Revista Tecnologias e Educação
Foto de Capa e Sumário https://hallr.com/next-national-education-technology-plan/
Ano I - Nº1 - Maio de 2019
Diretor Geral Válter Filé
Periodicidade Anual Contato gf.apolinariols@gmail.com
Editor Gláucia Apolinario Diretor Associado Válter Filé Projeto Gráfico e Design Gláucia Apolinario
SILVA, Gláucia Fernanda Apolinario de Lima Revista Tecnologias e Educação - Nova Iguaçu, 2019. 12 p., ano 1, nº 1. Anual: 2019 Trabalho de conclusão da disciplina “Tecnologias e Educação” (IM162) Orientador: Prof. Dr. Valter Filé 1. Educação. 2. Aprendizagem Colaborativa. 3. Cultura Digital. 4. Linguagem Fotográfica. 5. Linguagem Sonora. I Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Título: Revista Tecnologias e Educação. CDD:--1
Apresentação …………………………………………………………………….. P. 3 Seção 1 - As linguagens da Cultura Digital: Conceitos……………... p. 4 Resenha - Documentário “Fake News”....................................................... p. 5 Seção 2 - As linguagens da Cultura Digital: Fotografia…………………………………………………………………………..p. 7 Galeria - Uma aula fora da sala: Arte e História no Museu na República……………………………………………………………………………. p. 9 Seção 3 - As linguagens da Cultura Digital: Som Um Podcast sobre Podcast: como aprender e ensinar através do som?………………..…………………………………………………………….… p. 11
2
A TECNOLOGIAS E EDUCAÇÃO é uma revista pautada no conceito de aprendizagem colaborativa, criada com o objetivo de compartilhar aprendizados sobre a inserção da tecnologia na sala de aula. Compartilhamos ideias e propostas pedagógicas que tenham como ponto central a tecnologia, as mídias digitais e sua relação com o aprendizado.
3
Seção 1 As linguagens da cultura digital: conceitos. Para pensar a cultura digital no contexto da educação, de modo a obter melhores resultados de desempenho, podemos pensar alguns conceitos que irão organizar e embasar o trabalho em sala de aula. Um deles é o conceito de aprendizagem colaborativa. De forma simples, pode ser entendido como o modo de construir conhecimentos através do compartilhamento de ideias, ajuda mútua e distribuição de informações de forma circular entre um determinado grupo de pessoas. Esse tipo de formato permite que as informações circulem entre os alunos, construindo o conhecimento de forma conjunta. Deste modo todos conseguem ter um protagonismo dentro da sala de aula e os saberes individuais são valorizados e utilizados para construir outros.
Esse conceito se relaciona com um outro. O conceito de inteligência coletiva. Ele pode ser entendido como o modo de pensar conjuntamente, analisando e interpretando informações, em prol da conclusão, construção ou alcance de determinado objetivo. Isso ressalta a potencialidade de se construir conhecimento e pensar em conjunto, podendo destacar para os alunos o valor do trabalho em equipe. Durante muito tempo o processo de ensino aprendizagem se manteve em um formato que contemplava apenas os saberes do professor. Pensar coletiva e colaborativamente confere protagonismo ao educando, valorizando suas experiências e saberes individuais, inclusive aqueles adquiridos fora da escola, fazendo o conhecimento se distribuir de forma circular no contexto da sala de aula, transformando a maneira como se aprende, ensina, lê e escreve.
Fonte: https://www.instituton etclaroembratel.org.b r/educacao/wp-conte nt/uploads/sites/2/20 13/11/estanteaprendi zagemcolab_1840.jp g
4
Resenha “Driblando a democracia”, Thomas Huchon - França, 2018. O filme “Driblando a Democracia” começa mostrando como um escândalo veio à tona em Londres - e posteriormente no resto do mundo - em março em 2018, colocando o Facebook no centro de uma grande polêmica: os dados pessoais de utilizadores da rede social foram usados para finalidades políticas por uma empresa inglesa chamada Cambridge Analytica. A notícia coloca em evidência diversas questões como o que acontece com os nossos dados pessoais quando compartilhados em redes sociais, se esses dados estão seguros, como sabemos se não estamos sendo manipulados pelo que vemos na internet e, principalmente, como o compartilhamento de dados e sua manipulação exerce influência na política. Isso porque os dados dos usuários americanos do Facebook coletados pela Cambridge Analytica teriam ajudado a eleger Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O documentário mostra então o papel de diferentes atores nessa trama e a função que desempenharam nesse esquema de manipulação da opinião pública. A pessoa que revelou a história foi Cristopher Wylie, numa conferência num clube de imprensa com a mídia do mundo inteiro. Ele era funcionário da cambridge Analytica
e, ciente de tudo o que havia acontecido, decidiu romper o silêncio e trazer à tona tudo sobre o desempenho da empresa na eleição de Trump, assim como o papel do Facebook. Os deputados britânicos e jornalistas conseguiram compreender como a empresa inglesa se tornou capaz de influenciar o resultado eleitoral: através de um empreendimento de manipulação cujo objetivo é prestar apoio ao candidato de um grupo reacionário e ultraconservador super poderoso que desejava impor suas ideias sobre a América. O ator principal desse grupo, e que estaria por trás da vitória de Trump, é o bilionário Robert Mercer. De acordo com o documentário, Mercer teria convicções políticas bem definidas e o desejo de promovê-las. Uma mudança nas leis americanas permitiu que Robert Mercer, e outros milionários, investissem na campanha eleitoral de 2016 através dos comitês de apoio, que agiam como grupo de pressão na campanha através dos candidatos que expressassem suas ideias políticas, transmitindo suas mensagens publicamente através deles. Além da esfera política, Mercer também expressava suas ideias de outras formas: a fundação da família Mercer apoiava financeiramente instituições e fundações com ideias reacionárias, e Robert Mercer tem seu próprio jornal, onde compartilha esse tipo de ideia.
