencionalismo da

estado-unidense em 1965. Formou-se em 1970.

arquitetura moderna e, inspirados numa leitura de

Em 1989, com a esposa e os filhos, mudava-se para

Derrida, apostavam na desconstrução das formas,

Berlim, depois de vencer o concurso para o Museu

percebendo a arquitetura também como linguagem.

Judaico. Embora o prédio tenha sido dado por

Daniel começara a sua carreira com o icônico

concluído em 1999, a exposição permanente, com

Museu Judaico, erguido entre 1993 e 1998, na

cerca de quatro mil objetos, foi inaugurada apenas

curvinha da Lindenstrasse, no bairro de Kreuzberg,

em... 11 de setembro de 2001!

em Berlim, distante, em linha quase retilínea, umas

Em 2003, Daniel Libeskind venceu o concurso para

doze pequenas quadras do local onde morei por um

desenhar e coordenar o conjunto do projeto para a

tempo, em 1990. De todos os destinos de Berlim,

reurbanização do Ground Zero, a pavorosa cratera

eu me sentia emocionalmente atado àquele antigo

surgida depois do ataque às Torres Gêmeas do

bairro operário, arrasado durante a Segunda Grande

World Trade Center, que eu visitara uns quatro ou

Guerra, reconstruído nos anos 1960 e pulsando, nos anos 1980, com suas fachadas coloridas e etnias diversas, como o coração intercultural da velha metrópole. A Berlim que eu conhecera era uma cidade murada, uma espécie de ilha comprimida pelo concreto e pelo aparato militar, com mobilidade restrita, marcas do passado sangrento a rasgarem o tecido urbano a todo instante, mas sem deixar por um só segundo de acreditar num futuro alvissareiro. Eu ainda conheci um Portão de Brandemburgo arruinado, cujo vão por onde se dava originalmente a passagem da Pariser Platz para o Tiergarten o muro bloqueava. O dramático prédio de Libeskind, logo apelidado de “raio” pelos Berlinenses, em alusão a sua forma característica, foi um marco na base da história da urbe reunificada e um importante agente propulsor da revitalização do bairro, ao mesmo tempo em que encarou e frente a complexa dimensão da memória trágica. Filho de sobreviventes do Holocausto, Libeskind

Ground Zero

nasceu na Polônia, em 1946, e tornou-se cidadão 65

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Foto: Clleber Passus Daniel Libeskind

cinco dias antes do fatídico 11 de setembro.

hoje, mas era uma visão estimulante para quem

Lembro-me ainda hoje daquela enlutada manhã, a

crescera no clima de intolerância da Guerra Fria e

incredulidade inicial diante das imagens se repetindo

numa era pré-internet.

na TV substituída pelo choque e, depois, por corrosiva

O projeto de Daniel para o Ground Zero é, sem

angústia. Para alguém que acabara de chegar de uma

exagero, titânico. Distribuiu cerca de um milhão

Nova Iorque plena de atitude e pujança e vivera, 11

de metros quadrados de escritórios em cinco

anos antes, o contexto vertiginoso da queda do Muro

diferentes torres, numa área total de 16 acres, para

de Berlim, um evento parecia a face negativada do

onde também foram previstos memoriais, espaços

outro. A derrubada das Torres ceifava milhares de

culturais e uma nova estação de metrô.

vidas e calava fundo a compreensão de que o mundo,

Instigava-me, então, ouvir o que tinha a dizer este

dali para diante, mudaria substancialmente. Tudo

arquiteto, que interpretara eventos tão dramáticos,

indicava que uma nova guerra se instalaria, lenta,

em projetos que divisavam o futuro com otimismo,

difusa, sofrida. Senti como se ruísse ali aquela que

sem jamais perder de vista os silêncios e os ruídos

talvez tenha sido a última grande utopia do século

da memória.

XX, amplificada com a queda do muro: a de que um

Foi, assim, uma agradável surpresa quando a

mundo com fronteiras permeáveis seria possível.

assessoria de Daniel prontamente respondeu ao

Pode parecer tolo para quem é jovem nos dias de

nosso estímulo, concordando com os termos do

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convite, sem tergiversar ou formular exigências,

A organização do Fronteiras do Pensamento tinha o

traduzindo espontaneidade e disponibilidade em

costume de manter um receptivo no aeroporto de São

partilhar experiências e conceitos. Agendamos a

Paulo, de sorte que a dificuldade foi logo detectada.

conferência para o dia 21 de julho de 2008.

Em pouco tempo, estávamos nos comunicando com

Poucos dias antes da data aprazada, entretanto,

Daniel e Nina pelo celular. Mas o problema não era

um telefonema dos escritórios de Libeskind, de

nada fácil de resolver. Pelo contrário! Descobrimos,

Nova Iorque, trouxe inquietação. Sua querida

enfim, que o Itamaraty admite o instituto de um visto

esposa Nina, que sempre lhe acompanha, tivera

de trânsito no Brasil, concedido em situações muito

um contratempo de saúde e a viagem precisaria

especiais, sob autorização da cúpula da Presidência

ser adiada. Confirmado o seu restabelecimento e

da República ou do Ministério das Relações

após um exercício de engenharia para conciliar as

Exteriores. Por agravante, todavia, tratava-se de um

disponibilidades da disputada agenda de Daniel com

domingo e, ainda por cima, feriado de finados! Uma

a do salão de atos da Universidade Federal do Rio

tarefa já em si árdua parecia inexequível!

Grande do Sul, que abrigava o ciclo de palestras, a

Mas a equipe de produção se mobilizou. Decidimos

fala de Libeskind foi transferida para a noite de 3 de

não medir esforços para contornar o obstáculo

novembro.

que inviabilizaria a estada dos Libeskind em Porto

Daniel e Nina, destarte, chegariam ao Brasil no dia 2,

Alegre. De telefonema em telefonema, depois de

um domingo. E partiriam de Porto Alegre com destino

várias horas, durante as quais o casal permaneceu

ao Rio de Janeiro no dia 4. Era a primeira vez do

acomodado na sala da Polícia Federal no aeroporto

casal no Brasil e eles se mostravam entusiasmados

de Guarulhos, conseguimos chegar às altas

com a visita.

autoridades da República, sensibilizando-as, e um

Mas um novo susto nos espreitava. Ao embarcar

visto extraordinário para uma semana, salvo engano,

de Nova Iorque para São Paulo, Daniel apanhara

foi, milagrosamente, concedido!

por distração o passaporte americano. Eis que para

Quando o casal finalmente aterrissou em Porto

cidadãos estado-unidenses a política de reciprocidade

Alegre,

do Governo Brasileiro exige a concessão de vistos

incomodados,

para ingressos no País. E Daniel não solicitara um

fatigados, o que era perfeitamente compreensível,

visto brasileiro... Assim, ao desembarcar em São

transmitiam bom humor e simpatia, declarando-

Paulo, a Imigração logo detectou a falha e, seguindo

se impressionadíssimos por termos resolvido algo

o procedimento padrão para casos de tal natureza,

que lhes parecia intangível. Nos Estados Unidos,

reteve-o em uma sala da Polícia, programando o

garantiram, uma exceção como aquela seria

seu reembarque no primeiro voo de volta para Nova

inimaginável, ainda mais num espaço de tempo tão

Iorque.

curto! 67

esperávamos abatidos.

encontrá-los

tensos,

Mas

Embora

não!

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hotéis da cidade. O único lugar vago era a antiga suíte presidencial do Hotel Plaza São Rafael. Foi lá, assim, que

hospedamos,

excepcionalmente,

o

casal Libeskind! E eles puderam depois

repousar, da

jornada,

estafante

com

uma

bela vista para o Lago Guaíba. O dia seguinte seria agitado.

Dentre

os

únicos

pedidos

que

Daniel

e

nos

Nina

haviam feito estavam um city tour e uma

Museu Judaico de Berlim

Daniel e Nina puderam, enfim, registrar-se na

visita à Fundação Iberê Camargo: a fama do prédio

recepção do hotel por volta das 18 horas daquele

de Álvaro Siza às margens do Guaíba corria o mundo!

domingo, dia 2 de novembro de 2008.

Numa luminosa manhã de outubro, guapuruvús e

Cabe aqui, talvez, o registro de mais uma

jacarandás espargindo as calçadas de amarelo e lilás,

curiosidade. A organização do seminário garantia

fomos à Fundação Iberê Camargo, especialmente

aos seus convidados hospedagem em hotéis de

aberta numa segunda-feira para receber o casal: “é o

padrão superior, previsão que constava, inclusive,

melhor de Siza”, exclamou Daniel, exultante, ao final

em cláusula contratual. As reservas eram feitas com

da visita.

um ano de antecedência, para se garantirem as

De volta ao Centro Histórico, logo depois de um giro

vagas desejadas. Porém, com a mudança da data da

pela cidade, Nina, curiosa com as barraquinhas que

conferência, perdeu-se a preferência. Casualmente,

vira pela janela da van espremidas entre o Margs e

na época em que a nova palestra aconteceria, Porto

o Santander Cultural, quis saber do que se tratava:

Alegre acolhia grandes eventos, de sorte que não

“é nossa feira do livro”, respondi. Daniel e Nina,

havia acomodações disponíveis. Eu fui a todos os

amantes dos livros e donos de uma biblioteca com

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68


mais de 10 mil volumes, perguntaram-me então se

eu adoraria desenvolver um projeto!”

não seria possível trocar o almoço com autoridades,

À tarde, levamos o casal Libeskind ao Porto da

previsto para acontecer numa badalada churrascaria,

Capital, região para a qual se discutia há 12 anos um

por um passeio na aprazível feira. Claro!, acedi. E lá

projeto de revitalização. E até passeamos de barco.

se foram os dois, percorrendo as alamedas da Praça

“Pedra Fundamental”. Foi o título que Daniel deu

da Alfândega, circulando por entre os estandes,

para a sua conferência, proferida à noite, no salão

furungando nos balaios.

de atos da Universidade lotado, com cerca de

Havia uma barraca que homenageava a Polônia!

1.300 pessoas. Daniel comentou com vivacidade

Daniel entrou, fascinado por encontrar um pedacinho

vários de seus projetos. Especialista na criação de

da sua pátria de origem, ali,

museus, sustentou que a

tão longe, no Brasil tropical.

cidade pode se transformar a

A surpresa foi ainda maior

partir de um prédio. Disse que

quando o livreiro reconheceu-o prontamente e dirigiu-se a ele em bom polonês: era um dos muitos gaúchos descendentes de imigrantes. Nina adorou a sineta do Xerife e

impressionou-se

com

a

quantidade de crianças. Expliquei-

ESTA É UMA CIDADE PARA A QUAL EU ADORARIA DESENVOLVER UM PROJETO! DANIEL LIBESKIND

a arquitetura contemporânea está mais pluralística, mais democrática. Ele, a propósito, nega-se a trabalhar em países não democráticos. Construir um edifício, para Daniel, é como contar uma estória. A arquitetura, assim, seria

lhes que se tratava da maior feira

uma

classe

de

narrativa,

do livro ao ar livre da América

porque fala sobre o passado

Latina e que se dirigia, sobretudo,

e sobre o momento presente.

para os leitores. Como a promoção já acontecia há

Ela confere identidade e descortina um futuro,

54 anos, quase todo o porto-alegrense, ou gaúcho

operando uma combinação de poesia, de filosofia,

em visita à Capital, trazia impressa na memória a

de música, de dança, de astronomia, de todas

lembrança de, quando criança, ser trazido à Feira

as coisas, enfim, que matizam a civilização. Eis

pelos pais, pelos tios, pelos avós, para comprar pelo

porque sua arquitetura não é apenas construção,

menos um livro, para encontrar os amigos, para ver

mas, sobretudo, uma forma de transmissão de

de perto os autores. Frequentar a Feira tornara-se um

experiência cultural. Daniel se declarou interessado

hábito incorporado às rotinas familiares. Foi quando

em eliminar categorias: “os museus precisam ser

Daniel, que escolhe a dedo os convites profissionais

bem-sucedidos comercialmente, ao passo que os

que aceita, me disse: “esta é uma cidade para a qual

espaços comerciais precisam ter uma dimensão 69

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SHOFAR CENTER

cultural, um componente cultural”. Justamente por

noite de domingo. O problema foi que os restaurantes

causa da globalização, registrou, é preciso que cada

com os quais estávamos acostumados a operar

lugar possa contar a sua história e emular uma

fechavam nas segundas-feiras e estava difícil localizar

identidade. Criticando o modernismo, revelou-se

uma alternativa. Percebendo minha aflição, a querida

incrédulo na possibilidade de repetir experiências do

amiga Sandra Axelrud Saffer, uma das convidadas

Humano. Eis porque os museus não devem existir

para a ceia, ofereceu-se para recepciona-los em sua

apenas para eles mesmos, mas sim atender as

residência. Assim, Sandra, que também é arquiteta,

necessidades éticas de uma comunidade. Otimista,

recebeu-nos depois da conferência com um delicioso

avaliou que a arquitetura pode gerar crescimento

salmão.

para uma cidade, e não apenas econômico, mas

A solução revelou-se providencial, pois o clima

também cultural.

instaurado foi descontraído e doméstico. Nina e

Terminada a conferência, sob entusiásticos aplausos

Daniel, que inclusive trabalham juntos, são muito

da plateia, dirigimo-nos para um jantar. Fazia parte

ligados à convivência familiar. Recordo-me que,

da sistemática do Fronteiras do Pensamento receber

depois do jantar, todos ainda à mesa, Nina ergueu-

os convidados com uma apurada ceia de boas vindas

se com uma taça na mão e propôs um brinde de

em um dos bons restaurantes locais, na véspera da

agradecimento aos anfitriões, sublinhando residir a

conferência. Seguíamos, nesse sentido, orientação

mais agradável surpresa daquela viagem no sentir-

estabelecida pelo idealizador do seminário, o então

se tão vivamente em família. Eles tinham vindo de

Superintendente da Copesul, empresa patrocinadora

tão longe para se sentirem tão em casa, exclamou,

do evento, Dr. Luis Fernando Cirne Lima, que

manifestando certeza de que ali se iniciava uma bela

entendia esses momentos como uma oportunidade

e duradoura amizade.

de interação para algumas pessoas da comunidade

Já não me lembro se foi antes ou depois da refeição.

cujos interesses e trajetórias dialogassem com as

Em pé, na sala, com drinques, formou-se uma

do conferencista convidado. A intenção era que as

animada roda de bate-papo com Daniel. Quando

ideias pudessem frutificar em convívio mais íntimo,

então alguém lhe perguntou se havia algo que ele

deitando raízes no entorno comunitário.

desejasse construir sem tê-lo ainda feito. Sim, ele

A confraternização, contudo, tinha sido transferida

respondeu, observando que ainda não aparecera

para a segunda-feira, pois como o casal ficara o dia

a oportunidade para erigir algo na América Latina.

inteiro retido no aeroporto de Guarulhos, isso depois

Participava da conversa Ricardo Sondermann, que

de longa viagem de Nova Iorque para São Paulo,

imediatamente transmitiu-nos saber estar em curso

todos entenderam que eles precisariam repousar na

em Porto Alegre a intenção de construção de uma

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Museu Judaico de Berlim

novo centro cultural voltado à história judaica. Os

ao Rabino Mendel Liberow e a sua esposa Mimi,

olhos de Libeskind brilharam e um sorriso iluminou-

instalando-se pronta sintonia entre todos. Aos

se em sua face...

poucos o conceito evoluiu para um centro cultural de

Nos meses seguintes, as conversas avançaram.

inédita concepção. Nina apelidou o projeto em curso

Ricardo e Sandra introduziram o casal Libeskind

de “Joia Arquitetônica” e passamos a chama-lo de

71

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SHOFAR CENTER

Imagem: Studio Daniel Libeskind

Imagem interna do projeto de Libeskind para Porto Alegre

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“little pearl”: estávamos todos, enfim, engajados na

Exílio. É um jardim incomum, como se estivesse de

lapidação de uma joia. Daniel, finalmente, batizou

cabeça para baixo. Belas oliveiras, que não podem ser

o projeto conceitual de Centro Cultural Shofar, em

tocadas, crescem no topo de desconcertantes blocos

alusão aos poderosos significados do chifre de

de concreto alinhados geometricamente. Caminhar

carneiro – um dos mais antigos instrumentos de

por entre esses blocos, de igual proporção, causa

sopro de que se tem notícia – tocado na cerimônia

certa desorientação, pois o piso tem inclinações. A

de celebração do Ano Novo judaico.

experiência sugere a imponderabilidade da História,

Escrevo este texto pouco depois de chegar de

cujos desafios, muitas vezes opressores, enfrentam-

uma viagem a Berlim, cidade aonde não retornava

se coletivamente. Mas a mensagem é otimista, pois

há 21 anos. Pude finalmente caminhar pela Unten

se lançarmos os olhos para o alto, veremos o verde

den Linden, avenida que ficara em Berlim Oriental,

das oliveiras projetando-se para o céu, num registro

respirando o frescor das tílias, e passei sob as

claro de esperança.

imponentes colunatas do Portão de Brandemburgo,

Impossível não lembrar aqui da pomba que trouxe

em direção à Grosse Stern. Conheci o refinado

um ramo de oliveira no bico para o patriarca Noé,

palácio rococó de Sansouci, erguido por Frederico

anunciando a terra tão sonhada, depois da longa

o Grande no século XVIII, na vizinha Potsdam –

deriva pelas torrentes sem fim do dilúvio, cujas

antes localizada na Alemanha Oriental, a DDR, que

águas purificaram a matéria física e ampliaram a

ao exigir um complicado visto inviabilizava a visita

consciência dos homens no Divino. Para os judeus,

para estrangeiros como eu. Vi o Reichstag renovado,

o azeite extraído das olivas era medicinal, ajudava a

agora com uma magistral cúpula de vidro. E fui,

cicatrizar. O seu uso indicava o sentimento de alegria,

também, ao prédio que Libeskind concebeu para o

ao passo que a sua falta, tristeza e humilhação. Um

Museu Judaico.

pequeno jardim, no museu, condensa experiências

Eu conhecia a edificação por fotos. Mas visitá-la

tão arrebatadoras.

representou uma experiência sensorial inusitada.

