L-07 Analise Secundaria

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4.4. passa a parte posterior do colar por trás do pescoço da vítima; 4.5. coloca a parte anterior do colar cervical, encaixando no queixo da vítima de forma que esteja apoiado firmemente; 4.6. ajusta o colar e prende o velcro observando uma discreta folga (1 dedo) entre o colar e o pescoço da vítima. 4.7. com os indicadores na parte anterior da abertura frontal e os polegares na parte superior, ajustar a largura do colar até as laterais apoiarem por completo a região do músculo trapézio; e 4.8. pressionar os dois pinos azuis a fim de travar o colar cervical. 5. Socorrista 1: 5.1 mantém a imobilização lateral da cabeça até que se coloque um recurso material para tal (cobertor, imobilizador lateral).

ATENÇÃO 

Lembrar que mesmo com o colar cervical, a vítima pode movimentar a cabeça. A região cervical somente estará com imobilização completa com o uso do imobilizador lateral de cabeça.

O colar cervical deverá ter o tamanho adequado de forma a proporcionar alinhamento e imobilização antero-posterior da coluna cervical.

Em toda vítima de trauma deverá ser colocado o colar cervical, mesmo que o estado da vítima não seja grave.

Iniciar a Análise Secundária somente após estabilizados os problemas encontrados na análise primária ANÁLISE SECUNDÁRIA Processo ordenado que visa descobrir lesões ou problemas clínicos que, se não tratados, poderão ameaçar a vida, através da interpretação dos achados na verificação dos sinais Revisão JAN/09

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vitais, exame físico e na entrevista. Através da avaliação dos sinais e sintomas apresentados pela vítima o socorrista poderá determinar o tipo de emergência e os procedimentos operacionais específicos. Uma parte da análise é objetiva, através do exame dos sinais vitais e do corpo da vítima (exame físico) e a outra é subjetiva, através de dados colhidos em entrevista.

SINAIS VITAIS E SINAIS DIAGNÓSTICOS Toda lesão ou doença tem formas peculiares de se manifestar e isso pode ajudá-lo no descobrimento do tipo de problema que afeta a vítima. Estes indícios são divididos em dois grupos: os sinais e os sintomas. Alguns

são

bastante

óbvios,

mas

outros

indícios

importantes

podem

passar

despercebidos, a menos que você examine a vítima cuidadosamente, da cabeça aos pés.

SINAIS são detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos – visão, tato, audição e olfato – durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem sangramento, inchaço (edema), aumento de sensibilidade ou deformação; já os sinais mais comuns de doenças são pele pálida ou avermelhada, suor, temperatura elevada e pulso rápido.

SINTOMAS são sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Pode ser necessário que o socorrista faça perguntas para definir a presença ou ausência de sintomas. Pergunte à vítima consciente se sente dor e exatamente onde. Examine a região indicada procurando descobrir possíveis lesões por trauma, mas lembre-se de que a dor intensa numa região pode mascarar outra enfermidade mais séria, embora menos dolorosa. Além da dor, os outros sinais que podem ajudá-lo no diagnóstico incluem náuseas, vertigem, calor, frio, fraqueza e sensação de mal-estar.

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SINAIS VITAIS Refletem o estado atual dos sistemas respiratório e circulatório: 1. Verificar a freqüência respiratória; 2. Verificar a freqüência cardíaca; 3. Verificar a pressão arterial.

FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA a. Palpar o pulso radial para evitar que a vítima perceba que o socorrista está checando a respiração; b. Observar os movimentos torácicos e contar durante 30 (trinta) segundos, multiplicando-se por 2 (dois), obtendo a freqüência

de movimentos respiratórios por minuto

(m.r.m.); c. Se a respiração for irregular, contar durante 1 minuto.

