FLORIANÓPOLIS, terça-feira, 23/4/2013. não pode ser vendido separadamente. www.horasc.com.br
Edição 3
Motos e tatoos, uma dupla paixão
A gente explica a relação entre marcar o corpo e viver sobre duas rodas.
caio marcelo
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novidade à vista
Safe Light/divulgação
Lookwell/divulgação
mototurismo
Roupa fluorescente A Safe Light desenvolveu peças de
vestuário e acessórios focados na segurança visual. Elas são destinadas a pedestres, ciclistas e motociclista. O modelo à esquerda é o Dakar, que possui costura selada, zíper impermeável, proteções e velcro, garantindo que vento e chuva não entrem e, assim, não causem desconforto ao motociclista. Tem também o forro térmico removível (à direita). Já a Lookwell fez o modelo em cordura com proteções. Tem modelagem masculina e feminina.
fino e quentinho A empresa “100% Go Ahead” desenvolveu uma série de artigos em tecidos térmicos com densidade fina para o inverno. Entre os modelos estão: cachecol, balaclava, luvas, calças, casacos e camisetas.
Jaqueta para frio e calor A Protector Motos criou uma jaqueta Protector Motos/divulgação
para uso urbano com nylon poliamida emborrachado, resistente à chuva e com costuras e logotipia refletiva. Em dias quentes, as mangas do casaco podem ser retiradas, transformando a peça num colete. Go Ahead/divulgação
Bieffe lança série para comemorar 40 anos
A Bieffe capacetes lançou quatro modelos comemorativos da marca de origem italiana em edição limitada. O grafismo do capacetes foram assinados pelo italiano Luca Guazerotti. A marca italiana de capacetes no Brasil é fabricada pela Starplast. As linha comemorativa de 40 anos são os modelos: Allegro (atual lançamento da Bieffe), Vector (conceito 360°), TMX (cross) e o versátil Bieffe 3Sport . Entre as personalidades que utilizaram a marca na motovelocidade estão Graciano Rossi (pai de Valentino Rossi), Max Biaggi e Loris Capirossi, entre outros. No motocross, Stefan Everts, Michele Rinaldi e Alex Puzar. No automobilismo: Gerald Berger e o brasileiro Pedro Paulo Diniz.
fotos Bieffe/divulgação
t Expediente I Edição: Rodrigo Stüpp I Diagramação: Maurício Franco de Medeiros I Arte: Zambi I Textos e fotos: Gisele Flores (Instituto Sobremotos)
Está na hora de os responsáveis pelas áreas de turismo se atentarem ao crescimento do mototurismo no Brasil. Cada vez mais, motociclistas viajantes estão cruzando as estradas no Brasil, América do Sul e por aí, procurando conhecer lugares diferentes. Santa Catarina, nosso Estado, é privilegiado com atrativos para este segmento. As iniciativas de apoio para o pessoal são, quase sempre, individuais. Geralmente, nascem das redes sociais e blogs de viagem. Mas já existem no Brasil entidades que prestam apoio a esse tipo de motociclista. A maior entidade hoje é o Brazil Riders, nascido em 1998, por iniciativa de João Gonçalves Filho (Gau), morador de Palhoça, que em sua viagem pelas péssimas estradas da Amazônia, recebeu apoio de outro motociclista. Com isso, ele sentiu necessidade de criar uma rede de apoio aos motociclistas viajantes. Hoje, o Brazil Riders tem 4 mil integrantes espalhados pelo Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Estados Unidos e Europa prestando apoio direto ou indireto a muitos motociclistas. Eles organizam convenções pelo país e participam de ações sociais. Diversas vezes, recebi moto-viajantes de outros estados e de outros países aqui em Florianópolis. Esses motociclistas viajantes deixam divisas e amigos por onde passam. São eles que registrarão em fotos as belezas catarinenses, e trarão outros turistas para conhecer nosso Estado. Tratar bem um mototorista é fazer cada vez mais com que o turismo cresça e nosso estado se desenvolva. Por tudo isso, ao se deparar com algum deles parado, com problemas, pare e o auxilie. Edson Luiz Mesadri, Coordenador Regional da Brazil Riders.