Quando Daniel concebeu o seu prédio, em 1988,

Muito mais do que ser visto, é um prédio para ser

ninguém imaginaria que o muro cairia em novembro

vivido e sentido. Poderíamos encher páginas e

do ano seguinte e a Berlim dividida se reunificaria tão

páginas sobre os detalhes que compõem o conjunto,

rápido. Quando morei em Berlim, naqueles tempos,

sobre as sensações que suscitam, tais como a

ninguém imaginaria que um dia Porto Alegre pudesse

instigante maneira como as aberturas, vislumbradas

sonhar com um prédio de Daniel Libeskind.

de fora, remetem-nos a uma estrela de David estilhaçada. Mas um espaço, em particular, me chamou muito a atenção: o Jardim da Diáspora é acessado por uma porta pesada, ao final do Eixo do 73

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Imagens: Studio Daniel Libeskind

Visão Interna do Projeto

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CULTURA JUDAICA E UNIVERSAL O Shofar nos chama para acordarmos de nossa letargia mental, clama para que possamos despertar e nos envolver com as necessidades de nossa alma. Um chamado para o nosso interior. Para o conhecimento. Com este espírito, o Rabino Mendel Liberow e sua esposa Mimi iniciaram a missão de deixar um legado para nossa cidade. Algo que contemple a comunidade gaúcha e não seja apenas para os porto-alegrenses de LUBAVITCH MAGAZINE

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origem judaica. Algo universal. Para todos. O objetivo deste centro é dividir cultura judaica e universal com todos os gaúchos. Compartilhar, propagar e semear conhecimento. Um ponto importante deste projeto é o fato de não ser apenas voltado para a comunidade judaica, todos poderão ter acesso ao centro.“Queremos que seja um lugar onde qualquer pessoa possa aprender. Teremos espaço


para todos. Sem restrições, os visitantes poderão interagir com todos os serviços do local”, destaca o Rabino Mendel. Na sua essência ele será um centro multicultural, voltado para o conhecimento. Com um projeto arquitetônico único, certamente será um ponto de referência para a capital gaúcha. “O arquiteto, Daniel Libeskind, entendeu perfeitamente nossa ideia. A sua formatação está em sintonia com a figura do Shofar. O Shofar tem a finalidade de chamar a pessoa para o seu interior. Um chamamento de dentro para fora”, explica o Rabino. Uma grande atração para os visitantes do centro será o museu interativo de valores. Embora a formatação ainda esteja em desenvolvimento, o conteúdo será separado em temas e o visitante Jardim no topo do prédio é um dos destaques do projeto idealizado por Libeskind THE SHOFAR | PORTO ALLEGRE, BRASIL poderá selecioná-los com um simples toque na AERIAL VIEW FROM CONCEPT PRESENTATION tela. O usuário poderá ir aprofundando-se nos temas intenção é ter interatividade total”, destaca. O local de acordo com sua vontade. Depois de concluído, o também estará aberto para manifestações artísticas Shofar Center, irá desenvolver diversas temáticas e culturais gerais. Palestras, cursos e exposições, históricas. “Estes assuntos não serão terão espaço no centro. E estas somente abordados superficialmente. manifestações poderão ser de etnias Vamos aprofundar o conhecimento”, variadas. comenta. Ainda não há uma previsão de início O museu terá seu conteúdo para as obras, porém elas só serão permanente, mas também poderá possíveis com a ajuda de toda a abordar temas ligados aos períodos comunidade gaúcha. “Este projeto, é históricos do ano. “Vamos aproveitar para toda Porto Alegre. Precisamos as datas históricas e festivas para do envolvimento de todos que desdobrarmos diversos conteúdos. moram e amam esta cidade. Todos Por exemplo, na época da Pessach, a Páscoa Judaica, faremos uma exposição da matsá, do pão azimo. Montaremos uma pequena fábrica, onde as crianças farão a matsá. A

que puderem ajudar, de todas as formas, serão bem vindos. Acredito que, em breve, poderemos presentear nossa cidade com o Shofar Center”, finaliza o Rabino.

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SHOFAR CENTER

SHOFAR CENTER

POR DANIEL LIBESKIND Arquiteto explica alguns conceitos aplicados no projeto Foto: Clleber Passus

Você fez muitos projetos diversificados, de grande e pequena escala, o que levou você a aceitar esta proposta? Daniel Libeskind: Primeiro, eu conheço bem o Chabad. Tenho muito conhecimento das tradições judaicas. Poder trabalhar em um projeto judaico tão profundo, compreendendo o aspecto espiritual do significado do Chabad, é algo único. É uma mensagem

DL: Eu pensei muito sobre isso. Porto Alegre é um

para o mundo e, não apenas para o povo local. É uma

lugar com muita luminosidade, um lugar belíssimo,

mensagem da humanidade para a humanidade. Fui

histórico, que possui muita luz natural e diversidade

atraído pelos valores da comunidade judaica, contadas

cultural.

de uma forma contemporânea, de uma forma eterna.

padrões da cidade, que possuísse um contexto

E acima de tudo é sobre vocês – porque eu conheci

histórico de sua arquitetura. Também pensei em

vocês! É sempre sobre as pessoas.

algo que desse movimento para a cidade, algo que

Pensei um projeto que atendesse aos

a impulsionasse para o futuro. Será uma construção Você acredita na ideia que a arquitetura se comunica com a cidade, ela sendo algo receptivo às pessoas. Apesar de ter visitado Porto Alegre uma única vez, por poucos dias, como você imagina esta construção inserida

luminosa, um lugar muito agradável e convidativo.

na capital gaúcha?

Funciona tanto como jardim, quanto como uma forma

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Tive a ideia de fazer o *pardess abraçando o prédio, algo que dará movimento ao projeto. Ele será coberto por vidro aproveitando a luz natural ao seu máximo.


diciplinada de entender os textos que são muito mais

possa se beneficiar como indivíduo por ser baseado

que sua tradução literal, pois têm muitas e muitas

na escala humana, baseado em luz. Não apenas uma

camadas de entendimento. Isto também se aplica a

luz externa mas a luz interna que é parte do prédio.

Porto Alegre porque é uma cidade na história.

Pensei em uma criança ou uma família ou alguem que possa estar distante disso que vai entrar em um lugar

* Pardess: Jardim ou pomar em hebraico. No projeto

cheio de vida e um lugar que não é possível exaurir.

este jardim terá a forma das quatro letras hebraicas

Tem muitas e muitas dimensões, é um espaço que

que formam a palavra pardess, abraçando o prédio.

é profundo em todos os sentidos da palavra. Penso

Esta palavra possui acróstico de quatro letras em

em acender a chama da imaginação que, na verdade,

hebraico. No projeto cada letra indicará um nível de

sustenta o espírito das pessoas. Isso será parte deste

estudo, cada dimensão mais profunda, dando o sentido

palco interativo para aprender, para lembrar, para ler,

de conhecimento aprimorado a cada nível estudado.

para desfrutar, para encontrar outras pessoas, para abrir portas novas, para recuperar conhecimento

Como você considera este projeto entre tudo

perdido, para convidar novos horizontes na tua vida.

que você já fez, tem algo especial nele?

Acho que será um lugar que não é apenas intelectual mas também emocional.

DL: Muito especial! Acho que eu nunca fiz um projeto como este. Eu diria que no núcleo do projeto tem

Fruto de sabedoria milenar em busca de significado na

uma luz própria, nunca vista em nenhuma outra

vida, este espaço extenderá os conceitos e vivências

construção. É um prédio muito específico, mas ao

do Judaísmo para a sociedade mais ampla. O projeto

mesmo tempo universal. Este não é um prédio que

abrange um museu interativo de valores que tem

eu já havia feito. Não é um museu, não é apenas

por objetivo oferecer ao visitante uma experiência

sobre história, sobre memória, é sobre “abraçar” a

que o fará pensar e rever a sua pessoa, o seu meio

alegria que esta construção trará para todos. Acho

e o mundo todo com uma apreciação mais otimista.

que também representa a mensagem do Chabad para

A tecnologia de ponta será um instrumento principal

a humanidade, a mensagem da sua verdade.

em despertar ideias e energia, engajando-as em um processo de transformar este mundo em um lugar

Sobre o Museu Interativo de Valores:

melhor. Valores como a compreensão e a compaixão, alegria e humor, justiça social e democracia, família

É na verdade sobre o engager da alma humana,

e educação, esperança, fé, criatividade e honestidade

não apenas o corpo, não apenas a pessoa envolvida

serão exploradas nesta ala do Centro. Ateliers,

nas atividades, mas é a imersão completa em algo

biblioteca, áreas de pesquisa e jardins oferecerão

positivo, algo interessante. Vivenciar algo do qual ela

ambientes de descoberta e reflexão. 77

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ESPIRITUALIDADE

A PRINCESA E O CAMPONÊS POR TZIPORAH TZUKERNIK Conta-se uma parábola sobre uma princesa que

No dia seguinte ele trouxe batatas para ela, e ela não

desposou um camponês. Seu pai, o rei, tinha

estava feliz. Ele trouxe os melhores tomates do campo,

entrevistado diversos pretendentes, mas nenhum foi

e ela não estava feliz. Ela voltou ao pai e disse: “Olhe,

aprovado. Finalmente ele disse: “O primeiro homem

como posso explicar a ele que fui criada num palácio?

que entrar por aquela porta será seu marido.” Ela

Ele não pode me dar o que preciso, porque nem

concordou. O próximo a entrar foi o jardineiro das

imagina que isso exista.” Esta é uma parábola da alma

propriedades do rei, e eles tiveram de se casar.

que se casou com o corpo. O corpo é o camponês,

Ele estava muito feliz, mas ela estava desolada. Mas

oferecendo-nos Bolsa de Valores, condomínios,

esta era a situação. Eles se casaram, e ele preparou

sucesso e poder, e todos os outros tipos de batatas e

a casa, colocou palhas no chão para dormirem, e ela

tomates. A alma vai até D’us e diz: este camponês não

estava infeliz.

está me dando o que preciso.

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transcende completamente. Chegar àquele ponto abalou meu intelecto. Até então, eu sabia que poderia haver uma pessoa que era como eu, porém mais inteligente, ou como eu, porém mais sensível. Mas quando fui exposto aos ensinamentos do Rebe, foi a primeira vez que encontrei alguém num nível completamente diferente. Lembro-me de sentar em aulas nas quais os discursos do Rebe eram ensinados, e sair dali não conseguindo dirigir meu carro de volta para casa. O Rebe abalou meus axiomas sobre o mundo. Ninguém mais fez isso. Foto: Filipe Samora

Era uma mudança em toda a consciência da pessoa; mudar o modo de agir de alguém era apenas o começo. Embora eu não soubesse o que estava se passando no meu interior, de alguma forma percebi que esta árvore pode ser plantada em meu próprio solo, que isso dará certo com meu próprio funcionamento Muitos vivem pensando que são o camponês. É por

interior. Aquilo estava num nível intuitivo. Em mais

isso que, não importa o quanto se possua, nunca é o

de um nível intelectual, o importante era ter acesso

suficiente. Porque estão se alimentando com as coisas

aos ensinamentos do Rebe, e ver que estas perguntas

erradas. Pode ser tudo aquilo com que o camponês

começavam aonde todas as minhas respostas tinham

jamais sonhou, mas ainda não é o bastante, porque a

acabado.

princesa foi criada com coisas mais refinadas.

Creio que no decorrer de nossa vida sempre há essas

Os ensinamentos dos mestres da Chassidut nos

questões essenciais, que nem sequer percebemos

permitem acessar a consciência da princesa. Eles

que estamos perguntando. São questões raízes, mas

abrem nossos olhos para o fato de que muitas vezes

estamos conscientes apenas dos ramos. Fazemos

passamos pela vida pensando que somos alguma

uma pergunta e as palavras que saem são os ramos.

coisa que não somos, e portanto buscamos coisas que

Se nós não soubéssemos que há uma raiz, seríamos

não nos proporcionarão satisfação.

levados a pensar que podemos nos dirigir ao ramo.

Tenho estado muito envolvido no pensamento

E jamais seremos felizes, porque sempre haverá

acadêmico e quando ouvi pela primeira vez os

outro ramo brotando para fora da raiz. Precisamos

ensinamentos do Lubavitcher Rebe, percebi pela

de mentores espirituais para nos fazer conscientes de

primeira vez que poderia haver alguém que me

quais são nossas perguntas raízes… 79

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ESPIRITUALIDADE

COMO MUDAR O PASSADO

POR YANKI TAUBER BASEADO NOS ENSINAMENTOS DO REBE

“Eu não devia…” ou “Se pelo menos eu soubesse…”

Alguns nos aconselham a deixar o passado onde está,

Seja algo obviamente errado, seja uma decisão infeliz

e seguir em frente com a vida. Somos seres físicos,

ou uma oportunidade perdida, nós seres humanos

e as leis da Física (pelo menos até o momento) ditam

tendemos a nos concentrar no passado, muitas vezes

que o tempo corre apenas em uma direção. Então,

em detrimento de nossos esforços presentes e futuros

por que não deixar simplesmente o passado para

potenciais.

trás, especialmente porque o passado está atrás de

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Sim, somos seres físicos; porém existe algo em nós que transcende o físico. O homem é um amálgama de matéria e espírito, um casamento de corpo e alma. É nosso ser espiritual que persiste na crença de que o passado pode ser resgatado. É nossa conexão com a essência espiritual de nossa vida que nos concede a capacidade para teshuvá – a capacidade de “retornar” e transformar retroativamente o significado das ações e experiências passadas. Qual é esta “essência espiritual” com a qual buscamos uma conexão? E como isso nos permite literalmente Foto: dcubillas

mudar o passado? Não apenas o homem, mas todo objeto, força ou fenômeno tem tanto um “corpo” quanto uma “alma”. A alma de um objeto é seu significado mais profundo – as verdades que expressa, a função que desempenha, o propósito ao qual serve. Como exemplo, consideremos as duas ações seguintes: numa viela escura, um bandido armado com faca ataca um membro de uma gangue rival; a uma centena de metros de distância, um cirurgião se inclina sobre um paciente sedado que está na mesa de nós, quer o deixemos ou não para trás?

operações. O “corpo” dessas duas ações é bastante similar: um ser humano usando um objeto afiado de

Este é um conselho que não seguimos. Continuamos a

metal que abre a barriga de outro ser humano. Porém

nos sentir responsáveis pelo que ocorreu, continuamos

um exame da “alma” desses dois eventos – os desejos

a tentar reescrever nossa história, continuamos a

que os motivam, os sentimentos que os inundam, os

considerar nosso passado como algo que ainda, de

objetivos que procuram atingir – revelam que são

alguma forma “faz parte de nós”. Alguma coisa em

ações bem diferentes.

nossa natureza se recusa a abrir mão, se recusa a reconciliar-se com o fluxo unidirecional do tempo. 81

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ESPIRITUALIDADE

Em outras palavras, o homem é uma criatura

com seu emprego, que seu verdadeiro chamado está

espiritual no sentido em que confere significado aos

em outra parte. Você resolve começar de novo, num

seus atos e experiências. As coisas não simplesmente

esforço menos rentável porém mais realizador. Você

acontecem – elas acontecem por uma razão, têm um

voltou no tempo para transformar aquela hora de

significado, procuram um certo objetivo. O mesmo

cochilo num chamado para acordar.

evento portanto pode significar coisas diferentes para

Ou você teve uma discussão, perdeu a calma, e

pessoas diferentes; como prova disso, dois eventos

disse aquelas palavras imperdoeaveis. Na manhã

muito diversos podem servir ao mesmo propósito

seguinte faz as pazes, concordando em ‘esquecer

e provocar sensações idênticas,

o acontecido.” Porém você não

imbuindo-as com almas análogas

esquece. Está horrorizado pelo grau

apesar da dessemelhança em seus

da sua insensibilidade; você sofre pelas

corpos. O corpo de nossas vidas está totalmente sujeito à tirania do tempo – os “fatos difíceis” não podem ser desfeitos. Um vôo perdido não pode ser retomado; uma palavra dura a um ente querido não pode ser desfalada. Porém a alma desses eventos pode ser mudada. Aqui podemos

AS COISAS NÃO SIMPLESMENTE ACONTECEM – ELAS ACONTECEM POR UMA RAZÃO, TÊM UM SIGNIFICADO, PROCURAM UM CERTO OBJETIVO.

distância que as palavras colocaram entre vocês dois. Seu horror e agonia fazem você perceber como são sensíveis um ao outro, o quanto você deseja a proximidade com a pessoa que ama. Você voltou no tempo para transformar uma fonte de distiancia e desarmonia num catalisador para maior intimidade e amor.

literalmente viajar de volta no

Na superficie material de suas vidas,

tempo para redefinir a importância

a lei do tempo é absoluta. Porém

daquilo que aconteceu.

no interior, espiritual, o passado nada mais é que uma outra visão da vida, aberto

Você dormiu demais, perdeu aquele vôo, e não

a explorações e desenvolvimento com o poder

apareceu para a reunião importante. O significado inicial

transformador da teshuvá.

daquele evento; seu chefe está furioso, sua carreira sofre um sério revees, sua auto-estima despenca. Porém você se recusa a “deixar o passado para trás”. Você fica remoendo o que aconteceu. Pergunta a si mesmo: O que isso significa? O que isso me diz sobre mim mesmo? Percebe que não se importa realmente LUBAVITCH MAGAZINE

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Foto: Denys Dolnikov

CICLO DA VIDA

DANDO NOME AO BEBÊ POR ARON MOSS

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PERGUNTA:

chamado pelo seu nome hebraico desperta a alma para ser mais manifesta em sua vida diária.

