Centro de Convivência e Integração para o Idoso

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CENTRO DE CONVIVÊNCIA E INTEGRAÇÃO PARA O

IDOSO





Giulia Cardoso Centro de Convivência e Integração para o Idoso Trabalho Final de Graduação ao curso de Arquitetura e do Centro Universitário Barão como requisito final para

apresentado Urbanismo, de Mauá aprovação.

Orientadora: Prof. Rose Elaine Borges de Mello Ribeirão Preto, 2019.


Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

C262c

CARDOSO, Giulia Centro de convivência e integração para o idoso/ Giulia Cardoso Ribeirão Preto, 2019. 117 100p.il

Trabalho de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá Orientador: Rose Elaine Borges de Melo 1. Idoso 2. Integração 3. Convivência I. MELO, Rose Elaine Borges de II. Título CDU 72

Bibliotecária Responsável: Iandra M. H. Fernandes CRB8 9878


Orientadora ________________________________________________ Rose Elaine Borges de Mello 1. Examinador _______________________________________________ nome 2. Examinador _______________________________________________ nome

RibeirĂŁo Preto

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FONTE: CARDOSO, Giulia.


Dedico este trabalho à todos os idosos, em especial minha amada Avó Ilda, que me fez despertar um olhar curioso para relação dos idosos e o espaço. E a minha avó Nena (in memorian), e meus avôs Antenor e Idelson (in memorian).


AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTOS


Primeiramente à Deus, porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Ao arquiteto do universo, de onde vieram minhas forças e sabedoria para realizar este trabalho, por se mostrar rotineiramente em pessoas e momentos. À minha amada mãe, Wanderléia, por ser a pessoa a qual me despertou a paixão pela arquitetura, por ser meu apoio em todos os dias dessa importante jornada, se doando de corpo e alma. Ao meu querido pai, Vilmar, por me ensinar e mostrar todos os dias que o caminho da honestidade e do trabalho árduo valem a pena. À minha irmã Ana Laura, por ser minha companheira, maior incentivadora, e fã dos meus projetos. Ao meu irmão Gabriel, que mesmo nas dificuldades que encontramos no caminho durante esses anos, se mostrou presente, assim permitindo que jamais me sentisse sozinha. Eu amo vocês. Aos meus amigos, Elder Boa Sorte e Barbara Baptista, obrigada por partilharem comigo esses longos cinco anos de caminhada, com vocês o fardo foi mais leve e divertido. À todos meus colegas de sala, em especial vocês: Luzia, Vinícius, Daniel, Junior, Euller, Felipe e Mariana, por toda ajuda nos momentos angustiantes da reta final do curso. Vocês são presentes que a faculdade me trouxe. Agradeço também à Instituição e todo seu corpo docente o qual desempenharam com maestria e dedicação esse papel tão importante. À minha orientadora Rose Borges que tanto me ajudou e tranquilizou nos dias difíceis de desespero, e por todo o conhecimento transmitido. À todos que de alguma maneira estiveram presentes em minha trajetória, em especial: Letícia, Júlia e Rafaela, pelos conselhos e companheirismo nos mais diferentes momentos. Sem vocês, nada disso seria possível!! O meu mais sincero, OBRIGADA!


FONTE: SERVIDÃO, Raquel.


“ Ser idoso é ter no rosto A marca da sabedoria A experiência de muitos momentos Vividos com alegria. O que mais lhe entristece É a falta de respeito, carinho e atenção Dê ao nosso idoso o que ele merece E o que queres para ti. Não maltrate, abrace-o de coração Porque o que estás hoje a pedir Num futuro tão próximo podes conseguir. Por isso, tratar bem o idoso É meu, é teu, é nosso dever Não esqueça que o idoso de hoje Amanhã pode ser você, Basta ter vida em abundância E nem tão cedo morrer”. Maria Dionésia Santos da Silvao


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SU MÁRIO

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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INTRODUÇÃO

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FUNDAMENTAÇÃO DE DADOS

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FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA


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ANÁLISE E SISTEMATIZAÇÃO DE DADOS

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CENTRO CONVIVÊNCIA E INTEGRAÇÃO PARA O IDOSO

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

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ESTUDO PRELIMINAR E ANTEPROJETO

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REFERÊNCIAS PROJETUAIS


INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO


O envelhecimento acelerado da população, tem sido destaque nos noticiários do Brasil e do mundo nos últimos anos. Estamos em uma transição do processo demográfico que resultará em mais pessoas idosas no mundo todo. Essas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), são aquelas com idade igual ou superior à 60 anos. De acordo com os dados ONU (2017), estima-se que a população idosa no mundo que era de aproximadamente 962 milhões em 2017, aumente para 1,4 bilhões em 2030. Sendo assim, é evidente a necessidade de que as politicas governamentais e a sociedade como um todo, estejam preparadas para atender (com execelência) essa parcela numerosa da população. O trabalho em questão buscará debater sobre a inadequação dos espaços para os idosos, sejam eles privados ou públicos, na cidade de Ribeirão Preto (São Paulo).Como consequência, irá apresentar uma proposta projetual que consiga atender a essa demanda com todas as qualificações necessárias. Os espaços, assim como as atividades que nele acontecem, devem garantir ao idoso a inclusão, possibilitando a troca de experiências e criando laços entre as gerações.

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FUNDAMENTAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO DE DE DADOS DADOS


Segundo estudos realizados pelo IBGE (Instituição Brasileira de Geografia e Estatística) no ano de 2018 (IBGE, 2018), a população idosa no Brasil era de aproximadamente 28 milhões. Estima-se que dentro de vinte anos, esse número crescerá para cerca de 57 milhões.