Escreva para Sobre Motos, SC-401, 4190, Torre A, Saco Grande, Florianópolis-SC. CEP: 88032-005. E-mail: institutosobremotos@hotmail.com
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destaque de capa caio marcelo
Motogrupos tatuam os próprios brasões
HarleyDavidson no antebraço Motos e tatuagens: duas grandes paixões, que caminham juntas
ução
fotos reprod
Quadriciclo também é procurado São 20 anos de motociclismo e de paixões desenhadas no corpo
caio marcelo
Lica Prado é das mulheres desbravadoras do motociclismo feminino catarinense. Pilota há 20 anos e sua paixão começou quase que intuitivamente. – Desde jovem, já adorava andar de bicicleta, ou seja, sobre duas rodas – disse. Lica andava toda de preto nos eventos e passou a ser chamada de mulher gato. Aí, surgiu também o desejo de fazer uma tatuagem para tapar as estrias criadas pela
Tatoos e motos juntas nas estradas marcone tavella
gisele flores/especial institutosobremotos@hotmail.com
Marcar o corpo com logos e imagens que remetem à paixão sobre duas rodas é comum entre motociclistas. Eles também tatuam a pele com seus motoclubes. Confira algumas histórias e a curiosa origem dessa relação, que começou em 1891. O zunido da máquina de tatuagem ou o ronco do motor da Harley Davidson Dyna são os sons de duas paixões de Marcelo Trilha, 41 anos. O tatuador paulista, que na infância vinha passar férias em Florianópolis e “pirava com as tatuagens dos caras na praia”, marcou o corpo pela primeira vez aos 13 anos. Não parou mais. – Perdi as contas, já – diz ele sobre o número
de desenhos pelo corpo. Há 18 anos, Trilha mantém um estúdio de tatuagem e piercing em uma sala do Edifício Dias Velho, na Felipe Schmidt. Fora do trabalho com as agulhas, a moto preta começa a rodar. E vai para qualquer parte. Marcelo é um dos membros mais antigos, na Capital, do motoclube Abutre’s. Eles são fascinados por motos que, desde 1989,
formam uma grande família. São cerca de cinco mil integrantes pelo Brasil – 30 na Capital e 70 no Estado –, que promovem encontros ao longo do ano, com muito rock, e tatuagens, claro.
l Reuniões uma
vez por semana
Em Florianópolis, eles se reúnem às quartasfeiras, em uma casa no Balneário Estreito.
Lá, traçam planos de viagens pelo Estado, Brasil e mundo, como esclarece o subdiretor da facção, Mário Pessoa Mendes, 50 anos, dono de uma HD 883. – Viajar sobre duas rodas, curtir o vento no rosto e conhecer lugares novos é o que nos move. Somos uma família bem unida – comentou o mecânico, enquanto era tatuado por Trilha.
No Abutre’s, todos são irmãos Imagine viajar pelo país e não pagar nada com hospedagem. Conhecer os mais remotos lugares e ser bem recebido por desconhecidos, como se fosse uma pessoa da família. Para os membros do motoclube Abutre’s, isso não é luxo, mas uma condição natural de pertencimento ao grupo. Toda a doutrina do motoclube se baseia na irmandade e no companheirismo, conta o subdiretor da facção de Florianópolis, Mário Pessoa.
– Quando viajamos em grupo, não importa a potência da moto, sempre acompanhamos o menor. Esse lance da irmandade é bem forte. Em viagem para o Uruguai, a moto da minha filha quebrou, próximo de São Gabriel (RS). O delegado da cidade era do Abutre’s, e nos socorreu. Passamos dois dias na casa dele, com comida, cama, tudo – lembra. Para entrar no clube, além de ter uma moto, é preciso frequentar as
reuniões semanais. Se for aceito, o motociclista pode se tornar um “próspero” ou “raça”, primeiro nível na hierarquia do motoclube.
l Prestação
de serviços
Quem está nessa fase é responsável por organizar os encontros e chega a prestar serviços básicos de manutenção da sede, por exemplo. Existe ainda uma mensalidade de R$ 80, revertida para ações.
Cinquentões vão no embalo Muitos motociclistas com mais de 50 anos fizeram tatoo pela primeira vez. É que quando eram jovens seriam discriminados, e até teriam dificuldades de obter emprego. Entre o homens, os símbolos mais frequentes são motores e logos de marcas de motos. Caveiras também são tatuadas porque não têm sexo, classe social nem raça. As mulheres optam por ideogramas japoneses, florais e tatuagens mais discretas, em locais mais sensuais. O objetivo é um só: carregar o amor pela moto para sempre. Mesmo que você não esteja pilotando, as outras pessoas saberão.
segmento off-road, pilotos fazendo wheeling (manobras radicais) são os favoritos.
l Maiores e mais
coloridas
Com a formação dos motogrupos ou motoclubes, tatuar seus logos também virou tendência. Outro detalhe interessante: as tatuagens estão cada vez maiores e mais coloridas. As cores também ficaram mais intensas. No entanto, isto também vai depender do artista, do tatuador, da tinta e da técnica. É bom lembrar que o resultado também depende de você: o pós-tatuagem é importante para a finalização. Por isso, respeite as orientações do profissional.