FREQUENCIA RESPIRATÓRIA NORMAL RESPIRAÇÃO EM REPOUSO NORMAL – de12 a 30 rpm Idade acima de 8 anos

LENTO – menor que 12 rpm RÁPIDO – maior que 30 rpm NORMAL – de 20 a 30 rpm

FREQÜÊNCIA

Idade entre 1 a 8 anos

LENTO – menor que 20 rpm RÁPIDO – maior que 30 rpm NORMAL – de 30 a 50 rpm

Idade abaixo de 1 ano

LENTO – menor que 30 rpm RÁPIDO – maior que 50 rpm

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OBSERVAÇÃO (POP RES 03-01 – pág. 04/06): Se a freqüência respiratória estiver abaixo de 12 mrm ou superior a 30 mrm para vítimas acima de 8 anos, abaixo de 20 mrm ou superior a 30 mrm para vítimas entre 1 e 8 anos e abaixo de 30 mrm ou superior a 50 mrm para vítimas abaixo de 1 ano, e ainda a vítima apresentar sinais de insuficiência respiratória (dispnéia acentuada, cianose, respiração superficial, uso de músculos acessórios da respiração), inicie assistência ventilatória com ressuscitador manual e oxigênio.

FREQÜÊNCIA CARDÍACA Pulso é a onda de pressão gerada pelo batimento cardíaco e propagada ao longo das artérias.

Observe o valor encontrado pelo oxímetro de pulso ou aplique a técnica de

verificação abaioxo:.

a) Em vítimas com idade superior a 1 ano, palpar o pulso radial e contar os batimentos cardíacos durante 30 (trinta) segundos,

multiplicando-se

por

2

(dois),

obtendo

a

freqüência cardíaca por minuto.

b)

Em vítimas com idade inferior a 1 ano, palpar o pulso braquial e contar os

batimentos cardíacos durante 30 (trinta) segundos, multiplicando-se por 2 (dois), obtendo a freqüência cardíaca por minuto. c)

Se o pulso for arrítmico, palpa-lo durante 1 minuto.

d)

Defina a freqüência cardíaca como lenta, normal ou rápida.

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FREQUENCIA CARDÍACA NORMAL PULSO EM REPOUSO NORMAL – de 60 a 100 bpm Idade acima de 8 anos

LENTO – menor que 60 bpm RÁPIDO – maior que 100 bpm NORMAL – de 80 a 140 bpm

FREQÜÊNCIA Idade entre 1 e 8 anos

LENTO – menor que 80 bpm RÁPIDO – maior que 140 bpm NORMAL – de 120 a 160 bpm

Idade abaixo de 1 ano

LENTO – menor que 120 bpm RÁPIDO – maior que 160 bpm

PRESSÃO ARTERIAL É a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias. É constituída por duas mensurações: PA máxima (sistólica) e PA mínima (diastólica). Sistólica: é a pressão máxima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante a contração do coração (sístole) Diastólica: é a pressão mínima exercida pelo sangue contra as paredes internas das artérias durante o relaxamento do coração (diástole)

TÉCNICA DE AFERIÇÃO DE PRESSÃO ARTERIAL 1. Expor o braço da vítima acima do cotovelo, certificando-se de que não há compressão; 1. Fixar o manguito do esfigmomanômetro cerca de 04 (quatro) cm acima do cotovelo da vítima; 2. Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial do mesmo braço da vítima; 3. Fechar a válvula e insuflar ar pela pêra até o manômetro marcar 200 mmhg; Revisão JAN/09

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4. Abrir a válvula lentamente, cerca de 5 mmhg no intervalo de 3 segundos; 5. O som do primeiro batimento indicará a pressão arterial sistólica; 6. Continuar permitindo a saída do ar; 7. O cessar do som dos batimentos indicará a pressão arterial diastólica; 8. Remover todo o ar, soltando o manguito,

ATENÇÃO 

Na impossibilidade de auscultar os batimentos, a pressão arterial sistólica poderá ser medida palpando-se o pulso radial ou no membro inferior (pulso poplíteo).

Evitar verificar a PA várias vezes consecutivas no mesmo braço;

Se a vítima for hipertensa e o socorrista começar a ouvir o som dos batimentos cardíacos logo que desinflar o manguito, torne a infla-lo acima dos 200 mmhg indicados.