Minha mulher entrou no sétimo mês de gravidez, e começamos a discutir nomes para nosso bebê. Ela

Examine os nomes dos grandes personagens da

deseja algo tradicional, mas eu quero que meu filho seja

História Judaica, ou nomes de avós falecidos. Se algum

um indivíduo e estou pensando em algo mais exótico. O

desses nomes “saltar” para você, isso pode indicar que

que diz o Judaísmo sobre dar nome a um filho?

a criança tem uma centelha da alma daquela pessoa, e vai imitar os traços positivos daquela pessoa. A alma

RESPOSTA:

tende a continuar na mesma família, e uma criança que recebe o nome de um ente querido que se foi continuará a carregar aquela chama.

Escolher um nome não é tarefa fácil. O nome da pessoa não é uma mera etiqueta, pois expressa a essência do portador. As letras que formam seu nome, seu som e

A originalidade não deveria ser um fator decidivo na

seu significado são descrições de sua alma. Somente um

escolha de um nome. Tentar ser diferente de todo

profeta tem a visão e a perspicácia para saber que nome

mundo significa basear sua escolha em todo mundo.

combina com a alma de seu filho. Você é este profeta.

Isso não pode ser chamado de individualidade. Porém

A Cabalá ensina que os pais recebem uma profecia

dar ao seu filho um nome hebraico com o qual tanto

temporária para escolher o nome certo para o filho,

você quanto sua mulher concordam, significa dar um

Este lampejo de perspicácia pode chegar a qualquer

nome que é verdadeito para a alma única de seu filho.

hora, mas quando vem, você sabe que escolheu o nome certo. Um determinado nome começa a

Lembre-se você não está apenas dando nome a um

aparecer na sua cabeça e gradualmente o influencia.

bebê. Está também dando nome a um adolescente,

É uma inspiração Divina, levando-o a dar o nome que

um adulto e um cidadão idoso. Os nomes da moda de

realmente pertence ao seu filho.

hoje estarão ultrapassados quando seu bebê estiver ganhando os dentinhos. Os nomes hebraicos têm

Para uma alma judia, o nome da alma está em

permanecido em voga por 4 mil anos. Use sua chance

hebraico. O hebraico é o idioma original, sagrado, o

de ser profeta por um dia, e escolha um nome que

idioma que D’us usou para criar o mundo. Os nomes

descreva a alma de seu filho.

hebraicos têm significados elevados, têm múltiplas camadas, há tantas pessoas com o mesmo nome mas mesmo assim cada qual é única, dependendo de qual camada de significado sua alma expressa. Ser

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CICLO DA VIDA

BRIT MILÁ

Atualmente, no entanto, muitos judeus têm deixado de realizar a mistvá de Brit Milá em seus bebês, um dos mais antigos preceitos ordenados por D’us na Torá. Alegam as mais diversas razões para isto, indo desde

TRAUMA OU ALEGRIA?

trauma psicológico, diminuição da tolerância à dor até a diminuição do desejo sexual.

(In)Decisão

Sem base científica, ou fatos que apontem para

Nenhum outro costume, hábito ou ritual tem atravessado

tantas

eras

e

vencido

qualquer uma destas conclusões, o resultado tem sido

tantas

desastroso. Estes mitos e medos transformam-se em

perseguições. A circuncisão seja na paz ou na guerra,

desafios onde a única lógica na decisão a tomar é a

tem sobrevivido, de Avraham Avinu até os dias de

proteção natural que pais desejam garantir ao futuro e

hoje.

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ao bem estar de seus filhos.

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“Porque eu deveria fazer o brit milá em meu filho? É

envolvendo o sangramento deve-se aos agentes

cruel. Não posso fazer algo tão bárbaro que o marcaria

coaguladores mais importantes, a protombina e a

psicologicamente para o resto da vida!”

vitamina K, quando não atingem os níveis máximos no sangue até o oitavo dia de vida. Os níveis de protombina são normais ao nascer, caem a níveis

“Por que o faria sem dar-lhe o direito de escolha?”

muito baixos nos dias seguintes, e voltam ao normal

“Este procedimento é arcaico, fora de moda e

no fim da primeira semana. Um estudo demonstrou

arriscado.”

que por volta do oitavo dia, os níveis de protombina

“Não sou religioso e nem acredito nisto. Estaria sendo

atingem 110% do normal. Nas palavras do Dr. J. Quick,

hipócrita!”

autor de diversas obras sobre controle de hemorragia, “Não parece acidental que o ritual da circuncisão

Mas porque, antes de tomar qualquer iniciativa ou

fosse adiado até o oitavo dia pela Lei Judaica.” Além

decisão, não escutam o outro lado da questão? Afinal,

disso, a circuncisão é conhecida por oferecer proteção

deve haver prós, senão, nenhum judeu, e felizmente

praticamente completa contra o câncer peniano.

ainda há muitos, arriscariam a vida emocional de seus Segundo um recente artigo no New England Journal

filhos submetendo-os ao Brit Milá.

of Medicine, nenhum dos mais de 1.600 homens com este tipo de câncer no estudo tinham sido circuncidados

Então, que tal dar uma chance?

na infância. Nas palavras dos pesquisadores Cochen Do ponto de vista médico

e McCurdy, a incidência de câncer peniano nos

Um estudo no New England Journal of Medicine (1990)

Estados Unidos é “praticamente zero” entre homens

registrou uma taxa de complicação por volta de 0,19%

circuncidados.

quando a circuncisão é realizada por um médico. Quando é feita por um mohel, a taxa cai para 0,13%,

Diversos estudos relataram que meninos circuncidados

aproximadamente 1 em 1.000. Quando ocorre uma

tinham de 10 a 39 vezes menos probabilidade de

complicação, geralmente trata-se de sangramento

desenvolver infecções do trato urinário durante a

excessivo, que é facilmente contornável. Nenhum

infância que meninos não circuncidados. Além disso,

outro procedimento cirúrgico chega a tais índices de

a circuncisão protege contra bactérias, fungos e

operações livres de complicações. Um estudo mostrou

infecções parasitárias, além de uma série de outros

que em torno do oitavo dia, os níveis de protombina

problemas relacionados com a higiene. A taxa

atingem 110 por cento do normal.

extremamente baixa de câncer cervical em mulheres judias (de 9 a 22 vezes menor que entre mulheres não-judias) é atribuída à prática da circuncisão.

Uma razão pela qual há tão poucas complicações 87

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CICLO DA VIDA

Como resultado de estudos como esses, diversas

fala sobre aproximarmo-nos de D’us, nos conclama

organizações médicas de prestígio reconheceram os

a “remover a Orlah, (o invólucro) de seu coração”

benefícios da circuncisão, e a Associação Médica da

(Devarim 10:16).

Califórnia tem endossado a circuncisão como uma “efetiva medida de saúde pública.”

Quando Avraham fez sua própria circuncisão aos 99 anos, D’us adicionou a letra “heh” ao seu nome. “Heh”

No entanto, não é por nenhuma destas razões que

é parte do próprio nome de D’us, significando que

realizamos a mitsvá de Brit Milá.

por meio do Brit Milá, o ser humano acrescenta uma dimensão de espiritualidade ao corpo físico.

Uma conexão espiritual A circuncisão tem sido praticada

Médico ou mohel?

em judeus do sexo masculino

A escolha não é tão difícil se

há quase 4.000 anos, desde que Avraham assim foi ordenado por D’us. A verdade é que não há argumento “lógico” para cortar um pedaço de carne de um bebê indefeso. Em lugar algum a pessoa tem

OS MÉTODOS SÃO DIFERENTES, AS CIRCUNSTÂNCIAS SÃO DIFERENTES, E OS RESULTADOS SÃO DIFERENTES.

você conhecer os argumentos. Os métodos são diferentes, as circunstâncias são diferentes, e os resultados são diferentes. A circuncisão feita no hospital, longe da mãe da criança, é realizada com tenazes dolorosas e

mais potencial para expressar

pode demorar até 15 minutos. Em

comportamento “bárbaro” que

contraste, o trabalho de um mohel

no desejo sexual. É por isso que

é completado em segundos.

o Brit é feito neste órgão específico. Se trouxermos santidade em nossa vida ali, tornaremos fácil a tarefa

No hospital, é uma prática cirúrgica: luzes, ambiente

de trazer santidade em todas as outras partes de nosso

frio, uma equipe de estranhos “homens de branco”

ser. O judaísmo nos direciona a sermos os verdadeiros

debruçados, mãos e pezinhos do bebê amarrados

donos de nossos impulsos e emoções e a controlar

numa mesa impessoal cirúrgica, ao passo que num Brit

nossos desejos mais primitivos direcionando-os a

ele repousa no colo tranquilo de um vovô carinhoso,

buscas espirituais.

em um ambiente aquecido e familiar.

Em termos cabalísticos, o prepúcio simboliza uma

Estas e outras diferenças foram registradas em

barreira que impede o crescimento. Quando a Torá

1997 pela Associated Press, que relatou serem as

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88


“circuncisões judaicas mais suaves” que aquelas realizadas em ambientes seculares, e que os

Alguém poderia argumentar: “Mas a circuncisão é

“mohels, hábeis praticantes do antigo ritual judaico da

diferente, porque possui caráter permanente.”

circuncisão, parecem infligir menos dor nos recém-

Certo, mas as impressões feitas na mente e no coração

nascidos que a maioria dos médicos.”

de uma criança também são permanentes. Tudo na verdade que os pais fazem afeta profundamente os

Cicatrizes psicológicas, anestesia, barbarismo e

filhos. Se para os pais o Judaísmo ocupa um significativo

crueldade - tudo isso fala da circuncisão ao estilo do

espaço em suas vidas, então a responsabilidade de

hospital. Nas palavras de um mohel da Califórnia, “Se

introduzi-lo e torná-lo desde cedo familiar a seus filhos

eu tivesse de fazer um brit usando a técnica hospitalar,

passa a ser fundamental. O Brit é apenas o primeiro

não desejaria ser um mohel.”

passo na direção destes valores. Do contrário, jamais

Uma livre escolha? “E quanto à livre escolha de nossos filhos, podemos nos impor sobre este direito?” Como pais, é nossa obrigação nos impor a nossos filhos. E na

“E QUANTO À LIVRE ESCOLHA DE NOSSOS FILHOS, PODEMOS NOS IMPOR SOBRE ESTE DIREITO?”

poderão

reivindicar

uma

posição judaica no futuro. Fomos o povo instruído a utilizar nosso corpo e toda a matéria existente a fim de elevá-los a níveis espirituais.

verdade, é isso que fazemos.

Não sabemos até aonde estes

Escolhemos seu quarto (antes

níveis são capazes de nos

mesmo de nascerem!) suas

conduzir, mas com certeza,

roupas, babás e escolas. Os vacinamos pontualmente

ao conduzir nosso filho em nossos braços e entregá-

para que não estejam expostos a riscos e contraiam

lo por segundos nas mãos hábeis de um mohel pode

doenças. O que estamos fazendo? Impomos nossos

ser justamente este o único gesto que garantirá nossa

padrões de comportamento! Como pais responsáveis

identidade mais íntima como judeus e nossa mais

nos sentimos no dever de incutir em nossos filhos

profunda e eterna relação com D’us.

valores, na esperança de que quando eles crescerem, também os adotarem. Não deveríamos fazer o mesmo com a identidade e valores judaicos? Se o brit é o símbolo do Judaísmo da pessoa, por que não podemos “impô-lo,” com tudo aquilo que representa, ao nosso filho recém-nascido? 89

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B A R E B AT M I T Z VÁ

BAR E BAT MITVÁ Foto: ryanrodrickbeiler

E N T R A N D O N A I D A D E A D U LTA

Bar-mitsvá A expressão “Bar-Mitsvá” se origina parcialmente

terceiro aniversário de um menino, a alma Divina é

do aramaico, a língua do Talmud. “Bar” significa

revelada com maior intensidade, e exerce uma maior

literalmente

significa

influência. Neste momento os jovens tornam-se aptos

“mandamento”. Assim, um “bar-Mitsvá” é um “filho

a responder pelo cumprimento das mitsvot. Esta é a

do mandamento”. A ocasião mais importante na vida

razão de se fazer uma comemoração especial neste

de um judeu chega quando ele atinge a idade para

dia. Uma Seudat Mitsvá (refeição completa com pão

entrar na aliança com D’us e no compromisso de

e carne) é preparada por ocasião do Bar-Mitsvá.

manter, estudar e praticar todos os mandamentos da

Durante a refeição, o rapaz pronuncia um Devar Torá

Torá, aos treze anos de idade.

(um breve, mas profundo comentário sobre algum

O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo

aspecto da Torá).

“filho

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de”,

e

“mitsvá”

90


Costumes

suas amigas e familiares onde algumas palavras de Torá deverão ser proferidas, seguida de uma seudat

• A partir desta data o jovem deve colocar Tefilin

mitsvá, refeição festiva. Ao contrário da cerimônia

diariamente (exceto em Shabat, Yom Tov e Chol

de Bar-Mitsvá do menino, que implica na colocação

Hamoêd) e cumprir todas as leis judaicas.

dos tefilin e sua chamada pela primeira vez à Torá,

• Jovem deve ser chamado à Torá para recitar as

esta data não requer nenhum ato religioso específico,

devidas bênçãos, na primeira oportunidade.

já que o Bat-Mitsvá ocorre um ano antes do menino,

• Após a cerimônia faz-se uma refeição, denominada

pois D’us abençoou as mulheres com um grau maior

Seudat Mitsvá, que deve conter pão e carne.

de compreensão e ligação com o Criador.

• Nesta refeição, o jovem faz um discurso baseado na Torá.

Costumes

• Na conclusão da refeição, recita-se Bircat Hamazon, a Bênção de Graças.

• As meninas, ao completarem doze anos, chegam

• É costume no dia do Bar-Mitsvá o jovem e seus pais

à idade da maturidade, e têm a responsabilidade de

fazerem maior doação do que o habitual para caridade,

assumir o cumprimento das mitsvot.

para que este ato lhes traga uma bênção especial.

• É uma mitsvá fazer uma refeição festiva no dia do Bat-Mitsvá, de forma discreta, conforme nossos sábios

Bat-mitsvá

explicam que a discrição é uma das maiores virtudes da mulher.

“Bat” significa literalmente “filha de”, e “mitsvá”

• É costume no dia do Bat-Mitsvá a jovem e seus pais

significa “mandamento”. Assim, uma “Bat-Mitsvá”

aumentarem a doação que habitualmente reservam

representa uma “filha do mandamento”. Uma das

para caridade, ato que lhes traz uma bênção especial.

ocasiões mais importante na vida de uma menina judia chega quando ela atinge a idade para entrar na aliança com D’us e no compromisso de manter, estudar e praticar todos os mandamentos da Torá, aos doze anos de idade. O sagrado livro Zôhar explica que no dia do décimo segundo aniversário de uma menina, a alma Divina é revelada com maior intensidade, e exerce uma maior influência. Neste momento as jovens tornam-se aptas a responder pelo cumprimento das mitsvot. No caso da menina é positivo, não uma obrigação, reunir 91

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Foto: Lein De León Yong

CICLO DA VIDA

POR QUE QUEBRAR UM COPO NUM CASAMENTO JUDAICO? POR ARON MOSS

Pergunta:

Resposta:

Compreendo que o motivo para eu quebrar um copo ao final da cerimônia de casamento é para comemorar a destruição do Templo em Jerusalém há cerca de 2.000 anos. Este de fato foi um evento relevante na história judaica, mas não parece ter qualquer relevância para mim. O que um edifício destruído tem a ver com meu casamento?

A destruição do Templo Sagrado tem extrema relevância pessoal. Aconteceu a você. É verdade que quebrar o copo basicamente comemora a queda de Jerusalém; no entanto, é também um lembrete de outro estraçalhamento cataclísmico – o do seu próprio templo, sua alma.

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Amtes de nascer, você e sua alma gêmea eram uma, uma única alma.

Porque agora, em retrospecto, até a separação das almas é motivo para ficar alegre, pois deu à sua conexão a possibilidade de real profundidade e significado.

Então, quando se aproximou a hora de você entrar neste mundo, D’us quebrou aquela única alma em duas partes, uma feminina e uma masculina. Essas duas metades de alma então nasceram para o mundo com a missão de tentar encontrar a outra parte e se reunirem.

Vemos uma história paralela na destruição do Templo em Jerusalém. O Templo não era meramente um edifício; era o local de encontro de céu e terra, o ideal e o real, D’us e a criação. Quando o Templo foi perdido, também o foi o relacionamento entre D’us e o mundo. Nossas almas foram arrancadas de nossa Alma Gêmea.

Na época, a separação parecia trágica e incompreensível. Por que criar fragmentação onde antes havia plenitude? Por que quebrar algo apenas para que pudesse ser consertado? E se vocês deveriam ficar juntos, por que D’us não deixou os dois juntos?

O único antídoto para a fragmentação é a unidade. E a unidade mais profunda é sentida num casamento. Todo casamento é uma cura, um conserto de uma alma fragmentada, uma reconstrução de Jerusalém em miniatura. Nossos Sábios nos ensinam: “Quem celebra com os noivos, é como se reconstruísse uma das ruínas de Jerusalém.” Quando almas gêmeas se reúnem num casamento sagrado, uma energia de amor e unidade é gerada, elevando o mundo e aproximando-o do conserto de seu relacionamento rompido com D’us. Portanto veja, sua história pessoal e a história da destruição de Jerusalém estão intimamente ligadas. A destruição que aconteceu a Jerusalém aconteceu à sua alma; e a alegria que você está sentindo agora será um dia sentida também em Jerusalém. Um dia, em breve, quando o Templo for reconstruído, nossas almas se reunirão com D’us, nossa Alma Gêmea, num verdadeiro relacionamento que construímos juntos. Não prantearemos mais a destruição, mas olhando para trás finalmente entenderemos seu propósito, e iremos celebrar.

