SUPERBACTÉRIAS
PREVENÇÃO É O MELHOR
REMÉDIO Infografia: Giovanni Bello e Ingrid Fagundez A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) é a superbactéria que vem preocupando os órgãos de saúde do Brasil. Resistente a antibióticos, ela se espalhou por hospitais de sete estados brasileiros, além do Distrito Federal. A bactéria age sobre pacientes internados com baixa imunidade, podendo levar a morte. A doença é transmitida através de objetos contaminados e pelo contato direto entre médico e paciente. Confira os cuidados que devem ser tomados para evitar o contágio:
ÓCULOS DE PROTEÇÃO Eles devem ser utilizados quando houver risco de exposição a respingos de sangue, secreções corporais e excreções. Os olhos são uma mucosa e estão constantemente expostos a infecções. Os óculos ajudam a evitar a contaminação. Eles devem ser de uso exclusivo de cada profissioanal.
Doença globalizada 1 Foi descrita e isolada pela primeira vez em
2001 2003
um hospital da Carolina do Norte, nos EUA em 2 O primeiro surto aconteceu em Nova York em
agosto de
3 Depois de Nova York, a bactéria foi registrada em outros
sete estados americanos
4 em pouco tempo já estava circulando por
Israel, China e França
5 No Brasil, de julho de
2009 a outubro deste ano, foram registrados
246 pacientes contaminados
MÁSCARA CIRÚRGICA A KPC não é transmitida pelo ar, mas é importante usar a máscara ao examinar o paciente para evitar o contato com secreções como a saliva e o muco. Outras tantas doenças como a tuberculose, o sarampo, e a gripe comum podem ser adquiridas pelas vias aéreas.
Haja antibiótico! Veja outras bactérias que se tornaram resistentes aos remédios:
Staphylococcus aureus
Causa infecções cutâneas e respiratórias e septicemia (infecção geral). Surgiram casos de resistência à penicilina nos anos 50, e desde lá gerou outros filhotes resistentes.
Enterococcus
Habita os intestinos, mas pode causar infecções também no trato urinário e septicemia. Para driblar as cepas mais duronas, no início dos anos 2000 foi criada a daptomicina.
Escherichia coli (E. coli)
É comum nos intestinos e está relacionada a infecções intestinais e urinárias e à septicemia. Apareceram indícios de resistência às ampicilinas e às cefalosporinas nos anos 70.
Fonte: Anvisa, Hospital Universitário da UFSC
A superbactéria da vez
A bactéria Klebsiella pneumoniae era inofensiva até que começou a produzir uma enzima (carbapenemase) capaz de anular o efeito de antibióticos como a penicilina, cefalosporinas e carbapenemas. Isso aconteceu porque toda bactéria possui uma estrutura genética móvel que pode ser transmitida de uma para outra. Depois de receber um pedaço de código genético, a Klebsiella passou a resistir aos remédios, impedindo a cura de infecções. O uso indiscriminado de antibióticos também ajuda na proliferação da bactéria. A Klebsiella pneumoniae é encontrada comumente no trato intestinal de seres humanos e já causava infecções hospitalares há anos. Com a capacidade de sofrer mutações genéticas acabou se tornando resistente aos antibióticos utilizados no tratamento.
TOUCA Microorganismos também podem se alojar nos cabelos de médicos e enfermeiros em contato com pacientes contaminados e, devido a sua difícil limpeza imediata, é recomendado o uso de toucas descartáveis.
LUVAS DESCARTÁVEIS As mãos são a principal forma de contágio da KPC. As luvas de procedimentos nãocirúrgicos devem ser utilizadas quando houver risco de contato com sangue, fluídos corporais, secreções, excreções, mucosas, pele não íntegra e objetos contaminados.
LAVAR AS MÃOS As mãos dos profissionais de saúde são as grandes culpadas pela proliferação da KPC nos hospitais. Depois de entrararem em contato com o paciente, elas devem ser lavadas com água e sabonete, evitando que a bactéria permaneça na sua superfície e seja transmitida para o próximo paciente.
PAPEL TOALHA Mesmo após a higienização das mãos, resquícios de bactérias podem permanecer. Por isso, não é recomendada a reutilização das toalhas, pois elas podem ser outra via de contágio de doenças. ÁLCOOL GEL É uma forma eficaz e prática de higienizar as mãos. Para agir como antisséptico, o produto deve ter, no mínimo, 70% de concentração de álcool. Em outubro a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tornou obrigatório a disponibilidade de álcool gel nos estabelecimentos de saúde.
LIXO ESPECIAL Um coletor especial deve ser utilizado para descartar materiais perfurocortantes, como seringas e bisturis. Isto garante a proteção contra perfurações e vazamentos de fluidos contaminados.