Miss達o Integral da Igreja Uma vis達o do trabalho social para as igrejas
Hildegarde Pereira
Uma vis達o do trabalho social para as igrejas
Apoios importantes para realização desta obra:
Sobre o Autor: Hildegarde Pereira é Pastor Titular da Igreja O Brasil para Cristo em Curitiba – PR. Militar da Ativa do Comando da Aeronáutica, Presidente da ONG “Projeto Mão Amiga de Curitiba”, também é colunista do Jornal “Folha O Brasil para Cristo” de circulação nacional e apresentador de um dos programas da rádio “Sara Brasil FM – 107,5” e na Rádio AM 790. Possui os títulos de Bacharel em Teologia pela FETEV, Pós-Graduado em Telogia, Lato Sensu, no curso de Liderança e Pastoreio na FTBP, graduação de tecnólogo em automação industrial na UTFPR
Contatos com o autor: “Projeto MãoAmiga de Curitiba” – Pr. Hildegarde Pereira Rua Ireno Marchesini 539, Boqueirão – Curitiba – PR – CEP: 81730-270 projetomaoamiga@terra.com.br –Tel.: 41 3344-9161 / 41 9632-6572
Á minha fiel esposa, Herta Volkmann Pereira, constante e esforçada ajudadora no meu ministério e trajetória. Aos meus queridos filhos, Jéssica Volkmann Pereira e Jefferson Volkmann Pereira, por sua compreensão e afeto. Ao amado primo e irmão em Cristo, Gerson, pelo seu trabalho em realizar a diagramação e a capa deste livro. Á Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo” da cidade de Curitiba na região do Canal Belém, rebanho a qual Deus tem me confiado. Ao Pr. Jonadabe do “ Projeto Jônatas”,instrumento de Deus na minha vida. Ao meu amigo Altevir Gama, Presidente da ONG MOOPAR, pelo apoio e incentivo nas horas mais difíceis. Ao irmão em Cristo, Elder Marafigo, pelo apoio prestado na confecção deste livro. Á minha querida mãe, Francisca Sabino Pereira “in memorian”, pelo seu exemplo de vida. Aos Professores e Parceiros da ONG Projeto Mão Amiga de Curitiba, pelo apoio prestado. A Jesus Cristo, meu amado Salvador e Senhor.
A ação social não deve ser encarada como um ministério dentro da igreja e sim como o ministério da igreja. Vejo na palavra Shalom o ministério da igreja como corpo de Cristo, esta palavra engloba os múltiplos relacionamentos da vida diária. Simboliza a condição ideal de vida para Israel sob a Lei. SHALOM é um estado de totalidade e inteireza, possuído por uma pessoa ou um grupo, que inclui boa saúde, prosperidade, segurança, justiça e profundo contentamento espiritual. Ela traz consigo saúde e uma vida boa (Sl. 38.3; Gn. 15.15). Para um Israelita desejar para uma pessoa “SHALOM”, era desejar para essa pessoa a proteção de DEUS na batalha, ou se estivesse doente, a restauração de sua saúde por DEUS (Dn. 10.19; Jz. 6.23). SHALOM era sinônimo, para uma pessoa, de uma vida boa, por que envolvia um sono repousante, longa vida, prosperidade e uma morte tranqüila no final de sua vida (Gn. 15.1; Lm. 3.17; Sl. 37.11; Jô 5.1926; Lv. 26.6). SHALOM é também para a comunidade. Paz é a condição normal e próspera que DEUS deseja para todo o seu povo em seu relacionamento uns para com os outros. Hoje em meio a um individualismo dentro e fora das igrejas, vejo no Pastor Hildegarde, uma compreensão correta do amor de Deus pelas pessoas com seu PROJETO MÃO AMIGA DE CURITIBA, este valoroso servo de Deus pode expressar o amor de Deus que não se consegue expressar com palavras, mas com ação. Esta obra reflete bem o coração deste nosso irmão, em um desejo de que todos possam alcançar a mesma maravilhosa bênção que é servir o próximo. Pastor Jonadabe Igreja Presbiteriana Shalom – Projeto Jonatas.
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Sumário INTRODUÇÃO ............................................................................... 7 1 – Igreja, sua origem e missão ................................................ 9 Breve Histórico da Missão Integral da Igreja ..................................
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Bases Bíblicas da Missão Integral da Igreja .....................................
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Fatores que influenciaram a negligência cristã ................................
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Responsabilidade Social da Igreja ....................................................
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2 – Ministério específico como Ação Social da Igreja .......... 30 Orientações para implantação de um Ministério Específico ..........
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3 – Contexto histórico, social e eclesiástico na implantação e desenvolvimento de um Projeto Social em uma igreja evangélica ........................................................................ 37 CONCLUSÃO .............................................................................. 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 44 ANEXOS ................................................................................... 45
INTRODUÇÃO “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo” (João 17:18). Este versículo bíblico faz parte da Oração que Cristo fez ao Pai em relação a sua Pessoa e a Igreja. Referente a si Cristo declara que foi enviado a terra com uma Missão que seria consumada na Cruz do Calvário. Quando Ele diz: também eu os enviei ao mundo... Cristo está se referindo a Igreja, pois os Apóstolos foram os primeiros líderes desta que seria fundada no Dia de Pentecostes. O termo Grego ekklesia “Igreja” etimologicamente significa “sair para fora ”, ou seja, comissionada a: “Ide por todo o mundo,pregai o evangelho a toda criatura( Mc 16:15).” A Igreja existe para uma Missão, como fogo existe para queimar. Quando o fogo deixa de queimar, ele deixa de existir. De modo que,quando a Igreja não queima com paixão de tornar Cristo conhecido pelo mundo,ela deixa de ser Igreja – e se transforma num Clube Social. Neste livro estarei focando a Missão Integral da Igreja associada a Ação Social como um Ministério Especifico através da igreja, a fim de promover mudanças substanciais na vida de indivíduos e na coletividade, de uma forma direta e imediata, buscando assim diretrizes que venham transformar pessoas e as estruturas do mundo pós moderno . Com base nas escrituras sagradas estarei definindo a origem e a missão da Igreja, verificando-se na perspectiva do Antigo e Novo Testamento a presença da ação social na igreja primitiva, que vá além de um mero assistencialismo, mas que redimensiona o papel assistencial da comunidade de fé. A ação social pertence à missão da igreja e deve encorajar seus membros à responsabilidade social e à busca da justiça social. Não deve enclausurar-se de maneira a viver em guetos, mas frutificar a realidade da koinonia (envolvimento e compromisso) como conseqüência da justificação pela fé.
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Estarei apresentando uma reflexão teológica que abordará o ministério diaconal no contexto bíblico, onde a ekklesia manifesta esses princípios como algo visível da fé justificadora. Entendendo que a igreja é serva, veio ao mundo para servir e tendo Cristo como exemplo mor, pois é a exemplificação da igreja na prática da ação social. Ação social é evangelismo através da comunhão. A igreja primitiva mostrou sinais de uma igreja social a partir do momento que começou a viver em comunhão. Este grande sinal de ação do Espírito sobre a comunidade, ou seja, a comunhão entre os cristãos, caía na graça do povo, e levava diretamente para o evangelismo. Para tanto, neste livro estarei fazendo uma exposição da Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo” da cidade de Curitiba, como articuladora da ação social no meio da comunidade como símbolo figurativo do aspecto visível da justificação pela fé em Cristo. Por fim, serão apresentados comentários sobre a vida de John Wesley, na Inglaterra, como exemplo de cristão sobre responsabilidade Social da Igreja.
