Curso de Resgate e Emergências Médicas
Lição 06 BIOSSEGURANÇA
OBJETIVOS Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a: 1. Definir o termo “doenças infecto-contagiosas”; 2. Indicar os principais meios de transmissão de uma doença infecto-contagiosa na atividade de resgate; 3. Demonstrar a técnica correta de lavagem das mãos; 4. Enumerar as precauções padrão de biossegurança no atendimento de uma vítima; 5. Identificar o processamento adequado para cinco materiais de uma Unidade de Resgate; 6. Efetuar o processamento de materiais e equipamentos de uma Unidade de Resgate;
7. Executar a descontaminação do interior de uma Unidade de Resgate. 8. Indicar as medidas a serem adotadas pós-exposição a uma doença infectocontagiosa;
Revisão JAN/09
MP 6-1
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CADEIA EPIDEMIOLÓGICA É o fluxo organizado das doenças transmissíveis, ou seja, é a forma com que as doenças desenvolvem-se e são transmitidas.
AGENTE INFECCIOSO (bactérias, protozoários, bacilos, parasitas, vírus, fungos)
SUSCETÍVEL
FONTE DE INFECÇÃO
(homem ou animal)
(homem doente ou portador ou animais doentes)
TRANSMISSÃO (porta de entrada ou porta de saída)
DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS São enfermidades causadas por microorganismos (bactérias, vírus ou parasitas) que são transmitidas à outra pessoa através da água, alimentos, ar, sangue, fezes, fluidos corporais (saliva, muco ou vômito) ou ainda, pela picada de insetos transmissores de doenças.
Revisão JAN/09
MP 6-2
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DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS MAIS COMUNS: 1. Hepatite A;
7. Dengue;
13. Cólera;
2. Hepatite B;
8. Malária;
14. Leptospirose;
3. Hepatite C;
9. Meningite;
15. Caxumba;
4. AIDS (infecção por HIV);
10. Febre tifóide;
16. Coqueluxe;
5. Tuberculose
11. Sarampo;
17. Rubéola;
12. Pediculose (piolho);
18. Escabiose (sarna).
6.
Influenza;
TRANSMISSÃO DAS DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS: Contato direto: caracterizado pelo contato pessoa-pessoa, por gotículas de saliva (expelidas pela tosse), pelo beijo, por relações sexuais ou diretamente pela pele. Contato indireto: caracterizado pela a transmissão que se dá por meio de alimentos, por vetores (mosquito para a dengue ou a malária, urina do rato para a leptospirose etc.), ou objetos contaminados (roupas, equipamentos etc.).
PRINCIPAIS MEIOS DE CONTÁGIO DAS DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS NA ATIVIDADE DE RESGATE: 1. Contaminação das mãos do socorrista no contato indireto por rádio de comunicação, maçanetas, alça de sacola de PS, puxadores de portas, macas e pêra de esfigmomanômetro, contaminados; 2. Exposição direta dos olhos, boca e mãos do socorrista às secreções eliminadas pela vítima; 3. Inalação de vírus e bactérias no ambiente onde a vítima se encontra; 4. Acidente com agulhas contaminadas no interior de viatura (USA – UR); 5. Inobservância de normas de biossegurança durante o próprio processo de descontaminação dos materiais.
Revisão JAN/09
MP 6-3
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SINAIS E SINTOMAS: Dependem do tipo de enfermidade. Algumas vítimas de doenças infectocontagiosas não apresentam sinais ou sintomas evidentes ou observáveis. De qualquer forma, procure atendimento médico se um ou mais sinais e sintomas abaixo relacionados, forem observados após atendimento de ocorrência de resgate: 1. Febre; 2. Sudorese; 3. Vômitos, náuseas, diarréia; 4. Alteração de coloração na pele; 5. Cefaléia (dor de cabeça); 6. Tosse e dificuldade respiratória; 7. Mal estar geral.
PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO RECOMENDADO PARA OS INTEGRANTES DAS GUARNIÇÕES DE RESGATE DO CB 1. Influenzae (gripe) – dose única anual 2. Meningite – dose única; 3. Hepatite B – 3 doses com intervalos (0 – 30 dias e 180 dias); fazer teste de antígenos a cada 5 anos; 4. SRC ou Tríplice Viral – (sarampo, rubéola e caxumba) – dose única (restrição para gravidez); 5. Febre amarela – dose única – validade 10 anos (para regiões endêmicas); 6. Dupla adulto (anti-tetânica e anti-diftérica) – 3 doses com reforço a cada 10 anos; 7. Anti Tuberculose ou BCG – dose única 8. Febre tifóide – dose única. Informe-se na UIS de sua OPM ou procure o Posto de Saúde de seu município.
Revisão JAN/09
MP 6-4
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BIOSSEGURANÇA Conjunto de medidas que visam à quebra da cadeia epidemiológica, assim, em um sentido mais amplo, o controle da infecção.
ARTIGOS Compreendem instrumentos de natureza diversa (tesouras, cânulas orofaríngeas, pranchas curtas, etc.). São classificados quanto ao potencial de transmissão de infecção para o paciente, em: críticos, semicríticos e não críticos.
1. ARTIGOS CRÍTICOS: São instrumentos ou objetos utilizados em intervenções invasivas, que irão penetrar nos tecidos epiteliais, sistema vascular e em outros órgãos isentos de flora microbiana própria. Estes materiais. devem ser esterilizados. Ex: Bisturi, agulhas, instrumentos cirúrgicos etc.
2. ARTIGOS SEMICRÍTICOS: São todos os artigos ou objetos que entram em contato com a pele não-íntegra ou com mucosa integra. Estes materiais devem ser desinfetados. Ex: Colar cervical com sangue ou outros fluídos corpóreos, cânulas orofarígeas, máscara de O2 etc.
3. ARTIGOS NÃO CRÍTICOS: São todos os artigos ou objetos que entram em contato com a pele integra e os que não entram em contato com o paciente. Estes artigos devem ser limpos. Entretanto, se houver suspeita ou confirmação por agentes infecto-contagiosos, deve ser submetida à desinfecção. Ex: colar cervical, desencarcerador, ferramentas, luvas de raspa. bolsa etc.
Revisão JAN/09
MP 6-5
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PROCESSAMENTO DE MATERIAIS 1. DESCONTAMINAÇÃO PRÉVIA:
Procedimento usado em artigos contaminados por matéria orgânica (sangue, pus, secreções corpóreas) para a destruição de microorganismos patogênicos na forma vegetativa (não esporulada), antes de iniciar o processo de limpeza. Tem o objetivo de proteger as pessoas que irão proceder à limpeza desses artigos. Processo químico: imersão do artigo em detergente enzimático ou aplicação de solução de hipoclorito de sódio a 1% ou organoclorado em pó (CLOROCID ou similar) por 10 minutos.
2. LIMPEZA: Consiste na lavagem, enxágüe e secagem do material. Tendo por objetivo remover totalmente a matéria orgânica dos artigos, com utilização de soluções como detergentes enzimáticos, detergentes químicos ou desincrostantes. É o processo final no caso de itens não críticos. Para este procedimento são utilizadas água, detergente enzimático, detergente químicos ou desincrostante. Manual: utilizando escovas, estiletes, arames, etc. Mecânica: com auxílio de equipamentos tais como lavador ultra-som de baixa freqüência, lavadora de luvas e outros.
Revisão JAN/09
MP 6-6
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3. DESINFECÇÃO: É o processo de destruição de microorganismos patogênicos ou não, na forma vegetativa (não esporulada), de artigos considerados semicríticos, com o objetivo de evitar que a próxima pessoa ao utilizar o material seja contaminada, oferecendo segurança ao usuário. O artigo deve estar totalmente seco. Para este procedimento são utilizadas soluções de hipoclorito de sódio a 0,5%, glutaraldeido a 2 % ou álcool etílico a 70%. Processo químico: Deixar o material imerso em um balde escuro e com tampa com hipoclorito a 0,5% por 30 minutos (para cada um litro de água coloque um litro de hipoclorito de sódio 1%) ou com Glutaraldeído a 2% por 30 minutos ou álcool por 10 minutos;
4. ESTERILIZAÇÃO: É o procedimento utilizado para a destruição de todas as formas de vida microbiana, isto é, bactérias, fungos, vírus e esporos, e artigos classificados como crítico , com o objetivo de evitar que os usuários sejam contaminados quando submetidos a tratamentos que exijam o uso desses artigos. Processo físico: vapor saturado sob pressão com utilização de autoclave. Processo químico: imersão total do artigo em produto químico do grupo dos aldeídos (glutaraldeído) por 10 horas.
