Série With me - Impossible (1) - Komal Lewis

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Impossible Komal Lewis

Sinopse: Ashton Summers está para se tornar a garota mais popular da escola e nada ou ninguém ficará em seu caminho. Especialmente Luca Byron, seu vizinho aberração, com suas tatuagens, música alta e lindos olhos verdes. Luca Byron tem três objetivos na vida: passar despercebido pelo ensino médio; certificar-se de que sua banda de garagem se torne algo mais do que um hobby; e tentar esquecer sua ex-melhor amiga insuportável, Ashton, que ele não consegue tirar da cabeça. A última coisa que Ashton e Luca querem fazer é reacender sua amizade, mas quando Ashton leva uma queda em sua escalada social. Luca, com seu novo look, é o único que pode ajudá-la a se levantar novamente, fingindo ser seu namorado. A princípio, estar juntos é insuportável e irritante, mas as coisas começam a mudar quando Ashton e Luca descobrem os motivos reais de terem se distanciado há sete anos. Agora, manter suas mãos longe um do outro parece impossível.


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Janeiro/2013


DEDICATÓRIA

Para o meu pai,

Obrigado por trazer os livros a minha vida, lendo as estórias terríveis que eu escrevia quando criança e por sempre me ouvir. Espero que Impossível encontre um lugar especial em sua estante.


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apítulo Um

Ashton - Eu aposto cem dólares que ele cheira como um esgoto infestado de ratos. - A minha melhor amiga, Kance, disse ao meu lado, sua voz era grossa com nojo. Askance Logan, ou Kance como todos a chamavam, afastou uma mecha de seu cabelo castanho chocolate de seu rosto enquanto ela terminava de aplicar o gloss nos lábios. A escola tinha acabado e, como sempre, estava indo com Kance pra casa. Nós estávamos sentadas no carro de Kance, discutindo a minha paixão, quando o meu vizinho, Luca Byron, caminhou até sua garagem vestido como alguém a caminho de uma convenção gótica. - Será que ele realmente toca essa coisa? - Kance perguntou olhando com desdém para a guitarra vermelha pendurada sobre suas costas. Eu balancei a cabeça, fazendo uma careta. - Sim, eu penso que ele acha que é uma espécie de rock star. Seus amigos estranhos costumam fazer um monte de ruído todo o tempo. - Devem fumar maconha e beber cerveja enquanto curtem um barato, eu aposto. Eu assisti quando Luca entrou em sua casa e fechou a porta da frente. Ele não era apenas o meu vizinho do lado. Por mais estranho que parecesse, ele tinha sido meu melhor amigo enquanto crescíamos. Antes de se tornar um pária social ou ter tatuagens por todo o corpo. Quando éramos mais jovens, tínhamos sido inseparáveis. O que um fazia, o outro também fazia. Durante o verão, montávamos em nossas motos até o riacho e passávamos o dia todo nadando e tomando banho de sol. Nossos pais estavam certos de que me casaria com ele um dia porque não podíamos viver um sem o outro. Sim, mas o impossível aconteceu. As coisas mudaram depois que o pai de Luca morreu. Luca se afastou de tudo e não queria sair de seu quarto para me ver. Eu tentei falar com ele várias vezes, mas ele não queria nada comigo. Então as aulas começaram e fizemos novos amigos. Entrei para a equipe de torcida e saía com as garotas populares. Luca estava em seu próprio mundo com seus novos amigos estranhos e não havia lugar para mim em sua turma. Dois anos atrás, ele deixou a cidade e quando voltou sua aparência havia mudado drasticamente. Seu cabelo castanho estava com uma dramática cor preta, todo espetado como um porco-espinho, e seus braços estavam cobertos de tatuagens. O menino doce que eu uma vez conheci, foi agora substituído por um estranho que eu mal reconhecia. Era incrível como alguém podia mudar tanto. - Terra para Ashton Summers, você pode me ouvir? - A voz de Kance invadiu os meus pensamentos e olhei ela confusa. - Desculpe, o que foi que você disse?


Kance suspirou. - Eu disse que você já pode sair agora. A aberração se foi. Eu me irritei com o nome que ela deu para ele, mas não disse nada. Eu permitia que Kance pensasse o que ela queria e não era como se Luca fosse completamente inocente em tudo isso. Ele buscou isso para si mesmo. Ele não tinha que se vestir todo de preto ou usar delineador como uma menina. Será que ele achava que as pessoas não iriam rir dele? Em nossa pequena cidade de Statlen, Iowa, onde todo mundo se conhecia, ele fora preso como uma ferida no dedo. - Obrigada Kance. Vejo você amanhã. - Eu pulei para fora do carro enquanto Kance assentia. Eu tinha muitos amigos, mas Kance era especial, era a minha “BFF” - Best Friend Forever. Nós nos conhecemos no colegial e eu imediatamente quis ser sua amiga. Ela era uma daquelas meninas que todos os caras queriam e como todas as meninas queriam ser, inclusive eu. Seu cabelo castanho chocolate era grosso e sedoso, ela tinha um corpo magro incrível, mas com curvas nos lugares certos, e ela sempre usava roupas da moda. Quando ela me escolheu para ser a sua parceira de laboratório, eu agarrei a chance de chegar mais perto dela. Desde então, eu tinha adotado seu estilo e sua personalidade e agora eu gostava de pensar que era tão desejável e popular como ela. Enquanto eu caminhava pelo meu jardim, procurando minhas chaves, fiz uma careta para a grama que havia crescido tão rapidamente. Não ter um homem por perto definitivamente era ruim. A pintura da nossa casa estava descascando e precisava desesperadamente de um toque, o barracão estava abandonado e precisava de uma nova porta e as calhas do telhado precisavam de reparo. Você vê, minha mãe tinha ficado grávida do namorado ao final do ensino médio e sendo o cara “decente” que ele era, deixou-a quando ele descobriu a boa notícia. Aparentemente, ela era boa o suficiente para namorar, mas não o suficiente para se casar. Depois que eu nasci, mamãe começou a trabalhar como garçonete no café local para nos sustentar financeiramente e seus pais tinham nos acolhido na casa deles. Esta casa tinha pertencido a meus avós e eu tinha memórias incríveis de crescer com eles. Minha avó costumava fazer as mais deliciosas tortas de maçã que Luca e eu gostávamos de devorar em questão de minutos. Meu avô era um exímio contador de estórias. Eu ficava arrebatada com as fantásticas estórias que ele nos contava. Quando eles faleceram, a casa se tornou nossa. - Ashy! - Com quatro anos de idade, meu meio-irmão gritou antes que eu tivesse fechado a porta da frente. Ele provavelmente estava me observando da janela da sala, como fazia todos os dias. - Blaze, fale baixo, por favor. - Eu o repreendi, mesmo não podendo deixar de sorrir para o seu entusiasmo. Ele abaixou a cabeça e fez uma cara triste. - Desculpe, Ashy. - Venha cá, meu bebê urso. - Eu deixei minha bolsa e abri os braços para um abraço. Seu rosto se iluminou e ele correu para os meus braços. - Onde está o Sr. Rochester? Blaze franziu o cenho e apontou para meu pé. - Você está em pé sobre ele.


- Opa. - Eu segurei suas mãos e dei um passo para trás. - Desculpe, Sr. Rochester. Cerca de quatro meses atrás, Blaze tinha introduzido o Sr. Rochester na família. Sr. Rochester era seu amigo imaginário de Londres e tinha uma propensão para chá, bolinhos e pela banda The Wiggles. - Sr. Rochester diz que quer biscoitos de manteiga de amendoim e leite. - Hmm... - Eu coloquei a mão no meu quadril. - É isso o que ele quer ou é o que você quer? Blaze me deu o seu olhar grave que, por sinal, foi tão malditamente bonito que eu queria apertar suas bochechas. - Sr. Rochester diz que ele veio aqui para experimentar culinária fina. Eu sufoquei uma risada. - Culinária fina, bebê urso?! - É o que ele disse. Ele quer tentar isso. - Tudo bem, querido. - Eu não sabia como biscoitos de manteiga de amendoim e leite poderiam ser considerados como culinária fina, mas você não iria querer discutir com um especialista em culinária como Sr. Rochester. Biscoitos de manteiga de amendoim eram bastante saborosos, então talvez ele estivesse certo. - Deixe-me trocar de roupa, dizer oi para a mamãe e então eu darei ao Sr. Rochester um pouco de leite e biscoitos. A imaginação do vovô tinha claramente passado para minha mãe, porque alguns anos depois que eu nasci, ela largou o emprego como garçonete e tornou-se uma escritora em tempo integral. Levou alguns anos em consultas e submetendo seus manuscritos a agentes, mas eventualmente ela conseguiu vender uma série e ganhou um bom dinheiro com isso. Ela trabalhava em casa, em seu escritório no primeiro andar, o que tornou mais fácil para ela cuidar de Blaze quando o pai dele se separou dela. Bryan Turner e minha mãe se casaram quando eu tinha 12 anos. E eu o odiava desde então. Ele era um homem rigoroso e controlador, o que tornou a vida da minha mãe miserável. Não muito tempo depois, Blaze nasceu. Bryan e mamãe se divorciaram e compartilhavam a custódia de Blaze. Bryan pega Blaze todo segundo fim de semana e mesmo que eu tenha uma aversão profunda em relação a Bryan, ficava feliz por Blaze ter um relacionamento com seu pai. Minha mãe foi infeliz em suas escolhas, duas tentativas de encontrar o amor verdadeiro falharam e duas crianças mais tarde, ela tinha ficado sozinha. Eu queria vê-la feliz com alguém, mas ela simplesmente não estava a fim de namoro. Ela estava sempre focada em seu trabalho e em seus filhos. Peguei minha bolsa antes de subir para meu quarto. Ele tinha mudado muito ao longo dos anos. Em uma época, havia sido preenchido com legos e bonecas e as paredes eram cobertas com as pinturas coloridas que eu tinha feito na escola primária. Agora, cartazes das minhas celebridades favoritas e fotos dos meus amigos estavam presos nas paredes. O novo laptop que minha mãe comprou no meu último aniversário estava na minha mesa, junto com um grupo de livros grossos para a escola. Um conjunto de prateleiras continha fotos minhas com meus avós, várias bugigangas que eu tinha recolhido ao longo dos anos e uma forma de coração que Luca e eu tínhamos


encontrado na floresta. Um conjunto de pompons deitado no chão ao lado dos sapatos que eu usava sempre para treinar minhas coreografias de cheerleader. Fui até meu guarda-roupa para pegar roupas limpas e foi quando apenas estava prestes a me trocar que notei minhas cortinas abertas. Minha janela ficava em frente a Luca e seu antigo quarto. Quando seu pai faleceu, Luca mudou de quarto e então eu não podia mais escrever notas com ele. Desde que tinha cinco anos de idade, a gente ficava até tarde escrevendo notas contra a janela e iluminando-as com uma lanterna para que o outro pudesse vê-las. Mesmo que o quarto estivesse vazio agora, eu ainda fechava a cortina por hábito. Uma vez que eu troquei de roupa, voltei lá embaixo e dei uma olhada em Blaze, que estava assistindo desenhos animados, antes de ir ver minha mãe. A sala de trabalho de minha mãe tinha sido o quarto de hóspedes e depois quarto de jogos de Bryan até que mamãe finalmente converteu-a em um estúdio para si mesma quando Bryan a deixou. Era um quarto prático, com uma grande mesa, seu computador e estantes preenchidas com todos os livros que a inspiraram. Ao lado de sua mesa, ela montou um conjunto de prateleiras na parede que sustentava os livros que ela havia publicado. Até agora, havia cinco livros em sua série Filhos da Luz, mas ela estava trabalhando atualmente no sexto e havia sido contratada para escrever pelo menos mais três. - Oi, mãe. - Eu a cumprimentei, encostada no batente da porta. - Ei, Ashy. - Ela se levantou de sua mesa e se aproximou para me dar um abraço. - Como foi a escola? - Mesma coisa de sempre. Temos um teste de matemática na segunda-feira e nosso primeiro treino prático de animadora de torcida no período da tarde - Eu respondi. - E você? Como está a escrita? Mamãe empurrou o cabelo liso e loiro dos olhos e eu estava mais uma vez lembrando o quão semelhantes nós éramos. Eu tinha herdado seu cabelo loiro dourado, olhos azul céu e pele bronzeada. Blaze também tinha puxado a nós na aparência, só que ele tinha o cabelo encaracolado de Bryan, o que lhe deu uma aparência angelical. - Eu fiz 40 mil palavras e eu tenho que dobrar. - Ela cobriu a boca quando ela bocejou e eu percebi como ela parecia exausta. Ela virava noites e a falta de sono estava acabando com ela. Mantinha-se funcionando com lotes de café, mas que não iria funcionar por muito mais tempo se ela não conseguisse descansar. - Como está Lutero no momento? Ainda tentando esconder os cristais das forças da Nazabah? - Lutero era o personagem principal na série de fantasia da mamãe. Às vezes, mamãe pedia ideias para mim e ela sempre me deixava ler o final antes que ela enviasse o manuscrito a seu editor. - Não, ele encontrou uma maneira de aproveitar as competências e... bem, isso é tudo que eu tenho feito até agora. Eu realmente preciso definir essas coisas um pouco melhor. Mas, chega de falar de mim. Você precisa de ajuda para estudar sobre seu teste de matemática? - Eu vou ficar bem e, além disso, você não deveria estar na reunião anual da Fundraiser amanhã?


- É mesmo, quase me esqueci. - Disse ela, mordendo o lábio. - Essa noite estou muito cansada, então eu vou fazer os muffins de manhã, antes de sair. - Você vai levar Blaze com você, certo? Porque eu poderia realmente aproveitar o momento de silêncio para estudar um pouco. - Não se preocupe, eu vou levá-lo. - Mamãe disse com um sorriso. - Então, você tem visto Luca na escola? Minha mãe era mestre em mudar os tópicos. Em um momento você estava completamente à vontade enquanto falava com ela e no próximo ela estava perguntando sobre algo que você realmente não queria falar a respeito. Neste caso, Luca. - Não, mãe, eu não tenho. Ela tinha esse olhar em seus olhos que ela sempre tem quando estava prestes a me convencer a fazer alguma coisa. -Você deveria falar com ele. Eu gemi. - Mãe, ele é a última pessoa que eu quero em meu caminho para conversar. Mamãe franziu a testa para mim. - Ashton, querida, eu não te criei para ignorar seu melhor amigo. - Nós não somos melhores amigos. A última vez que conversamos foi quando tínhamos 10 anos e eu realmente, realmente quero esquecê-lo. Ele é simplesmente assustador. - Isso não soa como algo que você diria. Parece mais coisa de Kance. Baixei a cabeça e olhei para o chão. Foi assustador como mamãe foi tão direta. Realmente era algo que Kance diria. Talvez eu estivesse apenas copiando seus comentários sobre Luca em vez de tirar a minha própria conclusão sobre ele, mas Kance tinha razão. A maneira que Luca andava vestido era assustador e estranho. Todo mundo pensava assim. - Mãe, você viu o jeito que ele está agora. Sua mãe provavelmente teve um ataque cardíaco quando ele começou a se vestir assim. - Talvez seja o que todas as crianças da moda estão usando. - Disse mamãe com um brilho nos olhos. - Sim, talvez seja a última tendência no mundo dos mortos, mas não aqui em Statlen. Mamãe riu e bagunçou meu cabelo. - Eu posso dizer que não vou convencê-la de qualquer forma, mas se você o encontrar, fale com ele, ok? Ele teve um ano difícil. - Todos nós já tivemos anos difíceis. Ela ficou em silêncio e eu sabia que ela entendeu o que quis dizer. Desde que Bryan a tinha deixado, a forma como algumas pessoas na cidade falaram sobre mamãe, poderia ter deixado uma letra escarlate gravado em sua testa. A atenção negativa havia colocado uma grande pressão sobre ela e em mim. Antes que mamãe pudesse dizer qualquer coisa, a campainha tocou e sua sobrancelha


franziu. - Você vai ver quem é, querida? Eu ficarei mais meia hora terminando o capítulo que estou escrevendo, mas vou começar a fazer o jantar depois disso. - Claro, mamãe. Eu andei pela cozinha e pelo corredor até a porta da frente, contente com a interrupção. Mamãe me falava sobre Luca pelo menos uma vez por semana e minha resposta era sempre a mesma. Eu não sabia por que ela estava tão obcecada em me fazer falar com ele. Não é como se tivéssemos mais qualquer coisa em comum. Nós éramos pessoas completamente diferentes. Luca passou a sair com os amigos estranhos dele, cujos nomes eu não poderia me incomodar em lembrar. Ou estava fazendo barulho com sua banda depois da escola ou estava em detenção quase toda semana por quebrar alguma regra ou outra. Por outro lado, eu passei meus almoços saindo com as líderes de torcida e os atletas. Fui às festas mais quentes e sai com as pessoas mais legais. Não havia nada em comum entre nós. Fizemos juntos a aula de História Americana e ele passou a maior parte da aula com fones presos em seus ouvidos. O que poderíamos dizer um ao outro? E por que minha mãe quer que eu faça amizade com um delinquente como ele? Claro, tínhamos sido melhores amigos desde que éramos crianças, mas isso foi antes de Luca ter começado a usar drogas, beber e tocar em sua irritante banda de garagem. Sério, eu ficaria feliz se eu nunca tive que falar com ele novamente. Eu abri a porta e fiquei boquiaberta com a pessoa do lado de fora. Ele usava tênis, calça jeans preta e uma camiseta preta que dizia “fazer ou morrer” na parte da frente. Seu cabelo não estava espetado como normalmente, estava liso de alguma forma e caía em seus olhos, embora ele ainda tivesse um olhar espetado sobre ele, como se ele não tivesse feito grandes esforços para ter esse estilo. Ambos os braços estavam cobertos de tatuagens, mas o braço direito não tinha tanto como no esquerdo. Eu nunca estive perto o suficiente para notar isso. Eu tinha esquecido como seus olhos eram verdes e tão belos e mesmo embora metade do cabelo dele estivesse cobrindo seus olhos eu ainda podia ver a intensidade neles quando olhou para mim. Houve um silêncio constrangedor quando nós nos olhamos. Quando ele sorriu para mim, eu tive que piscar novamente para ter certeza de que Luca Byron estava realmente do lado de fora da minha porta.

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apítulo Dois

Luca Ashton olhou para mim como se tivesse visto um fantasma. Olhei por cima do ombro só para ter certeza de que esse olhar era para mim e não para outra pessoa. Não, não havia ninguém lá. Era só eu. - Hum, eu posso ajudá-lo? - Ela perguntou, com os olhos muito azuis arregalados.


- Eu preciso de farinha. - Hein? - Ashton parecia confusa e sua mão permaneceu no borda da porta, como se quisesse batê-la e fechar na minha cara. - F - A - R - I - N - H - A - Eu repeti devagar, pronunciando cada letra. - Preciso. - Por que você precisa disso? - O que você é? A polícia da farinha? - Eu suspirei e enfiei minhas mãos em meus bolsos. A última coisa que eu queria fazer era vir aqui e pedir a Ashton farinha, mas mamãe tinha estado meio enrolada na cozinha e me fez vir em seu lugar. Eu perdi a conta dos dias em que minha mãe estava tão distraída que esquecia a metade dos mantimentos na lista. Ashton cruzou os braços sobre o peito e encostou-se ao batente da porta, olhando-me como se eu fosse um roedor sujo. - Bem, se você vem a minha casa e me pede farinha, eu quero saber o que você vai fazer com ela. E se você vandalizar a propriedade de alguém? Realmente, ela pensou que eu iria vandalizar a casa de alguém com farinha? Quando ela tinha se tornado tão arrogante? Será que ela tinha esquecido o tempo que tinha nove anos e tinha jogado ovos no carro do Sr. Krasinky porque ele tinha chamado seu cão de ameaça? - Minha mãe precisa dela para cozinhar. Ela está fazendo uma torta para a coisa da Fundraiser amanhã. - Ash inclinou a cabeça para o lado, sua expressão amolecida. - Oh, que espécie de torta ela está fazendo? - Uma torta de maçã, o que diabos isso me importa? - Minha voz tremia de raiva. - Se você está tão interessada, então por que diabos você não levanta sua bunda fresca daí e vai você mesma perguntar? Ou talvez você seja boa demais para isso, princesa? O rosto de Ash ficou vermelho brilhante e ela colocou sua boca em uma linha firme. - Espere aqui. - Ela fechou a porta e me deixou do lado de fora. Whoa!! Eu não tinha a intenção de atacá-la assim, mas as palavras tinham apenas saído uma após a outra. Quer dizer, eu acho que estava zangado com ela por um monte de coisas, mas não era como se eu tivesse ido lá para derramar meus sentimentos sobre ela para que pudéssemos voltar a sermos os melhores amigos de novo. Isso nunca ia acontecer. Ashton Summers era uma líder de torcida que se achava melhor do que todos os outros. Claro, ela era muito quente, com seu cabelo longo e dourado, as pernas longas e aquele sorriso que deixava covinhas em seu rosto, mas ela estava muito cheia de si mesma. Ela ria de meninas que ela não achava que fossem tão bonitas quanto ela e ignorava completamente caras que não eram de seus padrões insanamente altos. Eu a tinha observado o suficiente na escola para saber isso. Ela não era a mesma menina que andava de skate e não chorava quando batia o joelho ou que ia jogar no chão comigo durante horas até que sua mãe gritasse para entrarmos e tomarmos banho por estávamos piores do que porcos na lama. Eu não sabia quem diabos ela era mais, francamente, eu não dou a mínima. Respirando fundo, eu me virei e olhei para o seu gramado. A grama estava ficando muito longa agora. Pena que eles não têm alguém para cortá-la. Em uma inspeção mais detalhada, percebi que a pintura estava


descascando em alguns lugares da casa. Eles realmente necessitavam de alguém para manter essas coisas. Ok, agora eu me sentia muito mal por ter gritado com Ash assim. Obviamente, eles tinham seus próprios problemas e eu tinha chegado e agido como um burro total, quando tudo o que ela tinha feito era uma pergunta. Não era mistério que a mãe de Ash tinha deixado o marido. Você só precisava ir para a cidade e ouvir as fofocas antigas sobre isso. Isto é, se eles não estivessem falando sobre meus amigos e eu. A porta da frente se abriu com um estrondo e Ashton saiu carregando um recipiente. - Aqui. - Ela me entregou com força. - Diga a sua mãe para trazer de volta quando ela terminar. - Sim, claro. - Eu disse, passando a mão pelo meu cabelo sem gel. Se eu não me engano, ela tinha pedido especificamente para minha mãe trazer de volta. Ficamos ali sem jeito e eu realmente queria dizer alguma coisa. Eu, quer dizer, eu deveria pedir desculpas por ficar com raiva antes, mas eu simplesmente não conseguia forçar-me a fazê-lo. Enquanto eu lutava para encontrar as palavras certas para dizer, Ashton me deu um olhar frio. - Bem, eu adoraria ficar e conversar, porque você é tão agradável, mas eu tenho coisas para fazer além de falar com adoradores do diabo. Adeus, Luca. Ela se virou, seu cabelo dourado esvoaçando atrás dela e voltando para dentro. A porta se fechou na minha cara, mas eu estava preso ao chão, mal acreditando nos meus ouvidos. Ela tinha realmente me reconhecido. Ela me chamou pelo meu nome. Balançando a cabeça, comecei a voltar para minha casa tentando entender o que tinha acontecido. Quero dizer, era estúpido eu ficar espantado por ela ter dito o meu nome. É claro que ela sabia meu nome, mas pensando com calma, isso significava que ela tinha que admitir que eu ainda existia, não importa o quanto ela tentasse me ignorar e agir como se eu não existisse. Eu não tinha certeza de quando nossa amizade tinha morrido, mas tinha sido algum tempo depois da morte do meu pai. Eu precisava de tempo e espaço para superar e quando eu me recuperei, ela seguirá em frente e fez novos amigos. Amigos que estavam com melhor aparência, mais ricos e mais divertidos. Não miserável e deprimido do jeito que eu estava. Ela parecia mais feliz, então eu a deixei ir. E eu tinha encontrado a música para preencher o vazio deixado por ela. A música sempre foi importante para mim, e ela retornou a minha vida no momento em que eu mais precisei. Um dia, eu apenas peguei a guitarra do meu pai e comecei a tocar. Dia e noite. Eu mal dormia ou comia. Eu apenas continuei tocando o violão e cantando até que toda a tristeza estava fora do meu sistema, até que o pensamento do papai trouxe um sorriso ao meu rosto e Ashton era apenas uma garota que certa vez eu conheci. A música infiltrou-se em minha mente e em meus pensamentos. Ela se tornou uma maneira de me comunicar, de desestressar, de viver e respirar. Para continuar com a minha vida e redefinir a mim mesmo. Isso me fez forte e me fez fraco, mas era uma parte importante de mim. Quando abri a minha porta da frente, me lembrei de outra coisa que Ash disse. Ela tinha me chamado de adorador do diabo? Ela usava crack? Eu não podia acreditar, então comecei a rir


quando entrei na cozinha. Minha mãe se virou, enxugando as mãos no avental em torno de sua cintura e me olhou com surpresa. - Luca? - Ela olhou para mim como se eu fosse outra pessoa. - Eu não ouço você rir assim desde que... Ela parou. Não terminou a frase, mas eu sabia o que ela ia dizer. Ela não tinha me ouvido rir assim desde antes do papai morrer. Minha mãe tinha uma altura média e bem constituída e embora ela tivesse acabado de completar 40 anos, ainda parecia que estava com seus trinta e poucos anos. O único sinal de seu envelhecimento eram as rugas ao redor de seus olhos castanhos. Ela tinha o cabelo castanho escuro, que eu havia herdado dela, só que eu preferia a cor preta que eu usava em meu cabelo agora. - Oh, hum, não é nada. - Eu disse quando ela tomou a farinha de mim. - Sério? - Ela perguntou, levantando uma sobrancelha. - Porque eu vi Ashton atender a porta. Quanto tempo se passou desde a última vez que falou com ela? Seis, sete anos? Droga. Eu tinha esquecido que mamãe tinha uma visão perfeita da frente da casa de Ash da janela da nossa cozinha. É claro que ela estava assistindo, esperando que Ash e eu voltássemos a falar um com o outro novamente. - Sim, algo como isso. - O que ela disse? - Mamãe colocou a farinha no balcão e virou-se para mim, os olhos cheios de curiosidade. Eu dei de ombros. - Nada de mais. - É por isso que ela te fez rir? Eu juro que nunca consigo deixar nada passar pela minha mãe. Ela me conhecia muito malditamente bem. - Ela me chamou de adorador do diabo. Mamãe começou a rir e eu não pude deixar de sorrir. - Eu não estou surpresa. Você aparenta como se dormisse em um caixão. - Seu rosto tornou-se grave. - Ela não sabe o que você faz na garagem, não é? Eu tenho certeza que se você mostrasse a ela, ela iria mudar sua opinião sobre você. Eu balancei a cabeça. - Não há nenhuma maneira de eu levá-la à garagem. Ela provavelmente já acha que eu sou uma aberração, não preciso contribuir com isso. - Você não é uma aberração, Luca. - Mamãe disse com uma careta. - Você apenas tem medo que ela descubra quem é o verdadeiro Luca. - Levantei a cabeça e olhei para o teto, suspirando profundamente. Eu não estava com vontade de ser psicanalisado por minha mãe. Depois de meu encontro com Ash, tudo o que eu queria fazer era sair com meus amigos e esquecer que o encontro com ela aconteceu. Eu me acostumei a pensar que a menina da minha infância era outra pessoa, alguém que tinha se afastado anos atrás. Ela não era a esnobe metida que vivia próxima a minha porta e me odiava. - Está tudo bem se eu sair hoje à noite? - Eu perguntei, olhando para ela de novo. Ver meus amigos e ficar perdido iria distrair-me de pensamentos sobre Ashton.


- Muito sutil sua mudança de assunto... - Mamãe disse. Ela se dirigiu de volta ao balcão e começou a derramar a farinha emprestada em uma tigela. - Eu acho que você pode ir, mas esteja em casa por volta das 23hs. Não mais tarde do que isso, ok? - Claro, mamãe. Subindo as escadas com a intenção de ir para o meu quarto, mas encontrei o meu pé me levando em outro lugar. Continuei pelo corredor e abri uma porta à esquerda. Um cheiro de mofo cumprimentou-me quando pisei na sala vazia. Este tinha sido meu quarto na infância, mas depois que meu pai morreu em um acidente de carro, eu me mudei para um diferente. Este quarto me lembrava dele constantemente até que eu não poderia mais aguentar. E eu não queria enfrentar Ashton. Eu só queria ficar longe de sua preocupação e das memórias do meu pai, então eu atravessei o corredor para longe da pessoa que eu tinha sido quando eu dormia aqui. Mas agora eu poderia vir aqui sem ficar deprimido. Eu ainda pensava sobre o meu pai, mas lembrava-me das coisas boas em vez das tristes e conseguia equilibrar a dor. Entrei no centro do quarto e olhei para o ambiente vazio. Tinha um bom tamanho e era muito maior do que o que eu tinha agora. Eu poderia até mesmo ser capaz de encaixar um conjunto de baterias aqui se eu os posicionasse direito. Meu quarto atual quase não tinha espaço suficiente para que pudesse me movimentar dentro dele. Uma luz de fora chamou a minha atenção e eu andei mais perto da janela. A luz vinha do quarto de Ashton. Ela estava sentada em sua cama com as costas contra a janela. Porra, era tão difícil conseguir ficar longe dessa menina. Eu pressionei minha testa contra o vidro e olhei por um tempo. Ficando aqui no meu quarto antigo era tão fácil lembrar quando éramos mais jovens e procurávamos um ao outro para nos divertir. Eu nunca teria isso com ela novamente. Balançando a cabeça, eu me virei e voltei para o meu quarto. Eu tive o suficiente de Ashton Summers para durar uma vida inteira.

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apítulo Três

Ashton Na manhã de sábado, assim que a mamãe e Blaze tinham ido para a escola Fundraiser, eu sentei no sofá e liguei para Kance. - O que foi? - Perguntou ela, pegando o telefone no segundo toque. - Nada de mais. - Eu disse, confortavelmente. - Minha mãe e meu irmão estão na Fundraiser e eu estou estudando para o meu teste de matemática. E você? - Minha família toda está no negócio estúpido da Fundraiser também. Não é engraçado como basicamente nenhum dos idosos está indo?


- Você acha que Oliver estará lá? - Eu parei e mordi o lábio. Oliver Carson foi o quarterback do time de futebol e eu tinha uma grande paixão por ele. No momento, ele estava solteiro, mas eu planejava mudar isso muito em breve. Desde que eu me tornei chefe da equipe de torcida durante o verão, eu estava determinada a chamá-lo para sair. Todo mundo esperava que a chefe da torcida e o zagueiro ficassem juntos. Era como tradição. - Eu duvido. Ele tem uma reputação a defender. Qualquer pessoa decente não seria pega viva nessa coisa. Pensei em todos os bandos de nerds e párias sociais que deveriam estar no Fundraiser e ri. A única razão para que os alunos passassem seu fim de semana na escola era porque não tinham vidas. Era apenas triste e patético. - Eu vou fazer isso. - Declarei. - Vou pedir a ele para sairmos após a reunião das animadoras. Ele será meu namorado na terça-feira. - Se ele disser 'sim'. - É claro que ele vai dizer sim. Quem mais ficaria com ele? Todo mundo sabe que o quarterback e a chefe de torcida estão destinados a ficarem juntos. - Se você diz isso... - Houve uma pausa do outro lado da linha e Kance riu. - Eu tenho que ir agora. Vou praticar algumas cambalhotas. - Sim, é melhor eu ir estudar para o teste de matemática. - Divirta-se, nerd. Depois que desliguei o telefone, foliei o livro de matemática e comecei alguns problemas de álgebra. Matemática não era o meu forte e todos estes algoritmos complicados estavam me dando um dor de cabeça. Encostei no sofá e me distraí em pensamentos sobre Oliver Carson. Ele não era o cara mais popular da escola, outro casal de atletas era mais popular que ele, mas ele era definitivamente o mais bonito. Ele tinha cabelo loiro curto e escuro e aqueles olhos azuis que pareciam perfurar a nossa alma. Estar no time de futebol havia feito maravilhas para seu corpo, ele era alto, de ombros largos e bem musculosos. Eu duvidava que houvesse uma única menina na escola que não tivesse uma queda por ele, mas ele era meu. Eu estava imaginando esse momento há anos e este era o meu ano. Este era o ano que eu me tornaria a garota mais popular na escola. Ninguém se atreveria a falar besteira sobre mim então. Eu amava minha mãe, mas em nossa pequena cidade ficar grávida aos 18 e ter seu casamento fracassado, estava no topo da lista das principais falhas. Quando eu caminhava pela rua, percebia a forma como certas pessoas olhavam pra mim, como se eu tivesse algum tipo de doença. Eu não queria mais isso. Se começasse a namorar Oliver eu finalmente seria associada a algo bom. As pessoas ainda falariam de mim, mas seria porque eles queriam ser eu, não porque estariam julgando a minha vida e os erros da minha mãe. Eu não poderia mais viver na sombra de seus fracassos. Eu tinha que fazer meu próprio caminho no mundo.


Meus olhos se voltaram para meu livro e eu suspirei. Se eu quisesse uma boa reputação, então eu conseguiria através dele. E isso começaria comigo tirando boas notas. Pairando x sobre o meu lápis, tentei calcular o seu valor em relação a y. Meu humor iluminou quando eu percebi isso e eu rapidamente preenchi os espaços antes de passar para o próximo problema. Eu fiz isso por cerca de 15 minutos antes do som de uma batida me interromper. Saltando do meu lugar, olhei em volta assustada. De onde raios esse barulho veio? Quando as batidas começaram de novo e foi acompanhada por uma guitarra, a raiva inundoume. A perturbação estava vindo na verdade da casa de Luca, da garagem dele. Seus amigos perdedores estavam mais uma vez matando uma música. Não havia nenhuma maneira que eu pudesse estudar para o exame com o barulho ao lado. Sério, como ele se atreve fazer tanto barulho, em primeiro lugar? Será que ele pensa que o mundo gira em torno dele e de sua estúpida banda de garagem? Toda vez que eu queria ir lá e reclamar, mamãe me dizia para não fazer um grande “barulho” sobre isso e pensava que se a mãe de Luca não fazia objeção a isso, então, quem éramos nós para dizer alguma coisa? Então mamãe revirava os olhos e falava algo sobre artistas e criatividade e que minha mente analítica não iria entender. Sério, quando minha mãe tinha se tornado uma hippie? Felizmente, mamãe não estava aqui e nem a mãe de Luca. Esta foi a oportunidade perfeita para ir lá e dar-lhe uma bronca! Como eu coloquei no meu diário, eu pensei em vários cenários sobre o que gostaria de dizer a Luca e como ele iria reagir. Essa era uma oportunidade para Luca pedir desculpas e implorar o meu perdão. Sim, certo. Como se isso fosse acontecer. Muito provavelmente, ele e seus amigos ririam na minha cara e me chutariam para fora. É o que parecia mais plausível. Quando saí, a brisa fresca do outono brincou com meu cabelo e eu passei meus braços em volta de meu corpo. O clima não estava muito ruim no momento, mas tornava-se imprevisível. Os dias ainda tinham calor, mas logo as árvores perderiam a cor e depois o frio realmente começaria a chegar. Eu caminhei através de nosso gramado e na propriedade dos Byron, parando brevemente para admirar a sua casa de tijolos vermelhos. Apesar da passagem do pai de Luca ter ocorrido há tanto tempo, eles ainda conseguiam manter a casa em bom estado. Não tinha sido sempre assim. O Sr. Byron sempre manteve a manutenção da casa, mas logo depois da sua morte, a casa tinha se tornado irreconhecível. O jardim tornou-se atroz, a grama muito mais alta do que a nossa e parecia que a casa estava caindo aos pedaços. Então, cerca de três anos atrás, Luca tinha saído para o gramado com o cortador e cortou a grama. Era como se alguém tivesse soprado vida de volta na casa Byron. Desde então, ele tinha consertado cada pequeno problema que a casa tinha. Pelo menos, Luca realmente fez algo diferente de cantar como uma alma penada. O som ficou mais alto à medida que eu invadia a garagem e batia na porta várias vezes. Quando um minuto passou e a música não cessou, eu percebi que provavelmente não podiam me ouvir. Felizmente, eu sabia onde a Sra. Byron mantinha sua chave reserva, ou pelo menos onde era o lugar que ela sempre a manteve há sete anos atrás. Eu andei para a esquerda, para a varanda da Sra. Byron. Havia


numerosos vasos de plantas pendurados no teto e colocados cuidadosamente no chão. Eu me encaminhei para o alto cacto verde no canto e enfiei meus dedos na lama, procurando a chave. Eu não tinha procurado muito até que a fenda familiar de metal encontrou meus dedos. Sorrindo, eu puxei-a para fora e ansiosamente fui para a porta da frente destrancá-la. Esses garotos estavam prestes a obter a surpresa de suas vidas. Eles tinham pisado em meus nervos na última hora. Quando a porta abriu, eu enfiei a chave no bolso de trás do meu short jeans e silenciosamente fechei atrás de mim. Eu não poderia confessar, mas me sentia um pouco culpada por abusar de um privilégio que me foi dado pela Sra. Byron há muitos anos. Tecnicamente, isso foi quebrado no passado, mas drásticas situações necessitavam de ações drásticas. A casa não tinha mudado muito ao longo dos anos. Era quase exatamente como eu me lembrava da infância. A porta que dava para a garagem estava ligada à lavanderia que tinha uma porta de entrada localizada à direita da cozinha. Eu notei que eles tinham uma nova geladeira e parei para olhar as fotos que foram coladas sobre ela com ímãs. Havia muitas fotos de família desde quando Luca era mais jovem até as mais recentes, mostrando sua transformação em Príncipe das Trevas. Quando eu estava prestes a me virar, meu olho caiu sobre uma foto minha, com Luca e seu pai. A lembrança daquele dia era tão clara na minha mente que poderia ter acontecido ontem. Foi no verão em que eu fiz cinco anos e o pai de Luca tinha nos levado até Willow Creek para nos ensinar a pescar. Em vez de pegar algum peixe, eu caí na água e quase me afoguei. O pai de Luca saltou e me salvou. Sr. Byron tinha sido como um pai para mim, a única coisa tão perto de um pai que eu tinha conhecido. Ele havia tirado as rodinhas da minha bicicleta, me ensinou como chutar uma bola de futebol e me levou para jogos de beisebol locais contra Penthill e Statlen. Quando ele morreu, foi como se eu tivesse perdido meu próprio pai, perdi uma parte de mim. Enxugando uma lágrima que escapou em meu olho, tirei a foto e coloquei-a no meu bolso lateral. Espero que a Sra. Byron ou Luca nunca notem a imagem ausente. Quando eu estava um pouco mais composta, caminhei na ponta dos pés - não que alguém pudesse me ouvir sobre todo o ruído na lavanderia - e abri a porta ao lado para a garagem. A música era tão alta que eu podia sentir meus tímpanos vibrando. Eu queria cobrir meus ouvidos, mas decidi que ia ficar muito mais imponente com as mãos sobre meus quadris. Luca estava tocando seu violão e cantando em um microfone. Havia dois outros caras que eu reconheci da escola, cujos nomes eu não conseguia me lembrar. O que tocava baixo era alto, com um rosto fino e pontudo e tinha cabelo espetado preto com listras azuis. O outro rapaz, que estava na bateria, era mais baixo, atarracado e tinha um monte de piercings em suas orelhas. Seu cabelo não tinha uma cor artificial como de Luca e o outro guitarrista, mas era de um tom de loiro sujo. Alguém mais também estava no quarto. Uma menina com uma roupa estranha estava sentada em uma cadeira com as costas para mim, olhando as caras tocarem. Hoje ela estava vestida com um colete feio roxo e um longo vestido cinza que eu a tinha visto vestindo alguns dias atrás. Ela tinha longos cabelos vermelho brilhante pendurados em um nó confuso pelas costas. Parecia que ela não tinha lavado em semanas. Ela não precisava se virar para eu saber quem ela era. Seu nome era Stacey Parker e ela estava sempre saindo com Luca. Eles não estavam exatamente namorando, mas eu suspeitava que os dois estivessem dormindo juntos.


No início ninguém percebeu minha entrada. A música estava muito alta e Luca estava com os olhos fechados quando ele pegou o microfone e cantou algumas palavras que eu consegui pegar. Profundamente nos meus olhos Você pode ver a luz? E eu quero lutar por você Mas fica tão difícil E eu não quero ser a pessoa a bater a sua porta Eu não quero ver você não me querer mais Porque você faz isto real Isto é como eu me sinto Diga a verdade Eu e você Isso nunca vai dar certo Os olhos de Luca se abriram e ele vacilou quando me avistou. Um vinco formou-se entre a sua testa e ele não parecia feliz em me ver. - O que diabos você está fazendo aqui? Sua voz foi amplificada pelo microfone e os outros dois caras pararam de tocar os seus instrumentos e olharam em volta, assustados com o som de sua voz. Stacey virou em seu assento e, me avistando, lançou-me um olhar sujo. - Eu poderia te perguntar a mesma coisa. - Eu disse, olhando para ele. Eu não estava prestes a ser intimidada por um bando de perdedores e certamente não por Luca Byron. - Talvez a Barbie Malibu se perdeu no caminho para a praia. - Stacey entrou na conversa, fazendo com que os outros dois caras rissem. Eu senti meu rosto esquentar em humilhação e, por um segundo, eu perdi minha calma. Luca olhou por cima do ombro e atirou aos caras um olhar que os fez se acalmarem. Ele gentilmente colocou sua guitarra no chão e caminhou até mim, seu rosto uma mistura de emoções ilegíveis. - Você ainda não respondeu a minha pergunta. O que você está fazendo aqui na minha casa, Ashton? E como diabos você entrou? - Aprenda a contar. São duas perguntas. - Eu coloquei minha mão no bolso e tirei a chave. Eu usei a chave reserva, gênio.

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apítulo Quatro

Luca Minhas sobrancelhas dispararam quando vi a chave prateada na mão de Ash. - Você lembrou onde Mamãe mantém a chave reserva? - Os olhos cinza brilharam triunfantes quando ela enfiou a chave na parte de trás bolso de sua bermuda jeans.


- Por que eu não lembraria? Vê-la aqui no meu espaço pessoal me deixou tanto irritado quanto nervoso. Irritado porque diabos ela entrava aqui como se fosse a dona do mundo. E nervoso porque ela estava no meu espaço pessoal e, caramba, ela parecia bem. Esses shorts eram de corte perfeito mostrando suas longas pernas douradas. A parte superior do top que ela usava brincava mostrando um pedaço de barriga lisa e abraçando o peito apertado, destacando-os. - O que você está fazendo aqui, Ashton? - Eu perguntei de novo, cruzando os braços em meu peito. Ash seguiu meu movimento e duas manchas cor de rosa apareceram em sua bochecha. Ela estava me olhando? - Ao contrário do resto de vocês, eu realmente tenho aspirações de ir para a faculdade, crescer e ser alguém. Isso me obriga a estudar, mas eu não posso fazer isso quando você está fazendo muito barulho. - Ei, nós não estamos fazendo barulho, nós estamos fazendo música. - Riley insistiu atrás de mim. Ele largou a guitarra e encostou-se à parede da garagem, olhando de cima a baixo para Ash. Riley Adamson, Eddie Cavallari e Stacey Parker tinham sido meus amigos desde o ginásio. Enquanto Stacey não era de fugir de uma luta, Eddie era um pouco mais maduro. Ele gostava de levar as coisas com calma, enquanto Riley era o louco, de momento. Ele estava sempre flertando, sempre tentando arrumar uma namorada. Eu não sabia quem ele estava tentando enganar. Estava começando a tornar-se óbvio que ele tinha uma coisa com Stacey. Quando eu tinha perdido Ash, eu encontrei esses três. Nós tínhamos crescido juntos ao longo dos últimos anos, formamos uma banda e mudamos nossas imagens em conjunto. Eles estavam lá quando eu precisava deles e Ash não tinha direito de invadir minha casa e insultá-los. Ash bufou. - Daqui a alguns anos, provavelmente vocês ainda estarão morando na casa das suas mães. Se vocês de alguma forma conseguirem encontrar um trabalho real, ser frentista do posto de gasolina onde vou abastecer meu carro será o destaque das suas carreiras. Minha boca se abriu e eu olhei para trás para ver os olhares ofendidos nos rostos de Eddie e de Riley. Stacey, por outro lado, parecia simplesmente irritada. Isso não ia acabar bem. - O que diabos você disse? - Stacey levantou-se muito rapidamente e foi ao meu lado em um segundo, pronta para confrontar Ashton. - Você acha que é tão muito melhor do que nós com suas roupas caras e sua personalidade de plástico? - O olhar de Ash cintilou sobre Stacey e ela sorriu. - Não, eu não acho que sou melhor do que todos vocês. Eu só acho que sou melhor do que você. Pelo menos esses caras estão fazendo alguma coisa. Você está sentada aí como uma espreitadora, vendo-os tocar. Stacey soltou um silvo como um gato bravo e deu um passo a frente. Eu sabia que ela não hesitaria em dar a Ashton um soco na cara. O que Stacey não sabia era que quando éramos crianças, Ash poderia me bater em uma luta. A menina sabia como se manter a sua própria luta. A situação


tinha que ser contida antes de ficar completamente fora de controle. Eu segurei o braço para impedir Stacey de ficar mais perto de Ash. - A incomodada aqui é você, Ashton. Nós vamos tocar a nossa música, vamos tocá-la tão alto que vai sangrar os seus ouvidos e depois vamos tocar um pouco mais. Então, por favor, dê o fora daqui. - Eu coloquei a mão no ombro de Ash e a conduzi para fora da garagem, chutando a porta atrás de mim. Ash ignorou a minha mão e virou-se, com o rosto vermelho brilhante. Apesar disso, ela ainda parecia totalmente quente. - Como você se atreve a falar assim comigo! Você e seus amigos perdedores? A raiva correu através de mim e preguei-a contra a parede. - Não se atreva a falar deles assim, você é uma esnobe egoísta. - Deixe-me ir! - Ela tentou libertar-se do meu alcance, mas eu pressionei meu corpo contra o dela para impedi-la de se mover. - Eu vou deixar você ir se pedir desculpas pelo que disse lá dentro. - Eu tentei muito duramente me concentrar no que estávamos discutindo, porque eu tinha rapidamente me distraído com seu corpo se contorcendo contra o meu. Ash atirou um olhar em mim que estava cheio de desprezo. - Em seus sonhos. Eu nunca pedirei desculpas aos satanistas. - Quando você se tornou uma vadia, Ash? Quando é que as outras pessoas passaram a significar tão pouco para você? Você não pode entrar na minha casa e tratar meus amigos como merda. Você mudou muito, você se perdeu completamente, porra. - E você não mudou? Olhe para você. - Ela me olhou com desgosto, enquanto ela continuava a se contorcer. - Você se veste como um completo punk, seu cabelo é preto, você tem tatuagens por todo o seu corpo, mas você diz que eu mudei. Você está iludido. Seu comentário foi como um tapa na cara. - Só porque eu pareço diferente não faz de mim um monstro, mas faz você superficial. E eu gosto do meu cabelo de preto. - Eu não sou superficial, você que é uma pessoa repugnante! - Ash gritou, com os olhos em chamas. - Agora, sai fora! - Frustração e raiva surgiram através de mim e eu fiz uma coisa que eu sabia que iria realmente mexer com sua mente, a única maneira de vencer este argumento e levá-la a fechar a maldita boca. Eu a beijei. E não foi um daqueles beijos delicados ou suaves. Este era aquecido e cheio de paixão, alimentado pela tensão que tinha se construído entre nós. Eu não tinha a intenção de chegar a ele, mas me encontrei aprofundando o beijo e deslizando a mão até o braço nu de Ashton. O que realmente me surpreendeu foi que Ash estava me beijando de volta. Seus beijos enviavam emoções em minha espinha e eu apertei minha virilha contra ela, querendo-a. Sem aviso, Ash me empurrou e me deu um tapa forte na cara. Eu a soltei e coloquei a mão no meu rosto, recuperando-me do ardor que estava se espalhando de um lado do meu rosto. - Que diabos foi isso? - Eu exigi. A boca de Ash se abriu e seu rosto estava vermelho quando ela tentou entender o que tinha acontecido. - Você... você me beijou!


- Você me beijou de volta. - Eu disse, minha boca curvando-se em um sorriso. Ashton me empurrou com força. - Eu... eu não te beijei! Você me deixa doente! Meu sorriso desapareceu e irritação enchia cada parte de mim. - Se eu deixo você doente, então não deveria ter me beijado. - Eu não fiz isso! Mas você fez! - Ashton me espetou com um dedo acusatório. - Por quê? Por que você fez isso? - Ok, Ashton estava realmente me irritando agora. Eu estava tentado a dar-lhe um chute na bunda, mas eu queria falar uma última coisa antes disso. - Você realmente quer saber porquê? Você age como se fosse tão alta e poderosa, mas olhe para você agora. Você é a garota que beijou Luca Byron, a aberração. Ela se inclinou com a raiva irradiando perto do meu corpo, então ela ouviu cada palavra. - Então, foi bom, Princesa? - Parecia que Ash queria chorar e me deu uma satisfação doente vê-la tão derrotada. Seu lábio inferior tremeu e eu poderia dizer que além de chateada, quando ela se preparava para ir embora, parecia que queria me apunhalar pelas costas. A porta se abriu atrás de nós e eu ouvi a voz de Eddie. - Eh... Está tudo bem por aqui? - Era típico de Eddie vir e verificar se estava tudo bem. Ele se preocupava demais para seu próprio bem. Mesmo que Ash tenha sido totalmente rude, era o seu instinto natural cuidar das pessoas. Mesmo que pessoas como Ashton não merecerem sua compaixão. - Sim, está tudo bem. - Eu respondi olhando para Ash incisivamente. - Ela estava de saída. Minhas palavras pareceram sacudir Ash fora de seus pensamentos e ela me deu um olhar de desprezo antes de caminhar em torno de mim para sair. Rapidamente, eu estendi a mão e agarrei seu braço antes que ela pudesse chegar mais longe. - Qual é o seu problema? - Ela exigiu, tentando livrar-se de meu aperto. - Você está se esquecendo de algo. - Estendi a mão e enfiei no bolso de trás do short dela, obtendo um bom conhecimento de sua bunda, antes de atingir a chave reserva. - Não posso deixar você vir aqui sempre que você quiser, posso? - Você é um completo idiota, Luca! - Ela fervia. Minha mão roçou seu bolso lateral o que fez soar um barulho de amassado e eu levantei uma sobrancelha. - O que você tem aí? - A cara de Ashton caiu e sem esperar por uma resposta eu retirei o que achei ser um papel, mas era uma foto. Olhei para ela e então vi seu rosto avermelhado, tentando descobrir o que diabos estava acontecendo. Por que ela tem no bolso uma foto nossa com o meu pai? Quando eu olhei de volta para a foto, eu a reconheci como a foto que mamãe tinha pendurado na geladeira. Meus olhos se arregalaram e eu olhei de volta para Ash, tentando formar as palavras. As palavras não saíram. Ashton parecia mortificada e apertou os lábios para impedi-los de tremer.


Ela conseguiu me atirar um olhar de puro ódio antes de sair como um furacão pelo corredor. Um segundo depois, a porta da frente se fechou, sacudindo a casa. - O que foi aquilo? - Eddie perguntou. Dei de ombros, tentando jogá-lo fora, mas por dentro, meu estômago estava se contorcendo como se alguém tivesse deixado uma lata de vermes soltos lá dentro. Segurando a foto, voltei à geladeira para colocá-la de volta. Não importa como eu olhei a situação, eu tinha sido um idiota total. Eu não pude evitar, mas sinto que cometi um erro enorme.

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apítulo Cinco

Ashton Na manhã de segunda-feira, eu estava na calçada do lado de fora da minha casa com a esperança em Deus de que Kance chegaria aqui antes de Luca sair para a escola. Eu não queria vêlo depois do que havia acontecido entre nós no sábado. Eu estava furiosa além das palavras, pelo modo como ele agiu em relação a mim e completamente mortificada porque ele me pegou com a foto. Eu só podia imaginar o que ele pensava de mim. Aposto que ele e seus amigos passaram o resto do dia rindo de mim. O pensamento me fez cerrar os punhos e os meus olhos estreitaram. Quem diabos ele pensava que era? Houve um estalo e eu olhei em volta para ver Kance parando ao meu lado. Sentindo-me aliviada, subi e trocamos um abraço rápido antes que ela começasse a descer a rua. - Você está pronta para a prática? - Ela perguntou, cobrindo um bocejo com a mão. - É claro! - Eu esperava que minha voz parecesse confiante, porque de repente eu não me sentia assim. Talvez fosse porque eu estava nervosa no meu primeiro dia oficial como capitã ou talvez meu encontro com Luca mexesse completamente com a minha mente. - Quer dizer, estou apenas um pouco ansiosa. - Parecendo satisfeita com a minha resposta, Kance mudou o tópico. - Então, o que você fez este fim de semana? - Ela virou a cabeça em minha direção com expectativa. Era como se ela já soubesse o que tinha aconteceu com Luca. Ok, agora eu estava apenas sendo super paranoica. Não havia nenhuma maneira de que ela pudesse ter uma pista. - Nada demais. - Eu menti. - Só estudei matemática e repassei algumas rotinas para hoje. Meu coração pulou uma batida quando a lembrança dos lábios de Luca contra os meus encheram meus pensamentos. Quando ele tinha me pressionado contra a parede, eu senti cada músculo ondulando em seu estômago sob sua camiseta colada. Ele tinha músculos que eu nunca sequer soube que existiam. Ao contrário de corpo de Oliver que era forte como o Hulk, Luca era magro e musculoso. Talvez ele secretamente levantasse pesos em seu tempo livre.


