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1. INTRODUÇÃO
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2. REVISÃO ANATÔMICA E FUNÇÃO DO CÉREBRO
O cérebro faz parte do encéfalo, que, juntamente com a medula espinhal, forma o sistema nervoso central, cuja função é analisar os impulsos recebidos dos nervos e elaborar respostas adequadas a cada situação. O cérebro é a parte mais desenvolvida do encéfalo e onde acontecem os impulsos nervosos que nos permitem pensar, relembrar fatos e falar. É o centro da inteligência e do aprendizado. Diferentes regiões do cérebro são responsáveis pela visão, audição, olfato, paladar, movimentos automáticos, emoções, pensamento e memória. O cérebro do homem e de todos os mamíferos está dividido em duas metades, os hemisférios cerebrais, cada um controlando atividades diferentes. O hemisfério direito está associado à criatividade e a habilidades artísticas, enquanto o esquerdo relaciona-se a habilidades analíticas e matemáticas. O cérebro é formado didaticamente por dois tipos de matéria - a substância branca e a substância cinzenta. A substância branca é basicamente um conjunto de fibras (as extensões dos neurônios, os axônios e os dendritos) que sobem, descem, fazem curvas, conectam neurônios a outros, e são suportados, mantidos pelas células da glia. Já a substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios, onde há os núcleos neuronais com seu DNA, e as mesmas células de suporte, as células da glia. Na parte mais superficial do córtex, é formado de substância cinzenta, e o resto, formado de substância branca. Além de ser dividido em dois hemisférios por intermédio do corpo caloso, compreende também o tronco encefálico e o cerebelo. O córtex cerebral corresponde à camada mais externa do órgão formada por tecido rugoso de cerca de dois milímetros de espessura, sendo um importante local de processamento neural, responsável por funções complexas como memória, atenção, consciência, linguagem, percepção e pensamento. Constituída por massa cinzenta, essa estrutura permitiu ao ser humano desenvolver cultura, já que induziu a elaboração do pensamento abstrato e das representações simbólicas. Cada hemisfério contém cinco lobos. O lobo frontal está associado à atividade motora, articulação da fala, pensamento e planejamento – responsável por
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cognição e memória. O lobo parietal responde pela interpretação das sensações e pela orientação do corpo. O lobo occipital interpreta a visão. Nos lobos temporais as emoções e a memória são trabalhadas, fornecendo ao indivíduo a capacidade de identificar e interpretar objetos ao recuperar informações passadas. A base do cérebro é composta por gânglios basais, tálamo e hipotálamo, atuando na coordenação de movimentos, organização da transmissão e recepção das informações sensoriais e atividades automáticas do corpo, respectivamente. A função do tronco cerebral é regular atividades como a deglutição e a frequência cardíaca. O cerebelo, abaixo do cérebro e sobre o tronco cerebral, coordena os movimentos do corpo ao utilizar as informações enviadas pelo cérebro a respeito dos membros.
3. HIPOTÁLAMO
O hipotálamo é uma região do encéfalo dos mamíferos, localizado abaixo do tálamo e acima da hipófise (no interior central dos dois hemisférios cerebrais). Ele é uma pequena parte do diencéfalo, sendo considerado uma dos mais importantes estruturas do sistema nervoso central. O hipotálamo possui vias de ligação com todos
os
níveis
do sistema
límbico.
Liga-se
ao Sistema
Nervoso
e
ao Sistema Endócrino, controlando a maioria das funções vegetativas, endócrinas, comportamentais e emocionais do corpo. Representa cerca de 1% da massa total do encéfalo, ou seja, é um órgão muito pequeno, mas de importância indiscutível. Está relacionado com a regulação da temperatura corpórea, apetite, atividade gastrintestinal, regulação hídrica, atividade sexual e emoções. É composto por substância cinzenta, possuindo vários núcleos e os neurônios possuem receptores moleculares para os sinais químicos que estão circulando.
3.1. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
• Possui dimensão pequena (pouco maior do que um grão de feijão).
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• Formado por células de matéria cinzenta. • Está conectado com outras estruturas do corpo humano como, por exemplo, sistema límbico, tálamo, hipófise e área pré-frontal.
3.2. FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO
• Controla o sistema nervoso autônomo dos seres humanos; • Atua no controle da temperatura do corpo humano; • Controla e regula os processos de sede e fome; • Atua no controle das emoções e comportamentos (funções exercidas em conjunto com o sistema límbico); • Atua no processo de contração muscular (cardíaco e liso); • Atua na regulação de secreção de diversas glândulas que produzem hormônios; • Age no controle de vários hormônios pela hipófise; • Age nos processos relacionados ao desejo sexual; • Regula os estados de consciência e ritmos circadianos (horários de vigília e sono).
