CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
1
CEILÂNDIA
CAMPUS PARQUE
0
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
2
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
ALUNO: GERSON ANTÔNIO SILVA SOARES FERREIRA ORIENTADOR: PROF. BENNY SCHVARSBERG BANCA EXAMINADORA: PROFª. VÂNIA RAQUEL TELES LOUREIRO DANIEL BRUNO VIEIRA DE MELO
BRASÍLIA 2021
SUMÁRIO GLOSSÁRIO
6
Visuais
53
INTRODUÇÃO
7
Tipos de solo
54
JUSTIFICATIVA
9
Escoamento de águas pluviais
55
OBJETIVOS
10
O Centro Metropolitano
57
CONTEXTUALIZAÇÃO
11
Parques na ARIE JK
59
CONTEXTO E PRETEXTO
12
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
60
O Safári Urbano
12
DIAGNÓSTICO
66
Os Campi e os Parques
13
CONCEITOS
67
Campus UnB da Ceilândia e IFB
15
PROPOSTA – ESCALA GLOBAL
68
Ceilândia e a ARIE JK
17
CONCREITOS
69
CONDICIONANTES
20
SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO
70
DETERMINANTES E CONDICIONANTES
21
Estação de Metrô Campus Parque Ceilândia
71
Dados Socioeconômicos
21
Conceituação, fluxos e zoneamento
72
Legislação
22
ORDENAMENTO ATUALMENTE EXISTENTE
23
Dados Ambientais
24
PROPOSTA
74
Vegetação
29
VIAS E ACESSOS
75
SINTESE GRÁFICA
30
DETALHAMENTO CAMINHOS SUSPENSOS
76
LOCALIZAÇÃO
31
FUNCIONAMENTO
77
Perfil do terreno
37
CERCAMENTO
78
Planta Bioclimática
38
Cercamento
79
Caminhos informais
39
ZONEAMENTO
80
Vias do entorno
40
Programa de necessidade
81
Levantamento Fotográfico
41
Tabela de uso e ocupação do solo
82
Adensamento de Arbóreo
52
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
83 4
SUMÁRIO Paisagismo Produtivo
84
PLANTA DOS SISTEMAS HÍDRICOS
85
DRENAGEM URBANA
86
CORTES TRANSVERSAIS
87
CORTES LONGITUDINAIS
88
CORTE VIÁRIO
89
PLANTA GERAL
94
PERSPECTIVA GERAL
95
PROPOSTA – ESCALA LOCAL
96
MATERIAIS
97
DETALHE
98
PERSPECTIVA
107
CONSIDERAÇÕES FINAIS
110
AGRADECIMENTOS
111
REFERÊNCIAS
112
5
GLOSSÁRIO ARIE JK - Área de Relevante Interesse Ecológico Juscelino Kubistchek PDAD – Pesquisa Digital por Amostra de Domicílios IFB – Instituto Federal de Brasília FCE – Faculdade UnB Ceilândia RA – Região Administrativa IBRAM – Instituto Brasília Ambiental APA – Área de Proteção Ambiental FAU-UnB – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília LUOS – Lei de Uso e Ocupação do Solo PDOT – Plano Diretor de Ordenamento Territorial UED - Unidade de Ensino e Docência UEC - Unidade Acadêmica MESP - Módulo de Serviços e Equipamentos Esportivos SES - Secretaria de Saúde do Distrito Federal PDL - Plano Diretor Local ZEE - Zoneamento Ecológico-Econômico SEDUH - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
6
INTRODUÇÃO
7
INTRODUÇÃO Este trabalho busca trazer uma intervenção na Região Administrativa de Ceilândia, a partir de um Campus Parque, contendo, dentre outras atividades, em seu programa funções de preservação, lazer e recreação. Atualmente Ceilândia possui a maior população do Distrito Federal, e não dispõe de nenhum parque ecológico, tampouco de uma ampla área de lazer comunitário, a região possui apenas uma área destinada, que é “administrada” por organizações não governamentais com o apoio da população, através de realizações de trilhas, acampamentos e visitas guiadas. Essa área se encontra na poligonal da ARIE JK. O trabalho, portanto, busca através dessas necessidades abranger outras lacunas existentes na Ceilândia, que são os vazios urbanos e a aridez em alguns pontos devido a escassez de arborização em uma cidade de grande período de seca e altas temperaturas. Pensando nisso, não havia melhor localização para a intervenção urbana do que na área do entorno da UnB da Ceilândia e do IFB que se encontram próximos do polígono da ARIE JK. O projeto vai interferir na confluência entre os campi existentes no local, pois atualmente não há qualquer ligação entre eles, existindo ainda o cercamento. O estímulo para a concepção deste trabalho emergiu nas discussões com a comunidade durante as atividades do Safári Urbano, ocorrido no projeto Rotas do Andar – Ceilândia, realizado por meio da associação não governamental Andar a Pé, entre os anos de 2018 e 2019. A proposta do projeto é criar um Campus Parque Ecológico que permeia entre os edifícios existentes e os novos, incorporando em uma parte da ARIE JK, sendo destinado não apenas aos estudantes, nem restrita à comunidade da Ceilândia por sua escala e localização, mas a toda população da cidade e da Brasília Metropolitana.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 01 – Mapa da Ceilândia com RA´s vizinhas Samambaia Taguatinga. Fonte: Autoral com base nos dados do Geoportal.
8
JUSTIFICATIVA Ceilândia, juntamente com Pôr do Sol e Sol Nascente possui 432.927 habitantes (PDAD 2018) e dispõe da escassez de um grande parque urbano que contemple toda essa população, existem apenas áreas previstas para parques, sendo a maior na poligonal da ARIE JK. Uma pequena parte da ARIE JK e consequentemente da área prevista para o parque foram ocupadas por casas e instituições de ensino, FCE e o IFB da Ceilândia, essas instituições, regularizadas pelo GDF. A comunidade busca há anos a construção do parque, que atualmente é apenas simbólico, em consequência disso é proposto então o Campus Parque da Ceilândia, ocupando as proximidades dos campi, fazendo o necessário para evitar o aumento do número de ocupações desordenadas no espaço de conservação e criando uma área para atender as necessidades de lazer e recreação que os habitantes tanto anseiam. O campus parque tem como objetivo conectar-se ao tecido urbano da cidade, fazendo o que atualmente os campi da UnB não fazem, que é conectar o campus com a urbanização. No caso da Ceilândia, ocupando os vazios urbanos presentes na localidade, integrando em harmonia com a região, valorizando os espaços e as pessoas. O benefício do parque, principalmente para Ceilândia, é ressaltar a importância da vegetação, pois essas resgatam em nós funções ligadas à satisfação estética e sensorial, assim como a amenização da aridez, o embelezamento da cidade e diversificação da paisagem (GUZZO, 1997; MAGALHÃES; CRISPIM, 2003).
Fig. 2 – Pista de Acesso ao IFB com vista da UnB ao lado direito - Ceilândia. Fonte: Google Earth.
A cidade é um organismo conectado, Sergio Tenório (2017) diz que além de um organismo conectado, a cidade é viva e tem sua própria personalidade, e que os sujeitos na cidade assumem os espaços sociais, assumindo características peculiares, mesmo que com objetivos diversos, ele finaliza seu texto expondo que a partir dessas características a cidade cria suas significativas formas de representação. A partir disso justifica-se que o propósito do trabalho é buscar essas características da população da cidade e associar ao anseio de um parque, criando um parque funcional e representativo.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
9
OBJETIVOS Objetivos Gerais 1. Propor um Campus Parque integrado com espaços para atividades que atraem e provoquem positivamente a população, buscando trazer a comunidade para esses ambientes, aproximando crianças, jovens, adultos e idosos para um espaço compartilhado, tendo uma maior interação entre moradores, estudantes e visitantes com a natureza e a educação. Buscar a revalorização do espaço atualmente existente.
Objetivos Específicos 1. Proporcionar áreas de lazer, esportes, cultura e contemplação ou fruição da natureza, ajudando a preservar a ÁRIE JK com um uso social ambientalmente sustentável; 2. Propor uma forma que tente visar no melhor modelo para os estudantes de ambos os campi e para as pessoas que serão recebidas no local; 3. Criar um Campus Parque que busque uma maior aproximação com a comunidade, concebendo atividades para toda a população local e com espaços para a comunidade em geral, fazendo com que ocorra essa integralização; 4. Requalificar o espaço urbano da região próxima, a partir desse espaço; 5. Remeter sutilmente a uma arquitetura nordestina, buscando aproximar a população que é majoritariamente do Nordeste, mas que tenha aspectos igualmente da própria população como arte, cordel, hip-hop, rap e grafite. Uma arquitetura e paisagismo que represente movimento, pois Ceilândia é o movimento; 6. Criar um paisagismo que favoreça a vegetação local do Centro-Oeste, e principalmente as existentes na Ceilândia, como as árvores frutíferas presentes em grande escala; 7. Respeitar, associar e agregar propostas que já foram de certa forma pensadas para o local de implantação; 8. Resolver os vazios urbanos presentes em vasta escala nessa região.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
10
CONTEXTUALIZAÇÃO
11
CONTEXTO E PRETEXTO O Safari urbano A ideia do projeto do Campus Parque surgiu a partir de uma atividade ocorrida na Ceilândia, o Safári Urbano, que é uma metodologia de análise e projeto de calçadas focada na experiência do pedestre, foi iniciado no ano de 2018 e concluído em 2019, através dele surgiu a necessidade dessa intervenção devido à grande quantidade de vazios urbanos observados no local. O projeto foi realizado pela associação Andar a Pé, tendo como coordenação geral, Wilde Cardoso Gontijo Jr e coordenação técnica, Benny Schvarsberg, houve a participação da comunidade, instituições não governamentais e governamentais, tendo a população sugerido o parque no local, considerando a já previsão de implantação do mesmo na ARIE JK. O Rotas do Andar – Ceilândia teve como propósito avaliar o caminhar nos espaços urbanos da cidade, junto com os moradores foram escolhidos três pontos para ocorrer o Safári Urbano, e em cada um foram definidos de três a cinco trajetos para serem percorridos. Cada local com seu trajeto ficou da seguinte forma: Ceilândia Centro, com quatro trechos; Ceilândia Sul, quatro trechos similarmente; Ceilândia Norte, com cinco trechos percorridos.