De acordo com o Estatuto do Idoso - Lei nº 10.741/2003, são consideradas idosas, pessoas que tenham idade igual ou superior a sessenta anos. E ainda, diz que a sociedade tem o papel de facilitar a preservação da saúde física e mental desses idosos, sendo um direito fundamental:

Os fatores que resultam nesse crescimento são basicamente: o aumento da qualidade e expectativa de vida (o que está diretamente relacionado aos avanços da medicina) e, também, a redução da taxa de fecundidade: (“é uma estimativa do número de filhos que uma mulher tem ao longo da vida”) CERQUEIRA, WAGNER; Taxa de fecundidade no Brasil - Mundo da educação UOL.

“É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.” SÃO PAULO; Lei nº 10.741, de 1 de outubro de 2003. (Estatuto do Idoso e legislação correlata, São Paulo, artigo 3º, p 11-11).

A imagem abaixo, fonte do site Alexandre Correa Lima, mostra a evolução da nossa pirâmide etária, nos próximo 30 anos, onde fica evidente o aumento significativo da população idosa.

Ao pensarmos nessa população, condicionamos nosso pensamento à pessoas na maioria das vezes debilitadas e dependentes, seja fisicamente, ou .psicologicamente. Acontece que esse pensamento é equivocado pois, basta olharmos ao nosso redor para percebermos o quão comum é essa parcela da população, realizar atividades que se igualam a de qualquer outro ser humano, como por exemplo: idosos que disputam maratonas, os que ingressam na faculdade, que utilizam transporte público, etc.


Faz-se necessário que as políticas governamentais pensem cada vez mais em formas adequadas e eficazes de atender essa parcela numerosa da população. Os espaços públicos não são adequados somente no quesito da acessibilidade, mas principalmente no que diz respeito à integração.

“Uma sociedade para todas as idades possui metas para dar aos idosos a oportunidade de continuar contribuindo com a sociedade. Para trabalhar neste sentido é necessário remover tudo que representa exclusão e discriminação contra eles.” Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento (parágrafo 19), Madrid, 2002

Esses, na maioria das vezes, acabam isolandoos ao invés de realizar a convivência com o meio externo, o que reflete diretamente na saúde física e mental do idoso. Exemplo desses Equipamentos Urbanos inadequados, são as casas de repouso ou asilos, como costumamos chamar. Têm como função básica, acolher os que se encontram debilitados, porém, na maioria desses, os idosos ficam deitados o dia todo, enclausurados, distantes de seus familiares e do convívio com a sociedade.

O OBJETIVO E O OBJETO Na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, onde será proposto o projeto em questão neste trabalho, ocorre o mesmo cenário. São inúmeras casas de repouso espalhadas pela cidade, porém a grande maioria (quase que unanimemente) são de caráter privado, e não permitem ao idoso essa integração. Afim de desmistificar a ideia de que o idoso deverá viver o fim de sua vida isolado, apresentar um projeto de arquitetura que ofereça: conforto térmico e acústico, acessibilidade, estímulos físicos e psíquicos, espaços sensoriais, além de, a interação com a sociedade através da integração dos espaços públicos e privados. O Centro de Convicência e Integração para o Idoso, será proposto para a cidade de Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo. 17



FUNDAMENTAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA TEÓRICA


OS

primeiros registros de possíveis abrigos para idosos surgiu a muito tempo atrás. Segundo a escritora Matos (2004, p. 149): “O cristianismo foi o pioneiro na criação desses espaços”.

Porém, com o passar dos anos, o asilo começou a receber idosos de toda a região e tornou-se assim uma instituição filantrópica que é mantida através de doações de grandes empresários.

Existem registros de que o Papa Pelágio II (520-590) transformou sua casa em um hospital para os mais velhos ...”. Mas somente entre os séculos XVII e XIX após a Revolução Industrial, é que surgiu a necessidade da criação desses equipamentos, uma vez que o trabalho artesanal foi substituído pelo assalariado.

É a partir desse momento que a velhice começa a ter maior visibilidade no Brasil. Essas instituições eram de caráter físico isolador, e viver nela significava romper qualquer ligação que tivessem com a família e a sociedade. Os idosos não tinham domínio das suas próprias ações e praticamente nenhum contato com o externo, o que ainda ocorre na em alguns dos asilos nos dias atuais.

Com a modernização da sociedade, a mulher que anteriormente tinha a função de cuidar das crianças e dos idosos, passa a ser inserida no mercado de trabalho. Daí a necessidade da criação de espaços os quais pudessem abriga-los, uma vez que os mesmos necessitavam de cuidados especiais e não poderiam estar sozinhos em suas residências.

Uma pessoa em idade avançada é vista na sociedade com uma percepção totalmente ultrapassada pois, devido ao avanço da medicina podemos desmistificar a ideia de que idosos são pessoas doentes e totalmente debilitadas, pelo contrário, a maioria são ainda muito ativos e mantém sua rotina normal de quando eram mais novos.

De acordo com Groisman (1999, 2 p. 67-87), a primeira instituição de fato criada com o intuito de abrigar os idosos, foi o Asilo São Luiz na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1890. Dono de uma fábrica de tecidos, Visconde Luiz Augusto Ferreira D’Almeida criou esse asilo com a intenção inicial apenas de proteger seus funcionários.

Com o crescimento acelerado da população de idosos no mundo e o fato das pessoas em geral estarem cada vez mais sem tempo para cuidar de suas famílias, o número de asilos tem crescido consideravelmente, e esse modelo asilar tem sofrido algumas mudanças, mesmo que lentamente


Está cada vez mais claro para a sociedade, que esses espaços não podem ter esse caráter isolador, e que o “cuidar” dessa classe da população, envolverá sempre a disponibilidade das pessoas não somente no quesito físico, mas também no emocional. A população idosa na cidade de Ribeirão Preto, de acordo com o último levantamento realizado pelo IBGE em 2018, soma cerca de 102.431, o que representa 15,3% da população total da cidade que é de 694,5 mil habitantes IBGE (2018).

