EDIÇÃO Ano V NOV/DEZ 2015
R$ 12,90
Qual a solução para a falta de água? Possíveis alternativas para acabar com a falta de água em Camboriú e Balneário, principalmente durante a temporada de verão, dividem opiniões de especialistas e autoridades Página 52
Especial
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5ª Edição do Prêmio Cambori valoriza empreendedores de Balneário Camboriú e Camboriú
Entrevista
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Afonso Padilha e Thiago Ventura, revelações do humor nacional
Novos Negócios
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Crematório se renova para otimizar o atendimento a pessoas que acabaram de perder um ente querido
Editorial
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Palavra da Presidente por Ciça Müller
O Prêmio Cambori - Empreendedores de sucesso chegou a sua 5ª edição. Além de merecido, é justo que ao menos uma vez por ano a entidade reconheça nossos empresários e empreendedores. Fazendo uma analogia com o peixe que serviu de referência a criação do prêmio, e inspirou o design do troféu: CAMBORI é uma espécie de robalo valente, guerreiro e determinado, que nada contra a corrente para atingir seus objetivos. Penso que os empresários de um modo geral são Camboris, corajosos e determinados, e que unidos pelo associativismo, formam um verdadeiro cardume, o que nos fortalece e nos faz atingir um potencial ainda maior. É dentro do associativismo que buscamos parcerias, realizamos negócios entre nós e encontramos fornecedores para nossas demandas. É assim que fortalecemos o mercado local, mantendo nossa economia aquecida, garantindo empregos, e o crescimento que tanto almejamos. Parabenizo aos presidentes que antecederam a nossa gestão, a Magda Bez e sua diretoria por ter criado esta homenagem e ao Nelson de Oliveira por mantê-la, ao que nos orgulha e enche de responsabilidade de ampliar cada vez mais os nossos homenageados.
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Orgulha-nos também, ter entregue a homenagem de 50 anos de atividade à Clínica São Lucas, nas mãos da fundadora Sra. Jenny Liberato, que fez questão de estar presente com sua equipe, num momento tão virtuoso como a comemoração de seu cinquentenário. Ainda nesta edição, abordaremos as possíveis soluções técnicas para o problema da falta de água, recorrente há décadas em nossos municípios, principalmente no período da temporada. Dia 09 de dezembro celebramos o dia Internacional de Combate à corrupção, e nesta edição entrevistamos o Presidente do Observatório Social, senhor Antonio Cotorin, que nos fala sobre esta importante ferramenta de acompanhamento e orientação as licitações públicas na esfera municipal. Aproveito para desejar a todos um Feliz Natal e um Ano Novo de muita esperança e paz, afinal, somos nós mesmos quem podemos promover o mundo que desejamos ter. Boa leitura!
Índice
EMPRESAS E NEGÓCIOS
Índice ESPECIAL
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ARTIGO
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ENTREVISTA
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5º Prêmio Cambori: Reconhecimento do sucesso e incentivo ao empreendedorismo
Observatório Social de Balneário Camboriú exerce o Controle Social
A história de Julio Espinosa, lição do mundo do futebol para a vida
NOVOS NEGÓCIOS
INCLUSÃO
SUSTENTABILIDADE
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Lembranças valiosas: Cinzas de cremação podem ser transformadas em diamantes e cristais
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Igualdade sobre as ondas
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Possíveis alternativas para acabar com a falta de água na região
Missão: Fortalecer o associativismo empresarial com representatividade e sustentabilidade.
Expediente Presidente Ciça Muller
VP de Turismo Osny Maciel Jr
VP de Relações Institucionais José Santos Pereira
VP de Projetos e Políticas Sociais Vera Barichello
VP de Gestão e Finanças Augusto Munchen
Conselho Fiscal – Membro Efetivo Nazaré S Gomes Moisés Rossi Aline Voigt
VP para Assuntos Jurídicos Eraldo Luiz de Carvalho Junior VP de Comunicação Fernando Assanti VP de Desenv. Empresarial Nathália Mendes VP de Assuntos (Prest. de Serviços) Maria Pissaia VP de Assuntos (Comércio) Renato Gantus
EDITORA & PROJETOS CULTURAIS
VP de Núcleos Gabriela Kelm
Conselho Fiscal - Suplente Flávio Junior Pavan Marco Canassa Waléria Baú Conselho Superior Roberto Ern Fernando Baumann Álvaro Zambom dos Santos Mágda Bez Nelson de Oliveira Conselho Editorial Matias Fidelis Angeli Fernando Assanti
Apoio Editorial Andriana Seemann Nicole Bugnotto Alan Vignoli Lucas Coppi Revisão Gisele Girardi (CONRERP 4ª/2605) Fotos: Alan Vignoli/Grando Comunicação Arquivo / Acibalc e Entrevistados Fernanda Arruda Fotografia Jornalista Responsável Peeter Lee Grando (MTB/SC 4265 JP) Projeto Gráfico *GGE Diagramação Rafael Foigt
Comercialização de publicidade: 47 3363-0700 | acibalc@acibalc.com.br | Rua 1.542 nº 715 | Sala 24 | Balneário Camboriú | SC
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Especial
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5º Prêmio Cambori: Reconhecimento do sucesso e incentivo ao empreendedorismo Evento que já se tornou tradição em Balneário Camboriú premiou 30 empresas de destaque em Balneário Camboriú e Camboriú. O Dia Nacional do Empreendedorismo foi celebrado com uma noite de homenagens em Balneário Camboriú. No dia 19 de novembro, o Hotel Sibara Flat e Convenções, foi palco 5º Prêmio Cambori – Empreendedores de Sucesso, que reconheceu o trabalho de 30 empresas de Camboriú e Balneário que ajudam a promover o desenvolvimento socioeconômico da região. Mais uma vez, a iniciativa teve como objetivo homenagear empresários que estão atuando há pouco tempo e já se destacaram em suas áreas, mas também reconhecer os empreendimentos que fazem parte da história das duas cidades, por isso o prêmio foi dividido em categorias para empresas de cinco a 50 anos de trajetória. Um dos destaques desta edição do evento, que já se tornou tradição na cidade, foram as homenagens a três Núcleos da Acibalc. O Núcleo Jovem Empreendedor recebeu o reconhecimento pelos cinco anos de atuação. Uma das homenagens de 10 anos foi destinada ao Núcleo de Tecnologia, Informação e Comunicação, já o Núcleo Automotivo foi premiado pelos trabalhos desempenhados nas duas cida-
des durante os últimos 15 anos. Outro ponto importante da noite foi a entrega do Prêmio de 50 anos para a Clínica São Lucas, que foi recebido pessoalmente pela senhora Jenny Coelho Liberato, uma das fundadoras da Clínica e pelo Dr Luiz Claudio Serra, que fez um agradecimento em nome de todo o grupo. Durante o discurso, a presidente da Associação, Ciça Muller, agradeceu e destacou o comprometimento e garra de todos os empresários, que continuam a desenvolver seus negócios mesmo diante dos desafios diários. A presidente também fez uma analogia com o peixe robalo, que inspirou o nome do prêmio, para destacar o espírito ágil e atento dos bons empreendedores. Ainda na fala, Ciça ressaltou a importância associativismo e parceria entre empresários. O evento contou ainda com um show nacional de Stand Up Comedy com Afonso Padilha e Thiago Ventura, duas revelações do humor nacional. Confira uma entrevista completa com eles na página
APRESENTADORES
PATROCINADORES
CO-PATROCÍNIO
PARCEIROS
APOIO
Especial
EMPRESAS E NEGÓCIOS
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Especial
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Especial
EMPRESAS E NEGÓCIOS
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Especial
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Especial
EMPRESAS E NEGÓCIOS
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Especial
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Especial
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Especial
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EMPRESAS E NEGÓCIOS
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Painel do Empreendedor
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Painel do Empreendedor Esse espaço é destinado aos associados da Acibalc que trazem desenvolvimento e qualificação ao mercado
Inovação e proteção de intangíveis Há 15 anos, a Cerumar trabalha para proteger um de seus maiores patrimônios: a propriedade intelectual Atuando há 15 anos no mercado, a Cerumar Propriedade Intelectual atua no auxílio à inovação através de buscas em bases tecnológicas. Além disso, também orienta empresários para que utilizem todo o conteúdo já disponível, evitando o desperdício de tempo e recursos. A empresa realiza ainda serviços na área de proteção e acompanhamento dos processos de registro de marcas, desenhos industriais, invenções, informações estratégicas e direitos autorais, sendo responsável por tudo o que se refere ao conteúdo administrativo e judicial na área de Propriedade Intelectual. A equipe técnica da Cerumar é especializada e multidisciplinar, contando com engenheiros, designers, advogados, contadores, administradores, biólogos e agentes da propriedade intelectual, entre outros. Na Facisc, a Cerumar opera a solução PRINTE de proteção intelectual. No Sebrae-SC, a empresa também é cadastrada para prestação de serviços desta natureza. Os associados Acibalc podem agendar um atendimento com a regional litoral da Cerumar, localizada em Balneário Camboriú. Sua empresa pode se destacar no mercado definindo estratégia de inovação e proteção para os ativos intangíveis de seu empreendimento. Consulte os profissionais da Cerumar e descubra como! Contato: www.cerumar.com.br Matriz: 47 3520 6604 Regional Litoral: 47 3363 0700 Com Marcos ou Willian
Curso de Arquitetura e Urbanismo da Avantis é reconhecido com nota máxima pelo MEC O curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Avantis, em Balneário Camboriú, foi reconhecido com o conceito cinco, nota máxima dada pelo Ministério da Educação (MEC). A avaliação levou em conta a titulação dos docentes, organização didático-pedagógica da graduação, além da infraestrutura disponibilizada para os estudos. A coordenadora do curso, Tatiani Pires Passos, destaca que o excelente resultado é consequência de uma série de fatores. “O projeto pedagógico do curso é atual e inovador, atendendo os requisitos que o mercado da região necessita na área. Além disso, contamos com um corpo docente extremamente preparado e com uma infraestrutura moderna, otimizando o aprendizado e o resultado dos projetos desenvolvidos em sala de aula”, afirma. Para a diretora da instituição, Isabel Regina Depiné, o reconhecimento do curso solidifica o comprometimento da Avantis com a qualidade do ensino ofertado. “O conceito cinco no curso de Arquitetura e Urbanismo e todas as avaliações positivas que obtivemos nas demais graduações, solidificam o nosso compromisso e responsabilidade em ofertar um ensino de qualidade e excelência. Buscamos oferecer graduações com caráter inovador, por isso fazemos, constantemente, reformulações na matriz curricular, a fim de preparar o profissional para as exigências do mercado de trabalho”, ressalta. Lançado em 2011, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Avantis conta com cerca de 300 alunos matriculados. A primeira turma irá se formar em 2016.