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1 IGREJA, SUA ORIGEM E MISSÃO
Jesus demonstrou compaixão pelos necessitados, operou milagres, alimentou pessoas, mas teve como propósito principal instalar a fé na sua pessoa como Cristo o Filho de Deus que veio para salvar os perdidos. Seu convite foi vinde a mim (Mt 11.28), trazendo como sempre a idéia de paternidade, de acolhida, amparo, mas ao chamar (vinde). Ele também preparou para que fossem por todo o mundo e pregassem o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Jesus deixa assim a grande tarefa de que, assim como Ele amou e se entregou, esta deve ser a missão de todo cristão: não ficar satisfeito apenas porque recebeu amor de Deus, mas porque o amor tende à busca os outros, à luta pelos outros, à entrega aos outros estando disposto até a dar a vida, se necessário. Foi para isto que Ele veio e é com este fim que ele envia. Este é o trabalho que Jesus confiou à igreja que ele mesmo justificou. A palavra Igreja vem do substantivo grego ekklesia, "ek" que significa "fora" e do verbo "kalein" que significa "chamar". Em outras palavras significa "chamados para fora". A Igreja foi chamada para ir ao mundo e não ficar afastada deste. O Senhor Jesus mandou a seus discípulos que assim fizessem. A Igreja não pretende controlar o mundo porque não tem ordem para fazê-lo. Pelo contrario, sabemos que o mundo está controlado por principados e potestades. A igreja mantém viva esta chama de proclamar ao mundo o evangelho, uma vez que a razão de ser da igreja é sua própria missão. Assim a 11
obra missionária da igreja está totalmente relacionada à fidelidade ao mandamento de Jesus. Fazer missão é ir ao mundo solitário a fim de, com compaixão, sujar as mãos, sofrer e gastar-se a serviço do próximo, envolvendo-se com cada um levado pelo amor de Deus. Sobre isto John Stott faz a seguinte declaração: "Missão é a nossa resposta humana à divina comissão. É todo estilo de vida cristão, que tanto inclui evangelismo quanto responsabilidade social, sob a convicção de que Cristo nos enviou, e que é para o mundo, portanto, que devemos ir, para viver e trabalhar para ele". Vê-se então que o cristão que está ativamente preocupado com a justiça social não se preocupa apenas com o "sagrado", mas também com o "secular". Sua preocupação com a comunidade é tão abrangente quanto à de Jesus. O cristão que ama seu próximo não fica apenas conversando, planejando e orando, como os religiosos, mas sai a serviço do seu próximo para promover-lhe tanto o suprimento espiritual quanto o físico. A missão da Igreja se desenvolve em duas esferas, sendo uma de batalha espiritual e a outra em um engajamento histórico e social, e que esta missão nestes dois planos ocorrem ao mesmo tempo e têm características coletivas, pessoais, não só individuais, históricas e sociais, de tal forma que essas características juntas formam a "espiritualidade missionária", que invade toda dimensão da relação humana, que não foge do mundo, mas mergulha dentro dele. Podemos então perceber que a grande comissão surge de uma igreja justificada com o propósito claro de fazer a vontade de Deus. Assim a igreja participa de sua tarefa missionária de espalhar as boas novas por meio de testemunho, de pregação, de viagens missionárias, de boas obras (Tt 3. 2, 8,14), de praticar o bem e a mútua cooperação (Hb 13.16) e de tantos outros meios. Em outras palavras, a ação social é conseqüência da evangelização. O sentido da grande comissão é que devemos ir e fazer discípulos por todo mundo (Mt 28.19, Mc 16.15) onde a igreja rompe as barreiras e fronteiras e vai a todas as partes. No evangelho de João Jesus diz: 12
"Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio". A grande comissão nos faz refletir de como deve ser feita esta obra, pois fica claro nos textos que a obra tem que ser cumprida. Esta missão de evangelização não pode ser apenas anunciar as boas novas , mas tem que haver envolvimento com as pessoas, em amor, uma vez que iniciada não pode ser abandonada, tem que assumir responsabilidades e se esforçar. Norman Lewis faz o seguinte comentário a respeito de se esforçar: "Protestou Paulo" esforcei-me por pregar o evangelho". O trabalho número um de Deus merece o esforço principal do homem. Natam Hale, famoso como guerreiro revolucionário, morreu como espião. Suas patrióticas palavras foram: "Só lamento ter apenas uma vida para dar pelo meu país". Ninguém, homem ou mulher tem mais de uma vida. Uma vida para investir!... Viva de modo que seus esforços tenham significação na evangelização mundial". O crente justificado pela fé tem no seu coração este desejo de servir a Deus. Mesmo que isto lhe custe caro podemos ver que uma vida justificada por Deus tem muita importância no seu reino. Esta tarefa da grande comissão não é para qualquer um, senão para aqueles que já foram justificados por Deus e separados para tão grande obra. O apóstolo Paulo, também nos mostra seu conceito sobre Igreja, quando ele nos diz: Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor (BÍBLIA, N.T. Colossenses 1.13). Também Paulo da ênfase de que todos estávamos perdidos, mortos no pecado, no meio das trevas, a palavra traduzida aqui "transportou" é usada da migração de povos inteiros de uma região para outra. Isto nos dá uma idéia de um êxodo cristão, de todo um povo. E assim quando este povo, a igreja, já libertos da escravidão, percebe outros que ainda estão sob esta mesma escravidão, e ainda assim, se fecham dentro de sua "segurança", como que temendo um inimigo que eles já viram sendo vencido, se acovardam dentro de quatro paredes, mesmo sabendo que o poder Daquele a quem pertencem agora é muito maior. Mas nada fazem por estes, negando-lhes a oportunidade também de libertação, isto os tornam filhos rebeldes, pois toda desobediência é rebelião contra Deus. 13
Cinqüenta dias após a Páscoa, no dia de Pentecostes, um som como um vento impetuoso encheu a casa onde o grupo se reunia. Línguas de fogo pousaram sobre cada um deles e começaram a falar em línguas diferentes da sua, conforme o Espírito Santo os capacitava. Os visitantes estrangeiros ficaram surpresos ao ouvir os discípulo falando em suas próprias línguas. Alguns zombaram, dizendo que deviam estar embriagados (At 2.13). Mas Pedro fez calar a multidão e explicou que estavam dando testemunho do derramamento do Espírito Santo predito pelos profetas do AT (At 2.16-21; Joel 2.28-32). Alguns dos observadores estrangeiros perguntaram o que deviam fazer para receber o Espírito Santo. Pedro disse: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo (BÍBLIA, N.T. Atos 2.38). Cerca de três mil pessoas aceitaram a Cristo como seu Salvador naquele dia (Atos 2.41). Inicia-se a Igreja que conhecemos. Durante alguns anos Jerusalém foi o centro da igreja. Muitos judeus acreditavam que os seguidores de Jesus eram apenas outra seita do judaísmo. Suspeitavam que os cristãos estavam tentando começar uma nova "religião de mistério" em torno de Jesus de Nazaré. É verdade que muitos dos cristãos primitivos continuaram a cultuar no templo (At 3.1) e alguns insistiam em que os convertidos gentios deviam ser circuncidados (At 15). Mas os dirigentes judeus logo perceberam que os cristãos eram mais do que uma seita. Jesus havia dito aos judeus que Deus faria uma Nova Aliança com aqueles que lhe fossem fiéis (Mt 16.18); ele havia selado esta aliança com seu próprio sangue (Lc 22.20). De modo que os cristãos primitivos proclamavam com ousadia haverem herdado os privilégios que Israel conhecera outrora. Não eram simplesmente uma parte de Israel – eram o novo Israel (Ap 3.12; 21.2; Mt 26.28; Hb 8.8; 9.15). Em Atos 11. 19-21, percebemos esta Igreja a se espalhar para fora de Jerusalém. Enquanto isso, os crentes que fugiam de Jerusalém durante a perseguição depois da morte de Estevão viajaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, espalhando a Boa Nova, mas só aos judeus. Entretanto, alguns dos crentes, que foram de Chipre e de Cirene para Antioquia, apresentaram também a alguns gregos a sua mensagem a respeito do 14
Senhor Jesus. E o Senhor favoreceu este trabalho, de modo que um grande número destes não-judeus se tornaram crentes. O desenvolvimento da Igreja de Jerusalém, a partir da conscientização missionária de seus lideres, é claramente observada quando estes aguardando que Cristo voltasse em breve, se uniram como família de Deus, uns se preocupando com o bem estar do outro (At. 2.44-45; 4.34-35), quando vendiam suas propriedades e colocavam o produto destas vendas para serem distribuídos entre todos, afim de que ninguém padecesse necessidade alguma. Apesar desta compreensão equivocada sobre a volta do Senhor Jesus, a igreja demonstrou nestes primeiros passos, o poder de Deus atuando em sua vida. Os apóstolos eram usados como instrumentos de Deus na operação de milagres (At. 5.12-16) que convenceram muitos do povo, de que realmente Deus se agradava deles, e assim, muitos creram e a igreja crescia com tanta rapidez, que necessitou de que fossem escolhidos outros de dentro da igreja para o melhor atendimento ao povo. E mesmo quando, devido as perseguições das autoridades Judaicas, alguns dos apóstolos foram presos, Deus enviou um anjo a libertá-los (At. 5.17-20). É em meio a estas perseguições que surge o personagem de Saulo, não como perseguido, mas como perseguidor. E é a partir da sua conversão, Saulo, agora chamado de Paulo, da seqüência ao crescimento desta Igreja por onde quer que Deus o enviasse. E assim a Igreja é espalhada por toda a terra, o livro de Atos nos mostra a presença da Igreja em Jerusalém, Judéia, Samaria, Província da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia. A Igreja então recebe a orientação de que todos estão debaixo da graça de Deus e que Deus não faz acepção de pessoas (At. 10). Então qual a razão da existência desta igreja? A resposta prontamente seria: "para glorificar a Deus" (Ef 3.10; 1Pe 2.9), mas especialmente para manter a fraternidade entre os cristãos, para dar testemunho ao mundo do nome de Cristo, e para maior extensão dos princípios evangélicos. Assim, muitos definiram missões como razão da existência da Igreja, e desta forma a igreja satisfez o instinto social, e ao mesmo tempo o proveu dos meios a empregar para estabelecer o Cristianismo no mundo. E nisto está o grande valor da igreja: ao passo que enquanto 15
cada crente se salva pela sua união com Cristo, ele é também santificado, não isoladamente, mas em associação com os outros. O lar, a escola, a vila, a cidade, o país, são ilustrações da vida social, que tem religiosamente a sua expressão na igreja.
Breve Histórico da Missão Integral da Igreja O Congresso Mundial de Evangelização (Berlim, 1966) – a primeira grande reunião mundial de evangélicos no século XX estimulou congressos regionais de evangelização em vários continentes. Estes por sua vez contribuíram para o Congresso Internacional de Evangelização Mundial (Lausanne, 1974), que evocou manifestações de opinião de toda a comunidade evangélica, à medida que os participantes se debatiam com as questões da teologia de missão no mundo contemporâneo. O Pacto de Lausanne demonstra que "os evangélicos desenvolveram uma teologia de missão amadurecida, positiva e consistente. Uma das grandes influências nas deliberações do congresso veio através das contribuições de oradores do terceiro mundo. O impacto de líderes como Samuel Escobar e C. René Padilla, através do grupo de Discipulado Radical, foi de especial importância. Este Pacto foi muito além das declarações evangélicas tradicionais, demonstrando que o evangelismo bíblico é inseparável da responsabilidade social, do discipulado cristão e da renovação da igreja. Lausanne abordou o tema abrangente da evangelização mundial, referindo-se com isso ao ministério e à missão total da igreja. Em seu capítulo sobre a "Responsabilidade Social Cristã", o Pacto de Lausanne declara: Afirmamos que Deus é tanto o Criador como o Juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar da sua preocupação com a justiça e a reconciliação em toda a sociedade humana e com a libertação dos homens de todo tipo de opressão. Porque a humanidade foi feita à imagem de Deus, toda pessoa, não importa qual seja a sua raça, religião, cor, cultura, classe, sexo ou idade, tem uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada. Também 16
aqui manifestamos o nosso arrependimento, tanto pela nossa negligência quanto por às vezes termos considerado a evangelização e a preocupação social como mutuamente exclusivas. Embora a reconciliação com o ser humano não seja o mesmo que a reconciliação com Deus, nem a ação social seja evangelismo, nem a libertação política seja salvação, todavia afirmamos que tanto a evangelização como o envolvimento sócio-político são parte do nosso dever cristão.