É sob a chupá, a canópia nupcial, que essas perguntas podem ser respondidas. Com o casamento, duas metades estão se unindo, para jamais se separarem outra vez. Não apenas isso, mas você pode olhar para trás, para a dolorosa experiência de ser separado e realmente celebrá-la. Pois agora está claro que a separação trouxe vocês mais perto do que teria sido. Ironicamente, foi somente por se separarem e levarem vidas longe uma da outra que vocês puderam se desenvolver como indivíduos, amadurecer e crescer. Sua união é algo que vocês tiveram de conseguir e escolher, e portanto é profundamente valorizada. Com a alegre reunião no casamento, fica claro que sua alma somente foi partida para reunir-se e tornarse uma num nível mais elevado e mais profundo. E portanto você quebra o copo sob a chupá e imediatamente expressa o desejo de Mazal Tov! 93

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CICLO DA VIDA

O QUE SIGNIFICA

MAZAL TOV? POR ARON MOSS

Pergunta: Sempre pensei que Mazal Tov significasse “parabéns”. Ouvi recentemente que na verdade significa “boa sorte”. Mas eu achei que os judeus não acreditassem em sorte…

Resposta:

Foto: devon

Sua confusão é compreensível. O Talmud – a antiga enciclopédia da sabedoria judaica – parece contradizerse sobre isso. Em um local declara: “No seu aniversário, sua mazal é forte.” Em outro local o Talmud diz: “O povo judeu não está sujeito a mazal”! A palavra mazal significa literalmente “uma gota do alto”. Pode ter diferentes conotações dependendo do contexto, mas todas estão conectadas a essa definição básica – algo caindo de cima. Os signos do Zodíaco são chamados mazalot. A tradição judaica vê as constelações no alto como dirigindo o destino dos indivíduos e das nações aqui em baixo. Portanto mazal é a influência pingando dos astros para baixo. (No decorrer dos anos, boa ou má mazal passou

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a significar sorte, mais que destino.) Quando o Talmud diz que não estamos sujeitos a ela, isso quer dizer que não estamos limitados ao nosso destino, mas sim que nossas próprias ações determinam nosso destino. Há um outro significado da palavra mazal que é mais relevante à expressão Mazal Tov. Mazal é o termo usado no misticismo judaico para descrever a raiz da alma. Os místicos afirmam que somente um raio da nossa alma habita realmente o nosso corpo. A parte principal da alma, nossa mazal, permanece acima, reluzindo sobre nós a distância. Você já teve uma sensação de intuição espontânea, onde sem mais nem menos você de repente sentese em paz consigo mesmo e com o universo? Ou um súbito lampejo de inspiração que faz você enxergar a vida sob uma nova luz?

Ocasionalmente podemos receber um fluxo extra de energia da nossa alma acima. Pode acontecer a qualquer tempo, mas é mais comum numa hora de celebração – um nascimento, aniversário, brit, bar/bat mitsvá ou casamento. É especialmente nestas horas de alegria que somos capazes de ver além do mundano e do corriqueiro, e sentir as verdades mais profundas da vida. Quando dizemos Mazal Tov a alguém, estamos lhe dando uma bênção. Que essa gota de inspiração de sua alma acima não se dissipe, mas sim tenha um efeito positivo e duradouro, que a partir desse evento você possa levar a vida com consciência mais elevada. Você deveria estar consciente das bênçãos em sua vida e estar pronto para receber mais e mais. Em outras palavras: Bom Mazal!

Marcos

e Clara Maltz Moyses, Sirlene Abensur e Família Benamy, Marisa Turkienicz e Família Marcelo, Céres Bin e Família

ov ao

Mazal T

Liberow

abino

R

Mendel

e Família pelos 30 anos do Beit Lubavitch em Porto Alegre 95

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Foto: Stephen Orsillo

CICLO DA VIDA

CONFORTANDO OS QUE SOFREM POR ARON MOSS “Eu não sabia o que dizer”, escreveu minha amiga,

poucos dias sem um e-mail ou telefonema entre nós

“portanto não disse nada.”

– ela sempre transbordante de calor, bom humor e amizade. E então – puff! – ela sumiu, oculta sob um véu

No dia anterior, eu tinha escrito para perguntar: Eu

de silêncio. Justo na ocasião em que eu mais precisava

estava ficando paranóica ou ela estava se afastando

do seu apoio e proximidade, ela sumiu.

de mim? Eu acabara de passar pelo período que talvez fosse o mais doloroso da minha vida (até então), e

“Eu sabia como você deveria estar sofrendo”, escreveu

minha amiga – uma amiga leal, carinhosa, dedicada –

ela pedindo sinceras desculpas – “mas eu não sabia o

simplesmente tinha desaparecido.

que fazer.”

Durante anos, não tínhamos passado mais que uns LUBAVITCH MAGAZINE

96


Não entendi.

No caso de luto, vamos à casa onde a pessoa está sentando shivá. Ninguém gosta de fazer “visitas de

Minha amiga é uma pessoa bondosa e tem

shivá”, mas reconhecemos a obrigação de aliviar os

consideração. Pois não é quando alguém está sofrendo

enlutados da indizível solidão que acompanha a perda

que é mais importante demonstrar amizade? Porém, é

que sofreram. Com o simples ato de fazer contato com

uma reação bastante humana fazer o contrário; afastar-

alguém que sofre, você alivia o fardo. Combate a solidão

se. Não porque você não se importa, mas porque você

daquela pessoa simplesmente pelo fato de estar ali.

simplesmente não sabe o que fazer. Dependendo das circunstâncias, você talvez queira Ceder ao medo do “o que dizer” ou “o que fazer” com

levar seu amigo para jantar, assistir a um filme, ou

certeza é mais confortável a curto prazo, mas, diz o

encontrá-lo para tomar um café. Mas nem precisa

Judaísmo, é abdicar da obrigação humana de consolar

tanto. Telefone. Deixe uma mensagem dizendo: “Estou

quem está sofrendo. Até o próprio D’us consolou

pensando em você.” Ou então envie um cartão ou

Yitschac pela morte do pai. Fácil para Ele, certo? Afinal,

e-mail, dizendo: “Saiba que estou pensando em você e

D’us sabe o que dizer!

espero que esteja se sentindo melhor.”

Mas a tradição judaica dá orientações sobre como

Deixe-o Falar

confortar aqueles que sofreram uma perda. Não apenas os enlutados que perderam um ente querido,

Obviamente, quando você planeja uma visita, entra em

mas também o fim de um relacionamento, a perda de

pânico: “O que vou falar?”

um emprego, ou qualquer uma das muitas flechadas e pedradas que fazem da vida uma experiência tão

Há um bom motivo para isso: a maioria de nós tende

interessante…

a dizer algo idiota. A tradição judaica instrui: Não fale com enlutados até que eles falem primeiro com você.

Faça uma visita

Deixe-os falar se quiserem, ou apenas os conforte com sua presença. Deixe-os estabelecer o tom e o ritmo da

Em primeiro lugar, faça contato.

conversa. Resista à vontade de preencher o silêncio

Resista à vontade de evitar a cena dolorosa que é ver

com palavras.

alguém sofrendo. O senso de isolamento e solidão que acompanha qualquer perda séria pode ser esmagador.

Aplique a mesma regra a outros cenários desagradáveis.

Você é necessário.

Afinal, o que você diz a alguém que acaba de perder o emprego? Ou que está passando por um divórcio? Ou lutando contra uma doença? 97

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A maioria de nós não é composta de rabinos ou

que eu fizesse?” Talvez seja sair para pagar uma conta,

psicólogos que podem oferecer as palavras certas aos

ajudar com alguns arranjos, ou dar uma mão nas tarefas

amigos que sofrem. Mas pode-se oferecer um ouvido,

domésticas.

um ombro, ou dar um abraço. E isso geralmente basta. Respeite os estágios do luto Uma palavrinha aos inteligentes: não force alguém a se

Reconheça que a única coisa que pode ajudar seu

abrir com você. É maravilhoso dizer: “Se você quiser

amigo é o tempo. Isso é aplicado no judaísmo através

conversar, estou aqui.” Porém não ajuda muito dizer:

dos diferentes períodos de luto pelas quais um enlutado

“Você teve um aborto? Venha, vamos falar a respeito,

passa, até o término de um ano (para os pais). À medida

você se sentirá melhor.”

que o tempo passa, as restrições do luto relaxam e os enlutados aos poucos retornam ~a

Todo mundo deseja e precisa

vida social. Passar por qualquer

de coisas diferentes para

processo de sofrimento envolve

consolo. Uma pessoa pode querer que você a ouça chorar. Outra pode querer que você a anime. Deve-se usar a sensibilidade e o bom senso em uma hora tão delicada.

A TRADIÇÃO JUDAICA INSTRUI: NÃO FALE COM ENLUTADOS ATÉ QUE ELES FALEM PRIMEIRO COM VOCÊ.

inevitáveis altos e baixos. Seu amigo pode estar bem num dia e totalmente deprimido no outro, calmo uma hora e desesperado na hora seguinte. Conheça a perspectiva

Ofereça aquilo que as pessoas

Tente ser paciente, até mesmo

desejam.

enquanto está pensando: “Durante

Aquilo que você precisa numa situação dessas pode

quanto tempo ele vai ficar assim?” ou “Quantas vezes

ser totalmente diferente daquilo que o outro precisa.

vou escutar a mesma coisa?” É fácil calcular o sofrimento

Tenha humildade para entender que aquilo que você

de alguém quando você tem a perspectiva que falta a

acha que eles precisam, talvez não seja realmente o

ele. Você não está passando por aquilo.

que precisam. Ao mesmo tempo, a tradição judaica adverte contra o A conversa séria, o discurso encorajador que parece

luto excessivo. Se alguém não consegue passar esta

fazer tanto sentido para você pode ser devastador

fase de sofrimento, talvez precise de ajuda. Se você

para alguém muito frágil. Tente perguntar o que ele

acha que seu amigo está nesse caso, fale com um

precisa de você: “Como posso ajudá-lo?” ou então: “O

conselheiro ou rabino para ajudá-lo a avaliar a situação.

que posso fazer para dar apoio?” “O que você gostaria

Você pode sugerir delicadamente que talvez seja bom

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98


seu amigo conversar com alguém treinado para lidar

sabiam o que dizer. Não é que não tenham carinho por

com o sofrimento, para ajudá-lo a se sentir melhor e

ela.

adquirir outra perspectiva sobre a situação. “Você tem razão”, disse ela tristemente. “Mas não Você tem o tempo

estou pedindo que me dediquem muito tempo, ou que

Mais ou menos na metade do meu caminho rumo

carreguem sozinhos o meu fardo. Estou pedindo um

ao equilíbrio, falei sobre as maneiras que as pessoas

telefonema de três minutos. Ou um e-mail que leva três

reagiram com outro amigo que passara por uma

segundos para escrever e enviar.”

experiência semelhante. Eu sabia que eu tinha desenvolvido uma lealdade para

A Torá nos diz “não oprima o

toda a vida com três ou quatro

estrangeiro, pois vocês foram

amigas que tinham sido bondosas,

estranhos no Egito.” É fácil

pacientes e carinhosas enquanto eu tentava achar meu caminho de volta à normalidade. O que elas fizeram? Não muito. Me telefonaram e me convidaram para sair. Uma delas comprou-me um chapéu engraçado num dia em

AQUILO QUE VOCÊ PRECISA NUMA SITUAÇÃO DESSAS PODE SER TOTALMENTE DIFERENTE DAQUILO QUE O OUTRO PRECISA.

repousar sobre os louros da auto-satisfação. O supremo desafio

é

domar

nosso

sofrimento e aprender com ele. Quando esta amiga e eu tivermos

passado

pelos

que eu me sentia especialmente

desafios e voltarmos “ao

deprimida. Basicamente, fizeram

normal”, nos lembraremos

um esforço tendo em mente

da incrível maravilha que

que eu estava passando por algo e quiseram que eu

foram aqueles telefonemas e e-mails? Quando outra

soubesse que estava na mente delas. Minha amiga

pessoa está sofrendo, saberemos ter mais paciência?

contou-me tristemente que seus sentimentos tinham

Saberemos escutar?

mudado em relação aos amigos que não tinham se incomodado de contactá-la.

Pois são justamente estes pequenos atos que fazem com que uma pessoa se sinta lembrada e querida e faz

Pensando em minha amiga bem intencionada mas

com que a gente possa passar pelo próprio sofrimento

desnorteada, lembrei a ela que as pessoas têm suas

tirando lições dele para a nossa vida.

próprias vidas e talvez fiquem tão envolvidas no seu dia-a-dia que podem ter se esquecido de ligar, ou não 99

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TRANCADO POR FORA POR ARON MOSS Você ficou trabalhando até tarde no escritório. Vai

naquela ala, e alguns poucos carros espalhados.

até o estacionamento e nota como está deserto.

Qualquer que seja o caso, você chega ao carro e

Olha em torno, nervosamente, Pelo menos não há

procura a chave. Nervoso, mexe no chaveiro, tentando

muitos carros, tudo está visível. Ou então você ficou

encontrar a chave certa. Sem conseguir. E de repente

fazendo compras até o shopping fechar. Quando

percebe que a deixou no escritório – e não pode entrar

chegou, o estacionamento estava cheio. Agora está

lá até a manhã seguinte. Ou então você vê a chave no

praticamente vazio. Você pode ver seu carro, sozinho

banco do motorista, onde a deixou cair.

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100

Foto:Petr Kovar

VIDA & SOCIEDADE


Você está trancado para fora.

trancados para fora. As palavras parecem tão estranhas, ocas, artificiais. Olhamos em volta e

Talvez você chegue tarde em casa, vindo de uma

vemos os outros de olhos fechados, concentrados,

viagem de negócios. Está com a chave. Mas quando

expressões de júbilo; ouvimos a alegria, ou pelo

chega à porta, percebe que há uma corrente a

menos o sentimento expresso na canção. E tudo aquilo

fechando.

parece vir do outro lado de uma parede, um lugar onde não temos permissão de ir. Temos vontade de dar as

Você está trancado para fora.

costas, de rejeitar aquilo que parece nos excluir, negar uma impotência que não podemos refutar.

Você pode usar o celular para chamar alguém ou acordar um membro da família. Mas por um instante,

Nossos Sábios nos dizem que os portões da prece

sente um certo desespero. É diferente do medo que

estão sempre abertos. E há muitas histórias que

talvez sinta até chegar ao carro ou à casa, um temor do

demonstram e enfatizam o poder da prece simples

desconhecido. Mas isso que sente agora é frustração.

dita com sinceridade.

É seu carro, sua casa. Por que não consegue entrar? Você se sente indefeso, sente que ficar trancado para

O mesmo se aplica ao estudo de Torá, ou às mitsvot.

fora é muito pior que o medo que sentiu minutos atrás.

Rabi Akiva, o erudito mais notável do seu tempo, somente começou a estudar aos quarenta anos. E

É como se você tivesse sido rejeitado, barrado

ele aprendeu e observou uma letra, uma mitsvá, um

daquilo que lhe pertence. Não está certo. Ninguém

passo por vez.

deveria ser barrado daquilo que lhe pertence. Às vezes, infelizmente, sentimo-nos trancados para fora

D’us não nos tranca para fora. Nós nos trancamos

de nossa vida, fora de nossa alma – ou seja, fora do

para fora. Mas Ele nos dará a chave, se O deixarmos.

Judaísmo. Talvez seja porque não recebemos aquela

Tudo que temos de fazer é pedir.

educação. Sentimo-nos ignorantes quando entramos na sinagoga, furiosos ou constrangidos por não

Quando Mashiach vier, “nenhum judeu será deixado

sabermos hebraico. Sentimo-nos desajeitados ao

para trás”. Não importa o que somos, espiritualmente,

cumprir uma mitsvá pela primeira vez; deveríamos

a Redenção abre suas portas. Pois D’us nunca nos

saber isso. Quando nos sentamos numa aula ou

tranca para fora.

assistimos a uma palestra, e o rabino está fazendo uma citação do Talmud, Torá ou Maimônides e não sabemos qual é qual, não nos sentimos bem. E quando rezamos, é aí que nos sentimos mais 101

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VIDA E SOCIEDADE

É IMORAL ESTAR ACIMA DO PESO? POR ARON MOSS

Como treinador de academia, fico me perguntando: saúde e boa forma física têm um lugar no Judaísmo? Parece que o mundo secular encoraja uma vida saudável mais do que o mundo judaico o faz. Ouço rabinos falarem sobre problemas espirituais, mas acho difícil ouvi-los se eles próprios estão acima do peso.

O bem-estar físico não é importante?

Em nosso mundo atual, estamos vendo a saúde como

julgamento diário é pronunciado em quilos e gramas.

a nova moralidade. Bom e mau agora são medidos

As balanças do mérito não se encontram mais no céu,

em calorias. Minha caixa de cereal me convida a

mas estão bem aqui no chão do banheiro.

“saboreie a bondade” – não um valor moral, mas sim

Isso tudo faz sentido se você vir o ser humano

nutricional. As balanças do mérito não se encontram

como apenas um corpo sem uma alma. Se a carne

mais no céu, mas bem aqui no chão do banheiro, e o

está toda ali, a saúde se torna o ideal mais elevado.