Como reflexo desse crescimento expressivo, ocorreu também o aumento acelerado do número de asilos na cidade e região. A maioria dessas instituições são de caráter privado, frequentadas apenas por aqueles que possuem um poder aquisitivo maior, e estão geralmente localizados na zona sul e sudeste da cidade. Porém, existem também aqueles que oferecem seus serviços gratuitamente para a sociedade e são mantidos através de doações e/ou com a ajuda do governo, como exemplos principais na cidade de Ribeirão Preto estão: a Casa do Vovó, situada no bairro Ipiranga e o Lar Padre Euclides no bairro Campos Elíseos.

Tabela índice de envelhecimento na cidade de Ribeirão Preto. Fonte – IMP, 2017

Característica marcante quase que em todos esses equipamentos, sejam eles privados ou públicos, é que se situam em residências que foram adaptadas para atender as necessidades dos idosos, principalmente no que diz respeito a acessibilidade..

Ao relacionarmos, podemos verificar e justificar o porquê de terem esse caráter físico isolador, uma vez que as residências são projetadas com a intenção de assegurar e proteger a intimidade dos moradores.

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Além disso, na maioria dos casos não apresentam um conforto térmico e acústico apropriados, o que está diretamente ligado ao bem-estar das pessoas que habitam este determinado local, e o fator mais negativo é justamente a falta de integração com o externo. São espaços que não propiciam essa relação do idoso com a sociedade, mas principalmente, não permitem que ocorra o inverso que é despertar na sociedade o interesse de conviver com eles. Essas atividades de inter-relação acabam por ser supridas em espaços fora dos asilos/ casas de repouso, como exemplo está o SESC (Serviço Social do Comercio) entidade privada a qual está localizada no centro da cidade. É mantida por empresários, que oferece à população serviços gratuitos e têm como objetivo a integração entre a pessoas de todas as faixas etárias através de uma infinidade de eventos que contribui para experiências duradouras e significativas.

Tabela bairros com maior população idosa na cidade de Ribeirão Preto. Fonte – POPULAÇÃO NET, 2010

O projeto em que será proposto buscará através da Arquitetura unificar esses dois pontos principais: o conforto e a integração.



FONTE: Pixabay.com


FUNDAMENTAÇÃO FUNDAMENTAÇÃO TEMÁTICA TEMÁTICA


DEMARCAÇÕES TERRITORIAIS: A RELAÇÃO COM O ESPAÇO PÚBLICO E PRIVADO No espaço urbano, existem demarcações territoriais que são responsáveis por caracterizar um determinado local como sendo público ou privado e está diretamente ligado a alguns fatores como: o grau de acesso que é permitido, o nível de supervisão, quem utiliza e para qual finalidade, quem toma conta, etc. E através da Arquitetura, pode ser expressado pela sua forma, cor, luz e materialidade.

Costumamos também definir espaço público como aquele onde não temos nenhuma responsabilidade, quando na realidade, são propriedade de toda a população e por esse motivo devemos cuidá-lo. A qualidade de vida do ser humano não está exclusivamente ligada a Arquitetura, porém podemos sofrer com disposições incorretas nos espaços.

“No mundo inteiro encontramos gradações de demarcações territoriais, acompanhadas pela sensação de acesso. Às vezes o grau de acesso é uma questão de legislação, mas, em geral, é exclusivamente uma questão de convenção, que é respeitada por todos” (Hertzberger, 1999, p.16).

Por isso ela representa um papel importante nessa qualificação, juntamente com outro fator, o do convívio com familiares e amigos. Um edifício, seja ele público com privado, deve ser interpretado sempre levando em consideração a relação com o espaço urbano do entorno e enxergando a qualidade da conexão entre o edifício e o externo. Deve ocorrer um equilíbrio entre esses espaços, que facilitam o encontro, propõem a troca de experiências, a interação e a descontração.

Portanto, não deveria existir uma oposição/ distinção tão marcante entre esses espaços. Segundo Hertzberger (1999), a partir do momento em que um determinado grupo ou individuo utiliza os espaços públicos para seus próprios interesses, o caráter do espaço, mesmo que temporariamente, é colocado em questão.

“ O segredo é dar aos espaços públicos uma forma tal que a comunidade se sinta pessoalmente responsável por eles, fazendo com que cada membro da comunidade contribua à sua maneira para um ambiente com o qual possa se relacionar e se identificar” (Hertzberger, 1999, p.45).


ACESSIBILIDADE COMO POSSIBILIDADE DE INTEGRAÇÃO.

“Acessibilidade são as condições e possibilidades de alcance para a utilização, com segurança e autonomia, de edificações públicas, privadas e particulares, seus espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, proporcionando a maior independência possível e dando ao cidadão deficiente ou aqueles com dificuldade de locomoção, o direito de ir e vir a todos os lugares que necessitar, seja no trabalho, estudo ou lazer, o que o ajudará e levará à reinserção na sociedade” (GONZALES E MATTOS, 2014).

Conforme anteriormente abordado neste trabalho, ao projetarmos edificações para este público em especifico, precisamos levar em consideração a sua segurança física e emocional, o que pode ser muito mais difícil e complexo do que aparenta ser. Hoje os espaços, principalmente os públicos, apresentam uma série de dificuldades de movimentação que impede ao idoso o direito básico do cidadão de ir e vir livremente. Geralmente, as edificações de caráter privado acabam por realizar as devidas adaptações afim de obedecer às normas de acessibilidade, uma vez que sem elas o seu funcionamento é interrompido.

Porém, não adianta pensarmos e projetarmos um ambiente apenas levando em consideração o seu interno, e sim em como aquele determinado público chegará até a edificação. Muitos sofrem com a inadequação dos transportes públicos, da sinalização das vias e dos traçados.