Fig. 3 – Safari Urbano – Ceilândia. Fonte: Caderno final - Rotas da Cei – Fotografo: Rafael Ribeiro Gontijo.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
O Safari Urbano analisou em conjunto com comunidade seis (6) aspectos: 1 - Conectividade, explorando a conexão das calçadas, as estações de metrô, equipamentos públicos e paradas de ônibus; 2 – Acessibilidade, se a calçada era acessível a todos os tipos de usuários; 3 – Segurança que os pedestres sentiam ao andar nas calçadas da cidade; 4 – Diversidade, verificação da “variedade contínua” de usos, elementos arquitetônicos e atividades que pudessem acontecer próximas a calçada; 5 – Escala do Pedestre/ Complexidade, análise da atratividade das calçadas, se eram interessantes para os pedestres, e se eram desenhadas na escala de percepção sensorial do pedestre; 6 – Sustentabilidade/ Resiliência Climática, explorando a arborização existente para os pedestres, e elementos que protejam os usuários da chuva ou insolação próximos a calçada. Ao fim do projeto ocorreram propostas para de solucionar esses problemas da caminhabilidade na cidade, projetos esses realizados por arquitetos e urbanistas moradores da Ceilândia em conjunto com a comunidade e a Andar a Pé, sendo apresentadas para a população na Casa do Cantador.
Fig. 4 – Mapa com os 3 pontos escolhidos para a análise do Safari Urbano – Fonte: Caderno Rotas do Andar - Ceilândia. 12
Os Campi e os Parques
Os Campus Parques não são existentes no Brasil, porém, há diversos casos mundo afora, no país os campi são apenas universitários, normalmente isolados e não se integram com os usos das comunidades. Em Brasília temos os exemplos dos quatro campi da UnB: Asa Norte (1962), Gama (2011), Planaltina (2006) e Ceilândia (2008), sendo este trabalho voltado ao campus da Ceilândia. Eles não são integrados ao tecido urbano das cidades e áreas urbanas, dessa forma não sendo implantados ao uso intenso da comunidade. Devido a essa falta de integração entre campus e faculdade, os campi aos finais de semana ficam ociosos, pois há uma certa distância das instituições com a área maior urbanizada, ocorrendo de forma mais grave na UnB da Ceilândia, do Gama e de Planaltina, gerando além de um simples problema, um conflito urbano que poderia ser previamente evitado. No ano de 2018 o Instituto Semeia realizou uma pesquisa sobre parques naturais urbanos de seis grandes regiões metropolitanas do Brasil, foram: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Manaus e Brasília, nela foram gerados gráficos sobre a experiencia dos habitantes com o parque, o que é muito significativo para compreendermos que esse problema não é apenas característico da população da Ceilândia, mas de todo Brasil. Aqui serão apresentados alguns desses gráficos para nossa melhor compreensão.
Gráfico. 1 – Parques Naturais – Frequência de Visitação. Fonte: Semeia – Parques do Brasil. CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Gráfico. 2 – Parques Naturais – Barreira à visitação. Fonte: Semeia – Parques do Brasil.
Gráfico. 3 – Parques Naturais – Motivações para visita. Fonte: Semeia – Parques do Brasil. 13
Fig. 5 – UnB da Ceilândia. Fonte: Geoportal.
Fig. 7 – UnB de Planaltina. Fonte: Geoportal.
Fig. 6 – UnB da Gama. Fonte: Geoportal.
Fig. 8 – UnB de Plano Piloto. Fonte: Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
14
Campus da UnB da Ceilândia e IFB
Macedo discorre que um parque urbano é um espaço livre público, dedicado ao lazer da massa urbana e por vegetação, que atende a uma ampla diversidade de solicitações de lazer, tanto esportivas quanto culturais. Aqui podemos considerar o Campus Parque como um Parque Urbano qualificado com a presença dos campi acadêmicos existentes, é a ampliação da concepção tanto do Campus Acadêmico quanto do Parque Urbano. As áreas verdes são extremamente importantes para a cidade, parques e paisagens de aspecto natural, sendo essas significativas para os habitantes das zonas urbanas, principalmente para a população da Ceilândia e ainda mais para os estudantes dos campi acadêmicos.
O Instituto Federal de Brasília (IFB) foi inaugurado em julho de 2015, na Área Especial entre a Faculdade de Ceilândia da UnB e a linha do metrô, com aproximadamente 10.500m² de área construída, de acordo com o site do Instituto Federal de Brasília, o Campus tem capacidade para 1200 estudantes, 100 servidores e 20 funcionários públicos. O IFB tem foco em cursos técnicos, cursos de curta duração de Formação Inicial e Continuada (FIC) e curso superior de Licenciatura em Letras.
O contato direto com a natureza é o que permite à mente humana desenvolver ideias a partir da fonte original que deu origem à possibilidade de pensar. Ela nos coloca em contato com nossa própria intimidade mental, orientando-nos a pensar com autenticidade, aproximando os sentimentos dos pensamentos e, consequentemente, das ações, resgatando, assim, um equilíbrio psíquico, tão fundamental nos tempos modernos. A natureza nos conduz às bases formativas de nossos próprios valores sobre o mundo em que vivemos e de nossas relações com ele. (MENDONÇA, 2012, p. 95). Fig. 9 – Localização IFB. Fonte: Geoportal.
Podemos dizer que a cidade contemporânea tem nos parques urbanos fortes aliados, às atividades de lazer, aos equipamentos e ao movimento. Ele nos ajuda a religar e reencontrar com a natureza, refletindo um ideal e um imaginário sobre ela.
Fig. 10 – IFB. Fonte: Instituto Federal de Brasília - Edu. CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
15
O Campus da Universidade de Brasília da Ceilândia, conhecida como FCE, Faculdade de Ceilândia, foi inaugurada no ano de 2008, fruto da elevada demanda social da comunidade local para o acesso à universidade pública e gratuita e dos movimentos sociais, o plano decorreu em definitivo no Programa de Desenvolvimento Institucional (PDI), de 2002 a 2006, que além da criação da FCE foi incluso a criação dos campi de Planaltina e Gama. O Campus Ceilândia é composto apenas por cursos na área de saúde. A Faculdade ocupa um terreno de 20ha e conta com três edifícios, Unidade de Ensino e Docência (UED), Unidade Acadêmica (UEC) e Módulo de Serviços e Equipamentos Esportivos (MESP), podendo atender daqui alguns anos mais de cinco mil alunos. A FCE possui um Plano Diretor elaborado no ano de 2008 pelas professoras de Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU/UnB) Marta Adriana Bustos Romero e Liza Maria Souza de Andrade, em sua totalidade a proposta viabilizaria o terreno com diversos edifícios de múltiplas e múltiplos tamanhos, formas e disposições, contribuindo principalmente ao meio ambiente, o plano foi pensado de forma a integração com os edifícios já existentes na época, da Unidade de Ensino e Docência, Unidade Acadêmica.
Fig. 11 – Implantação do Projeto do Plano Diretor do Campus UnB. Fonte: Plano Diretor FCE. CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 12 – Perspectivas do Projeto do Plano Diretor do Campus UnB Campus UnB. Fonte: Plano Diretor. FCE 16
Ceilândia e a ARIE JK A região administrativa foi criada em 1971, no lado oeste do Distrito federal, “CEI” lândia, sigla procedente de Campanha de Erradicação de Invasões, foi projetada pelo arquiteto Ney Gabriel de Souza (1971-1972), possui dois eixos cruzados em ângulo de 90 graus, formando a figura de um barril, devido a ser áreas de grandes proporções projetadas podem ter gerado os vazios hoje existentes na cidade.
A cidade recebeu de uma só vez quase 80 mil habitantes provenientes das ocupações do IAPI e das Vilas Tenório, Bernardo Sayão, Esperança e Morro do Querosene, que foram transferidos com o argumento de que nessa área haveria infraestrutura capaz de atender as solicitações dos moradores, de fato haveria uma melhor estrutura, mas o GDF na época queria “limpar” as proximidades do centro de Brasília, que eram habitadas por candangos trabalhadores e suas famílias, vindos principalmente do Nordeste para tentar uma nova vida na nova Capital do Brasil. De acordo com Pimentel (2017) o GDF acreditou que só alcançaria uma solução verdadeira para esse, considerado por eles “problema” por meio de uma ideia que contemplasse também questões econômicas, sociais e culturais, criando assim a Secretaria de Serviços Sociais do Distrito Federal, responsável pela transferência dos moradores, teve como objetivo de conter o grande fluxo migratório que acontecia na época causador do “inchamento” demográfico. Ceilândia foi uma das primeiras cidades-satélites (nome dado inicialmente as cidades do Distrito Federal) passando a ser nomeada como uma região administrativa, RA IX, criada através da Lei n.° 49/89 e o Decreto n° 11.921/89, por desmembramento da RA III – Taguatinga. O projeto de Ney Gabriel foi pensado em núcleos de cheios e vazios, distante 33 km da Rodoviária do Plano Piloto, ocupa uma área urbana de 29,10 km²(PPAD 2018).
Fig. 13 – GDF-Secretaria de Serviço Social. (1973) Os eixos cruzados de Ceilândia e as quatro partes simétricas do Plano Piloto de Ceilândia – Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
17
Fig. 14– Mapa da distância entre Ceilândia e Rodoviária do Plano Piloto. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
18
A ARIE JK localiza-se entre as Regiões Administrativas de Ceilândia, Samambaia e Taguatinga. De acordo com o Instituto Brasília Ambiental, a área sofreu inúmeras alterações pela sua ocupação - lançamento de lixo, uso indiscriminado dos recursos hídricos, o parcelamento de chácaras em lotes - foram fatores que contribuíram para o empobrecimento da biodiversidade outrora existente. A Área de Relevante Interesse Ecológico tem cerca de 2.306 há e está inserida na Área de Proteção Ambiental - APA do Planalto Central em Ceilândia, Samambaia e Taguatinga e situa-se na unidade hidrográfica do rio Melchior, abrangendo as microbacias dos córregos de Taguatinga e do Cortado, e do ribeirão Taguatinga (IBRAM).
