L-08 Oxigenioterapia

Page 1

Curso de Resgate e Emergências Médicas

Lição 08 OXIGENOTERAPIA

OBJETIVOS: Proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades que os capacitem a: 1. Efetuar o uso adequado do oxigênio no atendimento pré-hospitalar; 2. Identificar as partes de um equipamento portátil de oxigênio e demonstrar a sua utilização; 3. Citar pelo menos duas situações de risco no uso do oxigênio; 4. Executar a aspiração de vias aéreas superiores; 5. Empregar corretamente a cânula orofaríngea nas vítimas inconscientes; 6. Manusear adequadamente o reanimador manual.

Revisão JAN/09

MP 8-1


Curso de Resgate e Emergências Médicas

OXIGÊNIO É um gás presente na atmosfera, indispensável para manter a vida humana. O suprimento de oxigênio é utilizado nas células através do metabolismo aeróbico, que oferece energia suficiente para a manutenção das funções vitais

A diminuição da oferta de oxigênio e a capacidade reduzida em utilizá-lo no interior das células pode comprometer as funções vitais. Inicialmente estas alterações podem ser corrigidas com aumento na oferta de oxigênio. Tardiamente, mesmo com oferta de oxigênio, haverá danos irreparáveis nas células. Nestas condições, pode-se levá-las à morte. A morte das células pode acarretar a falência de órgãos. A falência dos órgãos vitais, tais como o coração e o cérebro, podem evoluir para a morte.

A diminuição da quantidade de oxigênio ofertada aos tecidos é denominada hipóxia.

Conhecer a fisiologia do transporte de oxigênio é essencial para evitar a hipóxia.

A utilização do oxigênio para fins terapêuticos é denominada oxigenoterapia e está indicada quando a vítima apresentar hipóxia. A oxigenioterapia pode ser realizada pelo profissional de resgate, observando-se a indicação, o fluxo de oxigênio ofertado, bem como a maneira de administra-lo.

CONHECENDO A FISIOLOGIA DO TRANSPORTE DE OXIGÊNIO As etapas para a utilização do oxigênio no corpo humano são: 1-

Captação através dos pulmões

2-

Transporte de oxigênio pelo sangue

3-

Entrega de oxigênio aos tecidos

4-

Utilização do oxigênio na respiração celular

Revisão JAN/09

MP 8-2


Curso de Resgate e Emergências Médicas

EMPREGO DO OXIGÊNIO O oxigênio deve ser ministrado a todos os pacientes traumatizados. Também deverá ser utilizado em situações onde há dificuldade em respirar (dispnéia), em situações onde há uma diminuição da quantidade de oxigênio no ambiente, bem como em envenenamentos celulares (exceto herbicidas com compostos quaternários de amônio como o Paraquat e o Diquat).

EQUIPAMENTOS DE PROVISÃO DE OXIGÊNIO Podem ser fixos ou portáteis, e são compostos das seguintes partes: 1. cilindro de aço, sem costura, na cor verde, com registro; 2. manômetro com medida em Kgf/cm2; 3.redutor de pressão, que reduz a 4 ou 5 Kgf/cm2; 4 .fluxômetro com medida em litros por minuto; 5. umidificador tipo borbulhador (dispensável).

ACESSÓRIOS UTILIZADOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO 1. Máscara facial para oxigenação, com extensão; 2. Cateter para oxigenação, tipo óculos; 3. Reanimador manual;

Revisão JAN/09

MP 8-3


Curso de Resgate e Emergências Médicas

SEQUENCIA DE MONTAGEM E DE UTILIZAÇÃO DO EQUIPAMENTO PORTÁTIL DE OXIGENIO Montagem do equipamento

1. Verificar um local seguro para a montagem do equipamento portátil. Lembre-se: o oxigênio é comburente e nenhuma parte do equipamento pode estar lubrificada com óleo. O desrespeito às normas de segurança é considerado como a principal causa de acidentes envolvendo oxigênio. 2. Retirar o capacete que protege a válvula do cilindro (se houver); 3. Retirar o lacre da válvula do cilindro (exigir cilindros entregues com lacre que asseguram a qualidade e o volume do produto); 4. Acoplar na válvula o redutor de pressão; 5. Conectar o fluxômetro; 6. Conectar o frasco umidificador (dispensável); 7. Acoplar a extensão com a máscara facial, cateter ou o reanimador.