A acessibilidade espacial está diretamente ligada a todos esses fatores e não deve ser vista como um empecilho nas construções e sim como um ponto positivo a ser levado em consideração pois, possibilita a plena integração entre as pessoas e os ambientes em que vivem sem segregá-los, permitindo que qualquer atividade seja realizada com êxito por qualquer tipo de usuário. Buscar através dos espaços despertar na sociedade o interesse em conviver com o idoso e a importância dessa relação para ambos, com trocas de experiências, discussões sobre assuntos atuais, e entendimento de que todos um dia irão chegar nessa etapa da vida, e que é de extrema necessidade compreendermos suas limitações e desejos. Os espaços de convivência são fundamentais para garantir a saúde mental e física da sociedade em geral. 27


ESPAÇOS SENSORIAIS COMO REFLEXO NA QUALIDADE DE VIDA “Sensação (s.f.): Impressão produzida pelos objectos exteriores num órgão dos sentidos, transmitida ao cérebro pelos nervos, onde se converte em ideia, julgamento ou percepção .” (BARBOSA, 1985, p.1120) Os sentidos e sensações são estímulos do nosso sistema nervoso responsável por interagir com a realidade e podem variar de acordo com sua intensidade e duração. São divididos em cinco sentidos: olfato, audição, paladar, visão e tato. Nos seres humanos estamos constantemente sendo apresentados a novas e diferentes realidades que o espaço desempenha, seja ele positiva ou não, mas que fazem parte dos nossos sentimentos e memorias. As percepções do espaço consistem não só no que vemos, como também no que ouvimos, sentimos, e até mesmo no que cheiramos” (Hertzberger, 1999, p.16).

A nossa experiência espacial permite a possibilidade de vivenciar a arquitetura em todos esses sentidos.

Podemos correlacionar com a materialidade, a escala, a forma, as cores, o programa, sons, luzes e uma infinidade de características que nos promovem intencionalmente ou até mesmo inconscientemente a percepção dos espaços e podendo assim realizar uma distinção e ligação da memorização desses ambientes. O espaço que é responsável por nos estimular, física ou psicologicamente, está diretamente ligado com a nossa sensação de bem-estar. Através da arquitetura remeter a um conjunto de qualidade e tendo como referência ligações afetivas. Segundo Serrano (2004): A sensação se trata do estímulo físico e a posterior transmissão dos estímulos externos. A sensibilidade do indivíduo a esses estímulos pode se diferenciar de acordo com a situação de saúde que se encontra seus órgãos.” Muitas vezes ao estarmos em um determinado ambiente, podemos sentir sensações muito diversas, como o bem-estar imensurável ou os que nos remetem a lembranças não tão agradáveis assim. Os idosos, até mesmo devido as suas limitações, necessitam de espaços que agucem seus sentidos, trazendo ao ambiente em que irão passar a maior parte do tempo, não só o aconchego de seus lares, mas também que os propiciem a novas experiências em grupo.


FONTE: Pixabay.com



ANÁLISE ANÁLISE EE SISTEMATIZAÇÃO SISTEMATIZAÇÃO DE DE DADOS DADOS


A ESCOLHA DO TERRENO De acordo com o levantamento de dados realizado anteriormente, o projeto se situará na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. A cidade possui aproximadamente 703 mil habitantes, sendo cerca de 76 mil , desse total, pessoas acima dos 60 anos de idade.

Fonte: Giulia Cardoso.

Rua Cônego Barros

Como objetivo principal do mesmo é buscar a integração do idoso com a sociedade, a escolha do terreno se deu basicamente por dois fatores importantes: ser um local de fácil acesso no quesito da mobilidade urbana (acessibilidade ), e um certo distanciamento dos equipamentos públicos para idosos já existentes na cidade, com a intenção de atender uma nova parcela dessa população. O local escolhido situa-se na região Central da cidade, no bairro Jardim República, que possui atualmente cerca de 2.296 idosos. Está próximo a grandes e importantes Equipamentos Públicos, como: a rodoviária, o terminal rodoviário interurbano, o Mercadão da Cidade, a Câmara Municipal e o Parque Ecológico Maurílio Biagi. Permitindo assim, um fácil acesso ao terreno, e principalmente através dos transportes públicos. O terreno localiza-se entre a Avenida Álvaro de Lima e a Rua Cónego Barros. Possui 4.686,52 m² de área total, e apenas dois metros de desnível na sua extensão.

Av. Álvaro de Lima

Fonte: Google Maps - situação sem escala

A Avenida Cônego de Barros está prevista, de acordo com a Diretriz Viária Municipal, como uma Avenida Parque, a qual abriga o Córrego Retiro Saudoso. Porém, atualmente ainda possui faixas viárias. Além disso, o local situa-se à apenas 100 metros do Centro Voluntariado de Ribeirão Preto (ao mapa ao lado sinalizado pelo circulo laranja), o qual possui diversos programas destinados aos idosos.


FONTE: Google Earth


USO DO SOLO Analisando o mapa acima, observa-se que a região ao entorno do terreno possui usos diversos, predominando o uso residencial e de prestação de serviços. A existência de áreas verdes é pequena, sendo uma ao lado do terreno de intervenção, o Parque Roberto de Mello Genaro e o Parque Maurílio Biagi. Dentre as ocupações de uso institucional estão: igrejas, escolas, a Câmara Municipal, A Casa Caramuru (tombada como patrimônio), O Centro Voluntariado de Ribeirão Preto e o Antigo Clube Mogiana.


FIGURA E FUNDO No que diz respeito a ocupação dos lotes, pode-se observar que existe uma diferença muito grande entre a parte abaixo da Avenida Álvaro de Lima (onde encontra-se o córrego) e a parte de cima. Os lotes residenciais à esquerda do mapa, são da maioria de um à dois pavimentos, portanto ocupa-se praticamente todo o lote. Já ao lado direito do mapa, a existência de residências verticalizadas é maior, o que resulta em uma ocupação menor do lote.

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GABARITO

Há praticamente uma homogeneidade nas edificações ao entorno da área, onde prevalecem as de 1 à 2 pavimentos. As edificações cujo as alturas ultrapassam esse gabarito, são todas residenciais, e presentes já mais próximas ao centro da cidade.


