Gil em Revista

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EDITORIAL / SUMÁRIO Uma é pouco. Duas é bom. Três está longe de ser demais!

O CURSO

sta é a terceira edição da GIL em Revista, fruto do trabalho de seus alunos dos campi de Porto Alegre e de São Leopoldo, juntos à oficina de Comunicação e Expressão. Com o auxílio da professora e também coordenadora do curso, Janaína Lemos Becker, essa atividade iniciou no Programa de Aprendizagem 1 (PA1) e foi concluída no Programa de Aprendizagem 2 (PA2) neste ano. Esta edição traz não apenas textos de apresentação do curso de Administração: Gestão para Inovação e Liderança (GIL), mas também textos que tematizam assuntos da atualidade. Assim, há entrevistas e reportagens com o intuito de apresentar o GIL aos jovens leitores, incluindo a perspectiva de atuais alunos e de egressos, mediante a descrição de atividades e de projetos que ocorrem no curso. Há, também, textos que apresentam conceitos, dados e opiniões referentes à alienação, condição cada vez mais recorrente na sociedade atual. Uma pesquisa do Ibope Media reforça, aliás, a relevância desse tema ao re-

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velar que 95% dos jovens brasileiros entre 15 e 33 anos com acesso à internet se consideram viciados em tecnologia. A revista também é constituída por notícias de divulgação científica, que divulgam os resultados de pesquisas sobre diversos assuntos da área da administração. Assim, coube aos alunos escolher assuntos que consideram importantes na área de conhecimento ou que se relacionam com o projeto de pesquisa que desenvolvem no primeiro ano do curso. Assim como as duas primeiras, esta edição revela que a liderança e a inovação são trabalhadas de um jeito dinâmico e sistêmico no GIL. O curso – um dos mais inovadores do Brasil – cresce e se torna cada vez mais conhecido, e esta revista revela a relação dos seus alunos iniciantes com diferentes temas da área. Nossa proposta é fazer com que a GIL em Revista – e, em consequência, o próprio curso – subvertam cada vez mais o padrão e saiam da “caixa” do sistema convencional de educação. Confere aí se estamos conseguindo! E boa leitura. Texto: Fernando Batistella de Souza

Um curso para quem nunca pensou em Adminstração? ......................... 3 I am GIL ....................................................... 4 Onde eles estão .......................................... 5 Os desafios dos programas sociais.............. 6 GIL outsiders ............................................... 7 Quem sabe faz a hora.................................. 7 Get ready for PA5........................................ 8 Business, leardship and motivation............. 9 Motivation: intrinsic and extrinsic............. 10

ALIENAÇÃO De Hegel a Marx........................................ 12 Intercâmbio e alienação? Como assim?............................................. 13 Ensaio sobre alienação ............................. 14 Algumas palavras sobre a alienação e Copa do Mundo...................... 15 Mídia e alienação ..................................... 16 Dados e dicas sobre alienação.................. 18

Aluno do Programa de Aprendizagem 2 de POA

Marcelo Kehl Schmitt

Aluno do Programa de Aprendizagem 2 de SL

GIL EM REVISTA

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NOTÍCIAS.................................................. 20

GIL em Revista é uma publicação experimental direcionada aos alunos e aos professores do curso de Administração: Gestão para Inovação e Liderança (GIL) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Esta edição foi produzida por alunos dos Programas de Aprendizagem 1 e 2 das duas turmas – São Leopoldo e Porto Alegre – do ano de 2014 do GIL. Coordenação do Curso: Janaína Pimenta Lemos Becker e Marcelo Jacques Fonseca. REDAÇÃO: Professora orientadora: Janaína Pimenta Lemos Becker. Alunos: Ariele Hübner Winkler, Bruno Guilherme Leuck, Carolina Naimãh Perotto Ribeiro, Fernando Batistella de Souza, Guilherme de Abreu Fusquine, Gustavo Ganasini Stürmer, Kathleen Renata Enzweiler, Laura Vaz Kreuz, Lauren Lorenzini Conceição, Leonardo Becker de Wallau, Luiza Ainhorn Jawetz, Marcelo Kehl Schmitt, Murilo Werkmeister Schneider, Natália Bianca Meneguzzi Musso, Nícollas Christiano Blos Wulff, Rafael Mognon Giacomet, Stefan John Basile, Thaís Ebert Kasper, Tilara Rafaela Brenner, Vitória Facco Lufiego, Vitória Soares da Silva. Colaboração: Aline Jaeger, Cláudia de Salles Stadtlober, Daniel de Castro Sarmento, Emilliano Ribeiro Pontes Scalon Santos, Felipe Etges de Carvalho, Glauce Laira Gobatto, Guilherme Hommerding Massena, Isadora Longo Makariewicz, Isadora Soria Galvarro Zanini, Marcelo Felipe Vier, Maria Luísa dos Santos Exenberger, Mauro Dorfman e Pedro Ernesto Denardin. ARTE: Agência Experimental de Comunicação da Unisinos (Agexcom). Projeto gráfico: jornalista Marcelo Garcia. Diagramação: Karla Oliveira. AGRADECIMENTOS: agradecimentos especiais aos professores e à coordenadora (professora Aline Jaeger) dos Programas de Aprendizagem 1 e 2 de 2014 e aos patrocinadores desta edição da GIL em Revista (Adubras Indústria e Comércio do Vestuário Ltda., Colégio Santa Teresinha, Harmonia Produtos Naturais Ltda., Hercosul Alimentos Ltda., Instaladora Orlando, ISOSERVICE Consultoria e Gestão Empresarial Ltda., Kasper Esquadrias em PVC Ltda., Luiz Paulo Sturmer ME, Metalúrgica Daniel Ltda., Odonto Clin, PPX Termoplásticos Ltda., Rocha & Bado Associados Ltda., SISPRO S/A Serviços e Tecnologia da Informação).

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O CURSO

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Um curso para quem nunca pensou em Administração?

curso de Administração: Gestão para Inovação e Liderança (GIL) tem como objetivo formar líderes que possam atuar no mercado de trabalho de forma inovadora e criativa. O curso foi desenvolvido de forma que, em vez de escolher disciplinas em função dos horários das aulas, você cursa Programas de Aprendizagem (os “PAs”, como chamamos), os quais são constituídos por oficinas. A constituição e a organização dos PAs permitem que você perceba a relação entre os conteúdos de cada oficina e que você faça conexões entre as diferentes experiências da vida acadêmica e pessoal e os conteúdos. No entanto, antes de falar mais sobre o GIL ou sobre o curso de Administração, é preciso desconstruir a ideia de que só faz Administração quem gosta de números e quem não gosta de escrever. Se você pensa assim, você definitivamen-

te não sabe o que está perdendo em não fazer o GIL e não se tornar um administrador. No GIL, você aprende muito mais do que finanças e contabilidade: você se envolve com as outras facetas de ser um gestor. Além das aulas de comunicação e expressão e de língua inglesa, por exemplo, você terá aulas de inovação, liderança, gestão de pessoas, artes, ética, história, pensamento sistêmico e muito mais. No GIL, você terá aula com professores conectados com o mercado de trabalho e que farão o possível para abrir as portas das empresas para que você possa fazer os primeiros contatos com o mundo fora da universidade. Além de visitas e de palestras dentro e fora da universidade, você também será desafiado a criar um produto, a produzir uma revista, a participar de um projeto social, a fazer estágios e a viver o mundo da administração

fora do Brasil em dois intercâmbios. Nossos ex-alunos estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo e são nossos cartões de visita. Todos nos orgulhamos muito deles e ficamos felizes de estar sempre em contato com essa turma bacana, que faz questão de compartilhar com os professores e com os atuais alunos do curso oportunidades de trabalho, sugestões de livros, cursos e vídeos. No GIL, formamos uma rede colaborativa, o início do seu networking, que é o primeiro passo para uma carreira que vai muito além de gostar de números. Será que esse curso não é pra você? Aline Jaeger

Coordenadora do Programa de Aprendizagem 2 do GIL

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O CURSO

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inha mãe sempre me disse que a faculdade muda uma pessoa. Serve de alicerce para o desenvolvimento não apenas Daniel Sarmento, de um profissional, Graduado GIL SL mas de um ser huma2014/01 no. Confesso que, durante meus tempos de colégio, os estudos e eu não tínhamos uma relação muita íntima – pelo contrário, tirar aquela soneca depois do almoço era muito mais interessante do que estudar física. Apesar de minha teimosia com a área do conhecimento nos tempos de ensino obrigatório, ao adentrar no mundo acadêmico, descobri um novo eu. Quanto à escolha do curso, nunca tive muitas dúvidas, afinal “o curso que eu quero só tem na Unisinos”. Logicamente, eu não sabia os caminhos que iria seguir após formado, mas qual a graça na previsibilidade? Encontrei no GIL um amigo, alguém que entendia minhas inquietações neste mundo dinâmico, corrido e mutável, mas que ainda via a educação como

I am GIL I

mpossível não falar do GIL, ainda mais agora como formada, com orgulho e com brilho nos olhos. Após a formatura, somente os momentos agradáveis ficam em nossas Isadora Makariewicz, memórias: as melhoGraduada GIL POA res aulas, os melho2014/01 res professores, os intercâmbios, o sorriso no rosto das crianças do projeto social, as conquistas e os trabalhos mais desafiadores e com as melhores recompensas. Porém, a jornada de três anos e meio não foi fácil: foram muuuitas noites em claro, discussões, aulas (muuuitas aulas), mas foi