Modo adequado de iniciar a utilização do equipamento

1. Informar a vítima que o procedimento será iniciado; 2. Certificar-se de que o fluxômetro encontra-se fechado; 3. Abrir o registro completamente. Gire o registro no sentido do fechamento (meia volta ao contrário) para evitar que haja o travamento do registro caso outro socorrista tente forçar nova abertura; 4. Regular o fluxo de saída de oxigênio; 5. Ajustar a máscara ou cateter na face da vítima; (Se estiver consciente, orientá-la para que respire normalmente) 6. Observar tolerância da vítima ao uso do oxigênio ou à forma de administração.

Revisão JAN/09

MP 8-4


Curso de Resgate e Emergências Médicas

Modo adequado de encerrar a utilização do equipamento

1. Informar a vítima que o procedimento será encerrado; 2. Remover a máscara ou cateter da face da vítima; 3. Fechar o fluxômetro; 4. Fechar o registro do equipamento; 5. Liberar a pressão de oxigênio existente entre o registro e o manômetro efetuando a descarga no fluxômetro; 6. Tornar a fechar o fluxômetro.

CÁLCULO DA DOSAGEM DE OXIGÊNIO Cateter de oxigênio

INDICAÇÃO NO FLUXÔMETRO

FRAÇÃO INSPIRADA DE O2

1 l/min

24%

2 l/min

28%

3 l/min

32%

4 l/min

36%

5 l/min

40%

6 l/min

44%

Revisão JAN/09

MP 8-5


Curso de Resgate e Emergências Médicas

Máscara facial simples

10 l/min

60%

CÁLCULO DE DURAÇÃO DO CILINDRO DE OXIGÊNIO VOLUME

PRESSÃO

QUANTIDADE

VAZÃO

3,0 litros

150 kgf/cm2

450 litros

10 l/min

DURAÇÃO 45 minutos

TABELA COMPARATIVA DE CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO

SEM OXIGÊNIO SUPLEMENTAR

CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO

Boca a boca

16%

Boca a máscara

16%

Reanimador manual

21%

COM OXIGÊNIO SUPLEMENTAR

DOSAGEM

CONCENTRAÇÃO

Cateter nasal

3 l/min

32%

Máscara facial simples

10 l/min

60%

Ressuscitador manual

10 l/min

60%

Revisão JAN/09

MP 8-6


Curso de Resgate e Emergências Médicas

TAXAS RECOMENDADAS PARA ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO

TRATAMENTO (para emergências médicas ou traumáticas, desde que não apresentem depressão ou parada respiratória) IDADE

MODO

FLUXO

0 a 28 dias

Máscara facial simples

10 l/min

28 dias a 8 anos

Máscara facial simples

10 l/min

Acima de 8 anos

Máscara facial simples

10 l/min

Acima de 8 anos

Cateter

3 l/min

REGRAS PARA ESCOLHA DO MODO DE ADMINISTRAÇÃO Máscara ou cateter

1. Administração para vítimas de 0 a 8 anos: uso da máscara facial simples como única opção, de acordo com o POP 05-01; 2. Como primeira escolha para vítimas que necessitam de alta concentração de oxigênio (traumatismos em cavidades, fraturas complicadas, envenenamentos, queimaduras extensas): uso da máscara facial simples; 3. Para vítimas que não toleram alta concentração de oxigênio (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica): uso do cateter tipo óculos. 4. Para vítimas que não toleram a máscara (exceto pediátrico): cateter tipo óculos; 5. Para vítimas em depressão ou parada respiratória: reanimador manual acoplado ao oxigênio.