Havia tanta coisa que eu não sabia sobre ele. Mas aquele beijo tinha queimado meus lábios e... eu o beijei de volta. Eu tinha negado, mas nós dois sabíamos a verdade. Eu tinha beijado Luca Byron, a aberração da escola, e uma parte de mim tinha gostado. - Ashton, você está ouvindo? - Kance interrompeu meus pensamentos e eu me virei para ela. - Sim, desculpe. - Eu me desculpei, dando toda a minha atenção para a minha melhor amiga. Eu não pensaria sobre Luca Byron. Eu não pensaria sobre Luca... Kance revirou os olhos e entrou na rua da nossa escola. - Eu estava dizendo que Elly Marles disse à Francine que ela tem uma queda por Oliver. Você pode acreditar nisso? - Comecei a rir enquanto eu imaginava a gordinha Elly namorando o quarterback da escola. Eu não podia culpá-la por gostar dele. Oliver era lindo. Muitas meninas tinham paixão por ele. - Você está brincando? Ela ganhou algo como 20 quilos a mais durante o verão. Ninguém vai querer namorar essa menina. Kance parou em uma vaga vazia do estacionamento do lado de fora da escola. -Você sabe o que eu ouvi? - Ela desafivelou seu cinto e virou em seu assento de frente para mim, com os olhos brilhando. - Ela vai tentar ganhá-lo amanhã. Ela vai convidar Oliver para sair antes da reunião de abertura da temporada. Minha boca abriu. - De jeito nenhum! - Sim, ela vai. - Disse Kance quando saiu de seu carro e se dirigiu ao prédio da escola. Aparentemente, alguém lhe disse que você iria fazer o mesmo, de modo que ela quer fazer isso primeiro. - Será que ela realmente acha que tem alguma chance com ele? - Eu perguntei quando entramos no pátio dos veteranos. O pátio era grande o suficiente para todos os veteranos, mas nem tudo estava disponível para todos. Alguns bancos para piquenique e mesas posicionadas ao redor do pátio foram reivindicados pelos atletas e líderes de torcida. Os outros alunos poderiam usar o que foi deixado. Pegamos um lugar na nossa mesa esperando o sino tocar para o primeiro período. Kance tirou um espelho compacto e começou ajeitando o cabelo. - Isso é o que ela está dizendo a todos os seus amigos. Ela disse que tem mais chance de conseguir do que você. A irritação me anuviou e eu mordi meu lábio. - Quem ela pensa que é? Ela era uma ninguém um par de anos atrás. - Eu acho que ela precisa ser colocada em seu lugar. - Kance deixou seu espelho e olhou em volta, sua expressão brilhando. - Desfaz essa carranca. Os meninos estão vindo. Seguindo seu olhar, eu notei que Oliver e um grupo de seus amigos estavam se dirigindo para a nossa mesa. Entre eles estava Bennett Anderson, meu bom amigo do ensino médio. Ele me ajudou ficando amigo de um atleta que sai com Oliver. Dessa forma, eu tenho alguém no grupo que sabe de mais detalhes sobre o cara que eu estava a fim.


Bennett nem sempre foi popular ou desportivo. No ensino médio, ele tinha sido tranquilo e desajeitado até que eu tinha levado ele sob a minha asa depois de perder Luca, pensando que ele poderia preencher essa lacuna. Minha lógica não funcionou. Ben não era nada como Luca, mas eu ainda ganhei um bom amigo. Ben passou de gordinho, coberto de acne e tão interessante quanto papel de parede para se tornar um dos caras mais quentes na escola. E foi tudo graças a mim. Nós não estávamos mais tão próximos como tínhamos sido há alguns anos atrás, Ben sempre estava com o pessoal, mas nós ainda cuidávamos um do outro. Eu rapidamente endireitei minha roupa me perguntando porque decidi usar um vestido hoje, em vez de uma saia, e levantei quando os meninos nos alcançaram. Os olhos de Oliver passaram por Kance e finalmente descansaram em mim. Em seu olhar azul brilhante, um calor se espalhava pelo meu corpo com a atenção. Ok, talvez o vestido tivesse sido uma boa escolha apesar de tudo. - Ei, como vai? - Oliver disse quando os meninos se sentaram. Ele parecia incrível como de costume em um jeans que o abraçava em todos os lugares e uma confortável camiseta branca que deixou a minha imaginação um pouco descontrolada. - Muito bem. - Disse Kance com um sorriso escondido nos lábios. Ugh. Eu odiava como ela sempre ficava assim composta em torno dele enquanto eu perdia totalmente os meus nervos. - Sim, vocês parecem muito bem - Brincou Bennett. Ele levou um copo aos lábios e fez uma careta para o que quer que estivesse dentro. - Café? - Eu perguntei, pegando os olhos de Ben. Mateus Sutton lhe deu uma cotovelada nas costelas e riu. - Sim, ele está tentando ser maduro e sofisticado para impressionar uma garota. - Ben lhe deu uma cotovelada para trás. - Ela não é uma garota. Seu nome é Hadie. - Hadie. O nome trouxe uma vaga lembrança em minha mente. Hadie não era do nosso círculo, mas eu a conhecia de vista. Ela tinha sido minha colega de turma na minha aula de arte no segundo ano e parecia como uma boa menina. Ben não merecia nada menos. Eu ri e fiz um biquinho para Bennett. - Ah e eu aqui pensando que tinha alguma coisa acontecendo entre nós. - Bennett sorriu e me puxou para o seu colo. - Claro que sim, Ash. Eu nunca a trairia assim. - Notei Oliver prestando atenção extra em nós e não pude deixar de me sentir orgulhosa. Todo mundo sabia que Bennett e eu éramos apenas bons amigos e que ele sempre brincou sobre o namoro. Na verdade, tínhamos um relacionamento totalmente platônico, mas amávamos provocar um ao outro. Rindo, levantei-me e avistei duas pessoas que acabaram de entrar no pátio. Luca e Elly. De repente, eu me senti nervosa quando me perguntei o que eles estavam falando. Por favor, por favor, não deixe que ele conte a ela sobre o beijo. Eu estava tão perto de conseguir Oliver. A última coisa que eu precisava era de um escândalo como esse. Cutuquei Kance que estava envolvida em uma conversa com Oliver e acenei com a cabeça em direção a Luca e Elly. Os olhos de Kance escureceram quando ela os viu. - Nós não podemos ter isso agora, não é?


- Não, não podemos. - Eu concordei e estudei o copo na mão de Bennett. - Ei, se você não vai beber isso posso pegar? - Claro, mas tem gosto de merda. - Advertiu Bennett. - E mancha as vadias. - Eu murmurei sob a minha respiração quando tomei o copo dele. Kance estava perto o suficiente para me ouvir e ela tentou esconder seu sorriso. Elly veio para nós com entusiasmo, seu cabelo loiro acobreado curto pulando atrás dela. Quando ela avistou Oliver seus olhos castanho escuro se iluminaram. Ela estava usando uma roupa creme hoje. Perfeito. - Bom dia a todos! O que está acontecendo? - Isso é o que nós gostaríamos de saber. - Disse Oliver acenando para onde Luca se sentou na parede a poucos metros de distância. - O que você estava fazendo falando com ele? Elly vacilou e seu rosto ficou vermelho como beterraba. - Oh, hum... ele ensina guitarra ao meu irmão algumas vezes. Ele estava apenas perguntando como meu irmão estava. Isso é tudo, nada mais. - Ela parecia mortificada. Um filete de calor encheu minhas entranhas com suas palavras. Luca passava seu tempo ensinando as crianças pequenas a tocar guitarra? Isso era meio que... doce! Ele era cheio de surpresas. - Tenha cuidado. - Matt disse - Você não quer que seu irmão se transforme em uma aberração como ele. Além disso, como se ele pudesse realmente tocar corretamente. - Matt era quem falava. Com seus dedos enormes e volumosos, ele provavelmente quebraria as cordas da guitarra. - N-não, eu não. - Elly concordou com um aceno de cabeça, olhando para Oliver como se para avaliar sua reação. Ciúmes rapidamente substituíram o calor. Era tão óbvio que ela tinha uma coisa com ele. Por que não tinha notado antes? Eu dei um passo mais perto de Elly. - Ei, Elly, você está animada para a prática de torcida esta tarde? - De alguma forma, eu consegui sorrir para ela, apesar da antipatia que tinha por ela. A expressão de Elly se iluminou com a mudança de assunto. - Sim, eu estou super animada! Eu sei que é a minha primeira vez, mas eu fiz ginástica, quando eu era in... Minha perna “acidentalmente” deu lugar, e eu gritei quando eu perdi o meu equilíbrio. Estendi a mão para agarrar Kance e atirei o conteúdo da xícara de café no rosto de Elly. O líquido quente bateu em seu queixo, pescoço e no top de seda creme que ela estava usando. - Não! - Ela gritou, tentando limpar o café de sua roupa. Não adiantava. O café já estava se infiltrando no tecido delicado e espalhava ainda mais enquanto ela tentava limpar. Nós todos rimos e eu fiz uma cara triste para ela. - Oh, não, me desculpe. E que sirva de lembrete para a próxima vez que você decidir falar com perdedores como Luca e tentar entrar na minha equipe parecendo uma baleia. - O lábio inferior de Elly tremeu e ela parecia que estava a beira das lágrimas. Honestamente, ela merecia por tentar se encaixar a pessoas às quais ela não pertencia. Nós não gostávamos de pessoas como ela. Ela estava abaixo dos nossos padrões.


- Eu-eu... mas eu entrei na equipe... Eu cortei. - Querida, ninguém vai ser capaz de levantar você. Coitadinha. Kance olhou para Elly, um sorriso no rosto bonito. - Tenha um ótimo dia. Amei o seu top. Tão chique. - Nós todos rimos de novo e Elly deixou escapar um soluço. - Ashton! O que diabos está errado com você? - Uma voz irritada exigiu por trás de mim, fazendo meu coração parar.

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apítulo Seis

Luca Ashton lentamente se virou pra mim, os olhos arregalados. Ela hesitou, mordendo o lábio, mas com um olhar de sua amiga Kance ela mudou de atitude completamente. - O que você acabou de me dizer? - Olhei para Elly e vi que ela estava chorando. Foi horrível vê-la assim. Ela era uma menina tão boa e tinha ido a alguns shows da nossa banda, a Skeptic Coi’ls, no último verão. Ela não merecia ser humilhada assim. Não por Ashton. Não por ninguém. - O que diabos há de errado com você? - Eu repeti, chateado com ela pelo comportamento. O que você ganha em derramar sua bebida em cima dela? Ash parecia que tinha perdido as palavras, mas depois a expressão dela se tornou escura. - Como você se atreve a falar comigo, perdedor? Você acha que eu ligo para o que você tem a dizer? Fique longe de mim antes que eu vomite em seu rosto. Pessoas como eu não falam com pessoas como você. - Seus amigos riram de mim e eu realmente queria dar um soco em alguém e enfrentá-los, mas parei. Havia muitos deles e eu sabia quando eu ia perder uma luta. - As pessoas que gostam de você merecem ser baleadas. - Fui até Elly e coloquei meu braço em torno dela. - Você vai ficar bem? - Ela olhou para mim com os olhos vermelhos inchados e assentiu. - Eu acho que sim. Eu me senti pior em não ter ido mais cedo ajudá-la. Em princípio, tudo parecia bem até que Ashton derramou o café nela. Sério, o que ela tinha feito para merecer essa humilhação? Agora Ash tinha ido longe demais. - Aqui, tome isso. - Eu disse, retirando minha camisa e entregando a ela. - Eu tenho uma reserva em meu carro. - Elly cheirou e delicadamente pegou minha camisa. Seria muito grande para ela, mas era uma alternativa melhor do que o top manchado que ela usava. - Muito obrigada, Luca.


- Ei, por que você não sai daqui e se ajeita? - Eu sugeri suavemente. Elly concordou e me deu um pequeno sorriso antes de caminhar para os banheiros. Eu me virei para olhar para Ashton, não me importava que não estivesse vestindo uma camisa. Eu estava malhando muito ultimamente e sabia que meu corpo parecia bom. A julgar pela forma como os olhos de Ash se fixaram no centro do meu peito, eu poderia dizer que ela tinha notado e me agradou que ela não poderia tirar os olhos de mim, como se não pudesse acreditar no que estava vendo. Ainda assim isso não mudaria a forma como eu estava louco com ela. - Eu espero que você esteja orgulhosa de si mesma, Ashton. É realmente patético que você tenha que humilhar outras pessoas para se sentir melhor. Você é fodida em todos os aspectos, fodida, você sabe disso? Ashton tirou o olhar do meu peito e olhou com raiva nos meus olhos. - Não fale comigo como se você fosse melhor do que eu. - Então, não aja como se sua merda não fedesse. Você não é perfeita, você não está nem perto. Você acha que todo mundo está abaixo de você quando, na verdade, você é a única que não é boa o suficiente. Por que você não pega o seu problema com seu pai e vai ver um terapeuta? Mas pare de humilhar outras pessoas para sentir-se melhor sobre a sua própria vida de merda. As narinas de Ash queimavam e ela abriu a boca para dizer alguma coisa, mas Kance falou em seu lugar. - Isso vindo do cara que era tão desestruturado que após a morte de seu pai sua única maneira de lidar com isso foi vestindo-se como um emo e ferindo-se. - Ela deu um passo para mim e zombou. Atrás dela, Ash ficou pálida e eu sabia que as palavras Kance afetaram a ela também. Não importa o quanto ela tentou me odiar, ela iria adorar sempre o meu pai. Eu esperei que ela falasse, mas ela era uma maldita covarde, tudo o que ela fez foi ficar ali olhando patética. - Só porque eu me visto assim não quer dizer que eu seja um emo e não significa que eu me cortei. Um dos rapazes, Oliver Carson, levantou-se e juntou-se a Kance. Eu sabia que ele era o quarterback do time de futebol e um dos idiotas que me sacanearam um par de anos atrás. - Você é uma aberração da natureza. Ela só está dizendo como você aparenta. Olhei-o, uma veia pulsando em meu pescoço. - Então acho que devo tomá-lo por um atleta burro. Eu sabia que não deveria ter dito isso, mas eu estava tão zangado com eles que as palavras caíram fora da minha boca antes que eu pudesse me parar. Fui idiota em ter dito isso a ele. Ele me jogou na parede, deixando minhas pernas acima do chão empurrando-me várias vezes. Ele só parou porque eu era musculoso e comecei a me preparar para revidar. O que ele sabia sobre mim? O que ele sabia sobre o meu pai? Absolutamente nada. Oliver rosnou e caiu pra frente com os punhos levantados e apontou para me enfrentar, mas ele parou de repente. Olhando em volta, vi que Ashton o agarrou e foi puxando-o de volta. Ele


olhou para ela surpreendido, como se não pudesse acreditar no que ela estava fazendo. - Não me segure, Ashton. Ele me chamou de burro. Eu vou vencê-lo até que ele não possa ficar em linha reta. - Ele não vale à pena. - Disse Ash com os olhos suplicantes. - Você vai ser chutado para fora da equipe se o treinador descobrir que você entrou em uma briga. O corpo de Oliver afrouxou e seus olhos corriam de Ash para mim como se seu cérebro minúsculo estivesse processando suas palavras. Finalmente, ele se afastou de mim e agarrou sua bolsa. Ele me lançou um último olhar antes de cruzar o pátio com seus amigos seguindo atrás dele como zumbis descerebrados. Depois que ele se foi, eu me virei para trás e chamei a atenção de Ash. - Ash, sua mãe ficaria com tanta vergonha de você pelo tratamento que deu à Elly. - Eu disse, satisfeito por ela ter tido a decência de olhar um pouco culpada. - Assim como o meu pai. Sem esperar por uma resposta, afastei-me para a entrada da escola para que eu pudesse pegar minha camisa dentro do carro. Eu não podia acreditar no tipo de pessoa que Ash tinha se tornado. E a coisa que me frustrou mais foi que ela não reconhecia. A Ashton que eu conhecia jamais colocaria alguém para baixo assim. Ela seria a primeira a saltar para defender, mas agora foi ela quem começou. Eu chutei o alambrado que cercava a escola e me inclinei contra ele ignorando os olhares que eu estava recebendo dos outros estudantes. Sem camisa ou não, eu ainda recebia os olhares. Todos eles pensavam que eu era alguém para ser evitado. Velhinhas atravessavam a rua quando me viam passando. Colocar uma camisa não mudaria isso. - Há uma razão pela qual você não tem uma camisa? - Uma voz disse atrás de mim. - Não que eu esteja reclamando nem nada. Eu não precisava me virar para saber que Stacey estava de pé atrás de mim. Eu reconheceria sua voz em qualquer lugar. Nós somos amigos desde o ensino médio e “amigos com benefícios” desde o ano passado. Stacey queria levar nossa relação para o próximo nível, mas eu não estava com o mesmo objetivo. Quer dizer, não havia nada de errado com Stacey. Ela era uma boa menina, com cabelo vermelho escuro, uma figura curvilínea e olhos castanhos. Eu só não quero ficar sério com ela ou comemorar datas e segurar sua mão. Eu gostava dela, mas não estava apaixonado por ela. Nós funcionávamos muito bem do jeito que estávamos. Além disso, desde que Stacey e eu tínhamos começado a ficar, Riley ficou muito estranho. Se ele já tinha algum interesse em Stacey antes disso, nunca demonstrou, mas agora eu podia ver a forma como seu olhar se demorava nela sempre que ela estava perto. Talvez ele tivesse que ver Stacey ficar com outro cara para perceber que gostava dela. Se ele tinha sentimentos por ela, ele teria que ter a coragem necessária para dizer. Dou a Stacey um meio sorriso quando ela se junta a mim.


- Ashton Summers. As sobrancelhas de Stacey se ergueram. - Vocês dois têm se... - Não, nada a ver com isso. - Eu a cortei, tentando ignorar o frio na barriga que senti ao ser associado com Ashton e sexo. - Ela não faz a minha cabeça. - Isso é um alívio, mas ainda não explica porque você não está usando uma camisa. Eu suspirei, passando a mão pelo meu cabelo. - Ela jogou café em Elly, então eu dei a minha camisa a ela. A expressão de Stacey escureceu. - Você está brincando! Ela não pode ser tão horrível assim, pode? - Sim, eu não consigo acreditar. - Oh, eu acredito. Ashton é uma fedelha insuportável. Ela sai agindo por aí como se possuísse o mundo em sua saia curta de líder de torcida. Droga. Ash em sua minúscula saia era algo que eu não podia ignorar. Ela mostrava as pernas longas sabendo muito bem o efeito que tinha na população masculina da escola. Mesmo eu não era imune a ela. - Ela precisa de um bom soco na cabeça. - Stacey estava dizendo. - Eu não posso suportá-la. Talvez eu estivesse mantendo uma imagem da menina que eu conhecia e não queria ver a realidade de quem ela tinha se tornado. Eu estava esperando por ela, esperando que ela mudasse e provasse que todos estavam errados. É por isso que eu estava tão irritado. Porque eu queria que ela fosse alguém que ela claramente não era. Deus, eu era um idiota burro. Não havia esperança para essa menina. - Sim, eu sei. - Eu disse, com um aperto interior. - Eu não posso suportá-la também. Por mais que eu quisesse acreditar em minhas próprias palavras e esquecer Ash, no fundo uma parte de mim sabia que estava mentindo. Ela era insuportável e uma fedelha, mas era impossível esquecer aquele beijo. Por que eu a tinha beijado em primeiro lugar? Eu estava tentando dizer a mim mesmo que era para lhe mostrar e fazê-la se sentir mal sobre si mesma. Mas então porque tinha alguma parte patética em mim que gostou? Eu não deveria desfrutar do beijo de Ashton Summers. Eu não deveria apreciar a forma como seu corpo estava contra o meu. Eu não deveria ficar acordado na cama à noite pensando em ir mais longe com ela. Se eu sabia que não deveria ter estes sentimentos, então por que eles não paravam? O que seria necessário para eu esquecê-la? A única coisa que me restava fazer era me concentrar em seu lado ruim. Eu tinha que me lembrar da maneira como ela tratava as pessoas, até que fosse impresso em meu cérebro. Eu tinha que esquecer aquela menina que tinha sido minha amiga. Eu tinha que esquecer que ela uma vez se


preocupava com as pessoas, se preocupava comigo. Esta era a única maneira de parar de pensar nela. Eu tinha que odiar Ashton Summers.

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apítulo Sete

Ashton - Hey, sexy. - Disse uma voz baixa atrás de mim. Arrepios correram através do meu estômago enquanto eu fechava meu armário e me virava. Oliver estava atrás de mim, um sorriso brincando ao redor de sua boca. Ele deveria ter tido treino no último período porque ele estava vestido com shorts e uma camiseta e havia um brilho de suor ao longo de sua testa fina. De alguma forma, isso elevou o fator de gostosura por dez. Ele parecia bom o suficiente para comer. - Ei, você. - Eu disse, dando-lhe um largo sorriso. Oliver se encostou no conjunto de armários ao meu lado enquanto me estudava em minha roupa de torcida. Minha face estava corada com a atenção dele. Sim, eu sabia que eu estava bem, mas não havia nenhum sentimento no mundo que se comparava a receber atenção especial do cara pelo qual você tinha uma queda. O cara que estava prestes a se tornar meu namorado. - Você está indo para o treino das cheerleaders? - Oliver perguntou. Eu balancei a cabeça. - Sim, meu primeiro treino como capitã. E espero que Elly seja esperta e não apareça. - Ela não precisa entregar a dispensa por escrito para o seu treinador? - É só uma formalidade; - Eu disse dando um passo mais perto. - Todo mundo sabe que a capitã é quem manda. Oliver levantou uma sobrancelha e estendeu a mão para provocar o decote de meu top com um dedo. - É mesmo? - Você duvida de mim? - Meu tom era brincalhão quando eu inclinei minha cabeça para o lado, meus olhos presos nos dele. Oliver casualmente colocou a mão no meu quadril e trouxe seus lábios próximos aos meus. Eu sei que você não vai precisar, mas boa sorte. - Ele apertou seus lábios contra meu rosto antes de se afastar. Decepção me atingiu como uma tonelada de tijolos no beijo inocente. Eu queria muito mais. Eu queria que ele tornasse um pouco mais óbvio que estava afim de mim. Além dos olhares e da paquera, ele nunca tentou fazer um movimento em minha direção. Este tinha sido o momento perfeito e ele não tinha aproveitado.


Eu afastei minha decepção e conseguiu sorrir. - É melhor eu ir. Já estou atrasada. - Eu esperava que ele percebesse a relutância em minha voz para que não achasse que eu estava tentando me livrar dele. Livrar-me de ele era a última coisa que eu queria fazer. - Vejo você, capitã. - Oliver disse com uma piscadela, antes de se virar e sair andando pelo corredor em direção à saída. Quando ele desapareceu, dei um suspiro e fui à direção oposta, em direção ao ginásio. De repente, eu estava muito nervosa sobre enfrentar as meninas (e rapazes), pela primeira vez como capitã. A ex-capitã, Erica, tinha sido muito popular entre a equipe. Ela tinha sido eficiente, trouxe novas ideias para a mesa e parecia se dar bem com todos. Alguns dos nossos melhores aplausos vieram dela. Durante o verão, a equipe havia passado por uma série de rotinas com Erica na liderança. Ela me ajudou a me preparar para animar o jogo e fez a equipe ter certeza de que eu sabia o que fazer. Mas Erica não estava aqui para me guiar mais. Meu estômago estava cheio de nervos, pulando, pulando, afundando de um jeito que estava me fazendo sentir doente. Havia tanto em jogo hoje: toda a minha reputação como capitã e meu futuro como a Sra. Oliver Carson. Ok, talvez não a Sra. Oliver Carson, mas ainda assim, isso pode acontecer um dia. Houve um silêncio estranho quando entrei no ginásio. Nenhuma voz animada me cumprimentou, o que era estranho, considerando que toda a equipe estava lá, incluindo a treinadora Morgan. Meus olhos se estreitaram quando avistei alguém. Elly. Obviamente, a menina não poderia ter faltado. Ela ainda estava usando a camisa de Luca, o que, por alguma razão, me incomodou. Meus olhos se estreitaram enquanto eu me dirigia para o grupo e peguei o olhar de Kance. Eu lhe atirei um sorriso que ela não retribuiu. O que houve com ela? Encolhendo-me, voltei minha atenção para a treinadora Morgan, ignorando Elly que estava de pé ao lado dela. Eu tentava parecer animada, apesar do profundo vazio em meu estômago. Algo estava errado. Muito, muito errado. - Estamos prontos para começar, treinadora? - Eu perguntei brilhantemente. A treinadora me encarou com um olhar severo. - Não é bem assim. Eu gostaria de falar com você primeiro. - Ela fez sinal para Kance se juntar a ela. Aproximei-me de Kance e baixei a minha voz. - O que está acontecendo? Você está brava comigo ou algo assim? - Como eu poderia ficar com raiva de você, Ashton? Você é muito perfeita. - Suas palavras inesperadas enviaram um choque pelo meu corpo. Meu coração estava batendo tão alto que não havia ninguém que não pudesse ouvi-lo. Todos os olhos estavam em mim e, por uma vez, eu queria que a atenção estivesse em outra pessoa. Havia algo seriamente errado. Tinha de ser isso. A treinadora nunca olhou para mim desse jeito, como se ela estivesse desapontada comigo e Kance nunca me tratou do jeito que ela tinha feito momentos atrás.


- Ashton levo relatos de bullying muito a sério. - A treinadora começou. - Sim, treinadora? - Eu disse com o cuidado de não fazer contato visual com Elly e a camisa de Luca. Eu realmente não conseguia entender o que isso tinha a ver comigo. - Chegou ao meu conhecimento que um incidente ocorreu esta manhã que envolve você. Corri um olhar a Kance, mas ela estava olhando incisivamente para a treinadora com um sorriso no rosto. Meu estômago afundou. - Hum, eu não sei a qual incidente você está se referindo. A treinadora cruzou os braços, impaciente. - Elly está dizendo que você derramou café nela, zombou dela sobre seu peso e disse que ela não poderia estar na equipe. - Essa é uma acusação ridícula! - No fundo, eu sabia que não era ridículo e que eu era uma pessoa horrível por fazer isso à Elly. Mas eu não poderia não só ter uma pessoa acima do peso se juntando a minha equipe, eu não poderia tê-la competindo pelo afeto de Oliver e eu definitivamente não poderia vê-la falando com Luca. A treinadora franziu a testa para mim. - Kance está apoiando Elly nesta situação. Ela é quem trouxe este incidente de bullying a nossa atenção. Ela se sentiu horrível sobre a maneira que você havia tratado Elly e queria que eu soubesse. Eu não vejo por que sua amiga iria mentir sobre algo tão sério. Eu não precisava me virar para reparar na expressão satisfeita na cara de Kance. Eu praticamente podia sentir a aura de presunção irradiando nela. Ela armou para mim. Ela colocou a ideia na minha cabeça para me fazer não gostar de Elly. Ela queria que eu fizesse algo contra Elly para que ela pudesse me colocar em problemas. O que eu não conseguia entender era porque ela faria isso comigo. - Você nega, Ashton? - A treinadora Morgan perguntou quando eu não respondi. - Não, isso aconteceu. - Eu disse em uma voz baixa. - Eu debochei do ganho de peso e disse a ela que não queria que ela estivesse na equipe. O rosto da treinadora caiu e ela respirou fundo. - O que você fez para Elly não mostra o espírito de equipe, Ashton. Nós temos que apoiar uns aos outros como uma família, caso contrário, as rachaduras vão rasgar o nosso esquadrão à distância. É tão decepcionante dizer isso, porque eu pensei que você teria sido uma capitã maravilhosa, mas eu não posso ter esse tipo de comportamento na equipe. Eu não posso deixar você ser a capitã. Eu balancei a cabeça em descrença. - Não, por favor, você não tem ideia de como eu quero muito isso, quanto eu tenho treinado para isso. Puna-me de qualquer outra forma, mas não tire isso de mim. A treinadora definiu sua boca em uma linha firme. - Ashton, me desculpe, mas o seu comportamento é imperdoável. Você não pode sabotar e intimidar alguém da sua equipe e esperar que a gente releve. Vou ligar para seus pais para que eles saibam o que aconteceu e para que a escola possa tomar medidas disciplinares contra você.


Lágrimas saltaram aos meus olhos e levou toda a minha força de vontade para não chorar na frente de todos. Tive que fazer uma pergunta que queimava em minha cabeça. - Quem vai ser a capitã agora? Amanhã teremos o evento e eu sou a única quem conhece a nova rotina de trás para frente. - Não exatamente. - A treinadora disse esfregando seu braço. - Kance conhece a rotina muito bem. Ela é uma líder de torcida excelente e sua compaixão para com Elly realmente brilhou hoje. Além disso, sua outra punição será a detenção que será executada durante o evento amanhã. - Você tem que estar brincando comigo. - Eu tentei manter a calma, mas por dentro meu coração estava batendo muito rápido. Kance era uma líder de torcida incrível e provavelmente a minha maior concorrente, mas ela nunca demonstrou qualquer interesse em tornar-se capitã. A menos que isso fosse algo que ela sempre quis e eu tinha ficado em seu caminho. De repente, tudo fez sentido para mim. Eu ganhei a posição e esta era a sua maneira de se vingar de mim. Kance olhou autoconfiante quando ela começou a puxar o cabelo para trás em um rabo de cavalo alto. - Por quê? Isso é um problema para você? Seu tom de voz me surpreendeu e meu rosto aqueceu quando eu observei outras meninas nos observando com curiosidade. - Não, isso não é um problema. Imaginei que você teria me dito se você quisesse ser capitã. Isso é o que amigos fazem, certo? - Olhei para a fragilidade na minha voz. Eu odiava admitir, mas às vezes Kance me intimidava. Esta foi uma das vezes. - Sim, nós somos amigas, não somos? - Ela disse com um sorriso de escárnio. O desprezo em sua voz era evidente. Ela não se importou que eu fosse sua amiga. Isso era algo que ela queria e isso era o suficiente para me trair. - Vamos lá, vamos lá e entrarei em contato com seus pais, Ashton. - Eu não me dei ao trabalho de corrigi-la pois eu só tinha um. Não parecia importante no momento. Colocando a mão no meu ombro, a treinadora levou-me para fora do ginásio e longe de minhas esperanças e sonhos. Meus olhos ardiam enquanto as lágrimas apertavam a minha garganta. Em algum lugar atrás de mim, eu sabia que Kance estava se regozijando em sua vitória, mas eu não me esqueceria facilmente. *** Mamãe parou na entrada e nós ficamos sentadas um pouco mais em silêncio. A volta para casa tinha sido dolorosa. Normalmente mamãe era faladora e alegre, mas hoje ela não tinha nada para me dizer. Eu sabia que ela estava desapontada comigo, mas não havia nada que eu pudesse fazer para mudar o que tinha acontecido. Eu não poderia reverter o que eu tinha feito para Elly, não importa o quão duro eu desejasse. Mamãe saiu primeiro do carro e abriu a porta de trás, para que ela desatasse Blaze de seu assento. Eu saí do carro e fiquei sem jeito, parada no gramado da frente, observando quando ela pegou Blaze e se dirigiu para a porta da frente. Blaze franziu a testa para mim de cima do ombro da mamãe. - Ashy, porque você triste?


- Eu não estou, bebê urso. Eu estou cansada. - Eu tentei soar convincente, mas acho que não consegui. Eu estava prestes a seguir para a varanda com mamãe, mas ela me parou. - Não, você espera aqui. Eu vou colocar Blaze para dentro e eu vou voltar. Nós precisamos conversar. Ela abriu a porta e entrou, deixando-me fora como um cachorro pulguento. Dei um suspiro e fui para o carro para descansar contra ele. Eu estava com problemas enormes se ela não queria dizer nada na frente de Blaze. Eu nunca tinha visto mamãe assim antes. Eu sempre fui a filha de ouro, mas agora eu me senti como uma impostora. Mamãe provavelmente me viu como uma pessoa horrível e isso não era algo que eu queria. As palavras de Luca mais cedo estavam me assombrando também. Se o seu pai ainda estivesse vivo, ele realmente se envergonharia de mim? Quando ela chegou ao escritório da treinadora, ela olhou preocupada, como se ela tivesse pensado que algo de ruim tinha acontecido comigo. Eu meio que gostaria que tivesse. Era melhor do que a decepção que eu tinha visto em seus olhos quando a treinadora lhe disse o que eu tinha feito. Ela permaneceu em silêncio durante toda a conversa, apenas balançando a cabeça quando a treinadora distribuiu o meu castigo. Não iria mais ser líder de torcida ou capitã. E detenção por uma semana inteira. A vida era tão injusta. A porta se abriu e mamãe saiu solene a minha procura. Ela se sentou no degrau da frente e deu um tapinha no lugar ao lado dela. Uma vez que eu estava sentada abaixo, ela respirou fundo e olhou-me nos olhos. - Você quer me dizer o que aconteceu hoje? Eu enterrei minha cabeça em minhas mãos. - A treinadora já disse o que aconteceu. - Sim, mas eu quero ouvir de você. - Seu tom estava comandando e eu sabia que tinha que ser honesta com ela. Talvez ela estivesse esperando que eu dissesse algo diferente e que a técnica tivesse sido enganada de alguma forma. Bem, se fosse esse o caso, então, ela estava prestes a ficar dolorosamente desapontada. Eu exalei. - Eu debochei de Elly por ganhar peso durante o verão e então eu derramei o café de Bennett sobre ela. Mamãe suspirou. - Ah, Ash, o que passou por sua cabeça para fazer algo assim? Mamãe sabia como me fazer sentir mal. E acredite em mim, me senti mal. - Kance me disse que Elly gostava de Oliver e eu não queria que ela... bem, desse em cima dele. De qualquer maneira não importa, não é como se eu tivesse uma oportunidade com ele. - Eu olhei para cima, tentando não chorar pela segunda vez nesse dia. - E ela estava falando com Luca. Temos de manter um certo “tipo de imagem” e não é bom para uma líder de torcida se associar a alguém como ele.


Um vinco apareceu entre as sobrancelhas da mamãe. - Isso não é uma razão para atormentar a pobre moça. Só porque ela gosta de alguém que você gosta e apenas porque ela trata Luca como um ser humano, não dá a você o direito de tirar sarro dela. Levantei-me rapidamente, não querendo uma palestra de minha própria mãe. - Tudo bem, mamãe, eu entendo. Você não tem que fazer disso uma tempestade em um copo d’água. Mãe se levantou também, com as mãos firmemente plantadas nos quadris. - Isto é um grande problema, Ashy. Eu me sinto como se não te conhecesse mais. O que aconteceu com a minha menina doce? Onde ela foi? Ela nunca faria algo assim a outra pessoa. - Bem, eu fiz, ok? Eu cometi um erro e você vai arrancar minha cabeça. Por que você não pode simplesmente acabar com ela já? - Enfrentei ela, absolutamente furiosa. - Eu já tive um dia terrível e eu não preciso disso. Eu queria que a minha mãe me abraçasse e me dissesse que tudo ia ficar bem e não que olhasse para mim como se eu fosse uma estranha. - Ashton Blake Summers, eu não posso começar a expressar quão desapontada e chateada estou com você. Eu posso entender que você deve estar devastada com a perda de sua posição na equipe como capitã. Isso deve ser castigo suficiente, mas eu nunca mais quero que você faça o que fez com que a pobre menina, nunca mais. - Mamãe fez uma pausa e me estudou com uma expressão triste no rosto. - Você está de castigo por uma semana inteira. Você não pode usar a internet a menos que seja para trabalhos de casa, você não pode sair depois escola e você definitivamente não pode sair no fim de semana. - Mãe, você está brincando comigo? Isso não é justo! - É perfeitamente justo. Depois de ter seu castigo, você pode ganhar seus privilégios de volta. - Tendo dito isso, ela se virou e caminhou para dentro. Eu estava com tanta raiva nesse ponto que não me importei com o que saísse da minha boca em seguida. - Isto é tudo culpa sua se você não sabe! Mãe parou e olhou para mim em confusão. - Minha culpa? Como pode ser minha culpa, Ashton? Eu não lhe disse para intimidar ninguém. - Por causa de você, as pessoas estão sempre falando de nós. Sobre como você se esfregou com um adolescente e como você teve um casamento fracassado! Eu só queria me encaixar, mamãe! Eu quero que as pessoas me vejam por mim, não como alguma criança perdedora e bastarda! A boca da mamãe caiu. - Ashton, querida, você não precisa colocar outras pessoas para baixo para você parecer melhor. Deixe as outras pessoas falarem. Palavras não vão te machucar. - Isso é um conselho estúpido, mãe! É claro que as palavras me machucam! Elas iriam ferir você também se você não estivesse presa dentro de casa todo o dia colada ao seu computador! A razão pela qual você fica em casa e cria seus mundos imaginários e personagens é porque você não quer ir lá fora, no mundo real, e ver no rosto das pessoas o que estão dizendo sobre você! Você está me dando um sermão quando você não consegue nem lidar com seus próprios problemas! - Isso não é verdade! - Mamãe disse, levantando a voz.


- Sim, é! - Eu continuei, implacável. - Você falhou na vida. Você teve um casamento fracassado com Bryan e você falhou quando me teve aos 18! Eu não quero ser como você. - Já chega! - Mamãe gritou, respirando pesadamente. - Você não tem ideia do que você está falando! Eu não falhei na vida. A melhor coisa sobre minha vida é você, Ashton. O dia em que nasceu foi o dia em que eu ganhei. - A expressão da minha mãe estava aflita quando ela se virou e entrou. Em 17 anos, ela nunca havia levantado sua voz para mim. Eu merecia, embora. Eu disse coisas horríveis a ela, coisas que eu não tinha o direito de dizer. Eu era uma pessoa mesquinha, patética e agora minha mãe odiava a mim também. E eu merecia. Caindo para trás no degrau, eu inspirava em respirações profundas, mas não conseguia segurar as lágrimas. Meu corpo inteiro torturado com soluços. Eu tinha arruinado minhas chances de ser a garota mais popular da escola. Eu nunca namoraria Oliver Carson. Eu tinha perdido meu melhor amigo. A única coisa que me cortava mais profundo era o modo como minha mãe tinha olhado pra mim antes que ela entrasse. O olhar em seu rosto fez minha dor aumentar no peito. Mamãe tinha perdido todo o respeito por mim e eu não sabia se ela iria conseguir recuperar.

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apítulo Oito

Luca Eu estava quase na casa de Riley e tinha apenas dobrado a esquina na minha rua quando vi Ashton e sua mãe saírem de seu carro. Tanto como eu gostava de sua mãe, eu não queria passar por Ash depois do que ela fez hoje. Essa menina me deu uma enxaqueca. Se eu estivesse dirigindo, poderia ter apenas seguido para minha garagem e entrado, mas a casa de Riley era apenas duas quadras e parecia inútil dirigir até lá quando era apenas mais fácil ir andando. Eu abrandei, brincando com a palheta da guitarra no meu bolso. Era da primeira guitarra que eu tinha usado. Meu pai tinha comprado para mim e eu sempre a mantive comigo para dar sorte. Parecia meio bobo, mas isso me fazia sentir como se uma parte dele ainda estivesse comigo. Parei do lado de fora, duas casas abaixo da minha, tentando descobrir se Ash e sua mãe tinham entrado ou não. Não havia nenhum sinal delas. Eu me escondi atrás do canteiro de hortênsias quando vi a mãe de Ash voltar para fora novamente. Ash se afastou do carro e desapareceu de vista. Como eu não podia ver sua mãe também, assumi que elas estavam sentadas em frente a sua casa. Droga! Eu tinha quase deixado elas me verem! Eu tinha que ter mais cuidado. Agora era provavelmente o melhor momento para entrar. Meu muro e seu carro me protegiam de seu campo de visão. Eu parei no meu gramado. Vozes estavam vindo da casa ao lado e eu percebi que Ash e sua mãe estavam brigando. Curioso, eu me aproximei da cerca que divide minha casa da casa de


Ash e vi Ash e sua mãe se levantarem. Rapidamente, abaixei-me antes que elas pudessem me ver. Suas vozes eram mais altas agora e finalmente pude ouvir o que estavam dizendo. - ... enfrentar o que as pessoas estão dizendo sobre você! Você está me dando um sermão enquanto não pode sequer lidar com seus próprios problemas! - Whoa. Ash estava sendo muito rude com sua mãe. Eu nunca ousaria falar com mamãe assim. - Já chega! - a Sra. Summers gritou. - Você não tem ideia do que está falando! Eu não falhei na vida. A melhor coisa sobre a minha vida é você, Ashton. O dia em que nasceu foi o dia em que eu ganhei. Uau. Essa foi uma coisa pesada. Eu me pergunto o que Ash tinha dito para ter essa reação de sua mãe. Um segundo depois, a porta da frente se fechou. Eu não tinha certeza se tinham ido para dentro até que ouvi um choro alto que perfurou meu interior. Era Ashton. Eu não a tinha ouvido chorar assim desde que meu pai havia falecido. Ouvindo aqueles soluços de cortar o coração lembrei-me da menina da qual tinha sido minha melhor amiga. O momento em que seus avós tinham morrido e ela chorava assim, eu envolvi meus braços em torno dela e ela deixou todas aquelas lágrimas saírem. Eu não tinha como deixá-la ir até ela chorar sua última gota. Uma vez que eu tinha certeza de que a mãe de Ash não ia voltar, levantei-me com a intenção de ir para dentro. Quer dizer, o que poderia ser mais constrangedor do que ser pego ouvindo a briga de alguém? Mas por alguma razão, eu não poderia ir para casa. Fiquei imóvel, ouvindo os soluços de Ash, e tomei uma decisão em uma fração de segundo. Respirando fundo, pulei a cerca e caí no quintal da casa dos Summers. Merda. O que eu estava fazendo? Eu não sabia o que dizer para ela. Nem mesmo sabia porque estava fazendo isso depois do modo como Ash havia tratado Elly hoje. Eu estava completamente confuso. Estava determinado a odiar Ashton e esquecê-la, mas continuei deixando-me ser sugado de volta para sua vida. Como eu pisei em algumas folhas secas, o som alertou Ash da minha presença e a vi apressadamente enxugar suas lágrimas. Quando ela me viu, seu rosto caiu e ela olhou para o chão. - Oh, é você. - Sua voz era rouca de tanto chorar e eu não podia deixar de sentir pena dela. - O que você quer? - Ouvi dizer que você e sua mãe brigaram. Só queria ter certeza de que estava tudo bem. - Eu cavei meu pé no concreto de sua calçada, sentindo-me totalmente fora de lugar. Ashton fungou e olhou para mim com seu olhar azul bebê. - Por que você se importa? Estou sempre agindo como uma cadela com você. - Você não está errada quanto a isso. - Eu sorri, inclinando-me contra o seu carro enquanto tentava não olhar para ela. Mesmo quando ela tinha rímel escorrendo pelo seu rosto, ela ainda era linda.


Ash se levantou e me deu um olhar. - E agora você sabe porque eu sou uma puta para você. Você ama tirar sarro de mim. Isso só me fez olhar para ela com mais força. Eu não queria parecer como um canalha, mas era difícil ignorar quão sexy ela era. Dando um passo mais perto dela, eu tive uma visão de toda a sua figura. O uniforme de cheerleader fez maravilhas para seu corpo. Era uma pena que ela não iria usá-lo mais... com suas longas pernas de fora. Sua parte superior cortada em torno do meio para mostrar seu estômago plano. Ela era a fantasia de cada sujeito. Eu fiz o meu melhor para responder ao que ela disse, mesmo que eu estivesse em um estado em que era quase impossível. - Eu só tiro sarro de você porque é muito fácil. Ash franziu o cenho e levantou a mão para dar um tapa no meu braço, mas eu agarrei-a antes. E a puxei para mim, divertindo-me com seu temperamento quente. Ela sempre tentou agir toda metida e apropriada, mas no fundo ela ainda estava mal-humorada e de cabeça quente. Do jeito que eu gostava dela. Do jeito que eu me lembrava dela. Ela me olhou debaixo do cobertor de seus cílios espessos, suas bochechas ficando cor de rosa. - Você vai me beijar de novo? Eu mergulhei minha cabeça para baixo e os nossos narizes quase se tocaram. - Se você quiser... Ela mordeu o lábio e olhou para minha boca. Maldição, ela estava fazendo isso difícil para mim. Para tentar odiá-la, eu tinha que primeiro parar de pensar sobre o desejo de beijá-la. Beijá-la e fazer um inferno de desejar muitas vezes mais. - Você só me beijou porque quis me humilhar. - Não é por isso que te beijei. - Você disse. - Eu menti. - Eu admiti com uma careta. - Eu te beijei porque você me lembrou da maneira como costumava ser antes de se transformar em uma cadela. - Puxa, obrigada. - Disse Ash, lançando seu cabelo sobre o ombro. Depois ela inclinou a cabeça para o lado como se minha palavra realmente tivesse afundado dentro dela. - O que você quer dizer? O que fiz para você se lembrar de como eu costumava ser? Um sorriso penetrou no meu rosto. - Arrombar e invadir é algo que a Princesa Ash faria ou algo que a velha Ash faria? Você me fez lembrar de quando éramos crianças. Não se importando, quebrando regras, sendo estúpida. É por isso que eu te beijei. - Eu não acho que sou muito diferente de quando éramos mais jovens. - Se você realmente acredita nisso, você está iludida. - Eu declarei.


Ash me deu um olhar sujo e deu um passo para trás. - Se essa é a sua maneira de me fazer sentir melhor, então você estragou tudo. - Você não está mais chorando, está? Ela cruzou os braços sobre o peito, não parecendo satisfeita. - Esse é não é o ponto. Você não tem ideia de como falar com uma garota. Dei de ombros e enfiei as mãos nos bolsos. - Eu sou um roqueiro, bebê. Eu faço o que eu quiser. - Não, você é um incômodo público e você tem problemas de controle de ruído. Eu sorri para o fogo em seus olhos. Ela era tão bonitinha quando ficava assim toda esquentada. - Você diz tuh-mah-toe, eu digo tuh-may-toe. - Ugh! - Ela gritou e realmente bateu o pé. - Você é tão frustrante! Ash pegou sua bolsa do chão e me deu outro olhar antes de abrir a porta da frente e entrar. Eu ri quando voltei para minha casa, pensando em nosso encontro. Mesmo que ela tivesse dito que me achou frustrante, eu sabia que uma parte dela estava fascinada comigo, assim como eu estava com ela. Ela poderia odiar admitir isso, mas uma parte dela gostava de mim. Gostava muito de mim. A forma como ela olhou para os meus lábios tinha deixando tão óbvio que ela ainda estava pensando sobre o nosso beijo. Pelo menos minha provocação a fez esquecer seus problemas, mesmo que por um momento.

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apítulo Nove

Ashton Droga de Luca Byron! Quem ele acha que era para fazer eu me sentir daquela forma? Quer dizer, claro que tinha chegado a minha mente o dia horrível que eu tive, mas ele estava fumando algo sério se achava que eu iria beijá-lo novamente. Claro, eu pensei sobre isso, mas eu nunca iria beijar a aberração da escola novamente. Eu ainda tinha a minha dignidade. Só porque eu não era mais a capitã da torcida não quer dizer que eu não poderia namorar Oliver. Ficou claro que ele estava afim de mim, então tudo que eu tinha a fazer era trabalhar a minha magia nele. Eu ainda poderia ser a menina mais popular da escola se eu jogasse minhas cartas.


Houve uma batida na minha porta e eu me sentei na minha cama. - Entre. A porta se abriu um pouco e a cabeça de Blaze apareceu. - Ashy, mamãe diz que o jantar estará pronto em breve. - Tudo bem, garoto, diga a mamãe que estarei lá em alguns minutos. Blaze hesitou na porta, suas feições angelicais desamparadas. - Você e mamãe estão com raiva? - O quê? Por que você diz isso, querido? - Eu me levantei e caminhei para onde meu irmão estava. - Você e mamãe estavam gritando antes. - Disse ele com o lábio inferior trêmulo. - Ei, está tudo bem. - Eu disse me ajoelhando e sorrindo suavemente. - Mamãe e eu estávamos falando sobre algo importante. Nós ainda amamos uma a outra e nós definitivamente amamos você, querido. Não há nada com que se preocupar, ok? Blaze assentiu e eu o beijei na bochecha. - Diga à mamãe que estarei lá logo. Eu te amo, bebê urso. - Te amo. - Blaze murmurou e depois me deixou sozinha. Ouvi seus passos descendo as escadas e finalmente desaparecerem. Suspirando, levantei-me e caminhei de volta para minha cama. Fazer Blaze se envolver nisso não tinha sido minha intenção. Eu sabia em primeira mão o que era ser criança e ter que ouvir brigas em família. Você se sentia tão desamparado e sozinho, como se fosse a menor criatura no mundo. Eu não quero isso para Blaze. Mamãe e Bryan brigavam frequentemente quando eles estavam casados. Quando os dois começavam a gritar, eu rastejava debaixo da minha cama e tapava os ouvidos. Às vezes eu ouvia coisas sendo jogadas ao redor. E na manhã seguinte quando descia eu achava que encontraria um vaso quebrado ou uma rachadura na parede. Eu odiava viver naquele inferno e quando Bryan finalmente saiu, mamãe me prometeu que nunca iria passar por isso de novo. É por isso que Mamãe nunca gritou comigo. Não até hoje. Não até que eu tivesse empurrado ela até o ponto de ruptura. Eu nunca quis colocar Blaze em uma situação em que ele se sentisse desamparado. Era o mínimo que eu podia fazer para não deixá-lo passar por algo que eu já tinha experimentado. Algo que iria ficar comigo para sempre e deixava um gosto amargo na minha boca quando eu pensava sobre isso. Meu quarto foi subitamente banhado de luz e, surpresa, olhei em volta para ver de onde vinha. Minha busca me levou à janela do meu quarto e além dela. O que diabos? A luz no antigo quarto de Luca estava acesa. Eu vi com assombro quando Luca entrou na sala com uma enorme caixa e colocou-a no chão. Uma caixa? O que ele estava fazendo com uma caixa? Felizmente, ele foi apenas deixar umas coisas das quais não precisava e não voltar a dormir lá. Quero dizer, ele não poderia voltar a dormir lá, não é?


Como se pudesse sentir ser observado, ele olhou para minha janela. Eu me abaixei rapidamente, esperando que ele não tivesse me visto. Um minuto inteiro passou antes de me atrever a espreitar pela janela novamente. Meu coração bateu acelerado quando vi que Luca estava exatamente no mesmo local olhando diretamente para mim. Droga! Ele tinha me visto. Agora eu me sentia como uma perseguidora. Com dignidade, tanto quanto eu poderia reunir, levantei-me e joguei o meu cabelo por cima do meu ombro. Luca Byron não ia me intimidar. Eu olhei de volta para ele e vi que tinha desaparecido e que a luz estava apagada. Bom. Ele tinha entendido a dica. Quando eu estava prestes a me virar, dois flashes de luz me chamaram a atenção. Olhando pela janela, vi que ele estava de volta. O flash tinha vindo de uma lanterna e ele tinha um pedaço de papel pressionado contra a janela. Ele se virou para a lanterna e iluminou o papel. EI, VIZINHA! Atirando-lhe um olhar altivo, saí do meu quarto. Se ele pensava que seríamos amiguinhos de novo, estava muito enganado. Não importava se ele estava se mudando para o quarto em frente à janela do meu, meu coração dava pequenos saltos, sempre que eu pensava sobre o beijo estúpido. Eu não me importava que as lembranças de nossa infância tivessem vindo à tona quando ele apertou a nota contra a janela. Eu não tive nada a ver com Luca durante os últimos sete anos e eu tinha a intenção de manter as coisas dessa maneira. *** Na manhã seguinte, eu estava do lado da calçada esperando Kance me pegar. Depois de dez minutos, finalmente me ocorreu que Kance não iria me pegar hoje. Ela não iria me pegar nunca mais. Eu tentei ligar para ela na noite passada, mas ela não havia respondido o celular ou às minhas mensagens. Eu achei que valeria à pena tentar para ver se podíamos resolver as coisas, mesmo que eu estivesse furiosa e com raiva dela. Obviamente, ela não se importava em me atender ou tentar resolver tudo. Se é assim que ela queria jogar, eu poderia jogar também. Olhando para o relógio, percebi que havia apenas dez minutos para a aula começar. Mamãe, cuja atitude tinha sido compreensivamente fria comigo nesta manhã, tinha levado Blaze com ela para comprar mantimentos. Pedir a ela não era uma opção e eu já tinha perdido o ônibus escolar. Eu levaria mais de 10 minutos para chegar à escola se eu caminhasse. Eu já estava em tantos problemas e não tinha necessidade de entrar em mais nenhum.


Um motor começou a roncar e eu olhei ao redor para ver Luca tirando seu carro fora da garagem. Ótimo, o que eu precisava logo na parte da manhã. Eu intencionalmente olhei para o outro lado, esperando que Luca não fosse me ver. Por favor, não me note. Por favor, não me note. - Ei, princesa! - Luca chamou. Ótimo. Meus poderes telepáticos de persuasão necessitariam de mais trabalho. Voltei-me para o carro para descobrir que ele havia aberto a janela do lado do passageiro e estava me observando com diversão, como se seu aniversário tivesse chegado mais cedo. Eu franzi os lábios. - O que você quer? Luca se inclinou e abriu a porta do lado do passageiro. - Parece que você precisa de uma carona. Era óbvio que eu precisava, mas não havia jeito de eu entrar no carro de Luca. Eu preferia usar sapatos da última temporada a entrar em seu carro. Se eu pretendia reconstruir minha reputação, então teria que ficar nos meus padrões, o que significava ficar longe de Luca. - Você está brincando, certo? Eu jamais aceitaria uma carona sua. Meu tom era arrogante, mas eu não me importava. Ele precisava entender a dica e ficar longe de mim. - Ah, vamos lá, eu não mordo. - Disse Luca. - Se você realmente não quer ser vista comigo, então eu posso deixá-la na esquina da escola. O que acha? Mordendo os lábios, eu pesava minhas opções. Se não aceitasse, eu poderia chegar tarde e ter mais problemas com minha mãe, ou eu poderia simplesmente ignorá-lo e aceitar sua oferta. Olhei para o carro, apreensão se construindo dentro de mim. Tive que tomar algumas respirações profundas para aliviar a ansiedade antes de tomar minha decisão. Com um suspiro entrei no carro e fechei a porta. Luca chegou mais perto e seu braço roçou no meu. Por um momento, parei a respiração. Ele estava tão perto e cheirava tão bem, coisa que eu não eu esperava dele. Havia um cheiro fresco e limpo sobre ele e eu inalei profundamente, desfrutando de sua proximidade. Ele definitivamente não cheirava como uma pessoa infestada de ratos de esgoto. Luca pousou seus brilhantes olhos verdes nos meus e eu notei que eles não foram circulados com delineador preto hoje. Ele colocou meu cinto de segurança e se acomodou em seu banco, satisfeito consigo mesmo. Minha respiração voltou ao normal e eu queria me chutar por ficar tão afetada por ele. Eu realmente tinha que me manter sob controle. Luca me dá repulsa. Eu não estava atraída por ele nem um pouco.