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102


Porém sob a perspectiva judaica, a alma é o nosso

melhores motivos possíveis para viver de maneira

verdadeiro ser, e o corpo seu veículo. O corpo e sua

sadia: a vida tem significado e propósito, e cada dia

saúde são importantes apenas porque através deles

é precioso. Somente se a vida tiver um significado

expressamos nosso ser mais

vale a pena ser cuidada. Os

elevado. Além disso, embora

riscos de colesterol alto, fumo

nosso corpo abrigue nossa alma,

excessivo e uso de drogas

é um presente do Criador para

são uma preocupação apenas

usarmos enquanto estamos

para quem valoriza a vida.

aqui neste mundo. Como é

A ameaça de uma vida mais

um empréstimo e portanto

curta nada significa para

não pertence realmente a nós,

alguém que vê a vida como

devemos sempre tratá-lo com

inútil. Somos a geração mais

respeito.

saudável na história recente,

O grande pensador judeu,

e nossa expectativa de vida

Maimônides,

está atingindo proporções

escreveu

no

Século 12: “Cuidar da saúde e do bem-estar do corpo

bíblicas. Isso significa que temos mais tempo e energia

é uma das maneiras de servir a D’us.”

para cumprir nosso objetivo – elevar nossa parte do

E ele imediatamente explica por que:

mundo, e fazer as balanças se inclinarem na direção

“A pessoa é incapaz de pensar claramente e entender

do verdadeiro bem.

a verdade se não estiver bem.” A tradição judaica não dá desculpas para não ser saudável. Se a sua mente está nublada, você pode não ter a clareza moral para saber o que é certo. Enquanto batalhamos com a doença, podemos não encontrar a força para lutar contra as doenças do mundo. É por Foto:Irina Bukrejeva

isso que precisamos cuidar do nosso corpo. Um corpo sadio não é por si mesmo o propósito de nossa vida; ele nos ajuda a cumprir nosso objetivo. É um veículo que nos transporta na direção do bem, mas não é o destino. A tradição judaica não dá desculpas para não ser saudável. Pelo contrário, dá os 103

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Foto:Pakhnyushchyy

VIDA & SOCIEDADE

COMEÇAR COM O FIM EM MENTE POR ARON MOSS LUBAVITCH MAGAZINE

104


Os campeões esportivos têm um método que praticam

relacionamento carinhoso. Descrevam totalmente

antes do evento, especialmente se estão para jogar

esta atmosfera de amor e harmonia, com todos os

contra um time que ainda não conhecem. Eles

detalhes, e façam anotações – no tempo presente,

visualizam o jogo na mente; imaginam-se vencendo

como se já tivessem se tornado reais. Mantenham

e os torcedores aplaudindo-os freneticamente.

contato com os sentimentos de amor e prazer gerados

Vivenciam todas as emoções e os bons sentimentos

por este maravilhoso relacionamento.

associados com a vitória. Repassam esta cena na

Em seguida, examinem os passos que foram dados

mente durante algum tempo até se sentirem à vontade

para chegar a este ponto. Ainda visualizando o

e aquilo parecer real. Então eles saem e jogam em

resultado, volte uma etapa e descreva como seu

campo, já tendo sentido a vitória dentro da mente.

relacionamento está daqui a 11 meses, e o que vocês fizeram para levá-lo até este ponto. Volte mês a mês,

Os grandes líderes têm uma visão para seus

até o presente. Então programe em seu diário o tempo

seguidores. Eles têm a capacidade de visualizar

em que você estará fazendo estas coisas, e como vão

o futuro numa maneira que a pessoa comum não

celebrar suas pequenas vitórias ao longo do caminho.

consegue, e inspiram a pessoa comum a tomar parte na sua visão e transformá-la em realidade.

Ao começarem com o fim em mente, seu subconsciente pode começar a acreditar que a mudança é possível,

Encontrei recentemente um casal que estava passando

e ajudará vocês a trabalhar para consegui-la. Ajam

pelo sofrimento de um casamento problemático.

e sintam como se já tivessem uma relacionamento

Quando eu sugeri que, com esforços de ambos os

maravilhoso. Ajam como um casal amoroso age,

lados, eles poderiam chegar a um relacionamento

mesmo que ainda não tenham chegado lá. Em outras

significativo, a mulher disse: “Isso é impossível. Estou

palavras, finjam até conseguirem. Se pensam que

casada há 14 anos, e os últimos dez têm sido apenas

estão sendo fingidos, não pensem – o fingimento é

sofrimento. Isso jamais mudará!”

fazer a coisa verdadeira.

Ela não estava preparada para acreditar que o futuro

Esta é a chave para o sucesso em nossos

poderia ser diferente do passado. “Se é assim” –

relacionamentos, criar os filhos e praticamente tudo

disse eu – “então o futuro provavelmente será uma

que fazemos: Entrar em ação faz a diferença. Quando

repetição do passado. Você está feliz por as coisas

uma área de sua vida não está funcionando da

continuarem do jeito que estão?”

maneira que você gostaria que fosse, comece com o

“Nós queremos um futuro melhor” – veio a resposta.

fim em mente. Ponha em prática um plano de ação,

Eu os aconselhei assim: comecem com o fim em

trabalhe e desfrute um novo nível de felicidade mesmo

mente. Feche os olhos e imaginem vocês estando

quando você ainda está a caminho de conseguir o seu

em casa um ano a partir de agora e desfrutando um

objetivo. Tente – dá certo! 105

LUBAVITCH MAGAZINE


Foto:Alexey Sizov

VIDA & SOCIEDADE

A ARTE DE VIVER POR YOSEF Y. JACOBSON

Moshê e os Anjos

“Não matarás” e “Respeitarás teu pai e tua mãe.”

O Talmud relata que quando Moshê ascendeu ao céu

Os anjos concordaram e Moshê retornou com a Torá,

para receber a Torá - um evento celebrado anualmente

um projeto Divino para o povo judeu e para toda a raça

durante a Festa de Shavuot - os anjos protestaram

humana.

veementemente a D’us. “Tu estás compartilhando

Quem eram aqueles anjos com os quais Moshê lutou?

Teu segredo mais prezado com os seres humanos,

Os anjos não são criaturas físicas de asas brancas

que abusarão dele,” disseram. “Deixa que Tua graça

que voam pelo mundo, descansando em galáxias

permaneça no céu conosco,” clamaram eles.

afastadas, ou algo semelhante ao herói Superman

D’us ordenou a Moshê, relembra o Talmud, segurar

das histórias em quadrinhos. No Judaísmo, um anjo

Seu trono e dar aos anjos uma resposta. Moshê

é visto como um ser criado inteiramente de matéria

respondeu ao lamento deles demonstrando quantos

espiritual. Um anjo é uma conscientização, uma

dos mandamentos e episódios da Torá aplicam-se

forma de energia, separada de um corpo físico e da

exclusivamente à raça humana e não aos anjos, como

experiência física.

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106


Estes seres espirituais sentiam que a Torá pertencia a

milhões de dólares.”

eles. D’us discordou. Por quê?

“Por quê?” perguntou o Rebe. “Não parece justo. A foto acurada deveria custar mais dinheiro, não?”

Lamentos de um Adolescente

“Porque a maioria das fotografias,” explicou o jovem,

Deixe-me compartilhar uma história com você: Um

“são itens inanimados, sem vida. Uma foto capta e

adolescente certa vez visitou o Rebe, Rabi Menachem

congela uma pessoa ou uma cena como é. Por outro

Mendel Schneerson, e expressou angústia porque sua

lado, uma pintura contém a riqueza da imaginação

vida estava repleta de conflito e desapontamento. “Por

humana, a profundidade da emoção humana e a

que não pode ser apenas simples e fácil?” perguntou

estética da criatividade humana. É isso que dá à

o sofrido rapaz.

pintura seu grande valor. É o que chamamos de arte.”

“Porque os seres humanos não são anjos,” respondeu

O Rebe sorriu e disse: “Esta é a resposta à sua

o Rebe. Os anjos são impecáveis e sem falhas, sempre

pergunta. Anjos são fotos, enquanto que os seres

corretos. Os seres humanos, por outro lado, são

humanos são peças de arte.”

fragmentados e dualísticos, vacilando entre extremos

Os anjos são criaturas impecáveis; como as fotos,

e abalados por conflitos. Por causa da composição

são reproduções perfeitas das realidades espirituais.

multi-facetada e dicotomizada do homem, ele deve

Como as fotos, jamais erram. Porém é exatamente

lutar para chegar a um acordo com sua alma.

o drama flutuante da existência humana, o perpétuo

O adolescente continuou a sondar o coração do

conflito entre nossa luz interior e as trevas, e o vazio

mestre. “Mas por que D’us nos criou de maneira tão

interior humano procurando significado e verdade -

complicada?” perguntou ele. “Ele não teria gostado

que torna nossa vida, a todo momento, uma obra de

mais de nós se fôssemos como os anjos?”

arte. O Báal Shem Tov ensinou que tudo que fazemos

A Alma da Arte

é significativo. Cada ação nossa, cada palavra que

O Rebe, um educador nato, perguntou ao jovem se

dizemos, até um simples pensamento que temos,

ele tinha um passatempo. O rapaz disse que gostava

provoca um efeito que reverbera em todos os mundos

de pinturas. O Rebe então perguntou: “O que é mais

e através de toda a história. Com todo pensamento e

preciso, uma fotografia ou uma pintura?”

ação, você é capaz de transformar sua vida em arte.

“Claro que é uma foto,” disse o rapaz. “Uma foto capta

Somente nas câmaras atormentadas do coração

exatamente qualquer cena, algo que uma pintura

humano D’us pode descobrir obras de arte genuínas

jamais poderia fazer.”

e inspiradoras. São a bondade e o idealismo que

“Qual delas vale mais?” continuou o Rebe a inquirir.

emergem da dúvida e do conflito humano que

“Uma pintura. Enquanto uma foto custa alguns dólares,

concedem à humanidade uma dignidade e esplendor

uma pintura de uma cena idêntica pode chegar a

que o mais elevado dos anjos jamais pode atingir. 107

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AME-SE!

Foto:Vladimir Voronin

VIDA & SOCIEDADE

“AMA TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO” POR LEVI AVTZON

Vayicrá 19:18 Em nossa “Era de Baixa Autoestima”, este versículo pode parecer problemático a muitos que simplesmente não amam a si mesmos. Se eu não amar a mim mesmo e se vejo apenas o (geralmente imaginário) negativo em mim mesmo, como posso implementar esta mitsvá tão importante? Amando meu próximo como amo a mim mesmo? Livre-me deste amor! Como posso compartilhar algo que não tenho? Como posso aceitar o outro se não aceito a mim mesmo? Como posso dar a outro o benefício da dúvida se não o concedo a mim mesmo? Como diz o ditado: “Você não pode doar um centavo que não tem!” Fica claro que a mitsvá de amar o próximo [como a si mesmo] deve começar alimentando um verdadeiro amor e respeito por si mesmo. LUBAVITCH MAGAZINE

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Rabi Yosef Yitschak Schneersohn, o sexto Rebe de Chabad-Lubavitch, dizia que a proibição contra maledicência inclui a de menosprezar a si mesmo. Você não pode falar mal de si mesmo! Nem sequer pode pensar que é mau. Não importa o quanto suas ações possam ser negativas e prejudiciais, isso não o torna mau. Não deixe jamais que seus erros manchem a sua autoperspectiva. Você é sempre um filho de D’us’ você é bom. Ame a si mesmo e ame o seu próximo. Eis aqui um desafio: 1 – Pegue um pedaço de papel e desenhe duas colunas, Na coluna da direita escreva dez dos seus atributos positivos; no lado esquerdo, escreva dez características negativas. 2 – Marque o tempo para ver quanto demora para encher cada coluna. 3 – Repita até que a coluna da direita vença.


VIDA & SOCIEDADE

“I’m a Jew for a Living” Querendo contribuir com esta publicação, tenho interesse em abrir um diálogo que desenvolvesse praticamente comigo mesmo. Frequentemente, surge de forma discreta a pergunta clássica: “No que eu pretendo trabalhar no futuro?” Honestamente, no momento eu não me preocupo com isso, pois não convém no presente prever o futuro. Afinal, não sabendo onde e com quem estaremos, então não é possível estabelecê-lo. Da mesma forma, nunca se sabe o que o momento exigirá especificamente de cada pessoa, portanto resta deixar-se em aberto à essa incógnita.

109

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Deve-se moldar de forma mais concreta e definitiva

qualquer (no melhor dos casos) ou às vezes direcionado

por aquilo que se conhece. Porém, avaliando o caso de

negativamente ao menos que esteja cumprindo seu

uma perspectiva mais essencial, acaba ficando espaço

dever. Essas perspectivas não pertencem a dimensão

para pensamentos e dúvidas: “Será que essa atitude

da Torá. Longe de querer desvalorizar e menos

é correta?” Isso acontece principalmente quando

ainda desencorajar o entusiasmo e envolvimento de

existe um vão em aberto, e a pergunta continua não

qualquer um.

respondida. Partindo desse ponto, ampliou-se em

É minha intenção despertar para desenvolver a semente

minha mente o aspecto essencial que concluí pelo

interior para que floreça, e não permaneça superficial.

meu raciocínio.

A constituição interna dessa linha de pensamento

É fundamental saber que o estudo e a educação no

ésua realização e o momento em que concretiza-se

ambiente judaico são completamente distantes e

aideologia. Portanto, atingindo a próxima categoria,

direcionados, diferentemente daquilo que a formação

existe a regra e o fundamento de que qualquer

e o diploma profissional oferecem. Neste último,

conteúdo, ideia ou conceito intelectual elaborado,

mesmo quando raramente aprecia-se e temde tirar

sendo e pertencendo a expressão da Torá, é na prática

prazer em seu rumo e ocupação, não é visto como

uma forma de conduta, é um jeito de comportamento,

sentido de vida e sim uma auto-satisfação. Ou seja, a

envolvendo todas suas dimensões com as quais possa

influência resultante na profissão é considerável dentro

atingir o desejado relativo ao alcance da pessoa.

do possivel como um efeito emotivo, e menos fruto de

Mais amplamente, a Torá e seu conteúdo de infinito

princípios. Ausente fica a vida individual em relação

ensinamento, é essencialmente direcionada a atingir

à conduta de ação e pensamento, o que a pessoa há

a ação e comportamento, sendo educativamente de

inicialmente de ser: superior da existência de tudo

diciplina individual. Incrível é sua beleza, alcançando

ao seu redor. O que fornece o rumo e conteúdo para

seu aspecto “personalizado”, quando exercida com a

guiar a pessoa honestamente de acordo com o que

base adequada e corretamente fundada. Cabe a cada

ela individualmente é, e o que é esperado de si em

indivíduo, como um caso a parte, se aprofundar e

atingir seu pleno potencial. Ao extrair do abstrato,

concentrar-se em extrair o ensinamento que pertence

é nessessario abordar a corrente e continuidade

a ele individualmente, influenciando então cada passo,

dos conceitos, ampliandos extremos existentes: o

envolvendo-o completamente e acompanhando

intelectual e a ação.

em toda e qualquer oportunidade a vida da pessoa.

Em relação ao nível intelectual no caso do conteúdo da

Formando, assims, detalhadamente tudo a fazer parte

Torá, existe o risco de ser visualisado somente como

do conteúdo da Torá. Parecendo uma perspectiva

matéria ideológica, e em nenhum ponto expressar-se

não muito prática e realista, em outras palavras, o

em qualquer que fosse resultado prático. E no outro

conteúdo devido fornecido pela Torá e seu efeito, não é

extremo da ação, não é pelo fato do indivíduo reagir

de ser aceita o posicionadao como de forma adicional

automaticamente de forma correta mas sem intenção

à existência particular da pessoa. Deve ser aplicado

LUBAVITCH MAGAZINE

110


a cada etapa do cotidino, pois sua existência original

judeu, podemos reagir e comportar-se igual aos

e essencial é o que nos envolve, e ao permanecer

sujeitos anteriormente mencionados.

em estágio ideológico (diferente de todo outro tipo

Em nosso caso, seria aceitar e asumir a nossa

de estudo, seja qual for) estaríamos nos-trocar por: o

obrigação, de abrir e estudar o manual de instruções,

afastando de seu pertencente espaço.

a Torá, aproveitando a oportunidade de extrair o

De fato, o mundo foi criado a partir da Torá, e

conteúdo nela contida em potencial e desenvolvê-

posteriormente ela foi entregue ao povo judeu, e

la. Em resumo, pelo ponto de vista pessoal como do

desde então vem nos acompanhando, sendo por

estudo da Torá, deve-se atingir uma união entre ambos,

nós abraçada e praticada num modo de viver. Como

com a tendência de constantemente complementarem

prova, a própria Outorga da Tora nos fornece a clara

um ao outro. Assim, a Torá se transforma em um

e direta indicação de que ela pertence ao mundo físico

elemento prático da vida, e a vida numa expressão da

e não dentre os anjos celestiais. Ao elevar o aspecto

Torá, onde a percepção é mais profunda, e a sensação

da ação e comportamento, estaremos incluindo seu

mais intensa. Concluindo finalmente a questão “no que

ponto mais bruto e afastado da Divindade, envolvendo

eu pretendo me ocupar..” Dentro de uma perspectiva

as necessidades pessoais do corpo humano. Nesse

mais aprofundada, honesta e realista, eu duvido

caso, cabe a nós agir superficialmente, paralelo ao

primeiramente quanto espaço a dúvida realmente

comportamento selvagem da natureza inferiorizando-

possui. Pois deve estar ausente ou ao menos sendo

nos ao nível animal. Em contra partida, podemos

trabalhado a “coluna vertebral” humana.

aproveitar e elevar cada detalhe da fisicalidade,

Tentando me posicionar de forma mais elevada e

enquadrando no efeito e conteúdo da Torá, ampliando

podendo reelaborar do ponto de vista pessoal, Na

o espaço e extensão dela, fornecendo o alcance da

prática, ao considerar alguma ocupação profissional, a

Torá de forma em que cada detalhe do mundo se

Torá não proíbe nem impede, muito pelo contrário, ela

complete e revele a sua própria dimensão.

admira profundamente e considera de alta importância

Podemos comparar dois indivíduos ao saírem de

e nessessidade de se sustentar. O único grande porém

uma loja de eletrônicos. O primeiro exibe-se com um

seria o ponto de referência, o enfrentar, e finalmente a

caro investimento de um aparelho muito sofisticado.

conduta adotada pelo indivíduo.