Revisão JAN/09

MP 8-7


Curso de Resgate e Emergências Médicas

OBSERVAÇÕES 1. Não utilizar cateter para administração de oxigênio em vítimas com idade inferior a 8 anos devido ao risco de lesão direta (efeito laser), ressecamento de mucosas e deglutição de oxigênio com risco de regurgitação; 2. Estando a vítima com idade inferior a 8 anos consciente, solicite ao familiar ou acompanhante que segure a máscara cerca de 5 cm da face da vítima até sua adaptação ao equipamento. A administração direta e/ou forçada pode provocar choro ou agitação na vítima pediátrica; 3. Para a administração em vítimas com idade inferior a 28 dias, evite dirigir o fluxo de oxigênio em direção aos olhos devido ao risco de comprometimento da membrana que recobre este órgão; 4. Nos casos de vítimas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (enfisema pulmonar, bronquite crônica), que em geral não toleram o uso da máscara facial com um fluxo de 10 l/min, de preferência para a administração com cateter nasal com um fluxo de 03 (três) l/min. Concentrações maiores podem ocasionar sérios distúrbios respiratórios na vítima, levando à depressão e/ou parada respiratória.

UMIDIFICAÇÃO DO OXIGÊNIO 1. Por motivos de Biossegurança, ou seja , Contaminação Cruzada, não devemos mais administrar oxigênio umidificado. 2. Utilizando-se o oxigênio seco no atendimento pré-hospitalar a possibilidade de ressecamento da mucosa da vítima é mínima, uma vez que entre o início da administração de oxigênio e o término (junto ao PS), não passará tempo suficiente para isso ocorrer. 3. Em casos específicos nos quais a vítima permanecerá por horas no local da ocorrência o oxigênio deveria ser administrado umidificado, desde que tomadas todas as precauções relativas limpeza do frasco umidificador, de acordo com as regras de

Revisão JAN/09

MP 8-8


Curso de Resgate e Emergências Médicas

Biossegurança vigentes, porém, tal hipótese não está contemplada em nosso POP RES.

RISCOS NO USO DO OXIGÊNIO 1. Não transfira ou misture gases de um cilindro para outro (transvasamento). 2. O oxigênio é um dos elementos da combustão, portanto, mantenha-o afastado de eventuais chamas presente no local onde estiver sendo empregado. Nunca fume quando o estiver manipulando. 3. Evite o contato com produtos derivados do petróleo (graxa, óleo, gasolina, etc); 4. Evitar batidas e quedas do cilindro. Um golpe mais forte que rompa a válvula poderá fazer o cilindro ser impulsionado como um míssil. 5. Mantenha os umidificadores descontaminados, mesmo que não estejam com soro fisiológico, e as máscaras faciais embaladas.

ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES Utilizada quando secreções líquidas estiverem presentes na cavidade oral ou nasal: 1. Inspecione e prepare o equipamento; 2. Mantenha uma determinada quantidade de líquido (água ou soro fisiológico) dentro do frasco de aspiração a fim de evitar a aderência de secreções na parede interna do recipiente; 3. Ligue o equipamento com a sonda adaptada; 4. Libere as vias aéreas da vítima segundo a condição clínica ou traumática; 5. Escolha a sonda de aspiração de acordo com a idade da vítima ou tipo de secreção (observe tipo e modo de utilização); 6. Abra a boca da vítima com técnica adequada; a. Se posicionado de frente para a cabeça da vítima, como no interior da UR, utilizar a técnica dos dedos cruzados;

Revisão JAN/09

MP 8-9


Curso de Resgate e Emergências Médicas

b. Se em equipe, no local de ocorrência de trauma, posicionar-se de frente para a face da vítima. O Auxiliar da Guarnição, mantém a abertura da boca da vítima, concomitantemente com a técnica de elevação da mandíbula, enquanto esta é aspirada; 7. Insira a sonda de aspiração. Não introduza com o sistema ligado, exceto se o tipo de sonda permitir; 8. Observe como regra introduzir a sonda com o comprimento relativo à distância entre o lóbulo da orelha até a comissura labial; 9. Movimente a sonda em movimentos circulares e de vaivém evitando aderência por sucção e possível lesão de mucosa oral com conseqüente sangramento local; 

Em vítimas conscientes, não exceder 15 (quinze) segundos para cada sucção.

Em vítimas inconscientes, não exceder 5 (cinco) segundos para cada sucção .