MOBILIDADE

A mobilidade através do transporte coletivo, acontece em três principais vias, sendo: Av. Caramuru, a Avenida 1º de Maio e a Rua Guatapará. Esse deslocamento ocorre nos dois sentidos da via. Exatamente por estar à 600 metros do terminal rodoviário urbano , considera-se que as linhas existentes abrangem todos os bairros da cidade. Com relação as vias citadas acima, as linhas que circundam por elas abrangem os seguintes bairros: Vila Virginia, Jd Centenário, Parque Ribeirão, Adão do Carmo, Centro, Jardim Paulista, entre outros.

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HIERARQUIA FUNCIONAL

As vias de fluxo mais intenso são: Avenida Caramuru e 9 de julho, em qualquer hora do dia. As de fluxo mais moderado são: Av Luzitana, Avenida 1º de maio, Rua Rui Barbosa e Saldanha Marinho. O fluxo dessas vias pode ser observado também pela existência de passagem de transporte coletivo. As vias de fluxo baixo são as vias locais, que são utilizadas apenas por moradores da região.


HIERARQUIA FÍSICA

O acesso ao bairro onde se localiza o terreno, pode ser feito através da Avenida Álvaro de Lima, que se caracteriza por sua dimensão como avenida parque, ou pela Avenida Caramuru. As vias coletoras presentes na região são: Rua Primo Tronco, Rui Barbosa, Saldanha Marinho, Felipe Camarão e Guatapará. São responsáveis por permitir o acesso e a saída das vias arteriais e dar acesso ao interior do bairro.

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VEGETAÇÃO

O entorno possui apenas três áreas verdes públicas, sendo: Parque Maurílio Biagi (ao lado do terminal rodoviário), o Parque Roberto de Mello (desativado), e uma praça ao lado do terreno de intervenção. No que diz respeito as vegetações nas vias públicas, a existência é apenas nas avenidas principais, como por exemplo, na Avenida Caramuru e 1 de maio.

1.

Ao longo da avenida Álvaro de Lima , que tem como diretriz viária ser um parque linear), a área de sombreamento é quase inexistente, uma vez que a vegetação é apenas de coqueiros. As vias locais, também não possuem quase nenhuma vegetação, o que dificulta no conforto aos pedestres, e impossibilita o caminhar.

2.

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FONTE: Google Earth


EQUIPAMENTOS URBANOS

Por estar localizada na área central da cidade, o entorno possui diversos equipamentos urbanos que qualificam a área. Quando nos referimos à equipamentos aos idosos, é essencial que exista próximo á ele, hospitais para socorro em casos emergenciais, portanto na área estão localizados o Hospital São Paulo e a UBDS João Baptista.

rodoviária

Com relação a mobilidade, como um atrativo para que a população tenha interesse em se integrar com os idosos neste equipamento, está a mobilidade presente através dos terminais rodoviários à mais ou menos 500 metros de distância.

mercadão municipal terminal rodoviário área de intervenção hospital são paulo ubds joão baptista

área de intervenção

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ESTATUTO DO IDOSO – LEI 10.741 – DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 O Estatuto do Idoso foi formulado, afim de assegurar os direitos da população com idade igual ou superior à 60 anos de idade. Título II - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: Art. 9.º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. CAPÍTULO II - DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE: Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. CAPÍTULO IX - DA HABITAÇÃO: Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada. § 1.º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.

§ 2.º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente. § 3.º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei. REGULAMENTO ANVISA - nº 41, de 18 de janeiro de 2004 REGULAMENTO TÉCNICO PARA O FUNCIONAMENTO DAS INSTITUIÇÕES RESIDENCIAIS SOB SISTEMA PARTICIPATIVO E DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS. 2. CARACTERÍSTICAS DAS INSTITUIÇÕES : 2.1- Instituição Residencial sob Sistema Participativo - CASA LAR – Instituição mantida por órgãos governamentais e não governamentais, integrada por idosos sob sistema participativo, em caráter residencial com ou sem suporte familiar, podendo ser gratuito ou não, tendo por objetivo a promoção do bem-estar e da autonomia do idoso, com capacidade máxima para 12 (doze) residentes. 2.1.1. Sistema Participativo Conjunto de atividades e funções integradas representadas por colaboração mútua, financeira, material, laboral, dentre outras, a serem desempenhadas pelos usuários de instituição residencial - Casa Lar.


LEGISLAÇÕES PERTINENTES

2.2- Instituições de Longa Permanência para Idosos - ILPI - Instituição mantida por órgãos governamentais e não governamentais, destinada a propiciar atenção integral em caráter residencial com condições de liberdade e dignidade, cujo publico alvo são as pessoas acima de 60 anos, com ou sem suporte familiar, de forma gratuita ou mediante remuneração. A instituição deve ter capacidade máxima para 40 (quarenta) residentes por modalidade. 2.2.1 A ILPI pode oferecer uma ou mais das seguintes modalidades Assistenciais: a) Modalidade I - destinada a idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de autoajuda; b) Modalidade II - destinada a idosos com dependência funcional em qualquer atividade de auto-cuidado tais como: alimentação, mobilidade, higiene e que necessitem de auxílios e cuidados específicos; c) Modalidade III - destinada a idosos com dependência que requeiram assistência total, com cuidados específicos, nas atividades de autocuidado. 2.3 - Equipamento de Auto-ajuda - qualquer equipamento ou adaptação utilizado para compensar ou potencializar habilidades funcionais tais como: bengala, andador, óculos, aparelho auditivo.