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ela era cem anos atrás. Gestão, inovação, liderança: um novo conceito do que é educar. Sim, tudo isso, mas ainda mais: experiência. Falo que o GIL é uma experiência intensa, em que mergulhamos nos mais diversos campos de conhecimento e interagimos com professores, empresas, colegas, culturas. Sejam as viagens, os projetos, as infinitas apresentações de trabalhos, tudo isso nos molda como um profissional diferenciado no mercado do trabalho. Hoje, já empregado na área do marketing, sinto que o GIL está plenamente alinhado com as necessidades não apenas do país, mas do mundo. Digo isso porque, independentemente da área que o egresso do curso venha a seguir, a inquietação, a pró-atividade, a vontade de fazer diferente e, melhor, o anseio por liderar equipes estão no nosso DNA. Somos jovens criativos, entusiasmados, abertos para o novo, e é disso que o mundo precisa. Ainda me arrisco mais: não acredito que tais características sejam uma tendência, uma moda, o profissional mais requisitado da década. Esses são comportamentos atemporais, presentes em pessoas que se des-

tudo vivido tão intensamente que os estresses e os problemas durante o curso deram lugar a um orgulho enorme de se sentir parte dessa família. Hoje, com canudo na mão, consigo perceber o quanto eu amadureci e aprendi com o GIL. Todas as minhas dúvidas e as minhas angústias ao apostar em um curso diferenciado, com conteúdo e com método inovadores, com intercâmbio, que fornece notebook e que começava em Porto Alegre há quase quatro anos, foram diminuindo ao longo das aulas e dos semestres. Após a formatura, percebo o quanto podemos nos destacar, pois a soma das nossas características pessoais e das competências desenvolvidas no GIL pode nos ajudar a construir uma carreira de sucesso.

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tacaram durante suas vidas. Hoje somos muitos. Tenho apenas 21 anos, falo quatro idiomas, já fiz seis intercâmbios e tenho um emprego que adoro e em que vejo perspectiva. O que me impede de, se me der vontade, fazer mais uma graduação? Mais uma viagem? Um mestrado? O conselho que dou é o seguinte: não entrem no GIL pensando no que irão trabalhar no futuro. Permitam se conhecer e se entender. Aprendam, inventem, tentem. O curso confere ao graduado um espectro gigante de opções. Por outro lado, nunca percam a humildade e saibam que não serão líderes na semana seguinte à formatura. A trajetória de um profissional é crescente, mas, para isso ser verdade, devemos iniciar de baixo. É claro que queremos rápido crescimento, mas isso será natural se o trabalho for feito de maneira coerente, inusitada e com qualidade. Aos alunos do GIL, o planeta está na mão de vocês. Vocês são o futuro e estão sendo capacitados para construí-lo de uma maneira melhor. Não percam essa portunidade. Degustem essa experiência. Somos um time, saibam que podem contar conosco sempre. Nos vemos por aí!


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O CURSO

Os desafios dos programas sociais

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o f i c i n a P ro jeto Social e Sustentabilidade (Programa de A p r e n d i za g e m 2 ) apresenta aos alunos uma base teórica sobre o histórico Claúdia Stadtlober Coordenadora do curso do desenvolvimento social no Brasil e de Administração no mundo e aborda da Unisinos ainda temas como marketing social, capital social e sustentabilidade. Durante os encontros teóricos, também se realiza uma oficina sobre o trabalho voluntário e sobre todo o desenvolvimento do voluntariado, atividade realizada em parceria com a Parceiros Voluntários, que apresenta o conceito do trabalho e também a própria instituição. Após, entra-se na parte prática da oficina, em que alunos e professor identificam uma Organização da Sociedade Civil (OSC) e desenvolvem a atividade de diagnóstico organizacional da instituição. A oficina tem parceria com a de Administração em Perspectiva, em que também se estudam estrutura, indicadores, processos e estratégias com o objetivo de auxiliar a organização na sua estruturação administrativa. É um momento de expressiva aprendizagem para os acadêmicos, pois, com os novos conhecimentos teóricos, enfrentam a prática do dia a dia de uma OSC e vivenciam os problemas sociais das comunidades em que as organizações estão inseridas. Os alunos gerenciam o seu tempo e as atividades, o que faz com que desenvol-

vam a gestão e a sua liderança para desenvolver projetos colaborativos com pessoas diferentes das do seu cotidiano. É uma experiência rica aproximar acadêmicos do GIL com a realidade social de comunidades carentes, onde a atividade acadêmica gera impacto social e mudança na organização em que o trabalho está sendo desenvolvido. O projeto social coloca os alunos diante de uma realidade de economia solidária, de dificuldades sociais e de muitos problemas administrativos. A ação dos acadêmicos busca, em certa medida, minimizar os problemas administrativos e também auxiliar o desenvolvimento da OSC. O projeto dura um semestre e ocorre em dife-

rentes horários, conforme a disponibilidade dos alunos e dos professores, mas principalmente em conformidade com a disponibilidade dos empreendedores que nos atendem nas organizações. A avaliação da atividade revela aspectos muito positivos, como, por exemplo, o alcance do objetivo de trabalhar a administração profissionalizada em uma organização do terceiro setor, mas se verificam ainda outras vantagens, como conhecimento da realidade social, apoio ao desenvolvimento assistencial e mudança do comportamento em relação à realidade que há nas nossas comunidades. Uma parceria entre universidade e comunidade em que todos ganham e são beneficiados!


Texto: Emilliano Santos Isadora Zanini Alunos do Programa de Aprendizagem 4 de POA

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ando um stop nas atividades acadêmicas que estamos realizando no intercâmbio de duas semanas no Chile, escrevemos para relatar as experiências internacionais que, até agora, a universidade e o curso nos proporcionaram. Em junho deste ano, tivemos a oportunidade de realizar um summer semester na Sungkyunkwan University, em Seul, na Coréia do Sul, em que um leque de diferentes cursos foi oferecido a alunos de todas as partes do mundo. Assuntos como design, inovações tecnológicas e estraté-

gias corporativas e estudos de casos de sucesso foram escolhidos para alavancar o conhecimento e a troca de informações pelos alunos que vivenciaram as três semanas do curso. Em momentos de reflexão durante e após a viagem, ficou claro, na mente dos colegas participantes, que a oportunidade de conhecer novas culturas e economias e de comparar os avanços tecnológicos com a realidade brasileira é fator que potencializa um processo de aprendizado inovador, como o defendido pela proposta do curso de Gestão para Inovação e Liderança. Com isso em mente, o grupo de alunos que representava o GIL visitou, também, a capital do Japão, Tóquio, onde os dias se tornaram curtos para absorver a quantidade de conhecimento disponível em uma das cidades mais desenvolvidas e fantásticas do planeta. Finalizando – pois daqui a pouco temos uma visita às vinícolas chilenas –, gostaríamos de encorajar os futuros e os atuais alunos a procurar os

editais oferecidos pela universidade (maneira pela qual fomos à Coréia) e aconselhá-los a extrair o máximo de informações de outras culturas, o que é proporcionado ao longo dos semestres do GIL. Garantimos que essas experiências são um diferencial na carreira de um gestor!

Quem sabe faz a hora

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urante os primeiros cinco semestres no GIL, fomos instigados a aprender diversas teorias de diferentes áreas da administração, estudando a sua aplicabilidade a partir de vivências profissionais dos nossos professores e de cases de sucesso no mercado. Ademais, visitamos empresas tanto no Brasil como no exterior e, em todas elas, identificamos traços teóricos adaptados às suas realidades. Entretanto, todo esse aprendizado, por mais explorado pelas atividades propostas,

só foi nos motivando e criando um sentimento de ansiedade para que pudéssemos aplicá-lo na prática. Além disso, o estágio curricular de uma semana, realizado durante o terceiro semestre, foi só um demonstrativo do que estava por vir. Agora, com o estágio em progresso, estamos aprendendo a lidar ao mesmo tempo com demandas pessoais, acadêmicas e profissionais, afinal entramos em uma fase em que não somos mais reconhecidos apenas como estudantes, mas sim como alunos e profissionais que devem se comprometer com ambas as exigências. Durante esse período, somos incitados a interagir com colegas de todas as idades, com pensamentos e conhecimentos diferentes, além de ter de conhecer e se adaptar à filosofia e à rotina da empresa – o que, para muitos, não é tarefa fácil. O estágio é, de fato, a grande oportunidade para que os alunos tenham seu primeiro contato com o mercado de trabalho e consigam perceber que nem tudo é como se aprende na faculdade. É dentro das empresas que estamos dando os primeiros passos

das nossas carreiras, criando a nossa imagem e, através das nossas atitudes e ações, conquistando o nosso espaço. Nem sempre, apesar das nossas expectativas, a empresa será do jeito como imaginamos, bem como nossas propostas serão implementadas. Com isso, devemos compreender a situação e lidar com algumas frustrações. Porém, todos os obstáculos encontrados, sem dúvida, nos fazem crescer e enxergar tudo de um modo diferente.