Fig. 15 – Mapa da ARIE JK entre Ceilândia, Samambaia e Taguatinga. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
19
CONDICIONANTES
20
DETERMINANTES E CONDICIONANTES Dados Socioeconômicos Segundo dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios – PDAD do ano de 2018 (CODEPLAN, 2018), Ceilândia juntamente com Pôr do Sol/ Sol Nascente, possuía uma população de 432.927 habitantes, com renda domiciliar média mensal de R$ 3.144,70, já a remuneração média de trabalho principal foi de R$ 1.926,84. Constatou-se que a Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual – TMGCA (CODEPLAN, 2015) da cidade era de 3,25% na Ceilândia Tradicional e 9,26% no Pôr do Sol e Sol Nascente.
Acerca do deslocamento para o trabalho, a maior parte dos trabalhadores informaram utilizar ônibus, 49,2%, em segundo lugar, com 30,7% o principal meio de transporte foi automóvel, 6,8% informaram o uso de metrô, 3,7% reportaram utilizar motocicleta, 2,7% a bicicleta; e com um número bastante expressivo, 17,4% disseram que caminhavam o local de trabalho, 23,4% desses informaram que a duração do trajeto era de até 15 minutos.
A pesquisa mostra que 52,1% dos habitantes são do sexo feminino, e a idade média de 31,9 anos, observou-se que em 20,8% dos domicílios há casais com apenas um filho. Na Região Administrativa – RA, 51,8% da população com 14 anos ou mais se declararam solteiros (CODEPLAN, 2018).
Esses dados do PDAD–2018, com certeza foram afetados negativamente com a chegada da pandemia do COVID-19 que se alastrou de forma significativa na maior cidade da Brasília Metropolitana, Ceilândia, de acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) a Região Administrativa foi a mais afetada na capital com mais de 40 mil contaminados e 7.172 mortos, até o mês de abril de 2021.
No que se refere a origem dos moradores, 58,45% informaram ter nascido no próprio DF, os que disseram que não nasceram no Distrito Federal, o estado mais reportado foi Piauí, sendo esses 16,4%. A motivação do chefe do domicílio a mudar e/ou retornar a Ceilândia – DF, foi principalmente para acompanhar parentes/ reunião familiar, com a porcentagem de 44,4%, outros 39,2% responderam que o principal motivo foi devido ao trabalho ou a procura (CODEPLAN, 2018). Em relação ao trabalho, 50,4% das pessoas com 14 anos ou mais estavam ocupadas, a população desocupada era de 10,1%, mas devido ao período crítico da pandemia com certeza esses números foram alterados, dessa forma, aumentando o número de pessoas desocupadas. A pesquisa apurou que 34,7% se encontravam na situação classificada como “nem-nem” que se dá a parcela da população de 18 a 29 anos que nem trabalha, nem estuda. Entre os moradores 38,3% informaram que trabalhavam em outra Região Administrativa, 36,6% trabalhavam na Ceilândia, e 25,1% no Plano Piloto, 64,2% dos entrevistados disseram trabalhar do setor de serviços, e 25,7% no seguimento de comércio. Cerca de 87% dos domicílios informaram que possuem ruas asfaltadas e 99% declararam possuir conexão geral de energia elétrica (CODEPLAN, 2018).
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
21
Legislação A Região Administrativa é regida pelo Plano Diretor Local - PDL de Ceilândia, instituído pela Lei Complementar n°314, de 1º de setembro de 2000. O PDL é o instrumento básico para o desenvolvimento urbanos e territorial das Regiões Administrativas do Distrito Federal, estabelecendo regras essenciais para uso e ocupação de solo, porém os usos atuais não seguem de todo o PDL, devido ao crescimento desordenado da cidade, a tornando a maior RA do DF e menor que apenas 42 cidades brasileiras, segundo a Codeplan. De acordo com o PDL local, o lote do Campus Parque da Ceilândia se localiza na Zona Urbana de Dinamização, que tem como objetivo promover a dinamização territorial de Ceilândia, em sintonia com as RA´s Taguatinga e Samambaia, promovendo integração físico-funcional entre as três regiões, preservando a qualidade dos recursos naturais, do meio ambiente e do espaço público. Situando-se também na Área do Centro Regional que da mesma maneira tem o objetivo de integração urbana entres as cidades de Ceilândia, Taguatinga e Samambaia, com destinação a universidade pública, biblioteca pública, teatro e museu, compatibilizando com as condicionantes ambientais, principalmente na preservação da Área de Relevante Interesse Ecológico Juscelino Kubitscheck – ARIE JK.
Fig. 16 – Mapa do Macrozoneamento da Ceilândia - Fonte: Instituto de Planejamento Territorial e Urbano do DF.
O lote se caracteriza na categoria L2, indicado como um de menor restrição, juntamente com a Universidade de Brasília da Ceilândia – FCE e o Instituto Federal de Brasília – IFB Campus Ceilândia, os lotes da categoria L2 são vedados para uso residencial, com exceção de residência para zelador. Quanto aos critérios urbanos a Lei qualifica que a permeabilidade do solo deve ser de no mínimo 30% para lotes com área superior a dois mil metros quadrados, o que é o caso. Deve-se evitar a criação de grandes áreas de estacionamento público, com uma vaga para cada 25m², e é permitido a construção de marquises sobre área pública.
Fig. 17 – Mapa PDL - Ceilândia - Fonte: Instituto de Planejamento Territorial e Urbano do DF. CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
22
O terreno tem uma área de um pouco mais de 120 hectares, segundo a Lei de Uso e Ocupação do Solo – LUOS, que é o instrumento que estabelece parâmetros e critérios de ocupação e uso do solo para lotes e projeções nas Regiões Administrativas do DF, a área não tem um uso definido, o lote do Campus Parque permeia até a Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE JK, considerando o fato de não haver um uso discriminado que abrange toda o terreno, fica permitido a utilização para o Campus Parque, tendo em vista os usos institucionais existentes dos campi da UnB-FCE e do IFB, pode ser inserindo novos usos como pequenos comércios e quiosques no local para atender toda comunidade.
Fig. 18 – Mapa de Uso do Solo e Ocupação do Solo. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
23
Dados Ambientais Ceilândia é cercada por duas Áreas de Proteção Ambiental – APA, ao fim da Ceilândia Norte está a APA do Rio Descoberto e mais a oeste da região se encontra a APA do Planalto Central. As APAs têm a finalidade de proteger a diversidade biológica do local, controlando o processo de ocupação e assegurando a sustentabilidade do uso. O terreno que se propõe o Campus Parque se encontra dentro da Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE JK, que tem como objetivo preservar o ecossistema local juntamente com o desenvolvimento de atividades de recreação e lazer, educação e agropecuárias, a área está diretamente ligada a APA do Planalto Central.
Fig. 19 – APA do Planalto Central e ARIE JK. Fonte: TERRACAP
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
24
MAPA HIDROGRÁFICO DO DISTRITO FEDERAL
oG
od
irã be
15°30'0"S u de
Es
ta
ni s
a
RIO PRETO
la u
go
Bu ritis
éia o reg C ór
r Có
r e go La jes
Córre
r re
daíba go Pin
l
ão eir R ib
ro io Ar
Maranhão
São Francisco
Rio Preto Lago Paranoá Corumbá São Marcos
em
Córr e g o
ro
Pipir
Ba
rb
i
ei r o
tinga Taba
Córrego Es
treito
g o C ariru
Malh a d a
Riac
o Me ho d
o Lam
io
arão
R io J a r
d
Rio Preto
ei ri n
ha
SÃO MARCOS
BACIAS HIDROGRÁFICAS
Tocantins/Araguaia
ar
eg o
s Pedras
Ri
be
ir ã
o S ão B ernar do
m
to
REG.HIDROGRÁFICAS
Paraná
Vi rg
rt a Ma S. ão
n
ué Muq
Rib eir
T a ma
ac ho
B
o sé
15°50'0"S
go
Córrego da
i
15°40'0"S
o vi ã Ga
eu Colm
go
eg o Córr
C
eg o
go
na
oJ
go
em
Ri o S ão go
Córr
rr e
i r ão S a n t a
o nd á Fu du
Có
be
ri t Bu
Córr
R
h
B art
P r ão da
go
C ó rreg o S ã
Có rre jad in
R i b e irã
o
ad o
e
ri pi Pi
Ra
Có rre
Có rre
Tor Córrego Pau
eg
lag
Aç
i ro o nte
Ri o M C ó r re go
da ap u
rre Có
Ri
Ri oA
al
rre Có
16°0'0"S
o M on j o lo
n r ão T a b o ca
i be
C ó rr
rra as C
o
eg
re g
nh
ca
Pi re
ão
o Jo
a gu
olo m
a
a
m
M at o
ó
´Á ad
Rio Par anoá
Cór r ego T a bo qu
Ri
Va go
eg
r
C ór s
o dr
sL
da
re ji
Pi da íb a go
o nh
zi
Va u o eg Có rr
r
B
o
rr Có
aj e
g rre Có
e oC
Ji
im
ho
d inho
ot Gr
Ribei
o Cafèz
a is
o
ice
s
ei
m
os
b ra
M
a
Ca
go
go
Córreg
i bó
o
nd
eg o V
re
r ór
a
So
sé Jo
g rre Có eto Pr
R i acho F u
C ó rr
de
Pi
o
rre
B e nção
da
an Gr
e nt
C
ar
Ta
re g Cór
ar a
ra
pi v
qu
o Ri
ap e oT
Ca
o
o
re g
o
re
r
a mambaia
a ng
ha ia V e l
eg
g re
LAGO PARANOÁ
Sa
Có rr
Cór
u
o
go re ór Có r C re go Reti r o d o
t Ex
oS
Sã
g
o
r eg
rr e
Có
r Có
CORUMBÁ
en ng oE
rto
i ar qu
rã
Cór
C
rr
To
pa
Có
r
e
C ór
Ribe
i
zi nh o
up
od o
R
Có
do
ei
Ri
i
o Có rr eg
rr eg
o
Có
irã
Rio Descoberto
Ban a na
rã
vo
ib e
a Fo
ib
ei
Córrego Atoleiro
SÃO BARTOLOMEU
o
a
g em
oa
ad Ve
oS al t
go
io No
ta
o
r re
R ib
B
Ri
a ur
Có
re Ve da
o rr Có r r e g Có
go Sít
r
u da
Córre
ão Sa n ta
Fa
Pa r a n
Córrego
o
ir be
o
nh
rr a
Ri
Ta
Ba
o
a
ti
r e go M onjo l
o
ha
a gu
C ór
o
go
Co zi do
r a nh ã
s
47°20'0"W
t
do
õS
Limite do Distrito Federal
Hidrografia
Ta
ns ã
ça be
ir a
a m ba i
LEGENDA
Corpos d'água
go
e i ra
47°30'0"W
R i o Ma
ava
s
i
rre Có
o P al m
oC
io
rã
r ês
s d a s Ped ra C ór r e g Currais o
i or
Sa
órre g
Córrego Se randi
R
lc h
go
Ca
Me
ma
ção Buriti Ti
be i
Có rre
t ão
bro
e i rã
R
Ri
oT
eg rr
Có r
G
alo
go
Ri
Córrego
u ra c o
go
ro
oS
i o Son hi m
eirã o
re g
rre Có
o eg
be
rre Có
l
ã
Ri
ur o
Rib
R ib
r
o
Irm
a
rig
Cór
s
rre Có
oi s
l ho
Có
eg
s
az i n
RIO DESCOBERTO D go
r ã o do B
Ri o Ma ranh ã o C
R
i
l
ato b rego J
O
or t oT
r ra Cu
r
do
47°40'0"W
g re
Có r r e g o M i
o eg C ór
do
ão
na
o
ea
eir
MARANHÃO
Có rr
Có
Ri b
da
li Sa
d
io
s
Ro
rrr Có
O terreno está inserido na Região Hidrográfica do Rio do Paraná, na Bacia Hidrográfica do Rio Descoberto, assim como toda Ceilândia, sua principal Sub-Bacia é a do Rio Melchior, formado pelos córregos Taguatinga e Guariroba.