4. TRONCO CEREBRAL
O tronco cerebral é o centro anatómico do encéfalo. É formado pelo bolbo raquideano, a protuberância ou ponte e pelo mesencéfalo. Através do tronco cerebral passam todas as vias sensoriais, exceto a via olfativa e a via óptica e nele se encontram os núcleos das referidas vias cada um com o seu próprio papel funcional. No caso da via auditiva, os seu principais núcleos são: núcleos cocleares, complexo olivar superior, lemnisco lateral e o seu núcleo, e o colículo inferior. 4.1. FUNÇÕES ESPECIAIS
• Controle da Respiração
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• Controle do Sistema Cardiovascular • Controle da Função Gastrintestinal • Controle de muitos Movimentos Corporais Estereotipados • Controle do Equilíbrio • Controle dos Movimentos Oculares
5. REVISÃO ANATÔMICA E FUNÇÃO DOS NEURÔNIOS
O sistema nervoso possui dois tipos celulares: a célula da neuroglia (ou células da glia) que conferem a estrutura ao SN e os neurônios que são as unidades funcionais do SN. Os neurônios têm a incrível habilidade de juntar e transmitir sinais eletroquímicos. Os neurônios compartilham as mesmas características e têm as mesmas partes que as outras células, mas o aspecto eletroquímico os deixa transmitir sinais por longas distâncias e passar mensagens de um para o outro. Os neurônios possuem três partes básicas: corpo celular, axônio e dendritos. Corpo celular - essa parte principal contém todos os componentes necessários da célula, como o núcleo (que contém DNA), retículo endoplasmático e ribossomos (para construir proteínas) e mitocôndria (para produzir energia). Se o corpo celular morrer, o neurônio morre. Axônio - essa projeção da célula, longa e semelhante a um cabo, transporta a mensagem eletroquímica (impulso nervoso ou potencial de ação) pela extensão da célula; dependendo do tipo do neurônio, os axônios podem ser cobertos por uma fina camada de mielina, como um fio elétrico com isolamento. A mielina é feita de gordura e ajuda a acelerar a transmissão de um impulso nervoso através de um axônio longo. Os neurônios com mielina costumam ser encontrados nos nervos periféricos (neurônios sensoriais e motores), ao passo que os neurônios sem mielina são encontrados no cérebro e na medula espinhal. Dendritos ou terminações nervosas - essas projeções pequenas e semelhantes a galhos realizam as conexões com outras células e permitem que o neurônio se comunique com outras células ou perceba o ambiente a seu redor. Os dendritos podem se localizar em uma ou nas duas terminações da célula.
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Os neurônios podem ser classificados em quatro tipos básicos, levando em consideração sua forma: Neurônios multipolares - Possuem mais de dois prolongamentos celulares. A maioria dos neurônios de nosso corpo é classificada como esse tipo. Neurônios bipolares - Possuem apenas um dendrito e um axônio. Neurônios pseudounipolares - Apresentam apenas um prolongamento que parte do corpo celular, dividindo-se, posteriormente, em dois. Um dos ramos assume o papel de dendrito e o outro de axônio. Neurônios unipolares - Possuem apenas um axônio.
5.1. CLASSIFICAÇÃO DE A CORDO COM A FUNÇÃO DOS NEURÔNIOS
Sensitivos ou aferentes – Recebem os estímulos produzidos fora do corpo e internamente. Motores ou eferentes – Conduzem o impulso nervoso para glândulas, músculos lisos e estriados. Interneurônios – São aqueles que conectam um neurônio a outro, sendo encontrados no SNC.
6. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP)
6.1. ANATOMIA
O sistema nervoso periférico (SNP) é aquele localizado fora do esqueleto axial (ou seja, fora da cavidade craniana e canal vertebral). Constitui-se basicamente de nervos (12 pares cranianos e 31 pares espinhais), gânglios e terminações nervosas.
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O SNP abrange todos os nervos cranianos (exceto o 1º e o 2º), raízes nervosas, gânglios espinais, nervos segmentares, plexos nervosos e nervos de membros. O papel do SNP é simples, porém vital: conectar o sistema nervoso central (SNC) ao ambiente externo e ao milieu intérieur do corpo. Os nervos periféricos são compostos por fascículos de endoneuro, que contêm vários milhares de axônios e também diversas células de sustentação. Cada fascículo endoneural está envolto por um envelope de perineuro (várias camadas concêntricas de células fibroblasto-símile). Os troncos nervosos são compostos por vários fascículos endoneurais que são unidos pelo epineuro (uma estrutura frouxa de colágeno e fibroblastos). Existem 2 redes complementares de vasos sanguíneos junto aos nervos: • Um sistema epineural de arteríolas e vênulas, que são tributárias dos principais
vasos dos membros; • Uma série de microvasos do tipo capilares junto ao endoneuro. As anastomoses
existentes entre estas 2 redes são extensivas e resultam em um robusto sistema de suprimento.
6.2. DIVISÃO E FUNÇÃO
O Sistema Nervoso Periférico é dividido em duas partes o sistema nervoso somático e o sistema nervoso autónomo.
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6.2.1. SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO
A divisão somática é responsável pelo controle da musculatura esquelética e pela transmissão de informação dos órgãos sensoriais. Engloba vários nervos que se ramificam a partir do SNC e são sensoriais ou aferentes e motores ou eferentes. Os nervos sensoriais recolhem da periferia as excitações que conduzem ao SNC, traduzindo-se depois em sensação táctil, térmica, etc. São os nervos motores que conduzem do SNC o estímulo que vai fazer contrair os músculos, segregar as glândulas, etc. Orientando deste modo diversos comportamentos (ex.: andar, escrever, chorar,...). Os nervos de conexão permitem estabelecer a relação entre nervos sensitivos e nervos motores.