Lica tatuou quase 40% do corpo
Valentino Rossi e seu 46
marcone.tavella@horasc.com.br
No motociclismo, a febre de tatuagem começou nos Estados Unidos, entre os harlystas. No Brasil, a tatuagem começou a se espalhar entre os motociclistas que possuíam motos estradeiras, estilo chopper ou customs. A febre, nas motos esportivas ou off-road, também se espalhou. O que muda são os temas, de acordo com o tipo de moto. Nas customs, os temas recorrentes são o logo da Harley, as caveiras e os motores. Nas esportivas, a preferência é pelo logo de motos como Ninja, Hayabusa e R1. O piloto preferido de quem gosta das esportivas é Valentino Rossi, e a numeração que utiliza na corrida: 46. No
gravidez de dois filhos. – Veio a ideia de uma tatuagem que representasse alguma paixão que seria eterna e escolhi fazer com temas voltados para moto. Coloquei na barriga então um motor em V de uma Harley e uma águia que significa liberdade. Em 20 anos de motociclismo, fiz mais tatoos. Hoje, 40% do corpo de Lica Prado é tatuado. Entre os temas, uma foto sua com cinco anos, fogos, temática ligada ao rock, e um anjo que a protege em suas viagens de moto.
NA HISTÓRIA Homenagem à Indian Chief, moto clássica americana
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Confira o vídeo sobre a relação entre a tatuagem e a paixão por motos em www.horasc.com.br/sobremotos
O primeiro instrumento para tatuar foi concebido em 1891, por Samuel O´Reilly, baseado em um aparelho parecido, patenteado por Thomas Edison. A tatoo começou no Egito antigo, e surgiu para que o indivíduo registrasse e carregasse a própria história, por onde quer que fosse. Segundo a artista plástica Célia Maria Antonacci Ramos, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), autora do livro Teorias da Tatuagem, diversas eram as intenções em marcar a pele. Entre eles: rituais religiosos, identificação de grupos sociais ou registro de uma opinião. Na época da repressão, no Brasil, tatuagem era considerada coisa de ativista ou revolucionário. Pessoas tatuadas na década de 1960 eram marginalizadas e muitas vezes presas, por serem consideradas bandidas. Tinham até dificuldades em obter emprego. Com o surf, a cultura da tatuagem se popularizou. Hoje, é muito raro não ter alguém tatuado em um grupo de jovens, mesmo que a tatoo só seja permitida a partir dos 18 anos – ou 16, com a autorização dos pais.
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lançamento fotos honda/divulgação
honda cfr 250l Categoria: ON/OFF road. Leisure on-off. Motor: DOHC, 249 cm3, 4 tempos, 4 válvulas, arrefecido a líquido. l Potência: 23 cv a 8.500 rpm. l Torque: 2,2 kgf.m a 7.000 rpm. l Alimentação: Injeção eletrônica de combustível PGM-FI. l Partida: Elétrica. l Tanque: 7,7 litros. l Marchas: 6 velocidades. l Suspensão dianteira: Garfo telescópico invertido com 250 mm de curso. l Suspensão traseira: Monoamortecida Pró-Link com 240 mm de curso. l Freio dianteiro: A disco com 256 mm, duplo pistão. l Freio traseiro: A disco com 220 mm, pistão simples. l Pneu: 3-21 (51P) – dianteiro e traseiro de 120/80-18 M/C (62P). l Chassi: Berço semiduplo. l Altura do Assento: 875 mm. l Altura mínima do solo: 255 mm. l Dimensões: comprimento 2.1m Largura 0,81 m e altura 1.195m. l Entre eixos: 1.4m. l Peso: 139 kg. l Preço: R$ 18.490. l Garantia: 1 ano, sem limite de quilometragem. l
Uma moto, dois perfis de motociclistas
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Para cidade ou trilha Modelo inspirado na família CRF é “dual sport”. Especial para quem precisa de conforto durante a semana, mas quer dar aquela esticada nos dias de folga. O motor é o primeiro do mundo a utilizar balancins roletados, que garantem baixo atrito.