Texto: Felipe Etges de Carvalho Glauce Laira Gobatto Alunos do Programa de Aprendizagem 6 de POA

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O CURSO

Get ready for PA5

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Balanced Scorecard é a principal atividade do PA5, assim como a realização de uma pesquisa científica (e a consequente produção de um artigo) no PA1 e o desenvolvimento e a venda do produto no PA4, mas o detalhe é que o BSC leva a fama de “bicho-papão” do GIL. Sempre ouvimos dos outros PAs que essa tarefa seria a mais difícil, que os professores seriam muito exigentes e que deveríamos estar preparados. Então, estamos escrevendo para desmitificar a imagem do tão mal falado BSC! A maioria dos boatos são verdadeiros:

qual vocês tenham proximidade, que possam visitar e a cujas informações vocês possam ter acesso. Nós, por exemplo, o realizamos na Redemac Telsul, madeireira dos pais da Maria Luísa Exenberger, e o grupo todo se engajou, participou das discussões e propôs melhorias. Acreditamos que estes são fatores importantes para se ter sucesso nesse trabalho. Além disso, é essencial escolher bem com quem será feito o trabalho, pois há muita demanda, divisão e variedade de tarefas e discussões em grupo. Aliás, o tempo dado em aula para trabalhar é de fundamental relevância para que os prazos não fiquem apertados e para que o trabalho seja entregue na data e com a qualidade esperada. A disciplina e o planejamento garantem que o trabalho trará grande aprendizado, unindo tudo que já foi estudado no curso. o PA5 é realmente um PA muito puxado, e o BSC é a atividade que mais exige de todo o curso (exige interdisciplinaridade, dedicação, estudos e muito trabalho), mas, na nossa humilde opinião, é também o semestre mais legal, em que mais aprendemos, discutimos e desenvolvemos nossas habilidades estratégicas. Foi uma experiência muito bacana, que durou o semestre todo, mas que, no final, nos orgulhou muito. No BSC, devemos desenvolver um planejamento estratégico arrojado e inovador para uma determinada empresa. Uma dica é escolher uma organização com a

Texto: Guilherme Hommerding Massena Maria Luísa dos Santos Exenberger Alunos do Programa de Aprendizagem 6 de SL


Business, leadership and motivation

Text: Laura Vaz Kreuz Natália Bianca Musso Tilara Rafaella Brenner

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ccording to career analyst Dan Pink, there is a mismatch between what science knows and what business does concerning motivation. It is proven that motivating by rewarding is not effective in most kinds of tasks. Actually, it only works for mechanical tasks – when you don’t have to think much to perform them. But when the task involves creativity and finding solutions, this kind of motivation could be even harmful, leading to low productive results. So, businesses are motivating their employees the wrong way. Our reality has changed, and now we have to find solutions that don’t have one correct answer – our decisions are becoming more relative, and as a consequence, we have to use more and more our creativity to make this kind of decisions. There are two types of motivation – intrinsic and extrinsic. The extrinsic type is about money and tangible rewards. But they only work for mechanical tasks, when you don’t have to think. The intrinsic motivation works for more complex tasks, when you have a deeper dilemma. The key to motivation can be divided in 3 aspects – auto-

nomy, mastery and purpose. With autonomy, people do what they want to do; it gives them space to find their own way to complete the task and it opens space for innovation. Mastery is related to having the idea of getting good at doing something, of improving at it. Finally, purpose refers to the meaning of the task – if you are doing something that has a bigger meaning, such as creating something, you’ll do it better. It basically means to do something with your heart – when you find something you are passionate about, you’ll obviously put more effort to make it work. This can be complemented by Steve Jobs’ ideas. In his commencement speech at a Stanford graduation ceremony in 2007 he shares some thoughts on love and loss. He says that being fired from Apple was the best thing that could have happened to him, because this way he could accomplish things he would not have otherwise – such as creating Pixar, the best animated movies enterprise. At that moment he realized he was doing what he loved. And that is the key to make a good job. Love is the best motivation anyone could expect to have. It fits on the intrinsic kind of motivation, since it is related to feelings and life’s more complex aspects. For Jobs, for instance, love gave him strength to start his business all over again, even when he lost everything. The feeling that he was actually doing something important and following his heart was enough to motivate him to accomplish what he did. Another idea Jobs presents is related to death – that everything loses sense when facing death. Nothing else is relevant – your job, your grades, etc. Therefore, you have nothing to lose and you become fearless. This helps you to take chances and risk everything you have if you believe in something. Death is one of the most powerful motivators on Earth.

Apple took this idea very seriously at their campaign “Think Different”, which was based on selling an idea, not a product. When introducing the campaign, Jobs referred not to Apple products, but to the people who made a difference in the world. It is an innovative way to communicate, and the most effective way to get people’s attention. You do not sell a product, you sell an idea. People identify themselves with the reason you do something and the reason your enterprise exists. People will not pay attention to what you do, but why you do it. In this campaign, Jobs highlighted that buying an Apple product is not only about buying computers, it is about defying the status quo and agreeing with Apple’s values. Finally, a company needs employees to be motivated and happy in their workplace to achieve its main target: profit. One of the most well known companies that prioritizes its employees’ happiness is Google. Google doesn’t just spent time focusing on new programs and inventions. Rather, they focus on people, on their employees. They have fun a regular part of the day, having dress up days, pajamas days and Halloween costume party days. Besides that, every April Fool’s Day Google allows their employees to plan and execute some tricks to the world. They have employees’ happiness as a top priority. They have a lot of rooms for resting, restaurants for free, hairdressers, doctors, gym, massage rooms, etc. By doing this, Google improves job loyalty and workers’ productivity. It also follows a “80-20” rule, which allows employees to spend 20 percent of their time on their own personal projects. Besides that, Google offers training to help employees learn a new skill, whether it is connected to work or not. Google truly lives by the company’s philosophy: “To create the happiest, most productive workplace in the world.”


O CURSO

Motivation: intrinsic versus extrinsic

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Text: Marcelo Kehl Schmitt NĂ­collas Christiano Blos Wulff

here is a Ted Talk, presented by Dan Pink, that approaches how to motivate people in companies and which ways are more effective. He uses a puzzle to support his arguments, where one group is rewarded with money, and the other has no rewards. The interesting fact about this situation is that the ones who were offered money had a worse performance than those who were not offered. After presenting the experiment, Pink started to explain his conclusions about motivation. It happens that tasks involving rewards (extrinsic motivation) can lower participants’ performance, but only in complex areas. When talking about mechanical works, these rewards are still a good way of motivating. This may happen because of several reasons, but the main one is that remuneration can

put a lot of pressure over people, making them less creative. The extrinsic motivation originates from external factors, such as a monetary reward. The individual performs the task either to be rewarded or not to be punished. The reward or the punishment is the fuel that makes a person work. It is a very fickle motivational way, since it depends on external factors. The worker may not like what he is doing, but he does it because of the reward he is offered, which implies necessarily in low satisfaction and pleasure while performing the task. Since extrinsic motivation has all these problems, what should managers do? This is where the intrinsic factors come up.

The intrinsic motivation originates from internal factors of an individual. It relates to the way they are, their interests and tastes. In this kind of motivation, there is no need of rewards, whereas the task itself represents an interest for the person. This kind of motivation is constant, because it only depends on the person, and not on external factors. The intrinsic motivation is related with happiness and personal fulfillment. This kind of motivation is also more effective, mainly in long-terms, because it is based on what you believe. It is about fighting for a cause or feeling good while performing an activity, feeling motivated from the inside. Pink also says that the most reliable and effective motivation for cognitive activities are autonomy, mastery and purpose. So, when you conciliate all of them, productivity, worker engagement and satisfaction go up and turnover goes down. Besides all benefits and harms intrinsic and extrinsic motivation can bring to a company, it is very important to offer both of them to its employees. Although the worker might enjoy his job, he will not work for free, so it is a big challenge for managers to balance all these factors and keep all workers motivated. As a Business leader, it is very important to study this subject, because once your group of workers feels encouraged and engaged, they will certainly provide you excellent results.


Quem disse que voc锚 precisa ser um s贸? GIL em Revista - Novembro/2014

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ALIENAÇÃO

CARTOLA ALIENAÇÃO

De Hegel a Marx Confira o que esses dois pensadores escreveram sobre alienação

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Texto: Murilo Werkmeister Schneider Rafael Mognon Giacomet

conceito de alienação tem raízes no pensamento de Hegel e de Karl Marx. Para Hegel, a alienação é um processo essencial pelo qual a consciência ainda ingênua, convencida de que a realidade do mundo é independente dela mesma, chega a tornar-se consciência de si. Já para Marx, a alienação refere-se a uma situação resultante dos fatores materiais dominantes da sociedade caracterizada por ele, sobretudo no sistema capitalista, em que o trabalho humano se processa de modo a produzir coisas que imediatamente

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são separadas dos interesses e do alcance de quem a produziu, para se transformarem, indistintamente, em mercadorias. É quando você produz uma coisa que lhe pertence, e esse lucro vai para outra pessoa. Contudo, alienação é a condição psicossociológica de perda da identidade individual ou coletiva decorrente de uma situação global de falta de autonomia. Esse conceito é comum a vários domínios do saber. Em psicologia e psiquiatria, fala-se de alienação para designar o estado mental da pessoa cuja ligação com o mundo circundante está enfraquecida. Em antropologia, a alienação é o estado de um povo forçado a abandonar seus valores culturais para assumir os do colonizador. Em sociologia e comunicação, discute-se a alienação que a publicidade e os meios de comunicação suscitam, dirigindo a vontade das massas, criando necessidades de consumo artificiais e desviando o interesse das pessoas para atividades passivas e não participativas. Em filosofia política, fala-se de alienação para designar a condição do

GIL em Revista - Novembro/2014

trabalhador que, à semelhança de uma peça de engrenagem, integra a estrutura de uma unidade de produção sem ter nenhum poder de decisão sobre sua própria atividade nem direitos sobre o que produz. No âmbito da produção, a alienação se estende às decisões políticas sobre o destino da sociedade, das quais as grandes massas permanecem alijadas, e mesmo ao âmbito das vontades individuais, orientadas pela publicidade e pelos meios de comunicação de massas. A partir do conceito de Hegel, é possível concluir que somos alienados quando não temos consciência daquilo que somos no processo da história, enquanto, para Marx, somos alienados quando aquilo que nos pertence é tirado e acaba nas mãos dos outros. Após revisar esses conceitos, fica claro que, a todo o momento, somos tirados de nós mesmos e convidados pelo mundo para sermos alienados, tanto econômica como psicologicamente: cabe a cada sujeito buscar formas de se manter menos alienado.