6.2.2. SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO
A divisão autónoma (SNA) controla as diversas estruturas viscerais responsáveis pelos processos vitais básicos, como o coração, os vasos sanguíneos, o sistema digestivo, os órgãos sexuais, entre outros e funciona de modo automático. O sistema nervoso autónomo compõem-se em duas divisões, as quais estimulam vários órgãos e glândulas: a divisão simpática e a parassimpática. 6.2.2.1. SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO
O SNPA simpático é composto por nervos raquidianos que partem do meio da medula, ou seja, das regiões torácica e lombar da medula espinhal. Já o SNPA parassimpático é composto por nervos cranianos que partem do encéfalo; e por nervos raquidianos, que partem da extremidade final da medula espinhal. O neurotransmissor liberado pelos nervos do SNPA simpático é a noradrenalina, e por vezes a adrenalina; enquanto o neurotransmissor dos nervos do SNPA parassimpático é a acetilcolina.
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O modo como cada sistema age irá depender, pois as neurofibras nervosas simpáticas e parassimpáticas regulam os mesmos órgãos, mas sempre agem em oposição, sendo que enquanto uma estimula, a outra inibe. Por exemplo, o coração
é
estimulado
pelo SNPA
simpático,
mas
é
inibido
pelo SNPA
parassimpático, enquanto que na musculatura do tubo digestório o SNPA simpático inibe e o SNPA parassimpático estimula a peristalse.
7. REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL
Para a manutenção de uma temperatura corporal estável, é essencial a integridade de todos os elementos envolvidos na sua regulação, nomeadamente os sensores térmicos, o centro integrador e de comando e os sistemas eferentes. 7.1. SENSORES TÉRMICOS
7.1.1. HIPOTÁLAMO ANTERIOR E ÁREA PRÉ-ÓPTICA
Contêm neurónios sensíveis ao calor e neurónios sensíveis ao frio (estes em maior número). São estimulados por variações da temperatura do sangue que perfunde essa área - rede vascular especializada com função de barreira hematoencefálica limitada denominada organum vasculosum laminae terminalis. A estimulação térmica destes neurónios traduz-se por um aumento da frequência dos impulsos emitidos por segundo. 7.1.2. RECEPTORES CUTÂNEOS TÉRMICOS
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São de dois tipo: sensíveis ao frio (em maior número) ou sensíveis ao calor. A informação transmitida por estes receptores é enriquecida pela informação proveniente de receptores da dor especificamente estimulados por variações extremas da temperatura, o que explica que estas possam ser percebidas como dor. O grau de estimulação (impulsos/segundos) dos distintos receptores térmicos permite ao ser humano uma gradação das sensações térmicas. A rapidez de instalação da temperatura também modula o grau de estimulação, verificando-se que a persistência da exposição a uma determinada temperatura origina progressivamente uma menor estimulação dos receptores térmicos – fenómeno de adaptação. Os receptores térmicos localizam-se imediatamente abaixo da pele e distribuem-se em diferentes percentagens consoante a área corporal. Os receptores do frio são consistentemente mais numerosos, contudo a relação entre receptores frio/calor pode variar de 3:1 a 10:1. A existência de um maior número de receptores sensíveis ao frio deve-se ao fato de, num meio ambiente neutro, a taxa metabólica do ser humano produzir consistentemente mais calor do que é necessário para manter a temperatura corporal central a 37ºC. A informação dos receptores térmicos progride juntamente com a informação dos receptores dolorosos cutâneos no interior de fibras C não mielinizadas (velocidade de transmissão 0.4 – 2m/s), e de fibras A delta pequenas mielinizadas (velocidade de transmissão 20m/s) até à lamina superficial do corno dorsal da medula espinal. Seguidamente cruzam a linha média, dirigindo-se então no sentido ascendente através do trato espinotalâmico contralateral até à formação reticular pontina e os núcleos posterolateral ou ventrolateral do tálamo. A informação progride posteriormente para o hipotálamo. 7.1.3. RECEPTORES EXISTENTES EM ORGÃOS CORPORAIS PROFUNDOS
Presentes ao nível da medula espinal, vísceras abdominais, dentro e à volta dos grandes vasos situados no tórax e abdómen, apresentando uma sensibilidade mais acentuada para diminuições da temperatura corporal central.
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7.2. CENTRO INTEGRADOR
Os sinais provenientes de todos os tipos de receptores citados anteriormente são integrados ao nível do hipotálamo → centro integrador. Após a integração das diferentes informações aferentes e comparação das mesmas com o ponto de regulação térmica, são emitidas informações para diversos orgãos ou sistemas eferentes dependendo do tipo de resposta a estimular – promoção do ganho ou da perda de calor.
7.3. SISTEMAS EFERENTES
• SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)
Ao nível do sistema nervoso central, mais propriamente no córtex cerebral,
a
percepção
de
variações
da
temperatura
leva
a
alterações
comportamentais, isto é, respostas voluntárias, importantes na prevenção da hipo ou hipertermia. Incluem o deslocamento para áreas mais quentes ou mais frias, remoção ou adição de roupas, diminuição ou aumento da atividade, e aumento ou diminuição das áreas de pele exposta. Sistema Nervoso Autónomo é responsável pela regulação de múltiplos mecanismos essenciais para uma regulação eficiente da temperatura.