go
or
al m a aP
rr
r re
d ea
R
im up
Ba
or t ad Pu
go
Có
oC
go
ã oc
res go Zé Pi
rre Có
irão d
o
C do C
r eg
g rre
rre Có Córre
m
ór
Có
be
lm
Ri
é ceg as
47°50'0"W
Có rre
d o Sal
o
A
Ri
48°0'0"W
Córrego Chapadinha
48°10'0"W
ho
Quanto a Integração Ambiental, que se conceitua na conexão de ecossistemas, que corresponde à ligação entre os sistemas naturais ou com poucas ações do homem, abaixo do terreno proposto percorre a faixa do conector ambiental de Ceilândia, que tem como finalidade resgatar a vocação socioambiental dos espaços nele inserido entre os ecossistemas, ao longo de um conector ambiental se encontram áreas institucionais (Embrapa, Aeronáutica, etc.) , unidades de conservação, Áreas de Preservação Permanente, espaços de destinação urbana e rural e parques, que será o caso aqui proposto.
4,5
São Bartolomeu Rio Descoberto
® 0
4,5
Produção:
9
km
Escala 1:450.000 Sistema de Coordenadas Geográficas Datum Planimétrico SAD - 69
Fonte: PGIRH/DF
Fig. 20 – Mapa Hidrográfico do Distrito Federal. Fonte: ZEE-DF
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
25
Segundo o Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE, a área de estudo se localiza na Zona Ecológico-Econômica de Dinamização Produtiva com Equidade – ZEEDPE 2, que tem como objetivos assegurar a requalificação urbana, particularmente das áreas centrais dos núcleos urbanos ,inserir atividades produtivas com baixo potencial poluidor e baixa consumo de recursos naturais, assim como consubstanciar sistemas de Áreas Verdes Permeáveis Intra-Urbanos e definir estratégias e infraestrutura viária compatíveis com riscos ecológicos da zona.
Fig. 21 – Mapa Hidrográfico do Distrito Federal. Fonte: Adasa
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
26
LEGENDA Cursos DÁgua CRH 2016 risco_aquifero 1 2 3 4 5
Fig. 22 – Mapa Risco Aquífero. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
LEGENDA Cursos DÁgua CRH 2016 risco_erosao 0 1 2 3 4 5
Fig. 23 – Mapa Risco de Erosão. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
27
LEGENDA risco_contaminacao 0 1
LEGENDA Cursos DÁgua CRH 2016 risco_cerrado 2
2
3
3
4
4
5
5
Fig. 24 – Mapa Risco de Contaminação. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 25 – Mapa Risco do Cerrado. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
28
Vegetação De acordo com o Diagnóstico Ambiental (NCA, 2006), a ARIE Parque JK possui uma grande diversidade biológica, na qual grande parte percorre pelo terreno proposto. A pesquisa por ser do ano de 2006 pode haver incoerências devido as ocupações ocorridas no local até o presente ano de 2021, porém é uma pesquisa importante devido o seu detalhamento da vegetação. O cerrado é composto por um mosaico de tipos vegetais com formações Florestais, Savânicas e Campestre, cujo sistema diferencia os tipos fisionômicos do Cerrado, sendo, Matas de Galeria, Cerrado Sentido Restrito, Campo Sujo, Campo Limpo e Campo com Murundus. Todos esses tipos estão presentes na ARIE JK, porém a classe predominantemente dominante é o Cerrado Sentido Restrito, que de acordo com a pesquisa, ocupa 57,97% do total da Área de Relevante Interesse Ecológico. Essa se subdivide em oito tipos, denso, típico, ralo, rupestre, parque de cerrado (ou campu de murundu), palmeira e vereda. Seus principais tipos arbóreos são: jacarandá (Machaerium opacum), murici (Byrsonima crassa), pequi (Caryocar brasiliense), ipê amarelo (Tabebuia ochracea) e lobeira (Solanum lycocarpum.
Fig. 27 – Murici (Byrsonima crassa). Fonte: Sementes do Xingu.Selvagem.
Fig. 28 – Lobeira (Solanum lycocarpum. Fonte: Bioporã.
Fig. 26 – Jacarandá do Cerrado(Machaerium opacum). Fonte: Natureza Selvagem.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
29
SÍNTESE GRÁFICA
30
LOCALIZAÇÃO
Fig. 29 – Mapa do DF. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
31
O terreno está localizado na Região Administrativa de Ceilândia, onde se localiza os edifícios da UnB da Ceilândia e o IFB, de frente a Avenida Elmo Serejo, próximo também a Estação de Metrô Ceilândia Sul e ao lado da via DF-459. Há poucos comércios no entorno, praticamente nenhum no entorno imediato, fazendo com que seja necessário os alunos e servidores se deslocarem atravessando a principal via de acesso Ceilândia-Taguatinga para encontrar algum comércio.
Fig. 30 – Mapa de Ceilândia. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
32
O local de implantação do Campus Parque possui duas paradas de ônibus em sua frente, consideravelmente próximas uma da outra, tendo capacidade de atrair a comunidade e potencial de grande fluxo, atualmente sendo somente da comunidade acadêmica do local.
Fig. 31 – Ponto de ônibus próximos e estação de metrô. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
33
A cidade de Ceilândia concentra uma grande quantidade de vazios urbanos e no terreno trabalhado não poderia ser diferente, os arredores dos campi atualmente são majoritariamente consumidos pelos vazios, consequentemente com falta ou vegetação precária, tornando o local bastante árido.
Fig. 32 – Mapa de cheios e vazios no entorno do Campus Parque. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
34
No entorno o gabarito dos edifícios é predominantemente baixo, geralmente de 5 metros de altura. O mapa das alturas das edificações indica que maior parte dos edifícios acima de 5m de altura se encontram nas áreas centrais próximas ao terreno.
Fig. 33 – Mapa de Altura das edificações. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
35
Fig. 34 – Perspectiva do Terreno com as alturas dos edifícios do entorno. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
Fig. 35 – Perspectiva lateral do Terreno com as alturas dos edifícios do entorno. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
Fig. 36 – Perspectiva frontal do Terreno com as alturas dos edifícios do entorno. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
36
Perfil do Terreno O local de implantação é irregular e possui um decaimento de 1245 metros ao longo de aproximadamente 12.000 metros, com inclinação máxima de 15% nas áreas mais próximas ao Córrego Taguatinga e inclinação média de 8%, dessa forma, não sendo desconfortável para os futuros pedestres do local
Fig. 37 – Perfil de elevação do Terreno. Fonte: Autoral com base nos dados do Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
37
Planta Bioclimática Devido ao clima de Brasília , que é classificado como tropical de altitude e caracterizado por dois periodos bem definidos: um quente-seco e outro quente-úmido, considerando também a escassez de vegetações, foi necessário inserir os equipamentos do Parque envoltos de novas vegetações. O projeto aproveita a ventilação predominante que vem do Leste, voltando as aberturas dos equipamentos cobertos para essa direção. A fachada Oeste é a de maior insolação no Distrito Federal, consequentemente o projeto busca evitar aberturas e equipamentos de longa permanência orientados para essa direção.
Fig. 38 b – Planta Bioclimática. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal.