8 INFRA-ESTRUTURA FÍSICA : Foram retiradas à partir deste item, todas as medidas mínimas de todos os espaços que obrigatoriamente devem existir nos equipamentos públicos para idosos. Observação: Devido ao fato de o equipamento proposto neste projeto não ser exatamente uma Casa Lar , Centro Dia ou uma ILPI, fez-se uso da lei como referência para projetar a edificação, levando em consideração medidas de acordo com os usos existentes. NBR 9050 2015 – ASSOCIAÇÕA BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS CÓDIGO DE OBRAS – 2.158/2007 LEI MUNICIPAL COMPLEMENTAR 2157/2007 – RESTRIÇÕES DE LOTEAMENTO Segundo a Legislação Municipal para a execução de projetos LC2932/19 e a 2157/07 de parcelamento do solo: A área encontra-se na ZUP (ZONA DE URBANIZAÇÃO PREFERENCIAL) Taxa de Permeabilidade Mínima de 20% Recuos Lateral mínimo 1 metro Recuo Frontal mínimo 5 metros Recuo Fundo mínimo 1,5 metros 45



REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS PROJETUAIS PROJETUAIS


CASA PARA A TERCEIRA IDADE BCQ ARQUITECTES


FONTE: Archidaily.com

Localização - Barcelona, Espanha Ano do projeto – 2008 Área: 1.114 m²



FONTE: Archidaily.com

O edifício compreende um pavimento térreo, superior e um subsolo. No Subsolo está localizado um espaço de recreação multiuso, com acesso direto pelo parque. Já no térreo, estão os espaços sociais informais (de uso público, permitindo a integração dos idosos com a população) e no pavimento superior está a principal sala de aula/auditório e espaços de ensino mais formais. A casa compreende ser um local para encontros sociais informais, como um local onde eles podem facilmente se integrar.

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FONTE: Archidaily.com

CONCEITO X PARTIDO: a integração do público com o privado.

O projeto que é de domínio público, está localizado na região central da cidade de Barcelona. A Casa para a Terceira Idade, está situada em uma das extremidades da quadra onde se encontra o Jardim do Princípe de Girona, e também um outro edifício importante da cidade, a Oficina d'Atenció Ciutadana del Districte d'Horta (Parte de um antigo Quartel da cidade).


FONTE: Archidaily.com

A forma arquitetonica do edificio é retangular, e apresenta uma harmonia muito grande entre cheios e vazios e se utiliza de varias texturas , o que gera diversas qualidades: sensoriais, visuais e experimentais. As fachadas principais são permeáveis, as demais são fechadas devido a necessidade de privivacidade e afim de garantir o conforto térmico. A edificação funciona quase que como um mirante.

A disposição dos edificios, cria naturalmente um espaço amplo e totalmente público entre eles, permitindo assim uma maior integração entre o jardim e a rua, despertando o interesse dos pedestres e da população ao convivio e integração entre eles. Os arquitetos tinham como principal conceito do projeto, evitar que a Casa se tornasse uma problemática para o funcionamento do parque, por isso a tornaram o mais livre e permeável possível. 53


FONTE: Archidaily.com


Relevância Projetual A característica principal de relevância do projeto da Casa para Terceira Idade em Barcelona, a qual servirá como referencia neste trabalho, é a integração do idoso com a sociedade. Essa integração, é permitida através do seu amplo e diversificado programa de necessidades, além de localizar-se em meio a uma praça pública, que acaba por refletir na população como uma arquitetura convidativa. Outro ponto muito importante à ser levado em consideração neste projeto, é a sua materialidade. Os elementos como madeira e tijolos á vista, remetem a memórias afetiva dos idosos, buscando o máximo possível trazer ao projeto a sensação de aconchego.

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FUNDAÇÃO MARIA LUISA E OSCAR AMERICANO ARQUITETO OSWALDO ARTHUR BRATKE


FONTE: Archidaily.com

Localização - São Paulo, Brasil Ano do projeto – 1953 Área: 1.030 m²


FONTE: Archidaily.com

O acesso principal à residência se dá através de uma escada, situada recuada e paralelamente à fachada principal (oeste), conforme indica a seta na imagem acima. Os acessos secundários são através das áreas de serviço.


FONTE: Archidaily.com

A casa compreende um pavimento térreo e um subsolo onde a setorização acontece dividida basicamente em blocos. As áreas sociais estão exclusivamente localizadas no centro da edificação, enquanto as áreas intimas se encontram na extremidade direita, e as de serviço na extremidade oposta. 59


FONTE: Archidaily.com

A leveza da edificação esta presente nas fachadas laterais e posteriores através dos balanços do nível principal, é discretamente elevada do terreno natural, onde somente os pilares tocam o chão. Como se a edificação flutuasse.

Os corredores de acesso, assim como as varandas, desmistifica a sensação de estar ora em um espaço totalmente publico, e ora privado. Produz gradativamente essa transição. Os volumes da residência são simples, com formas geométricas puras e racionais, a partir dos dois pavimentos.


FONTE: Archidaily.com

Ao centro, sobre uma subtração de volume, onde projeta-se um pátio com abertura zenital que aproveita o desnível da topografia no terreno, provocando um maior conforto térmico e propiciando para a entrada de ventos cruzados na residência.

Nos corredores centrais, o arquiteto faz uso também de cobogos seguindo a linguagem das paredes de tijolos maciços. O uso do vidro permite a integração com exterior que tem vista privilegiada ao parque, trazendo leveza ao projeto e contrastando com a rigidez das estruturas em concreto armado.

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FONTE: Archidaily.com

A edificação se estrutura basicamente através de pilares, vigas e lajes de concreto armado, formando harmonicamente uma modulação, que é responsável por criar a identidade visual da residência de estilo tipicamente modernista. As paredes são na grande maioria de tijolos maciços aparentes, o fechamento das aberturas (portas/janelas) são de esquadrias (venezianas) de madeiras pintadas de branco, e planos de vidros.

O uso de diversos materiais na fachada, provocam sensações visuais importantes, quebrando a monotonia, assim como a modulação e a presença de cheios e vazios. Permite ainda intervalos de iluminações entre natural e artificial, e por ultimo, mas não menos importante, a graduação entre os espaços públicos e privados. Propõe a presença de espaços, como por exemplo as varandas, que integram com o externo, mas não deixam de manter a sua intimidade.