8. REGULAÇÃO DE ÁGUA CORPORAL
Existem 4 formas pelas quais há perda de água:
12
•
Urina – é excretada pelos rins. O principal mecanismo pelo qual o corpo mantém um equilíbrio entre a ingestão e a excreção de água é precisamente a regulação renal. O rim tem de ajustar a excreção de água e eletrólitos de forma a manter o equilíbrio eletrolítico.
•
Fezes – é também uma das formas de perder água, embora seja num volume muito reduzido. Esta perda torna-se grave em caso de diarreia intensa, que pode levar a uma desidratação grave e eventual morte, se não for tratada rapidamente 1
•
Perdas insensíveis – não nos apercebemos delas, acontecem através da respiração, pela libertação de vapor de água, e através da pele, por difusão. Esta última acontece mesmo na ausência de glândulas sudoríparas e é minimizada pela camada de células cutâneas e pela própria gordura da pele. Por exemplo, em queimaduras extensas, quando a camada de células da pele é destruída, a perda de água pela pele pode ascender aos 3-5 litros/ dia.
• Sudorese
– esta perda também é variável, porque depende muito do nível de
atividade física e da temperatura ambiente. Quanto mais intensa for a atividade física e mais elevada for a temperatura do ar, maior é a necessidade de hidratação. É pela sudorese que conseguimos baixar a temperatura corporal em climas muito quentes. Para além de água, o suor contém eletrólitos como o sódio e o cloro (ver Tabela 2.1A). Portanto, a reposição de água deverá acompanhar-se da reposição eletrolítica. Perdas anormais ocorrem através de vomito, hemorragia, drenagem de fistula, exsudato de queimadura e ferimentos, drenagem por sonda cirúrgica ou nasogástrica e ingestão diurética e podem levar a morte do indivíduo quando os mecanismo de controle homeostáticos não forem suficientes para garantir a demanda de água que o organismo requer para manter seu metabolismo. Quando o consumo de água é insuficiente ou a perda de água é excessiva, os rins compensam conservando a água e excretando uma urina mais concentrada. Os túbulos renais aumentam a reabsorção de água em resposta à ação hormonal do ADH. O equilíbrio de água esta diretamente relacionado ao funcionamento homeostático do meio interno. 8.1. REGULAÇÃO DO BALANÇO HÍDRICO
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A regulação do balanço hídrico depende de mecanismos hipotalâmicos de controlo de sede, da hormona antidiurética, da capacidade em reter ou excretar água da função renal e das perdas por respiração e transpiração. Função renal – O rim consegue excretar urina mais ou menos concentrada. Quando há défice de água, a urina fica mais concentrada e, pelo contrário, quando há excesso de água, a urina fica mais diluída. Isto é possível por ação da hormona antidiurética (ADH), que funciona por um mecanismo de feedback. Quando existe uma grande concentração de solutos nos líquidos corporais, a glândula hipofisária secreta ADH que aumenta a permeabilidade de certas áreas do rim que vão reabsorver e logo poupar água, saindo a urina mais concentrada. Se existir excesso de água no organismo, o efeito é contrário, e a água sairá em maior quantidade na urina. Sede – Outro mecanismo que regula a entrada de líquidos no organismo é a sensação de sede. A sede é o desejo consciente de ingerir água e responde a estímulos: Concentração do líquido extracelular – Um dos principais estímulos da sede é o aumento de concentração deste líquido. Um aumento da concentração de sódio no líquido extracelular leva a água do meio intracelular a sair da célula. Isto vai estimular a sede, com o objetivo de equilibrar a concentração dos dois líquidos. Uma alteração de 2% no líquido extracelular é suficiente para desencadear a sensação de sede e a libertação de hormona antidiurética 8. Angiotensina II – uma vez que é estimulada por fatores associados a hipovolémia e baixa pressão sanguínea, também ajuda a regular a sede com o objetivo de repor o volume e pressão normais. Secura da boca e das membranas do esófago – estes são outros fatores que podem dar sensação de sede e levar a um aumento da ingestão de líquidos. 8.2. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES NA HOMEOSTASE DOS LÍQUIDOS CORPORAIS
Entre as principais alterações na homeostase dos líquidos corporais estão as variações de volume e pressão, tanto dos meios intra como extracelular, como também as variações da osmolalidade destes meios, que normalmente são mantidos dentro de estreitos limites de funcionamento do organismo.Pequenas
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alterações de volume ou osmolalidade são responsáveis pelo recrutamento e ativação de mecanismos específicos de controle dos líquidos corporais. 8.2.1. VARIAÇÕES OSMÓTICAS
Variações da osmolalidade do líquido extracelular (LEC), bem como, estudos com injeções centrais sugerem que a região AV3V (que compreende: órgão subfornical (OSF), órgão vasculoso da lâmina terminal (OVLT), núcleo mediano preóptico dorsal e ventral (MnPO), núcleo periventricular hipotalâmico anterior) caracterizam-se como estruturas sensíveis à concentração de sódio (variação da osmolalidade) e a angiotensina, promovendo sede, liberação de vasopressina (AVP) e respostas pressoras. Normalmente, variações de osmolalidade plasmática, da ordem de 1-2% induzem aumento da secreção de vasopressina. 8.2.2. VARIAÇÕES DE VOLUME E PRESSÃO.