Fig. 38 a – Carta solar e rosa dos ventos. Fonte: Autoral com base nos dados georreferenciados do Geoportal. CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
38
Caminhos Informais
Fig. 39 – Mapa de caminhos informais. Fonte: Autoral com base nos dados Google Earth.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
39
Vias do entorno
Fig. 40 – Mapa de vias do entorno. Fonte: Autoral com base nos dados de Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
40
Levantamento Fotográfico No dia 14 de abril de 2021 foi realizada uma visita ao terreno para experenciar sensivelmente as características visuais perceptivas e físicas do mesmo, ocorrendo entre aproximadamente 12:50 até 16:30 para observa-lo em duas situações climatológicas, no horário em que a temperatura estava mais elevada e ao fim do dia com um clima mais ameno. Constatou-se novamente a aridez no terreno, com vegetações dispersas, normalmente quando as árvores surgiam, estavam próximas umas das outras, podendo ser observado mais à frente no mapa de adensamento arbóreo. No local há algumas barreiras visuais de vegetação, principalmente ao lado do Instituto Federal. Devido a corte no terreno em que foi implantado, existem pequenos morros de terra assimétricos, também observou-se diversas erosões. Mais ao centro do lote há uma área de descarte irregular de lixo, a frente da curva dos trilhos do metrô há outra Fig. 41 – Visita ao terreno. Foto Autoral
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
41
PONTO EM QUE A FOTO FOI TIRADA
Fig. 43 – Visita ao terreno. Foto Autoral
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 42 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 44 – Visita ao terreno. Foto Autoral
42
Fig. 45 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 47 – Visita ao terreno. Foto Autoral
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 46 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 48 – Visita ao terreno. Foto Autoral
43
A vegetação na fachada lateral direita e posterior do IFB forma uma barreira
PONTO EM QUE A FOTO FOI TIRADA
Fig. 50 – Visita ao terreno. Foto Autoral CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 49 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 51 – Visita ao terreno. Foto Autoral 44
PONTO EM QUE A FOTO FOI TIRADA
Fig. 53 – Visita ao terreno. Foto Autoral
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 52 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 54 – Visita ao terreno. Foto Autoral
45
PONTO EM QUE A FOTO FOI TIRADA
Fig. 56 – Visita ao terreno. Foto Autoral
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 55 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 57 – Visita ao terreno. Foto Autoral
46
Fig. 58 – Visita ao terreno. Foto Autoral
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 59 – Visita ao terreno. Foto Autoral
47
PONTO EM QUE A FOTO FOI TIRADA
Fig. 61 – Visita ao terreno. Foto Autoral CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 60 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 62 – Visita ao terreno. Foto Autoral 48
PONTO EM QUE A FOTO FOI TIRADA
Fig. 65 – Visita ao terreno. Foto Autoral CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 63 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 64– Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 66 – Visita ao terreno. Foto Autoral 49
PONTO EM QUE A FOTO FOI TIRADA
Fig. 68 – Visita ao terreno. Foto Autoral CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 67 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 69 – Visita ao terreno. Foto Autoral 50
PONTO EM QUE A FOTO FOI TIRADA
Fig. 71 – Visita ao terreno. Foto Autoral CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 70 – Visita ao terreno. Foto Autoral
Fig. 72 – Visita ao terreno. Foto Autoral 51
Adensamento Arbóreo - Terreno
Fig. 73 – Mapa de adensamento de árvores. Croqui autoral
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
52
Visuais
Fig. 74 – Mapa de visuais. Fonte: Autoral com base nos dados de Geoportal.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
53
Tipos de solo No terreno do Campus Parque é formado por quatro tipos de solos, sendo: Cambissolo, possuem características variadas, mas sua textura sempre é mais fina ou média e apresentam pedras em sua massa; Gleissolo, é caracterizado pela presença elevada de lençol freático e riscos de alagamentos e inundações frequentes, normalmente mais plano e mais argiloso; Plíntossolo Pétrico, dispõem da presença de uma camada mais endurecida, dificultando a penetração de raízes nesse tipo de solo; e Latossolo Vermelho-Amarelo, é considerado um bom solo para vegetações dependendo de sua classe, esse tipo de solo constitui em uma camada superficial rica em matéria orgânica, são classificados como profundos e arenosos (Embrapa).
Fig. 75 – Mapa tipos de solo. Fonte: Levantamento pedológico de Bacia Hidragráfica do Ribeirão TaguatingaDF - Embrapa
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
54
Escoamento de Águas Pluviais
Fig. 76 – Mapa escoamento de águas pluviais. Croqui autoral com projeção do Geoportal.
Fig. 77 – Croqui escoamento de águas pluviais 1. Croqui autoral com projeção do Geoportal.
Desenho sensível a água O projeto tem como objetivo respeitar a drenagem natural do terreno, preservando ao máximo os fluxos da água com sistemas de infiltração (trincheira de infiltração, pavimentos permeáveis, poços de infiltração, canteiros de biorretenção, etc.), e dispositivos de retenção (pequenas bacias de retenção e de infiltração).
Fig. 78 – Croqui escoamento de águas pluviais 2. Croqui autoral com projeção do Geoportal. CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
55
Fig. 80 – Biovaleta - Portland - EUA Fonte: ResearchGate
Fig. 79 – Lago de Contenção em Normandia - França - Fonte: Calvados
Fig. 81 – Biovaleta - Seattle, EUA. Foto: Nathaniel S. Cormier
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
56
O Centro Metropolitano O projeto de Centro Metropolitano que intercorre entre Ceilândia e Taguatinga, iniciando onde atualmente é o terreno da UnB e chegando até as proximidades do Detran de Taguatinga, foi proposto pela TERRACAP e SEDUMA (atualmente SEDUH) no ano de 2010. Não foi encontrado um grande acervo do projeto, mas nele é previsto equipamentos urbanos e instituições de lazer e promoção da educação e cultura, bibliotecas públicas, museus, teatros e centros artísticos-culturais, onde a maioria ocorreria na parte onde se situa Taguatinga, no projeto há uma via parque que corta todo o Centro pela ARIE JK, passando por trás da UnB e do atual Centro Administrativo de Brasília, localizado em Taguatinga onde se encontra desativado. Essa via será aproveitada no projeto do Campus Parque, adequando-se ao que será proposto.
Fig. 82 – Restrições à ocupação – Centro Metropolitano. Fonte: Terracap.
Fig. 83 – Sistema Viário Proposto para o Futuro Centro Administrativo do DF. Fonte: Terracap, 2010.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
57
Fig. 84 – Projeções das futuras instalações do Centro Metropolitano - usos do solo e equipamentos urbanos previstos. Fonte: SEDUMA
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
58
Parques na ARIE JK A ARIE JK é contemplada atualmente três parques, sendo: Boca da Mata, localizado entre Samambaia e Taguatinga; Onoyama, em Taguatinga; e o parque Três Meninas, localizado na Samambaia.
Fig. 84 – Boca da Mata, entre
Fig. 86 – Onoyama, Taguatinga -
Samambaia e Taguatinga - Fonte:
Fonte: Geoportal
Geoportal
Fig. 87 – Três Meninas, Samambaia- Fonte: Geoportal CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
59
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
60
No Brasil não há referências de Campus Parque, os campi existentes aqui são só universitários, e em grande parte isolados do resto da cidade como pudemos observar. Para referência nesse trabalho, foi necessário uma abordagem no exterior, onde o uso de Campus Parque é típico pelas universidades, aqui será apresentado um exemplo interessante. Nesta etapa também serão apresentadas referências de cercamento, alameda e parque.
Umeå Campus Park Projeto: Thorbjörn Andersson + Sweco Architects O Campus Parque se encontra na Universidade de Umeå, fundada na década de 1960, aproximadamente na mesma época que a Universidade de Brasília.
Fig. 88 - Umeå Campus Park – Fonte: Archdaily
O projeto é composto por trilhas para caminhada, terraços organizados em torno de um lago artificial e 23.000m² de decks. Os passeios no parque tecem-se entre os pontos, chamados de pontos interesse social, que variam de tamanho, os maiores são mais animados em sua composição já os menores menos animados para o pedestre, oferecendo assim uma maior intimidade aos visitantes.
Fig. 88- Umeå Campus Park – Fonte: Archdaily
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 90 - Umeå Campus Park – Fonte: Archdaily
61
Praça dois de julho – Salvador – BA A ideia é que o Campus Parque funcione de dois modos, e em duas partes que serão apresentados na etapa da proposta, onde uma será aberta e sem restrições 24h por dia - localizada a frente da curva do trilho do metrô, e outra funcionando até um determinado horário como os parques de Brasília atualmente. O que precisa ser feito é algo que seja visivelmente permeável, mas ao mesmo tempo, dê o limite ao parque. Para isso buscou-se referências que de certa forma não desvalorizassem o Parque, que não o fizesse parecer algo restrito, pois o parque é para todas e todos. A Praça dois de julho de Salvador oferece a ideia de que o cercamento não desvaloriza o local, quando bem planejado e executado, foi inaugurada no início do século XIX. O cercado é de ferro galvanizado com figuras tropicais, criado pelo artista plástico argentino Carybé.
Fig. 91 - Praça 2 de julho - Salvador - BA - Fonte: Otimizaarte
Fig. 92 - Praça 2 de julho - Salvador - BA - Fonte: Alô Alô Bahia CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
62
Alameda Central – México O parque público é o mais antigo da América Latina, localizado na Cidade do México, possui mais de 400 anos de existência, suas largas calçadas e alamedas fizeram atrair uma maior atenção para o mesmo, considerando-o fundamental para referenciar as alamedas do Campus Parque.
Fig. 93 - Alameda Central - Mexico - Fonte: Guia Mexico
Fig. 94 - Alameda Central - Mexico - Fonte: Guia Mexico CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
63
Parque (Instituto) Inhotim O parque está localizado em Brumadinho, a 60km de Belo Horizonte – MG, ocupa um espaço de 45 ha de jardins, foi aberto ao público pela primeira vez em 2004, porém sua inauguração foi apenas em 2006. O paisagista brasileiro Roberto Burle Marx, foi colaborador em alguns dos jardins do parque, dessa forma, o parque contempla uma extensa coleção botânica de espécies tropicais raras e um acervo artístico com relevância internacional. O parque foi escolhido como referência, devido seu programa e sua extensa coleção tanto de botânica, quanto de arte contemporânea, além disso, é considerado o maior museu a céu aberto da américa latina. Fig. 96 - Parque Inhotim - Brumadinho - MG - Fonte: G1 Globo
Fig. 95 - Parque Inhotim - Brumadinho MG - Fonte: G1
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 97 - Parque Inhotim - Brumadinho - MG - Fonte: Minas Ecoturismo
64
Boxes – Taguaparque Por fim, essa é uma referência de estudo que – não – deve ser seguida, na parte da área comercial do Taguaparque, localizado em Taguatinga – DF, nele podemos observar que os boxes estão localizados de frente para a Estrada Parque do Contorno, via de intenso fluxo, pode-se observar que mesmo estando dentro do parque, aparentemente não foram feitos para pedestres e caminhantes, pois há grandes bolsões de estacionamento e poucas calçadas no entorno, assim como a carência de vegetação, tornando visivelmente um local árido, problema não apenas dessa área mas de todo o parque. Com isso surgiu a necessidade de criar o pequeno centro comercial mais ao Centro do Campus Parque, podendo assim atender a todos os públicos.
Fig. 98 - Boxes comerciais, Taguaparque - Fonte: Google Maps
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 99 - Boxes comerciais, Taguaparque, vista pela via EPCT - Fonte: Google Maps
Fig. 100 - Boxes comerciais, Taguaparque, vista pela via EPCT - Fonte: Google Maps
65
DIAGNÓSTICO
66
Potencialidades
Problemas
Soluções
- Vegetação nativa relativamente preservada;
- Lote bastante irregular, deve-se ter uma maior atenção ao projetar;
- Aproveitar da geomorfologia do terreno para criar um desenho mais sensível a água, servindo também como proteção ambiental;
- Poucas edificações existentes, devido a ARIE JK, porém com algumas chácaras na mesma, facilitando para intervenções; - Grande potencialidade de visuais com paisagens naturais e vistas interessantes para inserção de mirante; - Usos institucionais de intenso fluxo diário, possibilitando um uso bastante variável.