Havia uma pergunta que estava me incomodando, uma questão sobre a qual fiquei na cama deitada, acordada, pensando a noite toda. - Você está se mudando de volta para seu antigo quarto? Eu temia a resposta. Luca olhou pra mim e me deu um sorriso que provavelmente faria Stacey Parker sentir fraqueza nos joelhos. Não funcionaria em mim porém. - Você reparou, hein? Você estava me espionando, Ashy? Ficou acordada a noite toda pensando em mim? Eu defini a minha boca em uma linha firme, sem intenção de demonstrar quão certo ele estava. Não me passou despercebido quando me chamou pelo apelido que ele tinha inventado para mim quando éramos crianças. Minha mãe e meu irmão me chamavam assim o tempo todo, mas era diferente vindo de Luca. Quando ele disse isso, significava muito mais. - Eu não estava espionando você. Eu tenho coisas melhores a fazer do que ver você. Quando ele não fez réplica de volta com um comentário espertinho, eu continuei. - Então, por que você está se mudando para seu antigo quarto? - Você está realmente obcecada por mim, não é? - Eu não estou obcecada por você, eu fiz uma pergunta simples. Se você não quer responder, então eu realmente não poderia me importar menos. - Eu me senti ultrajada que ele pensasse isso. - É claro que você se importa. - Seu tom presunçoso só me deixou mais irritada ainda. Ele me deu aquele sorriso estúpido de novo e eu lutei contra a tentação de socá-lo na cara. - A vista de lá é melhor. Sua resposta simples me fez sentir tudo dentro oscilar, o que era estúpido, porque eu não poderia estar com menos vontade de estar perto dele. - Não para mim. Resmunguei. - Ai, isso dói. - Rindo, ele descansou o braço no peitoril da janela. - Então, onde está Kance? Ela te pega todas as manhãs, não é? - Oh, hum, ela tinha algumas coisas a fazer. - Meu rosto corou da mentira e eu poderia dizer que Luca tinha notado. Ele me conhecia muito bem e sabia que eu não estava sendo honesta. - Então por que você estava de pé na frente de casa há 10 minutos à espera dela? - Ele falou em um tom tão casual que eu me senti como uma idiota completa por mentir. É claro que ele sabia que algo estava acontecendo. Qualquer pessoa com um cérebro poderia dizer que havia algo errado. Suspirei e olhei pela janela para as casas caras pelas quais passávamos. Quanto mais perto chegávamos da escola, melhor as casas eram. - Eu realmente não quero falar sobre isso. - Tudo bem, princesa, o que você quiser. - Alguns momentos se passaram antes de Luca falar de novo. - Como é que você não dirige? - Hein? - Eu me virei para olhar para ele, surpresa com a pergunta.


- Eu nunca vi você dirigir antes. - Luca repetiu, olhando para mim com o canto do olho. Eu só queria saber porque você não tem sua licença. A dor passou por mim e eu me senti como se estivesse sendo sufocada. Isto era algo sobre o qual eu não queria ouvir ou falar. Minha respiração tornou-se irregular, enquanto as lágrimas pinicavam meus olhos. Por que Luca tem que me perguntar isso de todas as coisas que ele poderia questionar? Por que ele tem que ser o único a perguntar isso? Estava se tornando mais difícil respirar e eu soltei um som sufocante que chamou a atenção de Luca. - Whoa, Ash, o que diabos está acontecendo? - O carro desviou quando Luca parou e rapidamente soltou o cinto de segurança. - Ash, acalme-se! Você está tendo um ataque de pânico! Tentei fazer o que ele disse, mas eu não podia me controlar. Na minha cabeça, freios gritavam e pneus derrapavam. Imagens de sangue e um corpo sem vida brilharam em minha mente. Lágrimas quentes rolaram pelo meu rosto e eu não conseguia pará-las, eu não sabia como. Isso não tinha acontecido comigo nos últimos anos. Hoje isso aconteceu por causa de Luca, porque ele tinha sido o único a perguntar. Senti apenas escuridão, como se meu corpo estivesse fechando. Minha cabeça estava ficando tonta quando tentei obter golpes profundos de ar. Mas não tive sucesso, eu não poderia abrandar o sentimento. Meu peito estava apertado e doendo. Eu estava me perdendo. Mãos firmes me agarraram pelos ombros. - Respire, Ashy, apenas respire. Eu encontrei os olhos verdes e, usando-os como uma âncora para me segurar, senti minha respiração abrandar. Havia algo neles que me fizeram relaxar. Agarrei-me neles para que eu conseguisse voltar. Eu me concentrei em cada respiração. Dentro. Fora. Dentro. Fora. Até que finalmente me senti mais calma. Luca exalou, mostrando alívio em seu rosto, quando ele caiu para trás em seu assento. - Ash, o que diabos está acontecendo com você? O que eu disse para fazer você reagir assim? - Eu não quero falar sobre isso. Apenas me leve para a escola. - Eu disse, enxugando minhas lágrimas. - Ash. - A preocupação em sua voz estava me matando. Eu queria muito ficar longe dele, para esquecer que isso aconteceu. - Fale comigo. - Não tenho nada pra dizer a você! Leve-me para a escola agora! Luca xingou e correu o resto do caminho para a escola. Eu estava muito sobrecarregada para dizer-lhe para ir devagar. Eu só queria ir para a escola e perder-me no meio da multidão. Por uma vez, eu só queria desaparecer. Quando estávamos na esquina da escola, Luca pisou nos freios. Ele se virou para olhar para mim e eu poderia dizer que ele queria dizer algo. Apesar da animosidade que tínhamos um com o outro, eu poderia dizer que ele ainda gostava de mim. Isso é o que me machucava mais. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, eu abri a porta e saltei para fora. - Isso nunca aconteceu.


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apítulo Dez

Luca Todos os dias eu pensava em Ashton. Ela estava me deixando louco. Primeiro, ela agiu como uma esnobe total. Depois, estávamos compartilhando um momento onde eu queria morder a cabeça dela. E agora, depois de seu ataque de pânico no carro, eu não conseguia entendê-la. Eu estava quebrando a cabeça durante todo o dia tentando entender o que eu disse para fazê-la reagir daquela forma. Eu tinha feito uma pergunta simples e ela quase teve uma avaria emocional. O que diabos estava acontecendo com ela? Então havia a foto do meu pai que ela tinha em seu bolso. A única razão pela qual ela tomaria aquela foto foi porque ela sentia falta dos velhos tempos. Perdi meu pai e, por pouco, isso não me acertou. Apesar disso, do exterior resistente que ela tentou mostrar de si mesma, tornava-se óbvio que ela estava quebrada por dentro. No fundo havia um lado vulnerável dentro dela e se eu empurrasse o suficiente, talvez ele saísse. - Ei, cara - Disse Riley quando me juntei a ele em nosso lugar de sempre na parede. - O que está acontecendo? Dei de ombros, bebendo minha lata de refrigerante. - Nada de mais. Vamos tocar hoje? - Eu estou pronto pra isso. Só tenho que ver se Eddie pode. Riley tirou dois sanduíches de sua bolsa e me entregou um. Eu agradeci e peguei um. Eu odiava a merda que eles serviam na cafeteria e a mãe de Riley fazia a melhor comida. Ela sempre deu a Riley comida extra para mim e eu não era de recusar. Há algum tempo, antes da morte do meu pai, mamãe costumava me fazer o almoço, mas agora ela se perdeu em seu próprio mundo. Ela foi lentamente ficando melhor. Ela tinha voltado a trabalhar há alguns anos e parecia usar isso como uma distração para não pensar sobre o papai. Por alguns dias você não poderia mesmo dizer que havia qualquer coisa em sua mente, sua tristeza a deixando para baixo. Aqueles foram os dias que eu vivi. Eddie entrou no pátio conversando com Stacey. Ela estava balançando a cabeça para ele e ele parecia estar tentando convencê-la sobre algo. Eles estavam tão concentrados em sua discussão que eles não olharam ao redor até que chegaram a nós. - Oh, hey pessoal. – O rosto de Stacey estava vermelho e ela parecia sem respiração. Ela me deu um sorriso sedutor e sentou-se ao meu lado. - Ei, Stacey! - Riley disse um pouco entusiasmado. Ele saltou em seus pés, talvez em uma tentativa de ser cavalheiro.


Revirei os olhos e me dirigi à única pessoa normal no nosso grupo. - Eddie, você está livre para tocar esta tarde? Eddie balançou a cabeça. - Não, eu não posso. Minha mãe está trabalhando esta noite, então eu tenho que tomar conta de Hailie. Hailie era a irmã de Eddie, de seis anos de idade. O pai de Eddie estava no exército, em uma base muito longe, e sua mãe trabalhava em tempo integral no hospital, então Eddie tinha de ficar e tomar conta de sua irmã. Foi assim que Eddie e eu nos conhecemos. Ambas as mães trabalhavam como enfermeira no hospital e nos apresentaram. Se as pessoas não estivessem tão fixadas no montante de piercings de Eddie, elas veriam que ele era cara incrível. Isso é o que me irritava mais. Éramos todos caras legais, nós só queríamos fazer música, mas as pessoas não podiam ignorar algo tão pequeno como nossas aparências. Fomos rotulados de malucos porque nos atrevemos a ser diferentes. Todos nos chamavam de incômodos e perturbadores, porque gostávamos de rock e tínhamos uma banda. Era estúpido. - Bem, nós temos muito que praticar. Temos o show na Berkeley em um mês. - Disse eu, mesmo que não precisasse lembrar. Era impossível esquecer nosso próximo show. Quando eu pensava sobre isso, meu estômago se revirava em nós. Claro, tínhamos feito shows em alguns bares em torno da cidade, mas as pessoas de lá não apreciavam a nossa música. Eles não nos curtiam. Mas Berkeley tinha um bar, onde a música era popular. Nós tivemos que cruzar a linha do estado e viajar um par de horas para chegar lá, mas valeu à pena. As pessoas na indústria da música procuravam em Berkeley os novos nomes de músicos e bandas. Tivemos que melhorar muito o nosso desempenho. - Nós precisamos de algum material novo. - Disse Riley, tirando sua atenção de Stacey. Você tem algo em andamento? - Eu estou brincando com algumas ideias, mas nada com o que eu esteja feliz ainda. Você não pode empurrar o gênio musical. - Eu disse com um sorriso. Eddie cuspiu a bebida energética da qual ele tinha acabado de beber um gole. - Sim, você é um Mozart real, Luca. Riley e Stacey começaram a rir e eu fiz uma careta. - Grandes amigos que vocês são. Alguns segundos depois, quando nosso riso morreu, percebi uma pequena multidão se reunindo em torno dos bancos, onde os atletas e cheerleaders sempre sentavam. Eles nunca deixavam ninguém sentar lá, menos aqueles que eram considerados “populares". Essas pessoas sofriam de um grave complexo de superioridade. Foi quando notei Ash, de costas para mim. Ela estava falando que a cadela, Kance, que estava zombando dela. Mesmo que eu não pudesse ver o rosto de Ash, meus instintos me disseram que algo estava errado. - Eu me pergunto o que está acontecendo com as Barbies hoje. Elas não sabem como jogar bonito? - Stacey comentou. Ela também notou a hostilidade entre as supostas melhores amigas.


A linguagem corporal era inconfundível. Havia tensão no ar e todos os olhos estavam sobre elas. As pessoas por aqui podiam sentir uma luta da mesma forma que um tubarão pode sentir uma gota de sangue na água. - Ashton foi expulsa da equipe de torcida. - disse uma voz calma a nossa esquerda. Ela pertencia a Elly que estava a poucos metros de distância, ela não tirava os olhos treinados de Ashy e Kance. - Ela o quê? - Minha boca se abriu com a notícia inesperada. Eu sabia que Ash estava chateada ontem, mas nunca perguntei o porquê. Achei que era por causa de sua mãe. - Eu acho que é a melhor coisa que eu ouvi durante todo o ano. - Disse Stacey. Elly se juntou a nós na parede e começou a remexer em um fio de seu cabelo loiro avermelhado. - Foi pelo que aconteceu ontem no treino. Kance se sentiu culpada pela maneira que Ashton tinha me intimidado, então ela disse tudo à treinadora. A treinadora suspendeu Ashton indefinidamente. Eu duvidava seriamente que Kance se sentia culpada de algo. A menina não tinha consciência alguma. - Há uma nova capitã? - Stacey perguntou. Mesmo antes de Elly dizer, eu já sabia a resposta. Kance era a única pessoa vingativa o suficiente para manipular Ash a pegar no pé de Elly e, em seguida, com Ash sendo expulsa da equipe ela poderia tornar-se líder da torcida. Agora fazia sentido porque Kance não tinha ido buscar Ash esta manhã. Obviamente, elas não estavam falando uma com a outra depois do acontecido. - Kance é a nova capitã. - Disse Elly simplesmente e continuou torcendo os cabelos em torno de um dedo. - Quer dizer, eu não posso dizer que sinto muito por ela. Não depois do que ela fez comigo ou pela forma como ela trata todo mundo. Kance foi a única corajosa o suficiente para enfrentá-la. O que Elly estava dizendo era verdade, mas ainda me irritava. Uma parte de mim tinha que defender Ashton, independentemente da forma como ela agiu em relação a mim. - Kance não é corajosa. Ela é uma cadela e uma centena de vezes pior que Ash sempre foi. Meus amigos me olharam em silêncio atordoados como se não soubessem do que eu estava falando. Finalmente, Riley quebrou o constrangimento. - Você... está defendendo Ashton Summers ou é coisa da minha cabeça? - Você sabe... você está agindo muito estranho desde que Ashton foi a sua casa. Há algo acontecendo com vocês dois? - Sabia que Eddie seria o único perceptivo. Só ele iria perceber uma pequena mudança em mim e imediatamente ligá-la à Ash. - Gente, não viajem. É claro que não há nada acontecendo entre nós. - A mentira veio tão facilmente aos meus lábios que eu nem sequer me senti culpado sobre isso.


Além disso, realmente não havia nada acontecendo entre Ash e eu. Claro, ela tinha invadido a minha casa e eu a beijei. E quando ela estava chateada, eu a tinha feito se sentir melhor e hoje eu a havia trazido para a escola. Mas essas coisas não importavam e definitivamente não mudariam a forma como eu me sentia sobre ela. Ela era arrogante e egoísta e eu tive que ficar me lembrando disso. - Sim, deixe-o em paz. Como se ele fosse se envolver com alguém como ela. Luca tem gosto melhor do que isso. - Stacey me lançou um sorriso sedutor enquanto passava a mão na minha coxa. Eu sabia o que significava aquele olhar. Ela queria demonstrar que estava ligada a mim e eu estava feliz com a sua tentativa. Além disso, ela manteria a minha mente longe de toda essa besteira sobre Ash. Stacey era uma menina não só atraente, ela era descontraída e fácil de conviver. E se ela estava a fim de mim, então eu não iria recusar. Agarrando Stacey em torno da cintura, eu trouxe minha cabeça para perto dela. - Venha para minha casa esta tarde e eu vou mostrar como o meu gosto realmente é. O marrom dos seus olhos brilhava de emoção e ela balançou a cabeça avidamente. - Eu estarei lá. - Ela trouxe seus lábios aos meus e me deu um breve beijo, antes de se afastar. Riley gemeu, colocando seu sanduíche de lado. - Vocês realmente tem que fazer isso aqui? Estou tentando comer. Momentos como estes eram aqueles em que as minhas suspeitas pareciam ser reconhecidas. Estava começando a tornar-se óbvio que Riley tinha realmente uma coisa por Stacey, mas ela nunca notou isso. Revirei os olhos para ele e olhei de volta para onde estava Ashton. Kance, era bastante óbvio, que estava dizendo coisas desagradáveis para ela, a malícia em seu rosto dizia tudo. Droga, eu queria tanto ir lá e saber o que estava acontecendo, mas eu tinha que me ensinar a não me importar com ela. Assim como ela não gostava de mim. Ela estava com vergonha de ser vista comigo esta manhã e queria fingir que eu não tinha feito um favor a ela. Tão duro quanto eu estava tentando romper suas defesas, ela não iria deixar-me entrar. Eu ainda queria saber o que ela estava escondendo, mas não tinha que ficar envolvido com ela pessoalmente. Se ela queria ficar longe de mim, então eu daria a ela exatamente o que ela queria, não importa o quão difícil fosse. *** Ashton

Havia uma pequena multidão se formando em torno de mim e Kance enquanto argumentamos, mas eu não me importava. O que importava para mim era falar com ela e tentar consertar o problema antes que ele piorasse. Eu sabia que Kance estava passando por um momento


difícil por causa do divórcio de seus pais e parecia que ela estava descontando em mim. Eu estava com raiva dela, mas eu podia perdoar, pois minha reputação era muito importante pra mim. - Como você pôde fazer isso comigo, Kance? - Eu exigi. - Você sabia o quanto ser a capitã significava para mim. Eu não entendo o que eu fiz para você me odiar. Kance parecia entediada com minha declaração. - Eu não odeio você, sua boba. Tenho pena de você. Eu preciso extirpar o bom do ruim. Você, de todas as pessoas, deveria entender isso. Afinal, não é isso o que tentamos fazer com Elly? Eu não posso ter alguém como você na equipe. Pelo que sei, você pode ser a filha de um traficante ou um ex-presidiário. Minha boca estava seca e eu estava encontrando dificuldades para falar. De alguma forma, mesmo sem perceber, eu havia me tornado uma estranha. Kance me usou para conseguir o que queria. Ela tinha tudo, exceto uma coisa. Ela não tinha Oliver. Eu ainda tinha uma chance com ele, ainda tinha uma maneira de restaurar o meu status. Oliver estava sentado na mesa e assistia o confronto entre mim e Kance. Bennett sentou ao lado dele, uma mistura de surpresa e simpatia no rosto. Pelo menos ele ainda se importava comigo. Eu sabia que podia sempre contar com ele. Ignorando Kance, fui até Oliver. Ele não sorriu para mim como sempre fazia e havia algo estranho com a maneira como ele estava olhando para mim. Certamente Kance não tinha chegado até ele. Foi tudo há apenas um dia, pelo amor de Deus! - Isso é muito estúpido, não é? - Eu perguntei a ele. Oliver deu de ombros, olhando por mim. Eu não sei, Ashton. Eu tento ficar de fora. Ok, isso foi uma coisa boa. Eu ainda tinha uma chance aqui. Eu ainda poderia conquistá-lo, manter uma boa reputação e esfregar na cara da Kance. Eu tinha que mostrar a ela que ela não podia me chutar para fora do time. Você não pode se livrar de Ashton Summers facilmente. Eu acariciava o braço de Oliver e lancei um sorriso tímido. Nós sempre tivemos uma química entre nós e eu estava esperando para jogar com isso. - Você está treinando duro. Você deve sair e se divertir um pouco. Por que não fazemos algo esta noite? Antes que Oliver pudesse dizer algo, Kance me empurrou para o lado e passou o braço no dele. - Ele não está interessado em sair com uma perdedora como você. Ele está interessado em meninas que estão em seu nível. Alguém que não é uma bastarda como você. Oliver colocou um braço em volta da cintura Kance e sussurrou algo em seu ouvido. Kance riu e deixou-o puxá-la para um beijo piegas. Meu coração se afundou com sua indiscrição e eu sabia que não havia nada mais a perder. Kance tinha tomado cada coisa de mim e essa era a última. - Então, vocês estão juntos agora? - Eu perguntei. - Você trabalha rápido, Kance. - Na verdade, - Kance começou, uma expressão satisfeita no rosto dela - Oliver e eu passamos um fim de semana incrível juntos, não é?


Oliver assentiu e deu um beijo em seu pescoço, praticamente a lambendo no processo. Enquanto eu os assistia, senti como se muito rapidamente o controle de minha vida tivesse escapado completamente. Oliver foi o único cara que eu já tinha realmente desejado e agora Kance tinha tomado isso de mim também. A extensão de sua traição pesava sobre mim e eu mordi o interior da minha bochecha, convencida de que não derramaria uma lágrima na frente deles. Havia apenas uma coisa que eu poderia fazer. Gostaria de ter um par de amigos comigo e nós começaríamos nosso próprio grupo, longe de Kance e seu menino brinquedo. Bennett era um dos meus amigos mais próximos e era o único com quem eu podia contar. Ele tinha sido meu amigo mais do que Kance e ele era tudo que eu tinha. Quando eu olhei para ele, ele estava olhando incisivamente para o chão. - Bennett? Ele levantou os olhos com o som da minha voz e soltou um suspiro. Saindo do seu lugar, ele me pegou pelo cotovelo e me levou para longe dos outros. Graças a Deus eu tinha Bennett. Eu não sabia o que eu faria sem ele. Eu sabia que ele nunca iria ouvir Kance ou me deixaria para baixo. Bennett parou de andar e me virou, então eu estava de frente para ele. Ele não disse nada no começo e eu comecei a me preocupar, porque não era típico dele. Até agora. Ele teria se queixado sobre Kance pelo o que ela tinha feito a mim. Seu silêncio foi assustador. Talvez ele estivesse chateado porque teria que deixar o resto do grupo por mim. Era um sacrifício que ele teria que fazer e nós dois teríamos que nos acostumar a sermos tratados de forma diferente. - Obrigada por ter feito isso. - eu disse, esperando que minhas palavras o encorajassem a falar. Ben olhou com os olhos em branco e meu coração se afundou. Não, não. Isso não pode ser o que parecia. Ben tinha estado sempre do meu lado. Não havia nenhuma maneira que ele poderia escolhê-los em vez de mim. Eu tinha obviamente interpretado mal sua expressão. Eu estava exagerando. - Não me agradeça, Ashton - disse ele - Eu não mereço isso. Naquele momento, eu sabia que ele estava me abandonando. Ele decidiu ficar do lado de Kance e Oliver em vez de ficar comigo. Lágrimas ameaçaram escapar dos meus olhos, mas eu me recusei a chorar. Eu chorei demais nas últimas 24 horas e não queria mostrar-lhes meu lado fraco nunca mais. Eu tinha que ser forte, independentemente do que aconteceu. Mesmo que eu soubesse a resposta, eu queria ouvir a sua justificativa por ser um idiota. - Por que, Ben? Por que você faria isso? Ben suspirou e parecia que a sua decisão estava comendo-o interiormente. - Você é uma das minhas melhores amigas, mas este é o nosso último ano. Eu não quero estar do lado de fora, eu quero estar com esses caras. - Ele acenou para a mesa onde os atletas estavam sentados. - Somos uma equipe, jogamos juntos e eu não posso decepcioná-los. Eu não posso ficar do seu lado. Me desculpe.


Mágoa e raiva cresceram dentro do meu peito até que eu senti que estava prestes a arrebentar. Todo mundo que eu gostava me deixou. Sr. Byron. Em seguida Luca e agora Bennett. Talvez eu estivesse amaldiçoada. Talvez eu perdesse mamãe e Blaze também. Quero dizer, a mamãe já achava que eu era uma pessoa horrível. Não estava tão longe de perdê-la. - Não faça isso. Você. Me. Desculpa. - Minha voz tremeu com cada palavra. Eu não queria desculpas meia-boca de Bennett. Eu só queria que ele me deixasse sozinha. Preocupação inundou seus olhos e ele colocou a mão no meu braço, provavelmente pensando que iria me confortar. Na realidade, ele tinha provocado completamente o efeito contrário, ele só me fez ficar mais louca. - Ashton, não seja assim. Nós ainda podemos ser amigos. Seu toque! Eu o empurrei tão duro quanto pude. - Não, Ben, nunca poderemos ser amigos. Os amigos não traem uns aos outros. Você e Kance são exatamente iguais. Os olhos de Bennett endureceram. - Tudo bem, se você quer me julgar, o problema é seu, mas você teve o que mereceu. - Ele se virou e foi de volta para seus amigos, deixando-me sozinha no centro do pátio. Eu respirei fundo e decidi procurar salvamento na biblioteca, para que eu pudesse ser deixada sozinha com meus pensamentos fervendo. Enquanto eu me dirigia para o prédio da escola, notei Luca me observando atentamente. Ficou claro que ele tinha ouvido mais do que minha conversa com Bennett, mas sua expressão era difícil de decifrar. Muito provavelmente ele achou que eu merecia isso. Stacey, que estava praticamente sentada em seu colo, estava demonstrando seus sentimentos de forma clara. Seus olhos estavam brilhantes e ela tinha um sorriso no rosto. Ela parecia prestes a estourar de alegria. Claramente, a minha humilhação pública fez seu dia. Vi Luca e seus amigos em um clarão, coloquei minha cabeça para baixo e acelerei o ritmo. Luca era o mesmo que os outros. Ele me colocou para baixo, fez piada de mim com os seus amigos assustadores e me tratou como se eu fosse um problema. Eu não precisava de pessoas assim na minha vida. Eu não preciso de ninguém. Tudo o que eu precisava era me preocupar comigo mesma.

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apítulo Onze

Luca Quando entrei na detenção, tive que dar um passo para trás, de volta para fora, só para me certificar de que estava na sala correta, mesmo que eu estivesse aqui tantas vezes ao longo dos anos que era como uma segunda casa para mim. Atordoado, olhei para a tabela e em seguida na linha que estava mais próxima da parede.


O que havia de errado com esta imagem? Bem, para começar, eu tinha certeza que Ashton estava sentada na detenção. Ou isso, ou eu estava alucinando. Tentando não olhar, entrei na sala e tomei o assento exatamente atrás do dela. Ela reparou em mim, claro, e eu poderia dizer que ela estava tentando realmente não virar. Ela varreu o cabelo para o lado, apenas o suficiente para eu ter um vislumbre do seu pescoço. Olhei para aquele pedaço de pele e Ashton jogou o cabelo para trás, como se tivesse sentido meus olhos sobre ela. Eu poderia dizer como hiper-consciente de mim ela estava. Sua mão estava agarrando a mesa e ela estava inclinada para frente como se ela estivesse prestes a saltar para fora do seu assento. Havia essa atração entre nós que eu não podia explicar. Nós sempre fomos conscientes um do outro se um de nós entrasse em um local. Mesmo que um quisesse estrangular o outro. Eu queria falar com ela, mas me contive. Ela já tinha deixado claro que eu não era bom o suficiente para ser visto com ela. Se ela quisesse falar comigo, ela poderia fazer isso sozinha. Inclinando minha cadeira, continuei olhando para a parte de trás de sua cabeça, esperando que ela fizesse o primeiro movimento. Eu não tive que esperar muito tempo. Ashton se virou no banco, seus olhos azuis escuros com irritação. - Eu posso sentir que você abrirá furos na parte de trás da minha cabeça. Dei de ombros e me inclinei para frente para que ficássemos a centímetros de distância. - É um prazer vê-la elevar sua paixão por mim para o próximo nível. Você não poderia ficar longe de mim. É por isso que você está aqui? Ela revirou os olhos. - Não se ache. De certo que eu perderia o evento das cheerleaders para ficar aqui com você. - Certo, isso é coisa de agora, não é? - Eu bati meus dedos sobre a mesa. - Você não tem vergonha de sair com essa saia minúscula balançando pompons? O rosto de Ash ficou vermelho e sua boca formou uma linha apertada. - Isso é doente. Você é doente. - Cara, ela era bonita quando ficava zangada! Eu levantei minhas mãos em defesa. - Ei, eu não sou o único a pensar nisso, acredite em mim. Ash estava prestes a dizer algo, mas o Sr. Kowalski entrou assoando o nariz com um o ruído alto. Outro cara veio atrás dele e sentou-se na fileira de trás. Sr. Kowalski olhou ao redor da sala e assoou o nariz novamente. - Vocês, crianças têm algum trabalho a fazer? Nós três concordamos sem entusiasmo. - Ok, bem. - Ele disse. - Eu vou correr para a sala dos professores para pegar alguns papéis que eu preciso avaliar e dar nota. Espero que todos vocês estejam fazendo algum


trabalho quando eu voltar. - Sem esperar por uma resposta, ele caminhou para fora, o som de seu nariz ecoando no corredor. Desta vez não esperei Ashton falar primeiro. Havia um milhão de perguntas que eu queria fazer a ela, mas duas estavam no topo da minha lista. - O que aconteceu com você no meu carro esta manhã? Quando Ash se virou, seus olhos estavam sem brilho, como se tivessem perdido toda a luz. Ela começou a correr os dedos ágeis através das extremidades de seu cabelo, perdida em pensamentos, como se estivesse tentando encontrar a melhor maneira de responder minha pergunta. Finalmente, seus olhos se voltaram para mim. - Os carros me deixam nervosa. Minhas sobrancelhas se ergueram. Essa era a última coisa que eu esperava ouvir. - Eles deixam você nervosa? Mas você vai para a escola em um carro todo dia! Ash encolheu os ombros. - Estou acostumada a eles agora, mas eles ainda me assustam. Minha pergunta seguinte foi um acéfalo. - Por quê? Ela cruzou as mãos cuidadosamente sobre o seu colo e olhou para elas como se fossem a coisa mais interessante do mundo. - Eu não quero falar sobre isso. Por um momento, eu a estudei em reverência absoluta. Era uma visão rara ver Ashton tão vulnerável, tão transparente e foi incrível. A maneira como sua boca estava para baixo, franzida e a frouxidão ao redor dos olhos como se ela estivesse derrotada, me fez querer puxá-la em meus braços e segurá-la. Foi um instinto natural, mas eu mantive minha distância. - Ok, eu vou passar...- Eu disse, movendo-me para minha questão seguinte. - Por que você pegou aquela foto da minha geladeira? Aquela de nós dois com o meu pai. - Não é óbvio? Eu a estudei, observando o modo como seus olhos se fixavam longe, para não fazer contato com o meu. Sim, eu acho que era óbvio. - Você sente falta dele? Ashton respirou fundo e olhou-me nos olhos. - Eu não tenho certeza do que você está tentando fazer aqui, mas eu não estou interessada em confessar meus pensamentos e sentimentos a você. - Ela se virou para frente com os olhos frios e duros. Mais uma vez toda a vulnerabilidade que havia neles se foi. Tão certo quanto ela tentou agir como uma rainha do gelo, como se ela não se importasse com nada ou ninguém, as rachaduras começaram a aparecer. Eu não ia comprar essa fachada mais. Em algum lugar, debaixo de toda a pretensão, estava a minha Ashy. *** Ashton


Ele ainda estava me observando. Eu podia sentir seus olhos na parte de trás da minha cabeça. Por que Luca tem que estar aqui ao mesmo do que eu? Não. Não importa onde eu fosse, eu não conseguia escapar dele. Ele estava de volta a seu antigo quarto, ele estava me levando à escola e agora ele estava em detenção comigo. O que tornou tudo ainda pior foi quando ouvi os aplausos da reunião das cheerleaders. Eu nunca havia perdido uma reunião, mas eu estava aqui, sentada em detenção como uma pária social. Acho que eu realmente era uma perdedora. Fazia sentido ninguém querer saber de mim ou ser meu amigo. Exceto Luca. Ele era o único que estava falando comigo. Talvez ele tenha alguma satisfação doente de verme cair. De qualquer maneira, eu não entendi qual era o seu negócio, o que me frustrou. Ele me frustrou. Mas o que me frustrou mais do que tudo foi a forma como meu corpo reagia quando ele estava por perto. Confie em mim, eu não queria isso, mas aconteceu de qualquer maneira. Os minúsculos pêlos dos meus braços se levantavam e um estremecimento era alastrado através de meu corpo quanto mais ele chegava perto de mim. Talvez fosse uma reação natural que você tinha quando alguém que você não gostava chegava muito perto. Se eu me mantivesse dizendo que não gostava dele, talvez eu começasse a acreditar. - Então... - Essa única palavra enviou um formigamento através de mim. Sua respiração fez cócegas em meu ouvido quando ele falou: - O que você está fazendo aqui dentro? Eu meio que me virei em minha cadeira, sem vontade de fazer contato visual com ele. Aqueles olhos eram muito penetrantes, muito invasivos. - Não soube ainda? Culpa da sua grande amiga. - Do que você está falando? - Elly - Eu disse, virando o resto do caminho de volta. - Estou aqui para fazer o divertimento dela. Luca balançou a cabeça. - Quanto tempo você vai ficar aqui? - Uma semana. E você? - Três dias. Amanhã é o meu último. Ótimo! Então, eu teria que passar o resto da semana aqui comigo mesma. Eu não gostava de Luca, especialmente quando ele começava a fazer perguntas que eram difíceis de responder, mas pelo menos alguém familiar estaria aqui comigo. - Então, o que estava acontecendo com você e aquele cara? - Que cara?


- Aquele cara com quem você estava falando hoje. Você parecia muito chateada com ele. Luca se inclinou para puxar um caderno e uma caneta de sua mochila, sem nunca seus olhos me deixarem. As perguntas difíceis tinham começado de novo. - Por que você está tão obcecado com a minha vida? - Eu não estou obcecado. - Disse ele, endireitando-se e abrindo o caderno numa página em branco. - Estou apenas um curioso. Eu suspirei. - Aquele cara é o meu melhor amigo. Exceto que eu não acho que ele é mais. Luca levantou uma sobrancelha. - Por que isso? Porque ele é um idiota maldito e eu quero socá-lo na cabeça. - Porque ele prefere ficar popular. - Huh. - Luca disse com um vinco aparecendo em sua testa. - Que idiota. Eu não poderia concordar mais. Uau. Eu estava realmente concordando com algo que Luca tinha dito. Quem teria pensado nisso? - Isso é o que você ganha por ser amiga de pessoas assim. - Ele acrescentou com uma careta. É sua própria culpa de qualquer forma. E pensar que eu estava realmente concordando com ele. - Obrigado por seu comentário. É inestimável - Eu atirei. Dei-lhe um olhar e me virei, convencida de que iria ignorá-lo durante a detenção. Meu maior erro foi deixá-lo me atrair para uma conversa. Passando a maior parte do dia sem falar com ninguém me fez ficar desesperada. E um pouco senil. Quando Luca soltou uma risada baixa, eu apertei meus dentes e olhei fixamente para a frente da sala, resoluta em meu silêncio.

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apítulo Doze

Luca Stacey estava deitada em minha cama apoiada em seu cotovelo. Seus olhos castanhos pareciam quase pretos na penumbra. - O que há de errado, Luca? Você parece... distraído.


Ela estava certa. Eu estava distraído. Nós estávamos nos beijando nos últimos dez minutos, mas eu não podia ter relações sexuais com ela. Ela já tinha tirado metade da roupa e eu ainda não podia fazê-lo. Normalmente isso viria naturalmente pra mim. Eu era um cara, eu tinha necessidades, mas não o fiz, não estava no meu melhor humor. -Sim, uh... - Eu não podia sequer pensar em uma desculpa razoável. Eu não estava mesmo certo sobre o que havia de errado comigo. O que eu deveria dizer a ela? Stacey me deu um olhar de compreensão. - É o quarto, não é? - Hein? Ela apontou para o meu quarto com uma mão. - Você mudou de quarto e está estranhando, não é? Não se preocupe! Você vai se acostumar. Quando eu fiquei na casa de Tia May no verão passado, foi a mesma coisa comigo... Eu continuei a abafar o som de sua voz quando ela balbuciou. Sim, eu mudei de volta para meu antigo quarto, o que pode ter algo a ver com a minha falta de interesse em estar com ela, mas era muito mais do que isso. Eu estava mais perto de Ash. Se eu olhasse para fora da minha janela, eu podia vê-la em seu quarto. Quando sua luz estava acesa, eu podia vê-la e esta tarde ela estava deitada em sua cama chorando. Merda. Por que era tão difícil eu vê-la em pânico e ignorá-la? Não é como se eu quisesse pensar nela. A menina era maluca e do jeito que ela tinha me lançado um olhar de puro ódio na detenção hoje cedo, tinha deixado seus sentimentos por mim muito claros. Eu tentei rir, mas aquele olhar tinha cortado através de mim, afetou-me de uma forma que eu não poderia nem começar a explicar. Ela não gostava de mim, não queria nada comigo. Mesmo que ela tivesse sido expulsa da torcida e caído de seu pedestal, ela ainda era uma cadela. Puro e simples. Não havia dúvidas quanto a isso. - Luca, você está ouvindo? Eu fingi que já tinha ouvido tudo o que ela disse e acenei com a cabeça. - Sim, eu acho que você está certa. É o quarto. Stacey montou em mim e lambeu meus lábios, provocando arrepios na minha coluna. - Eu não me importo de tentar novamente. Meus pais estão trabalhando até tarde hoje, então eu não tenho que estar em casa até às 10. Era tão tentador dar a ela o que ela queria e, não me interpretem mal, eu queria. Mas algo estava me impedindo. Eu precisava de tempo para descobrir exatamente o que havia. Se tinha sido o suficiente para me colocar fora do sexo, então era algo que precisava ser corrigido imediatamente. Olhei para o relógio e tentei olhar desapontado. - Minha mãe vai chegar muito em breve. Eu não quero que ela me dê um sermão sobre sexo seguro se ela te pegar na cama comigo.


Hey, não era uma mentira completa. Mamãe sairia do trabalho em meia hora e ela iria me bater se encontrasse Stacey nua na minha cama. Como ela era enfermeira, ela não hesitaria em darme um sermão sobre adolescência e gravidez. Na frente de Stacey. Não seria legal. Stacey gemeu quando ela saiu de cima de mim. - Tudo bem, se você diz que sim, mas da próxima vez vou para a floresta, se for preciso. Você não pode me deixar excitada assim. Eu consegui dar um encolher de ombros, porque isso é o melhor que eu poderia fazer. Eu não estava prestes a fazer quaisquer promessas que não poderia cumprir. Stacey e eu estávamos saindo há um par de semanas, mas algo estava começando a me incomodar e eu era um cara que gostava do meu espaço. Talvez fosse hora de começar a empurrá-la na direção de Riley. Não é que eu não respeitasse Stacey. Eu respeito, o grande negócio é que eu não estava em busca de um relacionamento sério. Stacey era simplesmente uma amiga com benefícios, mas isso não significa que toda garota seria assim para mim. Stacey apenas não era a garota certa. Uma vez que Stacey se foi, fui à cozinha e molhei meu rosto com água fria. Minhas mãos agarraram a borda da pia enquanto eu olhava para fora da janela no quintal da frente dos Summers. O carro da Sra. Summers não estava na frente da casa, o que era incomum, já que ela trabalhava em casa e não costumava sair. A luz estava acesa no quarto de Ash então ela devia estar em casa sozinha. Enquanto eu tamborilava os dedos sobre o metal frio da pia, meus olhos caíram no recipiente de farinha que tinha pedido emprestado aos Summers. Mamãe não havia devolvido ainda, o que significava que eu tinha uma desculpa para ir até a casa de Ash. Ok, por que diabos eu quero ir a sua casa? Ela tinha deixado bem claro que não queria nada comigo, então por que eu queria ir lá e devolver o estúpido recipiente de farinha? Porque eu queria ter certeza de que ela estava bem. Ela teve uma semana dura e eu não quero que ela seja pressionada sobre isso. E se ela fizesse algo estúpido como tentar se matar? Meninas ficam muito angustiadas com esse tipo de coisa. Sem atrasar um segundo, eu peguei o recipiente e saí pela porta. O ar fresco enviou um frio através de mim e me arrependi por não colocar mais uma blusa. Isso realmente não importava. Ash provavelmente me diria para ir embora e eu estaria de volta a minha casa quente em segundos. Eu não esperava mais nada dela. Eu fiz uma careta para a altura da grama. Elas ainda não tinham chamado alguém para cortar a maldita coisa. Suponho que mãe de Ash estava em um estado de espírito similar ao de mamãe. Seu marido não tinha morrido, mas ela ainda sofria por um casamento ruim. Hesitei em sua varanda da frente e, honestamente, não sabia se batia, quando a porta se abriu. Ashton se encostou ao batente da porta com uma mão em seu quadril e tudo o que eu tinha planejado dizer para ela me escapou. Minha mente registrou um branco total quando eu notei sua aparência. Ela estava vestindo um par de shorts ridiculamente pequeno que mostrava muito de sua pele lisa. Seu top curto deixava seu estômago plano nu. Meu pulso acelerou enquanto eu tentava não olhar. Realmente tentei, mas foi impossível. Quero dizer, quem ela estava tentando impressionar a esta hora?


- Você está trazendo de volta? - Ela perguntou. - O que? - Minha mente não conseguia entender o que ela estava dizendo. Ash apontou para o recipiente na minha mão. - A farinha. Você está trazendo de volta? Olhei para as minhas mãos e percebi que estava segurando o recipiente com tanta força que meus dedos estavam ficando brancos. Minha força diminuiu e a cor correu de volta em minhas mãos. - Sim, uh, aqui. - Eu entreguei o recipiente e em seguida retomei o meu olhar. Merda! O que havia de errado comigo? Eu estava fazendo isso óbvio pra caralho, mas eu não conseguia tirar os olhos dela. - Você não está com frio? Não! Essas palavras não poderiam ter vindo da minha boca. De jeito nenhum eu poderia ser tão idiota, eu poderia? Será que eu realmente precisaria deixar ainda mais óbvio que eu a estava observando? Ashton levantou uma sobrancelha pra mim, o rosto divertido. - Não, eu estava treinando, então... - A voz dela sumiu, mas minha mente já estava cheia de imagens sujas de Ash se alongando. Droga. Como se eu precisasse de outra desculpa para fantasiar sobre ela. Houve um silêncio constrangedor que se estendia de mim até Ash, que apurou sua garganta. Mais alguma coisa? - Você está bem? - Eu soltei e então me senti como um perdedor total quando ela levantou uma sobrancelha. - Quero dizer, depois de tirar a sua virgindade da detenção. - Merda. Isso não tinha saído do jeito que eu queria. Em vez de soar preocupado eu parecia exultante. O olhar de Ash escureceu. - Luca, eu não posso fazer isso mais claro. Eu não tenho nenhum interesse em ter uma conversa com você. Sim, eu estou fora do time, mas planejo me tornar uma líder de torcida novamente. Vai levar algum tempo, mas vou voltar. Entretanto, eu não posso ser vista associada com alguém como você. É ruim para a minha reputação ou o que sobrou dela. Era difícil acreditar como Ash pouco tinha aprendido com o que tinha acontecido com ela. Ela sempre será egoísta. Eu estava brincando comigo mesmo quando vim aqui querendo me conectar com ela de alguma forma. Eu estava enganado quando pensei que a velha Ash ainda estava lá. Não havia nada da minha querida Ashy. Ela era uma pessoa diferente. - Sim, porque eu sou uma aberração, você não pode ser vista falando comigo. - Eu disse com um rolar de olhos. - Você é tão mesquinha. - Eu não sou mesquinha. - As narinas de Ash se inflaram com raiva. - Eu só tenho olhos, algo que claramente você não tem. Vá e olhe no espelho antes de ir em frente e me julgar. Você tem cabelo preto gorduroso, veste-se como se estivesse em um funeral e eu tenho certeza que você usa mais maquiagem do que eu. - Seus amigos te largaram, mas você ainda pensa que estará com eles novamente agindo como uma cadela. Querida, você não tem nada. Não tem amigos, ninguém que gosta de você, absolutamente nada.


- Isso é apenas temporário - Disse Ash com uma carranca. - Olha, se você veio aqui para esfregar isso na minha cara, então eu não tenho tempo para você. - Você não tem tempo para mim mesmo. - Disse. - Lembre-se, você não pode ser vista comigo! Talvez eu vá chupar seu sangue. Ash estreitou os olhos. - Você está certo, eu realmente não tenho tempo para perder com gente como você. Ela foi fechar a porta, mas eu parei a porta com uma mão. Eu estava parecendo um idiota maldito cada vez que falava. Só porque ela era uma esnobe total não significa que eu queria tratá-la da mesma maneira. - Olha, a razão pela qual eu vim aqui foi porque eu queria ver como você estava. Eu queria ter certeza de que tudo estava bem com você. Eu não vim aqui para tripudiar. Ficamos ali por um momento olhando um para o outro. Os olhos dela estavam arregalados em confusão, ela não soube como reagir ao que eu havia dito. Seu lábio inferior tremeu e ela deu um suspiro profundo. - Adeus, Luca. - Ela disse suavemente e fechou a porta na minha cara.

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apítulo Treze

Ashton A escola no dia seguinte foi pior do que no dia anterior. A maioria das pessoas com as quais eu normalmente falava me evitou como se houvesse um cheiro ruim em torno de mim. O resto apenas sussurrava para o outro quando eu passava. Essa foi a pior parte sobre esta coisa toda: o fato de que as pessoas estavam falando de mim e não estavam dizendo coisas boas. Minha reputação era pior do que estava antes. Quando o almoço chegou, eu evitei o refeitório e o pátio e fui direto à biblioteca. Eu estava começando a me sentir como uma grande nerd. Este foi o segundo dia consecutivo que passei na biblioteca e as coisas não estavam melhorando. Pelo menos na biblioteca os alunos não falariam sobre mim. Eles olhavam para mim, mas foi mais um “o que diabos Ashton Summers está fazendo na biblioteca?” tipo de olhar. Fui em direção a um canto deserto e sentei-me no chão entre duas estantes que se erguiam acima de mim. Eu me senti segura sentada aqui, onde ninguém poderia me machucar com seus sussurros e olhares. Eu puxei meus joelhos para cima e descansei minha cabeça sobre eles, tentando fechar os sons fracos ao redor de mim.


Gostaria de ficar aqui até o almoço terminar e em seguida ir para a minha última aula do dia, História da América. Depois disso, eu tinha a detenção de novo. Eu tinha que reunir coragem para assistir a aula de História, porque era a única que eu tinha com Kance. Eu tinha certeza que ela não me deixaria ficar com ela, mas eu ia tentar de qualquer maneira. Talvez se eu persistisse, ela acabaria cedendo e começaria a falar comigo novamente. - Oh, hey! Eu não vi você aí. Olhando para cima, vi uma menina que estava a poucos metros de distância. Ela era pequena, com uma estrutura fina e cabelo castanho. Ela tinha poucos atributos, mas ela ainda era muito bonita. Estava segurando um par de livros em sua mão e sem dúvida estava à procura de mais. Eu a reconheci imediatamente como a menina que o Bennett estava vendo: Hadie Swinton. Eles começaram a namorar no fim de semana, mas não tinham feito muito mais que um respingo no radar de fofocas por minha causa. Eu parecia ser o tópico mais popular de discussão. - Você está falando comigo? - Fiquei surpresa por ela ter me reconhecido, especialmente quando Bennett havia se recusado a ficar comigo. Hadie deu um passo hesitante para mim e acenou com a cabeça. - Sim, eu pensei que você parecia solitária. Quer dizer, a menos que queira ficar sozinha, então eu posso ir. - Ah. - Ela parecia sincera pelo menos. Eu estava preocupada que ela fosse começar a fazer troça de mim. - Você pode conversar comigo? Hadie franziu a testa e mudou seus livros para o outro lado. - Eu não deixo as pessoas me influenciarem. Eu falo com quem eu quiser. Eu gostava dela já. - Mas você está namorando Bennett... - Estou saindo com ele porque, bem, eu gostava dele e ele finalmente me convidou para sair. Eu não saio com ele e com seus amigos, por isso não me importa o que pensam. - Ela piscou rapidamente, como se ela não estivesse me vendo corretamente. - Sem ofensa. Quero dizer, você é um de seus amigos, ou você era, mas hum... eu vou ficar quieta agora. Eu ri, perguntando como uma menina tão bonita como ela podia sair com Bennett. Ele não merecia. Quero dizer, ele sempre foi um bom cara, carinhoso, atencioso, mas ele tinha mudado lentamente. Ele estava mais focado em sua reputação e ser legal. - Oh, está tudo bem. Eu acho que ele não é mais meu amigo. - Eu sinto muito por isso. Eles podem ser o pior, às vezes. - Hadie inclinou a cabeça para o lado e depois limpou a garganta. - Bem, é melhor eu ir. Eu tenho um trabalho grande em alguns dias e nossa professora insiste que usemos livros para pesquisa. - Ela revirou os olhos. - É para isso que a internet serve. - Exatamente o que eu disse a ela. - Disse. - Oh, bem, eu vejo você por aí, Ashton.


Com um aceno, ela voltou para o corredor e saiu de vista. Eu a olhei ir, espantada com a atitude que ela mostrou. Ela não deixava alguém dizer a ela o que fazer. Ela simplesmente fazia isso. Talvez nem todos fizessem o mesmo que os meus ex-amigos. Talvez ainda existissem pessoas lá fora que poderiam falar comigo. Eu teria que encontrá-las entre as pessoas com as quais eu havia feito divertimento no passado, mas tinha que haver algumas pessoas que não me odiassem. Certo? Ninguém mais se aproximou de mim durante o almoço e quando entrei na aula, trinta minutos mais tarde, eu estava me sentindo um pouco mais confiante sobre estar na mesma sala que Kance. Eu já havia colocado na minha cabeça que iria falar com ela, não importasse o quê. Ashton Summers não iria rolar e morrer. Kance já estava sentada à mesa de volta com Ciara e Francine, ambas líderes de torcida, e Gabe que estava no time de futebol com Oliver. Eles começaram a sussurrar quando me aproximei deles e Francine explodiu em uma grande gargalhada. Meu estômago afundou. Obviamente eu era o destaque de sua conversa. - Ei, você pode dar um espaço para mim? - Eu perguntei com um sorriso. Um silêncio caiu sobre a sala e sem olhar em volta eu sabia que todos os olhos estavam em mim. A última coisa que eu precisava era de uma audiência para testemunhar minha humilhação potencial, mas eu tinha que agir como se tudo estivesse bem se eu quisesse recuperar minha popularidade. Tudo veio para baixo com a forma como Kance me tratou. Kance me olhou de cima a baixo com desdém. - Hmm... que tal não? - Mas eu sempre sentei aqui. - Não mais. Encontre alguém de seu próprio nível para se sentar junto. - Kance me lançou um olhar sarcástico. - Eu aposto que até mesmo os perdedores não terão lugar para você. Apesar de tudo, eles têm padrões muito elevados. E lá estava eu. Humilhada publicamente pela segunda vez nesta semana. Francine começou a rir de novo e eu poderia jurar que outras pessoas da classe também estavam rindo sob sua respiração. Meu sorriso não se desintegrou. Eu devia a anos de torcida o fato de minha fachada permanecer intacta. Nós tínhamos aprendido há muito tempo que não importa o que acontecesse, se você caiu, se machucou, ou estava chateada... tínhamos que manter o sorriso no rosto. Então, é isso que eu fiz. Eu continuei sorrindo. Depois veio a outra questão. Onde eu iria sentar? Virei de volta e examinei a sala, enquanto tentava descobrir quem sentava onde. Não havia muitas pessoas que eu conhecia na minha aula de História. Nunca passou pela minha mente socializar com pessoas fora do meu círculo. Em retrospectiva, que foi, provavelmente, um grande erro, percebia que às vezes, durante a minha humilhação, Luca e seus amigos tinham


estado por perto. Era muito constrangedor que alguém como Luca tinha amigos, mas eu não. O olhar de Luca piscou para mim, mas ele rapidamente desviou. Ignorando-o, eu me dirigi para frente da sala onde um cara chamado Winston estava sentado. A única razão porque eu sabia seu nome era porque ele estava sempre ganhando prêmios por várias realizações acadêmicas. Winston era um menino gordinho, com muita acne e usava óculos. Às vezes, outro rapaz se sentava com ele, mas hoje ele estava sozinho. - Este assento está ocupado?- Perguntei jogando meus cabelos por cima do meu ombro. Winston olhou por cima de seu livro e olhou-me com olhos desinteressados. - Parece muito vazio para mim. - Posso sentar aqui? - Eu mordi meu lábio enquanto ele me estudava. - Sim, eu suponho que você pode. - Winston prontamente voltou a ler seu livro de texto e me ignorou. Uma vez resolvido isso, eu olhei por cima do ombro e vi Luca me observando atentamente. Ao lado dele estava Stacey e seu outro amigo com as tatuagens, cujo nome eu não conseguia lembrar. Seu amigo disse algo para Stacey que sorriu para mim. Ótimo. Agora os amigos de Luca estavam me ridicularizando. Claro, eles provavelmente zombavam de mim antes, mas naquela época eu tinha pessoas para me dar atenção. Agora era a temporada de caça a mim. Eu afundei mais baixo em meu lugar e desejei que esta aula tivesse acabado. Meus planos de querer ficar do lado de Kance obviamente não funcionariam. Eu tinha que pensar em outra estratégia. *** A detenção foi muito mais agitada do que tinha sido no dia anterior. Tinha mais pessoas que foram pegas fazendo coisa errada durante o evento das cheerleaders. Quanto a Luca, mais uma vez ele sentou na cadeira diretamente atrás da minha. Eu tentei não reagir a sua presença, mas era muito difícil porque ele estava praticamente respirando no meu pescoço. O Sr. Kowalski ficou na sala durante os primeiros 30 minutos, mas eventualmente se afastou quando pensou que estávamos todos ocupados com o nosso trabalho. Assim que ele se foi, Luca chutou minha cadeira. Eu não entendo porque ele queria falar comigo. As coisas que eu disse a ele ontem à noite tinham sido francamente grosseiras. Na época, minha emoção primária tinha sido raiva e eu queria atacar qualquer um e todos que tentavam me ajudar. Era melhor não falar nada. Dessa forma, eu não faria ou diria coisas das quais eu iria me arrepender. Tentando o meu melhor para ignorá-lo, continuei trabalhando no ensaio de Inglês que era para ser entregue na sexta-feira. Lição de casa era a última coisa em minha mente, mas já que ser uma líder de torcida falhou, eu não queria acrescentar nada mais a minha lista de falhas. Luca chutou minha cadeira de novo, minha caneta escorregou e fez um longo risco através da página. Por que não podia me deixar em paz?


