Intervenção Urbana no Complexo da Maré

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Ateliê de Urbanismo II

Intervenção Urbana no Complexo da Maré Grupo: Giovanna Pannain, Leônidas, Martin, Pedro Resende e Thais Cardozo

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Índice

1. Caracterização da Área de Trabalho

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1. Caracterização da Área de Trabalho 1.1. Localização da área de intervenção Localizado na Zona norte do Rio de Janeiro, o Complexo da Maré é uma aglomeração de 16 favelas, o maior complexo de favelas da cidade. Suas delimitações geográficas são definidas pela Baía de Guanabara e três vias expressas: Linha Vermelha, Linha Amarela e Avenida Brasil. Nele, existem cerca de 140.000 habitantes entre 40.000 habitações de diferentes tipos: construções informais autoconstruídas a projetos habitacionais construídos pelo governo.

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Linha Vermelha Linha Amarela

Avenida Brasil Complexo da Maré | Ateliê de Urbanismo II

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1.2. Histórico e Evolução Urbana Na era pré-colonial, essa região era um lugar quieto e tranquilo: lar de um arquipélago de nove ilhas na Baía de Guanabara, onde pescadores moraram por mais de 8.000

anos. Suas memórias ancestrais ainda são refletidas nos nomes dos bairros atualmente, como Inhaúma, Timbau e Pinheiro. Na primeira metade do século 20, o Governo de Getúlio Vargas tinha como projeto, transformar essa região em um

grande anel industrial. Com isso, em 1946 a via expressa

Palafitas na década de 60 Foto dos arquivos do Museu da Maré

Variante Rio-Petrópolis [Avenida Brasil] foi inaugurada a fim de melhorar as condições de trânsito entre o Centro e os subúrbios. A partir disso, muitos projetos industriais foram executados para a região, criando uma zona industrial oferecendo sólidas condições para as pessoas se mudarem e habitarem a área, então, começaram a surgir os primeiros assentamentos ao longo da via expressa atrás das suas margens imediatas, que são ocupadas pelos armazéns. Ao mesmo tempo dessa explosão de investimentos,

acontecia uma seca severa no nordeste brasileiro, o que tornou o Complexo da Maré uma área de foco para os

Palafitas Foto dos arquivos do Museu da Maré

nordestinos, estimulando um êxodo rural para as cidades do Sudeste, principalmente Rio e São Paulo. Na Maré, esses migrantes se juntaram aos pescadores locais na costa.

Naquele tempo, o Morro do Timbau era a única área continental, cercada de água e pântano. Conforme a migração se intensificou, as pessoas construíram palafitas, acima da água, criando a comunidade Baixa do Sapateiro em 1940.

Vista aérea do Complexo da Maré Foto dos arquivos do Museu da Maré Complexo da Maré | Ateliê de Urbanismo II

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O tempo foi passando e entre 1950 e 1991 a porcentagem de brasileiros vivendo em cidades aumentou de 36,2% para 75,2% e, além desse crescimento desenfreado, também foi

a época dos projetos de modernização na Zona Sul que, consequentemente, gerou os grandes processos de remoções das favelas. Portanto, em 1960, começou o incentivo do governo com projetos habitacionais, como o Centro de Habitação

Provisória, mas eles não foram criados para as famílias locais e sim para abrigar, inicialmente temporariamente, famílias despejadas dessas áreas ricas da cidade. Entretanto, esse abrigo temporário, tornou-se permanente e originou a favela de Nova Holanda e Praia de Ramos. Com o passar do tempo, a Maré foi se consolidando e seus edifícios foram se transformando para, não só acomodar as famílias, mas também, para prestar serviços à população da favela como bares, mercearias, salões de beleza, oficinas, etc.

Cada dia mais, a Maré crescia, até que, em 1994, a Prefeitura do Rio oficialmente declarou o Bairro da Maré como sendo a 30ª região administrativa do Rio de Janeiro, estabelecendo-o como um bairro reconhecido, como a Rocinha e o Complexo do Alemão.

*figura 1 — Jornal O Globo, 10 de Fevereiro de 1971, Matutina, Geral, página 11 *figura 2 – Mapa da Maré, Arte/O Globo

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1.3. Prós e Contras 1. Direitos:

Parque União e Linha Amarela.

Os moradores lutam constantemente pelos seus direitos, principalmente pelo acesso aos serviços públicos.

As recompensas dessa árdua negociação dos moradores

“A demanda esperada para este corredor é de 900.000 passageiros por dia. Com a implementação do sistema, o

tempo de viagem economizado é estimado em cerca de

com o poder público, foram: a pavimentação de estradas,

40%. Além do transporte público, 220.000 veículos

acesso à eletricidade e iluminação pública.

particulares circulam diariamente nesta estrada.” [edital UIA,

E, mesmo assim, a população ainda carece de muitos serviços importantes como correios e agencias bancárias.