Painel do Empreendedor
EMPRESAS E NEGÓCIOS
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Um pedacinho de Portugal no Brasil Anexo ao Hotel Sibara, o Bella Catarina Pães e Doces traz as delícias de Portugal para o Brasil. Pelas mãos de quem conhece de verdade a cultura lusitana Um pedacinho de Portugal no Brasil. Lugar aconchegante, com doces divinos e pessoas alegres e bem humoradas para servi-lo. Esse lugar tem nome: Bella Catarina Pães e Doces, em Balneário Camboriú. Inaugurado há pouco mais de um ano, o local tem atraído cada vez mais clientes pelo cuidado de sua equipe com os clientes, pela boa localização, mas, principalmente, pelas incríveis delícias portuguesas servidas. Tudo começou com o sonho de Filipa Carvalho. Portuguesa, ela veio para o Brasil a trabalho, em outra área, em 2012. No entanto, o destino e a saudade de seu país fizeram com que, pouco mais de um ano depois, ela inaugurasse o Bella Catarina, o local perfeito para repartir com os brasileiros um pouquinho da cultura e das delícias de seu país. Filipa se refere a sua equipe como uma família. Seu empreendimento, segundo ela, é uma oportunidade para os clientes saborearem o que há de melhor nas receitas de sua terra natal. O ambiente acolhedor e intimista foi criado para pessoas que apreciam um lugar tranquilo onde possam ler um livro, estudar, trabalhar ou até mesmo jogar uma partida de cartas com os amigos.
O Pastel de Belém, como é conhecido por aqui, é um dos doces mais cobiçados pelos clientes, junto com o famoso bolinho de bacalhau frito e assado. Feitas por mãos portuguesas, essas delícias acabam marcadas na memória de todos os que já provaram estas iguarias. O Bella Catarina também atende, hoje, grandes empresas da cidade, realizando eventos corporativos com decoração diferenciada, no padrão europeu, no local desejado pelo cliente. Localizada bem no Centro de Balneário Camboriú, na Av. Brasil, 1.500, anexo à galeria do Hotel Sibara, tem fácil acesso para quem passeia pela cidade ou está hospedado no hotel. Deu água na boca? Então venha provar as delícia portuguesas no Bella Catarina! Contato: Facebook.com/B.C.Catarina Bellacatarinapaesedoces@gmail.com 47 3261 5001
Breves Registros
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BREVES REGISTROS
Fique por dentro de tudo que acontece na Acibalc
Numea e Rede Feminina de Combate ao Câncer promovem evento na Acibalc
Na noite do dia 20, o Núcleo da Mulher Empreendedora da Acibalc em parceria com a Rede Feminina de Combate ao Câncer promoveram, na sede da Acibalc, um bate papo que teve como tema principal a Prevenção do Câncer de Mama. As duas entidades, engajadas com o Outubro Rosa, desenvolveram ações que foram ao encontro do objetivo do movimento; estimular a participação da população no controle do câncer de mama, o tipo mais comum entre as mulheres, correspondendo aos 25% dos casos novos anuais da doença.
EVENTOS CORPORATIVOS
47 3056.7273
Breves Registros
EMPRESAS E NEGÓCIOS
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Última edição do Encontro de Negócios é marcada pela inovação Encerrando a agenda anual de Encontros de Negócios, o Núcleo de Gastronomia da Acibalc realizou na noite do dia 26 de outubro, a 37ª edição do evento. O encontro que passou por modificações estruturais com o objetivo de somar forças para torna-lo mais ágil, dinâmico e atrativo aconteceu nas dependência do Maria’s Shows e Eventos na cidade de Camboriú, num formato de sessão de negócios. O novo encontro, que passa a ter essa estrutura, permite aos participantes uma maior interação, já que é organizado em formato de reuniões comerciais, onde empresários de diferentes segmentos apresentam seus produtos e serviços num espaço de tempo pré definido, passando por mesas simultâneas.
Charles Moore: Na semana Lixo Zero, capitão fala sobre o Oceano de Plástico No sábado, dia 24 de outubro, no Espaço FG Sul, o Núcleo de Desenvolvimento Sustentável da Acibalc em parceria com a Encaminhe Certo e a FG Empreendimentos, promoveu a palestra Oceano de Plástico com o Capitão norte americano Charles Moore.
Breves Registros
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Feijoada comemora os 5 anos do Núcleo Jovem Em comemoração aos seus 5 anos, o Núcleo Jovem Empreendedor promoveu no dia 10 de outubro uma Feijoada no Restaurante Indaiá em Itapema. Criado em outubro de 2010, o Núcleo multissetorial tem suas ações focadas na formação de novos líderes, com perfis voltados para o crescimento de suas empresas e no desenvolvimento do ambiente socioeconômico em que se encontra.
Noite de homenagens marca os 15 anos do Núcleo Automotivo
Acibalc
No dia 9 de outubro, o Núcleo Automotivo celebrou 15 anos de atuação em Balneário Camboriú e Camboriú, em uma confraternização que reuniu representantes de todas as empresas que compõem o grupo e seus familiares. O evento também foi prestigiado pela presidente da Acibalc, Ciça Müller e outros participantes da Associação. Durante a noite, todos os nucleados receberam uma homenagem pela contribuição deles em prol do associativismo no setor automotivo da região.
NTIC promove palestra em parceria com SEBRAE O Núcleo de Tecnologia, Informação e Comunicação da Acibalc - NTIC, realizou no dia 22 de outubro, palestra com o tema Desenvolvimento de Aplicações para Nuvem, Dispositivos Móveis e Internet das Coisas, ministrado pelo consultor e instrutor Guinther Pauli, Bacharel em Sistemas de Informação e Mestre em Ciência da Computação. O Núcleo apresentou também, na oportunidade, seu case de sucesso compartilhando as ações e atividades realizadas ao longo de 10 anos.