Sem uma palavra, juntei minhas coisas e passei para a mesa do outro lado da sala. Eu queria estar tão longe dele... o máximo que eu pudesse. Quando assentei minhas coisas, Luca se levantou e seguiu-me para o outro lado da sala, arrastando sua bolsa ao longo do chão. Ele se sentou à mesa atrás de mim. Em seguida, chutou minha cadeira. Novamente. - Estamos jogando cadeiras? Eu estava segurando a minha caneta com tanta força que pensei que iria quebrar ao meio. - Eu não quero falar com você. - Por quê? Porque você se sente culpada por toda a porcaria que você me disse na última noite? Eu me virei em meu lugar para encontrá-lo me estudando em diversão. - Por que você está falando comigo? - Porque você me entretém. - Eu não sou um palhaço. Eu não estou aqui para entreter você. Seus lábios transformaram-se em um sorriso torto. - Você poderia ser. Você tem pés muito grandes. Eu resisti à vontade de socá-lo no rosto. - Você é tão irritante! Você pode me deixar em paz? Eu parecia mais desesperada então eu fiz cara de zangada. - Responda minha primeira pergunta. - Ele arregaçou as mangas de sua jaqueta. - Você se sente culpada? - Dei de ombros, meus olhos grudados na rede complexa de suas tatuagens. - Eu não sei. - Eu posso dizer o quão cheia de remorso você está. - Disse ele. - Então, a lição de história foi alguma coisa, hein? Esses fatos sobre a Guerra Fria fundiram a minha mente. - Você está tentando dizer alguma coisa? - Luca começou a mexer com a manga. - Como é a sensação de ser um dos nós? Meus olhos se estreitaram em sua impetuosidade. - Desculpe-me? Ele olhou para cima. -Você sabe, ser uma aberração, um perdedor? - Eu não sou uma perdedora. Eu não sou nada como você. - Continue a dizer isso. - Eu não sou. - Eu insisti e apontei para seu braço nu. - Eu olho pra você e não tenho nada em comum e eu certamente não tenho centenas de tatuagens no meu corpo. Eu não entendo porque você fez isso em primeiro lugar. O olhar de Luca foi tranqüilo em como ele olhou para seu braço. Finalmente, ele empurrou-o para mim e apontou um dedo sobre a pele. - Veja por si mesma.


Intrigada, inclinei-me e olhei para onde ele apontou. Tudo o que eu podia ver eram espirais negros que não faziam sentido para mim. Tentei entender o que estava vendo. O que, no início, eu pensava que eram marcações absurdas, eram palavras na verdade. Bem, na verdade um nome. Um nome que era dolorosamente familiar. Grant Byron. Pai de Luca. Todo esse tempo eu pensei que Luca era estúpido e irresponsável por tatuar seu corpo, mas eu nunca tinha me dado ao trabalho de entender a razão disto. Eu era regiamente estúpida e ignorante. Ainda assim, eu não podia desculpá-lo por seu senso de moda. - Tudo bem, as tatuagens fazem sentido, mas o seu cabelo e maquiagem preta e roupas não. Portanto, não me coloque na mesma categoria que você. As sobrancelhas de Luca ficaram entrelaçadas e ele fez uma careta. - E então se eu parecesse com você? Eu poderia mudar minha aparência amanhã, mas ainda não teria nada a ver com ninguém. Eu me visto do jeito que eu gosto e eu pareço da maneira que eu quero. Franzindo os lábios, virei-me para frente cheia dessa conversa. - Então, eu gosto de ser uma aberração.

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apítulo Catorze

Ashton O ruído de um cortador de grama me acordou do meu sono. Gemendo, virei e olhei para o meu relógio de cabeceira com os olhos turvos. 07:13 A.M? Quem no seu juízo perfeito iria cortar grama tão cedo em um sábado de manhã? De alguma forma, consegui sair da cama sem tropeçar em meus lençóis. O sol brilhava em meu quarto e do outro lado da minha janela as cortinas de Luca estavam fechadas. Acreditava que ele seria capaz de dormir com todo esse ruído. Fui ao longo do corredor e olhei para fora da janela, com nosso negligenciado jardim em frente, na esperança de ter um vislumbre do chato vizinho que tinha perturbado o meu sono. Minha boca se abriu quando eu vi que a nossa grama estava sendo cortada... por alguém absolutamente lindo. Estava com as costas viradas pra mim, então tudo o que eu poderia fazer era olhar o cabelo castanho escuro e um bronzeado no corpo musculoso. Por Deus, esta era uma ótima maneira de acordar em um sábado. Mamãe finalmente contratou alguém para cortar a grama, mas será que realmente tem que ser a esta hora da madrugada? - Mãe! - Eu chorei quando pisei lá embaixo, amaldiçoando o mundo. Mamãe estava sentada à mesa com um copo de café. Ela olhou pra mim sobre a parte superior de seu jornal e fez um ruído


de insatisfação. - Ash, você vai ficar aqui embaixo? Acabei de colocar seu irmão na cama uma hora atrás. Ele passou a noite toda com dor de ouvido. - Eu estava tentando dormir também, mas fui acordada por esse barulho. - Eu gesticulava freneticamente com as mãos. - Quer dizer, o cara é muito bonito, mas ainda assim! Mãe levantou uma sobrancelha. - Você realmente o viu? - Somente de costas, mas as costas eram boas. - Um sorriso que me confundiu se formou nos lábios da minha mãe. Por que ela estava toda feliz? Não que eu estivesse reclamando. Foi bom ver um sorriso verdadeiro dela depois da derrocada com Elly. Acho que eu fiz isso ficar muito pior brigando com ela e culpando-a por todos os meus problemas. - Por que você não leva uma jarra de limonada para ele? - Mamãe sugeriu: - Tenho certeza que ele deve estar com sede. - Por que não? - Eu dei de ombros. - Não é como se eu pudesse voltar a dormir. - Agarrando a jarra de limonada na geladeira e um copo do armário, calcei os chinelos e abri a porta da frente. A luz solar refletiu diretamente em minha visão e eu olhava fazendo sombra em meus olhos com uma mão. Setembros em Statlen geralmente variavam de temperatura. Alguns dias fazia frio e em outros dias, como hoje, parecia que estávamos bem no meio do verão. Meus olhos vagaram ao redor do quintal e vi que a maioria da grama tinha sido cortada e havia apenas as bordas ao redor do muro que restava a fazer. O cara estava inclinado sobre o cortador de grama e não tinha reparado em mim, mas eu notei algo sobre ele. Algo que me perturbou. Ele tinha uma manga de tatuagens em seu braço esquerdo. De jeito nenhum. Não havia nenhuma maneira que poderia ser ele. - Olá? - Chamei timidamente, ainda não tendo certeza do que eu estava vendo. Ele se levantou e minha boca abriu. Oh, doce menino Jesus. Ele era ele. Luca Byron estava sem camisa na minha frente, cortando o gramado com gotas de suor escorrendo pelo seu corpo. Não é como se eu o tivesse tocado antes mas, cara, eu quero. O que era ainda mais estranho foi que ele parecia bem normal. Para começar, seu cabelo estava castanho, não preto. Ele deveria ter tingido de volta à cor natural e não estava espetado como um porco-espinho. Seu cabelo parecia macio e só caía em seus olhos. Ele também deve ter feito um novo corte de cabelo. Não havia delineador preto ao redor dos olhos também. Ele olhou... não havia palavras para descrever como ele olhou. Eu fiquei encantada. Luca inclinou a cabeça para o lado e caminhou em minha direção lentamente. - Isso é pra mim? - Hein? - Meu cérebro não estava funcionando. Eu não conseguia lembrar o que eu tinha vindo fazer aqui. - A limonada. É para mim? Estou com sede. - Ele parou bem na minha frente e cruzou os braços sobre o peito, fazendo com que os músculos saltassem, mostrando protuberâncias nos braços.


Oh. Meu. Deus. Eu ia ter que pegar de volta tudo o que eu já disse sobre Luca Byron. Ele era lindo, ele era quente e ele era sexy. Como? Como podem essas pequenas mudanças em sua aparência terem um grande impacto sobre a maneira como ele parecia? Quero dizer, sim, que ele sempre foi bom de olhar, mas a aparência de roqueiro obscurecia isso. E aqueles músculos, o corpo, o abdômen... de onde eles haviam surgido? - Ashton - disse ele, com um sorriso nos lábios. - Se você continuar olhando para assim mim, terei então que fazer algo sobre isso. Meu rosto ficou vermelho e quente e eu rapidamente entreguei-lhe o copo. Ele me viu de perto quando coloquei a limonada para ele, minha mão trêmula durante todo o tempo. Luca estava tendo um efeito tão profundo em mim que eu não poderia nem controlar algo tão simples como derrubar a limonada no copo. Ele rapidamente virou o copo e eu o enchi, tentando colocar o meu tremor sob controle. Em um momento, Luca cobriu minha mão com a sua para controlar a agitação. Quando ele bebeu um terceiro copo, entregou-o de volta pra mim e puxou sua camisa de onde ele havia enfiado na parte de trás de sua calça jeans. Seus olhos verdes brilharam enquanto ele limpava o suor de seu peito, seus olhos nunca deixando os meus. Nem uma vez eu movi meu olhar, eu acho que não era capaz de movê-lo e ele parecia estar gostando da atenção que eu estava dando a ele. Ele colocou a camisa na parte de trás da calça jeans, um sorriso brincando em sua boca. - Você não disse uma palavra. - Ele se inclinou mais perto até que seus lábios estivessem a centímetros de distância dos meus. - Isso não é como você. Normalmente, você estaria me chamando de louco agora. Você está doente? - Hum... - Vamos lá! Eu tinha que me controlar. Isso estava ficando ridículo. - Eu estou... apenas surpresa, isso é tudo. O que aconteceu com o louco cabelo e as roupas feias? Luca deu de ombros. - Era a hora de uma mudança. Por quê? Está incomodando você? - Havia uma sugestão lúdica em sua voz e eu poderia dizer que ele estava me provocando. Ele provavelmente estava amando a minha reação. - Não, por que me incomodaria? - Eu rebati. - Ah, eu não sei. Talvez você goste do que vê. - Eu não! - Argumentei, mas a julgar pelo seu sorriso alargando, eu poderia dizer que eu não parecia muito convincente. Tempo para uma mudança de assunto. - Por que você está cortando a nossa grama? - Só estou sendo um bom samaritano. - Uh huh - Eu disse, não querendo acreditar nesta história de “bom rapaz”. - E isso é algo que vocês adoradores do diabo costumam fazer por diversão? Ele parecia divertido por tê-lo chamado de adorador do diabo. - Sim, a cada lua cheia. Então nós vamos e sacrificamos cordeiros e usamos seu sangue para...


- Ugh, você é nojento! - Eu o interrompi, não querendo ouvir mais. - Você que começou. - Disse ele e cutucou-me na clavícula. Seu dedo permaneceu lá e eu tremi. - É isso que faz você ficar de bom humor? Muito bizarro. Ele riu quando eu tirei o dedo dele de mim e voltei pra dentro, salpicos de limonada caindo por todos os lugares por onde eu passei. Será que ele tinha que ser tão chato e quente ao mesmo tempo? Ugh! E eu pensei que ele era quente! Mate-me agora! A porta se fechou atrás de mim e eu pisei na cozinha onde mamãe estava sentada com aquela expressão satisfeita no rosto. Ela olhou para cima quando eu bati a limonada no balcão. - O cara bonito cortando nosso gramado bebeu muita limonada. - Ela comentou em um tom claro quando dobrou o jornal e o guardou. Eu não me incomodei em mencionar que eu havia derramado metade em meu caminho de volta para dentro. - Mãe! - Eu me enfureci. - Você sabia que era ele e você me mandou lá fora de propósito! Eu não posso suportá-lo, ele é tão cheio de si! - Fale baixo, seu irmão ainda está dormindo. - Mamãe advertiu. - E eu a mandei lá fora porque eu acho, e a Sra. Byron concorda, que isso de vocês evitarem um ao outro está ficando ridículo. Vocês cresceram juntos, vocês brincaram juntos e agora vocês estão agindo como completos estranhos. Um de vocês tem que dar o primeiro passo ou vocês vão se arrepender um dia. Vocês eram tão importantes um para o outro no passado e vocês podem ter isso de novo. Deixe de lado o que está prendendo você. Como de costume, mamãe foi direta com sua palestra semanal sobre Luca e eu. Será que ela não entendia que não tínhamos nada em comum? Nós não poderíamos ter uma conversa sem morder a cabeça um do outro? Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, a campainha tocou e minha mãe fez sinal em direção à porta da frente. - Vá e veja que o que é e, se for Luca, deixe-o entrar. Eu quero agradecer a ele por ajudar. - Sim, mãe. - Eu disse, sabendo muito bem que provavelmente era Luca. Quem mais poderia estar à porta neste início de manhã? Eu fiz o meu caminho pelo corredor e abri a porta e, como eu tinha suposto, Luca estava parado do lado de fora com a camisa ainda enfiada na parte de trás de seu jeans. Suspirei. Oh, não. Eu apenas suspirei em meus pensamentos. Não é legal, definitivamente não é legal. Eu tentei olhar tão irritada quanto possível. - O que você quer? Luca sorriu. - Eu acabei. Informe a sua mãe... - Diga a ela você mesmo! - Eu bati e, deixando a porta aberta, caminhei de volta para a cozinha. Eu estava esperando que Luca não me seguisse, mas ele estava há apenas alguns passos atrás de mim quando eu me virei.


- Oi, Sra. Summers, terminei o corte da grama. Só queria avisar à senhora. - Luca disse em um tom educado que eu não reconheci. Mamãe se levantou com um sorriso no rosto. - Muito obrigada, Luca. Deixe-me dar-lhe algum dinheiro para compensá-lo pelo trabalho. - Não, não, por favor, não. - Disse Luca com um aceno de cabeça. - Eu estava indo cortar nossa grama de qualquer maneira e percebi há quanto tempo vocês não cortavam a daqui. Realmente, não é um grande trabalho. Eu estou feliz por fazê-lo. Com o canto do meu olho, notei Luca me observando. Jogando minha cabeça, encostei-me ao balcão da cozinha com os braços cruzadas, silenciosamente furiosa. Ele agia como se fosse tão doce e inocente, quando eu sabia que era exatamente o contrário. O cara não poderia ser mais arrogante. - Isso é tão gentil de sua parte. - Disse a mamãe radiante. - Não é, Ash? - Eu resmunguei em resposta e olhei para o teto em vez de olhar na direção de Luca. - Não se preocupe com isso, Sra. Summers. - Então, eu gosto do seu estilo novo, Luca. Ash estava dizendo o quão bem você ficou. Oh. Meu. Deus. Este era um sonho ruim. Não havia maneira de a minha mãe poder ser mais embaraçosa? Eu não podia acreditar que mamãe fez isso comigo. Eu estava mortificada. Fiquei horrorizada. A morte não poderia vir rápido o suficiente. Luca riu e eu queria que o chão se abrisse e me engolisse. - É melhor eu ir, Sra. Summers. Obrigado pela limonada. - Ele fez uma pausa. - Tchau, Ashy. Quando eu ouvi a porta da frente, eu virei para minha mãe em frustração. - Você tinha que mencionar que eu falei sobre ele? Agora ele vai achar que eu gosto dele! Mamãe colocou a limonada na geladeira e depois lavou o copo de Luca. - E por que você não gosta dele? Ele parece muito bom. Mamãe fechou a torneira e se virou para mim com um sorriso maroto. - Ei, o menino cresceu e ficou bonito. Posso compreender isso. - Eu sabia que ela estava dizendo isso para obter uma reação minha, mas eu ainda estava irritada. Eu não sabia exatamente o porquê estava irritada, mas o sentimento ainda estava lá. - Mãe, você não tem algum trabalho a fazer? Seu editor precisa daquelas revisões feitas até a próxima semana. - Eu disse com uma careta. - Eu vou fazer o café da manhã de Blaze quando ele se levantar. - Sim, senhora. - Disse ela com um riso em seus olhos e indo em direção a seu escritório. - Eu vou te ver na hora do almoço. Amo você, baby. Pelo menos ela estava agindo mais carinhosa comigo. Talvez Luca a estivesse descongelado um pouco. - Eu te amo.


Quando eu ouvi a porta do escritório fechada, afastei-me da pia quase tropeçando na mesa da cozinha devido a minha pressa. Eu observei como Luca se movia por seu gramado e abertamente bebi da visão de seu corpo suado, bronzeado. Sem ninguém para testemunhar, olhei por um tempo muito longo, imaginando qual seria a sensação de correr os dedos sobre a firmeza dos seus músculos. Enquanto eu estava lá, as palavras da mamãe voltaram pra mim quando ela disse que um de nós teria que dar o primeiro passo. Suas palavras me marcaram e um plano começou a se formular em minha mente. Sorri para mim mesma quando Luca finalmente voltou para dentro. Minha mãe ficaria muito feliz em saber que eu estava prestes a fazer o primeiro movimento.

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apítulo Quinze

Luca O cheiro mais surpreendente elevou meus sentidos quando saí da cama no domingo. Mamãe deveria estar cozinhando hoje. Quando meu pai era vivo, ela cozinhava quase todos os dias, mas depois que ele morreu, ela tinha parado completamente. Foi somente a partir do último par de anos que ela começou lentamente a se reerguer novamente. Ela nunca esqueceria meu pai, mas foi bom vê-la finalmente superando a sua morte. Esfregando os olhos, tropecei descendo as escadas quando o cheiro ficou mais forte. A cozinha ficou à vista e parei de repente no degrau, mal acreditando em meus olhos. Este era um sonho. Um sonho muito estranho. Ashton estava de pé na minha cozinha olhando pra mim com diversão. Ela estava usando um mini vestido azul que era incrivelmente curto e que me bateu em cheio. E eu estava aqui no meu short de seda do tipo que os pugilistas usam. Maldita. Eu não podia exatamente correr de volta ao andar de cima e colocar uma calça ou uma camisa. Além disso, minha mãe tinha me notado também. - Luca. - Mamãe disse com um sorriso. - Desça e venha tomar café da manhã. Ashton veio cozinhar comigo. - De alguma forma, ela conseguiu dizer as palavras naturalmente, como se Ashton entrasse em nossa cozinha para cozinhar todo fim de semana quando, na verdade, sete anos se passaram desde que ela ajudou a mamãe cozinhar qualquer coisa. - Uh. - Era tudo o que eu consegui dizer quando me sentei à mesa e brinquei com o prato.


- Sua mãe e eu fizemos omelete de queijo. - Disse Ashton colocando um prato cheio na minha frente. Ela então começou a derramar um copo de suco de laranja pra mim. Sim, Ashton havia sido definitivamente substituída por um clone. Examinei a omelete que tinha o cheiro mais surpreendente e minha boca encheu de água. Mas as aparências podem enganar. Era possível que ela tivesse o envenenado? Eu escolhi uma omelete de cima e cheirei, mas tudo que eu podia sentir era o cheiro da omelete recém-preparada. Com um olhar de suspeita em Ash, dei a primeira garfada. Estava tão gostoso que em poucos minutos eu devorei quatro delas. Quando eu engoli o copo de suco de laranja, vi mamãe correr a mão pelo cabelo comprido de Ashton. - Esse cabelo está tão lindo. - Comentou mamãe e depois acenou com a cabeça em direção a mim. - Você gostou do novo penteado de Luca? - Oh, mamãe, realmente? Era necessário perguntar isso? Ashton virou os olhos cor de céu azul sobre mim e eu senti minhas entranhas derreterem um pouco. Ela inclinou a cabeça para o lado enquanto estudava meu cabelo. - Eu acho que lhe convém muito, Sra. Byron. - Ele se parece muito com seu pai. - Mamãe disse, sorrindo distraidamente enquanto ela brincava com o pano de prato. - De qualquer forma, Ashton, você não quer falar com Luca sobre alguma coisa? Eu olhei para ela com surpresa. Ashton veio aqui para falar comigo? Teria o inferno congelado e ninguém me falou sobre isso? Ashton havia dito que não falaria comigo nem morta, mas aqui estava ela. E a sua reputação preciosa? Claro, eu tinha ido a sua casa para cortar a grama, mas eu não tinha vergonha de ser visto com ela. Ashton levou a garrafa de suco de laranja para fora da mesa e caminhou para a geladeira com ela. Ela se inclinou com aquele vestido incrivelmente curto para colocar o suco de laranja na prateleira de baixo e eu, juro por Deus, que se minha mãe não estivesse aqui, eu teria jogado Ashton Summers sobre a mesa da cozinha. Eu odiava a menina, mas ela estava tão quente e havia tantas coisas que eu queria fazer com ela. Mesmo que ela me fizesse querer empurrá-la de um penhasco a maior parte do tempo. - Sim, se estiver tudo bem pra Luca. - Ela fixou os olhos azuis em mim de novo e não havia nenhuma maneira que eu poderia recusar. Aqueles olhos poderiam convencer-me a fazer quase qualquer coisa para ela. - Você pode ir até o quarto de Luca. - Mamãe disse em um tom agradável. -Você sabe, ele se mudou de volta para seu antigo quarto! - Sério, eu acho que às vezes mamãe esquecia que eu era um macho adolescente. Estava além da minha compreensão entender como ela poderia achar que estava tudo bem em ir com uma menina para o meu quarto! Mas ela que sugeriu. Eu não estava reclamando. - Sim, eu notei. - Disse Ash com um sorriso educado. Subimos as escadas e eu a levei para o meu quarto, consciente de que ela estava logo atrás de mim. Eu poderia facilmente ter me virado e a


beijado se eu quisesse, mas me contive. O primeiro beijo eu joguei fora como uma brincadeira, mas que desculpa eu teria para beijá-la novamente? Além disso, por que eu estava pensando em beijá-la? Entramos em meu quarto e eu peguei a camiseta mais próxima que pude encontrar e vesti. Não era como se Ashton não tivesse me visto sem camisa antes de ontem, mas algo sobre ela estar no meu quarto me deixava nervoso. Quando olhei em volta, vi que Ash estava sentada na minha cama. Por alguma razão, a visão dela na minha cama fez coisas malucas em minha cabeça. Em questão de segundos, eu poderia ter Ash deitada de costas comigo em cima dela, mas tive que empurrar os pensamentos. Não havia sentido em pensar sobre as coisas que nunca iriam acontecer. Um beijo era plausível. Sexo estava fora de questão. - Você está certo. - Disse Ash apontando para a janela onde seu quarto estava claramente visível. - É uma visão melhor. - Qual o objetivo do ato de garota legal? - Eu perguntei passando a mão pelo meu cabelo. Nós todos sabemos que você é como Medusa. - Ha Ha, muito engraçado. - Disse ela secamente e em seguida começou a brincar com meu cobertor. Ela parecia nervosa com alguma coisa. - Eu tenho pensado... - Isso é sempre um bom sinal. - Eu sentei na minha cadeira e sorri. - Você vai me cortar? Estou tentando ser séria aqui! - Ela tomou uma respiração profunda, como se para se acalmar. - Eu tenho certeza de que você notou que eu tive... hum... uma queda social. - Foi muito difícil não perceber. Ash agiu como se não estivesse me ouvindo e continuou. - Eu tentei ser amiga de Kance, mas a bruxa não quer nada comigo. Pessoas que eu nem sequer conhecia me odeiam. Suspirando, estiquei-me para trás contra a cadeira e tentei parecer sério. - Estou surpreso que você nem percebeu que existem pessoas fora de seu círculo. Ash parecia irritada por eu estar fazendo uma piada com a sua crise social. - Luca, isso não é engraçado. Minha vida social na escola está acabada. Tenho que me tornar popular novamente e voltar para a equipe. Daqui a alguns anos eu não quero olhar para trás e pensar em meu último ano como sendo uma falha. Eu suspirei tentando entender que negócio grande era esse de ser uma cheerleader. Elas saltavam para cima e para baixo em torno, acenando pompons e jorrando alguma besteira sobre o espírito da escola. Mesmo em um milhão de anos eu nunca entenderia. - Será que isso realmente importa tanto para você? - Você realmente acha que eu ia perder meu fôlego falando com você se não fosse?


Eita. Ela nunca deixa a atitude de cadela por um segundo. - O que inferno isso tem a ver comigo? Você não tem amigas para este tipo de coisa, onde vocês sentam, pintam as unhas dos pés e lamentam suas vidas? Eu não sou uma garota ou seu amigo, então que diabos você quer de mim? - Você mudou. - Sua voz era tão suave que eu tinha que chegar para frente a fim de ouvi-la. As pessoas vão perceber que você... está em um bom caminho. - O que diabos você está falando? - Foi difícil acreditar que Ash tinha acabado de me fazer um elogio. O olhar de Ash baixou e ela olhou para o chão como se fosse a coisa mais fascinante na sala. - Seu cabelo, suas roupas... por que você os mudou? Houve obviamente uma razão. - Ela parecia quase envergonhada de admitir que havia notado a mudança. Notado e gostado. Droga. Qual era a dela? Minha terapeuta, porra? Iríamos falar sobre a minha infância em seguida? - Eu estava cansado de ouvir todo mundo me acusar de ser louco. - Veja! - Ela se inclinou ansiosamente. - Você entende. Você quer se encaixar em algum lugar apenas como eu. - Eu não quero me encaixar em... - Eu parei. Eu realmente não sei o que eu queria, mas tinha algo a ver com o que Ash tinha dito para mim na outra noite. Ela me disse para olhar no espelho e eu havia olhado. Mudar minha aparência, não mudou a minha personalidade, por isso, se a Pequena Miss Glamour estava impressionada com isso, então ela estava prestes a ficar muito decepcionada. Era mais para foder você. A expressão de Ash escureceu e uma carranca apareceu em seu rosto. Sua personalidade “resistente como pregos” me irritou e eu vi Ash muito mais vulnerável do que eu tinha visto na detenção. - Você tem que ser assim? Eu balancei a cabeça. - Eu não tenho, mas isso me faz sentir melhor. Sua carranca se aprofundou. - Você é um idiota. - Então, eu ouvi. - Revirei os olhos. - Vá para o inferno! - Ela se levantou com os punhos cerrados ao lado do corpo. Por mais que eu quisesse empurrá-la para baixo na minha cama e fazer amor com ela, não havia nenhuma maneira de ficar perto dela sem os engasgos dela primeiro. A menina nunca fechava a maldita boca. Era por isso que nós não poderíamos estar perto um do outro. Nós sempre acabávamos presos em um argumento. Cada. Único. Tempo. Eu não era estúpido. Eu sabia o que mamãe e a mãe de Ash estavam tentando fazer. Às vezes durante a tarde, eu as via conversando sobre a cerca. Era óbvio que elas estavam tentando fazer eu e Ashton sermos amigos novamente. Se elas pudessem nos ver agora, tenho certeza de que elas mudariam de ideia. Rápido. Ash suspirou profundamente como se ela quisesse estar em qualquer lugar, menos aqui comigo. Ela realmente não lidava bem quando as coisas não caminhavam de acordo com o que ela esperava.


- Olha, sinto muito. Deixe-me tentar novamente. Eu preciso de sua ajuda. Eu levantei uma sobrancelha e ela levantou também. Isso estava ficando interessante. A Princesa Ash precisava da minha ajuda. Bem, essa foi a primeira vez. - Com o quê? - Saia comigo. - As palavras saíram de sua boca tão rápido que eu tinha certeza que tinha ouvido mal. - O que você disse? Ash respirou fundo e se aproximou, seus olhos azuis desesperados. - Saia comigo. Quero dizer, não realmente sair, mas fingir. Ela tomou outro fôlego e tentou novamente. - Eu quero que você saia comigo, assim eu vou conseguir voltar ao radar social. Minha testa franziu e confusão me inundou. - Por que diabos você quer sair comigo? Não sou um pária social? Sua reputação não se tornaria irrecuperável se você saísse comigo? - Os meninos são tão idiotas. - Disse Ash, exasperada. - Já se olhou no espelho? Você se vê? Você não sabe que amanhã na escola todo mundo estará falando sobre você? Eu dei de ombros. - Então o que? Eu ainda estou em uma banda de rock que todo mundo pensa que adora o diabo e eu ainda tenho os mesmos amigos. Acha que minha aparência realmente vai mudar as coisas? Ash revirou os olhos. - Hum, duh. Meninas na escola só pensam sobre uma coisa. Homens bonitos. Eu cruzei os braços sobre o peito. - Então, deixe-me ver se entendi. Você quer que eu pose como seu namorado porque eu sou “bonito”, de modo que você vai tornar-se popular, tornar-se uma líder de torcida novamente e voltar a tirar sarro de mim com seus amigos idiotas? - Exatamente. - Você está iludida. - Estou desesperada. Frustração surgiu através de mim. Quando Ashton disse que queria falar comigo, isso não era o que eu tinha em mente. - Isso realmente me faz sentir muito por você por saber que sou um último recurso. - Oh, vamos lá. É o mínimo que você pode fazer por mim depois de tudo o que aconteceu entre nós no passado. Ela não tinha necessidade de elaborar para eu pegar o seu significado. Ela estava obviamente se referindo a como eu a empurrei para longe no passado, depois da morte do papai. Ainda assim eu não ia desistir tão facilmente, pois não queria que Ash se tornasse popular novamente e voltasse a aterrorizar o resto da escola.


- Eu preciso tirar algo deste acordo também. - Ash cruzou os braços, parecendo derrotada. - Tudo bem, qual o seu preço. Hmm. O que Ashton poderia fazer por mim? Não havia nada que imediatamente me veio à mente, mas isso não significava que eu não pensaria em algo mais tarde. - Posso escolher o meu preço mais tarde? - Eu não vou fazer nada com você. - Disse ela imediatamente, atirando-me um olhar que poderia matar. - O que faria você pensar que eu quero fazer algo com você? - Eu disse e ela não disse mais nada. Sentindo-me orgulhoso, estendi minha mão. - Então, nós temos um acordo, Ashy? Seus olhos se iluminaram como luzes de fada azul quando ela apertou minha mão. Uma parte de mim queria tomá-la nos braços, mas eu resisti à tentação. - É um acordo.

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apítulo Dezesseis

Luca Na manhã seguinte, Ashton foi para a escola no meu carro e desta vez ela não me fez deixá-la na esquina. No início, ninguém deu muita atenção a nós, mas quando ela entrou no pátio, eu sabia que alguma coisa séria estava prestes a acontecer. - Luca, o que aconteceu com você? - Stacey foi a primeira a me notar. Ela estava sentada contra a parede com Elly e Riley que parecia estar adorando a minha ausência. Não parecia que Stacey estava mostrando muito interesse. Eu não podia evitar, mas me sentia mal pelo cara. Corri a mão pelo meu cabelo sem gel e me senti autoconsciente. - Era hora de uma mudança. - Eu gosto disso. Muito. - Disse Stacey erguendo as sobrancelhas sugestivamente. De repente, todo seu comportamento mudou e ela estreitou os olhos para algo atrás de mim. O que você quer, Barbie? Meu coração se afundou e eu olhei por cima do ombro para ver Ashton em pé atrás de mim, olhando nervosa como o inferno. Porcaria. Eu tinha quase esquecido dela. Fiz um gesto para Ash se aproximar e ela parou ao meu lado, torcendo um pouco de seu cabelo em torno de um dedo. Quando eu coloquei meu braço em torno dela, as sobrancelhas de Stacey se ergueram tão alto que quase desapareceram em seu couro cabeludo. - Ela está comigo.


- Ela o quê? - A boca de Riley estava aberta quando ele olhou entre eu e Ash como se estivesse esperando alguém saltar e gritar Primeiro de Abril. - Você me ouviu. Ela está comigo. Estamos namorando. O rosto de Elly ficou pálido e ela agarrou a corrente em volta do seu pescoço como se isso fosse protegê-la de minhas palavras. - Isso é... hum... isso é... - Foda-se! - Stacey falou em voz tão alta que atraiu atenção de todos. Ótimo. Agora tínhamos uma audiência. - Quero dizer, isso é obviamente algum tipo de piada, não é Luca? Você só está brincando com a gente, não é? Bem, você já brincou com a gente, assim a Barbie pode sumir agora. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Ashton falou. - Meu nome é Ashton, não Barbie e a piada por aqui é o seu cabelo gorduroso. Oh merda. Por que Ashton não podia apenas manter a maldita boca fechada? Stacey parecia que queria sufocar Ash. - O que você acabou de dizer? - Você está com dificuldade de audição? - Ash perguntou friamente, levantando uma sobrancelha. - Eu posso consertar isso para você, se você quiser. - Ok, isso é o bastante para um dia. - Eu disse e fechei a mão sobre a boca de Ash. Ela lutou contra mim quando inclinei minha cabeça próxima a sua orelha. - Não me faça te beijar de novo porque eu vou fazer isso. - Ela imediatamente parou de lutar e me lançou um olhar. Com uma risada, eu a soltei e me voltei para os meus amigos. Stacey estava assistindo a nossa conversa com fúria em seus olhos. - Então, essa é a verdadeira razão porque você não quis ficar comigo no outro dia, porque você não me chamou no fim de semana desde então. Por causa dela. - Stacey, você sabe que as coisas entre nós não eram sérias. - Eu me senti como um verdadeiro canalha, mas eu não sabia mais o que dizer. - Eu sei! - Stacey estalou. - Mas eu não achava que você tinha se tornado um egocêntrico, egoísta, estúp... - O que está acontecendo? - Uma voz suave perguntou atrás de nós. Ótimo. Eddie estava aqui. Ele era o único que tinha a preocupação estampada em seu rosto. Eddie me conhecia melhor e meus sentimentos eram geralmente muito transparentes para ele. Era nele que eu teria que trabalhar pesado para convencer sobre toda esta charada. Caso contrário, ele veria a farsa em dez segundos. Eu coloquei um braço em torno da cintura pequena de Ash e puxei-a para o meu lado. Ela parecia surpresa com a minha franqueza, mas não se afastou. Se ela fizesse, teria sido óbvio que ela não estava realmente comigo. Tínhamos que fazer todo mundo pensar que éramos um casal de verdade não apenas fingindo. - Eles estão juntos. - Disse Riley devagar, balançando a cabeça em minha direção. Eddie olhou entre mim e Ashton com uma expressão neutra.


Ele coçou a cabeça de uma forma cômica antes de abordar-me. - Por Deus, você está louco? Você vai sair com ela? Você a odeia. - Ele disse em um tom tão casual que levou uns segundos para Ash assimilar suas palavras. Ela levantou a cabeça para me estudar. - Você disse que me odiava? - Ela perguntou em voz baixa. - Você realmente me detestava, não é? O olhar de todos foi dirigido a mim à espera de respostas, de uma explicação. Ontem, Ash e eu tínhamos pensado nos possíveis cenários com os quais teríamos que lidar, mas foi um inferno de muito mais difícil convencer os meus amigos. Era como se a minha mente tivesse ficado completamente em branco como se você estivesse olhando direto para o cano de uma arma. Engoli em seco. - Gente, eu não culpo vocês por não entenderem, mas respeitem que Ash e eu estamos juntos. Foi o que aconteceu e estamos namorando. Não é grande coisa. - Então, não foi grande coisa quando ela jogou café em Elly e a humilhou na frente de metade da escola? - Stacey exigia. Era natural que Stacey estivesse defendendo Elly, embora eu suspeitasse que ela tivesse suas próprias razões também. Elly sempre foi tranquila com a gente, mas depois da semana passada ela começou a sair com a gente o tempo todo. Normalmente, ela estava tentando fazer amizade com os atletas e líderes de torcida, mas eles não querem ter nada a ver com ela agora que ela saiu da equipe de cheerleaders. Assim como eles não querem ter nada a ver com Ashton. Ashton e Elly estavam no mesmo barco. A única diferença era que Elly era uma boa garota e Ash era, assim, uma cadela. - É por isso que o seu cabelo está diferente? - Eddie perguntou. - Porque ela queria que você mudasse? Eu balancei a cabeça. - Não, não tem nada a ver com ela. Eu mudei antes de ficarmos juntos. Eu estava cansado daquele visual, então eu voltei para minha cor natural. - Sério, por que meu cabelo é um tema tão importante da conversa? - Então, ela vai sair com a gente agora? - Riley perguntou. Ash se enrijeceu ao meu lado e quando eu olhei para ela, ela estava atirando a Riley um olhar que poderia matar. - Primeiro de tudo, eu tenho um nome. Em segundo lugar, pare de falar de mim como se eu não estivesse aqui. Eu tenho ouvidos, vocês sabem? - Eu só estou tratando você do jeito que você sempre nos trata. Não é tão bom quando você está no fim da recepção, não é? - A boca de Riley formou uma linha apertada e parecia que ele queria chutar alguma coisa. - E eu aposto que você nem sequer sabe o meu nome. Ash inclinou a cabeça para o lado enquanto o estudava. - É Mitchell, não é? Eu gemia interiormente. Ela estava caçoando de Riley e ele estava certo. Ash sempre os tinha tratado como merda e ele estava retornando o favor. Eu não podia culpá-lo por isso e eu definitivamente não poderia fazê-lo gostar dela. Riley riu friamente e balançou a cabeça. - Você não está nem perto.


Cortei antes que Ash dissesse algo provocativo novamente. - Respondendo sua pergunta, sim, Ash vai sair conosco daqui em diante. Não vamos guardar rancor contra ela por coisas que ela tenha feito no passado. Ela não é assim agora. - Eu realmente não sabia o quão convincente soou, porque eu sabia que Ash não tinha mudado nada. - Certo. - Disse Stacey em descrença. - Em uma semana ela teve uma grande transformação. Nós não queremos alguém assim no nosso grupo. Quando não estivermos prestando atenção ela vai no apunhalar pelas costas. - Deixa de besteira, Stacey. Ash fica. - Meu tom era final e ninguém argumentou comigo depois disso. Não é que eu acreditasse no que eu estava dizendo, mas eu sabia que qualquer cara iria se levantar por sua namorada. Se quiséssemos que todos acreditassem nisso, então tínhamos que parecer convincentes de todos os ângulos. Passar tempo com Ashton e fingir sair com ela não era minha ideia de diversão, mas há sete anos eu a tinha empurrado e terminado nossa amizade por minhas próprias razões egoístas. Uma parte de mim sentia que devia algo a ela. - Eu não posso acreditar em você, Luca. Você não pode ver o quão má ela é? - Stacey exigia. Sua animosidade estava realmente acabando com meus nervos. - Você não tem o direito de falar, Stacey. Você não pode sequer ver o que está bem na frente de seus próprios olhos. Stacey franziu a testa. - Do que você está falando? Automaticamente, eu me virei na direção de Riley. Seu rosto ficou brilhante e vermelho quando Stacey olhou para ele em confusão. Finalmente, ela me lançou um olhar de desgosto antes de pegar Elly. - Vamos, vamos. Eu não posso ficar perto dela. - Elas se afastaram e entraram no prédio da escola, deixando Riley e Eddie para trás. Eddie me olhou nos olhos e inclinou a cabeça para a direita. - Podemos conversar, Luca? Merda. Eu realmente esperava que ele não estivesse disposto a dar-me um esporro. Eu não sabia o quão bem eu poderia manter essa mentira com Eddie me fazendo 20 perguntas. - Tudo bem? - Eu perguntei a Ash. Ela encolheu os ombros e alisou o cabelo para trás, longo e sedoso. - Eu não preciso de você para tomar conta de mim. Eu vou ficar bem. Era inacreditável como alguém tão doce poderia ter essa atitude tão maldita. Deixei-a na parede e caminhei com Eddie alguns metros de distância. Riley nos seguiu, claramente não querendo ficar sozinho com Ashton e parecia estar se recuperando da sugestão que eu tinha dado sobre ele para Stacey. - O que está acontecendo com você? - Eddie perguntou assim que estávamos longe de Ashton. Fiz-me de desentendido. - O que você quer dizer? - Ele quer dizer que você parece muito estranho, cara. Você está agindo... estranho. Disse Riley com uma careta. - Na semana passada você jurou para cima e para baixo o quanto você odiava a menina e esta semana você está namorando ela. É como se você tivesse se transformado em uma pessoa diferente no fim de semana.


Ash pode não ter nenhum amigo de verdade, mas eu com certeza tinha e estes caras me conheciam muito bem. Eu nunca havia escondido o meu desagrado em relação à Ashton e que seria difícil convencê-los de outra forma. - Ela teve uma merda de semana. Ela perdeu todos os seus amigos e foi expulsa da torcida. Isso a fez mudar. - Ela parece a mesma para mim. - Comentou Eddie. Mesmo Eddie, a bússola moral do grupo, não estava levando a sério a ideia de um namoro entre eu e Ashton. Eddie era geralmente razoável, mas havia um limite para nivelar o quanto ele poderia tomar. Realmente vale a pena fazer tudo isso para uma garota que, até ontem, não tinha dado a mínima para mim? E ela ainda não o fazia. Ash já tinha perdido tudo, ela não tinha mais nada a perder, mas eu ainda tinha meus amigos e não havia maneira de que eu deixasse Ash arruinar isso para mim. Ainda assim, eu não parava de pensar em quando éramos crianças e da maneira que sempre estávamos lá um para o outro. Alguns dias ela via outras crianças com seus pais e quando ela chegava em casa, ela chorava. Eu odiava vê-la assim, então eu ia à casa dela, subia na cama com ela e a segurava até ela se acalmar. Então eu dizia que ela poderia emprestar o meu pai durante o tempo que ela quisesse e seu rosto se iluminava. Eu vivia para o seu sorriso e eu teria feito qualquer coisa para fazê-la rir. Ele sempre me fez sentir como se eu tivesse feito alguma coisa quando a covinha aparecia em sua bochecha. As coisas eram diferentes agora, mas não significa que eu não poderia ajudá-la desta vez. Eu a tinha machucado no passado, quando eu a afastei para longe e terminei nossa amizade. Isso era o mínimo que poderia fazer por ela. Quando tudo isso acabasse e ela tivesse suas amigas de novo, eu poderia voltar para a minha vida e fingir que nada disso tivesse acontecido. Era o melhor. Nós dois queríamos viver em mundos completamente diferentes e eu sabia que teria que deixá-la ir. - Dêem a ela uma chance, só desta vez. - Houve uma sugestão de desespero em meu tom e eu vi um levantar de ombros, por parte de Eddie. - Tudo bem. - Eddie disse, parecendo derrotado. - Basta mantê-la longe de Stacey. Coisas ruins acontecem quando elas estão juntas. - Obrigado, cara. - Bati com os punhos em Eddie e Riley. - Então, ensaio hoje a tarde? O rosto de Riley se iluminou e o tema de Ashton foi rapidamente esquecido. - Sim, definitivamente! Você está livre Eddie? Eddie assentiu. - Vou chamar a babá esta noite para que eu possa sair por algumas horas. Temos que encontrar a perfeição durante a prática. Sem erros. - Sem erros. - Riley concordou, antes de lançar uma série de ideias que ele tinha para o logotipo da banda em nossas camisetas. Eu escutei enquanto Eddie e Riley trocaram ideias, mas minha mente estava em outro lugar. Eu tinha conseguido convencê-los sobre Ashton desta vez, mas tinha a sensação de que as coisas da próxima vez não seriam tão fáceis.


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apítulo Dezessete

Ashton - Pssst. Eu estava entediada, fora da minha mente em Cálculo 5. Eu não entendia porque eu decidi pegar esta classe. O semestre acabou de começar, então não havia chance alguma de trocar de matéria. Eu sempre gostei de matemática, mas não gostava do clima de superioridade dos nerds da turma. Eu nunca tinha percebido até hoje que o amigo de Luca, Eddie, estava nesta turma. Ele se sentou sozinho na frente e não havia me olhado uma vez durante a aula inteira. Durante a maior parte do tempo fiquei fascinada por todos os piercings que ele tinha sobre suas orelhas. O que levava alguém a usar tantos piercings, era um mistério para mim. - Pssst, Ashton. Desta vez, eu virei minha cabeça para procurar a origem do som. Logo atrás de mim, estavam duas líderes de torcida que tinham tomado uma posição neutra na minha expulsão da equipe. Elas não eram minhas melhores amigas, mas não estavam tirando sarro de mim. Kendall Olsen era uma menina bonita com cabelos castanhos encaracolados e pele pálida com um punhado de sardas. Ao lado dela estava Yuki Kishida que, em completo contraste, tinha cabelo liso preto e uma tez bronzeada, ela era absolutamente impressionante. - Sim. - Eu respondi, surpresa por elas estarem se dirigindo a mim. Nunca fomos próximas, mas eu falava com elas de vez em quando. Eram garotas legais, mas eram as rainhas das fofocas de Statlen. Elas não sabiam como manter um segredo. Yuki se inclinou para frente, os olhos escuros brilhantes de emoção. Seu cabelo foi puxado para trás em um rabo de cavalo alto que enfatizou as incríveis maçãs do rosto dela. Sim, ela era definitivamente impressionante. - Será que meus olhos me enganam ou era você com Luca Byron no almoço de hoje? Eu balancei a cabeça, não dando informações muito longe até que eu pudesse entender porque isso estava acontecendo. - Sim, era Luca. A boca de Kendall formou um 'O'. - Você está brincando comigo? A última vez que eu olhei, Luca não parecia assim. Eu tentei esconder o sorriso que estava rastejando no meu rosto. - Sim, ele levou um banho de loja.


- Ele é solteiro? - Yuki deixou escapar. Kendall cutucou e ambas explodiram em um ataque de risos. - Meninas, há algo que vocês gostariam de compartilhar com o resto de nós? - Uh oh. Volteime para frente para encontrar a Sra. Cope dando-nos um olhar irritado. - Não, Sra. Cope. - Kendall disse quando ela sufocou uma risada com sua mão. A Sra. Cope nos deu um olhar severo antes de se voltar para o quadro, murmurando algo baixinho. Nem um segundo passou antes que alguém chutasse minha cadeira. Eu me virei de novo e levantei uma sobrancelha em questão. - Então, ele é solteiro ou ele está saindo com alguém? - Yuki perguntou em um sussurrar. - Ele anda muito com Stacey. Eu acho que eles estão dormindo juntos - Disse Kendall com uma careta. As duas ficaram em silêncio e olharam para mim em expectativa, esperando por uma resposta. Eu estava esperando que Luca fosse notado, mas não tinha pensado que seria tão cedo. Aparentemente, as meninas eram realmente otárias quando se tratava de homens bonitos. - Bem... - Eu disse, dando um pouco mais de suspense. – Eu meio que estou saindo com ele. Seus olhos se arregalaram e tinham expressões quase idênticas em seus rostos. Eu sufoquei uma risada e tentei parecer séria. - De jeito nenhum. - Disse Yuki. - Sim. - Eu disse simplesmente. - Ele é estranho, assustador ou algo assim? - Kendall perguntou. Eu balancei a cabeça. - Não, ele é simplesmente quente. - Sem esperar por uma reação, volteime no meu lugar e deixei o sorriso em meu rosto. Meu plano já estava funcionando e muito em breve eu teria tudo o que eu queria. Gostaria de mostrar a Kance quem era realmente a alfa da escola. *** - Você realmente acha que isso é uma boa ideia? - Eu mordi meu lábio inferior quando Luca levou-me através de sua casa para a cozinha. Paramos quando Luca pegou algumas bebidas da geladeira e colocou-as sobre a bancada. Sua mão roçou a pele nua de meu braço e eu tremi com o toque. Ele se virou para mim, um sorriso brincando em volta da boca. - Não me diga que você está intimidada com meus amigos. - Não é isso. É só... - Mordi o lábio e emudeci. O que exatamente era? Eu não tinha certeza, assim como eu poderia explicar pra ele? Suspirei e olhei para o rosto divertido de Luca. Seus olhos


eram de um verde vívido com um círculo de amarelo em torno do meio e eu me encontrei sendo hipnotizada. Por um momento fiquei perdida neles e esqueci o que estava falando. - É o que? - Ele perguntou colocando as mãos no balcão uma de cada ao meu lado. Seu corpo irradiava calor e eu só queria me enrolar contra seu peito musculoso. Em vez de seu traje preto habitual, ele estava com uma camiseta branca que valorizava seu bronzeado e um par de jeans desbotados que estavam pendurados em seus quadris. Eu teria que comer as minhas palavras, porque Luca Byron não era uma aberração, ele era definitivamente quente. Sacudindo os pensamentos inadequados à distância, eu fiz uma careta. - Você não tem que sair comigo porque sente pena de mim. Eu tenho outras coisas para fazer. - Como o quê? Praticar movimentos de animação de torcida? Eu sabia que ele estava brincando, mas isso ainda doía. - Esse foi um golpe baixo e você sabe disso. Luca trouxe a cabeça mais perto do meu rosto para que eu pudesse ver cada linha e cada marca em seu rosto. Era estranho como as pequenas falhas não arruinavam sua aparência, só adicionavam personalidade a ele. - Tudo bem, eu não deveria ter dito isso, mas se nós vamos fazer isso funcionar, não precisamos mostrar às pessoas que estamos realmente juntos? Eu quero dizer, não é que eu me importo com esse plano idiota. Quanto mais rápido eu me livrar de você, melhor. Parecia que ele achava que eu não tinha sentimentos e que ele podia dizer tudo o que queria. Eu tinha que me lembrar de que não éramos realmente amigos e que tudo isso era fingimento. - Eu acho que nós temos que demonstrar na escola e fora dela. Isso tem que parecer tão real quanto possível. Eu não quero que as pessoas pensem que estou pagando para você sair comigo. Luca franziu a testa e os olhos se tornaram sérios. - Eu poderia estar sendo pago para isso? Revirando os olhos, eu o empurrei e ele riu enquanto caminhava ao longo de um armário para pegar dois sacos de batatas fritas. Ele acenou para a garrafa de Coca-Cola. - Você pode trazer isso? Relutantemente, eu peguei a garrafa do balcão e o segui até a lavanderia. Ele abriu a porta da garagem e a manteve aberta para mim. Eu acho que era agora ou nunca. Eu não poderia evitar seus amigos para sempre. - Ei, pessoal, Ash queria se juntar a nós. Espero que esteja tudo bem. - A voz de Luca era muito alegre. Ele estava obviamente tentando compensar a falta de emoção de todo mundo com a minha chegada. Eddie e Riley - Sim, eu finalmente me preocupei em aprender o nome deles já estavam posicionados em seus instrumentos e pareciam impacientes. O cabelo azul e preto de Riley estava extra espetado esta tarde e ele usava uma camisa que dizia Skeptic Coil. O que na terra isso significa?


Elly e Stacey estavam sentadas no sofá de frente para os meninos. - Nenhum deles parecia particularmente feliz em me ver. O olhar no rosto de Stacey era de puro ódio, enquanto Elly parecia mais chateada do que qualquer outra coisa. Eu não podia culpá-la. Eu tinha sido muito desagradável com ela e ela não merecia isso. - Ok - Disse Riley. - Podemos começar já? Você está atrasado meia hora. Temos de experimentar as coisas novas que você escreveu. - Sim, com certeza. Apenas me dê um segundo. - Luca foi até uma mesa no canto e colocou os lanches para eles. Eu o segui e fiz o mesmo com a Coca-Cola. Ele olhou por cima do ombro e em seguida baixou a voz. - Mantenha sua maldita boca fechada, ouviu? Este é um grande negócio para nós e você pode não gostar da nossa música, mas nós não precisamos ouvir o seu comentário. Eu fiz beicinho com o tom firme que tinha usado comigo e observei-o andar para pegar seu violão. Stacey se levantou e passou um braço em torno de sua volta. Ela sussurrou algo em seu ouvido e atirou-me um olhar imprestável. Era óbvio que ela estava tentando me fazer ciúmes, mas suas patéticas tentativas para obter uma reação de mim não iam funcionar. Luca era a última pessoa de quem eu teria ciúmes. A única pessoa que eu estava atualmente zelosa era Oliver, apesar do fato de que ele estava dormindo com a minha ex-melhor amiga. Ele era o cara que eu tinha estado a fim pelos últimos dois anos e eu não ia deixar Kance tira-lo de mim. Oliver e eu continuaríamos juntos durante a faculdade. Após a formatura, ele iria pedir minha mão e teríamos um casamento bonito no oceano. Então, a gente se mudaria para uma mansão e teríamos 2 ou 5 filhos. Sim, eu já tinha minha vida com ele planejada. Agora eu só precisava dele para ter interesse em mim novamente. Stacey poderia tentar me atingir atirando-se em Luca, mas era óbvio que ele só estava interessado em dormir com ela. Ela estava no mesmo nível de Kance. Ambas eram fáceis e quando os caras queriam uma solução rápida, eles procuravam as meninas como elas. Eu sabia disso e não era fácil e era por isso que Oliver me escolheria no fim. Primeiro, porém, eu tinha que me mostrar com Luca e sua insuportável atitude antes que eu pudesse conseguir o que eu queria. Valeria a pena. Oliver valeria a pena depois de tudo isso. Revirando os olhos na pequenez de Stacey, voltei para a mesa e peguei um copo de plástico para que eu pudesse me servir uma bebida. Eu tomei um gole e olhei em volta da garagem, vendo o que Luca tinha feito com o espaço. Além da bateria, violões e outros instrumentos musicais, havia uma TV e estantes cheias de DVD e jogos. Luca provavelmente às vezes vinha aqui para relaxar. - Eu não sei o que ela está fazendo aqui. Da última vez, ela invadiu o local e agiu como se fosse dona do mundo todo. Luca é louco por trazê-la.


Olhando para trás, em direção ao sofá, vi que Stacey tinha retomado a seu assento ao lado de Elly e estava atirando-me olhares altivos. O sofá era grande o suficiente para mais duas pessoas sentarem confortavelmente, mas não havia nenhuma maneira que eu iria sentar com Stacey. Eu prefiro ficar de pé até que as minhas pernas caíssem do que ficar perto dela. Luca ficou na frente do microfone segurando sua guitarra. Sua cabeça estava inclinada quando ele afinou a guitarra, longos fios de cabelo chocolate enrolado em torno de seu rosto. De repente, como se estivesse sentindo o meu olhar sobre ele, ele olhou para cima. Os olhos dele foram para o sofá e de volta para mim. Ele queria que eu fosse me sentar. Eu balancei a cabeça e cruzei os braços sobre o peito teimosamente. Ele sorriu balançando a cabeça, curvado sobre sua guitarra novamente. Tentando o meu melhor para ignorar Stacey, virei completamente de modo que estava de frente para a parede de trás e não teria que olhar pra ela. Honestamente, prefiro olhar para uma parede em branco do que tê-la em minha linha direta de visão. Só que... a parede de trás não estava em branco. Havia um grande quadro de cortiça que pendia no centro e que foi completamente coberto de imagens. Houve um som batendo e meu coração quase pulou para fora da minha boca. Então percebi que era realmente Eddie tocando na bateria quando os meninos começaram uma canção. Ugh. A música era tão ruim que doía meus ouvidos. Luca estava cantando, mas suas palavras não estavam sendo registradas, porque a música estava tão fora de tom. Desejando que eu estivesse em qualquer outro lugar, menos aqui, voltei minha atenção à parede. Curiosa, fui até lá e comecei a estudar seu conteúdo. Minha boca se abriu quando percebi o que eu estava olhando. Era um santuário para o pai de Luca. As imagens eram principalmente de Luca, sua mãe e seu pai juntos. Elas iam desde os tempos mais felizes, quando eles tinham ido pescar, celebrando um aniversário ou viajado em um feriado. Havia até mesmo algumas de mim com Sr. Byron. Uma das fotos era tão velha que eu tinha certeza que nunca tinha visto antes. Eu tinha cerca de um ano de idade e estava tentando ficar de pé. O Sr. Byron estava segurando minha pequena mão e eu estava olhando para ele com um enorme sorriso no meu rosto. Uma lágrima escapou pelo canto do meu olho e eu rapidamente a limpei. Eu sabia que não deveria chorar, que obviamente tinha sido um dia feliz, mesmo que eu não lembrasse. Mas, Deus, eu o perdi. Havia essa dor incômoda no meu peito cada vez que eu pensava nele. Eu estava tão acostumada a empurrá-la para longe e esconder meus sentimentos, mas de vez em quando a dor expandia até doer para respirar. Após o pai de Luca ter falecido, eu tinha começado a ter ataques de pânico cada vez que via a foto dele ou pensava nele. É por isso que mamãe tinha guardado todas as fotos que tínhamos do pai de Luca no sótão. Elas foram seladas em caixas que foram esquecidas pelo tempo. Foi difícil chegar à casa de Luca e ver as coisas que me lembravam dele. Ele fez o meu peito latejar de dor.