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ALIENAÇÃO

Ensaio sobre alienação

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Texto: Marcelo Felipe Vier Professor de Filosofia

possível que, muitas vezes, você já tenha escutado a afirmação de que os jovens são alienados, pois não se interessam por nada, não participam da vida política, não se envolvem com a vida social brasileira, não buscam se informar, apenas reproduzem valores de outras culturas, esquecendo-se de valorizar nossas origens e cultura. E é interessante observar que essa lista de “adjetivações” ainda seria muito extensa se eu me propusesse aqui apenas a descrevê-las. Mas o que me interessa, na verdade, é entender se faz sentido chamar o jovem de alienado, sobretudo se o compararmos aos “outros”, justamente aqueles que qualificam o jovem dessa maneira e que, a grosso modo, são representados pelos adultos na figura dos pais, professores ou líderes políticos. Para que possamos entender esse fenômeno, penso ser interessante recordarmos o que é alienação, ou uma postura alienada, pois, apesar de esta ser uma palavra bastante corriqueira, muitas vezes ela me parece mal empregada, distorcida para favorecer visões particulares ou ideológicas. Na origem da palavra e do conceito, a alienação ganhou o sentido de esquecimento ou de desvalorização do indivíduo em relação a si mesmo. No processo de alienação, o ser humano já não consegue reconhecer a si mesmo como origem do conhecimento, do trabalho, da política, da vida social, permitindo que outros façam uso do que seria seu poder e papel

e que deveria ser inalienável. Com isso, o indivíduo passa por um processo de anulação de suas capacidades e de seu senso crítico e reflexivo. Muitos pensadores lidaram com esse conceito ao longo dos dois últimos séculos, passando por Feuerbach, Marx, a Escola de Frankfurt e Foucault. Mas não foi apenas nos meios acadêmicos que esse conceito se destacou. Nos meios políticos e sociais, sobretudo nas décadas posteriores à 2ª Guerra Mundial, nos meios artísticos e culturais, principalmente na revolução do comportamento a que assistimos nos últimos 50 ou 60 anos, percebe-se uma grande preocupação com a recuperação da capacidade do ser humano de ter atitude, de ter indignação, de se posicionar e de ser agente ativo. No rock, na MPB, no cinema nacional, na luta estudantil contra a ditadura e pelo direito às eleições diretas, também observamos, dentro de nosso país, a luta constante por um espaço e uma sensação de pertencimento, de transformação da ação social. Talvez agora caiba a pergunta: o jovem é alienado? Ou faria mais sentido perguntar se os jovens reproduzem uma alienação social que também atinge as outras parcelas da população? Se considerarmos os aspectos levantados nos parágrafos anteriores, não me parece justo, nem tampouco lógico, qualificar a alienação como um fenômeno que atinge, exclusivamente ou com mais intensidade, os jovens. No máximo, se entendermos alienação social no sentido de Marx (“Manuscritos econômicos filosóficos”, de 1844, e “Elementos para a crítica econômica política”, de 1857), podemos perceber que o processo de alienação começa muito

cedo, ainda na família, com a divisão dos papéis sociais, passando pela escola, igreja, trabalho, entre tantas outras instituições que podem nos constituir como indivíduos. Provavelmente você conhece o filme “The Wall” (1982, direção de Alan Parker), do grupo Pink Floyd, e a música “Another Brick in The Wall”, em que alunos aparecem marchando como um exército, todos enfileirados e “mumificados” por máscaras. A música de Rogers Waters, segundo o próprio autor no documentário “Behind The Wall – Inside the minds of Pink Floyd” (2011), de Sonia Anderson, tinha a intenção de criticar a educação feita de uma maneira seriada, como uma linha de produção. É fácil perceber, nesse sentido, a relação com o conceito de alienação, pois uma educação seriada elimina as necessidades e as vontades individuais, construindo uma ideia de educação perfeita e socializada. Assim, o que torna um indivíduo alienado não é ser jovem ou idoso, brasileiro ou italiano, branco ou negro, rico ou pobre. O que torna um indivíduo alienado é uma estrutura social que não lhe permite ser autônomo, consciente das dificuldades e das possibilidades; que não o prepara adequadamente para ser capaz de refletir sobre seu tempo e interferir como sujeito de conhecimento e ação; que se utiliza de mecanismos ideológicos como substituição das pequenas utopias humanas. Ao jovem cabe, nesse processo, o papel de entender e de reconstruir essas estruturas, pois fugir da alienação significa, em primeiro lugar, compreendê-la. Dar-se conta do problema é o primeiro passo para resolvê-lo.


Algumas palavras sobre a alienação e a Copa do Mundo ou daquelas pessoas que entendem que os esportes formam uma importante atividade econômica. Além disso, entram na vida de todos nós como atividade lúdica e busca de saúde. No Brasil, é o futebol que se destaca pelo fato de que nele conseguimos ser vitoriosos. A Copa do Mundo é o ápice desse gosto. Paramos tudo para ver os jogos. Alienação? Acho que não. Temos tempo para tudo. Para trabalhar, para avançar junto com nossa sociedade e para ter momentos de lazer. A Copa reúne os melhores jogadores do mundo. Nela se têm, teoricamente, os melhores jogos. Essas razões nos fazem parar, ir para a frente da TV, lutar loucamente por um ingresso sob o pretexto de que nunca mais verei um jogo de Copa do Mundo. Esse é um momento diferenciado, mas que acontece somente a cada quatro anos. No caso da Copa recém terminada, dis-

putada aqui no Brasil, o envolvimento foi ainda maior. É importante relacionar que muita gente ganhou dinheiro com a invasão extraordinária de turistas em nosso país. Outros não ganharam porque ficaram naquela de criticar o governo o que é justo - sem ver, no entanto, os benefícios que uma competição desse tamanho e dessa grandeza pode trazer.

No Brasil, é o futebol que se destaca pelo fato de que nele conseguimos ser vitoriosos.” Pedro Ernestro Denadin é locutor esportivo gaúcho de rádio que narra jogos de futebol e atualmente trabalha na Rádio Gaúcha. É o narrador titular e diretor de esportes

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Texto: Pedro Ernesto Denardin


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Mídia e alienação GIL em Revista: Você acredita que a junção da imprensa e da democracia gera alienação e ditadura? Mauro Dorfman: De jeito nenhum. Acho que a democracia sem imprensa livre é que gera alienação e acaba virando ditadura. Texto: Luiza Ainhorn Jawetz Thaís Ebert Kasper

GIL em Revista: Você concorda que a televisão, hoje em dia, pode ser considerada uma das maiores fontes de alienação da sociedade brasileira? Mauro Dorfman: Não concordo totalmente. A televisão não é fonte, mas pode ser veículo da alienação. As fontes verdadeiras da alienação são a educação de baixa qualidade e a falta de uma cultura de participação. A sociedade brasileira ainda não se convenceu do valor da informação. Pautamo-nos pelo consumo e pelo desinteresse. A alienação é sintoma desses problemas. GIL em Revista: Você acha que o brasileiro se acomodou diante da alienação? Mauro Dorfman: Acho que a formação da sociedade brasileira já é a própria matriz da tal alienação. O povo brasileiro sempre foi separado em uma elite educada/ pensante e em uma massa alienada que só produz e consome.

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GIL em Revista: Na sua opinião, a mídia aproveita a alienação e investe nela? Mauro Dorfman: É um processo cíclico. A mídia vive de vender espaços publicitários; portanto, ela trata de veicular aquilo que vai gerar mais audiência. O que gera audiência, em geral, não é a programação cultural ou informativa. Bem pelo contrário, os conteúdos mais identificados como “alienantes” – futebol, violência, sexo e novelas, para citar alguns – são os preferidos pela maioria das pessoas. Então, é isso que mais vende e é isso que mais se produz. ARQUIVO PESSOAL

GIL em Revista: Atualmente, você considera a sociedade brasileira alienada? Mauro Dorfman: A sociedade brasileira sempre teve um alto grau da chamada alienação. Pelo que leio e observo, estamos ficando relativamente menos alienados com o passar dos anos. Digo isso baseado em alguns fatores: mais brasileiros estão na escola (e estão tendo mais tempo de estudo em média a cada ano), estamos vivendo um longo período de democracia com total liberdade de expressão e temos uma proliferação de fontes de informação disponíveis até para os brasileiros de menor renda.

GIL em Revista: Qual sua opinião, como publicitário, sobre a Copa do Mundo e o comportamento dos brasileiros em relação ao futebol? Mauro Dorfman: O futebol ocupa um espaço muito importante na sociedade brasileira. Ele é lazer, religião, entretenimento, esporte, atividade econômica, arte e iden-

tidade – tudo ao mesmo tempo. É uma mistura de circo com igreja e de alegria com seriedade. Por isso se ri e se chora tanto com futebol. E por isso ele movimenta somas bilionárias.

GIL em Revista: Você acredita que a alienação se deve também à falta de investimento na educação do país? Mauro Dorfman: Como já afirmei acima, creio que a baixa qualidade da educação é o principal fator. GIL em Revista: Na sua opinião, há algum modo de desviar a atenção das pessoas da informação “manipulada” para a informação “pura”? Mauro Dorfman: Sim. Acho até que isso já acontece. São movimentos simultâneos em direção oposta: há cada vez mais conteúdo de baixa qualidade, mas também há cada vez mais canais para veicular o que é bom. A internet e a TV a cabo são bons exemplos. É claro que, se mantemos essa lógica em que tudo é consumo, vai ser muito importante que os conteúdos de qualidade sejam também cada vez mais atraentes. Sou otimista. Acho que estamos na fase em que o importante é que cada vez mais brasileiros Mauro Dorfman é sócio-fundador e presidente da Dez Comunicação


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sejam educados. Depois virá a exigência de qualidade para toda essa massa. E, com isso, haverá uma natural elevação do senso crítico e do interesse pelos grandes assuntos. A única coisa que pode frear esse processo virtuoso é uma eventual interrupção do processo democrático.