Processo físico-químico: óxido de etileno (Não utilizado no CB)
Revisão JAN/09
MP 6-7
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Processamento de Materiais e Equipamentos da UR MATERIAL
Classificação do artigo
Processo indicado
ASPIRADOR DE SECREÇÃO MANUAL
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
ATADURA CREPE 15 CM
Descartável
Descartar
AVENTAL DESCARTÁVEL
Descartável
Descartar
BANDAGEM TRIANGULAR
Não crítico
Limpeza ou descartar
BÓIA DE SALVAMENTO TIPO "SALSICHÃO"
Não crítico
Limpeza
CABO MULTI-USO
Não crítico
Limpeza
CAIXA COM FERRAMENTAS
Não crítico
Limpeza
CÂNULA DE GUEDEL
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
CATÉTER DE OXIGÊNIO (tipo óculos)
Descartável
Descartar
CESTO OU BALDE DE LIXO
Não crítico
Limpeza
CHICOTE PARA MÁSCARA DE O2
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
CILINDRO DE O2 FIXO
Não crítico
Limpeza
CILINDRO DE O2 PORTÁTIL
Não crítico
Limpeza
COBERTOR
Não crítico
Limpeza
COLAR CERVICAL
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
COLCHONETE PARA MACA
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
COLETE IMOBILIZADOR (tipo KED)
Semicrítico
Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
COLETE REFLETIVO
Não crítico
Limpeza
COMPRESSA DE GAZE
Descartável
Descartar
COMPRESSA ZOBEC
Descartável
Descartar
EQUIPAMENTO DE CORTE (Lukas ou Hurst)
Não crítico
Limpeza
ESFIGMOMANÔMETRO (manguito)
Não crítico
Limpeza
ESPARADRAPO
Descartável
Descartar
ESTETOSCÓPIO
Não crítico
Limpeza e Desinfecção
EXTENSÃO DE LÁTEX
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
FAROL MANUAL COM EXTENSÃO
Não crítico
Limpeza
FITA CREPE
Descartável
Descartar
FITA DE ISOLAMENTO
Descartável
Descartar
FRASCO PLÁSTICO ESCURO/ALMOTOLIA
Não crítico
Limpeza
IMOBILIZADOR DE CABEÇA (p/prancha longa)
Semicrítico
Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
IMOBILIZADOR DE COLUNA PEDIÁTRICO
Semicrítico
Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
Revisão JAN/09
MP 6-8
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MATERIAL KIT PARTO
Classificação Descartável Descartar
LANTERNA PUPILAR
Não-crítico
Limpeza
LENÇOL DESCARTÁVEL
Descartável
Descartar
LUVA DE BORRACHA
Semi crítico
Limpeza e Desinfecção
LUVA DE PROCEDIMENTOS
Descartável
Descartar
LUVA ISOLANTE ELÉTRICA
Não crítico
Limpeza
LUVA MULTI-USO DE PICARI
Não crítico
Limpeza
MACA ARTICULADA
Não crítico
Limpeza e Desinfecção
MANTA ALUMINIZADA
Semicrítico
Descartar
MASCARA AUTÔNOMA COMPLETA
Não crítico
Limpeza e Desinfecção
MASCARA PARA RCP (tipo Pocket Mask)
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
NADADEIRA
Não crítico
Limpeza
ÓCULOS DE PROTEÇÃO
Não crítico
Limpeza
OXÍMETRO DE PULSO - APARELHO
Não crítico
Limpeza
OXÍMETRO DE PULSO – CABO e SENSOR
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
PANOS PARA LIMPEZA
Não crítico
Limpeza
PRANCHA CURTA
Semicrítico
Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
PRANCHA LONGA
Semicrítico
Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
PROTETOR PLÁSTICO (queimaduras/evicerações)
Descartável
Descartar
RADIOCOMUNICADOR PORTÁTIL (HT)
Não crítico
Limpeza
REGULADOR PARA O2 FIXO
Não crítico
Limpeza
REGULADOR PARA O2 PORTÁTIL
Não crítico
Limpeza
RESSUSCITADOR MANUAL (Ambú)
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
SONDA DE ASPIRAÇÃO
Descartável
Descartar
TALA DE TRAÇÃO
Semicrítico
Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
TALA INFLÁVEL
Semicrítico
Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
TALA MOLDÁVEL ARAMADA
Semicrítico
Desc. Prévia Limpeza e Desinfecção
TALA RÍGIDA
Semicrítico
Desc. Prévia, Limpeza e Desinfecção
TESOURA PARA VESTES
Semicrítico
Limpeza e Desinfecção
UMIDIFICADOR DE O2
Não-crítico
Limpeza e Desinfecção
Revisão JAN/09
Processo
MP 6-9
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PRODUTOS PARA PROCESSAMENTO E SUAS INDICAÇÕES PRODUTOS
INDICADO
CONTRA-INDICADO
ÁLCOOL ETÍLICO a 70%
Vidros;
-
Acrílico;
Superfícies externas de
-
Borrachas;
(fricção no mesmo local 3
equipamentos metálicos;
-
Tubos plásticos;
-
Macas e colchões.