Artigo
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EMPRESAS E NEGÓCIOS
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Observatório Social de Balneário Camboriú exerce o Controle Social
Por Antonio Cotrin, presidente do OSBC
Tendo recebido o reconhecimento da ONU como a melhor metodologia para o exercício do Controle Social, os sistemas adotados pelos Observatórios Sociais espalhados pelo Brasil estão gradativamente mudando a maneira do cidadão participar ativamente do “Exercício da Cidadania”. Em Balneário Camboriú, o Observatório Social é uma associação constituída pelas principais entidades representativas do município. Um espaço democrático e apartidário, que atua como pessoa jurídica utilizando metodologia própria através de um trabalho técnico. O OSBC não defende interesses e nem representa nenhuma categoria específica. Defende, sim, interesses comuns, atuando com independência tendo como bandeira a “Cidadania Fiscal”. Sem alarde, o Observatório Social de Balneário Camboriú analisa e monitora todos os editais de licitação de forma sistemática e técnica nos aspectos legais, administrativos e operacionais, antevendo erros, inconformidades e fraudes, garantindo vultosa economia para os cofres municipais. Com foco nas ações e procedimentos que possam provocar o desperdício ou má aplicação dos recursos públicos, o OSBC procura preventivamente evitar
os entraves administrativos, burocráticos e jurídicos que causam enormes e irreparáveis prejuízos quando praticados pelos gestores públicos. As obras paralisadas, os contratos interrompidos e os fornecimentos contestados geram inúmeros problemas para os gestores públicos com reflexo nas mais variadas camadas da população. Além deste trabalho, o Observatório também estimula a participação do maior numero de empresas na competição para fornecimento de produtos, materiais e serviços, inibindo com isso a formação de cartéis e reduzindo a margem para a prática de corrupção, além é claro, de resultar em menores valores pagos. Os relatórios apresentados pelo OSBC nos seus Boletins Informativos, publicados semestralmente, disponibilizam os números alcançados pelas ações empreendidas bem como as atividades que desempenham no sentido de interagir com os Conselhos Municipais e demais entidades e órgãos congêneres na troca de informações e experiências, tais como: CGU – TCU – TCE – MPF – MPE. O OSBC monitora as licitações municipais desde julho de 2014. Desde então, analisou 384 editais publicados e participou presencialmente de 342 certames. Nessas
licitações, houve a participação de 994 concorrentes que apresentaram suas cotações para venda de produtos ou contratações de serviços num volume considerável de mais de 193 milhões de reais (R$ 193.591.672,00). As negociações realizadas pelos pregoeiros com o acompanhamento do OSBC conseguiram reduzir esse montante para R$. 145.396.204,00, verificando-se uma redução de R$. 48.195.468,00 equivalente a 24,4%. Vale ressaltar que boa parte dessas licitações refere-se ao sistema de “registro de preço” para compras a serem realizadas no período de 12 meses. Também é objetivo do Observatório Social a disseminação da “Educação para a cidadania” que preconiza atuar com equipamentos de áudio-visual e materiais impressos nas escolas, faculdades, empresas, entidades, igrejas, etc. Para concretização dessas ações, o OSBC desenvolveu o projeto “Cidadania Ativa”, que propõe atingir um publico estimado de 500 pessoas anualmente, através de palestras, oficinas, rodas de conversa, blitz para distribuição de material, etc. O orçamento do projeto Cidadania Ativa é de quase 147 mil reais (R$ 146.910,00) no primeiro ano e de aproximadamente 120 mil reais nos anos seguintes. Para que possa realizar essa e outras ações, o OSBC vem procurando celebrar convênios e pleiteando recursos dentro dos parâmetros legais em programas voltados a educação para a cidadania, bem como junto à empresas e pessoas físicas. Não perdemos de vista o nosso slogan: “Indignar-se é importante. Atitude é Fundamental”. Conheça, participe e contribua com nossos esforços de fortalecer o Controle Social. Este é o único caminho para reduzir os desperdícios do nosso dinheiro que chamam de “dinheiro publico”.
“Indignar-se é importante. Atitude é Fundamental”.
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EMPRESAS E NEGÓCIOS
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Risadas e planos Por Lucas Coppi
Atrações do Prêmio Cambori 2015, Afonso Padilha e Thiago Ventura falam sobre sua história no Stand Up Comedy e a relação do humor com o mundo empresarial Durante a 5ª edição do Prêmio Cambori – Empreendedores de sucesso, em novembro, um dos grandes momentos da noite foi o show de stand up apresentado pelos humoristas Afonso Padilha e Thiago Ventura. Os dois jovens, que escolheram viver de sua comédia, se apresentaram aos empresários no evento da Associação e aproveitaram, também, para conversar com a equipe da Revista Acibalc.
Lucas Coppi
Nesta entrevista, Padilha e Ventura, que dividem um escritório em São Paulo, respondem a diversas perguntas sobre o mundo do stand up comedy. Desde seu início, como decidiram ser humoristas, até a famosa e tradicional pergunta feita a todo comediante em qualquer entrevista sobre o limite do humor.
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Como vocês decidiram que seriam comediantes? AFONSO PADILHA: Decidi, porque nunca gostei de trabalhar. Eu descobri que era comediante escrevendo. Nunca fui engraçado. Era engraçado na escola, mas não em casa. E no stand up, tem que escrever. Eu comecei a escrever, pegar gosto por escrever, vi o stand up e vi que podia fazer isso. Me arrisquei e deu certo. Funcionou! E aí eu falei: “É isso que eu sei fazer”. E é a única coisa que eu sei fazer realmente. Eu comecei com 20 anos, estou com 26. E aí quando eu fiz, eu descobri o que eu sei fazer, o que eu gosto de fazer. Foi meio que (um processo) eliminatório. Dos 15 aos 21 anos tinha trabalhado em 12 empregos. E aí quando eu descobri a comédia, era isso. THIAGO VENTURA: Sou administrador por formação. Trabalhei seis anos no departamento juridico do Banco do Brasil. Era bancário de oficio mesmo, daquele que odeia a profissão. Mas eu me dedicava muito nessa parte de fazer um atendimento diferenciado para o cliente. Então era uma parte muito corporativa mesmo. E depois eu mudei bruscamente para o stand up, que eu conheci através do Diogo Portugal e após 8 meses estudando eu decidi fazer o primeiro show e estou aí até hoje. Faz cinco anos!
O stand up é algo que ganhou popularidade recentemente no Brasil, há menos de uma década. No entanto, quando explodiu, acabou criando um número alto de novos ídolos, principalmente na internet. A que vocês atribuiriam esse boom da comédia em pé? AFONSO PADILHA: À liberdade e à quebra do paradigma. No Brasil tinha muita comédia que era de personagens, de contadores de piadas. De repente subiu uma pessoa que conta uma história conversando com você e pode fazer as pessoas gargalharem. E tem esse choque: “Cara ele é um de nós e tá contando piada”. Então é isso, a liberdade e a novidade. THIAGO VENTURA: Acho que à novidade. Sempre que você é novo no mercado, tende a se destacar. Criou-se uma demanda que não existia. As pessoas estavam cansadas de piada de loira burra e de português. Quando o stand up surgiu, deu uma outra visão, ficou muito mais fácil de atingir um novo público.
“As pessoas estavam cansadas de piada de loira burra, piada de português, é o tipo de piada que cansou. Quando o stand up deu uma outra visão, ficou muito mais fácil de atingir um novo público.” Thiago Ventura
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Quem são seus maiores exemplos no stand up?
Quão empreendedor o humorista precisa ser?
AFONSO PADILHA: Stewart Lee, Seinfeld (Jerry Seinfeld). No Brasil; Danilo Gentilli, Rafinha (Bastos), mas principalmente os escritores, como o Luiz Fernando Veríssimo. Minha maior inspiração é Veríssimo, comecei a escrever lendo ele. Comecei a escrever crônica e acabei fazendo stand up, mas ele é a minha maior inspiração na escrita, até porque eu trabalho escrevendo. Escrevo para o Porta Dos Fundos, então acaba que eu caí nesse caminho.
AFONSO PADILHA: Precisa ser um empreendedor de todas as áreas. Empreender no tempo para produzir um show, empreender na área financeira. É um autônomo. O comediante é como qualquer outro autônomo, mas o serviço que a gente presta é diferente. Um serviço artistico. O trabalho é como qualquer outro. Precisamos administrar dinheiro, pagar contas, todas as outras coisas. A dificuldade do comediante é ser empreendedor. A gente precisa fazer a piada, mas também cuidar da nossa imagem, do financeiro.
THIAGO VENTURA: Eu tenho um Top 3. Vai parecer que é puxação de saco, mas eu realmente dou risada com eles. Fabio Rabin, Fabio Porchat e Afonso Padilha. Quando eu comecei a fazer stand up, a gente fazia cinco minutos, mas o Afonso já fazia 15. Já havia uma remuneracao por isso. É legal pra caramba, a gente mora junto em São Paulo, divide o escritório, faz show junto, então é maravlhoso, sou amigo de um cara que sou muito fã. Há muito diferença no texto feito para o stand up do texto feito para a TV? AFONSO PADILHA: Tem muita diferença por causa da liberdade. Nos Estados Unidos você vê canais de comédia, exatamente como você vê em bares. No Brasil temos muita restrição porque o povo ainda é reticente. Não pode fazer piada com isso, com aquilo e ainda existe na televisao um formato muito quadrado. Acham que a gente ainda está nos anos 70, 80. Vivemos num país que tem liberdade de expressão, mas mesmo assim não pode, porque vai chocar a “familia tradicional brasileira”. THIAGO VENTURA: Cara, a TV tem uma coisa que o teatro não tem; a censura. A partir do momento que você é censurado, acaba o humor. Há pessoas talentosíssimas e o programa é uma droga! Por quê? Porque você não tem liberdade. Mas existem pessoas que conseguem ainda fazer o show. Mas até o próprio Chico Anysio falava palavrão no show dele, entao é só a censura que atrapalha.