Bases Bíblicas da Missão Integral da Igreja Queremos pensar as bases bíblicas da missão integral da Igreja a partir de Mateus 9.35 - 10.1 esse texto contém, em forma embrionária, a perspectiva, o conteúdo, a motivação e o impulso para a missão. Tanto a perspectiva da missão da Igreja como a própria missão, em sua totalidade, são vistas na vida e ação de nosso Senhor Jesus, de forma histórica e concreta. A perspectiva dessa missão tem como ponto determinando e determinado a vida da missão da Igreja em sua oração sacerdotal e intercessora: "Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo." (Jo 17.18) Depois de sua morte e ressurreição, a oração se transforma, em seus lábios, num mandamento missionário: "Assim como o Pai me enviou, assim também eu vos envio" (Jo 20.21), sugere que a missão da Igreja deve corresponder à própria missão de Cristo. Dito de outra maneira, a missão de Cristo é o modelo para a missão da Igreja: Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio". Isso quer dizer que, da compreensão da missão de Jesus Cristo, a Igreja deve deduzir a compreensão de sua própria missão. Como foi que o Pai enviou o seu filho unigênito ao mundo? (1) Enviou-o como homem: Adão, novo Adão (Sl 8, Hb 2). (2) Como Filho do homem e servo sofredor (Dn 7.14, Is 53) (3) A síntese cristológica (Mc 10.45, Lc 22.27) (4) O novo Adão (Fl 2.5-8, Hb 4)
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Jesus nos oferece o modelo perfeito de serviço e envia sua igreja ao mundo para que seja uma igreja serva. Ele expressou seu amor em serviço, e este é o caminho de igreja. De que forma é essencial que recuperemos esta ênfase bíblica em nosso ministério? PATRÕES E SERVOS. CAPITALISTAS E DEPENDENTES. O destino do Filho de Deus foi o mundo de Deus: "Assim como o Pai me enviou". "Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu vos enviei ao mundo". O Cristo-homem veio ao mundo dos homens. Não a um mundo ideal, mas ao mundo tal e qual ele é. Ele se reduziu a uma cultura particular - ou, dito de outra maneira, a um espaço-temporecado. Por que toda cultura está limitada pela geografia, pela história e pela situação de pecado. Jesus enviou sua igreja "como ele foi enviado" ao mundo da história, da geografia e do pecado, o qual, no entanto, é o mundo de Deus, o mundo das Escrituras. Devemos identificar-nos com este mundo, sim, mas sem perder nossa identidade cristã. O que significa isto em termos práticos? Significa conhecer, conviver, compartilhar e comprometer-se com o mundo. Conhecer: este mundo deve ser conhecido, devido à natureza de nosso trabalho. O conhecimento da situação que nos rodeia é a base para uma missão séria da igreja. Conhecer as pessoas com o respeito que merecem aqueles a quem iremos servir. Temos de fazer o melhor por eles, como pessoas no mundo. O amor é a direção única que leva ao conhecimento. Amor a Deus e amor ao próximo. Conviver: temos de aprender a conviver com nós mesmos e com as pessoas a quem Deus nos enviou, pessoas com as quais Ele se preocupa. Compartilhar: tudo que o Senhor nos tem dado. Isto é, compartilhar o evangelho em sua dimensão integral e lutar pelos valores deste evangelho: justiça, paz, preocupação pelas necessidades humanas. Comprometer-nos: Cristo estava comprometido com a vontade do Pai, pelo que também se comprometia com os seus. Não se trata de servirmo-nos a nós mesmos, mas de comprometermo-nos com os demais: "Este mundo espera a revelação dos filhos de Deus". 18
A vida de Jesus foi uma vida itinerante, uma vida peregrina; uma vida, como diria João A. Mackay, do caminho. "Jesus percorria os povos e aldeias". A igreja, assim como o Senhor Jesus, deve ser uma igreja do caminho e não do balcão. Ela não pode permanecer como espectadora da história: tem de descer para onde se travam as lutas reais dos homens. Ali se encontram as necessidades, que são o chamado premente da Igreja para que possa cumprir sua missão. A passagem também nos fala do conteúdo da missão. Diz que o Senhor ensinava, pregava e servia. Talvez seja isso que a igreja tem esquecido. De testemunha ocular dos acontecimentos humanos, ela tem de passar a identificar-se e solidarizar com as necessidades reais das pessoas. Deve participar como portadora de Cristo e de sua graça, oferecendo os recursos que seu Senhor lhe confiou para a transformação, não somente da situação, mas também da natureza dos participantes. Essa imersão nas necessidades humanas deve levar ao nítido reconhecimento de que a necessidade fundamental do homem é de natureza espiritual. A ruptura entre Deus e os homens deve-se à lamentável realidade do pecado humano. O pecado é o agente de toda desarmonia, seja com Deus e o próximo, seja consigo mesmo e com a criação. O pecado é essencialmente pessoal; suas conseqüências sociais, porém, são trágicas e imediatas. Jesus veio para salvar os pecadores. Cabe à Igreja fazer chegar essa salvação, hoje, aos pecadores. Jesus, em sua tarefa, envolveu-se com os pecadores, não com seu pecado. A Igreja, em sua história, muitas vezes participou dos pecados dos pecadores (orgulho, egoísmo, cobiça), afastando-se, porém, dos pecadores. Não poucas vezes, em seu distanciamento, ao invés de fazer chegar a eles a salvação e a redenção, ofereceu-lhes somente crítica e juízo. Quando as igrejas esquecem algumas dessas dimensões do conteúdo de sua missão, entram em discussões estéreis que polarizam as posições e, diria eu, caem na infidelidade, pois infidelidade quer dizer não obedecer ao que Cristo manda e ensina. Não somente pelo preceito, mas pelo exemplo. Jesus ensinou, anunciou o evangelho e serviu. Cada 19
uma dessas dimensões tem lugar dentro da missão da Igreja, sem mescla nem combinação. E se a Igreja quiser ser fiel, tem de cumprir estas dimensões em sua tarefa missionária. O texto fala também da motivação da missão: "Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, por que estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não tem pastor." A motivação, a causa que moveu Jesus, a força interna que o impulsionou, foi a compaixão: do latim "com-paixão", padecer junto a; do grego "sun-patiens", sofrer com. Quando nos é dito que o Senhor sentiu compaixão, isto significa que ele se identificou com essa gente, solidarizou com suas necessidades, colocou-se em sua pele. A Igreja também tem de fazer o mesmo. Não pode fazê-lo, no entanto, sem a presença e o poder do Espírito santo, que dominava a vida de Jesus Cristo, mas que nem sempre domina a vida da Igreja. Aqui fica muito evidente para onde o Senhor direcionava sua compaixão: "Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas". A Cristo importavam e importam as pessoas. Mesmo que para a Igreja hoje importem mais os números e as estatísticas, os edifícios, os auto-falantes e as luzes de efeito, para Cristo o importante eram as pessoas. Hoje, uma igreja que queira ser fiel a Cristo tem de enxergar além das estatísticas, isto é, ver as pessoas e as suas necessidades. Deverá enxergar além das estruturas que possui ou das facilidades materiais que desfruta e ver as mentes, os corações e a fome espiritual, emocional e física das pessoas. Tudo que Cristo fez, ele o fez pelo homem em comunidade e pelo homem de carne e osso. Não por uma idéia do homem, não por uma alma desencarnada, mas pelo homem vital e vivente, cheio de necessidades, angústias e problemas, cheio de aspirações e esperanças. A este homem é que Cristo se dirigiu, atendendo a suas necessidades. A passagem, porém, fala não somente da perspectiva, do conteúdo e da motivação para a missão, mas também do impulso missionário. Esse é um impulso comprometido: "E então se dirigiu a seus discípulos: A seara na verdade é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para sua seara." Não entrarei na exegese do texto. O certo é que o dono da colheita é Deus, que ele tem um povo e que seus discípulos, a Igreja, devem reunir este povo, para que façam "conhecidas, entre os povos, as obras do Senhor". 20
Esta é uma oração que compromete: "Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para sua seara". Observem como surge a resposta: "Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir, e para curar toda sorte de doenças e enfermidades". Afirmo que, para a igreja, o maior perigo é orar, pois o Senhor responde a oração e nós fazemos parte da resposta. Se ele mandou que eles orassem, deviam estar dispostos a fazer parte da resposta dessa oração. A igreja que olha o mundo, que entende o chamado do Senhor e que escuta a Cristo, essa é a igreja que é chamada e convocada para ser a resposta de sua própria oração, assim como aconteceu com os discípulos. Nós poderíamos dar aqui por encerrado o assunto. Afinal, a passagem já foi exposta. Mas é preciso continuar observando como se abre a flor, que é esta passagem, para que se lancem novas luzes e novos elementos sobre a missão. A primeira coisa que convém ressaltar é que nos encontramos, nestes últimos quinze anos, na era da missiologia. É difícil enumerar quantas conferências missionárias já houve, quantos institutos missionários se abriram, quantos departamentos de missiologia estão em pleno funcionamento nos seminários de todas as denominações e confissões cristãs, inclusive católicos. O certo é que, segundo parece, a missiologia não é coisa nova. A igreja a praticou desde seu próprio início, e o povo de Deus esteve em missão desde que ele o convocou. Como, porém, o pensamento se desenvolve e a doutrina não permanece estática, surgem novas ciências teológicas. Não lhes falo como teólogo, mas como pastor. Têm-se realizado muitas conferências sobre a missão da Igreja, e frases têm sido cunhadas em diferentes ocasiões. Ouve-se dizer por aí: "A época das missões passou; estamos no tempo da missão". Quer dizer, já não devemos esperar que as organizações missionárias nos enviem, a nós povos subdesenvolvidos, somente missionários. As missões tradicionais passaram. A missão diz respeito à igreja toda, seja do primeiro, do segundo ou do terceiro mundo. Onde quer que se encontre a igreja de Cristo, deve se desenvolver uma igreja missionária. O teólogo Brunner disse certa vez: "A igreja existe para a 21
missão, como o fogo existe para queimar". Se a igreja não está cumprindo sua missão, então ela não é igreja. Ou a igreja é essencialmente missionária ou não é igreja. O capítulo 16 de Atos é majestoso. Quem se converte? Vocês recordam? Uma vendedora de púrpura, mulher rica, asiática, aparentemente de classe social superior; uma moça prostituída, marginalizada, endiabrada, louca; e um burocrata do império romano. Todos juntos, na primeira igreja européia de Filipos, adorando a Deus. Esta é uma igreja que rompe fronteiras, um povo que desfaz todos os obstáculos que os homens possam estabelecer. É um povo da esperança. Por que em Antioquia, cidade corrupta, e em Corinto, não menos corrupta, em situações de grandes obstáculos e hostilidades, a igreja soube avançar, sabendo quem era seu Deus, seu Salvador e quem habitava nessa igreja. A igreja que vemos, é uma igreja sem fronteiras, sem fronteiras étnicas, de classes sociais, sem barreiras econômicas entre seus membros.