-
Verniz da prancha.
-
Frasco de aspiração;
-
Ressuscitador manual;
-
Cânula orofaríngea;
-
Luva de borracha;
-
Tesoura.
-
Colar cervical;
-
Sistema de aspiração;
-
Sistema de oxigenação;
-
Máscara de bolso (Pocket
vezes de 30 segundos)
GLUTARALDEÍDO a 2% validade de 14 a 28 dias
HIPOCLORITO diluído a 0,5% validade de 24 hs
Mask); -
Cânula orofaríngea;
-
Tala inflável;
-
Prancha curta e longa;
-
Colete imobilizador dorsal;
-
Tala aramada moldável.
- Não é indicado para desinfecção de superfícies - Enxaguar rigorosamente materiais porosos
-
Em mármore e metais, devido à ação corrosiva.
ATENÇÃO: O manuseio dos produtos químico para processamento deve ser feitos com cuidado e sempre utilizando os EPI adequados (luvas, avental, máscara e óculos). OBS: O GLUTARALDEÍDO não é cancerígeno, mas é irritante à pele, olhos e mucosas. - Diluição do detergente enzimático (Endozime): para cada 01 litro de água, deve-se usar 10 ml do produto, tempo da validade 06 (seis) horas;
Revisão JAN/09
MP 6-10
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PROCESSAMENTOS DE MATERIAIS Procedimentos operacionais:
1. Realizar processamento da prancha longa, prancha curta, colete imobilizador, maca, colchonete da maca, e prancha a vácuo: 1.1. Descontaminação prévia: Se a superfície a ser limpa apresentar fluídos corpóreos (vômitos, sangue, etc.) retirar o excesso com toalha de papel absorvível ou pano; aplicar organoclorado em pó ou hipoclorito de sódio a 1% nos locais onde existir sangue e secreções por 10 (dez) minutos, em seguida, remover os resíduos com pano limpo ou toalha de papel; 1.2. Limpeza: Lavar o material com água e sabão; 1.3. Deixar o material secar naturalmente; 1.4. Desinfecção: passar álcool etílico a 70% e deixar secar, repetindo este procedimento por 03 (três) vezes (superfícies externas); ou imergir em tanque ou cuba contendo a solução
de hipoclorito de sódio a 0,5%
(para cada um litro de água coloque um litro de hipoclorito de sódio a 1%) por 30 minutos; 1.5. Enxaguar água corrente (produto: hipoclorito de sódio); 1.5 Deixar secar naturalmente; 1.6. Recolocar todo o material na viatura ou na sala de resgate.