THIAGO VENTURA: Cara, se ele não tiver uma gestão pessoal e financeira, está perdido. Um empresário, por exemplo, a empresa dele atende uma demanda pequena. Ele conhece o produto, conhece a oferta. Já eu, não! Eu não sei se vai estar lotado, se as pessoas vão me contratar. Eu tenho que ficar me renovando todo tempo. O stand up é muito difícil para isso. Se você não tiver uma cabeça pensando não só na parte artistica, mas também na parte financeira, a carreira não vai dar certa. Vocês dois se apresentam em eventos fechados. Qual cuidado é preciso ter para lidar com cada púbico? AFONSO PADILHA: Geralmente quem passa as restrições é o contratante. Não pode falar de política, disso ou daquilo. De acordo com o briefing a gente vai adequando nosso material. Fora isso é o que a gente sente no palco. Vou fazer piada sobre relacionamento. Nao está funcionando? Vou pra outra coisa. Vai montando o material conforme o público esta reagindo. É muito do momento. E a capacidade de improvisação vem com o tempo, escrevendo e fazendo. THIAGO VENTURA: A gente sempre se brifa um pouco. Temos que saber se pode falar mal da Dilma, que a gente gosta muito, por exemplo. Perguntamos se pode fazer piada com alguém que está no ambiente. Às vezes a própria empresa passa pra gente: “Olha, vai estar o Alex, ele adora que fale da careca dele”. A gente sempre é brifado. Mas a gente evita falar algumas coisas, por exemplo escatologia (doutrina que trata do destino final do homem e do mundo). Tem algumas restrições.
Entrevista
34 A pergunta que todo comediante já respondeu 1000 vezes: Qual o limite do humor?
Como é o processo de criação? Vocês se inspiram muito no cotidiano?
AFONSO PADILHA: É a risada. Se tem gente rindo, tem gente concordando com o que eu estou falando. Tudo tem um lado engraçado, até a morte. Qualquer coisa tem um lado engraçado. Tudo depende do timing. Tem um comediante amigo nosso que hoje foi testar piadas sobre o caso de Mariana e Paris, mas ele não está exaltando o que está acontecendo, ele está mostrando o foco das coisas ruins que estão acontecendo. Então tudo tem humor. Se você consegue virar as coisas de outra maneira, consegue falar de qualquer assunto.
AFONSO PADILHA: Acho que isso vai de comediante para comediante. Eu tento escrever o máximo possível. É muito difícil escrever comédia, ainda mais que as pessoas se identifiquem. A maioria trabalha com inspiração, eu trabalho com sentar e escrever. Lá fora você tem muito comediante que faz um solo por ano, então ele tem um solo de 50 minutos, escreve 50 minutos de texto e grava. Quando termina aquele prazo ele joga todo material fora e começa tudo de novo. Eu vou gravar meu primeiro DVD agora, então lá, terá material dos meus cinco primeiros anos. Durante cinco anos eu fico escrevendo essa piada, melhorando, e aí quando eu terminar e gravar esse texto não vou mais fazer.Vou trabalhar em outro material. Minha ideia é pro fim do ano que vem já ter outro material.
THIAGO VENTURA: O silêncio. A partir do momento que eu fiz uma piada e ninguém riu, eu passei do limite. Você pode fazer piada com humor negro. Se o público rir, é piada, se não rir, não é!
THIAGO VENTURA: A gente tem que fazer piada todos os dias. Você está conversando com alguém e esse alguém fala do cachorro e eu achei engraçado, eu já começo a pensar. Existem formular também. A comédia, ao contrário do que muitas pessoas pensam, tem um estudo por trás. Tem um estudo gigantesco, principalmente no stand up. Eu tenho estudado muita gente lá de fora. E existem fórmulas, existem métodos, mas outras coisas também acontecem naturalmente.
“Tudo tem um lado engraçado, até a morte. Qualquer coisa tem um lado engraçado. Tudo depende do timing” Afonso Padilha
Novos Negócios
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Lembranças valiosas Crematório se renova para otimizar o atendimento a pessoas que acabaram de perder um ente querido. Cinzas de cremação podem ser transformadas em diamantes e cristais
Aquele momento funciona como uma espécie de reencontro. Na sala de memórias, Wilson de Sousa relembra a trajetória marcante da vida ao lado da esposa Alda Maria Zaguini de Sousa. Com 84 anos de idade, ele viveu 51 ao lado da amada, até março de 2014, quando ela partiu. O silêncio na sala vai muito além de uma questão de respeito, ele proporciona esse contato íntimo entre o familiar e o ente querido. “Nossa vida era um romance. E esse romance não acabou, as lembranças são eternas”, conta Wilson.
De acordo com o gerente da unidade, Ronaldo Silva, investir no segmento exige muita ética, pesquisa e, principalmente, respeito com o sentimento das pessoas. “O principal fator é o respeito com quem acabou de sofrer a perda. Você tem que, de alguma forma, tentar se colocar no lugar dos familiares. No cerimonial e em todos os processos, contamos com profissionais preparados para tornar aquele momento o menos doloroso possível”, afirma.
Dona Alda teve seu desejo de ser cremada respeitado pela família. Wilson já havia assistido a uma cerimônia no Crematório Vaticano, em Balneário Camboriú, e achou a experiência menos traumatizante do que um velório e enterro convencional. “Ninguém quer passar por isso, perder alguém que ama, mas eles tratam esse momento de uma maneira mais suave, menos traumatizante para toda a família” avalia ele, que visita regularmente o lóculo com as cinzas da esposa.
O gerente explica que é feita uma pesquisa sobre momentos marcantes da trajetória da pessoa que morreu e, também, sobre as crenças dos familiares, buscando promover uma cerimônia mais íntima e que traga alguma consolação para os familiares e amigos. “Toda a equipe precisa ter essa experiência e sensibilidade, antes e depois da cerimônia. Às vezes um abraço e o silêncio é o mais reconfortante”, afirma Ronaldo.
Criar alternativas para amenizar a dor no momento da morte de alguém próximo, trazendo um pouco de conforto para quem sofreu a perda, além de manter viva as lembranças de quem partiu é, também, um modelo de negócio. O Crematório Vaticano foi inaugurado em 2007, sendo o primeiro no Estado de Santa Catarina e referência na área.
Novos Negócios
EMPRESAS E NEGÓCIOS
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Custo e benefícios
Diamante e Cristal Memorial
A cremação é uma prática que está se popularizando e pode tornar o procedimento mais simples, econômico, higiênico e ecologicamente correto. O valor do plano preventivo gira em torno de 3100 reais e pode ser parcelado em até 35 vezes, onde estão inclusos todos os serviços, dentre eles o cerimonial, documentação e serviço de café e recepção. O preço encarece um pouco para quem opta pela cremação apenas após a morte da pessoa, ou deseja receber as cinzas em modelos de urnas mais sofisticadas.
Uma das possibilidades que mais chama a atenção é a de transformar parte das cinzas da pessoa em um diamante. A cremação humana resulta em média dois quilos de cinzas e com 500 gramas é possível transformá-la na pedra preciosa. O processo é feito por uma companhia sediada na Suíça e leva, em média, seis meses para ficar pronto.
Além disso, a empresa oferece inúmeras formas da família ter uma lembrança do ente querido em mãos. A maioria das ideias foram pensadas e pesquisadas pelo departamento de Marketing do crematório. “É necessário um cuidado muito grande para pensarmos em como vender os serviços e trabalharmos o Marketing. Você não pode simplesmente colocar um outdoor na rua” pontua Ronaldo.
“Ninguém quer passar por isso, perder alguém que ama, mas eles tratam esse momento de uma maneira mais suave menos traumatizante para toda a família” Wilson de Souza, 84 anos.