Fatores que influenciaram a negligência cristã O descuido dos evangélicos para com o tema da responsabilidade social explica-se de razões históricas. A maioria de nossas igrejas provém de missões surgidas no mundo anglo-saxão a partir do século passado, com um apreciável incremento a partir do fim da Primeira Guerra Mundial. Em alguns casos a teologia, ou melhor, a mentalidade pietista destas missões levou à concepção da vida cristã como separada do mundo. A hostilidade do ambiente católico ou semi-pagão tornou mais aguda esta "separação". Desta maneira vários aspectos da vida dos crentes ficaram desvinculados da sua fé. Por outro lado, a rejeição do mundo significou uma separação em relação a aspectos importantes da cultura do país deles. Porém, talvez o que mais afetou nossa atitude, foi à polêmica entre fundamentalismo e modernismo, a partir dos começos deste século, bem como a rejeição do fracassado "Evangelho Social". Chegou-se a identificar toda a preocupação com os problemas sociais e políticos como tentativa de introduzir o "evangelho social", e ao final atingiu-se o ponto em que se desculpou a falta de compaixão e de obediência como atitude 22
de "defesa da fé". Como Carl F. H. Henry demonstrou, isso era uma corrupção da luta evangélica pela ortodoxia, um perigoso desvio do seu intento original. Basta uma citação para comprová-lo. No último volume da famosa coleção de livros The Fundamentals - livros que desempenharam um papel muito importante na luta contra o modernismo - o Prof. Charles Erdman dizia: "Um verdadeiro evangelho da graça é inseparável dum Evangelho das boas obras. Não se podem divorciar as doutrinas cristãs dos deveres cristãos. Com a mesma clareza com que define a relação entre Cristo e o crente, o Novo Testamento define a relação entre o crente e os membros da sua família, os membros da sua família, os membros da comunidade e os concidadões do seu país. Necessitamos, nos dias que correm, dar uma ênfase renovada aos ensinamentos sociais do Evangelho, e devemos faze-lo nós, os que aceitamos a totalidade do Evangelho, e não deixar que estes ensinos sejam interpretados e aplicados somente por aqueles que negam o essencial do Cristianismo... "E acrescentava mais adiante: "Existe aqueles que se sentem muito a vontade com o que consideram pregação ortodoxa, embora saibam muito bem que as suas riquezas provêm de negócios ilícitos e da opressão do povo. Assim, pois, as razões históricas explicam os nossos descuido, mas impõem-se uma tomada de consciência e uma correção. Apesar disso, há outro sentido no qual uma olhadela na História nos será benéfica. No que concerne à dimensão social do testemunho cristão, tem havido um retrocesso paralelo ao crescimento das igrejas. Os observadores não evangélicos que procuram interpretar nossa presença na América Latina demonstram que os evangélicos inicialmente provocaram um impacto social. Estiveram, por exemplo, na vanguarda da reforma agrária na Bolívia; da atenção hospitalar em certas zonas como a região andina; da educação popular na Argentina, no Peru, no México e em Cuba; das libertações civis e em particulares da religiosa; da luta em favor do indígena e dos seus direitos, e de várias causas mais. Por outro lado, certas missões tiveram um interesse definido no trabalho social, estabelecendo, por exemplo, colégios cuja fama e influência já fazem parte da tradição educacional de certos países. Deveríamos acautelar-nos da tentação de lançar a primeira pedra quando se trata de 23
julgar essa tarefa precursora. Por outro lado, pode-se observar que missões que não tinham interesse no aspecto social, acabaram estabelecendo instituições de serviço, esmagadas pela urgência dos problemas que enfrentavam. Poder-se-ia mesmo dizer às vezes até em missões muito conservadoras neste assunto, os missionários do inicio do século mostraram maior sensibilidade às necessidades. Aparentemente, é como se o crescimento das igrejas e denominações houvesse concentrado a atenção no mecanismo eclesiástico em si, cerrando os olhos as necessidades do mundo, calando a compaixão num típico processo de aburguesamento. Outro aspecto do impacto social do Evangelho foi a ascensão na escala social. Observa-se em muitos casos que, começando nas camadas baixas da sociedade no transcurso de uma ou duas gerações, o Evangelho produziu certa mobilidade social ascendente. Assim é que o filho de pais evangélicos quase analfabetos pode chegar à Universidade graças à mudança que Cristo operou em seu pai quando ele se converteu. Até onde as igrejas levaram em conta essa realidade? O fato é que não se desenvolveu adequadamente o ensino do princípio "aquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido" na sua aplicação à responsabilidade social do cristão. O momento especial que a América latina vive é um momento de revolução, de rápidas mudanças sociais, de transformação. A pressão social das massas marginalizadas, que encontram seus intérpretes nos intelectuais e nos estudantes, não pode ser sufocada nem por todo o aparelhamento militar e policial dos nossos países. A agitação política encontra nela um campo fértil para todos os tipos de extremismos. As receitas econômicas ou sociais contidas no credo dos nossos irmãos anglo-saxões não funcionam nesta explosiva realidade. Esta hora nos toma de surpresa com perguntas para as quais não temos respostas para as perguntas de hoje, e nossos melhores jovens vão buscá-las em outros lugares. Embora seja uma caricatura, cremos que é muito eloqüente a síntese que um jovem evangélico fez da situação. "No passado nos diziam que não nos preocupássemos em mudar a sociedade, porque se trata é de mudar os homens. Os homens novos 24
mudariam a sociedade. Mas quando os homens novos começaram a preocupar-se com mudar a sociedade, diz-se a eles que não se preocupem, que o mundo sempre andou mal, que nós esperamos novos céus e nova terra, e que este mundo está condenado à destruição. Para que tentar melhorá-lo? O mal é que aqueles que ensinam isso desfrutam muito tranqüilos de todas as vantagens que este mundo passageiro lhes oferece e as defendem com paixão quando elas parecem correr perigo."
Responsabilidade Social da Igreja O termo usado para diaconia se origina do grupo de palavras que acompanha diakoneo que significa "servir", diakoneo "serviço" e diakonos para servidor. Inicialmente diakoneo se referia a um garçom que serve a mesa, mas este significado se ampliou e passou a incluir os cuidados do lar e, finalmente, qualquer ajuda ou cuidados pessoais. No judaísmo o serviço era exercido através das esmolas, e não de prestação de serviços. No Antigo Testamento em grego diakonos refere-se aos servidores profissionais da corte. Algo abaixo da dignidade do judeu livre (Lc 7:4445). Em o Novo Testamento, refere-se aos servos ou escravos e seus senhores. (Mt 22:13). Neste sentido todos os cristãos devem ser diakonoi (servos) de Cristo (Jo 12:26). Desta forma, diakoneo era uma palavra muito empregada na época de Jesus, e a igreja guardou essa palavra grega para designar responsabilidades sociais. A igreja primitiva vai instituir o ofício dos diáconos, anos posteriores ao da narrativa de Atos 6, pois esta passagem é precursora do ofício diaconal. E a este respeito Nordstokke escreveu: "Neste texto de Atos, os sete escolhidos para" diaconar "às mesas não são chamados de diáconos. Suas atividades também não se restringiram a este trabalho específico, porque vemos alguns, mais tarde, se destacando na diaconia da palavra. Por isso, também não podemos indicar esta passagem Bíblica como fundamentação para a instituição do ministério diaconal público, contínuo e representativo de hoje". " Clemente de Roma, na sua epístola aos Coríntios, xlii, xliv, assevera que a nomeação dos diáconos era originalmente apostólica" . O ofício e a função dos diáconos teve começo no tempo dos apóstolos, con25
forme Atos 6, mas a passagem do tempo, tal como sucede a tudo mais, ampliou o objetivo e a natureza desse ofício, até que o mesmo se tornou posição eclesiástica. Deduzimos então que o diaconato originou-se do cuidado das viúvas da Igreja de Jerusalém, e também da necessidade de proporcionar ajuda à comunidade cristã. Eram exigidas qualificações espirituais e tinham responsabilidades com o trabalho material, e como "auxiliadores do ministério". Em outras palavras, as funções destes diáconos eram aliviar as mãos dos apóstolos para que eles se dedicassem à oração e ao ministério da palavra (At 6.4). Portanto, podemos ver este serviço sendo introduzido na igreja primitiva de maneira natural até se aplicar em uma pessoa possuidora de determinado cargo na sociedade cristã. Na Vulgata, o termo grego usado era diaconus (Fp 1.1; 1tm 3.8), enquanto que as demais versões traduzem diakonos como ministro. "Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério (diakonia) da reconciliação" O apóstolo Paulo entendeu que, como Cristo, nossa condição só poderia ser de servos e, em conseqüência, os ministros são chamados diakonoi (servos). "Ministério é diaconia, é serviço, na verdadeira acepção da palavra e na sua expressão mais adequada". Diaconia é na verdade o exemplo de Cristo. O cristianismo nasce com esta idéia de que o serviço tinha como importância e função edificar o Corpo. Assim, a diversidade nos serviços, que correspondem às adversidades de serviços (1Co12. 4). Paulo emprega didasko em Rm 12.7, referindo-se a que um cargo, dentro da igreja, é um Dom. Paulo emprega a palavra grega charisma significando um revestimento pessoal com a graça de Deus para o serviço do Corpo de Cristo, para a edificação, multiplicando o amor, a esperança e a fé. Ou seja, o significado deste revestimento espiritual especial para a vida da comunidade, tem os aspectos que olham para dentro, e outros que olham para fora. "A clara intenção de Deus é que através da igreja verdadeira o mundo possa ver Jesus Cristo em ação". Todos os dons na igreja estão a serviço da vida e é assim que cada membro deste corpo é útil.