5
Na direção do jornal está Steve Bannon, que compartilha das mesmas concepções ultraconservadoras. Em 2015 Mercer coloca Bannon como diretor da campanha de Trump, juntamente com Kellyanne Conway e David Bossie. E além disso oferece apoio financeiro e midiático ao então candidato. O trabalho de Steve Bannon na campanha foi pautado principalmente em manipulação de dados e Fake news. O apoio de Mercer a Trump significa o alinhamento das ideias e expectativas do bilionário ao então candidato. O documentário mostra então como foi feito o uso de dados dos usuários do Facebook para a campanha através de, por exemplo, algoritmos que evidenciaram, através dos dados coletados, eleitores em potencial e divulgação de notícias falsas, além de, é claro, a invasão da privacidade dos usuários e a capacidade dos mecanismos de inteligência artificial traçarem perfis completos dos usuários. Toda essa polêmica nos leva a pensar como os nossos dados pessoais poder ser vítimas de ataques e invasões de privacidade como essas. Estando numa sociedade hiperconectada todos nós estamos à mercê de ações de grupos como esse, que podem utilizar nossos dados para diversos fins. E para além da esfera pessoal pudemos, com esse episódio, nos dar conta de como até mesmo a democracia conseguiu ser atravessada por essas questões, tendo a opinião pública sido manipulada por esses grandes grupos poderosos. E mesmo o caso tendo acontecido nos EUA, nós brasileiros sabemos bem o impacto que as redes sociais, as informações divulgadas, muitas delas manipuladas, e as fake news podem exercer sobre uma campanha eleitoral pelo que aconteceu no ano de 2018.
Neste período da história brasileira conseguimos perceber o impacto das redes sociais na política, quando verdadeiras milícias digitais - que nesse caso podem ser entendidas como os grupos na internet que compartilham das mesmas opiniões e convicções e se empenham em difundi-las pela rede, seja apenas no campo das ideias ou em apoio a uma figura que as represente, confrontando e rebatendo ideias contrárias às suas - batalharam nas eleições para a presidência, tomando partido pelos grupos políticos que estavam concorrendo e evidenciando a grande polarização que tomou conta do país.
Para assistir ao documentário acesse o link https://vimeo.com/295813940,
OU use seu smartphone para ler o QR Code abaixo:
6
Seção 2 Em maio de 2019 surgiu nas redes sociais uma campanha que visa enegrecer a imagem que se construiu do renomado escritor brasileiro Machado de Assis (1939-1908), retratado até então como sendo um homem branco. Esse episódio nos faz refletir como as fotografia e as imagens tem a capacidade de comunicar mensagens nos mais diversos contextos e como podem estar passíveis a distorções e manipulações Na fotografia estão inseridas a subjetividade de quem a faz, suas ideias e seu olhar sobre o mundo, bem como o contexto histórico e social em que esse sujeito encontra-se inserido. Isso pode se aproximar ou não da realidade, como é o caso do que foi feito com a fotografia de Machado. O escritor viveu em uma época em que pessoas negras não ocupavam lugares de destaque e protagonismo na sociedade. E as mazelas desse tempo chega chegam até os dias de hoje. Contudo, saber que a sua genialidade como escritor tem sido há muito tempo reconhecida, até mesmo fora do país, mostra como ele resistiu e conseguiu, apesar do contexto, ocupar esse espaço e ser visto como um dos maiores nomes da literatura nacional. Ver e ter um homem negro ocupando um lugar de tanto privilégio na história do país é uma informação que não chegou para muitos brasileiros. Isso mostra que o racismo está intrinseco em nosso país, e inclusive impresso em uma fotografia, uma ferramenta de linguagem que pode ser usada para reforçá-lo.