As variações de volume e de pressão (10-15%) dos líquidos nos leitos vasculares constituem outra importante alteração, sendo estas, aferidas por receptores localizados em regiões de alta e baixa pressão, presentes em algumas vísceras, grande vasos e até mesmo no coração. 8.2.2.1. RECEPTORES
8.2.2.1.1.
RECEPTORES DE OSMOLALIDADE Os principais osmorreceptores conhecidos estão localizados em regiões
hipotalâmicas
desprovidas
de
barreira
hematoencefálica,
dos
órgãos
circunventriculares, principalmente OSF e OVLT. 8.2.2.1.2.
RECEPTORES DE VOLUME E PRESSÃO Os mecanoreceptores (receptores de estiramento) detectam as variações
de volume e pressão dentro do sistema vascular. Estes receptores estão situados em duas grandes regiões: regiões de baixa ou alta pressão.
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Regiões
vasculares
de
baixa
pressão
sangüínea
(receptores
cardiopulmonares): Localizam-se principalmente nos átrios cardíacos, nos vasos pulmonares e regiões do sistema circulatório de baixa pressão. Regiões vasculares de alta pressão sangüínea (baroreceptores): arco aórtico, região sino-aórtica e arteríolas aferentes renais e regiões do sistema circulatório de alta pressão arterial. As informações provenientes dos receptores de estiramento periféricos chegam ao SNC principalmente através do núcleo do trato solitário (NTS), onde a partir deste as informações são projetadas para várias áreas centrais responsáveis pela integração e elaboração da resposta efetora. Integração Central Áreas encefálicas e circuitos neurais específicos participam da liberação de neuro-hormônios e neurotransmissores envolvidos nas respostas
autonômicas
e
comportamentais
de
manutenção
do
equilíbrio
hidroeletrolítico.
9. REGULAÇÃO CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular é em última análise o responsável pela nutrição e suprimentos vitais necessários para a sobrevivência celular. As diferentes pressões encontradas no sistema, refletindo diferentes níveis de energia, garantem o fluxo e refluxo de nutrientes para os diferentes tecidos na alta velocidade requerida no caso dos mamíferos. Embora o sistema cardiovascular possa operar, como sistema hidráulico, até depois da destruição completa do sistema nervoso, é este que detém, os mecanismos refinados de ajuste capazes de regular e manter em níveis adequados a pressão arterial, a frequência cardíaca e o débito cardíaco. É também ele que permite, através dos reflexos, a operação destas variáveis em resposta à agressões sofridas ou modificações ocorridas quer interna quer externamente ao organismo. Esta regulação neural do sistema cardiovascular envolve a ativação de diferentes
grupos
de
sensores
periféricos
(pressorreceptores,
receptores
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cardiopulmonares e quimiorreceptores, entre outros). Esses sensores periféricos enviam aferências para o sistema nervoso central (SNC), particularmente para o bulbo, através dos nervos vago e glossofaríngeo. Essas informações chegam ao SNC onde são processadas e então ocorre uma modulação das vias autonômicas eferentes que por sua vez vão controlar a frequência cardíaca, o volume sistólico (força de contração) e a resistência periférica, determinando os níveis de pressão arterial; ajustes de volume sanguíneo também são efetuados por controle neural.
10. REGULAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO
O comportamento alimentar é controlado pelas sensações de fome, apetite e saciedade e estas são decorrentes da interação de diversos fatores tais como hábito, disponibilidade de alimentos, fatores sociais e culturais, ritmo circadiano e da interação de diversos sinais fisiológicos de regulação. A regulação do consumo alimentar e do armazenamento de energia é feita por fatores neuronais, endócrinos, adipocitários e intestinais, por exemplo. 10.1. FATORES NEURONAIS
A ingestão alimentar e o gasto calórico são regulados pela região hipotalâmica do cérebro, além de o apetite ser regulado pelo hipotálamo. Atualmente sabe-se que no hipotálamo há dois grupos de neuropeptídeos (estrutura capaz de modular certos aspectos da função neuronal) envolvidos nos processos orexígenos (estimula a fome) e anorexígenos (inibe a fome). Sabe-se também que os neurônios (células nervosas) que expressam esses neuropeptídeos interagem com outros fatores (leptina, insulina e etc.), que veremos a seguir. 10.2. FATORES ENDÓCRINOS E ADIPOCITÁRIOS
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O tecido adiposo (ou tecido gorduroso) é constituído por células. As células que ali encontram-se, são chamadas de adipócitos. Essas células são capazes de produzir e secretar hormônios, como a leptina, principal hormônio associado ao controle de peso. A leptina tem uma ação conjunta muito forte com a insulina (hormônio produzido no pâncreas). A leptina age no hipotálamo, promovendo sensação de saciedade e regulando o balanço energético. A insulina aumenta a captação de glicose promovendo uma queda da glicemia sanguínea, o que serve de estímulo para o apetite. É importante ressaltar que essa ação da insulina é perfeitamente normal, e ocorre em qualquer organismo. A questão é a rapidez em que essa captação da glicose acontece. 10.3. FATORES INTESTINAIS
O simples fato de existir alimentos no trato gastrointestinal favorece a modulação do apetite, através da secreção de diversas substâncias. Essas substâncias combinadas aos outros fatores, como os ditos aqui, agem no sistema nervoso central regulando a fome e a saciedade. • O CCK (Colecistoquinina) além de promover a saciedade, induz a secreção
pancreática e biliar, ou seja, favorece a digestão. • Os peptídeos YY e PYY também são inibidores da ingestão alimentar, sua
regulação parece ser neural, já que seus níveis no sangue estão bastante elevados imediatamente a ingestão alimentar. • A OXM (Oxintomodulina) é mais um inibidor da ingestão alimentar a curto prazo,
age diminuindo o apetite e diminui a concentração sanguínea da grelina, que falaremos a seguir. A OXM é secretada nas porções finais no intestino, assim como o GLP1 (Glucagon-like-peptide), que atua inibindo o esvaziamento do estômago, promovendo uma sensação de saciedade mais prolongada. A grelina, secretada pela mucosa gástrica é um dos mais importantes sinalizadores da ingestão alimentar. Durante período de jejum e momentos antes de uma refeição sua concentração é alta, caindo logo depois, devido ação da OXM. Sua ação é estimular o apetite, além das secreções gástricas e a motilidade (movimento de digestão).
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A presença e ação da grelina é inversamente proporcional a leptina. Percebe-se então a participação ativa da grelina no balanço energético, uma vez que ela está envolvida no estimulo para se iniciar uma refeição. Em humanos, doses fisiológicas de grelina e orexinas estimulam o apetite enquanto que a leptina, o PYY e a OXM, inibem. Para regulação da ingestão de alimentos e de armazenamento de energia, uma série de fatores neuronais, intestinais, endócrinos e adipocitários atuam e interagem, e a identificação de todos os centros envolvidos e as evidências de suas inter-relações demonstram a complexidade do comportamento alimentar e da homeostase energética.
11. PATOLOGIAS
A neuropatia periférica é uma condição comum que afeta os nervos periféricos, responsáveis por encaminhar informações do cérebro e da medula espinhal para o restante do corpo. A neuropatia periférica pode causar danos permanentes aos nervos, sendo muitas vezes um problema incapacitante e até mesmo fatal. Há inúmeros fatores que podem estar por trás deste problema, como: Alcoolismo, má alimentação, deficiência de nutrientes no corpo, doenças auto imunes e outros. • Doenças Autoimunes
Síndrome de Sjogren, Lúpus, Artrite reumatoide, Síndrome de GuillainBarré, Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica, Vasculite necrotizante • Diabetes
Quando o dano ocorre em vários nervos, é geralmente o diabetes que está por trás. Pelo menos metade das pessoas com essa condição desenvolve algum tipo de neuropatia, já que existem diversas formas de neuropatia causada por diabetes. • Exposição a venenos
A exposição a algumas substâncias tóxicas, tais como metais pesados ou produtos químicos, também pode levar a um caso de neuropatia periférica.
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• Medicações
Certos
medicamentos,
especialmente
aqueles
utilizados
em
quimioterapias, podem causar neuropatia periférica. • Infecções
Algumas infecções virais e bacterianas podem causar neuropatia periférica, incluindo a doença de Lyme, herpes-zóster, vírus de Epstein-Barr, vírus da hepatite C, hanseníase, difteria e HIV. • Doenças hereditárias
Distúrbios como a doença de Charcot-Marie-Tooth são tipos hereditários de neuropatia periférica. • Trauma ou pressão sobre o nervo
Traumas, como acidentes, quedas ou lesões esportivas podem romper ou danificar os nervos periféricos. Pressão sobre os nervos podem resultar da repetição excessiva de movimentos. • Tumores
O surgimento de tumores pode colocar pressão sobre os nervos próximos a ele. Tanto os tumores benignos quanto os malignos podem contribuir para a neuropatia periférica. • Deficiências da vitamina
Deficiências
de
Vitaminas
B,
incluindo
B-1,
B-6
e
B-12,
são
particularmente importantes para a saúde do nervo. A vitamina E e niacina também são fundamentais neste sentido. Não ter quantidade suficiente dessas vitaminas no corpo pode levar a danos no sistema nervoso periférico. • Outras doenças
Doença
renal,
doença
hepática,
doenças
do
tecido
conjuntivo,
hipotireoidismo e amiloidose também podem causar neuropatia periférica. 11.1.
SINTOMAS
Os sinais e sintomas da neuropatia periférica dependem principalmente do nervo que foi lesado. Os sintomas também dependem se a lesão afeta apenas um nervo, vários nervos ou o corpo todo.