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Também temos que ter a consciência que o Ministério da Palavra (kerigma) e Serviço (diakonia) andam juntos. Pessoas preparadas e vocacionadas para o Kerigma e a diakonia, fazem uma comunidade equilibrada que produz frutos de justiça (ações) . "Onde a natureza diaconal da Igreja é percebida, a ação diaconal vai deixar de ser algo "periférico", pois vai se fundamentar cristologicamente e eclesiologicamente. Não vai mais haver dicotomia "palavra x serviço. O serviço passa a ser a marca e o poder na Igreja e se expressará numa espiritualidade de humildade, solidariedade e esperança ". A política diaconal na igreja é formada a partir do momento em que se organiza, se estrutura, e se prepara para a ação. E para isso é necessário avaliar as causas da necessidade, formar pessoas, administrar recursos, tudo com o fim de modificar a situação dos necessitados. Existe uma diferença entre diaconia e ação social. A diaconia é serviço e tem fundamento na fé, no exemplo de Jesus Cristo; já a ação social ou assistência social, tem como ação profissional técnica com dimensões políticas, apoiam-se em teorias e práticas. Ação social muitas vezes tem se transformado em ações paternalistas, relacionadas apenas com primeiras damas, e a assistência social é dever do Estado, mas tem sido feita também por organizações não governamentais que trabalham na perspectiva social. É necessário que a igreja reflita sobre estas duas ações, uma vez que para fazer o serviço social da igreja seja necessário a parte técnica e prática. Podemos dizer que a igreja tem que ter o cuidado de saber qual o tipo de assistência que o povo necessita, a fim de que ela não caia no erro de ser paternalista, mas sim transformadora. Na prática, a ação diaconal da igreja tem esta função de assistência social, mas conforme o modelo bíblico vemos que a ação é muito mais que apenas fazer assistência social. Ela tem seu propósito em auxiliar a igreja, para que o corpo cresça bem edificado. Por isso Paulo escreve a Timóteo dando as qualificações de um diácono (1Tm 3.8-13). Ação social é evangelismo através da comunhão. A igreja primitiva mostrou sinais de uma igreja que vivia em comunhão. Este grande sinal 27
de ação do Espírito sobre a comunidade, ou seja, a comunhão entre os cristãos, caía na graça do povo, e levava diretamente para o evangelismo (Atos 2.47). Em Atos, vemos a comunhão se manifestando da seguinte forma. E perseveravam... na comunhão... todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum , e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração ( BÍBLIA, N.T. Atos 2.42-46). A palavra koinonia ("comunhão") no mundo grego significava a estreita união entre os homens. Neste texto de Atos a koinonia tem um sentido absoluto, como parte essencial da vida de adoração, e pode também ser traduzida como comunhão ou fraternidade Litúrgica na adoração. Indica a unanimidade levada a efeito pelo Espírito. O indivíduo era complemente apoiado na comunidade. A igreja primitiva preocupava-se com os membros da comunidade quanto a problemas financeiros, e também muitos pescadores e camponeses que migraram para a Galiléia tinham dificuldades em ganhar a vida na capital. Havia também nesta época uma crise social, em conseqüência da situação econômica da Palestina e devido a distúrbios contínuos. Paulo trazia a Jerusalém coletas que eram as expressões tangíveis da comunhão das igrejas: pela liberalidade que contribuís (koinönias) para eles e para todos (BÍBLIA, N.T. Segundo Coríntios 9.13). Koinonia fala do nosso relacionamento com outros cristãos. A igreja justificada tem que viver em comunhão, pois ela revela uma grande oportunidade para a prática do amor ao próximo. É claro que o próximo pode significar contextualmente os irmãos da própria comunidade como os de fora. Uma comunidade que pratica a diaconia está concomitantemente oportunizando a prática da fé justificadora, pois o ministério diaconal possibilita à comunidade a manutenção da comunhão. É, pois, nesse contexto que Atos considera a ação social como evangelização comunicativa a partir do contexto da comunhão. A ação social pertence à missão da igreja e deve encorajar seus membros à responsabilidade social e à busca da justiça social. Não deve enclausurar-se de maneira a viver em guetos, mas frutificar a realidade da koinonia (envolvimento e compromisso). A Igreja se envolve e se compromete com a missão de servir ao próximo num ato de 28
fé e que, primeiramente, ela experimenta essa realidade na comunhão dos santos. Sendo assim, a missiologia evangelizadora do terceiro milênio, a partir do contexto e das estruturas do Congresso de Lausanne, acentua um ponto de tensão quanto a eclesiologia atuante, mas que estabelece diretrizes de uma prática de ministério pastoral na América Latina, viabilizando a evangelização, a preocupação e a ação social sob responsabilidades cristãs, que devem ser feitas pelos cristãos individualmente e por grupos. Cabe, portanto, à igreja promover esta ação. A assistência social no tempo da escravatura alguns cristãos sensibilizados com os escravos que eram castigados e surrados pelo pelourinho, resolviam ajudá-los com água comida ou tratando suas feridas. Esta atitude nobre, no entanto não tocava nas causas da escravatura, tipificava o que poderíamos chamar de Assistencial Social. Outros Cristãos, com visão mais aberta resolviam, além da assistência, assegurar a liberdade de alguns escravos ,através da compra destes e criação de oportunidades de Trabalho para que eles criassem seus mecanismos de sobrevivência .Esta atitude mesmo que admirável não acabava com as instituições da comercialização dos escravos. A isto podemos chamar de serviço social. Outros lançaram-se na luta contra a instituição da escravatura para que não encontrassem escravos pendurados no pelourinho nem tivessem que comprar a liberdade deles .Acabar radicalmente com a escravatura era mais viável, pois assim estariam destruindo este mal pela raiz. A luta por esta conquista deve ser caracterizada como uma ação social. Segundo Francês O`Gorman, em seu livro Promoção Humana, divide as tendências de promoção em quatro categorias: 1º - Promoção Humana pela Assistência Social - "Na Assistência, o pobre - indigente recebe o peixe de ajuda material do agente compadecido. Enquanto dar o peixe irradia caridade, gera também assistencialismo no agente, dependência desumanizante no pobre e inércia na sociedade". 2º - Promoção Humana pelo Ensino - "No ensino, o pobre atrasado recebe o agente colaborador, o peixe do conhecimento e 29
capacitação para a sua informação/formação. Enquanto ensinar a pescar oferece instrumento de acesso regulado aos bens da sociedade, promove também paternalismo no agente, individualismo competitivo no pobre e endurecimento estrutural na sociedade excludente". 3° - Promoção Humana pela participação - "Na população o pobre marginalizado conquista seu espaço pela reivindicação e solidariedade, com o acompanhamento do agente colaborador. Enquanto pescar em mutirão e vender o peixe em cooperativas suscita compromisso do pobre com o pobre". 4º - Promoção Humana pela transformação - " Na transformação o pobre - oprimido se liberta da opressão, assumindo bem direito de ser sujeito a sociedade pela intervenção transformativa nas estruturas injustas com o engajamento do agente criativo. Os métodos se Serviço Social utilizados pelas igreja, apresentam três aspectos: · O denominado assistencialista, ou pejorativamente, de paternalista; · O método instrutivo ou educativo; · O método participativo. Tanto a evangelização como a responsabilidade social podem ser entendidas unicamente à luz do fato de, que, em Cristo Jesus, O Reino de Deus invadiu a história e agora é uma realidade presente e ao mesmo tempo um "ainda não". Neste sentido, O Reino de Deus não é "o melhoramento social progressivo da humanidade, segundo o qual a tarefa da Igreja é transformar a terra em céu, e isto agora", nem "o reinado interior de Deus presente nas disposições morais e espirituais da alma, com sua base no coração". Como observou corretamente Joachin Jeremias, "nem no judaísmo nem em parte alguma do Novo Testamento encontramos algum exemplo, no coração; esta interpretação espiritualista fica descartada tanto para Jesus como para a tradição cristã primitiva" - New Testament Theology: The proclamation of Jesus. Londres: SCM Press, 1971, p. 101. 30