Respirei profundamente a fim de me acalmar. Eu não queria ter outro ataque de pânico como o que tive no carro com Luca. Quando eu estivesse mais no controle das minhas emoções, eu estudaria o resto das imagens. Havia muita coisa que parecia tão antiga que eu tinha certeza que tinham sido tiradas muito antes de eu ter nascido. Estudei uma onde o Sr. Byron estava com um grupo de homens que estavam vestindo camisas que diziam Skeptic Coil. Isso não foi escrito na camisa de Riley? O Sr. Byron e um dos outros caras estavam segurando guitarras. Olhei mais de perto o violão nas mãos do Sr. Byron. Meu coração batia mais rápido e eu virei minha cabeça tão rápido, que achei que fosse deslocar meu pescoço. A guitarra na figura parecia idêntica a que Luca estava tocando. Na verdade, a guitarra era exatamente a mesma! Atordoada, eu olhava para Luca, de repente, vendo-o em uma luz diferente. Meu coração se afundou no chão. Todo esse tempo eu estava chamando Luca de aberração e perdedor por causa da maneira como ele se vestia e da música que ele tocava, não percebendo que tudo o que ele estava fazendo não era para si mesmo. Era por seu pai. Luca estava seguindo os passos de seu pai. E eu era a cadela que tinha dado a ele o inferno por isso.

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apítulo Dezoito

Luca Uma vez que Eddie saiu, voltei à garagem para limpar antes que mamãe chegasse em casa. O ensaio tinha ido muito bem e tínhamos tentado a nova música que eu tinha escrito. Nós ainda precisávamos de muito mais trabalho antes de tocar em Berkeley, mas esta noite tínhamos feito uma batida incrível. Nós só tínhamos de mantê-la e talvez pudéssemos realmente fazer uma marca no cenário musical. Fiquei surpreso pela forma como Ash tinha ficado tranquila. Durante duas horas ela estava no fundo da garagem com um olhar estranho em seu rosto. Ela tinha dado a todos sorrisos apertados quando haviam saído, mas não tinha feito uma observação sobre o quão ruim era a nossa música ou como nós não íamos chegar a lugar algum na vida. Talvez meu aviso tivesse chegado até ela e ela decidiu usar seu melhor comportamento. Voltei à garagem esperando que Ashton estivesse pronta para ir embora. Isso era o máximo que eu poderia aguentar dela em um dia. No início, eu não pude vê-la. Será que ela tinha ido para a casa e eu não tinha notado? Entrei no meio da sala até que eu estava atrás do sofá. Foi quando eu a vi.


Ela estava deitada no sofá, enrolada em uma bola, seu rosto manchado de lágrimas. Com a visão dela, meu coração parecia que estava se dividindo. Eu nunca a tinha visto tão vulnerável antes. E me rasgou por dentro vê-la assim. Meus pés me levaram ao redor do sofá e me sentei no chão a seu lado para que estivéssemos no nível dos olhos com do outro. Ela tentou enxugar suas lágrimas, mas eu a parei. Peguei a mão dela na minha e dei um suspiro de alívio quando ela não se afastou. Então eu esperei. Se ela queria falar sobre o que a estava incomodando, eu iria ouvir. Eu me sentaria aqui a noite toda se esse fosse o tempo que levasse para ela me dizer, mas não havia nenhuma maneira no inferno que ela saísse sem me dizer o que estava acontecendo. Ash fungou e seu lábio inferior tremeu. - Eu não notei no início, mas este era seu. Imediatamente eu sabia que ela estava falando sobre o sofá. E ela tinha acertado. Ele tinha sido do meu pai. Nós costumávamos brincar nele e jogar vídeo game aqui. Alguns anos depois de sua morte, mamãe queria transformar seu escritório em um quarto de costura. Ela tinha se livrado de um monte de coisas do meu pai e queria fazer o mesmo com o sofá, mas eu a tinha impedido. Não havia nenhuma maneira eu poderia deixá-lo ser jogado fora, era o lugar onde Ash e eu abraçávamos meu pai em noites de tempestade. Havia também muitas memórias ligadas a ele. Assim, em vez de jogá-lo fora, eu o trouxe para cá. No dia que eu perdi meu pai, eu vim aqui e sentei. Não havia nenhum sentimento como aquele em que você se sente seguro e isso é o que o velho sofá do meu pai fez por mim. Eu sabia que ele não ia voltar, mas ainda gostava de ter uma parte dele aqui comigo. - Ele adorava essa coisa velha. - Eu disse e toquei-o com a mão livre. Partes dele foram se desgastando, mas nunca tinha passado pela minha cabeça jogá-lo fora. - Isso me faz sentir como se ele ainda estivesse aqui. - Disse Ash, fechando os olhos. Lembra quando ele leu O Vento nos Salgueiros para nós e fazia as diferentes vozes para os animais? Minha garganta estava apertada e eu não podia falar, então eu assenti. Era difícil ouvir alguém falar sobre o meu pai, mas com Ashton foi 10 vezes pior. Ashton suspirou e abriu seus deslumbrantes olhos azuis, que estavam brilhando com lágrimas. - Luca, eu tenho sido tão estúpida. - Por quê? - Eu consegui perguntar. - Todos esses anos tenho te chamando de aberração e reclamando de você, mas eu nunca me preocupei em ver como você era ou o que você estava fazendo. Se eu soubesse que você estava fazendo tudo isso pra ele, então... Eu não faria isso... tratar você da maneira como eu tenho feito esse tempo todo. Então, meus piores pesadelos se tornaram realidade. Ela tinha visto o quadro de cortiça. Exceto que nos meus pesadelos, ela ria na minha cara e me chamava de vários nomes.


Sua reação foi completamente diferente do que eu esperava que fosse. Mamãe estava certa o tempo todo. Ash iria entender se eu a trouxesse aqui e realmente dissesse a ela porque eu estava fazendo isso, que eu estava fazendo para ele. - Então, você não acha que eu sou um perdedor por fazer uma banda dedicada ao meu pai? Ash sacudiu a cabeça. - Não, Luca. Eu sou a perdedora. Eu fui tão egoísta e tão fixada em mim desde o ensino médio. - Ela baixou o olhar. - Eu tenho sido tão fria com todos, quando eu deveria ter feito completamente o oposto. Afastei você, sua mãe e desliguei meus sentimentos. Eu fiz coisas horríveis para tantas pessoas... Uma parte de mim estava em completa descrença que Ash tinha consciência de seus erros, mas nós dois sabíamos que eu também estava em falta. - Eu a afastei em primeiro lugar. - A verdade saiu da minha boca e Ash me olhou surpresa. - Você se lembra? - Ela perguntou em um sussurro. Eu estendi a mão e acariciei sua cabeça. - Claro que me lembro. Isso está me comendo por dentro pelos últimos sete anos. Depois que meu pai morreu, você tentou falar comigo, mas eu não deixei você chegar perto de mim. Eu mudei de quarto para não ter que ver você. Eu comecei a evitar você na escola. Eu deixei você completamente para fora. Depois de um mês, você parou de tentar e finalmente quando eu queria falar com você, já era tarde demais. Você tinha novos amigos e você mudou. Eu a tinha perdido. Novas lágrimas escorreram no rosto de Ash quando ela agarrou a minha mão. - Eu pensei que você não me queria mais na sua vida. Eu tinha perdido seu pai e eu estava perdendo você também. Eu não sabia mais o que fazer, Luca. Eu só não quero ficar sozinha. - Shh... vai ficar tudo bem. - Eu disse suavemente quando enxuguei suas lágrimas. - Por que você me afastou? Eu desviei meus olhos de seu rosto angustiado e concentrei toda minha atenção na guitarra do meu pai que estava encostada na parede. - Foi mais fácil do que deixá-la por perto, pois eu sabia que você gostaria de falar sobre isso e me ajudar, mas tudo que eu queria era esquecer e seguir em frente. Eu sabia o quão devastada você estava e eu não queria lidar com isso. Levei muito tempo antes que eu pudesse falar com mamãe sobre isso. Eu tinha dez anos, Ash, e eu cometi um erro estúpido. A mão de Ash tocou minha bochecha, enviando um arrepio pelo meu corpo, e ela virou minha cabeça para que nós estivéssemos olhando para os olhos um do outro novamente. - Eu só queria estar lá para você. Nós dois estávamos passando por algo que poderíamos ter superado juntos. - Eu sinto muito. - As palavras presas na minha garganta e eu engoli. Eu tinha levado anos para falar, mas eu finalmente disse. Esta culpa tinha me pesado por tanto tempo e agora eu estava livre dela.


Ficamos ali sentados em silêncio, perdidos em nossos próprios pensamentos. Sua mão ainda estava na minha e eu não conseguia me afastar. Vários minutos passaram antes de Ash falar de novo. - Por quê? - Ela perguntou, a voz rouca de tanto chorar. - Por que as pessoas que eu amo sempre me deixam? Suas palavras me rasgaram por dentro e eu queria puxá-la em meus braços e segurá-la até que ela se sentisse segura novamente, mas eu não podia. Eu tinha perdido esse direito há muito tempo. Ela não precisava mais de mim. - Ei, não diga isso. Você ainda tem sua mãe e seu irmão. - E a mim. Ela fechou os olhos de novo e lágrimas grossas derramaram. - Eu sinto tanta falta dele, Luca. Ele era como um pai para mim. Ele me tratou como se eu fosse sua filha. Eu nunca vou ter isso de novo. Eu nunca serei capaz de dizer-lhe os meus problemas. Ele nunca vai me consolar quando estou triste. Como posso seguir em frente? Eu gostaria de ter uma resposta para sua preocupação, mas eu não tinha. Como eu poderia quando as mesmas perguntas me atormentavam todos os dias? - Você não pode. - Eu disse honestamente. - Tudo o que você pode fazer é se lembrar dele e sorrir. Isso é o que ele sempre quis. Ele não quer que você fique sentada aqui chorando por ele. Ele quer que a gente pense nele, pense nas boas lembranças e sejamos felizes por ele. Você sabe que é melhor ter amado e ter perdido do que não ter nada? Ash riu e apoiou-se no cotovelo, com os olhos brilhando. - Você estava indo muito bem até a última parte. - Seu rosto tornou-se grave e ela olhou para mim com um pequeno sorriso no rosto. - Eu perdi isso, você sabe? Eu sentia falta de ter você como amigo. Suas palavras enviaram uma emoção através de mim e eu olhava para ela em descrença. Se alguém tivesse me dito há uma semana que eu estaria sentado aqui tendo essa conversa com Ashton, eu teria dito que ele era uma merda de morcego louco. - Sim, é uma merda. - Nós poderíamos fazer isso de novo. Ser amigos, quero dizer. Não precisamos que um arranjo estúpido entre nós seja a única razão para falarmos um com o outro. - Amigos, hein? - Eu suspirei e passei a outra mão pelo meu cabelo enquanto eu pensava sobre isso. - Por que não? O sorriso de Ash era brilhante e ela me deu um aceno de cabeça. - Amigos.

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apítulo Dezenove


Luca Ashton e eu entramos na escola juntos no dia seguinte, mas ela rapidamente deixou-me para falar com o tal Bennett. Eu percebi que ela não estava falando com qualquer um deles, mas ela parecia determinada a pegá-lo sozinho, então eu continuei em direção ao pátio, perdido em meus próprios pensamentos. Sentando-me na parede, eu retirei um par de baquetas da minha mochila e comecei a baterlhes sobre os tijolos da parede. Os caras estavam dependendo de mim para chegar a uma música nova e se eu pudesse vir com uma batida, talvez eu pudesse ter alguma coisa acontecendo. Fechei os olhos e continuei a brincar com as baquetas quando algo começou a se formar na minha mente. Tap-tap-tap. Tap-tap. Toque. Tap-tap-tap. Tap-tap. Toque. Você não pode me derrubar. Estou quebrado, quebrado. Este amor vai passar. Veja meus olhos. Não te amo. Precisamos deixar ir. Tenho que superar você. Eu estava tão focado no que eu estava fazendo que eu não ouvi as vozes até que elas estavam ao meu lado. - Você pergunta a ele! - Não, você! - Oh meu Deus, ele parece tão sexy com aquelas varas! - Yuki, ele provavelmente pode ouvi-la. - Oops! Não estavam rindo e eu abri meus olhos para encontrar duas meninas em uniformes de torcida de pé a poucos metros de distância, observando-me com interesse. Uma menina tinha feições asiáticas e era muito quente. Ela tinha um bronzeado na pele, pernas finas e longos cabelos negros. Ela era o tipo de garota que você queria que outros caras te vissem com ela. A outra garota era muito bonita também. Seu cabelo era uma massa de cachos em uma cor marrom quente. Eu não sabia nada sobre qualquer uma delas, mas elas pareciam saber de mim. - Sim? - Eu perguntei colocando as baquetas ao meu lado. - Você provavelmente já sabe quem somos nós. - Começou a menina com cabelo encaracolado.


Eu balancei a cabeça. - Na verdade, eu não tenho ideia de quem você é. - Ah. - A menina franziu o cenho, claramente decepcionada. - Sou Kendall e esta é... - Yuki. - A outra menina praticamente empurrou sua amiga de lado e estendeu a mão. Surpreso, apertei sua mão e tive que puxar algumas vezes antes dela me deixar ir. Ela tinha um aperto de aço. - Eu sou Luca. - Nós sabemos. - Yuki me informou com um sorriso. - Nós sabemos tudo sobre você. Kendall deu a Yuki aquele olhar que eu não conseguia descobrir. Aparentemente, as meninas podiam se comunicar telepaticamente porque Yuki ruborizou um pouco. - Hum, então é verdade que você está em uma banda? Considerando que ela basicamente admitiu ser uma perseguidora, eu estava me questionando sobre o porquê dela estar perguntando quando obviamente já sabia a resposta. Por que diabos elas querem saber afinal? - Sim, por quê? Os olhos de Kendall iluminaram como uma lanterna. - Isso é tão legal. Talvez possamos passar por aqui e ouvir você tocar algum dia? Essas meninas estavam seriamente começando a me assustar. Eu olhei em volta inquieto tentando descobrir algum tipo de estratégia de saída. Onde diabos estavam meus amigos e por que Ashton demorava tanto? - O que vocês duas estão fazendo? - Alguém perguntou incredulamente detrás de Kendall e Yuki. Aliviado com a interrupção, eu rapidamente enfiei minhas baquetas em minha mochila e levantei-me com a intenção de ficar longe das meninas. Meu alívio não durou muito tempo quando notei que Kance era quem tinha falado. O quarterback, Oliver, estava de pé ao lado dela com um braço possessivo em volta de sua cintura. - Luca, você está diferente? - Kance arrulhou. Sua expressão era gelada mesmo que ela estivesse sorrindo para mim. Se cobras pudessem sorrir, seria como elas fariam. Aquele sorriso era frio e cheio de malícia. Oliver parou ao lado dela e me lançou um olhar de puro ódio. Eu acho que ele ainda estava segurando alguma coisa contra mim. Eu defini a minha boca em uma linha firme, escolhendo ignorar Kance. Ela não valia meu tempo e eu não ia perder minha respiração fazendo a conversa pequena com ela. Eu só queria estar a milhas longe destas pessoas. - Você sabia que Luca tem uma banda? - Kendall perguntou, virando-se para Kance. Kance me lançou um olhar de pura repulsa. - Sério? É por isso que você está falando com ele em público? Eu pensei que deixamos claro que não temos que nos associar com pessoas como eles.


A maneira como ela se referiu a mim fez soar como se eu fosse um besouro de esterco que cursava o ensino médio. Mais uma vez, o alívio passou por mim quando eu vi Ashton vindo em nossa direção. Todos os olhos foram imediatamente atraídos para a linda loira. Ashton sempre tinha esse efeito nas pessoas desde que éramos crianças. Ela era falante e eu o quieto e tímido que tinha que escapulir para o canto longe. Ash foi quem me trouxe fora da minha concha. Kendall franziu os lábios e olhou duro para Kance. Claramente, ela não era uma menina que gostava que dissessem a ela o que fazer. - Eu estou apenas sendo simpática e socializando fora do nosso grupo. Não é isso que a treinadora nos disse para fazer? O brilho de Kance endureceu e ela disparou a Kendall um olhar de puro ódio. Era óbvio que ela não gostava de ser desafiada na frente de outras pessoas. - Eu não me importo com o que ela disse, eu sou a capitã desta equipe. - Então, aja como tal. - Yuki estalou, pulando para a defesa de sua amiga. Ashton nos alcançou e colocou o braço em volta da minha cintura. Se ela estava tensa pelo círculo que tinha formado em torno de mim, ela não mostrou em seu rosto. Seus brilhantes olhos azuis procuraram os meus antes de caírem de volta em seus velhos amigos. Tomando-lhe a liderança, eu pressionei meus lábios contra a sua cabeça, inalando o aroma de morango de seu cabelo. Tínhamos um show para conduzir e como Ash havia dito, as pessoas estavam começando a nos perceber do jeito que ela esperava. Os olhos apertados de Oliver dispararam entre nós dois. Ele fechou os punhos como se preparando para uma luta, seu rosto ficou tenso. Merda. Será que ele sentia alguma coisa por Ash? Kance ignorou as outras meninas, agora que sua inimiga mortal, Ashton, estava aqui. As outras duas eram provavelmente coisa pequena que ela lidaria mais tarde. Ela deu aquele sorriso doentio a Ash, o mesmo que ela me deu minutos atrás. - Então, você está namorando Luca agora? Como é doce. Ash olhou para mim e deu-me aquele sorriso que me fazia sentir coisas estranhas por ela. Empurrando os sentimentos de lado, voltei à terra quando ela olhou de volta para Kance. - Sim, ele é doce, não é? - Ela olhou entre Oliver e Kance. - É bom ver que você está namorando o bom e velho Oliver. Por um segundo, suas palavras não fizeram sentido para mim, até que eu percebi o olhar de ciúmes e raiva misturados no rosto de Kance. Então, Kance estava zangada porque Ash estava namorando comigo! Meus olhos corriam entre Kendall e Yuki quando ocorreu-me: eu era o novo sabor do mês e Oliver era velho e chato agora? Kance não gostou da quantidade de atenção que Ash e eu estávamos recebendo e que ela não estava recebendo nenhuma, apesar de namorar o quarterback. Uau. As meninas eram realmente confusas.


- É bom que você tenha encontrado alguém do seu calibre. - Disse Kance disfarçadamente. Eu não quero que você fique sozinha. Onde vocês costumam ir? No cemitério, de modo que você pode chamar a Satanás? Oliver soltou uma risada retumbante e eu realmente queria golpeá-lo no seu rosto de menino bonito. O cara tinha que sentir. Um dia desses eu iria dar o troco. - Não. - Disse Ash completamente à vontade. - Eu assisto ele e sua banda tocarem. Eles são incríveis! Os olhos de Yuki acenderam. - Oh, wow. Eu adoraria vê-lo, quero dizer, vê-los algum dia. - Claro, eu mando um SMS para você com os detalhes. Ótimo. Ash tinha acabado de dar a essas doidas um convite aberto para minha casa. Que diabos era essa porcaria? Será que ela não conseguia entender que, apesar de ajudá-la, eu não tinha interesse em ser amigo de algum deles? Eu definitivamente não iria entretê-los em minha casa, isso é certo. - Yuki, observe o que vou dizer em seguida. - Kance advertiu. - Eu não vou tolerar isso da minha equipe. - Oh, não enche, Kance. - Disse Kendall. E então olhou para mim e Ash. - Mande-me os detalhes também, Ashton. Vejo vocês por aí. - Sim, até mais, Luca. - Yuki me deu um demorado olhar antes de ligar seu braço com o de Kendall e saírem andando. Ashton descansou a cabeça no meu ombro, sua pequena mão encontrando seu lugar em meu peito. Meu estômago deu uma cambalhota com o toque. Eu ainda estava começando a me acostuma a estar tão perto de Ash, segurando-a, fingindo que ela era minha. Havia um ar assassino no rosto de Oliver quando ele nos olhava. Kance não disse mais nada, mas ela não precisava. Sua expressão disse tudo. Ela nos desejava horríveis mortes no fogo do inferno. Sem dizer uma palavra, Kance pegou Oliver pelo braço e arrastou-o através do pátio de volta para seu lugar nas mesas. Uma vez que eles estavam fora do alcance da voz, Ash virou-se para mim com os olhos excitados.

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apítulo Vinte

Ashton


Uma sensação de calor correu através de mim enquanto eu observava Kance e Oliver juntos. Eu notei o caminho que o olhar de Oliver percorreu até Luca e eu. Se havia um cara que poderia fazer-lhe ciúmes, era Luca. Eles já tinham se enfrentado em um outro momento e agora Oliver tinha outro motivo para odiá-lo. Era tudo parte do meu plano para que Oliver terminasse com Kance e me pedisse em namoro. Oliver havia namorado um monte de meninas e até mesmo já tinha flertado comigo. E agora eu era a única que ele não poderia ter e com Kance lhe dizendo que não queria que ele falasse comigo, ele iria me querer ainda mais. Algo como o fruto proibido. Quanto a Kance, ela não tem tanto poder sobre todos quanto ela gostaria. Kendall e Yuki eram duas meninas que pensavam por si e era óbvio que achavam que Luca era lindo. E ele era. Eu tinha olhos e eu pude ver o que elas viram, mas eu só queria estar com um cara e era Oliver. Quando me virei para Luca, a minha emoção desapareceu com o olhar em seu rosto. - O que há de errado? Luca exalou e olhou para longe. - Você não pode simplesmente convidar pessoas para meus ensaios sem falar comigo sobre isso primeiro. Especialmente aquelas pessoas. Olhei para o seu tom. - Você soa como Kance quando diz isso. Ele suspirou e olhou pra mim, frustração gravada em seu rosto. - Eu pensei que as coisas seriam diferentes depois de ontem. Depois que falou sobre o meu pai. Eu pensei que você ia parar com essa coisa de querer ser popular. - Isso não é uma coisa, Luca, esta é a minha vida. - Por que isso era tão difícil para ele entender? Quero dizer, sim, era ótimo nós não termos mais animosidade entre a gente. Nós éramos amigos novamente e uma parte de mim queria isso há muito tempo, mas isso não alterava as coisas. Ele não mudaria tudo o que havia acontecido desde então. - Isso é importante para mim. É algo que eu tenho que fazer. Ele enfiou as mãos no bolso da calça jeans e ficou roçando o chão com um tênis. - Quem você está tentando impressionar? Oliver? - Houve uma pitada de amargura em sua voz que me surpreendeu. - Luca, não é da sua conta. Eu tenho meus motivos para fazer isso. Você disse que ia me ajudar e isso é tudo com o que você precisa se preocupar. - Ok, eu soava totalmente grosseira, mas não queria chegar a este ponto com ele agora. As coisas estavam finalmente retornando ao meu caminho e eu pretendia mantê-las dessa maneira. Tudo o que Luca tinha a fazer era ficar junto e depois que eu conseguisse o que queria, ele poderia voltar para seu mundo. Puro e simples. - Dane-se, Ash. Você é uma vadia. - Ele pendurou sua mochila no ombro e foi na direção da porta da frente. Tristeza e culpa correram através de mim, mas eu não podia demonstrar. Eu queria correr atrás dele e pedir desculpas, mas eu não queria que ninguém suspeitasse que estávamos tendo problemas.


Luca teria apenas que superar isso. *** Luca me evitou por todo o dia. Eu tive uma sensação de mal estar na boca do meu estômago o dia todo, que podia ou não ter algo a ver com isso. Durante o almoço, ele e os caras tinham desaparecido, deixando-me sozinha com Stacey e Elly. Stacey ainda me odiava e Elly sempre olhava para qualquer outro lugar, menos para mim. Eu decidi mudar isso hoje, então fui até onde Elly e Stacey estavam sentadas. - Oi, pessoal. - Eu disse. Stacey me ignorou, mas Elly conseguiu dar um sorriso fraco. Ok, tudo bem. Eu merecia isso. - Elly, eu queria dizer uma coisa para você. - Elly olhou para mim com os olhos tímidos e mordeu o lábio. - Sim? - Eu só quero pedir desculpas pela maneira como eu te tratei. Eu não deveria ter tirado sarro de você ou constrangê-la na frente de todos. Você merecia estar na equipe tanto como o resto de nós. Seus olhos se arregalaram, como se ela não soubesse se deveria ou não me levar a sério. - Ah. Hum... tudo bem. Stacey zombou. - Você tem que estar brincando. Você realmente acha que pode agir como uma valentona e depois esperar que ela te perdoe assim? Elly ergueu a mão para silenciar Stacey. - Não, realmente. Está tudo bem. Eu a perdoo pela coisa toda. Isso me fez sentir culpada pela menina que eu havia humilhado estar disposta a me perdoar tão facilmente. Ela provavelmente só queria esquecer tudo e seguir em frente. Eu tinha que admitir, eu meio que estava preocupada que ela ia começar a gritar comigo. Eu não merecia nada menos. - Seja como for. - Stacey disse com um brilho. Ela ainda iria me odiar, não importa o que eu fizesse e eu realmente não podia culpá-la. Felizmente, Kendall e Yuki vieram em seguida e passaram a maior parte do almoço a falar comigo sobre Luca, entre várias outras coisas. Eu tinha visto Kance nos encarando do outro lado do pátio, mas ela não tinha se aproximado de nós nem disse nada. Ponto para mim. Luca me levava para a escola e depois voltava comigo para casa todos os dias desde que começamos esse namoro de fachada, mas hoje, enquanto eu dobrava a esquina da rua onde ele sempre estacionava seu carro, eu o vi saindo do estacionamento o mais rápido possível.


Que idiota! Xingando, tirei meu celular para que pudesse pedir a mamãe para vir me pegar. Não havia nenhuma maneira de enfrentar o clima do outono frio durante 15 minutos a pé para casa. Eu poderia esperar dentro da administração do colégio, até que ela chegasse. Enquanto eu rolava através da minha lista de contatos, ouvi alguém chamar o meu nome. Olhei por cima do ombro preguiçosamente e parei o que estava fazendo, meus olhos arregalados. Oliver estava correndo para mim acenando com a mão. Escondi meu telefone na minha bolsa e ajeitei o meu vestido. Deus, eu esperava que meu cabelo estivesse bem. - Ei, Oliver, o que há? Oliver desacelerou para uma parada e me olhou de cima e abaixo em apreciação. Eu acho que o meu cabelo estava bem depois de tudo. Embora, eu duvidasse que fosse o que chamou sua atenção. Provavelmente tinha mais a ver com o vestido roxo que eu estava usando. O vestido era curto, decotado na parte superior e agarrava-se as minhas coxas. Em uma tentativa de ser sazonal, eu vestia uma legging preta e um par de botas de salto baixo. Seus olhos se voltaram para o meu rosto. - Eu... uh... vi Luca ir embora. Está tudo bem? - Sim, ele só tinha algo a fazer. - Eu estampei um sorriso falso em meu rosto e esperava que fosse convincente. Oliver piscou um sorriso branco. - Bem, deve ser o meu dia de sorte. Posso te dar uma carona para casa? Eu resisti à tentação de saltar em seus braços com alegria. Eu estava tão encantada com o cara, eu teria aceitado sua goma de mascar usada se ele tivesse oferecido. Ok, talvez não. Isso foi um pouco bruto, mas ainda assim. Eu balancei a cabeça, tentando não parecer muito ansiosa. Os machos gostam da perseguição e se eu parecesse fácil, ou desesperada, então eu poderia colocar tudo a perder. Então, novamente, Kance era fácil e ele estava com ela. Eu ainda tinha muito a aprender sobre a espécie masculina. - Claro, se não for muito trabalho. - Não, não mesmo. - Seus olhos azuis plissados com um sorriso fácil. - Vocês ainda vivem na região de Enson, certo? Eu tentei não reagir exteriormente ao fato de que Oliver sabia da rua onde eu morava, mesmo que meu estômago estivesse fazendo cambalhotas no meu interior. Eu consegui cabecear. - Sim, isso mesmo. - Beleza. Meu carro está logo ali. - Oliver desceu a rua e eu o segui em silêncio, tentando pensar em algo para dizer-lhe que não me fizesse parecer uma idiota. Nada me veio à mente, até que chegamos ao seu carro, um novo BMW preto. - Uau, eu vi esse carro há alguns dias. - Eu admiti que admirava. - Eu pensei, talvez, que pertencesse a um professor.


Oliver riu quando abriu a porta do lado do passageiro e esperou que eu entrasse. Como eles podiam pagar este carro com seu patético salário? Eu tentei fazer-me confortável, mas o sentimento desconfortável que eu sempre tenho quando estava em um carro desconhecido arrastou para o fundo do estômago, recusando-se a ceder. Eu respirei fundo para me acalmar e Oliver subiu para o lado do motorista. Uma vez que a janela foi puxada para baixo, eu me senti um pouco melhor e consegui dar um sorriso. Oliver virou a chave na ignição e o carro rugiu para a vida. Ele saiu do estacionamento e eu notei que ele estava tomando o caminho mais longo para a minha casa. Intencional ou não, eu gostaria de gastar um pouco mais tempo com ele de qualquer maneira. Era bastante óbvio que Oliver queria passar mais tempo comigo, isso é certo. Em vez de levar Kance para casa, ele estava me levando. Rapazes não fazem isso sem um significado. - Então, você e Luca, hein? - Perguntou ele. Eu balancei a cabeça quando a excitação em meu peito me sacudiu tanto que eu tive a certeza de que estava prestes a estourar. - Sim, eu e Luca. Oliver olhou para mim com o canto do olho. - Eu nunca teria imaginado que ele era seu tipo. Ele era um perdedor até a semana passada, quando ele parou de se vestir como um emo. Agora, todas as meninas se sentam e falam sobre ele. Mulheres. - Ele balançou a cabeça e apertou ainda mais o volante. Oh. Meu. Deus. Oliver estava com ciúmes de Luca. Se isso era relacionado comigo, eu não tinha certeza. Eu só tinha que jogar com calma até que descobrisse mais. - Sim, ele tem esse efeito sobre as meninas. Eu nunca havia percebido isso até recentemente também, mas agora eu estou feliz que eu lhe dei uma chance. Ele é um cara incrível... - Eu deixei minha voz quase num sussurro. Oops, eu não deveria estar falando sobre isso com você. Eu poderia jurar que ouvi Oliver rosnar e eu reprimi um riso. - Então, você está indo para a fogueira na noite de sexta-feira? Eu adoraria ver você lá. Eu balancei a cabeça. Kendall e Yuki estavam falando sem parar sobre isso hoje e queria ir, principalmente, se Luca estivesse lá. Kance estava organizando a noite da fogueira, o que era estranho, porque geralmente eu era a única a organizar essas coisas. - Eu não acho que serei convidada. - Oliver entrou na minha rua e abrandou. - Bem, eu estou convidando você, então você tem que vir. Talvez possamos sair. Sozinhos. - Suas palavras tinham um duplo sentido do tipo sexual. - Eu não acho que Kance gostaria disso. Oliver bateu o volante em frustração. - Eu não me importo com o que Kance pensa! Estou cansado dela me dizendo o que eu posso ou não posso fazer. Ela apenas dorme comigo, ela não é minha maldita namorada. Ela não chega a controlar a minha vida.


Tentando o meu melhor para manter o sorriso na minha voz, eu apontei para a minha casa. Você pode parar por aqui. Oliver parou. Ele olhou para fora da janela em descrença. - Ele mora na casa ao lado da sua? Eu abri a porta e peguei minha bolsa, procurando agir inocente. - Quem? - Luca! - Ele esbravejou, apontando para o carro prata na garagem. - Eu reconheço aquele pedaço de lixo em qualquer lugar. - Oh, sim, somos vizinhos há anos. - Eu fechei a porta e comecei a andar para minha casa. Obrigada pela carona. - Hey, Ashton! - Eu virei para ver que Oliver tinha aberto a janela do lado do passageiro e estava me observando atentamente. - Tenta ir na sexta-feira, sim? - Eu vou tentar! - Eu respondi de volta com um aceno de cabeça. Parecendo satisfeito com a minha resposta, ele fechou a janela e desceu a rua em seu carro impressionante. Quando a BMW desapareceu, soltei um grito de vitória e corri até a casa de Luca.

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apítulo Vinte e Um

Luca Droga! Ashton estava vindo pra cá. A última coisa que eu queria fazer era falar com ela. Eu ainda estava chateado por ela convidar as meninas para minha casa e pela sua obsessão em querer ser popular. Ela não podia ver que ela estava bem do jeito que ela era? Ela não precisava de nenhum título estúpido para se definir. Ela só precisava parar de se preocupar com o que todo mundo pensava dela. Afastando-me da janela da cozinha, eu estava no meio da cozinha com os punhos cerrados. Eu já tinha visto tudo o que eu precisava ver. O burro, Oliver, a trouxe para casa. Aposto que ela adorou cada segundo. Quer dizer, eu tinha estado tão malditamente zangado com ela e por isso eu fiquei longe o dia inteiro e não a esperei para vir embora. Apesar de tudo que conversamos ontem, ela ainda estava focada em toda aquela porcaria sem sentido. Eu pensei que as coisas iam mudar entre nós, mas ela ainda tinha suas paredes erguidas, ela ainda queria distância de mim. Talvez isso fosse minha culpa ou talvez fosse dela. De qualquer maneira, eu estava ficando muito doente e cansado de seus padrões duplos.


A campainha tocou e eu não tinha vontade de atendê-la. Eu poderia mandar uma mensagem a Ash e dizer a ela que eu não poderia continuar com este jogo. Ela provavelmente me imploraria para mudar de ideia, mas eu permaneceria teimoso. Se ela voltasse a me odiar, eu poderia me importar menos. Eu não preciso dela ou seu drama na minha vida. Suspirando, fui atender a porta. Sim, eu mostraria a ela. Eu diria na cara dela. Eu tinha certeza de que ela nunca voltaria aqui novamente. Eu... eu não faria nenhuma dessas coisas. Eu era um mentiroso. Estava mentindo para mim mesmo sobre o que eu sentia por ela. Eu me importava com ela e agora que ela estava de volta a minha vida eu não queria que ela saísse novamente. Eu estava com medo de perdê-la. Ela me irritava, ela queria me levar para o caminho errado, mas, merda, ela era minha Ashy. Não de Oliver. Quando eu abri a porta, Ash me deu um olhar firme, mas eu poderia dizer que ela estava tentando não sorrir. As bordas da boca foram aparecendo e ela teve que apertar os lábios para manter o sorriso guardado. Ela estava com raiva de mim, mas ela também estava em êxtase, não duvidava que fosse por causa de Oliver. - O que? - Eu perguntei em tom apático. Ash colocou uma mão no quadril em uma tentativa de olhar severamente. Na realidade, ela apenas tinha aquele olhar terrivelmente bonito. Eu queria pegá-la e abraçá-la contra mim. - Por que você está me ignorando? Eu adorei quando ela foi direta. Estava tão quente. - Porque você me irrita constantemente. - Você é tão imaturo. - Ash revirou os olhos e empurrou-me para entrar. - Hey! - Eu fechei a porta e corri atrás dela quando ela entrou na cozinha. Seu cabelo fluía atrás dela como seda dourada. - Isso é invasão de propriedade, você sabe? Ashton parou e encostou-se no balcão, olhando-me com diversão. - Então me prenda. Seus lábios formaram um sorriso maroto. Whoa. Ela estava flertando comigo? Não havia como negar o brilho em seus olhos. Sim, ela estava definitivamente. O inferno deve ter congelado. Novamente. Fui até onde ela estava e coloquei minhas mãos sobre cada lado dela. Ashton seguiu meus movimentos e em seguida olhou para cima e para mim, o rosto lentamente ficando rosa. - Eu poderia simplesmente parar com esse plano idiota. Como está o andamento disso? - Na verdade, Oliver reparou em mim e Kendall e Yuki estão me tratando como se eu existisse. É por sua causa. - Sua respiração era quente em meu rosto e meu olhar permanecia em seus lábios rosados. Havia esse incrível cheiro vindo deles, como morango e creme. Eu soltei um suspiro e tentei recuperar a minha linha de pensamento. Eu deveria estar zangado com ela, mas eu continuava a me distrair toda vez que ela estava perto de mim.


Não, eu tinha que dizer a ela. Eu não poderia continuar com isso. Chegar perto dela novamente tinha sido uma má ideia. As coisas não estavam caminhando para acabar bem. Uma vez que ela conseguisse o que queria, ela iria me dar um pé na bunda. Bati um soco no balcão e balancei a cabeça. - Eu não farei mais isso. Você pode encontrar alguém para usar. Eu não sou seu brinquedo, Ashton. Você não pode brincar mais comigo. Os olhos de Ashton se arregalaram e brilharam com lágrimas que ela estava lutando para segurar. Ótimo. Agora eu me senti como um completo idiota por deixá-la chateada. Eu nunca faço nada direito. - Eu não estou te usando. Eu me importo com você. Eu sempre me importei com você. Você é o único que me afastou todos aqueles anos atrás. Talvez se você não tivesse feito isso, as coisas seriam diferentes entre nós. O fato é que você não confia mais em mim. - É claro que eu não confio mais em você. - Eu soltava fumaça. - Você costumava passar seu tempo tirando sarro de mim e meus amigos. Fiz uma grande asneira no momento em que empurrei você para longe todos esses anos atrás, mas você é a única que levou a coisa a um novo nível. Se tivesse ido e agido como se eu não existisse, eu não me importaria, mas em vez disso você decidiu nos depreciar, falando o quanto éramos inúteis. - Eu deixei escapar um suspiro e continuei. - Claro, nós chegamos a um entendimento ontem, mas eu posso ver como você está feliz por Oliver ter trazido você para casa. Você faria qualquer coisa para chegar ao lado dessas pessoas. Tudo o que importa é ser popular e uma vez que você estiver com aquela multidão de novo, você vai voltar a nos tratar do jeito que fez antes. - Isso não é verdade. Você sempre pensa o pior de mim. - Sua voz vacilou e eu me virei para que não tivesse que olhar em seu rosto. Ela podia negar tudo o que ela quisesse, mas no fundo, ela sabia que eu estava certo. Ela eventualmente me trocaria para ser popular. Sua mão tocou meu rosto e ela virou minha cabeça e eu fui forçado a olhar para ela de novo. Houve um flash de cabelo loiro e depois os lábios de Ash estavam nos meus. Por uma fração de segundo eu pensei que estava sonhando. Ela não estava realmente me beijando, estava? A tensão na minha boca aliviou e finalmente recuperei o controle dos meus sentidos. Eu a empurrei de volta e esmaguei os meus lábios contra os dela. Um gemido escapou da boca de Ash quando eu pressionei contra ela ainda mais duro. Aqueles lábios doces foram avidamente rasgando contra os meus como se ela pudesse morrer se não me tivesse. Seus beijos foram me deixando louco. Claro, eu tinha beijado meninas antes, mas nenhuma delas era como ela. Talvez porque nenhuma delas tinha sido esta menina. Nenhuma delas tinha sido Ashton. Eu me afastei e Ash olhou para mim com surpresa, o rosto de um rosa profundo. Colocando as duas mãos na sua cintura, eu a levantei para o balcão. Antes que ela tivesse a chance de dizer algo, voltei a beijá-la. Ela suspirou profundamente contra a minha boca e enrolou as pernas em torno de mim, então não havia mais espaço entre nós. Eu podia sentir cada centímetro de seu corpo e ela podia sentir cada centímetro do meu. Incluindo o tesão que eu estava empurrando em direção a ela.


Ashton começou a puxar minha camisa com uma urgência, o que me confundiu. Merda. Ela tinha acabado de ficar entusiasmada pela coisa toda com Oliver, mas aqui ela estava tentando ficar nua comigo. Quer dizer, eu sei que estávamos agindo diferente, mas era o suficiente para fazê-la querer fazer sexo comigo? Eu não podia racionalizar seu comportamento e francamente eu não queria. Eu só queria o que meu corpo estava me dizendo: ela. Eu a queria por muito tempo e eu estava mentindo para mim mesmo. A julgar pela reação dela, nós dois estávamos mentindo. Meus dedos deslizaram sob o vestido curto e eu puxei sua legging para baixo. Ela apertou a minha ereção e eu gemi, empurrando-a para baixo sobre a superfície do balcão. Uma fruteira e alguns antigos jornais caíram no chão enquanto eu subia em cima dela. Rindo, fixei-me e olhei para ela com admiração. Ela era tão bonita e ela estava ali olhando para mim com aqueles olhos brilhantes. A mensagem deles era tão clara. Ela me queria. Seu olhar sacudiu meu corpo e havia luxúria no olhar que ela me deu. Nós não precisávamos de palavras para expressar o que sentimos. Nós queríamos um ao outro e isso era algo que ambos compreendiam. A realização me deixava tonto. Eu ia fazer sexo com Ashton Summers no meu balcão da cozinha. Ashton estendeu a mão e colocou os braços em volta do meu pescoço, puxando-me contra seu corpo. Ela estava quente e tão viva debaixo de mim que fazia coisas malucas na minha cabeça. Eu queria puxar o maldito vestido, mas eu não queria apressar as coisas. Eu queria aproveitar cada segundo. Continuamos nos beijando e eu sentia um frio no meu estômago a cada vez que a língua de Ash tocava a minha. Minha cabeça estava leve e sem peso, quando tudo o mais foi fechando em torno de mim. Isso foi provavelmente o meu maior erro. - Luca. - A voz da minha mãe cortou meus pensamentos e eu pulei longe do balcão como se tivesse levado um tiro. - Ashton? A mudança de tom na voz dela mostrou como estava chocada por descobrir que a menina despenteada embaixo de mim era Ashton. Ela provavelmente assumiu que era Stacey, considerando a quantidade de vezes que entrou e nos viu beijando fortemente no meu quarto. Era muito embaraçoso ser pego por minha mãe, mas eu não estava tão humilhado como Ash estava. Ela se arrastou do balcão puxando para cima sua legging ao mesmo tempo olhando para o chão. Ela se dirigiu a minha mãe. - Sra. Byron, eu sinto muito... oh meu Deus, eu não sei o que... hum... Eu coloquei a mão no ombro de Ash e ela saltou. - Por que você não vai para casa? Eu te ligo mais tarde.


Ash assentiu e sem olhar minha mãe nos olhos, disse: - Tchau, Sra. Byron. Os lábios de mamãe lábios tremeram. - Tchau, Ashton. Foi bom vê-la. Ash estava muito envergonhada para perceber, mas havia uma pitada de riso na voz de mamãe. Sem outra palavra, ela saiu da cozinha em um ritmo apressado, deixando-me sozinho com mamãe. A porta da frente foi fechada quando eu estava puxando a minha camisa. Não havia nenhuma maneira de que eu dissesse alguma coisa, então enquanto eu esperava mamãe fazer o primeiro movimento, peguei a fruteira e arrumei as bananas espalhadas e maçãs. Eu estava no processo de endireitar os jornais quando mamãe falou. - O que diabos está acontecendo com vocês dois? Mamãe se sentou à mesa da cozinha e eu me juntei a ela, descansando minha cabeça em meus braços. - Eu não tenho ideia do que você quer dizer. - Não me venha com essa bobagem, Luca. Você e Ashton estavam apenas deitados na minha cozinha, com ela seminua. Eu acho que mereço uma explicação. Vocês dois mal falaram um com o outro por sete anos e então, de repente, Ashton está por aqui todos os dias. Não que eu esteja reclamando. Eu amo aquela garota como se fosse minha. - Mamãe estava tentando não sorrir e eu percebi que ela estava realmente feliz com Ash e eu nos aproximando novamente. Ela parecia muito com a mãe que eu tinha conhecido quando era criança. Soltando um profundo suspiro, eu encarei os olhos castanhos de mamãe. - Eu realmente gostaria de saber, mamãe. Ela é tão quente e fria, como se ela nem mesmo soubesse o que quer. Em um minuto ela está com outro cara e no próximo ela é... nós estamos... você sabe. - Vocês dois estão jogando um jogo perigoso um com o outro. Um de vocês vai se machucar se continuarem assim. Suspirei e deixei as palavras de mamãe afundarem dentro de mim. Ela estava certa. Se continuássemos a jogar este jogo um com o outro e evitando o problema real, as coisas iam acabar sendo piores do que tinham sido antes de começarmos a falar novamente. Eu tinha que consertar as coisas com ela. E rápido.

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apítulo Vinte e Dois

Ashton Meu telefone tocou e eu não tinha necessidade de olhar para a tela brilhante para saber quem era. Foi a oitava chamada de Luca que eu havia ignorado naquela noite, não mencionando os numerosos SMS que ele me enviou.


O mais recente brilhou em toda a tela e eu olhei para ele: "Atenda o telefone droga!!". Empurrei meu telefone para longe e me enrolei em uma bola na minha cama. Eu me senti horrível por ignorar Luca, mas eu não sabia o que dizer a ele depois do que aconteceu entre nós naquela tarde. Tudo o que eu sabia era que Luca tinha se irritado e chateado e eu queria estar perto dele da forma como tinha sido quando éramos crianças. Por alguma razão, o meu corpo queria um pouco mais e antes que eu percebesse o que estava acontecendo, eu tinha começado a beijá-lo. Eu não podia culpá-lo neste momento. Tinha sido tudo minha iniciativa. A parte mais humilhante foi quando a mãe de Luca chegou. E se ela disser a minha mãe? Eu não queria ouvir falar nisso. Tenho certeza que teria sérios problemas se minha mãe soubesse o que tinha acontecido. Sim, eu realmente não quero que isso aconteça. Em seguida, pensei em Luca. Oh, senhor não. Será que isso significa que eu estava atraída por ele? Que eu o queria como queria Oliver? Será que isso significa que eu era uma vagabunda? Se a Sra. Byron não tivesse entrado, eu não sei quando eu teria parado. Teríamos parado? Teríamos tido relações sexuais? Este era para ser um relacionamento falso. Nós não deveríamos fazer todas as coisas que um namorado e uma namorada fazem. É por isso que eu não podia falar com Luca. Eu mesma não sabia o que estava sentindo. Eu não quero vê-lo ou ficar sozinha com ele. Eu estava preocupada que a mesma coisa acontecesse novamente. Eu não queria que Luca tivesse uma ideia errada sobre nós. Não podia haver nada entre nós. O telefone tocou novamente e eu suspirei. Sério, Luca precisava parar de me ligar. Não era óbvio que eu não queria falar com ele? Eu olhei para a tela e meu coração parou. Não era Luca. Era Oliver. Eu me sentei e peguei o telefone em cima da mesa de cabeceira. Por que Oliver estava me ligando? Eu só o vi há algumas horas. E se eu tivesse deixado algo em seu carro sem perceber? - H-Olá? - Percebi o tremor na minha voz e limpei minha garganta. - Ei, Ash? Meu coração pulou ao som de sua voz e eu tentei compor a mim mesma. - Sim, quem é? - Eu estava tentando agir indiferente. Oliver iria me querer mais se ele jogasse duro para conseguir. Ele iria querer o que ele não poderia ter. Ele ficaria louco para tentar conquistar a menina que estava com outro cara. Especialmente se o cara fosse Luca. - É Oliver. - Ele parecia intrigado com a minha pergunta. - Uh... Eu só queria dizer oi.


- Oh, oi, Oliver. Eu não reconheci sua voz. - Mentira. Tudo mentira. Eu sonhei com essa voz. - O que eu posso fazer por você? - Você... uh... você decidiu se irá à fogueira? - Ele parecia nervoso, o que me surpreendeu. Normalmente Oliver era escorregadio e cheio de charme. Gostaria de saber o que estava acontecendo com ele. Tentando controlar o entusiasmo em minha voz, consegui mostrar indiferença. - Eu conversei com Luca sobre isso e provavelmente vamos se nada aparecer. - Ah. Ele está vindo também? - O desprezo em sua voz não foi difícil de perceber. Quando caras ficavam com inveja, era a coisa mais óbvia do mundo. - Sim, nós estamos tentando ver se vamos ter uma coisa séria ou não. Quero dizer, ele é o mais falado cara no momento, então eu quero ser vista com ele. Você sabe como é. Eu queria que Oliver soubesse que eu e o Lucas ainda não tínhamos definido nossa situação. Se ele achasse que as coisas fossem sérias, então havia uma chance de que ele poderia perder o interesse. - Certo. Isso é... bom. - Sua voz estava tensa. - Então, você precisa de uma... carona para a escola amanhã já que ele a abandonou totalmente esta tarde? Meu coração acelerou e eu tentei o meu máximo não estourar em gritinhos. Oliver Carson estava me perguntando se ele poderia me levar para a escola! Isso não estava acontecendo! Eu respirei fundo, tentando recuperar algum tipo de compostura. - Bem, se você quiser. Quer dizer, Luca geralmente me leva, mas se você estiver indo pelo mesmo caminho... - Sim, sim, legal. Eu passo por ai. - Disse Oliver rapidamente. Um pouco rapidamente. Eu sorri. - Então, o que acontece com você e Kance? Será que ela não ficará chateada se você me levar para a escola? - Nós brigamos esta tarde. Eu estou cheio dela. Eu tentei não soar muito feliz, mas estava ficando muito difícil suprimir meus sentimentos. Isso é chato, mas se vocês dois não estão namorando mais, então eu acho que não tem problema você me pegar. - Ok, impressionante. - Oliver parecia aliviado que eu não tinha rejeitado ele. - Eu vou buscála às oito. Desligamos e eu me inclinei contra a minha cabeceira, segurando o telefone contra meu peito. Os últimos minutos pareciam que foi um sonho.


Oliver estava interessado em mim e ele realmente queria ser visto comigo, apesar das tentativas de Kance para me intimidar. As coisas estavam mudando mais rápido do que eu esperava e foi tudo por causa de Luca. Com um suspiro, eu espreitei a janela de Luca através de uma abertura em minhas cortinas. Ele não estava em nenhum lugar à vista, então eu deixei as cortinas caírem de volta no lugar. Eu não podia falar com ele. Eu não podia enfrentar o que tinha acontecido entre nós porque estava com muito medo de que isso fosse acontecer novamente. *** De alguma forma, consegui evitar Luca pelo resto da semana. Não foi tão fácil como parecia também. Na verdade, ele tentou me encurralar depois da aula, mas eu tinha conseguido escapar da sala e me juntar a Bennett que estava passando naquele momento. Bennett começou a falar comigo de novo, mas eu ainda não o tinha perdoado pelo que tinha feito comigo. Quanto à Kance, ela ainda estava mantendo distância de mim. Havia maldade em seus olhos, que me enviava um arrepio na espinha, cada vez que fizemos contato visual. Ela não era o tipo de garota que levava as coisas em silêncio e parecia que ela estava aguardando seu tempo, como uma serpente enrolada esperando para atacar. Eu comecei a sair com Yuki e Kendall, estavam ambas interessadas em Luca, e felizes em saber que o meu relacionamento com ele não tinha ido a lugar algum. Eu tinha dado Yuki seu discurso e ambas tinham ido para casa de Luca na quinta-feira depois da escola para vê-lo ensaiar com sua banda. Luca não tinha tentado me ligar ou mandado SMS novamente. Sexta-feira seria a festa da fogueira e um dia que eu não podia ignorar Luca. Depois de Oliver me deixar em casa, com a promessa de me pegar para que pudéssemos ir para a fogueira juntos, fui até a casa de Luca, era algo em torno das cinco. Seu carro estava na garagem, mas sua mãe não estava lá. Eu a tinha visto, presumivelmente, sair para o trabalho cerca de 20 minutos atrás e decidi que este era o melhor momento para ir até lá e falar com Luca. Eu ia lhe dizer que esta noite seria a última vez que eu precisaria dele para fingir que havia alguma coisa acontecendo entre nós. Tinha de ser convincente o suficiente para empurrar Oliver em meus braços. Durante toda a semana Oliver tinha me levado para a escola, mas além de uma inocente paquera, não houve quaisquer desenvolvimentos importantes. Hesitando na varanda da frente de Luca, eu finalmente reuni coragem para tocar a campainha. Cinco minutos se passaram antes que eu ouvisse um barulho no outro lado e Luca finalmente abriu a porta. - O que? - Ele me encarou com um olhar frio quando ele saiu. Isso não ia ser fácil. - Eu preciso falar com você. - Então, quando você quer falar eu tenho que te ouvir, mas quando eu quero falar, você me ignora por dias?