Há cada vez mais conteúdo de baixa qualidade, mas também há cada vez mais canais para veicular o que é bom” Formado em Publicidade e Propaganda pela PUCRS, Mauro Dorfman é sóciofundador e presidente da Dez Comunicação. Antes de fundar a Dez em 1993, teve passagens pelas agências SLM, Escala e Centro de Propaganda


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Dicas de como deixar a alienação de lado e aproveitar mais a vida! Use a internet com moderação

Leia livros de diferentes autores

Saia da sua zona de conforto: interaja!

Conheça novas culturas V i a j e

TENHA VIVÊNCIAS!

Explore sua criatividade

Viva novas experiências

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NOTÍCIAS Marca própria agrega valor ao supermercado? Estudos apontam que, cada vez mais, as marcas próprias crescem no mundo Texto: Ariele Winkler

LEIA MAIS: JUNIOR, Carlos Alberto Nunes Viana, JÚNIOR, Sergio dos Santos Clemente. O papel da marca própria para a rede de supermercados. Revista Científica da Faculdade das Américas, ano III, n. 2, 2009.

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artigo “O papel da marca própria para a rede de supermercados” analisa o supermercado com relação à satisfação do consumidor. O objetivo é saber se a marca própria agrega valor à rede de supermercados. A marca própria era vista pelos consumidores como algo de má qualidade e agora tem crescido 5% ao ano, enquanto a marca tradicional tem crescido 2% ao ano. Os pesquisadores Carlos Alberto Nunes Viana Junior e Sergio dos Santos Clemente Júnior dizem que “a marca própria busca não apenas oferecer uma op-

ção de menor preço, ela precisa criar valor à marca, seja pela qualidade similar à da líder, pelo diferencial competitivo, por criar valor, ou simplesmente por inovar em determinados segmentos de mercado”. Os resultados do estudo mostram que itens de marca própria estão em 12 milhões de domicílios no Brasil. O mercado brasileiro de marcas próprias tem, a partir de agora, um dos únicos e mais respeitados processos de certificação de qualidade de produtos no mundo, a certificação ABMAPRO (Asso-

ciação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização). Nos países europeus, a porcentagem das vendas de marca própria é de, no mínimo, 13%. Nos Estados Unidos, é de 19,8% e, na Argentina, é de 8,5%, valores superiores às vendas no Brasil. As redes de supermercados estão cada vez mais investindo nas marcas próprias, e, dentro desse investimento, estão as áreas de bazar, bebidas alcoólicas, bebidas não alcoólicas, higiene e beleza, limpeza caseira, mercearia doce, mercearia salgada e perecíveis de auto-serviço.

Utilização do olfato como estratégia de marketing

Uso do olfato está relacionado com a geração de valor para os consumidores através da mistura de aromas do local Texto: Carolina Naimãh Perotto Ribeiro

LEIA MAIS: MÜLLER, Desirée Péres e TEIXEIRA, Elimar Kröner. Aromas e segredos, uma experiência no mercado público de Porto Alegre / RSBrasil. Competência, Porto Alegre, v. 5, n. 2, p. 131-147, 2012.

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esquisa publicada na Revista da Educação Superior do Senac-RS revela que o Mercado Público de Porto Alegre apresenta uma identidade olfativa marcante. Essa identidade olfativa é composta por aromas, considerados como um fator de identificação da atmosfera do ambiente. Nesse sentido, a associação dos cheiros com as lembranças e com a experiência de cada indivíduo provoca emoções e um padrão de reações. Como refere a entrevistada

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Madalena, proprietária da Banca 40, “os clientes que compram meus morangos falam que eles lembram sua infância, quando não havia agrotóxicos nos produtos”. Além disso, o estudo relata que o aroma pode provocar compras por impulso, pois ajuda a formar a sensação de necessidade de determinado produto, resultando na venda. Assim, um ambiente composto por diferentes experiências olfativas pode ser considerado como uma ferramen-

ta de venda. As pesquisadoras constataram que, de forma consciente ou inconsciente, os aromas são considerados como um grande atrativo na decisão de compra dos clientes do Mercado Público de Porto Alegre. Entretanto, apesar de os comerciantes do Mercado Público de Porto Alegre saberem que o aroma pode ser uma importante ferramenta de venda, eles não se dedicam em criar estratégias de marketing através dele.


71% dos indivíduos se sentem felizes ao comprar on-line Descobriram-se outros sentimentos dos consumidores do varejo on-line, como prazer e satisfação Texto: Nícollas Christiano Blos Wulff

LEIA MAIS: FARIAS, Salomão Alencar de. Atmosfera de loja on-line: o impacto do ambiente virtual na satisfação do consumidor e na atitude para com a compra. Revista de Administração, São Paulo, v. 42, n. 1, p. 31-41, jan./fev./mar. 2007.

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m estudo conduzido no ano de 2005 por Salomão Alencar de Farias buscou investigar as diversas emoções demonstradas por consumidores quando expostos ao ambiente do varejo on-line. Além disso, Farias buscou estabelecer relações entre emoções e satisfação com a compra e, finalmente, relacionar a satisfação e a atitude positiva com a compra on-line, a fim de entender o comportamento do consumidor. Para isso, Farias elaborou uma survey (método de pesquisa com aplicação de questionário a fim de obter dados) e aplicou-a a 122 indivíduos na faixa etária entre 18 e 30 anos, predominantemente do sexo masculino e com renda mensal entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00. O pesquisador elaborou um questionário com base na escala Likert, indo de “discordo totalmente” a “concordo totalmente”. A partir disso, testou relações entre os seguintes parâmetros:

ambiente de loja, prazer, satisfação e atitude positiva com a compra on-line. Após a coleta de dados, Farias constatou que 57,4% dos entrevistados concordam que o ambiente on-line é prazeroso e que 62,4% concordam que o ambiente era vivo. No quesito prazer, a maioria se sente feliz e satisfeita, comprovando que existe a presença de prazer no momento da compra on-line. Para a ativação, verificou

que 58% das pessoas se sentem relaxadas e que 60,4% se sentem calmas, o que comprova que não há forte ativação na hora da compra. Além disso, a maioria dos entrevistados concorda que comprar on-line é uma boa ideia. Com todos os dados devidamente analisados, Farias pode concluir que, para algumas pessoas, o ambiente on-line existe da mesma forma que o varejo. “Uma página de loja virtual bem desenhada pode contribuir para a ativação de estados emocionais positivos que levem à concretização da compra e à satisfação com o processo de compra no varejo on-line”, disse Farias. O autor deixa em aberto, ainda, uma oportunidade para futuros estudos sobre o assunto: “as limitações deste artigo referem-se principalmente ao tipo de amostra utilizada na pesquisa, que foi não probabilística, o que impede as generalizações dos resultados”.

O que faz com que professores se comprometam? Pesquisa revela diferenças no motivo do comprometimento de professores universitários Texto: Fernando Batistella de Souza

LEIA MAIS: ROWE, Diva Ester Okazaki, BASTOS, Antonio Virgilio Bittencourt. Comprometimento no trabalho: explorando o conceito, seus antecedentes e consequentes entre docentes universitários. I Encontro de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (ENGRP), 2007, Natal.

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m estudo feito por dois pesquisadores, Diva Ester Okazaki Rowe e Antonio Virgilio Bittencourt Bastos, revelou que o que gera compromisso no trabalho das instituições de ensino superior federais é como o conhecimento é gerado e disseminado, enquanto, nas privadas, é o modo de ensino. Esse estudo buscou descobrir qual o significado do comprometimento no trabalho entre professores universitários de Salvador, de IES públicas e privadas. Os estudiosos enfatizaram que esse estudo explorou o conjunto de percepções e explicações que são organizadas por professores universitários acerca do comprometimento com seu trabalho. Diva e Antônio destacam que o que a organização faz para au-

mentar o comprometimento do seu trabalhador reflete no fortalecimento do vínculo do indivíduo. Por isso, é necessário que o docente perceba um comprometimento da instituição com ele mesmo. Porém, isso não ocorre muito nas instituições de ensino superior privadas, uma vez que os docentes não têm total autonomia e estabilidade em seu trabalho. A gestão de pessoas da universidade federal também deixa a desejar, por exemplo, ao não punir o docente que não se engaja plenamente nas atividades de seu departamento. Os estudiosos coletaram os dados por meio de entrevistas com perguntas amplas, a fim de poder fazer uma maior reflexão sobre o resultado. Estudos sobre o que gera comprometimen-

to vêm sendo muito relevantes na última década, uma vez que a gestão de pessoas é cada vez mais atribuída à estratégia empresarial.

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NOTÍCIAS Artigo revê o significado da palavra “tuning” Prática que iniciou nos Estados Unidos, a personalização de carros se expandiu para todos os continentes Texto: Guilherme de Abreu Fusquine

LEIA MAIS: SILVA, Rogério Ramalho da. Subcultura Tuning: A identidade estendida na personalização de automóveis. III Encontro de Marketing da ANPAD, Curitiba- PR, 2008.