Os especialistas extraem carbono das cinzas e convertem o material em grafite para que seja cristalizado, onde depois inserem um diamante cristal configurado em uma espécie de semente, que sendo exposta a temperaturas muito altas começa a formar outros cristais. A duração desse processo depende do tamanho requisitado da pedra. Após o diamante bruto ser retirado da máquina, o cristal inicial é removido e realizado o polimento de acordo com a escolha do cliente. Os tamanhos dos diamantes variam entre 0,25 quilate e 1,0 quilate, e o valor pode ultrapassar 60 mil reais, o que justifica a procura modesta pelo item, que também pode ser cravado em uma jóia. Segundo Ronaldo é possível ainda reunir as cinzas de várias pessoas em um diamante. Além disso, outras opções com valores mais em conta são ofertados para quem deseja obter esses objetos de lembrança. Os chamados Cristais Memoriais utilizam as cinzas em peças de 2 a 30 centímetros de altura, com valores a partir de 1100 reais. As peças podem ter formatos abstratos, de anjo, coração, pássaro ou outros de preferência da família. Ainda é possível utilizar as cinzas em pingentes de diversos modelos de cristal, com preço médio de 700 reais.
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Fragmentos de uma vida Wilson optou por deixar as cinzas da esposa em uma urna num dos lóculos da Sala de Memórias do Crematório. Essa foi a preferência de dezenas de outras famílias, que trouxeram diversos elementos para ilustrar um pouco da personalidade e hobbies de cada pessoa. O local é um mosaico de histórias de vida. Mas além dos objetos, entende-se que o mais valioso são as lembranças que o pequeno espaço remete. “Viemos até aqui porque a lembrança permanece na nossa vida. De acordo com a crença vamos para outro plano, e acredito que esse reencontro possa acontecer”, finaliza Wilson.
“O principal fator é o respeito com quem acabou de sofrer a perda. Você tem que, de alguma forma, tentar se colocar no lugar dos familiares” Ronaldo Silva, gerente do Crematório Vaticano.
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BALN. CAMBORIÚ • 47 3263 6666 Dra. Sabrina Liberato Serra - Diretora Técnica Médica . CRM-17221
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Igualdade sobre as ondas 1º Festival de Surf para Autistas reuniu 50 crianças e seus familiares, num dia de competições e brincadeiras na Praia Central de Balneário Camboriú
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O dia começou cedo para o Augusto, de quatro anos, e o Vitor, irmão dele, de seis. Acompanhados dos pais, eles vieram de Florianópolis até Balneário Camboriú, numa manhã de novembro, por um motivo muito nobre: era dia de surfar. Já Felipe, de nove anos, teve que fazer uma viagem bem mais longa para chegar à Praia: junto com a mãe, o pai e o irmão, ele veio de Curitiba, no Paraná, para se juntar a outras 50 crianças, jovens e seus familiares, além de uma equipe de voluntários, que movimentaram o 1º Festival de Surf para Autistas, na Praia Central de Balneário Camboriú. As chuvas foram constantes na região durante aquela semana e a equipe organizadora decidiu manter as atividades mesmo que o sol não aparecesse. Mas ele surgiu curioso para iluminar e ser companhia durante todo aquele sábado, reunindo centenas de pessoas que estavam ali para praticar o bem e se divertir junto. A ação foi idealizada pelo instrutor de surf Túlio Ferri e a programação contou ainda com jogos de praia e passeios em pranchas de Stand Up.
Túlio, que não disfarçava a satisfação em ver o sucesso da iniciativa, relembra com alegria o início do projeto, que começou por acaso. Há alguns anos ele estava dando aula de Taekwondo em uma academia da cidade e a mãe de um menino autista o procurou para pedir que ele desse aulas de defesa pessoal para o filho dela. Na época, Túlio já havia criado a Surf Escola BC e sugeriu que a mãe experimentasse como seria o contato do garoto com a água. “A gente viu que o garoto gostou e se interessou muito em estar na água. Ele ficou muito feliz e logo já conseguia ficar em pé na prancha. Cada vez que a aula acabava, ele perguntava quando teria de novo”, conta. A partir daí Túlio, que nunca havia trabalhado com crianças e jovens autistas, começou a pesquisar e estudar sobre o assunto e logo conseguiu uma importante parceria com a Associação de Pais e Amigos do Autista de Balneário Camboriú (AMA Litoral). Todos os domingos, uma psicóloga passou a acompanhar o trabalho do professor com essas crianças e jovens. Nascia ali um projeto que, só em 2014, já ensinou mais de 20 crianças com autismo a surfar.
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DIVERSÃO EM FAMÍLIA Túlio comenta que teve a ideia de criar o festival para que crianças de diferentes lugares tivessem a oportunidade de ter a experiência com as brincadeiras na água e, também, para angariar mais voluntários para o projeto. “Num primeiro momento achei que o evento não teria mais que 15 participantes. Mas quando divulgamos na internet houve mais de 1700 compartilhamentos e 270 mil visualizações no post. Em poucas semanas, as 50 vagas foram preenchidas”.
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E quem viu a postagem e logo fez a inscrição do filho foi Ivanilda Drozdek, mãe do Felipe Drozdek, que foi apresentado no início da reportagem. “Em Curitiba, onde moramos, vamos ao cinema, teatro e agora tivemos a oportunidade de vir para a praia”, diz Ivanilda. “Não tem como explicar a sensação de estarmos aqui. Há algum tempo vir com o Felipe para a praia era algo muito distante da realidade, achávamos que não seria possível. Até os oito anos ele não colocava o pé na areia molhada, só na seca. Dessa vez ele chegou perto da água, molhou os pés, foi uma conquista muito grande”, comemora a mãe. Túlio afirma que esta é, também, uma atitude de coragem dos pais ou responsáveis. “Nós vemos que os pais estão abertos a essas experiências, trazendo a criança para experimentar coisas novas. Queríamos esse momento em família. Todos os participantes levam uma medalha de primeiro lugar para casa e isso é muito importante e gratificante, também, para a família” justifica.
“Não tem como explicar a sensação de estarmos aqui. Há algum tempo vir com o Felipe para a praia era algo muito distante da realidade, achávamos que não seria possível. Ivanilda Drozdek - Mãe de Felipe Drozdek
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O SURF COMO ALIADO DO DESENVOLVIMENTO E DA INCLUSÃO Michele Panossi Dotto acompanhava a diversão dos filhos Vitor e Augusto na prancha. Os pequenos já fazem aula no projeto Surf Azul, em Florianópolis. Foi o professor da dupla quem comunicou ela do festival em Balneário e eles logo confirmaram presença. “Está sendo uma atividade excelente. Eles adoram a água, o esporte tem proporcionado evoluções motoras e de coordenação. Além disso, existe a alegria que eles têm de obedecer aos comandos de outras pessoas que não são da família, desenvolvendo a parte cognitiva e da socialização”. Ainda de acordo com Michele, outro benefício do esporte é colocar as pessoas num patamar de igualdade. “Na água todos são iguais se divertindo. As pessoas que frequentam a praia acabam vendo o autismo não como uma deficiência, há uma integração e isso é inclusivo. Além de ser um momento da família relaxar, curtir junto, o que favorece o lazer em si e o desenvolvimento geral da criança” ressalta. Para a coordenadora da AMA Litoral, Catia Cristiane Purnhagen, é uma grande satisfação poder contribuir com o festival. “Esta ação mostra que todas as pessoas têm potencial. No surf, além de trabalhar com o autista a questão social e de habilidade, há essa relação com a natureza, que é fantástica. A maioria das pessoas com autismo gostam de estar em contato com a água, eles têm essa sensibilidade. E nada melhor que trabalhar o esporte e a questão social através de uma ação que seja prazerosa para eles” argumenta a coordenadora. Ela defende que a sociedade precisa entender o autismo e deixar o preconceito de lado.“Estamos conseguindo mostrar as potencialidades dessas pessoas. Eles estão conquistando, com os próprios méritos, vagas no mercado de trabalho e nas Universidades. E vislumbramos muitas outras conquistas para o futuro”, completa Catia.
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“Num primeiro momento achei que o evento não teria mais que 15 participantes. Mas quando divulgamos na internet houve mais de 1700 compartilhamentos e 270 mil visualizações no post. Em poucas semanas, as 50 vagas foram preenchidas” Túlio Ferri, organizador do evento.