Em castelhano: Teologia del Nuevo Testamento. Salamanca: Sígueme, 1974). Antes, ele é o poder de Deus, liberto na história, que traz boas novas aos pobres, liberdade aos cativos, vista aos cegos e libertação aos oprimidos. A evangelização e a responsabilidade social são inseparáveis. O evangelho é boa nova acerca do Reino de Deus. As boas obras, por outro lado, são só sinais do Reino para as quais fomos criados em Cristo Jesus. A palavra e a ação estão indissoluvelmente unidas na missão de Jesus e de seus apóstolos, e devemos mantê-las unidas na missão da Igreja, na qual se prolonga a missão de Jesus até o final do tempo. O Reino de Deus não é meramente o governo de Deus sobre o mundo por meio da criação e da providência; e esse fosse o caso, não poderíamos afirmar que foi inaugurado por Jesus Cristo. O Reino de Deus é, antes, uma expressão do governo final de Deus em toa a criação, o mesmo que, em antecipação ao fim, se fez presente na pessoa e obra de Jesus Cristo. Tanto a proclamação do Reino como os sinais visíveis de sua presença por meio da Igreja se realizam pelo poder do Espírito - o agente da escatologia em processo de realização - e apontam para sua realidade presente e futura. A necessidade mais ampla e mais profunda de todo o ser humano é um encontro pessoal com Jesus Cristo, o Mediador do Reino. "Deus é o mesmo Senhor de todos e abençoa muito a todos os que pedem a sua ajuda. Como dizem as Escrituras Sagradas: "Aquele que pedir ajuda do Senhor será salvo". (Rm 10.12-13, LH). Nesta perspectiva, e somente nela, é possível afirmar que "o serviço de evangelização abnegada figura como a tarefa mais urgente da Igreja" (Pacto Lausanne, seção 6), e o evangelho é boa-nova acerca do Reino, e o Reino é o domínio de Deus sobre sua totalidade da vida. Cada necessidade humana, portanto, pode ser usada pelo espírito de Deus como o ponto de partida para a manifestação de seu poder real. Por isso, na prática é irrelevante perguntar qual vem primeiro, a evangelização ou a ação social. Em cada situação concreta, as próprias necessidades provêem a definição das prioridades. 31
2 MINISTÉRIO ESPECÍFICO COMO AÇÃO SOCIAL DA IGREJA
O termo ministério no sentido comum tem várias conotações e abrange vários aspectos.Os dicionários dizem que é o “desempenho de um cargo, uma incumbência, uma função, uma profissão, função de ministro, ocupação, ofício”. Segundo DELAMARTER, no seu livro The Diakonic Task disse: ”Nenhum Pastor, nenhuma congregação ou denominação pode exercer um ministério que seja limitado exclusivamente aos problemas espirituais. Cada crente e cada igreja cristã estão relacionados com a sociedade e os seus problemas, em termos de envolvimento positivo, retraimento negativo ou numa neutralidade maligna...” O homem não é apenas mental, social, físico ou espiritual. Ele é o composto de tudo isto é muito mais. A igreja do ponto de vista social, precisa ser um organismo relevante para a sociedade, esse deveria ser o objetivo de qualquer pastor: fazer com que ela se torne importante para as pessoas.Não mais vivemos em um mundo onde os homens andam cegos, aceitando tudo.Qualquer um pode saber se uma igreja faz a diferença em uma sociedade ou não. Há igrejas que não exercem maior influência em sua comunidade pelo fato de apenas estarem no bairro, mas não serem do bairro. Em sua maioria, seus membros não moram na vizinhança do templo. Assim 33
a igreja fica fechada, calada, desconhecida e escondida no bairro.Se alguém perguntar: “Onde fica a Igreja... por aqui? Encontrará poucos que possam indicar o endereço da igreja”. O Ministério Específico é o plano pelo qual a igreja não somente se torna melhor mordoma do seu prédio, pelo múltiplo uso dele, mas também se faz presente na comunidade, como uma atalaia do evangelho e um exemplo de amor cristão preocupando-se com os problemas do povo. No ministério específico várias atividades podem ser executadas pela igreja, porém os programas podem variar de um bairro para outro, pois cada projeto precisa ser planejado de acordo com as necessidades do povo e as possibilidades da igreja.
Tipos de Ministérios Específicos: · Pastoral Eclesiástica: Ministério de Casais; Ministério de Adolescentes; Ministério de Crianças...; · Pastoral da Cidade: Ministério que trabalha junto Movimento do trabalhador sem teto; Ministério de auxílio ao pobre; Ministério de apoio ao desempregado; Ministério que enfoca os produtos recicláveis; Ministério de apoio ao estrangeiro; Ministério com ênfase na área educacional; Ministério voltado para área do esporte...; · Pastoral da Saúde: Ministério de apoio às pessoas Aidéticas, Alcoólicas, Drogados...; · Pastoral dos Excluídos: Ministério voltado para a 3º Idade; Divorciados; Encarcerados; Caminhoneiros; Indígenas; Homossexuais; Prostitutas; Portadores de Necessidades Especiais; Ciganos; Marinheiro Civil...; · Pastoral Emergente: Ministério da Recuperação: voltado para pessoas que estão desiludidas com as suas religiões; · Ministério da Sobriedade: Trabalham na recuperação de jovens drogados. Estes jovens não querem ser identificados, ou seja, não querem ser ligados a uma casa de recuperação; 34
· Ministério dos Moradores de Rua: Este Ministério é voltado para pessoas que não conseguem mais morar em casas, ou seja,não conseguem mais viver em família; Podemos definir princípios para um crescimento saudável e equilibrado de uma igreja, que são os seguintes: · Igreja que são fundamentadas na bíblia; · Cujos líderes exercem o dom da liderança; · Que seguem a visão dada por Deus; · Que desenvolvem uma atitude vibrante; · Empreendedoras; direcionadas pelo Espírito Santo; · Em constante auto - avaliação; · Dispostas a demonstrar e a remontar; com leigos integrados na liderança; praticam perdão e aceitação; · Que evangelizam de modo não-convencional (Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns – I Cor. 9:22); · Apresentando alternativas de evangelização. As igrejas que prevalecem sabem que não podem ver milhões de pessoas sem Jesus e só oferecer um tipo de abordagem para todas elas.As pessoas são diferentes, por isso precisamos oferecer opções. O Ministério Específico com Ação Social da Igreja, portanto, se constitui num conjunto muito mais amplo de medidas, envolvendo a igreja como um todo, com o objetivo de trazer aos que ouvem o evangelho, igualmente, melhores condições de vida, satisfazendo às necessidades tanto de indivíduos como de grupos e pessoas de uma forma direta e imediata. Os membros da igreja não se sentirão menos adoradores de Deus ou anunciadores de uma mensagem espiritual ,mas se comprometerão na construção de um mundo melhor. As sagradas escrituras nos dão embasamento bíblico para este tipo de ministério destacando-se, por exemplo, os tópicos a seguir: 35
a) Os dez mandamentos promulgaram a base da nossa relação para com Deus e para com os nossos semelhantes; b) Deuteronômio 15:7-11 “Quando...; pelo que eu te ordeno, dizendo: livremente abrirás a mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na terra”; c) O livro de Amós, em particular, revela a ira de Deus sobre os que fecharam os corações e não pleitearam a causa do pobre; d) Jesus transformou os dez mandamentos com o seu conceito de amor cristão.Ele diz que o mais importante de todos os mandamentos é “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o coração... de todas as suas forças. E em segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses (Mc 12:10-31)”; e) Jesus disse: Mateus 25:31-46 “Eu estava com fome e vocês me deram de comer... fizeram a mim”; f) Tiago, irmão de Jesus Cristo diz: A religião pura e verdadeira é: “ajudar os órfãos,...” (Tiago 1:27). A preocupação básica do ministério de assistência social pessoal é a visão que devemos ter da responsabilidade de cuidarmos uns dos outros. Existem duas frases que costumamos usar com muita freqüência, mas que nem sempre são vividas.Nós precisamos perceber a seriedade daquilo que estamos declarando .Quantas vezes, e para quantas pessoas, você já disse ”eu te amo com amor do Senhor? Será que amas mesmo? A qualidade do amor que você diz sentir pelo seu irmão tem a mesma qualidade do amor do salvador? Se nós declararmos amar com o amor do senhor tem de ser as mesmas do amor dele. Jesus nos ama sem reservas, sem hipocrisia, sem interesse”.Eu vou orar por você “é outra frase. Quantas vezes um irmão se aproxima de nós, compartilha as suas angustias, seus problemas, mas nós não lhe damos atenção devida? A célebre frase sai como que num sobressalto, involuntária:” Não se preocupe, irmão “Eu vou orar por você” Então saímos dali, não anotamos nada e, muitas vezes, nem sequer oramos por aquele irmão que conta com as nossas orações. 36
“A Igreja tem muitos problemas, falhas, defeitos, lutas. Nós somos pessoas que estamos com as nossas batalhas, as nossas enfermidades, as nossas crises; mas ainda assim, a igreja precisa ser um lugar melhor do que lá fora”.