Este processo retira cerca de 80% da umidificação das vias aéreas. Interrompa o ciclo de aspiraçãopor alguns segundos e torne a efetuar novo ciclo de aspiração, se necessário;

10. Mantenha um frasco de soro fisiológico ou água destilada aberto próximo ao local de aspiração. Em caso de obstrução da sonda, remova-a, aspirando parcialmente o líquido. Ao término do procedimento aspire o restante do líquido para retirar resíduos da mangueira de aspiração; 11. Despreze as secreções e material utilizado na aspiração em local adequado; e 12. Efetue a desinfecção dos equipamentos e materiais empregados na aspiração conforme POP específico.

CASOS CLÍNICOS SEM SUSPEITA DE LESÃO CERVICAL 1. Liberar vias aéreas com a manobra mais adequada; 2. Utilizar o aspirador de secreções com a cabeça da vítima virada para o lado; Revisão JAN/09

MP 8-10


Curso de Resgate e Emergências Médicas

2.1.

Na impossibilidade do aspirador, utilizar os dedos indicador e médio enrolados em uma compressa para absorver e retirar o conteúdo.

3. Observar que: 3.1.

Numa vítima consciente, cuidado com o reflexo do vômito ou mordida em seus dedos.

3.2. Na ocorrência de vômitos, transportar a vítima na posição de recuperação.

SE NECESSÁRIO ASPIRAR AS NARINAS a) Analise a necessidade de substituição do cateter por outro de diâmetro menor. b) Encontrando resistência durante a introdução do cateter remova-o e retorne a inseri-lo. c) NÃO execute movimentos circulares, mas sim movimentos em vaivém, devido ao risco de lesão da mucosa nasal. d) Observe a presença de sinais de fratura de base de crânio com comunicação com a face: presença de sangramento nasal ou saída de líquor. Neste caso, NUNCA aspire as narinas devido ao risco de encravamento do cateter na cavidade craniana através de fissura craniofacial provocada pela fratura.

Observar tipo de secreção que deseja aspirar para optar pela sonda adequada.

ATENÇÃO 

Em vítimas de trauma, transportar em prancha longa, fixada com tirantes e, se houver ocorrência de vômitos, girar a prancha lateralmente apoiando a cabeça, protegendo a coluna cervical.

Revisão JAN/09

MP 8-11


Curso de Resgate e Emergências Médicas

Cuidado com crianças que podem aspirar secreção intempestivamente, pois corre-se o risco de provocar espasmo de laringe.

CÂNULAS OROFARÍNGEAS Equipamento destinado a manter o afastamento da língua de vítimas de emergências médicas ou traumáticas, inconscientes e que não apresentem reflexo de vômito, como forma de possibilitar a manutenção da liberação das vias aéreas superiores.

TIPOS DE CÂNULAS OROFARÍNGEAS 1. Cânula de Guedel; 2. Cânula de Bermann.

TAMANHOS DE CÂNULAS OROFARÍNGEAS Encontradas comumente na numeração de 0 a 5, dependendo do fabricante. Podem variar nas dimensões e na forma.

ESCOLHA DO TAMANHO DA CÂNULA OROFARÍNGEA Medir a cânula orofaríngea tomando-se como base a distância correspondente entre o lóbulo da orelha até a comissura labial.

MODO DE UTILIZAÇÃO DA CÂNULA OROFARÍNGEA 1. Avalie a necessidade do emprego da cânula orofaríngea (vítima inconsciente); 2. Escolha o tamanho adequado da cânula, conforme indicado; 3. Abra a boca da vítima, com técnica adequada:

Revisão JAN/09

MP 8-12


Curso de Resgate e Emergências Médicas

a. Se posicionado de frente para a cabeça da vítima, como no interior da UR, utilizar a técnica dos dedos cruzados; b. Se em equipe, no local de ocorrência de trauma ou de emergência médica, posicione-se de frente para a face da vítima. O Auxiliar da Guarnição, mantém a estabilização da cabeça da vítima. Auxilie a abertura da boca da vítima, com a manobra de tração do queixo.