2. Construções:

2020] 4. Mobilidade Urbana Não Motorizada:

Por ser uma via de importante trafego, o fluxo de

Salvo exceções, os edifícios variam entre 2 e 5 pavimentos,

pedestres das passarelas e pontos de ônibus é um fator

e é comum encontrar comércios no térreo como forma de

importante que define a hierarquia das ruas internas da

fomentar a economia local.

Maré.

Também encontramos muitas construções com terraços, as

famosas lajes. “O papel da laje na Maré, como em muitas outras favelas do Rio, é fundamental para a vida dos moradores. O laje representa a possibilidade de expandir a área construída, proporcionando, por exemplo, mais espaço para a família com um lar para filhos adultos ou uma renda extra potencial - por meio do aluguel da superfície de outro prédio, bem como da área de lazer.” [edital UIA, 2020]

5. Hierarquia Viária:

Existem três principais ruas que dão acesso à Maré pela Av. Brasil, são elas: Rua Teixeira Ribeiro, Rua Sargento Silva Nunes e Rua Bittencourt Sampaio. Existe, também, a Rua Principal, a única rua que liga todas as favelas do Complexo, que é acessada por essas três ruas

principais entre a Maré e Av. Brasil. Esses encontros são importantes centralidades locais, pois lá encontramos serviços e transportes internos, como vans e

3. Mobilidade Urbana Motorizada:

moto-taxistas.

A favela está localizada próxima a uma das principais vias

para o transporte da cidade do Rio de Janeiro. Ao longo das margens do Complexo, trafega um total dez linhas, duas a três faixas de serviço local com transporte público e duas a três faixas de carros expressas de cada lado.

6. Tecido Urbano:

Sem malha urbana definida, o Complexo da Maré é constituído por ruas estreitas e irregulares que podem ser definidas por uma negociação constante entre vendedores informais e pedestres.

Além dos meios de transporte particulares e dos ônibus convencionais, atualmente, está em construção o corredor para o BRT. Nele, estão previstas duas estações entre o

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1.4. Caracterização Socioeconômica Bairro A Maré tem 139.073 habitantes É o 9º bairro mais populoso do Rio (são 162 bairros)

De cada 46 moradores do Rio, 1 é da Maré Em média são 2,91 moradores por domicílio

Quem são? 51% são mulheres 9,8% dos mareenses têm entre 25 e 29 anos. 62,1% se declararam pretos ou pardos. 18,5% dos moradores da Nova Holanda se declaram de cor preta. 61,8% dos moradores vivem na Maré desde que nasceram. 47% se declararam católicos; 21%, protestantes; 0,7%, espíritas ou espiritualistas; e 0,5%, de religiões afrobrasileiras [originadas na cultura de diversos povos africanos trazidos como escravos ao Brasil entre os séculos XVI e XIX]. 45,9% das pessoas de 15 a 29 anos vivem ou já viveram em companhia de cônjuge. 3,5% dos domicílios têm uma pessoa com transtornos psíquicos, deficit cognitivo ou deficiência física.

Nordeste na Avenida Brasil Dos nordestinos que chegam à Maré, 40,7% vêm da Paraíba; e 24,7% , do Ceará.

Saneamento básico 0,3% ainda não tem água canalizada. O lixo é coletado na porta de 71,5% dos domicílios. Em 26,4% das casas os moradores levam o lixo até um local de coleta.

Educação 6% dos moradores da Maré são analfabetos [de acordo com IBGE, no Rio a taxa é de 2,8%] 37,6% da população completou apenas o Ensino Fundamental. 19,6% dos adolescentes (de 15 a 17 anos) estão fora da escola.

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5. Mobilidade Urbana 5.1. Cartografia da hierarquia viária

5.2. Cartografia do gabarito viário

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5.3. Cartografia do transporte público

Sentidos:

Linhas Intermunicipais:

1. Zona Oeste [Alvorada]

2. Aeroporto Internacional

Petrópolis x Barra da Tijuca – Única

3. Centro da Cidade

Guapimirim – Reginas → 196

4. Baixada Fluminense

Magé – Reginas → 125 São Gonçalo – Mauá → 533

Linhas do BRT

Niterói → 1001 e 760

BRT – Transcarioca

Paracambi – Blanco → 193

BRT – TransBrasil

Duque de Caxias → 102, 113 e 478

Linhas Municipais

Queimados – Blanco → 440

Linhas Intermunicipais

São João de Meriti → 140 e 427 Seropédica – Real Rio → 441B

Nova Iguaçu → 133B Belford Roxo → 524B

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5.4. Condições de mobilidade não motorizda

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