Suspirei e tentei a minha melhor expressão de cachorrinho. - Eu sinto muito por isso, ok? Eu simplesmente... não sabia como agir perto de você. - Tanto faz. - Ele cruzou os braços sobre o peito. - Deixa pra lá. - Eu sabia que ele estava mentindo, mas eu não queria pressionar mais sobre o assunto. - O que você quer agora? - A fogueira esta noite. - Eu comecei. - Eu preciso de você lá. Oliver parece querer fazer um movimento, mas ele está se segurando por algum motivo. Eu quero causar-lhe ciúmes. - Ah, então você encontrou outra maneira de me usar. Eu acho que eu deveria apenas largar tudo e ir fazer o seu lance, oh grande. - Luca, você tem que fazer isso por mim. - Eu não queria pedir, mas se era isso que eu precisava fazer, então eu faria. - Eu não tenho que fazer nada. Amigos não usam o outro como você me usou. Eu estou cheio dessa coisa toda. Eu cansei de brincar e mentir para meus amigos sobre nós. - O aço em sua voz enfraqueceu minha decisão e eu tomei um passo para trás. - Tudo bem. - Eu olhei para ele com olhos determinados. - Se você não pode fazer isso por mim, então nós terminamos. Eu não poderia me importar menos... - Percebi algo e olhei para trás com surpresa. -Hey, Ashton. - Yuki disse com um sorriso brilhante, colocando a mão no ombro de Luca. Você vem, Luca? É ruim sem você. - Ela riu e piscou os olhos para ele. - Sim, eu estarei lá em um segundo. - Disse Luca, seu rosto relaxando um pouco quando ele lhe deu um sorriso. Minhas entranhas congelaram enquanto eu observava a sua troca de olhares. Tinham sido apenas três dias desde que Luca e eu quase tínhamos feito sexo em seu balcão de cozinha e ele já tinha seguido em frente. Com Yuki de todas as pessoas! Uma cabeça de vento que não sabe a diferença entre a esquerda e a direita. Yuki sorriu e piscou para mim. - Eu vou te ver na fogueira, Ash. Ela se virou e voltou para dentro da casa. - Então, você e Yuki, hein? - Não foi controlada a fúria na minha voz. Eu não sei porque eu estava tão irritada. Quer dizer, eu não me importava com quem Luca dormia. Não queria dizer nada para mim. Ainda assim havia uma dor surda no meu peito que me dava náuseas. - Você não perdeu tempo, não é? As sobrancelhas de Luca dispararam e ele deu um passo em minha direção, sua expressão de dor. - Ash, espere... - Não! - Eu pisei fora de seu alcance e me afastei da varanda. - Eu estou realmente feliz por você, Luca. Realmente, eu estou. Espero que os dois tenham uma ótima vida juntos. Com isso, eu comecei a correr em seu quintal da frente e para baixo da garagem. Minha visão estava embaçada e me levou um segundo para perceber que lágrimas turvavam a minha visão. Por que eu estava chorando? Por que o que ele fez importa? Eu não ligo para o que ele fez ou com quem


ele fez. Eu não... Eu tropecei no final da calçada e senti o chão vindo para mim. Antes que eu pudesse me preparar para o impacto, um par de braços envolveu minha cintura e me seguraram. - Luca, sai fora! - Gritei descontroladamente em seus braços, querendo chegar o mais longe dele quanto eu poderia. Eu não queria a sua simpatia. Eu não queria que ele me confortasse. Eu só queria distância. - Ash, acalme-se. Sou eu. - A voz não era de Luca, mas pertencia a alguém familiar. Meus olhos se focaram e eu vi Eddie na minha frente, seu rosto cheio de preocupação. Rapidamente passei a mão em meus olhos em uma patética tentativa de esconder as lágrimas. Eu estava certa de que estava feia como um guaxinim. - Eu sinto muito por bater em você. Eu pensei que você fosse... - Você pensou que eu fosse Luca. - Eddie enfiou as mãos através de seus bolsos e tirou um lenço que me entregou. Examinando o tecido e descobrindo que parecia relativamente limpo, murmurei um agradecimento e enxuguei meus olhos com ele. - O que aconteceu com vocês dois? O que está acontecendo? - Eu não sabia porque Eddie estava sendo tão bom para mim desde que eu tinha sido nada mais significativo para ele ao longo dos últimos anos. Cheirei e franzi o tecido na minha mão. - Eu só fui ver Luca e ele estava com Yuki. - Eu não podia acreditar no que tinha acabado de admitir a Eddie, mas o que me surpreendeu mais foi que desta vez eu falei a verdade, permitindo-me ser honesta em vez de colocar uma mentira na frente. Se Eddie estava surpreso, ele não demonstrou. - Então, você está chateada porque ignorou Luca e ele se envolveu com outra pessoa durante esse tempo? Mais uma vez, encontrei-me derramando todo o meu sentimento mais intimo para Eddie. Era tão mais fácil falar para alguém por quem você sabia que não sentia nada. - Sim, mas eu não sei porquê. Quer dizer, essa coisa entre mim e Luca, eu não sei o quão real era. Eu não sei porque está me afetando tanto. Eu deveria seguir em frente e não pensar nele. Eddie olhou pensativo quando eu terminei de falar. - Você e Luca são de mundos completamente diferentes. Não faria sentido para você se envolver com alguém que não fosse de seu círculo, agora que você está com as líderes de torcida e esportistas de novo. - Eddie fez uma pausa e em seguida soltou um suspiro antes de continuar. - Você e Luca agiram de forma errada. No início, quando ele anunciou que vocês dois estavam se encontrando, pensei que não havia maneira de que isso funcionasse. Mas quanto mais eu via vocês juntos, mais parecia fazer sentido. Quando comecei a ver Stacey ficando irritada com isso, eu pensei que era porque ela a odiava. Então eu percebi que era porque ela também via isso. Há realmente algo entre você e Luca que ela não tem com ele. Prendi a respiração quando Eddie falou, mal ousando acreditar nele. Ele era um cara tão legal e tinha tanta fé em Luca que eu não podia suportar levá-lo na mentira. Eu menti para muitas pessoas e acho que uma parte de mim queria limpar minha alma. - Eddie, eu tenho que lhe dizer uma coisa. - Eu respirei fundo. - Eu e Luca não estávamos realmente namorando. Nós estávamos apenas...


- Fingindo? - Eddie terminou sem pestanejar. Meu queixo caiu e olhei para ele. - Como você sabe? Luca lhe disse? Eddie balançou a cabeça. - Não, eu só o conheço bem o suficiente para saber quando ele está mentindo sobre algo. Riley ficou muito suspeito também, mas eu tentei distraí-lo. - Você... o que? Por que você faria isso? - Eu ainda estava tentando entender na minha cabeça o fato de que Eddie tinha descoberto a farsa. Se ele percebeu assim tão facilmente que estávamos fingindo, então, será que muitas outras pessoas tinham feito o mesmo? Eddie deu de ombros e chutou o chão. - Achei que você tinha as suas razões e que não tinha nada a ver comigo. Mas os dois realmente têm sentimentos um pelo outro, não é? É por isso que você está tão chateado por Luca e Yuki. Você se apaixonou por ele, mesmo sem perceber que era possível. Para um cara, Eddie teve uma visão incrível. Foi engraçado o que eu tinha pensado sobre ele e julgado à distância sem saber quem ele realmente era. Eu nunca tinha visto ele como uma pessoa com sentimentos. Eu sempre o tinha visto como um objeto de ridicularização. Pela primeira vez na minha vida, eu estava realmente enojada de mim. Eu era uma pessoa horrível e não merecia a sua bondade. Mordi o lábio, tentando não chorar. Nas últimas duas semanas tudo o que eu tinha feito era chorar. Eu não tinha sido assim emocional em um longo tempo, talvez tenha sido há muito tempo. - Quando ele está comigo, ele me lembra a pessoa que eu costumava ser. Eu nunca tive que impressioná-lo, ele só me aceitava por quem eu era. Eu não sei como ele se sente sobre mim, mas é óbvio que não é o que eu sinto por ele e está tudo bem. Eu só quero terminar com essa coisa toda. Os profundos olhos azuis de Eddie foram me sondando, enquanto olhava para mim em silêncio. O silêncio não era estranho, achei reconfortante. Eu nunca teria pensado que poderia me sentir tão à vontade com alguém como ele. - Huh. - Eddie disse finalmente. - Eu acho que você ainda não o conhece tão bem como você pensa.

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apítulo Vinte e Três

Ashton Como de costume, a fogueira estava sendo realizada em Verdana Lake, que era localizado na cidade de Verdana que principalmente consistia em bosques e riachos e não muito mais. A cidade tinha uma loja geral de pequeno porte, mas os moradores normalmente iam para Statlen ou uma das


outras cidades vizinhas para fazerem compras. O isolamento envolvente dos bosques tornou o local perfeito para realizar uma fogueira sem a polícia descobrir. A única maneira de chegar ao lago era dirigindo através de uma clareira na mata e em seguida indo a pé o resto do caminho numa caminhada de dez minutos através da floresta. Para os de fora, ele só parecia um monte de arbustos e árvores, mas os moradores sabiam sobre a trilha que tinha sido aberta há muito tempo atrás. Nós tínhamos ido para o lago durante anos, então não havia maneira de nos perder entre as árvores. Quando Oliver dirigiu através da floresta, já era possível encontrar outras pessoas da escola retirando álcool e comida de seus carros. Oliver estacionou em uma das últimas vagas, saímos do carro e depois Oliver trancou sua BMW, que parecia completamente fora de lugar aqui. Pessoas chamaram Oliver quando entramos na floresta, mas ele acenou e continuou andando. Ele parecia distraído hoje à noite e eu queria perguntar o que estava errado, mas não acho que era o meu papel. Talvez ele tenha se arrependido de romper com Kance, mas quando ele pegou minha mão, todos aqueles pensamentos rapidamente desapareceram da minha mente. Santo Deus! Oliver estava segurando a minha mão! Nós não falamos muito, mas minha mão na sua falava por nós. Ele estava definitivamente interessado em mim e isso é tudo que me preocupava. Não estávamos sozinhos na pista e algumas pessoas nos davam olhares curiosos quando passávamos por eles. Finalmente irrompemos a clareira grande que cercava Verdana Lake. O lago não era o maior da região e você provavelmente poderia andar em torno dele em menos de dez minutos. Havia, esta noite, uma brisa fria que estava causando pequenas ondulações na superfície do lago. A brisa me gelou por dentro e eu estava olhando para frente para me aproximar do fogo. Havia cerca de uma centena de pessoas rindo e conversando ou bebendo e dançando. Alguém tinha trazido mesas dobráveis que estavam contra uma parede de rocha, as quais foram cobertas com uma variedade de alimentos de carne, marshmallows, batatas fritas, doces e bebidas. Minha boca encheu de água com o cheiro de fumaça das salsichas assadas e eu me lembrei de pegar uma antes que acabassem. Avistei Riley e Stacey que estavam juntos em um canto, envolvidos em uma conversa bastante intensa. Eddie e Elly estavam ali perto conversando com Kendall e Yuki. Todos eles pareciam estar tendo um bom momento. Uma parte de mim queria estar com eles, mas eu não poderia deixar Oliver. Não quando eu estava tão perto de conseguir o que queria. Oliver me levou para um canto onde alguns outros caras, incluindo Bennett, estavam sentados em alguns troncos. Cumprimentaram-nos e deram espaço para que eu pudesse sentar. Oliver se inclinou e cochichou no meu ouvido. - O que você quer beber? - O mesmo que você. - Eu disse com um sorriso tímido.


- Cerveja, pode ser? - Ele perguntou, com os olhos azuis de uma cor estranha, o brilho alaranjado do fogo. Eca. Eu odiava cerveja. Tinha gosto de vômito. Eu balancei a cabeça, ainda sorrindo. - Parece ótimo. - Ok, eu já volto. - Ele desapareceu na multidão e minha atenção foi atraída para uma risada perto. Era Bennett. Ele sorriu para mim. - Então, você e Oliver, hein? Eu dei de ombros. Eu ainda estava chateada com ele, mas considerando que ele era também um dos amigos de Oliver, eu tinha que fazer bonito. Mesmo que eu quisesse socá-lo no rosto. Com força. - Sim, parece que sim. Mateus Sutton virou a cabeça em minha direção. - Oliver está caído por você, Ashton. Ele estava falando de você durante toda a semana. Meu interesse foi despertado e me inclinei para frente, ansiosa. - Então, o que exatamente aconteceu com ele e Kance? Eles pareciam muito bem juntos na semana passada. Mateus deu uma longa tragada de um cigarro suspeito antes de responder. - Sim, mas ele a encontrou maltratando seu irmão. Aí ele lhe deu um pontapé na bunda. Minhas sobrancelhas se ergueram. Então essa foi a verdadeira razão para eles terem terminado. Então eu vim no momento certo e reacendi seu interesse em mim. Eu tinha muita sorte. Alguns caras começaram a rir e eu ouvi um deles dizer: - Olhe como dança o perdedor! Ele parece constipado! Eu assumi que eles estavam falando sobre Luca, mas eu não podia vê-lo em qualquer lugar. Além disso, ele deixou bem claro que não estava indo para se mostrar, por isso era estúpido procurar por ele. Enfim, eu estava aqui com Oliver e eu nem deveria estar pensando em outro cara com ele ao meu lado. Havia tantas meninas que matariam para estar na minha posição. Seguindo seus olhares, eu percebi que eles estavam apontando para Eddie. Minhas entranhas afundaram e uma onda de raiva me inundou. Quem diabos eles eram para julgar Eddie? Eles não sabiam quem ele era. Eddie era dez vezes o homem que todos eram. - Deixem-no em paz, idiotas imaturos! - Eu bati, jogando meu cabelo sobre meu ombro. - Ele está apenas se divertindo. Não há necessidade de zombar dele! Os caras pararam e olharam para mim com surpresa. Antes que as coisas ficassem mais estranhas, Oliver voltou com as bebidas. Os caras me lançaram olhares sombrios, mas não disseram mais nada. - O que está acontecendo? - Oliver me entregou uma cerveja e sentou-se ao lado, colocando o braço livre em volta do meu ombro. Parecia bom tê-lo perto de mim, mas parecia que estava faltando alguma coisa.


Meu peito estava apertado, mas eu forcei um sorriso. - Nada de mais. Seu próximo jogo está chegando em breve, certo? O rosto de Oliver se animou. O futebol era um tema pelo qual ele era apaixonado e não demorou muito para que ele e os outros caras tivessem se lançado em uma acalorada discussão sobre como iriam vencer a escola rival, Penthill. Eu sorri e acenei por toda a conversa. Eu tomava um gole da cerveja e, quando ninguém estava olhando, eu a cuspia de volta para a lata. Quando a conversa de futebol morreu, o braço de Oliver apertou em torno de mim e eu olhei para ele timidamente. - Você está se divertindo? Eu balancei a cabeça, dando-lhe o sorriso artificial que havia sido colado no meu rosto toda a noite. - Sim, isso é divertido. Bennett riu e acenou com a cabeça em algum lugar à sua direita. - Você não é a única que pensa assim. Olhei para a multidão, e no início não entendi o que ele estava dizendo. Meus olhos percorreram as pessoas em volta da borda da fogueira, alguns dançando e alguns com seus marshmallows a cozinhar em varas. Depois meus olhos caíram sobre um casal que estava dançando em um canto. A menina se movia contra o cara cujas mãos estavam por todo o seu corpo. Meu estômago caiu. Era Luca e Yuki. - Ele se move rápido, hein? - Matt comentou quando ele me passou o cigarro que definitivamente não era um cigarro. Eu entreguei a Oliver sem tentar. As drogas não eram para mim e nunca tinham sido. Eu não estava prestes a mudar essa postura. Oliver jogou a lata de cerveja no chão e deu um trago na substância enrolada. Eu desviei o olhar de volta a Luca e Yuki. Eles eram alheios às pessoas ao redor. Quando eu não podia suportar a sua exibição por mais tempo, virei-me para Oliver. - Você quer dar um passeio? Oliver assentiu e deu outra tragada do rolo antes de passá-lo de voltar a Matt. Os amigos de Oliver cutucaram uns aos outros quando Oliver e eu levantamos. Obviamente eles pensaram que nós estávamos saindo para termos um pouco de privacidade. Eles não poderiam estar mais errados. Eu não estava com vontade de obter “qualquer” coisa hoje à noite. Luca e Yuki arruinaram isso para mim. Passeamos nas proximidades do lago e nos dirigimos de volta à clareira onde Oliver havia estacionado e mais longe do barulho da fogueira. Oliver tinha um braço em volta do meu ombro todo o tempo, normalmente eu teria pensado que era doce, mas esta noite fez com que eu me sentisse sufocada. Ficamos em silêncio quando paramos em um tronco caído e sentamos abaixo dele, as sombras das árvores obscurecendo-nos


- Você tem me deixando louco durante toda a semana, Ashton. Você é tudo que eu tenho pensando. - A voz de Oliver quebrou o silêncio e eu virei para ele, tentando parecer surpresa. Seus amigos já tinham derramado o feijão, por isso não houve surpresas na sua admissão. - Sério? - Eu tentei soar um pouco interessada, mas minha mente estava em outro lugar. Fixada nos olhos verde. - Sim, realmente. - E então, sem aviso, os lábios de Oliver estavam nos meus quando ele me empurrou de volta para o chão. Ele cheirava a álcool e seu hálito tinha gosto de cerveja barata e tudo o que ele tinha fumado. Eu estava completamente desligada, por isso coloquei uma mão no peito dele para empurrá-lo de volta. - Oliver, eu... Ele não estava me ouvindo. - Eu sei que você me quer. Você não precisa dizer uma palavra. Ele se empurrou em cima de mim de novo enquanto começou beijando meu pescoço. Seu toque me fez sentir repulsa e tentei empurrá-lo embora, mas ele era muito pesado para eu conseguir movê-lo. Não era isso o que eu queria. Eu só queria que ele parasse. - Oliver, pare com isso! - Eu bati. - Eu não quero fazer isso aqui com você! Ele parou e olhou para mim com olhos vidrados. - Você quer voltar para o meu carro? - Não! Eu só quero ficar longe de você! - Eu empurrei o peito sólido, mas ele pegou minha mão, esmagando-a com sua força. Eu chorava de dor e tentei puxá-la para longe. - Pare com isso! Você está me machucando, seu idiota! A raiva provocada em seus olhos. - Você é uma vadia estúpida. Você estava se enroscando com Luca toda a semana e agora não vai dormir comigo? Sua esnobe, você vai trepar com um perdedor como ele, mas não comigo? Você acha que é melhor que eu? Oliver começou a lutar com o cinto em volta da cintura e eu tentei me esquivar. Ele me empurrou com força e colocou-me sob ele depois que abaixou suas calças. Eu gritei e dei-lhe uma joelhada na virilha. Meus gritos ecoavam pela floresta, mas foram perdidos entre o barulho da fogueira. Ninguém estava por perto para me ouvir. Ninguém ia me ajudar. Oliver gemeu e rolou agarrando-se em dor. Eu movi os meus pés, querendo colocar distância entre nós o quanto eu pudesse, mas uma mão firme prendeu em volta do meu tornozelo e me arrastou para baixo novamente. - Sua puta! Você vai se arrepender disso! Chutei-o com as duas pernas e arranhei o meu caminho através do chão, cavando minhas unhas na sujeira, quando eu tentei ficar longe dele. Ele não fez nada de bom, porque um segundo depois, ele me puxou de volta para ele e me deu um tapa no rosto. - Onde você pensa que você vai? O golpe enviou uma pontada aguda de dor em mim e eu me encolhi atrás de minhas mãos. Quando Oliver montou em mim, meu corpo estava destroçado com soluços e tudo o que eu queria era que ele me deixasse ir. Porque eu sabia o que vinha a seguir e foi isso que me assustou mais.


- Por favor! Não, Oliver! Por favor! - O peso de Oliver foi de repente tirado de mim e ele caiu em algum lugar a minha esquerda com um baque forte. Olhei em volta com surpresa e vi alguém em pé na minha frente. Meu coração começou a correr. Era Luca. - Merda, Ash. Merda, merda, merda. Você está bem? - Ele se inclinou sobre mim, sua voz cheia de preocupação e outra coisa que eu não poderia identificar. Tentei dizer algo, mas meu rosto doía muito. Já inchando, assim tudo que eu consegui foi dar um gemido. Luca rosnou e endireitou-se. - Foda-se! Eu vou matá-lo! Ele correu para Oliver, que estava de pé agora e começou a jogar chutes e socos nele. Oliver era muito maior do que Luca, mas eles pareciam bastante equilibrados. Luca era um lutador muito melhor, o que me surpreendeu. Eu o assisti com medo, não me atrevendo a respirar ou me mover. - Sua porra de aberração, eu vou gostar de colocar você no seu lugar! Oliver balançou e Luca facilmente desviou, atingindo-o com um chute no intestino. Oliver tombou e Luca bateu nele com mais chutes. Quando Luca fez uma pausa, Oliver soltou um rugido e correu contra Luca com a cabeça baixa. Ele pegou bem no estômago e Luca dobrou, agarrando seu estômago soltando palavrões em agonia. Meus ferimentos foram esquecidos e eu corri para o seu lado para ajudá-lo a levantar, mas Oliver me puxou pelos cabelos e empurrou-me para o lado. - Você fica de fora disso! Eu vou ficar com você em breve. Eu chorei de dor e cai no chão novamente. Minha cabeça estava em fogo enquanto eu lutava com meus pés. Pânico cego correu através de mim à vista do corpo mole de Luca. Não, não, não! Ele não estava reagindo. Ele não estava se movendo. Ele tinha que estar bem. Por favor, Deus, deixe-o ficar bem.

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apítulo Vinte e Quatro

Luca Deitei de bruços no chão tentando não me mover. Ash estava chorando alto e cada soluço arrancado de seu peito. Ela provavelmente pensou que eu estava passado mal ou pior. Eu queria confortá-la, mas eu não queria me mover. Eu não poderia dizer a ela que estava bem, que estava esperando a oportunidade de chutar a merda que era aquele bastardo. - Cale a boca! - Oliver latiu para Ash. - Ou eu vou enviar o seu namorado para um pequeno mergulho.


Filho da puta! Ele pensou que eu estava inconsciente e queria me jogar dentro do lago, não se importando se eu iria viver ou morrer. Bem, ele tinha outra coisa vindo. Foi fácil ouvir seus passos no chão e eu sabia o segundo em que ele veio e ficou ao meu lado. Uma punhalada contundente de dor me bateu diretamente sobre o lado. Ele teve a coragem de me chutar enquanto eu já estava no chão. Eu engoli a dor e tentei ficar o mais calmo que pude, mesmo que em pânico e ferido. Ele me chutou mais umas duas vezes e então eu o senti virar. - Fique onde está, Ashton. Se você fizer algum som, eu vou ter a certeza de que ele mais nunca verá a luz do dia. Você me entende? Com a atenção de Oliver em Ash, eu fiz a minha jogada. Saltei em meus pés, ignorando a dor que atravessou minhas costelas e joguei Oliver no chão. Ashton gritou quando eu bati em Oliver com meus punhos, empurrando-o de volta para baixo cada vez que ele tentava se levantar. Filho. De. Uma. Cadela. Ele pararia o que fez com Ash. Eu nunca iria deixar que ele a machuque novamente. Eu estava indo quebrar cada único osso de seu corpo. Quando eu lhe dei um soco, tudo que eu podia ver era vermelho. Eu não faria isso parar até que ele tivesse o que merecia. Mãos macias e suaves me puxaram de volta, mas eu me libertei e fiquei pronto para bater em Oliver novamente. As mãos fecharam em mim novamente e então eu ouvi a única voz que poderia me acalmar. - Luca, está tudo bem. Você pode parar agora... Ele está inconsciente. Deixe-o. - Os braços de Ash estavam envolvidos em torno de mim por trás e eu fiquei de joelhos, levando-a comigo. Nós ficamos lá por vários minutos até que minha respiração voltou ao normal. Eu olhei para ela, mordendo a culpa que me encheu com a visão de seus ferimentos. Na luz do luar filtrada através das árvores, eu podia ver que um lado de seu rosto estava inchando rapidamente havia um arranhão logo abaixo de seu olho. Se eu tivesse chegado lá mais cedo! Por que eu tinha demorado tanto? Eu deveria ter ido atrás deles imediatamente. Isso tudo foi minha culpa. - Deixe-me levá-la pra casa. - Eu disse enquanto alisava para trás seu cabelo dourado. Ashton tentou falar, mas sua voz estava presa na garganta quando ela olhou por mim, com os olhos arregalados de medo. Oliver gemeu atrás de mim e eu percebi que ele estava acordando. Levantei-me e peguei Ash com a mão. Ela não precisava de qualquer outro pedido e me seguiu sem palavras. *** Depois que eu coloquei Ashton no meu carro, percebi o quanto ela estava tremendo. Eu virei atrás de mim para pegar o casaco de reserva que estava no banco de trás, e envolvi-o em seus ombros. Ela ainda não tinha dito nada e eu estava começando a me preocupar que ela poderia estar entrando em choque. Mamãe estaria em casa em breve. Talvez eu devesse levá-la para que desse uma olhada em Ash. Meu primeiro pensamento era levá-la para casa, mas agora eu não tinha certeza se isso era uma boa ideia. A Sra. Summers teria uma centena de perguntas para Ash e eu sabia que ela não gostaria de ser interrogada por sua mãe. Era provavelmente o melhor se fossemos direto para minha casa antes.


Mamãe chegaria logo em casa. - Você quer passar a noite em minha casa? - Eu perguntei. Ash me estudou com grandes olhos e lentamente assentiu. Isso era toda a confirmação que eu precisava. Antes de irmos, peguei meu telefone e mandei um SMS para Yuki. Você pode cobrir que Ash foi para sua casa, caso a mãe dela pergunte? Dez segundos depois, o meu tom de mensagem disparou. Claro. Y. Ela vai passar a noite em minha casa. Oh. Ok. Divirta-se ;) Yuki provavelmente pensou que eu finalmente consegui algo com Ash. Ela sabia como as coisas realmente eram. Era irônico que até uma semana atrás, eu mal sabia da existência de Yuki e agora ela era alguém a quem eu poderia chamar de amiga. Eu a tinha julgado mal quando achei que ela não era grande coisa por fazer parte dos “populares”. Exceto Oliver. Eu o julguei exatamente certo. Ele era o burro, doente que eu sempre achei que ele fosse. Eu me virei para Ashton que estava olhando pela janela da frente com os olhos vidrados. Eu realmente esperava que ela não estivesse revivendo o ataque. - Posso pegar seu telefone? Ela me olhou com surpresa, mas me deu seu telefone sem perguntas. Então, ela voltou a olhar para fora da janela com o mesmo olhar vazio em seus olhos. Enviei uma mensagem breve para a mãe dela e esperava que ela não fizesse muito muitas perguntas. Hey mãe, eu vou ficar a noite na fogueira, depois vou dormir na Yuki. Estarei em casa amanhã. Luv u. Sem esperar por uma resposta, saí do estacionamento e dirigi o mais rápido que pude, dentro dos limites de velocidade, de forma que cheguei em casa antes de minha mãe. Eu não quero que ela veja Ash até que eu tenha a chance de falar com ela sobre isso primeiro. Quando eu parei na minha calçada, trinta minutos depois, o telefone de Ash buzinou. Eu olhei para ele antes de entregá-lo de volta para Ash, que olhou para a mensagem com curiosidade. Ok, divirta-se, mas não fique fora até muito tarde. Me avise se você precisar de mim para buscá-la amanhã. Eu também te amo. Eu saí do carro e caminhei ao redor para abrir a porta para Ash sair. Ela pegou minha mão e nós dois caminhamos para dentro, antes que sua mãe pudesse olhar para fora pela janela e pegá-la entrando em minha casa. Quando estávamos na cozinha, dei-lhe um copo de água.


- Você quer alguma coisa para comer? - Sob as luzes brilhantes da cozinha, vi o quão ruim seus ferimentos realmente eram. Seu rosto estava vermelho, machucado e irregular e eu rogava a Deus que Oliver parecesse ainda pior do que ela. Ash sacudiu a cabeça e entregou o copo de volta para mim, eu não tentei olhar para ela. Quero te perguntar uma coisa, ok? E eu não quero que tenha medo de me dizer a verdade. - Eu olhei direto para aqueles olhos azuis que pareciam tão tristes e quebrados. - Quando eu cheguei lá, vi você no chão com ele em cima de você. Ele fez alguma coisa? Eu quero que você seja completamente honesta comigo. Ashton piscou rapidamente enquanto as lágrimas vieram aos olhos. Meu coração deu uma constrição dolorosa. Maldição! Ele tinha feito alguma coisa com ela! Eu ia mat... - Não, ele não fez nada. - Ash disse finalmente, quebrando seu silêncio. Alívio inundou-me com essas palavras simples. Eu tinha chegado lá a tempo de impedi-lo. Se eu tivesse chegado um minuto mais tarde, ou se eu não tivesse decidido ir para casa, então eu nunca teria encontrado os dois lá fora. Ninguém teria ouvido Ash gritando e chorando. O barulho da fogueira era muito alto. Esse pensamento me deu calafrios na espinha. -Você quer ir para o hospital ou relatar isso à polícia? Ela balançou a cabeça de novo. - Ele me deu um tapa, mas ele não teve nada mais do que isso. Eu realmente não quero dizer a dez pessoas diferentes sobre isso. Eu quero esquecer que eu gostei de um traste como ele. Eu só quero deixar isso para trás e esquecer tudo. Ashton parecia tão derrotada e tudo o que eu queria fazer era protegê-la, mas eu tinha que ter certeza mais uma vez. - Tem certeza que você não quer informar a polícia sobre isso? - Tenho certeza, Luca. - Ela me assegurou. - Podemos, por favor ir até seu quarto? Eu estou tão exausta. Tomando-a pela mão, eu conduzi o caminho para cima. Ash ficou em silêncio e eu não tentei puxar conversa fiada. Ela precisava de espaço. Uma vez lá dentro, acendi a lâmpada de cabeceira. O brilho iluminou o quarto e destacou o cabelo de Ash quando ela se sentou na cama. Tirei meus sapatos e sentei ao lado dela na cama, que afundou sob meu peso. Eu acho que Ash poderia dormir em minha cama e eu dormiria no chão. Essa parecia a coisa certa a fazer. - Posso arranjar-lhe alguma coisa? - Eu perguntei, colocando uma mecha de cabelo atrás da sua orelha. - Não, eu só quero dormir. Seus olhos estudaram o meu rosto e então olhou para baixo em minha boca. Senti um inchaço em meu peito que me fez querer cuidar dela. Isso me fez querer conquistar o mundo para ela. Eu realmente queria puxá-la em meus braços e segurá-la, mas havíamos acabado de chegar de uma briga e eu não tinha certeza se ela estaria bem com isso.


Em vez disso, eu me levantei e tirei as cobertas da minha cama. - Tudo bem, você pode ficar com a cama. Vou pegar um travesseiro e dormir no chão. Ashton tirou os sapatos e subiu na cama até que suas costas pressionassem contra a parede. Ela olhou para mim com saudade e minhas entranhas se contorciam com os nervos. Merda. Ashton Summers estava na minha cama. Eu nunca pensei que isso era possível. Ela deu um tapinha no espaço vazio a seu lado. - Durma comigo. - Suas palavras não tinham nenhum duplo sentido ou insinuação sexual. Ela só me queria ao seu lado, para confortá-la. Ela não precisou me perguntar duas vezes. Cada parte de mim queria estar lá com ela, era um instinto. Estendi a mão e desliguei o abajur da cabeceira antes de tirar a calça e ficar com minha boxer. Felizmente, ela não estava muito incomodada por eu estar seminu. Era como eu dormia e qualquer outra coisa me deixava desconfortável. Puxei meu telefone do bolso da minha calça jeans e coloquei-o na mesa de cabeceira ao meu lado antes de encostar a seu lado. Nós ficamos lá um de frente para o outro na escuridão, com um espaço entre nós. Eu não queria dizer nada, apenas no caso de que ela estivesse tentando dormir, então deixei o silêncio se arrastar. Se ela não estava pronta para falar, então eu não iria empurrá-la. Eu não tinha certeza de quanto tempo ficamos ali antes do toque de mensagem do meu telefone me assustar. Peguei o telefone da mesa de cabeceira e olhei no brilho intenso da tela. Era uma mensagem de mamãe. Cheguei em casa. Vi o seu carro na garagem. Você saiu de carona com Riley ou você está em casa? Eu rapidamente mandei a mensagem e coloquei o telefone no silencioso. Em casa. Não me sinto bem. Tentando dormir. Meu celular vibrou quando mamãe mandou uma mensagem novamente. Você quer que eu suba e verifique sua temperatura? Não, eu estou bem. Só quero dormir. Deixe-me saber se você precisar de alguma coisa. Eu vou para o trabalho às 8 da manhã. Vejo você no jantar. Boa noite. Até amanhã. Boa noite. Eu coloquei o telefone de volta e virei para o lado de novo, então eu estava de frente para Ashton. - Quem era? - Sua voz veio do nada e me fez saltar. - Merda! Eu pensei que você estava dormindo. Eu a acordei? - Não, eu não estava dormindo.


- Ah.- Eu disse, sentindo-me incrivelmente estúpido. - Era apenas minha mãe me avisando que vai ao trabalho pela manhã. Eu disse que não estava me sentindo bem, então vim para a cama cedo. Ashton suspirou. - Eu me sinto mal por você ter que mentir para sua mãe por mim. Eu sei o quanto você odiava quando estava mentindo para seus amigos sobre nós. Você não sabe mentir. Eddie descobriu tudo. Suas palavras me surpreenderam. Como tinha Eddie havia descoberto? Eu nunca deixei nada escapar para ele. Mesmo quando ele e Riley tinham me confrontado sobre todo esse negócio, eu neguei tudo. - Quem lhe disse isso? - Eddie. Esta tarde. Eu encontrei com ele em sua calçada. Ele disse que sabia o tempo todo que estávamos fingindo a coisa toda, mas não disse nada porque não era da sua conta. - Ashton fez uma pausa e quando ela falou em seguida, ela parecia incrivelmente triste. - Passei anos tirando sarro de vocês e pensando que eu era muito melhor. No final, Eddie foi o único que me tranquilizou sobre você e falou comigo como se eu fosse um ser humano, que é mais do que eu posso dizer sobre o meu próprio comportamento em relação a ele. No final, Oliver foi quem me atacou e você foi o único que me salvou. Sua voz quebrou e eu estendi a mão e peguei a dela na minha. - Shh, você não precisa falar sobre isso agora. É muito cedo. - Eu quero falar sobre isso agora. - Ela insistiu. - Eu tenho sido tão horrível, Luca. Eu merecia o que me aconteceu hoje à noite. Foi karma por todas as coisas ruins que eu fiz para outras pessoas. - Ela quebrou em um ataque de lágrimas e eu apertei sua mão. - Nunca diga isso de novo. Você não merecia o que aconteceu com você. Isso não é culpa sua, Ashton. A culpa é daquele imbecil. Ele não tinha o direito de colocar as mãos em você. Eu devia ter quebrado seus dedos. - Mais uma vez, a raiva correu através de mim. Raiva pelo que Oliver tinha feito. Raiva por eu não tê-lo feito parar mais cedo. - Se eu tivesse deixado a fogueira antes, eu poderia ter impedido ele de ferir você. Minha voz estava cheia de culpa que Ashton imediatamente notou. Ela se aproximou de mim e colocou o braço em volta de mim. Estar tão perto dela fez meu coração disparar. Ela cheirava tão incrivelmente bem. - Isto não é culpa sua, Luca. Você foi o único que me salvou. Eu não sei o que eu faria sem você. - Ela tomou uma respiração irregular. - Eu tentei estar com outra pessoa por anos, mas sei que agora eu estou exatamente onde deveria estar. Suas palavras me encheram de alegria e eu deixei cair o silêncio, saboreando ele. Eu pensei que ela tinha dormido até que ela falou de novo. - Eu nem sequer pensei nisso antes, mas você e Yuki... Eu não quero criar problemas entre vocês. A incerteza em sua voz me fez sorrir. - Não se preocupe com isso agora. Você não vai criar problemas com Yuki, porque não há nada acontecendo.


- Mas eu vi vocês dois dançando juntos. - A incerteza foi rapidamente substituída por descrença. - Isso é tudo o que estávamos fazendo, Ash. Dançando. Eu fui lá para te ver, mas quando você e aquele babaca desapareceram, decidi sair. Eu quero dizer, você tinha tudo que você queria, então pra que eu ficaria lá? - Então... você estava saindo da fogueira quando me ouviu gritar? - Ela perguntou em voz baixa. - Uh huh. Ashton hesitou antes de continuar em voz baixa. - Quando ele te chutou para baixo, eu nunca estive tão assustada na minha vida. Eu pensei... Pensei que estivesse morto. Eu não sabia o que ia fazer sem você. Fiquei pensando no dia em que estávamos em sua cozinha e como eu o ignorei toda a semana depois daquilo. E minhas últimas palavras para você... Eu era uma grande cadela. - Ei, não pense sobre isso. Eu estou bem. Nada me aconteceu. - Sim, mas e se tivesse? A última coisa que eu disse a você foi alguma coisa depreciativa sobre você e Yuki. Eu sou tão estúpida. Eu fui estúpida sobre tudo. No entanto, você sempre esteve lá para mim. Você ainda está cuidando de mim mesmo quando eu desisti de você. Eu queria beijá-la. Muito. Mas ela tinha passado o suficiente hoje. Em vez disso, contentei-me em colocar meus braços ao redor dela e puxá-la para mais perto de mim, de modo que sua cabeça estava descansando em meu peito. - Está tudo bem. Você está segura agora. Eu nunca vou deixar ninguém te machucar novamente. Eu prometo.

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apítulo Vinte e Cinco

Ashton Eu escapei da casa de Luca às seis da manhã seguinte, enquanto ele dormia. Sua mãe não tinha levantado ainda, então eu pensei que era o melhor momento para fazer minha fuga. Minha mãe não teria levantado ainda e eu definitivamente não quero que ela me visse assim. Eu queria ficar limpa e ver o quão ruim eu estava. Quando acordei, nossos corpos estavam envolvidos um no outro. Meu vestido havia subido e minha perna repousava em sua coxa. Luca estava me segurando contra seu peito com o braço em volta de mim. A luz do sol que passava através das cortinas tinha iluminado sua pele bronzeada, tornando-a dourada e eu olhei para seu rosto tranquilo por um tempo antes de relutantemente deixálo. Uma vez que eu estava dentro da minha casa, fui imediatamente para o andar de cima, entrei no banheiro e me tranquei. Minha cabeça girava com pensamentos sobre Luca e quão inocente ele


era ao dormir. Eu não quis acordá-lo, então rabisquei uma nota rápida agradecendo-lhe a noite passada e avisando que eu tinha ido para casa. Fui até a pia e abri a torneira, espirrando meu rosto com água. Então, fiquei ali, olhando para a pia, até que finalmente reuni a coragem de olhar para o espelho. Eu não parecia bem, mas eu poderia parecer muito pior. Meus olhos estavam vermelhos e inchados e a pele ao redor deles estava inchada. Não foi só isso, mas o lado esquerdo do meu rosto, onde Oliver tinha me batido, estava um pouco inchado também. Havia também uma contusão desagradável no lado esquerdo do meu rosto, juntamente com um risco de sangue que havia secado durante a noite. Como diabos eu iria explicar isso para mamãe? Eu cautelosamente toquei o lado inchado do meu rosto e estremeci toda ao sentir uma pontada de dor. Graças a Deus era sábado e eu ainda tinha o resto do fim de semana para me curar, mas não ia conseguir evitar minha mãe. Eu parecia ruim o suficiente para mamãe me perguntar sobre isso. Quando meu telefone tocou, eu quase pulei para fora da minha pele. O nome de Luca brilhou em toda a tela e eu imediatamente respondi. - Onde você está? Você está bem? - Luca perguntou, antes que eu pudesse dizer Olá. Sua preocupação fez os cantos da minha boca virarem para cima em um meio sorriso. - Eu estou em casa. Deixei uma nota em sua mesa de cabeceira. Você não viu? - Espere. - A cama rangeu e houve um ruído, provavelmente de Luca pegando o papel. - Sim, eu vi agora. Quando acordei, a única coisa que notei foi que você se foi, nada mais. - Oh. - Suas palavras fizeram minhas bochechas corarem e eu desejei que não o tivesse deixado. Não havia nada que me fizesse sentir mais segura do que estar enrolada ao lado dele. - Eu tenho um problema, Luca. Meu rosto está gordo como um baiacu. - Luca riu na outra extremidade. Vá até a sua janela. - Ok, espere. - Com um olhar decepcionado com o meu reflexo, eu abri a porta do banheiro tão silenciosamente como podia e saí na ponta dos pés para o meu quarto. Fechei a porta e tranquei-a antes de caminhar até a janela. Mesmo com essa distância eu podia ver as contusões escuras no rosto de Luca. Ele arrebentou Oliver, mas Oliver conseguiu atingir alguns socos antes de cair. Imediatamente, eu me senti mal por Luca ter se machucado por minha causa. Meus olhos vagaram e eu não podia deixar de admirar Luca em toda a sua glória sem camisa. Não pela última vez, eu me perguntei como ele tinha conseguido obter o seu corpo. Agora eu realmente lamentei deixá-lo. Eu senti seu corpo seminu colado ao meu a maior parte da noite passada, mas vê-lo à luz do dia era completamente diferente. - Eu diria que você poderia estar pior, mas eu estaria mentindo. - A voz em meu ouvido me assustou e eu deixei cair o telefone. Droga! Eu tinha esquecido que Luca ainda estava na linha. Rapidamente peguei o telefone e apertei contra minha orelha. - D-desculpa! O que você disse?


- Nada. Apenas uma piada ruim. - Ele fez uma pausa. - O inchaço vai sumir no próximo par de dias e suas contusões vão desaparecer até o final da semana. Vocês meninas não tem algum tipo de truque para cobrir essa merda? - Você está muito otimista sobre isso. - Tudo bem, tudo bem. Vamos sair mais tarde. Eu quero ver você hoje. Ele inclinou a cabeça enquanto esperava pela minha resposta. Imediatamente, minha mão disparou para o meu rosto e eu me virei de costas para a janela para que ele não pudesse ver a devastação que surgiu. Eu não quero sair. Eu não quero ir a lugar nenhum. Eu não queria os olhos de ninguém em mim. Eu não queria que as pessoas falassem sobre mim. Eu só queria engatinhar sob minhas cobertas e nunca mais sair. - Ashy, o que há de errado? - A preocupação em seu tom de voz era inconfundível. Ele realmente se importava comigo e não era culpa dele que eu estava tendo dificuldades em deixar pra lá o que tinha acontecido na noite passada. Eu sabia que ele estava apenas tentando colocar minha mente fora de tudo. - Eu não quero que ninguém me veja assim. Eu vou ter um momento difícil o suficiente explicando isso para mamãe. Eu não quero metade da cidade fofocando sobre isso. - E eu sabia que eles iriam fofocar. Era a única coisa na qual esta cidade fantasma era boa. - Confie em mim, para onde iremos não haverá ninguém. *** De alguma forma, deixei Luca me convencer a encontrá-lo em frente a sua casa em uma hora. Mamãe já teria acordado até lá e eu teria que explicar sobre meus ferimentos. Então, eu segui o conselho de Luca. Sentada na frente do espelho da cômoda, coloquei toda a minha maquiagem para fora e passei os próximos 30 minutos aplicando camada sobre camada no meu rosto. O arranhão e as contusões eram fáceis de esconder, mas o inchaço no meu rosto eu não conseguiria disfarçar. Com um suspiro, finalmente parei e decidi que me arriscaria e veria qual a reação da minha mãe. Vesti uma calça jeans e uma camiseta e me olhei no espelho, decidindo que não parecia tão ruim quanto tinha imaginado naquela manhã. O branco de meus olhos não estava mais vermelho, então eu parecia um pouco normal. Isso é o que eu pensava mesmo assim, ou talvez eu só estivesse desesperada para me convencer disso. Quando fui lá pra embaixo, eu podia ouvir o movimento na cozinha. Ótimo. Mamãe acordou. Não havia nenhuma maneira que eu seria capaz de esgueirar-me por ela, então coloquei um sorriso falso e esperei que ela acreditasse na mentira que eu ia contar. Mamãe ouviu o som dos meus passos e então seus olhos se arregalaram sobre a borda do copo que ela estava segurando. Ela bateu o copo na mesa e o café espirrou por toda a mesa e chão e


saltou de sua cadeira. Eu mal tinha dado dois passos e ela já estava com uma mão sobre o meu cabelo, me dando esse olhar como se eu estivesse prestes a cair morta a qualquer segundo. - Ashton! O que diabos aconteceu com você? Você está absolutamente horrível! - Ela disse isso como se eu já não soubesse que meu rosto estava do tamanho de um balão de hélio. - Puxa, mãe. Você realmente sabe como me fazer sentir melhor - Disse, enquanto eu tentava escapar de suas garras. Ela recuou e examinou-me com seus severos olhos azuis. - Ashton Blake Summers, diga-me quem fez isso com você. Forcei um sorriso e acenei para ela. - Ah, mãe, você exagera muito. Ninguém fez isso comigo. Eu cai no caminho para a fogueira. Mamãe olhou para mim sem acreditar e levantou uma sobrancelha. - Você está assim porque... você caiu? - Isso foi o que eu disse. - Suspirei e fui até a geladeira para que ela não pudesse ver meu rosto. Peguei uma jarra de suco de laranja e despejei em um copo. - Meu rosto não estava inchado até que eu acordei esta manhã. É por isso que eu vim para casa tão cedo. Para que eu pudesse ficar meio descente antes de sair. - Você vai sair? Onde? Você realmente deveria ficar em casa e descansar um pouco. - Eu estou mãe, bem. - Eu disse com um encolher de ombros. - Eu vou sair com Luca. A boca da mamãe caiu aberta e ela se abriu para mim como se eu tivesse dito que estava grávida. - Você está saindo com Luca? Para alguém que supostamente o odeia, você tem passado muito tempo na casa dele. Tomando um gole de suco de laranja, revirei meus olhos. - Mãe, você é tão excessivamente dramática. Nós não estamos “saindo”. Nós apenas vamos a algum lugar, mas ele não disse onde. O olhar no rosto de mamãe disse claramente que ela pensou que algo mais estava acontecendo entre Luca e eu. Ugh. Minha mãe estava tão presa em seu “mundo da escrita” que ela não percebia que as pessoas reais não trabalhavam da mesma forma que os personagens de seus livros. Não havia uma história de amor épica entre Luca e eu. Havia apenas confusão. Um monte. - Bem, certifique-se de voltar para casa se você não estiver se sentindo bem, está bem? - Você se preocupa demais. - Sua preocupação me fez querer dizer-lhe a verdade. Eu queria me enrolar em seus braços e dizer-lhe tudo o que vinha acontecendo ao longo das últimas semanas. Eu queria que ela me abraçasse enquanto eu gritasse, mas eu não poderia fazê-lo. Eu só queria seguir em frente e esquecer o assunto. Eu não quero ter que repetir a mesma história muitas e muitas vezes, porque eu sabia que mamãe me faria ir à polícia e não era algo que eu queria tratar. - Está na descrição do meu trabalho - Disse mamãe, beijando em cima da minha cabeça. Sempre que ela fazia isso, me fazia sentir como uma criança novamente. - Tchau, mãe. Diga a Blaze que eu o amo.


Eu estava tão feliz por estar fora de casa e longe da mamãe. Ela me amava até a morte, mas ela tinha esse talento incrível para tirar informações de mim. A noite passada foi definitivamente algo que eu não queria despejar sobre ela, mesmo que estivesse me comendo por dentro. Não havia segredos entre nós e eu estava escondendo algo importante dela. Se ela um dia descobrisse, eu sabia que ficaria devastada comigo. As folhas secas rangiam sob minhas sandálias enquanto eu caminhava por minha calçada parando na cerca da propriedade dos Byron. O carro de Luca estava estacionado na entrada da garagem com o porta-malas aberto. Luca estava de costas para mim, colocando alguma coisa na mala e fechando rapidamente a porta. Ele parecia um pouco mais como seu antigo eu, vestido com um jeans justo preto e uma camiseta que dizia The Clash. Isso era o nome de um filme ou o que? Meus olhos pousaram na camiseta e eu admirei a forma como ela se encaixa confortavelmente sobre ele, mostrando os ombros largos e cintura magra. Havia um leve crescimento de barba no queixo que o fez parecer francamente sexy. Seus olhos brilharam, como se soubesse o que eu estava pensando e ele piscoume um sorriso branco que me fez fraquejar os joelhos. Eu considerei me beliscar para que saísse dessa e parasse de ficar olhando para ele, mas eu não queria deixar ainda mais óbvio que eu estava observando ele. - Então, para onde vamos? - Eu perguntei. O sorriso em seu rosto se alargou e, eu juro, meu coração quase parou de bater. - Você vai ver em breve. - Disse ele com uma piscadela.

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apítulo Vinte e Seis

Luca Por que ela tinha que ser tão perturbadora? Minhas mãos estavam suadas ao volante, minha voz continuou batendo aquelas notas estranhas que eu não tinha ouvido desde que atingi a puberdade e meu coração estava batendo tão alto debaixo da minha camiseta que não havia maneira de Ashton não ouvi-lo. Olhei para ela com o canto do meu olho e engoli o nódulo que estava em minha garganta. Meus olhos voltaram para a estrada diante de mim enquanto eu tentava puxar uma conversa fiada. Então, uh, as coisas... Como foi com sua mãe hoje de manhã? Ela viu você? Ashton se mexeu em seu assento de modo que estava olhando diretamente para mim. - Foi tudo bem.


Droga. Eu não queria fazê-la se sentir estranha. Eu realmente precisava manter minha boca fechada. Eram os nervos. Eles estavam me deixando louco. Eu senti que precisava preencher o silêncio com conversa. Meu método claramente não estava funcionando. Talvez eu devesse ficar quieto como ela estava. Continuamos o resto do caminho em silêncio até que tomei uma curva à esquerda em uma placa desbotada que dizia Willow Creek. Ashton engasgou e pressionou a cabeça contra a janela como se fosse uma criança em uma loja de doces. - Nós vamos até o riacho? Eu não estive aqui em anos, desde... A voz dela sumiu e ela ficou em silêncio de novo. Ela não precisou terminar a frase. Eu já sabia o que queria dizer. Ela não tinha estado aqui desde que meu pai havia falecido. Desde que tínhamos deixado de ser amigos. Desde que começamos a agir como estranhos. A última vez que nós três tínhamos estado aqui foi em algum momento da primavera de 2005, quando nós acampamos durante a noite, mais acima do riacho. Nós sentamos em volta da fogueira, assamos marshmallows e cachorro quente, contando histórias de fantasmas até tarde da noite. Desde a morte do meu pai, eu tinha ido até o riacho algumas vezes para pescar, mas ele nunca mais foi o mesmo sem ele e Ash comigo. Havia algumas coisas que você não poderia fazer sozinho, independentemente das grandes memórias que tinha. Eu não conseguia fazer isso com Eddie, Stacey ou Riley porque não éramos amigos quando meu pai era vivo. Ash era a única que podia entender o que aquele lugar significava para mim, pois era importante para ela também. Eu parei no pequeno estacionamento e desliguei o motor. O silêncio arrastado para fora quando eu bati um polegar contra o volante me perguntando se esta tinha sido uma má ideia. Só porque eu estava pronto para compartilhar este lugar com ela novamente, não queria dizer que ela estava pronta para fazer o mesmo. - Nós não temos que fazer isso. - Eu finalmente disse quando o silêncio se tornou insuportável. - Nós podemos voltar lá pra casa e assistir a um filme. Ash sacudiu a cabeça. - Não, isso é exatamente o que eu preciso. Eu quero fazer isso. Ela fixou os olhos azuis determinados em mim. - Vamos, vamos. Saímos e Ash esperou por mim enquanto eu pegava a cesta de piquenique. Quando ela viu, levantou uma sobrancelha, mas felizmente não disse nada. Nesse momento, eu não poderia lidar com uma crítica dela. Deus, eu realmente esperava que ela não achasse que estávamos indo fazer um piquenique. - Nós vamos até o riacho? - Ela perguntou quando demos nossos primeiros passos para a floresta. - Para a piscina de pedras. A menos que você prefira ir a outro lugar. Eu realmente não me importo. - Não, a piscina de pedras está bem. Só não se perca, porque, como é constrangedor admitir isso, eu não me lembro do caminho de volta para o carro.


- Então é melhor você ficar perto, baby. - Eu disse, puxando-a para o meu lado com a mão livre. Meus dedos roçaram sua cintura e eu me inclinei. - Não se preocupe, eu não me importo. O rosto de Ash ficou vermelho brilhante e ela murmurou algo que não consegui ouvir. Será que eu a afetava da maneira como ela estava me afetando neste tempo todo? O pensamento trouxe um sorriso nos lábios e virei minha cabeça, fingindo concentrar-me no caminho para que ela não visse o sorriso estúpido que eu tinha. Poucos segundos depois, sua mão escorregou para a minha. Eu tentei não deixar a emoção transparecer no meu rosto, porque então eu pareceria um completo idiota. Eu estava tentando impressioná-la, não convencê-la de que eu era um idiota. Ainda assim, Ashton, que um dia jurou que não chegaria perto de mim, estava voluntariamente segurando minha mão. Eu não tinha certeza do que isso significava exatamente, mas tinha que ser algo bom. Meninas não demonstravam afeto a menos que realmente sentissem isso. Pelo menos isso era o que eu gostava de dizer a mim mesmo. O barulho das folhas secas e galhos de árvore eram ouvidos a cada passo que dávamos naquele emaranhado de árvores. Estávamos pegando a rota direto para a piscina que eu me lembrava de cabeça. Eu não tinha estado aqui há mais de um ano, mas os arredores ainda eram familiares para mim. Só que eu não correria o risco de vir aqui à noite, não era tão seguro de mim mesmo. Logo, ouvimos o som de água corrente nas proximidades. O riacho era um declive para que a água corresse por vários quilômetros para formar uma piscina rochosa. Dependendo de onde você entrasse na floresta ou por qual o caminho que você tomasse, poderia levar 30 minutos para chegar à piscina ou algumas horas. Felizmente, não íamos levar muito tempo. Nós cruzamos a clareira que cortava uma grande parte do caminho. A luz do sol transmitida através da grande abertura na copa das árvores fazia parecer como se alguém estivesse brilhando um grande holofote sobre a superfície da piscina. Ash olhou em volta animadamente quando eu coloquei a cesta de piquenique embaixo contra uma árvore. - Este lugar não mudou nem um pouco. - Ela parecia uma criança em um parque de diversões pela forma que seus olhos estavam indo de um lado para o outro como se estivessem absorvendo cada pequeno detalhe. Notei seus olhos no pneu-balanço que o meu pai havia colocado há muitos anos. Nesse meio tempo, eu tinha tirado o cobertor e coloquei-o no chão juntamente com alguns sanduíches, muffins de banana que mamãe havia feito uns dois dias atrás e duas garrafas de suco de maçã. Ashton caminhou de volta para mim e seus olhos se arregalaram quando ela viu o piquenique. - Isto é bonito, Luca. - Ela disse e então acenou para os sanduíches. - Do que eles são? - Atum com cebola, picles, azeitonas e maionese. - A combinação soou grosseira, mas era a favorita de Ashton. Ou tinha sido quando era mais jovem. No começo, eu achava nojento, mas ela sempre queria comer isso e eu tinha que comer junto, até que meu paladar havia se tornado imune aos pungentes sabores. Agora, eu tinha que admitir, eu meio que gostava.