Em vitima com idade acima de 8 anos 1. Identificar o tamanho correto da cânula para a vítima, medindo a distância que vai da comissura labial até o lóbulo da orelha ou a distância entre o meio do queixo e o ângulo da mandíbula. 2. Utilizar a manobra de tração do queixo para abrir a boca da vítima. 3. Segure a cânula orofaríngea pelo rebordo e a insira com a extremidade voltada para cima e em direção ao palato; 4. Ao tocar o palato, efetue um giro de 180º graus; 5. Movimente-a em direção à faringe, até que o rebordo da cânula esteja posicionado entre os dentes da vítima.

Em vitima com idade abaixo de 8 anos 1. Identificar o tamanho correto da cânula para a vítima, medindo a distância que vai da comissura labial até o lóbulo da orelha ou a distância entre o meio do queixo e o ângulo da mandíbula. 2. Utilizar a manobra de tração do queixo para abrir a boca da vítima. 3. Introduzir suavemente, com a outra mão, toda a cânula com a face côncava voltada para a língua.

Revisão JAN/09

MP 8-13


Curso de Resgate e Emergências Médicas

ATENÇÃO 

Empregar a cânula orofaríngea somente em vítimas inconscientes.

Manter sempre o aspirador de secreções montado e preparado.

Aspire a cavidade oral quando houver a presença de secreções.

Não empregar a cânula se durante a instalação, surgir o reflexo do vômito.

Remover a cânula orofaríngea imediatamente se a vítima apresentar reflexo de vômito ou recobrar a consciência.

Não efetuar o giro de 180º em vítimas com idade abaixo de 8 anos pois pode ferir o palato e produzir sangramento.

Cuidado com cânulas em vítimas com idade abaixo de 1 ano, pois são extremamente propensas a laringoespasmo severo que pode levar a óbito.

LEMBRE-SE AINDA 1. Se não houver cânula orofaríngea do tamanho adequado à vítima não utilize o equipamento; 2. Equipamento maior que o recomendado pode ultrapassar a faringe, lesionando a epiglote ou adentrar o esôfago possibilitando abertura e entrada de ar para o estômago com conseqüente regurgitação; 3. Equipamento menor que o recomendado pode empurrar a língua em direção à faringe obstruindo as vias aéreas ou se mover de posição durante o atendimento préhospitalar; 4. Evite a contaminação do material a ser introduzido. Mantenha a cânula orofaríngea acondicionada em local adequado e protegida; 5. Nunca mantenha a cânula presa à cabeça da vítima por cadarço, esparadrapo, ataduras ou similares. Deve permanecer fácil de ser removida se surgirem complicações.

Revisão JAN/09

MP 8-14


Curso de Resgate e Emergências Médicas

Procedimentos operacionais 1. Identificar o tamanho correto da cânula para a vítima, medindo a distância que vai da comissura labial até o lóbulo da orelha (fig.06-06 A) ou à distância entre o meio do queixo e o ângulo da mandíbula. 2. Utilizar a manobra de tração do queixo para abrir a boca da vítima. 3. Introduzir, com a outra mão, a extremidade da cânula com face côncava voltada para o palato (céu da boca) (fig. 06-06 B).

FIG. 06-06-A

FIG. 06-06-B

4. Introduzir a cânula até sua metade e efetuar suavemente uma rotação de 180º, de forma que a face côncava fique voltada para a língua; terminar de introduzir a cânula (fig.06-06 C).

FIG. 06-06-C Revisão JAN/09

FIG.06-06-D MP 8-15


Curso de Resgate e Emergências Médicas

REANIMADOR MANUAL 1. Equipamento indicado para a ventilação artificial nos casos de depressão ou parada respiratória; 2. A recomendação atual sobre as especificações do reanimador manual é: 

Ausência de válvula de alívio de pressão; caso exista deve ser competente para permanecer fechada em pressões inferiores à especificada;

Reservatório para alta concentração de oxigênio;

Presença de válvula unidirecional que não obstrua na presença de corpo estranho;

Capacidade de funcionamento em condições normais de pressão e temperatura, bem como em situações adversas com altas temperaturas;

Mecanismo unidirecional capaz de garantir fluxo interno máximo de 30 l/min;

Máscara transparente.