VOLUNTARIADO E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL Para Túlio, trabalhar com crianças e jovens autistas está sendo uma das experiências mais enriquecedoras de sua trajetória profissional. “Um dia dando aula para um autista equivale a um mês dando aula para outras crianças, porque ele não vai falar que gosta de você por educação. Ou ele gosta ou não. Você tem que ter esse feeling. Conhecer mais sobre esse universo é muito enriquecedor e gratificante para o profissional”, esclarece o instrutor. Já Catia, além de coordenar a AMA Litoral, é mãe do Junior, de 25 anos, que é autista. “Trabalhar com eles é o maior aprendizado enquanto profissional. Como ainda não temos uma causa para o autismo e cada um se comporta de uma maneira, torna-se um grande desafio o que nos faz crescer também como ser humano” pontua. E foi o interesse nessa experiência que fez as psicólogas Priscila Calle e Bruna Dalabona, da Instituição Adaptar, de Curitiba, virem até Balneário para acompanhar o festival. “Ficamos sabendo do evento e decidimos conhecer o festival. Trouxemos algumas alunas do curso de acompanhante terapêutica para elas terem essa vivência na fase final da capacitação. É uma alegria acompanhar esse momento, as crianças com os familiares reunidos, eles felizes com essa nova sensação de estar na água, as equipes trabalhando juntas, é algo compensador” comenta Bruna. Priscila frisa que as crianças devem estar inseridas nos ambientes naturais nesses momentos de interação e que as terapias não devem ser limitadas aos espaços dos consultórios. “Aprendemos muito com eles e com as famílias. Essas experiências mostram que o profissional deve ter essa flexibilidade, a pessoa com autismo pode se adaptar em todos os ambientes, trazendo mais qualidade de vida para elas e toda a família”, defende a psicóloga.
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Quem também auxiliou os trabalhos durante todo o dia foi o voluntário e estudante de Psicologia Juliano Mattos Amaral. “O acompanhamento não é feito só com a criança que tem autismo, ele se estende a toda a família. Conseguir reunir todos no mesmo ambiente é algo que não tem preço”, esclarece. “Além de ser gratificante ajudar as crianças e ver a evolução delas no dia a dia, podemos orientar as famílias que estão sempre preocupadas com a forma que o autista vai se desenvolver conforme os anos passam. E com esse trabalho podemos dar esse suporte”, completa Juliano, que também faz estágio na AMA.
SEJA UM VOLUNTÁRIO O festival teve ainda o objetivo de angariar voluntários para o projeto. Qualquer pessoa interessada em auxiliar os trabalhos com crianças autistas na escolinha de surf, pode entrar em contato com Túlio, deixando mensagem no Facebook Surf Escola BC, ou ligando no telefone (47) 9624-7396.
Enquanto tentava dar atenção a todos que vinham conversar ou solicitar algum apoio nas atividades, Júlio se permitia, por alguns minutos, contemplar o resultado de um projeto que surgiu da vontade em ajudar uma mãe e uma criança com vontade de aprender a surfar. “É muito emocionante, eu não esperava esse resultado. Ver todo mundo engajado e confiando que iria dar certo. Para um professor que começa um projeto sozinho, ver tantas pessoas abraçando a causa é realmente recompensador”. Anuncio Revista - Credifoz PJ-PA06e07.pdf
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Especial Univali
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Informar para proteger Por Alan Vignoli
Projeto Projetá, desenvolvido pelo curso de Direto da Univali de Balneário Camboriú, leva às escolas informações sobre a realidade da violência praticada contra crianças e adolescentes, além de formas de prevenção e denúncias contra esses abusos Mikayla tem 13 anos e, há alguns dias, conversa com um rapaz de supostamente 15 anos que conheceu pelo Facebook. Eles decidiram se encontrar num parque depois que os pais dela saíssem de casa. O suposto jovem, que na verdade é um adulto na faixa dos 30 anos, recebe uma mensagem no celular. “Meus pais acabaram de sair, chego ao parque em 10 minutos”. O plano estava dando certo. Ele chega ao parque e observa a garota sair da residência, que fica ao lado do ponto de encontro. Ao encontrar com o homem, muito diferente do que ela havia mantido contato pela internet, a garota experimenta momentos de desespero, até que o pai dela aparece na cena. Felizmente, era uma falsa armadilha feita com o consentimento dos pais de Mikayla. O experimento social, registrado em vídeo, foi realizado pelo youtuber Coby Person para ilustrar e alertar as pessoas sobre a facilidade que pedófilos têm de capturar crianças na internet utilizando as redes sociais. E este é apenas um dos pontos abordados na palestra “Violência Contra a Criança e Adolescente é Crime”, que faz parte do projeto de extensão Protejá, desenvolvido desde 2011 pelo curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Campus Balneário Camboriú. O Protejá nasceu com objetivo de analisar o fenômeno da violência praticada contra a criança e o adolescente no Brasil, em diversos aspectos. Na palestra os professores e bolsistas do projeto levam informações sobre a realidade da violência praticada contra crianças e adolescentes, além de formas de prevenção e denúncias contra esses abusos. As capacitações, gratuitas, já contemplaram todas
as unidades de ensino de Balneário Camboriú, que aceitaram receber os profissionais, e recentemente começou a ser desenvolvida também em Camboriú. A professora do curso de Direito e integrante do Protejá, Marisa Schimit Siqueira Mendes, destaca que a violência contra essas pessoas nessa faixa-etária não são registradas apenas em uma classe social específica, por isso a abordagem deve ser a mais direta possível. Durante a conversa, eles frisam as diversas formas de violência físicas e psicológicas que pessoas nessa idade podem sofrer e como estar atento a esses perigos. “Os perigos são reais e essa abordagem direta é a melhor forma de alertá-los”, diz Marisa. A especialista ainda afirma que as palestras podem ser realizadas também com pais de alunos, profissionais da educação e de outras áreas, além de outros grupos interessados. “Com cada público a abordagem é diferente, você precisa saber qual a melhor forma de repassar aquela informação” completa a professora.
PILARES DO PROJETO O coordenador do Protejá, Walter Amaro Baldi, destaca que o Protejá se fundamenta em quatro princípios: prevenir, enfrentar, refletir e educar. “O projeto se fundamenta na ação e reflexão, elegendo os crimes de violência praticado contra crianças e adolescentes como realidade opressora e que necessita ser transformada”, argumenta Walter.
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De acordo com o professor, a iniciativa é um importante instrumento para o enfrentamento da violência no ambiente familiar e extra-familiar. “Não há dúvida de que as leis representam um eficaz instrumento de mobilização na defesa e promoção de direitos, mas somente esses instrumentos não são suficientes para transformar essa realidade. É preciso um conjunto de políticas públicas que sejam capazes de garantir a toda população infanto-juvenil as necessidades básicas para o desenvolvimento pleno e integral em sua formação”, justifica. Ainda de acordo com Walter, a ideia é ampliar as parcerias com o poder público, núcleo de moradores, associações de bairros e outras entidades para que a mensagem chegue a cada vez mais pessoas. O projeto, porém, já conta com dados bastante expressivos: Até o final de 2014, cerca de 8700 pessoas já haviam sido beneficiadas com as orientações e esse número aumentou significativamente durante 2015.
ALERTAR É PRECISO O Centro Educacional Recriarte, em Camboriú, foi uma das instituições de ensino que receberam o Protejá. A conversa foi realizada com alunos do Ensino Fundamental e Médio, onde um dos focos de discussão estava nos cuidados com o que se compartilha nas redes sociais na internet.
CRESCIMENTO PROFISSIONAL
A coordenadora da escola, Giovana Carla Erhardt, defende que os adolescentes já têm informações sobre os perigos, mas não sabem como lidar com elas. “Procuramos essa ajuda da Univali porque acreditamos que os nossos adolescentes precisam de ajuda e esclarecimentos para saber o que é crime, o que ele está fazendo com o corpo dele, o mal que pode estar gerando ao colega, além de qual o comprometimento e responsabilidade quando ele compartilha certas fotos e vídeos”.
A iniciativa conta, atualmente, com três alunos bolsistas. Eles apontam diversos benefícios em sua formação profissional, após começarem a contribuir com o Protejá. A Acadêmica Maria Angelica Ongaratti conquistou uma vaga na Escola do Ministério Público, onde irá atuar na promotoria da Infância e da Juventude. “Tenho verdadeira adoração por crianças e adolescentes, odeio qualquer tipo de violência, com essa oportunidade espero conseguir fazer a diferença”, comenta.
Outro ponto destacado por Giovana foi a explicação sobre os diversos tipos de violência, que não são apenas físicas. ”Toda forma de maus-tratos, bullying, coação, seja ela sexual ou não, atrapalha o desenvolvimento do aluno, a aprendizagem dele e, consequentemente, o desenvolvimento do grupo. Todos esses assuntos precisam ser tratados, independente da idade e da classe social, porque esses problemas estão acontecendo cada vez mais cedo”, finaliza a coordenadora.