- Você ainda se lembra do meu sanduíche favorito? - Não foi a surpresa em sua voz que percebi quando ela olhou para mim. O olhar em seu rosto era suficiente para me fazer querer agarrála, puxá-la sobre o cobertor e amassar os malditos sanduíches. Mas eu não queria parecer como um completo imbecil. Em vez disso, simplesmente dei de ombros e agi como se não fosse um grande negócio. - Há muito que eu me lembre de você. E, além disso, eu gosto deles também. Diversão iluminou suas feições e ela balançou a cabeça, rindo. - De jeito nenhum. Eu claramente lembro-me de ter que enfrentar você, subir em cima de você e te segurar para que eu pudesse enfiá-los na boca. Você odiava! Maldita. Eu não me importaria de tê-la em cima de mim e me segurando agora. Não havia nenhuma maneira que eu pudesse odiar. Eu balancei a cabeça tentando me livrar dos pensamentos sujos. Cara, eu tinha que manter meu foco. - Eu gostava deles, eventualmente. Você está pronta para comer? Ashton mordeu o interior de sua bochecha e melancolicamente olhou para a piscina. - Eu queria dar um mergulho. Se você tivesse me dito para onde estávamos vindo, teria trazido meu biquíni ou algo assim. Eu mentalmente me chutei por não ter contado a ela. Vê-la de biquíni teria feito todo o meu dia. Não, meu ano inteiro. - Por que você apenas não tira a roupa? - Oh, não. Isso tinha saído errado. - Quero dizer, você poderia simplesmente ir nadar em seu sutiã. Eu parecia o maior pervertido do século. Agora, ela provavelmente pensava que eu queria vêla nua. Eu queria vê-la nua, mas esse não era o ponto. Ela não precisava saber cada pensamento sujo que passava pela minha cabeça. Se ela fugisse gritando, eu não a culparia. Ashton me olhou diretamente nos olhos. - Eu acho que funcionaria se eu estivesse usando sutiã. Oh. Merda. Ela não poderia estar falando sério, poderia? Naturalmente, meus olhos caíram para a camiseta e eu finalmente percebi o esboço fraco de seus mamilos através do material. - Oh! - Foi a única palavra que minha boca conseguiu formar. Minha mente estava em um branco total de hormônios em corrida. - Estou vestindo roupas íntimas, porém, para que eu pudesse ficar de topless... - Ela inclinou a cabeça para o lado. - Só se você prometer não dar uma olhadinha. - Eu não vou fazer promessas que não posso manter. - Eu disse, dobrando os meus braços em meu peito. Para o inferno se soava como um pervertido, eu só queria entrar na água com ela.


- Pelo menos você é honesto. - Comentou ela enquanto me observava lançar meus sapatos e tirar minha calça jeans para revelar minha boxer. Ao continuar tirando minha camiseta os olhos de Ashton estavam plantados bem no meio do meu peito. Desta vez, eu definitivamente não estava imaginando coisas. Ela realmente estava me observando. Mesmo que ela tenha me chamado muitas vezes de maluco, ela estava atraída por mim. - Você quer dar uma olhada? - Eu brinquei quando joguei todas as minhas roupas em uma pilha. Ela expirou e virou o corpo para longe. - Eu não estava... não é... Ugh. Basta entrar na água e não se virar até que eu entre. Dei de ombros e propositadamente passei por bem de perto dela. Ela estremeceu contra a minha pele e eu dei um sorriso de volta quando me sentei na borda da piscina. O sol tinha aquecido a água para uma boa temperatura quando enfiei meu pé. A água estava incrível contra a minha pele e eu deslizei feliz pelo resto do caminho para dentro. Abaixei minha cabeça na água e nadei alguns metros em direção ao meio da piscina, tentando não virar. A água era tão cristalina que você quase podia ver através dela. Se Ashton pensou que poderia esconder-se aqui, ela estava enganada. Eu iria ver tudo, se ela quisesse ou não. Eu poderia ser um cavalheiro se eu quisesse, mas eu não era cego. Comecei pisando na água, ainda com cuidado para não virar. Eu não queria assustar Ash por estar abertamente dando em cima dela, mas ia deixar minhas intenções claras hoje. Até o final do dia, Ashton saberia exatamente como eu me sentia sobre ela. - Você pode se virar agora. - Disse ela de algum lugar atrás de mim. Eu não tinha sequer a ouvido entrar na água. Eu me virei, perturbando a água em torno de mim e parei. Meu queixo caiu. O quê. O. Inferno. Eu olhava e olhava e olhava um pouco mais, porque este era, obviamente, um sonho e eu iria acordar em breve com um tesão enorme. A razão pela qual eu não tinha ouvido Ash entrar na água foi porque ela não tinha. Ela estava em sua calcinha preta com seus seios à mostra para eu ver. Ela queria que eu a visse. Ela estava tentando me enlouquecer. Ashton colocou os braços juntos na frente dela e mergulhou na água. Oh, merda. Minha ereção empurrou contra minha boxer, querendo sair. Comecei a me sentir desconfortável enquanto observava Ash nadar para mim. Eu a queria tanto, mas não queria que ela levasse isso a mal. Sua cabeça dourada quebrou a superfície da água e ela sorriu para mim. - Achei que você ia ver tudo de qualquer maneira. - Disse ela respondendo à expressão em estado de choque que, provavelmente, estava no meu rosto. Não era como se eu nunca estivesse com uma garota antes, visto uma garota nua ou tivesse sexo antes, mas Ashton me fez sentir como se eu fosse inexperiente. Alguma parte pequena, miserável de mim sentia-se inadequada, como se eu não fosse bom o suficiente para estar com


alguém como ela. Alguém que se parecia com a menina americana de ouro, enquanto eu era a aberração da porta ao lado. Dane-se. Eu não estava mais pensando que não era bom o suficiente para ela. Eu a queria e não ia deixar este momento passar por nós. Recusei-me a deixar-me agir como um completo perdedor na frente dela. Eu tinha que me manter sob controle. - Eu acho que é justo, se eu estou sem camisa, então que você esteja também. Seus olhos se arregalaram. Ela não estava esperando que eu dissesse isso, mas do jeito que ela estava me olhando eu poderia dizer que isso a excitou. Ou talvez eu estivesse animado com a sua nudez. De qualquer maneira, algo estava funcionando. - É nisso que você pensa? Garotas de topless? - Seu tom era leve e brincalhão, então eu sabia que ela não estava aborrecida comigo. - Não. - Eu balancei a cabeça. - A única menina que penso de topless é você. Suas bochechas ficaram do mais profundo vermelho que se possa imaginar. Andei mais para perto dela e olhei para baixo onde seus seios eram claramente visíveis através da água cristalina. Ela não se afastou, apenas esperou por mim para fazer o primeiro movimento. E, rapaz, eu ia fazer o primeiro movimento.

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apítulo Vinte e Sete

Ashton O exterior frio e calmo que eu tão cuidadosamente coloquei em prática, rapidamente ruiu tão logo Luca começou a mover seu corpo magro e musculoso através da água. Ok, confesso. Eu meio que perdi minha respiração logo que sua camisa e jeans vieram ao chão. Mas, honestamente, ninguém poderia manter a calma depois disso. Luca parou bem perto de mim e eu permaneci imóvel observando-o, meus dedos cavando o fundo rochoso da piscina. Estava nervosa demais para me mover. Nervosa demais para falar. Nervosa demais para fazer qualquer coisa por mim mesma. Por que eu estava agindo como uma tola total? Eu não queria que ele pensasse que eu não estava interessada, quando eu estava. Muito, muito interessada. A ironia em tudo isso era que eu não ligava mais para sua aparência. Não me importava como ele se vestia, ou se ele usava lápis no olho, ou se ele havia ou não se perfurado como Eddie. Claro, ele era absolutamente quente, mas não me importa tanto quanto antes. Oliver era lindo com seus olhos azuis de bebê, cabelo loiro e corpo musculoso, mas ele acabou por ser quase um estuprador. Não, o que se destacou para mim sobre Luca foi o quanto ele


se importava. Ele se preocupava com outras pessoas e se preocupava comigo mais do que eu merecia. Ele me desafiou e me colocou no meu lugar quando eu agia como uma esnobe completa, o que era a maior parte do tempo. Ele era gentil, engraçado e super talentoso. E eu acho que eu o amava. Meu corpo doía para ser pressionada contra o seu. Eu ansiava para ter os lábios dele pressionados contra os meus. Eu esperei, sem fôlego, que ele fizesse algo. Esperando que ele me tocasse. Eu não tive que esperar muito tempo. Luca colocou uma mão no meu ombro e em seguida mudou-a para colocá-la em meu pescoço. Apesar do calor da água em torno de mim, meus braços ficaram arrepiados. Ele puxou minha cabeça e seus lábios macios estavam nos meus. Sua língua deslizou em minha boca e eu o acolhi, esfregando a minha contra a dele. Um braço serpenteava em volta da minha cintura e ele me puxou contra o seu corpo molhado. O atrito enviava sensações através de cada parte de meu corpo e eu estava começando a perder a sensação, apesar de todos os centímetros do meu corpo estarem tão vivos. Ele se abaixou para brincar com meus seios e eu gemi, apertando-me com mais força contra ele. O beijo se aprofundou e ele segurou meu rosto com ambas as mãos, como se ele tivesse medo de que eu fosse desaparecer. Eu corri minhas mãos ao longo dos músculos de seus braços e sobre seu abdome, saboreando a firmeza deles. Não havia nada me segurando. Ele era todo meu. Nós nos beijamos com fome de mais... Nunca parecia ser suficiente. Cada vez que buscávamos ar, eram apenas alguns segundos separados para nossos lábios se juntarem um no outro novamente. Luca deu beijos no meu pescoço, em volta dos meus seios, queimando minha pele. Nós queríamos fazer mais. Muito mais, mas a água era um obstáculo. Quando eu me pressionei contra sua ereção, Luca parou. Seu rosto estava corado e havia desespero em seus olhos, o que fez o meu estômago saltar. Ele traçou uma linha ao longo da minha clavícula, provocando um arrepio em mim. Eu queria que ele continuasse a me tocar. Eu queria que ele me beijasse de novo, mas ele não o fez. - Não na água. - Disse ele, com a voz rouca. Ele inclinou a cabeça para o banco de areia e eu assenti. Meu coração estava batendo, cheio de nervosismo e ansiedade à medida que lentamente saíamos da piscina, os nossos olhos um no outro. Não precisávamos de palavras para comunicar o que tanto queríamos, nossas ações falaram alto e claro. À medida que nos deitamos na toalha de piquenique com nossos corpos pressionados um contra o outro, eu sabia que não havia outro lugar que eu preferiria estar do que em seus braços. *** Depois que terminamos, nós ficamos juntos embrulhados no cobertor de piquenique com o sol fazendo cócegas nas partes de nossa pele que não estavam cobertas. Luca brincava com uma mecha do meu cabelo, enquanto eu olhava para os contornos de seu rosto, tentando imprimir cada marca, cada linha em minha mente. Especialmente esses olhos. Eu nunca quis esquecer o brilho verde neles ou o verde-amarelo que os rodeava.


Luca enterrou a cabeça no meu pescoço e eu ri quando seu nariz fez cócegas em mim. Droga. Você cheira tão bem. - Ele murmurou. E então seus lábios estavam em meu pescoço novamente, queimando-me. Eu arqueei meu corpo de volta contra ele, enquanto ele chupava minha pele macia. Ele me puxou em cima dele, mantendo seus lábios no meu pescoço quando fios do meu cabelo molhado caíam sobre seu rosto. Quando eu gemi contra sua boca, Luca parou e olhou para mim com ar divertido, como se o mundo estivesse fazendo algum tipo de brincadeira com ele. - O que há de errado? - Eu perguntei, sem fôlego. - Por que você parou? Luca gentilmente me tirou de cima dele e se apoiou em um cotovelo, a sua expressão impenetrável. - Quando voltar para a escola amanhã, as coisas serão diferentes. Como vamos agir um com o outro? Eu não sei se eu deveria evitar você ou segurar sua mão. - Você está cismado com isso. - Sentei-me e olhei em volta para a minha roupa. - Quando estávamos fingindo, você não se incomodava com isso. Luca se levantou, olhando frustrado enquanto ele pegava sua cueca e seu jeans, vestindo-os. Isso era diferente, Ash. Aquilo não era real. Isto é. Eu não estava com medo de te perder do jeito que eu estou agora. Eu não sabia o que dizer sobre isso. Ele me afetava profundamente em algumas partes escuras da minha mente quando dizia coisas assim. Eu não estava acostumada a pessoas aderindo ao redor da minha vida. Minha única constante era a minha mãe. Cada outra figura masculina na minha vida tinha simplesmente me deixado. Meu pai biológico, o pai de Luca e Bryan também. Eu tinha minhas paredes de pé durante anos porque elas me mantinham segura. Mantiveram-me focada. Eu não quero ser fraca. Eu realmente não quero me apaixonar por alguém e dar tudo de mim para ele. Eu estava com medo de ser descartada. No entanto, Luca parecia diferente. Ele parecia realmente se importar comigo e por mais que eu tentasse negar meus sentimentos por ele nunca tinha diminuído. Eles estavam gravados em cada parte de mim, a minha risada, meu sorriso, minha tristeza. Eu o empurrei porque essa parte escura de mim achava que ele me deixaria de qualquer jeito, mas não era verdade. Luca nunca faria isso comigo. Queríamos a mesma coisa. Ele precisava de mim tanto quanto eu precisava dele. Querendo uma distração da realidade, eu me recusei a enfrentar, procurei meus jeans e camiseta para me vestir. Antes que eu pudesse me levantar, Luca já tinha pego e entregue para mim. Apesar do momento especial que partilhamos, o clima era de melancolia. Uma vez que minhas roupas estavam de volta, Luca finalmente falou. - Você não pode ignorar o que eu disse, Ashy. Diga alguma coisa pelo menos. Podemos esquecer tudo que passou ou podemos iniciar alguma coisa daqui. - Ele passou a mão pelos cabelos em frustração. - O que você quer, eu preciso ouvir isso de você. Eu não quero assumir qualquer coisa. O medo serpenteava seu caminho através de minhas veias e em volta do meu coração, comprimindo-o. Se eu não dissesse nada, ele iria me deixar? Será que ele nunca voltaria? Se eu disse a ele que eu nunca mais queria vê-lo novamente, ele simplesmente me deixaria ir? Era fácil para ele?


O medo se transformou em pânico e eu apertei o peito, tentando manter minha respiração sob controle. Alarme era visível nos olhos de Luca enquanto corria para mim e segurou meu rosto em suas mãos. - Ashton, o que há de errado? Acalme-se. Vai ficar tudo bem. Desculpe estar te pressionando. Nós não temos que falar sobre isso. Acenei, lágrimas amargas vindo aos meus olhos. - Eu não posso acreditar você não iria querer ter nada a ver comigo. Luca gemeu em frustração e colocou as mãos firmemente no meu ombro. Seus olhos verdes focados em mim enquanto ele falava. - Deixe-me dizer-lhe isso uma vez e apenas uma vez. O que eu disse foi para ter certeza de que você não se sente como se estivesse obrigada a ficar comigo só porque... fizemos sexo. Eu disse a você, eu tenho medo de te perder. Você acha que eu iria dizer isso se eu não quisesse você? Mordendo os lábios, abaixei a cabeça e olhei para o chão. - Às vezes as pessoas dizem coisas, mas fazem algo diferente. Luca levantou minha cabeça para que eu olhasse em seus olhos novamente. - Ashton, eu nunca faria isso com você. Se você me dissesse para ficar longe de você, acredite, eu não poderia fazê-lo. Eu tentaria mudar sua cabeça. Antes, as coisas eram diferentes, mas agora eu não posso ficar sem você. Eu tenho que ter você. Eu te amo. Minhas entranhas estremeceram quando olhamos um para o outro. O olhar em seus olhos fez meus joelhos tremem. - Você... Ele acenou com a cabeça. - Eu te amo, Ashton. Minha respiração ficou presa na minha garganta. Um milhão de pensamentos estavam correndo através da minha mente, mas um pensamento começou a se formar claramente, contorcendo seu caminho a seguir. - Eu também te amo. Luca colocou uma mão na lateral do meu rosto. - Lembra quando nós fizemos um acordo, quando eu aceitei fingir que namorava você em troca de um favor? Eu balancei a cabeça, perguntando onde ele queria chegar com isso. - Bem, eu estou pedindo meu favor agora. Nunca me deixe. Não me deixe ir. Sempre fique comigo. - Luca, você não precisa de dinheiro, nem de um favor estúpido para eu estar com você. Eu quero estar com você por você, não porque eu te devo isso. Você nunca terá que se preocupar, pois não vou deixar você ir. - Eu me inclinei para beijá-lo, mas Luca deu um passo para trás. - O que há de errado? Ele olhou para mim como se eu fosse um fantasma. - Eu estou tentando ter certeza de que essa não é uma invenção da minha imaginação. - Não é. – Garanti a ele, trazendo sua boca quente e deliciosa até a minha, onde pertencia.


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apítulo Vinte e Oito

Luca Minha mão repousava na coxa de Ashton na volta para casa. Ela não tinha falado muito e eu não sabia se isso era uma coisa boa ou ruim. Eu esperava que ela não estivesse se sentindo desconfortável a respeito do que aconteceu entre nós. Não queria afastá-la. Não tinha sido a minha intenção fazer sexo com ela. Só queria lembrá-la das boas coisas que tivemos em Willow Creek quando crianças. Eu realmente esperava que ela não pensasse que eu a tinha levado ali com segundas intenções. - Você está bem? - Perguntei, olhando para ela com o canto do olho. Assustada com o som da minha voz, ela olhou para mim e sorriu. Aquele sorriso era o que me fazia feliz e isso encheu de orgulho que eu ainda podia trazê-lo ao seu rosto. - Eu estou bem. Tudo está bem. Satisfeito com a resposta dela, concentrei minha atenção de volta à estrada. Não havia um toque de decepção em sua voz. Ela não estava tentando me jogar fora. Ela realmente estava bem. - Luca? - Hum? - Você acha que eu sou uma completa idiota? Após uma curva, eu me virei para olhar para ela de novo. - Por que você está dizendo isso? Ela suspirou. - Porque você estava certo o tempo todo, mas eu continuei atrás do cara errado, saindo com as pessoas erradas. Todo esse tempo perdido que eu poderia ter passado com você. Eu nunca tentei manter contato com você, nem saber de você. Isso faz de mim estúpida? Eu balancei a cabeça, odiando que Ashton ainda estava fixada no passado. - Tudo isso não importa mais. Eu sou tão culpado quanto você. Talvez mais. Mas não adianta ficarmos nos martirizando por isso. Temos que superar. - Você parece velho e sábio. - Disse Ash com um esboço de sorriso em sua voz. - Levei muito tempo para aceitar a morte do meu pai. Aprendi muito de todos os miseráveis e solitários meses que passei odiando o mundo. - Como você fez isso?


Pensei outra vez no momento em que eu estava em um lugar escuro, assombrado pela ausência do meu pai. A rapidez de sua morte, o fato de que eu não consegui dizer adeus estava me rasgando por dentro. Então, um dia, eu tinha ido para a garagem e encontrei seu violão. - Música. - Eu disse. - Isso foi o que me ajudou. - A música, realmente? Balancei a cabeça, meus olhos querendo encontrá-la novamente. - Quando estou cantando, quando estou tocando aquela guitarra, sinto que estou no meu próprio mundo. Não vejo ninguém, não ouço ninguém. É só deixar tudo para fora. Eu me sinto tão livre. - Isso é incrív.... Luca! Cuidado! Meus olhos se voltaram para a frente na estrada. Um carro que se aproximava desviou em nossa pista para evitar um grande galho que estava no meio da estrada. A adrenalina subiu por mim e eu bati o pé no freio e desviei para a direita. O carro derrapou na estrada de asfalto e foi para a terra, evitando que se aproximasse do carro que continuou a dirigir desgovernado. Paramos perto de uma grande árvore. Se eu tivesse freado qualquer minuto depois, teríamos morrido. Desliguei o motor e olhei para ver se Ashton estava bem. Desde seu grito de alerta, ela estava tranquila. Deus, eu espero que ela não tenha uma concussão. Ashton estava olhando para seu colo, segurando o cinto de segurança com uma mão, dedos brancos. Ela estava tremendo e, quando olhou para cima, seu olhos estavam vagos e cegos. - Ashy, você está bem? - Perguntei com preocupação quando desafivelei meu cinto de segurança para poder alcançá-la melhor. Ash levantou sua mão e a estudou. - Sangue. Muito sangue. - Q-quê? Onde? Você se machucou? Eu estava realmente preocupado agora. Subi em meu assento, tentando chegar até ela, mas ela me empurrou, balançando a cabeça. - Não, eu não. Ele. Mas que diabos? O cara do outro carro tinha se machucado e eu não tinha percebido isso? - Ashton, do que você está falando? - Havia muito sangue, Luca. - Ela olhou para mim de novo, seus olhos brilhantes de lágrimas. - Ash, o que...? - Lembra-se que me perguntou por que eu não dirigia? - Ela ria como se tivesse dito algo engraçado. - Quais eram as chances de você me perguntar isso? Balancei a cabeça, imaginando do que ela estava falando. Eu estava mais preocupado com ela e se ela estava bem. Ela definitivamente não estava agindo normal. Talvez esta estreita ligação


tivesse se adicionado a sua experiência ruim com Oliver. Talvez fosse o que a empurrou sobre o limite. - Eu disse que os carros me deixavam nervosa, mas eu nunca expliquei o porquê. Eu nunca contei a história toda, porque você nunca me deu uma chance. - Ashy, o que está acontecendo? - Eu estava apreensivo com a preocupação. A preocupação com a garota que eu amava. Seu aperto no cinto de segurança diminuiu e ela cruzou as mãos ordenadamente em seu colo. Quando olhou para mim, ela me fez lembrar de uma criança vulnerável, assustada e fraca. Ela me olhou com olhos mortos. - Eu estava lá, há sete anos, quando seu pai morreu. Suas palavras não estavam fazendo sentido. Balancei a cabeça para limpar meus pensamentos. - Eu não tenho certeza do que você está tentando me dizer. Ela exalou. - Seu pai morreu na minha frente. - Mas ele foi morto em um acidente de carro... - Minha voz sumiu quando a ansiedade de Ashton sobre carros começou a fazer sentido. - Sim, ele foi morto em um acidente de carro na cidade. Ele tinha acabado de sair do supermercado. Ele tinha aquele sorvete de chocolate escuro que você estava obcecado. Ele estava pensando em surpreender você por ter se saído tão bem em seu exame de Inglês. - Ela fez uma pausa, sugando uma respiração profunda. - Ele foi para o carro e eu estava ali olhando para ele porque a mamãe tinha ido para o posto de correios e eu estava esperando por ela. Assim que ele saiu, o outro carro bateu nele. Merda. Ashton teve que passar por algo tão traumático por conta própria e eu fui o burro que a afastou. Eu tinha sido consumido pela minha própria dor, apenas pensando em mim mesmo sem nunca ter dado um olhar para ela. Eu só queria evitá-la, então eu não teria que falar sobre meus sentimentos, sem saber o que ela estava passando. Eu perdi o meu pai, mas ela tinha visto isso acontecer. - Como é que você nunca me disse? Ou disse a minha mãe? - Você nunca me deu uma chance, Luca. Você não falou comigo por semanas. Quando as semanas viraram meses, minha mãe me disse para seguir a diante. Então eu fiz. Nós nunca dissemos a sua mãe porque você já estava passando por muita tristeza. Mamãe não queria trazer ainda mais dor. - Ela me deu um sorriso irônico. - Você sabe, todas as fotos que tínhamos de seu pai estão no sótão porque eu não podia olhar o passado sem ter um ataque de pânico. Eu ia andando para a escola por meses porque não podia entrar em um carro. Cada vez que eu fazia, lembrava-me do acidente e tinha um ataque de pânico. Comecei a ficar melhor quando passei a ver um psicólogo, mas ainda odeio entrar em carros e nunca vou dirigir um.


- Merda, Ash. Eu sinto muito. - Sem esperar, eu a puxei em meus braços e segurei-a contra meu peito. Ela suspirou em mim e levantou a cabeça para que eu pudesse ver aqueles seus brilhantes olhos azuis. Diferentes emoções estavam batendo em torno deles quando ela falou. - Não é culpa sua. Por mais que eu tenha tentado te culpar por nós termos nos afastado no passado, não é culpa sua. Eu poderia ter esperado por você até que estivesse pronto para falar comigo, mas... - ...Você estava com medo de ficar sozinha. Você estava com medo de não ter ninguém. Ela não precisava se explicar para mim. Eu entendi perfeitamente. O maior medo de Ashton era ser abandonada. - Mas você não precisa se preocupar. - Disse, beijando seu cabelo macio. - Eu vou estar sempre aqui para você.

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apítulo Vinte e Nove

Ashton - Eu não quero te alarmar. - Luca disse, sua voz perto do meu ouvido, enviando arrepios correndo por todo o meu corpo. - Mas Kance está parada na frente da sua casa. Meu humor edificante se quebrou quando olhei para a minha casa e vi que Kance realmente estava na minha garagem. Eu tive que piscar algumas vezes para me certificar de que não estava perdendo minha mente. O que diabos ela estava fazendo aqui? - Eu acho melhor ir e ver o que ela quer. - Eu disse, relutante em deixá-lo. Um sorriso torcido se formou na boca de Luca. - Ou você poderia simplesmente ir para minha casa e dizer que não a viu, pois o sol estava nos seus olhos. - Isso não é engraçado. - Eu o repreendi, dando-lhe o meu melhor olhar severo. Eu realmente aprendi esses olhares de minha mãe. Ela era mestre neles. Luca deu de ombros e puxou-me para ele. Seus lábios tocaram minhas bochechas, testa, nariz e então finalmente os meus lábios. - Eu estarei lá dentro. Me avise se você precisar de alguma coisa. Ao observá-lo entrar em sua casa, eu estava tentada a segui-lo. Prefiro estar com ele a falar com Kance. Na verdade, tudo era melhor do que estar perto de Kance. Ok, eu tinha que cuidar de mim mesma. Não importa o que ela dissesse, eu tinha que ser madura e não deixá-la chegar a mim. Levantando o queixo, caminhei em direção a ela com confiança, passos firmes. Quando me aproximei, Kance jogou o cabelo escuro sobre seu ombro e


me jogou um sorriso. Como de costume, ela estava vestida impecavelmente, de calça preta, uma blusa de seda e uma jaqueta creme. Em comparação, eu parecia uma bagunça completa em meus jeans e camiseta simples. Além disso, meu cabelo estava pegajoso e úmido. Eu provavelmente parecia um rato afogado. Minha confiança despencou. Os olhos de Kance se arregalaram quando ela me viu. - Oh meu Deus, Ashton! O que aconteceu com seu rosto? Isso não me faz sentir melhor sobre a minha aparência. - Nada. Eu caí. - Ah. Hum... você está bem? Eu ignorei sua pergunta. - Você quer alguma coisa? - Meu tom era curto. Eu não me importava se soava rude. Ela tinha feito muito pior comigo. - Hum... podemos falar, Ashton? - Ela perguntou, brincando com a manga de sua jaqueta. Eu olhei para ela cautelosamente. - Nós estamos falando. Kance olhou de volta para a casa dos Byron. - Então, você e Luca estão ficando muito sério, hein? - Sim, ele é um grande cara, apesar do que algumas pessoas possam pensar. - Eu disse, cruzando os braços sobre o peito para que ela pegasse a dica. Kance levantou as mãos em um gesto de rendição. - Ei, não vou dizer nada ruim sobre ele. Ninguém vai. Desde que as meninas da equipe passaram a fantasiar sobre ele, tornei-me imune ao tema Luca Byron. As meninas do time não estavam sozinhas nesta atividade. Eu fantasiava também. Era impossível não fazer isso. Quando Kance olhou para mim com uma expressão desanimada no rosto, percebi que ela também o fazia. Era algo que ela nunca admitiria, mas eu apostaria qualquer dinheiro que ela o achava atraente. Ela era esnobe, não cega. - O que é que você quer exatamente? Porque eu tenho certeza que não há mais nada para você tirar de mim. - Eu não poderia afastar a raiva da minha voz. Kance me tratava como se eu fosse a escória da Terra há semanas. Toda vez que tentei falar com ela, para entender o que eu poderia fazer para consertar as coisas, ela me rebaixou e me humilhou. Aquelas feridas ainda estavam frescas e eu não estava em um modo particular de perdão. Pelo menos Kance teve a decência de me dar um olhar culpado. - Eu sei que é tarde demais para dizer, mas eu ainda direi de qualquer maneira. Eu não deveria ter feito o que eu fiz. Não posso te dizer por que fiz isso. Acho que é porque você faz com que eu me sinta fraca e insegura. Eu levantei uma sobrancelha. Eu a fazia se sentir fraca e insegura? Ela estava falando sério agora? Enquanto eu procurava seu rosto, podia ver que ela estava lutando com várias emoções conflitantes. Não deveria ser fácil admitir isso para alguém, muito menos para mim.


- Você é insegura? Sobre o que você poderia ser insegura, Kance? Você é linda, você é popular e você tem uma tonelada de amigos. - Isso não significa nada para pessoas como eu. Eu estava com ciúmes pela maneira como todos viam você. Você é mais bonita e é melhor líder de torcida. As pessoas costumavam vir e falar com você antes de eu te fazer pensar que você era muito boa para eles. Essas pessoas, que deveriam ser meus amigos, me odeiam. Eles falam de mim pelas minhas costas e sei que eles têm a secreta esperança de que eu vá cair em um buraco e morrer. Minha única amiga de verdade foi você. E ambos sabemos que eu errei nisso. Sua admissão suavizou um pouco o sentimento dentro mim. Eu estava com raiva dela, mas ela ainda tinha sido a minha melhor amiga. Nós tínhamos passado por muita coisa juntas durante anos. Ainda assim, havia um enorme problema pesando em minha mente. - Você sabia que eu gostava de Oliver, mas mesmo assim dormiu com ele nas minhas costas. Amigos não fazem isso. - Eu era uma completa vadia, Ashton. Eu não posso dar desculpas para o que eu fiz. Tudo o que posso fazer é pedir desculpas e esperar que isso seja suficiente para você. Havia uma sugestão de desespero em seus olhos que me entristeceu. Claro, ela tinha sido absolutamente horrível para mim, mas eu não poderia culpá-la para sempre. Além disso, eu perdi a minha melhor amiga. - Eu não estou dizendo que eu vou passar completamente por cima disso, mas eu perdoo você. - Eu disse simplesmente. Fui tão honesta quanto poderia ser sem ferir seus sentimentos. Os olhos de Kance se iluminaram e surpreendentemente ela me deu um abraço rápido antes de voltar. - Ah, Ash, há tanta coisa que temos que colocar em dia. Especialmente sobre aquele idiota do Oliver! Ele me largou e depois fez o mesmo com você, eu acredito. Mas agora você tem Luca e isso é tão excitante! Você tem que nos apresentar corretamente. Eu não sabia o que Luca teria pensado sobre isso. Ele era muito bem familiarizado com Kance e suas palhaçadas, mas ela tinha convenientemente esquecido o jeito que ela havia tratado Luca e seus amigos no passado. Eu não acho que Luca se aproximaria dela tão cedo. Kance ainda estava falando, então eu foquei minha atenção de volta a ela. - ...E os pais de Kendall estão fora da cidade neste fim de semana por isso ela vai dar uma grande festa em sua casa na sexta-feira. Metade das pessoas da escola estará presente. Você e Luca devem vir! Dei de ombros, não tenho certeza se Luca gostaria desse tipo de coisa. Ele aparecer na fogueira tinha sido um milagre. Ir a uma festa seria uma história diferente. - Eu não sei, Kance. Ele tem um grande show chegando na noite de sábado e não está querendo passar a noite fora. Kance amuou um pouco. - Pensei que esta seria uma ótima maneira para todos nos reaproximarmos. Eu realmente quero resolver as coisas entre nós, Ashton. Eu quero que as coisas voltem a ser como antes. - Ela parecia tão sincera que eu não conseguia desapontá-la. Dei um


suspiro. Talvez se eu falasse com Eddie e Riley para irem também, Luca seria mais aberto à ideia. Não vou prometer nada, mas vou tentar. Kance sorriu e apertou meu braço. - Isso é tudo o que eu estava esperando. Apenas outra chance para nós mostrarmos uma à outra o quanto nos preocupamos. O entusiasmo da minha melhor amiga era contagiante e eu lhe dei o primeiro sorriso genuíno desde que tinha começado esta conversa. - Eu também. E eu quis dizer isso. *** Luca - Isso é algum tipo de brincadeira de mau gosto? - Eu perguntei. Paramos na frente de nossas casas antes da escola na segunda-feira, enquanto eu cambaleava com as notícias de Ashton. Meu humor definitivamente tinha tomado um rumo para o pior. Eu tinha estado tão feliz por ver Ash esta manhã. Estava feliz que o inchaço tivesse diminuído e que suas contusões eram quase imperceptíveis. Ela parecia muito mais feliz também. Seus olhos estavam brilhantes e parecia bem mais animada. Ainda assim, ela estava diferente. Mudou por causa da dor que o filho de uma cadela lhe infligiu. Talvez ela nunca voltasse ao normal, mas, independentemente disso, eu sempre estaria lá para ela. Ash estava mastigando o interior de sua bochecha, seus olhos incertos quando ela me estudou. - Eu acho que ela se sente mal por tudo o que aconteceu. Eu olhei para ela, incrédulo. - E ela levou tanto tempo assim para se sentir mal? Passaram-se semanas, Ashy. Desculpe se eu pareço um pouco cético, mas acho inacreditável. - Luca, apenas releve, ok? - O tom de voz de Ash me picou. Ela não tinha exatamente gritado, mas havia definitivamente um toque de irritação lá. - Você que sabe. Tudo bem. - eu murmurei, enfiando as mãos no bolso do meu jeans. - Você está pronta para ir? Ashton hesitou e havia um olhar em seus olhos, como se ela estivesse argumentando dentro de si. Ela mordeu o lábio, não encontrando meus olhos. - Um... não leve a mal, mas Kance disse que iria me pegar hoje. Meu queixo quase bateu na calçada. Isso realmente era uma piada doentia. Ash não poderia ser tão estúpida. Kance fez a vida um inferno para ela e agora ela estava indo de carona para a escola com ela. Que Inferno! - Você é louca? Você perdeu a sua maldita noção. Quando me virei para ir em direção ao meu carro, a mão de Ash segurou minha camiseta. Esse pequeno toque fez meu estômago se contorcer e eu queria puxá-la em meus braços. Meu temperamento desapareceu quando me virei para olhar seus brilhantes olhos azuis.


- Luca, por favor, me escute. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, uma buzina tocou, interrompendo-a. Olhando para trás na rua, vi o SUV preto de Kance. Com isso, meu mau humor voltou e dei de ombros para Ashton. Eu poderia dizer que a minha rejeição a tinha machucado, mas ela não deu importância. É evidente que ela não queria fazer uma cena na frente de Kance. Sério, Kance tinha voltado há apenas dois dias à vida de Ashton e ela já estava causando problemas entre nós. Kance pulou para fora de seu carro e se aproximou de nós, acenando. Ashton acenou de volta, enquanto eu simplesmente olhava com desconfiança. Eu preferia cortar a minha mão a acenar para ela. Eu não confiava naquela menina. Ela não era nada além de fria e manipuladora. - Bom dia, Ashton! - Kance disse com um sorriso adocicado. Ela virou seus grandes olhos para mim. - E Luca, como vai você? Um grunhido foi a minha resposta. Isso era tudo que a diaba iria conseguir de mim. Eu me virei para Ash, esperando que meus olhos transmitissem a ela o quanto eu não queria que ela fosse para a escola com Kance. Ela não aceitou a sugestão. - Eu vejo você na escola. - Disse ela, chegando para plantar um beijo rápido na minha bochecha. - Espero que esteja tudo bem, Luca. - Kance disse brilhantemente. - Ash e eu temos muito para pôr em dia. Vamos nos encontrar com você na escola. Enquanto eu as olhava entrando no carro de Kance, Ash olhou por cima ombro e me deu um sorriso apertado. Eu não poderia fazer nada, então eu apenas balancei a cabeça. Quando Kance partiu, chutei a parte de trás do meu carro e caí contra ele, furioso. Isso não era bom. Não importa o quanto Kance sorrisse, eu podia ver a hostilidade mexendo em seus olhos quando ela olhou para mim e Ashton. Essa menina tinha algo planejado e eu não ia deixar Ash perto dela por tempo suficiente para descobrir o que era.

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apítulo Trinta

Ashton Ugh. Eu odiava que Luca estivesse chateado comigo. Nós finalmente chegamos a um bom tempo em nosso relacionamento e depois Kance apareceu. Uma parte de mim queria gritar para


Kance parar o carro, para que eu pudesse sair e correr de volta aos braços de Luca. Nada havia nada que valesse a pena ficar entre nós. Eu não podia perdê-lo novamente. Eu não queria. No entanto, fiquei no carro porque apesar de tudo o que tinha acontecido eu me preocupava com Kance também. Ela pode parecer como a mimada menina rica, mas ela ainda estava se recuperando do divórcio de seus pais. Esta era sua maneira de lidar com isso. Ela atirou toda a sua frustração em outras pessoas. Ontem à noite, algumas das coisas que ela disse ressoaram em mim. Eu me vi nela. Eu despejei meus problemas em outras pessoas também. Apontar os defeitos dos outros me fazia sentir melhor, assim eu não iria me concentrar nos meus próprios defeitos. Eu era tão ruim quanto ela e nunca teria mudado se Luca não tivesse voltado para minha vida. Ele era minha âncora, aquele que realizou tudo comigo. Ele não havia me abandonado e se Kance estava pronta para mudar, eu não poderia abandonála também. - Como você está levando essa coisa toda com Oliver? O que houve com vocês dois? - Eu perguntei. De certa forma, eu não queria saber, mas ao mesmo tempo eu realmente queria saber. Kance bateu as unhas de acrílico no volante enquanto dobrava a esquina. - Nós estávamos dormindo juntos, isso é tudo. Quando eu quis ter um relacionamento sério, ele disse que eu era uma prostituta e que só era boa para uma coisa. Minha boca abriu. - Isso é uma coisa horrível de se dizer! Não posso acreditar que já gostei dele! Ele me faz mal. - Então, o que aconteceu com vocês dois? Um minuto você está com Luca e no próximo, você foi com Oliver para a fogueira. Agora você está de volta com Luca. Antes de toda essa confusão entre Kance e eu ter acontecido, eu teria dito a ela tudo, mas agora eu não podia. Pois além do fato que isso era algo sobre o qual eu não queria falar, não tinha vontade de compartilhar algo assim tão importante com ela. Talvez mais tarde na vida, se eu realmente superasse isso, poderia começar a confiar nela como minha confidente de novo, mas por enquanto eu não conseguiria deixá-la se aproximar tanto assim. - Eu só percebi que ele era um perdedor. Não posso estar com alguém como ele. Luca é uma pessoa muito melhor. - Eu posso dizer que ele te faz feliz. - Disse Kance quando ela parou em um local vazio. Além disso, ele parece muito melhor depois da “transformação”. Qualquer um poderia gostar dele. O comentário de Kance se focou rapidamente na aparência física. - Ele é lindo. - Eu saí do carro e esperei que Kance terminasse o que estava fazendo em seu telefone. - Você sabe o que eu ouvi? - Kance perguntou, colocando o telefone em sua bolsa e trancando o carro. Não levou muito tempo para ela se lançar em sua habitual sessão de fofocas. Algumas coisas nunca mudam. - Oliver está apaixonado por você.


Estávamos quase no pátio quando parei e olhei para ela em choque completo, mal acreditando nos meus ouvidos. Oliver tinha tentado abusar sexualmente de mim, mas ele estava dizendo às pessoas que ele me amava? Em que universo alternativo ele vivia para achar que poderíamos ter qualquer tipo de relacionamento? Ele era um psicótico, doente, idiota. Espero que ele apodreça no Inferno. - Quem lhe disse isso? - Todos os amigos de Oliver estão falando sobre isso. - Disse Kance em um tom de voz baixo. - Ele realmente disse. Matt acha que é porque você o abandonou por Luca. - Nós nunca estivemos juntos! - Eu gemi, sentindo-me frustrada por não conseguir escapar do tema “Oliver”. - Ele está enganado se pensa que algo aconteceu ou vai acontecer entre nós! - Ashton, posso falar com você? Minha pele se arrepiou ao ouvir o som da voz e eu olhei ao redor, de repente me sentindo muito insegura. Meu instinto natural era fugir, mas eu não conseguia me mover. Oliver estava a poucos passos de distância com a aparência de um cachorrinho chutado. Não muito tempo atrás aquele olhar me faria ir como uma boba sobre ele, mas agora só me fez estremecer. A boa aparência e a personalidade não combinam. Ninguém sabia que ele realmente era um monstro, nem do que ele era capaz de fazer. Na segunda inspeção, percebi quão áspero ele me olhou. Meus machucados não eram nada como os de Oliver. Seu rosto foi praticamente desfigurado com ferimentos. Seu olho esquerdo estava quase fechado de tão inchado que estava. Luca realmente deixou sua marca. - Vá para o inferno e fique longe de mim! - Eu gritei, afastando-me em direção a Kance. Senti o cheiro de seu perfume caro e isso me fez querer vomitar. Oliver olhou para Kance, os olhos suplicantes. - Kance, posso por favor ter um momento a sós com Ashton? Nós realmente precisamos conversar. - Hum, com certeza, eu acho. - Disse Kance olhando para nós com curiosidade. Sua mente estava trabalhando com velocidade, enquanto tentava descobrir o que exatamente estava acontecendo com a gente. Desistindo, ela começou a andar para longe de mim. - Kance, não vá. - Eu não quero ter essa conversa. Eu não quero ter nada a ver com ele. Eu queria ficar o mais longe dele que eu pudesse. Kance parou e inclinou a cabeça para o lado enquanto brincava com a pulseira em seu pulso fino. - Eu acho que você precisa ouvi-lo, Ashton. Não devemos todos dar às pessoas uma segunda chance? Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela já começou a andar para o pátio, deixando-me em uma situação embaraçosa com o cara que eu queria chutar as bolas. Talvez se eu atingisse suas partes de homem, ele pensaria duas vezes em fazer algo assim para outra garota.


Oliver esperou exatamente dois segundos antes de se lançar em uma série de desculpas que só me irritou mais. - Ashton, eu realmente sinto muito. Eu não queria que as coisas tivessem sido daquele jeito que aconteceu na sexta-feira. Eu estava alto, bêbado idiota. - Você vai continuar usando idiota, bêbado e alto como desculpa? - Eu perguntei, minha raiva atingindo volumes. - Sério? Eu não acho que você poderia ser mais patético. - Foi um erro confesso. - Disse ele, parecendo colocar para fora o que eu não tinha perdoado em dois segundos. - Eu tinha certeza de que você estava a fim de mim. Você me deu todos os sinais. Você não deveria ter demonstrado isso. - Seu pedido de desculpas foi rapidamente se transformando em um jogo da culpa. - Você realmente vai jogar isso em mim, seu idiota? Você bateu em mim quando eu me recusei a fazer sexo com você! Você se forçou sobre mim quando eu claramente disse não. Eu não pedi por aquilo! Você é tão covarde para atacar uma menina para poder se sentir como um homem? O rosto de Oliver ficou vermelho e ele deu um passo em minha direção. - Você não ouse dizer isso. De repente, senti-me como um pequeno animal que havia sido encurralado. Meu coração acelerou e eu tentei manter a calma. Havia pessoas em volta, mas ninguém estava prestando muita atenção em nós. Se as coisas ficassem fora de controle, eu teria que gritar. Quando me afastei de Oliver, alguém me agarrou pelos ombros e me empurrou por trás deles. Era Luca! Luca caminhou até Oliver e puxou-o pelo colarinho de sua camisa. - Como você se atreve a falar com ela! Se você cruzar o caminho dela de novo vou te matar. Os dois olharam um ao outro, medindo-se. Oliver era definitivamente maior, mais alto, tinha ombros mais largos e seus músculos estavam inchados através de sua camisa. Luca era musculoso também, mas seu corpo era magro. Ele era mais rápido, porém, e muito mais inteligente. Além disso, estava alimentado pela raiva enquanto Oliver só funcionava em sua idiotice. Se eclodisse uma luta, eu estava disposta a colocar todo o meu dinheiro em Luca. - Saia daqui. Isto não tem nada a ver com você - Disse Oliver estreitando os olhos enquanto se livrava da retenção de Luca. - Eu quero falar para ela. Sozinho. Luca riu quando Oliver obviamente delirou. - Você acha que vou deixá-la sozinho com ela depois do que você fez? Ser atingido tantas vezes na cabeça realmente danificou seu cérebro, não é Sr. Grande Imbecil Quarterback? Oliver lhe deu um olhar sombrio. - Você pensa muito de si mesmo agora que um bando de meninas estúpidas quer você. Você não está no mesmo nível que eu. Você nunca estará. O resto de nós ainda acha que você é um pedaço de merda. Uma aberração. É melhor você olhar a sua volta, Byron. - Olha quem está falando. Eu não sou o único que acha você o maior idiota de todos os tempos. - Luca disse friamente.


Oliver rosnou e apertou os punhos como se quisesse bater em Luca, mas mudou de ideia. Talvez não fosse tão estúpido quanto parecia. Oliver me lançou um olhar de frustração antes de virar e afastar-se em direção ao pátio. Alívio inundou-me enquanto eu o assistia ir. Eu fiquei tão tensa durante todo o tempo que ele estava perto de mim, com medo de me mover. Agora, meus ombros caíram e minha respiração voltou ao normal quando meus olhos caíram sobre o cara que tinha me salvado mais vezes do que eu merecia. Luca não tirou os olhos de Oliver até que ele desapareceu no canto. Quando teve certeza de que Oliver não voltaria, virou-se para me encarar, seus ombros tremendo de toda a raiva que ele estava tentando conter. Então ele suspirou e caminhou até mim, puxando-me para um abraço que fez o meu interior gritar. Ele era o remédio perfeito para meu encontro com Oliver.

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apítulo Trinta e Um

Ashton O resto da semana foi bastante tranquilo. Bem, a menos que você levasse em conta o comportamento estranho de Kance. Ela estava agindo de modo estranho como se fosse uma pessoa de um país estrangeiro que queria saber mais sobre as pessoas do local. Exceto que, neste caso, Kance estava tentando aprender mais sobre Luca, seus amigos e sua música. Na segunda-feira, ela passou o dia inteiro comigo, então eu não tinha estado com Luca e aos outros para o almoço, mas na terça-feira algo verdadeiramente louco aconteceu. Kance sugeriu que sentássemos com Luca e seus amigos no almoço. Minha mente me disse que não era uma boa ideia, porque, bem, Kance poderia ser demais para aguentar às vezes. Kance tinha insistido e, finalmente, eu tinha concordado e levado-a para a parede onde ela se apresentou aos amigos de Luca. O que aconteceu a seguir foi ainda mais louco. Ela se sentou e começou a conversar com eles. Luca olhou Kance como se quisesse estrangulá-la e, em seguida, trocou um olhar particular com Stacey que fez o meu sangue ferver. Eu sabia que eles eram amigos, mas eu estava me sentindo tão desconectada dele de repente. Eu sabia que ele estava irritado comigo por passar tanto tempo com Kance. Ele não gostava dela e eu não poderia culpá-lo, mas eu queria que ele me conhece mais. O que me frustrou mais foi que isso era tudo culpa minha. Eu estava empurrando Luca para longe, de volta aos braços de Stacey. Mesmo que Luca não tivesse admitido qualquer coisa, era muito claro que havia uma atração entre eles.


As coisas pareciam ser platônicas com eles no momento, mas eu sabia o que poderia acontecer se eu errasse. Stacey, obviamente, ainda tinha uma coisa por Luca e estava esperando até que eu estivesse fora de cogitação. Bem, eu não ia deixar isso acontecer. Na quarta-feira, Luca e Stacey estavam longe de serem encontrados. Eddie, Riley e Elly tinham fugido para evitar a invasão de Kance e nenhum deles sabiam onde estava Luca. Eu mandei uma mensagem para ele algumas vezes, mas ele não respondeu a nenhuma delas. Isso me fez inventar várias rebuscadas teorias sobre onde ele poderia estar e o que estaria fazendo com Stacey. Depois da escola, era mais ou menos a mesma história. Desde que o show da banda estava muito perto, seria no próximo sábado, os meninos vinham praticando todos os dias depois da escola por horas. Luca finalmente me enviou um texto breve me avisando que eles estavam tendo ensaios fechados. Quando eu tinha mandado uma mensagem de volta para perguntar quando eu podia vê-lo, ele não respondeu. Eu não tinha ido a sua casa, querendo dar-lhe espaço, mas eu tinha visto Stacey deixando cada ensaio sozinha e tarde da noite. Na quinta-feira, tive o suficiente de seus jogos e estava determinada a confrontá-lo, não importa o quanto privado seus ensaios eram. Quando Kance me deixou em casa na tarde de quinta-feira, fui direto para a casa de Luca, determinada a conversar sobre isso com ele, não me importando com nada. Quem ele pensava que era para me tratar assim? Depois do incrível fim de semana que passamos juntos, ele não poderia simplesmente me evitar como se eu não significasse nada para ele. Eu estava indo para lhe mostrar! Ele me conhecia bem o suficiente para saber que quando eu queria alguma coisa, eu corria atrás. E desta vez ele estava em minha linha de visão. Enquanto eu espreitava até a entrada, alguém me agarrou pela cintura. Eu gemi e caí para trás contra um peito firme. Tensos braços musculosos cercaram-me e eu lutava para combater meu agressor. Foi então que um cheiro nitidamente familiar me envolveu e eu parei de lutar. Meu corpo relaxou e apertei meus olhos saboreando a sensação do corpo de Luca contra o meu. Forcei-me contra ele, sentindo cada centímetro dos músculos bem definidos sob a camiseta. Toda a minha raiva e frustração em relação a ele foram desaparecendo, sendo substituídas por um desejo ardente. Eu tinha que falar com ele. - Eu quero tanto você que chega a doer. - Ele rosnou em meu ouvido. Minhas pernas fraquejaram, mas ele me segurou e me apertou contra ele. Seus dedos levantaram meu top e roçou a pele ali, enviando arrepios através de mim a cada toque. Ele empurrou sua ereção contra mim e eu queria desesperadamente tirar a roupa para não haver obstáculos entre nós.


- Venha para o meu quarto. - Ele sussurrou, girando em torno de mim, para que eu ficasse olhando em seus hipnóticos olhos verdes. – Me deixe mostrar o quanto eu quero você. - Ele se inclinou e me puxou para um beijo que me deixou mole. Uma memória fraca agitou no canto da minha mente e, suspirando, tive que negar. - Eu não posso. Eu vou às compras com a minha mãe para comprar um vestido para amanhã. Luca gemeu e pressionou sua testa contra a minha para que ficássemos olho-no-olho. - Eu mal te vi toda a semana. Eu quero passar um tempo com você. Eu preciso de você. Seu comportamento durante a última semana veio à tona para mim e eu coloquei a mão no meu quadril, fixando-o com o meu melhor olhar. Era difícil fazer isso quando ele estava olhando para mim como se quisesse me dar uma mordida. - Isso aconteceu porque parecia que você estava me evitando durante toda a semana. O olhar em seus olhos mudou e ele se afastou, sua boca formando uma linha apertada. - Eu não quero ficar perto de você quando está com Kance dia e noite. Eu odeio a forma como ela tratou você como lixo, tratou meus amigos como merda e agora está agindo como se nunca tivesse acontecido. Eu não posso ficar perto dela. Isso era algo que eu não queria discutir. Ele tinha que aceitar minha decisão e meus amigos, não importa como ele se sentia sobre isso. - Ela só quer esquecer tudo isso. Ela está tentando o seu melhor para mudar e se tornar uma pessoa diferente. - É fácil esquecer algo quando você é o único que cometeu o erro. - Luca atirou de volta. - Eu não posso deixar passar. - Assim como eu não posso deixar passar o que está acontecendo entre você e Stacey. - As palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse parar a mim mesma. Não, não, não. Eu não queria que ele pensasse que eu estava com ciúmes ou estranha, ou assustada. Um vinco apareceu na testa de Luca e ele olhou para mim como se eu tivesse dito que acreditava na fada dos dentes. - Eu e Stacey? Do que você está falando? Suspirei e olhei em torno de seu quintal em vez de olhar para ele. Eu me senti estúpida e pequena. Agora que já tinha falado, eu não podia mentir para ele. - Não pense que eu não reparei quanto tempo você e Stacey têm passado juntos. Você sabe, ela tem uma queda por você. Não posso culpá-la. Você é lindo e ela é bonita, tanto quanto eu odeio admitir isso. Se você ainda está atraído por ela, você tem que me falar. As palavras saíram em uma corrida e isso me fez sentir melhor. Eu esperava que Luca ficasse aborrecido. Louco mesmo. Em vez disso, ele começou a rir, profundas gargalhadas que me fizeram querer juntar-me a ele. Só que ele estava rindo de mim, o que me fez ficar com uma carranca. Ele balançou a cabeça, segurando o estômago. - Ash, você não pode estar falando sério, não é? - Ele enxugou uma lágrima que encontrou em meus olhos. - Stacey gosta de Riley. Eles estão se aproximando desde a fogueira.