- Sistema viário existente no local desfavorável ao pedestre; - Poucas arvores e vegetações, torna o terreno árido; - Não há calçadas e quando há não são adequadas para os pedestres e cadeirantes; - Uso do solo pouco diversificado, só uso institucional atualmente; - Ocupação irregular da ARIE JK; - Ausência de paisagismo adequado; - Espaço pouco ou nada utilizado durante fim de semana;
- Integrar as atividade e usos do Campus Parque com as paisagens naturais aproveitando a vegetação nativa e incorporando com um paisagismo adequado e criar um uso de educação ambiental; - Criar potencial turístico na área, gerando atividades e empregos; - Requalificar, ou melhor, qualificar o sistema viário que passa dentro no terreno; - Otimizar a infraestrutura atualmente existente; - Criar espaços conectados entre si e com a natureza; - Criar uma identidade visual para o local; - Realçar áreas públicas e privadas, no caso, diferenciar e separar o parque das chácaras existentes.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
67
PROPOSTA - ESCALA GLOBAL
68
CONCEITOS
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
69
SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
70
Estação de Metrô Campus Parque Ceilândia No projeto é proposto uma estação de metrô próxima a curva dos trilhos, de frente para a Caixa d’água Mirante, para isso foi necessário um estudo para viabilizar essa possiblidade, com isso foram analisadas as distâncias das estações de metrô da Ceilândia próximas ao terreno, tornando assim viável a proposta. Da Estação Ceilândia Centro até a Estação Guariroba são 930m, da Estação Guariroba até a da Ceilândia Sul são 820m. A distância entre a Estação Ceilândia Sul e Centro Metropolitano é de aproximadamente 2100m, tornando essas as mais distantes entre si, considerando as aqui analisadas, dessa forma, faz-se necessária uma estação entre as elas. O intenso fluxo de alunos das instituições existentes no local, também justifica a criação da estação.
EST. CENTRO METROPOLITANO
1200m
EST. CAMPUS PARQUE (PROPOSTA)
900m
EST. GUARIROBA
820m 930m
EST. CEILÂNDIA SUL
EST. CEILÂNDIA CENTRO
Fig. 101 - Distância das estações de metrô da Ceilândia Sul. Fonte: Autoral com base nos dados do Geoportal. CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
71
Conceituação, fluxos e zoneamento Os fluxos propostos foram considerados respeitando a topografia irregular do terreno, com esses interligando os pontos do parque aos edifícios universitários atualmente existentes, onde ocorrer os caminhos dos pedestres também haverá ciclovias. Os fluxos de pedestres e ciclistas for am pensados de modo que evitasse ao máximo a ligação direta com o fluxo dos carros para impedir que ocorram acidentes. Na área que faz parte da ARIE JK foi proposto uma via parque respeitando a ideia do projeto original da TERRACAP e da SEDUH (antiga SEDUMA) mas com uma nova configuração, a estação de metrô se localiza em frente a Caixa d’água que busca retomar a configurações da Torre de TV de Brasília, conectando com uma forma que remete a Caixa da Água de Ceilândia. A via parque serve como a separação entre o público (Campus Parque) e o privado (chácaras existentes).
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Fig. 102 - Terreno com vista para o viaduto do metrô - Estação Ceilandia Sul . Fonte: Google Earth.
72
ORDENAMENTO ATUALMENTE EXISTEN TE
LIMITE DO TERRENO CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
ARIE JK 73
PROPOSTA
O projeto tem como objetivo, buscar a sensibilidade visual e sensorial do visitante através das formas orgânicas do calçamento, das vias, e dos edifícios propostos. As formas orgânicas implantadas no parque tiveram como objetivo representar o movimento da cidade, cidade essa de pessoas que batalham para conquistar seus objetivos, muitas vezes saem de suas casas pela manhã, até mesmo de madrugada e retornam ao fim do dia. Essa forma representa o retorno, e que permita trazer a sensibilidade dos caminhantes, ciclistas motorista e em que nela permearem.
LIMITE DO TERRENO ARIE JK EDIFÍCIOS EXISTENTES EDIFÍCIOS PROPOSTOS EQUIPAMENTOS DE LAZER LAGOS DE CONTENÇÃO PAV. PERMEÁVEL PRAÇAS
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
74
VIAS E ACESSOS A via que corta o Campus Parque foi projetada para ser uma via coletora de baixa velocidade, denominada “Via 30”, assim como a da UnB Darcy Ribeiro, localizada no Plano Piloto. Essa via foi projetada pensando na integração entre os campi e o parque, não a fragmentação dos mesmos. O projeto foi pensado de forma que os pedestres e ciclistas possam percorrer o parque sem obstáculos, com isso, todas os acessos e vias em seu perímetro possuem faixa elevada, diminuindo drasticamente o risco de acidentes aos visitantes. Nas vias propostas, foi utilizado asfalto drenante, mesmo possuindo um tempo de vida útil inferior ao asfalto convencional, vale sua inserção, pois os benefícios para o meio ambiente são essenciais no projeto. VIA PRINCIPAL/PRIMÁRIA VIA SECUNDÁRIA VIA TERCIÁRIA CALÇADA/CICLOVIA CAMINHOS SUSPENSOS CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
ACESSO PRINCIPAL ACESSO SECUNDÁRIO ARIE JK LAGOS DE CONTENÇÃO
75
DETALHAMENTO CAMINHOS SUSPENSOS
500
Régua plástica 480x15x5 Ripa metálica Corrimão metálico Guarda-corpo metálico Iluminação LED embutida em perfil "U"
092
070
160
Régua plástica 480x15x5
Banzo superior metálico Ø50 - soldada Diagonais em estrutura metálica Ø15 - soldada Diagonais em estrutura metálica Ø50 - soldada
180
Guarda-corpo metálico
Corrimão metálico
Dmá
x=2
00
Pilar metálico Ø30
Projeção - banzo superior metálico Ø50 - soldada
Detalhe - Passarela/ Caminhos suspensos Projeção - pilar metálico Ø50
0
2,5
5
10
Os caminhos elevados (passarelas) foram inseridos no setor de preservação ambiental, de forma a preservar o ambiente local que se encontra dentro da ARIE JK.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
76
FUNCIONAMENTO
FUNCIONAMENTO LIMITADO ATÉ ÀS 00H FUNCIONAMENTO LIVRE 24H LAGOS DE CONTENÇÃO LIMITE ARIE JK CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
77
CERCAMENTO Assim como os parques aqui referenciados e os existentes na Brasília metropolitana, ou até mesmo em outros estados, ocorre o fechamento do espaço, é um assunto sensível, pouco falado, mas algo que é necessário um trabalho só visualmente, mas funcionalmente também. Dessa forma, a proposta para o fechamento parcial do parque foi pensada de modo que fosse algo visualmente permeável e que não agredisse os olhos, assim como o da Praça dois de julho, localizada em Salvador, Bahia.
CERCAMENTO VISIVELMENTE PERMEÁVEL LIMITE ARIE JK LAGOS DE CONTENÇÃO
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
78
Cercamento Barra metalon 300x300mm Pilar metálico 10x10cm Barra metalon 300x300mm Barra metalon 200x200mm 170
No desejo de permeabilidade visual, chegou-se ao elemento aqui distrito, um cercamento de apenas 1,70m de altura de metalon, com formas volumétricas que remetam ao desenho do parque.
200
Barra metalon 200x200mm Pilar metálico 10x10cm
Detalhe - Cercamento/ Gradil 0
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
1,5
2,5
5
79
ZONEAMENTO O projeto é composto por seis setores, sendo: setor institucional metrô; setor educacional, que abriga os campi existentes; setor comercial; setor de lazer e cultura; setor de preservação e por fim o centro, que comporta diversas atividades presentes em outros setores. Os setores de lazer e cultura e o de preservação foram subdivididos, de forma que o que está dentro da delimitação da ARIE JK, possui um programa mais restrito e o que está fora, um programa mais completo.
CENTRO SETOR INST. METRÔ SETOR EDUCACIONAL
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
SETOR COMERCIAL SETOR DE LAZER E CULTURA SETOR DE PRESERVAÇÃO
SETOR DE LAZER E CULTURA (ARIE JK) SETOR DE PRESERVAÇÃO (ARIE JK)
80
Programa de necessidades 1
4
-
-
Lago artificial
-
1
Praça de alimentação aberta
400m²
1
Vestiários/ Banheiro
80m²
2
Sub. Inst. Educacional
Área
Quant.
Quadra Poliesportiva
432m²
1
Administração do Parque
600m²
1
Portaria/ Recepção
18m²
3
Anfiteatro/ Concha acústica
500m²
1
Vestiários/ Banheiro
80m²
2
Centro de Educação Ambiental
200m²
1
Teatro/ Cinema
1000m²
1
Memorial Educacional
500m²
1
Área/ centro comercial (refeição e compras)
1500m²
1
Pista de cooper
-
-
Mirante
300m²
1
Pista de Caminhada
-
-
Pista de skate
800m²
1
Ciclovia
-
-
-
-
Lago artificial / conteção
-
-
Praça do estudante
400m²
1
-
-
Estacionamento Campus UnB
-
1
48m²
1
Estacionamento Campus IFB
-
1
-
1
Vestiários/ Banheiro
80m²
2
400m²
1
Espaço para reuniões estudantis
200m²
1
225m²
1
Área de exposições estudantis
500m²
2
Quadra Poliesportiva
432m²
1
Cafés/ espaços para alimentação
50m² un.
2 ou 3
Sub. Lazer e Cultura
Área
Quant.
Quad. Poliesp.
Quad. Poliesp.
Pista de Skate
Playground
Qu
ad
. Vo
lei
Lago artificial / conteção
Qu
ad
. Vo
lei
Qu
ad
. Vo
Praça
lei
Academia ao ar livre Área aberta para reuniões cominitárias
- 1
Área coberta para exposição de artes
1000m² un.
2 ou 3
Centro Aquático
5000m²
1
Museu da Ceilândia
200m²
1
Churrasqueiras
15m²
1 com 23
Sub.Centro - Institucional metrô
Área
Quant.