7
Apesar de termos avançado em muitos sentidos, ainda há racismos a combater e espaços a ocupar. Hoje já temos diversos profissionais negros, em diversas áreas, estampando capas de revistas, escrevendo livros, fazendo vídeos, trazendo a beleza negra com orgulho a locais que antes eram impedidos de estar. É igualmente importante dar evidência ao protagonismo negro também no ambiente escolar. Muitas vezes os materiais didáticos não
Em sala de aula, uma oficina de fotografia pode ser usada para expressar o olhar dos alunos sobre o mundo que os cerca!
Machado de Assis. Fonte: Revista Veja. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/machado-de-assis-real-campa nha-quer-corrigir-branqueamento-do-escritor/
trazem fotografias, desenhos e ilustrações em que pessoas negras aparecem. E quando o fazem são, muitas vezes, ocupando posições de subordinação. Trazer para os alunos imagens que exaltem o povo negro e sua cultura é contribuir para a quebra de visões pejorativas e preconceituosas que o Brasil herdou de seu passado colonial, contribuindo para a formação de indivíduos mais empáticos e sem preconceitos.
8
Galeria
Fotos: Gláucia Apolinário - Arquivo pessoal
Uma aula de história fora das tradicionais quatro paredes rendeu, além do aprendizado histórico e cultural, belas fotografias. Elas foram tiradas no Museu da República, localizado no Catete (RJ), e sua composição foi feita de modo a valorizar a arquitetura, as esculturas, a arte e as paisagens que faziam parte de local. O enquadramento foi feito de modo a valorizar as linhas dos próprios elementos e mostrá-los da forma mais completa possível. Nos locais em que a luz natural era favorável, como nas fotos do jardim, foi possível mostrar melhor os detalhes. Em algumas fotografias a disposição da câmera num ângulo que apontava de baixo para cima evidenciou a grandeza das esculturas e do edifício. Confira a seguir algumas fotos:
Referência: FILÉ, V. Imagens, visão e conhecimento – modos de ver e modos de dar a ver. IN: KOHAN, W.; LOPES, S. e MARTINS, F.. O Ato de educar em uma lingua ainda por ser escrita. Rio de Janeiro: Nefi, 2016: 211-220.
9
DICA: Para não perder suas fotos, use a ferramenta do Google, chamada Google Fotos. Com ela você pode fazer o backup automático das fotos do seu celular ou de qualquer outro dispositivo conectado à sua conta do Google, desde que haja conexão com a internet! Perder os registros dos seus momentos mais importantes? Nunca mais!
10
Seção 3
DICA: O podcast pode ser um bom tipo de entretenimento durante um trajeto no transporte público, prática de atividade física, tarefas domésticas e diversas outros momentos. Otimize e enriqueça o seu tempo!
O podcast é um arquivo de áudio transmitido por meio da internet e que contém os mais variados conteúdos, como cinema, literatura, política e até mesmo a Educação. Gláucia Apolinario e Mirian Souza (Graduandas em História pela UFRRJ) discutiram algumas possibilidades do uso do Podcast para o Ensino de História, suas potencialidades e possíveis problemáticas. No processo de criação foi utilizado o programa “RecForge II” - um gravador de áudio para sistema Android. Para evitar ruídos e melhorar a qualidade do som foi utilizado um fone de ouvido como microfone de lapela improvisado. Além disso, gravar em uma sala silenciosa com as janelas fechadas ajudou a evitar possíveis ruídos. Tudo isso buscando melhorar a qualidade do áudio.
11
A iniciativa de se gravar um programa com esse tema vem da crescente popularização dessa ferramenta no ciberespaço, que apresenta grandes possibilidades. Essa ferramenta possibilita a aproximação de professores e/ou especialistas com um público que a todo momento se encontra conectado na grande rede, o que possibilita um maior alcance e de uma maneira eficiente, sendo uma ferramenta versátil e de fácil utilização. Nesse podcast foi discutido como pode-se utilizar essa ferramenta de áudio para ensinar. Algo parecido já vinha sendo feito com as populares “vídeo-aulas”, que são aulas em formato de vídeo geralmente gravada por professores ou especialistas no assunto em questão, ou até mesmo estudantes, e que são compartilhadas em plataformas de vídeo como o YouTube. Já o os podcasts podem ficar hospedados em plataformas digitais para áudio, como o SoundCloud e o Spotify. Eles tem a facilidade de não necessitarem de recursos visuais, podendo, por exemplo, serem ouvidos durante a prática de alguma atividade. Pensando em outra face do uso no ensino, foi discutido os problemas que podem surgir quando se abrem as possibilidades de criação de conteúdo a um público tão vasto, o que dá margem para a difusão de informações sem fundamento. Ficou curioso? Confira esse bate-papo no link abaixo:
https://soundcloud.com/mirian-souza -584627057/podcast-ensino-e-tecnolo gia
12