2. Processar o colar cervical, sistema de aspiração, ambu, máscara, chicote de oxigênio, tecido do manguito do esfigmomanômetro, cânulas orofaríngeas, tala aramada moldável, tala rígida, etc. 2.1. Limpeza: imergir em um balde escuro com tampa contendo detergente enzimático diluído por 10 minutos (para cada um litro de água coloque 10 ml de detergente enzimático);
Revisão JAN/09
MP 6-11
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2.2. Lavar o artigo com sabão e água corrente, esfregar com escova se necessário; 2.3. Enxaguar água corrente; 2.4. Deixar secar naturalmente ou secadora com ar frio; 2.5. Desinfecção: Imergir em solução
um balde escuro
com tampa contendo a
de hipoclorito de sódio a 0,5% (para cada um litro de água
coloque um litro de hipoclorito de sódio 1%) ou glutaraldeído a 2% por 30 minutos; ou passar álcool etílico a 70% e deixar secar, repetindo este procedimento por 03 (três) vezes ( superfícies externas); 2.5 Enxaguar água corrente (produto: hipoclorito de sódio ou glutaraldeído); 2.6. Deixar o artigo secar naturalmente ou secadora com ar frio; 2.7. Embalar saco plástico e selar; 2.8. Recolocar material na viatura ou na sala de resgate.
ATENÇÃO
Deverá ser marcado no balde com etiqueta contendo o produto, dia e horário da diluição das soluções que forem utililzadas para imersão dos materiais a serem desinfectados;
Utilizar avental ou roupa apropriada , touca, luva e óculos para trabalhar nas respectivas salas de limpeza, desinfecção e esterilização.
Revisão JAN/09
MP 6-12
Curso de Resgate e Emergências Médicas Fluxograma da seqüência dos procedimentos de Descontaminação prévia, limpeza, desinfecção e esterilização dos artigos Artigos críticos, semicríticos e não críticos com
Considerar todos contaminados
presença de matéria orgânica ou sujidade
Processo de Descontaminação prévia superfícies com presença de matéria orgânica (passar hipoclorito 1% ou organoclorado) .
SIM
Precisa efetuar a Descontaminação prévia
NÃO SALA DE LIMPEZA Processo de limpeza imergir em detergente enzimático
Lavar com água e sabão Esfregar (se necessário)
Artigo Semicrítico
Enxaguar
Artigo Não crítico
Secar
Artigo crítico
SALA DE HIGIENIZAÇÃO Processo de Desinfecção
SALA DE ESTERILIZAÇÃO
QUÍMICO Meio químico líquido (glutaraldeido 2% ou hipoclorito 0,5%)
FÍSICO Tipo de processo
Processo de esterilização
Meio físico líquido (máquina ultra-som) Empacotar em papel grau
Imergir o artigo (30 min)
cirúrgico Imergir pelo tempo e temperatura adequados
Preencher tubulações
Enxaguar com água potável
Esterilizar em AUTOCLAVE
Secar
Empacotar e selar (artigos Semicrítico)
SALA DE RESGATE Estocar
Revisão JAN/09
MP 6-13
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LIMPEZA E DESINFECÇÃO DA VIATURA Procedimentos Operacionais: 1. Manter na viatura os materiais necessários à limpeza e desinfecção conforme relação padrão. 2. Utilizar EPI sempre, especialmente, calçar luvas de borracha antes de iniciar o procedimento. 3. Remover todos os materiais permanentes, inclusive maca e cilindro portátil de oxigênio, utilizado de dentro da viatura para limpeza no hospital ou, caso não seja possível, em área apropriada do quartel. 4. Desprezar gazes, ataduras úmidas e contaminadas com sangue e/ou outros líquidos em saco plástico branco, descartando-o no lixo do hospital. 5. Desprezar as secreções do frasco de aspiração no expurgo do hospital. 6. Procurar
com
cuidado
material
pérfuro-cortantes
(agulhas,
bisturis)
eventualmente utilizado pela equipe do suporte avançado e desprezar em recipiente apropriado (caixa de material pérfuro-cortante). 7. Aplicar por 10 minutos organoclorado em pó ou hipoclorito de sódio a 1% sobre sangue e outros fluidos corpóreos (vômito, urina) e após retirar com papel toalha. 8. Limpar todas as superfícies com água e sabão, enxaguando com pano úmido. 9. Realizar desinfecção com hipoclorito de sódio a 0,5% ou álcool a 70% para descontaminação final.
ATENÇÃO
Manter a ventilação (aeração) do compartimento o maior tempo possível.
Lavar interna e externamente os umidificadores de oxigênio pelo menos 2 (duas) vezes ao dia (no mínimo a cada 12 horas), preferencialmente após cada utilização ou atendimento.