A Honda trouxe um novo modelo inspirado na família CRF com duplo propósito: ser utilizada na estrada e fora dela. Com motorização 250cc, estará disponível em sua rede de concessionárias a partir de maio de 2013 no valor de R$ 18.490 (sem frete). A nova CRF 250L é uma “dual sport” que toma por base a já bem conhecida fama da CRF 230L com 223cc, 4 válvulas,
comando DOHC e injeção eletrônica. A Honda traz a CRF 250L importada da Tailândia, assim como já faz com a CBR 250R. Este país é o principal polo de lançamentos e produção de menor cilindrada para o mercado asiático e o mundo. A CRF 250L foi concebida para quem procura uma moto para enfrentar obstáculos dos
grandes centros urbanos e também passear nos finais de semana. O modelo foi projetado para uso misto, pois é capaz de trafegar tão bem nas ruas como nas estradas de terra, com toque ágil e ergonomia confortável.
l É econômica, mas
tem preço salgado
O motor DOHC da CRF 250L é o primeiro do mundo a utilizar balancins roletados,
que asseguram baixo atrito e maior eficiência. O resultado é um modelo muito mais econômico. A parte elétrica funciona com uma bateria selada de 12 v. O farol tem uma excelente iluminação e a luz traseira de freio é integrada na rabeta da moto. Seu painel é digital e possui hodômetro e indicador de combustível.
Tem a ver com Floripa Para estradas como as de Florianópolis, em que se tem muitas subidas, lombadas e terrenos irregulares, é uma moto ideal, pois tem força, ágil e leve, muito leve além de ter uma altura boa
para passar qualquer obstáculo em terrenos como fazendas ou até trilhas. Uma característica interessante da CRF250 L é que, por ser de dupla utilização on/off, as suas primeiras
marchas são mais curtas para dar torque e força em circuitos fora de estrada e suas últimas marchas são para dar mais velocidade final. De tantas características positivas
da CRF 250L listadas acima, talvez o que afugente um pouco seu público seja somente o preço, um pouco salgado para uma moto de250cc:
Painel digital (acima) é caprichado e farol tem excelente iluminação
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fomos conferir
1º aniversário HD
26 a 28 de abril – Em Tramandaí, (Litoral Norte do RS) acontece o 15º Mar & Motos. O evento reúne os principais motogrupos gaúchos e catarinenses na Fabiano Guma/divulgação Avenida Emancipação. Informações: Wanderlei Turma da asasdaliberdademc@hotmail.com. Berlanda Apocalypse l 27 de abril – Café da Manhã na (Floripa HarleyCycles, que Dorvalino Motos, concessionária Honda, Davidson), é fabricante localizada em Palhoça. Avenida Bom Marcus Conte de motos Jesus de Nazaré. Informações: (48) (Phoenix artesanais de 3086-9501. Rental) e Ivan Camboriú l 3 de maio – Acontece em Caçador (Floripa Harley(Meio Oeste), dentro do 7º Encontro Davidson) de Automóveis Antigos, o 1º Encontro de Harley–Davidson Motorcycles. Informações: www.autoantigos.com.br. l 11 de maio – Acontece em Meleiro (Sul do Estado), no Auto Posto Cozal, fotos gisele flores/divulgação a 2ª Confraternização de Motociclistas, Paulo Ladies organizada pelo MC Selvagens. Roberto & Amigas, l 17, 18 e 19 de maio – Acontece o viaja motogrupo Honda GP Brasil de Motocross, etapa do com sua formado por Campeonato Mundial de Motocross MX/ cachorra mulheres MX2, no Parque Beto Carreiro World, em Bola por harlystas de Penha, que reunirá os maiores pilotos de eventos de Curitiba motocross do mundo. motos l 17, 18 e 19 de maio – O Moto Clube Garoupas do Asfalto realiza o 8º Encontro Sul Brasileiro de Motociclismo em Garopaba (Sul do Estado). Informações: www.garopabaencontro. Se você quiser participar desta seção, divulgando eventos ou registrando algum encontro especial, escreva para Sobre Motos – SC-401, 4190, com.br.
Conferimos os motociclistas presentes na comemoração de um ano de abertura da Floripa Harley-Davidson, no Bairro Estreito, em Florianópolis
Fabiano Guma/divulgação
agende-se
Torre A – Saco Grande Florianópolis/SC – CEP: 88032-005, ou para o e-mail institutosobremotos@hotmail.com
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Pé na estrada
Te vejo na Route 66 Pensando nos harlystas e nas comemorações de 110 anos da Harley-Davidson, escolhemos o motociclista Marco Aurélio Feijó, que já foi diversas vezes para o clássico roteiro “Rota 66”, para nos dar dicas de como percorrer o cenário do clássico filme Easy Rider (Sem Destino, de 1969). Confira o depoimento.