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• Dor e dormência
Formigamento, dormência e sensação de queimação nos braços e nas pernas podem ser sinais precoces de nervo lesionado. Essas sensações geralmente iniciam nos pés, dedos dos pés e nas pernas. Pode haver, ainda, a perda da sensação das pernas e dos braços. Por essa razão, uma pessoa com esse problema talvez não perceba se pisar em algo pontiagudo e talvez não consiga sentir a diferença entre superfícies frias ou quentes. • Problemas musculares
Os danos causados aos nervos podem dificultar o controle dos músculos e causar fraqueza, além de problemas para mover uma parte do corpo. Tarefas simples, como abotoar uma camisa, podem se tornar mais difíceis por causa da neuropatia periférica. É possível que a pessoa note, também, contrações ou cãibras em seus músculos. Os músculos podem diminuir. • Problemas com órgãos do corpo
Pessoas com danos nervosos podem ter dificuldade para digerir os alimentos. Azia, vômitos, náuseas, tontura, fraqueza e problemas para deglutição são alguns dos principais sintomas. A angina é uma dor no peito que funciona como sinal de aviso para doença ou ataque cardíaco. O nervo danificado pela neuropatia periférica pode "ocultar" esse sinal de aviso. 11.2.
DOENÇA
DO
NEURÔNIO
MOTOR
(“MIELOPATIAS”
PURAMENTE
MOTORAS) As doenças do neurônio motor são um grupo de enfermidades neurobiológicas que afetam seletivamente neurônios motores da porção anterior da medula ou do tronco cerebral, as células que controlam a atividade muscular voluntária, incluindo a fala, o caminhar, a respiração, a deglutição e o movimento geral do corpo. A principal representante deste grupo é a esclerose lateral amiotrófica, de prognóstico variável, geralmente reservado.
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11.2.1.
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é provocada pela degeneração
progressiva no primeiro neurônio motor superior no cérebro e no segundo neurônio motor inferior na medula espinhal. Esses neurônios são células nervosas especializadas que, ao perderem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos, dão origem à doença. 11.3. DOENÇA DOS NERVOS E DAS RAÍZES OU POLINEUROPATIA
É um distúrbio neurológico que ocorre quando simultaneamente muitos nervos periféricos por todo o corpo começam a não funcionar corretamente. Pode ser aguda (síndrome de Guillain-Barré) e aparecer sem nenhum aviso, ou pode ser crônica (diabetes, deficiência de vitamina B12 etc) e se desenvolver gradualmente ao longo do tempo. Muitas polineuropatias possuem envolvimento motor e sensorial, e outras possuem disfunção autonômica. Outras situações comuns são as compressões focais de nervo, onde a síndrome do túnel do carpo (nervo mediano no punho) é a de longe a mais frequente na prática clínica. Polineuropatia é definida
como
um
distúrbio
simultâneo
de
diversos nervos periféricos no organismo todo. Pode ser aguda ou crônica, de desenvolvimento gradativo. Existem diferentes etiologias para esse distúrbio, como: • Infecções,
em consequência de toxinas sintetizadas por bactérias ou uma reação
auto-imune; • Substâncias
tóxicas podem levar à lesão de nervos periféricos, resultando em uma
polineuropatia ou, menos frequentemente, uma mononeuropatia; • Deficiências
nutricionais e problemas metabólicos, como, por exemplo, escassez
de vitamina B; • Mau
controle da glicemia em indivíduos diabéticos. A forma mais comumente
encontrada de neuropatia diabética, conhecida como polineuropaita distal, gera uma sensação de formigamento ou queimação nas mãos e nos pés. O diabetes também pode levar à mononeuropatia ou mononeuropatia múltipla que causa fraqueza habitualmente de um olho e da musculatura da coxa.
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Dentre as manifestações clínicas, as mais relevantes na polinuropatia crônica são o formigamento, a dormência, dor semelhante à de uma queimação e incapacidade de sentir vibrações ou a posição dos membros superiores, dos membros inferiores e das articulações. Geralmente, a sensação dolorosa intensifica-se durante a noite e pode tornar-se mais severa quando a área sensível é palpada ou quando há uma mudança de temperatura. 11.4. DOENÇA DA JUNÇÃO DO NERVO COM O MÚSCULO (PLACA MOTORA)
A miastenia grave ou miastenia gravis é o principal representante. Tratase de uma doença que causa fraqueza e fadiga anormalmente rápida dos músculos voluntários. A fraqueza é causada por um defeito na transmissão dos impulsos dos nervos para os músculos. A doença raramente é fatal, mas pode ameaçar a vida quando atinge os músculos da deglutição e da respiração. 11.5. DOENÇAS DO MÚSCULO OU MIOPATIAS
Afecções que acometem as fibras musculares, resultando principalmente em fraqueza, Cãibras musculares, rigidez, espasmo, tetania entre outros. Causas múltiplas, até medicamentosas. O diagnóstico é baseado na clínica, dosagem de enzimas musculares e exame do DNA. 11.5.1.
DISTROFIAS MUSCULARES São doenças provocadas pela mutação de genes que são responsáveis
pela produção de proteínas do tecido muscular. Existem mais de 30 doenças nesse grupo. As mais comuns, de início na infância, são distrofia de Duchenne e a distrofia de Becker. Já na idade adulta a mais comum á a distrofia tipo fácio-escápulo-umeral. Existem formas mais graves e mais leves neste grupo. 11.5.2.