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tuning, arte de personalizar carros não só em aparência, mas também na performance e no sistema de sonorização, é uma prática conhecida nos Estados Unidos há mais de 40 anos. No entanto, em 2001, principalmente com o lançamento do filme “Velozes e Furiosos”, essa ideia se popularizou. Por meio de uma proposta de negócios capitaneada por produtores de cinema norte-americanos e por empresários do setor de autopeças, o tuning passou a ser divulgado nas telas de cinema. A divulgação dessa nova ideia para o cinema resultou na expansão dessa arte para países de todos os continentes, antes pouco divulgada, chamando a atenção dos consumidores desse setor. Dessa forma, o artigo publicado no III Encontro de Marketing da ANPAD por Rogério Ramalho da Silva buscou explorar e compreender como esses “tuners” usam a personalização para constituir sua identidade social e quais são os atributos relacionados. A pesquisa selecionou sete candidatos do sexo masculino dos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo que, de algum

modo, possuíam vínculos com esse tema ou interesse por ele. Os resultados foram que os automóveis, como os objetos, podem literalmente estender a identidade de seu proprietário. É recorrente a observação de que os entrevistados se sentem, ou procuram se sentir, diferenciando-se dos outros proprietários de carros. As pessoas que personalizam seu automóvel projetam sua identidade no bem e, assim, externariam essa identidade para o mundo. Segundo Rogério Rama-

lho da Silva, “assim como nossas posses são os maiores contribuintes e refletores de nossas identidades, também os pertences que incluímos em nossas vidas nos ajudam a definir nossas identidades, quem nós somos, onde nós estamos e quem nós esperamos nos tornar”. Pode-se observar como é frequente a expressão do pessoal através do automóvel e das caracterizações realizadas nele, que, de acordo como os próprios respondentes relatam, são “parte” de si que estão ali.

Experiência de consumo no jogo de futebol Estudo indica percepção da qualidade dos serviços de consumo nos estádios Texto: Gustavo Ganasini Stürmer

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ma pesquisa feita por Francisco Tigre Moura e Rafael Lucian, divulgada no XXXII Encontro da ANPAD, LEIA MAIS: em 2008, indica que, devido à forte ligação emocional dos torcedores LUCIAN, Rafael, MOURA, Francisco Tigre. A com seu time, eles poexperiência extraordinária de um jogo dem estar de tal forde futebol: a influência do ambiente ma envolvidos com a de serviços e da qualidade percebida partida de futebol que na satisfação dos consumidores. XXXII chegam a desprezar o Encontro da ANPAD, 2008, Rio de Janeiro. ambiente.

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O estudo verificou que, no futebol, não existe concorrência direta devido ao aspecto emocional que envolve cada clube. Assim, outro jogo de futebol será uma experiência com outro significado. Vale destacar que, no Brasil, o esporte está começando a ser considerado um negócio. Por isso, os elementos que influenciam a experiência de consumo no estádio de futebol es-

tão sendo profissionalizados para melhor tratamento do consumidor e, em consequência, a obtenção de mais lucro pelo clube. Os pesquisadores aplicaram 232 questionários válidos de natureza descritiva para observar a experiência de consumo no estádio de futebol e concluíram que o futebol tem suas particularidades e não pode ser tratado como um negócio comum.


Sustentabilidade: oportunidade ou incômodo? Pesquisa afirma que sustentabilidade e crescimento econômico podem caminhar na mesma direção Texto: Kathleen Renata Enzweiler

LEIA MAIS: HART, Stuart L.; MILSTEIN, Mark B. Criando Valor Sustentável. Fundação Getúlio Vargas: Especial A.M.E., São Paulo, v. 2, n. 3, p. 65-79, jul. 2004.

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partir do macrodiscurso sustentável que permeia o nosso século, o mercado impõe cada vez mais como desafio proteger os sistemas naturais e as culturas, dos quais depende a economia global. Embora sustentabilidade e crescimento econômico não andem em mãos contrárias, executivos ainda consideram o desenvolvimento sustentável como um transtorno que envolve regulamentações, custos e grandes responsabilidades jurídicas. Entretanto, o artigo “Criando Valor Sustentável”, de Stuart L. Hartz e Mark B. Milstein, publicado na Academy of Manegement, assegura que as empresas que contribuem para o

desenvolvimento sustentável alcançam vantagem competitiva e geração de valor para a sua marca. Para criar valor sustentável, exige-se uma série de fatores, tais como a diminuição do nível de consumo de matéria prima, a redução da poluição, a operação com níveis mais amplos de transparência, a criação de valor a partir do desenvolvimento de novas tecnologias, entre outros. Uma empresa sustentável é aquela que contribui com o desenvolvimento sustentável, gerando tanto benefícios ambientais como sociais e econômicos – benefícios conhecidos como os três pilares da sustentabilidade. Considerados sob a ótica dos ne-

gócios, os desafios globais associados à sustentabilidade podem ajudar na identificação de estratégias e práticas que contribuam não só para um mundo mais sustentável, mas também para a maior geração de valor para o acionista da organização. Segundo os pesquisadores, o futuro crescimento econômico será conduzido por empresas capazes de desenvolver tecnologias dirigidas às necessidades da sociedade. Tais estratégias e direcionamentos têm de fato potencial para consolidar a imagem de marca da empresa e, conforme Stuart e Mark, “representar um dos mais subestimados caminhos para um crescimento lucrativo no futuro”.


NOTÍCIAS Gestão da cadeia de suprimentos é vantagem na indústria Pesquisa identifica três categorias de vantagens competitivas para a indústria Texto: Bruno Guilherme Leuck

LEIA MAIS: VIANA, Fernando Luiz Emerenciano; BARROS NETO, José de Paula; AÑEZ, Miguel Eduardo Moreno. Gestão da cadeia de suprimentos e vantagem competitiva: uma análise na indústria de calçados a partir da visão relacional. XXXIV Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, 25-29 set. 2010.

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s pesquisadores Fernando Luiz Emerenciano Viana, José de Paula Barros Neto e Miguel Eduardo Moreno Añez identificaram a existência de vantagens competitivas sobre os concorrentes, que foram definidas em três categorias-chave: (1) características do relacionamento com o fornecedor, (2) relações da empresa com o governo e (3) relações da empresa com instituições de fomento. A pesquisa foi divulgada no XXXIV Encontro da ANPAD, no Rio de Janeiro (RJ), que aconteceu de 25 a 29 de setembro de 2010. Na categoria características do relacionamento com o fornecedor, identificou-se a forma de investimentos específicos dos fornecedores. Empresa e fornecedores tornam-se parceiros, o que contri-

bui para a concorrência para a obtenção de vantagens competitivas por parte da empresa, ganhos com a proximidade do fornecedor, relacionamento de longo prazo, desenvolvimento conjunto de matérias e produtos, troca eletrônica de informações, ausência de contratos formais e poucos fornecedores por item. A categoria relações da empresa com o governo ocorre em relações isoladas, na busca por incentivos fiscais, que levam a empresa a uma situação de vantagem competitiva temporária em relação aos concorrentes que não possuem estações produtivas no Nordeste. Já as relações da empresa com instituições de fomento são estabelecidas no intuito de se obterem incentivos fiscais e recursos

financeiros. Esta também é uma situação de vantagem competitiva temporária em relação aos concorrentes que não possuem instalações produtivas no Nordeste. Os resultados encontrados levam à conclusão de que a aplicação dos pressupostos da gestão da cadeia de suprimentos, notadamente na relação da empresa pesquisada com seus fornecedores de matérias-primas, contribui para que ela obtenha vantagem competitiva sobre seus concorrentes. Para realizar o estudo, o time de pesquisadores utilizou o escopo da Teoria Baseada em Recursos, a qual é utilizada como suporte teórico à análise da contribuição da gestão da cadeia de suprimento para a obtenção de vantagem competitiva, notadamente através de sua visão relacional.


Estudo investiga a compra do primeiro automóvel Outro objetivo da pesquisa foi observar os significados do consumo do automóvel Texto: Lauren Lorenzini Conceição

LEIA MAIS: SUAREZ, Maribel Carvalho; CASOTTI, Leticia Moreira; DE MATTOS, Rebecca. Carro de pai, carro de filho: uma investigação dos significados do consumo do automóvel a partir de uma perspectiva familiar. XXXVII Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, 2013.

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ma pesquisa feita por Maribel Suarez, Letícia Casotti e Rebecca de Mattos no ano de 2013 buscou entender a influência dos familiares e suas dinâmicas quando a compra do primeiro automóvel está sendo discutida. Além disso, buscou-se analisar a compra de automóveis como experiência de consumo, assim contribuindo para a identificação das relações desse grupo, deixando mais perceptíveis identidades e papéis. Como o automóvel é um bem durável que possui alto valor financeiro, sua compra costuma envolver os familiares com discussões no processo de consumo. A abordagem do estudo foi qua-

litativa, a partir do Método dos Itinerários de Consumo, desenvolvido por Desjeux (2000/2006), que possibilita a compreensão da tomada de compra não como uma decisão individual em um determinado momento, mas como um processo que necessita de tempo. Com isso, foram selecionadas dez famílias paulistas que tivessem feito a compra de um automóvel nos três meses anteriores à pesquisa. Em cada uma dessas famílias, entrevistaram-se pais e filhos adultos que morassem na mesma residência, o que ajudou a enriquecer o conhecimento a respeito do perfil das famílias e também a comparar e a discutir o que cada um relatou sobre a compra do

mesmo carro. As diferenças entre os modelos de automóveis e as regras de uso expressam os valores e os papéis que são exercidos pelos integrantes das famílias. Exemplo disso é o caso do pai que compra um automóvel considerando a diferença que determinado modelo expressa em relação à marca do automóvel de seu filho e da população em geral. E, a partir dessas entrevistas, as observações realizadas foram que os automóveis são artefatos capazes de demarcar valor e hierarquia familiares; ainda assim, funcionam como importante ferramenta educacional e de transição para a vida adulta dos filhos.