Não passar álcool nas superfícies de acrílico.
Não utilizar hipoclorito em superfícies metálicas
Revisão JAN/09
MP 6-14
Curso de Resgate e Emergências Médicas
Semanalmente deve-se realizar uma limpeza e descontaminação mais ampla (limpeza terminal), isto é, retirar todo o material da viatura e realizar a limpeza do teto, paredes, armários (interior e exterior), chão, enfim de todas as superfícies.
Não descartar material contaminado em lixo comum.
Em caso de vítimas com doenças infecto-contagiosas (ex. tuberculose e meningite), deve-se realizar imediatamente após o atendimento, a limpeza terminal.
PRECAUÇÕES PADRÃO DE BIOSSEGURANÇA CUIDADOS AO ABORDAR A VÍTIMA 1. SEGURANÇA DO SOCORRISTA
Procedimentos operacionais obrigatórios: 1.1.
Lavar as mãos antes e após qualquer contato com a vítima;
1.2.
Utilizar sempre equipamento de proteção individual:
1.2.1. Óculos de proteção; 1.2.2. Luvas de procedimento; 1.2.3. Máscara descartável; 1.2.4. Avental descartável;Evitar contato direto com fluidos corpóreos e secreções (sangue urina, fezes, vômito, esperma, secreções vaginais, saliva).
Revisão JAN/09
MP 6-15
Curso de Resgate e Emergências Médicas
2. SEGURANÇA DA VÍTIMA Procedimentos operacionais: 2.1.
Lavar as mãos antes e após qualquer contato com a vítima;
2.2.
Trocar as luvas de procedimentos antes de examinar outra vítima;
2.3.
Descontaminar todo material antes de utilizar na próxima vítima;
2.4.
Utilizar preferencialmente material estéril para curativo (compressas ou plásticos estéreis) em casos de feridas abertas.
ATENÇÃO
É de responsabilidade de todos os socorristas limitar a possibilidade de infecção cruzada entre as vítimas.
No local da ocorrência recolher todo o material utilizado para o atendimento à vítima.
Considerar toda vítima como provável fonte de transmissão de doença infecto-contagiosa.
Trocar o uniforme, quando houver exposição direta com secreções da vítima. LEMBRE-SE NÃO EXISTE RAZÃO QUE JUSTIFIQUE O ESQUECIMENTO DAS PRECAUÇÕES PADRÃO DE BIOSSEGURANÇA.
Revisão JAN/09
MP 6-16
Curso de Resgate e Emergências Médicas
TÉCNICA DE LAVAGEM DAS MÃOS 1. OBJETIVO: Evitar a propagação de microorganismos patogênicos de um indivíduo para outro, através das mãos.
2. MATERIAIS NECESSÁRIOS:
pia comum com torneira
(preferência -
acionamento tipo pedal ou similar), sabão, toalha de papel.
3. PROCEDIMENTOS:
Abrir a torneira, molhar as mãos passando sabão e friccionar bem:
1. Palma com palma (fig. 01); 2. Palma direita sobre dorso esquerdo e palma esquerda sobre o dorso direito (fig. 02); 3. Palma com palma com os dedos entrelaçados (fig. 03);
Fig. 01
Revisão JAN/09
Fig. 02
Fig. 03
MP 6-17
Curso de Resgate e Emergências Médicas
4. A parte de trás dos dedos sobre a palma da mão oposta com os dedos encaixados (fig. 04); 5. Friccionar o dedo polegar direito com movimentos rotatórios no interior da mão esquerda fechada e vice-versa (fig. 05); 6. Friccionar os dedos da mão direita em movimentos circulares para frente e para trás sobre a palma da mão esquerda e vice-versa (fig. 06):
Fig. 04
Fig. 05
Fig. 06
7. Friccionar o punho direito com movimentos rotatórios e vice-versa; 8. Passar a mão ensaboada sobre a torneira; 9. Enxaguar as mãos (sempre com as pontas dos dedos direcionadas para baixo) e com as mãos em concha, jogar água sobre a torneira; 10. Fechar a torneira e enxugar as mãos com 02 (duas) toalhas de papel, jogando-as no lixo após o uso.