Adoro motos. Para mim, não interessa o tipo. Sempre gostei de viajar de moto pelo Brasil. Como tenho 1,90m, posso escolher qualquer modelo. Além disso, faço caminhada e musculação. Isso me ajuda a ter resistência e força sobre duas rodas, quando preciso. Todos os tipos de filme com motos me fascinam. É claro, Easy Rider, que se passa na lendária Rota 66, me marcou muito. Wyatt (Peter Fonda) e Billy (Dennis Hopper) são motoqueiros que viajam pelo Sul dos Estados Unidos. Com eles, estabeleci meu sonho: rodar de moto na Rota 66. Sabia que existiam várias agências de turismo que tinham parcerias com operadoras brasileiras. A dinâmica é ter, no mínimo, duas reuniões com os turistas para estabelecer regras básicas de convivência neste pacote que, em 16 dias, roda 4,7 mil quilômetros de moto. Passamos por cinco estados norte-americanos. A aventura começou em Los Angeles, onde, além de irmos às compras, em lojas da HD, BMW e muitas
outras, visitamos Beverly Hills, Hollywood, Long Beach e Santa Monica. Ainda tivemos o privilégio de conhecer o Grand Canyon, Death Valley, Yosemite Park, Monument Valley e São Francisco, de onde retornamos a Los Angeles pela maravilhosa estrada conhecida como “Pacífica”. Isso sem falar na jogatina e entretenimento de Las Vegas, que me impressionou muito pelas luzes e pelo tamanho dos hotéis.
fotos arquivo pessoal
Marco Aurélio realizou o sonho
l Um verdadeiro
Easy Rider
A operadora disponibilizou dois guias profissionais, um sempre liderando o grupo de moto, e outro atrás, com um veículo de apoio que levou nossa bagagem. Outra coisa muito legal: a empresa que nos acompanhava possibilitou aos nossos familiares acompanhar nossa viagem pelas redes sociais. Quando locamos a moto, pudemos escolher a marca e o modelo. Para este tipo de passeio, só poderia ser uma Harley, para me sentir um verdadeiro “Easy Rider”.
Dicas Aluguel de motos – Verifique tudo e faça com que relatem na inspeção. Também dá para fotografar ou filmar. Ao locar a moto, eles realizam um bloqueio de U$ 1 mil em seu cartão de crédito para pagamento de eventuais avarias. l Gorjetas – Se quiser ser bem atendido, adicione 15% ao pagar uma refeição. l Trânsito – Fique atento à velocidade: 65 a 70 milhas por hora em highways (autoestradas). Se acelerar demais, poderá ser parado e, em algumas cidades, ficará “preso” até pagar a multa. Esteja sempre com a carteira de motorista e o passaporte em mãos. Na estrada, nunca ultrapasse o líder. l Bebida – Se beber, vai direto para a prisão. Além de perder o passeio, seu seguro saúde será revogado. l Abastecimento – Sempre complete o tanque. A maioria dos postos tem bombas eletrônicas, operadas pelo motociclista. l Roupas – Leve poucas. l Básico – Água, protetor solar, barra de cereal e remédios (com receita) não podem faltar. l
Quilômetros de histórias A Rota 66 nasceu em 11/11/1926. Começava em Chicago e terminava na cidade de Santa Monica, California, num total de 3.755 km. Hoje, o nome e o traçado mudaram. Chamada “Histórica Rota 66”, foi resgatada com o objetivo de oferecer turismo. Quem viaja por lá encontra cidades turísticas. Cada uma com suas tradições. Lugares como o Grand Canyon, parques, monumentos, museus, bares, cidades fantasmas, cidades que
o tempo nunca alterou e seus curiosos moradores, sempre com boas histórias para contar. Também foi a inspiração para músicas como Route 66, gravada por Nat King Kole, Chuck Berry e The Rolling Stones. Na televisão e no cinema, marcou época, como nos lendários filmes Easy Rider e Bagdá Café. A Rota 66 é um patrimônio cultural e histórico. Nela nasceram o primeiro motel e o primeiro McDonald’s do mundo.
Os 110 anos da HD As comemorações acontecerão em Milwaukee, entre 29 de agosto e 1º de setembro. l A Harley, inclusive, já está disponibilizando a venda de ingressos, em pacotes que vão de U$ 95 a U$ 102,50. O mais caro vem com diversos itens especiais, como molduras, ingresso colecionável e porta-lata personalizável, entre outros brindes. l Ingressos no site www.H-D.com/110tickets. l
A Rota 66 é um patrimônio histórico e cultural dos Estados Unidos Com o tempo, o traçado da Rota 66 mudou