Pesquisa analisa fatores que levam ao sucesso e ao fracasso Foi possível identificar que o sucesso empresarial depende de vários fatores, tanto internos como externos Texto: Rafael Mognon Giacomet

LEIA MAIS: VIAPIANA, Cláudio. Fatores de sucesso e fracasso da micro e pequena empresa. ANAIS DO II Encontro de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (EGEPE). Londrina/PR, nov. 2001.

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ma pesquisa foi realizada para conhecer os fatores de sucesso e de fracasso das micro e das pequenas empresas que participam do programa Proger no município de Passo Fundo. Para obter os dados primários, aplicaram-se um questionário e uma entrevista com os dirigentes das micro e das pequenas empresas participantes do Proger; depois, os dados secundários foram obtidos em consulta a registros existentes junto à Comissão Municipal de Emprego, a qual mantém uma base de dados sobre as empresas participantes do Proger. As práticas operacionais utilizadas por essas empresas foram um dos resultados que mais se destacaram, tendo-se constatado que a maioria das empresas cuida da imagem, controla os estoques de mercadorias e de produtos, gerencia as receitas e as despesas etc. Revelou-se, como pontos fracos dessas empresas, que somente 49,45% utilizam a informática para controlar as operações e que apenas 48,32% trabalham com programa de qualidade total.

Também se investigou, nas empresas participantes do Proger, a sua relação com o ambiente externo, obtendo-se que 100% delas procuram atender às exigências dos clientes e que 88,76% beneficiam-se da localização. Quanto aos aspectos considerados negativos, somente 17,98% afirmam que recebem auxílio dos sindicatos, e apenas 28,09%, incentivos dos governos. Em relação ao sucesso das empresas, constatou-se que as empresas efetuam gastos com propaganda, cuidam de sua imagem, controlam a qualidade dos produtos etc. Já as empresas de menor sucesso não revelaram esses fatores. Continuando a busca para identificar fatores de sucesso nas empresas, entrevistaram-se os dirigentes das organizações de menor sucesso. Foram encontrados vários fatores, os quais demonstraram que os dados coletados através do questionário não espelhavam a realidade. Então, foi necessário realizar uma entrevista com os consultores que haviam trabalhado com essas empresas. Assim, chegou-se

a elementos que levam ao fracasso dessas organizações. Um deles é que os dirigentes carecem de conhecimentos, levando à conclusão de que o fracasso das empresas provém também do modo “como” elas fazem as coisas, ou seja, é um problema de eficiência. O pesquisador concluiu que o sucesso empresarial depende de vários fatores, tanto internos como externos, e está relacionado ao modo “como” os dirigentes e as empresas fazem as coisas, tal como investir em propagandas, fazer fluxo de caixa, realizar treinamentos etc.

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NOTÍCIAS Plano de negócios deve ser melhor utilizado nas MPEs

Empreendedores de pequenas empresas ainda não utilizam essa ferramenta de maneira adequada Texto: Marcelo Kehl Schmitt

LEIA MAIS: RABELO, Joselia Maria de Oliveira, GUERRA, Jorge Carlos Correa, OELKE, Cristiane de Souza. Plano de negócios em préincubadoras tecnológicas: adaptação da estratégia face às modificações do mercado. XXIV Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica, 2006, Gramado.

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esquisadores brasileiros realizaram um estudo sobre o desenvolvimento de micro e de pequenas empresas dentro de parques tecnológicos e descobriram erros em comum cometidos por tais organizações. Essa pesquisa foi divulgada no XXIV Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica, em Gramado, e contou com entrevistas que envolveram dez empresas da Pré-incubadora Tecnológica UTFPR (Curitiba). O foco foi no plano de negócios, que é uma ferramenta gerencial com o intuito de planejar a empresa como um todo, englobando todas as suas áreas e colaboradores. Esse plano pode trazer diversos benefícios a qualquer organização, possibilitando a redução de erros, de imprevistos e de custos no cotidiano de suas atividades, a obtenção de financiamentos, uma visão mais sistêmica da sua área profissional, a admissão em parques tecnológicos – como é o caso do parque da UTFPR – e muitos outros. Reconhece-se a grande importância do planejamento de um negócio antes que se ini-

ciem seus trabalhos, em contradição a um dos maiores problemas revelados por essa pesquisa, que é a má utilização e elaboração do plano de negócios. Entre as perguntas das entrevistas feitas pelos pesquisadores, pode-se ressaltar duas que se sobressaem em relação ao tema abordado. A primeira se interessa em saber qual é a percepção do empreendedor em questão referente à importância do plano de negócios para a rotina de sua empresa, e 50% dos participantes afirmaram que ele é sempre seguido e atualizado. A outra metade dos entrevistados o utilizou no início das suas atividades ou somente para

ingressar no parque técnológico. Já a segunda pergunta, referente à forma de elaboração do plano, revelou que mais da metade dessas empresas o desenvolveu por conta própria, sem nenhum auxílio especializado. Dessa forma, fica evidente a falta de instrução dos empreendedores brasileiros em relação à relevância do plano de negócios para o desenvolvimento e, principalmente, para o sucesso de suas empresas. Os pesquisadores afirmam que “os resultados sugerem que os pré-incubados podem apresentar dificuldades relacionadas a questões operacionais mais específicas, como a correta estimativa das vendas, custos e até mesmo elaboração do fluxo de caixa”. Dessa forma, é aconselhável que os empresários busquem auxílio de consultorias para elaborarem o planejamento de suas organizações. Além disso, devem passar a utilizar o plano de negócios como uma espécie de guia para a tomada de suas decisões cotidianas, evitando, assim, o abandono repentino dessa ferramenta.


Música ajuda no aprendizado dos adolescentes

O estudo comprovou que a música favorece a conexão entre música e leitura Texto: Thaís Ebert Kasper

LEIA MAIS: ARROYO, Margarete. Escola, juventude e música: tensões, possibilidades e paradoxos. Revista EM PAUTA, Rio de Janeiro, jan.-jun. 2007.

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argarete Arroyo e colegas, por meio de pesquisa bibliográfica e de análise de conteúdo, realizou um estudo para investigar o quanto a música popular brasileira é importante na vida do jovem e do adolescente durante sua formação escolar, principalmente por ele viver em um mundo radicalmente novo, que, por consequência, está ajudando a construir, enquanto o adulto vive em um mundo em transformação. O estudo reve-

la que a música no processo de formação escolar do aluno é uma ferramenta importante para desenvolver percepção, sensibilidade, cognição, energia, identidade e incorporação, por exemplo, e também para atender a necessidades sociais. A música auxilia na fixação do conteúdo pelo aluno por ser um dos fenômenos mais marcantes na cultura do jovem. Além disso, a música pode tornar a metodologia de ensino mais diversificada e atra-

ente, diminuindo os efeitos negativos das precárias condições de trabalho nas instituições escolares, da falta de preparo dos professores, do desinteresse dos estudantes – enfim, da crise geral da escola. A música, segundo a pesquisa, serve como mediadora nas relações de experiências sociais. Além de estar em relação dinâmica com a vida social, segue mudando parâmetros e padrões individuais e coletivos.


NOTÍCIAS Estudo revela um segredo para o sucesso empresarial Artigo mostra a importância das pesquisas para decisões mercadológicas de micro e pequenas empresas Texto: Vitória Soares da Silva

LEIA MAIS: SHIMOYAMA, Cláudio. A importância da pesquisa de marketing para micro e pequena empresa. Revista FAE BUSINESS, número 9, maio 2004.

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abe-se que, na última década, o número de micro e de pequenas empresas tem se elevado extremamente, visto que o crédito para que possam “emergir” está de fácil alcance. Entretanto, é notório que muitas delas não obtêm o sucesso desejado, não por escassez de boas ideias, mas por falta de planejamento e de foco ao mercado em que desejam oferecer o seu produto. O economista Cláudio Shimoyama, em artigo publicado na revista FAE Business, explicita a importância de pesquisas, tanto de mercado como de qualidade, bem como de “monitoramento” de empresas concorrentes e de grau de satisfação dos clientes para um bom funcionamento de uma empresa, a fim de que ela descubra onde estão suas fragilidades, corrigindo-as para obtenção do

maior lucro possível dentro das possibilidades mercantis. Nesse sentido, a empresa RICSEN (fabricante de chinelos e pantufas) elaborou um planejamento mercadológico e obteve sucesso nas vendas, decorrente de um ano de pesquisas realizadas com funcionários, com empresas concorren-

tes e com seus mercados-alvo. Em suma, para o sucesso empresarial, é necessário muito estudo acerca dos desejos e das expectativas da clientela em foco, de tal forma que se evidencia, em todo o processo, o quão imprescindível se tornou a pesquisa de marketing para esse fim.


A importância do intercâmbio na vida estudantil O domínio de uma língua estrangeira foi um dos benefícios descobertos Texto: Tilara Rafaela Brenner

LEIA MAIS: TAMIÃO, Talita Segato. O intercâmbio cultural estudantil: uma discussão sobre o diferencial trazido na “bagagem” do estudante. VII Seminário da Associação Brasileira de Pesquisa e PósGraduação em Turismo. São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi – UAM, 2010.