FONTE: Archidaily.com

Relevância Projetual É de conhecimento que a Arquitetura é responsável por causar diver sas sensações nos usuários, sejam elas positivas ou não. O projeto da residência, hoje fundação Oscar Americano, trará ao projeto à ser desenvolvido neste trabalho, diversas diretrizes. No melhor sentido possível. A qualidade do conforto térmico é o principal deles, com a presença de uma vasta vegetação, não somente no exterior da residência ,mas como no seu interior também.

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CASA GRELHA FGMF ARQUITETOS


FONTE: Vitruvius.com

Localização - Serra da Mantiqueira, Brasil Ano do projeto – 2007 Área: 3.123 m²


Diagramas Fonte: Archidaily


A Casa Grelha, tem como fundamento de projeto, três pontos importantes: a demanda por uma casa térrea, a intenção de se estabelecer uma relação direta entre a casa e a natureza, e a necessidade de preservar a privacidade dos membros da família. Através desses diagramas, é possivel observar claramente o seu funcionamento, que são nitidamente demarcados , fato que se dá devido a sua modulação. Sob uma grelha estrutural de madeira, com módulos de 5,5x5,5 metros, a casa é projetada à 3 metros de altura do solo, devido ao fato de grande umidade na região (partido projetual). Essa grelha possui módulos ora ocupados por ambientes fechados, ora totalmente vazados, permitindo que as vegetações existentes no exterior, adentrem à estrutura.

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FONTE: Vitruvius.com

FONTE: Vitruvius.com


Relevância Projetual Destaca-se como ponto de maior relevância para o projeto, seu sistema construtivo, com uma modulação estrutural de elementos pré moldados. Além disso , a medida em que os usos se distribuem intercaladamente pela edificação, as vedações também ocorrem de forma dinâmica. Permitindo assim a quebra da monotomia da edificação, e propiciando maior conforto térmico quando a modulação ocorre de forma ‘‘livre’’. Além disso, amplia o campo de visão do externo, resultando em uma degradação entre as áreas de uso privado e uso compartilhado, sendo ponto principal do projeto à ser apresentado.

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ESTUDO ESTUDO PRELIMINAR PRELIMINAR EE ANTEPROJETO ANTEPROJETO


ORGANOGRAMA


FLUXOGRAMA

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PROCESSO DE PROJETO

MODULAÇÃO (GRELHA) - 2,5x2,5 m

Rotação dos volumes - estudo de insolação e acessos principais.

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O seguinte projeto, apresentado como Trabalho Final para a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo, surgiu à partir da necessidade de espaços públicos destinados à idosos na cidade de Ribeirão Preto, uma vez que o aumento dessa população (acima dos 60 anos), têm apresentado um crescimento acelerado. O terreno escolhido, localiza-se na região central da cidade de Ribeirão Preto, no bairro Jardim República. A área em questão, é o quinto bairro da cidade com maior número de pessoas idosas, sendo que a mesma não possui nenhum Equipamento Público destinado a esses. Além disso, outro fator determinante para a escolha do terreno, foi a sua proximidade a outros Equipamentos importantes da cidade, permitindo facilidade de acesso por meio dos transportes públicos e proporcionando maior integração ao espaço, uma vez que as regiões centrais das cidades possuem maior heterogeneidade da população (desde crianças ao idosos).

FONTE: SERVIDÃO, Raquel .

A população idosa à ser atendida neste projeto, serão as de modalidade I e II (de acordo com regulamento da ANVISA) , o qual o primeiro são de idosos totalmente independentes e a segunda de idosos que possuem redução na sua mobilidade.


MEMORIAL JUSTIFICATIVO l DESCRITIVO

O conceito principal do projeto é proporcionar aos idosos maior qualidade de vida, e através da Arquitetura, permitir que vivenciem um espaço o qual eles possam estar em constante integração com o externo, seus familiares e a população como um todo. Para tal, o projeto se dispões em dois blocos independentes, mas que se conectam através de um extenso pergolado e uma ampla área de lazer e convivência A existência de dois blocos, é para garantir ao idoso sua intimidade e livre escolha de estar em ambientes mais agitados, ou na calmaria de um espaço destinado a suas atividades diárias comuns. Portanto, um dos blocos será de uso mais restrito aos idoso, com espaços como: Sala de Tv, Sala de Descanso, Refeitório, Sala de Fisioterapia, Ambulatório e todo o apoio necessário para garantir a qualidade de vida do idoso. O segundo bloco, nomeado neste trabalho como Bloco Integração, com atividades diversificadas, como: Biblioteca, Café, Oficinas (para os mais variados tipos de cursos) e uma Sala Multifuncional, onde poderão ocorrer palestras, atividades físicas e até mesmo festas em datas comemorativas, afim de funcione como uma arquitetura convidativa à toda a população.

A parte externa aos edifícios será envolta por uma vasta vegetação, com pontos de encontro e convivência, assim como uma praça, permitindo assim, que a transição do espaço privado para o público, aconteça de forma gradativa e novamente funcionando como um convite para a população integrar-se aos idosos. Terá em suas atividades: um playground, academia ao ar livre, um pomar com espaços para permanência, e uma horta. A principal materialidade das edificações será o concreto, através do sistema construtivo préfabricado, e uma modulação de 5x5, 2,5x2,5 ou 1,25. Se estruturara através com pilares à cada 10 metros, a laje será nervurada, e os fechamentos ora em painéis de concreto, ora em painéis de madeira e vidro. Além disso, nas duas extremidades do Bloco para os Idosos, o fechamento será em cobogós. Através desse sistema, permitir uma Arquitetura mais sustentável.

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PROGRAMA DE NECESSIDADES l PRÉ- DIMENSIONAMENTO

Interligados por extenso pergolado e uma ampla área de convivência ao ar livre.


DETALHES Como falado anteriormente, a laje das duas edicações serão nervuradas e sua impermiabilização será feita através de um telhado verde. Trazendo assim, maior conforto tèrmico para o projeto.