VALORES NORMAIS DE PRESSÃO ARTERIAL Idoso – acima de 50 anos

(PAS)140-160 / (PAD) 90-100 mmHg 120/80 mmHg

Idade acima de 16 anos Idade – 16 anos

118/75 mmHg

Idade – 6 anos

95/62 mmHg

Idade – 12 anos

108/67 mmHg

Idade – 4 anos

85/60 mmHg

Idade – 10 anos

100/65 mmHg

RN (3Kg)

52/30 mmHg

O resultado poderá apresentar-se: 

Normal (normotenso);

Alterado (hipertensão ou hipotensão);

Na faixa etária adulta os valores limites de PA são: PAS 140 mmHg – PAD 90 mmHg.

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EXAME DA CABEÇA AOS PÉS Refere-se à apalpação e inspeção visuais realizadas pelo socorrista, de forma padronizada, buscando identificar na vítima, sinais de uma lesão ou problema médico.

Proceder ao exame da cabeça aos pés, observando:

1. Cabeça: 

Ferimentos ou deformidades;

Crepitação óssea;

Secreção pela boca, nariz e/ou ouvidos;

Hálito;

Dentes quebrados, próteses dentárias;

2. Pescoço: 

Ferimentos ou deformidades;

Estase jugular, comuns no pneumotórax hipertensivo e tamponamento pericárdico;

Desvio de traquéia, comum em lesão direta no pescoço ou pneumotórax hipertensivo;

Resistência ou dor ao movimento;

Crepitação óssea;

Enfisema subcutâneo, em conseqüência de lesão nas vias aéreas.

3. Tórax e costas: 

Ferimentos e deformidades;

Respiração difícil;

Alteração da expansibilidade;

Crepitação óssea;

Enfisema subcutâneo, em conseqüência de lesão nas vias aéreas.

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4. Abdome: 

Ferimentos (contusões, escoriações, etc.);

Dor à palpação;

Rigidez da parede abdominal (abdome em tábua).

5. Pelve e nádegas: 

Ferimentos ou deformidades;

Dor à palpação;

Crepitação óssea;

Instabilidade da estrutura óssea.

6. Extremidades inferiores e superiores: 

Ferimentos ou deformidades;

Pulso distal (extremidades superiores - artéria radial; extremidades inferiores - artéria pediosa);

Resposta neurológica (insensibilidade, formigamentos) para avaliar lesão de nervos;

Avaliar a motricidade e a força muscular para verificar lesão de nervos ou músculos;

Perfusão capilar, para avaliar lesão arterial ou sinais de choque;

Verificar temperatura e coloração da pele, para avaliar lesão vascular.

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ENTREVISTA - ANÁLISE SUBJETIVA 

Colher dados com a própria vítima, testemunhas e/ou familiares, durante o atendimento, concomitantemente com as demais avaliações, que possam ajudar no atendimento, usando a regra mnemônica A M P L A:

(A) Alergias: a alimentos, medicamentos, pós, gases inalados, ou qualquer substância que saiba ser alérgico ou que tenha tido contato; (M) Medicamentos em uso: toma medicamento regularmente, prescrito por médico ou automedicação, tipo, destinado a que problema; use as palavras “medicação” ou “remédio”, evite o uso da expressão “droga”, pois pode inibir a pessoa ou quem esteja sendo questionado; (P) Problemas antecedentes: sofre de alguma doença crônica (diabetes, cardíaco, renal crônico)? Já teve distúrbios semelhantes? Quando? Como ocorre? Quais os sinais e sintomas presentes? Sofreu internações hospitalares?; (L) Líquidos e alimentos ingeridos: quando comeu pela última vez? O que comeu? (alguns alimentos podem causar conseqüências no organismo ou agravar a condição clínica da vítima. Além disso, se a vítima precisar ir para a cirurgia, a equipe médica que vier a receber a vítima no hospital, precisa saber quando foi a última refeição); (A) Ambiente, local da cena: elementos presentes na cena de emergência podem dar indicações do tipo de problema apresentado, aplicadores de drogas, frascos de medicamentos, vômitos, presença de gases, etc.

Complemente a entrevista pesquisando circundantes e familiares, de forma discreta, de modo a colher mais informações pertinentes ao estado da vítima.

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