Minha carranca se aprofundou e eu ainda não estava pronta para encerrar. - Eu a vi sair de sua casa tarde nas últimas três noites. Você me disse que era um ensaio fechado, então o que ela estava fazendo lá? Ok, eu soei totalmente como um voyeur. Mas que diabo, eu já tinha chegado tão longe. Luca segurou meu rosto delicadamente com as mãos. - Baby, eu só vou repetir desta vez. Stacey gosta de Riley. Riley perguntou se ela poderia vir aos ensaios para que eles pudessem passar mais tempo juntos. Eu estive esperando que eles ficassem juntos por muito tempo, então não poderia dizer não. Não há nada, nada, acontecendo comigo e Stacey. Que razão eu teria para olhar para outras meninas quando tenho você? Você é tudo que eu preciso. Suas palavras me fizeram corar. Elas também me fizeram sentir como uma completa idiota. Mais uma vez, agi como uma completa cadela porque eu não tinha compreendido a situação inteira. - Ugh. Eu me sinto tão idiota. Eu estava pronta para lutar com Stacey por você. Luca riu e passou os braços ao meu redor. - Como é bom ouvir que você está disposta a lutar no melhor estilo das cavernas. Você não precisa se preocupar com ela. Eu só tenho olhos para você, Ashton Blake. Cada parte de mim derreteu em suas palavras e eu considerava não ir ao shopping com mamãe e Blaze. Eu poderia sempre usar um dos meus antigos vestidos. Eu tinha tantos mesmo. Mordi o lábio e inclinei-me mais perto. - Talvez eu não tenha que ir às compras depois de tudo. Um sorriso brincou na boca de Luca. - Por mais que eu adorasse isso, acho que você deve ir e passar um tempo com sua mãe. Não quero que ela fique pensando que eu estou ficando no meio de vocês duas. E se eu te ligar esta noite? Eu suspirei, acenando com a cabeça relutantemente. Agora que minha raiva e suspeita foram abatidas, não queria deixá-lo. Aqueles olhos verdes me atraíam e o sorriso em seus lábios prometia um beijo que iria explodir a minha mente. Ainda assim, aceitei sua oferta para me acompanhar até minha porta da frente, recebi o beijo e fiquei na varanda olhando ele ir embora. *** Meus braços estavam me matando quando finalmente caí no sofá, despejando cinco sacos de compras aos meus pés. Blaze subiu ao meu lado com o carro novo de brinquedo que mamãe tinha comprado ele. Ele dirigiu o carro ao longo da minha perna, parando ocasionalmente para sorrir para mim. Mamãe soltou um “hmph” quando colocou suas próprias sacolas na mesa de café e caiu na poltrona em frente a mim. Estávamos todos exaustos da “viagem” ao shopping, apesar de Blaze não parecer. O esgotamento iria acertá-lo em breve e ele estaria apagado logo logo.


- Você vai com Luca amanhã à noite? - Mamãe perguntou finalmente, soprando os fios de cabelo que haviam caído em seus olhos. Eu estava olhando o meu irmão quando ela perguntou e virei a cabeça para olhar para ela. - Oh, hum... por que você pergunta isso? - Estou velha, não estúpida. Notei quanto tempo você gasta com ele. - Disse mamãe com um rolar de olhos. - Mesmo Blaze sabe, não é querido? Os ouvidos de meu irmão pequeno se animaram ao som de seu nome e ele acenou com a cabeça loira com vigor. - Sim, eu vi Ashy e Luca se beijarem! Eu senti meu rosto esquentar e cobri minha cabeça com uma almofada para que minha mãe não pudesse me ver. - Isso não é legal. - Minha voz saiu estranha e abafada. Blaze subiu no meu colo e tentou puxar a almofada de cima de mim. - O que foi Ashy? - Ela está tímida porque ela tem um namorado. - Eu ouvi mamãe dizer e eu joguei a almofada nela, mas ela simplesmente pegou e começou a rir. Quando seu riso acalmou, ela olhou para Blaze. - Querido, por que você não vai buscar um copo de pudim da geladeira para o lanche? Eu estarei lá em um minuto. Blaze pulou no sofá, levando seu carro com ele. - O Sr. Rochester pode ter um também? Ele ama copos de pudim! Mamãe franziu a testa e colocou a almofada ao lado dela. - Eu acho que o Sr. Rochester tem dor de barriga quando come coisas doces. Por que você não busca o seu e eu vou falar com o Sr. Rochester sobre sua diabetes. - Ok. - Blaze assentiu, parecendo satisfeito com o diagnóstico do Sr. Rochester. - Tudo bem, mamãe. Revirei os olhos quando ele saiu para a cozinha. - Eu mal não posso esperar até que ele saia desta fase de Sr. Rochester. É chato ter que comprar um presente de aniversário para o Sr. Rochester ou acidentalmente sentar sobre ele. Mamãe sorriu e levantou as sobrancelhas para cima e para baixo. - Você costumava ter um amigo imaginário nessa idade também. - Não tinha! - Oh sim, você tinha. - Ela disse, parecendo satisfeita com ela mesma. - Seu nome era Sra. Potts e ela tinha um gosto por pérolas e minha maquiagem cara. De alguma forma, a maior parte da maquiagem acabava em você. Agradeci a Deus que isso não durou muito tempo. Ainda não tendo certeza se deveria ou não acreditar nela, decidi largar o tema embaraçoso. Comecei a ficar de pé. - Bem, obrigado por ir às compras comigo. Eu vou para o meu quarto para experimentar minhas roupas novas.


- Não tão rápido. - o tom de mamãe foi firme o suficiente para me fazer sentar de novo. - Não até que você me diga mais sobre você e Luca. Eu gemi e me afundei mais profundamente no sofá, cruzando os braços. - Mãe, não há realmente nada a dizer. Nós somos amigos e nós saímos, isso é tudo. Ela levantou uma sobrancelha que claramente significava “não brinca comigo”. - Amigos ou amigos? Eu não queria ouvir minha mãe fazendo referências sexuais. Isso era tão, tão estranho. - Ugh, mãe, não é nada sério. Será que podemos não falar sobre isso? - Quanto mais rápido você falar, mais rápido você pode ir. Caso contrário, terei que continuar a fazer suposições. - Ela fez uma pausa e acariciou o próprio queixo de uma maneira cômica. - Você já se deram as mãos? Beijaram? Ou...? - Seus olhos alargaram quando ela se calou. Minhas entranhas estavam se contorcendo. A última coisa sobre a qual eu queria falar com mamãe era sobre minha vida sexual com Luca. - Tudo bem, antes de deixar sua imaginação de escritora fugir com você, sim, estamos namorando. Sim, nós nos beijamos. Sim, eu gosto dele. Isso é tudo que você precisa saber. - Estou feliz por você, Ashy. - Disse mamãe com um sorriso largo. - Deus sabe que eu e Amelia estávamos esperando por isso há um longo tempo. Oh, wow. A senhora Byron e minha mãe realmente falavam sobre coisas como esta? Isso foi estranho e super constrangedor. Eu tentei encolher os ombros. - Bem, não se animem a ponto de começarem a planejar o casamento ou nomear o futuro neto. Mesmo quando me levantei, meu coração bateu um pouco mais rápido com o pensamento de Luca e eu nos casarmos. Será que eu manteria meu sobrenome ou iria alterá-lo para o seu? Será que moraríamos em sua casa ou na minha casa? Será que nossas crianças seriam loiras ou morenas? Balancei a cabeça tentando reunir meus pensamentos dispersos. Esta era a última coisa que eu precisava pensar. Nós ainda éramos muito jovens e muito inexperientes sobre o mundo. Nós dois ainda tínhamos um monte de coisa a fazer antes de crescer. Quando peguei minhas sacolas e saí da sala, a voz de mamãe me seguiu até as escadas. - Nós concordamos com Beryl se você tiver uma menina.

C Luca

apítulo Trinta e Dois


Se eu não tivesse a aderência reconfortante de Ashton no meu braço, eu teria dado a volta e saído correndo como o vento da festa de Kendall. Eram apenas oito da noite e, no entanto, já havia várias pessoas saindo no jardim da frente. Nós ainda não tínhamos nem entrado e algum idiota já tropeçou em mim e derramou cerveja nos meus sapatos. Maldição. Eu gostava desses sapatos. Limpando a substância pegajosa na grama da melhor maneira que pude, permiti que Ashton me arrastasse para dentro onde a música era tão alta que até eu fiquei surpreso. Eu ficaria surpreso se os vizinhos não enviassem a Polícia em breve. Debrucei para falar no ouvido de Ash para que ela pudesse realmente me ouvir. - Você sabe que os policiais virão acabar com essa festa em cinco minutos, não sabe? Kendall vai ter um monte de problemas por ter álcool aqui. Ashton me estudou com diversão e arregalou os olhos. - Álcool? O que quer dizer? Eu não vejo qualquer tipo de álcool. Eu resisti à vontade de beijar aquele sorriso no rosto dela e acenei com a cabeça para o próximo idiota bêbado. - Essas pessoas estão bêbadas de alguma coisa. Ashton riu. - Eu posso dizer que você nunca foi a uma dessas festas antes. Nós evoluímos das partes amadoras onde se é pego com álcool. Não há nada aqui. Todo o álcool fica lá em baixo no porão. Você tem que se revezar indo até lá para beber, mas ele fecha quando chega a polícia. Eu levantei uma sobrancelha. - E eles não vão até lá e verificam? Ashton balançou a cabeça. - Eles nunca têm chance. Logo que há sinal da polícia, a porta do porão fica bloqueada e escondem a chave. Quando os policiais querem que abram porta, é só dizer que não sabem onde está a chave. Simples. - Engenhoso. Quem teria pensado que vocês poderiam realmente inventar algo como isto? Eu provoquei. - Ei, quando se trata de álcool e festas, nós poderíamos dar uma aula a Einstein. Desta vez eu não pude resistir. Eu a puxei para perto de mim e beijei-a profundamente. Ela suspirou contra mim e passou as mãos pelo meu cabelo. De alguma forma, conseguimos nos movimentar à medida que continuamos nos beijando e encontramos uma parede desocupada. Ashton me puxou mais contra ela. Eu não era o tipo de cara que fazia essas coisas em público, mas eu não poderia manter minhas mãos longe da minha garota. Eu não podia esperar para levá-la para casa para que pudesse realmente mostrar a ela o que pensei do vestido que usava. Mais uma vez, o vestido era curto, mas este tinha um decote nas costas e um baixo na frente, o que me fez querer jogá-la em minha cama. Eu teria que me concentrar muito para controlar a mim mesmo essa noite. Quando meu celular vibrou no meu bolso, eu estava realmente aliviado. Eu precisava de um pouco de alívio para não me deixar levar por Ashton e pelo vestido dela. Ela olhou para mim


interrogativamente, com olhos brilhantes, seu rosto corou, os cabelos um pouco mais confusos do que há alguns minutos atrás e eu acenei meu telefone na frente dela. Ela olhou desapontada, assistindo quando eu chequei meu telefone. Era uma mensagem de Riley. Kd vcs? Dentro? Fora. Não ouso entrar na casa de uma líder de torcida. Prefiro ir a um funeral. Tem álcool? Yep. Tem certeza? Apostaria minha vida nisso. Vejo vc em breve! Rindo, guardei meu telefone e encontrei os olhos curiosos de Ash. - É Riley. Aparentemente, essa foi uma explicação suficiente, porque Ash acenou com a cabeça com o conhecimento em seus olhos. - Ele fez alguns sábios comentários sobre a festa? Eu balancei a cabeça em resposta. Era incrível como, em tão curto espaço de tempo, ela conhecia meus amigos tão bem. Acho que ajudou o fato dela tê-los visto como pessoas agora, em vez de “coisas”. Eles mudaram com ela também. Havia uma época em que eles a evitavam nos corredores, mas agora ela era uma de nós. Bem, uma versão mais quente. Ashy de repente puxou meu braço, com os olhos arregalados de alarme. Seguindo seu olhar, olhei para fora através das portas de vidro e no quintal finalmente percebi quem estava na cozinha e vi duas pessoas em uma discussão acalorada. Uma delas era uma menina que eu tinha visto cujo nome eu não sabia. Ela era magra e pequena, com cabelo castanho curto. O cara era facilmente reconhecível. Foi quem abandonou Ashton para que ele pudesse ficar popular. Bennett. Eles estavam com o rosto vermelho enquanto gritavam um com o outro e quem se aproximava das portas ouvia tudo, pois suas vozes eram suficientemente altas. - Não posso acreditar que você fez isso comigo! - A menina estava gritando. - Hadie, não faça um grande barulho por isso! Ela o espetou com um dedo no centro do peito. - Eu mereço mais do que isso, Ben! Uma pequena multidão se formou em torno do par e os olhos de Bennett correram ao redor quando viu as pessoas que o observavam. Ele parecia estar com raiva, provavelmente por Hadie têlo confrontando na frente de tantas pessoas. Seus olhos se voltaram para ela e ele empurrou a mão. - Foda-se isso e que se dane. - Ele empurrou a multidão e deixou Hadie lá sozinha.


Os ombros de Hadie sacudiram e parecia que ela estava chorando, pelo jeito que estava tremendo. Finalmente uma menina com cabelos vermelhos encaracolados saio do meio da multidão e pôs um braço ao redor da garota angustiada. Depois de alguns segundos ambas saíram de lá. - Pobre Hadie. - Disse Ashton ao meu lado. Me virei para ela com curiosidade. - Você a conhece? - Sim, ela é uma garota muito legal. Ela e Bennett começaram a namorar há algumas semanas. Ele se transformou em um idiota. - Antes que eu pudesse responder, alguém me bateu nas costas. - Ei, Cara! Bati em Riley de volta e em seguida acenei para Eddie, antes de dar a Stacey e Elly abraços rápidos. Me senti melhor ao ver Eddie, Riley e até mesmo Elly se envolvendo em uma conversa com Ashton, que estava sorrindo e acenando. Stacey estava mais afastada, mas eu já sabia que ela estava com Riley, seus problemas com Ashton logo desapareceriam. Ashton tinha um jeito charmoso de desarmar. Especialmente a mim. - Que festa, hein? - Stacey comentou comigo. - Sim, quem pensou que um dia estaríamos num lugar como esse? - Eu disse. - E não como penetras. - Ponderou Stacey. - Nós, como convidados de verdade! Alguns caras do time de futebol que foram passando acenaram para mim. Eu não esperava que qualquer um deles fosse me reconhecer fora da escola. Acho que namorar a garota mais gostosa da escola fez muito para a minha reputação. Não que eu me importasse de qualquer maneira. - Eu sempre pensei que todos eles eram pessoas horríveis. Você sabe, que passassem derrubando velhas senhoras e chutando cães, mas eles não são nada disso. Os olhos de Stacey escureceram e ela jogou a cabeça de fogo em direção à entrada da cozinha. - Bem, a maioria deles não é, de qualquer maneira. Seguindo seu olhar, notei Kance se aproximando de nós e gemi interiormente. Ela era a última pessoa com quem eu queria esbarrar. Talvez eu pudesse dar uma desculpa para sair. - Hey, Ashton! - Kance parou em frente a nós e Ashton virou e a abraçou. Kance deu ao resto de nós um daqueles sorrisos falsos que era tão natural nela ela. - Ei Luca, Eddie, Riley, Elly. - Seus olhos castanhos cintilaram sobre Stacey. - E Gracie, como você está? Stacey olhou furiosa para ela e eu podia sentir a raiva que emanava de seu corpo. - É Stacey, sua imbecil. - Ela virou para mim com olhos furiosos. - Isso é tudo que eu posso aturar de Cruella por uma noite. Estarei por perto se precisar de mim. - Ela saiu, Riley a seguindo, e eu poderia dizer que ela já estava desabafando sobre Kance para ele. Ótimo. Isso deixou o resto de nós presos com o diabo encarnado. Me virei para ela cautelosamente. - Você sabe que o nome dela é Stacey.


Kance parecia genuinamente chateada. - Eu juro, pensei que fosse Gracie. Tudo o que eu queria fazer era poder conhecê-la, mas agora ela me odeia ainda mais. Sei que fiz um monte de coisas desagradáveis para vocês no passado, mas eu quero me redimir. Ashton lhe lançou um olhar de simpatia e esfregou-lhe o braço. - Está tudo bem. Eu não sabia seus nomes na primeira vez que nos encontramos. - Sim, mas agora ela tem algo a mais para ter contra mim. Eu não quero ser a garota que todo mundo odeia. - Kance disse com um suspiro. Eu não pude deixar de rir. - Eu acho que você já é a menina que todo mundo odeia. Kance baixou o olhar e sorriu tristemente. - Sim, eu acho que eu sou, hein? Tão estúpido quanto parecia, realmente me senti mal pela menina. Eu quero dizer, Ashton tinha sido da mesma maneira e pensei que ela nunca mudaria. E lá estava eu, saindo com ela. Às vezes as coisas que pareciam impossíveis poderiam acontecer. Era possível que Kance tivesse realmente mudado e se ela queria ser gentil com os outros, quem era eu para impedi-la? Olhei nos olhos de Eddie e ele deu de ombros para mim e talvez sejamos muito críticos. Este negócio de Kance estava mexendo com a minha cabeça. Cara, eu precisava de uma bebida. - Gente, vou pegar algo para beber. Vocês querem alguma coisa? - Eddie, Elly e Ashton balançaram a cabeça, mas Kance me olhou com expectativa. - Eu não me importaria de beber alguma coisa. Eu vou com você. Ser acompanhado por Kance não era minha ideia de diversão e eu estava tentando descobrir uma maneira de sair dela, quando Ashton olhou para mim incisivamente. Eu sabia o que significava aquele olhar. Ela queria que eu fizesse bonito. Forcei um sorriso. - Uh... com certeza. Kance, que obviamente tinha estado aqui antes, liderou o caminho no salão para a porta do porão. Eu considerei sair enquanto ela não estava olhando, mas resisti à tentação. Quando cheguei ao fundo das escadas do porão, vi onde estava todo o álcool. Havia três grandes mesas cheias de tudo que se possa imaginar. Vodka, cerveja, gim, rum, vinho e até mesmo refrigerantes. Kendall realmente sabia como dar uma festa. Falando de Kendall, ela estava de pé perto de uma das mesas. Quando ela viu a mim e a Kance, acenou e me lançou um sorriso confuso. Kendall sabia que eu não gostava de Kance. Nós acenamos de volta e Kance se virou para mim, seus olhos baixos. - Então, eu acho que nunca vou me encaixar com vocês, hein? - Por que você está tentando de qualquer maneira? Pensei que você era boa demais para isso. Kance sustentou meu olhar questionador. - Porque eu não me encaixo em lugar nenhum, Luca. Ninguém quer ficar perto da cadela da escola. A única pessoa que me aturava era Ashton e agora eu não penso que vamos voltar a ser como antes. Não tenho nenhuma chance com vocês também. Dei de ombros. - Não custa tentar, no entanto. Stacey é difícil de impressionar uma vez que ela implica com alguém. Eu sugiro começar com Eddie e Elly primeiro.


Kance olhou para mim com seus grossos cílios escuros. - E o que dizer de você? - Eu? - Perguntei, confuso por sua franqueza. - Sim. - Disse ela, baixando a voz. - Como faço para chegar até você? - Uh. - Esfreguei minha testa. Cara, essa conversa de repente se tornou estranha. Ela estava dando em cima de mim ou apenas sendo amigável? Kance começou a rir e me deu um tapa no braço. - Oh meu Deus! Você pensou que eu estava falando sério? Eu só estou brincando com você, Luca! De alguma forma, consegui rir para que ela não pensasse que eu estava agindo como um idiota. Talvez eu estivesse levando isto muito a sério. É como se eu estivesse esperando ela puxar uma faca contra mim. Eu estava tão paranóico achando que ela faria algo de mal que estava tenso ao redor dela. Eu precisava me soltar e pegar um pouco de álcool para mim. - Sim, uh, desculpe-me. Acho que ainda não me acostumei com a ideia de você ser tão... amigável. - Você diz isso como se fosse uma coisa ruim. - É apenas necessário algum tempo para se acostumar. Kance assentiu em compreensão e jogou o cabelo em um ombro. Eu estava surpreso por ela levar isso tão bem. - Então, que tal beber? - Balancei a cabeça, olhando para a mesa cheia de álcool. - Sim, eu estava indo pegar algo mesmo. - Oh, sinto muito por te distrair. Que tal se eu fizer isso para você e escolher a sua bebida? - Não, não precisa. Isso não é trabalho... - Eu posso fazer isso por você. Prometo que não vou te envenenar - Ela disse, com um sorriso. Ok, agora eu me senti muito estúpido novamente. - Sim, está bem. Escolha então. Kance sorriu, parecendo satisfeita caminhando até a mesa de bebidas. *** A música estava tão alta. Thump. Thump. Thump. Como se alguém estivesse chutando uma bola de futebol contra a minha cabeça. As luzes eram tão brilhantes que feriram meus olhos quando saímos do porão, rindo de algo que era tão engraçado que eu não podia lembrar o que era. - Onde está Ashton? - Perguntei colidindo contra Kance. Ela olhou para mim inocentemente e apontou em direção à cozinha. - Eu acho que ela está lá.


- Oh. - Eu disse e depois ri de novo. Era engraçado, ela estava na cozinha. Cozinha. Era uma palavra tão engraçada. Risos irromperam do meu lado e eu choquei contra um monte de pessoas que não conhecia. Bati em um cara na parte de trás. - Cara, eu sei. - Eu disse, balançando a cabeça em descrença. - É. Assim. Droga. Engraçado. Eles olharam para mim como se eu fosse um extraterrestre e afastaram-se. O que quer que seja. Eu não preciso desses caras de qualquer maneira. Kance e eu já estávamos nos divertindo. - A cozinha é por aqui, Luca. - Kance disse, agarrando o meu braço e levando-me para o corredor. Quando entrou na cozinha, eu olhava para Kance com espanto. - Você é incrível! Você é como um GPS! Kance riu e me levou até a parte da cozinha mais próxima às portas de correr que levavam para o quintal. Havia um casal de pé no canto, mas nenhum sinal de Ash em qualquer lugar. - Onde está a Ashton, meu bebê? - Ela estará aqui em breve. Ela disse para você esperar por ela aqui. - Os olhos castanhos de Kance brilharam quando ela se aproximou. - Por que você não se senta? Eu balancei a cabeça. Isso soou como uma grande ideia. - Se eu sentar, ela será capaz de me ver? - É claro. - Kance me guiou a uma cadeira e eu caí nela. - Eu vou ter certeza de que ela verá. - Você é uma boa amiga, Kance. Eu não sei porque todo mundo odeia tanto você. Kance sorriu em resposta. - Você sabe, ela é realmente sortuda de ter você. O cheiro de perfume Kance foi tão inebriante que me inclinei mais perto. Ela estava vestindo uma merda cara. - Você acha? Ela assentiu com a cabeça e colocou a mão no meu braço. - Eu não acho, eu tenho certeza. Eu gostaria de ter alguém como você. Inclinei a cabeça para o lado e meu mundo virou. - Talvez você consiga. - Eu disse e segurei sua mão em um gesto de conforto, tentando não perder o equilíbrio e cair da cadeira. Enquanto eu a olhava tentando dar a ela a minha melhor cara tranquilizadora, notei que seus olhos não estavam em mim. Ela estava olhando para algo atrás de mim, para as portas de vidro e além. Seus olhos se arregalaram e ela olhou para mim. - Hum, Luca... você não vai gostar disso. Eu virei minha cabeça para que pudesse ver sobre o que ela estava falando.


As meninas eram rainhas do drama desse tipo, mas elas eram tão quentes também. Especialmente Ashton. Ela era a mais quente... Minha cabeça começou a girar como se alguém tivesse me empurrado em um vôo sem fim por alguma escada. O quê. O. Inferno. Ashton estava de pé no quintal falando com aquele idiota do Oliver! E ela não estava recuando como deveria estar, ela estava na verdade em uma conversa com ele! Ele colocou a mão em seu ombro e ela não fez nenhum movimento para removê-la. Em vez disso, ela olhou para ele em adoração. Isso era besteira. Eu estava indo colocar um fim a isso agora. Enquanto eu lutava com meus pés, Kance me empurrou para a cadeira novamente. - Não, Luca, deixe. Você está muito bêbado. Oliver venceria você facilmente em uma luta se ele vier para isso. Eu a golpeei e tentei levantar-me novamente. - Eu não dou a mínima! Eu vou chutar sua cara! Como ela pode estar lá falando com ele como se nada tivesse acontecido? - O olhar Kance era simpático. - Eu sinto muito falar isso para você, mas esse é o tipo de garota que Ashton é. Ela não se importa com as outras pessoas. Ela só se preocupa com ela mesma e ela só olha para o número um. Ela se não importa com quem se machuca no processo. - Não. - Eu disse, meu estômago afundando com cada palavra que Kance estava dizendo. Não, ela não é mais assim. Ela mudou. - Luca, isso pode ser difícil para você ouvir, mas Ashton sempre teve sentimentos por Oliver. Desde o ensino médio. Ela nunca vai esquecê-lo. Eles pertencem um ao outro. - Os olhos de Kance eram constantes e uma parte de mim sabia que ela estava dizendo a verdade. Eu enterrei minha cabeça em minhas mãos porque eu estava envolto em completa trevas. Não, não, não, não. Eu sentei lá e balancei para frente e para trás. Ela não podia fazer isso comigo. Ela não poderia escolher Oliver a mim. Eu precisava dela mais do que nunca. Como ela poderia mentir sobre seus sentimentos? Tínhamos compartilhado tudo juntos e agora ela estava me deixando por ele. Como eu pude acreditar em suas mentiras? As pernas de Kance roçaram contra as minhas e ela sussurrou em meu ouvido. Aquele cheiro incrível nublando minha mente. - Eu posso fazer melhor para você, Luca. Eu posso ajudar. Levantando minha cabeça, percebi o quão perto ela estava de mim. Percebi como belos e suaves seus lábios pareciam. Engoli quando a puxei para meu colo. - Como? Sem dizer nada, Kance pressionou seus lábios nos meus, envolvendo os braços em volta do meu pescoço. Seus lábios me queimaram com cada beijo e eu quase comecei a esquecer uma garota chamada Ashton. Quase, mas não completamente.


C

apítulo Trinta e Três

Ashton A mão de Oliver tocou meu ombro e eu fiquei imobilizada, minha mente correndo com repulsa enquanto eu olhava para ele. Não havia maneira de sair sem fazer uma cena. Ele praticamente havia me encurralado e estava tentando me fazer ouvir suas razões de merda para o que ele tinha feito na fogueira. A última coisa que eu queria fazer era ficar aqui e reconhecer a sua existência. Onde estava Luca afinal? Fazia mais de uma hora desde ele tinha ido pegar os drinques e eu acabei me distraindo enquanto conversava com algumas meninas que havia conhecido e que estavam na equipe oficial em Penthill. Luca tinha me mandado uma mensagem 40 minutos atrás dizendo que estaria de volta em breve, mas eu não o tinha visto ainda. Para piorar a situação, eu não conseguia encontrar Riley e Stacey que eu suspeitava que estivessem namorando neste exato momento. Eddie e Elly também se afastaram para encontrar algo para comer. Ainda assim, eu queria que um deles voltasse e interrompesse Oliver. Acima de tudo, eu esperava que Luca chegasse. Ele era o único que me fazia sentir segura. - Você sabe, eu não posso me desculpar o suficiente. - Oliver estava dizendo. - O que eu fiz foi errado e eu juro que nunca vou fazer nada disso, nunca mais. Revirei os olhos. Realmente não ligo para o que ele tinha a dizer. Eu estava cheia e não queria mais falar sobre isso. - Ok, que seja. - Então, você e Luca estão realmente namorando, né? - Ele perguntou, com os olhos cheios de interesse. Dei um suspiro, pensando quantas vezes eu tinha que dizer a ele a mesma coisa. - Sim, eu e Luca estamos namorando. Nada mudou desde a última vez que você me perguntou. E a próxima vez que você perguntar, a minha resposta será exatamente a mesma. Oliver zombou. - Eu só queria ter certeza. Você sabe, considerando como seu pretenso namorado está sugando a boca da sua melhor amiga. O quê? Virei minha cabeça para olhar através das portas de vidro e direto para a cozinha. Meu estômago caiu enquanto eu tentava colocar sentido no que eu estava vendo. Não havia muito a fazer, considerando-se como Kance estava sentada no colo de Luca e eles estavam agarrados em um abraço apaixonado. Meu corpo começou a tremer. Não. Isso não era real. Luca nunca faria isso comigo. No entanto, a prova estava bem na frente dos meus olhos. Ele e Kance se beijando, as suas mãos


correndo por todo seu corpo. As mesmas mãos que me acariciava e me segurava agora estavam sobre ela. Eu tinha essa vontade súbita de vomitar, mas segurei. Lágrimas grossas deslizaram pelo meu rosto enquanto eu os assistia, sem me mover. Ele se afastou e Kance olhou para fora e me viu assistindo-os. Ela disse algo para Luca e pulou de seu colo. Luca virou em minha direção e nossos olhos se encontraram. Meus pés me levaram para longe de Oliver e para as portas de vidro. Entrei assim que Luca ficou de pé, olhando confuso. Quando entrei na cozinha, ele estava olhando para mim com os olhos vidrados. Eu não poderia formar qualquer palavra. Senti-me tão quebrada. Não houve briga entre nós. O que eu poderia fazer? Ele disse que me queria, mas me traiu. Eu tinha desperdiçado meus sentimentos com ele. Luca tropeçou. Ele estava muito bêbado, mas isso não muda nada. Ele ainda ficou com Kance sem nenhuma preocupação comigo. - Ashy, eu... - Não, eu não quero ouvir. - A raiva estava pulsando em minhas veias como veneno. - Eu já vi o suficiente. Ele balançou a cabeça, seus olhos incertos. - Deixe-me explicar. Estou-sor... - Não se atreva a me pedir desculpas! Você é tão mau quanto Oliver. Eu não posso acreditar. Eu me apaixonei por sua encenação de cara legal. - Minha voz tremia de raiva. - Eu estou farta de você. Luca ficou em silêncio, provavelmente porque sua mente bêbada não poderia pensar em nada para dizer. Meu olhar caiu sobre Kance que estava bebendo em nossa discussão com uma expressão satisfeita no rosto. - E você. - Eu disse, apontando para ela. - Você se dizia amiga? Você é a pessoa mais baixa e manipuladora que já conheci. Kance zombou. - Você acha que eu realmente me importo com o que você pensa de mim? Você pensou que era tão boa com seu namorado sabor-do-mês. Bem, eu só provei que ele não é nada especial, apenas um outro qualquer que todo mundo vai esquecer em uma semana. Eu não era uma pessoa violenta, mas naquele momento tudo que eu vi era vermelho. Marchei para Kance e a esbofeteei tão forte no rosto que tudo que eu ouvi foi um estalo retumbante quando a minha mão fez contato com seu rosto. Kance cambaleou para trás a partir da força pura do meu golpe quando sua bochecha rapidamente mostrou uma feia sombra de vermelho. Ela me deu um olhar que poderia ter me matado. - Você vai se arrepender disso, Ashton! Eu vou ter a certeza que ninguém mais irá querer nada com você.


- Eu gostaria de ver você tentar, sua prostituta! - Minha voz estava incrivelmente calma quando me virei. Uma multidão se juntou em volta das portas de vidro enquanto observavam o que acontecia entre nós três. Eu empurrei através deles, ignorando tudo o que estava acontecendo ao meu redor. Minha mente estava focada em uma coisa e eu a repetia mais e mais na minha cabeça. Eu estava tirando Luca Byron da minha vida para sempre e eu nunca mais iria deixar ninguém entrar do jeito que eu o deixei entrar. As pessoas que eu amava sempre acabavam me machucando e eu nunca mais deixaria isso acontecer.

C

apítulo Trinta e Quatro

Luca - Isso é tudo? A voz me tirou de meus pensamentos profundos e olhei ao redor, procurando a fonte da mesma. - Hein? Eddie era o único que tinha falado. - Eu perguntei se pegamos tudo. Balancei a cabeça, distraído. - Sim, acho que sim. - Olhei para trás para a casa de Ashton, perguntando se ela estava em casa e se ela falaria comigo. - Quantas vezes você chamou? - O que? Eddie suspirou. - Quantas vezes você chamou Ashton desde a última noite? Eu não podia mentir para ele. - Cinco vezes em casa, nove vezes em seu celular e estive lá algumas vezes. - Dê-me um segundo. Me deixe apenas com as meninas antes que elas comecem a sair. Balançando a cabeça, eu vi Eddie fazer o seu caminho para onde a van de Riley estava estacionada na rua. Riley, Stacey, Elly, Kendall e Yuki estavam reunidos em torno dela, conversando e rindo. Eddie interrompeu e disse alguma coisa em voz baixa, o que fez com que todos olhassem para mim.


Ótimo. Eles não tinham nada melhor para fazer do que falar de mim. E não era difícil adivinhar o que estavam discutindo também. Ontem à noite, o confronto entre Ashton e eu havia se espalhado rapidamente pela festa, mesmo antes de Eddie conseguir arrastar-me para fora de lá. E foi tudo culpa minha. Eu tinha sido um bêbado idiota que havia beijado sua amiga. - Vejo vocês em breve, Luca! - Elly chamou. Kendall e Yuki acenaram, dando-me sorrisos tristes. Elas não tinham falado muito comigo e só pude supor que estavam mantendo distância de mim devido à lealdade que tinham a Ashton. Levantei a mão em resposta enquanto observava as três entrarem no carro de Kendall. Isso era tudo que eu podia obrigar-me a fazer. Eu estava tão exausto que me senti como em colapso. Riley tomou Stacey pela mão e os dois se aproximaram de mim com Eddie. Foi estranho vêlos como um casal real, mas eu estava contente por estarem juntos. Stacey merecia um cara como Riley, não um cara como eu. Eu estava feliz por eles, mas também estava miserável. Minha chance com Ashton acabou. E a culpa foi minha. - Elly não vai com você? - Perguntei a Eddie uma vez que chegou a mim. Eddie balançou a cabeça. - Pensei que você poderia precisar conversar. Elly saia conosco, mas ainda não estava tão próxima como nós quatro éramos. Ainda assim, eu realmente não queria reviver os acontecimentos da noite anterior. Minha ressaca era lembrete suficiente. Minha cabeça latejava e meus olhos estavam vermelhos e doloridos. - Bem, não. - Você vai parar de agir como um bebê e acabar com isso? - Stacey disse, cruzando os braços sobre o peito. Ela nunca teve paciência para coisas como essa, então não entendo porque ela estava aqui participando desta velada intervenção. - É fácil para você dizer. Você sempre odiou Ashton. - Eu atirei de volta. Eu estava sendo um idiota total com a minha melhor amiga, mas eu não podia falar sobre Ashton. Eu não queria. Foi muito doloroso. Era muito cedo. Stacey suspirou e soltou a mão de Riley. Ela caminhou para perto de mim e me olhou. - Na verdade, eu não a odeio. Estou chateada com você por ter agido como um idiota completo ontem. Qualquer idiota poderia dizer que Kance estava tramando algo, mas você tinha que continuar sendo o cara legal, não é? - Você não está feliz porque terminamos? - Ela estava me confundindo. Pensei que Ash era sua inimiga mortal ou algo assim. Stacey colocou para fora. - Eu tenho que soletrar para você? Ela faz você feliz, como eu posso odiá-la por isso? Você fez uma grande burrada e se ela não perdoá-lo, então eu não posso culpá-la. Você ficou com Kance o que basicamente equivale a vender a sua alma para o diabo.


Enterrei minha cabeça em minhas mãos. - O que eu fiz? Ela era a melhor coisa que já aconteceu comigo e eu fui idiota o suficiente para acreditar em Kance quando ela me disse que Ashton gostava de Oliver e que nunca mudou realmente. Por que fui tão estúpido? O que eu fiz? - Você precisa ir falar com ela. - Disse Eddie. - Não, eu não posso. Ela não quer nada comigo. Eu estraguei tudo no passado, mas isso é completamente diferente. Eu lhe disse que nunca iria deixá-la ou fazer qualquer coisa para machucá-la. Eu quebrei minha promessa. Ela nunca vai me perdoar. - Eu a levei para casa na noite passada. - Riley finalmente falou. - Tudo o que ela fez foi chorar o tempo todo. Ela não disse uma única coisa sobre você. Talvez ainda tenha uma chance. Ouvir que ela derramou lágrimas por mim me fez sentir um inferno de muito pior. Após as semanas incríveis que passamos juntos, como eu poderia fazer isso com ela? Eu não a merecia. Ela merecia ter alguém que se preocupasse com ela mais do que eu. - Não. - Eu disse, rangendo os dentes. - Não quero outra chance. Quero que ela tenha algo melhor. Ela merece mais do que isso. Não sou bom para ela. - Luca, você está sendo incrivelmente estúpido agora! - Stacey gemeu. - Vá lá, quebrar a sua maldita porta e pegue-a de volta! - Não. - Eu repeti. - Eu não vou fazê-la ficar com um cara que a fez passar por isso, mesmo que esse cara seja eu. Ela está melhor sem mim. Eu não queria que minha vontade se desmoronasse, mesmo que cada vez que eu pensava na minha vida sem ela, eu me sentia como se tivesse levado um soco no estômago. Mas eu tinha que deixá-la ir. Ela iria superar isso e, um dia, iria encontrar alguém melhor. Ela ia esquecer tudo sobre mim, assim como ela tinha esquecido antes. Eu não seria nada mais do que o idiota que a traiu com sua melhor amiga. - Luca, não tome sua decisão por ela! - Stacey falou. - Deixe-a fazer sua própria escolha. - Pelo menos vá lá e fale com ela, homem. - Riley insistiu. - Ela não precisa tomar uma decisão. Eu já fiz isso. - Meu coração doía com cada palavra que eu disse, mas as coisas estavam melhor assim. Eu tinha que me concentrar em nosso show e esquecer tudo sobre Ashton. - Gente, é melhor irmos se quisermos chegar a tempo. - Luca, você não pode estar falando sério sobre isso. - Stacey me encarou em descrença quando Riley passou um braço ao redor dela. Ignorei Stacey porque o assunto estava encerrado para mim. Isto não era uma discussão. Esta era a minha decisão. - Riley, vocês devem ir. Vocês tem todo o equipamento. Eddie e eu estamos bem atrás de você. Riley saltou para trás e para frente sobre seus pés, como se ele quisesse dizer alguma coisa. Finalmente, deu de ombros. - Claro. Vejo você lá. - Ele guiou Stacey para seu carro, quando ela me lançou um último olhar de desaprovação. Eu não me importava com o que ela achava de mim. Não me importava com nada mais.


A única pessoa que me importava não estava mais na minha vida. Eu tive a certeza disso quando a traí com sua melhor amiga. A única coisa que eu podia fazer era o que eu fazia melhor: afastar Ashton para longe. E a única coisa que faria passar a dor seria minha música. A música era a única coisa na qual eu podia confiar. Gostaria de conseguir ser consumido por ela e usá-la para esquecer Ashton. O que restava de mim, a parte de mim que tinha se quebrado, estava indo dar o maldito melhor desempenho que eu já tive. Para o meu pai. E para a menina que eu amava.

C

apítulo Trinta e Cinco

Ashton Eu não ia sair do meu quarto. Ia ficar aqui para o resto da minha vida se isso significasse que não teria que enfrentar qualquer um nunca mais. Ontem à noite, tentei fechar tudo e agir indiferente, mas pela manhã toda determinação havia desmoronado. Eu não poderia começar a rever a imagem do beijo entre Luca e Kance na minha cabeça. Eu não poderia perdoar a sua traição. A pior parte era, não importa o quão duro eu tentasse esquecer Luca, não poder estar junto dele novamente. Era difícil imaginar não estar em seus braços nunca mais ou não beijá-lo novamente. Com quem eu poderia compartilhar todos os meus problemas? Quem jamais me entenderia do jeito que ele fazia? A resposta era simples. Ninguém. Ninguém me conhecia como Luca. Ninguém me entendia como ele. Ninguém poderia me fazer rir tão facilmente como ele. Eu poderia gastar minha vida buscando, mas eu nunca iria encontrar alguém como ele. Eu tinha que ser honesta comigo mesmo. Eu o amava. Eu o amava com toda as fibras do meu ser, com a minha alma. No entanto, não poderia perdoá-lo. Ele tinha bebido e ficou com Kance sem uma consideração sobre mim. O fato de que era muito fácil para ele me matou. Ele fez o meu coração doer por enfrentar essa realidade. E ele me prometeu que nunca me deixaria. Levaria tempo, um monte de tempo, mas iria curar. Eu tinha que curar. Houve uma batida na minha porta e levantei minha cabeça. - Entre. - Eu disse sabendo muito bem que era minha mãe. A porta se abriu e minha mãe enfiou a cabeça dentro. Seus olhos olharam as cortinas fechadas, o quarto escuro e finalmente pousaram em mim. - Oh, Ashton, querida, o que aconteceu? Ela não esperou por uma resposta antes de entrar e sentar na minha cama. Seus olhos estavam cheios de preocupação, enquanto me estudava à espera de uma resposta para o meu comportamento eremita.


Exalando, me sentei e olhei para minhas mãos. Eu queria dizer-lhe tudo, mas não queria passar a carga dos meus pequenos problemas, quando ela tinha problemas muito piores com homens em sua vida. Meus problemas com Luca pareciam bobos em comparação. - É mãe, nada. Eu estou cansada. Mamãe me olhou com um olhar crítico. - Se você vai ficar na cama até quatro da tarde pelo menos pensa em uma razão melhor do que estar cansada. Suspirei, brincando com a ponta do meu cobertor. - Tudo bem, não estou cansada, mas ainda não sinto vontade de falar sobre isso. - Ashton, você acha que eu sou tola? - Ela repreendeu. - Eu sei que isto tem algo a ver com Luca devido às cinco vezes que tocou o telefone de casa e as três vezes que ele veio aqui. Eu olhei para ela com surpresa. - Ele veio? - Eu nem tinha notado. Eu provavelmente estava sob minha colcha, deitada. Mamãe balançou a cabeça e alisou meu cabelo. - O que está acontecendo com vocês dois? Tudo estava indo tão bem até ontem à noite. Será que algo aconteceu na festa de Kendall? Minha mãe era muito perspicaz. Era muito difícil manter qualquer coisa escondida dela. Os acontecimentos de ontem à noite estavam me pesando e, de repente, eu só queria me livrar de tudo. Eu normalmente supria minhas emoções porque era mais fácil do que falar sobre isso. Eu não queria parecer fraca, mas precisava falar. Talvez eu não me sentisse tão pesada depois que colocasse tudo para fora. Retornei a mexer com a colcha. - Luca beijou Kance na noite passada. Houve uma longa pausa e então mamãe falou. - Você tem certeza? Olhando para cima, eu assenti. - Eu vi com meus próprios olhos. - Não! Eu quero dizer, você tem certeza que ele a beijou. Ou ela o beijou? Eu dei de ombros. - Será que isso importa? É tudo a mesma coisa. O rosto da minha mãe estava muito sério enquanto ela falava. - Não, querida, não é a mesma coisa. Pode ser que Kance o tenha pego desprevenido e aconteceu de você vê-los no momento errado. - Isso ainda não muda o que ele fez. - Meu coração se apertou dolorosamente. - Eu pensei que ele se importasse comigo. Ele disse que me amava... Minha voz ficou presa na minha garganta e minha mãe passou um braço em torno de mim, puxando-me para perto. Eu descansei minha cabeça no ombro dela, apreciando esse o momento simples. Nossa luta de semanas atrás foi esquecida e ela me amava independentemente das coisas horríveis que eu disse a ela. Seu amor era incondicional. A maneira que eu achei que era o amor de Luca.


- Quando eu tinha sua idade, eu estava apaixonada também, você sabe? - Mamãe disse com sua voz suave. - Meus amigos me disseram que estava tudo errado para mim, mas eu não me importava. Eu estava cega pelos meus sentimentos por ele e não podia ver quem ele realmente era. Eu não disse nada. Eu sabia que minha mãe estava falando sobre o meu pai biológico, um tema que ela nunca abordou. Eu tinha aprendido ao longo dos anos que incomodava muito e evitava ficar perguntando sobre ele. Era incrível realmente ouvi-la falar sobre ele agora. Mamãe deu um suspiro e continuou. - Eu cometi um erro quando era adolescente. Meu erro foi cair de amor pelo cara errado. Eu não quero que você cometa um erro. Você e Luca fazem bem um para o outro, eu sei disso. Eu posso sentir isso. Duas pessoas não podem cuidar uma da outra tanto assim e não serem bons um para o outro. - Seus olhos brilhavam com lágrimas. - Não cometa um erro como eu cometi, Ashton. Eu escolhi o cara errado, mas você pode escolher o caminho certo. Quando as palavras da mamãe se afundaram em mim, comecei a ter essa sensação desconfortável na boca do meu estômago. Kance admitiu que ela queria que eu a visse beijando Luca e que ela tinha brincado com a gente o tempo todo. Quanto a Luca, eu não tinha dado a ele a chance de se explicar. Eu não queria ouvir suas mentiras e desculpas. Talvez esse tivesse sido o meu maior erro. Mamãe estava certa. Eu precisava fazer a escolha certa. E minha escolha era o Luca. - Merda. - Minha mente estava correndo enquanto saía da cama e me dirigia para meu armário a fim de encontrar algo para vestir. - Eu tenho que ir falar com ele. Mamãe se levantou e foi abrir minhas cortinas. Quando vesti um par de jeans e uma camiseta, mamãe virou para mim com uma careta. - Querida, eu o vi sair de casa uma hora atrás. Um de seus amigos trouxe uma van e eles estavam colocando suas guitarras nas costas. - Seu show. - Eu disse imediatamente. - Ele tem um show esta noite. Eu caí na minha cama, deixando meu cabelo cair sobre meu rosto. Era muito tarde. Eles já tinham ido. Eu teria que esperá-lo voltar e não sabia quando seria. Tinha que vê-lo agora. Eu não poderia deixá-lo em uma noite tão importante sem saber como me sentia sobre ele. Sem saber que eu tinha cometido um erro em não ouvir seu lado da história. Que eu o amava. Os dedos da minha mãe empurraram o cabelo do meu rosto e olhei para cima para vê-la me dar um sorriso tranquilizador. - Não se preocupe com nada. Vou levá-la onde você precisa ir. *** Eu tinha certeza que se mamãe soubesse que o show de Luca era a duas horas de distância e que nos obrigava a cruzar a fronteira do estado, ela não teria se oferecido para me levar. Então, novamente, ela era uma romântica incurável e não queria mesmo que eu repetisse o seu passado.


Mamãe desviou ao virar a esquina, praticamente raspando por um poste de metal na calçada. Sua condução foi mais ou menos a mesma o todo o tempo, como se estivéssemos em um daqueles filmes no qual eu tinha que deter o amor da minha vida que iria partir e pegar um avião. Sua má condução tinha me deixado agarrada ao meu assento, mas não senti a ansiedade de costume que eu sentia quando estava em um carro. Talvez falar com Luca sobre testemunhar a morte de seu pai finalmente tivesse me ajudado a seguir em frente. Do banco de trás, Blaze riu. Ele parecia pensar que estava em um passeio no parque de diversões. Pelo menos ele tinha o Sr. Rochester para entretê-lo na longa viagem. O pneu do carro gritou quando paramos e olhei pela janela, notando que o carro de Luca e a van de Riley estavam ambos estacionados fora do bar. Berkeley não era um daqueles bares sórdidos que temos em nossa cidade. Ele realmente parecia novo, como se tivesse sido renovado recentemente com um exterior branco limpo e vidros escurecidos. Havia até um segurança do lado de fora. - Vou procurar um lugar para comer e dar a janta de Blaze. Mamãe estava dizendo. – Me chame quando precisar de mim para te pegar, ok? - Sim. Obrigada, mãe. - Eu deslizei para fora do carro e me apressei para a entrada de Berkeley e do guarda de segurança. Ele era um homem grande, com a cabeça raspada. Os óculos que ele usava o faziam parecer intimidante e eu parei na frente dele, sem saber o que dizer. Ele me olhou de cima e para baixo. - Você beberá esta noite? Sua pergunta me pegou de surpresa e eu rapidamente neguei com a cabeça. - Uh... hum, não. Eu não tenho idade suficiente para beber. Eu só vim aqui para ver uma banda tocar... um amigo meu está nela. - As palavras saíram da minha boca em uma corrida louca. O segurança olhou para mim por um minuto antes de retirar um carimbo, agitando-o para mim. - Com selo significa que você pode beber álcool. Sem selo significa que você não pode. - Ele colocou o selo de volta no bolso. - Você trouxe quaisquer armas, drogas ou álcool? Levantei minhas mãos, balançando a cabeça. - Não, e eu não tenho nem bolsa. Só tenho o meu telefone. - Eu o tirei do meu bolso para lhe mostrar. - Tudo bem, você pode entrar, mas não peça a seus amigos para comprarem qualquer álcool. Advertiu-me enquanto acenava para dentro. Mesmo que o exterior do Berkeley parecesse bom, o interior ainda era o mesmo que todos os outros bares. O cheiro de fumaça de cigarro, bebidas e suor pairava no ar. Franzi o nariz com o cheiro e deixei a multidão me empurrar para o fundo do bar. Berkeley estava repleto de pessoas, todas amontoadas. Deixando meus olhos vaguearem, procurei por algum sinal de Luca ou dos outros, mas não tive sorte. Não havia nenhuma maneira de encontrá-los na multidão.


Então, meu coração parou. Reconheci a voz que estava cantando. Era Luca! A banda estava tocando da melhor forma que eu já tinha visto. Lembrei-me da canção de um de seus ensaios e me deu um sentimento de satisfação ao ver a multidão completamente fascinada por eles. Meus olhos se fixaram em Luca e bebi na visão dele quando dedilhou em sua guitarra com a cabeça inclinada sobre ela. Quando a música terminou, ele olhou para cima e falou no microfone com entusiasmo falso. - Senhoras e senhores, obrigado por terem vindo hoje à noite para nos assitir. Esta última canção está muito perto do meu coração. Eu escrevi sobre esta menina que me deixa louco, mas que eu não posso tirar da minha cabeça. Com vocês “Never to be through”. Danado. Eu só cheguei a tempo de vê-los tocar sua última música. As coisas não estavam indo do jeito que eu queria. Luca começou a jogar notas suaves na guitarra. Levantou a cabeça e começou a cantar e eu esqueci todo o resto, tudo o que tinha me incomodado. Eu só tinha olhos e ouvidos para Luca e o belo som que veio dele. Essa música me levava de volta para o verão que eu não queria que acabasse. Eddie começou a subir na bateria e Riley no baixo. Eles pareciam absorvidos pelo que estavam fazendo. A cabeça de Eddie estava balançando no tempo da batida, Riley tinha os olhos fechados e estava como se estivesse em seu próprio mundo. Meus olhos se voltaram para Luca e a expressão de dor no rosto dele enquanto cantava. Gostaria de saber o que se passava em sua cabeça para fazê-lo olhar assim. Quando seus olhos Me encontraram Tudo o que eu queria era ficar um tempo com você Mas os dias se foram Eu sempre estou só E eu não posso deixar ir Então, eu quero que você saiba Esta memória, eu não sei Como poderíamos esquecer tudo o que sabia Esse amor nunca vai acabar Eu sempre preciso de você Ouvi com espanto a voz de Luca que era tão bonita, tão encantadora. Suas palavras me assombraram. As palavras que foram tão obviamente sobre mim. Meu coração se feriu apenas em ouvir. A expressão em seu rosto fazia sentido agora. Ele estava com dor, porque ele estava cantando sobre mim. Luca olhou para a multidão como se estivesse procurando alguma coisa e de alguma forma seus olhos caíram sobre mim. Suas sobrancelhas dispararam e ele quase parou de cantar por estar concentrado em mim. Descrença floresceu em seu rosto, mas ele continuou cantando, uma ponta de desespero fresco em sua voz. Ele estava me chamando. Ele estava me dizendo para chegar a ele e isso era exatamente o que eu ia fazer.


Abri caminho através da multidão, aproximando-me do palco, quando algo realmente incrível aconteceu. Luca tirou a guitarra, pegou o microfone e pulou para fora do palco. Riley e Eddie olharam para ele em choque, mas continuaram tocando como se nada tivesse acontecido. Meu coração batia mais rápido quando Luca se aproximou de mim em um longo e determinado avanço, o tempo todo continuando a cantar. Cantar para mim. Mas os dias se foram Eu sempre estou só Mas eu não posso deixar ir Então, eu quero que você saiba Esta memória, eu não sei Como poderíamos esquecer tudo o que sabia Esse amor nunca acabar Eu sempre preciso de você Quando Luca chegou a mim, a música terminou e a multidão foi à loucura. Eles achavam que isso era parte do show e eles estavam adorando. Luca abriu um sorriso enorme. - Senhoras e senhores, obrigado! Boa noite! A multidão irrompeu em aplausos e gritos ao redor dele, mas eu não me juntei a eles. Eu não conseguia desviar o olhar de Luca. Não conseguia desviar o olhar da intensidade em seus olhos. Riley pulou do palco e caminhou até nós. Ele me deu uma piscada antes de pegar o microfone de Luca, deixando-nos juntos. A multidão ficou em torno de nós, mas nenhum de nós se importava. Nós só tínhamos olhos um para o outro. Era como se ninguém estivesse aqui. Fomos para outro lugar, em nosso próprio mundo, onde só nós existíamos. Eu falei primeiro. - Luca, eu sinto muito. Cometi um erro enorme. Deixei Kance manipular meu julgamento. Ela estava tentando me fazer duvidar de você e acreditei nela. Luca franziu a testa. - Eu não posso agir como se eu fosse inocente em tudo isso. Foi minha culpa também. Deixei isso acontecer. Eu deveria saber que não havia nada entre você e Oliver. Me deixei enganar. - Ela jogou conosco. Eu caí em sua armadilha. Eu deveria saber que você é melhor que isso e entendo se você nunca mais quiser ter nada a ver comigo. Eu só... Eu queria que você soubesse como eu me sentia. Ele deu um passo mais perto e pressionou seus lábios contra os meus, enviando ao meu coração um frenesi quando ele me beijou profundamente. Quando ele se afastou, seus olhos estavam brilhando. - Essa é minha resposta final, Ashton. Se você me deixar, você vai ter um trabalhão para se livrar de mim. Meu queixo caiu. - Então, nós não estamos mais separados? - Não a menos que você queira que estejamos.


Eu não podia acreditar que depois de tudo ele ainda queria estar comigo. O fato de que ele ainda me quisesse foi surpreendente. - Você está... tem certeza? - Luca passou o polegar sobre meu lábio inferior. - Ashton, eu sei que nós já erramos, mas o que importa é que perdoamos uns aos outros. Se eu pudesse fazer isso por você um milhão de vezes mais, eu faria. Se eu pudesse mudar o que você viu ontem à noite, eu faria. Mas eu não posso, Ashton. Tudo o que posso fazer é dizer o quanto eu te amo e como estou com medo de perder você. Não posso fazer isso sozinho. Eu preciso de você. Sem fôlego, eu o deixei me puxar contra seu peito. Olhei para ele debaixo dos meus cílios, tentando digerir tudo o que ele disse. - Eu preciso de você também. Você é o único que me mantém sã e que me coloca em meu lugar quando estou errada. Eu sinto muito, eu nunca devia ter duvidado de você... Ele balançou a cabeça e colocou um dedo sobre meus lábios para me calar. Parei de falar, parei de pensar e apenas o deixei me olhar e me perdi na profundidade dos olhos verdes de Luca quando ele olhou para mim. - Eu não me importo, Ashton. O mais importante é que você está aqui agora. Comigo.

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