Já o estudante Jefferson Medeiros conta que a participação no Protejá auxiliou o desenvolvimento dele em diversos aspectos. “Melhorei minhas apresentações e, principalmente, consegui desenvolver a questão da escrita. No começo é difícil você formular uma simples frase, com as atividades do projeto comecei a construir textos com mais facilidade e de forma mais correta. Além disso, aprofundei os conhecimentos sobre Direito Constitucional e o Estatuto da Criança e do Adolescente”, revela. Para Maiara Lopes Alves Moraes esta é, também, uma oportunidade de auxiliar as pessoas com o conhecimento adquirido na graduação.
E quem acompanhou, atenta, as explicações do Protejá foi a aluna Darla Polyana Ribeiro Inácio Rocha de Oliveira, que achou interessante o vídeo do experimento social apresentado na palestra. “Temos que tomar cuidado, também, com as perguntas que recebemos nas redes sociais. As pessoas muitas vezes nos fazem perguntas e a gente, inocente, acha que elas não têm más intenções. Precisamos nos proteger contra isso, avaliar bem antes de aceitar uma solicitação de amizade e bloquear as informações nas redes sociais” alerta a estudante que provou ter entendido e concordado com as orientações dos especialistas da Univali.
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Pela garantia do essencial Por Alan Vignoli
Possíveis alternativas para acabar com a falta de água em Camboriú e Balneário, principalmente durante a temporada de verão, dividem opiniões de especialistas e autoridades
Camboriú e Balneário Camboriú são cidades privilegiadas. Na temporada de verão, a região é roteiro da viagem dos sonhos de pessoas do mundo inteiro, que raramente sabem diferenciar dois municípios distintos na região. Tudo se torna Camboriú, como era até 51 anos atrás. E aqueles que vêm dos lugares mais distantes para contemplar a imensidão do mar e a beleza da orla da Praia Central, ou trilhar um caminho de estrada de chão e belezas naturais, até chegar à Cachoeira Seca, podem até não imaginar que nos últimos anos a estação mais alegre e movimentada também representa uma ameaça constante para muitos moradores: a convivência com a falta de água. A discussão sobre possíveis soluções para o problema divide a opinião de autoridades e especialistas das duas cidades. Mas, em pelo menos dois aspectos, todos concordam: é necessário que toda a população se sensibilize sobre a importância de economizar água, buscando mecanismos para otimizar essa prática e os órgãos competentes precisam tomar uma atitude para que a situação não se agrave ainda mais. Quem acompanha de perto os desafios para a melhora constante da gestão do abastecimento de água nos dois municípios é o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú, um órgão colegiado criado em 1997 e formado por 30 entidades de Camboriú e Balneário, com o objetivo de fazer a gestão dos recursos hídricos dessa Bacia Hidrográfica, que possui 40 quilômetros de extensão, sendo formada, principalmente, pelo Rio Camboriú. Segundo o membro do Comitê Camboriú, Ênio Faqueti, a população flutuante nas duas cidades durante a
temporada é um agravante para o caso. “Mais uma vez estamos vendo que o manancial está perdendo a sua capacidade de produção de água e na outra ponta temos um consumo que está aumentando ano a ano. Com as temporadas de verão, onde triplicamos a população de uma semana para outra, nós não estamos tendo as condições de aumentar a distribuição na mesma velocidade”, destaca Ênio.
ATUAL SITUAÇÃO Atualmente o serviço de captação, tratamento e distribuição da água em ambos os municípios é feito pela empresa Emasa, localizada em Balneário Camboriú. Ela possui a autorização do Governo de Santa Catarina para explorar água do Rio Camboriú, podendo tirar dele até 700 litros por segundo. Nos meses fora de temporada, a vazão média é de 600 a 650l/s, mas durante o verão, com a concentração maior de turistas essa captação chega a 900l/s e mesmo assim não é suficiente em alguns períodos. Após o tratamento ser realizado, a empresa distribui a água para as duas cidades, levando em conta o número de habitantes de cada uma: 128 mil em Balneário e 74 mil em Camboriú, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Camboriú, a Secretaria de Saneamento Básico (Sesb) é responsável pelos serviços de manutenção no setor. Outro fator que contribui para complicar a situação na cidade são as tubulações e outros equipamentos antigos, que fazem uma quantidade significativa de água ser desperdiçada antes de chegar ao consumidor.
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POSSÍVEIS SOLUÇÕES Uma das possíveis soluções apontada pelo Comitê Camboriú, em curto prazo, seria a construção de um Parque Inundável Multiuso. A obra, prevista numa faixa de 320 hectares, seria executada na divisão entre a área urbana e rural de Camboriú, na junção entre os rios do Braço e dos Macacos. Os técnicos do Comitê argumentam que a construção será de fundamental importância tanto para conter as cheias como em momentos de estiagem. “O Parque terá função vital para a gestão da bacia, porque funcionará como bacia de detenção para amortizar vazões de cheias e amenizar inundações à jusante. Servirá ainda como bacia de retenção para reservação de água nos períodos de estiagem, e ajudará muito a suprir a demanda” destacou o engenheiro sanitarista e representante da Emasa no Comitê, Felippo Brognolli, durante uma reunião que apresentou o projeto aos vereadores de Camboriú. De acordo com Ênio, a construção desse parque amenizaria o problema a curto e médio prazo. “A Bacia Hidrográfica do Rio Camboriú tem uma característica muito específica. Ela é uma bacia curta, estreita e muito inclinada, então a água ganha muita velocidade e não há um projeto hoje que controle isso. O parque inundável poderia reservar toda essa água”, afirma. Ênio ainda relata que, para a construção da obra, a Prefeitura de Camboriú precisaria fazer a reserva desta área e mapeá-la no microzoneamento. O próximo passo seria uma operação urbana consorciada para calcular o custo dos terrenos que precisam ser indenizados. Com a geração de índices urbanísticos, seria executada uma Transferência de Potencial Construtivo (TPC) em outros pontos da cidade, uma espécie de compensação pelos lotes que foram reservados.
CONCESSÃO DA ÁGUA EM CAMBORIÚ A prefeita de Camboriú, Luzia Coppi Mathias, defende que o problema na cidade só será solucionado através da concessão dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de Camboriú. Com a privatização, a empresa irá deter o direito de gestão desses serviços durante 35 anos e deverá investir cerca de 100 milhões de reais no período, o que iria compor a construção de uma Estação de Tratamento de Água
(ETA), substituição de 100% da tubulação, ampliação da rede de tratamento de água, além de outras benfeitorias no sistema. “A solução para a água em Camboriú passa pelo processo da Concessão. Não podemos ficar dependendo de Balneário para tratar a água e devolver para a nossa cidade. Não é uma questão de má vontade ou que Balneário não quer, é que não há condições de fazer o tratamento de água para as duas cidades” ressalta a prefeita. Ainda de acordo com Luzia, esta empresa deverá fazer todos os investimentos necessários que Camboriú necessita no setor. “O processo da Concessão está pronto, homologado e já estamos na reta final. Os investimentos na cidade devem ultrapassar os 100 milhões de reais”, completa.
CONSÓRCIO ENTRE AS DUAS CIDADES Já o Comitê se posicionou contra a Concessão dos serviços na cidade e, inclusive, solicitou que o Ministério Público anulasse o processo licitatório. O órgão argumenta que a solução mais adequada seria um consórcio entre as duas cidades, que trabalhariam com uma gestão compartilhada do serviço. “Temos algumas experiências bastante promissoras no Estado de Santa Catarina que trabalham com consórcios”, diz Ênio. “Se temos hoje uma empresa com capacidade para tratar 1500 litros de água por segundo, que é a Emasa, não há motivo para Camboriú investir milhões em uma nova Estação de Tratamento”, completa. A Emasa também se manifestou favorável a prestar serviços por meio de um Consórcio Intermunicipal, citando as obras de ampliação das adutoras de água tratada e de Estação de Tratamento para reforçar a possibilidade. “Estas obras de expansão exigem alto investimento e havendo a existência de uma estrutura em condições de garantir a capacidade e qualidade da produção de água para os dois municípios, não me parece econômico para os usuários ter essa estrutura replicada. Obviamente as questões de territorialidades, de poder, teriam que ser ajustadas por um termo de consórcio que garanta os serviços para ambos os municípios, com fixações de cláusulas bem descritas, mas é para isso que existem estes inteligentes instrumentos como o Consórcio Intermunicipal”, pontua a diretora técnica da Emasa, Kelli Cristina Dacol.