DISTROFIA MIOTÔNICA (DOENÇA DE STEINERT)
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É a forma de doença muscular genética mais comum. Atinge pessoas de ambos os sexos e inicia-se com maior frequência entre 10 e 30 anos de idade. Destaca-se a fraqueza muscular progressiva, atrofia na região dos ombros e franca dificuldade para relaxar a musculatura das mãos. Associa-se queda das pálpebras, tendência à arritmia cardíaca e, nos homens, calvície frontal precoce e infertilidade. 11.5.3.
MIOPATIAS INFLAMATÓRIAS Grupo importante de miopatias adquiridas. Está relacionada à inflamação
muscular e destruição das fibras. Várias condições podem levar a essa inflamação, tais como infecções, tumores ocultos e doenças reumáticas. O paciente apresenta, além da fraqueza, dores musculares, evidência laboratorial de destruição muscular e, eventualmente, lesões de pele. 11.5.4.
OUTRAS MIOPATIAS IMPORTANTES A lesão muscular pode ser causada por medicamentos (como corticoides,
remédios para reduzir o colesterol, anti-arritmias, entre outros). Pode também ser causado por disfunções metabólicas, funcionamento inadequado da glândula tireoide, ou mesmo, doenças críticas que mantém o paciente muito tempo na UTI. 12. RELAÇÃO COM A PRÁTICA
Entre as especialidades que podem diagnosticar uma neuropatia periférica estão: •
Clínica médica
•
Neurologia
•
Imunologia
•
Oncologia
•
Endocrinologia. O diagnóstico da Neuropatia Periférica normalmente é difícil porque os sintomas são variáveis. Um exame neurológico minucioso é necessário, além de um extenso histórico do paciente, principalmente no tocante a sintomas, ambiente
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de trabalho, hábitos sociais, exposição a agentes tóxicos, alcoolismo, fatores de risco para doenças infecciosas, além de antecedentes familiares.
12.1. EXAMES FÍSICOS FEITO POR ENFERMEIROS
As Neuropatias Periféricas contribuem para perda de reflexos (bem como as lesões em nervos motores). Perda da sensibilidade da posição das articulações torna os pacientes incapazes de coordenar movimentos complexos do tipo andar, abotoar ou manter-se em pé de olhos fechados, portanto, os exames físicos são indispensáveis na elaboração do diagnóstico do paciente. • Estimular a sensação de vibração de membros por meio de diapasão: iniciar a técnica nos dedos hálux dos pés, realizar movimentos em direção aos tornozelos e avaliar pulsos. • Propriocepção (localizar em qual posição está uma parte do corpo no espaço): segurar os lados do dedo hálux e afastar os demais, mostrar ao paciente como se move o dedo para cima e para baixo ao explicar o teste. Instruir o paciente para fechar os olhos e mover o dedo para cima e para baixo e dizer em qual posição está o dedo do pé. Recomenda-se repetir o teste com todos os dedos do pés e das mãos. • Discriminação de dois pontos no antebraço: primeiramente, o enfermeiro deve abrir um clipe de papel ou pino em segurança. Tocar com esse objeto em dois pontos alternados na superfície do antebraço do paciente (cerca de 0,5 mm de distância entre os pontos). A finalidade desse teste é determinar se o paciente pode apontar uma discriminação entre dois estímulos dolorosos e não dolorosos com os olhos fechados. • Teste de caminhada em linha: instruir o paciente a andar em linha reta, pisando do calcanhar até os dedos para avaliar a ataxia (incapacidade de caminhar sem perder o equilíbrio). Esse teste é importante para avaliar a alteração da propriocepção ou doenças que acometem o cerebelo. • Stereognosia: instruir o paciente a fechar os olhos. A partir daí, o enfermeiro deve colocar um objeto familiar (por exemplo, moedas, chaves, clipe de papel) na palma da mão do paciente, que, de olhos fechados, deverá informar qual objeto é aquele.
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Com essa intervenção é possível avaliar a capacidade estereognóstica dos sentidos de toque e posição. Avaliação da sensibilidade inclui o estudo da sensibilidade vibratória, toque superficial, posição das articulações, temperatura e dor, revelando dano sensitivo e quais tipos de fibras estão envolvidas. Nos exames Físicos é necessário observar a redução e ausência de reflexos e sensibilidade no paciente. Baseados nos resultados de exame físico geral e neurológico, história do paciente e exames, estudos mais específicos podem ser realizados para determinar a extensão e a natureza das lesões nervosas e doenças sistêmicas que podem ser a origem da neuropatia. Nos Testes sanguíneos podem detectar-se diabetes, deficiências vitamínicas, insuficiência hepática ou renal, outras doenças metabólicas e sinais de doença auto-imune. O exame do líquido cefalorraquidiano, que envolve o cérebro e medula espinal, pode revelar anticorpos associados a neuropatias. Testes mais especializados podem revelar doenças sanguíneas, cardiovasculares, doenças do tecido conectivo ou neoplasias. Testes de força devem ser usados quando houver evidências de câimbras ou fasciculações.
13. CONCLUSÃO
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14. REFERÊNCIAS
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