Ao usá-lo, mal conhece as diversas funções da sua mercadoria, enquanto o segundo sujeito sai da

Até a próxima!

loja com um aparelho relativamente simples, mas estuda o manual de instruções, resultando em um aproveitamento máximo e mais avançado que o primeiro cliente. O mesmo ocorre nas nossas vidas. Vivendo ao redor do mundo cujo criação acontece através de Hashem, D-us, e pertencendo ao povo 111

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C O M P O R TA M E N TO

SOPA FRIA POR MANIS FRIEDMAN Se você perguntar a alguém saindo da igreja num

Você não vai conseguir uma resposta direta. “Hum,

domingo: “Você acredita em D’us?” a pessoa ficará

depende do que você quer dizer com “D’us”. Isso

chocada. “Que espécie de pergunta é essa? É claro

se ele for do tipo filosófico. Caso contrário ele

que acredito!” Se você perguntar: “Você se considera

simplesmente dirá: “O que eu sou? Um rabino? Não

religioso?” qual será a resposta? “Certamente. É por

sei.”

isso que estou aqui!”

Então pergunte: “Você se considera religioso?”

Se você for a uma mesquita numa sexta-feira e

Você já perguntou a um judeu americano se ele é

perguntar a qualquer pessoa lá: “Você acredita em

religioso? Eles começam a rir. E garantem a você

D’us?” qual será a resposta? “Com toda a certeza.”

que são tudo, menos religiosos.

“Você se considera religioso?” “Bem, é óbvio.”

“Está brincando? Sabe o que eu como no café da

Isso é normal. Essas conversas fazem sentido.

manhã?”

Agora vá a uma sinagoga em Yom Kipur. Pergunte

Então cada um deles vai dizer: “Tive um avô, pelo lado

ao judeu sentado na sinagoga em Yom Kipur,

da minha mãe, que era um homem religioso... Mas

jejuando: “Você acredita em D’us?”

eu…?”

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Então você faz aquela que parece uma pergunta

apenas para mostrar o quanto é judeu.”

lógica. “Então por que está aqui?”

O Rebe de Lubavitch tinha uma abordagem

Por algum motivo, este judeu, que não acredita em

diferente. Esta insanidade é que nos torna judeus.

D’us e é muito não-religioso, olhará para você como

É isso que mostra como somos especiais em nosso

se você fosse louco e dirá: “O que quer dizer? É Yom

relacionamento com D’us. Isso se chama verdade.

Kipur!”

Não se trata de mim. Não quero ser religioso. Não

Isso não é normal.

quero acreditar em D’us. Não quero ouvir falar disso.

Vamos analisar por um momento. O que este judeu na

Mas Ele me quer aqui, portanto aqui estou.

verdade está dizendo?

O mesmo acontece em Pêssach. Todo judeu se

Você perguntou se ele acredita em D’us e ele disse

senta para um Sêder. Pergunte ao judeu médio num

“Não”. Ou “Quando eu era mais jovem, costumava

Sêder: “Você acredita em D’us?” Resposta: “Deixe-

acreditar.” Ou então: “Quando ficar mais velho,

me em paz”. Mais uma pergunta: “Você é religioso?”

começarei a acreditar.”

Ele engasga com a matsá, rindo. “Então você

“Então você não acredita em D’us?”

está celebrando o Êxodo do Egito há 3.300 anos?”

“Não.”

Resposta: “A história não é para mim...” As perguntas

“Você é religioso?”

seguem... “Então por que está aqui?” seguido de

“De maneira alguma.”

“Onde eu deveria estar? É Pêssach!” É isso que é tão

“Então por que está aqui?”

magnífico sobre o judeu.

“Porque é Yom Kipur!” O que ele está dizendo é: “Por que estou aqui? Porque D’us deseja que um judeu esteja na sinagoga em Yom

Se Mashiach chegar agora, e quiser julgar, o que ele vai encontrar? Sopa fria?

Kipur. Então onde mais eu poderia estar?” Então você diz: “Mas você não acredita em D’us.”

Agora vamos colocar tudo no contexto. Há mais

Ele diz; “E daí?” e ele não entende o seu problema.

três mil e trezentos anos D’us nos perguntou se

Ele está dizendo: “Hoje é Yom Kipur mesmo que eu

queríamos casar com Ele. Tivemos uma cerimônia

não tenha um calendário. Esta é uma sinagoga mesmo

de casamento extraordinária, com fabulosos efeitos

que eu não goste dela. Sou um judeu mesmo que não

especiais – fomos prometidos. Após o casamento Ele

seja religioso, e D’us é D’us mesmo quando eu não

disse: “Tenho algumas coisas que gostaria que você

acredito nele. Então qual é o seu problema?”

cuidasse para Mim, por favor… Voltarei logo.” Ele

Ora, isso pode ser desconsiderado, e infelizmente

não foi mais visto desde então. Durante mais de três

muitos de nós o desconsideramos, como pura

mil e trezentos anos. Ele tem enviado mensageiros,

hipocrisia. Dizemos: “Você não acredita em D’us e

mensagens, cartões postais… você sabe, escrevendo

não é religioso – não vá à sinagoga. Não venha aqui

nos muros… mas não ouvimos uma palavra Dele 113

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C O M P O R TA M E N TO

durante todo esse tempo.

Sofremos de uma perda de conexão com nossos

Imagine, um casal se casa, e o homem diz à esposa:

ancestrais. Sofremos de uma perda de conexão até

“Você faria alguma coisa para eu comer, por favor?

mesmo com nossa família próxima. A sopa está fria. A

Volto logo.” Ela começa a preparar. O sujeito volta

sopa está muito fria. Mas de quem é a culpa? E quem

3.300 anos depois, entra em casa, vai até a mesa,

recebe o crédito pelo fato de que há sopa, afinal?

direto para a sua cadeira favorita, senta-se e saboreia

Somos um milagre. Tudo que precisamos é entrar

a sopa que está sobre a mesa. A sopa está fria.

nele. Nós somos a cura. Não apenas para nós

Qual será sua reação?

mesmos, mas também para o mundo inteiro. Através

Se ele for um homem sábio, não reclamará. Em vez

de nós a cura é holística, é natural, é orgânica. Nosso

disso vai pensar que é um milagre a casa ainda estar

relacionamento com D’us é orgânico. Não é uma

ali, que sua mesa e cadeira favorita ainda estejam ali.

religião que praticamos – trata-se de nós, quem nós

Ficará encantado ao ver uma tigela de sopa à sua

somos, é isso que somos.

frente. A sopa está fria? Bem, sim, após 3.300 anos, a

Portanto o Rebe nos diz que a maneira de ir é direto

sopa pode esfriar.

para D’us. Pule todos os passos, pule a Cabalá, vá

Agora estamos esperando Mashiach. O Rebe

direto até D’us e fique em contato com o seu objetivo.

apresentou essa noção radical de que Mashiach está

O objetivo não é cabalístico. O objetivo é pessoal. D’us

para chegar agora. O que a torna tão radical? Significa

precisa que você cumpra uma mitsvá. Ele enviou você

que ele vai chegar sem um aviso de duas semanas.

a este mundo para ser quem você é, porque somente

Sempre pensamos que haveria algum aviso, para

você pode fazer este tipo de mitsvá. Sim, as mitsvot

que pudéssemos nos recompor antes que ele venha.

são as mesmas para todos nós. Mas quando você a

Mashiach, chegando agora? Mas agora eu não estou

cumpre, é diferente, porque é holística. É com suas

pronto. Não quero ser julgado da maneira que sou.

emoções, com seus problemas passados, com sua

Preciso de um pouco de antecedência. Um pouco

origem familiar, com seu conhecimento e com sua

mais de tempo...

ignorância. Tudo que vem junto torna a sua mitsvá

Se Mashiach chegar agora, e quiser julgar, o que ele

holisticamente única.

vai encontrar? Sopa fria?

Portanto, que Mashiach venha agora e nos encontre

Se Mashiach vier agora, diz o Rebe, ele encontrará

aqui com nossa sopa fria, porque não temos nada para

um povo judeu incrivelmente saudável. Após 3.300

nos envergonhar. Somos realmente incríveis. Quando

anos estamos preocupados em sermos judeus, o

D’us decidiu casar conosco, Ele sabia que estava

que significa que estamos preocupados com o nosso

realmente fazendo um bom negócio.

relacionamento com D’us. Sim, se Mashiach chegar hoje, ele encontrará nossa sopa fria. Sofremos com a ansiedade da separação. LUBAVITCH MAGAZINE

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Graças à visão do Rebe de Lubavitch, tivemos o privilégio e a benção Divina de contar com a vinda do Rabino Mendel e da Morá Mimi para Porto Alegre. Podemos dizer que com eles estamos vivenciando o judaísmo que manteve o povo judeu através da História. Assim, juntos, teremos a certeza da sua continuidade. À família Liberow as nossas homenagens.

Daniel Ruwel Fernando Steinbruch Gilberto Raskin Jacob Burd Jair Segal Jairo Moscovich James Kravetz José Scharcansky Júlio Katz Júlio Ratzkowski Leandro Kolodny Milton Luis Wainberg Moacir Galbinsky Newton Birmann Renato Stifelman Roberto Schotkis Sidney Ochman

Rabino Mendel e Mimi

Que D’us continue a iluminá-los, na difusão da palavra da Torá. Com alegria, comemoramos seus 30 anos em nossa comunidade. Mazel Tov ANDRADAS • BOM FIM • IGUATEMI 115

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IDEIAS E CONVICÇÕES

O PÃO NOSSO DE CADA DIA POR TZVI FREEMAN Você mora no deserto. O pão que te alimenta cai dos

alma, uma interface com nenhuma substância real que

céus. O cesto que você coleta está em sua atitude.

Ele curva e flexiona à vontade.

Agarre fortemente seu cesto e seu maná não terá lugar

Se assim é, se Ele está alimentando você hoje, e Ele tem

para cair. Abra-o e olhe para os céus, e seu cesto estará

alimentado e fornecido tudo que você precisa e mais

sempre repleto. Você tem a refeição de hoje à sua

por todos estes dias, que preocupação você poderia ter

frente na mesa, e senta-se e se aflige sobre o que será

sobre o amanhã? Por acaso existe algo que pudesse

amanhã — e alega que está apenas sendo “prático.”

ficar em Seu caminho? Seria possível que Ele tivesse

Isso não é ser prático — isso é confusão.

esgotado os meios para cuidar de você?

Todos os dias você é alimentado diretamente de Sua

Concentre-se nos canais uniformes pelos quais você

mão cheia, aberta e transbordante. Tudo o mais — todo

recebe e coloque seus olhos sobre a Infinita Fonte de

seu trabalho e registros e contas e recibos e clientela

Doação. A Fonte não carece de canais.

e prospectos e investimentos — tudo é apenas uma

O motivo pelo qual você tem um negócio é para

nuvem de interface entre Sua mão que concede e sua

reconectar todos esses fragmentos de volta ao Criador

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Foto:Maris Zemgalietis

deles. E o medidor de seu sucesso é sua atitude.

o sustento.” Uma carreira não faz nada. Aquilo que

Se você se considera uma vítima das circunstâncias,

você recebe é gerado acima, num reino espiritual. Seu

dos competidores, mercados e tendências, que seu

negócio é estabelecer um canal para permitir que tudo

pão está em mãos de carne e osso… então seu mundo

aquilo flua para o mundo material.

ainda está separado de seu D’us.

Todo negócio é o negócio de um alfaiate: fazer roupas

Mas se você tem a confiança de que Ele está sempre

para as bênçãos que vêm ao seu encontro.

com você em tudo que você faz e o único que tem

Você não pode alterar o tamanho de suas bênçãos

poder para mudar seu destino é você mesmo por meio

colocando-as em roupas maiores — pelo contrário, elas

de seus próprios atos de bondade…então sua terra está

simplesmente podem ser afugentadas. Mas as roupas

conectada aos céus, e como nos céus nada falta, assim

também não devem ser pequenas demais. Porque este

também será em seu mundo.

é todo o objetivo: que milagres e bênçãos não venham

A concepção comum de como funciona o sistema é

ao mundo completamente nuas, mas sim revestidas no

falha. As pessoas vêem uma carreira como “ganhar

mundo natural. E nós somos os alfaiates. 117

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IDEIAS E CONVICÇÕES

VIVENDO NUMA CAIXA Foto: Matthias Pahl

POR YANKI TAUBER

A 26 de setembro de 1991, uma tripulação de quatro homens e quatro mulheres entraram no Biosfera II, um ambiente hermeticamente selado, construído por cientistas como um modelo funcional da biosfera (a camada ao redor da terra que sustenta a vida). O Biosfera II - que desde então foi convertido num hotel/abrigo e centro de conferências - encerrado numa área de 3,15 acres e que incluía um deserto, um pântano, uma savana, uma floresta tropical e um oceano com 4 milhões de litros. Abrigava mais de 3.000 espécies, a maioria plantas e insetos, mas também peixes, répteis, pássaros e mamíferos. Foi isolada da terra por uma lâmina de aço inoxidável de 500 toneladas, e da atmosfera por 6.000 painéis de vidro. Os custos da construção excederam US$ 150 milhões. Os oito “biosferianos” passaram dois anos encerrados na estrutura, extraindo alimentos, água

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e oxigênio de seu eco-sistema selado. Emergiram a 26 de setembro de 1993. A experiência produziu dois casamentos e sonhos de dados científicos que, acreditamos, têm ajudado nosso entendimento de como funciona nossa macro-biosfera. Se os cientistas que dirigiram o projeto tivessem tido uma inclinação mais bíblica, poderiam ter denominado a estrutura de “Tevá II.” A Tevá (caixa, em hebraico) era uma arca de três andares, 11.500 metros quadrados, construída em madeira e “selada interna e externamente com piche,” que Nôach (Noé) construiu por ordem de D’us. Não sabemos qual foi o custo da Tevá, mas nossos Sábios contam que Nôach trabalhou por 120 anos em sua construção. A 17 de Cheshvan do ano 1656 da Criação (2105 A.E.C.), quatro homens e quatro mulheres (já casados) entraram na Tevá. Levaram com eles um macho e uma fêmea de cada espécie de mamífero


e ave, sementes e mudas de vários tipos de plantas, e suprimento de comida e ração animal. O objetivo não era o de estudar a vida na terra, mas preservá-la do Dilúvio provocado por um mundo corrupto. Por muitos meses, a Tevá flutuou sobres as águas que engolfaram a terra; quando o Dilúvio começou a amainar, parou sobre o pico do Monte Ararat. A 27 de Cheshvan de 1657, após 365 dias dentro de sua biosfera encaixotada, os oito “Tevianos” e seus companheiros animais e vegetais emergiram da Arca para reconstruir um mundo novo e melhor sobre os alicerces do antigo. Nôach precisou enfrentar uma situação extrema - a destruição iminente de todos os seres vivos - e agiu prontamente, construindo uma enorme caixa que manteria e preservaria amostras de todo o espectro da vida na terra. Em escala menor mas não menos significativa, fazemos o mesmo, todos os dias de nossa vida. Nós também enfrentamos “dilúvios” que ameaçam destruir tudo que é vital em nosso universo pessoal. E nós também reagimos construindo “caixas” para manter e preservar espécimes preciosas de nosso mundo interno. Somos arrebatados diariamente pelas preocupações e exigências da vida material. Se não estamos nos escravizando a nossos empregos ou nos preocupando com contas a pagar, sempre há um aparelho eletrônico para consertar, limpeza para fazer ou o lixo que precisamos pôr para fora. Uma torrente de materialidade inunda a vida do homem moderno, preenchendo nossas horas e minutos, consumindo nossas habilidades, subvertendo nossas emoções, e quase fazendo submergir a centelha de espiritualidade em nossa vida. Por isso construímos caixas. Uma caixa de tempo

dedicada à prece a cada manhã; uma porcentagem de nossos ganhos dedicados à caridade; um pouco de energia reservado para alguma obra voluntária na comunidade. Selamos estas caixas, ciumentamente preservando estas ninharias de propósitos mais elevados em nossa vida da torrente de água que busca engolfá-las e as clama para si mesma. Às vezes, o esforço parece um tanto fútil. Na mente consumida por seus negócios, apenas uma pequena porção do raciocínio é dirigida por alguns poucos minutos à Torá. De um coração agitado por preocupações financeiras, apenas um cantinho é reservado a sentimentos puros de amor a um ente querido. E quanto sobra para caridade após as contas terem sido pagas? Na melhor das hipóteses, apenas minúsculas “amostras” de nossos recursos são dedicadas a propósitos mais elevados. Aí repousa a eterna lição da Arca. Nôach não pôde salvar o mundo todo - não tinha espaço, capacidade ou ordem para construir um abrigo de tais proporções. Por isso, construiu um santuário para uma amostra das várias formas de vida na Criação. Estas, entretanto, eram mais que simbólicas representações: por doze meses, tudo que havia da humanidade estava concentrado nos oito seres humanos dentro da Tevá; toda espécie de animal ou planta residia nas representações individuais trazidas para dentro de suas paredes. E quando a caixa selada foi aberta, seus ocupantes tornaram-se as sementes de um mundo novo e revitalizado. A Divina ordem “Venha para a arca!” foi seguida, doze meses mais tarde, pelo comando Divino “Saiam da arca!” Este é nosso desafio: nutrir sementes de espiritualidade em meio a um mundo material, e então libertá-las para que exerçam influência em todas as áreas de nossa vida.

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CALENDÁRIO JUDAICO

SHABAT Comércio

O Shabat é uma ilha no tempo. Do pôr-do-sol da sextafeira até o anoitecer do sábado, transcendemos as preocupações e cuidados da vida material. D’us criou por seis dias e descansou no sétimo; ao descansar no Shabat, testemunhamos a criação do mundo e sincronizamos nossa vida com o ciclo Divino de criação e repouso. O “trabalho”, quando relacionado ao Shabat, não é esforço físico, mas aquilo que a Torá considera trabalho criativo. Por exemplo, escrever ou cozinhar é proibido; carregar um móvel pela sala não é.

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No Shabat seu emprego não existe. Seja você é um estudante ou um homem de negócios, no Shabat sua presença na lista de chamada e seu trabalho não existe. Além disso, nada de compras ou qualquer outra transação comercial neste dia.

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O Lar Telefone, TV, computadores, microondas e lava-louças ficam em silêncio, pois nenhum aparelho elétrico é ligado no Shabat. Luzes, aquecedores e aparelhos de ar condiciondo são ligados antes do Shabat (podem ser usados timers para ligá-los ou desligá-los em horários pré-estabelecidos).