Rufo com pingadeira

Vegetação Substrato

Proteção Mecânica Argamassa de regularização + Manta AntiRaiz

Situações sem escala

Cobogós usado nas extremidades da edificação.

As vedações de toda a eficicação se dará basicamente por painéis, como dito anteriormente. Esses, assim como o bloco, são modulares. Permitindo assim o sistema de ‘‘recolhimento’’ das folhas, e permitindo sempre que necessário, maior integração entre os espaços. Além disso, nas extremidades do bloco destinado aos idosos, o fechamento será atráves de cobogós, permitindo assim maior ventilação e iluminação dentro da edificação. 79



CENTRO CENTRO DE DE CONVIVÊNCIA CONVIVÊNCIA EE INTEGRAÇÃO INTEGRAÇÃO PARA PARA O O IDOSO IDOSO


IMPLANTAÇÃO I COBERTURA

5.00 0

20.00 10.00


01

Rua Cônego Barros

B

C

A

A +0.50 +1.00 +0.00

Av. Álvaro de Lima

04

02

+2.00

+1.50

C B

Rua Tomás Pilegi

03


PLANTA COBERTURA


1.25 0

2.5

5.00 7.50

85


A

PLANTA BLOCO - IDOSO

A

B


B

5.00

1.25 0

2.5

10.00

87


A

PLANTA BLOCO - INTEGRAÇÃO

A

C


C 5.00

1.25 0 2.5

10.00

89


PLANTA BLOCO - IDOSO I LAYOUT


5.00

1.25 0

2.5

10.00

91


PLANTA BLOCO - INTEGRAÇÃO I LAYOUT


5.00

1.25 0 2.5

10.00

93


CORTE AA


+6.00 +4.00

+2.00 +1.50 +1.00 +0.00

5.00 0

20.00 10.00

95


CORTE BB


+4.00 +1.50

5.00 0

20.00 10.00

95


CORTE CC


+6.00

+1.50

5.00 0

20.00 10.00

97


ELEVAÇÃO 01 - FACHADA NORTE


0

12.5

2.5 5.0


ELEVAÇÃO 02 - FACHADA OESTE


0

12.5

2.5 5.0

101


ELEVAÇÃO 03 - FACHADA SUL


0

12.5

2.5 5.0

103


ELEVAÇÃO 04 - FACHADA LESTE


0

12.5

2.5 5.0



PERSPECTIVA FACHADA


POMAR


ACADEMIA AO AR LIVRE

109


PLAYGROUND


CAFETERIA

111


CORREDOR ACESSO EDIFICAÇÕES


ACESSO SECUNDÁRIO - FUNCIONÁRIOS

113



REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRÁFICAS


LIVROS HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura 2ª Edição. São Paulo: Martins Fontes, 1999. BUCCI, Angelo. São Paulo, Razões de Arquitetura: da dissolução dos edifícios e de como atravessar paredes. São Paulo: Romano Guerra, 2010. SITES LIMA, Alexandre. O fim da pirâmide populacional e a reinvenção da velhice – 2018 – Disponivel em: < https://www.alexandrecorrealima.com.br/o-fim-da-piramide-populacional-e-a-reinvencao-da-velhice/ > Acesso em 28.mar.2019 GREJO, Natalia. Sensações Arquitetônicas: além do que a visão alcança – 2011. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Arquitetura UNESP de Bauru, São Paulo, 2011. CENSO IBGE, 2010 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – 2010. Disponível em <https:// cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/ribeirao-preto/panorama> Acesso em 04.mar.2019 CATANHO, Lucas. Ribeirão ganha uma população de 40 mil idosos em 15 anos – 2016 - Disponivel em <https://www.acidadeon.com/ribeiraopreto/cotidiano/cidades/NOT,2,2,1173386,Ribeirao+Preto+ganha+uma+populacao+de+40+mil+idosos+em+15+anos.aspx > Acesso em 10.mar.2019 População Net - Bairros com mais idosos Ribeirão Preto/SP - 2019. Disponível em < http://populacao.net.br/bairros-com-mais-idosos-ribeirao-preto_sp.html> Acesso em 25.abril.2019. DANTAS, Livia. Casa para a Terceira Idade – 2019. Disponível em < https://www.academia. edu/12107134/CASA_PARA_A_TERCEIRA_IDADE> Acesso em 10.maio.2019 FUNDAÇÃO OSCAR AMERICANO – 2019. Disponível em https://www.fundacaooscaramericano. org.br/ Acesso em 16.maio.2019. CHAN, Margaret. OMS RELATÓRIO MUNDIAL DE ENVELHECIMENTO E SAÚDE – 2015. Disponível em https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2015/10/OMS-ENVELHECIMENTO-2015-port.pdf Acesso em 21.abril.2019


HELM, Joanna. CASA PARA TERCEIRA IDADE BCQ ARQUITECTES – Disponível em < https:// www.archdaily.com.br/br/01-120183/casa-para-a-terceira-idade-slash-bcq-arquitectes> Acessado em 10.maio.2019 FRACASSOLI, Igor. CLÁSSICOS DA ARQUITETURA: RESIDÊNCIA OSCAR AMERICANO. Disponivel em https://www.archdaily.com.br/br/01-33190/classicos-da-arquitetura-residencia-oscar-americano-oswaldo-Bratke > Acessado em 10.maio.2019. DISSERTAÇÕES SILVA, Renato; Design de produto integrado ao projeto urbano: avaliação do projeto de tecnologia assistiva. – 2009. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. Disponível em: < https:// repositorio.ufsc.br/handle/123456789/92598> Acessado em 06.abril.2019 ARAUJO, Cláudia; SOUZA, Luciana; FARO, Ana Cristina; TRAJETÓRIA DAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS NO BRASIL – 2016. Disponível em < http://www.here. abennacional.org.br/here/n2vol1ano1_artigo3.pdf> Acessado em 30.marc.2019

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