Artigo "Funcionamento das Células HeLa"

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COMO AS CÉLULAS HeLa FUNCIONAM Por: Lucas Von, Gabriela Borelli, Gabriela Moreno e Vitória Fernandes – 3º EM

As células HeLa são uma linhagem humana de células que

apresentam um caráter imortal. Sua amostra inicial foi retirada do tumor de Henrietta Lacks, e foi utilizada em diversos experimentos, garantindo o avanço científico de diversas pesquisas, como o teste da primeira vacina para a Poliomielite.

Para explicar o funcionamento dessas células especiais, é

necessário, inicialmente, esclarecer o funcionamento das células comuns.

A vida da célula se baseia no ciclo celular, no qual, além das

funções metabólicas, também são realizadas as fases de prófase, metáfase, anáfase e telófase, que se resumem em duplicação do DNA, aumento da massa e divisão celular, originando duas novas células, derivadas da primeira.

O médico americano Leonard Hayflick descobriu em 1965 que,

em média, as células realizam esse ciclo de vida 50 vezes, passando pelo processo de divisão celular também esse mesmo número de vezes. Esse limite está diretamente ligado aos telômeros da célula e fileiras de DNA não-codificante, que estão presentes na extremidade dos cromossomos. A cada divisão celular, há o encurtamento do telômero. Com o processo de encurtamento do telômero na base do cromossomo, é estimulado o processo de envelhecimento e eventualmente de morte. Portanto, conforme a célula se aproxima desse limite, chamado de Limite de Hayflick, ela envelhece cada vez mais, se aproximando da morte.


Elizabeth Blackburn e Carol Greider, em 1985, descobriram a

enzima Telomerase. Ela é uma transcriptase reversa, que contém em sua estrutura um modelo de RNA utilizado para sintetizar o DNA do telômero. Essa enzima tem como função adicionar repetições nucleotídicas ao telômero, retardando ou, dependendo da quantidade e de sua eficácia, até mesmo impedindo o processo do encurtamento do telômero. Portanto, durante o pleno funcionamento dessa enzima, não ocorre o processo de encurtamento do telômero, efeito contrário ao das divisões celulares.

Entretanto, com o passar do tempo, a produção de telomerase é

reduzida, ou acaba perdendo sua eficiência. Assim, a taxa de reposição de nucleotídeos no telômero não consegue compensar a perda durante a divisão celular e o telômero se encurta.

Eventualmente, a célula passa pelo processo de Apoptose, ou

Morte Celular Progamada, considerado “suicídio celular”. Durante o processo de Apoptose, o núcleo da célula passa por diversas alterações metamórficas. A cromatina torna a se condensar em heterocromatina, deslocando-se para a periferia, próximo ao envoltório nuclear, modificando irregularmente o núcleo. O DNA passa por um processo de fragmentação durante a condensação da cromatina, devido à ação da endonuclease (enzima de restrição).

Após as alterações da cromatina, o núcleo também se

fragmenta, formando corpúsculos heterocromáticos. As organelas passam pelo retículo endoplasmático e podem sofrer vacuolização.


A célula perde seu formato original e prolongamentos do

citoplasma, chamados blebs, se desprendem da célula pouco a pouco, e são posteriormente fagocitados pelos macrófagos do tecido conjuntivo.

É nesse processo em que as células HeLa se diferenciam. Por

motivos ainda não totalmente esclarecidos, as células de Henrietta Lacks apresentam uma versão ativa da telomerase. Ao contrário das células comuns, a ação da telomerase não se reduz com o tempo, assim os telômeros não passam pelo processo de encurtamento, contornando o limite de Hayflick, e garantindo a característica de imortalidade, dividindo-se indefinidamente.


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