Velas do Shabat - A Luz Feminina O que é

Cozinhar e assar são feitos antes do Shabat, e a comida é mantida aquecida em chapa elétrica ou sobre uma chapa especial colocada sob o fogão com uma ou mais chamas acesas antes do Shabat.

Toda mitsvá traz luz ao mundo, Com algumas mitsvot, a luz que geramos pode realmente ser vista e apreciada. Acender velas para recepcionar o Shabat é uma dessas mitsvot: as velas que emprestam uma atmosfera suave e pacífica para o sagrado Dia de Descanso.

Limpeza pesada, jardinagem ou consertos também estão fora. Além disso, evitamos manusear objetos associados com atividades da semana, como dinheiro, fósforos e canetas.

Quem

Transporte Não viajamos de carro, ônibus, trens ou aviões. Também não podemos carregar um objeto a partir de uma área fechada, como uma casa ou um quintal cercado, para uma área aberta, ou vice versa, ou cerca de 1,20m numa área aberta.

Emergências Todas as leis do Shabat são suspensas em caso de emergência ou risco de vida. Por exemplo, se uma pessoa adoece e houver a mínima chance de que a condição ameace a vida, chamamos um médico, dirigimos até o hospital, e assim por diante. O espírito do descanso no Shabat não é menos importante que sua observância técnica. Evite falar sobre negócios ou outros assuntos dos dias da semana. O Shabat é um tempo para buscas espirituais – estudo de Torá, prece e tempo especial dedicado à família. Um tempo para tocar a base com nossa alma.

As velas do Shabat são tradicionalmente uma mitsvá para as mulheres. A mulher cria o clima da família; é sua tarefa e habilidade concedida por D’us assegurar que a luz e a harmonia prevaleçam em seu lar. Coloque algum dinheiro numa caixa de caridade antes de acender as velas. Meninas começam a acender velas de Shabat quando conseguem pronunciar a bênção (aprox. aos três anos de idade). Um homem deve acender as velas se não houver uma mulher adulta presente.

Quando Acenda as velas dezoito minutos antes do pôr-do-sol.

Como Meninas pequenas acendem antes da mãe. Coloque as velas sobre ou próximo da mesa de jantar do Shabat. Coloque algum dinheiro numa caixa de caridade antes de acender as velas. Antes de se casarem, meninas e mulheres acendem uma vela. Depois do casamento, as mulheres acendem duas velas. Algumas acrescentam uma vela para cada filho. Ex.: uma mulher com três filhos acende cinco velas.

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O procedimento Acenda as velas. Estenda as mãos, faça movimentos circulares em sua direção e cubra os olhos. Recite: Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Shabat côdesh. (Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D-us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou acender a vela do santo Shabat.) A hora do acendimento das velas é auspiciosa para a prece particular. Enquanto seus olhos estão cobertos, reserve um momento para rezar por aquilo que seu coração deseja. Descubra os olhos e deseje toda sua família: “Shabat Shalom!”

Notas técnicas Depois que a mulher recita a bênção, ela introduziu o Shabat. A partir desse momento ela não pode fazer nenhuma atividade que seja proibida no Shabat. As velas e castiçais não podem ser movidos até a conclusão do Shabat. Lâmpadas elétricas podem ser usadas como vela do Shabat onde não é possível acender uma chama, como num hospital.

Kidush - Vinho Antes de Jantar O Shabat começa com palavras de louvor sobre o vinho, para cumprir o versículo: “Lembra-te do dia do Shabat para santificá-lo”. Nós o chamamos de kidush, um ritual de palavras e bebida, uma ponte mágica do atarefado dia de semana para o dia de descanso. Tão encantados ficamos pelo kidush que o repetimos novamente em formas diferente a cada dia. O kidush serve como o ponto de partida para as refeições do Shabat da noite e do dia. O kidush da noite consiste de três partes: 1) Três versiculos de Bereshit que relatam como D’us descansou no sétimo dia e o santificou. 2) A bênção para o vinho. 3) Uma bênção agradecendo a D’us por nos dar o Shabat. LUBAVITCH MAGAZINE

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Uma ponte mágica do atarefado dia de semana para o dia de descanso O kidush durante o dia consiste de vários versículos de Shemot seguidos pela bênção sobre o vinho.

Kidush – como fazer: Na noite de sexta-feira, cante Shalom Aleichem para receber os anjos do Shabat e Eshet Chayil, Uma Mulher de Valor. Enxague e seque o copo do kidush. Encha-o até a borda com vinho casher. Reúna todos ao redor da mesa do Shabat. Levante o copo cheio de vinho na sua mão direita (a menos que você seja canhoto) e recite o kidush em voz alta. Na sexta-feira à noite, contemple as velas do Shabat enquanto você pronuncia as primeiras quatro palavras. Então olhe para o vinho no copo enquanto recita a bênção do vinho. Todos os presentes respondem “Amen” na conclusão do kidush. Beba pelo menos 50 ml do copo. Todos devem beber um gole.

Detalhes técnicos O vinho é preferível, mas suco de uva casher também pode ser usado. Não coma ou beba antes do kidush – sexta-feira ao por-dpo-sol e após as preces de Shabat de manhã. Se não há vinho ou suco de uva disponível, recite o kidush sobre chalá ou pão. No Sidur, você deve recitar a bênção, trocando a do vinho pela bênção do pão – e lave as mãos antes do kidush. Depois que todos beberam do copo de vinho, o vinho restante não deve ser usado para kidush a menos que vinho fresco seja acrescentado ao copo. Após o kidush, faça a lavagem ritual das mãos para o pão. O chefe da família pega as chalot, corta uma dela com uma faca, recita a bênção Hamotzi e corta uma fatia. Cada um come um pedaço de chalá mergulhado no sal. Confira ao lado o quadro com o horário de acendimento das velas.


Horáriosde de acendimento acendimento Horários dasvelas velasde de Shabat Shabat e Yom das YomTov Tov 2011-2012/5772-5773 BÊNÇÃOS

Shabat - Recitar a b.n..o 1: ..4 ... 17:47 ..1 ... 17:51 Set 07 ... 17:55 14 ... 17:59 ..1 ... 18:0.. ..8 ... 18:06 Out 05 ... 18:10 1.. ... 18:15 19 ... 18:..0 ..6 ... 18:..5 Nov 0.. ... 18:..0 09 ... 18:..6 16 ... 18:4.. .... ... 18:47 ..0 ... 18:5.. Dez 07 ... 18:59 14 ... 19:04 ..1 ... 19:08 Enquanto vigorar o horário de ver.o, acrescente uma hora a esta tabela ..8 ... 19:10 Dez

0.. ... 18:54 09 ... 18:59 16 ... 19:04 .... ... 19:08 ..0 ... 19:11 Jan 06 ... 19:1.. 1.. ... 19:1.. ..0 ... 19:11 ..7 ... 19:08 Fev 0.. ... 19:04 10 ... 18:59 17 ... 18:5.. ..4 ... 18:46 Mar 0.. ... 18:..9 09 ... 18:..1 16 ... 18:.... .... ... 18:14 ..0 ... 18:05

Abril ..0 ... 17:4.. ..7 ... 17:..5 Maio 04 ... 17:..9 11 ... 17:..4 18 ... 17:19 ..5 ... 17:16 Jun 01 ... 17:14 08 ... 17:1.. 15 ... 17:14 .... ... 17:15 ..9 ... 17:17 Jul 06 ... 17:..0 1.. ... 17:.... ..0 ... 17:..7 ..7 ... 17:..1 Ago 0.. ... 17:..5 10 ... 17:..9 17 ... 17:4..

1

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat Kodesh.

2

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat veshel Yom Tov.

3

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Yom Tov.

4

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Yom Hazicaron.

5

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam asher kideshanu bemitzvotav vetzivanu lehadlik ner shel Shabat Yom Hakipurim.

6

Baruch Atá A-donai E-loheinu Melech haolam shehecheyanu vekiyemanu vehiguianu lazman haze.

Festividades Judaicas: Pessach

Shavuot Rosh Hashaná Yom Kipur Sucót Shemini Atzeret Simchat Torá

Véspera do 1º dia Véspera do ..º dia Véspera do 7º dia Véspera do 8º dia Véspera do 1º dia Véspera do ..º dia Véspera do 1º dia Véspera do ..º dia Véspera Véspera do 1º dia Véspera do ..º dia Véspera Véspera

06/04 ..... 17:57 ......B.n..os .. e 6 07/04 ..... 18:50 ......B.n..os .. e 6 1../04 ..... 17:50 ......B.n..o .. 1../04 ..... 17:49 ......B.n..o .. ..6/05 ..... 18:1.. ......B.n..os .. e 6 ..7/05 ..... 18:1.. ......B.n..os .. e 6 16/09 ..... 18:00 ......B.n..os 4 e 6 17/09 ..... 18:54 ......B.n..os 4 e 6 ..5/09 ..... 18:05 ......B.n..os 5 e 6 ..0/09 ..... 18:08 ......B.n..os .. e 6 01/10 ..... 19:0.. ......B.n..os .. e 6 07/10 ..... 18:1.. ......B.n..os .. e 6 08/10 ..... 19:06 ......B.n..os .. e 6

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CALENDÁRIO JUDAICO

ROSH HASHANÁ

SEMPRE DOCE!

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Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, é uma festa que dura dois dias. As manhãs são passadas na sinagoga

NA ÁGUA

rezando, pedindo a D’us que nos conceda um ano

No primeiro dia de Rosh Hashaná há uma tradição

bom e doce, e ouvindo os toques do shofar (chifre

antiga de ir até um reservatório de água que contenha

de carneiro), Aqui estão mais algumas tradições que

peixes vivos e cumprir a cerimônia chamada Tashlich,

completam a experiência de Rosh Hashaná:

que significa “jogar fora”. Recitamos uma pequena prece

COSTUMES

e balançamos os cantos de nossas roupas, pedindo a D’us que jogue fora e perdoe todos nossos pecados. A água é uma metáfora para bondade, e os olhos sem

As velas são acesas nas duas noites de Rosh

pálpebras dos peixes simbolizam nossa esperança de

Hashaná. O kidush é recitado e refeições saborosas

que o olho vigilante de D’us esteja sempre sobre nós.

são apreciadas reunindo a família e amigos. Nestes

Se o primeiro dia de Rosh Hashaná cair no Shabat,

dois dias (celebrado em um único dia em Israel) não

Tashlich é realizado no segundo dia. Perdeu a cerimônia

trabalhamos, dirigimos, escrevemos, ou ligamos

em Rosh Hashaná? Você ainda tem até o último dia do

aparelhos elétricos, como no Shabat. Temos permissão

feriado de Sucot para jogar seus “pecados fora”.

de cozinhar (tranferindo o fogo de uma chama pré acesa e de carregarmos objetos necessários, como o Machzor de Rosh Hashaná, Livro de Preces.

SEMPRE DOCE

SHOFAR - UM CHAMADO À AÇÃO O shofar é um chifre de um animal casher com o tutano removido. Sopre em um shofar e você terá um toque especial. Toque a sequência de sons na ordem correta

Há muitos costumes simbólicos. Na primeira noite de

na época certa do ano e terá cumprido uma grande

Rosh Hashaná comemos uma fatia de maçã mergulhada

mitsvá. Na Torá, Rosh Hashaná é chamado “O Dia

em mel, para termos um ano bom e doce. Ingerimos

do Toque do Shofar”. Esta é a mitsvá do dia: ouvir os

um pedaço da cabeça de um peixe, pedindo a D’us

toques do shofar.

que sejamos cabeça e não a calda, no ano vindouro.

Como Rosh Hashaná dura dois dias na diáspora,

Comemos romãs, com uma prece para que este ano seja

precisamos ouvir o toque do shofar durante as horas

repleto de mitsvot como a romã repleta de sementes. E

diurnas daqueles dois dias – a menos que o primeiro

para adocicar ainda mais os próximos meses, durante

caia no Shabat, e neste caso tocamos o shofar somente

todas as refeições de Rosh Hashaná, a chalá (pão) é

no segundo dia.

mergulhada em mel. Se não bastasse o simbolismo,

Sua mensagem é singular e tocante: é época de nos

verbalizamos nossos desejos transmitindo à família e

livrarmos de nosso sono espiritual e reconectarmo-nos

aos amigos um Shaná Tová: um ano bom e doce.

com a nossa fonte. 125

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Foto: webking

YOM KIPUR: MAIS UMA CHANCE LUBAVITCH MAGAZINE

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Quarenta dias após receberem a Torá no Monte Sinai e

1) As preces noturnas, que começam com o solene Kol

se comprometerem a ser o povo escolhido de D’us, os

Nidrei.

Filhos de Israel adoraram um Bezerro de Ouro. Moshê

2) Prece Matinal.

implorou a D’us para que Ele não destruísse Sua nação

3) Mussaf, que inclui uma descrição do serviço de Yom

errante, e a 10 de Tishrei D’us disse: “Eu perdoei.”

Kipur no Templo Sagrado (Avodá).

Desde então, observamos esta data como um “Dia da

4) Prece Vespertina, na qual é lido o Livro de Yoná.

Expiação” – uma celebração de nosso relacionamento

5) Neilá, recitada quando o dia está acabando e o

indestrutível com D’us. É o dia mais sagrado do ano,

veredicto para o novo ano é selado.

quando nos reconectamos com nossa própria essência, que permanece fiel a D’us independentemente de nosso

As primeiras quatro preces incluem uma confissão

comportamento.

(privada) dos pecados a D’us. Muitas leis e costumes estão associados com os serviços de prece; o rabino de

COMPORTAMENTO ANGELICAL

sua sinagoga lhe dará a orientação que precisa.

Yom Kipur é um dia de jejum: do pôr-do-sol da véspera

FINAL DO JEJUM.

de Yom Kipur até o anoitecer do dia seguinte não comemos ou bebemos (se você está doente, consulte

Neilá conclui-se com a congregação proclamando

um rabino). Também nos abstemos de certos prazeres

o Shemá em uníssono, e então um toque do shofar

físicos: usar sapatos de couro, tomar banho ou lavar-

assinala o final do dia. Yom Kipur é seguido por uma

se, aplicar loções ou cremes, ter relações conjugais. É

refeição festiva. Nós nos alegramos, confiantes de que

também um “dia de repouso” no qual todo trabalho é

D’us perdoou nossos pecados.

proibido (como no Shabat). A família de Nelson Castan celebra os 30 anos da Família do Rabino Mendel entre nós.

* CINCO PRECES Usamos roupas brancas em imitação aos anjos

!‫מזל טוב‬

celestiais, e passamos a maior parte do dia na sinagoga,

Mazal Tov!

engajados em arrependimento e prece. Há cinco

Nelson, Yara, Juliana, Tiago, Paula, Daniel

serviços de prece:

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SUCOT

A FESTA DA CABANA

Assim que termina Yom Kipur, começamos a nos preparar para o próximo feriado, a alegre festa de Sucot. A mitsvá principal dessa data é a sucá. Ela é uma cabana construída para proporcionar sombra. É por isso que muitos se sentam sob o céu aberto – não sob um deque no pátio ou sob os galhos de uma árvore. As paredes podem ser feitas de qualquer material, desde que sejam seguras e não voem com o vento. O teto, no entanto, (chamamos de s’chach) deve ser feito de materiais não processados que tenham crescido no solo. Estacas de bambu, ripas de madeira e galhos de sempre-viva são algumas opções populares. Certifique-se de usar s’chach suficiente para que o interior da sucá tenha mais sombra que luz do sol. Aqueles que não têm muito tempo podem adquirir

uma sucá pré-fabricada e galhos de bambu. Durante oito dias, transforme a sucá em seu lar oficial. Não entre em pânico: você só precisa fazer as refeições ali. Porém, tente incluir outras atividades que você normalmente faz em sua casa – como ler um livro ou conversar com um amigo. Sentamo-nos na sucá a partir do pôr-do-sol em 14 de Tishrei até o anoitecer de 22 de Tishrei.

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É uma mitsvá fazer todas as refeições na sucá (uma “refeição” é definida como mais de 56 gramas de cereal – ex., pão, bolo, massa). Algumas pessoas têm o costume de fazer lanches também na sucá. Antes de comer na sucá, é recitada a seguinte bênção: “Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos


ordenou habitar a sucá.”Esta bênção é feita quando sua refeição ou lanche inclui um alimento baseado em cereal. Está chovendo? Se for realmente desconfortável, não há obrigação de sentar ali. Volte quando o tempo melhorar. Esta linda mitsvá é tradicionalmente cumprida pela família inteira, embora, como ocorre com todas as mitsvot relacionadas ao tempo, a obrigação de comer na sucá se aplique a homens acima dos 13 anos. A sucá comemora as Nuvens de Glória que cercavam e protegiam nossos ancestrais durante a jornada de 40 anos no deserto, após o Êxodo do Egito. Nossa disposição em deixar a segurança de nosso lar e passar oito dias numa cabana precária demonstra nossa fé em D’us e em Sua benevolência.

AS QUATRO ESPÉCIES - EXPRESSANDO NOSSA UNIDADE Em todos os dias de Sucot (exceto no Shabat) seguramos os Arba Minim, também conhecidos como “As Quatro Espécies”.Sucot é uma festa com duração de sete dias, começando em 15 de Tishrei e terminando em 21 de Tishrei.

cumprir essa mitsvá é a sucá, a cabana ao ar livre. Segure o lulav na mão direita (a menos que seja canhoto) com a espinha de frente para você. Fique de frente para o leste e recite: “Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou segurar o lulav. No primeiro dia de Sucot (ou na primeira vez que você faz isso em Sucot) acrescente: “Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, que nos concedeu vida, nos susteve e nos permitiu chegar a essa ocasião.” Junte o lulav e o etrog e balance-os – você cumpriu essa mitsvá! Apesar disso, o costume é balançar os Arba Minim em todas as seis direções – norte, sul, leste, oeste, para cima e para baixo. Leve seus Arba Minim à sinagoga para os serviços matinais. Nós os balançamos durante a prece de Halel e então os carregamos em torno da bimá durante a cerimônia de hosha’anot. A unidade judaica é um dos temas mais importantes de Sucot. As quatro espécies que você está segurando simbolizam quatro tipos de judeus, com níveis diferentes de conhecimento e observância de Torá. Juntá-los representa nossa unidade como nação – apesar de nossas diferenças externas. Portanto nesse espírito de unidade, certifique-se de compartilhar seus Arba Minim com seus amigos e vizinhos judeus!