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intercâmbio estudantil cultural vem crescendo cada vez mais, passando a ser o sonho de muitos jovens e adolescentes. Esse sonho é muito motivado pelo fato de o intercambista conhecer ou melhorar um idioma e entrar em contato com novas pessoas e culturas. A realização do intercâmbio oferece uma diferenciação nos estudos, que enriquece o currículo escolar, ajudando esses estudantes a ingressarem com maior facilidade no mercado de trabalho. Atualmente, a fluência ou o conhecimento de outros idiomas são muito bem vistos pelas empresas de diferentes áreas e setores. Em algumas, o segundo ou até o terceiro idioma são obrigatórios. Outra questão que também valoriza o currículo do intercambista é a vivência internacional, já que ele passa aos outros sua cultura e seu modo de ver o mundo, e vice-versa. Um estudo feito por Talita Segato Tamião, mestranda em Hospitalidade pela Universidade de

Anhembi Morumbi, procurou analisar o diferencial que o intercambista diz trazer em sua bagagem em relação ao mercado de trabalho, além de fazer uma discussão sobre o intercâmbio estudantil e cultural na atualidade. Para isso, ela fez uma pesquisa de campo com a aplicação de entrevista estruturada, realizada com 20 estudantes que já retornaram ao Brasil, após o programa de intercâmbio, sendo dez homens e dez mulheres. Com base nas respostas, a pesquisadora verificou o mercantilismo agregado a essa viagem e discutiu a “bagagem cultural” desse intercambista em seu retorno. Talita constatou que 55% dos entrevistados preferem estudar inglês, 30%, estudar espanhol, 10%, francês, e os 5% restantes preferem estudar português. Dentre os entrevistados, 5 realizaram o intercâmbio em um mês, 10, em seis meses, 2, em oito meses, 2, em dez meses, e apenas 1, em um ano. O ano da viagem variou entre 1996 e 2009.

A pesquisadora afirma que, quando questionados se o intercâmbio agregou valor ao currículo profissional, 17 dos 20 entrevistados disseram que sim e apenas 3 disseram que não. Esses que disseram que um intercâmbio não agrega valor ao currículo profissional alegam que um curso de idiomas no Brasil traz o mesmo resultado e que uma indicação tem peso maior que um intercâmbio.

Estudo mostra como os homens enxergam a beleza Corpo musculoso, cabelos e roupas desarrumados são os mais atraentes de acordo com a visão masculina Texto: Laura Vaz Kreuz

LEIA MAIS: FONTES, O. A.; BORELLI, F. C.; CASOTTI, L. M. Como ser homem e ser belo. Revista Eletrônica de Administração, Rio de Janeiro, 2012.

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isando compreender a maneira como os homens consomem cosméticos e a forma como veem a beleza masculina, um estudo entrevistou dez homens sobre o assunto. Olivia de Almeida Fontes, Fernanda Chagas Borelli e Leticia Moreira Casotti, que realizaram a pesquisa, constataram que a identidade masculina é construída pela negação não somente do que é infantil, mas também do que é feminino. Eles buscam, então, afirmar a virilidade – o que é conflitante com o padrão de beleza que conhecemos. Dentre os fatores que embelezam os homens, o principal deles é o cuidado com o corpo, que precisa ser musculoso e forte. Por isso, vão na academia com certa

frequência. Outro fator é o cuidado com as roupas e com os cabelos, que devem parecer levemente desarrumados, com o ar de “bad boy”, que é, de acordo com eles, apreciado pela população feminina. Os modelos com a barba feita e, portanto, com ar “infantil” foram criticados. Os pesquisadores observaram certo receio no momento de admitir os próprios cuidados com a estética. Os homens buscam justificativas para essas ações – como, por exemplo, ir na academia não para ter um corpo belo, mas para ser saudável. Mas a principal justificativa é a de agradar às mulheres, como diz Lucas, um dos entrevistados: “a gente começa a se preocupar com a aparência no

momento em que nos interessamos pelas mulheres”. A amostra foi de homens brancos de classe alta do Rio de Janeiro, entre 25 e 30 anos. Quanto à metodologia da pesquisa, a técnica de coleta dos dados foi a entrevista de profundidade, aliada com a técnica da projeção, valendo-se de imagens e do uso da terceira pessoa. A projeção funcionou da seguinte maneira: os homens analisavam fotos de modelos femininas e escolhiam a mais bonita entre elas. Em seguida, eram apresentados a fotos de modelos masculinos e, colocando-se no lugar da modelo mais bela, deveriam avaliar a beleza dos outros homens. As fotos eram envolvidas em plástico e escolhidas rigorosamente.

GIL em Revista - Novembro/2014

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NOTÍCIAS Gastos com a aparência Mulheres investem valores superiores em todas as dimensões questionadas Texto: Natália Bianca Meneguzzi Musso

LEIA MAIS: NAZARÉ, Barbara, MOREIRA, Helena e CANAVARRO, Maria. Uma perspectiva cognitivocomportamental sobre o investimento esquemático na aparência: estudos psicométricos do Inventário de Esquemas sobre a Aparência (ASI-R). Revista Estudo Geral, Universidade de Coimbra, p. 21-36, 2010.

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investigação sobre a imagem corporal recebeu atenção científica nos últimos 50 anos. O estudo “Uma perspectiva cognitivo-comportamental sobre o investimento esquemático na aparência: estudos psicométricos do Inventário de Esquemas sobre a Aparência (ASI-R)”, realizado por Bárbara Nazaré, Helena Moreira e Maria Cristina Canavarro, estudantes da faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, surgiu a partir do interesse de neurologistas em estudar os efeitos das lesões cerebrais com foco no psicológico. O estudo, que tem base cognitivo-comportamental, investigou quanto as pessoas investem na sua aparência, por isso a importância cognitiva, comportamental e emocional que elas atribuem à imagem corporal. A metodologia partiu de uma amostra de 266 participantes adultos, sendo a maioria mulheres, composta por estudantes e por trabalhadores de profissões distintas. O instrumento de coleta dos dados foi um questionário de auto-resposta que apresentava

sete itens com cinco tipos de respostas específicas. Com o questionário, verificaram-se diferenças de gênero significativas em ambos os aspectos questionados, bem como na pontuação total do questionário, tendo por fim o sexo feminino apre-

sentado valores superiores em todas as dimensões questionadas, como, por exemplo, em “perco pouco tempo com a minha aparência física”, “nunca dei muita atenção ao meu aspecto físico, e a minha aparência física tem tido pouca influência na minha vida”.


Estudo mostra o efeito das propagandas endossadas Pesquisadores identificaram com qual tipo de marca o endosso de celebridades tem um resultado positivo Texto: Vitória Facco Lufiego

LEIA MAIS: SILVA, Leonardo Aureliano da et al. O efeito da marca na avaliação de propagandas endossadas por celebridades: um estudo experimental. XXXVI Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, 22 a 26 de setembro de 2012.

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o XXXVI Encontro da ANPAD, que aconteceu no Rio de Janeiro em 2012, Leonardo Aureliano da Silva e colegas apresentaram um artigo que trazia informações sobre o efeito da marca na avaliação de propagandas endossadas por celebridades. Como se sabe, essas propagandas têm como objetivo influenciar o consumidor quanto à compra do produto anunciado. A pesquisa apresentada mostrou que, entre a celebridade e o produto, deve haver um cer-

to grau de congruência. Quando celebridades e marcas são apresentadas em pares, os consumidores fazem associações entre ambos, o que possibilita a transferência de significados da celebridade para a marca ou para o produto, afetando-os positiva ou negativamente. Realizou-se amplo levantamento bibliográfico seguido de pesquisa experimental, com diferentes celebridades endossadas e marcas de produtos, agrupados em três experimentos.

Os pesquisadores aplicaram um questionário com 713 pessoas e verificaram, após a análise dos dados, que há efeito positivo do endosso de celebridades com alta congruência para marcas não reconhecidas; porém, não se consegue o mesmo resultado quando se trata de marcas reconhecidas no mercado. E, nesse sentido, é necessário ficar atento na hora de planejar as estratégias de marketing adequadas a cada caso, para que se obtenha o sucesso almejado.

Sustentabilidade empresarial: alinhada ou isolada?

Pesquisas mostram que empresas brasileiras vêm investindo muito na área social, porém de forma isolada Texto: Luiza Ainhorn Jawetz

LEIA MAIS: COUTINHO, Renata Buarque Goulart, MACEDOSOARES, T. Diana L. V. A.. Gestão estratégica com responsabilidade social: arcabouço analítico para auxiliar sua implementação em empresas no Brasil. Revista de Administração Contemporânea. 2002.

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enata Buarque Goulart Coutinho e Diana Macedo-Soares, no artigo “Gestão estratégica com responsabilidade social: arcabouço analítico para auxiliar sua implementação em empresas no Brasil”, publicado em 2002, na Revista de Administração Contemporânea, apontam que as mudanças de valores em uma organização são fundamentais para que a implementação da responsabilidade social seja atingida de forma estratégica e abrangente. A responsabilidade social surge com o compromisso de equilibrar as necessidades dos consumidores e de proteger o meio ambiente. Assim, ela se baseia na melhoria do bem estar social, na sinalização de seus valores e na ética empresarial. Porém, quando a responsabilidade

social e o desempenho da empresa são avaliados, há diversas contradições quanto ao resultado que atinge a imagem delas. As pesquisadoras utilizaram resultados de pesquisa bibliográfica e documental nas áreas de negócios e sociedade e de gestão estratégica e concluíram que o crescimento em direção à responsabilidade social empresarial vem sendo incentivado por pressões de diversas naturezas. Conforme Renata e Diana, é sim um movimento que tende a trazer grandes benefícios sociais, mas, se feito de maneira não planejada, pode ser danoso à imagem das empresas. Com isso, o caminho para atingir a responsabilidade social deve ser pensado de acordo com a estratégia global da organização.

GIL em Revista - Novembro/2014

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