Observação: As torneiras que tem acionamento tipo pedal ou similar, sem contato manual das mãos para abrir a torneira, não há necessidade de executar o item nº 08.
Revisão JAN/09
MP 6-18
Curso de Resgate e Emergências Médicas
CONDUTA PÓS-EXPOSIÇÃO A DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS 1. CUIDADOS LOCAIS IMEDIATOS Procedimentos operacionais: 1.1.
Lavar prontamente a lesão com água corrente e sabão;
1.2.
Aplicar solução anti-séptica (álcool 70%).
2. NOTIFICAÇÃO Procedimentos operacionais: 2.1.
Notificar imediatamente ao Comandante de Posto de Bombeiros e à Seção de Resgate do Departamento de Operações;
2.2.
Obter informações complementares sobre a fonte de contaminação;
2.3.
O Comandante de Posto de Bombeiros deverá investigar o ocorrido e providenciar o Procedimento Técnico de Análise de Conduta Operacional (PROTACO).
3. APRESENTAÇÃO À UNIDADE INTEGRADA DE SAÚDE DO CORPO DE BOMBEIROS (UIS/CCB) OU HOSPITAL ADEQUADO Procedimentos operacionais: 3.1.
Apresentar
o
bombeiro
a
UIS/CCB
imediatamente
ou,
na
impossibilidade (pelo horário ou distância), ao hospital de maior referência da região; 3.2.
Proceder à orientação, coleta de material e profilaxia, se necessária.
4. ESTUDO DE CASO 4.1 Discutir o caso em reunião da Comissão de Resgate.
Revisão JAN/09
MP 6-19
Curso de Resgate e Emergências Médicas
Variação da resistência a microorganismo Dos mais resistentes até os menos resistentes – em ordem descendente MICROORGANISMOS
DOENÇAS
Esporos bacterianos
Botulismo
Micobactéria
Tuberculose
Tétano
Hanseniase
Vírus hidrofílicos ou tamanho pequeno Fungos
X
X
Hepatite A e B
X Blastomicose Cristoplasmose
Bactérias vegetativas
Tifo
Vírus lipofilicos ou tamanho médio
Herpes simples, influenza
Revisão JAN/09
DESINFECÇÃO ESTERILIZAÇÃO
Salmonelose
sarampo, caxumba, HIV,
X
X
X
resfriado
MP 6-20
Curso de Resgate e Emergências Médicas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Planos de aula do Curso de Assistente de Primeiros Auxílios Avançados do Programa USAID/OFDA/MDFR/UDESC/SMS/CBPMESP de Capacitação para Instrutores, São Paulo - 1998. 2. Socorros Médicos de Emergência. American Academy of Orthopaedic Surgeons. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.ª, 1979. 3. Half, Brent – Primeiros Socorros para Estudantes – Editora Manole – 1º Edição Brasileira – São Paulo – 2002. 4. Bergeron, J. David – Primeiros Socorros – Atheneu Editora São Paulo – São Paulo – 1999. 5. Bergeron, J. David – Emergency Care – Brady Prentice Hall – Upper Saddle, New Jersey -1995.
Revisão JAN/09
MP 6-21
Curso de Resgate e Emergências Médicas
AVALIAÇÃO DOENÇAS INFECTO-CONTAGIOSAS E BIOSSEGURANÇA 1. O que é uma doença infecto-contagiosa? __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 2. Cite os principais meios de transmissão de uma doença infecto-contagiosa na atividade de resgate: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________
3. Enumere as precauções universais no atendimento de uma vítima. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 4. Indique quatro itens a serem observados na desinfecção da viatura de resgate. __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 5. Cite os métodos utilIzados no processamento de (cinco) materiais e equipamentos da viatura de resgate.
Revisão JAN/09
MP 6-22
Curso de Resgate e Emergências Médicas
__________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ 6. Descreva a conduta do socorrista ao ser exposto em ocorrência a doenças infecto-contagiosa através de material perfuro-cortante:
________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ 7. Indique o esquema vacinal proposto para um integrante de uma guarnição de resgate:
________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________ ________________________________________________________
Revisão JAN/09
MP 6-23
Curso de Resgate e Emergências Médicas
BLOCO DE ANOTAÇÕES ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________
Revisão JAN/09
MP 6-24