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AÇÕES IMEDIATAS Enquanto essas questões não são resolvidas, ambos os municípios já iniciaram ações preventivas para amenizar o problema durante a temporada 2015/2016. Luzia destaca que neste ano os problemas com a falta de água não serão tão sérios quanto no verão passado. “Uma importante ação foi realizada no reservatório do bairro Nova Esperança, em Balneário. Isso vai fazer com que aquela água venha direto daquele reservatório para atender os bairros Rio Pequeno e São Francisco. Já a água que iria para aquela localidade será distribuída entre os bairros Santa Regina, Areias e Centro, que também vão contar com alguns litros a mais”, explica. A prefeita ainda ressalta que ações também estão sendo executadas visando beneficiar os pontos mais altos do município. “Estamos providenciando algumas caixas d’água nos pontos mais altos da cidade para que, se faltar água, possamos inclusive abastecer com caminhões pipa essas localidades. Além disso, estamos reforçando algumas redes, pois tínhamos muitos problemas com os transtornos gerados cada vez que uma rede estourava. São todas obras emergenciais” completa. Em nota, a Prefeitura de Balneário Camboriú afirma que também está se preparando para a temporada de verão. A Emasa frisa no texto a autorização para construir a parte final da obra de implantação da nova adutora de água bruta. “Também vamos iniciar o funcionamento de dois novos floculadores e decantadores que se encontram em fase de testes, os quais facilitarão o trabalho dos filtros, acelerando todo o processo de tratamento da água, ampliando a oferta. Além disso, já houve trabalhos de recuperação e manutenção para diminuição de perdas na Estação de Tratamento de Água (ETA) para assegurar um rendimento superior no abastecimento”, diz o diretor André Ritzmann. A divulgação ainda enumera obras de extensão de rede e limpezas preventivas.
ECONOMIA DE ÁGUA DEVE SE TORNAR UM HÁBITO A integrante do Núcleo de Desenvolvimento Sustentável da Acibalc e mestre em Engenharia Ambiental, Liege Ferreira, avalia que, além das políticas públicas, as pessoas devem começar a repensar a utilização da água a partir do uso individual. “Você pode ter sua reserva individual a partir de cisternas que captem água da chuva, por exemplo, mesmo que não estejam conectadas com um sistema inteiro residencial”, sugere. Ela afirma que soluções simples podem fazer com que o consumo da água da chuva seja otimizado. “Apesar de não ser uma água de uso potável, ela é limpa e pode ser utilizada em vasos sanitários, lavanderia e até higienização geral, desde que clorada e atendidas as regulamentações gerais. A especialista tem uma visão positiva sobre a sensibilização das pessoas em relação ao consumo consciente. “As pessoas não são mais tão alheias à questão de economia de água. Quase todo mundo, em algum momento, já passou por essa necessidade, mesmo que temporária. São pequenas ações de economia que devem ser repetidas até que se tornem um hábito” finaliza. Kelli, técnica da Emasa, ainda aconselha que cada um deve se precaver. “O usuário precisa fazer a sua parte, garantindo a existência de caixas d’ água ou cisternas com capacidade adequada para a lotação dos seus imóveis e contribuir com ações para a economia da água”. Já Ênio, que também é Arquiteto e Urbanista, concorda com a importância do reaproveitamento da água. “A água das chuvas reduz muito o consumo de água tratada. Precisamos que as pessoas comecem a fazer uso disso, coloquem no sistema de suas casas. As construções deverão contemplar isso. Se você já tiver o hábito de usar o recurso com racionalidade é mais fácil você se adaptar à escassez”.
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Como construir uma marca de sucesso
A marca é a identidade da empresa, ou seja, a forma como ela é reconhecida no mercado. Portanto, deve traduzir a imagem que se deseja passar para o mercado. Por isso, a definição do posicionamento do negócio e de suas vantagens sobre a concorrência são fatores essenciais para repensar uma marca ou criá-la.
Retirado do Portal Sebrae
Muitas empresas também optam pelo slogan – uma frase que ressalta o posicionamento e ajuda a transmitir essa imagem aos consumidores. O slogan deve ser curto, de fácil memorização e pode ser modificado, mas não com frequência, sempre seguindo fielmente o posicionamento da empresa. “A propaganda é a alma do negócio” foi um slogan criado na década de 1930 e que resiste até hoje.
Formada pela logomarca e pelo slogan, a marca deve traduzir a imagem que a empresa pretende passar ao mercado.
Geralmente a logomarca é formada por um nome e um símbolo. As pesquisas de mercado e de público-alvo são fontes de criação, permitindo que ela ganhe uma identidade e seja a tradução da imagem da sua empresa.
A marca deve assegurar a integridade e a confiabilidade conquistadas ao longo dos anos. Uma estratégia de marketing pode ser totalmente em vão e custar muito caro caso não tenha registrado a marca pretendida e tenha que mudá-la posteriormente por já haver outra empresa com o mesmo nome.
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Por esta razão, ao criar a marca, é fundamental fazer uma pesquisa para saber se há alguma semelhante e, em seguida, registrá-la no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Isso pode ser feito diretamente no INPI ou contratando advogados especializados, escritórios habilitados ou agentes de propriedade industrial. A pesquisa serve para verificar se já existe o registro de alguma empresa no mesmo ramo ou em ramos similares de atividade. Caso exista, é necessário criar um novo nome. Se desejar mandar seus produtos para o exterior, é preciso proteger a marca, registrando-a em países onde pretende fazer negócio.
INTERNET É de fundamental importância atentar para a identidade de sua empresa na internet. Mesmo que você ainda não tenha uma página na internet, mas pretende criar uma no futuro, você poderá registrar o domínio (endereço eletrônico da sua empresa) para resguardá-lo antes que outra empresa faça isso. Existem vários sites que registram o domínio a partir de uma taxa anual. Basta fazer a pesquisa para saber se o domínio está disponível.
A criação de uma página na internet dependerá do seu público-alvo e do tipo de negócio. Se os seus clientes têm o hábito de acessar a internet, talvez seja interessante para o seu negócio. O registro do domínio pode ser feito nos endereços http://www. registro.br/ e http://www.fapesp.org/. Ao elaborar a logomarca, sempre considere o seu posicionamento de mercado e lembre que ela deve ser usada por um bom tempo. Não se deve mudar a logomarca; ela deve perdurar para beneficiar as estratégias de consolidação de marca da sua empresa. Algumas empresas, frente às mudanças do mercado, utilizam estratégias de revitalização da marca, investindo em design mais arrojado, de acordo com o seu mercado, sem mudar, no entanto, o conceito da marca. O que faz uma marca valer muito é conquistar a confiança do consumidor. Quanto mais está presente na casa e na mente do consumidor, mais ela vende e mais ela vale.
Porque não existe melhor resultado no final do ano do que o enorme sorriso no rosto.
Feliz natal e ótimo ano novo.
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Imagens meramente ilustrativas. Os móveis e decorações, assim como alguns materiais de acabamento apresentados não constituem parte integrante do contrato. A comercialização do imóvel refere-se tão-somente à unidade autônoma do condomínio, o qual está entregue com a respectiva infraestrutura e áreas comuns, não contemplando qualquer edificação sobre a unidade adquirida. Eng. Resp.: Roberto Braz Thá-CREA 26.452 D/PR; Projeto Arq.: Baggio Schiavon Arquitetura. Arq. Resp.: Manuel Marco Baggio Pereira-CREA 10.879 D/PR; Autorização Marinha do Brasil Ofício nº 1058/2010, nº 146 - 6º Despacho; Termo de Verificação de Execução de Obras pela Prefeitura Municipal expedido em 05 de Julho de 2014; HABITE-SE das Áreas Comuns Construídas n° 297/2014; Licença Ambiental de Operação-LAO n° 4447/2014; Registro de Instituição de Condomínio - R-14-4455 em 04/12/2014, livro 2, folha 6, no Ofício de Registro de Imóveis de Camboriú-SC. CRECI 4700-J.
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Vantagens:
Mais uma novidade BBa que, assim como o Reiki, já chega rompendo paradigmas com muito mais possibilidades de aplicação e vantagens.
Aplicações: - Jardins de inverno. - Sacadas. - Varandas. - Escritórios.
- Porta de vidro. - Divisória de ambientes. - Pele de Vidro. - Escritórios e comércios em geral. - Gazebos.
- Instalação mais ágil que a versão anterior. - Sistema de nivelamento inovador sem rebites aparentes. (Patente BR 10 2015 018655 0). - Vedação com produto exclusivo e imbatível no mercado. - Deslizamento mais rápido e mais leve das folhas de vidros. - Acabamento protetor nas extremidades dos vidros. - Aparador de vidro em aço inox com limitador de giro 90°. - Design diferenciado. - Garantia com cobertura total em 5 anos.
Qualidade aprovada nos testes de manuseio, corrosão e pressão de vento realizados no Centro Tecnológico de Controle de Qualidade Falcão Bauer, de acordo com a ABNT NBR 16259.
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