O QUE SÃO AS QUATRO ESPÉCIES? Um ramo de palmeira (lulav), dois de salgueiro (aravot), um mínimo de três galhos de murta (hadassim) e um cítrico (etrog). As primeiras três espécies são arrumadas juntas. Nem todos os jogos de Arba Minim à venda são casher. Confira com seu rabino. E trate seu conjunto com todo o cuidado – são bem frágeis! Arba Minim é ogrigação do homem. Para as mulheres é opcional, mas encorajado. O melhor lugar para 129

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CALENDÁRIO JUDAICO

PORQUE É DIFÍCIL

SE DESPEDIR LUBAVITCH MAGAZINE

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acionamos aparelhos elétricos. Mas temos permissão de cozinhar e carregar para fora.

SHEMINI ATSERET Em Shemini Atseret ainda comemos na sucá (segundo o costume da maioria das comunidades), mas sem recitar a bênção sobre a sucá. As “Quatro Espécies” não são mais balançadas neste dia. O serviço matinal de Shemini Atseret inclui Yizkor, bem como a prece especial pela chuva, lançando oficialmente a estação chuvosa no Mediterrâneo (a prece silenciosa, Amidá, é alterada neste trecho. De “morid a tal”,(“Faz cair o orvalho”) para “Mashiv haruach umorid hagueshem” (“Faz soprar o vento e cair a chuva”).

SIMCHAT TORÁ O segundo dia é chamado Simchat Torá (“Alegrandose com a Torá”). Não comemos mais na sucá. Neste dia concluímos, e começamos novamente, Logo após a Festa de Sucot, vêm os alegres dois dias de Shemini Atseret e Simchat Torá (em Israel, a festa é “compactada” num único dia). Isso é análogo a um rei que convidou os filhos para um banquete que dura alguns dias. Quando chega a hora de partirem, o rei diz: “Meus filhos! Por favor, fiquem mais um dia; é difícil para mim, separar-me de vocês!” (Midrash). Velas são acesas nas duas noites de Yom Tov, e o kidush e refeições são apreciados nas noites e dias do feriado. Não trabalhamos, dirigimos, escrevemos nem

o ciclo anual de leitura da Torá, um ato que produz incomparável alegria. O ponto principal de Simchat Torá são as hacafot, na qual marchamos, cantamos e dançamos com os Rolos de Torá ao redor da bimá, mesa de leitura da Torá na sinagoga. As hacafot são feitas duas vezes, à noite e na manhã de Simchat Torá, e em algumas comunidades, também na noite de Shemini Atseret. Todos recebem uma aliyah em Simchat Torá, até as crianças. As hacafot são um evento imperdível! Informe-se sobre os horários na sua sinagoga. 131

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Foto: Roman Sigaev

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Latkes, Donuts & Blintzes de Queijo

CHANUCÁ

Chanucá comemora um milagre baseado no azeite – o que explica por que comemos alimentos fritos no óleo para celebrá-lo. Alguns comem panquecas de batata, os latkes, outros sufganiot – sonhos fritos em óleo. Alguns comem ambos. A maioria sobrevive ao feriado! Sim, a comida pode ser perigosa. Uma das mais notáveis vitórias dos macabeus foi resultado de alimentarem o inimigo com queijo – também comemos laticínios em Chanucá. Mais uma vez, sobrevivemos.

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CHANUCÁ GUELT Durante Chanucá é costume dar guelt (dinheiro) às crianças, para que possamos ensinar a elas como fazer caridade – e ajudar a manter o espírito festivo e alegre. Alguns têm o admirável costume de dar guelt em todas as noites de Chanucá. Estes também sobrevivem.

DREIDEL Os opressores gregos baniram as escolas de Torá, portanto as crianças estudavam nas florestas, colocando uma sentinela para alertar sobre as patrulhas gregas. Quando chegava um alerta, as crianças escondiam os textos e começavam a brincar com seus dreidels (piões giratórios). Nós, também, jogamos dreidels para comemorar a coragem dessas crianças heroicas. As quatro letras hebraicas sobre o dreidel são um acrônimo para “Nes Gadol Haya Sham” – “um grande milagre aconteceu lá”. Portanto jogar dreidels nos mantém conscientes sobre os milagres de Chanucá mesmo durante as horas de divertimento e brincadeiras.

AS PRECES A cada dia de Chanucá agradecemos a D’us recitando o Halel completo durante o serviço matinal. Também inserimos uma prece especial de agradecimento, V’al Hanissim, nas preces e Graças Após as Refeições. Toda manhã lemos na Torá sobre as oferendas de inauguração levadas em honra à dedicação do

Tabernáculo – reminiscência da rededicação do Templo profanado feita pelos macabeus.

SHABAT DE CHANUCÁ Na tarde da sexta-feira, acenda a menorá antes de acender as velas do Shabat. As velas da noite de Chanucá na sexta-feira devem arder pelo menos por 1h30 – portanto você precisa de mais azeite ou velas maiores. Na noite de sábado, acenda a menorá após escurecer, depois da cerimônia de Havdalá que marca o término do Shabat. A Menorá - Produza Luz! O acendimento da Menorá foi instituído como uma estratégia de publicidade: anunciar ao mundo inteiro que D’us faz milagres para aqueles que defendem a verdade e a justiça. Os macabeus expulsaram as forças das trevas com espadas; nós o fazemos com velas. É por isso que acendemos a menora pouco após o pôr-do-sol. Duas exceções: na sexta-feira à noite, acenda as velas antes do pôr-do-sol. No sábado acenda-a após escurecer.

Onde Onde quer que você esteja vivendo na ocasião. Coloque a menora num batente central, perto do batente oposto à mezuzá. Alguns têm o costume de colocá-la sobre o parapeito de uma janela de frente para a rua.

Quem Qualquer judeu, homem, mulher ou criança. Em muitas casas, o chefe da família acende uma menorá para todos recitando a bênção. Em outras, cada um 133

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acende a sua própria. Alguns acendem uma vela e deixam as crianças acenderem as outras.

O milagre de Chanucá envolveu azeite de oliva, portanto este é o óleo escolhido. Porém você pode usar qualquer vela que queime até meia-hora após o anoitecer. As menorot elétricas podem parecer bonitas para decoração, mas não servem para cumprir

no livro de preces. Acenda as velas. Na primeira noite, coloque uma vela no canto direito mais distante da menorá e a cada noite acrescente uma à esquerda. A cada noite, acenda primeiro a vela mais nova e continue acendendo da esquerda para a direita. Coloque o shamash em seu lugar na menorá e cante os hinos “Hanerot Halalu” e/ou “Mao Tzur”. Fique próximo das velas por cerca de meia-hora. Partilhe algumas histórias de Chanucá com sua família, aprecie

a mitsvá.

um jogo de dreidel e sirva-se de alguns latkes quentes!

A Menorá

Como fazer

Foto: Elisheva Monassevitch

Reúna todos ao redor da menorá. Acenda o shamash (vela auxiliar). De pé, recite as bênçãos encontradas

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ANO NOVO DAS ÁRVORES

Quando foi a última vez que você desejou Feliz Ano Novo a uma árvore? O 15º dia do mês hebraico de Shevat é uma grande oportunidade; é conhecido como Tu B’Shevat, o Ano Novo das Árvores. Por que as árvores celebram seu Ano Novo tão depois do nosso? Isso tem a ver com a estação chuvosa em Israel, que começa com a Festa de Sucot. São necessários quatro meses para as chuvas saturarem o solo, nutrir as árvores e levá-las a produzir frutos. Na época do Templo Sagrado de Jerusalém o povo judeu levava seu dízimo de frutas. A Torá afirma: “O homem é uma árvore do campo.” Somos nutridos por raízes profundas, que datam a Avraham e Sarah; atingimos o alto na direção dos céus enquanto temos os pés firmemente plantados no solo; e quando fazemos tudo isso com retidão e emuná, fé sincera, produzimos frutos que beneficiam o mundo – ou seja, nossas boas ações.

Costumes Nesta data costuma-se consumir algumas daquelas frutas pelas quais Israel é famosa: lembre-se da palavra FRUTA (figo, romã, uva, tâmaras e azeitonas). Recite a bênção sobre a fruta “Baruch Atá A-donai, Eloheinu Melech Ha’Olam bore pri há-etz.” - Bendito és Tu, Eterno nosso D’us, Rei do Universo, que cria o fruto da árvore. Ao saborear pela primeira vez um fruto da estação, recite a bênção “Shehecheyanu” antes da bênção da fruta: “Ba-ruch A-tá Ado-nai E-lo-hei-nu Me-lech Ha’olam she-heche-ya-nu ve-ki-yi-má-nu ve-higi-anu liz-man há-zeh.” - Bendito seja, Eterno nosso D’us, Rei do Universo, que nos concedeu vida, nos susteve e nos permitiu chegar a essa ocasião. Alguns têm o costume de comer alfarroba. O mestre cabalista Arizal comia quinze tipos de frutas neste dia!

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PURIM Purim, celebrado a 14 de Adar, é o dia mais animado

novamente durante o dia de Purim. Preste atenção – é

e repleto de ação do ano judaico. Há 2.400 anos,

vital escutar cada palavra, do início ao final. Quando o

Haman, primeiro ministro persa, ordenou o genocídio

nome de Haman é mencionado na leitura, as crianças

dos judeus. Seu plano foi frustrado por Esther e

sacodem graggers (maracas ruidosas) e os adultos

Mordechai – e nós celebramos!

batem o pé para erradicar seu nome perverso.

Eis aqui um breve guia:

Partilhe alguma comida

Escute sobre o milagre

Purim trata de amizade, comunidade, e carinho. Envie Vá à sinagoga e escute a Meguilá inteira. A Meguilá,

um pacote contendo pelo menos dois tipos diferentes

também conhecida como “O Livro de Esther, é o rolo

de alimentos prontos e/ou bebidas a pelo menos um

que conta a história de Purim. Ouça duas vezes a

amigo judeu durante o dia de Purim.

leitura feita em público: uma vez na noite de Purim e LUBAVITCH MAGAZINE

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Doe aos necessitados

horas do dia de Purim, reúna amigos e família para uma festa com carne e vinho. Cante, ria, divirta-se.

Purim é sobre carinho. Doe comida ou dinheiro a

Tradicionalmente, o banquete de Purim inicia antes do

pelo menos duas pessoas necessitadas durante o dia

pôr-do-sol e dura até bem após o anoitecer.

de Purim. Caso você não encontre nenhuma pessoa necessitada, solicite a sua sinagoga para que o faça

Agradeça a D’us

em seu nome. Pelo menos, coloque duas moedas numa caixa de caridade. A caridade é uma mitsvá

Acrescente V’al Hanissim, uma breve seção de

que devemos cumprir durante o ano inteiro, mas em

agradecimento pelo milagre de Purim, às preces diárias

Purim devemos doar a quem pedir.

e às Graças Após as Refeições. Tradicionalmente as crianças se fantasiam – uma alusão ao milagre de

Festeje e alegre-se

Purim que foi disfarçado em eventos naturais. Vista suas crianças como presonagens bons e alegres,

Purim é sobre compartilhar a sua alegria. Durante as

como Mordechai e Esther.

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Foto: Self-Help Guru

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PESSACH: LIBERDADE VERDADEIRA

“O que estamos celebrando? Por que estamos todos aqui?” BASEADO NO ARTIGO DE TZVI FREEMAN Estamos aqui para celebrar nossa liberdade. É por isso que o feriado é chamado “A Festa de Nossa Libertação”. Éramos escravos no Egito, agora somos livres. Portanto, vamos à refeição e à celebração.Estou contente por eles se sentirem tão livres. Quanto a mim, ainda sou um escravo e o Faraó, rei do Egito, nunca morreu. Trabalho para ele a semana toda. Ele me levou a isto: Primeiro, ele me deixa possuir todas estas coisas boas que eu realmente queria sem pagar nada. Depois ele começa a exigir dinheiro em troca delas. Quando, certa vez, não

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paguei todo o dinheiro, ele exigiu ainda mais dinheiro. Precisei então trabalhar ainda mais para dar a ele todo o dinheiro que exigia. Levo uma foto do Faraó em sua atual encarnação na minha carteira. Há um nome assustador gravado sobre ela. Ele se chama “MasterCard”. “Somos todos prisioneiros. O ato da existência é nosso crime. O universo é nossa prisão. Nosso corpo e nossa pessoa é nossa cela. As chaves para a libertação estão firmemente guardadas nos punhos de nosso próprio ego.” Consultei o Tanya, a clássica obra chassídica do


Rabi Shneur Zalman de Liadi, capítulo 47. Ali ele afirma que quando D’us nos deu a Torá, deu-nos a infinitude. Conectamo-nos a Ele por intermédio da Torá e somos livres porque então somos infinitos e livres como Ele. E ele escreve: “… e portanto não há nada impedindo ninguém, exceto sua própria vontade” Este é o conselho prático do Rebe, numa palestra proferida num Pêssach: “Torne uma parte de sua vida uma ação que o leve além de seus limites, ajudando pessoas que não são parte de sua família ou círculo de amigos, fazendo alguma coisa que não se encaixe em sua própria auto-definição. Convide alguém com quem você não se sente à vontade para seu sêder. A princípio, talvez você não se sinta muito bem. Mas você se libertou.” Portanto, mais uma vez este ano, chego ao meu sêder. Deixo meu pequeno mundo particular do meu minúsculo eu e passo pela porta rumo a algo infinito, intemporal e

eterno, porque está conectado ao infinito, intemporal e eterno D’us. Não faço mais parte de mim. Sou parte de nós e parte de Sua Torá, e portanto, parte d’Ele. Eu me libertei. Este ano, devemos todos nos libertar. Não apenas no sêder, mas em todos os momentos da nossa vida. Para sempre. Este ano em Jerusalém! Ingredientes do Sêder As principais mitsvot do Sêder são: comer matsá; narrar a história do Êxodo ao recitar a Hagadá e explicar o significado de três itens: Pêssach (cordeiro pascal), matsá e maror (ervas amargas); beber quarto taças de vinho; comer maror; e recitar o Halel (cântico de louvores a D-us).

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LAG BAOMER

A FORÇA DO ARCO Lag Baômer significa “33º do Ômer,” pois este é o 33º

mesmo que a humanidade tornasse a ser imerecedora

dia da “Contagem do Ômer” que tem a duração de 49

Ele colocaria o arco-íris no céu como um pacto de Seu

dias, conectando Pêssach a Shavuot, e interligando a

voto de jamais destruir Seu mundo novamente. Mas

jornada dos judeus na saída do Êgito até a chegda ao

enquanto Rabi Shimon estava vivo, seu mérito foi

Monte Sinai. No calendário

suficiente para assegurar que

judaico, este corresponde ao 18º

D’us não se arrependeria de Sua

dia do mês de Iyar. Lag Baômer

criação.

A PESSOA DEVE O ensinamento chassídico de dois dos mais notáveis Sábios vê outra ligação do arco: ele MERGULHAR EM SI da história judaica: Rabi Akiva e MESMA, RECOLHER-SE funciona sob o princípio de Rabi Shimon bar Yochai. “recuar para poder avançar” A SUA ESSÊNCIA E LÁ ao empurrar a flecha para trás, DESCOBRIRÁ A “CENTELHA rumo ao próprio coração, o Arco e Flechas DIVINA” QUE POSSUI. arqueiro a impele a uma grande celebra a vida e os ensinamentos

É costume levar as criancas a

distância, para golpear o coração

passeios a parques e espaços

do inimigo. A essência mística

abertos para brincar com arcos

da Torá, disseminada por Rabi

e flechas. Conta-se que durante a vida de Rabi Shimon

Shimon, funciona pelo mesmo princípio. A pessoa deve

nenhum arco-íris apareceu no céu. O arco-íris é símbolo

mergulhar em si mesma, recolher-se a sua essência

de falha humana: conforme relatado em Gênesis, D’us,

e lá descobrirá a “centelha Divina” que possui. Esta

após a destruição da geração do Dilúvio, prometeu que

descoberta confere o poder de derrotar o adversário mais obscuro e transformá-lo em algo bom e positivo.

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Shavuot é a festividade que comemora o aniversário da união de D-us com o povo judeu, há mais de 3.300 anos, em uma humilde montanha chamada Sinai. Foi a primeira e única vez (até hoje) que o Criador do Universo revelou Sua presença e Sua filosofia para toda uma nação. Cinquenta dias após deixar o Egito, o povo judeu recebeu a obra-prima de D-us: a Torá. Eles deixaram de ser uma nação de escravos para se transformar no povo ao qual foi confiada a missão cósmica de levar a luz Divina para todo o mundo. Em Shavuot celebramos este momento e nos rededicamos ao cumprimento de nossa tradição.

Costumes de Shavuot - Reviva a experiência do Monte Sinai ouvindo a leitura dos Dez Mandamentos em sua sinagoga. Não deixe de levar as crianças. - Decore sua casa com flores relembrando o milagroso florescimento do Monte Sinai. - Coma laticínios, recordando, entre outras coisas, os 40 dias e 40 noites que Moshe passou no Sinai (em hebraico, a palavra “leite” tem o valor numérico equivalente a 40). - Fique acordado durante toda a primeira noite de Shavuot estudando Torá, preparando-se para recebê-la no dia seguinte. - Recite Yizcor, a prece pela alma dos entes queridos que não estão mais entre nós.

Foto: David Rose

SHAVUOT

o casamento eterno

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