Orientações para Implantação de um Ministério Específico com Ênfase na Área Educacional. Para implantação deste tipo de Ministério devemos conscientizar a igreja dos problemas sociais do bairro, através de cartazes, artigos de boletim, sermões, palestras, etc. A fim de que a mesma entenda de que através do oferecimento dos Cursos Educacionais a Comunidade, a igreja poderá ajudar a reverter tal situação. É necessário também realizarmos uma pesquisa detalhada no bairro abordando os seguintes tópicos: Número de residências, componentes da família segundo sexo, faixa etária, problemas existentes como viciados, delinqüência, crianças abandonadas, falta de escolas, falta de emprego... Dentro deste ministério deve-se eleger um coordenador, que deve ser um crente fiel, ativo na igreja.Além disso, possuir certas qualidades: bom humor, liderança, cortesia, maturidade e equilíbrio emocional e também capacitado para o trabalho e atender bem os alvos do programa e as exigências e restrições da igreja. Nas dependências do Templo são aplicadas as Atividades Educacionais, porém este não é profanado com o uso pelo Ministério Especifico, pois o prédio em si não é adorável.O que santifica é a presença de Deus.E se o programa for bem feito, Deus lá estará na sua plenitude, porque cada atividade deverá seguir os mais elevados padrões morais e espirituais.A missão da igreja se dirige à humanidade, e não ao prédio. O programa não exige muito equipamento, pois o equipamento básico é o mesmo usado pelas demais organizações da igreja. As mesmas salas, mesas, cadeiras, o quadro-de-giz, o lápis de cor, etc que servem a Escola Bíblica Dominical. A igreja deverá estudar as suas finanças cuidadosamente onde determinado orçamento poderá ser reservado. Se a igreja por bem, poderá 37
cobrar uma taxa de matrícula em cada atividade.A taxa pode ser estabelecida segundo a atividade, onde alguns cursos podem exigir máquinas e instrumentos custosos. O ideal é que os membros da igreja se apresentem como voluntários , dessa forma no orçamento não haverá necessidade de incluir salários e previdências sociais. O orçamento não precisa ser elevado demais ,porém ,despesas relacionadas com o programa devem ser consideradas .Basta citar como exemplo: · Equipamentos e suas manutenções; · Material utilizado nas atividades, que os alunos não trarão; · Passagem, talvez, para voluntários que moram longe e têm despesas de condução. As Atividades Didáticas estão englobadas neste tipo de ministério devido ao fato de muitas pessoas terem a necessidade de trabalhar mais cedo para ajudar o orçamento doméstico. É também uma das razões que leva um grande contingente de crianças e adolescentes a abandonar os bancos da escola, e mesmo sendo a educação um dos deveres do estado, os evangélicos não podem cruzar os braços diante deste sério desafio. Segundo o relato de um jornal do Rio de Janeiro, um menino de 1 ano e 4 meses, morreu envenenado em conseqüência de ter tomado um remédio que os pais deveriam ter diluído na água para passar na pele,em vez disso deu para a criança tomar ,pois não sabiam ler ,onde a igreja poderia reverter esta situação ,deixando as portas abertas para o ensino. As pessoas da comunidade que estejam estudando na igreja poderão depois aceitar com maior facilidade um convite para assistir o culto de domingo. Aulas de alfabetização e de orientação escolar podem ser adotadas, onde os seguintes tópicos devem ser observados: · O horário deverá fornecer a plena participação dos adultos que precisam ser alfabetizados; Qual o melhor horário para os moradores do bairro?Que professores têm este horário disponível? Essas aulas podem atingir vários níveis ou limitar-se ao atendimento de alunos cujos pais não podem ajudar nos deveres escolares. 38
· Deve haver um regulamento geral tanto para a equipe, quanto para os participantes nas atividades.Esse regulamento, geralmente será entregue na hora da matrícula, para que todos possam saber como agir e deve incluir todos os itens que facilitem a disciplina.No primeiro encontro com os alunos o professor deverá aproveitar para explicar bem cada item do regulamento e por que a igreja exige tal coisa.Assim terá autoridade para corrigir, baseado no fato de que todos foram avisados, e saberá agir. Cabe a igreja a responsabilidade de definir as exigências e restrições quando ao uso do prédio, como: horário, pessoal, programa, trajes permitidos, conduta ou quaisquer outras restrições que se ache por bem fixar.Tudo isso deve ser esclarecido, definido, e depois obedecido. O Pastor é o principal personagem no planejamento, pois ele reconhecerá que a igreja não deve ser apenas vista, mas sentida no bairro e compreenderá logo a vantagem do multiuso do templo para o bem estar do seu bairro e o crescimento da sua igreja. Ele descobrirá que o segredo do crescimento de qualquer igreja está baseado na relação entre a igreja e os moradores que rodeiam. Tendo também a preocupação de causar uma aproximação bilateral entre os dois elementos, sendo assim o ministério específico o veículo pelo qual se poderá realizar tal aproximação na sua plenitude.
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3 O CONTEXTO HISTÓRICO, SOCIAL E ECLESIÁSTICO NA IMPLANTANTAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO SOCIAL EM UMA IGREJA EVANGÉLICA A escolha da Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo” se deu por ser ela o contexto em que estamos vivendo desde o ano de 1998, e por sentirmos que ela retrata a igreja atuando onde o povo excluído e marginalizado se encontra. Esta igreja se encontra em um dos bairros da cidade de Curitiba – Paraná, no bairro do Boqueirão. Situa-se no centro de uma “invasão”, a favela denominada “Canal Belém”. Quando chegamos a esta favela, uma invasão as margens do rio Belém, encontramos uma população de pessoas excluídas da sociedade, vivendo, em sua maioria da cata de papeis e latas. O consumo da “cachaça” e maconha entre esta população era tão comum, que se tornou parte de sua cultura, era normal que as pessoas neste local se embriagassem ou se drogassem quase que todos os dias, sem que isso lhes trouxesse qualquer constrangimento diante da presença de outras pessoas. Ao se iniciar a igreja neste local, sentimos as grandes necessidades destas pessoas. Sentimos que essa “cultura” de exclusão já havia tomado 41
conta de suas vidas, e os mesmos já aceitavam sua condição de pobreza como hereditária e inevitável. Formando assim o que poderíamos chamar de uma “casta” inferior entre os habitantes de Curitiba. Ser morador da penúltima rua deste bairro, ou seja, da Favela Canal Belém era sinônimo de pessoa bêbada, viciada, prostituta, ladrão e bandido. Marginais de outras localidades não ousavam vir fazer “bagunça” neste local, pois a punição era clara e certa. Muitas das casas ainda de chão batido, crianças desnutridas, fora da escola, convivendo com tudo aquilo que direcionaria seus caminhos para serem a próxima geração de adultos excluídos da sociedade. Neste contexto, sentimos que o que JESUS queria de nós ali, não era mais uma igreja que apenas se reúne aos finais de semana, para cantar, orar e ouvir uma pregação. Sentimos em nosso coração que a igreja ali deveria glorificar a DEUS sim, mas o modo como seria feito essa glorificação, deveria ser diferente daquela que nos acostumamos ao longo de muitos anos de Cristianismo. Quando iniciamos a igreja “O Brasil para Cristo” neste local era um templo alugado rodeado por mato, medindo aproximadamente 30m2, sendo que o mesmo já existia neste lugar a 25 anos, onde diversas denominações evangélicas passaram por aquele lugar, porém estas igrejas não conseguiram estabelecer um rebanho do senhor, refletindo na sociedade que naquele lugar igreja nenhuma prosperaria, porém Deus pensava diferente. Com o passar dos anos, adquirimos esta propriedade. Em 2000 começamos a reconstrução do templo, onde após cinco anos de batalha o mesmo ficou com 175 m2 de área construída, para a Glória de Deus(1) . Temos nos últimos seis anos prestado Assistência Comunitária a Região do Bairro Boqueirão, haja visto o triste quadro em que se apresenta os moradores desta localidade. Para mudar este quadro temos fornecido sopões, cestas básicas, roupas usadas, porém notamos que as condições sociais da população permaneciam inalteradas, constatandose que a solução não estava em dar o peixe e sim ensinar a pescar. (1) - Vide imagem anexo 1.
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O Espírito Santo nos orientou de que o ministério específico através da Atividade Didática, seria uma das ferramentas para mudar esta situação. O assunto despertou grande interesse desde o momento em que iniciei o Curso de Pós-Graduação Liderança e Pastoreio, (FTBP), onde tive a disciplina de Ministérios Específicos, sendo que em uma das aulas eu pude conhecer o Projeto Jônatas, pertencente à igreja Presbiteriana do bairro Fazendinha, trabalho este voltado para a Área Educacional junto à população carente. Estive neste local e pude comprovar na prática a realização de um trabalho sério e eficaz de evangelização. Baseado no Projeto Jonatas como modelo, criamos na nossa igreja o Projeto Mão Amiga de Curitiba, entendendo de Deus estava nos direcionando para um trabalho semelhante ao da Igreja Presbiteriana. Divulgamos os nossos sonhos perante amigos, familiares e mídia local(2) , e mais uma vez Deus mostrou de que estava conosco, pois em um período de dois meses nós já tínhamos toda estrutura montada, com professores voluntários e alunos para darmos início aos cursos gratuitos de: Inglês, Informática, Instalação Elétrica Residencial, Manicure – Pedicure e Maquiagem(3). Todos estes seriam realizados nas dependências do templo, totalizando oitenta alunos matriculados (4). Logo surgiu uma oportunidade de participarmos de um projeto de cozinhas industriais comunitárias, onde em parceria com a Faculdade Tuiuti do Paraná tivemos o privilégio de realizar na nossa igreja, um curso de capacitação profissional na área de alimentação, onde vinte pessoas participaram do treinamento por um período de três mêses, onde as mesmas fabricaram “Cucas Alemãs Recheadas”(5) que foram vendidas na comunidade local, salientando-se de que no futuro teremos uma cozinha industrial comunitária na igreja, pois agora temos pessoas qualificadas para este fim. Assim, juntamente com os irmãos da Igreja “O Brasil para Cristo” do Canal Belém, demos início a fundação da ONG, denominada Projeto Mão Amiga de Curitiba. Através deste trabalho na comunidade, o salão da Igreja se tornou ponto de referência aos moradores do bairro. (2) - Vide anexo 4; (3) - Vide anexo 5; (4) - Vide anexo 3; (5) - Vide anexo 6..
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Hoje, a comunidade do Canal Belém é referencia de transformação de vidas. Pessoas de outras comunidades vêm de outros bairros para freqüentar os cursos oferecidos pela “igrejinha”. Estamos aguardando em breve, oferecer outros cursos profissionalizantes e também aulas de reforço escolar. No final do primeiro semestre de 2005 tivemos a primeira formatura de alunos do Projeto Mão Amiga, onde como resultado deste projeto vidas foram evangelizadas e muitas pessoas conseguiram uma vaga no mercado de trabalho. A Igreja que transforma vidas, que faz diferença onde habita, a igreja que DEUS sonhou entre nós no Canal Belém, não é diferente daquela que já no Novo Testamento vemos JESUS implantar. Nos falta muito ainda, mas não nos falta o desejo de servir.
