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Giulia Fontoura Design Grรกfico PUCPR - 2017
O TEMA Frequentemente em meio às redes sociais diversas notícias que abordam o tema da TRANSFOBIA são postadas. Em todas pode-se notar extrema violência, descaso com o movimento LGBT e falta de conhecimento sobre o assunto. Tantas manchetes não estão vindo a tona por acaso, pois o BRASIL é o país que mais mata TRAVESTIS e TRANSEXUAIS no mundo. A matança da população LGBT foi recorde em 2016, com 347 mortes, e a subnotificação mascara a violência. Só no ano passado 144 pessoas transexuais e travestis foram mortas no Brasil – um aumento de 22% em relação a 2015, o que corresponde a um valor de 42% das mortes totais (dentro do quadro LGBT). Segundo o antropólogo Luiz Mott, responsável pelo site “Quem a homofobia matou hoje” – desenvolvido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) e que é usado internacionalmente como instrumento de notificações de casos de LGBTfobia, proporcionalmente, as travestis e transexuais são as mais vitimizadas Esses dados são mascarados pela dificuldade de contabilizar os crimes. Em muitos países, não é possível obter informações confiáveis e, naqueles em que há registros, são comuns, por exemplo, notícias e boletins de ocorrência que identificam a vítima como “homem com roupas de mulher”. O monitoramento da TGEU também não contabiliza episódios como o assassinato do vendedor Luiz Carlos Ruas, 54 anos, espancado em uma estação de metrô de São Paulo, na noite de Natal, após defender uma mulher trans que estava sendo agredida Por tudo isso, as mais de 800 vidas perdidas no Brasil e as 2.190 no mundo são apenas a ponta do iceberg, mas as histórias que passam pelo filtro do preconceito e da falta de informações deixam claro o estado de vulnerabilidade das pessoas que se identificam com um gênero diferente daquele que foi atribuído a elas no nascimento.
“VAMOS PARA A ESCOLA E NINGUÉM QUER A GENTE LÁ, NEM OS ALUNOS, NEM OS PROFESSORES” Tina Rodrigues, presidente da Associação de Travestis do Ceará
MOTIVO? Em busca de um possível pretexto para tamanha difamação de ódio, uma pesquisa foi realizada com 489 pessoas, das quais 99,89% afirmavam sabero que é GÊNERO, mas ao mesmo tempo não foram capazes de fundamentar o que é uma pessoa TRANSGÊNERO, apresentando respostas insensatas, ilógicas e fantasiosas, como por exemplo: “mutação de um sexo para o outro“ Além de apresentar resultados incoerentes, a pesquisa revelou também que o assunto em questão gera desconforto e vergonha para grande maioria dos questionados. Muitos não deixavam seus filhos pequenos ouvirem ou falarem sobre, ou se recusavam a participar da enquete, o que levou a conclusão de que TRANSEXUALIDADE é um TABU para a comunidade.
Transexualidade é TABU
ta·bu 1 (inglês taboo, do polinésio tapu, interdito, proibido, sagrado) substantivo masculino 1. [Religião] Proibição de determinada .ação, de aproximação ou .contato com algo ou alguém que é considerado sagrado. 2. [Religião] Lugar, animal, .objeto, coisa ou .ação proibidos por temor de castigo divino ou sobrenatural. 3. Medo ou proibição de origem religiosa, social ou cultural. 4. Assunto de que não se pode ou não se deve falar. adjetivo de dois gêneros 5. Que é proibido. = INTERDITO 6. Que não se pode ou deve proferir ou de que não se pode ou não se deve falar. “tabu”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013,
FALTA DE INFORMAÇÃO Por que tanto tabu, tanta dúvida, tanto medo em falar sobre a transexualiade? Este é um assunto relativamente novo na mídia brasileira, e por se tratar de uma novidade os poucos meios de abordagem utilizados para a representatividade TRANS são voltados à aqueles que já sabem o mínimo que seja sobre o tema, como por exemplo: -Sense8 (série original Netflix) -Orange is The New Black (série original Netflix) -Para Tudo (canal do Youtube) -Canal das Bee (canal do Youtube) -Transgrupo (ONG de Curitiba)
“QUANDO A GRANDE MÍDIA FALA SOBRE TRANSEXUALIDADE, É APENAS SOBRE AMPUTAÇÕES, PROSTITUIÇÃO, OU QUANDO UM HOMEM HÉTERO SAI COM UM TRANSEXUAL.” Trecho retirado do site Eu Trans.
Devido à precariedade de informação disponível aos espectadores na publicidade do país, o público não recebe qualquer tipo de estímulo para se inteirar sobre a real situação trans, acarretando em dúvidas, ideias distorcidas e, na maioria das vezes, o preconceito. A liberdade sexual e de gênero e as novas configurações que surgem na sociedade a partir desse contexto podem provocar dúvidas entre aqueles que têm menos intimidade com o tema. Seja por desconhecimento ou por preconceito deliberado, homens e mulheres transexuais são vítimas de discriminação, diariamente.