3. Deve ser utilizado acoplado ao sistema de oxigenoterapia fixo ou portátil; 4. Preferencialmente, 2 socorristas devem fazer uso do ressuscitador manual, enquanto um mantém a vedação da máscara com as duas mãos, o outro efetua a insuflação. Insuflar o suficiente para encher o tórax da vítima. Hiperinsuflação tem como conseqüência a distensão gástrica e regurgitação. O emprego incorreto poderá provocar ou agravar um pneumotórax;

Revisão JAN/09

MP 8-16


Curso de Resgate e Emergências Médicas

ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA Nos casos de depressão respiratória, onde não há ventilação eficiente com conseqüente hipóxia, utilizar o ressuscitador manual acoplado ao fluxo indicado de oxigênio.

Depressão respiratória Respiração superficial ou bradipnéia, acompanhada de: 

Vítima com idade acima de 8 anos com m.r.m. menor que 12 ou maior que 30 mrm;

Vítima com idade entre 1 e 8 anos com m.r.m. menor que 20 ou maior que 30 mrm;

Vítima com idade abaixo de 1 ano com m.r.m. menor que 30 ou maior que 50 mrm.

TRATAMENTO (assistência ventilatória para depressão ou parada respiratória) IDADE

MODO

FLUXO

0 a 28 dias

Reanimador manual

03 l/min

28 dias a 8 anos

Reanimador manual

05 l/min

Acima de 8 anos

Reanimador manual

10 l/min

Revisão JAN/09

MP 8-17


Curso de Resgate e Emergências Médicas

REFERÊNCIAS 1. Planos de aula do Curso de Assistente de Primeiros Auxílios Avançados do Programa USAID/OFDA/MDFR/UDESC/SMS/CBPMESP de Capacitação para Instrutores, São Paulo - 1998. 2. Socorros Médicos de Emergência. American Academy of Orthopaedic Surgeons. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.ª, 1979. 3. Half, Brent – Primeiros Socorros para Estudantes – Editora Manole – 1º Edição Brasileira – São Paulo – 2002. 4. Bergeron, J. David – Primeiros Socorros – Atheneu Editora São Paulo – São Paulo – 1999. 5. Bergeron, J. David – Emergency Care – Brady Prentice Hall – Upper Saddle, New Jersey -1995. 6. D F Treacher, R M Leach; Oxygen transport -2. Basic principles; BMJ 1998; 317:13701373 7. Emergency Cardiac Care Committee and Subcommittees, American Heart Association Guidelines for Adult Basic Life Support. Circulation, 2000;102:I-22 8. Larini L, Toxicologia, 1997, Editora Manole; terceira edição

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS 05-01 Oxigenoterapia 06-01 Parada respiratória 06-02 Ventilação boca-a-boca (vítimas com idade acima de 1 ano) 06-03 Ventilação boca-a-boca e nariz (vítimas com idade abaixo de 1 ano) 06-04 Ventilação boca máscara 06-05 Ventilação com ressuscitador manual 06-06 Emprego da cânula orofaríngea (vítimas com idade acima de 8 anos) 06-07 Emprego da cânula orofaríngea (vítimas com idade abaixo de 8 anos) Revisão JAN/09

MP 8-18


Curso de Resgate e Emergências Médicas

AVALIAÇÃO OXIGENOTERAPIA E ASPIRAÇÃO

1. Cite os componentes básicos dos equipamentos portáteis de provisão de oxigênio. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________

2. Indique as dosagens de oxigênio indicadas para as diversas faixas etárias, por máscara, cateter e ressuscitador manual: ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________

3. Escreva abaixo os principais riscos no uso do oxigênio.

________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________

4. Indique o modo de introdução de cânulas orofaríngeas para as vítimas indicadas abaixo:

a. Vítima com idade entre 0 a 8 anos: _________________________________________ ________________________________________________________________________ b. Vítima com idade acima de 8 anos: _________________________________________ ________________________________________________________________________

Revisão JAN/09

MP 8-19


Curso de Resgate e Emergências Médicas

BLOCO DE ANOTAÇÕES ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________

Revisão JAN/09

MP 8-20


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.