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CONCLUSÃO
Gostaria de finalizar este livro com alguns pequenos comentários sobre o sobre a responsabilidade Social da Igreja, onde temos em John Wesley, na Inglaterra, o exemplo mais marcante deste período. O evangelho que pregava inspirava as pessoas a se envolverem em causas sociais em nome de Cristo. Muitos historiadores dizem que a influência de Wesley foi tão grande que evitou que a Inglaterra entrasse em uma revolução, como na França. Wesley se colocou como um pregador do evangelho que elevou a consciência social na sua época, tendo sido também um profeta da retidão social, que lutou contra várias injustiça sociais, e a partir disto as coisas começaram a mudar ocasionando desde a abolição dos escravos e de seu tráfico, como também a humanização do sistema penitenciário, a melhoria das condições nas fábricas e nas minas, a educação acessível ao público e tantos outros avanços para a sociedade. A paixão por justiça social e essa sensibilidade por erros humanos era tão forte que o escritor BUYERS relata que “Por cinco dias Wesley andou na neve pelas ruas de Londres, pedindo auxílio para socorrer os pobres daquela cidade”. Este seu entusiasmo e compromisso com o evangelismo e com a ação social alcançaram muitos outros evangelistas. Um dos resultados mais expressivos do movimento wesleyano se deu em 1780, na Inglaterra, quando, preocupado com a educação da população, Robert Raikes instituiu a Escola Dominical como uma maneira de ministrar às crianças pobres a educação religiosa e secular. Em uma avaliação daquilo que os reformadores ou os de linha reformada produziram, fica claro que a Reforma e sua tradição proporcionaram muitos frutos sociais. Não nos faltam dados para poder perceber que estes eventos somente ocorreram pela fé em Cristo, provocando nos corações destes homens a execução do serviço proposto pela Missão de Deus. Por certo, o Congresso de Lausane, na Suíça, em julho de 1974, influenciado por este pensamento reformado, trouxe grande avanço para evangelização e a justiça social. 45
Wesley, deu atenção aos problemas sociais de sua época. Ele esforçou-se para entender qual deveria ser o papel da Igreja Cristã na reconstrução de uma sociedade justa que refletisse a vontade de Deus em termos de justiça social. Assim a obra de restauração que Cristo realizou não se limita apenas a um novo nascimento do indivíduo, mas também a uma restauração de todo o universo. Se Cristo é o Senhor de toda a existência humana, então é dever da Igreja dar atenção às questões sociais e políticas. E esta restauração da sociedade ocorre inicialmente na Igreja. É na Igreja que a ordem primitiva da sociedade, tal qual Deus havia estabelecido, tende a ser restaurada. Na Igreja, as diferenças exacerbadas entre as classes sociais, econômicas e raciais, bem como os preconceitos delas procedentes, desaparecem, pois Cristo de todos faz um único povo (Gl 3.28; Ef 2.14). É na Igreja que as relações sociais de trabalho sofrem profundas alterações.Os patrões continuam patrões, mas aprendem a exercer sua autoridade sem opressão, ao passo que os empregados (que continuam empregados) aprendem a serem subordinados sem recriminação. Na Igreja, Jesus Cristo estabelece entre os cristãos a justa redistribuição dos bens destinados a todos. Isto se dava através da atividade diaconal, trazendo alívio para as necessidades dos pobres e oprimidos, com recursos vindos dos ricos e abastados. A Igreja tinha um ministério didático, um político, e um social. Onde no ministério didático, a Igreja representada por seus pastores e mestres, davam a instrução pública e particular, através de sermões e orientação individual, quanto ao ensino bíblico sobre a administração dos bens outorgados por Deus ao Estado e ao indivíduo. Em outras palavras, Mordomia Cristã. Portanto a Igreja foi chamada para cumprir a sua missão e não para ficar dentro de quatro paredes, enquanto o pecador está perecendo devido à lentidão e omissão por parte de muitos líderes cristãos. A igreja tem quer ser um corpo vivo no bairro onde ela esta inserida e não apenas um prédio, mas envolver-se em todos estes aspectos, usando os meios apropriados, lícitos e legais para protestar, advertir e resistir à injustiça social, pregar a Palavra de Deus e exercitando obras de misericórdia e assistência social através de uma diaconia. 46
Todo este envolvimento social deve acontecer sem perder de vista que a missão primordial da Igreja é promover a reforma (parcial e provisória) da sociedade através da proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, aguardando os novos céus e a nova terra onde habita a plena justiça de Deus. Finalizo com a seguinte afirmação: Temos que ser uma igreja que Faz a Diferença
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BÍBLIA, N.T.Atos.Português.Revista eAtualizada, SBB 1997 - Cap.2,vers. 42-46. _____ . Colossenses. Português. Revista e Atualizada, SBB 1997 - Cap. 1, vers. 13. _____ . João. Português. Revista eAtualizada, SBB 1997 - Cap. 20, vers. 21 _____ . Segundo Coríntios.Português.Revista eAtualizada, SBB 1997 - Cap.9,vers.13. BUYERS, PAUL. História do Metodismo. São Paulo: Imprensa Metodista, 1945. Celestino, A.W. O Pentecostalismo Brasileiro e a Responsabilidade Social. 2.ed.São Paulo:FOBPC,2005. CHAPPELL, C.F. Ministério Comunitário Cristão.Rio de Janeiro: UFMBB, 1991. CHAMPLIN, Russel N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol 3, São Paulo: Candeia, 1995. FILHO, J.M.Amar e Crescer. 1.ed. Curitiba:Descoberta Editora Ltda,1999. LEWIS, Norman. VO Ide é Com Você.. São Paulo: Leitor Cristão, 1967. LINTHICUM, R.C. Revitalizando a Igreja. 1.ed.São Paulo: Editora Bom Pastor,1996. Matioli, R. M. Tese:AAção Social Como Resultado Prático Da Justificação Pela Fé.Paraná:FTSA. MEIRELES, M.J.R.Ação Social da Igreja.Rio de janeiro:CPAD,1987. MIRANDA, J.C. Manual de Crescimento da Igreja. 2.ed.São Paulo:Sociedade Religiosa Edições Vida Nova,1991. MONTEIRO, M. Pastoral Urbana.Viçosa : Ultimato,2002. MOREIRA, M.I.Assistência Pessoal na Dinâmica de Vida da Igreja.1.ed.Rio de Janeiro: Horizontal Editora,1997. NORDSTOKKE, Kjell. Diaconia: Fé emAção. São Leopoldo: Sinodal, 1995. PAES, C.M. Igrejas que Prevalecem.São Paulo: Vida, 2003. PERROT, C. Epístola aos Romanos. São Paulo; Paulineas 1986. PURIM, J.R. Ontem, Hoje e Sempre. 1.ed.Rio de Janeiro: JUERP, 2003. QUEIROZ, C.P. Cristo e a Transformação Social do Brasil. Belo Horizonte: Missão Editora, 1991. STEDMAN, Ray C. Igreja Corpo Vivo de Cristo. São Paulo: Mundo Cristão, 1987. STOTT, Jhon R.W. A Mensagem de Atos. São Paulo: ABU, 1994. VIEIRA, Jonadabe. Monografia:AIgreja E Sua Relação Com Os Pobres. Paraná: FTBP,2004. http://www.faculdadelatinoamericana.com.br/teologia_integral/missao.html (Acesso 13 mai 2006) http://www.faculdadelatinoamericana.com.br/teologia_integral/aresponsabilidade.html (Acesso 13mai2006) http://www.faculdadelatinoamericana.com.br/teologia_integral/aspectos.html (Acesso 13 mai 2006) http://www.faculdadelatinoamericana.com.br/teologia_integral/bases.html (Acesso 13 mai 2006)
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ANEXOS
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Anexo 1 - Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo”
Boqueirão – Curitiba – Paraná
Logomarca Projeto Mão Amiga de Curitiba
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Anexo 2 – Projeto Mão Amiga de Curitiba na Mídia
Jornal Folha do Boqueirão
Portal Amo Curitiba - Ações Voluntárias 51
Anexo 3 – Ações do Projeto Mão Amiga
Introdução a informática
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Curso de Manicure
Curso de Panificação Industrial
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Horta Comunitรกria
Pintura em tecido
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Turma de instalação elétrica residencial
Turma de bordado
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Este livro aborda sobre a Missão Integral da Igreja, visão está que enxerga o homem como um ser (racional, espiritual, físico e social), onde através da Ação Social como um Ministério Especifico a Igreja atuará nestas quatro áreas, promovendo assim mudanças substanciais na vida de indivíduos e na coletividade de uma forma direta e imediata, fornecendo assim diretrizes que venham transformar pessoas e as estruturas do mundo pós-moderno. O Autor define a origem e a missão da Igreja, verificando-se na perspectiva do Antigo e Novo Testamento a presença da ação social na igreja primitiva, que vá além de um mero assistencialismo, mas que redimensiona o papel assistencial da comunidade de fé. Abordada historicamente a ação social dentro de uma igreja, visando a manifestação da diaconia cristã. Entendendo que a igreja é serva, veio ao mundo para servir e tendo Cristo como exemplo mor, pois é a exemplificação da igreja na prática da ação social; Apresentados comentários sobre a vida de John Wesley, na Inglaterra, como exemplo de cristão sobre responsabilidade Social da Igreja. Está Obra é de grande relevância para Pastores, Líderes e Cristãos em Geral, pois ela apresenta a responsabilidade bem como a viabilidade de uma Pastoral na Igreja ,através da Ação Social.