Anfiteatro/ Concha acústica
300m²
1
Estação do Metrô - Campus Parque
1800m²
1
Praça
150m²
1
Playground
48m²
1
-
-
Pista de cooper
-
-
-
-
Pista de Caminhada
-
-
Ciclovia
-
-
Ciclovia
-
-
Área/ centro comercial (refeição e compras)
1500m²
1
Lago artificial / conteção
-
1
Estacionamento
-
Banheiro
80m²
2
Sub. Comercial
Área
Quant.
Área/ centro comercial (refeição e compras)
1500m²
1
Pista de cooper
-
-
Pista de Caminhada
-
-
Ciclovia
-
-
Lago artificial
-
1
Praça de alimentação aberta
400m²
1
Vestiários/ Banheiro
80m²
2
Sub. Inst. Educacional
Área
Quant.
Administração do Parque
600m²
1
Anfiteatro/ Concha acústica
500m²
1
Centro de Educação Ambiental
200m²
1
-
-
-
-
Quad. Poliesp.
Pista de Skate
Quad. Poliesp.
Quad. Poliesp.
Playground
Pista de cooper
Quad. Poliesp. Quad. Poliesp.
Pista de Caminhada
500
Ciclovia
Quant.
Ciclovia
4
-
Área
Pista de Caminhada
3
-
Centro
Pista de cooper
2
Pista de Caminhada
CENTRO Memorial Educacional
Playground
SUB. CENTRO INST. METRÔ SUB. CENTRO EDUCACIONAL
Pista de cooper
Pista de Caminhada
Ciclovia CAMPUS PARQUE CEILÂNDIA Lago-artificial / conteção
SUB. CENTRO COMERCIAL 1 500m² SUB. CENTRO LAZER E CULTURA SUB. CENTRO PRESERVAÇÃO - 1
5
Lago artificial / conteção
6
1
Praça cultural
400m²
1
Academia ao ar livre
225m²
1
Vestiários/ Banheiro
80m²
2
Cafés/ espaços para alimentação
50m² un.
2 ou 3
Sub. Esportes e contemplação e preservação
Área
Quant.
Quadra Poliesportiva
432m²
1
Campo de vôlei
162m²
2
Campo de futebol
1125m²
2
Pista de cooper
-
-
Pista de Caminhada
-
-
Ciclovia
-
-
Lago artifical/ contenção
1
Academia ao ar livre
225m²
1
Caminhos suspensos
-
-
Vestiários/ Banheiro
80m²
2
Praça Contenplação
400m²
1
LAGOS DE CONTENÇÃO SUB. CENTRO LAZER E Espaços CULTURAtemáticos (ARIE JK) para grupos de corridas, ciclistas.. Quadra(ARIE de areia 230m² SUB. CENTRO PRESERVAÇÃO JK) Cafés/ espaços para alimentação
50m² un.
1 2 ou 3
81
Tabela de uso e ocupação do solo TABELA DE USOS E OCUPAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES USO
ÁREA
TX OCUP
TX PERM
ALT MAX
SUBSOLO
Portaria/Recepção
25m²
100%
-
6m
não permitido
Vestiários/ Banheiro
100m²
100%
-
6m
não permitido
Teatro/ Cinema
1300²
80%
20%
12m
permitido
Área/ centro comercial (refeição e compras)
72m²
100%
-
6m
não permitido
Mirante
2000m²
70%
30%
100m
não permitido
Área coberta para exposição de artes
1000m²
100%
-
12m
permitido
Museu da Ceilândia
500m²
80%
20%
12m
permitido
Estação do Metrô - Campus Parque
1800m²
100%
-
12m
permitido
Administração do Parque
3000m²
70%
30%
12m
não permitido
Anfiteatro/ Concha acústica
1000m²
80%
20%
12m
permitido
Centro de Educação Ambiental
300m²
100%
-
12m
não permitido
Memorial Paulo Freira
500m²
100%
-
8m
permitido
Centro de exposições
500m2
100%
-
12m
permitido
Centro Aquático
5000m3
100%
-
12m
permitido
* ALTURA DO MIRANTE 75m
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
82
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
83
Paisagismo Produtivo Paisagismo Produtivo Anonna ssp (araticum) Gera um fruto típico do cerrado, parecido com a pinha, porém com a casca mais dura. É aproveitado para confecção de licor e doces.
Caryocar ssp (pequi) Árvore médio porte, é um símbolo do Cerrado. Seus frutos são preparados com arroz e muito apreciados. Faz-se também um licor. É uma espécie de crescimento bastante lento.
Fig. Fig. 10503 -
Pequi . Fonte:
Fig. Fig. 103 01 - - Araticum . Fonte:
Embrapa
Stryphnodendron adstringens (barbati mão) Árvore de pequeno porte, característica de cerrado aberto.
Magonia pubescens (tingui) Árvore de médio a grande porte, possui um fruto grande e marrom, que a distingue das outras. Adapta-se bem a qualquer tipo de solo.
Qualea ssp (pau-terra, pau-detucano) Árvore de médio a grande porte, muito comum no relas vistosas e fruto característico, em forma triagular.
Fig. 107 04- - Pau-terra . Fonte:
Toca verde
Árvores Bioma Cerrado
Pouteria ramiflora (curriola) A árvore pode atingir até 6m de altura com o copo entre 4 a 6m, sua os meses de outubro a fevereiro.
Fig. 104 02- - Barbatimão .
Fonte: Toca do Verde
Fig. Fig.106 04 -- Tingui
planta da vez
CaMPUS PaRQUe - Ceilândia CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
. Fonte: A
Fig. Fig. 108 06 - - Curriola . Fonte:
Embrapa
66 84
PLANTA DOS SISTEMAS HÍDRICOS
BIOVALETAS CAIXA D’ÁGUAS MIRANTE DUCHAS ABASTECIMENTO DAS DUCHAS CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
LIMITE ARIE JK LAGOS DE CONTENÇÃO
85
DRENAGEM URBANA No projeto foram utilizados as biovaletas, que são pequenas depressões lineares que substitui o tubo de drenagem convencional, normalmente utiliza-se vegetação em sua superfície, o que é o caso utilizado no projeto do Campus Parque. As biovaletas ainda realizam o processo de limpeza da água pluvial, ao mesmo tempo em que aumentam seu escoamento, essa água dirige-se para o sistema convencional de retenção e detenção das águas. Os lagos de contenção, chamados também de bacia/lago de detenção, tem como objetivo reter um determinado volume de água nos picos de chuva, e liberando esse volume gradativamente, minimizando assim, o impacto no corpo da Água.
Fig. 109 - Lago de detenção. Fonte: Klipartz.
No projeto esses lagos foram implantados de forma precisa, onde há um maior volume de escoamento de águas pluviais, fazendo com que essa água seja reutilizada para regamento de jardins ou usos externos.
Fig. 110 - Biovaleta. Fonte: Altea Urbanismo.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
86
CORTES TRANSVERSAIS
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
87
CORTES LONGITUDINAIS
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
88
L
CORTE VIÁRIO Corte viário 1 0
5
15
30
Playground
Quad. Poliesp. Quad. Poliesp.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
7,00
6,30
7,00
2
3,50
VIA
CANTEIRO
VIA
CANTEIRO
CALÇADA COMPART.
2 CANTEIRO
Corte L-L'
3,50 CALÇADA COMPART.
L
Playground
89
CORTE VIÁRIO M
Corte viário 2 0
5
15
30
Playground
Quad. Poliesp. Quad. Poliesp.
Playground
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
3,5
2
7
4
7
2
3,5
2
2,5
2
5
CALÇADA COMPART.
CANTEIRO
VIA
CANTEIRO
VIA
CANTEIRO
CALÇADA COMPART.
CANTEIRO
CICLOVIA
CANTEIRO
CALÇADA COMPART.
M
Corte M-M'
90
CORTE VIÁRIO N
Corte viário 3 0
5
15
30
Playground
Quad. Poliesp. Quad. Poliesp.
Playground
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
2
2,5
2
7
2
2,5
2
5
12,5
5
CALÇADA COMPART.
CANTEIRO
CICLOVIA
CANTEIRO
VIA 30
CANTEIRO
CICLOVIA
CANTEIRO
CALÇADA COMPART.
CANTEIRO
CALÇADA COMPART.
N
Corte N-N'
5
91
O
CORTE VIÁRIO Corte viário 4 0
5
15
30
Playground
Quad. Poliesp. Quad. Poliesp.
7 VIA DO ESTACIONAMENTO
4,8 CANTEIRO
5 CALÇADA COMPART.
VIA 30
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
1,3 2,5 CICLOVIA
9,75
CICLOVIA CANTEIRO
2 CANTEIRO
Corte O-O'
2,5 CALÇADA COMPART.
O
Playground
92
CORTE VIÁRIO Corte viário 5 0
5
15
30
P
P
Playground
Quad. Poliesp. Quad. Poliesp.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
9
2
5
10
13
7
3,5
5
11,50
2,5
2
5
CALÇADA
CANTEIRO
VIA
CANTEIRO
VIA
CANTEIRO
CALÇADA COMPART.
CANTEIRO
CICLOVIA
CANTEIRO
CALÇADA COMPART.
