Daojia nº 20
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Jan/Fev/Mar 2022
O MISTÉRIO E O PODER DO
CHI KUNG (QI GONG) Por: Ernani Franklin
C
onforme se conhece na China e Indonésia, toda pessoa pode dominar seu Chi (Qi) mediante uma série de treinos e práticas chamadas Chi Kung (Qi Gong) que significa literalmente “trabalho energético” ou “cultivo da energia vital”. O Chi Kung envolve treinamentos através dos quais a gente aprende a cultivar o fluxo energético através do organismo, captando, circulando, potencializando, sedimentando e expandindo a energia vital Chi.Segundo os mestres estes treinos podem reverter problemas de saúde, eliminando problemas graves tais como o reumatismo, infecções internas, disfunções gastro- intestinais, distúrbios nervosos e endócrinos, memória fraca, dentre outros. Por meio do Chi Kung você não adquire apenas boa saúde, que não passa de um estado de doença controlável; você alcança uma saúde sólida. Do mesmo modo que a acupuntura, o Chi Kung começa a chamar a atenção dos cientistas ocidentais. O Chi Kung tem um aspecto quase sobrenatural quando se levam em conta os “milagres” físicos que os mestres operam rotineiramente. Algumas vezes o fazem em público, mas preferem não fazer exibições dos poderes que podem desenvolver. Vejam um exemplo. Alguns anos atrás um mestre altamente respeitado, Sifu Ou Bao Xiang, grão mestre da escola Shaolin Damo Chi Kung, que tinha quase cem anos foi convidado a dar uma palestra para milhares de pessoas numa conferência nacional de Chi Kung na China.- Não sou um bom orador, disse. Talvez eu possa apenas demonstrar. Apesar da idade ele estava tão em forma quanto um praticante de kung fu de cinqüenta anos. Ele olhou a platéia e viu um homem paralítico numa cadeira de rodas. - Por favor, tragam este homem ao palco,disse. O homem foi deitado em uma mesa e o mestre ficou a uma pequena distância dele. O mestre movimentou as mãos no ar, na direção do paciente. Pouco depois o homem começou a movimentar os membros, a princípio devagar, mas, aos poucos, os movimentos se tornaram mais rápidos e vigorosos. Os movimentos do paciente pareciam ser controlados pelo mestre, como se houvessem fios através dos quais o mestre o manipulava como a um fantoche. Todos assistiam em silêncio, pasmos. Entretanto esse não foi momento mais surpreendente da demonstração de improviso. Depois de 15 minutos de movimentos firmes e espetaculares do paciente, que suava em profusão, enquanto o mestre se mantinha
calmo e relaxado, este pediu que algumas pessoas ajudassem o homem a se levantar. Depois de alguma hesitação inicial, encorajamento e estímulo , e seguido por um estrondoso aplauso, o paciente se afastou do palco caminhando sem ajuda! Para os mestres de Chi Kung tais proezas não são grande coisa. O Chi é o próprio funcionamento da vida. Num outro exemplo, um mestre deitou-se num colchonete e se cobriu com outro; a seguir, colocaram uma laje de cimento de 500 quilos sobre o segundo colchonete e doze homens subiram nela. Quando todo esse peso foi removido, não se verificou o menor dano no corpo do mestre. Ele havia concentrado seu Chi na parte superior do corpo para atuar como um amortecedor contra o peso excessivo. Os mestres são capazes não só de dominar o Chi interior como conseguem projetá-lo fora do corpo qual uma força mecânica, ou uma onda de calor. No início da década de 70, pesquisadores chineses de Hong Kong fizeram experiências com grupos de pessoas que manipulavam o Chi. Um deles incluiu oito médicos chineses que projetaram mentalmente o Chi em oito pacientes sem tocá-los. Os pesquisadores notaram que a temperatura da