Camopanha audio-visual que visa a educação e a quebra do TABU da Transexualidade.
Meio EDUCACIONAL Devido às circunstâncias, o meio escolhido para a realização do trabalho foi o Educacional, afim de trazer a tona qualquer tipo de reflexão sobre o tema e também o esclarecimento que tanto falta para a população Cisgênero. Com isso surge o projeto denominado LADO B.
O PROJETO
IDENTIDADE VISUAL
Existe a ideia de que não se deve rotular ninguém, afinal rótulos limitam, rótulos definem... mas também existe poder em rótulos! Seria perfeito viver em um mundo no qual não precisássemos nos conceituar, nos enquadrar em qualquer tipo de situação, mas infelizmente ainda não atingimos este nível de evolução e ainda temos muito a caminhar.
Lado A e lado B são expressões que estão associadas diretamente aos rótulos dos discos de vinil. Muitos artistas, grandes compositores e cantores por exemplo, já declararam que em seus discos de vinil que o B-side era o seu lado autêntico, a sua essência (ex.: Ray Charles). B-side/ Lado B remete ao não comercial, ao alternativo, à diversidade, à espontaneidade, ao lado oposto, o que se relaciona completamente com o tema do projeto.
Ainda vivemos com uma ideia de “falsa igualdade”. Falsa pois esta ainda é uma sociedade excludente, preconceituosa, que não aceita todas as diferenças e que tenta esconder/ silenciar certos grupos sociais, afinal, querendo ou não, nunca fomos todos iguais, existem apenas diferenças aceitáveis e não aceitáveis dentro de uma comunidade.
A logo remete diretamente ao formato do disco, com suas formas arredondadas e pretas. As cores aplicadas são as mesmas utilizadas na bandeira TRANS e o B invertido serve para reforçar a ideia de quebra de padrão. A própria bandeira também foi colocada estratégicamente ao lado de cada última letra para que se passe a ideia de etiqueta, voltando para ideia de rótulos.
A função de um rótulo é deixar claro aquilo que se é e o que não é, ou seja, facilitar a identificação. É uma ótima estratégia de ação e de trazer a devida atenção ao tema discutido. Por conta disto, este foi o meio de abordagem escolhido para o projeto LADO B.
Falsa IGUALDADE
A GRANDE JOGADA Rótulo deixa claro o que é e o que não é, facilita a identificação. É uma estratégia de ação que, ao ser aplicada faz referência aos padrões impostos pela comunidade. A campanha, que procura fugir do clichê, passa a ideia de que cada indivíduo deve ABRAÇAR ao invés de RETIRAR os rótulos, assim tornando-os visíveisna sociedade facilitando o ganho de RESPEITO e RECONHECIMENTO.
PLATAFORMAS DE APLICAÇÃO O projeto tem como função levar a essas pessoas a informação, trabalhando através de 3 plataformas: .FÍSICA Composta por backlights, outdoors e camisetas, que seriam vendidas para arrecadar fundos às instituições em prol da comunidade trans. .TELEVISIVA Composta por vídeo propaganda. .DIGITAL Composta por site educativo. O vídeo e a propaganda física devem ser a “isca” para que o público se interesse, trabalhe com a empatia e a curiosidade e, por conta disso, acesse o site, que será uma plataforma completa contendo todas as informações sobre transexualidade (o que é, quem procurar, figuras importantes...). O rosto oficial da campanha é o de Victória Vieira, uma professora do curso de Direito (Universidade Positivo), nascida em Curitiba e bem renomada em sua área. Victória, que faz parte da população trans do Brasil, abraçou a ideia desde o começo e fez questão de abraçar seu rótulo para se mostrar presente na comunidade. Para as peças Gráficas foram utilizadas frases curtas e de grande impacto (“Meu corpo é político“ e “Minha Vida não é TABU“), que ao serem lidas instigam qualquer tipo de pensamento e reflexão, trazendo à comunidade certo interesse em procurar sobre o que se trata.
FÍSICA Backlight
FÍSICA Backlight - Mockup
FÍSICA
Outdoor 1
FÍSICA Outdoor 2
FÍSICA
Outdoor - Mockup
FÍSICA
Camisetas 1
FÍSICA
Outdoor - Mockup
DIGITAL
Tela principal 1
FĂ?SICA
Camisetas 2
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Tela principal 2
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Tela principal 3
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Tela principal 4
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Tela principal 5
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Tela secundรกria 2
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Tela secundรกria 1
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Tela secundรกria 4
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Tela secundรกria 3
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Tela secundรกria 5
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Tela terciรกria
DIGITAL
Tela secundรกria 1
DIGITAL
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TELEVISIVA
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