2
CALÇADA
Corte P-P'
1,7 2,5
CANTEIRO
7
CANTEIRO
Playground
93
PLANTA GERAL
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
94
PERSPECTIVA GERAL
ADMINISTRAÇÃO
MEMORIAL PAULO FREIRE
CAIXA ÁGUA MIRANTE IFB
UnB/FCE
ESTAÇÃO CAMPUS PARQUE
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
95
PROPOSTA - ESCALA LOCAL
96
MATERIAIS permeáveis em todo parque
Madeira plástica encapsulada cor Ipê
Piso drenante camurça 40x40x06
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
Ciclovia - Piso drenante vermelho 10x10x06
Piso drenante cinza 40x40x06
Asfalto Permeável
Piso drenante natural 40x40x06
97
DETALHE Setor educacional
Flamboyant (Delonix regia) Edifício existente no Plano Diretor da FCE
Memorial Paulo Freire Jatobá do cerrado (Hymenaea sp) Pau-terra (Qualea parviflora) Jerivá (Syagrus romanzoffiana) Calçada compartilhada 5m - Piso drenante cinza 40x40x06 Piso drenante camurça 40x40x06 Recepção/ Guarita Banco - Madeira plástica encapsulada cor Ipê - Largura 80cm Jardineira amarela Biovaleta Pau-doce (Hovenia dulcis) Novo edifício da FCE - Unid. de Ensino e Pesquisa Faixa elevada Ciclovia - Piso drenante vermelho 10x20x06
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
98
DETALHE Setor institucional metrô
Jerivá (Syagrus romanzoffiana) Ipê rosa (Handroanthus heptaphyllus) Banheiro/ Vestiários Pau-terra (Qualea parviflora) Piso drenante camurça 40x40x06 Curriola (Pouteria ramiflora) Lago de contenção Abrigo de passageiros Calçada compartilhada 5m - Piso drenante cinza 40x60x06
Banco - Madeira plástica encapsulada cor Ipê - Largura 80cm Comércio Flamboyants (Delonix regia) Jardineira amarela
Trilhos do metrô
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
99
DETALHE Setor de lazer e cultura
Playgraund Área para churrasco Ponte Lago de contenção
Jerivá (Syagrus romanzoffiana) Academia ao ar livre Jardineira amarela Banheiro/ Vestiários Piso drenante natural 40x40x06 Curriola (Pouteria ramiflora) Calçada compartilhada 5m - Piso drenante cinza 40x60x06 Pequi (Caryocar brasiliense) Comércios Ducha Flamboyants (Delonix regia)
Pau-doce (Hovenia dulcis) Anfiteatro/concha acústica Banco - Madeira plástica encapsulada cor Ipê - Largura 80cm
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
100
DETALHE Setor de lazer e cultura
Jardineira amarela Jatobá do cerrado (Hymenaea sp) Ciclovia - Piso drenante vermelho 10x20x06 Pau-doce (Hovenia dulcis) Banco - Madeira plástica encapsulada cor Ipê - Largura 80cm Piso drenante camurça 40x40x06 Calçada compartilhada 5m - Piso drenante cinza 40x60x06 Comércios Caixa d’água mirante Pau-terra (Qualea parviflora) Ipê amarelo (Handroanthus albus) Flamboyants (Delonix regia) Museu da Ceilândia Playgraund Quadra Poliesportiva Caju do cerrado (Anacardium humile) Sucupira-branca (Pterodon pubescens) Estação de Metrô Campus Parque Centro de Educação Ambiental Ducha Banheiro/ Vestiários
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
101
DETALHE Setor comercial
Pequi (Caryocar brasiliense) Pau-terra (Qualea parviflora) Pau-doce (Hovenia dulcis) Curriola (Pouteria ramiflora) Piso drenante natural 40x40x06
Anfiteatro/concha acústica Banco - Madeira plástica encapsulada cor Ipê - Largura 80cm Calçada compartilhada 5m - Piso drenante cinza 40x60x06 Banheiro/ Vestiários Jardineira amarela Lago de contenção Flamboyants (Delonix regia) Comércios Ciclovia - Piso drenante vermelho 10x20x06 Via 30 - Asfalto Permeável
Área para churrasco
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
102
DETALHE Setor comercial e setor de preservação
Quadra de futebol Jardineira amarela
Caju-do-cerrado (Anacardium humile)
Pequi (Caryocar brasiliense) Pista de Skate Curriola (Pouteria ramiflora) Calçada compartilhada 5m - Piso drenante cinza 40x60x06 Piso drenante camurça 40x40x06 Piso drenante natural 40x40x06 Quadra Poliesportiva Comércios Quadra de futebol Ducha Banheiro/ Vestiários Flamboyants (Delonix regia) Academia ao ar livre Recepção/ Guarita
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
103
DETALHE Setor de preservação
Pau-doce (Hovenia dulcis)
Caminho suspenso de madeira em decorrencia da topografia acidentada Curriola (Pouteria ramiflora)
Calçada compartilhada 3m - Piso drenante cinza 40x60x06 Calçada compartilhada 5m - Piso drenante cinza 40x60x06 Ciclovia - Piso drenante vermelho 10x20x06
Lago de contenção
Guarita
Faixa elevada
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
104
DETALHE Setor educacional com vista da conexão entre os campi FCE e IFB
Instituto Federal de Brasília Pau-terra (Qualea parviflora) Ipê amarelo (Handroanthus albus) Ipê amarelo (Handroanthus albus) Ciclovia - Piso drenante vermelho 10x20x06
Via 30 - Asfalto Permeável Faixa elevada Banco - Madeira plástica encapsulada cor Ipê - Largura 80cm
Curriola (Pouteria ramiflora)
Calçada compartilhada 5m - Piso drenante cinza 40x60x06
Comércios Quadra de Futebol existente Piso drenante natural 40x40x06
Estacionamento
Piso drenante camurça 40x40x06 Restaurante Universitário - UnB
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
105
DETALHE Comércio Esquadria em alumínio Madeira plástica encapsulada cor Ipê Removível Vidro
Telha sanduíche - I=5%
0,90
2,95
2,95
Madeira plástica encapsulada cor Ipê
2,95
Madeira plástica encapsulada cor Ipê
Porta 2.10x90
2,95
12
Madeira plástica encapsulada cor Ipê Removível
2,88
3,06
2,95
Vidro Esquadria em alumínio
No projeto foram utilizados as biovaletas, que são pequenas depressões lineares que substitui o tubo de drenagem convencional, normalmente utiliza-se vegetação em sua superfície, o que é o caso utilizado no projeto do Campus Parque. As biovaletas ainda realizam o processo de limpeza da água pluvial, ao mesmo tempo em que aumentam seu escoamento, essa água dirige-se para o sistema convencional de retenção e detenção das águas.
6
Detalhe - Tipologia dos comércios 0
2,5
5
10
Os lagos de contenção, chamados também de bacia/lago de detenção, tem como objetivo reter um determinado volume de água nos picos de chuva, e liberando esse volume gradativamente, minimizando assim, o impacto no corpo da Água. No projeto esses lagos foram implantados de forma precisa, onde há um maior volume de escoamento de águas pluviais, fazendo com que essa água seja reutilizada para regamento de jardins ou usos externos.
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
106
PERSPECTIVA
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
107
PERSPECTIVA
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
108
PERSPECTIVA
CAMPUS PARQUE - CEILÂNDIA
109
CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto do Campus Parque, cumpriu seu objetivo de ocupar um grande espaço vazio, de uso monofuncional educacional, em um espaço multifuncional, abrangendo atividades que contemple todos os moradores da cidade e da Brasília metropolitana. A ocupação ampla do terreno abrangeu positivamente diretrizes urbanísticas e paisagísticas para o terreno, preservando o que foi necessário ser preservado, como por exemplo a ARIE JK e ocupando o necessário. Através da proposta, o terreno demostrou ser capaz de acomodar, articular e proporcionar melhorias à urbanidade da Ceilândia, visto que emergiram espaços que colaboram com a sociabilidade de múltiplas formas como, contemplação, lazer, conforto e eficiência através das conexões entre as malhas urbanas do antigo com o novo. O novo foi implantado sem que houvesse desmantelamento do antigo, tal como, as áreas ocupadas por chácaras permaneceram, concebendo assim a separação do público com o privado, por meio das vias parque. Ressalta-se também a junção dos espaços com as pessoas e das pessoas com a natureza, tornando os conceitos de conexão e movimento em uma idealização verissímil.
110
AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, que me deu a vida, e a disposição de poder acreditar que eu sempre poderia ir mais além, e alcançar meus objetivos.
Agradeço a associação Andar a Pé, e aos coordenadores, pela oportunidade de fazer parte desse incrível projeto.
Agradeço e dedico esse trabalho à minha mãe, Kátia, ao meu pai, Gircinei e a minha irmã, Karen, e a todos os meus familiares, que sempre persistiram para que eu nunca viesse desistir, mesmo em meio às dificuldades, pelo apoio no percorrer deste trabalho, e por sempre torcerem por mim em todos os momentos e sempre estarem comigo.
Agradeço aos colegas de trabalho da Secretaria de Transporte e Mobilidade, principalmente à Diretora de Terminais e Mobiliário Urbano, Thais Regal, pela compreensão em todo o decorrer do trabalho.
Agradeço a todos professores da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-UnB), que permitiram-me ir mais longe, transferindo não apenas conhecimento teóricos e práticos das disciplinas, mas lições para a vida. Em especial agradeço ao meu orientador Benny Schvarsberg, que durante 3 semestres me acompanhou pontualmente, dando todo auxílio necessário para a elaboração do Ensaio Teórico e da Diplomação. Que me ensinou a enxergar os olhos com um olhar crítico, mas mais sensível ao urbanismo no meu redor, e por ter me guiado no caminho acadêmico de desafios e possibilidades, sempre acreditando nas potencialidades das ideias
Agradeço ao Daniel Melo, por aceitar compor minha banca avaliadora. Que tive o prazer de conhecer durante o projeto Rotas do Andar Ceilândia, no qual foi responsável, juntamente com a Kariny Nery pelo projeto de melhoria da caminhabilidade para a Ceilândia. Agradeço a Universidade de Brasília e à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, pela oportunidade de fazer parte dessa excelente instituição. A todos que me estimularam ou me ajudaram de alguma forma no desenvolver desse.
Agradeço a todos os meus amigos, principalmente os da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - UnB, pelas batalhas e vitórias conquistadas em conjunto. Agradeço à professora Vânia Loureiro, por aceitar compor a minha banca avaliadora e sempre estar disposta para me auxiliar, expelindo seu vasto conhecimento, principalmente na área de urbanismo e paisagismo, que domina com maestria.
111
REFERÊNCIAS MACEDO, Silvio Soares; SAKATA, Francine Gramacho. Parques Urbanos no Brasil. São Paulo: Edusp/Imprensa Oficial de São Paulo, 2002. MELO, Mariana Inocêncio Oliveira. Parques urbanos, a natureza na cidade: práticas de lazer e turismo cidadão. 2013. Dissertação de mestrado em Turismo – Departamento de Turismo, Universidade de Brasília, 2013. FERREIRA, Liz Ivanda Evangelista Pires. Parque urbano. São Paulo, 2007. RAIMUNDO, Sidnei; SARTI, Antonio Carlos. Parques urbanos e seu papel no ambiente, no turismo e no lazer da cidade. São Paulo, 2016. DISTRITO FEDERAL. PDAD – Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios 2018- Ceilândia. Brasília. 2019. SPECK, Jeff. Cidade Caminhável. Tradução de Anita Di Marco e Anita Natividade. Paulo. 2016.
São
112